Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA POLITÉCNICA
GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS E AVALIAÇÃO DE
RISCO UTILIZANDO MÉTODO DE AMOSTRAGEM ATIVA DE
VAPORES - ESTUDO DE CASO EM INDÚSTRIA DE VIDROS
DESATIVADA
Gabriela Leal Cunha e Silva
Victória Gallonetti Borges
Rio de Janeiro
Janeiro de 2020
i
GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS E AVALIAÇÃO DE
RISCO UTILIZANDO O MÉTODO DE AMOSTRAGEM ATIVA DE
VAPORES - ESTUDO DE CASO EM INDÚSTRIA DE VIDROS
DESATIVADA
Gabriela Leal Cunha e Silva
Victória Gallonetti Borges
Projeto de Graduação apresentado ao Curso de
Engenharia Ambiental da Escola Politécnica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título de
Engenheira Ambiental.
Orientador: Renan Finamore Gomes da Silva
Coorientadora: Maria Claudia Barbosa
Rio de Janeiro
Janeiro de 2020
GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS E AVALIAÇÃO DE RISCO
UTILIZANDO O MÉTODO DE AMOSTRAGEM ATIVA DE VAPORES - ESTUDO
DE CASO EM INDÚSTRIA DE VIDROS DESATIVADA
Gabriela Leal Cunha e Silva
Victória Gallonetti Borges
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE
ENGENHARIA AMBIENTAL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A
OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRA AMBIENTAL.
Examinada por:
Prof. Renan Finamore Gomes da Silva, D.Se.
/ C>
Prof!. Maria Claudia Barbosa, D.Se.
Prof. Márcio de Souza Soares de Almeida, D.Se.
Eng. Ambiental Raphael Gonçalves Rieboldt de Oliveira, M.Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
JANEIRO de 2020
ii
iii
Cunha e Silva, Gabriela Leal
Borges, Victória Gallonetti
Gerenciamento de Áreas Contaminadas e Avaliação de
Risco Utilizando o Método de Amostragem Ativa de Vapores
- Estudo de Caso em Indústria de Vidros Desativada /
Gabriela Leal Cunha e Silva e Victória Gallonetti Borges. –
Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2020.
X, 127 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Renan Finamore Gomes da Silva
Co-orientadora: Maria Claudia Barbosa
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/
Curso de Engenharia Ambiental, 2020.
Referências Bibliográficas: p. 106-110.
1. Áreas contaminadas. 2. Organoclorados. 3.
Amostragem de vapores. 4. Poços subslab.
I. Da Silva, Renan Finamore Gomes et al. II.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica,
Curso de Engenharia Ambiental. III. Gerenciamento de
Áreas Contaminadas e Avaliação de Risco Utilizando o
Método de Amostragem Ativa de Vapores – Estudo de Caso
em Indústria de Vidros Desativada.
iv
Agradecimentos
Primeiramente, gostaria de agradecer à Deus por ter abençoado todos os dias da minha
vida, desde o meu nascimento até hoje. Devo a Ele toda a glória e louvor por cada vitória,
aprendizado e cada oportunidade que tive nesta jornada. Agradeço também à Virgem
Maria, por sua constante intercessão em meu favor e por sempre estar ao meu lado.
Aos meus pais, Regina e Mauricio, que sempre me deram todo o suporte necessário para
que eu chegasse até aqui. Eles foram essenciais para tudo, pois sem seu auxílio, sem a
educação, o amor, o carinho e a compreensão, eu certamente não conseguiria ter ido tão
longe. Aproveito para estender meu agradecimento à toda família Leal e à família Cunha e
Silva, por serem sempre meu porto seguro e por sempre estarem comigo.
Ao meu irmão Felipe, que sempre fez de tudo para me ver feliz e que é meu protetor. Nem
mesmo a distância Rio-Madrid é capaz de nos separar ou de diminuir o amor e adimiração
que tenho por você.
À minha dupla de TCC, Victória, que aceitou fazer este trabalho comigo e que me ouviu
pacientemente nos momentos de angústia. Obrigada por toda a cumplicidade, dedicação
e, principalmente, amizade, seja na faculdade, no estágio ou na execução deste trabalho.
Ao meu namorado Renan Barcelos, que teve a paciência de me ouvir falar somente sobre
o TCC nos últimos meses e que sempre esteve me auxiliando. Obrigada por todas as
conversas, por ser compreensível e por todo o carinho que você me deu nesta etapa e que
me dá desde que nos conhecemos.
Ao meu orientador, Renan Finamore, e coorientadora, Maria Claudia, por todos os
ensinamentos durante a graduação, pelos conselhos e orientação nesta etapa final do curso
e por sempre se mostrarem solícitos à nós, tirando dúvidas e doando seu tempo.
A toda a equipe da Controllab, em especial ao Raphael Rieboldt, por terem disponibilizado
o estudo de caso, por todo o conhecimento transmitido e pela confiança depositada em mim
e na Victória.
A todos os professores que fizeram parte da minha vida em algum momento, desde o
ensino fundamental até o ensino superior. Todos foram fundamentais para o meu
crescimento e para que eu chegasse à conclusão da minha graduação.
À minha dupla de vida, minha irmã postiça, Bruna Manhães, por dividir tudo comigo e ser
sempre presente na minha vida e na minha família. Agradeço também à sua família, por
permitir que eu faça parte dela, e à todos os meus amigos do Pentágono e da UFRJ.
Gabriela.
v
Agradecimentos
À minha mãe e maior incentivadora, Rita de Cássia de Almeida Gallonetti, por se dedicar
durante toda a vida para que eu pudesse chegar até aqui. Por ser meu maior exemplo de
perseverança, amor e dedicação, os quais me acompanharam durante esses 6 anos de
graduação.
Ao meu namorado, Diego Rodrigues, por estar ao meu lado em todos os momentos que
precisei, pelo amor e assistência que tem me dedicado ao longo desses quase 10 anos.
À minha colega de trabalho, dupla de TCC e amiga, Gabriela Leal, por compartilhar comigo
seu conhecimento, por sua paciência e dedicação incansável para que este trabalho fosse
concluído com excelência.
Ao meu orientador, Renan Finamore, e coorientadora, Maria Cláudia Barbosa, pela valiosa
contribuição em minha formação e pelo empenho e auxílio dedicados a nós durante a
condução deste trabalho.
À minha família que através de todo o incentivo me ajudou a realizar este sonho.
Às minhas amigas do Colégio Pedro II e àquelas que ganhei de presente da UFRJ, por toda
parceria e companheirismo que contribuíram para que esta fosse uma das melhores fases
de minha vida.
Ao corpo docente do curso de Engenharia Ambiental e à Universidade Federal do Rio de
Janeiro pela excelência de ensino e capacidade técnica que me proporcionaram uma
formação profissional de qualidade.
Ao corpo técnico da empresa Controllab Ambiental, que nos concedeu a oportunidade de
fazer um excelente estágio e com ele aprender cada dia mais. O conhecimento transmitido
por vocês nos conduziu a escrever este trabalho.
Tenham a certeza que há um pouquinho de vocês em cada linha escrita deste trabalho.
Victória.
vi
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheira Ambiental
Gerenciamento de Áreas Contaminadas e Avaliação de Risco Utilizando o Método de
Amostragem Ativa de Vapores – Estudo de Caso em Indústria de Vidros Desativada
Gabriela Leal Cunha e Silva
Victória Gallonetti Borges
Janeiro/2020
Orientador: Renan Finamore Gomes da Silva, D.Sc.
Coorientadora: Maria Claudia Barbosa, D.Sc.
Curso: Engenharia Ambiental
O gerenciamento de áreas contaminadas ainda é uma temática pouco abordada no Brasil,
quando comparado ao cenário internacional. Com o intuito de trazer informações
atualizadas sobre o tema, com destaque para as técnicas de investigação, remediação e
monitoramento mais empregadas, o presente trabalho busca avaliar os estudos ambientais
realizados em um terreno onde funcionou uma indústria de vidros, no qual foi identificada
contaminação por compostos organoclorados na água subterrânea. Como estes compostos
são voláteis, foram avaliados os riscos à saúde humana, por conta da inalação de vapores
provenientes do meio contaminado. A avaliação de risco baseou-se nas Planilhas de
Avaliação de Risco da CETESB, que dispõem de um modelo matemático para
determinação da intrusão de vapores no ar ambiente. Entretanto, como esta é uma técnica
baseada em estimativas, o estudo de avaliação de risco foi complementado com a
aplicação de técnicas de medição direta dos vapores, através da instalação de poços de
monitoramento nas fundações das edificações, denominados subslab. A partir dos
resultados obtidos nas duas técnicas aplicadas, realizou-se uma comparação, a fim de
verificar se os riscos identificados pelas planilhas eram compatíveis com os resultados
apresentados pelas medições diretas.
Palavras-chave: áreas contaminadas, organoclorados, intrusão de vapores, poços subslab.
vii
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Environmental Engineer.
Management of Contaminated Areas and Risk Assessment Using the Active Vapor
Sampling Method – Case Study in a Deactivated Glass Industry
Gabriela Leal Cunha e Silva
Victória Gallonetti Borges
January/2020
Advisor: Renan Finamore Gomes da Silva, D.Sc.
Co-advisor: Maria Claudia Barbosa, D.Sc.
Course: Environmental Engineering
The management of contaminated sites still is a thematic with few discussions in Brazil,
when compared to the international scenario. In order to bring updated information regarding
the theme, with emphasis on the investigation, remediation and monitoring techniques that
are being used nowadays, the study herein aims to evaluate the environmental studies that
were conducted in a site located in São Gonçalo, State of Rio de Janeiro, where a glass
industry operated and in which groundwater contamination by organochlorine compounds
was identified. As these compounds are volatile, a risk assessment study was carried out,
due to the risks of vapor inhalation originated from the contaminated site. The risk
assessment was elaborated through the CETESB’s Risk Assessment Worksheets, which
have a mathematical model to determine the mechanisms of vapor intrusion into the ambient
air. However, as this technique is based on estimations, the study was complemented with
the use of direct vapor measurement techniques, through the installation of monitoring wells
in the building’s slab, named subslab wells. From the results obtained from both techniques
applied, a comparision was made in order to verify if the risks identified through CETESB’s
Worksheets were compatible with the results obtained from the direct measurement.
Keywords: contaminated sites, organochloride, vapor intrusion, subslab well.
viii
Sumário
Lista de Figuras ix
Lista de Tabelas x
Lista de Equações x
Lista de Anexos x
1. Introdução 1
2. Objetivos 3
2.1. Objetivos específicos 3
3. Revisão Bibliográfica 4
3.1. Gerenciamento de áreas contaminadas 5
3.1.1. Histórico 5
3.1.2. Legislação Federal 6
3.1.3. Legislações Estaduais 13
3.1.3.1. Rio de Janeiro 13
3.1.3.2. São Paulo 16
3.1.4. Normativas 18
3.1.4.1. NBR 15.515 18
3.1.4.2. NBR 16.209:2013 28
3.2. Organoclorados 32
3.3. Intrusão de Vapores 33
3.4. Amostragem ativa de vapores 34
4. Metodologia 37
5. Estudo de caso 41
5.1. Caracterização da área de interesse 41
5.2. Estudos realizados na área de interesse 47
6. Avaliação e Considerações Finais 102
7. Referências Bibliográficas 106
ix
Lista de Figuras
Figura 1: Número de Áreas Contaminadas por Estado. ..................................................... 6
Figura 2: Fluxograma das etapas de avaliação do passivo. ............................................. 19
Figura 3: Informações necessárias para o diagnóstico ambiental inicial. ......................... 20
Figura 4: Identificação das zonas saturada e insaturada. ................................................ 26
Figura 5: Perfil construtivo de poços multiníveis. ............................................................. 27
Figura 6: Modelo Conceitual de Exposição. ..................................................................... 31
Figura 7: Ilustração da contaminação por DNAPLs. ......................................................... 32
Figura 8: Locais para coleta de vapores. ......................................................................... 35
Figura 9: (a) Esquema de poço subslab instalado; (b) Poço subslab. .............................. 35
Figura 10: Coleta de amostra de poço subslab através de Bottle Vac. ............................ 36
Figura 11: Base conceitual do Modelo Johnson e Ettinger (1991).................................... 39
Figura 12: Delimitação do município de São Gonçalo. ..................................................... 41
Figura 13: Mapa das Cercanias. ...................................................................................... 43
Figura 14: Fluxograma do processo de fabricação de vidro temperado. .......................... 44
Figura 15: Croqui da Indústria X. ..................................................................................... 46
Figura 16: Fotos aéreas de 1976 e 2009. ........................................................................ 49
Figura 17: Modelo conceitual - Avaliação Preliminar. ....................................................... 57
Figura 18: Mapa de medição de VOC. ............................................................................. 59
Figura 19: Localização das sondagens e poços de monitoramento – Confirmatória. ....... 61
Figura 20: Pluma de fase dissolvida de 1,2-DCE. ............................................................ 63
Figura 21: Mapa potenciométrico. .................................................................................... 65
Figura 22: Localização das sondagens e poços de monitoramento – Detalhada. ............ 67
Figura 23: Pluma de fase dissolvida de CV – Detalhada. ................................................. 70
Figura 24: Pluma de fase dissolvida de cis-1,2-DCE – Detalhada.................................... 71
Figura 25: Perfil vertical da pluma dissolvida de etenos clorados..................................... 72
Figura 26: Sobreposição das plumas de dissolvidas de etenos clorados. ........................ 73
Figura 27: Processo de decloração redutiva. ................................................................... 77
Figura 28: Localização dos poços de injeção. .................................................................. 82
Figura 29: Localização dos poços subslab. ...................................................................... 86
Figura 30: Elementos construtivos de um poço subslab. ................................................. 89
Figura 31: Esquema de montagem do teste de estanqueidade. ...................................... 91
Figura 32: Coleta de amostra de vapores do PIV-02. ....................................................... 92
x
Lista de Tabelas
Tabela 1: Solventes clorados e suas propriedades físico-químicas. ................................ 33
Tabela 2: Caracterização Geológica e Geomorfológica Regional. ................................... 48
Tabela 3: Modelo conceitual - Avaliação Preliminar ......................................................... 56
Tabela 4: Campanha de Medição de VOC. ...................................................................... 58
Tabela 5: Resultados das análises químicas de água subterrânea – Confirmatória. ........ 62
Tabela 6: Modelo conceitual atualizado – Confirmatória. ................................................. 64
Tabela 7: Resultado das análises químicas de água subterrânea – Detalhada................ 69
Tabela 8: Dados de entrada do meio físico. ..................................................................... 75
Tabela 9: Concentrações máximas aceitáveis calculadas................................................ 76
Tabela 10: Modelo conceitual atualizado – Detalhada. .................................................... 78
Tabela 11: Resultados das amostras de água subterrânea no poço PM-165A. ............... 85
Tabela 12: Resultados dos testes de estanqueidade. ...................................................... 90
Tabela 13: Resultados da medição de vapores dos poços subslab. ................................ 94
Tabela 14: Valores das análises dos poços subslab - 4ª Campanha. .............................. 96
Tabela 15: Evolução das concentrações de etenos clorados no Grupamento 1. ........... 101
Lista de Equações
Equação 1: Equação para cálculo do fator de atenuação pelo modelo de Johnson e Ettinger
........................................................................................................................................ 38
Equação 2: Cálculo da concentração de vapores no ambiente interno ............................ 39
Equação 3: Taxa de vazamento do teste de estanqueidade. ........................................... 89
Equação 4: Cálculo para concentrações de vapores no ar ambiente ............................... 93
Lista de Anexos
Anexo 1: Perfis de sondagem dos poços de monitoramento instalados ......................... 111
1
1. Introdução
As preocupações ambientais iniciaram-se junto à Revolução Industrial, no século XVIII,
quando as consequências do descaso com o meio ambiente começaram a surgir com maior
veemência. Contudo, a causa só ganhou notoriedade a partir do final da década de 1960,
com a publicação do relatório “Os Limites do Crescimento”.
Um dos momentos marcantes para a história da conscientização ambiental e, inclusive,
para a preocupação com a saúde humana, foi quando se deu o lançamento do livro
“Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson, na década de 1960. O livro apresenta os efeitos
deletérios do uso de pesticidas, especialmente o DDT (diclorodifeniltricloroetano), no meio
ambiente e à saúde humana, além de fazer crítica às atitudes da indústria química, que
fazia uso desenfreado de tal substância. Este foi um dos primeiros livros a fazer forte crítica
à atividade industrial da época.
A partir deste marco, a conscientização e preocupação ambiental cresceram
consideravelmente. Casos espetaculares de áreas contaminadas também ganharam
destaque, como o “Love Canal”, nos Estados Unidos (NYSDOH, 1981), “Lekkerkerk”, na
Holanda (Andrade, 1996), e muitos outros. Entretanto, ainda há dificuldades quando se trata
de tornar o processo industrial mais sustentável. Despejos industriais, emissões
atmosféricas e resíduos tóxicos ainda são lançados ou depositados in natura em corpos
hídricos, no solo ou para o ar. O solo e as águas superficiais foram por muito tempo
considerados como receptores ilimitados de nossos resíduos domésticos e industriais, por
conta do poder de autodepuração que possuem (CETESB, 2013), e isso culminou em
severos problemas sanitários, que se mostram presentes no dia a dia até hoje.
Em geral, a poluição ambiental é muito evidenciada durante a fase de implantação e
operação de uma indústria, e muitas das legislações e normas são voltadas para o processo
produtivo, devido ao seu caráter potencialmente poluidor. Apesar das discussões
crescentes, pouco ainda é falado da contaminação que é gerada após o encerramento das
atividades industriais, o que pode dar origem às áreas contaminadas, como os brownfields,
que são definidos como propriedades, em geral antigos terrenos industriais abandonados,
cuja expansão, reúso ou desenvolvimento são dificultados por conta da presença ou
potencial presença de substâncias perigosas e contaminantes (USEPA, 20--).
Quanto aos dispositivos legais para regularização e identificação destas áreas, apesar de
já existir uma quantidade considerável de documentos, muitos se mostram incompletos ou
desatualizados, frente aos novos cenários e novas técnicas de identificação e de
gerenciamento de áreas contaminadas. Estes fatores somados à dificuldade de
2
fiscalização, ocasionada pelo déficit quantitativo de corpo técnico qualificado, dificultam o
gerenciamento e o emprego da responsabilidade compartilhada pelos passivos gerados na
área.
A identificação dos atores responsáveis pela contaminação, e sua posterior remediação,
são fundamentais para que seja iniciado o gerenciamento ambiental de um brownfield. O
abandono de uma área de brownfield, além de ser ambientalmente perigoso, é socialmente
injusto e desfavorável economicamente (Sánchez, 2001), pois pode representar um
desperdício de recursos. Por este motivo, o estudo da vida útil e a elaboração de um Termo
de Encerramento se fazem necessários, visando a prevenção da degradação do solo, das
águas superficiais e subterrâneas e do ar.
A contaminação do solo de uma região, além de poder acarretar, também, em
contaminação da água subterrânea e do ar ambiente, através da lixiviação ou da
volatização de compostos, pode oferecer riscos à saúde humana. Os riscos potenciais de
um brownfield estão atrelados aos usos passados do terreno. Em relação aos potenciais
usos futuros desejados para o local, destacam-se os usos industriais, comerciais,
residenciais e recreativos. Tem-se observado recentemente no Brasil uma tendência de
transformação de antigas áreas industriais em condomínios residenciais. Na verdade, este
movimento decorre desde a década de 1980, quando foi evidenciado, em Paris, que
terrenos industriais desativados estavam sendo utilizados para construção de
empreendimentos residenciais (Sánchez, 2001).
Tendo em vista esta temática, será abordado no presente trabalho um estudo de caso de
uma área contaminada por compostos organoclorados, localizada no município de São
Gonçalo. A área foi ocupada desde a década de 1940 por indústrias de vidro e foi comprada
recentemente por uma construtora para implantação de condomínios residenciais. Como
as substâncias identificadas na área são voláteis, há possibilidade de existência de risco à
saúde humana aos futuros moradores, associada ao cenário de inalação de vapores. Para
avaliar a ocorrência do risco, serão apresentadas técnicas de medição direta (ativa) de
vapores, ainda pouco utilizadas no estado do Rio de Janeiro, junto à técnica usual de
quantificação indireta de vapores, através de um modelo matemático.
3
2. Objetivos
Tendo em vista o exposto acima, o presente trabalho tem como objetivo principal avaliar o
processo de gerenciamento de um brownfield, dando ênfase à utilização da técnica de
amostragem ativa de vapores para verificar a validade dos resultados da avaliação de risco
à saúde humana obtidos indiretamente através das Planilhas da CETESB.
Para tanto, utilizou-se um estudo de caso de um terreno localizado no município de São
Gonçalo onde foi identificada contaminação do meio subterrâneo por compostos
organoclorados. A área foi ocupada anteriormente por uma indústria de vidros e seu uso
futuro é destinado à ocupação residencial.
2.1. Objetivos específicos
Para atingir os objetivos gerais do trabalho, tornou-se necessário estabelecer alguns
objetivos específicos, os quais estão listados abaixo.
• Fazer o levantamento de toda legislação e normas técnicas que dizem respeito ao
gerenciamento de áreas contaminadas, nos âmbitos nacional e estadual;
• Detalhar a metodologia e as normas utilizadas na técnica de amostragem ativa de
vapores;
• Caracterizar a área do estudo de caso, suas cercanias, e seus aspectos geológicos
e hidrogeológicos;
• Buscar informações sobre histórico das atividades que ocorreram no terreno e na
circunvizinhança;
• Avaliar as propriedades físico-químicas e toxicológicas dos organoclorados, em
especial das substâncias químicas de interesse identificadas na área de estudo.
4
3. Revisão Bibliográfica
Segundo o INEA (2013), uma área contaminada (AC) é caracterizada por apresentar
substâncias químicas de interesse (SQIs) com concentrações superiores aos valores de
referência vigentes, indicando um potencial risco à saúde humana ou à biota. Também pode
ser definida como uma área com presença de SQIs no ar, no solo ou na água, provenientes
de atividades antrópicas, e cujas concentrações restrinjam a utilização desse recurso para
os usos atual ou futuro.
A presença de SQIs em uma área é confirmada a partir de coleta de amostras de solo ou
de água subterrânea para análise laboratorial. Uma área contaminada pode apresentar
somente uma substância com concentração acima dos valores de referência ou muitas,
sendo elas do mesmo grupo químico ou não. Devido à grande quantidade de elementos
que constituem os solos e também por conta da diversidade de substâncias que podem ser
utilizadas nas atividades antrópicas, normalmente é comum identificar contaminantes
diversos em uma mesma área de estudo.
A etapa de identificação das SQIs é crucial para o gerenciamento de áreas contaminadas,
pois definirá qual rumo a ser tomado na etapa de remediação e em qual ordem de
priorização se enquadra a área. Características como volatilidade, reatividade, densidade
e mobilidade do contaminante devem ser estudadas para avaliar qual técnica será utilizada
e quais são as possíveis rotas de contaminação dos bens a proteger.
A complexidade do problema exige sem dúvida a participação das esferas política e
administrativa (CETESB, 2013), além de corpo de técnicos adequados para lidar com o
passivo ambiental. O conhecimento específico de técnicos associados ao poder político dos
órgãos responsáveis pelas ações de controle ambiental é o motor que impulsiona a
elaboração de leis, diretrizes, resoluções e normas técnicas. Sem o aparato legal e o
conhecimento técnico, o gerenciamento dos passivos torna-se praticamente inviável.
Desta forma, o presente capítulo tem como objetivo apresentar um resumo dos principais
instrumentos e dispositivos legais utilizados para a identificação de passivos e
gerenciamento de áreas contaminadas, tanto na esfera federal quanto na esfera estadual.
Em adição, serão apresentadas as principais características dos organoclorados e a técnica
de amostragem ativa de vapores, para melhor entendimento e discussão do estudo de caso
alvo do presente trabalho.
5
3.1. Gerenciamento de áreas contaminadas
3.1.1. Histórico
O gerenciamento efetivo de áreas contaminadas no Brasil iniciou-se a partir de iniciativas
da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), principalmente após a
publicação da primeira edição do Cadastro de Áreas Contaminadas no Estado de São
Paulo, em maio de 2002, na qual foram listadas 255 áreas contaminadas. A partir de então,
a Companhia publica periodicamente relatórios com a atualização do número de ACs
presentes em São Paulo. A cada publicação, a quantidade de áreas contaminadas
aumenta, e após a última atualização, em dezembro de 2018, foram totalizados 6.110
registros de áreas contaminadas (CETESB, 2018).
Atrás de São Paulo estão os estados de Minas Gerais, cuja primeira listagem de áreas
contaminadas foi publicada em 2007, e o Rio de Janeiro, que apresenta apenas quatro
atualizações do Cadastro de Áreas Contaminadas, sendo a primeira delas em 2013. Os
demais estados brasileiros não possuem banco de dados com a descrição quantitativa e
qualitativa das áreas contaminadas existentes em seu território, sendo este ainda um longo
caminho a ser percorrido e que ressalta como a temática em questão é muito pouco
abordada.
A Figura 1 ilustra a evolução do número de áreas contaminadas nos estados do Rio de
Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A notória discrepância observada entre o estado de
São Paulo e os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais só destaca o quanto o primeiro
está muito à frente dos demais estados brasileiros no gerenciamento desse problema.
A questão das áreas contaminadas no Rio de Janeiro, estado onde se encontra o estudo
de caso, é um problema de dimensões ainda não mensuradas, fato evidente no Gráfico 1.
A curva de áreas contaminadas de São Paulo, com tendência ascendente, salienta a
necessidade de manter o Cadastro de Áreas Contaminadas sempre atualizado e publicado,
para a conscientização de toda a população, a fim de que novas áreas contaminadas não
sejam geradas. É enfatizado também a carência do sistema de fiscalização e de controle,
visto que a quantidade de ACs tende a aumentar.
6
Figura 1: Número de Áreas Contaminadas por Estado. Fonte: Elaboração própria, a partir de dados coletados das edições anuais do Cadastro de Áreas
Contaminadas.
3.1.2. Legislação Federal
Lei nº6.938/1981 – Política Nacional do Meio Ambiente:
A Lei nº 6.938, também intitulada como Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), foi a
primeira lei ambiental de âmbito nacional criada no Brasil, que expunha a obrigatoriedade
da conservação e combate à degradação ambiental. A Lei, além de estabelecer os
mecanismos de formulação e aplicação da PNMA, cria o Sistema Nacional do Meio
Ambiente (SISNAMA) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental.
O SISNAMA é um sistema que reúne órgãos e entidades responsáveis pela proteção
ambiental das esferas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para
execução da Lei nº 6.938. Dentre os órgãos constituintes do SISNAMA, há de se destacar
o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação e
Biodiversidade (ICMBio). O CONAMA atua como órgão consultivo e deliberativo, tendo
como finalidades assessorar, estudar e propor ao Governo diretrizes de políticas
governamentais para o meio ambiente, bem como deliberar sobre normas e padrões para
manutenção de um meio ambiente ecologicamente equilibrado necessário para a uma
255
727
13361596
1822
22722514
2904
3675
4130
45724771
51485376
56625942
6110
56
438 490 530 554 577 617 641 655 662
160270 328 3700
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018Q
uan
tid
ade
de
área
s co
nta
min
adas
Número de Áreas Contaminadas por Estado
São Paulo Minas Gerais Rio de Janeiro
7
qualidade de vida sadia. Devido à importância do CONAMA, este adquiriu a permissão para
criação e normas e padrões, e é tido como referência para elaboração das leis estaduais.
O IBAMA e o ICMBio, por sua vez, atuam como órgãos executores e têm como finalidade
fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. O
IBAMA atua também como “polícia ambiental”, sendo responsável pela fiscalização do
cumprimento das diretrizes da PNMA. Por conta disso, foi conferido a este órgão o poder
de dar voz de prisão, em caso de constatação de crime ambiental.
O Cadastro de Defesa Ambiental constitui um dos instrumentos da PNMA e sua redação é
incluída na Lei nº 6.938 pela Lei nº 7.804, de 1989. Também foi instituída pela Lei nº 7.804
o Cadastro de Atividades Potencialmente Poluidoras e/ou Utilizadoras dos Recursos
Ambientais, com o objetivo de manter um banco de dados atualizado com as informações
de pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades potencialmente poluidoras. Vale
destacar que atividades empresariais públicas ou privadas devem igualmente ser exercidas
em consonância com as diretrizes da PNMA.
Conforme consta no artigo 2º, a Lei nº 6.938 tem como objetivos:
[...] a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
Para isso, tem como princípios:
I – [...] manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; [...] V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; VI - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; [...] IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação.
É acrescentado, no artigo 4º, que a PNMA visa o estabelecimento de critérios e padrões de
qualidade ambiental, além de normas relativas ao manejo e uso dos recursos ambientais.
No entanto, é ressaltado que os Estados e Municípios também poderão elaborar normas
complementares e supletivas à PNMA, além da determinação de padrões ambientais que
sejam compatíveis com suas áreas de jurisdição, desde que observados os padrões
estabelecidos pelo CONAMA.
Lei nº 7.347/1985 - Disciplina a Ação Civil Pública:
A Lei nº 7.347, sancionada em 24 de julho de 1985, disciplina a ação civil pública de
responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos
8
de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Esta lei é marcante para
diversos atores da sociedade, especialmente para o meio ambiente, pois a ação civil é
considerada um instrumento válido para denúncia e até prevenção de danos ao meio
ambiente.
Segundo o artigo 3º, “a ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer”. Portanto, a ação civil pública ambiental
poderá culminar tanto no pagamento em dinheiro como em obrigações a serem cumpridas.
Neste caso, salienta-se que o pagamento em dinheiro pode não ser uma medida eficaz de
reparação de dano ambiental, uma vez que as medidas de valoração ambiental ainda são
pouco acuradas, devido à dificuldade de se atribuir valor a um bem público como o meio
ambiente. Portanto, em alguns casos pode ser mais vantajoso adotar medidas de “fazer”,
como realizar o replantio de áreas degradadas, ou de “não fazer”, como cessar a emissão
de poluentes para corpos hídricos, do que apenas definir uma determinada quantia a ser
paga.
Constituição Federal de 1988:
A Constituição Federal de 1988, que rege sobre todos os direitos e deveres que cada
cidadão tem para possibilitar a vida em sociedade, traz à tona as questões ambientais e de
proteção do meio ambiente como um direito fundamental do cidadão e fator intrínseco para
uma digna qualidade de vida. Este fato fica explícito no artigo 255 do Capítulo VI, o qual
afirma que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”. Além de apresentar o meio
ambiente como um direito, este mesmo artigo acrescenta que é dever da sociedade e do
Poder Público preservar e defendê-lo, para as gerações atuais e futuras.
Para legitimar o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, o artigo 5º, inciso
LXXIII, apresenta como um instrumento de defesa a ação popular. A lei que dispõe sobre
a ação popular é a Lei nº 4.717, de 1965. Apesar de no texto da Lei não haver quaisquer
citações relativas ao meio ambiente, reflexo de como na época a conscientização e a
preocupação ambiental eram praticamente inexistentes, principalmente por conta da falta
de conhecimento das consequências de um meio ambiente degradado, a Constituição
Federal garante e possibilita proteção ativa do meio ambiente por qualquer agente da
sociedade. Segundo consta no inciso LXXIII, “qualquer cidadão é parte legítima para propor
ação popular que vise a anular ato lesivo (...) ao meio ambiente”. O trecho “qualquer
cidadão” enfatiza o direito que todos têm a um ambiente seguro e equilibrado, como exposto
no artigo 255, e destaca a importância e o caráter transindividual do meio ambiente. No
9
entanto, é necessário ressaltar que neste caso somente são considerados cidadãos aptos
a propor ação popular aqueles que estão no gozo dos direitos políticos, ou seja, aqueles
que podem votar ou ser votados.
A Constituição Federal também apresenta como função do Ministério Público promover
inquérito civil e ação civil pública para proteção ambiental, corroborando com a Lei nº 7.347,
que disciplina a Ação Civil Pública. Além disso, o meio ambiente é citado em diversos outros
capítulos da Constituição, incluindo o dos Princípios Gerais da Atividade Econômica, da
Saúde e da Comunicação Social. Tudo o que é disposto na Constituição somado às leis e
normas pretéritas e posteriores reafirma o peso da necessidade de preservação e proteção
ambiental, não só por uma questão de qualidade de vida, mas por sobrevivência, uma vez
que tudo o que produzimos e consumimos têm como insumos os recursos que a natureza
providencia.
Lei nº 9.605/1998 – Lei de Crimes Ambientais:
A Lei nº 9.605, mais conhecida como Lei de Crimes Ambientais, sancionada em 1998,
define e apresenta as punições penais e administrativas a serem aplicadas a pessoas
físicas e jurídicas que cometerem crimes de natureza ambiental. No Capítulo V da referida
Lei, são enunciadas as ações e atividades que constituem crimes ambientais, sendo estas
divididas em cinco seções, de acordo com o receptor ou meio impactado, sendo elas:
crimes contra a fauna; crimes contra a flora; poluição e outros crimes ambientais; crimes
contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural; crimes contra a administração
ambiental. As penalidades aplicáveis a estes tipos de crimes podem ser na forma de multa,
pena restritiva de direitos, que engloba prestação de serviços à comunidade, recolhimento
domiciliar, suspensão parcial ou total de atividades, entre outras, ou pena privativa de
liberdade.
Dentre os crimes ambientais listados pela Lei, pode-se destacar o artigo 54, que classifica
como crime “causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam
resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a
destruição significativa da flora”. A penalidade para este tipo de crime consiste de reclusão
de um a quatro anos e multa. Esta penalidade pode ser abrandada caso o crime seja
culposo, ou seja, quando não há intenção, consistindo em apenas uma detenção de seis
meses a um ano, além de multa. Nos casos de crimes em que se é evidenciado dolo ou
quando há prejuízos à ocupação e à saúde humana ou degradação irreversível da fauna e
flora, a penalidade é aumentada.
10
Também é considerado crime ambiental “construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer
funcionar (...) estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença
de autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e
regulamentares pertinentes”. Sendo assim, todas as atividades listadas acima que não
possuem licença ou parecer favorável do órgão ambiental competente estão sujeitas a
responder por crime ambiental.
Resolução CONAMA nº 420/2009:
Publicada em dezembro de 2009, a referida resolução dispõe sobre os critérios e valores
orientadores estabelecidos para avaliar a qualidade do meio subterrâneo que tenha sido
afetado por substâncias químicas provenientes de atividades de origem antrópica. Traz
ainda diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas, que deve
considerar o solo, o subsolo, assim como todos os seus componentes sólidos, líquidos e
gasosos. É considerada um marco nacional para o gerenciamento de áreas contaminadas,
pois é o primeiro dispositivo legal de âmbito nacional que trata especificamente sobre a
temática.
Embora estabeleça critérios para avaliar a qualidade de um ambiente já afetado, é
ressaltada a proteção do solo não só em caráter corretivo, mas também preventivo, de
forma a se garantir a manutenção de suas funções naturais.
Como diretriz para esta avaliação são definidos três parâmetros, nomeados de Valores
Orientadores, que são bases para a execução do gerenciamento das áreas. São eles:
● Valor de Referência de Qualidade (VRQ): é a concentração limite, de uma dada
substância química, considerada natural do meio. É definida através de uma
interpretação estatística das análises físico-químicas de amostras de solo. Sua
determinação é relevante, pois as características geológicas locais influenciam
diretamente nas concentrações observadas no meio subterrâneo. Portanto, a
adoção de um padrão nacional não iria condizer com a realidade brasileira, onde é
observada uma grande geodiversidade.
Posto isso, a definição dos VRQs fica a cargo dos órgãos ambientais estaduais e do Distrito
Federal, que devem seguir os procedimentos descritos no Anexo I da Resolução para o
estabelecimento destes valores. A data limite para estabelecê-los era dezembro de 2014,
segundo a ampliação de prazo feita pela Resolução CONAMA nº 460/2013. A Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) estabeleceu os VRQs a partir dos dados da
sua Rede de Monitoramento da Qualidade das Águas Subterrâneas (CETESB, 2001),
11
enquanto o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), até a elaboração do presente trabalho,
ainda não havia definido tais valores.
● Valor de Prevenção (VP): é a concentração limite de uma dada substância que não
irá afetar as funções principais do solo, as quais são explicitadas no artigo terceiro
da Resolução, como, por exemplo, a função de servir como meio para produção de
alimentos e outros bens primários de consumo.
● Valor de Investigação (VI): é a concentração de uma dada substância no solo ou
água subterrânea acima da qual se caracterize riscos potenciais à saúde humana,
direta ou indiretamente, a partir dos cenários de exposição considerados para
diferentes usos e ocupações. Para o solo são padronizados três cenários: Agrícola,
Residencial e Industrial, sendo o primeiro mais e o último o menos restritivo. Já para
a água subterrânea o VI é único, independente do uso. Os VIs, assim como os VPs,
são apresentados no Anexo II da Resolução.
Os VPs e VIs podem ser adotados na esfera estadual ou regional a requerimento dos
órgãos ambientais competentes, desde que seja tecnicamente justificado e então aprovado
pelo CONAMA. Há também a possibilidade de adotar os referidos valores para substâncias
químicas que não estejam listadas no Anexo II, sendo exigidas as mesmas condições acima
mencionadas.
Com base nos Valores Orientadores são estabelecidas quatro classificações para o solo.
Para cada uma delas são apontados procedimentos de prevenção e controle, conforme a
seguir:
● Classe 1: solos que apresentam concentrações de compostos químicos menores
ou iguais ao VRQs. Não requer ações, visto que apresentam características de um
solo sem alteração;
● Classe 2: solos que apresentam concentração de pelo menos um composto químico
maior que o VRQ e menor ou igual ao VP. Nesse caso pode ser requerido uma
avaliação ambiental da área para verificar se a ocorrência da substância no meio é
proveniente de causas naturais ou de uma fonte de poluição. Quando couber, pode
também conter ações de caráter preventivo;
● Classe 3: solos que apresentam concentração de pelo menos um composto químico
maior que o VP e menor ou igual ao VI. Considera-se aqui que há uma fonte de
poluição e, portanto, esta precisa ser identificada e controlada. Deve-se avaliar a
ocorrência natural da substância química e monitorar a qualidade do meio
subterrâneo.
12
● Classe 4: solos que apresentam concentração de pelo menos uma substância
química maior que o VI. Sendo o caso mais crítico sob a ótica ambiental, aqui são
necessárias ações mais complexas que, em conjunto, constituem o gerenciamento
de áreas contaminadas.
As ações e procedimentos que compõem o gerenciamento de áreas contaminadas devem
atender claramente os objetivos descritos no Artigo 22 da referida resolução, que consistem
em:
I - eliminar o perigo ou reduzir o risco à saúde humana; II - eliminar ou minimizar os riscos ao meio ambiente; III - evitar danos aos demais bens a proteger; IV – evitar danos ao bem estar público durante a execução de ações para reabilitação; e V - possibilitar o uso declarado ou futuro da área, observando o planejamento de uso e ocupação do solo.
Cada órgão ambiental deve determinar essas ações e procedimentos necessários apoiado
nas etapas básicas de identificação, diagnóstico e intervenção. A identificação é composta
pela Avaliação Preliminar e, quando necessário, Investigação Confirmatória. No diagnóstico
é elaborada a Investigação Detalhada e Avaliação de Risco, caso seja observado
concentrações acima do VI na etapa de identificação. As conclusões obtidas no diagnóstico,
se preciso, vão subsidiar as ações e, a posteriori, o monitoramento, que são parte da etapa
de Intervenção.
Com base nos estudos e procedimentos adotados nestas três etapas básicas, cuja
execução fica a cargo do particular responsável, o órgão ambiental competente declarará
a área conforme uma classificação determinada. Essa classificação pode ser alterada ao
passo que as etapas subsequentes do gerenciamento ambiental são apresentadas ao
órgão. A área de interesse ambiental pode ser declarada como:
● Área Suspeita de Contaminação (AS): aquela em que, após a realização de uma
Avaliação Preliminar, são identificados indícios de contaminação ou de condições
que possam representar perigo;
● Área Contaminada sob Investigação (AI): aquela em que, mediante a
Investigação Confirmatória, seja comprovada concentração de ao menos uma
substância química, no solo ou água subterrânea, acima do seu VI.
● Área Contaminada sob Intervenção (ACI): aquela em que seja comprovada a
existência de risco à saúde humana, mediante a realização de Investigação
Detalhada e Avaliação de Risco, ou ocorrência de produto imiscível na água,
denominado na normativa como fase livre;
13
● Área em Processo de Monitoramento para Reabilitação (AMR): aquela em que
seja comprovado risco em níveis toleráveis, após a elaboração da Avaliação de
Risco. Confirmado tal fato, o órgão ambiental determinará um período para que
sejam monitoradas as concentrações das substâncias químicas de interesse (SQIs).
● Área Reabilitada para Uso Declarado (AR): aquela em que, após o período de
monitoramento definido pelo órgão ambiental, se confirme a eliminação ou a
redução do risco a níveis toleráveis.
Diante deste cenário, a Resolução incumbe ao Poder Público a obrigatoriedade de
desenvolver instrumentos, de fácil compreensão e adequados à população, para dar ciência
aos riscos existentes, principalmente a grupos social e ambientalmente vulneráveis.
3.1.3. Legislações Estaduais
Assim como a União, os Estados também possuem dispositivos legais para o
gerenciamento de áreas contaminadas. A seguir, serão apresentadas Leis, Resoluções,
Decretos, Normas e Instruções Técnicas e Decisões de Diretoria dos estados do Rio de
Janeiro e de São Paulo, uma vez que os documentos elaborados por este último,
principalmente através da CETESB, serviram de base para muitos regulamentos de esfera
nacional.
3.1.3.1. Rio de Janeiro
Lei nº 3.467/2000:
A Lei em questão dispõe sobre as sanções administrativas derivadas de condutas lesivas
ao meio ambiente no estado do Rio de Janeiro. É semelhante à Lei nº 9.605/1998, de âmbito
nacional, no que diz respeito à aplicação de punições administrativas, restritivas de direito.
Segundo a Lei Estadual, as infrações poderão ser punidas com advertência, multas,
apreensão, embargo de obra, suspensão de atividades (parcial ou total), entre outras.
Ainda, a Lei esclarece como se dará a imposição e gradação da sanção, o processo
administrativo penal e a comunicação dos atos. Assim como a Lei de Crimes Ambientais,
lista quais são os crimes contra a fauna, flora e relativos à poluição em geral, bem como
suas respectivas punições.
14
Decreto nº 42.159/2009:
O Decreto nº 42.159, de dezembro de 2009, dispõe sobre o Sistema de Licenciamento
Ambiental (SLAM). Apesar de inicialmente aparentar não ser aplicável ao gerenciamento
de áreas contaminadas, o Decreto apresenta instrumentos e definições que são pertinentes
e até imprescindíveis para a temática. Ao estabelecer os empreendimentos que estão
sujeitos ao licenciamento ambiental, o Decreto também fixa quais licenças devem ser
requeridas em cada etapa de sua vida útil. Dessa forma, determina também as licenças
necessárias para que possam ser realizadas ações de intervenção para remediação de
uma área contaminada.
No artigo 2º, inciso V, é definido cada tipo de licença ambiental existente no Estado do Rio
de Janeiro. As licenças pertinentes ao gerenciamento de áreas contaminadas são
destacadas abaixo.
● Licença Ambiental de Recuperação - LAR: ato administrativo mediante o qual o
órgão ambiental aprova a remediação, recuperação, descontaminação ou
eliminação de passivo ambiental existente, na medida do possível e de acordo com
os padrões técnicos exigíveis, em especial aqueles em empreendimentos ou
atividades fechados, desativados ou abandonados. Ou seja, esta licença é
concedida quando se propõe ações de intervenção em uma área onde tenha sido
evidenciada contaminação ambiental, podendo esta ter sido gerada por atividades
já desativadas, caracterizando uma área de brownfield.
● Licença de Operação e Recuperação - LOR: ato administrativo mediante o qual o
órgão ambiental autoriza a operação da atividade ou empreendimento concomitante
à recuperação ambiental de passivo existente em sua área, caso não haja risco à
saúde da população e dos trabalhadores.
Além das Licenças supracitadas, outro instrumento listado pelo Decreto é o Termo de
Encerramento (TE). O Termo de Encerramento é requerido após o término das ações de
intervenção e finalização do gerenciamento da área contaminada, e consiste em um ato
administrativo mediante o qual o órgão ambiental atesta a inexistência de passivo ambiental
que represente risco ao ambiente ou à saúde da população, quando do encerramento de
determinada atividade ou após a conclusão do procedimento de recuperação mediante
LAR, estabelecendo as restrições de uso da área.
15
Resolução CONEMA nº 44/2012:
A referida resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente dispõe sobre a
obrigatoriedade da identificação de eventual contaminação ambiental do meio subterrâneo
por agentes químicos no procedimento de licenciamento ambiental realizado no estado do
Rio de Janeiro. Para sua elaboração foi considerada a necessidade do controle,
recuperação e reabilitação de áreas contaminadas, visando garantir as funções sociais,
econômicas e ambientais das mesmas e a eliminação de risco à saúde pública e ambiental
associados a elas.
Para as atividades que se sujeitam ao licenciamento, é obrigatória a apresentação da
Avaliação Preliminar nos moldes da norma ABNT 15.515-1: Passivo ambiental em solo e
água - Avaliação Preliminar e, caso necessário, de Relatório de Investigação Confirmatória.
Na hipótese em que não for possível ou aplicável determinar a eventual contaminação
ambiental do meio subterrâneo das atividades é exigido um documento com justificativa
técnica assinada por profissional habilitado.
No parágrafo único do artigo 7º, a Resolução determina a adoção de padrões de referência
de outros cinco órgãos para substâncias químicas que não sejam contempladas na
resolução CONAMA 420. Essas instituições podem ser nacionais, como a Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), ou estrangeiras, como a Agência de
Proteção Ambiental Americana (USEPA), referência no assunto.
No caso em que seja verificada a presença de risco à saúde humana, justificada
principalmente pela presença de fase livre no meio subterrâneo, faz-se necessário a
comunicação imediata aos órgãos ambientais e de saúde responsáveis e a adoção de
ações emergenciais que o eliminem. As medidas adotadas são nomeadas no documento
de Ações de Intervenção Emergenciais (AIE) que compreendem, por exemplo, a interdição
de edificações, a proibição de escavações e acesso à área, entre outras providências.
Decreto nº 46.890/2019:
O Decreto nº 46.890, de dezembro de 2019, dispõe sobre o Sistema Estadual de
Licenciamento Ambiental e demais Procedimentos de Controle Ambiental – SELCA. Sua
redação é semelhante à do Decreto nº 42.159/2009, e, por isso, apresenta também as
licenças e documentos necessários para um completo gerenciamento de uma área
contaminada, sendo estes a LAR, LOR e TE, conforme mencionado anteriormente. Apesar
de trazer algumas alterações textuais nas definições destes documentos, seus objetivos e
condições de validade não foram modificados.
16
3.1.3.2. São Paulo
Lei nº 13.577/2009:
A Lei em questão dispõe sobre as diretrizes e procedimentos necessários à proteção da
qualidade do solo e gerenciamento de áreas contaminadas no Estado de São Paulo. Ela foi
regulamentada pelo Decreto nº 59.263, de 5 de junho de 2013, e seu objetivo principal
consiste em garantir o uso sustentável do solo, prevenindo sua contaminação e alterações
de suas características funcionais. Para isso, estabelece procedimentos para identificação
de áreas contaminadas e prevê a remediação destas e das águas subterrâneas por elas
afetadas, além de incentivar a reutilização da área.
Na Lei ainda são listados instrumentos para o gerenciamento de áreas contaminadas, e
destes destaca-se o Cadastro de Áreas Contaminadas. Apesar de ter sido sancionada em
2009, o estado de São Paulo havia publicado já em 2002 a primeira versão do seu Cadastro
de Áreas Contaminadas, conforme apresentado no item 3.1.1. Este documento é
constituído de informações detalhadas sobre os empreendimentos e atividades
potencialmente poluidoras que ocupam ou ocuparam a área de interesse, além de
informações sobre áreas com suspeita de estarem contaminadas.
Em complementaridade à Resolução CONAMA nº 420, a Lei define também algumas
nomenclaturas para classificação das áreas. Destas, destaca-se a classificação de Área
com Potencial de Contaminação (AP), que consiste em uma área ou instalação onde são
ou foram realizadas atividades que, por conta de suas características produtivas, podem
acumular quantidades ou concentrações de substâncias em condições que a tornem
contaminada.
No artigo 13, a Lei nº 13.577 estabelece os responsáveis legais pela prevenção,
identificação e remediação de uma área contaminada, sendo eles: “I - o causador da
contaminação e seus sucessores; II - o proprietário da área; III - o superficiário; IV - o
detentor da posse efetiva; V - quem dela se beneficiar direta ou indiretamente”. É definido
que tais responsáveis legais devem comunicar imediatamente os órgãos ambientais caso
seja constatado perigo à vida ou à saúde da população provenientes da contaminação. São
considerados perigos à vida ou à saúde da população incêndios, explosões e até mesmo
“migração de gases voláteis para ambientes confinados e semiconfinados, cujas
concentrações excedam os valores estabelecidos em regulamento”.
Para identificação e posterior gerenciamento da área contaminada, a Lei Estadual prevê a
realização dos estudos de Avaliação Preliminar, Investigação Confirmatória, Investigação
Detalhada e Avaliação de Risco. Ressalta-se que o artigo 47 da referida Lei afirma que é
17
necessário apresentação de estudos de passivo ambiental, conforme os listados
anteriormente, para o licenciamento de empreendimentos em áreas que abrigaram
previamente atividades com potencial de contaminação ou que são suspeitas de estarem
contaminadas.
Decisão de Diretoria nº 256/2016/E - CETESB:
A Decisão de Diretoria nº 256/2016/E apresenta os valores orientadores para solos e águas
subterrâneas mais atualizados para o Estado de São Paulo. Apesar de a Decisão ser
referente ao estado paulista, os valores orientadores estabelecidos são amplamente
utilizados no Rio de Janeiro para o gerenciamento de áreas contaminadas. Este fato é
justificado por conta da proximidade dos dois estados, que apresentam características
litológicas semelhantes, podendo, em muitos casos, serem aplicados os mesmos valores
orientadores. Ademais, a supracitada Decisão de Diretoria é do ano de 2016, enquanto que
a Resolução CONAMA nº 420, de âmbito nacional, é de 2009. Dessa forma, a primeira
apresenta valores mais atuais e também mais representativos para a região sudeste do
país, tendo em vista a grande diversidade de características litológicas que o território
brasileiro apresenta. Ressalta-se ainda que o estado do Rio de Janeiro não possui seus
valores orientadores definidos, o que acarreta na utilização daqueles estabelecidos pela
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).
Decisão de Diretoria nº 038/2017/C - CETESB:
A Decisão de Diretoria nº 038 constitui regulamento primordial para o gerenciamento de
áreas contaminadas em São Paulo, uma vez que aprova a revisão do “Procedimento para
o Gerenciamento de Áreas Contaminadas”, presente no Anexo 2, e estabelece o
documento “Diretrizes para o Gerenciamento de Áreas Contaminadas no Âmbito do
Licenciamento Ambiental”, apresentado no Anexo 3. No primeiro, são descritas as etapas
do gerenciamento de áreas contaminadas, que vão desde a identificação até o processo
de reabilitação, bem como as metodologias empregadas. No segundo, é ressaltada a
necessidade de execução de estudos de passivo para emissão de licenças em áreas
ocupadas previamente por empreendimentos potencialmente poluidores, corroborando
com o disposto na Lei nº 13.577/2009 e no Decreto nº 59.263/2013.
Além dos regulamentos listados acima, o Governo do Estado de São Paulo, a Secretaria
de Estado do Meio Ambiente e a CETESB, em cooperação técnica com o instituto alemão
Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit (GTZ), desenvolveram o Manual
18
de Gerenciamento de Áreas Contaminadas, cuja última atualização disponibilizada ocorreu
em 2001. Tal documento, assim como os demais supracitados, tem como intuito instruir,
padronizar e facilitar o entendimento sobre os procedimentos necessários para o
gerenciamento de áreas contaminadas.
3.1.4. Normativas
3.1.4.1. NBR 15.515
Baseada na norma de gestão de áreas contaminadas elaborada pelo órgão americano
American Society for Testing and Materials (ASTM), a norma ABNT NBR 15515: Passivo
ambiental em solo e água subterrânea estabelece os procedimentos mínimos a serem
realizados nos estudos de Avaliação Preliminar, Investigação Confirmatória e Investigação
Detalhada, que constituem instrumentos necessários à avaliação de eventual
contaminação ambiental do solo e da água subterrânea.
Publicada em 2007 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com última
revisão em 2011, o documento traz um fluxograma onde são apresentadas as etapas de
avaliação do passivo, conforme a Figura 2. Cada um dos estudos ambientais apresentados
é detalhado em uma das 3 partes em que se subdivide a norma. As referidas partes serão
descritas sucintamente nos itens seguintes.
19
Figura 2: Fluxograma das etapas de avaliação do passivo. Fonte: ABNT NBR 15515-1 (2011).
20
ABNT NBR 15515-1: Avaliação Preliminar
A norma estabelece os procedimentos mínimos para a execução da avaliação preliminar,
de forma a possibilitar a identificação de possível contaminação ambiental do meio
subterrâneo.
A avaliação preliminar consiste na primeira etapa a ser realizada durante o procedimento
de Gerenciamento de Áreas Contaminadas. Portanto, tem por objetivo elencar indícios de
contaminação no solo e água subterrânea por intermédio de uma análise de informações
obtidas através de minucioso trabalho. Sua elaboração é imprescindível para a execução
eficiente das etapas seguintes da avaliação de passivos ambientais.
O levantamento das informações necessárias ao diagnóstico inicial deve ser feito por meio
da coleta de dados existentes e da inspeção de reconhecimento da área, conforme
demonstra a Figura 3.
Figura 3: Informações necessárias para o diagnóstico ambiental inicial. Fonte: ABNT NBR 15515-1 (2011).
A coleta de dados existentes passa pela realização do estudo histórico da área, que permite
o reconhecimento de atividades executadas, de substâncias químicas utilizadas, da
localização das áreas potenciais e da ocupação do entorno, atual e pretérita. As imagens
aéreas multitemporais constituem instrumentos importantes para realizar essas
identificações. A fim de compreender como se dá o transporte de possíveis contaminantes
na área, a norma descreve a necessidade da caracterização do meio físico, através de
informações geológicas, hidrogeológicas, hidrológicas, geomorfológicas e meteorológicas.
21
O levantamento de tais informações é também utilizado para identificação de bens que
devem ser tutelados.
A coleta de dados servirá como base para elaboração de um guia a ser utilizado na
inspeção da área. Nesta etapa, o profissional responsável deverá vistoriar a área a ser
licenciada, priorizando entrevistar pessoas que contenham informações do local, como
proprietários, funcionários do empreendimento e moradores do entorno. Perguntas sobre
acidentes ocorridos na área e reclamações da população são exemplos de
questionamentos relevantes a serem feitos.
As informações levantadas devem ser descritas na ficha técnica disponibilizada no Anexo
B da referente norma. Seu preenchimento permite definir o resultado da avaliação
preliminar. Para tanto, a ficha é composta por várias perguntas relacionadas aos seguintes
aspectos:
● Informações cadastrais;
● Dados relativos à natureza e características da fonte de contaminação;
● Dados relativos à existência dos bens a proteger localizados na área e adjacências;
● Dados indicativos da forma de propagação dos contaminantes;
● Dados indicativos da possibilidade dos contaminantes atingirem bens a proteger;
● Informações sobre as ações adotadas em relação à avaliação e remediação da
área.
A síntese dos dados obtidos na vistoria da área e através das pesquisas realizadas será
apresentada no Modelo Conceitual, que pode ser representado através de uma tabela ou
em um croqui esquemático da área. Seu escopo deve conter informações acerca das fontes
potenciais de contaminação identificadas, como equipamentos e área de manutenção, os
possíveis mecanismos de liberação de contaminantes, como por meio de vazamentos ou
acidentes, as vias de transporte dos contaminantes no meio, por exemplo, a volatização de
vapores do meio subterrâneo e o transporte pela água subterrânea e, por fim, os receptores
da contaminação e bens a proteger, como trabalhadores locais, moradores e corpos
hídricos próximos (ABNT, 2011).
Conjuntamente, o modelo conceitual apresenta a classificação das áreas elencadas na
avaliação preliminar, que podem ser:
● Área com potencial de contaminação (AP): área onde são/foram desenvolvidas
atividades que apresentem/apresentaram, por suas características, potencial de
contaminação ambiental.
22
● Área suspeita de contaminação (AS): área que apresentou indício de
contaminação ambiental identificada na avaliação preliminar.
● Área contaminada (AC): área onde análises químicas de estudos anteriores a
avaliação preliminar indicaram concentrações de substâncias químicas acima dos
valores preconizados pelos órgãos ambientais, representando risco ambiental ou à
saúde humana.
● Área sem potencial de contaminação: nesse caso o técnico responsável deve
fundamentar por escrito porque considera inexistente o potencial de contaminação
ambiental da área.
Este modelo conceitual inicial é subsidiário à execução das ações a serem realizadas na
Investigação Confirmatória e Detalhada, quando necessárias. Os resultados obtidos ao fim
de cada um destes estudos permitirão a atualização do Modelo Conceitual.
ABNT NBR 15515-2: Investigação Confirmatória
Verificada a existência de ao menos uma área classificada como AP, AS ou AC na avaliação
preliminar, faz-se necessário o desenvolvimento de uma investigação confirmatória, nos
moldes desta parte da referida norma técnica, para atestar a existência ou não da
contaminação ambiental na área estudada.
Em determinadas áreas, principalmente aquelas onde são verificados indícios ou suspeitas
de contaminação, são feitas coletas de amostras de solo e/ou de água subterrânea para a
realização de análises laboratoriais para as substâncias químicas de interesse. Embora não
seja típico, em certas situações podem ser amostrados outros componentes, como gases
do solo e água superficial. A execução dessas atividades deve seguir um plano de
amostragem específico para o caso concreto.
O plano de amostragem deve ser elaborado com base no modelo conceitual inicial, definido
no estudo de avaliação preliminar, ou em um modelo refinado, quando o modelo conceitual
inicial se apresentar insuficiente para a determinação de um cenário hipotético da
disposição espacial da contaminação. Um modelo mais acurado pode ser obtido através de
busca de informações adicionais, aplicação de métodos geofísicos e técnicas analíticas de
resposta rápida (real time). A norma apresenta as principais técnicas e métodos utilizados
para o refinamento dos dados, permitindo também a adoção de outras não listadas.
23
O plano deve ser feito considerando ainda outras normas que estabelecem métodos e
procedimentos necessários à execução das atividades de investigação confirmatória,
como:
● ABNT NBR 15492:2007: Sondagem de reconhecimento para fins de qualidade
ambiental - Procedimento;
● ABNT 15495-1:2007: Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aquíferos
granulados - Parte 1: Projeto e construção;
● ABNT 15495-2:2008: Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aquíferos
granulares - Parte 2: Desenvolvimento;
● ABNT 15847:2010: Amostragem de água subterrânea em poços de monitoramento
- Métodos de purga.
Serão descritos detalhadamente, no plano, as matrizes a serem amostradas, a distribuição
dos pontos de amostragem e sua profundidade, a definição das substâncias químicas de
interesse a serem analisadas e do número de campanhas de amostragem.
A distribuição dos pontos deve ser feita com base nas áreas de interesse ambiental
elencadas no modelo conceitual e considerar a possível disposição espacial dos
contaminantes no sentido horizontal e vertical. Em virtude do solo apresentar baixa
mobilidade lateral, suas amostras representativas devem ser coletadas o mais próximo
possível de onde ocorreu a contaminação. Já as amostras de água subterrânea podem ser
coletadas em pontos próximos ou a jusante da contaminação, mas para tanto é necessário
conhecer o sentido e a velocidade do fluxo. A quantidade de pontos de amostragem fica a
critério do profissional habilitado e/ou a procedimentos vigentes, sendo exigido apenas que
seja suficiente para avaliar todas as fontes suspeitas e áreas potencialmente contaminadas,
bem como, de forma geral, a existência ou ausência de contaminação na área de estudo.
Com base nas características da fonte, dos contaminantes e do meio físico são
determinadas as profundidades onde há a maior probabilidade de ocorrência destes
contaminantes, onde deverá ocorrer a amostragem. É comum a utilização de técnicas de
resposta rápida simultaneamente à coleta, como o PID (photoionization detector), que
utiliza a detecção por fotoionização para a leitura de gases. A resposta destas técnicas
funciona como indicador para reconhecer as profundidades que apresentam maior grau de
contaminação.
Após coletadas, as amostras deverão ser enviadas para um laboratório que,
preferencialmente, atenda aos requisitos contidos na norma ABNT NBR ISO/IEC 17025 ou
24
esteja em concordância com as exigências estabelecidas pelos órgãos ambientais
competentes. As amostras serão submetidas a análises laboratoriais para determinação
das concentrações das SQIs. Estas substâncias são definidas através das características
químicas dos possíveis contaminantes, identificados na avaliação preliminar. Diante da
presença de vários contaminantes, deve ser dada prioridade àqueles com maior
probabilidade de ocorrência, seguido daqueles que possuem maior toxicidade ou maior
potencial de causar danos aos bens tutelados.
Com relação ao número de campanhas, via de regra, na investigação confirmatória, é
realizada apenas uma campanha de amostragem, salvo quando é preciso confirmar ou
complementá-la.
As análises químicas devem ser interpretadas por meio de sua comparação com os valores
orientadores definidos pelo órgão ambiental competente ou pelo CONAMA. O resultado
comparativo determinará a classificação da área, conforme também estabelecido pelo
órgão ambiental. Sendo confirmada a contaminação da área, deve ser elaborado um plano
de ações em consonância com os resultados e de acordo com legislação específica. Caso
contrário, devem ser recomendadas ações específicas, como o monitoramento da área. Se
constatado risco ou perigo iminente aos receptores locais ou outros bens a proteger, deverá
o órgão ambiental ser comunicado e serem adotadas ações de caráter emergencial.
As informações obtidas na execução da investigação confirmatória serão utilizadas para
atualizar e complementar o modelo conceitual elaborado na avaliação preliminar.
ABNT NBR 15515-3: Investigação Detalhada
Confirmando-se a contaminação do solo e/ou da água subterrânea, com base nos estudos
de avaliação preliminar e investigação confirmatória, deve-se realizar a investigação
detalhada, última etapa dos procedimentos adotados na norma ABNT NBR 15515. É
também indispensável a elaboração de uma avaliação de risco à saúde humana, mas esta
possui uma norma técnica específica que será abordada adiante.
O levantamento das informações dos estudos anteriores é de suma importância para a
elaboração da investigação detalhada. Juntamente com o modelo conceitual atualizado na
investigação confirmatória, a consolidação dos elementos informativos é pilar para traçar
um plano de trabalho eficiente. Um plano de trabalho alinhado com o cenário de estudo
permite atingir os principais objetivos da investigação. Destacam-se entre eles a definição
da dinâmica de transporte, a fim de possibilitar a previsão do comportamento da
contaminação, a identificação das vias de exposição e dos receptores e a concepção de
25
um novo plano de ação. Ressalta-se que é possível executar a investigação detalhada junto
às eventuais ações emergenciais necessárias, uma vez que a execução em conjunto não
traz prejuízo ao caso.
Em relação ao seu escopo, a investigação detalhada deve caracterizar o entorno do
empreendimento, a geologia e hidrogeologia local e, caso seja oportuno, a vegetação e a
biota. A caracterização da circunvizinhança propicia a identificação de receptores e de
poços de abastecimento ou rebaixamento que podem vir a ser afetados pela contaminação
da área. Outro fator importante para o gerenciamento é o reconhecimento de possíveis
áreas contaminadas nas proximidades, que podem influenciar ou ser influenciadas pela
contaminação verificada na área de estudo. As informações a respeito da circunvizinhança
devem ser apresentadas em formato explicativo e ilustrativo.
A geologia será especificada por ensaios padronizados, análises laboratoriais de amostras
e descrição de sondagens. Não é obrigatório realizar novas sondagens nessa etapa. A
descrição pode ser feita com base naquelas executadas na investigação confirmatória.
Embora a norma não exija a execução de novas sondagens, é obrigatória a instalação de
novos poços de monitoramento para a caracterização hidrogeológica. O levantamento
topográfico junto à medição do nível d’água dos poços determina a direção preferencial do
fluxo de água subterrânea. A velocidade do fluxo será estimada através do ensaio de
condutividade hidráulica. A caracterização geológica e hidrogeológica da área proporciona
uma maior compreensão do comportamento do contaminante no meio subterrâneo.
Tratando-se do mapeamento da contaminação, é necessário realizá-lo em duas zonas:
saturada e não saturada. A norma define como zona saturada aquela que se situa abaixo
do nível de água subterrânea superficial. Já a zona não saturada é aquela localizada entre
a superfície do terreno e o nível de água subterrânea superficial. A Figura 4 ilustra as zonas
descritas.
26
Figura 4: Identificação das zonas saturada e insaturada. Fonte: Elaboração própria, como auxílio do Paint 3D.
Investigar a zona não saturada tem dois principais objetivos. O primeiro consiste na
delimitação da contaminação adsorvida identificada na investigação confirmatória. A
definição do limite horizontal e vertical da zona contaminada do solo é dada pela metade
da distância entre a amostragem que apresentou concentração da SQI acima do VI e outra
amostragem com concentração abaixo do VI para a mesma substância. Já o segundo
objetivo refere-se à hipótese de identificação de concentrações acima do VI apenas para a
água subterrânea na investigação confirmatória. Nesse caso é também necessário
amostrar o solo na zona não saturada, pois é preciso reduzir as incertezas acerca da fonte
de contaminação investigada.
O mapeamento da zona saturada é feito para delimitar a pluma de contaminação de fase
dissolvida (aquela que se apresenta na água subterrânea), realizada por meio das
amostragens coletadas nos poços de monitoramento ou multiníveis instalados. A
delimitação horizontal segue os mesmos critérios estabelecidos para a zona não saturada.
A delimitação vertical é estabelecida através da instalação de poços com captação em
diferentes profundidades e com seções curtas, nas profundidades alvo da investigação.
Desta forma, é possível definir a espessura da contaminação local. Com base nestas
delimitações são estimados posteriormente o volume de solo e água subterrânea
contaminados. A Figura 5 ilustra o perfil de um conjunto de poços multiníveis.
Zona insaturada
Zona saturada
27
Figura 5: Perfil construtivo de poços multiníveis. Fonte: Página da AMBISOLO Sondagens e Perfurações1.
A execução da investigação detalhada deve considerar a possibilidade de ocorrência de
fase livre, a qual também deve ser delimitada. Para que a identificação e delimitação seja
realizada de maneira eficiente, é necessário conhecer a densidade relativa da fase livre em
relação à água, pois cada uma demanda procedimentos diferentes para a instalação dos
poços de monitoramento. Constatada fase livre menos densa, intitulada como LNAPL -
Light Non Aqueous Phase Liquid, é exigido que a seção filtrante dos poços seja instalada
de forma a contemplar o limite entre a zona saturada e não saturada. Já para o caso da
fase livre mais densa, DNAPL - Dense Non Aqueous Phase Liquid, a seção filtrante deve
ser posicionada na base da sondagem.
As informações obtidas nesta etapa de investigação devem fundamentar o aprimoramento
do modelo conceitual elaborado na investigação confirmatória, gerando uma nova versão
mais completa, para que este embase as etapas seguintes do gerenciamento ambiental.
1 Disponível em: < http://www.ambisolo.com.br/moni01.htm>. Acesso em: 24 dez. 2019.
28
3.1.4.2. NBR 16.209:2013
Baseada no método desenvolvido pela EPA, esta norma estabelece procedimentos para
realizar avaliação de risco à saúde humana aplicada ao gerenciamento ambiental de áreas
contaminadas. Desta forma, a avaliação de risco objetiva desenvolver um modelo
conceitual de exposição (MCE) específico para a área estudada, a partir da definição dos
cenários de exposição e da quantificação do risco para cada uma das SQIs.
O risco à saúde humana associado a áreas contaminadas é definido pela norma como:
[...] probabilidade de ocorrência de câncer em um determinado receptor exposto a contaminantes presentes em uma área contaminada ou possibilidade de ocorrência de outros efeitos adversos à saúde decorrentes da exposição a substâncias não carcinogênicas (ABNT, 2013).
Desta maneira, considera-se dois tipos de risco: carcinogênico e não carcinogênico, esse
também nomeado de risco toxicológico.
A primeira etapa para avaliar o risco consiste na coleta, avaliação e validação de dados.
Para tanto, é exigido que a avaliação preliminar, investigação confirmatória e investigação
detalhada tenham sido desenvolvidas, uma vez que estas etapas de gerenciamento
ambiental fornecem informações ambientais relevantes que irão subsidiar a referida
avaliação. Os dados de maior relevância são os resultados das análises químicas dos
componentes do meio físico amostrados, assim como suas características físico-químicas,
a persistência das SQIs e as características de uso e ocupação do solo na área estudada.
Cada uma destas informações deve ser consolidada através de métodos diferentes. As
metodologias adotadas visam ratificar que as informações coletadas tenham sido
realizadas seguindo os procedimentos indicados, certificando assim que estas sejam
confiáveis para embasar as próximas etapas do estudo.
Com base nos dados validados, é realizada a etapa de avaliação de exposição, com o
objetivo de avaliar o tipo, a magnitude e a frequência da exposição humana às SQIs. Esta
avaliação considera um evento atual e/ou futuro de exposição, que pode ter durabilidade
de tempo variada. A exposição pode ser direta, quando o receptor tem contato com a fonte
primária de contaminação ou com o elemento do meio físico contaminado (solo ou água
subterrânea); ou indireto, quando as SQIs chegam ao receptor através de componentes
(vapores e partículas) emanados de elementos físicos contaminados.
A avaliação de exposição é composta pela caracterização dos cenários de exposição e a
quantificação do ingresso da SQI. Caracterizar os cenários significa definir todas as formas
com que a contaminação pode deslocar-se e atingir os potenciais receptores. Cada cenário
deve contemplar um mecanismo de liberação, uma SQI, um ponto de exposição e uma via
29
de ingresso. O ponto de exposição (PDE) é entendido como o local onde o receptor pode
entrar em contato com a SQI originária da área-fonte de contaminação, enquanto a via de
ingresso é o modo como a substância entra em contato com o organismo do receptor
exposto.
A definição de quais elementos do meio físico podem ser afetados e dos mecanismos de
liberação passa pela caracterização da área contaminada e de sua fonte originária,
realizada nos estudos definidos na norma ABNT NBR 15515. Estas informações, que foram
anteriormente convalidadas, propiciam avaliar o tipo e duração da exposição.
Em relação às SQIs, estas são selecionadas por critério de significância considerando o
risco associado a elas. Entre as substâncias que ultrapassarem os valores orientadores
aplicáveis, são selecionadas aquelas que estão presentes em algum cenário de exposição
considerado e possuem dados toxicológicos e físico-químicos validados cientificamente e
disponíveis. Ainda é necessário que atendam um critério matemático, apresentado no item
4.2.1.2.2. da norma, que considera a proporção entre o risco associado a uma dada
substância em um meio físico e o seu risco total. Estas diretrizes não são usualmente
aplicadas, pois as metodologias atuais de avaliação de risco contam com bancos de dados
que contemplam informações e aspectos de diversas substâncias químicas, tornando a
avaliação mais prática.
A identificação dos potenciais receptores deve considerar principalmente os indivíduos
expostos no presente e aqueles que eventualmente podem ser expostos no futuro. Esta
identificação é feita com base no perfil de ocupação da área estudada e do entorno e de
futuros empreendimentos que se pretenda construir. Desta maneira, os receptores são
classificados como residenciais, recreacionais, eventuais, trabalhadores industriais ou
comerciais e trabalhadores da construção civil. Ainda, é necessário levantar características
mais específicas dos receptores identificados, como hábitos e dados demográficos e
exposicionais, que podem ser efetuados por meio de uma análise local ou bibliográfica.
Para cada elemento do meio físico contaminado ou potencialmente afetado deve-se
identificar os possíveis PDEs existentes na área, conforme os listados abaixo:
● Água subterrânea: se houver utilização de poços ou nascentes utilizadas para
abastecimento público ou privado, coletivo ou individual ou para recreação;
● Solo: se houver contato com as SQIs adsorvidas no solo;
● Água superficial: se for utilizada para abastecimento público ou privado, coletivo ou
individual, para recreação ou pesca;
● Sedimentos: se houver contato com as SQIs presentes nos sedimentos;
30
● Ar: se houver possibilidade de exposição do receptor aos vapores em ambientes
abertos ou fechados;
● Alimentos: se ocorrer o consumo de alimentos cultivados na área de interesse.
Conhecendo a localização das plumas e dos PDEs deve-se determinar a trajetória realizada
pela SQI de um ponto a outro, chamada de caminho da exposição. São considerados
caminhos da exposição a “emissão de partículas a partir do solo superficial, lixiviação do
solo para a água subterrânea, transporte em meio saturado de água subterrânea
contaminada, transporte em meio não saturado de vapores a partir do solo subsuperficial e
da água subterrânea e o transporte de contaminação do solo para o alimento”. Para todos
os caminhos de exposição observados no cenário de estudo devem-se definir as vias de
ingresso possíveis. O contaminante pode ingressar no organismo via:
● ingestão de solo, água subterrânea ou superficial e alimento contaminados;
● contato dérmico com solo, água subterrânea ou superficial contaminados;
● inalação de vapores provenientes do solo, da água subterrânea ou superficial
contaminados.
Todas os parâmetros acima mencionados devem estar presentes e definidos para que se
considere que um cenário de exposição seja completo. A ausência de um ou mais
elementos exclui o cenário da avaliação de risco. Elabora-se para a área estudada um
Modelo Conceitual de Exposição (MCE), que representa de forma simplificada todas as
informações significativas levantadas a respeito de todos os cenários de exposição
completos. O MCE contempla os receptores, as fontes de contaminação, os PDEs, os
caminhos de exposição e as vias de ingresso. A Figura 6 apresenta um MCE exemplificativo
dado pela norma.
31
Figura 6: Modelo Conceitual de Exposição. Fonte: ABNT NBR 16209 (2013).
Por fim, para cada cenário de exposição completo exibido no MCE, é fundamental a
determinação das concentrações das SQIs que ocorrem nos PDEs, ou seja, a quantificação
da concentração que chega até o receptor. Tal concentração é estimada a partir da
distância entre o PDE e a pluma de contaminação, através dos resultados laboratoriais
obtidos em estudos anteriores ou de modelos matemáticos de transporte de contaminantes.
Concluída a caracterização dos cenários de exposição, é realizada a última etapa da
avaliação de exposição, a quantificação do ingresso. Considerando que uma SQI tenha
adentrado no organismo do receptor por uma das vias mencionadas anteriormente, a
quantificação do ingresso trata da relação entre a SQI que está em contato direto com um
órgão humano e aquela que poderá ser absorvida por ele. A norma apresenta as equações
aplicáveis a essa quantificação para todas as vias de ingresso possíveis. Destaca-se que
as atuais metodologias disponíveis para a avaliação de risco, em especial as Planilhas para
Avaliação de Risco da CETESB, realizam automaticamente a quantificação do ingresso a
partir do input das informações necessárias para seu cálculo.
De posse de todos os parâmetros identificados e informações toxicológicas das SQIs, é
quantificado o risco à saúde humana. A quantificação deve ser feita para cada SQI,
considerando seus efeitos carcinogênicos e toxicológicos, bem como para os caminhos de
exposição identificados no MCE. O risco quantificado deve ser comparado com os níveis
de risco aceitáveis definidos pelo órgão ambiental responsável.
Os softwares utilizados para a avaliação de risco, como o RBCA e as planilhas da CETESB,
realizam a quantificação e comparação do risco. A resposta desses métodos é a
32
determinação das concentrações máximas aceitáveis (CMAs) para cada cenário de
exposição. A CMA é definida como a concentração máxima de uma SQI que não apresenta
risco à saúde humana superior ao aceitável. Desta forma, verifica-se o risco através da
comparação entre a concentração no PDE e a CMA de um cenário de exposição específico.
Caso a concentração no PDE seja superior à CMA é então verificado risco à saúde humana
acima do tolerável para o cenário correspondente. Tal fato implica na necessidade de
adoção de ações de intervenção na área investigada, com o intuito de eliminar ou reduzir o
risco ao aceitável pelo órgão ambiental.
3.2. Organoclorados
Organoclorados são compostos orgânicos derivados de hidrocarbonetos, formados a partir
da substituição de um ou mais átomos de hidrogênio pelo halogênio cloro. Caracterizam-se
por líquidos incolores, mais densos e pouco miscíveis, se comparados com a água, e
possuem alto poder de solubilidade de substâncias orgânicas. Por serem mais densos que
a água, são caracterizados como DNAPLs (Dense Non Aqueous Phase Liquid) e têm a
característica de se acumularem em aquíferos profundos (NICKOL & PARTNER, 2008),
conforme ilustrado na Figura 7.
Figura 7: Ilustração da contaminação por DNAPLs. Fonte: USEPA (2015).
33
Dentre o grupo dos organoclorados, destacam-se os solventes clorados, que são aplicados
para dissolução de diversas substâncias, principalmente orgânicas. Os solventes clorados
vêm sendo utilizados pelo setor industrial desde a década de 1920, devido à sua grande
aplicabilidade para a produção de refrigerantes ou como desengraxantes de superfícies
metálicas e desengordurantes. Possuem propriedades favoráveis ao seu manuseio, como
baixa inflamabilidade e elevado grau de volatização. Entretanto, também apresentam alta
capacidade de difusão de vapor e líquido, podendo acarretar em severos problemas de
contaminação ambiental, e possuem toxicidade considerável, causando complicações no
que diz respeito à segurança do trabalho. Além disso, devido às suas características de
propagação no solo, uma pequena quantidade da substância já é suficiente para
contaminar extensas e profundas áreas (NICKOL & PARTNER, 2008).
Muitos dos solventes clorados possuem facilidade para passar do estado líquido para o
estado gasoso, sendo classificadas como voláteis. Esta característica, quando se trata da
contaminação de uma área, pode ser determinante ou não para a existência de risco à
saúde humana, já que esses gases podem ser inalados e, consequentemente, provocar
danos à saúde, se em concentrações superiores às máximas aceitáveis. A Tabela 1 abaixo
lista algumas substâncias do grupo dos solventes clorados voláteis e suas principais
características.
Substância química
Fórmula molecular
Abreviação Densidade do líquido
Estado físico
Pressão de vapor (mm Hg)
1,2 - Dicloroeteno (cis e trans)
C2H2Cl2 1,2-DCE 1,27(1) Líquido 200 (cis)(2)
400 (trans)(3)
Cloreto de vinila C2H3Cl CV 0,969(4) Gasoso 760(4)
Tricoloroeteno C2HCl3 TCE 1,46(5) Líquido 60(5)
Tetracloroeteno C2Cl4 PCE 1,63(5) Líquido 20(6)
(1): a 25 ºC; (2) a 24,6 ºC; (3) a 30,8 ºC; (4) a -13,8 ºC; (5) a 20 ºC; (6) a 26,3 ºC.
Tabela 1: Solventes clorados e suas propriedades físico-químicas. Fonte: CETESB, [20--?].
3.3. Intrusão de Vapores
A intrusão de vapores pode ser definida como a migração de substâncias químicas voláteis,
provenientes do solo subsuperficial ou da água subterrânea contaminados, para o interior
de edificações ou de outras construções presentes na superfície (USEPA, 2002). A intrusão
34
de vapores depende do tipo de contaminante identificado e sua concentração, das
características geológicas e hidrogeológicas do site e das estruturas das edificações.
Em casos mais extremos, estes vapores podem acumular-se no interior de edificações
chegando a concentrações tais que ofereçam riscos iminentes à segurança e saúde, como
risco de explosão ou toxicidade aguda, além de causarem incômodos, devido aos fortes
odores. Entretanto, em geral, as concentrações dos contaminantes voláteis são baixas,
podendo acarretar em problemas crônicos de saúde, em casos de exposição por um longo
período de tempo (USEPA, 2002).
3.4. Amostragem ativa de vapores
Dados os riscos associados à exposição de vapores de contaminantes dispostos no meio
subterrâneo, é imprescindível quantificar suas concentrações para direcionar as medidas a
serem adotadas no gerenciamento ambiental da área. No Brasil, predominam as
metodologias que quantificam as concentrações de vapores indiretamente, através de um
modelo matemático. As Planilhas para Avaliação de Risco da CETESB, também aplicadas
em muitos casos do estado do Rio de Janeiro, estimam as concentrações de intrusão de
vapores através do modelo de Johnson e Ettinger (1992), que considera dados específicos
do solo local, as características físico-químicas das SQIs, a profundidade da fonte de
contaminação e as características construtivas das edificações (NICOLE BRASIL, 2016).
No entanto, por vezes é necessário a utilização de técnicas de amostragem direta, uma vez
que os modelos matemáticos, mesmo com a inserção de características específicas do site,
fazem uso de um número considerável de variáveis e de dados da literatura, não são
precisos o suficiente para quantificar as concentrações de vapores com exatidão, por conta
das incertezas acerca da utilização de tais dados. Desta forma, foram desenvolvidas
metodologias por diversos órgãos, como, por exemplo, a TO-15 e TO-17 elaboradas pela
USEPA, para medição direta dessas concentrações.
A medição direta de vapores engloba a instalação de poços de monitoramento para
amostragem, semelhante aos poços instalados para amostragem de águas subterrâneas
(NICOLE BRASIL, 2016). A amostragem de vapores é dividida em amostragem passiva e
ativa. Na amostragem passiva, utilizam-se dispositivos adsorventes capazes de fixar
vapores ou gases presentes na atmosfera através de processos físicos, como difusão. Já
na amostragem ativa, os gases são encaminhados para os recipientes de coleta a partir de
imposição de diferença de pressão entre o ponto de coleta e a zona vadosa (USEPA, 1997).
35
A amostragem ativa pode ser feita em quatro locais diferentes: no solo, logo abaixo do piso,
no ambiente interno e no ambiente externo de uma edificação, conforme ilustrado na Figura
8. A amostragem de vapor no solo é feita através de um poço de monitoramento de vapores
constituído basicamente de uma mangueira de polietileno com uma pedra porosa na
extremidade inferior. Tal poço é instalado de modo que o fundo esteja localizado na
profundidade do solo em que se deseja coletar a amostra. Já o ambiente interno e externo
são amostrados seguindo a mesma metodologia. A amostra do ar ambiente é coletada via
sucção para o interior de um recipiente adequado. Esta amostragem poderá durar oito
horas contínuas, quando o ambiente estudado é de cunho comercial ou industrial, ou vinte
e quatro horas, se tratando de ambientes de caráter residencial. Já as amostras coletadas
na laje, ou seja, logo abaixo do piso da edificação, bem como os poços de monitoramento
de vapores instalados nesta área, são denominados subslab. A Figura 9 (a e b) apresenta
a imagem de um poço subslab. O método atualmente utilizado para coleta de amostras
desses poços é descrito na TO-15, publicada pela USEPA em janeiro de 1999.
Figura 8: Locais para coleta de vapores. Fonte: Elaboração própria, com auxílio do Paint 3D.
Figura 9: (a) Esquema de poço subslab instalado; (b) Poço subslab. Fonte: (a) GeoBrasil Soluções Ambientais (2017); (b) Acervo das autoras.
(a) (b)
Ar interno Ar externo
36
Método TO-15
O método TO-15 é um dos dispositivos disponíveis na publicação “Compêndio de Métodos
para a Determinação de Compostos Orgânicos Tóxicos no Ar Ambiente”, segunda edição
(EPA/625/R-96/010b), que descreve o passo a passo para coleta e análise, por meio de
cromatografia gasosa e espectrometria de massa, dos compostos orgânicos voláteis
capturados em frascos (Bottle Vacs ou Canisters).
Uma das formas de coleta de amostras de vapores estabelecida pela TO-15 é através dos
Bottle Vacs, que consistem em frascos de vidro contendo vácuo em seu interior. Para
realizar a coleta, é necessário executar previamente um teste de estanqueidade, para
verificar se há vazamentos no sistema, os quais poderiam mascarar os resultados das
análises químicas. Em geral, utiliza-se o gás Hélio como elemento traçador para identificar
a existência de vazamentos. A escolha deste gás é determinada por conta de duas de suas
características, sendo a primeira delas relativa à sua ocorrência na natureza e a segunda
ao tamanho de sua molécula. Como o gás Hélio é um gás raro na atmosfera terrestre, é
pouco provável que haja concentrações deste presentes no solo. Além disso, o tamanho
reduzido de sua molécula permite que ele passe por microfissuras. Portanto, qualquer
concentração deste gás identificada durante a execução do teste pode ser indicativa de
vazamentos.
Após a execução do teste, caso não seja constatado vazamento, é realizada a coleta. O
recipiente é conectado ao poço, através de uma mangueira, e a diferença de pressão entre
os dois faz com que os gases presentes abaixo da laje desloquem-se até o interior do
frasco. A Figura 10 ilustra o esquema de coleta de amostras de um poço subslab através
do Bottle Vac.
Figura 10: Coleta de amostra de poço subslab através de Bottle Vac. Fonte: Acervo das autoras.
37
4. Metodologia
Conforme detalhado no capítulo 2, o presente trabalho tem como finalidade avaliar o
gerenciamento ambiental realizado na área, com ênfase na utilização da técnica de
amostragem ativa para verificar a existência de risco à saúde humana para a via de inalação
de vapores em uma área contaminada por organoclorados, tendo em vista os resultados
obtidos indiretamente, através das Planilhas de Avaliação de Risco da CETESB.
Para tanto, foi feito um levantamento da literatura acerca dos dispositivos legais e
metodologias utilizadas atualmente para o gerenciamento de áreas contaminadas na esfera
federal e estadual. Ainda, foram analisados os relatórios dos estudos ambientais realizados
na área de interesse pela empresa de consultoria Controllab Ambiental, bem como os
processos industriais da fábrica de vidros que operou no local, para melhor entendimento
do processo de contaminação e das técnicas de gerenciamento já empregadas.
Fez-se também o levantamento das propriedades físico-químicas dos contaminantes de
interesse identificados e a caracterização geológica, geomorfológica e hidrogeológica do
site, para definição de seus mecanismos de transporte, principalmente através da intrusão
de vapores. As metodologias referentes aos mecanismos de intrusão, bem como às
técnicas de amostragem de vapores, foram estabelecidas a partir de extensa revisão de
normas americanas e demais referências nacionais e internacionais que abordam o tema.
De posse de todas as informações listadas acima, obteve-se material suficiente para
confrontar e avaliar os resultados de risco à saúde humana para a via considerada, obtidos
via Planilhas da CETESB, de maio de 2013, com os riscos obtidos através das tabelas
Regional Screening Levels (abril de 2019), elaboradas pela USEPA, a partir da
concentração dos vapores medidos abaixo da laje do piso por amostragem ativa.
As Planilhas da CETESB utilizam como base para realização dos cálculos alguns
procedimentos descritos na literatura (CETESB, 20--), sendo eles:
● RASG - Risk Assessment Guidance for Superfund - Volume I - Human Health
Evaluation (Part A) (USEPA, 1989), para quantificação da exposição e do risco;
● equações de Domênico (1987), para o transporte de contaminantes em meio
saturado;
● modelo de Jury e Johnson (1991), para o transporte de contaminantes em meio não
saturado;
● modelo de Johnson e Ettinger (1991), para intrusão de vapores.
38
O algoritmo de Johnson e Ettinger é atualmente o mais utilizado para prever as
concentrações das SQIs no interior de ambientes fechados provenientes da contaminação
verificada no solo e/ou água subterrânea. Para chegar à equação que considera os fluxos
advectivo e difusivo no meio subterrâneo, os autores utilizaram modelos que eram
empregados para cálculo de intrusão de radônio (NICOLE BRASIL, 2016).
Através de características específicas do solo, da construção fechada, do piso e da SQI,
dados de entrada do modelo, são determinados: o transporte de vapores na zona não
saturada, o fluxo de vapores que permeia o piso da edificação e a mistura entre os vapores
e o ar no interior do ambiente fechado. Com base nestes componentes, o modelo analítico
calcula, a partir da Equação 1, a razão entre a concentração da SQI no interior do ambiente
fechado e a concentração da SQI na fonte de contaminação, nomeada fator de atenuação
(𝛼). A equação parte do pressuposto que a transferência de massa é estacionária.
𝛼 =[𝐷𝑇𝑒𝑓𝑓
𝐴𝐵𝑄𝐵 𝐿𝑇
]𝐸𝑋𝑃(𝑄𝑠𝑜𝑖𝑙 𝐿𝑐𝑟𝑎𝑐𝑘
𝐷𝑐𝑟𝑎𝑐𝑘𝑒𝑓𝑓
𝜂𝐴𝐵
)
𝐸𝑋𝑃(𝑄 𝑠𝑜𝑖𝑙 𝐿𝑐𝑟𝑎𝑐𝑘
𝐷𝑐𝑟𝑎𝑐𝑘𝑒𝑓𝑓
𝜂𝐴𝐵
) +[ 𝐷𝑇
𝑒𝑓𝑓𝐴𝐵
𝑄𝑠𝑜𝑖𝑙 𝐿𝑇(𝐸𝑋𝑃(
𝑄𝑠𝑜𝑖𝑙 𝐿𝑐𝑟𝑎𝑐𝑘
𝐷𝑐𝑟𝑎𝑐𝑘𝑒𝑓𝑓
𝜂𝐴𝐵
) − 1)
]
Equação 1: Equação para cálculo do fator de atenuação pelo modelo de Johnson e Ettinger.
Onde:
𝛼 =𝐶𝑖𝑛𝑑𝑜𝑜𝑟
𝐶𝑠𝑜𝑢𝑟𝑐𝑒 = fator de atenuação;
𝐶𝑖𝑛𝑑𝑜𝑜𝑟 =Concentração de vapor do contaminante dentro do ambiente fechado
[massa/volume];
𝐶𝑠𝑜𝑢𝑟𝑐𝑒 =Concentração de vapor na fonte de contaminação [massa/volume];
𝐴𝐵 = Área do piso do ambiente fechado [m²];
𝐿𝑐𝑟𝑎𝑐𝑘 =Espessura da laje do piso da construção [m];
𝐿𝑇 =Distância entre a base inferior da laje do piso e a fonte de contaminação, solo ou água
subterrânea [m];
𝐷𝑐𝑟𝑎𝑐𝑘𝑒𝑓𝑓
=Coeficiente total de difusão efetiva do vapor através das fendas do piso [m²/d];
39
𝐷𝑇𝑒𝑓𝑓
=Coeficiente total de difusão efetiva do vapor no solo. É calculado com base na
espessura do solo localizado entre a fonte de contaminação e a laje, o coeficiente de difusão
efetiva do mesmo é 𝐿𝑇 [m²/d];
𝑄𝑏 =Vazão de ventilação do ambiente fechado. Estimado através do volume de ar
enclausurado na construção e a taxa de troca entre o ar interno e externo [m³/d];
𝑄𝑠𝑜𝑖𝑙 =Vazão de gases no subsolo que se transporta para o ambiente fechado por pressão
[m³/d];
𝜂 = Fração de fratura. É a relação entre a soma da área de rupturas, por onde o vapor pode
adentrar no ambiente, e a área total da laje do piso [m²/m²].
A Figura 11 traz a base conceitual do modelo, indicando a relação entre os parâmetros e
os fenômenos que determinam a intrusão de vapores.
Figura 11: Base conceitual do Modelo Johnson e Ettinger (1991). Fonte: NICOLE Brasil (2016).
A partir do fator de atenuação, específico para cada cenário de contaminação, as Planilhas
da CETESB estimam a concentração de vapores esperada no ambiente interno através da
Equação 2, apresentada a seguir:
𝐶𝑖𝑛𝑑𝑜𝑜𝑟 = 𝛼 𝐶𝑠𝑜𝑢𝑟𝑐𝑒
Equação 2: Cálculo da concentração de vapores no ambiente interno.
40
Todos os parâmetros utilizados nos modelos matemáticos das Planilhas foram amplamente
discutidos por um grupo multidisciplinar composto por profissionais da CETESB, bem como
especialistas da iniciativa privada. As Planilhas realizam a quantificação do risco para
substâncias carcinogênicas e não carcinogênicas, além de calcularem o risco individual e
cumulativo e as CMAs (Concentrações Máximas Aceitáveis) das SQIs (CETESB, 20--).
No Brasil, considera-se como limite de risco aceitável para substâncias carcinogênicas o
valor de 1,0E-05, o que equivale à probabilidade de 1 indivíduo em uma população de
100.000 indivíduos desenvolver câncer. Já o fator limite de risco aceitável para substâncias
não carcinogênicas, também chamado de risco toxicológico, é de 1,0E+00, o que significa
que valores acima destes configuram risco de toxicidade
41
5. Estudo de caso
O estudo de caso em questão trata da contaminação de uma área no município de São
Gonçalo onde operou uma indústria de produção de vidros, denominada no presente
trabalho de Indústria X, por motivos de confidencialidade. As informações apresentadas a
seguir foram obtidas através dos estudos ambientais realizados pela empresa de
consultoria Controllab Ambiental, contratada pela atual construtora proprietária do terreno,
para o gerenciamento da área. No total, foram realizados mais de trinta estudos ambientais
no terreno avaliado, no entanto, somente nove são relativos à contaminação por
organoclorados, foco do presente trabalho.
5.1. Caracterização da área de interesse
A área de interesse está localizada no município de São Gonçalo, integrante da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro (Figura 12). O município faz limite com os municípios de
Niterói, Itaboraí, Maricá e Guapimirim. As principais vias de acesso são pela Ponte
Presidente Costa e Silva (Ponte Rio-Niterói) e pela Rodovia Niterói-Manilha (BR 101).
Figura 12: Delimitação do município de São Gonçalo. Fonte: Google Maps (2019).
42
A área avaliada possui aproximadamente 240.900 metros quadrados e seu entorno é
composto predominantemente por construções residenciais, apresentando também
pequenos comércios, igrejas e escolas, conforme ilustrado na Figura 13. De acordo com o
registro histórico realizado a partir de fotos aéreas e processos vinculados ao INEA, a área
era ocupada desde o ano de 1941 por uma vidraria, quando em 1977 foi vendida para outra
empresa do mesmo ramo.
A empresa compradora (Indústria X) executava três processos industriais distintos, visando
a fabricação de vidro, de isoladores poliméricos e de isoladores de vidro, sendo este último
o produto principal produzido. A fabricação de vidro, mais precisamente de tijolos de vidro,
era voltada para o mercado da construção civil. Já os isoladores eram produzidos para
atender à demanda das empresas de eletricidade brasileiras e eram utilizados nas linhas
de transmissão e distribuição de energia elétrica de alta e extra alta tensão. O processo de
fabricação de isoladores de vidro temperado era dividido em duas etapas, conforme
apresentado pela Figura 14.
Área de interesse
Área Residencial
Área industrial
Igreja
Área Comercial Oficina
Escola Área de Lazer
Corpo Hídrico
Escala Gráfica (m)
0 200100
FIGURA:
Mapa das Cercanias
CURSO:
PROJETO:
ALUNAS:
LEGENDA:
13Engenharia Ambiental
Gerenciamento de Áreas Contaminadas e Avaliação de Risco Utilizando Método deAmostragem Ativa de Vapores - Estudo de Caso em Indústria de Vidros Desativada
Gabriela Leal e Victória Gallonetti
INSTITUIÇÃO:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
DATA:
Janeiro de 2020
44
Figura 14: Fluxograma do processo de fabricação de vidro temperado. Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da Controllab Ambiental, 2016.
Figura 14: Fluxograma do processo de fabricação de vidro temperado. Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da Controllab Ambiental (2016).
45
O vidro produzido era constituído basicamente por um estabilizante, um fundente e um
vitrificante. Para isso, são utilizados, em geral, calcário, sulfato de sódio e sílica (areia),
respectivamente. Para conferir coloração ao vidro, é comum a utilização de óxidos
metálicos, como óxido de alumínio, de cromo, arsênio, bário, entre outros. Também são
utilizados afinantes com o intuito de eliminar as bolhas dos vidros como, por exemplo, o
sulfato de sódio e arsênio.
Dentre as principais matérias primas e insumos utilizados pela Indústria X para fabricação
de seus produtos, pode-se destacar: ácido sulfúrico; aditivos para cimentos, argamassas
ou concreto; areia siliciosa ou areias quartzosas; artefatos diversos de ferro e aço; calcário
beneficiado; carbonato de sódio; carbonato de potássio; cimentos aluminosos; ácido
clorídrico; dióxido de silício; dolomita; solução de cromo; feldspato beneficiado; pigmentos
e tinturas; hipoclorito de sódio; permutadores de íons à base de polímeros; hidróxido de
sódio; solventes e diluentes orgânicos; sulfato de alumínio; sulfato de sódio; vernizes; óleo
lubrificante; óleos combustíveis; solução de cloreto de zinco.
Já os resíduos gerados do processamento industrial consistem em: borra de cimento;
cromo; enxofre e óleo; entulho; EPI’s contaminados; filtros com borra de tinta; lâmpadas
usadas; resíduos comum; lodo da estação de tratamento de efluentes e do tratamento de
resíduos de cromo; óxido de alumínio; produtos químicos vencidos; sucata de metais
ferrosos; resíduos de borracha e vidro, entre outros.
A Indústria X operou na área de interesse até 2013 e posteriormente o terreno foi comprado
por uma construtora para instalação de condomínios residenciais no local. A Figura 15
apresenta a planta com as antigas áreas funcionais da Indústria X.
A área de interesse se encontra atualmente dividida em seis partes, chamadas de
grupamentos. Cada grupamento equivale a um condomínio residencial (a ser)
implementado pela empresa construtora e possui um prazo de entrega diferente. No
presente trabalho, por conta da extensão e dos diversos tipos de contaminantes
identificados na área de interesse, será dado enfoque somente ao Grupamento 1, uma vez
que a instalação dos poços subslab para monitoramento dos vapores se deu somente neste
grupamento.
Área de interesse
PM-XX
Poço de Monitoramentoinstalado em estudosanteriores
PMM-XX
Poço de MonitoramentoMultinível instalado em
estudos anteriores
PM-11
PM-22
PM-10
PM-23
PM-25
PMM-26
PM-24
PM-15 PM-09
PM-08
PM-05
PM-04
PM-03
PM-02
PM-01
PM-18PM-06PM-16
PM-17PM-07PM-19
PMM-20
PM-21PM-14
PM-27
PM-31PM-28
PM-12PM-30PM-32
PM-13
PM-33
PM-29
PMM-35PM-34
Garagem
Produção de isoladoresPoliméricos Depósito Depósito de
produtos refratários
Depósito de produtos inflamáveis
Depósito de resíduosClasse I
Depósito
Depósito
Montagem (Selagem)
Depósito
Produção de Vidro
Laboratório
Antigo
Forno
Silo e
Esteira
Depósito de
Matéria Prima
Subestação de energia Cabine de Força
Estocagem de
Matéria Prima
Administração
Comercial
Escritório
ETE
Escala Gráfica (m)
0 8040
Precipitador eletrostático
Guarita
Balança
Antiga Central de Gás NaturalÁrea de resfriamentoCaldeiras
Tanques de óleo BPF
Antiga Área de Tancagem
Área de Lavagem
CSAO
Tanque de diesel
Tratamento de Resíduo de Cromo
CSAO
Depósito
Manutenção
Tanque Subterrâneo de Combustível
tanques subterrâneos de diesel
CSAO
tanques de soda cáustica
CSAO
Bomba deabastecimento
Posto Médico
Antiga Vila dos Operários
Grupamento 4Grupamento 5 Grupamento 3 Grupamento 2
Grupamento 1
Grupamento 6
PM-11
PM-22
PM-10
PM-23
PM-25
PMM-26
PM-24
PM-15 PM-09
PM-08
PM-05
PM-04
PM-03
PM-02
PM-01
PM-18PM-06PM-16
PM-17PM-07PM-19
PMM-20
PM-21PM-14
PM-27
PM-31PM-28
PM-12PM-30PM-32
PM-13
PM-33
PM-29
PMM-35PM-34
CSAO
Grupamento 4Grupamento 5 Grupamento 3 Grupamento 2 Grupamento 1
Grupamento 6
FIGURA:
Croqui da Indústria X
LEGENDA:
15CURSO:
PROJETO:
ALUNAS:
Engenharia Ambiental
Gerenciamento de Áreas Contaminadas e Avaliação de Risco Utilizando Método deAmostragem Ativa de Vapores - Estudo de Caso em Indústria de Vidros Desativada
Gabriela Leal e Victória Gallonetti
INSTITUIÇÃO:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
DATA:
Janeiro de 2020
47
5.2. Estudos realizados na área de interesse
A seguir, serão apresentados em ordem cronológica os estudos ambientais realizados na
área de interesse relativos à contaminação por organoclorados. A execução destes foi
motivada pelo interesse da construtora proprietária do terreno em implementar um
empreendimento residencial no local. Como estratégia imobiliária, a construtora dividiu a
área de interesse em seis grupamentos, cada um com cronograma de lançamento e
construções distintos. Em função disso, foi realizado para cada grupamento alguns estudos
ambientais específicos, relativos ao cenário de contaminação encontrado em sua
respectiva área. Os estudos executados no Grupamento 1 serão aqui enfatizados, uma vez
que nele foi empregada a técnica de amostragem ativa de vapores, tema deste trabalho.
A apresentação dos estudos ambientais ao órgão ambiental responsável é imprescindível
para a obtenção do Termo de Encerramento do sítio, documento que atesta a ausência de
risco à saúde humana decorrente de passivos ambientais associados às atividades já
encerradas exercidas em uma área. Neste caso específico, o Termo de Encerramento é
necessário pois permite que a área da antiga Indústria X seja destinada para outros usos,
inclusive para a construção de empreendimentos residenciais.
Avaliação Preliminar (Março/2016):
O estudo em questão, elaborado pela Controllab Ambiental, tem por objetivo identificar e
classificar áreas que apresentam potencial de contaminação do meio subterrâneo em
função das atividades pretéritas desenvolvidas pela indústria de vidro. Para isso, foram
levantadas informações sobre a empresa em instituições públicas e privadas e através de
visitas técnicas, conforme escopo da norma ABNT/NBR 15515-1:2007.
● Caracterização Geológica, Geomorfológica e Hidrogeológica
Para caracterização geológica e geomorfológica, foram utilizados os mapas elaborados
pelo Serviço Geológico do Brasil - CPRM, em 2001. Em relação à geologia, a área de
interesse está situada em uma área com as seguintes formações: Depósitos Praiais
Eólicos, Marinhos e/ou Lagunares e Complexo Paraíba do Sul. Já em relação à
geomorfologia, pode-se destacar o domínio de Colinas Isoladas e de Alinhamentos
Serranos e Degraus Estruturais. A Tabela 2 apresenta uma descrição das formações e
domínios supracitados.
48
Unidade Descrição
Depósitos Praiais Eólicos, Marinhos
e/ou Lagunares
Areias quartzozas esbranquiçadas finas a média bem selecionadas, recobertas por areia eólica na forma de depósitos eólicos mantiformes ou dunas transgressivas.
Estratificações cruzadas de pequeno e grande porte nas fácies eólicas.
Complexo Paraíba do Sul
Unidade São Fidélis Granada-biotita-sillimanita gnaisse quartzo-feldspático (metagrauvaca), com bolsões e veios anatéticos in situ ou injetados de composição
granítica. Intercalações de gnaisse calcissilicáticos e quartzito frequentes. Variedades com cordierita sillimanita (kinzigito) com contato transicionais com o granada biotita gnaisse. Horizontes de xistos grafitosos são comuns. Também
ocorrem rocha calcissilicática, metacarbonática e quartzito. Em raros domínios com baixas taxa de strain estruturas turbidíticas são preservadas.
Colinas Isoladas
Formas de relevo residuais, com vertentes convexas e topos arredondados ou alongados, com sedimentação de colúvios, remanescentes do afogamento
generalizado do relevo produzido pela sedimentação flúvio-marinha que caracteriza as baixadas litorâneas. Estão também classificadas ilhas oceânicas. Densidade de drenagem muito baixa com padrão de drenagem dendrítico e drenagem imperfeita nos fundos de vales afogados. Predomínio de amplitudes topográficas inferiores a
100 metros e gradientes suaves.
Alinhamentos Serranos e Degraus
Estruturais
Relevo de patamares litoestruturais, com vertentes predominantemente retilíneas a côncavas e escarpadas e topos de cristas alinhadas, aguçados ou levemente
arredondados, que se destacam topograficamente do domínio colinoso. Densidade de drenagem alta com padrão de drenagem variável, de paralelo a dendrítico.
Predomínio de amplitudes topográficas entre 300 e 700 metros e gradientes médios a elevados, com ocorrência de colúvios e depósitos de tálus, solos rasos e
afloramentos de rocha.
Tabela 2: Caracterização Geológica e Geomorfológica Regional.
Fonte: CPRM (2001).
Em relação à hidrologia, destaca-se que o empreendimento não é cortado por nenhum
corpo hídrico, porém, é possível identificar a oeste da área um córrego sem nome. Próximo
ao terreno há também o Rio Brandoas, que deságua na Baía de Guanabara, principal zona
de descarga da região.
● Fotos aéreas
Através de uma consulta feita no Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação
de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (CEPERJ) obteve-se a foto aérea da área
estudada do ano de 1976. Nessa época o terreno era ainda ocupado pela primeira indústria
vidreira. Observam-se diversos galpões operacionais e, em destaque na Figura 16, três
tanques aéreos. Tal estrutura é designada para armazenar produtos químicos no estado
líquido e, por isso, representa uma fonte potencial de contaminação.
Na foto aérea de 2009, adquirida com o software gratuito Google Earth, identificam-se
mudanças na área, que já havia sido comprada pela Indústria X. Os tanques aéreos
identificados na foto de 1976 foram removidos, sendo instalados outros dois no fundo da
fábrica, conforme destacado na Figura 16. Comparando as fotos aéreas nota-se também a
construção de novos galpões operacionais.
Área de interesse
Área ocupada pelaIndústria X
área de Tancagem
Escala Gráfica (m)
0 200100
FIGURA:
Fotos Aéreas de1976 e 2009
LEGENDA:
16CURSO:
PROJETO:
ALUNAS:
Engenharia Ambiental
Gerenciamento de Áreas Contaminadas e Avaliação de Risco Utilizando Método deAmostragem Ativa de Vapores - Estudo de Caso em Indústria de Vidros Desativada
Gabriela Leal e Victória Gallonetti
INSTITUIÇÃO:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
DATA:
Janeiro de 2020
2009
1976
50
● Histórico de estudos ambientais
Como parte do levantamento de dados, foram analisados estudos ambientais anteriores
que contemplaram a área de interesse, disponibilizados pela Indústria X. Ressalta-se que
estes estudos não foram realizados pela Controllab Ambiental, mas sim por outra empresa
de consultoria, por solicitação da Indústria X, não tendo relação com os objetivos que
motivaram a execução dos estudos descritos nesse capítulo. Entretanto, seu escopo traz
informações ambientais relevantes para o caso.
Em 2014, foi executado um estudo de avaliação preliminar na área, também seguindo os
requisitos da norma ABNT 15515-1:2007. Foram definidas seis áreas com potencial de
contaminação (AP), apresentadas a seguir:
I. Área 1: engloba as áreas de Tanques de BPF, Tanques subterrâneos de diesel e
Caldeiras – AP;
II. Área 2: Produção de vidro – AP;
III. Área 3: Montagem (selagem) – AP;
IV. Área 4: Depósito de resíduos classe I – AP;
V. Área 5: Antiga área de tancagem – AP;
VI. Área 6: Manutenção – AP.
Dando prosseguimento ao gerenciamento de áreas contaminadas, em março de 2015 foi
elaborado o estudo de investigação confirmatória com base no modelo conceitual da
avaliação preliminar. Neste estudo foram executadas quinze sondagens que deram origem
a quinze poços de monitoramento, contemplando as seis áreas potenciais elencadas, além
da área de Estocagem de matéria prima e a Estação de tratamento de efluentes (ETE), que
não haviam sido consideradas previamente no modelo conceitual da avaliação preliminar.
Com base nas análises químicas das amostras de solo e água subterrânea atestou-se a
contaminação em quatro áreas: Estocagem de matéria prima, Produção de vidro, Depósito
de resíduos classe I e Antiga área de tancagem. Como nas demais áreas não foram
identificadas concentrações acima dos valores de referência adotados, elas foram
classificadas como áreas livres de contaminação (AL).
Posteriormente, em julho de 2015, procedeu-se a investigação detalhada na área com o
objetivo de delimitar plumas identificadas na investigação confirmatória. Para isto, foram
executadas vinte e uma sondagens e instalados vinte poços de monitoramento, que
abrangeram as áreas contaminadas Antiga área de tancagem, Estocagem de matéria prima
e Depósito de resíduo classe I. A partir das análises laboratoriais das amostras de solo e
51
água subterrânea coletadas foi possível reafirmar a existência de contaminação nestas
áreas.
Em resumo, o histórico de estudos ambientais permitiu identificar, já na Avaliação
Preliminar (março/2016), áreas contaminadas e as SQIs referente a cada uma delas.
● Inspeção de campo
De forma a avaliar as condições da área de interesse, foi realizada uma visita técnica por
profissionais da empresa Controllab em fevereiro de 2016. Na ocasião, constatou-se que a
Indústria X já estava em processo de desmobilização, entretanto, algumas estruturas e
equipamentos ainda estavam presentes no local, como silos, caldeiras, forno, geradores e
transformadores de energia, tanques de armazenamento de combustíveis e tanques de
soda cáustica. Segundo informações obtidas pelos responsáveis pela Indústria X, alguns
equipamentos e estruturas não seriam removidos, como o precipitador eletrostático, as
chaminés e torres de resfriamento.
Foram identificadas na inspeção algumas antigas áreas funcionais da Indústria X, as quais
serão descritas a seguir.
I. Depósito de resíduos classe I: área coberta destinada à disposição de resíduos
perigosos. Constatou-se nessa área o armazenamento de óleo usado, resíduos de
produtos químicos, lâmpadas fluorescentes, EPIs contaminados, resíduos de tintas,
borra de óleo lubrificante, entre outros.
II. Antiga área de tancagem de óleo BPF: local onde era armazenado óleo BPF, muito
utilizado em indústrias para geração de calor.
III. Estocagem de matéria prima: de acordo com as informações levantadas, nesta área
já ocorreu o processo de fabricação de vidros planos.
IV. Área de produção de vidro: em seu interior eram fabricados os vidros e
inspecionados os produtos acabados.
V. Produção de isoladores poliméricos: a parte frontal da Indústria X foi utilizada até
2011 para produção de isoladores poliméricos.
VI. Produção de vidro: esta área era utilizada exclusivamente para a produção de
isoladores e de tijolos de vidro e foi desativada em 2012. No interior da área,
encontravam-se o forno, o processo produtivo e a inspeção de produtos acabados.
VII. Montagem (selagem): os vidros prensados eram encaminhados para este setor.
Nesta área era realizada a preparação dos acessórios metálicos, além do processo
de cimentação e acoplamento dos pinos e campânulas no isolador de vidro. Após a
52
etapa de acoplamento, realizava-se o processo de cura a quente, e o produto final
seguia para a etapa de controle de qualidade, no laboratório.
VIII. Laboratório: neste local eram realizados os testes eletromecânicos dos isoladores.
Na ocasião da visita, o laboratório ainda estava em funcionamento.
IX. Antiga área de tancagem de óleo BPF: esta área era composta por três tanques e
se localizava próximo à área de produção dos isoladores poliméricos. Na inspeção,
verificou-se que os tanques já haviam sido removidos, porém, foi identificado
produto em fase livre e fase retida nas antigas bacias de contenção. Em adição, não
foi identificada nesta área impermeabilização do piso, estando a fonte de
contaminação em contato direto com o solo.
X. Subestação de energia: na visita foi constatado que os equipamentos da subestação
ainda permaneciam no local. Além disso, foi encontrado um tanque aéreo de óleo
diesel ao lado da estrutura, para alimentação do gerador de energia.
XI. Cabine de força: foi identificado que os equipamentos e transformadores
permaneciam no local.
XII. Área de lavagem: área localizada nos fundos da Indústria X e onde provavelmente
era realizada a lavagem das peças. Adjacente à esta área, havia uma caixa
separadora de água e óleo (CSAO).
XIII. Caldeiras a óleo BPF: área onde eram localizadas as caldeiras inicialmente movidas
a óleo BPF. Posteriormente, a Indústria X alterou a operação das caldeiras, e
passou a ser utilizado o sistema de gás natural. Este sistema já havia sido
completamente removido e, na ocasião da visita, foram identificadas ainda duas
caldeiras remanescentes no local.
XIV. Tanques de óleo BPF: durante a inspeção de campo, foram constatados dois
tanques de óleo BPF na área, ambos desativados.
XV. Tanques subterrâneos de diesel: segundo informações de estudos anteriores, os
dois tanques presentes na área encontravam-se preenchidos com água a possuíam
16 m³ de capacidade cada.
XVI. Tanque subterrâneo próximo à entrada: durante a visita à área de interesse, foi
observado que o tanque em questão estava preenchido com água e apresentava
forte odor característico de gasolina.
XVII. Antiga bomba de combustíveis: área localizada na entrada do terreno e que,
segundo informações de funcionário da Indústria X, foi desativada antes do início
das atividades da referida empresa no local. Este local dispunha de uma bomba de
combustíveis para abastecimento da frota da primeira empresa vidreira que ocupou
a área de interesse.
53
XVIII. Fornos: durante a visita, foram identificados dois fornos na área, ambos
desativados, sendo um deles localizado na área de fabricação de vidros e outro
próximo ao laboratório. Perto de um dos fornos, foi observado a presença de
também de óleo hidráulico e manchas oleosas espalhadas pelo pavimento.
XIX. Área de manutenção: área destinada para manutenção preventiva e corretiva de
máquinas e equipamentos, principalmente de empilhadeiras.
XX. Estação de tratamento de resíduos de cromo: devido às atividades de cromeação
realizadas pela Indústria X, o efluente gerado neste etapa era encaminhado para a
estação de tratamento de cromo, que funcionava em regime de batelada e possuía
tanques suspensos. Nestes tanques, eram adicionados ácido sulfúrico comercial,
metabissulfito de sódio e soda cáustica. As atividades de cromeação foram
encerradas em 2010.
XXI. Estação de tratamento de efluentes: esta estação recebia todos os efluentes
gerados nos processos produtivos da Indústria X, sendo a maior parte deles (60%)
do setor de selagem.
● Modelo Conceitual
De posse das informações obtidas durante a inspeção de campo, das fotos aéreas, dos
estudos anteriores e das informações coletadas em órgãos públicos e privados, elaborou-
se um modelo conceitual para a área, onde foram destacadas vinte e uma áreas de
interesse ambiental, sendo doze delas classificadas como áreas com potencial de
contaminação (AP), quatro como áreas contaminadas (AC) e cinco como áreas livres de
contaminação (AL), conforme apresentado na Tabela 3 e Figura 17.
Ressalta-se que foram enumeradas uma quantidade significativamente maior de áreas de
interesse ambiental neste estudo do que nos estudos anteriores, conforme apresentado no
histórico de estudos ambientais. Este fato é justificado pela subdivisão de algumas áreas,
como, por exemplo, a Antiga Área de Tancagem, a qual foi dividida em Antiga Área de
Tancagem de Óleo BPF, Subestação de Energia e Tanques de Diesel (da Subestação de
Energia). Em adição, durante a inspeção técnica realizada, foram identificadas novas áreas
potenciais, o que colaborou para o aumento deste número.
Em relação às áreas listadas como AL ou AC, esta classificação se deu por conta dos
resultados das análises químicas efetuadas nos estudos anteriores. É necessário enfatizar
também que algumas áreas foram reclassificadas, pois entendeu-se que elas não foram
avaliadas para todos os parâmetros químicos necessários. Sendo assim, elas foram
54
reclassificadas de forma a contemplar todas as substâncias químicas que possam existir
na área.
Ao final do estudo, foi recomendado dar prosseguimento ao gerenciamento da área, devido
à identificação de diversas áreas com potencial de contaminação e de áreas contaminadas.
Conforme mencionado anteriormente, a área de interesse se encontra atualmente dividida
em seis grupamentos. Por conta da extensa quantidade de informações relativas às
contaminações identificadas no terreno, será apresentado a seguir somente as informações
dos estudos ambientais pertinentes ao Grupamento 1, pois é neste que foi implementado a
instalação de poços subslab para o monitoramento de vapores, provenientes da
contaminação por compostos organoclorados.
55
Número Área Produtos químicos
possivelmente utilizados
Classificação SQIs Mecanismos de
liberação Meios de
exposição Transporte dos contaminantes
Receptores e bens a proteger
1 Depósito de resíduos
classe I
Resíduos oleosos, lodo oriundo da estação de
tratamento de resíduos de cromo, metais e solventes
AC VOC, PAH e
Metais Vazamentos
Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
2 Antiga área de tancagem Óleo BPF AC VOC e TPH Vazamentos Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
3 Estocagem de matéria
prima
Óleos combustíveis, óleos lubrificantes, solventes
orgânicos e metais AC Metais Vazamentos
Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
4 Produção de vidro Óleos combustíveis, óleos
lubrificantes, solventes orgânicos e metais
AC Metais Vazamentos e
processo operacional Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
5 Montagem (selagem) Resíduos oleosos, metais e
solventes AP
VOC, SVOC e TPH
Vazamentos e processo operacional
Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
6 Produção de isoladores
poliméricos Resíduos oleosos, metais e
solventes AP
VOC, SVOC, TPH e metais
Vazamentos e processo operacional
Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
7 Estação de Tratamento de
resíduos de cromo Cromo AL - Vazamentos
Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
8 Estação de tratamento de
efluentes Efluentes líquidos do
processo fabril AP
VOC, SVOC e TPH
Vazamentos Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
9 Tanques de óleo BPF Óleo BPF AL - Vazamentos Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
10 Tanques subterrâneos de
diesel Óleo diesel AL - Vazamentos
Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
11 Tanque subterrâneo próximo à entrada
Óleo combustível AP BTEX, PAH e
TPH Vazamentos
Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
AP: Área com potencial de contaminação; AC: Área contaminada; AL: Área livre de contaminação; BTEX: Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno e Xilenos; PAH: Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos; VOC: Compostos orgânicos voláteis; SVOC: Compostos orgânicos semi-voláteis; TPH: Hidrocarbonetos totais de petróleo; PCB: Bifenilas policloradas.
56
Número Área
Produtos químicos possivelmente
utilizados
Classificação SQIs Mecanismos de
liberação
Meios de exposição
Transporte dos contaminantes
Receptores e bens a proteger
12 Antiga bomba de abastecimento
Óleo combustível AP BTEX, PAH e
TPH Vazamentos
Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
13 Caldeiras Óleo BPF AL - Vazamentos e
processo operacional Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
14 Lavagem Resíduos oleosos, efluente
líquido com resíduos químicos, solventes
AP VOC, SVOC e
TPH Vazamentos e
processo operacional Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
15 Caixas separadoras de
água e óleo (CSAO) Resíduos oleosos AP
BTEX, PAH e TPH
Vazamentos Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
16 Subestação de energia Óleos lubrificantes, diesel e
ascarel AP PCB Vazamentos
Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
17 Tanque de diesel
(subestação de energia) Óleo diesel AL - Vazamentos
Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
18 Cabine de força Óleo lubrificante e diesel AP TPH e PCB Vazamentos Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
19 Depósito de produtos
inflamáveis Óleos combustíveis AP
VOC, SVOC e TPH
Vazamentos Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
20 Antigo forno Óleos combustíveis, óleo
lubrificante, solventes orgânicos e óxidos metálicos
AP VOC, SVOC, TPH e metais
Vazamentos e processo operacional
Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
21 Manutenção Óleos combustíveis e óleo
lubrificante AP Metais
Vazamentos e processo operacional
Solo e água subterrânea
Lixiviação para a água subterrânea, volatização
e advecção
Águas subterrânea e superficiais
AP: Área com potencial de contaminação; AC: Área contaminada; AL: Área livre de contaminação; BTEX: Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno e Xilenos; PAH: Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos; VOC: Compostos orgânicos voláteis; SVOC: Compostos orgânicos semi-voláteis; TPH: Hidrocarbonetos totais de petróleo; PCB: Bifenilas policloradas.
Tabela 3: Modelo conceitual - Avaliação Preliminar Fonte: Controllab Ambiental, 2016.
Tabela 3: Modelo conceitual – Avaliação Preliminar. Fonte: Controllab Ambiental (2016).
Área com potencial decontaminação
Área Contaminada
Área de interesse
PM-XX
Poço de Monitoramentoinstalado em estudosanteriores
PMM-XX
Poço de MonitoramentoMultiNível instalado emestudos anteriores
Área Livre de Contaminação
PM-11
PM-22
PM-10
PM-23
PM-25
PMM-26
PM-24
PM-15 PM-09
PM-08
PM-05
PM-04
PM-03
PM-02
PM-01
PM-18PM-06PM-16
PM-17PM-07PM-19
PMM-20
PM-21PM-14
PM-27
PM-31PM-28
PM-12PM-30PM-32
PM-13
PM-33
PM-29
PMM-35PM-34
Garagem
Produção de isoladoresPoliméricos Depósito Depósito de
produtos refratários
Depósito de produtos inflamáveis
Depósito de resíduosClasse I
Depósito
Depósito
Montagem (Selagem)
Depósito
Produção de Vidro
Laboratório
Antigo
Forno
Silo e
Esteira
Depósito de
Matéria Prima
Subestação de energia Cabine de Força
Estocagem de
Matéria Prima
Administração
Comercial
Escritório
ETE
Escala Gráfica (m)
0 8040
Guarita
Balança
Antiga Central de Gás NaturalÁrea de resfriamentoCaldeiras
Tanques de óleo BPF
Antiga Área de Tancagem
Área de Lavagem
CSAO
Tanque de diesel
CSAO
Depósito
Tratamento de Resíduo de Cromo
Manutenção
CSAO
Bomba deabastecimento
Posto Médico
Tanque Subterrâneo de Combustível
tanques subterrâneos de diesel
tanques de soda cáustica
CSAO
Antiga Vila dos Operários
1
6
2
3
4
8
910
14
12
7
5
11
15
17
13
21
16
18
19
20
15
Grupamento 4Grupamento 5
Grupamento 3 Grupamento 2
Grupamento 1
Grupamento 6
PM-11
PM-22
PM-10
PM-23
PM-25
PMM-26
PM-24
PM-15 PM-09
PM-08
PM-05
PM-04
PM-03
PM-02
PM-01
PM-18PM-06PM-16
PM-17PM-07PM-19
PMM-20
PM-21PM-14
PM-27
PM-31PM-28
PM-12PM-30PM-32
PM-13
PM-33
PM-29
PMM-35PM-34
CSAO
Grupamento 4Grupamento 5 Grupamento 3 Grupamento 2 Grupamento 1
Grupamento 6
FIGURA:
Modelo Conceitual -Avaliação Preliminar
LEGENDA:
17CURSO:
PROJETO:
ALUNAS:
Engenharia Ambiental
Gerenciamento de Áreas Contaminadas e Avaliação de Risco Utilizando Método deAmostragem Ativa de Vapores - Estudo de Caso em Indústria de Vidros Desativada
Gabriela Leal e Victória Gallonetti
INSTITUIÇÃO:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
DATA:
Janeiro de 2020
58
Investigação Confirmatória (Maio/2016):
Atendendo à recomendação do relatório de Avaliação Preliminar, foi executado em maio de
2016 a Investigação Confirmatória no site.
De modo a identificar os pontos com maior concentração de voláteis e, consequentemente,
melhor determinar a localização das eventuais plumas de contaminação, inicialmente foi
efetuada na área uma malha de VOC (compostos orgânicos voláteis). O mapeamento foi
feito utilizando um perfurador rotativo para furar verticalmente o solo até a profundidade de
um metro. No furo foi colocado um equipamento que utiliza da tecnologia de fotoionização
para determinar as concentrações em parte por milhão dos VOCs naquela fração do solo.
As malhas foram executadas em cinco áreas classificadas como AP no Modelo Conceitual
da Avaliação Preliminar: Depósitos de inflamáveis, Área de lavagem, Área do antigo forno,
Área de produção de isoladores poliméricos e Área do posto de combustível. Na área
Depósito de Inflamáveis, única área de interesse ambiental contida no Grupamento 1, foram
executados vinte e quatro pontos de medição, conforme ilustra a Figura 18. A Tabela 4
apresenta as leituras realizadas, onde a maior verificada foi de 44,5 ppm no ponto 15.
Ponto VOC
(ppm) Ponto
VOC (ppm)
Ponto VOC
(ppm) Ponto
VOC (ppm)
Ponto VOC
(ppm)
1 19,6 6 0,5 11 0,4 16 0,9 21 2,2
2 9,4 7 0,4 12 0,7 17 0 22 2,7
3 0 8 0,5 13 0,5 18 1,8 23 0,8
4 1,7 9 0 14 1,4 19 5,4 24 0,3
5 0 10 1,2 15 44,5 20 4,1
Tabela 4: Campanha de Medição de VOC. Fonte: Controllab Ambiental (2016).
Área de interesse
Concentração de VOC (ppm)
XX (x,x)
Ponto de Medição de VOC
Produção de isoladoresPoliméricos
Depósito Depósito deprodutos refratários
Depósito de produtos inflamáveis
Depósito de resíduosClasse I
Depósito
Depósito
Montagem (Selagem)
Depósito
Produção de Vidro
Laboratório
Antigo
Forno
Silo e
Esteira
Depósito de
Matéria Prima
Subestação de energiaCabine de Força
Estocagem de
Matéria Prima
ETE
Área de resfriamentoCaldeiras
Tanques de óleo BPF
Antiga Área de Tancagem
Área de Lavagem
CSAO
Tanque de diesel
Tratamento de Resíduo de Cromo
CSAO
Depósito
Manutenção
Tanque Subterrâneo de Combustível
tanques subterrâneos de diesel
CSAO
tanques de soda cáustica
CSAO
Bomba deabastecimento
Antiga Vila dos Operários
1 (19,6)2 (9,4)
3 (0)4 (1,7)
5 (0)
6 (0,5)
7 (0,4)
8 (0,5)
9 (0)
10 (1,2)11 (0,4)
12 (0,7)
13 (0,5)
14 (1,4)
15 (44,5)16 (0,9)
20 (4,1) 21 (2,2)
19 (5,4)
22 (2,7)
18 (1,8) 23 (0,8)
17 (0) 24 (0,3)
Grupamento 4Grupamento 5 Grupamento 3 Grupamento 2
Grupamento 1
Grupamento 6
Depósito deprodutos refratários
Depósito de produtos inflamáveis
1 (19,6)2 (9,4)
3 (0)4 (1,7)
5 (0)
6 (0,5)
7 (0,4)
8 (0,5)
9 (0)
10 (1,2)
11 (0,4)12 (0,7)
13 (0,5)
14 (1,4)
15 (44,5)16 (0,9)
20 (4,1)21 (2,2)
19 (5,4)
22 (2,7)
18 (1,8)
23 (0,8)
17 (0) 24 (0,3)
Escala Gráfica (m)
0 168
FIGURA:
Mapa de medição de VOC
LEGENDA:
18CURSO:
PROJETO:
ALUNAS:
Engenharia Ambiental
Gerenciamento de Áreas Contaminadas e Avaliação de Risco Utilizando Método deAmostragem Ativa de Vapores - Estudo de Caso em Indústria de Vidros Desativada
Gabriela Leal e Victória Gallonetti
INSTITUIÇÃO:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
DATA:
Janeiro de 2020
60
Com objetivo de coletar amostras para o reconhecimento do meio subterrâneo local, foram
executadas trinta e duas sondagens e instalados vinte e sete novos poços de
monitoramento. Destes, duas sondagens, SD-01 e SD-02, e dois poços de monitoramento,
PM-36 e PM-37, foram instalados no Grupamento 1, como ilustrado na Figura 19. Os perfis
dos poços de monitoramento e sondagens executadas na área serão apresentados no
Anexo 1. A localização das sondagens e, consequentemente, dos poços foi determinada a
partir dos resultados da malha de VOC.
Cabe destacar que todas as sondagens e poços de monitoramento executados nos estudos
realizados na área estudada seguiram, respectivamente, as normas ABNT NBR
15492:2007: Sondagem de reconhecimento para fins de qualidade ambiental -
Procedimento e ABNT NBR 15495:2007: Poços de monitoramento de águas subterrâneas
em aquíferos granulares.
A partir das sondagens SD-01 e SD-02, foram coletadas amostras homônimas
representativas destas, analisadas para os parâmetros determinados no modelo conceitual
da avaliação preliminar: VOC, que contém o grupo etenos clorados, SVOC e TPH
(Hidrocarbonetos Totais de Petróleo).
Dos poços de monitoramento PM-36 e PM-37 também foram coletadas duas amostras
analisadas para os mesmos parâmetros. A amostragem procedeu-se pelo método de baixa
vazão, seguindo as determinações da ABNT/NBR 15847/2010 - Amostragem de água
subterrânea em poços de monitoramento - Métodos de purga. Tal método faz uso de
sondas elétricas para monitoramento do nível d’água, para que se possa realizar a
amostragem de forma que não se promova rebaixamento significativo do nível do aquífero.
Paralelamente ao acompanhamento do rebaixamento, foi realizado o monitoramento de
alguns parâmetros físico-químicos da água, como pH, condutividade hidráulica,
temperatura, potencial de oxi-redução (ORP) e oxigênio dissolvido. Os resultados da
medição destes parâmetros na área do Grupamento 1 indicaram um ambiente oxidante,
com ORP médio de 57,25 mV. Com relação ao oxigênio dissolvido, foram identificados
valores inferiores a 1,0 mg/L, caracterizando um ambiente com condições praticamente
anaeróbias. Os valores de pH indicaram um ambiente neutro. Já a condutividade elétrica
média das águas foi de 495 μS/cm.
Área de interesse
SD-XXPM-XX
Poço de Monitoramentoinstalado na investigaçãoconfirmatória
Depósito de produtos inflamáveis
SD-01/PM-36
SD-02/PM-37
Escala Gráfica (m)
0 3015
PM-11
PM-22
PM-10
PM-23
PM-25
PMM-26
PM-24
PM-15
PM-09
PM-08
PM-05
PM-04
PM-03
PM-02
PM-01
PM-18PM-06PM-16
PM-17PM-07PM-19
PMM-20
PM-21
PM-14
PM-27PM-31PM-28
PM-12PM-30PM-32
PM-13
PM-33
PM-29PMM-35
PM-34
Produção de isoladores
PoliméricosDepósito Depósito de
produtos refratários
Depósito de produtos inflamáveis
Depósito de resíduosClasse I
Depósito
Depósito
Montagem (Selagem)
Depósito
Produção de Vidro
Laboratório
Antigo
Forno
Silo e
Esteira
Depósito de
Matéria Prima
Subestação de energiaCabine de Força
Estocagem de
Matéria Prima
ETEÁrea de resfriamento
Caldeiras
Tanques de óleo BPF
Antiga Área de Tancagem
Área de Lavagem
CSAO
Tanque de diesel
Tratamento de Resíduo de Cromo
CSAO
Depósito
Manutenção
Tanque Subterrâneo de Combustível
tanques subterrâneos de diesel
CSAO
tanques de soda cáustica
CSAO
Bomba deabastecimento
Antiga Vila dos Operários
SD-11/PM-30B
SD-21/PM-49
SD-08/PM-35B
SD-22/PM-50
SD-09/PM-42
SD-24/PM-52
SD-23/PM-51
SD-25/PM-53
SD-26/PM-54
SD-27/PM-55
SD-19/PM-48
SD-32/PM-58SD30/-PM-56
SD-31/PM-57
SD-17
SD-05
SD-20
SD-28
SD-29SD-03/PM-38
SD-01/PM-36
SD-02/PM-37
SD-10/PM-43
SD-18/PM-47
SD-06/PM-40
SD-04/PM-39
SD-15/PM-45
SD-12/PM-11B
SD-16/PM-46
SD-14/PM-44
SD-13/PM-10B
SD-07/PM-41
Escala Gráfica (m)
0 8040
Grupamento 4
Grupamento 5
Grupamento 3
Grupamento 2 Grupamento 1Grupamento 6
FIGURA:
LEGENDA:
19Localização das sondagense poços de monitoramento -
Confirmatória
CURSO:
PROJETO:
ALUNAS:
Engenharia Ambiental
Gerenciamento de Áreas Contaminadas e Avaliação de Risco Utilizando Método deAmostragem Ativa de Vapores - Estudo de Caso em Indústria de Vidros Desativada
Gabriela Leal e Victória Gallonetti
INSTITUIÇÃO:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
DATA:
Janeiro de 2020
62
Os resultados de todas as amostras coletadas foram comparados com os valores
orientadores estabelecidos na Resolução CONAMA nº 420, de dezembro de 2009, na
Norma Operacional NOP-INEA-05, de junho de 2013, que trata do valor de investigação de
TPH, e na Decisão de Diretoria nº 45 da CETESB, de 20 de fevereiro de 2014. Como o
empreendimento futuro é de caráter residencial, foram adotados os valores de referência
relativos a essa tipologia de ocupação.
Salienta-se que embora as amostras tenham sido analisadas para outros parâmetros, daqui
em diante só serão apresentados os resultados relativos ao grupo dos etenos clorados. De
acordo com os resultados, não foram identificadas nas amostras SD-01 e SD-02
concentrações superiores os valores orientadores preconizados pelos órgão ambientais
supracitados. Contudo, a concentração do parâmetro 1,2-Dicloroeteno (DCE) no poço PM-
37 indicou a presença de contaminação na água subterrânea, conforme apresentado na
Tabela 5. A pluma dissolvida referente a este encontrava-se não delimitada a norte, como
assinala a Figura 20.
Parâmetros Padrão de referência (CETESB¹)
Padrão de referência
(CONAMA²)
Amostras
PM-36 PM-37
Etenos clorados (μg/L)
Cloreto de Vinila 2 5 < 1,50 < 1,50
1,1-Dicloroeteno 30 30 < 3,00 < 3,00
1,2-Dicloroetenos 50 50 42,7 131,1
Tricloroeteno-TCE 20 70 < 3,00 < 3,00
Tetracloroeteno-PCE 40 40 < 3,00 < 3,00
Cloreto de Metileno 20 20 < 15,0 < 15,0 (1) Valor de intervenção, Decisão de Diretoria n° 045, 2014; (2) Valor de investigação, Resolução CONAMA n° 420, 2009; (<) - abaixo do limite de quantificação.
Tabela 5: Resultados das análises químicas de água subterrânea – Confirmatória. Fonte: Controllab Ambiental (2016).
A constatação de concentrações acima dos valores orientadores deram causa à atualização
do modelo conceitual da Avaliação Preliminar. No caso específico do Grupamento 1, a área
de Depósito de produtos inflamáveis, que era classificada como AP passou a ser designada
como Área Contaminada sob Investigação (AI), segundo a classificação descrita na
resolução CONAMA nº 420. A Tabela 6 apresenta a parte do Modelo Conceitual da
Investigação Confirmatória pertinente ao Grupamento 1.
Área de interesse
PM-XX
Poço de Monitoramentoinstalado na investigaçãoconfirmatória
Pluma de fasedissolvida de 1,2-DCE
Trecho não delimitadoda pluma
(XX,XX)
Concentração de 1,2-DCE (μg/L)
Depósito de produtos inflamáveis
PM-36
PM-37(42,7)
(131,1)
Escala Gráfica (m)
0 3015
PM-11
PM-22
PM-10
PM-23
PM-25
PMM-26
PM-24
PM-15 PM-09
PM-08
PM-05
PM-04
PM-03
PM-02
PM-01
PM-18PM-06PM-16
PM-17PM-07PM-19
PMM-20
PM-21PM-14
PM-27PM-31
PM-28
PM-12
PM-30PM-32
PM-13
PM-33
PM-29
PMM-35PM-34
Produção de isoladoresPoliméricos
Depósito Depósito deprodutos refratários
Depósito de produtos inflamáveis
Depósito de resíduosClasse I
Depósito
Depósito
Montagem (Selagem)
Depósito
Produção de Vidro
Laboratório
Antigo
Forno
Silo e
Esteira
Depósito de
Matéria Prima
Subestação de energia Cabine de Força
Estocagem de
Matéria Prima
ETE
Área de resfriamentoCaldeiras
Tanques de óleo BPF
Antiga Área de Tancagem
Área de Lavagem
CSAO
Tanque de diesel
Tratamento de Resíduo de Cromo
CSAO
Depósito
Manutenção
Tanque Subterrâneo de Combustível
tanques subterrâneos de diesel
CSAO
tanques de soda cáustica
CSAO
Bomba deabastecimento
Antiga Vila dos Operários
PM-38
PM-36
PM-37
PM-43
PM-47
PM-40
PM-39
PM-45
PM-11B
PM-46
PM-44
PM-10B
PM-41
PM-30B
PM-49
PM-35B
PM-50
PM-42
PM-52
PM-51
PM-53
PM-54PM-55
PM-48
PM-58PM-56
PM-57
(17,6) (<6,0)
(<6,0)(<6,0)
(NA)
(<6,0)
(<6,0) (<6,0)(<6,0)
(<6,0)
(NA)
(2554,1)
(16,5)
(23,1)
(<6,0)
(NA)
(<6,0)
(<6,0)
(42,7)
(131,1)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(<6,00)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(59,9)
(<6,0)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(<6,0)
(<6,0)(65,2) (<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
Grupamento 4Grupamento 5
Grupamento 3
Grupamento 2 Grupamento 1Grupamento 6
FIGURA:
LEGENDA:
20Pluma de fase dissolvida de
1,2-Dicloroeteno
CURSO:
PROJETO:
ALUNAS:
Engenharia Ambiental
Gerenciamento de Áreas Contaminadas e Avaliação de Risco Utilizando Método deAmostragem Ativa de Vapores - Estudo de Caso em Indústria de Vidros Desativada
Gabriela Leal e Victória Gallonetti
INSTITUIÇÃO:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
DATA:
Janeiro de 2020
64
Área Produtos químicos utilizados Situação Classificação Substâncias químicas de
interesse
Depósito de Produtos
Inflamáveis Óleos combustíveis Ativa AI DCE (Água Subterrânea)
Mecanismos de
liberação Meios de exposição
Via de transporte dos
contaminantes
Receptores/bens a
proteger
Vazamentos Água Subterrânea Volatilização e advecção Águas subterrânea e
superficiais
Tabela 6: Modelo conceitual atualizado – Confirmatória. Fonte: Controllab (2016).
Com o intuito de determinar o sentido do fluxo da água subterrânea local, realizou-se um
ensaio hidrogeológico com base na determinação das cargas hidráulicas de trinta e sete
poços de monitoramento distribuídos em toda a área de interesse. As cargas hidráulicas
foram calculadas através do levantamento topográfico e da medição do nível d’água dos
mesmos, a qual ocorreu no mês de maio de 2016, logo após período de alta pluviosidade.
Os resultados obtidos indicam um sentido de fluxo de água subterrânea local de sudeste
para noroeste. A Figura 21 indica as cargas hidráulicas obtidas e o sentido preferencial do
fluxo.
Parte ainda da caracterização hidrogeológica, foram efetuados ensaios de permeabilidade
nos poços nomeados de PM-46 e PM-53, instalados neste estudo. Embora estes poços
não estejam localizados dentro do Grupamento 1, os resultados podem ser estendidos para
toda a área de interesse, uma vez que os perfis geológicos são semelhantes. O ensaio, que
visa determinar o coeficiente de permeabilidade do solo, foi conduzido conforme as
diretrizes da Associação Brasileira de Geologia e Engenharia – ABGE. A partir de uma
relação matemática foi obtido um coeficiente de permeabilidade médio de 1,45 x 10-5 m/s.
Este valor de permeabilidade, junto ao gradiente hidráulico, indicou uma velocidade de fluxo
de água subterrânea local igual a 21,2 m/ano.
Em decorrência dos resultados obtidos, foi recomendado um estudo de Investigação
Detalhada para o site, com a finalidade de delimitar a pluma de DCE identificada no
Depósito de inflamáveis e, posteriormente, proceder uma Avaliação de Risco com base
neste composto.
Sentido preferencial dofluxo das águas subterrâneas
(XX,XX)
Carga hidráulica (metros)
PM-XX
Poço de Monitoramentoinstalado em estudosanteriores
PMM-XX
Poço de MonitoramentoMultinível instalado emestudos anteriores
SD-XXPM-XX
Poço de Monitoramentoinstalado na investigaçãoconfirmatória
SD-XXPM-XXB
Poço de MonitoramentoMultinível instalado nainvestigação confirmatória
Área de interesse
PM-11
PM-22
PM-10
PM-23
PM-25
PMM-26
PM-24
PM-15 PM-09
PM-08
PM-05
PM-04
PM-03
PM-02
PM-01
PM-18PM-06PM-16
PM-17PM-07PM-19
PMM-20
PM-21PM-14
PM-27PM-31
PM-28
PM-12PM-30PM-32
PM-13
PM-33
PM-29
PMM-35PM-34
Produção de isoladoresPoliméricos
Depósito Depósito deprodutos refratários
Depósito de produtos inflamáveis
Depósito de resíduosClasse I
Depósito
Depósito
Montagem (Selagem)
Depósito
Produção de Vidro
Laboratório
Antigo
Forno
Silo e
Esteira
Depósito de
Matéria Prima
Subestação de energia Cabine de Força
Estocagem de
Matéria Prima
ETE
Escala Gráfica (m)
0 8040
Área de resfriamentoCaldeiras
Tanques de óleo BPF
Antiga Área de Tancagem
Área de Lavagem
CSAO
Tanque de diesel
Tratamento de Resíduo de Cromo
CSAO
Depósito
Manutenção
Tanque Subterrâneo de Combustível
tanques subterrâneos de diesel
CSAO
tanques de soda cáustica
CSAO
Bomba deabastecimento
Antiga Vila dos Operários
PM-38
PM-36
PM-37
PM-43
PM-47
PM-40
PM-39
PM-45
PM-11B
PM-46
PM-44
PM-10B
PM-41
PM-30B
PM-49
PM-35B
PM-50
PM-42
PM-52
PM-51
PM-53
PM-54
PM-55
PM-48
PM-58PM-56
PM-57
(99,67)
(99,58)
(99,76)
(99,32)
(99,14)
(96,59)
(98,58)
(99,42)
(99,22)
(98,93)
(97,04)(96,39)
(97,74)
(96,98)
(96,84)
(96,85)
(98,58)
(98,06)
(102,94)
(103,72)
(97,49)
(96,39)(96,39)
(96,96)
(96,93)
(97,58)
(96,89)
(96,97)
(98,74)
(98,76)(98,94)
(96,90)
(97,01)
(97,10)
(100,00)
(99,00)
(98,00)
(97,00)
(99,22)
PM-11
PM-22
PM-10
PM-23
PM-25
PMM-26
PM-24
PM-15 PM-09
PM-08
PM-05
PM-04
PM-03
PM-02
PM-01
PM-18PM-06PM-16
PM-17PM-07PM-19
PMM-20
PM-21
PM-14
PM-27PM-31
PM-28
PM-12PM-30PM-32
PM-13
PM-33
PM-29
PMM-35PM-34
Produção de isoladores
PoliméricosDepósito Depósito de
produtos refratários
Depósito de produtos inflamáveis
Depósito de resíduosClasse I
Depósito
Depósito
Montagem (Selagem)
Depósito
Produção de Vidro
Laboratório
Antigo
Forno
Silo e
Esteira
Depósito de
Matéria Prima
Subestação de energia Cabine de Força
Estocagem de
Matéria Prima
ETEÁrea de resfriamento
Caldeiras
Tanques de óleo BPF
Antiga Área de Tancagem
Área de Lavagem
CSAO
Tanque de diesel
Tratamento de Resíduo de Cromo
CSAO
Depósito
Manutenção
Tanque Subterrâneo de Combustível
tanques subterrâneos de diesel
CSAO
tanques de soda cáustica
CSAO
Bomba deabastecimento
Antiga Vila dos Operários
PM-38
PM-36
PM-37
PM-43
PM-47
PM-40
PM-39
PM-45
PM-11B
PM-46
PM-44
PM-10B
PM-41
PM-30B
PM-49
PM-35B
PM-50
PM-42
PM-52
PM-51
PM-53
PM-54
PM-55
PM-48
PM-58PM-56
PM-57
(99,67)
(99,58)
(99,76)
(99,32)
(99,14)
(96,59)
(98,58)
(99,42)
(99,22)
(98,93)
(97,04)(96,39)
(97,74)
(96,98)
(96,84)
(96,85)
(98,58)
(98,06)
(102,94)
(103,72)
(97,49)
(96,39)(96,39)
(96,96)
(96,93)
(97,58)
(96,89)
(96,97)
(98,74)
(98,76)(98,94)
(96,90)
(97,01)
(97,10)
(100,00)
(99,00)
(98,00)
(97,00)
(99,22)
FIGURA:
Mapa Potenciométrico
LEGENDA:
21CURSO:
PROJETO:
ALUNAS:
Engenharia Ambiental
Gerenciamento de Áreas Contaminadas e Avaliação de Risco Utilizando Método deAmostragem Ativa de Vapores - Estudo de Caso em Indústria de Vidros Desativada
Gabriela Leal e Victória Gallonetti
INSTITUIÇÃO:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
DATA:
Janeiro de 2020
66
Investigação Detalhada (Setembro/2016):
Dando prosseguimento ao gerenciamento ambiental da área de interesse, foi realizado um
estudo de Investigação Detalhada com Avaliação de Risco à Saúde Humana. Neste estudo,
foram executados um total de sessenta e sete sondagens e instalados sessenta e quatro
poços de monitoramento, sendo que somente treze deles na área de Depósito de produtos
inflamáveis, no Grupamento 1. O Anexo 1 apresenta os perfis de sondagem e dos poços
de monitoramento instalados na Investigação Detalhada, no Grupamento 1. Já a Figura 22
apresenta a planta com a localização dos poços de monitoramento e sondagens.
Neste estudo foram coletadas amostras de solo para análise dos parâmetros Arsênio, VOC,
Etenos Clorados e TPH, e de água subterrânea para análise dos parâmetros Metais, Etenos
Clorados, VOC, BTEX e TPH. Serão apresentados somente os resultados dos compostos
etenos clorados, uma vez que são estes os compostos alvo do presente estudo.
Para a coleta de amostras de água subterrânea, foi utilizado o método de baixa vazão,
seguindo as determinações da ABNT/NBR 15847/2010 - Amostragem de água subterrânea
em poços de monitoramento - Métodos de purga. Além disso, foi realizado o monitoramento
de alguns parâmetros físico-químicos da água, como pH, condutividade hidráulica,
temperatura, potencial de oxi-redução e oxigênio dissolvido. Os resultados da medição
destes parâmetros indicaram um ORP médio de 95,1 mV, com a presença de poços com
ambiente redutor e poços com ambiente oxidante. Com relação ao oxigênio dissolvido, os
baixos valores identificados caracterizam um ambiente com condições praticamente
anaeróbias. Os valores de pH variaram entre 5,69 e 7,55, indicando um meio
predominantemente ácido. Já a condutividade elétrica média foi de 1138,45 μS/cm.
Área de interesseSD-XXPM-XX
Poço de Monitoramentoinstalado na investigaçãoconfirmatória
SD-XXPM-XX
Poço de Monitoramentoinstalado na investigaçãodetalhada
SD-01PM-36
SD-02PM-37
SD-35PM-59
SD-33PM-36B
SD-34PM-37B
SD-36PM-60
SD-37PM-61
SD-81PM-100
SD-74PM-93
SD-82PM-101
SD-80PM-99
SD-99PM-36C
SD-90PM-59B
SD-95PM-102
SD-96PM-103
SD-91PM-101B
Escala Gráfica (m)
0 2010
PM-11
PM-22
PM-10
PM-23
PM-25PMM-26
PM-24
PM-15 PM-09
PM-08
PM-05
PM-04
PM-03
PM-02
PM-01
PM-18PM-06
PM-16
PM-17
PM-07PM-19
PM-21
PM-14
PM-27PM-31
PM-28
PM-12
PM-30
PM-32PM-13
PM-33
PM-29
PMM-35PM-34
Depósito
Antiga Vila dos Operários
SD-03
PM-38
SD-01PM-36
SD-02PM-37
SD-10
PM-43
SD-18
PM-47
SD-06
PM-40
SD-04
PM-39
SD-15PM-45
SD-12
PM-11B
SD-16
PM-46
SD-14
PM-44
SD-13PM-10B
SD-07
PM-41
SD-11PM-30B
SD-21PM-49
SD-08
PM-35B
SD-22
PM-50
SD-24PM-52
SD-23PM-51
SD-25
PM-53
SD-26
PM-54
SD-27
PM-55
SD-19
PM-48
SD-32PM-58
SD-30
PM-56
SD-31
PM-57
SD-35PM-59
SD-33
PM-36B
SD-34PM-37B
SD-36PM-60
SD-37
PM-61
SD-38PM-62
SD-39
PM-63
SD-41
PM-65
SD-50PM-69
SD-44PM-50B
SD-42
PM-42B
SD-43PM-28B
SD-45PM-48B
SD-55
PM-74
SD-52PM-71
SD-51PM-70
SD-53PM-72SD-60
PM-79
SD-49PM-68
SD-46
PM-47B
SD-56
PM-75
SD-47
PM-66
SD-48PM-67
SD-59
PM-78
SD-57PM-76
SD-58PM-77
SD-54PM-73
Grupamento 4Grupamento 5 Grupamento 3 Grupamento 2
Grupamento 1
Grupamento 6
SD-40PM-64
PMM-20
SD-09
PM-42
SD-77
PM-96
SD-76
PM-95
SD-71
PM-90
SD-75
PM-94
SD-70PM-89
SD-69PM-88
SD-68
PM-87
SD-66
PM-85
SD-67PM-86
SD-78PM-97
SD-65
PM-84
SD-79PM-98
SD-81PM-100
SD-74PM-93
SD-82
PM-101
SD-80PM-99
SD-63
PM-82
SD-62PM-81
SD-61PM-80
SD-64PM-83
SD-99
PM-36C
SD-90PM-59B
SD-95PM-102
SD-96
PM-103
SD-93
PM-74B
SD-94PM-75B
SD-89
PM-84BSD-92
PM-42C
SD-87
PM-13B
SD-88
PM-52B
SD-86PM-32B
SD-84SD-85SD-83
SD-97
PM-104
SD-98
PM-105
SD-91PM-101B
SD-05
SD-17
SD-20
SD-28
SD-29
FIGURA:
LEGENDA:
22Localização das sondagense poços de monitoramento -
Detalhada
CURSO:
PROJETO:
ALUNAS:
Engenharia Ambiental
Gerenciamento de Áreas Contaminadas e Avaliação de Risco Utilizando Método deAmostragem Ativa de Vapores - Estudo de Caso em Indústria de Vidros Desativada
Gabriela Leal e Victória Gallonetti
INSTITUIÇÃO:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
DATA:
Janeiro de 2020
68
Após a coleta, as amostras de solo e água subterrânea foram encaminhadas para um
laboratório certificado para análise química. Os resultados foram comparados com os
valores orientadores estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 420/2009 e pela Decisão
de Diretoria da CETESB nº 045/2014. Para os parâmetros não constantes em nenhuma
das listagens mencionadas, foram utilizados os valores da Regional Screening Level Table
(EPA - Region 3, 6 e 9), de 2015.
As amostras de solo do Grupamento 1 não indicaram concentrações superiores aos valores
orientadores estabelecidos pelos órgãos ambientais. Já nas amostras de água subterrânea,
foram identificadas concentrações superiores aos valores orientadores para os parâmetros
Cloreto de Vinila (CV) e 1,2-Dicloroeteno (DCE). A Tabela 7 apresenta os resultados das
análises químicas para a água subterrânea.
Em função dos resultados obtidos, foi possível delimitar horizontalmente as plumas de
contaminação dos compostos etenos clorados na água subterrânea, conforme as Figura 23
e Figura 24. Entretanto, não foi possível a delimitação vertical, por conta das concentrações
identificadas no poço PM-59B, como apresentado na Figura 25. A Figura 26 apresenta a
sobreposição das plumas de etenos clorados na área de interesse. Nesta figura foi utilizada
a planta do empreendimento futuro, com a presença de blocos residenciais e áreas de lazer,
a fim de facilitar posteriormente a identificação dos cenários de risco.
É possível verificar, através do traçado das plumas horizontais, que a contaminação está
localizada exatamente na área do Depósito de Produtos Inflamáveis. O desenho vertical da
pluma ilustra o comportamento destes tipos de contaminantes na água subterrânea.
Observa-se que a contaminação atinge profundidades de mais de sete metros no aquífero,
ilustrando, desta maneira, o movimento descendente dos DNAPLs.
69
Parâmetros Padrão de referência (CETESB¹)
Padrão de referência
(CONAMA²)
Amostras
PM-36 PM-36B PM-36C PM-37 PM-37B PM-59 PM-59B PM-60
Mai/16 Jun/16 Jun/16 Mai/16 Jun/16 Jun/16 Set/16 Jun/16
Etenos clorados (μg/L)
Cloreto de Vinila 2 5 < 1,50 < 1,50 < 1,50 < 1,50 < 1,50 26,1 < 1,50 < 1,50
1,1-Dicloroeteno 30 30 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00
Cis-1,2-Dicloroeteno 50 50 42,7
114,2 < 3,00 131,1
< 3,00 378,7 163,3 29,4
Trans-1,2-Dicloroeteno < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00
Tricloroeteno-TCE 20 70 < 3,00 12,2 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00
Tetracloroeteno-PCE 40 40 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00
Parâmetros Padrão de referência (CETESB¹)
Padrão de referência
(CONAMA²)
Amostras
PM-61 PM-99 PM-100 PM-101 PM-101B PM-102 PM-103
Jun/16 Ago/16 Ago/16 Ago/16 Set/16 Set/16 Set/16
Etenos clorados (μg/L)
Cloreto de Vinila 2 5 < 1,50 < 1,50 < 1,50 < 1,50 < 1,50 < 1,50 < 1,50
1,1-Dicloroeteno 30 30 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00
Cis-1,2-Dicloroeteno 50 50
< 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 30,7
Trans-1,2-Dicloroeteno < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00
Tricloroeteno-TCE 20 70 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00
Tetracloroeteno-PCE 40 40 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00 < 3,00
(1) Valor de intervenção, Decisão de Diretoria n° 045, 2014; (2) Valor de investigação, Resolução CONAMA n° 420, 2009; (<) - abaixo do limite de quantificação.
Tabela 7: Resultado das análises químicas de água subterrânea – Detalhada.
Tabela 7: Resultado das análises químicas de água subterrânea - Detalhada. Fonte: Controllab Ambiental (2016).
Área de interessePM-XX
Poço de Monitoramentoinstalado na investigaçãoconfirmatória
PM-XX
Poço de Monitoramentoinstalado na investigaçãodetalhada
Pluma de fasedissolvida de Cloreto devinila
(XX,XX)
Concentração de CV (μg/L)
(XX,XX)
Concentração de CV (μg/L)
PM-60PM-61
PM-100
PM-93
PM-99
PM-102
PM-103
(NA)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(26,1)
(<1,5)(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
PM-36
PM-37
PM-59
PM-36B
PM-37B
PM-101
PM-36C
PM-59B
PM-101B
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
Escala Gráfica (m)
0 2010
PM-22
PM-23
PM-15 PM-09
PM-08
PM-05
PM-04
PM-03
PM-02
PM-01
PM-18PM-06
PM-16
PM-17
PM-07
PM-21
PM-14
PM-27PM-31
PM-12PM-33
PM-29
Antiga Vila dos Operários
PM-38
PM-43
PM-40
PM-39
PM-45
PM-46
PM-44
PM-41
PM-49
PM-51
PM-53
PM-54
PM-55
PM-58
PM-56
PM-57
PM-60PM-61
PM-62
PM-63
PM-65
PM-69PM-71
PM-70PM-72
PM-79
PM-68
PM-66
PM-67
PM-78
PM-76
PM-77
PM-73
Grupamento 4Grupamento 5 Grupamento 3 Grupamento 2 Grupamento 1Grupamento 6
PM-64
PM-96
PM-95 PM-90
PM-94
PM-89 PM-88 PM-87
PM-85
PM-86
PM-97
PM-98
PM-100
PM-93
PM-99
PM-82
PM-81
PM-80
PM-83
PM-102
PM-103
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)(NA)
(NA)
(NA)
(NA) (NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5) (<1,5)
(12,9)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(38,6)
(<1,5)
(<1,5) (<1,5)
(<1,5)
(<1,5)(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(33,5)
(<1,5)
(<1,5)
(NA)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)(27,3)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(26,1)
(<1,5)(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(1646,3)
(2274,6)(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)(298,4)(449,4)(27,4)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
PM-11
PM-10
PM-25PMM-26
PM-24
PM-19
PM-28
PM-30
PM-32PM-13
PMM-35PM-34
PM-36
PM-37
PM-47
PM-11B
PM-10B
PM-30B
PM-35B
PM-50
PM-52
PM-48
PM-59
PM-36B
PM-37B
PM-50B
PM-42B
PM-28B
PM-48B
PM-74
PM-47B
PM-75
PMM-20
PM-42
PM-84
PM-101
PM-36C
PM-59B
PM-74B
PM-75B
PM-84BPM-42C
PM-13B
PM-52B
PM-32B
PM-101B
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
PM-104
PM-105
(NA)
(NA)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
(<1,5)
FIGURA:
Pluma de fase dissolvidade Cloreto de Vinila -
Detalhada
LEGENDA:
23CURSO:
PROJETO:
ALUNAS:
Engenharia Ambiental
Gerenciamento de Áreas Contaminadas e Avaliação de Risco Utilizando Método deAmostragem Ativa de Vapores - Estudo de Caso em Indústria de Vidros Desativada
Gabriela Leal e Victória Gallonetti
INSTITUIÇÃO:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
DATA:
Janeiro de 2020
Área de interessePM-XX
Poço de Monitoramentoinstalado na investigaçãoconfirmatória
PM-XX
Poço de Monitoramentoinstalado na investigaçãodetalhada
Pluma de fasedissolvida de 1,2-Dicloroeteno
(XX,XX)
Concentração de 1,2-DCE (μg/L)
(XX,XX)
Concentração de 1,2-DCE (μg/L)
PM-60PM-61
PM-100
PM-93
PM-99
PM-102
PM-103
(NA)
(42,7)
(131,1)
(114,2)
(<6,0)
(378,7)
(29,4)(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
PM-36
PM-37
PM-59
PM-36B
PM-37B
PM-101
PM-36C
PM-59B
PM-101B
(<6,0)
(30,7)
(<6,0)
(<6,0)
(163,3)
Escala Gráfica (m)
0 2010
PM-22
PM-23
PM-15 PM-09
PM-08
PM-05
PM-04
PM-03
PM-02
PM-01
PM-18PM-06
PM-16
PM-17
PM-07
PM-21
PM-14
PM-27PM-31
PM-12PM-33
PM-29
Depósito
Antiga Vila dos Operários
PM-38
PM-43
PM-40
PM-39
PM-45
PM-46
PM-44
PM-41
PM-49
PM-51
PM-53
PM-54
PM-55
PM-58
PM-56
PM-57
PM-60PM-61
PM-62
PM-63
PM-65
PM-69PM-71
PM-70PM-72
PM-79
PM-68
PM-66
PM-67
PM-78
PM-76
PM-77
PM-73
Grupamento 4Grupamento 5 Grupamento 3 Grupamento 2 Grupamento 1Grupamento 6
PM-64
PM-96
PM-95 PM-90
PM-94
PM-89 PM-88 PM-87
PM-85
PM-86
PM-97
PM-98
PM-100
PM-93
PM-99
PM-82
PM-81
PM-80
PM-83
PM-102
PM-103
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)(NA)
(NA)
(NA)
(NA) (NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)
(NA)(NA)
(<6,0)
(65,2)
(<6,0)
(<6,0)(22,5)
(28,6)
(<6,0) (<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(3394,2)
(<6,0)
(<6,0)
(41,2)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(7,26)
(42,7)
(131,1)
(114,2)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0) (<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)(59,9)
(332,1)(30,3)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(378,7)
(29,4)(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(NA)
(2788,3)
(9838,1)(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(65,1)(2848,5)(2962)(97,0)
(910,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
PM-11
PM-10
PM-25PMM-26
PM-24
PM-19
PM-28
PM-30
PM-32PM-13
PMM-35PM-34
PM-36
PM-37
PM-47
PM-11B
PM-10B
PM-30B
PM-35B
PM-50
PM-52
PM-48
PM-59
PM-36B
PM-37B
PM-50B
PM-42B
PM-28B
PM-48B
PM-74
PM-47B
PM-75
PMM-20
PM-42
PM-84
PM-101
PM-36C
PM-59B
PM-74B
PM-75B
PM-84BPM-42C
PM-13B
PM-52B
PM-32B
PM-101B
(<6,0)(<6,0)
(30,7)
(<6,0)
Escala Gráfica (m)0
4020
PM-104
PM-105
(NA)
(NA)
(591,9)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(<6,0)
(163,3)
0
FIGURA:
LEGENDA:
24Pluma de fase dissolvida de
1,2-Dicloroeteno -Detalhada
CURSO:
PROJETO:
ALUNAS:
Engenharia Ambiental
Gerenciamento de Áreas Contaminadas e Avaliação de Risco Utilizando Método deAmostragem Ativa de Vapores - Estudo de Caso em Indústria de Vidros Desativada
Gabriela Leal e Victória Gallonetti
INSTITUIÇÃO:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
DATA:
Janeiro de 2020
Área de interessePM-XX
Poço de Monitoramentoinstalado na investigaçãoconfirmatória
PM-XX
Poço de Monitoramentoinstalado na investigaçãodetalhada
Pluma de fasedissolvida deEtenos Clorados
Solo Arenoso
Concreto
Solo
Solo Argilo
Fase Dissolvida
Arenoso
Indeterminado
Sondagem
Amostra com
da Intervenção
SD-XXPM-XX
Monitoramento ou Poço de
concentração abaixo
Amostra com
da Intervençãoconcentração acima
NA Estabilizadode Etenos Clorados
91
(m) 90
92
C C'
0 25 50 75 100
93
94
95
96
97
150(m)125
98
99
100
101 PM-6
1
PM-3
7PM-3
7B
PM-3
6PM-3
6C
PM-3
6B
PM-5
9PM-5
9B
PM-102
Solo Areno Argiloso
Trecho Não Delimitado da Pluma
PM-60PM-61
PM-100
PM-102
PM-103
PM-36
PM-37
PM-59
PM-36B
PM-37B
PM-101
PM-36C
PM-59B
PM-101B
C
C'
Escala Gráfica (m)
0 2010
FIGURA:
Perfil vertical dasplumas dissolvidas de
etenos clorados
LEGENDA:
25CURSO:
PROJETO:
ALUNAS:
Engenharia Ambiental
Gerenciamento de Áreas Contaminadas e Avaliação de Risco Utilizando Método deAmostragem Ativa de Vapores - Estudo de Caso em Indústria de Vidros Desativada
Gabriela Leal e Victória Gallonetti
INSTITUIÇÃO:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
DATA:
Janeiro de 2020
Área de interessePluma de fase dissolvidade 1,2-Dicloroeteno
Pluma de fase dissolvidade Cloreto de Vinila
Escala Gráfica (m)
0 2010
FITNESS
PISCINA
playground
Escala Gráfica (m)
0 105
Salão de festas
0102
03
VA
ZIO
04
05 06 07 08 09
10 11 1214
1513
0102
03
040506070809111214
1513
10
0102
03
VA
ZIO
04 05
06 07 08 09
10 11 1214
1513
0102
03
040506070809111214
1513
10
BLO
CO
11
BLO
CO
6
BLO
CO
6
BLO
CO
11
PM-192CONSTRUÇÕESCONSTRUÇÕES
CONSTRUÇÕES
CONSTRUÇÕES
CONSTRUÇÕES
CONSTRUÇÕES
CONSTRUÇÕES CONSTRUÇÕES
GAL
ER
IA
ADUTORA
ADUTORA
FUNDO = 3,09
BORDO = 3,74
G
A
LE
R
IA
S
U
B
T
E
R
R
Â
N
E
A
M
U
R
O G
ALPÃO
PM-96
FITNESS
PISCINA
playground
Salão de festas
01
0203 VAZIO0405 060708 0910 1112
1415
13
01
0203040506070809
11
1214
15
13 10
01
0203 VAZIO0405 0607 0809
10 11
1214
15
13
01
0203040506070809111214
15
13 10
BLOC
O 11
BLOC
O 6
BLOC
O 6
BLOC
O 11
FIGURA:
Sobreposição das plumasdissolvidas de etenos
clorados
LEGENDA:
26CURSO:
PROJETO:
ALUNAS:
Engenharia Ambiental
Gerenciamento de Áreas Contaminadas e Avaliação de Risco Utilizando Método deAmostragem Ativa de Vapores - Estudo de Caso em Indústria de Vidros Desativada
Gabriela Leal e Victória Gallonetti
INSTITUIÇÃO:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
DATA:
Janeiro de 2020
74
De posse dos resultados das análises químicas, foi realizada uma Avaliação de Risco à
Saúde Humana, através das Planilhas da CETESB. A Avaliação de Risco tem como
objetivo gerar valores de CMAs (Concentrações Máximas Aceitáveis) para verificar se as
concentrações dos contaminantes identificados na área oferecem risco superior ao
aceitável aos potenciais receptores. Foi considerado como cenário para a avaliação de risco
a ocupação residencial na área. O empreendimento residencial é formado por seis
condomínios (chamados grupamentos), compostos por um total de setenta e um blocos
residenciais de cinco pavimentos, totalizando dois mil setecentos e vinte unidades
habitacionais, sem a construção de subsolo.
Com relação aos dados de entrada necessários para cálculo dos riscos, a Tabela 8
apresenta os valores utilizados para cada um dos parâmetros do meio físico. Os valores da
coluna “Valores de Cálculo” são os valores default do modelo. Já a coluna “Valores
Específicos” contém os valores inseridos, obtidos através dos estudos ambientais
realizados na área. Em relação às vias de exposição e aos receptores, foram considerados,
de acordo com as informações levantadas sobre o site, os seguintes cenários:
● Receptores residenciais: inalação de vapores em ambientes fechados a partir da
água subterrânea no ponto de exposição; contato dérmico e ingestão de água
subterrânea no ponto de exposição e a 30, 45, 60 e 90 metros da fonte;
● Receptores comerciais: inalação de vapores em ambientes fechados a partir da
água subterrânea no ponto de exposição; contato dérmico e ingestão de água
subterrânea no ponto de exposição e a 45 metros da fonte;
● Trabalhadores de obras civis: inalação de vapores em ambientes fechados a partir
da água subterrânea, contato dérmico e ingestão de água subterrânea na fonte.
75
Tabela 8: Dados de entrada do meio físico. Fonte: Controllab Ambiental (2016).
Os resultados da avaliação de risco indicaram risco superior ao aceitável para as vias de
contato dermal e ingestão de água subterrânea, na fonte e fora da fonte, para os receptores
residenciais. Para os receptores comerciais e trabalhadores de obras, foi identificado risco
para ingestão de água subterrânea apenas na área da fonte, em função das concentrações
de Cloreto de Vinila e de 1,2-cis-DCE.
As vias de ingestão de água subterrânea foram desconsideradas, uma vez que o
abastecimento de água da região é feito pela CEDAE e, portanto, o uso da água
subterrânea para consumo humano não é permitido. A via de contato dérmico com a água
subterrânea também foi desconsiderada pela mesma justificativa da via de ingestão de
água subterrânea. Para os trabalhadores de obras civis, os riscos que podem vir a existir
em função do contato dérmico com a água subterrâneo são eliminados através da utilização
de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).
A Tabela 9 apresenta as concentrações máximas aceitáveis (CMAs) para as vias de
exposição consideradas. Destaca-se que estes valores de CMA calculados foram utilizados
em todos os estudos posteriores para verificação de existência de risco.
76
Substância Química de Interesse
Residencial Comercial Trabalhador Obra
Civil
IVAFA CD IVAFA CD IVAFA CD
POE POE Na fonte a uma distância do POE (metros)
POE POE Na fonte a 45 metros
do POE POE POE
30 45 60 90
Cloreto de Vinila 124 7 33,6 71,4 135 395 359 85,6 873 3740 267
1,1-Dicloeteno 1930 6990 2,98E+12 - - - 14200 76000 - 11800 19200
1,2-cis-Dicloroeteno
ND 297 2470 6480 - - ND 3260 - ND 815
1,2-trans-Dicloroeteno
2320 2970 23500 - - - 17500 32600 - 14600 8150
Tricloroeteno 51,8 70,5 12100 - - - 385 773 - 3210 193
Tetracloroeteno 856 294 3,35E+09 - - - 6330 3220 - 5280 805
Legenda: IVAFA - Inalação de Vapores em Ambientes Fechados a partir da Água Subterrânea; CD - Contato dermal; POE - Ponto de Exposição; ND - Não disponível.
Tabela 9: Concentrações máximas aceitáveis calculadas. Fonte: Controllab Ambiental, 2016.
Tabela 9: Concentrações máximas aceitáveis calculadas. Fonte: Controllab Ambiental (2016).
77
Apesar de não ter sido constatado a existência de risco para a via de inalação de vapores
em ambientes fechados, decorrentes das concentrações de organoclorados, foram
recomendadas medidas remediativas no local. Esta decisão foi tomada por conta do
processo de decloração redutiva que ocorre naturalmente no meio. Tal processo consiste
na substituição de um átomo de cloro por hidrogênio nos compostos etenos clorados. Desta
forma, o tetracloroeteno, por exemplo, é reduzido a produtos menos clorados, como o
tricloroeteno, dicloroeteno e, por fim, cloreto de vinila, conforme ilustrado na Figura 27.
Sendo assim, como este é um processo natural do meio, é possível que as concentrações
de cloreto de vinila identificadas posteriormente aumentem, excedendo às CMAs
calculadas.
Figura 27: Processo de decloração redutiva. Fonte: Controllab Ambiental (2017).
Em função disto, foi elaborado um plano de ação, compreendendo medidas de controle
institucional, medidas de remediação e medidas de engenharia para eliminação dos riscos
identificados na área. As medidas de controle institucional propostas incluíam averbação
no RGI (Registro Geral de Imóveis) da restrição do uso de água subterrânea para quaisquer
finalidades; realização de assembleia com os futuros moradores dos condomínios, para
informá-los sobre o caso e reforçar a impossibilidade do uso de água subterrânea;
realização de campanha de conscientização da vizinhança e dos trabalhadores de obras
civis que atuarão na área.
As medidas de remediação compreendiam a remediação das plumas de etenos clorados
identificadas, através da técnica de Redução Química In-Situ (ISCR), além de outras
medidas específicas para os demais contaminantes encontrados na área de interesse. Já
as medidas de engenharia são voltadas especificamente para os Grupamento 4 e 5, e por
78
isso, não serão abordadas. Após a realização destas medidas, foi recomendado a
realização de uma etapa de monitoramento da área.
De posse das informações levantadas no estudo, o modelo conceitual apresentado na
Investigação Confirmatória (Maio/2016) foi atualizado, conforme apresentado na Tabela 10.
Área Produtos químicos
utilizados Situação Classificação
Depósito de Produtos
Inflamáveis Óleos combustíveis Desativada ACI
Avaliação de Risco à
Saúde Humana Substâncias químicas de
interesse Via(s) de exposição Possíveis Receptores
Oferece risco à saúde
humana CV e DCE (Água
Subterrânea)
Inalação de vapores em
ambientes fechados e contato
dermal com a água
subterrânea
Áreas residenciais e
comerciais, trabalhadores de
obras civis
Tabela 10: Modelo conceitual atualizado – Detalhada. Fonte: Controllab Ambiental (2016).
Investigação Ambiental para Remediação (Março/2017):
Este estudo foi dividido em quatro etapas, cada qual com um objetivo diferente, com a
finalidade de melhor orientar o processo de remediação a ser realizado na área de
interesse. Como as etapas 1 e 2 são voltadas somente para os Grupamentos 4 e 5 elas
não serão apresentadas no presente trabalho. Já as etapas 3 e 4 estão detalhadas a seguir.
● 3ª etapa - Determinação de parâmetros físico-químicos. Nesta etapa foram
coletadas amostras de água subterrânea para análises de alguns parâmetros físico-
químicos que possam vir a intervir nas técnicas de remediação aplicadas, sendo
elas de oxidação ou de redução.
● 4ª etapa - Delimitação vertical das plumas de organoclorados. Esta etapa objetivou
a instalação de poços de monitoramento para a delimitação vertical das plumas
identificadas na Investigação Detalhada (Setembro/2016).
De forma a atender os objetivos da 3ª etapa, foram coletadas amostras de água subterrânea
nos poços PM-59 e PM-59B utilizando o método de baixa vazão, para análise de
parâmetros inorgânicos, sendo eles: Manganês dissolvido, Cálcio total, Nitrato, Sulfato total,
79
TOC (Carbono Orgânico Total), Alcalinidade total, DBO, DQO, Cloreto total, Sólidos
dissolvidos totais e Ferro III. Também foi feito o monitoramento de alguns parâmetros físico-
químicos da água, como pH, condutividade elétrica, temperatura, potencial de oxirredução
(ORP) e oxigênio dissolvido (OD).
Os dados físico-químicos indicam um ambiente redutor em ambos os poços de
monitoramento, uma vez que os valores de ORP medidos foram negativos. Em relação aos
valores de OD, estes foram próximos de zero, caracterizando um meio praticamente
anaeróbio. Já o pH permaneceu na faixa ácida, entre 5,95 e 6,14, e a condutividade elétrica
média foi de 750,5 μs/cm.
Os resultados das amostras de água coletadas indicaram concentrações de Manganês
dissolvido acima dos valores orientadores para o PM-59. A concentração de Manganês na
água pode ser favorável para a redução das concentrações de etenos clorados no meio,
uma vez que, no processo de degradação anaeróbia, o Manganês pode atuar como
receptor de elétrons.
Já os valores de TOC identificados nos poços PM-59 e PM-59B foram de 15,1 e 2,39 mg/L,
respectivamente. Normalmente, o valor de TOC para águas subterrâneas é de
aproximadamente 1,0 mg/L. Quanto maior for este valor, maior é o teor de matéria orgânica
e, consequentemente, maior é a dificuldade para oxidação dos contaminantes alvo.
Para atender aos objetivos da 4ª etapa, foi instalado apenas um poço de monitoramento no
Grupamento 1, nomeado PM-59C, ao lado do PM-59B, visando a coleta de amostra de
água subterrânea a uma profundidade maior que a do PM-59B, para delimitação vertical da
pluma de etenos clorados. A amostra foi coletada pelo método de baixa vazão e de acordo
com as normas ABNT. Antes da coleta, foi realizada medição da temperatura, pH, ORP
(potencial de oxirredução), OD (oxigênio dissolvido) e condutividade elétrica da água no
poço. Os dados físico-químicos indicaram um ambiente redutor e anaeróbio. O pH medido
foi ácido, com valor de 5,98. Já a condutividade elétrica foi de 748 μs/cm.
A amostra coletada foi analisada para Cloreto de Vinila, 1,1-DCE, 1,2-cis-DCE, 1,2-trans-
DCE, TCE e PCE. Como os resultados da coleta não indicaram concentrações superiores
aos valores orientadores aplicáveis, todas as plumas neste Grupamento puderam ser
completamente delimitadas.
80
Projeto de Remediação de Organoclorados - Grupamento 1 (Agosto/2017):
No estudo de Investigação Detalhada de setembro de 2016 não foram identificadas
concentrações de organoclorados acima das CMAs. Entretanto, por conta do processo de
decloração redutiva que ocorre no meio, foram recomendadas medidas remediativas para
a área, considerando estes compostos como as substâncias químicas de interesse a serem
reduzidas. Para atingir tais fins, foi escolhida a Redução Biológica In-Situ, com a utilização
de um produto de substrato natural, como técnica de remediação mais viável. Este produto
possui características que permitem criar rapidamente um meio com condições redutoras,
de forma a promover reações de dehalogenação redutiva e resultando no tratamento de
diversos contaminantes, dentre eles os compostos organoclorados.
O objetivo do estudo “Projeto de Remediação de Organoclorados” consistiu em realizar
ensaios de tratabilidade e ensaio piloto, para avaliar a eficiência da técnica de remediação
escolhida e determinar a forma de injeção do substrato no aquífero. Destaca-se que o
produto recomendado para a remediação da área possui protocolo de registro no IBAMA.
● Ensaio de Tratabilidade
Para realização do ensaio, foram coletadas amostras de solo e água subterrânea no
Grupamento 1. Estas amostras foram colocadas em reatores, onde se adicionou o produto
remediativo em quantidade suficiente para atingir as concentrações de 1000 e 4000 mg/L,
além de uma solução de bicarbonato de potássio para correção do pH, pois o produto
injetado pode acidificar o meio. Após a montagem dos reatores, foram realizadas amostras
de solo, água e gás, 21, 42 e 70 dias após o início do ensaio. Após a coleta de cada amostra
foi medido o pH e do ORP (potencial de oxirredução).
Os resultados do ensaio indicaram melhor desempenho quando utilizada a concentração
de 1000 mg/L de produto. Além disso, as concentrações de organoclorados mantiveram-se
inferiores aos limites de detecção laboratoriais em 21 dias para as amostras de solo, e em
70 dias para as amostras de água subterrânea. Em relação ao pH, este manteve-se
praticamente estável, provavelmente devido à solução de bicarbonato de potássio aplicada.
Já o ORP indicou uma mudança de perfil do meio ao longo do ensaio, tornando-se redutor
após 70 dias.
● Ensaio piloto
O ensaio piloto teve como objetivos nortear e dimensionar a etapa de injeção de produto
no meio subterrâneo para remediação da contaminação. Para tanto, foi necessário a
81
instalação de um poço de injeção, para aplicação do produto, e de novos poços de
monitoramento (PM-164A, PM-164B, PM-165A e PM-165B), de forma a avaliar o raio de
influência do processo de injeção. O raio de influência do produto remediador foi
determinado a partir de um monitoramento da água subterrânea. Foram coletadas amostras
de água antes e trinta dias após a injeção do produto, para avaliar a degradação dos etenos
clorados. Em adição, foi feito um acompanhamento em campo dos valores de pH e ORP,
além do nível d’água dos poços de monitoramento.
Os resultados demonstraram influência do produto remediador em um raio de
aproximadamente oito metros. Sendo assim, foi prevista a instalação de doze poços de
injeção para aplicação de produto, os quais contemplaram toda a pluma de contaminação.
Em relação aos parâmetros pH e ORP, o primeiro manteve-se sem alterações significativas,
enquanto o segundo sofreu um decréscimo, caracterizando um meio mais redutor.
Comparando-se os resultados das análises químicas realizadas antes e trinta dias após o
ensaio, foi constatada uma tendência de redução das concentrações de Cloreto de Vinila e
Tricloroeteno, e um aumento nas concentrações de Dicloroeteno, conforme pode ser
identificado na Tabela 15, que será apresentada no final do capítulo. Este aumento pode
ser explicado pelo processo de decloração redutiva do TCE. A tendência é que estas
concentrações também sejam reduzidas.
Ao final deste estudo, foi definido um Projeto de Remediação, a ser seguido nas próximas
etapas de gerenciamento ambiental da área. A localização dos doze poços de injeção foi
definida de forma que os raios de influência (de oito metros) de cada um se sobreponham,
evitando, assim, a existência de áreas não atingidas, conforme ilustrado na Figura 28.
83
Relatório de Acompanhamento e Encerramento da Remediação Ambiental -
Grupamento 1 (Julho/2018):
A realização deste estudo seguiu o Projeto de Remediação elaborado em Agosto de 2017.
Portanto, foram instalados doze poços de injeção para aplicação de produto, de forma a
atender o raio de influência definido anteriormente. A primeira campanha de injeção de
produto foi realizada entre os meses de setembro e outubro de 2017. Em função dos
resultados obtidos, optou-se por realizar uma segunda campanha, em fevereiro de 2018. O
total de produto aplicado ao final das duas campanhas foi de 24.400 litros.
Para acompanhar e avaliar o processo de remediação, foram realizadas três campanhas
de acompanhamento contemplando análises químicas para os compostos organoclorados,
além de análises pontuais, entre as campanhas, para avaliação dos poços de
monitoramento que apresentaram as maiores concentrações das SQIs. As três campanhas
de acompanhamento foram realizadas nos meses de dezembro de 2017, fevereiro, maio e
junho de 2018. Foram monitorados os parâmetros pH, temperatura, ORP, OD e
condutividade elétrica.
Os resultados destas campanhas foram comparados com os valores orientadores definidos
pela Resolução CONAMA nº 420, de 2009, e com as Concentrações Máximas Aceitáveis
(CMAs) definidas em 2016, através da Avaliação de Risco. A Tabela 15 apresenta os
resultados das análises químicas realizadas durante a fase de investigação, no ensaio
piloto e nas três campanhas de acompanhamento realizadas no presente estudo. Esta
tabela será apresentada somente no final do capítulo, para melhor visualização da evolução
das concentrações identificadas.
Em relação aos valores de ORP, foram identificados valores predominantemente positivos
na primeira campanha e negativos na segunda campanha. Na terceira campanha, os
valores de ORP em grande parte dos poços sofreu um acréscimo, quando comparado com
a segunda campanha, tornando o meio mais oxidante. Este processo ocorreu
principalmente nos poços mais profundos e pode ser explicado pelo fato de haver maior
cinética nesta zona do aquífero.
Os resultados das análises químicas de água subterrânea indicaram concentrações
superiores às CMAs para a via de inalação em ambientes fechados para os compostos
Cloreto de Vinila nas amostras coletadas em fevereiro, março, abril e maio de 2018, e para
Tricloroeteno nas amostras coletadas em junho e agosto de 2017. Entretanto, as
concentrações de Cloreto de Vinila podem ser justificadas pelo processo de decloração
redutiva, que acarretou em um aumento das concentrações de CV e 1,2-DCE por conta da
84
redução do TCE, identificado acima do CMA na área antes da realização do Projeto de
Remediação.
No geral, as concentrações dos etenos clorados foram reduzidas em todos os poços de
monitoramento analisados, demonstrando que o processo de remediação adotado foi
eficaz, conforme apresenta o exemplo do poço PM-165A na Tabela 11. Com o intuito de
possibilitar a reclassificação da área como Área Reabilitada para Uso Declarado (AR), foi
elaborado ao final do estudo um Plano de Monitoramento, a fim de avaliar o comportamento
das substâncias químicas de interesse identificadas no meio ao longo de dois ciclos
hidrogeológicos, em frequência semestral, totalizando, desta forma, quatro campanhas de
monitoramento, sendo duas em período chuvoso e duas em período seco. Como os
resultados da terceira campanha de acompanhamento da remediação, realizada em maio
e junho de 2018, já apresentaram concentrações das SQIs inferiores aos CMAs definidos,
tal campanha foi considerada como sendo a 1ª Campanha de Monitoramento da Água
Subterrânea. Dessa forma, seriam necessárias somente mais três campanhas para finalizar
a etapa de monitoramento ambiental da área de interesse. Como a 1ª Campanha ocorreu
ao final de um período chuvoso, a próxima campanha deveria ser representativa de um
período seco.
O Plano de Monitoramento elaborado englobava a coleta de amostras de água subterrânea
em doze poços de monitoramento, para acompanhamento das concentrações de etenos
clorados na área. Além disso, em função da proximidade das plumas pré-remediação das
estruturas do empreendimento residencial, foi recomendado a instalação de três poços de
monitoramento de vapores subslab, com o intuito de avaliar uma possível intrusão de
vapores em ambientes residenciais fechados, já que os compostos identificados são
voláteis e podem provocar riscos à saúde humana. Estes poços subslab seriam instalados
em áreas específicas, sendo elas dois blocos residenciais e um salão de festas, conforme
apresentado na Figura 29. O cronograma de coleta das amostras de vapores iria
acompanhar o de coleta de amostras de água subterrânea, e seria analisado também para
o parâmetro VOC, utilizando a metodologia de análise USEPA TO-15.
85
Substância Química de
Interesse (SQI)
Padrão de referência (CETESB¹)
Padrão de referência
(CONAMA²)
CMA (IVAFA³)
Amostras
PM-165A
jun/17 ago/17 dez/17 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 nov/18
Etenos Clorados (μg/L)
Cloreto de Vinila 2 5 124 53,6 <1,50 <1,50 510,3 323,9 308,2 227,3 110,9 83,1
1,1-DCE 30 30 1930 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00
Cis-1,2-DCE 50 50 ND 1206,8 1375,3 562,7 685,4 188,7 361,1 42,1 77 15,1
Trans-1,2-DCE 50 50 2320 124,7 124,9 26,6 42,6 15 24,9 <3,00 <3,00 <3,00
TCE 20 70 51,8 171,3 104,4 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00
PCE 40 40 856 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00
(1) Valor de intervenção, Decisão de Diretoria n° 045, 2014; (2) Valor de investigação, Resolução CONAMA n° 420, 2009; (<) - abaixo do limite de quantificação.
Tabela 11: Resultados das amostras de água subterrânea no poço PM-165A.
Tabela 11: Resultados das amostras de água subterrânea no poço PM-165A. Fonte: Controllab Ambiental (2018).
87
2ª Campanha de Monitoramento de Água Subterrânea - Grupamento 1
(Dezembro/2018):
De acordo com os índices pluviométricos registrados próximo à região de estudo pelo
Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), este
monitoramento foi executado em um período de pluviosidade atípica e, por isto, foi
considerado representativo de um período úmido.
Para avaliar o comportamento das SQIs sob estas condições climatológicas, foram
amostrados, pelo método de baixa vazão, os doze poços de monitoramento recomendados
no Plano de Monitoramento do Grupamento 1. Todas as amostras coletadas foram
analisadas para o grupo etenos clorados.
A medição in situ dos parâmetros físicos, executada simultaneamente à coleta, indicou um
ambiente redutor em todos os poços, com exceção do PM-59B, e um ambiente
predominantemente anaeróbio. O pH se manteve em faixa ácida e a condutividade média
observada foi de 1242 μs/cm.
As concentrações de etenos clorados verificadas nas amostras foram comparadas com os
mesmos valores orientadores utilizados ao longo do gerenciamento da área, publicados
pela CETESB e CONAMA, e com as CMAs relativas à via de inalação de vapores em
ambientes fechados para receptores residenciais, calculadas na avaliação de risco de
setembro de 2016.
Como verifica-se na Tabela 15, as concentrações de etenos clorados observadas no site
não superaram as CMAs consideradas, apenas os valores de investigação. Desta forma,
foi recomendado o prosseguimento do monitoramento, com campanha seguinte prevista
para abril de 2019.
3ª Campanha de Monitoramento de Água Subterrânea - Grupamento 1 (Abril/2019):
Assim como na 2ª Campanha de Monitoramento, foram avaliados os índices pluviométricos
da região, através do portal do Cemaden. Segundo os resultados, foi observado que os
índices pluviométricos medidos no período foram de médio a altos, sendo esta campanha
representativa de um período chuvoso.
Nesta campanha de monitoramento, foram coletadas amostras de água subterrânea para
os doze poços listados no Plano de Monitoramento e também para o poço PM-36C, para
análises químicas dos compostos etenos clorados. Todas as amostras foram coletadas pelo
método de baixa vazão, seguindo as normas da ABNT. Foram analisados também os
88
parâmetros físico-químicos da água (pH, ORP, OD, condutividade e temperatura) e os
resultados indicaram um ambiente oxidante em todos os poços de monitoramento, e um pH
médio próximo ao neutro.
Com relação às análises químicas dos etenos clorados, os resultados foram comparados à
Decisão de Diretoria nº 45/2014 da CETESB, à Resolução CONAMA nº 420/2009 e às
Concentrações Máximas Aceitáveis (CMAs) calculadas na Avaliação de Risco, elaborada
em setembro de 2016. Os resultados das análises indicaram concentrações superiores aos
valores orientadores para os parâmetros Cloreto de Vinila, Cis-1,2-DCE e TCE, conforme
apresentado na Tabela 15. Entretanto, em nenhuma das amostras coletadas foi superado
o valor de CMA calculado para inalação de vapores em ambientes fechados. Foi observado
também uma tendência de redução da concentração destes compostos no poço de
monitoramento PM-165A, no qual foram identificadas as maiores concentrações de
compostos etenos clorados.
Além disso, neste estudo foram instalados os poços de monitoramento de vapores subslab,
com o objetivo de avaliar a possibilidade de intrusão de vapores dos compostos
organoclorados, a partir de microfissuras no piso ou de caminhos preferenciais como
tubulações ou fraturas. Estes poços só foram instalados nesta campanha por conta do
cronograma de execução das obras do grupamento. Durante a execução da 2ª Campanha
de Monitoramento, ainda haviam intervenções de caráter construtivo no local. Por este
motivo, optou-se pela não instalação dos poços subslab, pois havia possibilidade de
danificação deste.
Sendo assim, os três poços subslab definidos na 1ª Campanha de Monitoramento foram
instalados no estudo em questão, sendo dois deles localizados em blocos residenciais (PIV-
01 e PIV-02) e um no salão de festas (PIV-03). A instalação dos poços se deu com o auxílio
de uma perfuratriz com broca de 32 mm de diâmetros. A profundidade da perfuração foi até
cerca de 5 cm. Após a execução da perfuração, foi utilizado um suporte com furo central de
12 mm de diâmetro para guiar a execução de outra perfuração, até que fosse atingido o
solo logo abaixo do piso. Por fim, foi instalado o poço, o qual é composto por uma peça de
inox. Foi utilizada uma seção de silicone, a qual tem a finalidade de promover uma vedação
lateral entre o poço e o piso, impedindo, desta forma, a passagem dos vapores para o
ambiente interno. Para acabamento do poço, é utilizada uma tampa de inox ou de plástico,
nivelada com o pavimento, conforme apresentado na Figura 30.
89
Figura 30: Elementos construtivos de um poço subslab. Fonte: Modificado de GeoBrasil Soluções Ambientais (2017).
A coleta das amostras de vapores foi realizada através dos Bottle Vacs, seguindo a
metodologia de análise da USEPA TO-15. De forma a garantir a integridade das amostras
de vapores coletadas, foi realizado um teste de estanqueidade nos três poços subslab
instalados, antes de realizar a purga. O teste de estanqueidade visa garantir que o
amostrador esteja coletando de fato amostras de vapores debaixo da laje, e não
provenientes do ar ambiente. Ou seja, o teste é utilizado para identificar possíveis
vazamentos, seja por conta de selos defeituosos ou conexões superficiais desgastadas ou
mal utilizadas. Para tanto, utiliza-se gases traçadores e em seguida é medida a
porcentagem deste gás identificada na amostra.
No estudo em questão, utilizou-se o gás Hélio como elemento traçador, conforme
recomendado na norma ASTM D7663-12, uma vez que este é um gás inerte, leve e sua
molécula é uma das menores encontradas, sendo possível passar por micro vazamentos.
Para execução do teste, foi criado uma atmosfera controlada do gás Hélio sobre o aparato
de amostragem do poço. Posteriormente, foi medida a porcentagem do gás traçador que
penetrou pelo selo do poço ou por conexões não estanques, através de um detector de gás.
Destaca-se que a taxa de vazamento do poço não é equivalente ao valor medido no
detector, mas sim a uma relação entre a concentração do gás traçador na atmosfera criada
e a concentração detectada ao medir o poço, conforme apresentado na Equação 3.
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑧𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑀𝑃 − 𝐼
𝑀𝐴 𝑥 0,01
Equação 3: Taxa de vazamento do teste de estanqueidade.
90
Nesta equação, MP é equivalente à concentração do gás medido no poço, MA é a
concentração medida na atmosfera controlada, e I é a medida de interferentes do poço, que
equivalem às concentrações de outros gases já presentes no local e que podem mascarar
o teste.
A taxa de vazamento calculada não pode ultrapassar 5%, conforme estabelecido pelo
DTSC (Department of Toxic Substances Control), de 2015. Caso seja identificada taxa
superior a 5%, é necessário verificar se as conexões e se a vedação do poço estão
adequadas e realizar sua reparação. Quando a taxa é inferior a 5%, considera-se que o
poço está apto para ser amostrado.
Durante a realização dos testes de estanqueidade nos poços subslab instalados (PIV-01,
PIV-02 e PIV-03), todas as taxas de vazamento calculadas foram inferiores a 5%, conforme
apresentado na Tabela 12: Resultados dos testes de estanqueidade.
.
Poço Data Horário Taxa de
vazamento Aprovado
PIV-01 18/04/2019 10:14 0,30% Sim
PIV-02 18/04/2019 10:48 0,80% Sim
PIV-03 18/04/2019 11:26 0,30% Sim
Tabela 12: Resultados dos testes de estanqueidade. Fonte: Controllab Ambiental (2019).
A Figura 31 apresenta a montagem dos equipamentos para realização do teste de
estanqueidade.
91
Figura 31: Esquema de montagem do teste de estanqueidade. Fonte: Acervo das Autoras.
Após a realização do teste de estanqueidade, foi efetuada a purga dos poços. Tal
procedimento visa remover os gases estagnados no interior de cada poço, de forma a
assegurar que, durante a amostragem, sejam coletadas amostras representativas dos
vapores da zona vadosa. Desta forma, o procedimento de purga deve preceder à etapa de
amostragem, e o volume purgado deve ser compatível com o meio amostrado e com o
equipamento utilizado. Para uma estimativa precisa, é necessário considerar o diâmetro
interno da tubulação utilizada para instalação do poço e seu comprimento, o volume do
recipiente utilizado para acondicionamento da amostra, além do diâmetro interno e
comprimento da tubulação utilizada para acoplar o poço aos equipamentos do sistema de
amostragem.
Considerando tais fatores, o volume purgado para amostragem foi equivalente a 3 vezes o
somatório do volume da tubulação do poço, conforme recomendado pela norma ASTM
D7663-12. Entretanto, como o volume do poço é muito pequeno, o valor da purga foi
próximo a zero. Para realização da purga, foi utilizada uma bomba de sucção regulada a
uma vazão de 200 mL/min.
92
Após os testes de estanqueidade e purga, foi efetuada a coleta de amostras dos três poços
subslab instalados para análise do grupo VOC, através dos Bottle Vacs. Os Bottle Vacs são
recipientes herméticos, em vidro âmbar, com superfície interna passivada ou inertizada. A
coleta utilizando Bottle Vacs é ativa, uma vez que o recipiente é recebido com vácuo. É este
vácuo que promove a sucção dos vapores presentes no solo, por conta das diferenças de
pressão entre o ar do solo e o interior do recipiente. Para a realização das amostragens,
foram utilizados um manômetro, um recipiente Bottle Vac de um litro e um Sample Train ou
Trem de Amostragem, utilizado para controle da vazão, pois esta não pode exceder
200 mL/min. Há ainda um filtro no interior do Sample Train, o qual possui a finalidade de
impedir que partículas contaminadas entrem no Bottle Vac.
Antes da coleta da amostra, foi verificado o vácuo nos Bottle Vacs com o auxílio de um
manômetro. Feita a verificação, foi acoplado o Bottle Vac ao Sample Train e foram
aguardados cinco minutos, necessários para o preenchimento do recipiente de um litro.
Após decorridos os cinco minutos, o Sample Train foi desconectado do Bottle Vac e a
amostragem foi finalizada. Destaca-se que durante o processo de amostragem, deixa-se
ainda um pouco de vácuo no interior do recipiente, chamado vácuo residual. Este
procedimento visa permitir a identificação de contaminação da amostra por fatores
externos, uma vez que, quando a amostra é recebida no laboratório para análise química,
verifica-se a pressão medida no término da amostragem é equivalente a presão presente
no Bottle Vac. A Figura 32 ilustra o momento da coleta de vapores através de Bottle Vacs
no PIV-02, localizado no interior de um dos blocos residenciais.
Figura 32: Coleta de amostra de vapores do PIV-02. Fonte: Acervo das autoras.
93
Os resultados da amostragem dos poços subslab foram comparados com os valores
específicos para intrusão de vapores (VISL - Vapor Intrusion Screening Levels) da USEPA
(2018), uma vez que não existem valores de intervenção estabelecidos pelos órgãos
ambientais brasileiros. Foram adotados os VISL considerando os receptores residenciais,
por conta do cenário de exposição associado aos blocos residenciais, e os receptores
comerciais, devido ao cenário de exposição associado ao salão de festas. Portanto, foi
necessário utilizar as tabelas de valores de risco dos documentos Regional Screening
Levels - Resident Air e Regional Screening Levels - Worker Air, ambos elaborados pelo
órgão ambiental norte-americano (USEPA).
Os valores de intervenção da USEPA para ar ambiente são calculados com base no guia
RAGS (Risk Assessment Guidance for Superfund, Part F - EPA, 2009) e utilizam como
critério para risco carcinogênico o fator de 10-6, ou seja, probabilidade de ocorrência de 1
caso de câncer em uma população de 1.000.000 pessoas.
Como já mencionado anteriormente, no capítulo 4, os valores utilizados para avaliação de
risco pela CETESB utilizam o fator de 10-5 para risco carcinogênico, ou seja, dez vezes
menos restritivo que o fator estabelecido pela USEPA. Por conta disso, os VISL das tabelas
da USEPA foram multiplicados por 10, para adequação aos parâmetros brasileiros. Além
disso, foi adotado também um fator de atenuação de 0,03, conforme indicado pela USEPA
(2018). O fator de atenuação é aplicado para avaliar as concentrações de vapores
localizadas imediatamente abaixo do piso ou de fundações de edificações que conseguem
migrar para o ar ambiente.
Com base nos parâmetros supracitados, foram feitos cálculos para obtenção dos VISL,
baseados no guia da EPA OSWER - Technical Guide For Assessing And Mitigating The
Vapor Intrusion Pathway From Subsurface Vapor Sources to Indoor Air, de 2015, utilizando-
se a Equação 4 a seguir.
𝐶𝑉𝐼𝑆𝐿 =𝐶𝑇𝑎𝑟𝑔𝑒𝑡,𝑖𝑎
𝛼𝑉𝐼
Equação 4: Cálculo para concentrações de vapores no ar ambiente.
Nesta equação, CVISL é equivalente ao valor de intervenção de vapores para a
subsuperfície; CTarget,ia corresponde ao valor de intervenção de vapores para o ar ambiente;
e αVI é o fator de atenuação.
Desta forma, os valores de referência VISL são calculados convertendo-se o nível de risco
aceitável estipulado pela USEPA para o nível de risco adotado pela CETESB. Esta
94
conversão ocorre por meio da multiplicação do valor da USEPA por 10, para as substâncias
que apresentam risco carcinogênico. O resultado desta multiplicação é equivalente ao
CTarget,ia.
Para as substâncias que não apresentam risco carcinogênico, é necessário apenas aplicar
o valor de atenuação, pois tanto a USEPA quanto a CETESB adotam o quociente de risco
toxicológico de 1.
Os resultados das análises químicas dos vapores coletados não indicaram concentrações
de compostos orgânico voláteis superiores aos valores de referência estabelecidos em
nenhum dos poços subslab analisados. Estes resultados são apresentados na Tabela 13.
Foram apresentados somente as concentrações dos compostos etenos clorados e das
substâncias que foram identificadas com concentração acima dos limites de quantificação
laboratoriais.
Compostos
Valores de Intervenção¹
PIV-01
Valores de Intervenção¹
PIV-02 PIV-03 Vapor Intrusion Screening Level
(VISL) Vapor Intrusion Screening Level
(VISL)
Worker Air Resident Air
C NC abr/19 C NC abr/19 abr/19
Etenos clorados (µg/m³)
Cloreto de Vinila 933 14700 89 56,7 3330 ND ND
1,1-Dicloroeteno - 29300 ND - 7000 ND ND
Cis-1,2-Dicloroeteno
- - 29 - - ND ND
Trans-1,2-Dicloroeteno
- - 9,3 - - ND ND
Tricloroeteno-TCE
1000 293 4,5 160 70 ND ND
Tetracloroeteno-PCE
15700 6000 17 3670 1400 ND 5
(ND) - não detectado; (1) Adaptado de EPA Regional Screening Levels (RSLs), Novembro/2018.
Tabela 13: Resultados da medição de vapores dos poços subslab. Fonte: Controllab Ambiental (2019).
4ª Campanha de Monitoramento de Água Subterrânea - Grupamento 1
(Outubro/2019):
Esta campanha, quarta e última prevista no Plano de Monitoramento, foi representativa de
um período seco, comprovado pelos baixos índices pluviométricos registrados na região
pelo Cemaden.
95
Os serviços de campo contemplaram a coleta de amostras de água subterrânea, através
do método de baixa vazão, nos doze poços de monitoramento que já vinham sendo
monitorados. Os dados físico-químicos mensurados durante a coleta indicaram um
ambiente oxidante e um pH levemente ácido.
Procederam-se, anteriormente à coleta de vapores, o teste de estanqueidade e a purga dos
poços subslab, seguindo os mesmo procedimentos descritos na 3ª Campanha de
Monitoramento de Água Subterrânea. As taxas de vazamento verificadas nos testes foram
de 0,20%, 0,20% e 0,30% nos poços PIV-01, PIV-02 e PIV-03, respectivamente. Como não
superaram 5%, os poços foram aprovados para amostragem. Desta maneira, com o uso de
Bottle Vacs, foram coletadas três amostras de vapores, uma em cada poço subslab (PIV-
01, PIV-02 e PIV-03).
Com relação aos resultados laboratoriais do grupo etenos clorados, as concentrações
referentes às doze amostras de água subterrânea coletadas não superaram as CMAs
definidas para a área, considerando a via de inalação em ambientes fechados por
receptores residenciais, indicando assim a ausência de risco à saúde humana. Os
resultados das amostras de vapores corroboram tal fato, tendo em vista que as
concentrações verificadas sob a laje do piso também não foram superiores aos valores de
referência adotados.
A Tabela 14 apresenta os resultados das análises de vapores dos poços subslab
executadas na última campanha de monitoramento, enquanto a Tabela 15 apresenta a
evolução dos resultados das análises químicas de água subterrânea realizadas durante a
fase de investigação, o ensaio piloto, as campanhas de acompanhamento da remediação
e as quatro campanhas de monitoramento.
Baseado nos resultados obtidos ao longo das quatro campanhas, que objetivou avaliar o
comportamento das SQIs durante dois ciclos hidrogeológicos, foi constatado, por duas
metodologias distintas, a ausência de risco à saúde dos futuros receptores residenciais que
venham a habitar no empreendimento construído no Grupamento 1. Assim sendo, a área
foi promovida à Área Reabilitada para Uso Declarado, conforme estabelecido no artigo 36
da Resolução CONAMA nº 420.
96
Compostos
Valores de Intervenção¹
PIV-01
Valores de Intervenção¹
PIV-02 PIV-03 Vapor Intrusion Screening Level (VISL) Vapor Intrusion Screening Level (VISL)
Worker Air Resident Air
C NC abr/19 set/19 C NC abr/19 set/19 abr/19 set/19
Etenos clorados (µg/m³)
Cloreto de Vinila 933 14700 89 ND 56,7 3330 ND ND ND ND
1,1-Dicloroeteno - 29300 ND ND - 7000 ND ND ND ND
Cis-1,2-Dicloroeteno - - 29 ND - - ND ND ND ND
Trans-1,2-Dicloroeteno
- - 9,3 ND - - ND ND ND ND
Tricloroeteno-TCE 1000 293 4,5 ND 160 70 ND ND ND ND
Tetracloroeteno-PCE 15700 6000 17 14 3670 1400 ND 2,7 5 ND
(ND) - não detectado; (1) Adaptado de EPA Regional Screening Levels (RSLs), Novembro/2018.
Tabela 14: Valores das análises dos poços subslab - 4ª Campanha. Fonte: Controllab Ambiental, 2019.
Tabela 13: Valores das análises dos poços subslab – 4ª Campanha. Fonte: Controllab Ambiental (2019).
97
Substâncias Químicas de
Interesse (SQI)
Padrão de referência (CETESB¹)
Padrão de referência
(CONAMA²)
CMA (IVAFA³)
Amostras
PM-36A PM-36B
mai/16 dez/17 fev/18 mai/18 nov/18 abr/19 set/19 jun/16 dez/17 fev/18 mai/18 nov/18 abr/19 set/19
Etenos Clorados (μg/L)
Cloreto de Vinila 2 5 124 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 9 47,8 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 26,6 31,7
1,1-DCE 30 30 1930 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5
Cis-1,2-DCE 50 50 ND 42,7 50,3 27,5 48,8 17,5 6,5 17,5 114,2 37,2 88,8 149,8 218,7 170,8 150,2
Trans-1,2-DCE 50 50 2320 42,7 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 2,6 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 5,4 4,9
TCE 20 70 51,8 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <1,0 12,2 <3,00 <3,00 <3,00 13,2 8,2 4,6
PCE 40 40 856 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 10,6 2,9 1,9
(1) Valor de intervenção, Decisão de Diretoria n° 045, 2014; (2) Valor de investigação, Resolução CONAMA n° 420, 2009; (<) - abaixo do limite de quantificação; IVAFA – Inalação de vapores em ambientes fechadoos.
Substâncias Químicas de
Interesse (SQI)
Padrão de referência (CETESB¹)
Padrão de referência
(CONAMA²)
CMA (IVAFA³)
Amostras
PM-36C PM-37A
set/16 dez/17 fev/18 mai/18 abr/19 mai/16 dez/17 fev/18 mai/18 nov/18 abr/19 set/19
Etenos Clorados (μg/L)
Cloreto de Vinila 2 5 124 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 <0,5 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 <0,5 7,6
1,1-DCE 30 30 1930 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5
Cis-1,2-DCE 50 50 ND <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 6,6 131,1 35,5 14,3 16,1 <3,00 4,3 56,9
Trans-1,2-DCE 50 50 2320 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <1,0 131,1 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <1,0 6,7
TCE 20 70 51,8 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <1,0 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5
PCE 40 40 856 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5
(1) Valor de intervenção, Decisão de Diretoria n° 045, 2014; (2) Valor de investigação, Resolução CONAMA n° 420, 2009; (<) - abaixo do limite de quantificação; IVAFA – Inalação de vapores em ambientes fechadoos.
98
Substâncias Químicas de
Interesse (SQI)
Padrão de referência (CETESB¹)
Padrão de referência
(CONAMA²)
CMA (IVAFA³)
Amostras
PM-37B PM-59A
jun/16 dez/17 fev/18 mai/18 nov/18 abr/19 set/19 jun/16 jun/17 ago/17 dez/17 fev/18 mai/18
Etenos Clorados (μg/L)
Cloreto de Vinila 2 5 124 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 <0,5 <0,5 26,1 46,6 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50
1,1-DCE 30 30 1930 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00
Cis-1,2-DCE 50 50 ND <3,00 <3,00 <3,00 12,8 <3,00 <0,5 <0,5 378,7 319,1 334,5 133,8 34 36,2
Trans-1,2-DCE 50 50 2320 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 10 <3,00 <3,00 <3,00
TCE 20 70 51,8 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00
PCE 40 40 856 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00
(1) Valor de intervenção, Decisão de Diretoria n° 045, 2014; (2) Valor de investigação, Resolução CONAMA n° 420, 2009; (<) - abaixo do limite de quantificação; IVAFA – Inalação de vapores em ambientes fechadoos.
Substâncias Químicas de
Interesse (SQI)
Padrão de referência (CETESB¹)
Padrão de referência
(CONAMA²)
CMA (IVAFA³)
Amostras
PM-59A PM-59B
nov/18 abr/19 out/19 set/16 jun/17 ago/17 dez/17 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 nov/18
Etenos Clorados (μg/L)
Cloreto de Vinila 2 5 124 35,2 48,1 5,5 <1,50 <1,50 <1,50 23,9 140,1 69,4 95,6 50,8 46,5 54,9
1,1-DCE 30 30 1930 <3,00 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00
Cis-1,2-DCE 50 50 ND 16,3 5,5 <0,5 163,3 <3,00 <3,00 196,1 197,3 298,4 178,6 209,6 280,6 196,8
Trans-1,2-DCE 50 50 2320 <3,00 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00
TCE 20 70 51,8 <3,00 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 15,2 <3,00 <3,00 14,9 15,9
PCE 40 40 856 <3,00 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 16,5 17,2 27,6 24,2 11,5 29,6 20,1
(1) Valor de intervenção, Decisão de Diretoria n° 045, 2014; (2) Valor de investigação, Resolução CONAMA n° 420, 2009; (<) - abaixo do limite de quantificação; IVAFA – Inalação de vapores em ambientes fechadoos.
99
Substâncias Químicas de
Interesse (SQI)
Padrão de referência (CETESB¹)
Padrão de referência
(CONAMA²)
CMA (IVAFA³)
Amostras
PM-59B PM-59C
abr/19 out/19 fev/17 dez/17 fev/18 mai/18 nov/18 abr/19 out/19
Etenos Clorados (μg/L)
Cloreto de Vinila 2 5 124 68 57,2 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 <0,5 <0,5
1,1-DCE 30 30 1930 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5
Cis-1,2-DCE 50 50 ND 152,6 164,3 21,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5
Trans-1,2-DCE 50 50 2320 1,8 1,8 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5
TCE 20 70 51,8 18,1 10,1 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5
PCE 40 40 856 19,6 12,1 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5
(1) Valor de intervenção, Decisão de Diretoria n° 045, 2014; (2) Valor de investigação, Resolução CONAMA n° 420, 2009; (<) - abaixo do limite de quantificação; IVAFA - Inalação de vapores em ambientes fechados.
Substâncias Químicas de
Interesse (SQI)
Padrão de referência (CETESB¹)
Padrão de referência
(CONAMA²)
CMA (IVAFA³)
Amostras
PM-100 PM-164A
ago/16 dez/17 fev/18 mai/18 nov/18 abr/19 out/19 jun/17 ago/17 dez/17 fev/18 mai/18 nov/18
Etenos Clorados (μg/L)
Cloreto de Vinila 2 5 124 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 6,8 <0,5 <1,50 <1,50 19,2 < 1,49 <1,50 <1,50
1,1-DCE 30 30 1930 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00
Cis-1,2-DCE 50 50 ND <3,00 <3,00 <3,00 37,6 114,3 50 4,6 20,2 308,9 12,7 <3,00 <3,00 14,4
Trans-1,2-DCE 50 50 2320 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 9,8 1,2 <3,00 10,7 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00
TCE 20 70 51,8 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 28,7 13,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00
PCE 40 40 856 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00
(1) Valor de intervenção, Decisão de Diretoria n° 045, 2014; (2) Valor de investigação, Resolução CONAMA n° 420, 2009; (<) - abaixo do limite de quantificação; IVAFA - Inalação de vapores em ambientes fechados.
100
Substâncias Químicas de
Interesse (SQI)
Padrão de referência (CETESB¹)
Padrão de referência
(CONAMA²)
CMA (IVAFA³)
Amostras
PM-164A PM-164B
abr/19 out/19 jun/17 ago/17 dez/17 fev/18 mai/18 nov/18 abr/19 out/19
Etenos Clorados (μg/L)
Cloreto de Vinila 2 5 124 7,3 13,6 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 21 4,5
1,1-DCE 30 30 1930 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5
Cis-1,2-DCE 50 50 ND 1,3 2 <3,00 <3,00 <3,00 56,5 201,3 88,9 97,2 60,9
Trans-1,2-DCE 50 50 2320 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 3,4 1,8
TCE 20 70 51,8 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 16,3 27,1 12,1
PCE 40 40 856 <0,5 <0,5 <3,00 <3,00 <3,00 17,9 <3,00 19,8 26,2 10,7
(1) Valor de intervenção, Decisão de Diretoria n° 045, 2014; (2) Valor de investigação, Resolução CONAMA n° 420, 2009; (<) - abaixo do limite de quantificação; IVAFA - Inalação de vapores em ambientes fechados.
Substâncias Químicas de
Interesse (SQI)
Padrão de referência (CETESB¹)
Padrão de referência
(CONAMA²)
CMA (IVAFA³)
Amostras
PM-165A
jun/17 ago/17 dez/17 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 nov/18 fev/19 abr/19 out/19
Etenos Clorados (μg/L)
Cloreto de Vinila 2 5 124 53,6 <1,50 <1,50 510,3 323,9 308,2 227,3 110,9 83,1 76,9 55,9 42,9
1,1-DCE 30 30 1930 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5 <0,5
Cis-1,2-DCE 50 50 ND 1206,8 1375,3 562,7 685,4 188,7 361,1 42,1 77 15,1 1,5 15 <0,5
Trans-1,2-DCE 50 50 2320 124,7 124,9 26,6 42,6 15 24,9 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 2,1 <0,5
TCE 20 70 51,8 171,3 104,4 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5 <0,5
PCE 40 40 856 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5 <0,5
(1) Valor de intervenção, Decisão de Diretoria n° 045, 2014; (2) Valor de investigação, Resolução CONAMA n° 420, 2009; (<) - abaixo do limite de quantificação.
101
Substâncias Químicas de
Interesse (SQI)
Padrão de referência (CETESB¹)
Padrão de referência
(CONAMA²)
CMA (IVAFA³)
Amostras
PM-165B
jun/17 ago/17 dez/17 fev/18 mai/18 nov/18 abr/19 out/19
Etenos Clorados (μg/L)
Cloreto de Vinila 2 5 124 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 <1,50 30,9 42 1,4
1,1-DCE 30 30 1930 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5
Cis-1,2-DCE 50 50 ND 149,3 64,7 34,4 52,7 35,5 51,9 32,7 <0,5
Trans-1,2-DCE 50 50 2320 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 4,1 <0,5
TCE 20 70 51,8 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5
PCE 40 40 856 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <3,00 <0,5 <0,5
(1) Valor de intervenção, Decisão de Diretoria n° 045, 2014; (2) Valor de investigação, Resolução CONAMA n° 420, 2009; (<) - abaixo do limite de quantificação.
Tabela 15: Evolução das concentrações de etenos clorados no Grupamento 1. Fonte: Controllab Ambiental, 2019.
Tabela 14: Evolução das concentrações de etenos clorados no Grupamento 1. Fonte: Controllab Ambiental (2019).
102
6. Avaliação e Considerações Finais
A partir dos estudos ambientais disponibilizados foi realizada uma avaliação do
gerenciamento ambiental como um todo executado na área do Grupamento 1. As etapas
realizadas, bem como a identificação das áreas de relevante interesse ambiental,
apresentadas no modelo conceitual, mostraram-se essenciais para o estudo de caso em
questão. É importante enfatizar a importância da elaboração de um modelo conceitual
adequado para o gerenciamento ambiental, conforme apresentado no item 5.2. Nos
primeiros estudos ambientais realizados na área, foram identificados inicialmente apenas
seis áreas de interesse ambiental. Já nos estudos realizados posteriormente pela
Controllab Ambiental, segunda empresa de consultoria a realizar o gerenciamento
ambiental, este número aumentou para vinte e um, uma discrepância muito significativa na
temática de áreas contaminadas e que influencia todo o processo de tomada de decisão.
O modelo conceitual apresentado pela segunda empresa de consultoria permitiu a
elaboração de um plano de amostragem pertinente à cada uma das áreas potenciais,
suspeitas e contaminadas presentes no terreno. Este fato é confirmado pelo desenho das
plumas de fase dissolvida de organoclorados, as quais encontram-se delimitadas
justamente em uma das áreas listadas no modelo conceitual.
Assim como a identificação e elaboração inicial do modelo conceitual é importante, sua
atualização no decorrer dos estudos é essencial para nortear as próximas etapas de
gerenciamento. Neste quesito, conclui-se que esta etapa também foi executada com êxito.
Em relação aos estudos hidrogeológicos realizados, o sentido do fluxo de água subterrânea
foi definido como sendo de Sudeste para Noroeste, o que é pertinente ao caso, pois nesta
direção há um corpo hídrico a cerca de 100 metros da área. Quanto aos perfis litológicos,
a partir do desenho dos perfis dos poços de monitoramento instalados, presentes no Anexo
1, percebe-se que a área possui solo com características predominantemente arenosas.
Este tipo de solo em geral é bastante permeável, devido ao formato dos grãos, que ocasiona
a formação de espaços vazios por onde os fluidos podem passar. Os valores de
permeabilidade do meio influenciam diretamente na velocidade do fluxo de água
subterrânea, a qual foi de 21,2 m/ano, ou seja, 1,77 m/mês. Esta velocidade é considerada
elevada e pode acarretar na dispersão da pluma, o que pode dificultar sua delimitação e,
consequentemente, sua remediação. Portanto, a caracterização hidrogeológica e litológica
constitui uma etapa determinante para avaliação da mobilidade das plumas de
contaminação. A partir dos resultados apresentados nos estudos, considera-se que esta
etapa também foi executada adequadamente.
103
Com relação aos compostos organoclorados identificados na área, substâncias alvo do
presente estudo, estes eram utilizados pela Indústria X no processo de produção de
isoladores poliméricos. Ressalta-se que a pluma de contaminação de organoclorados,
identificada na água subterrânea, estava localizada na área do antigo Depósito de Produtos
Inflamáveis. Por este motivo, é provável que esta área tenha sido utilizada pela empresa
para o armazenamento destas substâncias, e possivelmente, houve vazamentos no
passado, os quais podem ter acarretado na contaminação da área. Sendo assim, observa-
se a importância do levantamento do histórico de ocupação da área para o bom andamento
do gerenciamento.
Observando o comportamento dos compostos organoclorados, é necessário destacar
algumas de suas características, como o fato de, em geral, serem mais densos do que a
água (DNAPLs) e voláteis. A análise das características dos compostos identificados
consiste em outra etapa fundamental para o gerenciamento ambiental da área
contaminada, uma vez que irá influenciar nos mecanismos de difusão e advecção do
contaminante, e nas rotas de exposição de risco.
No estudo de caso em questão, os dois contaminantes identificados no Grupamento 1
(Cloreto de Vinila e 1,2-Dicloroeteno) são compostos voláteis. Por este motivo, procedeu-
se a realização de uma Avaliação de Risco considerando vias de exposição tanto de contato
direto com a água subterrânea, como também a via de inalação de vapores em ambientes
fechados e abertos. A via de ingestão de água subterrânea foi desconsiderada, uma vez
que a região é abastecida pela CEDAE e, portanto, o uso de água subterrânea para
consumo humano não é permitido. Já a via de contato dérmico também pode ser eliminada
pela mesma justificativa e também pela utilização de EPIs, no caso dos trabalhadores de
obras civis. Sendo assim, estas vias de contato direto não se completam, o que de fato é
pertinente. Entretanto, não se pode descartar a possibilidade de ocorrência de captações
clandestinas no entorno da área de interesse.
Já para a via de inalação de vapores, apesar de inicialmente não terem sido identificados
riscos, foi proposta uma medida de remediação, com a justificativa de ocorrência do
processo de decloração redutiva na área, que poderia, no decorrer do tempo, aumentar as
concentrações de alguns dos etenos clorados até valores superiores às concentrações
máximas aceitáveis (CMAs) calculadas para a via em questão. Caso esta medida não
tivesse sido proposta, o gerenciamento ambiental da área teria sido encerrado, e o
resultado da interação dos contaminantes com o meio físico não teria sido levado em
consideração. Com isso, não teriam sido identificados os riscos à saúde humana que se
concretizaram depois com o aumento das concentrações, como previsto.
104
Tal fato demonstra o quão é indispensável uma análise profunda das características do
contaminante. A análise apenas quantitativa, comparando os resultados laboratoriais com
os valores orientadores, pode não traduzir os riscos e problemas socioambientais
relacionados aos passivos. A sensibilidade e a experiência dos profissionais envolvidos no
gerenciamento mostra-se, portanto, primordial para avaliação de todas as possíveis rotas
de contaminação.
Conforme recomendado nos dispositivos legais, a remediação da área só foi iniciada após
a caracterização de todas as SQIs pertinentes e delimitação completa da plumas
identificadas no site. O fechamento do cenário espacial e químico de contaminação permitiu
que os procedimentos de remediação fossem otimizados, de forma que não foi necessário
adotar outras intervenções posteriores a esta para eliminar o risco identificado. O sucesso
das ações remediativas também está associado à caracterização do meio subterrâneo
local, o qual foi contemplado no estudo de Investigação Ambiental para Remediação. O
entendimento de seus aspectos físicos, químicos e biológicos propiciou a escolha do
produto remediativo mais adequado ao cenário de contaminação.
O processo de decloração se mostrou um indicativo de eficiência da remediação realizada.
As variações das concentrações ao longo dos estudos, principalmente de Cloreto de Vinila,
apontavam para a degradação dos compostos organoclorados com mais cloro em suas
cadeias, conforme esperado.
Para melhor avaliar o cenário de intrusão de vapores, foi aplicada uma técnica de
amostragem ativa, com o intuito de validar os resultados da avaliação de risco realizada
através das Planilhas da CETESB. Como a medição dos contaminantes através desta
técnica apresenta valores mais acurados, pois trata-se de uma medição direta, os
resultados permitem um diagnóstico mais conclusivo sobre a existência de risco na área.
A partir dos resultados das análises dos gases coletados através dos poços subslab,
constata-se que na maioria destes sequer foram detectadas concentrações dos parâmetros
analisados. Sendo assim, os riscos associados à inalação de vapores em ambientes
fechados não se configuram, corroborando assim, com os resultados obtidos indiretamente
através das planilhas da CETESB nas campanhas de monitoramento.
Desta forma, também fica evidente que a escolha da técnica de remediação empregada foi
de fato efetiva para remediação da área e eliminação dos riscos à saúde humana
identificados. Sendo assim, a reclassificação da área como Área Reabilitada para Uso
Declarado é pertinente para o estudo de caso em questão e compatível com o estabelecido
pelos dispositivos legais.
105
A análise dos resultados do estudo de caso apresentado permite concluir que o
gerenciamento ambiental adequado, seguindo as normativas e legislações sobre o tema,
junto a boas práticas técnicas se mostra fundamental para recuperação de brownfields.
Após recuperadas, estas áreas podem ser destinadas a outros usos típicos de regiões
urbanizadas, principalmente, como demonstrado no estudo de caso, para a construção de
empreendimentos residenciais, uma tendência de mercado.
106
7. Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15515-1: Passivo
ambiental em solo e água subterrânea Parte 1: Avaliação Preliminar. 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15515-2: Passivo
ambiental em solo e água subterrânea Parte 2: Investigação Confirmatória. 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15515-3: Avaliação
de passivo ambiental em solo e água subterrânea Parte 3: Investigação Detalhada.
2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 16209: Avaliação de
risco a saúde humana para fins de gerenciamento de áreas contaminadas. 2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 16210: Modelo
conceitual no gerenciamento de áreas contaminadas – Procedimento. 2013.
AMBISOLO SONDAGENS E PERFURAÇÕES. Poços de Monitoramento. [20--?].
Disponível em: <http://www.ambisolo.com.br/moni01.htm#>. Acesso em: 24 dez. 2019.
ANDRADE, Antonio Carlos. Sistemas de Avaliação de Prioridades para Recuperação
de Áreas Contaminadas por Resíduos Perigoso. 1996. Dissertação (Mestrado),
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 5 de outubro
de 1988.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Brasília, agosto de 1981.
BRASIL. Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. Disciplina a ação civil pública de
responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos
de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Brasília, julho de 1985.
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
providências. Brasília, fevereiro de 1998.
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). Decisão de
Diretoria nº 038/2017/C, de 07 de fevereiro de 2017. Dispõe sobre a aprovação do
“Procedimento para a Proteção da Qualidade do Solo e das Águas Subterrâneas”, da
107
revisão do “Procedimento para o Gerenciamento de Áreas Contaminadas” e estabelece
“Diretrizes para Gerenciamento de Áreas Contaminadas no Âmbito do Licenciamento
Ambiental”, em função da publicação da Lei Estadual nº 13.577/2009 e seu Regulamento,
aprovado por meio do Decreto nº 59.263/2013, e dá outras providências. São Paulo,
fevereiro de 2017.
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). Decisão de
Diretoria nº 256/2016/E, de 22 de novembro de 2016. Dispõe sobre a aprovação dos
“Valores Orientadores para Solos e Águas Subterrâneas no Estado de São Paulo – 2016”
e dá outras providências. São Paulo, novembro de 2016.
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). Manual de
Gerenciamento de Áreas Contaminadas. CETESB/GTZ. São Paulo, novembro de 1999.
Atualização em outubro de 2001.
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). Lista Completa de
Produtos Químicos. [20--?]. Disponível em:
<https://produtosquimicos.cetesb.sp.gov.br/Ficha>. Acesso em: 6 out. 2019.
CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE (CONEMA). Resolução CONEMA nº 44,
de 14 de dezembro de 2012. Dispõe sobre a obrigatoriedade da identificação de eventual
contaminação ambiental do solo e das águas subterrâneas por agentes químicos, no
processo de licenciamento ambiental estadual. Dezembro de 2012.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução n° 420, de 28 de
dezembro de 2009. Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo
quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento
ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades
antrópicas. Brasília, dezembro de 2009.
CONTROLLAB ESTUDOS AMBIENTAIS. Projeto de Remediação de Organoclorados.
Agosto de 2017.
CONTROLLAB ESTUDOS AMBIENTAIS. Relatório de Acompanhamento e
Encerramento da Remediação Ambiental. Julho de 2018.
CONTROLLAB ESTUDOS AMBIENTAIS. Relatório de Avaliação da Situação Ambiental
- Grupamento 1. Novembro de 2019.
CONTROLLAB ESTUDOS AMBIENTAIS. Relatório de Avaliação Preliminar NBR 15515-
1. Março de 2016.
108
CONTROLLAB ESTUDOS AMBIENTAIS. Relatório de Complemento da Investigação
Confirmatória. Abril de 2017.
CONTROLLAB ESTUDOS AMBIENTAIS. Relatório de Investigação Ambiental para
Remediação. Março de 2017.
CONTROLLAB ESTUDOS AMBIENTAIS. Relatório de Investigação Confirmatória. Maio
de 2016.
CONTROLLAB ESTUDOS AMBIENTAIS. Relatório de Investigação Detalhada.
Setembro de 2016.
CONTROLLAB ESTUDOS AMBIENTAIS. 2ª Campanha de Monitoramento de Água
Subterrânea. Dezembro de 2018.
CONTROLLAB ESTUDOS AMBIENTAIS. 3ª Campanha de Monitoramento de Água
Subterrânea. Abril de 2019.
CONTROLLAB ESTUDOS AMBIENTAIS. 4ª Campanha de Monitoramento de Água
Subterrânea. Outubro de 2019.
GOUVÊA JÚNIOR, José Carlos Rocha. Influência dos Parâmetros do Meio Físico Sobre
as Concentrações de Referência Para Intrusão de Vapores de BTEX em Ambientes
Fechados. 2011. 139 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Tecnologia Ambiental,
Departamento de Acervo e Informação Tecnológica, Instituto de Pesquisas Tecnológicas
do Estado de São Paulo, São Paulo, 2011.
NICKOL & PARTNER GmbH; BSH Continental Eletrodomésticos Ltda.; Deutsche
Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit GTZ. Gerenciamento de contaminações
por solventes clorados. Manual para levantamento, investigação, avaliação e remediação
de contaminações de solo e água subterrânea por solventes clorados na indústria
metalúrgica/eletro-eletrônica. 1ª Edição, agosto de 2008.
NICOLE Brasil. Intrusão de vapores em ambientes fechados. Conceitos Básicos,
Avaliação e Gerenciamento de Áreas Contaminadas no Brasil. São Paulo, 2016.
NEW YORK STATE DEPARTMENT OF HEALTH (NYSDOH). Love Canal: A Special
Report to the Govern & Legislature. Nova Iorque, maio de 2000. Última revisão em
outubro de 2005. Disponível em:
<https://www.health.ny.gov/environmental/investigations/love_canal/lcreport.htm>. Acesso
em: 10 dez. 2019.
109
RIO DE JANEIRO. Decreto nº 42.159, de 02 de dezembro de 2009. Dispõe sobre o
Sistema de Licenciamento Ambiental - SLAM e dá outras providências. Rio de Janeiro,
dezembro de 2009.
RIO DE JANEIRO. Lei nº 3.467, de 14 de setembro de 2000. Dispõe sobre as sanções
administrativas de condutas lesivas ao meio ambiente no estado do Rio de Janeiro, e dá
outras providências. Rio de Janeiro, setembro de 2000.
SÁNCHEZ, Luis Enrique. Desengenharia: O Passivo Ambiental na Desativação de
Empreendimentos Industriais. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo, 2001. 254
p.
SÃO PAULO. Decreto nº 59.263, de 5 de junho de 2013. Regulamenta a Lei nº 13.577,
de 8 de julho de 2009, que dispõe sobre diretrizes e procedimentos para a proteção da
qualidade do solo e gerenciamento de áreas contaminadas, e dá providências correlatas.
São Paulo, junho de 2013.
SÃO PAULO. Lei nº 13.577, de 8 de julho de 2009. Dispõe sobre as diretrizes e
procedimentos para a proteção da qualidade do solo e gerenciamento de áreas
contaminadas, e dá outras providências correlatas. São Paulo, julho de 2009.
UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (USEPA). Compendium of
Methods for the Determination of Toxic Organic Compounds in Ambient Air, Second
Edition. Determination of Volatile Organic Compounds (VOCs) In Air Collected In Specially-
Prepared Canisters And Analysed By Gas Chromatography/ Mass Spectrometry (GC/MS).
Janeiro de 1999.
UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (USEPA). Draft Guidance
for Evaluating the Vapor Intrusion to Indoor Air Pathway from Groundwater and Soils
(Subsurface Vapor Intrusion Guidance). United States of America, novembro de 2002.
UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (USEPA). Expedited Site
Assessment Tools For Underground Storage Tank Sites – A Guide for Regulators.
United States of America, março de 1997.
UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (USEPA). Oswer
Technical Guide For Assessing And Mitigating The Vapor Intrusion Pathway From
Subsurface Vapor Sources To Indoor Air. United States of America, junho de 2005.
UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (USEPA). Overview of
EPA’s Brownfields Program. United States of America. Disponível em:
110
<https://www.epa.gov/brownfields/overview-epas-brownfields-program>. Acesso em: 10
dez. 2019.
111
Anexo 1: Perfis de sondagem dos poços de monitoramento instalados
INSTITUIÇÃO:
LEGENDA:
PROJETO �:
ANEXO�1:�
DATA �:
CURSO:�
ALUNAS �:
Perfis�de�Sondagens�dos�Poços�Instalados
Engenharia�Ambiental
Página�1/5
Esquema construtivo dos poços de monitoramentoCâmara de Calçada
Tampa de Pressão
Selo de Cimento
Revestimento liso
Revestimento ranhurado
Pré-filtro
Cap de Fundo
Litologia
Bentonita
Coleta de Solo x,xxm
Profundidade da Sondagem x,xxm
Profundidade do Poço x,xxm
Nível d’Água Estabilizado x,xxm
Nível d’Água da Sondagem x,xxm
Concentrações de VOC (ppm):
> =100 a 500
>10.000
> =500 a 1000
> =1000 a 5000
> =5000 a 10000
> =0 a 100
0Concentração de VOC (ppm)
Gerenciamento�de�Áreas�Contaminadas�e�Avaliação�de�Risco Utilizando�Método�
de�Amostragem�Ativa�de�Vapores�-�Estudo�de�Caso�em�Indústria�de�
Vidros�Desativada
�
Perfis�litológicos�
Gabriela�Leal�eVictória�Gallonetti
Janeiro/2020
Universidade�Federal�do�Rio�de�Janeiro
SD-01/PM-36
3,20m3,10m
1,50m
21,0
0
42,8
2,00m
0,50m
0
SD-02/PM-37
3,40m
3,10m
1,49m
8,9
31,3
56,4
2,50m
1,00m
4,8
19,8
Pro
fun
did
ad
e e
m m
etr
os
(m)
0,5
0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,07,0
7,5
8,0
8,5
9,0
9,5
10,0
56,4
SD-33/PM-36B
6,90m6,80m
0,88m
0
01,50m
0
0
0
0
2
2
0
0
0
0
0
SD-34/PM-37B
7,10m
0,89m
1,50m
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
7,30m
7,00m0
SD-99/PM-36C
9,20m9,20m
7,13m
2,00m
Aterro
Gramado
Concreto
Areno argiloso marrom
Areno argiloso cinza
Areno argiloso marromcom fragmentos de rocha
Areno argiloso comfragmentos de rocha
cinza
Areno argiloso bege
Material impenetrável
Argilo arenoso marrom
Argilo arenoso cinza
Arenoso marrom
Arenoso cinza
Areno argiloso bege comfragmentos de rocha
Argilo arenoso marrom comfragmentos de rocha
Argilo arenoso comfragmentos de rocha
cinza
Cacos de vidro
INSTITUIÇÃO:
LEGENDA:
PROJETO �:
ANEXO�1:�
DATA �:
CURSO:�
ALUNAS �:
Perfis�de�Sondagens�dos�Poços�Instalados
Engenharia�Ambiental
Página�2/5
Esquema construtivo dos poços de monitoramentoCâmara de Calçada
Tampa de Pressão
Selo de Cimento
Revestimento liso
Revestimento ranhurado
Pré-filtro
Cap de Fundo
Litologia
Bentonita
Coleta de Solo x,xxm
Profundidade da Sondagem x,xxm
Profundidade do Poço x,xxm
Nível d’Água Estabilizado x,xxm
Nível d’Água da Sondagem x,xxm
Concentrações de VOC (ppm):
> =100 a 500
>10.000
> =500 a 1000
> =1000 a 5000
> =5000 a 10000
> =0 a 100
0Concentração de VOC (ppm)
Gerenciamento�de�Áreas�Contaminadas�e�Avaliação�de�Risco Utilizando�Método�
de�Amostragem�Ativa�de�Vapores�-�Estudo�de�Caso�em�Indústria�de�
Vidros�Desativada
�
Perfis�litológicos�
Gabriela�Leal�eVictória�Gallonetti
Universidade�Federal�do�Rio�de�Janeiro
Pro
fun
did
ad
e e
m m
etr
os
(m)
0,5
0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,07,0
7,5
8,0
8,5
9,0
9,5
10,0
SD-36/PM-60
3,00m
2,80m
1,68m
1,00m17,5
1,00m
SD-90/PM-59B
6,70m
6,50m
1,32m
2,00m
SD-37/PM-61
3,10m
2,90m
1,00m0
1,00m
0
2,20m
2,00m
PM-59C
9,30m9,20m
1,26m
SD-35/PM-59
3,30m
3,10m
1,28m
2,00m
0
0
0
0
2,00m
Aterro
Gramado
Concreto
Areno argiloso marrom
Areno argiloso cinza
Areno argiloso marromcom fragmentos de rocha
Areno argiloso comfragmentos de rocha
cinza
Areno argiloso bege
Material impenetrável
Argilo arenoso marrom
Argilo arenoso cinza
Arenoso marrom
Arenoso cinza
Areno argiloso bege comfragmentos de rocha
Argilo arenoso marrom comfragmentos de rocha
Argilo arenoso comfragmentos de rocha
cinza
Cacos de vidro
Janeiro/2020
INSTITUIÇÃO:
LEGENDA:
PROJETO �:
ANEXO�1:�
DATA �:
CURSO:�
ALUNAS �:
Perfis�de�Sondagens�dos�Poços�Instalados
Engenharia�Ambiental
Página�3/5
Esquema construtivo dos poços de monitoramentoCâmara de Calçada
Tampa de Pressão
Selo de Cimento
Revestimento liso
Revestimento ranhurado
Pré-filtro
Cap de Fundo
Litologia
Bentonita
Coleta de Solo x,xxm
Profundidade da Sondagem x,xxm
Profundidade do Poço x,xxm
Nível d’Água Estabilizado x,xxm
Nível d’Água da Sondagem x,xxm
Concentrações de VOC (ppm):
> =100 a 500
>10.000
> =500 a 1000
> =1000 a 5000
> =5000 a 10000
> =0 a 100
0Concentração de VOC (ppm)
Gerenciamento�de�Áreas�Contaminadas�e�Avaliação�de�Risco Utilizando�Método�
de�Amostragem�Ativa�de�Vapores�-�Estudo�de�Caso�em�Indústria�de�
Vidros�Desativada
�
Perfis�litológicos�
Gabriela�Leal�eVictória�Gallonetti
Universidade�Federal�do�Rio�de�Janeiro
Pro
fun
did
ad
e e
m m
etr
os
(m)
0,5
0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,07,0
7,5
8,0
8,5
9,0
9,5
10,0
SD-91/PM-101B
6,70m
6,50m
6,26m
2,00m
SD-95/PM-102
4,00m
3,60m
0,97m
3,00m
SD-80/PM-99
3,80m
3,40
0,62m
3,00m
0
0
0,3
1,50m0,7
3,00m0
0,2
SD-81/PM-100
3,70m
3,50
1,56m
2,00m
SD-82/PM-101
3,60m
3,30m
1,83m
1,50m
Aterro
Gramado
Concreto
Areno argiloso marrom
Areno argiloso cinza
Areno argiloso marromcom fragmentos de rocha
Areno argiloso comfragmentos de rocha
cinza
Areno argiloso bege
Material impenetrável
Argilo arenoso marrom
Argilo arenoso cinza
Arenoso marrom
Arenoso cinza
Areno argiloso bege comfragmentos de rocha
Argilo arenoso marrom comfragmentos de rocha
Argilo arenoso comfragmentos de rocha
cinza
Cacos de vidro
Janeiro/2020
INSTITUIÇÃO:
LEGENDA:
PROJETO �:
ANEXO�1:�
DATA �:
CURSO:�
ALUNAS �:
Perfis�de�Sondagens�dos�Poços�Instalados
Engenharia�Ambiental
Página�4/5
Esquema construtivo dos poços de monitoramentoCâmara de Calçada
Tampa de Pressão
Selo de Cimento
Revestimento liso
Revestimento ranhurado
Pré-filtro
Cap de Fundo
Litologia
Bentonita
Coleta de Solo x,xxm
Profundidade da Sondagem x,xxm
Profundidade do Poço x,xxm
Nível d’Água Estabilizado x,xxm
Nível d’Água da Sondagem x,xxm
Concentrações de VOC (ppm):
> =100 a 500
>10.000
> =500 a 1000
> =1000 a 5000
> =5000 a 10000
> =0 a 100
0Concentração de VOC (ppm)
Gerenciamento�de�Áreas�Contaminadas�e�Avaliação�de�Risco Utilizando�Método�
de�Amostragem�Ativa�de�Vapores�-�Estudo�de�Caso�em�Indústria�de�
Vidros�Desativada
�
Perfis�litológicos�
Gabriela�Leal�eVictória�Gallonetti
Universidade�Federal�do�Rio�de�Janeiro
Pro
fun
did
ad
e e
m m
etr
os
(m)
0,5
0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,07,0
7,5
8,0
8,5
9,0
9,5
10,0
SD-107/PM-106
0,30m0,
0,50m57
2,50m
2,30m
0,40m
SD-108/PM-107
0,50m0,
0,70m
2,50m
2,30m
0,60m
SD-109/PM-108
0,80m0,
1,50m
3,00m2,90m
0
0
1,09m
SD-96/PM-103
3,20m
3,00m
1,50m
1,15m
SD-98/PM-105
4,20m
4,00
1,75m
3,70m
Aterro
Gramado
Concreto
Areno argiloso marrom
Areno argiloso cinza
Areno argiloso marromcom fragmentos de rocha
Areno argiloso comfragmentos de rocha
cinza
Areno argiloso bege
Material impenetrável
Argilo arenoso marrom
Argilo arenoso cinza
Arenoso marrom
Arenoso cinza
Areno argiloso bege comfragmentos de rocha
Argilo arenoso marrom comfragmentos de rocha
Argilo arenoso comfragmentos de rocha
cinza
Cacos de vidro
Janeiro/2020
INSTITUIÇÃO:
LEGENDA:
PROJETO �:
ANEXO�1:�
DATA �:
CURSO:�
ALUNAS �:
Perfis�de�Sondagens�dos�Poços�Instalados
Engenharia�Ambiental
Página�5/5
Esquema construtivo dos poços de monitoramentoCâmara de Calçada
Tampa de Pressão
Selo de Cimento
Revestimento liso
Revestimento ranhurado
Pré-filtro
Cap de Fundo
Litologia
Bentonita
Coleta de Solo x,xxm
Profundidade da Sondagem x,xxm
Profundidade do Poço x,xxm
Nível d’Água Estabilizado x,xxm
Nível d’Água da Sondagem x,xxm
Concentrações de VOC (ppm):
> =100 a 500
>10.000
> =500 a 1000
> =1000 a 5000
> =5000 a 10000
> =0 a 100
0Concentração de VOC (ppm)
Gerenciamento�de�Áreas�Contaminadas�e�Avaliação�de�Risco Utilizando�Método�
de�Amostragem�Ativa�de�Vapores�-�Estudo�de�Caso�em�Indústria�de�
Vidros�Desativada
�
Perfis�litológicos�
Gabriela�Leal�eVictória�Gallonetti
Universidade�Federal�do�Rio�de�Janeiro
Pro
fun
did
ad
e e
m m
etr
os
(m)
0,5
0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,07,0
7,5
8,0
8,5
9,0
9,5
10,0
SD-111/PM-110
0,50m0,
2,40m
2,20m
1,22m
2,00m
SD-110/PM-109
0,50m0,
1,10m
0
2,40m
2,20m
0,30m
Aterro
Gramado
Concreto
Areno argiloso marrom
Areno argiloso cinza
Areno argiloso marromcom fragmentos de rocha
Areno argiloso comfragmentos de rocha
cinza
Areno argiloso bege
Material impenetrável
Argilo arenoso marrom
Argilo arenoso cinza
Arenoso marrom
Arenoso cinza
Areno argiloso bege comfragmentos de rocha
Argilo arenoso marrom comfragmentos de rocha
Argilo arenoso comfragmentos de rocha
cinza
Cacos de vidro
Janeiro/2020