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FACULDADES INTEGRADAS SÃO PEDRO - FAESA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL FELIPE AZEVEDO BASTOS MARCELA KLEMES GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: ESTUDO DE CASO DA UNIDADE SEST/SENAT DE ALTO LAGE, CARIACICA

Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

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Page 1: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

FACULDADES INTEGRADAS SÃO PEDRO - FAESA

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL

FELIPE AZEVEDO BASTOS

MARCELA KLEMES

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: ESTUDO

DE CASO DA UNIDADE SEST/SENAT DE ALTO LAGE,

CARIACICA

VITÓRIA

2008

Page 2: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

FELIPE AZEVEDO BASTOS

MARCELA KLEMES

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: ESTUDO

DE CASO DA UNIDADE SEST/SENAT DE ALTO LAGE,

CARIACICA

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Engenharia Ambiental apresentado à Faculdades Integradas São Pedro, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental, sob orientação da professora Fabrícia Fafá de Oliveira.

VITÓRIA

2008

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Page 3: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

FELIPE AZEVEDO BASTOS

MARCELA KLEMES

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: ESTUDO

DE CASO DA UNIDADE SEST/SENAT DE ALTO LAGE,

CARIACICA

BANCA EXAMINADORA

Profª. M.Sc. Fabrícia Fafá de OliveiraOrientadora - FAESA

Tereza Maria MoreiraCo-Orientadora Externa

Prof. MsC. Samir Aride

Trabalho de conclusão de curso aprovado em ____/____/_______.

2

Page 4: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

DEDICATÓRIA

Felipe Azevedo Bastos:

Dedico este trabalho à minha família, meu pai Gilmar Oliveira Bastos, minha

mãe Lucinea Augusta de Azevedo Bastos, por tudo que lutaram e renunciaram

em prol desta oportunidade, à minha irmã, Winnie e a minha namorada

Patrícia, pelo apoio e compreensão.

Marcela Klemes:

Dedico este trabalho ao meu esposo Carlos Miguel Arantes Sad, uma pessoa

preciosa em minha vida, que me contemplou com seu amor e compreensão.

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Page 5: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao SEST/SENAT de Alto Lage, Cariacica, através do Sr. Ronaldo

Faria por ter apoiado o desenvolvimento do trabalho nesta unidade.

À professora Fabrícia Fafá de Oliveira, nossa orientadora, de quem admiramos

qualidades pessoais e acadêmicas.

À nossa co-orientadora Tereza Maria Moreira pelo importante apoio.

Às Auxiliares de Consultório Dentário, pela colaboração em todas às vezes em

que foram solicitadas.

Aos funcionários da limpeza, Gileno, Maria e Cida, que com boa vontade

tornaram possível a realização das atividades de segregação e pesagem.

Aos amigos Karolina de Freitas Vairo e Felipe Ramos Barbosa, pelo auxílio na

busca de orientação profissional.

4

Page 6: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

"É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar;

é melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final.

Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder.

Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver ..."

Martin Luther King

5

Page 7: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Geração média de resíduos, no módulo saúde, durante 3 meses....68

Tabela 2. Geração média de resíduos, no módulo saúde, durante 3 meses....68

Tabela 3. Geração média de resíduos, no módulo restaurante, durante 3

meses................................................................................................................69

Tabela 4. Geração média de resíduos, no módulo área de lazer e áreas

externas, durante 3 meses................................................................................69

Tabela 5. Geração média de resíduos, no módulo administrativo, durante 3

meses................................................................................................................70

Tabela 6. Geração média de resíduos, no módulo administrativo, durante 3

meses................................................................................................................70

Tabela 7. Geração média de resíduos, no módulo cultural, durante 3 meses.. 71

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Page 8: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.Disposição final de resíduos sólidos no Brasil ...................................22

Figura 2. Quantidades de unidades de processamento de RSU, por tipo,

segundo Estados mais Distrito Federal.............................................................23

Figura 3. Volume de resíduos sólidos de serviços de saúde coletado, por região

do Brasil (em t/dia)............................................................................................24

Figura 4. Etapas do manejo dos resíduos em um PGRSS...............................39

Figura 5. Localização dos módulos SEST/SENAT............................................54

Figura 6. Clínica odontológica...........................................................................56

Figura 7. Sala de radiologia..............................................................................57

Figura 8. Foto do consultório oftalmológico.......................................................57

Figura 9. Foto do consultório pediátrico............................................................57

Figura 10. Foto do consultório ginecológico......................................................57

Figura 11. Foto da área de alimentação do Restaurante da unidade...............58

Figura 12. Foto da lanchonete da unidade........................................................58

Figura 13. Foto da piscina da unidade..............................................................59

Figura 14. Foto do campo de futebol.................................................................59

Figura 15. Corredor do Módulo de treinamento................................................59

Figura 16. Foto do auditório..............................................................................60

Figura 17. Foto do salão de festas....................................................................60

Figura 18.Geração de resíduos por módulos....................................................66

Figura 19.Classificação dos resíduos gerados no período de estudo...............67

Figura 20. Recipientes utilizados para o acondicionamento dos

perfurocortantes................................................................................................72

Figura 21. Recipiente utilizado para acondicionar cápsulas de amálgama.......73

Figura 22. Foto do recipiente onde são manuseados os líquidos de revelação74

Figura 23. Foto dos líquidos de revelação........................................................74

Figura 24. Lixeira etiquetada.............................................................................76

Figura 25. Armazenamento temporário inadequado.........................................79

Figura 26. Contenedor com resíduos acima do limite permitido pela norma e

disposição inadequada dos resíduos diretamente sobre o piso........................80

Figura 27. Resíduos do lado de fora da unidade..............................................80

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Page 9: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Figura 28. Lixeiras para segregação de resíduos recicláveis............................83

Figura 29. Recipiente para acondicionamento de perfurocortantes..................84

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Page 10: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Tipos de resíduos, órgãos regulamentadores e gestores................21

Quadro 2. Legislações sobre resíduos sólidos no Brasil...................................27

Quadro 3. Índices de reciclagem de resíduos sólidos urbanos no Brasil em

2006..................................................................................................................31

Quadro 4. Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde conforme ABNT

NBR 12.808.......................................................................................................35

Quadro 5. Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde conforme a

Resolução RDC ANVISA nº 306/2004 e Resolução CONAMA n.º 358/2005.36

Quadro 6. Acondicionamento dos resíduos de serviço de saúde.....................43

Quadro 7. Resumo dos métodos de tratamentos recomendados segundo o

grupo de RSS perigoso.....................................................................................47

Quadro 8. Módulos existentes na unidade e seus setores................................55

Quadro 9. Leis, normas e regulamentos utilizados para classificar os resíduos.

..........................................................................................................................62

Quadro 10. Resíduos mais gerados na unidade SEST/SENAT de Alto Lage de

acordo com o local de geração.........................................................................64

Quadro 11. Resíduos mais gerados na unidade SEST/SENAT de Alto Lage de

acordo com o local de geração.........................................................................65

Quadro 12. Principais resíduos gerados em cada atividade desenvolvida no

módulo...............................................................................................................72

Quadro 13. Coleta de resíduos dividida por funcionários e módulos................77

Quadro 14. Rota de transporte dos resíduos....................................................77

Quadro 15. EPI’s utilizados pelos funcionários encarregados pela coleta e

transporte..........................................................................................................81

Quadro 16. Principais riscos associados às atividades dos funcionários..........82

RESUMO

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Page 11: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

O objetivo deste trabalho é propor ações que possibilitem o gerenciamento de

resíduos sólidos gerados na unidade Sest/Senat, localizada em Alto Lage,

Cariacica, ES. Neste local são realizadas diversas atividades, desde

desenvolvimento e aprimoramento profissional, esportes, até saúde. A

metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica seguida de um estudo de

campo. Para realização de um diagnóstico preliminar, utilizou-se como

instrumento, o levantamento qualiquantitativo, com o objetivo de subsidiar

propostas de adequação levando em consideração a situação da instituição

frente aos requisitos legais. Os resultados obtidos através da quantificação

neste estudo apresentaram uma geração média de 52 kg/dia, incluindo todos

os resíduos. Percebeu-se que é possível com a segregação destes, agregar

valor, o que implica numa certa economia dos recursos naturais. Concluiu-se

que para sucesso do gerenciamento dos resíduos são necessários

investimentos em programas de sensibilização de funcionários, e associados,

abordando o tema coleta seletiva de forma intensiva.

Palavras-chave: Resíduos sólidos, Gerenciamento de resíduos de serviços de

saúde.

SUMÁRIO

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Page 12: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

1 INTRODUÇÃO...............................................................................................14

2 OBJETIVOS..................................................................................................16

2.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................16

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................16

3 RESÍDUOS SÓLIDOS...................................................................................17

3.1 TIPOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS..............................................................18

3.1.1 Resíduos sólidos urbanos.....................................................................18

3.1.2 Resíduos sólidos industriais.................................................................19

3.1.3 Resíduos de serviços de saúde (RSS).................................................20

3.1.4 Resíduos de portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários

20

3.1.5 Resíduos agrícolas.................................................................................20

3.1.6 Resíduos radioativos.............................................................................20

3.2 A SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL............................21

3.3 LEGISLAÇÃO E NORMAS APLICÁVEIS...................................................25

3.4 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS.........................................28

3.4.1 Coleta seletiva........................................................................................28

3.4.2 Reciclagem..............................................................................................29

4 RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE.......................................................32

4.1 CLASSIFICAÇÃO LEGAL E NORMATIVA................................................32

5 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

(PGRSS)............................................................................................................38

5.1 Riscos envolvidos com resíduos de serviço de saúde.........................40

5.2 Segregação e acondicionamento.............................................................41

5.3 Coleta e transporte de resíduos...............................................................44

5.4 Armazenamento.........................................................................................45

5.4.2 Armazenamento interno (temporário)..................................................45

5.4.2 Armazenamento externo........................................................................46

5.4.3 Tecnologias para tratamento de resíduos infectantes.......................47

5.4.3.1 Esterilização..........................................................................................48

5.4.3.2 Destruição Térmica...............................................................................50

5.4.4 Armazenamento......................................................................................51

11

Page 13: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

5.4.4.1 Decaimento...........................................................................................51

5.4.5 Disposição final......................................................................................52

5.4.6 Aterro Sanitário......................................................................................52

6 MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................53

6.1 IDENTIFICAÇÃO DOS LOCAIS.................................................................53

6.1.1 Módulo de saúde....................................................................................55

6.1.1.1 Clínica odontológica..............................................................................55

6.1.1.2 Setor Radiológico..................................................................................56

6.1.1.3 Setor Médico.........................................................................................57

6.1.2 Módulo Restaurante...............................................................................58

6.1.3 Módulo Área de Lazer............................................................................58

6.1.4 Módulo de Treinamento.........................................................................59

6.1.5 Módulo Cultural......................................................................................59

6.2 REALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO............................................................60

6.3 LEVANTAMENTO QUALI-QUANTITATIVO DOS RESÍDUOS..................60

6.4 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS..........................................................62

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................63

7.1 DIAGNÓSTICO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA UNIDADE

SEST/SENAT....................................................................................................63

7.1.1 Levantamento quantitativo....................................................................66

7.1.2 Segregação e acondicionamento..........................................................71

7.1.3 Coleta e transporte de resíduos............................................................76

7.1.4 Armazenamento......................................................................................78

7.1.4.1 Armazenamento temporário..................................................................78

7.1.4.2 Armazenamento externo.......................................................................79

7.1.5 Segurança dos funcionários.................................................................80

7.2 PROPOSTA DE GERENCIMENTO...........................................................82

7.2.1 Segregação e acondicionamento..........................................................83

7.2.2 Coleta e transporte.................................................................................85

7.2.3 Armazenamento......................................................................................85

7.2.3.1 Armazenamento temporário (Interno)...................................................85

7.2.3.2 Armazenamento externo.......................................................................86

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Page 14: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

8 CONCLUSÃO................................................................................................87

9 REFERÊNCIAS.............................................................................................88

ANEXOS............................................................................................................96

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Page 15: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

1 INTRODUÇÃO

A questão dos resíduos sólidos é um problema de saúde pública, que envolve

questões de interesse coletivo, profundamente influenciado por interesses

econômicos, manifestações da sociedade, aspectos culturais e conflitos

políticos

A produção de resíduos sólidos faz parte do cotidiano do ser humano. E, a

partir da segunda metade do século XX, com novos padrões de consumo da

sociedade industrial, que isso vem crescendo em ritmo superior à capacidade

de absorção pela natureza. Devido ao aumento da população, à concentração

dessa população em centros urbanos, à forma e ao ritmo da ocupação desses

espaços não se pode imaginar um modo de vida que não gere resíduos sólidos

e os problemas causados por estes tendem a se tornar cada vez mais visíveis

O avanço tecnológico das ultimas décadas, possibilitou, por um lado,

conquistas surpreendentes no campo das ciências, mas por outro, contribuiu

para o aumento da diversidade de produtos com componentes e materiais de

difícil degradação e maior toxicidade, gerando conflitos com os quais se depara

o homem pós-moderno diante dos graves problemas sanitários e ambientais

advindos de sua própria criatividade.

Um dos problemas é o descarte inadequado de resíduos, que criaram, e ainda

criam enormes passivos ambientais, colocando em risco os recursos naturais e

a qualidade de vida. A disposição inadequada desses resíduos cria condições

ambientais potencialmente perigosas que modificam esses agentes e

propiciam sua disseminação no ambiente.

Uma necessidade que se apresenta como incontestável é o gerenciamento dos

resíduos gerados pela sociedade moderna, e requer não apenas a organização

e sistematização das fontes geradoras, mas fundamentalmente o despertar de

uma consciência coletiva quanto às responsabilidades individuais no trato

dessa questão (SCHNEIDER, 2004).

14

Page 16: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Embora este trabalho dê ênfase ao gerenciamento de resíduos, seu objetivo é

apoiar a comunidade humana e todos os sistemas que sustentam a vida. Há

uma vasta literatura sobre os mais complexos e variados sistemas que

compõem a natureza em todo mundo. Com o desenvolvimento deste trabalho

busca-se possibilitar mudanças, mesmo que ínfimas capazes de ajudar a

preservar e reconstruir esses sistemas, assim como tentar mostrar que não se

trata mais de cuidar do meio ambiente e sim de garantir a sobrevivência

humana.

Sendo assim, o presente estudo esta estruturado em 8 capítulos, incluindo a

introdução. O capítulo 2 é composto pelos objetivos, o capítulo 3 e 4

referenciam os resíduos sólidos, num contexto geral e os resíduos de serviço

de saúde, respectivamente. O capítulo 5 trata do gerenciamento dos resíduos

dos resíduos de serviços de saúde, mais especificamente sobre o plano de

gerenciamento destes resíduos. No capítulo 6, são apresentados os materiais e

métodos desta pesquisa. No capítulo 7 são descritos os resultados e as

discussões e proposto um gerenciamento. No último capítulo conclui-se o

trabalho.

15

Page 17: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Propor uma metodologia que otimize o gerenciamento de resíduos gerados na

unidade Sest/Senat localizada em Alto Lage, Cariacica.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

São objetivos específicos desse trabalho:

Realizar diagnóstico preliminar do gerenciamento de resíduos;

Realizar levantamento qualiquantativo de resíduos gerados na unidade

de estudo;

Registrar por meios fotográficos o gerenciamento dos resíduos;

Identificar rota de coleta interna de resíduos.

16

Page 18: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

3 RESÍDUOS SÓLIDOS

A poluição ambiental apareceu com a humanidade e sua atividade industrial.

Os primeiros impactos negativos do homem no meio ambiente foram devido ao

descobrimento do fogo, que gerou como conseqüência a poluição do ar, assim

como, a salinização e o esgotamento de terras agrícolas (LORA, 2002).

Impulsionado pelos avanços tecnológicos, o homem ampliou sua capacidade

de alterar o ambiente de modo tal que conseqüências negativas, como a

geração de resíduos em larga escala e a exaustão de recursos naturais, são

sentidos de modo drástico. A destinação adequada de resíduos sólidos é,

indiscutivelmente, um aspecto que deve ser tratado com ações mais intensas

para combater a crise ambiental (GRIPPI, 2001).

Segundo Mendes e Cintrão (2004), os resíduos sólidos podem provocar

alterações intensas tanto no solo, como na água e no ar. Sendo

inadequadamente dispostos, podem causar danos a todas as formas de vida,

trazendo problemas que podem surgir anos depois da disposição fina.

Os resíduos sólidos são constituídos por lixo (mistura de resíduos produzidos

nas residências, comércio, serviços, nas atividades públicas, na preparação de

alimentos, no desempenho de funções profissionais e na varrição de

logradouros) e até resíduos especiais provenientes de processos industriais e

de atividades médico-hospitalares, que quase sempre são mais problemáticos

e perigosos (BRAGA et al, 2005).

Já Nagashima (2004) entende que o resíduo é todo material ou resto deste,

cujo proprietário ou produtor não mais o considera com valor suficiente para

conservá-lo.

De acordo com Oliveira (2004) o descaso deste assunto origina grandes

depósitos de lixo a céu aberto, ocasionando agressões ambientais ao ar, ao

solo, à água e aos organismos vivos, e que e o chorume, que circula

17

Page 19: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

superficialmente pela terra ou infiltra no solo, por sua vez, polui e contamina o

lençol freático.

A questão ambiental surgiu de maneira explosiva somente há duas ou três

décadas. A problemática dos resíduos sólidos vem se agravando em todo

mundo devido ao crescimento exponencial da população e a produção e

consumo de produtos industrializados que podem acarretar graves problemas

ambientais. (BRANCO, citado por LEITE M. F., 2006).

A grande maioria das nações do mundo reconhece a emergência dos

problemas ambientais, porém poucas se dispõem a sacrificar sua política

econômica em prol desta causa (MUNHOZ, citado por LEITE M. F., 2006).

A mudança de costumes e hábitos, a melhoria do nível de vida, o

desenvolvimento industrial, os novos métodos de embalagem dos produtos

consumidos, dentre outros, tem provocado crescente ampliação do poder

aquisitivo, e como conseqüência, tem aumentado a quantidade de resíduos

sólidos produzidos nas cidades (PINHEIRO, 2005).

3.1 TIPOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS

3.1.1 Resíduos sólidos urbanos

Incluem-se nessa categoria os resíduos domiciliares, o resíduo comercial, os

resíduos oriundos da limpeza pública urbana (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004).

3.1.2 Resíduos sólidos industriais

A NBR 10004/04 define resíduos sólidos industriais como os resíduos em

estado sólido e semi-sólido que resultam da atividade industrial, incluindo-se os

lodos provenientes das instalações de tratamento de água residuárias, aqueles

gerados em equipamentos de controle de poluição, bem como determinados

líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede

pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isto, soluções

18

Page 20: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

economicamente inviáveis, em face da melhor tecnologia disponível

(ROCCA,1993).

O resíduo industrial é muito variado, podendo ser representado por cinzas,

lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis, madeiras, fibras,

borrachas, metais, vidros e cerâmicas (ROCCA, 1993).

A responsabilidade pelo manejo e destinação desses resíduos é sempre da

empresa geradora (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004).

A NBR 10004 – Resíduos Sólidos – Classificação, estabelece duas classes de

resíduos sólidos, quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde

pública, com exceção dos rejeitos radioativos, os quais são de competência

exclusiva da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

A classificação dos resíduos industriais requer uma série de procedimentos e

testes, que estão descritos nas seguintes normas da Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT):

NBR 10004/04 – Resíduos Sólidos – Classificação;

NBR 10005/04 – Lixiviação de Resíduos – Procedimento;

NBR 10006/04 – Solubilização de Resíduos – Procedimento;

NBR 10007/04 – Amostragem de Resíduos – Procedimento.

3.1.3 Resíduos de serviços de saúde (RSS)

Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde são todos os resíduos gerados por

estabelecimentos prestadores de serviços de saúde: hospitais, clínicas

médicas e odontológicas, laboratórios de análises clínicas, postos de coleta,

ambulatórios médicos, farmácias e drogarias, unidades municipais de saúde

(os postos de saúde da rede pública), clínicas veterinárias e instituições de

ensino e pesquisa médica relacionadas tanto à população humana quanto a

veterinária (COELHO, 2000).

19

Page 21: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Os RSS constituem uma categoria específica dos resíduos sólidos devido a

suas particularidades, especialmente em razão da presença dos resíduos com

risco biológico (BRASIL, 2001b).

3.1.4 Resíduos de portos, aeroportos, terminais

rodoviários e ferroviários

Constituem-se em resíduos sépticos que podem conter microorganismos

patogênicos como materiais de higiene e de asseio pessoal e restos de

comida. Possuem capacidade de veicular doenças de outras cidades, estados

e países (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004).

3.1.5 Resíduos agrícolas

Correspondem aos resíduos das atividades da agricultura e da pecuária.

Embalagens de adubos, de defensivos agrícolas e de ração, restos de colheita

e esterco animal ilustram esse tipo de resíduo. As embalagens de

agroquímicos, pelo alto grau de toxicidade que apresentam, são alvo de

legislação específica (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004).

3.1.6 Resíduos radioativos

São resíduos provenientes dos combustíveis nucleares e de alguns

equipamentos que usam elementos radioativos. A responsabilidade por essa

categoria de resíduos é da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM)

(TENÓRIO; ESPINOSA, 2004).

As entidades (institutos, clínicas, hospitais, indústrias, usinas) devem tratar

seus rejeitos e entregá-los à CNEN, a qual, por força da Lei 7.781, é

responsável pelo recebimento e guarda definitiva. Alternativamente, a Lei 9.765

determina o pagamento de R$ 5.000,00 por metro cúbico de rejeito recebido

para tratamento e armazenamento pela CNEN. Isto se a entidade geradora não

for isenta (CNEN, 2001).

20

Page 22: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

O Quadro 01 apresenta um resumo dos tipos de resíduos, os órgãos públicos

fiscalizadores e regulamentadores e seus gerenciamentos.

TIPO DE RESÍDUO

ÓRGÃO REGULAMENTADOR

GERENCIMENTO

Resíduos Sólidos Urbanos

Governo Federal, Estadual ou Prefeitura Municipal

Governo Federal, Estadual ou Prefeitura

MunicipalResíduos Sólidos

Industriais

Instituto de Meio Ambiente do Estado

Indústria

Resíduos de Serviço de

Saúde

Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Vigilância Sanitária

Estadual e Municipal

Unidade Geradora e Prefeitura Municipal

Resíduos de portos,

aeroportos e fronteiras

Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA

Portos, Aeroportos e Governo Federal

Resíduos Agrícolas

Instituto de Meio Ambiente do Estado

Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal

Agricultores

Resíduos Radioativos

Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN

Unidade Geradora e CNEN

Quadro 1. Tipos de resíduos, órgãos regulamentadores e gestores.

3.2 A SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL

A figura 1 apresenta um gráfico de resíduos sólidos, os percentuais dos

municípios em relação à disposição final de resíduos sólidos considerando as

práticas atuais, com resultados obtidos na Pesquisa Nacional de Saneamento

Básico (PNSB) (PNSB, 2000).

21

Page 23: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Incinera.0,5%

At. Sanit.12,6%

Lixões59,0%

At. Contr.16,8%

Vazad.1,8%

At. Res. Esp.2,6%

Usinas Comp.3,9%

Usinas Rec.2,8%

Figura 1.Disposição final de resíduos sólidos no Brasil . Fonte: Adaptado de ANVISA, 2006.

Nota-se a predominância da prática de disposição final de resíduos sólidos em

lixões, em cerca de 60% dos municípios. Em segundo lugar vem o aterro

controlado (16,8%) e, por último, os aterros sanitários que equivalem a 12,6%.

A maior incidência de lixões está em municípios de pequeno porte. Com

relação à destinação, somente 3,9% dos municípios contam com usinas de

compostagem e 2,8% com usinas de reciclagem.

O mapa da Figura 2 expressa as quantidades de unidades de processamento

de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), por tipo, segundo estudo realizado nos

municípios selecionados, em 2005 (SNIS, 2007).

22

Page 24: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Figura 2. Quantidades de unidades de processamento de RSU, por tipo, segundo Estados mais Distrito Federal. Fonte: SNIS, 2007

23

Page 25: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

No Brasil, cerca de 40 mil toneladas de lixo deixam diariamente de ser

coletadas. Das 60 mil toneladas coletadas somente 28% recebem tratamento

ambientalmente prudente (PHILIPPI; AGUIAR, 2005).

A figura 3 apresenta o volume de RSS coletados no Brasil:

132145

195

469

3.132

Se

Ne

Sul

Norte

Co

Figura 3. Volume de resíduos sólidos de serviços de saúde coletado, por região do Brasil (em t/dia).

Fonte: Adaptado de ANVISA, 2006

O Sudeste é a região que mais realiza a coleta dos RSS em todo o Brasil,

perfazendo cerca de 3.132 t/dia. Em seguida vem o Nordeste, com 469 t/dia,

seguido pela região Sul, com 195 t/dia, Norte, com 145 t/dia, e Centro-Oeste,

com 132 t/dia.

A PNSB (PNSB, 2000), do IBGE, mostra que a maioria dos municípios

brasileiros não utiliza um sistema apropriado para efetuar a coleta, o tratamento

e a disposição final dos RSS. De um total de 5.507 municípios brasileiros

pesquisados, somente 63% realizam a coleta dos RSS.

24

Page 26: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

No Estado do Espírito Santo, segundo o diagnóstico de Resíduos Sólidos

Urbanos do Ministério das Cidades de 2005, o município de Cariacica possuía

uma taxa de cobertura de coleta de 95,8% atendendo cerca de 328.500

habitantes e uma massa coletada per capita de aproximadamente

0,6kg/hab/dia.

O município gastou cerca de 5 milhões de reais com coleta de resíduos sólidos

urbanos domiciliares e públicos, recolhendo cerca de 78.600 toneladas de

resíduos no ano de 2005, dos quais 270 toneladas eram provenientes de RSS.

3.3 LEGISLAÇÃO E NORMAS APLICÁVEIS

Assuntos envolvendo a problemática da geração dos resíduos sólidos urbanos

foram regulamentos na legislação brasileira, somente no final do século XX,

apesar de já existirem importantes leis sobre poluição ambiental (PHILIPPI;

AGUIAR, 2005).

No início do ano de 1954, a Lei Federal nº 2.312, dispôs sobre normas gerais

de defesa e proteção da saúde e introduziu como uma de suas diretrizes em

seu art. 12, observações sobre o gerenciamento dos resíduos sólidos; “a

coleta, o transporte e o destino final do lixo deverão processar-se em condições

que não tragam inconvenientes à saúde e ao bem estar públicos”. Em 1961,

com a publicação do Código Nacional de Saúde, tal diretriz foi novamente

confirmada, no art. 40 (BRASIL, 1961).

A partir de então surgiram leis e decretos que consolidaram as práticas

referentes à produção, manuseio, coleta, transporte, armazenamento,

tratamento e disposição final dos resíduos sólidos (PHILIPPI; AGUIAR, 2005).

No final da década de 70, através do Ministério do Interior, MINTER, foi

baixada a Portaria MINTER n. 53, de 1° de Março de 1979, que dispôs sobre o

tratamento e disposição final dos resíduos sólidos em território nacional. A

referida Portaria determina que os resíduos sólidos de natureza tóxica, bem

como os que contêm substâncias inflamáveis, corrosivas, explosivas,

25

Page 27: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

radioativas e outras consideradas prejudiciais, devem sofrer tratamento ou

acondicionamento adequado, no próprio local de geração, e nas condições

estabelecidas pelo órgão estadual de controle da poluição e de preservação

ambiental. Essa mesma Portaria, em seu inciso X, determina também que os

resíduos sólidos ou semi-sólidos de qualquer natureza não devem ser

colocados ou incinerados a céu aberto, tolerando-se apenas:

a) A acumulação temporária de resíduos de qualquer natureza, em locais

previamente aprovados, desde que isso não ofereça riscos à saúde

pública e ao meio ambiente, a critério das autoridades de controle da

poluição e de preservação ambiental ou de saúde pública;

b) A incineração de resíduos sólidos ou semi-sólidos de qualquer natureza,

a céu aberto, em situações de emergência sanitária.

A Portaria Minter n° 53 foi revogada, e em 1991 o Conselho de Meio Ambiente

aprovou a Resolução CONAMA n. 06/91 que dava abertura para a adoção de

outras formas de tratamento dos RSS.

Atualmente existem diversas legislações para o gerenciamento, ou seja,

classificação, segregação e destino final dos diversos tipos de resíduos sólidos

no Brasil, como mostra o quadro 2:

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Page 28: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Tipo de resíduos Legislação Assunto

Construção Civil Resolução CONAMA n° 307, de 05 de julho de 2002.

Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais.

Produtos químicos Resolução CONAMA n° 316, de 29 de

outubro de 2002.

Disciplina os processos de tratamento térmico de resíduos e cadáveres, estabelecendo procedimentos operacionais, limites de emissão e critérios de desempenho, controle, tratamento e disposição final de efluentes, de modo a minimizar os impactos ao meio ambiente e à saúde pública, resultantes destas atividades.

Resíduos de Serviço de

Saúde

Resolução CONAMA n° 358, de 29 de

abril de 2005.

Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências.

Pneumáticos Resolução CONAMA n° 258, de 26 de

agosto de 1999.

Estabelece diretrizes sobre a destinação final, de forma

ambientalmente adequada e segura, aos pneumáticos inservíveis.

Pilhas, baterias e

lâmpadas

Resolução CONAMA n° 257, de 30 de

junho de 1999.

Dispõe sobre o uso de pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, necessárias ao funcionamento de quaisquer tipos de aparelhos, veículos ou sistemas, móveis ou fixos, bem como os produtos eletroeletrônicos que as contenham integradas em sua estrutura de forma não substituível, e dá outras providências.

Resíduos Radioativos Lei Federal n° 10.308, de 20 de novembro

de 2001a.

Dispõe sobre a seleção de locais, a construção, o licenciamento, a operação, a fiscalização, os custos, a indenização, a responsabilidade civil e as garantias referentes aos depósitos de rejeitos radioativos, e dá outras providências.

Resíduos Recicláveis Resolução CONAMA n° 275 de 25 de abril de 2001.

Trata sobre o estabelecimento do código de cores para identificação dos coletores e transportadores de resíduos sólidos.

Quadro 2. Legislações sobre resíduos sólidos no Brasil.

27

Page 29: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

3.4 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

O gerenciamento de resíduos tem como importante instrumento o

planejamento integrado das suas etapas - geração, segregação,

acondicionamento, transporte, até a disposição final. A gestão compreende as

ações referentes às tomadas de decisões nos aspectos administrativo,

operacional, financeiro, social e ambiental possibilitando que se estabeleça de

forma sistemática, em cada uma delas, metas, programas, sistemas

organizacionais e tecnologias, compatíveis com a realidade local (ANVISA,

2006).

Para se demonstrar quais os objetivos gerais do gerenciamento para com o

meio ambiente é necessário a definição de uma política que contemple, por

exemplo, questões como: proteger a saúde e o meio ambiente, gerenciar

adequadamente os resíduos perigosos, minimizar os riscos associados às

atividades do transporte e manuseio de resíduos, entre outras (BRASIL, 2002).

O gerenciamento correto dos resíduos sólidos significa não só controlar e

diminuir os riscos, mas também alcançar a minimização dos resíduos desde o

ponto de origem (OPAS, 1997).

3.4.1 Coleta seletiva

Baseado nas previsões das Nações Unidas, em cinqüenta anos, a exigência

humana sobre a natureza será duas vezes superior à capacidade de produção

do planeta. A esse ritmo, torna-se cada vez mais provável a exaustão dos

ativos ecológicos e o colapso do ecossistema em grande escala (WWF, 2006).

Apenas 1,7 bilhão dos atuais 6,3 bilhões de pessoas que habitam o planeta

têm condições de consumir além das necessidades básicas. Ainda assim, a

demanda por matéria-prima e energia cresce (TRIGUEIRO, 2005).

Cada brasileiro gerava, em média, 500g de lixo por dia, portanto seriam

gerados 100.000 t de resíduo por dia em todo país (GRIPPI, 2001). Para que

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Page 30: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

todo o mundo tenha um padrão de vida norte-americano ou canadense, são

necessários dois outros planetas terra; três outros, se a população dobrar, e

nada menos que doze se o nível de vida dobrar nos próximos vinte e sete anos

(HAWKEN; LOVINS; LOVINS,citados por WACKRNAGEL; REES, 1995).

Daqui a vinte séculos nossas florestas e nossos descendentes serão

constituídos de pedaços de poliestireno, de walkmem da Sony e de tênis

Reebok. Os componentes desses produtos não se reciclam Os ciclos de

material tiram de natureza o capital natural de altíssima qualidade na forma de

petróleo, madeira, minerais ou gás natural e devolve na forma de resíduo. Isso

significa, obviamente, que o lixo industrial se acumula e está se acumulando na

natureza (HAWKEN; LOVINS; LOVINS, 2006).

Considerando a necessidade de reduzir o crescente impacto associado ao

consumo exagerado de matérias-primas, recursos naturais não-renováveis,

energia e água o Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA elaborou a

resolução n°. 275, em 25 de Abril de 2001, que dispõe sobre o código de cores

para programa de coleta seletiva.

A coleta seletiva é definida pela NBR 12.980 (ABNT,1993), como a coleta que

remove os resíduos previamente separado pelo gerador, tais como: latas,

papeis, vidros, entre outros.

3.4.2 Reciclagem

O enfoque da reciclagem como instrumento para o combate à crise ambiental

deve ser dar do ponto de vista da mitigação do esgotamento de recursos, da

economia de energia ou da redução de impactos, mas, principalmente, do

ponto de vista do potencial de sensibilização e mobilização dos indivíduos e

coletividades em relação à necessidade de desenvolver uma visão crítica dos

processos de produção e consumo. Portanto é fundamental que a reciclagem

seja percebida em toda sua complexidade, e não apenas como única e

inquestionável alternativa (GRIPPI, 2001).

29

Page 31: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao

ciclo produtivo o que jogamos fora. Para se compreender a reciclagem, é

importante que seja reciclado o conceito que se tem de lixo, deixando de

enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua totalidade. O primeiro passo é

perceber que o lixo é fonte de riqueza e que para ser reciclado deve ser

separado (FERREIRA, 2003).

Segundo, Walter; Stahel e Michael Braungart (1995) citados por Hawken;

Lovins e Lovins;, no lugar de uma economia em que os bens são produzidos e

vendidos, deveria existir uma economia de serviço, na qual os consumidores

obtêm bens emprestados ou alugados em vez de comprados, onde os produtos

seriam devolvidos aos fabricantes para conserto, reutilização e re-fabricação.

Stahel denominou este processo de berço-a-berço.

Este sistema se disseminou por toda a Europa e no Japão elevou a taxa de

reciclagem de 12% para 86 % em cinco anos e em seis, aumentando a coleta

de plástico em 1790%. No final de 1998, cerca de 28 países haviam

implementado leis de “devolução” de embalagens (HAWKEN; LOVINS;

LOVINS; 2006).

Segundo Pereira Neto, citado por Sydow (2006), quase 60% dos resíduos

sólidos gerados pelo homem podem ser reciclados, observando-se desta forma

o quanto do meio ambiente poderia ser conservado. Como a cada hora são

produzidas 3.600.000 toneladas de resíduos, com a reciclagem deixar-se-ia de

lançar no meio ambiente 2.160.000 toneladas de resíduos por hora, ou, de

30.000.000.000 de toneladas de detritos por ano, este número passaria a ser

de 12.000.000.000 de toneladas.

Os EUA ainda obtêm do minério virgem três quintos do alumínio que

consomem, gastando vinte vezes a energia do metal reciclado, sendo a

quantidade de alumínio que jogam fora suficiente para renovar toda a frota de

aviões comerciais do país de três em três meses (HAWKEN; LOVINS; LOVINS,

2006).

30

Page 32: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

O Brasil é um bom exemplo em reciclagem em alguns setores, apesar da

situação estar longe do ideal (LEITE M. F., 2006).

No quadro 3, são descritos dados sobre resíduos reciclados no Brasil em 2006.

RESÍDUOS RECICLADOSPORCENTAGEM RECICLADA (%)

QUANTIDADE RECICLADA

(ton)

Papel de escritório 47,0 1,332.000.00

Papel ondulado 77,4 1,685.000.00

Plástico filme 20,0 200.000.00

Latas de alumínio 94,4 139.100.00

Latas de aço 24,0 46.000.00

Vidro 46,0 390.000.00

Plástico rígido 20,0 200.000.00

Pneus 73,0 241.000.00

Pet 51,0 193.900.00

Embalagens cartonadas longa vida

24,0 46.000.00

Composto urbano 3,0% - Quadro 3. Índices de reciclagem de resíduos sólidos urbanos no Brasil em 2006. Fonte: Adaptado (CEMPRE, 2006),

Para exemplificar, cada tonelada de aço reciclada representa uma economia de

1.140 kg de minério de ferro, 154 kg de carvão e 18 kg de cal. Já na reciclagem

do alumínio a economia de energia é de 95% em relação ao processo primário,

substituindo a extração de 5 toneladas de bauxita por tonelada reciclada, sem

contar com toda a não geração de resíduos da mineração (HAWKEN; LOVINS;

LOVINS, 2006).

Reciclar o aço consome de um a dois terços de energia que produzido a partir

do minério. Normalmente, dois quintos do aço bruto do mundo é recuperado

das sobras (HAWKEN; LOVINS; LOVINS, 2006).

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Page 33: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

4 RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

4.1 CLASSIFICAÇÃO LEGAL E NORMATIVA

A Resolução CONAMA n. 05/93 estabeleceu os procedimentos mínimos para o

gerenciamento de resíduos sólidos provenientes de serviços de saúde, portos e

aeroportos: Fontes geradoras, Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos,

Sistema de Tratamento e de Disposição Final de Resíduos Sólidos. Pela

primeira vez os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) foram classificados

legalmente no Brasil, pelo Anexo I da resolução divididos em grupos de acordo

com suas características (grupos A, B, C e D) (PHILIPPI; AGUIAR, 2005).

Em 12 de julho de 2001, foi aprovada a Resolução CONAMA n. 283/01 a qual

dispõe sobre o tratamento e disposição final dos resíduos de serviços de

saúde, aprimorando e complementando os procedimentos contidos na

Resolução CONAMA n. 05/93.

Essa resolução ressalta a necessidade de apresentar um Plano de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde (PGRSS) aos órgãos de

controle ambiental e de saúde e também, de designarem um gerente de

resíduos; amplia a abrangência dos resíduos considerados como infectantes

(grupo A) (PHILIPPI, AGUIAR, 2005).

Especificamente, em relação aos resíduos sólidos gerados nos serviços de

saúde, foi somente nos últimos anos da década de 1990 que as exigências

legais começaram a ser editadas, apesar de já terem sido citados em parte da

legislação anterior a esse período (PHILIPPI; AGUIAR, 2005).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) através de sua Diretoria

Colegiada publicou em 25 de fevereiro de 2003, a RDC n° 33 (BRASIL, 2003),

que traz novas diretrizes e regulamentos técnicos para o gerenciamento de

resíduos de serviços de saúde, responsabilizando os geradores por todo o

manejo dos resíduos produzidos dentro de sua instituição. Além disso, exige, a

exemplo das legislações anteriores, a entrega do PGRSS.

32

Page 34: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Esta Resolução desmistificou a essência de que todos os resíduos produzidos

na unidade de assistência à saúde, são de características infectantes (LEITE

M. F, 2006), causando assim muita polêmica entre os geradores de resíduos,

os técnicos de agencias fiscalizadoras e pesquisadores da área, pela falta de

clareza e distanciamento da realidade nacional (PHILIPPI; AGUIAR, 2005).

Considerando a necessidade de aprimoramento, atualização e

complementação dos procedimentos contidos na Resolução RDC n° 33, de 25

de fevereiro de 2003, relativos ao gerenciamento dos RSS, esta mesma

Diretoria Colegiada da ANVISA, publicou a RDC n° 306 em 07 de dezembro de

2004. Esta nova resolução foi resultado da harmonização entre as normas

federais do Ministério do Meio Ambiente por meio do Conselho Nacional de

Meio Ambiente (CONAMA) e da Saúde através da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA) referentes ao gerenciamento de RSS (BRASIL,

2004).

Após a publicação da RDC n° 306 pela ANVISA, o CONAMA aprovou em 29 de

abril de 2005, a Resolução n. 358 a qual dispõe sobre tratamento e a

disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências.

Esta resolução foi resultante da harmonização entre os dois órgãos

denominados, revogando a resolução CONAMA n° 283, de 12 de julho de

2001, e as disposições da resolução n° 5, de 5 de agosto de 1993, que tratam

dos resíduos sólidos oriundos dos serviços de saúde. Portanto a resolução

mais atual referente a resíduos de serviços de saúde do CONAMA é a

resolução n° 358/2005, na qual se encontra os devidos tratamentos e

destinações finais dos resíduos (BRASIL, 2005).

No Estado do Espírito Santo, as referências sobre gerenciamento de RSS,

aparecem nas leis, citadas a seguir:

Minuta de Resíduos Sólidos – Projeto de Lei de 2007, Institui a Política

Estadual de Resíduos Sólidos e dá providências correlatas.

33

Page 35: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

LEI Nº 6.175 de 2000 ES Propõe a proibição de instalação de

incineradores de resíduos.

LEI Nº 6.291 de 2000 ES Dispõe sobre a coleta de resíduos urbanos

considerados potencialmente danosos à saúde e ao meio ambiente e dá

outras providências.

LEI Nº 6.407 de 2000 ES Estabelece a obrigatoriedade da adoção de

plano de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde nos casos

que menciona.

Ao se discutir as soluções viáveis para tratamento de RSS, torna-se

necessário, conhecer os resíduos gerados nos estabelecimentos prestadores

de serviços de saúde. Em outras palavras, é importante identificar as diferentes

modalidades de resíduos que resultam das atividades desenvolvidas em

estabelecimentos dessa natureza (OLIVEIRA, 2005).

No Brasil, usam-se classificações da Associação Brasileira de Normas

Técnicas – ABNT, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA e da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.

O quadro 4 apresenta as classificações segundo a ABNT NBR 12.808.

34

Page 36: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

RESÍDUOS CLASSIFICAÇÃO (Exemplos)

CLASSE A – RESÍDUOS INFECTANTES

A1 Cultura, inóculo, mistura de microrganismos e meio de cultura inoculado proveniente de laboratório clínico ou de pesquisa, vacina vencida ou inutilizada, filtro de gases aspirados de áreas contaminadas por agentes infectantes e qualquer resíduo contaminado por estes materiais.

A2 Bolsa de sangue após transfusão, com prazo de validade vencido ou sorologia positiva, amostra de sangue para análise, soro, plasma e outros subprodutos.

A3 Tecido, órgão, feto, peça anatômica, sangue e outros líquidos orgânicos resultantes de cirurgia, necropsia e resíduos contaminados por estes materiais.

A4 Agulha, ampola, pipeta, lâmina de bisturi e vidro.

A5 Carcaça ou parte de animal inoculado, exposto à microorganismos patogênicos ou portador de doença infectocontagiosa, bem como resíduos que tenham estado em contato com este.

A6 Secreções, excreções e demais líquidos orgânicos procedentes de pacientes, bem como os resíduos contaminados por estes materiais, inclusive restos de refeições.

CLASSE B – RESÍDUO ESPECIAL

B1 Material radioativo ou contaminado, com radionuclídeos proveniente de laboratório de análises clínicas, serviços 2 NBR 12808/1993 de medicina nuclear e radioterapia (ver Resolução CNENNE- 6.05).

B2 Medicamento vencido, contaminado, interditado ou não utilizado.

B3 Resíduo tóxico, corrosivo, inflamável, explosivo, reativo, genotóxico ou mutagênico conforme NBR 10004.

CLASSE C – RESÍDUO COMUM

Todos aqueles que não se enquadram nos tipos A e B e que, por sua semelhança aos resíduos domésticos, não oferecem risco adicional à saúde pública. P. ex.: resíduo da atividade administrativa, dos serviços de varrição e limpeza de jardins e restos alimentares que não entraram em contato com pacientes.

Quadro 4. Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde conforme ABNT NBR 12.808 Fonte: Adaptado ABNT NBR 12.808

Baseadas em princípios de biossegurança para empregar medidas técnicas,

administrativas e normativas para prevenir acidentes, preservando a saúde

pública e o meio ambiente, ambas Resoluções adotam a mesma classificação

de Resíduos de Serviços de Saúde. A seguir são apresentadas as

classificações do CONAMA e ANVISA combinados no quadro 5.

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Page 37: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

RESÍDUOS CLASSIFICAÇÃO (Exemplos)

GRUPO A – Potencialmente infectantes

A1 Bolsas transfuncionais contendo sangue, resíduos com contaminação por agentes classe risco 4;

Meios de cultura inoculados e vacinas de microorganismos vivos ou atenuados.

A2 Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processo de experimentação.

A3 Peças anatômicas do ser humano.

A4 Kits de linhas arteriais, bolsas transfuncionais vazias, sobras de laboratório não contaminados.

A5 Órgãos, material de pacientes com suspeita ou certeza de contaminação com príons.

GRUPO B – Químicos Desinfetantes, reagentes para laboratório, medicamentos vencidos, desinfetantes.

Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores);

GRUPO C – Radioativos

Rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos.

GRUPO D – Comuns Resto de alimentos, papel de uso sanitário, gesso.

GRUPO E –

Perfurocortantes

Agulhas, utensílios de vidro quebrado.

Quadro 5. Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde conforme a Resolução RDC ANVISA nº 306/2004 e Resolução CONAMA n.º 358/2005. Fonte: RDC n.º 306/2004 e Resolução CONAMA n.º 358/2005

Tanto o CONAMA como a ANVISA classificam os resíduos do Grupo A como

sendo infectantes ou potencialmente infectantes merecendo tratamento antes

do descarte. No entanto, a ANVISA faz uma subdivisão dos resíduos do grupo

A em 5 subgrupos, enquanto o CONAMA concentra todos os resíduos

infectantes no grupo A sem subdivisões (CUSSIOL, 2000).

Uma classificação especifica para os rejeitos radioativos é estabelecida pela

Resolução Federal CNEN NE 6.05/85, de 17 de dezembro de 1985, por meio

de duas categorias principais: resíduos com emissores beta/gama (rejeitos

líquidos, sólidos e gasosos) e resíduos com emissores alfa (líquidos e sólidos),

segundo o estado físico, natureza da radiação, concentração e taxa de

exposição.

36

Page 38: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Essa resolução estabelece, ainda, os níveis de concentração de rejeitos

radioativos, definições e níveis de radiação, especificações da instalação para

o armazenamento provisório de resíduos e os anexos.

As classificações aqui apresentadas são as mais conhecidas classificações de

RSS no Brasil, há também classificações da Health & Safety Comission – HSC,

World Health Organization – WHO e United States Environmental Protection

Agency – USEPA.

37

Page 39: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

5 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE

SERVIÇOS DE SAÚDE (PGRSS)

As ações relativas ao manejo de resíduos sólidos são descritas por um

documento elaborado pela ANVISA, que considera as características e riscos

dos resíduos, as ações de proteção à saúde e ao meio ambiente e os

princípios da biossegurança de empregar medidas técnicas administrativas e

normativas para prevenir acidentes (ANVISA, 2004).

Cabem aos órgãos públicos, dentro de suas competências, a gestão,

regulamentação e fiscalização dos estabelecimentos de serviços de saúde que

são os responsáveis pelo correto gerenciamento de todos os RSS por eles

gerados (ANVISA, 2004).

De um modo geral, um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de

Saúde deve contemplar critérios técnicos de segregação, acondicionamento,

identificação, coleta interna, armazenamento temporário, tratamento preliminar,

armazenamento externo, coleta externa, tratamento externo e disposição final

de todos os resíduos gerados pelo estabelecimento de saúde e resíduos

sólidos, efluentes líquidos, emissões gasosas (ANVISA, 2004).

A figura 4 apresenta um fluxograma das etapas de manejo de um PGRSS.

38

Page 40: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Figura 4. Etapas do manejo dos resíduos em um PGRSS Fonte: OLIVEIRA, 2001

Para a implantação de um gerenciamento de resíduos de serviços de saúde

deve se ter atenção especial em todas as fases de manejo (segregação,

acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição

final) devido aos riscos que oferecem, por apresentarem componentes

químicos, biológicos e radioativos (BRASIL, 2001b).

Para um gerenciamento seguro dos Resíduos de Serviços de Saúde é

essencial que todas as pessoas que trabalham no estabelecimento de saúde

tenham conhecimento dos riscos associados às suas atividades. Devem ser

adotadas medidas de controle com o objetivo de evitar o contato direto com os

resíduos, reduzindo os riscos de acidentes (BRASIL, 2001b).

O manejo adequado dos RSS pode apresentar um alto custo numa primeira

fase, mas a longo prazo torna-se economicamente viável, reduzindo os custos

com os acidentes de trabalho e as enfermidades provocadas (ANVISA, 2004).

39

Page 41: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

5.1 Riscos envolvidos com resíduos de serviço de saúde

Os resíduos gerados em serviços de saúde são motivos de preocupação, por

representarem risco à saúde humana e ambiental (BRASIL, 2001b).

Entende-se por risco a probabilidade que tem um indivíduo de gerar ou

desenvolver efeitos adversos à saúde, sob condições específicas, em

situações de perigo próprias do meio. Esta explicação de risco permite definir

ameaça e vulnerabilidade como fatores que o compõem (BRASIL, 2001b).

Os riscos envolvem, em um primeiro nível, o pessoal que manuseia os RSS.

Não menos significativos são os riscos que podem afetar outros profissionais

que atuam no estabelecimento e pacientes em tratamento (BRASIL, 2001b).

Segundo a Resolução CONAMA 358/05, os resíduos de serviços de saúde

representam um potencial de risco para a saúde ocupacional de quem

manipula esse tipo de resíduo, seja o pessoal ligado à assistência médica ou

médico-veterinária, seja o pessoal ligado ao setor de limpeza e manutenção, e

para o meio ambiente, como decorrência da destinação inadequada de

qualquer tipo de resíduo, alterando as características do meio.

O acondicionamento inadequado de resíduos perfurocortantes pode causar

sérios danos aos trabalhadores da área de coleta e disposição final. Os

materiais perfurocortantes apresentam risco de contaminação quando não são

manuseados e acondicionados de forma segura (BRASIL, 2001b).

Os acidentes causados por materiais perfurocortantes ocorrem, principalmente,

devido ao acondicionamento e manipulação incorretos, além da falta de

Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e a falta de treinamento adequado

aos riscos (SCHNEIDER, 2001).

Quando os resíduos infectantes são misturados com resíduos comuns ocorre

uma contaminação destes, aumentando a quantidade de material contaminado,

aumentando também os riscos na manipulação (SCHNEIDER, 2001).

40

Page 42: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Segundo o manual da ANVISA (2004), para que a infecção ocorra é necessária

a inter-relação entre os seguintes fatores: a) presença do agente; b) dose de

infectividade; c) resistência do hospedeiro; d)porta de entrada; e e) via de

transmissão. Por isso, o controle dos riscos deve ter foco nestes fatores.

De um modo geral precauções universais indicam basicamente o uso de

barreiras para a proteção profissional, como avental, luvas e óculos, com

grande ênfase para a lavação de mãos e os cuidados com material

perfurocortante. Treinamento e educação continuados são fundamentais para

se conseguir redução de acidentes por exposições a sangue e outros fluídos

corpóreos (QUEIROZ, 1998).

A imunização também tem grande importância na prevenção de um possível

contágio por agentes biológicos. Os profissionais que atuam na área de saúde

e de limpeza, em função do risco associado às suas atividades, devem ser

imunizados, e este procedimento deve estar descrito no Programa de Controle

Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) da empresa (BRASIL, 2001b).

5.2 Segregação e acondicionamento

De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA – RDC n.°

306/04, a segregação consiste na separação dos resíduos no momento e local

de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas,

o seu estado físico e os riscos envolvidos.

Os resíduos devem ser separados de acordo com a classificação estabelecida,

em recipientes adequados para cada tipo de resíduo. Esta operação deve ser

realizada na fonte de geração destes resíduos (BRASIL, 2001b).

São vantagens de praticar uma adequada segregação (OPAS, 1997):

Reduzir os riscos para a saúde, impedindo que os resíduos com risco

biológico (Grupo A), que geralmente são frações pequenas, contaminem os

outros resíduos gerados no estabelecimento de saúde;

41

Page 43: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Diminuir custos, já que apenas terá tratamento especial uma fração dos

resíduos gerados e não todos;

Reciclar os resíduos que não requerem tratamento prévio.

O acondicionamento consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em

sacos ou recipientes. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve

ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo (ANVISA, 2004).

Segundo Phillip e Aguiar (2005), o acondicionamento, deve estar de acordo

com o tipo de resíduo, observando principalmente materiais cortantes,

perfurantes ou líquidos que devem ser embalados em recipientes rígidos e

resistentes.

Segundo Cussiol (2000), o acondicionamento tem como objetivos principais:

possibilitar a identificação e segregação imediata por tipo de resíduo, minimizar

o risco de exposição dos trabalhadores aos resíduos perigosos; facilitar o

manuseio, o transporte e o armazenamento seguros.

O quadro 6, apresenta o acondicionamento dos resíduos conforme as normas

da ABNT, NBR 7.500 – Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e

Armazenamento de Materiais e NBR 9.191 – Sacos plásticos para

acondicionamento de lixo – Requisitos e métodos de ensaio.

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Page 44: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Resíduos Acondicionamento SimbologiaGrupo A Recipientes rígidos, forrados com sacos

plásticos brancos, encher até 2/3 de seu volume.

Grupo B Devem ser acondicionados com base nas recomendações específicas do fabricante para acondicioná-los e descartá-los.

Grupo C Devem ser acondicionados em recipientes de chumbo, com blindagem adequada ao tipo e ao nível de radiação emitida.

Grupo D Devem ser acondicionados em sacos pretos impermeáveis. Para os demais resíduos do grupo D deve ser utilizada a cor cinza ou preta nos recipientes.Os resíduos orgânicos podem ser aproveitados como adubo orgânico, por meio do processo de compostagem. Recipientes de vidro que tenham sido usados para armazenar produtos químicos, só podem ser descartados como vidros recicláveis se tiverem passado por processo de descontaminação.

Grupo E Recipiente rígido, estanque, resistente à punctura, ruptura e vazamento, impermeável, com tampa.Todo recipiente tem que ser fechado quando 2/3 de sua capacidade estiverem preenchidos de forma a não possibilitar vazamento.

Quadro 6. Acondicionamento dos resíduos de serviço de saúde. Fonte: Adaptado de ANVISA, 2006

Objetivando minimizar o impacto ambiental, reduzir custos de tratamento e

disposição final, deve-se promover, sempre que possível, a não geração, a

minimização da geração e a separação de materiais recicláveis por meio da

segregação na origem (GRIPPI, 2001).

No acondicionamento de resíduos químicos a embalagem e o recipiente devem

ser compatíveis com o produto descartado para que não haja reação, o rótulo

deve conter informações das propriedades físicas e químicas, o nome do

43

Page 45: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

produto, volume e símbolo. As tampas dos recipientes devem ser

obrigatoriamente vedantes (LEITE, K F. 2006).

5.3 Coleta e transporte de resíduos

Segundo a ANVISA (2004), a coleta e transporte interno dos RSS consistem no

traslado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao

armazenamento temporário ou armazenamento externo, com a finalidade de

disponibilização para a coleta.

O carro de coleta interna deve ser estanque, constituído de material rígido,

lavável e impermeável de forma a não permitir vazamento de líquido, com

cantos arredondados e dotado de tampa, possuir identificação pelo símbolo de

substâncias infectantes e ser usado única e exclusivamente para coleta desses

(NBR 12.808).

Os EPI especificados devem ser os mais adequados para lidarem com

resíduos de serviços de saúde e devem ser utilizados de acordo com as

recomendações da NBR 12810 - Coleta de resíduos de serviços de saúde

(BRASIL, 2001b).

A coleta de resíduos de serviços de saúde deve ser exclusiva e a intervalos

não superiores a 24 h. Esta coleta pode ser realizada em dias alternados,

desde que os recipientes contendo resíduo do tipo A e restos de preparo de

alimento sejam armazenados à temperatura máxima de 4°C (ANVISA, 2004).

O contêiner utilizado para armazenagem dos resíduos para a coleta externa,

deve ser constituído de material rígido, branco, lavável e impermeável, de

forma a não permitir vazamento de líquido, e com cantos arredondados,

possuir tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, ostentando em

lugar visível o símbolo de substância infectante, conforme modelo e

especificação determinados pela NBR 7.500 - Identificação para o transporte

terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos.

44

Page 46: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Imediatamente após o esvaziamento do contêiner, este deve sofrer limpeza e

desinfecção simultânea (NBR 7.500).

O transporte interno de resíduos deve ter rotas pré-estabelecidas com o menor

percurso e mesmo sentido, e não deve coincidir com os horários de circulação

(fluxo) de medicamentos, alimentos/mamadeiras, roupas limpas e visita

(ANVSA, 2004).

O transporte externo pode ser realizado pelas prefeituras municipais ou por

iniciativa privada. Consiste na coleta dos resíduos depositados em contêineres

no abrigo externo e transporte dos mesmos até o local adequado para

tratamento e destinação final (ANVISA, 2004).

5.4 Armazenamento

O armazenamento divide-se em duas etapas: armazenamento interno e

armazenamento externo.

5.4.1 Armazenamento interno (temporário)

O armazenamento interno consiste na guarda temporária dos recipientes

contendo os resíduos já acondicionados que deverão ser transportados ao

local de tratamento, reciclagem ou disposição final. Visa agilizar a coleta dentro

do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o

ponto destinado à apresentação para coleta externa (BRASIL, 2001b).

Não poderá ser feito armazenamento temporário com disposição direta dos

sacos sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes

de acondicionamento (ANVISA, 2004)

A sala para guarda de recipientes de transporte interno de resíduos deve ter

pisos e paredes lisas e laváveis, sendo o piso ainda resistente ao tráfego dos

recipientes coletores. Deve possuir ponto de iluminação artificial e área

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Page 47: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

suficiente para armazenar, no mínimo, dois recipientes coletores, para o

posterior traslado até a área de armazenamento externo. Quando a sala for

exclusiva para o armazenamento de resíduos, deve estar identificada como

SALA DE RESÍDUOS (ANVISA, 2004).

O local de armazenamento temporário deve ser sinalizado, ventilado e de fácil

acesso ao pessoal de limpeza e conservação, não sendo permitido a entrada

de pessoas não autorizadas, bem como a utilização desta área para outros fins

(BRASIL, 2001b).

Quando a distância entre os pontos de geração de resíduos e o local de

armazenamento externo não for significativa, poderá ser dispensado o

armazenamento temporário (ANVISA, 2004).

O armazenamento de resíduos químicos deve atender à NBR 12235 da ABNT.

5.4.2 Armazenamento externo

O armazenamento externo consiste na guarda dos recipientes de resíduos até

a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso

facilitado para os veículos coletores (ANVISA, 2006).

No armazenamento externo não é permitida a manutenção dos sacos de

resíduos fora dos recipientes ali estacionados. (ANVISA, 2004).

O ambiente utilizado para armazenamento externo de resíduos deve ter

proteção contra a ação do sol, chuva ou vento, além de possuir proteção que

impeça a entrada de animais no local. No ambiente deve haver local para

higienização dos contenedores, com boa iluminação, ventilação, pisos e

paredes com materiais resistentes (ANVISA, 2006).

Os RSS devem ser armazenados, no próprio estabelecimento de saúde, em

locais específicos para esse fim. O armazenamento externo dos diversos

grupos dos RSS pode estar em pontos separados ou na mesma área, desde

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Page 48: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

que a divisão entre eles esteja perfeitamente delimitada para evitar mistura ou

focos de contaminação (BRASIL, 2001b).

5.5 Tecnologias para tratamento de resíduos infectantes

Entende-se por tratamento dos resíduos sólidos, de forma genérica, quaisquer

processos manuais, mecânicos, físicos, químicos ou biológicos que alterem as

características dos resíduos, visando a minimização do risco à saúde, a

preservação da qualidade do meio ambiente, segurança e a saúde do

trabalhador (ANVISA, 2004).

Segundo Collins (1989); Cross (1990); e Mandelli et al (1991). citados por

Sousa (2005), os dois métodos mais indicados e realizados por

estabelecimentos de serviços de saúde e prefeituras, quando utilizam técnicas

para o destino final dos resíduos de serviço de saúde, são a esterilização à

vapor e a incineração.

O quadro 7 resume os métodos para tratar adequadamente os diversos grupos

de resíduos, que merecem destaque por terem características próprias.

CATEGORIAS DE

TRATAMENTOMÉTODOS

GRUPOS DE RSS

GRUPO A GRUPO B GRUPO C

RISCO BIOLÓGICO

RISCO QUÍMICO

REJEITOS RADIOATIVOS

Esterilização

Autoclave X XTratamento

QuímicoX

Microondas XRadiação ionizante

X

Destruição térmica

Incineração XTocha de plasma

X

Armazenamento Decaimento XQuadro 7. Resumo dos métodos de tratamentos recomendados segundo o grupo de RSS perigoso.Fonte: Adaptado de Guía de Capacitación - Gestión y Manejo de Desechos Sólidos Hospitalarios, 1996

Uma análise preliminar mostra que os procedimentos atuais de tratamento dos

resíduos infectantes se dividem em duas categorias esterilização e destruição

térmica, descritos a seguir. Sendo a esterilização composta pelos métodos de

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Page 49: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

autoclavagem, microondas, tratamento químico e ionização. E a destruição

térmica composta pelos métodos de incineração e tocha de plasma (BRASIL,

2001b).

5.5.1 Esterilização

Há vários métodos de esterilização dos resíduos de serviços de saúde.

a) Autoclavagem - Segundo LEE et al., (1991); URBANOWICZ (1998)

(citado por PHILIPPI), a esterilização a vapor em autoclaves é um

método amplamente utilizado para descontaminação de resíduos

microbiológicos e outros de laboratórios antes da disposição final.

Para ser eficiente o processo deve permitir penetração do vapor e

condução do calor por toda massa a ser esterilizada, portanto, o método

torna-se impróprio para o tratamento de grandes volumes de resíduos

(PHILIPPI, 2005).

Quando tratados por esterilização a vapor, os RSS transformam-se em

resíduos comuns, não perigosos em virtude da destruição dos

organismos patogênicos, sendo possível, então, sua destinação final em

aterros sanitários (BIDONE, F.R.A. POVINELLI, J, 1999).

b) Tratamento químico - Os RSS são submetidos à ação de substancias

químicas, para que ocorra a destruição de agentes infecciosos. Os

resíduos químicos podem ser despejados em sistema de esgoto e os

resíduos sólidos resultantes são dispostos em aterros sanitários (LEE et

al., 1991 citados por PHILIPPI; AGUIAR).

Os produtos químicos utilizados na esterilização já constituem um

resíduo de difícil descarte, tendo em vista sua toxidade. Desta forma, o

uso de esterilizantes químicos para o tratamento de RSS, é limitado.

(CAMPOS, 1998, citado por GUEDES).

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Page 50: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

As recomendações para seu uso referem-se mais à desinfecção de

utensílios e superfícies do que de resíduos, sendo necessário o

monitoramento de cada lote dos produtos utilizados para maior garantia.

(MEANEY; e CHEREMISIHOFF, 1989 citados por PHILPPI; AGUIAR).

c) Microondas - Consiste em submeter os resíduos biológicos, previamente

triturados e envolvidos com vapor, às vibrações eletromagnéticas de alta

freqüência, até alcançar e manter uma temperatura de 95ºC a 100ºC,

pelo tempo determinado pelo fabricante. (BRASIL, 2001b).

O processo reduz o volume dos resíduos entre 60% e 90%. A tecnologia

talvez seja capaz de reduzir custos e ajudar a controlar os agravantes

ambientais, porém pode oferecer risco ocupacional durante o manuseio,

principalmente no processo de trituração (BLENKHARN,1995, citados

por PHILIPPI; AGUIAR).

O processo não é apropriado para grandes quantidades de RSS (mais

de 800 kg por dia) e, também, para resíduos anatômicos. Existe, ainda,

o risco de emissões de aerossóis que podem conter produtos orgânicos

perigosos (GUÍA..., 1996).

d) Radiação ionizante - É uma tecnologia que utiliza raios gama, a partir do

Cobalto (Co) 60 e ultravioleta, no tratamento dos resíduos de serviço de

saúde, para destruir os microorganismos infecciosos (LEE et al.,

1991citado por PHILIPPI,).

Transforma os resíduos em uma massa totalmente inerte, não reduz

peso nem volume, havendo, portanto necessidade de se dar destino

final, em aterros sanitários. É uma tecnologia emergente no que diz

respeito ao tratamento de RSS, ainda extremamente cara, pois exige

instalações especiais e pessoal altamente qualificado e treinado

(CAMPOS 1998, citado por GUEDES).

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Page 51: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

5.5.2 Destruição Térmica

Os métodos de destruição térmica existentes são:

a) Incineração - Trata-se do método que mais tem sido utilizado nessas

últimas décadas, sendo preconizado como o mais adequado para

assegurar a eliminação de microorganismos patogênicos dos resíduos

do grupo A de serviço de saúde. (PHILIPPI, 2005). Consiste na queima

dos resíduos em temperaturas superiores a 1000°C, por um período de

cinco a dez segundos, com tratamento dos efluentes gasosos e líquidos

(IBAM, 2001).

As principais vantagens deste método são a redução do volume e

massa do resíduo, segundo PHILLIPPI (2005), cerca de 90% e 15%

respectivamente, e como outra vantagem, tem-se a possibilidade de

recuperação de energia para gerar vapor ou eletricidade. As

desvantagens são que as emissões gasosas podem conter

contaminantes e que a sua operação e manutenção, dependendo da

magnitude do equipamento, podem ser complexas (MONGE, 1997,

tradução nossa).

Para dar início ao processo de combustão na operação dos

incineradores, utiliza-se óleo ou gás natural como combustível, até que

se atinjam as temperaturas ideais. As cinzas resultantes da incineração

são classificadas como resíduos perigosos classe I devido aos altos

níveis de metais pesados e devem ser encaminhadas, portanto, para

aterro de resíduos perigosos desta classe (BRASIL, 2002).

Devido às intensas restrições legais e movimentos contrários de

ambientalistas, seu uso vem sendo reduzido, dando espaço à utilização

de novas tecnologias para tratamento dos RSS como: microondas e

tocha de plasma (PHILIPPI, 2005).

50

Page 52: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

b) Tocha de plasma - O sistema plasma térmico é a mais recente

tecnologia introduzida para tratamento dos RSS. O processo envolve na

aplicação de um gás ionizado que se transforma em tocha de plasma

por meio de aplicação de energia elétrica dentro de um forno (PHILIPPI,

2005).

Segundo BRASIL, 2001, quando utilizada para incineração de resíduos,

a tocha a plasma não produz escórias nem cinzas voláteis tóxicas, mas

um resíduo vitrificado inerte de altíssima dureza, semelhante a um

mineral de origem vulcânica.

A temperatura de incineração varia entre 1.600ºC e 4.000ºC,

assegurando assim a destruição dos patógenos, substâncias químicas

tóxicas e fundição de metais e outros materiais (BRASIL, 2002). Outra

vantagem é a redução do volume do resíduo tratado que é superior a da

incineração convencional, a não emissão de dioxina (PHILIPPI, 2005).

5.5.3 Armazenamento

5.5.3.1 Decaimento

Cada elemento radioativo se transmuta a uma velocidade que lhe é

característica, portanto, o tempo que leva um elemento, a ter sua atividade

radioativa reduzida à metade da atividade anterior, é denominado decaimento

(CNEN, 2001).

O único tratamento capaz de eliminar as características de periculosidade é o

armazenamento que está diretamente relacionado com tempo de decaimento

de cada rejeito. Implica no isolamento dos radionuclídeos e restringe sua

liberação para o meio ambiente (CNEN, 2001).

Depois do decaimento, qualquer referência à radioatividade (símbolo e

inscrição) deve ser descaracterizada, e os resíduos podem ser encaminhados

para disposição final, ou tratamento, conforme seu novo enquadramento, grupo

A, grupo B, ou grupo D (BRASIL, 2002).

51

Page 53: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

5.5.4 Disposição final

A disposição Final consiste na disposição definitiva de resíduos no solo ou em

locais previamente preparados para recebê-los (ANVISA 2006).

Pela legislação brasileira a disposição deve obedecer a critérios técnicos de

construção e operação, para as quais é exigido licenciamento ambiental de

acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97. O projeto deve seguir as normas

da ABNT.

5.5.5 Aterro Sanitário

É um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo de forma

segura e controlada, garantindo a preservação ambiental e a saúde pública. O

sistema está fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais

específicas (ANVISA 2006).

Este método consiste na compactação dos resíduos em camada sobre o solo

devidamente impermeabilizado e no controle dos efluentes líquidos e emissões

gasosas. Seu recobrimento é feito diariamente com camada de solo,

compactada com espessura de 20 cm, para evitar proliferação de moscas,

aparecimento de roedores, moscas e baratas, espalhamento de papéis, lixo,

poluição das águas superficiais e subterrâneas (ANVISA, 2006).

O principal objetivo do aterro sanitário é dispor os resíduos no solo de forma

segura e controlada, garantindo a preservação ambiental e a saúde. (ANVISA,

2006).

Uma vez que os RSS tenham sofrido segregação prévia e tratamento, o

destino final adequado do produto resultante é um aterro sanitário

(SCHNEIDER, 2001).

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Page 54: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

6 MATERIAIS E MÉTODOS

Primeiramente foi realizado um levantamento das atividades desenvolvidas na

unidade e dos resíduos gerados na mesma. Num segundo momento os

resíduos foram identificados e classificados conforme as normas e legislações

vigentes.

Na terceira etapa ocorreu a quantificação dos resíduos gerados e ao final são

propostas medidas para adequação do gerenciamento destes.

6.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SETORES

Primeiramente foram realizadas visitas técnicas a todas as unidades do

estabelecimento, com o objetivo de conhecer a área estudada. Acompanhou-se

a rotina de trabalho em cada módulo para perceber seu funcionamento e

identificar os problemas de gestão de resíduos, registrados por meio de

relatório fotográfico.

A figura 5 mostra uma foto aérea do local de estudo.

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Page 55: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Figura 5. Localização dos módulos SEST/SENATFonte: Google earth, 2007

O quadro 8, descreve a os módulos existentes na unidade Sest/Senat e seus

setores.

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Page 56: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

MÓDULO SETOR

Módulo Treinamento

5 Salas de aula1 Laboratório de informática2 Salas Administrativas1 Sala de reuniões

4 Sanitários

Módulo Administrativo1 Recepção3 Salas administrativas

Módulo Saúde

1 Recepção1 Consultório odontológico adulto1 Consultório odontológico infantil1 Sala Radiologia

4 Sanitários

4 Consultórios médicos (oftalmologia, ginecologia, pediatria e clínica geral)

1 Copa

1 Sala de arquivo

Módulo Cultural

1 Auditório1 Salão de festas

1 Sala de TV/Vídeo2 Salas de aula1 Sala Administrativa

2 Sanitários

Módulo Restaurante

1 Restaurante1 Lanchonete

2 Sanitários/ vestiários

1 Salão de jogos1 Sala de Apoio1 Sala de funcionários da limpeza

Módulo Lazer

1 Piscina adulto1 Piscina infantil2 Churrasqueiras1 Campo de futebol2 Quadras poliesportivas1 Parque infantil1 Pista de bocha

Áreas externas1 Guarita (portaria)Vias de acesso

Oficina Pedagógica Em processo de construção.

Quadro 8. Módulos existentes na unidade e seus setores.

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Page 57: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

6.1.1 Módulo de saúde

6.1.1.1 Clínica odontológica

O SEST/SENAT possui uma clínica odontológica que realiza em média 660

consultas mensais, equipada com 10 cadeiras (equipos) sendo 4 destinadas a

odontopediatria, e presta serviços como: dentística, prevenção, prótese,

endodontia e radiologia.

A figura 4 mostra o interior da clínica odontológica.

Figura 6. Clínica odontológica.

O setor possui nove odontólogos e dois auxiliares de consultório dentário, que

atendem a comunidade associada de segunda à sexta-feira.

6.1.1.2 Setor radiológico

O setor de radiologia encontra-se dentro do consultório odontológico. São

realizadas em média 20 (vinte) radiografias por dia.

A figura 7 mostra o equipamento da sala de radiologia.

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Page 58: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Figura 7. Sala de radiologia

6.1.1.3 Setor médico

O setor Médico conta com ginecologia, oftalmologia, clínica geral, pediatria e

cardiologia, atendendo aproximadamente de 700 associados por mês.

As figuras 8, 9 e 10 mostram os consultórios médicos.

Figura 8. Foto do consultório oftalmológico

Figura 9. Foto do consultório pediátrico

Figura 10. Foto do consultório ginecológico

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Page 59: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

6.1.2 Módulo restaurante

O Módulo Restaurante possui lanchonete e restaurante que funcionam em

horário comercial, abertos a comunidade, possui mão-de-obra terceirizada e

atende em média 150 pessoas por dia.

As figuras 11 e 12 mostram a área de alimentação do restaurante e da

lanchonete.

Figura 11. Foto da área de alimentação do Restaurante da unidade

Figura 12. Foto da lanchonete da unidade

Trabalham neste módulo 6 funcionários.

6.1.3 Módulo área de lazer

Na área de lazer são realizadas atividades para associados como natação,

judô, futebol e hidroginástica para terceira idade, possui ainda, área com

churrasqueiras.

As figuras 13 e 14 mostram a piscina e o campo de futebol localizados nesta

área.

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Page 60: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Figura 13. Foto da piscina da unidade Figura 14. Foto do campo de futebol

6.1.4 Módulo de treinamento

O SENAT realiza cursos profissionalizantes na área de transportes, possui

salas de aula, auditório, laboratório de informática.

A figura 15 mostra o módulo de treinamento.

Figura 15. Corredor do Módulo de treinamento

6.1.5 Módulo cultural

O auditório possui capacidade para 210 pessoas, e junto ao salão de festas

formam um importante espaço dentro da unidade SEST/SENAT para

realização de eventos, cursos e palestras.

As figuras 16 e 17 mostram o auditório e o salão de festas.

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Page 61: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Figura 16. Foto do auditório Figura 17. Foto do salão de festas

6.2 REALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO

Após o conhecimento da área foram feitas entrevistas informais com os

colaboradores, funcionários encarregados pela limpeza, médicos, dentistas,

equipe do restaurante e associados do SEST/SENAT.

Acompanhou-se a rotina de limpeza para analisar a cadeia de resíduos sólidos

que compreende o acondicionamento, armazenamento, coleta e transporte dos

resíduos. Foram registrados os horários de coleta interna e externa, e a rota

percorrida desde as áreas de treinamento, assistência médica e odontológica

até o local do armazenamento externo.

Foram registrados os tipos de lixeiras existentes e, também, os diferentes tipos

de rejeitos gerados em cada módulo e ponto de geração.

6.3 LEVANTAMENTO QUALI-QUANTITATIVO DOS

RESÍDUOS

Para a realização do levantamento quali-quantitavo dos resíduos gerados na

unidade, fez-se necessário determiná-los por pesagens, realizadas no período

de março a maio de 2008, devido a possível variação da quantidade desses.

As pesagens foram realizadas conforme a unidade é dividida, por módulos e

setores, e os resíduos foram separados e pesados para se obter um dado

criterioso de geração.

60

Page 62: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Na unidade SEST/SENAT não havia coleta interna segregada de resíduos

sólidos, com exceção dos resíduos químicos (classe B) e perfurocortantes

(Classe E).

Com a realização da coleta segregada, foram identificados os resíduos

passíveis de serem reciclados de acordo com que preconiza a política de

resíduos sólidos, os recipientes foram identificados de acordo com o tipo.

De acordo com Leite K. F. S. (2006), é recomendada a pesagem dos resíduos

durante sete dias consecutivos pelo menos, para se obter a produção mensal

através da média diária.

Segundo Oliveira (2005) o levantamento quantitativo deve ser realizado por

uma semana em cada estação do ano.

Nos Módulos de Saúde, de Treinamento, Cultural e Administrativo, as

pesagens foram realizadas durante cinco dias consecutivos, pois os módulos

descritos não funcionam nos dias de sábado e domingo.

Nos módulos de Lazer, Restaurante e Áreas Externas, as pesagens foram

realizadas durante sete dias consecutivos, pois estes módulos funcionam em

todos os dias da semana.

Para realização do levantamento quantitativo, as sacolas de lixo foram

identificadas com a descrição do local (módulo e setores) em que deveriam ser

colocadas, e o tipo de resíduos que deveriam coletar. Como o serviço de

limpeza dos funcionários era separado por módulos, as sacolas etiquetadas

foram entregues a cada um para que fossem colocadas nas lixeiras,

possibilitando assim, a identificação dos resíduos no momento da pesagem.

Quando as pesagens não eram realizadas logo após a coleta dos resíduos, os

mesmos eram armazenados no abrigo externo, para posteriormente serem

pesados.

As sacolas contendo os resíduos gerados nas áreas externas e nos módulos

de treinamento, cultural, administrativo, restaurante e lazer eram abertas para

61

Page 63: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

segregação e pesagem destes segundo a tipologia (papel, plástico, vidro, metal

e orgânico). As sacolas com resíduos do módulo de saúde classificados como

D, segregados previamente por setores, eram abertas e realizadas as

pesagens segundo tipo, no entanto as sacolas com resíduos A, B, e E, eram

pesadas sem serem abertas, levando-se em consideração os riscos de

contaminação.

A operação de quantificação contou com a ajuda dos funcionários responsáveis

pela coleta e transporte interno. Utilizou-se uma balança da Balmak Indústria e

Comércio Ltda, n.º de fabricação 1.300, com capacidade de 150 kg.

Os dados recolhidos em todas as etapas foram registrados (ANEXO A) e

analisados. Foram avaliadas formas de atender cada necessidade levantada

no diagnóstico, segundo as normas e legislação vigentes.

6.4 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS

Para melhor conhecer as especificações dos resíduos e obter dados para

definir estratégias de gerenciamento, os mesmos foram classificados conforme

as leis normas e regulamentos.

O quadro 9, apresenta as resoluções e normas.

LEIS, NORMAS E RESOLUÇÕES

ASSUNTO

NBR 9.191 Sacos Plásticos para Acondicionamento de Lixo - Requisitos e métodos de ensaio.

NBR 12.808 Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde;

NBR 10.004 Classificação dos Resíduos Sólidos.

RDC – ANVISA 306/2004.

Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

Resolução CONAMA 358/2005

Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos RSS e dá outras providências.

Quadro 9. Leis, normas e regulamentos utilizados para classificar os resíduos.

62

Page 64: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

7 ESTUDO DE CASO

Esta pesquisa foi desenvolvida nas instalações do SEST/SENAT (Serviço

Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), que

são entidades civis, com personalidade jurídica de direito privado, sem fins

lucrativos, criadas em 14 de setembro de 1993, pela Lei n°. 8.706/93, e

organizadas pela Confederação Nacional do Transporte - CNT, encontradas

em todo o País.

O estudo foi desenvolvido no período compreendido entre janeiro e junho de

2008. A unidade SEST/SENAT, localizada em Alto Lage, Cariacica, Espírito

Santo, foi escolhida, por desenvolver atividades em diversos setores, desde

desenvolvimento e aprimoramento profissional, esportes, até saúde, gerando

assim, diferentes tipos de resíduos. Atualmente a unidade possui em seus

registros 48 mil associados.

A análise dos dados deste trabalho está baseada na RDC ANVISA n° 306

(BRASIL, 2004) e na Resolução CONAMA 358 (BRASIL, 2005), assim como no

programa proposto para a instituição, já que não existe no estado do Espírito

Santo uma resolução específica para os resíduos de serviço de saúde.

7.1 DIAGNÓSTICO DO GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS DA UNIDADE SEST/SENAT

A grande diversidade dos serviços realizados na unidade SEST/SENAT de Alto

Lage proporciona uma geração de resíduos diversificada. Após a análise

qualitativa pode-se conhecer os resíduos mais comuns na unidade,

classificados de acordo a RDC 306/04 da ANVISA, que estão listados por

setores no quadro 10.

63

Page 65: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Setor Resíduos

Grupo

AcondicionamentoA B

DE

R NR

MÓDULO SAÚDE

Consultórios Médicos

Luvas, hastes ginecológicas, palitos de madeira, gazes

X Sacos brancos leitosos, com a

simbologia infectante

Papel, plástico X

Clínica odontológic

a

Luvas,algodão, gazes X

Amalgama XGarrafa plástica

com água

Perfurocortantes XCaixa de papelão

rígida

Papel, plástico, metal, embalagens de plástico X

Sacos brancos leitosos, com a

simbologia infectante

Medicamentos vencidos X Caixa de papelão

Sala de Radiologia

Luvas X Sacos brancos leitosos, com a

simbologia infectante

Sacolas plásticas X

Embalagens de filmes radiológicos X Caixa de papelão

Líquidos de revelação X Garrafa plástica

Banheiros Resíduos de banheiro X Saco preto 50L

Todos Lâmpadas XNão são

acondicionadas

MÓDULO RESTAURANTE

RestauranteOrgânico X

Saco preto 50L

Papel, plástico, copos plásticos, garrafas pet, virdro, latas de alumínio

X

Lanchonete

Papel, plástico, copos plásticos, garrafas pet, virdro, latas de alumínio

X

Orgânico X

Vestiários/ Banheiros

Resíduos de banheiro X

Todos Lâmpadas XNão são

acondicionadas

MÓDULO ÁREA DE LAZER

Todos os setores

Papel, plástico, copos plásticos, garrafas pet, virdro, latas de alumínio

X

Saco preto 50LOrgânico X

Resíduos de podas e varrição x

Lâmpadas XNão são

acondicionadasQuadro 10. Resíduos mais gerados na unidade SEST/SENAT de Alto Lage de acordo com o

local de geração. (Continua)

(Continuação)

64

Page 66: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Setor Resíduos

Grupo Acondicionamento

A BD

E

R NR

MÓDULO ADMINISTRATIVO

RecepçãoPapel, plástico, embalagens, copos plásticos X

Sacos pretos 50LOrgânico

Escritórios Papéis, copos plásticos X X Sacos pretos 20 L

Todos Lâmpadas XNão são

acondicionadas

MÓDULO DE TREINAMENTO

RecepçãoPapel, plástico, embalagens, copos plásticos,

orgânicoX Sacos pretos 50L

Escritórios Papéis, copos plásticos X Sacos pretos 20 L

Banheiros Resíduos de banheiro X Sacos pretos 50L

Laboratório de

Informática

Papel, plástico, embalagens, copos plásticos, orgânico

XSacos pretos 20 L

Salas de Treinamento

Papel, plástico, embalagens, copos plásticos, orgânico

X

Todos Lâmpadas XNão são

acondicionadas

MÓDULO CULTURAL

Auditório Papéis, plástico, copos plásticos X Sacos pretos 50L

Salas de aula

Orgânico XSacos pretos 20 L

Papel, plástico, embalagens, copos plásticos, X

Área de Festas

Orgânico XSacos pretos 50LPapel, plásticos, copos plásticos, latas de

alumínio, garrafas pet,X

Banheiros Resíduos de banheiro X Sacos pretos 20 L

Todos Lâmpadas XNão são

acondicionadasQuadro 10. Resíduos mais gerados na unidade SEST/SENAT de Alto Lage de acordo com o local de geração.

Os resíduos do grupo A – Resíduos Potencialmente Infectantes - são gerados

apenas no módulo de saúde (consultórios odontológicos e consultórios

médicos).

Os resíduos do grupo B – Resíduos Químicos – foram encontrados nos

consultórios odontológicos, onde são utilizados diferentes produtos químicos

para procedimentos odontológicos.

Os resíduos do grupo C – Resíduos Radioativos – A unidade possui uma sala

de radiologia, porém, esta não gera resíduos radioativos.

65

Page 67: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Os resíduos do Grupo D – Resíduos equiparados com os resíduos domiciliares

– foram encontrados em todos os setores da unidade. Lâmpadas fluorescentes

queimadas, pilhas e baterias são destinadas como resíduos deste grupo.

Os resíduos do grupo E – Perfurocortantes – foram encontrados apenas nos

consultórios odontológicos.

7.1.1 Levantamento quantitativo

Objetivando informações sobre o qualiquantitativo dos resíduos gerados fez-se

necessário, juntamente com os funcionários encarregados da limpeza, um

planejamento que consistiu na segregação dos resíduos A, B, D e E e posterior

pesagens no período de Março, Abril e Maio numa freqüência de 7dias/mês.

Após segregação correta, considerando o valor médio diário de resíduos

gerados na instituição, observamos que 69,98 % dos resíduos são gerados no

restaurante, 7,82 % no módulo cultural, 8,55 % no módulo de saúde, 6,93 % na

área de lazer, 3,33 % no módulo de treinamento e 2,86% no administrativo e

0,53 % nas áreas externas.

Os valores obtidos são mostrados na figura 18.

69,98%

2,86%

8,55%

7,82%

3,33%

6,93%

0,53%

Restaurante

Administração

Saúde

Cultural

Treinamento

Área de Lazer

Áreas Externas

Figura 18.Geração de resíduos por módulos

66

Page 68: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Apesar de a instituição gerar resíduos de serviços de saúde, estes são minoria

considerando a totalidade de resíduos gerados que foi de aproximadamente

1089,35 kg nos meses de Março, Abril e Maio. Destes, apenas 7,34% são

potencialmente infectantes, sendo que 11,20% são resíduos comuns

recicláveis, 6,45% são resíduos comuns não recicláveis, 74,92% orgânicos e

0,09% perfurocortantes. Os dados estão apresentados na figura 19. Os

resíduos químicos (medicamentos vencidos) e lâmpadas fluorescentes não

foram considerados nesta classificação, pois sua geração é eventual, porém

observou-se uma geração de 3,5 kg e 21 unidades, respectivamente, durante

toda etapa de quantificação.

7,34%

11,20%

6,45%

74,92%

0,09%

Infectantes

ComunsRecicláveis

Resíduos ComunsNão Recicláveis

Orgânicos

Perfurocortantes

Figura 19.Classificação dos resíduos gerados no período de estudo

Espera-se que estes valores sejam ainda menores nos próximos períodos de

estudo, pois os funcionários deverão receber treinamentos para a prática

correta do programa de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, que

está previsto para ser elaborado no mês de Julho de 2008. A NBR 12.809

(1993) cita: “todos os funcionários dos serviços de saúde devem ser

capacitados para segregar adequadamente os resíduos e reconhecer o

sistema de identificação”.

A tabela 1 apresenta os volumes gerados de resíduo no Módulo Saúde:

67

Page 69: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Tabela 1. Geração média de resíduos, no módulo saúde – setor odontológico – durante 3 meses.

MÓDULOSETOR

ODONTOLÓGICORESÍDUO PESO (kg)/ dia

Saúde Consultórios

Odontológicos

Infectante 2,54

Perfurocortante 0,07

Total 2,61

A média diária dos resíduos gerados no módulo saúde, setor odontológico, é

igual a 2,61 kg, e que a média diária de pacientes atendidos é igual a 36

pessoas, tem-se uma taxa de 0,07 kg/pessoa/dia.

No setor de radiologia constatou-se que a quantidade a média de líquidos

reveladores e fixadores é de 4L por semana. Os resíduos encontrados eram

pequenas sacolas de plástico e papel.

No setor médico a taxa de geração é ainda menor por não haver

procedimentos cirúrgicos, como explicitado na tabela 2.

Tabela 2. Geração média de resíduos, no módulo saúde – setor médico – durante 3 meses.

MÓDULO SETOR MÉDICO RESÍDUOPESO (kg)/

semana

Saúde Consultório Pediatria Infectante 0,05

Consultório Clínica

Geral / CardiologiaInfectante 0,05

Consultório

GinecologiaInfectante 0,13

Consultório

OftalmologiaInfectante 0,02

Total 0,25

A média semanal dos resíduos gerados no setor médico é igual a 0,25 kg , e a

média diária de pacientes atendidos é igual 27 pessoas.

A tabela 3 relata a média diária de resíduos gerados no Módulo Restaurante,

durante toda etapa de quantificação.

68

Page 70: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Tabela 3. Geração média de resíduos, no módulo restaurante, durante 3 meses.MÓDULO SETOR RESÍDUO PESO (kg)/ dia

Restaurante Restaurante/

Lanchonete

Orgânico 35,87

Copos Descartáveis 0,53

Garrafas Plásticas 0,70

Latas de Alumínio 0,17

Banheiros Resíduo de Banheiro 1,2

Total 38,47

Levando-se em consideração que a média diária dos resíduos gerados no

módulo restaurante é igual a 38,47 kg, e que a média diária de clientes

atendidos é igual a 150 pessoas, tem-se uma taxa de 0,26kg/pessoa/dia.

Durante os meses em que foram realizados os levantamentos observou-se a

geração de 35,05 kg de madeira, provenientes de caixotes de verduras.

A tabela 4 mostra a média da quantidade de resíduos gerados por dia, durante

toda a etapa de quantificação, nos módulos área de lazer e áreas externas.

Tabela 4. Geração média de resíduos, no módulo área de lazer e áreas externas, durante 3 meses.

MÓDULO SETOR RESÍDUO PESO (kg)/ dia

Área de lazer e

Áreas externas

Todos PET 1,30

Copos

Descartáveis0,96

Latas de Alumínio 0,25

Orgânico 1,59

Total 4,01

A quantidade de latas de alumínio é relativamente pequena, pois os

funcionários da unidade as coletam para benefício próprio.

A média diária dos resíduos gerados na área de lazer é igual a 4,01 kg/dia.

A tabela 5 relata a média diária da quantidade de resíduos gerados no módulo

administrativo, durante toda etapa de quantificação.

69

Page 71: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Tabela 5. Geração média de resíduos, no módulo administrativo, durante 3 meses.MÓDULO SETOR RESÍDUO PESO (kg)/ dia

Administrativo Todos Papel 1,23

Copos

Descartáveis

0,24

Orgânico 0,10

Total 1,57

Constatou–se a geração de sete unidades de garrafas PET e 0,8 kg de papelão

durante este período.

Quando comparado com os outros módulos da unidade Sest/Senat. O

Administrativo possui a menor média de quantidade de resíduos gerados, que

é de 1,57 kg/dia.

A tabela 6 relata a média diária da quantidade de resíduos gerados no módulo

treinamento, durante toda etapa de quantificação.

Tabela 6. Geração média de resíduos, no módulo administrativo, durante 3 meses.

MÓDULO SETOR RESÍDUO PESO (kg)/ dia

Treinamento Todos Papel 0,45

Copos Descartáveis 0,07

Orgânico 0,07

Latas de alumínio 0,06

Resíduos de banheiro 1,18

Total 1,83

No módulo de treinamento relatou-se uma geração média de 1,83 kg/dia.

Cabe destacar que os módulos Administrativo e de Treinamento sofrem

influência com relação ao fluxo de pessoas das áreas de atendimento e

treinamento, bem como dos dias da semana, visto que nos finais de semana os

setores permanecem fechados.

A tabela 7 apresenta o levantamento qualiquantitativo de resíduos gerados no

módulo cultural.

70

Page 72: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Tabela 7. Geração média de resíduos, no módulo cultural, durante 3 meses.MÓDULO SETOR RESÍDUO PESO

(kg)/ dia

Cultural Todos PET 0,23

Papel 0,35

Copos Descartáveis 0,59

Latas de Alumínio 0,03

Orgânico 1,16

Resíduos de banheiro 0,85

Total 3,21

No módulo cultural relatou-se uma geração média de 3,21 kg/dia.

Espera-se que estes valores sejam ainda menores nos próximos períodos de

estudo, pois os funcionários deverão receber treinamentos para a prática

correta do programa de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, que

está previsto para ser elaborado no mês de Julho deste ano. A NBR 12.809

(1993) cita: “todos os funcionários dos serviços de saúde devem ser

capacitados para segregar adequadamente os resíduos e reconhecer o

sistema de identificação”.

7.1.2 Segregação e acondicionamento

Para levantar informações sobre o qualiquantitativo dos resíduos gerados fez-

se necessário, juntamente com os funcionários encarregados da limpeza, um

planejamento que consistiu na segregação dos resíduos A, B, D e E e posterior

pesagens no período de Março, Abril e Maio numa freqüência de 7dias/mês.

A equipe de odontólogos e auxiliares de consultório dentário realizam o serviço

de assistência à saúde à comunidade, paramentados com os EPI’s necessários

conforme preconiza a legislação sanitária e de segurança do trabalho.

Os resíduos grupo A, provenientes de procedimentos com os pacientes, e do

Grupo D passíveis de serem reciclados, são acondicionados sem segregação o

que aumenta a quantidade de resíduos infectados.

71

Page 73: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

O quadro 11 mostra o tipo de resíduo gerado em cada atividade realizada no

setor:

ATIVIDADE RESÍDUOS

Prótese Resina acrílica, materiais de moldagem (silicone, poliéster,

godivas, pasta de zinco enólica).

Dentística Cunhas, matriz de aço, matriz de poliéster, algodão,

amalgama.

Endodontia Lençol de borracha, cones de guta percha, cones de papel

absorvente.

Radiologia Revelador, fixador radiográfico, películas de Raio X.

Esterilização Fita adesiva para autoclave.

Cirurgia Agulhas, gazes.

Quadro 111. Principais resíduos gerados em cada atividade desenvolvida no módulo

Quando necessário, no setor são realizados e estocados moldes de gesso da

arcada dentária dos pacientes. Segundo a Resolução ANVISA RDC-306/ 2004,

o gesso é classificado como resíduo comum, porém questiona-se esta

classificação, entendendo que o gesso é composto por componentes químicos.

Os perfurocortantes eram acondicionados em recipientes de plástico com

volume de 2L, obedecendo ao limite de 2/3 da capacidade, porém, sem a

simbologia adequada e em local indevido, conforme a figura 20.

Figura 20. Recipientes utilizados para o acondicionamento dos perfurocortantes.

72

Page 74: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

As cápsulas de amalgama provenientes dos procedimentos de dentística são

encaminhadas para reciclagem, conforme figura 21:

Figura 21. Recipiente utilizado para acondicionar cápsulas de amálgama

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), os principais resíduos gerados

em consultórios odontológicos são resíduos infectantes, perfurocortantes e

resíduos contendo grande quantidade de conteúdo de metal pesado, como o

amálgama odontológico. Enquanto não forem estabelecidos, por pesquisas

científicas, os riscos reais de cada classe de resíduos, todas as classes e

subclasses de resíduos odontológicos, devem ser segregadas (PRUSS;

GIROULT; RUSHBROOK, 1999).

A glicerina é mais indicada do que a água para armazenar os resíduos

mercuriais(NAZAR; PORDEUS; WERNECK, 2005).Os recipientes de plástico

também são mais aconselháveis do que os de vidro, que quebram mais

facilmente.

Os demais resíduos não recebem acondicionamento diferenciado, são

descartados juntos como grupo A.

A segregação eficiente dos RSS, no momento e local em que são gerados,

contribui para a redução do volume de resíduos potencialmente infectantes,

fazendo com que eles não venham a se misturar aos resíduos comuns e

aumentando a quantidade de resíduos recicláveis contribuindo para a

preservação do meio ambiente.

73

Page 75: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Os líquidos de revelação, após terem sido usados são armazenados pelas

auxiliares de consultório dentário em recipientes de plástico (garrafas de álcool

usadas) com capacidade para 1 L cada, e acondicionados em local

indevido.Posteriormente esses resíduos são coletados por empresa

terceirizada que presta serviços para a Prefeitura Municipal de Cariacica.

As figuras 22 e 23 mostra o recipiente utilizado para manusear os líquidos de

revelação.

Figura 22. Foto do recipiente onde são manuseados os líquidos de revelação

Figura 23. Foto dos líquidos de revelação

Essa operação oferece risco à saúde do trabalhador e ao meio ambiente, uma

vez que a probabilidade de ocorrência de derramamentos e contato com a pele

é alta.

As embalagens dos filmes radiográficos são encaminhadas para reciclagem

por conter chumbo.

As películas radiográficas são entregues aos pacientes que as levam para

casa.

No setor de radiologia são revelados em média 100 filmes radiológicos por

semana, constatou-se que a quantidade a média de líquidos reveladores e

fixadores gerados é de 4L por semana. Os resíduos encontrados eram

pequenas sacolas de plástico e papel.

Os resíduos gerados nos consultórios médicos são devidamente

acondicionados como potencialmente infectantes. Não há segregação na

origem, o que aumenta o seu volume.

74

Page 76: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

O acondicionamento conjunto dos resíduos infectantes com os resíduos

comuns leva à contaminação da mistura, resultando em uma massa de

resíduos infectantes, com aumento do volume, aumento de custos com

transporte, tratamento adequado e destinação final. No entanto, a segregação

permite que os resíduos comuns possam seguir cursos diferentes a partir da

coleta, inclusive sendo reciclados (BIDONE, F.R.A., POVINELLI, J,1999).

O sistema de classificação das legislações em vigor não faz menção de

diversos produtos comumente utilizados nos estabelecimentos de saúde, muito

menos em consultórios odontológicos, como por exemplo, gesso, resinas,

materiais de moldagem etc., permitindo dessa maneira as mais variadas

interpretações para a classificação e segregação desses resíduos.

A maior quantidade de resíduos orgânicos (Classe D) é gerado na cozinha que

atende ao restaurante e a lanchonete.

As cozinheiras preparam diariamente refeições em média para 150 pessoas, e

os resíduos provenientes de restos de verduras eram acondicionados junto

com os demais (latas, papel, embalagens), portanto, as lixeiras foram

identificadas, objetivando a coleta seletiva.

A figura 24, mostra a identificação das lixeiras da cozinha.

Figura 24. Lixeira etiquetada

75

Page 77: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

O restaurante possui sistema self-service, o que acarreta outro problema que é

o desperdício de comida, deixados pelos usuários.

As sacolas utilizadas no acondicionamento dos resíduos gerados na cozinha,

são fechadas de forma errada, o que permite esses extravasem durante

manuseio.

A área de lazer recebe um número variado de associados por dia, que

descartam resíduos como: embalagens de biscoitos, copos descartáveis,

resíduos orgânicos, sem qualquer tipo de segregação, com exceção das latas

de alumínio, que em sua maioria, são separadas por funcionários da empresa,

para benefício próprio.

Todos os resíduos são dispostos em recipientes da mesma cor (azul), alojadas

por toda área.

No módulo cultural, onde são realizados diversos eventos, há geração

significativa de resíduos passíveis de serem reciclados, como copos

descartáveis, garrafas pet, latas de alumínio, papel, papelão e resíduos

orgânicos.

Os resíduos gerados, recicláveis ou não, são acondicionados e levados até o

abrigo externo.

7.1.3 Coleta e transporte de resíduos

Na instituição estudada, a freqüência de coleta interna é duas vezes ao dia. A

atividade de coleta é executada por quatro funcionários que ficam responsáveis

por diferentes módulos e horários, como mostra o quadro 12.

FUNCIONÁRIO MÓDULOS HORÁRIO

Funcionário A Saúde 06:00 e 12:00

Funcionário A Cultural 16:00

Funcionário B Administrativo e Treinamento 07:00

76

Page 78: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Funcionário C Área lazer e áreas externas 15:00

Funcionário D Restaurante 15:00

Quadro 122. Coleta de resíduos dividida por funcionários e módulos

O quadro 13 apresenta a rota de coleta dos resíduos em cada módulo.

MÓDULOS ROTA

Saúde Consultório odontológico adulto → infantil →consultórios médicos→ sanitários→

abrigo externoCultural Salas de aula→ administrativo→

sanitários→ abrigo externoAdministrativo e

Treinamento

Salas administrativas→ recepção→ secretaria→ salas de aula→ sanitários→

abrigo externo Área lazer e

áreas externasÁrea lazer→ áreas externas→ abrigo

externo

Restaurante Cozinha→lanchonete→sanitários→abrigo externo

Quadro 3. Rota de transporte dos resíduos

As rotas, que os resíduos deverão seguir até o abrigo, são apresentadas no

Anexo C. As setas de cor vermelha e as de cor azul indicam o caminho que os

resíduos deverão seguir nas operações de coleta e de transporte no módulos

onde são gerados.

No setor odontológico, a quantidade de resíduos gerados diariamente é

relativamente baixa. Os funcionários encarregados pelo transporte interno dos

resíduos, realizam-no manualmente, pois o carro de coleta é mantido fixo como

contenedor do abrigo externo.

Nos consultórios médicos, os funcionários da limpeza colocam os resíduos

junto com os gerados no setor odontológico, não existe coleta seletiva de

resíduos.

Os funcionários encarregados pela limpeza coletam todos os dias as sacolas

de todas as lixeiras da área de lazer e áreas externas, os resíduos então, são

transportados com um carrinho de mão até o abrigo externo.

77

Page 79: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Os resíduos gerados nestes módulos possuem características semelhantes, e

são coletados pelo mesmo funcionário, e transportados para o abrigo

manualmente, por possuírem pequeno volume.

O papel gerado nas áreas administrativas é reutilizado como rascunho. Após

sua reutilização, são acondicionados em caixa de papelão e coletados por uma

empresa recicladora de papeis.

No Módulo Restaurante o óleo gerado na cocção do alimento é acondicionado

em garrafas pet e recolhido por uma empresa que fabrica sabões e outros

produtos de limpeza.

A coleta externa é realizada semanalmente para os resíduos infectantes. Já os

resíduos comuns são coletados três vezes por semana. A prefeitura de

Cariacica é responsável por este serviço.

7.1.4 Armazenamento

São armazenados temporariamente somente os resíduos classe B e E gerados

no módulo de saúde, para os demais, o armazenamento é externo, devido a

distância entre os pontos de geração e o abrigo.

7.1.4.1 Armazenamento temporário

Os resíduos perfurocortantes e químicos (líquidos de revelação e cápsulas de

amálgama) gerados no módulo de saúde são armazenados no próprio módulo.

Os resíduos perfurocortantes são recolhidos separadamente e colocados em

contenedores de plástico com capacidade de 2 litros identificados como

perfurocortantes, que antes deste estudo ficavam em local indevido, sem a

simbologia apropriada. As cápsulas de amalgama são postas em contenedores

de plástico de 1L litro e preenchidas com água para que o mesmo não evapore.

78

Page 80: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Observou-se, eventual armazenamento temporário inadequado dos resíduos

infectantes, por falta de comunicação do Sest/Senat aos funcionários

encarragados pela limpeza.

A figura 25, mostra resíduos de serviço de saúde armazenados na sala reunião

dos funcionários da limpeza.

Figura 25. Armazenamento temporário inadequado

7.1.4.2 Armazenamento externo

O abrigo externo não cumpre as exigências construtivas determinadas pela

NBR 12.809, e pela ANVISA, além de não possuir um número suficiente de

contenedores para acondicionar a quantidade de resíduos que são gerados,

que muitas das vezes foram encontrados dispostos diretamente sobre o piso

do abrigo, como demonstra figura 16. A instituição estuda a proposta para a

construção de um abrigo apropriado e a compra de novos contenedores.

79

Page 81: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Figura 26. Contenedor com resíduos acima do limite permitido pela norma e disposição inadequada dos resíduos diretamente sobre o piso

O abrigo não possui teto e, portanto não impede a ação da chuva que pode

aumentar o peso dos resíduos e a contaminação da água pelos lixiviados dos

resíduos.

Os resíduos comuns armazenados são colocados posteriormente, do lado de

fora do Sest/Senat pelo portão de acesso, para serem recolhidos e

transportados pelo serviço de limpeza pública de Cariacica, porém são

revirados por catadores avulsos (figura 17).

Figura 27. Resíduos do lado de fora da unidade

7.1.5 Segurança dos funcionários

A escolha dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPI’s) deve ser realizada

considerando os riscos, a que os funcionários estão expostos na realização de

suas atividades.

80

Page 82: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Todos os funcionários da instituição passam por exames médicos ocupacionais

(Exames admissionais, periódicos, de mudança de função, de retorno ao

trabalho e demissionais) todos os anos, conforme descrito no PCMSO –

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – que são realizados por

uma empresa terceirizada.

Não existe um programa de capacitação para os funcionários cumprirem as

diretrizes estabelecidas pelas normas da ABNT referentes ao manuseio, ao

acondicionamento, a coleta, ao transporte e ao armazenamento de resíduos

corretos.

Pelo diagnóstico realizado, identificou-se que os funcionários da coleta não

utilizam os EPI’s indicados na NBR 12.810 (1993) da ABNT e nem recebem

treinamento para a utilização destes.

O quadro 14 apresenta um comparativo entre os EPI’s utilizados pelos

funcionários e os que estão recomendados pela NBR.

EPI’S UTILIZADOS EPI’S INDICADOS PELA NBR

Uniforme e botas de PVC.Uniforme, luvas de PVC, Botas de PVC, gorro, máscara, óculos e avental de PVC.

Quadro 134. EPI’s utilizados pelos funcionários encarregados pela coleta e transporte

De acordo com o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e

PCMSO foram identificados os riscos ocupacionais a que estão expostos os

funcionários, conforme apresentado no quadro 15.

RISCOS FONTE FUNÇÔES MEDIDAS DE CONTROLE

BIOLÓGICOS

Manuseio dos resíduos

Funcionários da limpeza

Utilização de EPI’s, treinamentos, exames periódicos.

81

Page 83: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

QUÍMICOS

Manuseio de produtos e resíduos químicos Funcionários da

limpeza e Auxiliares de consultório dentário

Utilização de EPI’s, treinamentos, exames periódicos.

ERGONÔMICOS

Coleta e transporte dos resíduos Funcionários da

limpeza

Utilizar carro de transporte de resíduos, treinamentos.

Quadro 145. Principais riscos associados às atividades dos funcionários

7.2 PROPOSTA DE GERENCIMENTO

A unidade Sest/Senat tem por missão desenvolver e disseminar a cultura,

promovendo treinamento à profissionais do setor de transporte, portanto,

possui um grande potencial de sensibilização e mobilização dos indivíduos e

coletividades em relação às responsabilidades no trato das questões

ambientais.

A proposta de adequação tem como princípio básico, redução, reutilização e

reciclagem dos resíduos geradas na unidade Sest/Senat, Alto Lage, Cariacica,

e dependerá da consciência dos associados para obter sucesso.

A presença de um profissional especializado na unidade é fundamental para o

bom andamento do processo de gerenciamento de resíduos, assim como

projeto das plantas baixas, que possibilitam uma visão geral, permitindo a

identificação dos pontos de geração de cada tipo e um melhor planejamento do

fluxo de coleta e transporte desses resíduos.

7.2.1 Segregação e acondicionamento

Em todos os módulos da unidade, os resíduos devem ser segregados de

acordo com a classificação estabelecida, em recipientes adequados conforme

preconiza a Resolução CONAMA n°. 275/01 que estabelece o código de cores

para cada tipo de resíduo (Figura 28). Esta operação deve ser realizada na

fonte de geração destes resíduos (BRASIL, 2001b), visando a minimização da

exploração dos recursos naturais e seus conseqüentes impactos ambientais.

82

Page 84: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Figura 28. Lixeiras para segregação de resíduos recicláveis. Fonte: VIRGO

No Módulo de Saúde, os resíduos passíveis de serem reciclados, que não

tiveram contato direto com os pacientes, provenientes ou não das atividades

realizadas com estes, devem ser segregadas imediatamente em recipientes

para classe D (papel, plástico, vidro e metal), de acordo com a Resolução da

Diretoria Colegiada da ANVISA – RDC n.° 306/04, a segregação consiste na

separação dos resíduos no momento e local de sua geração, conforme suas

características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos

envolvidos.

Os resíduos infectantes são acondicionados de forma correta, ou seja, em

sacos de cor branca leitosa.

Os resíduos perfurocortantes eram acondicionados em recipientes impróprios.

Conforme Resolução ANVISA RDC n° 306/2004, recomendou-se o

acondicionamento correto, que foi atendido pela unidade, como mostra figura

29.

83

Page 85: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Figura 29. Recipiente para acondicionamento de perfurocortantes

Os moldes de gesso inservíveis devem ser enviados para tratamento como

resíduos classe B.

As cápsulas de amálgama devem ser acondicionadas em recipientes

exclusivos preenchidos com glicerina, que retêm melhor do que a água os

vapores mercuriais, a fim de evitar riscos a saúde do trabalhador.

Devem-se adquirir também recipientes adequados para o acondicionamento

temporário dos líquidos de revelação. E para o mercúrio utilizado é

recomendável a diminuição do uso ou a substituição do material por outro

menos poluente.

Devido à alta periculosidade do mercúrio ao meio ambiente e à saúde humana,

as lâmpadas fluorescentes queimadas devem ser segregadas e

acondicionadas na própria embalagem e destinadas à uma empresa

recicladora para a recuperação e reutilização do mercúrio.

No módulo restaurante os resíduos provenientes dos restos alimentares dos

usuários devem ser coletados também de forma segregada, em carro de coleta

projetado exclusivamente para o desenvolvimento da atividade.

Além de uma campanha de sensibilização dos usuários da área, assim como

afixação de cartazes informando os associados a forma correta de descarte de

resíduos.

84

Page 86: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Sugere-se a aplicação de uma campanha educativa para que os clientes

reduzam os restos alimentares, colocando no prato apenas o que forem

consumir.

7.2.2 Coleta e transporte

Como a unidade não possui abrigo temporário, os resíduos de serviço de

saúde devem ser transportados imediatamente para o abrigo externo utilizando

carro adequado, ou seja, de material rígido, lavável e impermeável.

A coleta interna deve ser realizada em horário diferente do horário de

atendimento e das refeições, e a freqüência deve ser de acordo com

quantidade de resíduos gerados.

Os resíduos provenientes dos restos de alimentação dos usuários devem ser

de forma segregada, em carro de coleta projetado exclusivamente para o

desenvolvimento da atividade.

O veículo de transporte externo de RSS deve ser de cor branca e ter

simbologia de resíduos infectantes.

7.2.3 Armazenamento

7.2.3.1 Armazenamento temporário (Interno)

Como os resíduos do grupo B e E não são transportados para abrigo externo,

os mesmos devem ser armazenados de forma adequada.

Para os outros grupos não há necessidade de armazenamento temporário, pois

a distância entre o local de geração e o armazenamento externo é pequena.

7.2.3.2 Armazenamento externo

A norma estabelece padrão mínimo para a construção e funcionamento de

abrigos, sendo que de forma geral devem ser observados alguns aspectos

como: os pisos e paredes devem ser revestidos com material liso, resistente,

85

Page 87: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

lavável e impermeável; existência de lavatório para higienização das mãos e

torneira para lavagem de pisos e utensílios; ralo sifonado para escoamento de

águas de lavagem; ventilação natural ou mecânica; e iluminação (NBR 12.809,

1993).

A ANVISA preconiza, que o abrigo deve ter no mínimo, um ambiente separado

para atender o armazenamento de recipientes de resíduos do grupo A

juntamente com o grupo E e um ambiente para o grupo D.

Os sacos com resíduos não devem ser colocados diretamente no chão. Devem

permanecer dentro de contenedores com tampa e identificados.

Deve ser elaborado programa de capacitação para os funcionários cumprirem

as diretrizes estabelecidas pelas normas da ABNT referentes ao manuseio de

RSS. Além da compra de EPI’s indicados pela norma e treinamento para sua

utilização.

8 CONCLUSÃO

Do montante total de resíduos gerados, há predomínio de resíduos orgânicos

gerados no Módulo Restaurante.

86

Page 88: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

A rota de coleta utilizada atualmente deve ser alterada, para minimizar a

exposição ao risco de contaminação.

Há necessidade de investimento em recipientes e melhorias no sistema de

armazenamento. E com a implantação do programa de coleta seletiva, a

unidade poderá agregar valor aos resíduos e transformando o que era antes

um problema, em capital para investimentos internos.

É possível otimizar o gerenciamento dos resíduos, adotando um programa de

coleta seletiva em conjunto com um programa de educação ambiental para

funcionários e associados.

O Sest/Senat não possui um responsável técnico para o gerenciamento de

resíduos de serviço de saúde, nem planta baixa com discriminação das áreas

geradoras de resíduos ou política de meio ambiente, porém, demonstrou

interesse em implantar programa de coleta seletiva de resíduos, realizar

palestras sobre meio ambiente para associados, e demais projetos na área

ambiental.

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ANEXOS

95

Page 97: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Anexo A - Quadro de pesagem dos resíduos gerados

MÓDULO SETOR RESÍDUOPERÍODO DE COLETA

QTD (Kg) Média

Área de Lazer           

TODOS PET 03 à 09 de Março 11,6 1,657143

  02 à 08 de Abril 12,7 1,814286

  01 à 7 de Maio 2,9 0,414286

Copos descartáveis 03 à 09 de Março 10 1,428571

  02 à 08 de Abril 8 1,142857

  01 à 07 de Maio 2,1 0,3

Latas Alumínio 03 à 09 de Março 0,9 0,128571

  02 à 08 de Abril 3,9 0,557143

  01 à 07 de Maio 0,4 0,057143

Orgânico 03 à 09 de Março 8,5 1,214286

  02 à 08 de Abril 10,6 1,514286

  01 à 07 de Maio 8,2 1,171429

SaúdeConsultórios

Odontológicos Infectante 03 à 14 de Março 21,9 2,19

   31 de Março à 04 de Abril 10,2 2,04

    07 à 18 de Abril 27,7 2,77

    05 à 09 de Maio 16,3 3,26

  Perfurocortante17 de Abril à 08 de Maio 1 0,071429

 Consultório Pediátrico Infectante 03 à 07 de Março 0,2 0,04

  07 à 11 de Abril 0,3 0,06

    05 à 09 de Maio 0,25 0,05

 Clínica Geral/ Cardiologia Infectante 03 à 07 de Março 0,2 0,04

  07 à 11 de Abril 0,3 0,06

    05 à 09 de Maio 0,3 0,06

  Ginecologia Infectante 03 à 07 de Março 0,6 0,12

  07 à 11 de Abril 0,7 0,14

    05 à 09 de Maio 0,7 0,14

  Oftalmologia Infectante 03 à 07 de Março 0,1 0,02

  07 à 11 de Abril 0,1 0,02

  05 à 09 de Maio 0,1 0,02

  Banheiros Lixo Banheiro 03 à 07 de Março 3,6 0,72

    07 à 11 de Abril 5 1

    05 à 09 de Maio 6,1 1,22

  Recepção Papel 03 à 07 de Março 0,5 0,1

    07 à 11 de Abril 0,9 0,18

    05 à 09 de Maio 1,2 0,24

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Page 98: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

MÓDULO SETOR RESÍDUOPERÍODO DE COLETA

QTD (Kg) Média

Administrativo                  

Salas Administrativas

Papel03 à 07 de Março 1,4 0,28

    07 à 11 de Abril 1 0,2

    05 à 09 de Maio 0,8 0,16

  Copos descartáveis 03 à 07 de Março 0,8 0,16

    07 à 11 de Abril 0,5 0,1

    05 à 09 de Maio 0,8 0,16

  Garrafas plásticas 03 à 07 de Março 2 unid  

  07 à 11 de Abril 3 unid  

  05 à 09 de Maio 2 unid  

  Orgânico 03 à 07 de Março 0,5 0,1

    07 à 11 de Abril 0,5 0,1

    05 à 09 de Maio 0,2 0,04Recepção        

Papel  

03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio

1,10,60,7

0,220,120,14

Copos descartáveis03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio

0,40,40,7

0,080,080,14

Orgânico  

03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio

0,10,10,1

0,020,020,02

Restaurante              

Restaurante/Lanchonete              

TODOS  03 à 09 de Março

07 à 13 de Abril05 à 11 de Maio

252,8197,5

303

36,1142928,2142943,28571

Copos descartáveis03 à 09 de Março07 à 13 de Abril05 à 11 de Maio

42,94,2

0,5714290,414286

0,6Garrafas plásticas  03 à 09 de Março

07 à 13 de Abril05 à 11 de Maio

5,13,85,8

0,7285710,5428570,828571

Latas Alumínio  03 à 09 de Março

07 à 13 de Abril05 à 11 de Maio

10,91,7

0,1428570,1285710,242857

Madeira (caixotes de verdura) 02 à 04 de Abril

16 e 17 de Abril07 de abril

7,84,1

30,4

2,62,0530,4

97

Page 99: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

MÓDULO SETOR RESÍDUO PERÍODO DE COLETAQTD (Kg) Média

Restaurante Banheiros Lixo Banheiro 03 à 09 de Março 5,6 0,8 07 à 13 de Abril 13,1 1,871429 05 à 11 de Maio 6,5 0,928571Cultural

Banheiros Lixo Banheiro 03 à 07 de Março 2,8 0,56 07 à 11 de Abril 4,4 0,88 05 à 09 de Maio 5,5 1,1Salas de Aula Papel 03 à 07 de Março 0,3 0,06 07 à 11 de Abril 1,4 0,28 05 à 09 de Maio 1 0,2 Copos descartáveis 03 à 07 de Março 0,3 0,06 07 à 11 de Abril 0,3 0,06 05 à 09 de Maio 0,2 0,04 Latas Alumínio 03 à 07 de Março 0 0 07 à 11 de Abril 0,3 0,06 05 à 09 de Maio 0,1 0,02 Orgânico 03 à 07 de Março 0,1 0,02 07 à 11 de Abril 0,4 0,08 05 à 09 de Maio 0,2 0,04Auditório / Área de festas

PET

03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio

0,91,61,3

0,180,320,26

Copos descartáveis

03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio

1,53,44,5

0,30,68

0,9

Orgânico

03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio

1,62,75,4

0,320,541,08

Sala Administrativa

Papel 03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio

0,50,81,3

0,10,160,26

Copa

Orgânico

03 à 07 de Março07 à 11 de Abril05 à 09 de Maio

3,75,47,5

0,741,08

1,5

98

Page 100: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

MÓDULO SETOR RESÍDUO PERÍODO DE COLETAQTD (Kg) Média

Treinamento Salas Administrativas Papel 03 à 07 de Março 1,2 0,24 07 à 11 de Abril 2,8 0,56 05 à 09 de Maio 1,7 0,34 Copos descartáveis 03 à 07 de Março 0,1 0,02 07 à 11 de Abril 0,3 0,06 05 à 09 de Maio 0,2 0,04 Latas Alumínio 03 à 07 de Março 0,1 0,02 07 à 11 de Abril 0,2 0,04 05 à 09 de Maio 0,1 0,02 Orgânico 03 à 07 de Março 0,1 0,02 07 à 11 de Abril 0,2 0,04 05 à 09 de Maio 0,1 0,02 Papelão 05 à 09 de Maio 0,8 0,8 Banheiros Lixo Banheiro 03 à 07 de Março 4,2 0,84 07 à 11 de Abril 6,7 1,34 05 à 09 de Maio 6,8 1,36 Salas de Aula Papel 03 à 07 de Março 0,2 0,04 07 à 11 de Abril 0,3 0,06 05 à 09 de Maio 0,5 0,1 Copos descartáveis 03 à 07 de Março 0,1 0,02 07 à 11 de Abril 0,2 0,04 05 à 09 de Maio 0,1 0,02 Latas Alumínio 03 à 07 de Março 0,1 0,02 07 à 11 de Abril 0,3 0,06 05 à 09 de Maio 0,1 0,02 Orgânico 03 à 07 de Março 0,1 0,02 07 à 11 de Abril 0,3 0,06 05 à 09 de Maio 0,2 0,04Áreas Externas Vias de Acesso Orgânico 03 à 09 de Março 1,8 0,257143 07 à 13 de Abril 2,3 0,328571 05 à 11 de Maio 1,9 0,271429

99

Page 101: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Anexo B - Levantamentos Quantitativos do módulo Área de lazer

03 à 09 de Março

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

PET 2,1+2,2+1,6+2,1+1,1+1,3+1,2 11,6 1,66Copos Descartáveis

1,4+1+2,3+1,8+1+1,2+1,3 10 1,43

Latas de Alumínio

0,9 0,9 0,13

Orgânico 8,5 8,5 1,21

02 à 08 de Abril

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

PET 1,9+1,8+1,6+1,5+1,8+2+2,1 12,7 1,81Copos Descartáveis

0,5+0,9+1,2+0,5+1,4+1,5+2 8 1,14

Latas de Alumínio

0,5+0,4+0,9+0,6+0,4+0,5+0,6 3,9 0,56

Orgânico 10,6 10,6 1,51

01 à 07 de Maio

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

PET 0,5+0,5+0,3+0,3+0,4+0,3+0,6 2,9 0,41Copos Descartáveis

0,5+0,9+1,2+0,5+1,4+1,5+2 8 1,14

Latas de Alumínio

0,4 0,4 0,06

Orgânico 8,2 8,2 1,17

100

Page 102: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Anexo B - Levantamentos quantitativos do Módulo Saúde

03 à 14 de Março

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Infectante 23,00 23,00 2,30

03 à 07 de Março

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Lixo banheiro 0,6+0,5+1,1+0,6+0,8 3,60 0,72Papel (Recepção)

0,50 0,50 0,10

07 à 18 de Abril

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Infectante 29,10 29,10 2,91

07 à 11 de Abril

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Lixo banheiro 0,9+0,8+0,7+1,5+1,1 5,00 1,00Papel (Recepção)

0,1+0,2+0,1+0,3+0,2 0,90 0,18

05 à 09 de Maio

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Infectante 17,65 17,65 3,53Lixo banheiro 2,1+1,4+0,7+1,1+0,8 6,10 1,22Papel (Recepção)

1,2 1,2 0,24

101

Page 103: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Anexo B - Levantamentos Quantitativos do Módulo Administrativo

03 à 07 de Março

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Papel 0,5+0,5+0,4+0,6+0,5 2,50 0,50Copos Descartáveis

0,3+0,2+0,2+0,3+0,2 1,20 0,24

Orgânico 0,1+0,1+0,1+0,1+0,2 0,60 0,12

07 à 11 de Abril

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Papel 0,3+0,2+0,1+0,4+0,6 1,60 0,32Copos Descartáveis

0,1+0,2+0,2+0,2+0,2 0,90 0,18

Orgânico 0,1+0,1+0,1+0,1+0,2 0,60 0,12

05 à 09 de Maio

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Papel 0,2+0,3+0,3+0,3+0,4 1,5 0,30Copos Descartáveis

0,3+0,2+0,3+0,2+0,2 1,2 0,24

Orgânico 0,3 0,3 0,06

102

Page 104: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Anexo B - Levantamentos Quantitativos do Módulo Restaurante

03 à 09 de Março

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Orgânico 35,5+31,5+40,7+34,8+37,3+34,5+38,5

252,8 36,11

Copos Descartáveis

0,7+0,5+0,4+0,5+0,6+0,8+0,5 4,00 0,57

Garrafas plásticas

0,5+0,9+1,3+0,5+0,7+0,6+0,6 5,10 0,73

Latas de Alumínio

0,1+0,1+0,2+0,2+0,1+0,2+0,1 1,00 0,14

Lixo Banheiro 0,8+0,8+0,7+0,5+1+0,9+0,9 5,60 0,80

07 à 13 de Abril

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Orgânico 27,1+29,5+24,8+30+29,1+26,5+30,5 197,50 28,21Copos Descartáveis

0,5+0,3+0,3+0,5+0,4+0,6+0,3 2,90 0,41

Garrafas plásticas

0,5+0,4+0,5+0,9+0,5+0,6+0,4 3,80 0,54

Latas de Alumínio

0,1+0,2+0,1+0,1+0,1+0,2+0,1 0,90 0,13

Lixo Banheiro 2,1+1,6+3+1,1+1,2+1+2,2+0,9 13,10 1,87

05 à 11 de Maio

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Orgânico 45,5+38,5+39+45,8+44,2+44,5+45,5 303,00 43,29Copos Descartáveis

0,8+0,4+0,5+0,7+0,5+0,9+0,4 4,20 0,60

Garrafas plásticas

0,8+0,9+0,8+0,7+0,9+0,9+0,8 5,80 0,83

Latas de Alumínio

0,2+0,1+0,2+0,4+0,3+0,3+0,2 1,70 0,24

Lixo Banheiro 0,6+1,2+1,3+0,6+0,4+0,5+1,9 6,50 0,93

103

Page 105: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Anexo B - Levantamentos Quantitativos do Módulo Cultural

03 à 07 de Março

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Papel 0,80 0,80 0,16Copos Descartáveis

1,80 1,80 0,36

Orgânico 5,40 5,40 1,08Lixo banheiro 0,5+0,6+0,4+0,7+0,6 2,80 0,56Latas Alumínio 0 0 0PET 0,90 0,90 0,18

07 à 11 de Abril

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Papel 1,9 1,90 0,38Copos Descartáveis

3,70 3,70 0,74

Orgânico 8,50 8,50 1,70Lixo banheiro 1,2+0,9+0,7+0,6+1 4,40 0,88Latas Alumínio 0,30 0,30 0,06PET 1,60 1,60 0,32

05 à 09 de Maio

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Papel 1,50 1,50 0,30Copos Descartáveis

4,70 4,70 0,94

Orgânico 13,10 13,10 2,62Lixo banheiro 0,1+0,1+2,3+1,9+1,1 5,50 1,10Latas Alumínio 0,10 0,10 0,02PET 1,30 1,30 0,26

104

Page 106: Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Estudo de Caso de Unidade Sest/Senat

Anexo B - Levantamentos Quantitativos do Módulo Treinamento

03 à 07 de Março

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Papel 1,40 1,40 0,28Copos Descartáveis

0,20 0,20 0,04

Orgânico 0,20 0,20 0,04Lixo banheiro 1,1+0,9+0,5+0,9+0,8 4,20 0,84Latas Alumínio 0,20 0,20 0,04

07 à 11 de Abril

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Papel 3,10 3,10 0,62Copos Descartáveis

0,50 0,50 0,10

Orgânico 0,50 0,50 0,10Lixo banheiro 2+1,4+1,1+1,2+1 6,70 1,34Latas Alumínio 0,50 0,50 0,10

05 à 09 de Maio

Tipo de Resíduo

Pesagens (Kg) Total kg/dia

Papel 2,20 2,20 0,44Copos Descartáveis

0,30 0,30 0,06

Orgânico 0,30 0,30 0,06Lixo banheiro 1,2+1+2,7+1,1+0,8 6,80 1,36Latas Alumínio 0,20 0,20 0,04

105