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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS MATHEUS MARCOS MORAIS DE QUEIROZ GERENCIAMENTO DE RESULTADOS: Uma Análise Setorial do Nível nas Empresas Auditadas por Big Four e Não Big Four Listadas na BM&FBovespa. NATAL/RN 2016

Gerenciamento de Resultado e Auditoria - Matheus Morais · MATHEUS MARCOS MORAIS DE QUEIROZ GERENCIAMENTO DE RESULTADOS: Uma Análise Setorial do Nível nas Empresas Auditadas por

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MATHEUS MARCOS MORAIS DE QUEIROZ

GERENCIAMENTO DE RESULTADOS: Uma Análise Setorial do Nível nas Empresas Auditadas por Big Four e Não Big Four Listadas na BM&FBovespa.

NATAL/RN 2016

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MATHEUS MARCOS MORAIS DE QUEIROZ

GERENCIAMENTO DE RESULTADOS: Uma Análise Setorial do Nível nas Empresas

Auditadas por Big Four e Não Big Four Listadas na BM&FBovespa.

Monografia apresentada à banca Examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências Contábeis, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof.º M.º José Emerson Firmino Co-Orientador: Prof.º M.º Marcelo Daniel Araújo Ermel

NATAL/RN 2016

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MATHEUS MARCOS MORAIS DE QUEIROZ

GERENCIAMENTO DE RESULTADOS: Uma Análise Setorial do Nível nas Empresas Auditadas por Big Four e Não Big Four Listadas na BM&FBovespa.

Monografia apresentada à banca Examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências Contábeis, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovado em: 14 de dezembro de 2016

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________ Prof.º Me. José Emerson Firmino

Orientador

__________________________________________________ Prof. Felipe da Silva Moreira

Membro

________________________________________________ Prof.º Me. Josué Lins e Silva

Membro

 

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Catalogação  da  Publicação  na  Fonte.      

UFRN  /  Biblioteca  Setorial  do  CCSA    

Queiroz,  Matheus  Marcos  Morais  de.  

         Gerenciamento  de  resultados:  uma  análise  setorial  do  nível  nas  empresas  auditadas  por  big  four  e  não  big  four  listadas  na  BM&FBovespa/  Matheus  Marcos  Morais  de  Queiroz.  -­‐  Natal,  RN,  2016.  

42f.  :  il.  

 

Orientador:  Prof.  Me.  José  Emerson  Firmino.  

Co-­‐Orientador:  Prof.  Me.    Marcelo  Daniel  Araújo  Ermel.  

 

Monografia   (Graduação  em  Ciências  Contábeis)   -­‐   Universidade  Federal  do  Rio  Grande  do  Norte.  Centro  de  Ciências  Sociais  Aplicadas.  Departamento  de  Ciências  Contábeis.      

 

1.   Contabilidade   -­‐   Monografia.   2.   Auditoria   -­‐   Monografia.       3.   Gerenciamento   de   Resultados   -­‐  Monografia.  4.  Qualidade  da   Informação  Contábil   -­‐  Monografia.     I.   Firmino,   José  Emerson.   II.  Ermel,  Marcelo  Daniel  Araújo.  III.  Universidade  Federal  do  Rio  Grande  do  Norte.  IV.  Título.  

               

RN/BS/CCSA                                                                                                                                CDU  657.6  

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“Inteligência é a capacidade de se adaptar às

mudanças. ” (Stephen Hawking)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Universo e à sua constante expansão que nos permite, cada vez mais, nos tornarmos menores ante a sua astronômica amplitude. Agradeço à família pelo equilíbrio e sustentação. A base de tudo. Aos mestres, que permitiram o acesso ao conhecimento e facilitaram os processos do saber. Agradeço aos amigos que surgiram no decorrer da jornada e que, até aqui, mantiveram o senso de irmandade. Agradeço aos bons entendedores das liberdades econômicas e individuais. A evolução continua. Sigamos!

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RESUMO O objetivo geral deste estudo foi verificar, nos setores da economia, a relação entre os níveis de gerenciamento de resultados adotados por companhias abertas brasileiras com as firmas de auditoria Big Four e não Big Four, contribuindo, dessa forma, com o debate em torno deste assunto que é de vital importância para gestores e stakeholders. Foi utilizado o modelo Jones Modificado de Dechow et al (1995) para estimar o nível de gerenciamento por meio de accruals discricionários. A pesquisa está baseada em uma amostra composta por 903 observações caracterizadas em um painel desbalanceado que compreende o período de 2011 a 2014. Fez-se uma análise de regressão linear múltipla e dados em painel que apontam os efeitos fixos nos setores e no tempo. Os resultados obtidos apontam que não há diferença estatisticamente significante entre as firmas de auditoria, permitindo afirmar que o tipo de firma (Big Four ou não Big Four) não impacta no nível dos accruals discricionários. Palavras-chave: Gerenciamento de Resultados; Auditoria; Qualidade da Informação

Contábil.

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ABSTRACT

The general objective of this study was to verify, in the sectors of the economy, the relationship between the levels of management of results adopted by brazilian publicly-traded companies with the auditing firms Big Four and not Big Four, thus contributing to the debate around this Which is of vital importance to managers and stakeholders. The Jones Modified model of Dechow et al (1995) was used to estimate the level of management through discretionary accruals. The research is based on a sample composed of 903 observations characterized in an unbalanced panel that comprises the period from 2011 to 2014. A multiple linear regression analysis and panel data were obtained that point out the fixed effects in the sectors and in the time. The results show that there is no statistically significant difference between audit firms, allowing to assert that the type of firm (Big Four or not Big Four) does not impact the level of discretionary accruals. Keywords: Earnings Management; Audit; Quality of Accounting Information.

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LISTA DE QUADROS

Tabela 1 - Estatísticas descritivas das variáveis do modelo ..................................................... 30

Tabela 2 - Regressão linear múltipla para cada setor ............................................................... 31

Tabela 3 - Efeitos Fixos nas Empresas e no Tempo ................................................................. 33

Tabela 4 - Efeitos Fixos no Setor e no Tempo .......................................................................... 34

 

 

 

 

 

 

 

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BM&FBovespa Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros

CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis

CVM Comissão de Valores Mobiliários

IASB Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade

IFRS Normas Internacionais de Relatórios Financeiros

GR Gerenciamento de Resultados

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10 1.1 Problemática ............................................................................................................... 11 1.2 Objetivos ...................................................................................................................... 12 1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 13 1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 13 1.3 Justificativa ................................................................................................................. 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 15 2.1 Gerenciamento de Resultados ................................................................................... 15 2.2 Assimetria da Informação Contábil .......................................................................... 17 2.3 A Importância da Auditoria em Gerenciamento de Resultados ............................ 19 2.4 ACCRUALS ................................................................................................................ 22 2.4.1 Accruals e Accruals Discricionárias (Discretionary Accruals) ................................... 22 2.4.2 O Modelo de Jones Modificado na Literatura ............................................................. 24 3 METODOLOGIA ....................................................................................................... 26 3.1 Tipo de Pesquisa ......................................................................................................... 26 3.2 Seleção e Composição Amostra ................................................................................. 26 3.3 Definição e Desenvolvimento do Modelo Empregado ............................................. 26 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ..................................................... 30 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 36 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37

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1 INTRODUÇÃO

A contabilidade tem como função principal suprir a necessidade da informação por

parte dos usuários internos e externos à entidade (IUDÍCIBUS, 2005). Tal aspecto

informacional é transmitido por meio de Demonstrações Contábeis elaboradas com o objetivo

de apresentar a posição patrimonial e financeira da empresa em um dado período.

As informações contábeis, conforme Souza et al (2008), vêm, cumulativamente, sendo

reconhecidas como um recurso de alta importância aos vários tipos de usuários e a sua

apresentação, quando tornadas públicas, tem promovido todo um processo de evolução e

aprimoramento no que se refere à qualidade, quantidade, profundidade e abrangência. Esse

conjunto de exigências impõe à alta Governança da companhia uma extrema responsabilidade

sobre a qualidade do conteúdo financeiro prestado ao público (COHEN;

KRISHNAMURTHY; WRIGHT, 2004).

A literatura recente, como explica Dechow et al (2010), apresenta situações em que a

qualidade das informações contábeis pode sofrer influências diretas e indiretas do ambiente

institucional e empresarial. Em alguns casos a maior influência pode estar atrelada aos

interesses dos gestores, ocasionando a intervenção arbitrária destes na estruturação dos

números contábeis. É então, nesse aspecto, que surge um dos temas mais discutidos e

investigados nas pesquisas contábeis internacionais e nacionais nos últimos anos:

Gerenciamento de Resultados (earnings management).

O Gerenciamento de Resultados, de acordo com Gioielli et al (2013), pode ser

definido como uma espécie de intervenção voluntária nos relatórios financeiros externos, com

a intenção de não representarem a situação real intrínseca ao negócio. O conteúdo informativo

pode sofrer distorções devido ao uso de práticas de gerenciamento, alterando a informação

contábil e prejudicando seus usuários, principalmente os investidores nas Bolsas de Valores.

Joia (2012) complementa apresentando a ideia de que os gestores podem usar a

discricionariedade, por meio do Gerenciamento de Resultados, para atender interesses

próprios, auferindo ganhos e aumentos de valor para a empresa.

A auditoria independente, por sua vez, conforme Paulo (2007), está entre um dos

principais agentes intermediários da informação, já que estes fomentam a confiança e

credibilidade por parte dos investidores. A presença da auditoria externa, dentro do processo

de comunicação do desempenho das atividades empresariais, contribui para a avaliação e

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tomada de decisão dos stakeholders, pois, assim como os demais intermediários da

informação, ela auxilia na redução da assimetria informacional, desempenhando condições

mais sustentáveis à governança coorporativa e à eficiência do mercado de capitais.

No contexto contábil moderno, o aumento da subjetividade dá margem, em alguns

casos, a interpretações que, por vezes, podem ser influenciadas ou, de maneira arbitrária,

gerenciadas para atender interesses. No regime de competência, onde o registro das

movimentações contábeis da entidade deve ser feito no período em que estas são realizáveis

Martinez (2001), o campo para as discussões sobre critérios de reconhecimento é amplo e

também promove, sempre que necessário, novas leituras e modificações nas práticas vigentes

por parte dos órgãos internacionais responsáveis pelas divulgações dos pronunciamentos

contábeis.

O ambiente dos negócios e o seu processo de expansão nos mercados do mundo

inteiro aumentaram de forma considerável os níveis de complexidade teórica e técnica, o que

implica tanto nos planejamentos quanto em decisões. Na contabilidade, esse processo

influencia mais ainda no campo da subjetividade envolvida nas transações e nos eventos que

norteiam os dias atuais através da predominância da essência sobre a forma. Os gestores

tornaram-se altos dependentes e necessitados na busca pela compressão das informações

contábeis. Tal fato levou o profissional contábil a níveis mais altos nas organizações, uma vez

que a sua opinião possui, agora, uma carga de valor indispensável para o entendimento dos

negócios.

1.1 Problemática

As empresas de capital aberto, no Brasil, após o processo de convergência e

harmonização, passaram a divulgar seus resultados conforme o padrão internacional de

demonstração contábil. Esse processo promove um alinhamento mundial, inserindo as

companhias nacionais e estrangeiras em uma espécie de produção de informações contábeis e

financeiras com uma linguagem universal.

O novo conjunto de normas contábeis a ser seguido, possibilita algumas escolhas

dentro do processo produtivo da informação contábil. É nesse momento em que a realidade da

empresa pode ser afetada por altos níveis de gerenciamento de resultados. O gestor do

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negócio, frente a tal situação, pode impor seu poder discricionário sobre os números,

distorcendo e comprometendo a representação fidedigna das demonstrações.

As demonstrações financeiras são o principal meio de comunicação com o público

externo. A auditoria independente tem a função de atestar a veracidade de tais informações,

mostrando, dessa forma, a importância de sua participação no processo. Sabe-se que a sua

contratação é feita, na maioria das vezes, pelos gestores da empresa. Tal processo envolve os

contratos de prestação de serviços mais bem avaliados do mercado, principalmente quando se

trata de uma Big Four como a prestadora. Acredita-se que o porte da firma de auditoria, pode

vir a influenciar comportamentos e decisões; nos negócios, de índices e pessoas. Um estudo

sobre o nível gerenciamento de resultados pode ser um mecanismo apto para quantificar até

que ponto a postura de gestores pode ser afetada em virtude de um processo de auditoria e se

a firma a prestar o serviço possui alguma relação com os níveis de gerenciamento adotados

pelas empresas nos setores da economia.

Os contratos mais caros do mundo, no que se refere à prestação de serviços de

auditoria, são firmados com empresas Big Four. O trabalho realizado por firmas que carregam

esta patente é de alto reconhecimento e credibilidade no mercado e não apenas pela sua

qualidade, mas também pelo nível de independência que elas têm, pois, de acordo com

Martinez (2008), uma grande firma possui maior independência para questionar as

demonstrações contábeis do que a pequena firma. Para Boynton et al (2002), a independência

é a base da profissão de auditoria, pois a neutralidade do profissional em relação à entidade

auditada, resulta em um trabalho objetivo. Isso gera confiança e reconhecimento uma vez que

a imparcialidade impede trabalhos tendenciosos.

Busca-se, portanto, evidências que expliquem o comportamento do gerenciamento de

resultados através das firmas de auditoria das empresas.

Pode-se, dessa maneira, formular a seguinte questão-problema: a firma de auditoria,

Big Four ou não Big Four, pode estar relacionada com o nível de gerenciamento de

resultados em empresas listadas na BM&FBovespa?

1.2 Objetivos

Com a pretensão de buscar evidências em respostas ao projeto levantado, o estudo

apresenta os seguintes objetivos:

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1.2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo geral analisar se há interferência nos níveis de

gerenciamento de resultados de empresas listadas na BM&FBovespa, auditadas por Big Four

e Não Big Four. O estudo utilizará o nível de accruals discricionários estimados e se estes

possuem relação com as firmas de auditoria, possibilitando uma análise das empresas através

de seus respectivos setores.

1.2.2 Objetivos Específicos

Para atender o objetivo geral, foram fixados os seguintes objetivos específicos:

a) Avaliar o nível de gerenciamento de resultados de empresas dos setores da economia

através do Modelo Jones Modificado (1995);

b) Verificar o nível de discricionariedade (accruals discricionários) praticado pelos gestores

nos últimos anos nas empresas dos setores analisados;

c) Analisar, através de métodos quantitativos, se as firmas de auditoria, Big Four e não Big

Four, explicam os níveis de accruals discricionários nas maiores empresas listas na

BM&FBovespa.

1.3 Justificativa

A presente pesquisa contribui com os estudos até aqui já desenvolvidos ao redor deste

tema (SINCERRE ET AL, 2016; AZEVEDO E COSTA, 2012; MARTINS, 1999;

MCCULLOCH, 1998). As análises realizadas irão propor uma leitura atual do

posicionamento das grandes empresas e de seus respectivos setores no que se refere ao

gerenciamento de resultados, estruturando, consequentemente, uma leitura sobre negócios

quando auditados por firmas de auditoria Big Four e Não Big Four. A proposta aborda os

efeitos negativos e de risco nas informações quando possuem accruals discricionários

(discretionary accruals).

A necessidade dos usuários da informação contábil portarem uma informação cada vez

mais próxima da realidade atende ao pressuposto da ideia de representação fidedigna. A

conformidade das demonstrações contábeis nunca foi tão cobrada, pelas firmas de auditoria,

como nos últimos anos em virtude da convergência internacional às IFRS.

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As empresas que operam em Bolsa de Valores representam os setores essenciais da

economia de um país. Assim, é importante que estudos busquem mensurar até que ponto os

setores possuem informações condizentes com a realidade dos fatos econômicos. O estudo no

campo de gerenciamento de resultados é uma forma sólida e objetiva de construir uma

investigação sobre isso.

Por sua vez, a presença obrigatória da auditoria em empresas atuantes em Bolsa de

Valores aproxima o auditor de uma realidade que o torna como um dos controladores da

assimetria informacional. Então, além de se obter os níveis de gerenciamento de resultados

praticados nos setores de uma economia, para este estudo, é interessante e viável que seja

analisado, paralelamente, as firmas de auditoria mais atuantes neles também.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Gerenciamento de Resultados

Diversas são as razões pelas quais a informação contábil empresarial é divulgada. No

entanto, sua divulgação não é realizada apenas pelo fato da garantia da confiabilidade e

fidedignidade do conteúdo apresentado. Outras questões referentes aos interesses particulares

de quem produz as demonstrações contábeis, podem influenciar sobre o que deve ser

divulgado, vindo, dessa forma, a falhar por comprometer a neutralidade da divulgação

(GOULART, 2008).

A possibilidade de os administradores utilizarem, de forma arbitrária, critérios para

alterar as informações contábeis, refere-se a prática de Gerenciamento de Resultados (GR).

Para Healy e Wahlen (1999) o Gerenciamento de Resultados acontece em casos onde há

intervenção da Administração nos relatórios financeiros com base nas suas conclusões

próprias para enganar os stakeholders quanto ao desempenho econômico da empresa.

A prática de Gerenciamento de Resultados, Segundo Schipper (1989), pode ocorrer

sob a perspectiva informacional onde o gerenciamento pretende revelar informações sobre o

valor da empresa ou sob a perspectiva do lucro econômico o qual considera que o

gerenciamento é resultado do comportamento oportunístico dos administradores. Tal

preocupação, quanto a apresentação de melhores desempenhos econômicos, menciona Silva e

Bezerra (2010), se dá pelo objetivo que as empresas têm em atingir seus propósitos estimando

resultados futuros que podem ser manipulados, gerando, desta forma, accruals.

Khamoussi (2016) classifica como Gerenciamento de Resultados os atos praticados

pela administração de forma pessoal com a finalidade de projetar efeitos que ampliem o

resultado para criar boas expectativas nos usurários. A ideia de Schipper (1989) traz uma

abordagem que define o GR como uma espécie de ajuste dos relatórios da empresa para

refletir uma melhor postura econômica, seja para enganar um número de stakeholders ou para

controlar situações contratuais no intuito de obter vantagens.

Para Moreira e Pope (2007) diversos fatores, como notícias externas, custos ou

benefícios, podem influenciar no GR, pois a sua prática, em alguns casos, está ligada ao

histórico de perdas da empresa no mercado. Defond e Park (1997), por outro lado, concluíram

que algumas empresas gerenciam resultados no período corrente visando ganhar vantagens

futuras, ou seja, sem influências de situações passadas.

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Outras razões que podem motivar a prática do GR, explicam Paulo e Leme (2007),

ocorrem pelo fato de que os gestores evitam a divulgação de resultados negativos, assim

também como se utiliza de tal prática para reduzir a variabilidade dos resultados. Divulgar

resultados negativos pode trazer efeitos indesejáveis, geralmente atrelados à confiança dos

investidores, além de considerar que em diversas empresas, as avaliações de desempenho dos

administradores estão embasadas em informações contábeis, principalmente na sua

remuneração. Situações como estas, onde é possível gerenciar resultados para que não se

apresente resultados contábeis negativos, motivam os administradores a agirem com

discricionariedade.

Outros pesquisadores, como Cardoso e Martinez (2006), Baptista (2009) e Liu (2014),

argumentam sobre o Gerenciamento de Resultados visando o aspecto operacional, ou seja, as

práticas que possuem efeito sobre o fluxo de caixa da entidade, por exemplo: implementar

programas que aqueçam as vendas, conceder descontos, aumentar prazos de recebimentos de

vendas, etc. Tais situações impactam, consequentemente, as receitas e despesas ligadas a

essas atividades.

Para Santos e Corrêa (2011), existem dificuldades para se diferenciar, na prática, o

gerenciamento de resultados da fraude contábil, já que na própria literatura existem opiniões

diversas. O conselho Federal de Contabilidade (CFC) enfatiza, por meio da Resolução nº

1.203/2009, que a fraude consiste em esquemas sofisticados e organizados de maneira

cuidadosa para realizar omissões. Na visão de Santos e Grateron (2003), qualquer ação que

distorça a condição correta da informação deve ser entendida como um tipo de fraude.

A presença de discricionariedade contábil em estruturas de Governança Coorporativa é

tema em diversas pesquisas (TORRES et al., 2009; LARCKER et al., 2007; BARROS et al.,

2013). Acredita-se que a implementação de bons mecanismos de governança diminua a

propensão de a empresa se envolver em situações de Gerenciamento de Resultado, já que

melhores estruturas resultariam em menores possibilidades de manipulação em virtude da

amplificação e melhoria de processos de gestão.

Oliveira et al (2008) esclarece sobre a importância do objetivo principal da

contabilidade quanto a prestação de uma informação útil, clara e fidedigna, uma vez que, ao

ser ignorado, promove aberturas para manipulações. Dessa forma, alertam Matsumoto e

Parreira (2007), os aspectos de transparência e clareza das demonstrações contábeis são

altamente afetados.

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É importante evidenciar que o avanço do processo de convergência às normas

internacionais, argumenta Klann e Beuren (2011), tem resultado em uma redução dos níveis

de Gerenciamento de Resultados com a adoção das IFRS, em virtude do padrão do IASB

oferecer mais qualidade frente às normas locais de inúmeros países. Isso se deve ao fato de

que os princípios de reconhecimento e evidenciação das IFRS retratam, de maneira mais

próxima à realidade, os eventos e transações contábeis ocorridos. Os efeitos positivos

advindos das inúmeras alterações que trouxeram às empresas a possibilidade de apresentar

uma maior realidade aos investidores, já podem ser notados no mercado.

2.2 Assimetria da Informação Contábil

A contabilidade é a via onde ocorre a publicidade das informações econômico-

financeiras para os usuários da informação. Nesse processo, conforme a ideia de Cardoso e

Martinez (2006), um dos objetivos principais é a redução da assimetria informacional.

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis em seu Pronunciamento Conceitual Básico

(2008) elenca os principais usuários da informação, sendo eles: investidores, credores por

empréstimo, fornecedores, clientes, governo e suas agências e o público. Estes irão utilizar as

demonstrações contábeis para satisfazer suas exigências informacionais conforme

necessidades particulares.

Uma vez que a administração da entidade tem total responsabilidade sobre a produção

das demonstrações contábeis, observa Cunha et al (2013) que, nesse contexto, em virtude de

conflitos de interesses, surge o risco de assimetria da informação financeira que nasce da

geração de dados a partir de um agente intencionado em atender causas particulares. Para

Healy e Papelu (2000), a inexistência de regulamentações que proponham aos gestores a

divulgação de informações privadas, impede que um ambiente mais transparente e real seja

criado. Assim, regras mais sólidas possibilitariam soluções nesse sentido.

O uso de Gerenciamento de Resultados implica a perda do valor da informação,

aumentando, assim, a assimetria entre o gestor e investidor quanto a veracidade dos dados,

além de impedir este último de mapear perspectivas futuras (DYE, 1988). No mercado, por

sua vez, as práticas de governança corporativa são mecanismos importantes que buscam,

também, proteger os investidores da discricionariedade dos acionistas controladores ou dos

gestores, seja ela intencional ou não. Além disso, completa Marques (2014), tais práticas de

governança corporativa são vistas pelos investidores e pelo mercado, geralmente, como um

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meio de atenuar a assimetria informacional e de promover a qualidade das informações

financeiras.

Outro raciocínio a ser levado em conta é o de que uma informação dificilmente será

transmitida totalmente ou estará disponível em sua plenitude. Sabendo disto, considera

Mendes (2001, p.35), que é importante conhecer o grau de assimetria informacional, já que a

possibilidade de se observar o ambiente não é total. Uma vez sendo conhecedor dessa

realidade, o investidor poderá adotar uma postura mais resiliente e utilizar dos seus

conhecimentos ao avaliar as informações do mercado.

As informações diferem dependendo de onde se encontram, pois, de acordo com

Rezende e Nakao (2010), se o gestor empresarial mantém informações importantes ao

negócio diferentes das utilizadas pelo investidor, é possível que haja uma mudança nos

números contábeis, já que as informações poderão ser selecionadas de acordo com a sua

conveniência. Com isso, segundo Nardi e Nakao (2009), as escolhas discricionárias são ações

que potencializam conflitos entre gestores e investidores e que acentuam os níveis de

assimetria informacional.

O mercado, por sua vez, dadas as circunstâncias, impõe aos gestores situações

adversas e altamente subjetivas que acabam por influenciar o seu julgamento. De acordo com

Denis e Sarin (2001), no circuito internacional, em períodos próximos de emissões de ações,

por exemplo, as empresas fazem uso da assimetria existente entre as informações disponíveis

aos gestores e aquelas disponíveis aos usuários externos para gerenciar seus resultados. Para

Bispo (2010), o Brasil uma vez inserido no rol de países comprometidos com a adoção das

IFRS, espera-se maior transparência e solidez das informações financeiras, tornando-se estas

mais seguras e comparáveis para suportar a diversidade de transações e operações do mercado

de capitais brasileiro.

Ao analisar o comportamento entre o mercado do Brasil e dos Estados Unidos,

Machado et. al. (2012) constatou que os accruals discricionários nos Estados Unidos

apresentam padrões já esperados para a assimetria em períodos de recessão e expansão

econômica, mas no Brasil o efeito é ainda mais significativo, principalmente em épocas de

recessão onde as empresas buscavam, possivelmente, aproveitar a oportunidade do mercado

em baixa para contornar os efeitos gerenciando resultados.

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19    

A Teoria da Agência, desenvolvida por Jensen e Meckling (1976), passou a ser tema

central no que se refere aos assuntos que envolvem a relação entre agente e principal, cujos os

interesses divergem. Para Nardi e Nakao (2009), essa teoria está fundamentada na

inexistência de agente perfeito ou livre de erro e na existência de assimetria informacional.

Assim, a contabilidade tem a capacidade de promover a simetria entre a empresa e os usuários

da informação.

Uma empresa com alto nível de gerenciamento de resultados pode perder,

razoavelmente, a lógica conjuntural nas transações dos negócios, pois, como observa Cardoso

e Martinez (2006), a entidade é vista como um nexo de contratos e pode sofrer fragilidades

nesse sentido quando o oportunismo de seus gestores influenciar no objetivo de seus contratos

e na sua completude legal. Nesse contexto, o equilíbrio entre gestores e usuários deve ser

considerado desde o início das transações até a conclusão delas, pois denota um processo de

segurança informacional contínuo e livre de instabilidades.

Analisando o comportamento histórico com relação a ganhos e perdas de determinadas

organizações, Moreira e Pope (2007) notaram que dependendo do sinal de seus retornos no

mercado, do aumento ou redução das suas dívidas e de sua credibilidade frente aos

investidores, a empresa pode sentir influência do meio e seguir vias de gerenciamento de

resultados, criando, dessa forma, um ambiente assimétrico e desapropriado para aqueles que

acreditam estar diante de uma informação fidedigna.

2.3 A importância da Auditoria em Gerenciamento de Resultados

A auditoria independente assume, entre empresa e stakeholders, uma posição de

intermediação das informações quanto à confirmação da veracidade dos dados, tendo, dessa

forma, um papel crucial no processo de redução da assimetria informacional entre gestores e

investidores (MARQUES et al, 2012). A realização dos trabalhos de auditoria consiste na

seleção e execução de procedimentos para a obtenção de evidências a respeito dos valores e

divulgações apresentados nas demonstrações financeiras, onde, posteriormente, com base nos

resultados, uma opinião será emitida.

Para Firmino et al. (2010), melhores decisões são tomadas quando se tem informações

de qualidade, pois estas elevam a probabilidade de maior eficiência econômica já que, uma

vez auditadas, as demonstrações financeiras tendem a expressar maior confiança.

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20    

Existe uma série de fatores que pode influenciar no estilo da auditoria, por exemplo, o

tipo ou porte do cliente, as ambientações de determinados setores e etc. Para alguns

pesquisadores (FRANCIS et al., 2014; GIRÃO et al., 2015), em virtude destes fatores, o

aprimoramento do estilo de auditoria (auditor style), caracterizado por alguns conjuntos de

regras de trabalho e implementação de padrões, é essencial para a melhoria dos

procedimentos utilizados e, consequentemente, dos resultados a serem obtidos.

Uma auditoria, quando bem-sucedida, observa Cunha et al. (2013), levará em conta a

efetividade da independência profissional sempre que identificar rupturas nas informações no

sentido de notificá-las e submetê-las aos devidos testes. É a partir de situações como esta que

a autonomia da profissão é percebida no mercado e sentida pela empresa, pois a postura

profissional diz muito sobre até que ponto o trabalho realizado irá assegurar o negócio,

livrando-o, por exemplo, de potenciais riscos de gerenciamento de resultados.

A alternância das empresas de auditoria, decorrente da IN. N. 308/99 da CVM que

instituiu a obrigatoriedade de rotatividade nas firmas que auditam empresas de capital aberto

trouxe diversos benefícios para o mercado. Uma das intenções com a rotatividade é que ela

assegure uma maior independência, pois se acredita que quanto mais tempo a mesma firma de

auditoria permanecer com o cliente, menores serão suas chances de manter a objetividade do

trabalho livre de influências e interesses. No entanto, de acordo com Martinez (2008), os

oponentes à nova regra argumentam que o processo de mudança de firma é de alta

onerosidade para a empresa, além de que se perde uma grande parte do conhecimento prévio

quanto à situação histórica do negócio que seria um componente importante à crítica e

detecção de riscos de continuidade.

Nas empresas de auditoria, o crescente turnover, termo em inglês caracterizado pela

movimentação de admissão e desligamento de profissionais de uma determinada firma,

sinaliza a existência de um mercado altamente competitivo no que se refere a essa mão de

obra especializada. Para Beuren et al. (2014), a percepção de justiça organizacional destes

profissionais influencia, de maneira significativa, a satisfação do trabalho, o

comprometimento organizacional e a intenção de saída do auditor da organização. Assim, foi

observado que decisões tendenciosas dos gestores de firmas de auditoria, por colocarem em

risco o produto final a ser desenvolvido, reduzem a satisfação e o comprometimento dos

auditores com o trabalho, além de ampliar as chances de o profissional deixar a organização.

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21    

Para Silva e Silva (2014), os eventos extraordinários que marcaram o início do milênio

exemplificados pelo colapso da Enron em 2001 e da Arthur Andersen em 2002, fizeram surgir

uma série de críticas em relação à qualidade e aos trabalhos de auditoria realizados pelas

maiores firmas do segmento. Tais questionamentos potencializam a ideia de que algumas

empresas de grande porte gerenciam resultados mesmo quando auditadas por Big Four e que

as demonstrações financeiras vão a público com níveis acentuados de assimetria

informacional.

Com a adoção obrigatória das IFRS, alguns estudos (FLOROU e POPE, 2012; HONG,

2013) constataram efeitos positivos no mercado de capitais, havendo melhoria na qualidade

da informação nas demonstrações financeiras. O processo de modernização da contabilidade,

a partir das alterações nas normas, trouxe um maior grau de complexidade no

reconhecimento, mensuração e evidenciação dos elementos a serem registrados. Isso reflete

diretamente no trabalho de quem prepara a informação contábil e no exercício de quem as

audita, uma vez que os critérios de julgamento são de alta subjetividade (MUNHOZ et. al,

2014). Nesse sentido, a auditoria atua de maneira relevante e colabora de diversas formas com

a sociedade, os negócios, o governo e a economia.

Segundo Almutairi et al. (2009), campos de trabalho com menor assimetria

informacional estão ligados a auditores mais competentes. Nesse sentido, alguns estudos

realizados focam em investigar os níveis de gerenciamento entre empresas auditadas por Big

Four e Não Big Four. Os resultados obtidos por Cunha et al (2013), mostram que a qualidade

da informação contábil de empresas auditadas por Big Four não possui níveis de

gerenciamento de resultados significativamente diverso das empresas auditadas por Não Big

Four. O presente estudo traz como aspecto de diferencial, uma análise setorial que possibilita

uma visualização detalhada e individual em cada setor da economia. Para Martinez e Reis

(2010), o nível de gerenciamento de resultados de empresas auditadas por Big Four é

significativamente menor, porém havendo ou não rodízio dos auditores independentes, a

proxy de gerenciamento de resultados não apresenta diferenças significativas.

No mercado financeiro, especificamente, a qualidade da auditoria também é um

aspecto de alta relevância, tanto para os usuários da informação contábil quanto para a

literatura. Após um estudo desenvolvido por Chen et al. (2005), foi constatado que o nível de

gerenciamento de resultados em empresas em processos de IPO é menor quando elas são

auditadas por Big Four, inferindo, assim, que o porte da firma de auditoria está ligado com

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22    

um engajamento maior ou menor da empresa em gerenciamento de resultados. Colaborando

com essa ideia, Gioielli et al (2013), concluíram que os investidores de capital de risco, em

processos de IPO, valorizam, principalmente, a reputação como aspecto relevante ao se fazer

a escolha do auditor, uma vez que ela indica compromisso para não gerenciar os resultados.

Nesse sentido, o auditor tem o propósito não somente de evitar situações de fraude contábil,

mas de evitar posturas conservadoras e agressivas que potencializem o gerenciamento de

resultados.

2.4 ACCRUALS

2.4.1 Accruals e Accruals Discricionárias (Discretionary Accruals)

A princípio, explica Martinez (2001), que o regime de competência (Accrual Basis)

estabelece que o registro das movimentações contábeis da entidade deve ser feito no período

em que estas são realizáveis. De acordo com esse princípio, a receita é reconhecida de acordo

com sua realização, e no mesmo período devem ser confrontadas as despesas necessárias para

a efetivação daquela receita. No regime de caixa (Cash Basis), por outro lado, este

procedimento é diferente, já que se focaliza, exclusivamente, nos registros das entradas e

saídas de disponibilidade. Com base nesse entendimento, percebe-se que o lucro líquido do

negócio não será igual ao fluxo de caixa líquido, o que resultará em uma diferença conhecida,

na literatura internacional, como accruals. Assim, em função do princípio da competência,

espera-se que, com certa frequência, sejam realizados lançamentos que terão a natureza de

accruals.

O estudo dos accruals é muito importante, pois, como descrevem Lopes e Martins

(2005), é neles que reside um alto conteúdo informativo para a contabilidade, além de

trazerem a perspectiva para a análise da qualidade da informação contábil para o mercado de

capitais. Sendo os accruals um componente do lucro contábil, uma vez que se referem a

ajustes provenientes do regime de competência o quais permitem informações adicionais ao

fluxo de caixa, a sua natureza subjetiva torna maior ainda a chance de assimetria entre a firma

e o mercado.

Para reforço teórico, conforme explana Swaelen (2008), o resultado contábil é

composto por dois componentes: fluxo de caixa e accruals. Define-se fluxo de caixa como o

total de entradas e saídas de recursos financeiros em um determinado período que obedece ao

regime de caixa (cash basis). Os accruals seriam as contas 'não-caixa' do Balanço Patrimonial

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23    

que seguem o regime de competência (accruals basis), ou seja, diferem o momento do

reconhecimento de um evento econômico do momento da sua liquidação (caixa), de fato. Por

essa razão, além de um componente ‘caixa’, o Balanço Patrimonial possui um componente

‘não-caixa’ (accruals), resultante de estimativas dos gestores e passível de manipulação.

Cunha et al (2015), ao abordarem sobre accruals, conceituam que esta pode ser

definida como a diferença entre o lucro líquido e o fluxo de caixa operacional, pois referem-se

a todas as contas de resultados que influenciam no lucro da empresa, e que não implicam na

movimentação dos fluxos de caixa. Neste caso, independente de movimentação financeira, o

lucro é mensurado no sentido econômico de aditar riqueza patrimonial na empresa.

No contexto histórico, Healy (1985) foi o precursor a utilizar a metodologia que

estudava os accruals, na época, definidos entre accruals agregados ou totais. Os accruals

totais foram divididos em: discricionários e não-discricionários. A parte discricionária é

aquela onde o gestor pode, de maneira arbitrária e intencional, gerenciar os resultados no

intuito de atender interesses próprios, e a não discricionária é a não gerenciável, pois esta

surge de forma natural no processo das movimentações contábeis.

Martinez (2008), explica que em virtude do fato de que o gestor possa, eventualmente,

tomar a decisão de aumentar ou diminuir os accruals por razões alheias à realidade do

negócio, faz-se necessário subdividir os accruals em discricionárias (discretionary accruals) e

não discricionárias (non discretionary accruals). A literatura acadêmica considera que os

accruals discricionários seriam uma proxy do gerenciamento de resultado e que uma vez

reconhecidos de forma errônea em determinado período, não se está alterando apenas o

resultado corrente, mas também resultados futuros.

Questionamentos sobre relação entre os accruals discricionários e não discricionários

mostram a importância dos estudos que buscam entender a forma como os gestores se

preocupam com as variações dos resultados da empresa. Nesse sentido, McCulloch (1998),

evidencia que haverá uma correlação negativa entre accruals discricionários e os não

discricionários se os gestores alterarem os resultados em resposta às flutuações em accruals

não discricionários se estas estiverem atingindo as receitas mais estáveis da empresa.

Portanto, a contabilização dos accruals é indispensável para que o registro ocorra de

forma adequada, mediante o princípio da competência. A determinante para a sua existência

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24    

se trata de uma questão temporal que pode ser notada pela diferença entre o Cash Basis e o

Acrrual Basis (MARTINS, 1999).

2.4.2 O Modelo de Jones Modificado na Literatura

Após o modelo inaugural de Jones (1991) que estimava os accruals não

discricionários a partir de regressão com base na variação da receita e dos investimentos em

ativo imobilizado, Dechow et. all (1995) aperfeiçoaram o modelo de Jones, implementando a

premissa de que o gerenciamento de resultados, também, envolveria o contas a receber.

Para Paulo e Leme (2007), o modelo de Jones modificado, que estima os accruals

discricionários, tem o intuito de controlar o efeito das mudanças nas situações econômicas da

empresa sobre os accruals, além de diminuir o incremento nas contas a receber das variações

de vendas, pois considera relativamente grande as chances de manipulação das vendas a

prazo.

Moura et all. (2015), definem o modelo de Jones modificado como um dos mais

utilizados na literatura, bem como favorece uma maior praticidade na execução, gerando

accruals sólidos ao desempenho e oportunismo, destacando os accruals discricionários que

são capazes de estimar a extensão da ocorrência de gerenciamento nos resultados.

A detecção de gerenciamento de resultados, através da abordagem do modelo de Jones

modificado, se mostra eficiente em várias pesquisas que buscam constatar a possibilidade de

manipulação em operações no capital de giro, emissão de debêntures, crescimento de vendas e

outros. Sincerre et al (2016), utilizaram como proxy os accruals discricionárias correntes e

constataram que as empresas inflam seus resultados financeiros no período de emissão de

títulos de dívidas (debêntures), com a intenção de influenciar positivamente seus investidores.

A forte relação com o crescimento de vendas mostrou que era através dessa variável que se

gerenciavam os resultados.

Para entender o possível efeito da troca de firma de auditoria no gerenciamento de

resultados, Azevedo e Costa (2012), através do modelo de Jones modificado, encontraram

evidências de que não há necessariamente redução do nível de gerenciamento de resultado

sempre que existe troca da firma de auditoria, seja ela Big Four ou não.

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25    

Chan et al (2014), utilizaram o modelo de Jones modificado para medir o

conservadorismo do auditor nas políticas de alguns tipos auditorias realizadas na China, onde

foi estimado que o nível de accruals discricionários é menos positivo quando o

conservadorismo do auditor é maior. Assim, o modelo se mostra útil para estudos ligados aos

aspectos de qualidade do trabalho prestador pelo profissional de auditoria.

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26    

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de Pesquisa

Com a finalidade de atingir o objetivo deste trabalho, foi realizada uma pesquisa

exploratória de abordagem quantitativa que organizou conhecimentos mais amplos,

agregando características não claramente explícitas, assim como procurando dimensões ainda

desconhecidas de uma temática que necessita de melhor compreensão na área do

conhecimento (BEUREN, 2003). Em linhas gerais, a pesquisa busca ampliar os

conhecimentos sobre o gerenciamento de resultados nas empresas listadas na BM&FBovespa,

identificando se a firma de auditoria, seja ela Big Four ou não, possui relação com os níveis

de gerenciamento das companhias. O método caracteriza-se como quantitativo com a

utilização de modelos operacionais através de regressão linear múltipla e dados em painel. Foi

utilizado o software STATA® no processo produtivo das estatísticas deste estudo.

3.2 Seleção e Composição da Amostra

A amostra deste estudo foi composta por meio de uma seleção entre companhias

listadas na BM&FBovespa, coletando-se informações das empresas no período compreendido

entre 2011 a 2014. Após coleta de informações, foram excluídas da amostra empresas que

não apresentam dados insuficientes para a análise do comportamento do nível de

gerenciamento de resultados. A amostra final foi composta por 903 observações, tratando-se

de um painel desbalanceado, ou seja, uma análise que não possui um número exato de

empresas/ano. As informações úteis à elaboração dos dados foram extraídas da plataforma

Bloomberg e do site da BM&FBovespa através dos Formulários de Referência, Formulários

Cadastrais e Demonstrações Financeiras. Cabe ressaltar que as empresas estão dispostas nos

setores conforme a classificação listada na plataforma Bloomberg.

3.3 Definição e Desenvolvimento do Modelo Empregado

Conforme abordado anteriormente, os números contábeis podem ser gerenciados com

o intuito de influenciar a forma como os usuários externos visualizam a posição do

desempenho da empresa. Tal postura discricionária dos gestores pode ter relação,

principalmente, com as firmas de auditoria, assim como com outras variáveis. Dessa forma,

com o emprego de métodos estatísticos, buscaram-se evidências para comprovar se

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27    

determinada firma de auditoria, Big Four ou não, possui relação com o nível de

discricionariedade encontrado no nível de gerenciamento de resultados estimados com base

nos acrruals discricionários das empresas listadas.

Os procedimentos para estimar os accruals discricionários (proxy) serão realizados

através do modelo de Jones Modificado (DECHOW et al, 1995). Este modelo serve para

controlar o efeito das oscilações nos eventos econômicos da empresa sobre os accruals, além

de diminuir o incremento nas contas a receber das variações de venda, uma vez que ele

considera a alta possibilidade de manipulação das vendas a prazo. Este é descrito da seguinte

maneira:

𝑁𝐷𝐴𝑖𝑡 = α   !!it - 1

+ β!∆!"#!∆!"#$

!it - 1+ β!

!!"!"!it - 1

(1)

Em que:

NDAit = accruals não-discricionários da empresa i no período t;

∆Rit = variação das receitas líquidas da empresa i do período t-1 para o ano t, ponderada pelos

ativos totais no final do período t-1;

∆CRit = variação da conta duplicatas a receber (clientes) da empresa i do período t-1 para o t,

ponderada pelos ativos totais no final do período t-1;

PPEit = saldo final da conta Ativo Imobilizado e Ativo Diferido da empresa i no período t,

ponderada pelos ativos totais no final do período t-1;

Ait-1 = ativo total da empresa i no período t-1;

α, β1 e β2 = coeficientes estimados pelo modelo original de Jones (1991), equação 2.

O modelo original de Jones (1991), utilizado para estimar os parâmetros da

equação 1, é descrito a seguir:

!"!"!!"!!

= α!  !

!it - 1+ β!!

∆!"#!it - 1

+ β!!!!"!"!it - 1

+ 𝜀! (2)

Em que:

TAit = total das accruals da empresa i no período t, ponderada pelos ativos totais no final do

período t-1;

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28    

∆Rit = variação das receitas líquidas da empresa i do período t-1 para o ano t, ponderada pelos

ativos totais no final do período t-1;

PPEit = saldo final da conta Ativo Imobilizado e Ativo Diferido da empresa i no período t,

ponderada pelos ativos totais no final do período t-1;

Ait-1 = Ativo total da empresa i no período t-1;

εit = termo de erro.

Sendo que para se obter os accruals totais procede-se da seguinte forma:

𝐴𝑐! =∆𝐴𝐶! − 𝐷𝑖𝑠𝑝! − ∆𝑃𝐶! − ∆𝐷𝑖𝑣! − 𝐷𝑒𝑝𝑟!

𝐴!!!  (3)

Em que:

Act = accruals (operacionais) totais da empresa no período t;

∆ACt = variação do ativo corrente (circulante) da empresa no final do período t-1 para o final

do período t;

∆PCt = variação do passivo corrente (circulante) da empresa no final do período t-1 para o

final do período t;

∆Dispt = variação das disponibilidades da empresa no final do período t-1 para o final do

período t;

∆Divt = variação dos financiamentos e empréstimos de curto prazo da empresa no final do

período t-1 para o final do período t;

Deprt= montante das despesas com depreciação da empresa durante o período t;

At-1= ativos totais da empresa no final do período t-1.

Por fim, os accruals discricionários da empresa i no período t são calculados da

seguinte maneira (DECHOW et al, 1995):

𝐷𝐴! =  𝑇𝐴! − 𝑁𝐷𝐴!    (4)

Em que:

DAt= accruals discricionários da empresa no período t;

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29    

TAt= accruals totais da empresa no período t (equação 3);

NDAt= accruals não-discricionários da empresa no período t (equação 1).

Após a estimação dos accruals discricionários das empresas, para analisar se os níveis

destes possuem alguma associação com a firma que prestou o serviço de auditoria, realizou-se

uma regressão linear múltipla entre as firmas de auditoria e os níveis de gerenciamento de

resultados adotados nas empresas, com o intuito de observar o grau de associação entre estas

variáveis. Os resultados estão dispostos em painel (Tabela 2). Uma análise de dados em painel

com os efeitos fixos no indivíduo, no setor e no tempo também foi realizada neste estudo para

ampliar entendimento quanto ao comportamento dos dados no tempo (Tabele 4 e 5).

Utilizou-se o software STATA® nos procedimentos estatísticos.

As variáveis utilizadas nesta pesquisa foram:

• Os accruals discricionários obtidos pelo modelo de Jones Modificado (DECHOW et

al, 1995);

• As firmas de auditoria do grupo das Big Four na seguinte ordem: Ernst & Young,

KPMG e PwC. Todas estas estão sendo comparadas com a Deloitte (intercepto). As

demais firmas de auditoria, as não Big Four, foram incluídas na análise dos dados em

painel.

• A existência de um Comitê de Auditoria na empresa;

• O tamanho da empresa. A proxy utilizada foi o logaritmo do ativo total (Lnativo);

• Alavancagem. Este foi obtido através do total de dívida sobre o total do ativo;

Os modelos empregados para a regressão múltipla e para a análise de dados em painel,

são descritos a seguir:

𝑌 =  𝛽! + 𝛽!𝑋! +⋯+ 𝛽!𝑋! + 𝐸

Em que:

 𝑌 = Accruals discricionários;

𝑋!…𝑋! = auditoria, comitê de auditoria, lnativo e alavancagem, respectivamente;

𝛽!…𝛽!= parâmetros desconhecidos do modelo (a estimar);

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30    

E= variável aleatória residual na qual procuram incluir todas as influências no

comportamento da variável Y que não podem ser explicadas linearmente pelo comportamento

das variáveis explicativas e os possíveis erros de medição.

O modelo de dados em painel possui algumas vantagens, como: controle da

heterogeneidade individual, ou seja, possibilita medir de forma separada os efeitos gerados

em virtude das diferenças existentes entre as observações; avalia a evolução das variáveis ao

longo do tempo para um dado indivíduo; investiga o efeito do tempo nos dados e etc. Este é

descrito a seguir:

𝑌!,! =  𝛽! + 𝛽!  !,! +⋯+ 𝛽!  !,! + 𝐸!"

Em que:

𝑌!,!= Accruals discricionários no indivíduo e no tempo;

𝛽!= Efeitos aleatórios específicos de indivíduo;

𝛽!  !,! …𝛽!  !,!= vetor de auditoria, comitê de auditoria, lnativo e alavancagem, respectivamente;

𝐸!"= erro.

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31    

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Inicialmente, é apresentada a análise descritiva das companhias brasileiras listadas na

BM&FBovespa (Tabela 1). Realizaram-se 903 observações com as empresas integrantes da

amostra, sendo estas posicionadas no agrupamento de dados conforme setor de atuação que

obteve uma média de 90,3 no total de observações. Além das variáveis principais deste

trabalho, gerenciamento de resultados (GR) e firma de auditoria (Big Four), adicionalmente,

tem-se: comitê de auditoria, lnativo, alavancagem e análise nos anos.

Além da média, como medida de tendência central, estão descritas as medidas de

dispersão para as variáveis através do desvio padrão, mínimo e máximo. Sabe-se que o desvio

padrão é o valor que quantifica a dispersão das respostas em relação à média. Quanto maior o

desvio padrão, maior o nível de dispersão dos dados em relação a média. Assim, com base na

análise, as variáveis GR, Comitê de Auditoria e Alavancagem, apresentaram dispersões altas

pelo nível do desvio padrão; o lnativo, proxy para o tamanho da empresa, não apresentou uma

dispersão alta em relação à média.

A tabela 2 evidencia os resultados da regressão linear múltipla das empresas para cada

setor, onde as variáveis das empresas de auditoria tentam explicar os níveis de accruals

discricionários (DECHOW et al, 1995) do modelo de gerenciamento de resultado (GR)

adotado. Nenhuma das regressões a seguir apresentaram problema de multicolinearidade (de

acordo com o teste VIF), os erros foram estimados de forma robusta, para minimizar algum

problema de heterocedasticidade que possa existir.

Variável Média Desvio Padrão Mínimo MáximoGR .0028142 .0503107 - .2446 1.3396Big Four .8604651 .3466958 0 1Comitê de Auditoria .1738649 .3792033 0 1lnativo 7.408135 1.623971 2.03732 12.7094Alavancagem 27.80759 17.75981 0 79.48

Ano2011 .200443 .4005537 0 12012 .2115172 .4086105 0 12013 .2081949 .406242 0 12014 .1827243 .3866544 0 1

Número de OBS= 903Número de setores= 10Obs por Setor: 90,3 21 171Fonte: dados da pesquisa

Tabela 1 - Estatísticas descritivas das variáveis do modelo

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32    

 

As principais variáveis deste estudo, conforme descrito na regressão, são as empresas

Big Four que estão descritas na seguinte ordem: Ernst Young (EY), KPMG e PwC. Todas

elas estão sendo comparadas com a Deloitte. Utilizaram-se as empresas de auditoria nos anos

de 2011 a 2014 para verificar se existia relação significativa com o nível de gerenciamento de

resultados adotados nas empresas por meio de accruals discricionários.

Os resultados da tabela 2 indicam que no setor das Holdings existe uma relação

significativa, a um nível de 5% de significância, entre um maior gerenciamento de resultados

e empresas auditadas pela EY. O mesmo pode ser observado, neste mesmo setor, com a PwC

e KPMG, respectivamente, mas com um nível de significância de 10%. Tais relações possuem

sinal positivo para os resultados de que existe associação entre um maior nível de accruals

discricionários para empresas auditadas por esta firma. A capacidade explicativa do modelo,

considerando o R² de 0.718, indicando que aproximadamente 72% do comportamento dos

níveis de gerenciamento (accruals discricionários) é explicado pelas firmas de auditoria.

Variáveis GR GR GR GR GR GR GR GR GR GREY -0.00360 0.0122 0.00254 0.00239 0.0657** 0.00427 -0.00657 0.0104 0.00832 -0.0124**

(0.00852) (0.0143) (0.00519) (0.00443) (0.0249) (0.00637) (0.00748) (0.0114) (0.00519) (0.00618)KPMG -0.0116 0.0132 2.82e-06 -0.000556 0.0624* 0.0172 0.00801 0.00548 0.00956 -0.00677

(0.00804) (0.0198) (0.00556) (0.00446) (0.0281) (0.0122) (0.00486) (0.0199) (0.00656) (0.00581)PWC -0.000545 -0.000286 0.000331 0.00453 0.0786* 0.0100 0.00501 0.00785 0.0114** -0.00107

(0.00493) (0.0189) (0.00498) (0.00419) (0.0367) (0.00923) (0.00480) (0.0181) (0.00553) (0.00618)Comitê de Aud. 0.0173 -0.00688 -0.00256 0.00231 0.00444 0.000366 -0.00177 -0.000243 -0.000965

(0.0115) (0.0125) (0.00304) (0.00307) (0.00837) (0.00462) (0.0119) (0.00495) (0.00310)Lnativo -0.000620 -0.00148 -0.00249 -0.00139 0.00185 -0.000959 0.00355** 0.0432 0.000535 -0.00619***

(0.00157) (0.00260) (0.00298) (0.00134) (0.00565) (0.00176) (0.00173) (0.0287) (0.00210) (0.00180)Alavancagem 8.97e-05 0.000163 0.000137 0.000117 0.00115 0.000254 9.66e-05 -0.00157 -0.000149 -0.000144

(0.000158) (0.000289) (0.000180) (9.08e-05) (0.000673) (0.000178) (0.000142) (0.00103) (0.000126) (0.000157)2011 0.00213 -0.000376 0.00343 -0.00271 -0.00611 -0.00225 -0.00647 0.0115 -0.00660 -0.00415

(0.00491) (0.0118) (0.00528) (0.00368) (0.00846) (0.00803) (0.00440) (0.0108) (0.00565) (0.00464)2012 0.00530 -0.0103 -0.000344 -0.00723** -0.0139* 0.0121 -0.00995** -0.00944 0.00121 -0.00458

(0.00743) (0.0129) (0.00539) (0.00356) (0.00654) (0.00917) (0.00436) (0.0160) (0.00571) (0.00452)2013 0.00273 -0.0115 0.00257 0.00258 -0.00221 0.0104 -0.0130 0.0132 0.00575 -0.00371

(0.00654) (0.0159) (0.00478) (0.00458) (0.00987) (0.00898) (0.0105) (0.0215) (0.00553) (0.00398)2014 0.0136** 0.00243 0.0111 0.00413 -0.00935 0.00732 -0.00534 0.00907 0.0158* 0.00754

(0.00676) (0.0119) (0.00675) (0.00528) (0.00938) (0.0110) (0.00413) (0.0179) (0.00813) (0.00833)Constante 0.00117 0.0109 0.0140 0.00544 -0.101 -0.00983 -0.0238 -0.255 -0.0101 0.0682***

(0.0156) (0.0238) (0.0200) (0.00980) (0.0815) (0.0146) (0.0145) (0.165) (0.0143) (0.0207)Observações 79 28 139 142 15 29 147 21 80 97R² 0.116 0.332 0.060 0.077 0.718 0.337 0.098 0.483 0.178 0.225Legenda: *significativo a 0,1 (90%); **significativo a 0,05 (95%); ***significativo a 0,01 (99%).*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1Fonte: Dados da pesquisa

Tabela 2 - Regressão linear múltipla para cada setor.

Materiais Básicos

Consumo Cíclico

Consumo não-Ciclico

Petróleo, Gás e Bioc. Industrial

Energia e Saneam.

Telecomuni-cação

Diversos (Holdings) TecnologiaFinanceiro

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33    

O setor Industrial apresentou um coeficiente de 0.0114**, ou seja, a um nível de

significância de 5%, mostrando relação entre um maior nível de gerenciamento e empresas

auditadas pela PwC para este setor. No entanto, ao observarmos o coeficiente de determinação

(R²) obtido pelo modelo, vimos que ele demonstrou um valor de 0.178 - aproximadamente

18%. Tal resultado indica que o poder de explicação do modelo é pouco significativo.

As empresas do setor de Energia e Saneamento, por sua vez, apresentaram um

resultado negativo -0.0124**. Neste caso, vemos que não existe uma relação forte entre um

maior nível de discricionariedade nos resultados das empresas deste setor e empresas

auditadas pela EY. Para este caso o modelo também se mostrou pouco significativo, trazendo

um R² de aproximadamente 23%.

De modo geral, os resultados nesta regressão foram consideráveis para as empresas do

setor de Holding, mas para os demais setores o modelo mostrou baixo poder de explicação na

relação das variáveis independentes (firmas de auditoria) com a variável dependente de

gerenciamento (accruals discricionários). Assim, não se obteve diferença estatisticamente

significante. Esse resultado corrobora com pesquisas realizadas por Cunha et al (2013), Azevedo e Da Costa (2012)  e  Martinez e Reis (2011).

Adicionalmente, a variável Lnativo, proxy utilizada para classificar o tamanho da

empresa com base no ativo total, apresentou um resultado interessante para o setor de Energia

e Saneamento, onde a um nível de significância alto, no caso, de 1%, trouxe um resultado

negativo de -0.00619***, mostrando que não existe relação entre um maior nível de

gerenciamento de resultados e o ativo total da empresa, neste setor. Para as empresas dos

demais setores, quanto ao tamanho do ativo, não foi obtido um resultado significante que

confirmasse um grau de associação maior entre o accruals discricionários e as firmas de

auditoria.

Como modelo de robustez, foram estimadas regressões com os dados dispostos em

forma de painel, com efeitos fixos nas empresas e no tempo, conforme tabela 3. Observa-se,

ainda, que a disposição dos dados em painel e a ideia de proceder um método que analise os

resultados pelos setores, proporciona um maior entendimento sobre como o gerenciamento de

resultados de apresenta nos setores, ao mesmo tempo que gera um grau maior de

detalhamento do comportamento e dos efeitos entre os setores.

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34    

Os resultados obtidos com base nos efeitos fixos nas empresas e no tempo, também

não apontaram diferença estatisticamente significante. Entretanto, o setor de

Telecomunicação, pode ser destacado nesta análise. Nele, o nível de discricionariedade nos

resultados da empresa mostrou uma relação significativa entre um maior nível de

gerenciamento e empresas auditadas pela KPMG. O coeficiente obtido, de 0.0365***, possui

o coeficiente de determinação mais alto quando comparado com os demais, já que a um nível

de 64% a variável X está explicando Y. Contudo, a capacidade preditiva das variáveis

manteve-se baixa para a maior parte dos setores e o coeficiente de determinação (R²) foi

pouco explicativo tomando como base uma análise geral para os efeitos gerados nas empresas

e no tempo.

Por último, foi realizada outra análise de dados em painel com os efeitos fixos no setor

e no tempo, dessa vez, incluindo as demais firmas de auditoria - as não Big Four – e, também,

uma análise adicional na 3ª coluna para as empresas que possuem o profissional analista de

investimentos.

Variáveis GR GR GR GR GR GR GR GR GR GR

EY 0.00141 -0.00185 0.00504 0.00140 0.0438* -0.00464 0.0320 0.00306 0.000615(0.0107) (0.0150) (0.00694) (0.00500) (0.0197) (0.00468) (0.0466) (0.00722) (0.00543)

KPMG -0.0142 0.0365*** -0.00131 -0.00144 0.00726 0.0238 0.00669 -0.00533 0.00766 -0.00760(0.0112) (0.00644) (0.00635) (0.00325) (0.0188) (0.0139) (0.00494) (0.0213) (0.00917) (0.00750)

PWC 5.56e-05 0.0267 0.00559 0.00539 0.0225 0.00446 0.00533 0.00988** -0.00152(0.00659) (0.0168) (0.00486) (0.00387) (0.0182) (0.00600) (0.0172) (0.00464) (0.0104)

Comitê de Aud. 0.0298 -0.00152 0.00560 0.00131 0.0252 -0.00118 -0.0197 0.00606 -0.0141*(0.0192) (0.00901) (0.00572) (0.00695) (0.0186) (0.00690) (0.0351) (0.00668) (0.00773)

Lnativo 0.0457** 0.0242** -0.00173 -0.00136 0.000392 -0.00639 0.00306 0.106 -0.0115 -0.0183**(0.0205) (0.00858) (0.00997) (0.00815) (0.00261) (0.00730) (0.00471) (0.114) (0.0154) (0.00734)

Alavancagem 0.000716 0.000231 -9.11e-05 5.15e-05 0.00185 0.000256 -0.000174 -0.00299 0.000345 0.000396

(0.000561) (0.000346) (0.000237) (0.000201) (0.00120) (0.000264) (0.000182) (0.00341) (0.000326) (0.000302)

2011 0.00279 -0.0171 0.00472 -0.00200 -0.00642 -0.00588 -0.00212 0.0182 -0.00926 -0.00874*(0.00533) (0.0182) (0.00606) (0.00417) (0.00789) (0.00967) (0.00522) (0.00920) (0.00603) (0.00435)

2012 0.00615 -0.0383 -0.00144 -0.00662* -0.0216** 0.00420 -0.00587 0.00660 -0.00331 -0.00710*(0.00634) (0.0210) (0.00525) (0.00390) (0.00633) (0.00701) (0.00588) (0.0254) (0.00534) (0.00350)

2013 0.00424 -0.0441 0.00237 0.00357 -0.0105 0.0114 -0.00701 0.0326 0.00126 -0.00793(0.00543) (0.0251) (0.00499) (0.00489) (0.00574) (0.00669) (0.00850) (0.0434) (0.00681) (0.00479)

2014 0.0185** -0.0280 0.00905 0.00527 -0.0168** 0.00812 -0.00134 0.0301 0.0100 -0.00350(0.00849) (0.0161) (0.00727) (0.00570) (0.00422) (0.0182) (0.00488) (0.0427) (0.00855) (0.00573)

Constante -0.429** -0.194** 0.0131 0.00664 -0.0390 0.0113 -0.0177 -0.630 0.0655 0.159**(0.191) (0.0655) (0.0682) (0.0579) (0.0502) (0.0678) (0.0353) (0.671) (0.114) (0.0665)

Observações 79 28 139 142 15 29 147 21 80 97R² 0.250 0.638 0.063 0.080 0.564 0.550 0.036 0.368 0.191 0.237Nº de empresas 17 7 37 34 5 9 36 5 18 24Legenda: *significativo a 0,1 (90%); **significativo a 0,05 (95%); ***significativo a 0,01 (99%).*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1Fonte: Dados da pesquisa

Tabela 3 - Efeitos Fixos nas Empresas e no Tempo

Tecnologia Industrial Energia e Saneamento

FinanceiroMateriais Básicos

Consumo Cíclico

Consumo não-Ciclico

Petróleo, Gás e Bioc.

Telecomuni-cação

Diversos (Holdings)

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Na primeira coluna, a variável “não Big Four”, trata-se de uma variável dummy, onde

é adotado 1 para se é Big Four e 0 para quem não o é. O resultado de -0.00692 mostrou que

ela não é significante para a determinação de gerenciamento de resultados. Assim, pode-se

dizer que firmas Big Four não têm diferença estatisticamente significante quando comparadas

com não Big Four diante os níveis de accruals discricionários identificados no gerenciamento

de resultados.

A segunda e terceira coluna trazem uma análise da relação entre as variáveis com o

nível de gerenciamento de resultados, no espectro de efeitos fixos no setor e no tempo, para

empresas auditadas por Big Four, onde a significância dos coeficientes não se mostra

determinante para os níveis de gerenciamento. Essa realidade também pode ser observada nas

-1 -2 -3Variáveis GR GR GREY 0.000635 0.000635

(0.00195) (0.00195)KPMG 0.00225 0.00225

(0.00208) (0.00208)PwC 0.00201 0.00200

(0.00157) (0.00157)Comitê de Auditoria 0.00103 0.00170 0.00170

(0.00161) (0.00155) (0.00155)lnativo -0.00194 -0.000196 -0.000196

(0.00201) (0.000886) (0.000886)Alavancagem 5.04e-06 7.45e-05** 7.44e-05**

(7.51e-05) (2.64e-05) (2.64e-05)2011 -0.00362 -0.00271 -0.00271

(0.00206) (0.00185) (0.00185)2012 0.00326 -0.00360* -0.00361*

(0.00530) (0.00169) (0.00168)2013 -0.000758 -0.000581 -0.000581

(0.00323) (0.00237) (0.00237)2014 0.00625 0.00603** 0.00603**

(0.00354) (0.00248) (0.00248)Não Big Four -0.00692

(0.0112)Constante 0.0219 -0.000264 -0.000258

(0.0266) (0.00692) (0.00692)Observações 903 777 775R² 0.012 0.030 0.030Número de Setores 10 10 10Legenda: *significativo a 0,1 (90%); **significativo a 0,05 (95%); ***significativo a 0,01 (99%).*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1Fonte: Dados da pesquisa

Tabela 4 - Efeitos Fixos no Setor e no Tempo

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empresas de capital listadas na Bolsa que possuem a figura do Analista de Investimentos na

empresa. Esse grupo está recrutado na terceira coluna, especificamente. De modo geral, todas

as empresas listadas que possuem este profissional - que é responsável pela elaboração de

relatórios estratégicos, análises de viabilidade econômica etc. - também, não apresentaram

coeficientes determinantes para o gerenciamento de resultados que se alteraram durante o

tempo nos setores.

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37    

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

O objetivo deste estudo foi encontrar evidências que pudessem contribuir para o

debate em torno da qualidade da informação contábil das empresas listadas na

BM&FBovespa em virtude da possibilidade de influências no processo de mensuração dos

números contábeis. A literatura internacional, conforme apresentado anteriormente, traz

conclusões de que posturas adotadas por gestores nos mais variados negócios, podem

influenciar resultados a ponto de causar distorção na informação contábil que, por regra e

princípio, deve ser de caráter fidedigno.

A população desta pesquisa compreendeu as empresas listadas na BM&FBovespa. A

amostra selecionada abrangeu o período de 2011 a 2014, totalizando 903 observações. Na

análise dos resultados foi utilizada uma regressão múltipla e um modelo de dados em painel

apresentando, ora efeitos fixos nos indivíduos e no tempo, ora efeitos fixos nos setores e no

tempo.

A análise dos dados permitiu concluir que não existe diferença significativa entre

comportamento dos accruals discricionários e as firmas de auditoria ao longo dos anos

analisados nos setores da economia. Os resultados não apontam que maiores níveis de

gerenciamento de resultados possuem associação com firmas Big Four e não Big Four. Isso,

também, sugere a ideia de que não existe uma relação significativa com a expertise dos

auditores de firmas de auditoria padrão Big Four. Os resultados corroboram com os achados

de Cunha et al (2013), Azevedo e Da Costa (2012)  e  Martinez e Reis (2011). Estes fizeram uso do modelo de Jones Modificado para estimar accruals discricionários e, em seguida, analisaram aspectos das firmas de auditoria e a significância de possíveis relações.

Para futuras pesquisas sugere-se que novos estudos que verifiquem a veracidade das informações contábeis sejam desenvolvidos em torno deste tema, analisando setores e segmentos da economia no intuito de estabelecer um debate econômico com viés contábil. Além disso, a amostra pode ser alterada de forma que permita estabelecer um comparativo com os níveis de gerenciamento de resultados de empresas que operam nas Bolsas de outros países.

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