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O TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO E O GERENCIAMENTO DE RISCOS OCUPACIONAIS O gerenciamento de riscos é um poderoso processo que deve ser usada pelos profissionais de segurança sempre que sua função envolver o controle de riscos. Em grandes empresas, existem setores voltados só para o estudo e aplicação desse processo. Sendo que a realidade do nosso país é bem diferente, já que a maioria das empresas são médias e pequenas. Nesses casos, grande parte delas tem apenas um técnico que além de outras funções, fica responsável pelo controle dos riscos e das emergências. O objetivo desse texto não é ensinar como fazer um gerenciamento de risco, mas dar uma visão geral da ferramenta e despertar o interesse na sua aplicação. O processo de gerenciamento de riscos pode ser feito em etapas. 1 – Comunicação e consulta: etapa que envolve a equipe. Nela será avaliada a percepção do risco na visão dos envolvidos. Vale ressaltar que pessoas têm percepções dos riscos influenciadas por suas emoções, crenças e visão de mundo. 2 – Estabelecimento de contexto: não se deve avaliar o risco individualmente. Colocá-lo em um contexto vai contribuir para definir os limites do gerenciamento e as relações entre os envolvidos. 3 – Identificação de riscos: um dos passos cruciais no gerenciamento. Deve-se ter muita atenção, pois um risco não identificado nesse momento fará com que ele não entre no processo de gestão. Para colocá-lo em prática, devemos proceder com a identificação do perigo (que é basicamente verificar tudo que pode causar danos). Não se deve esquecer que danos causados pelo perigo também dependem do grau de exposição e sistemas de controle existentes na instalação. 4 – Análise de riscos: fornece as bases para a avaliação e decisão no tratamento de riscos. Entre as informações obtidas através dessa análise, pode-se obter a identificação e análise dos cenários de acidentes potencias e a classificação dos cenários quanto ao grau de risco e grau de vulnerabilidade do sistema. Pode ser feita através de análises qualitativas, semi-

Gerenciamento de Riscos Ocupacionais

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Texto informativo sobre o gerenciamento de riscos ocupacionais

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Page 1: Gerenciamento de Riscos Ocupacionais

O TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO E O GERENCIAMENTO DE RISCOS OCUPACIONAIS

O gerenciamento de riscos é um poderoso processo que deve ser usada pelos profissionais de segurança sempre que sua função envolver o controle de riscos. Em grandes empresas, existem setores voltados só para o estudo e aplicação desse processo. Sendo que a realidade do nosso país é bem diferente, já que a maioria das empresas são médias e pequenas. Nesses casos, grande parte delas tem apenas um técnico que além de outras funções, fica responsável pelo controle dos riscos e das emergências. O objetivo desse texto não é ensinar como fazer um gerenciamento de risco, mas dar uma visão geral da ferramenta e despertar o interesse na sua aplicação.

O processo de gerenciamento de riscos pode ser feito em etapas.

1 – Comunicação e consulta: etapa que envolve a equipe. Nela será avaliada a percepção do risco na visão dos envolvidos. Vale ressaltar que pessoas têm percepções dos riscos influenciadas por suas emoções, crenças e visão de mundo.

2 – Estabelecimento de contexto: não se deve avaliar o risco individualmente. Colocá-lo em um contexto vai contribuir para definir os limites do gerenciamento e as relações entre os envolvidos.

3 – Identificação de riscos: um dos passos cruciais no gerenciamento. Deve-se ter muita atenção, pois um risco não identificado nesse momento fará com que ele não entre no processo de gestão. Para colocá-lo em prática, devemos proceder com a identificação do perigo (que é basicamente verificar tudo que pode causar danos). Não se deve esquecer que danos causados pelo perigo também dependem do grau de exposição e sistemas de controle existentes na instalação.

4 – Análise de riscos: fornece as bases para a avaliação e decisão no tratamento de riscos. Entre as informações obtidas através dessa análise, pode-se obter a identificação e análise dos cenários de acidentes potencias e a classificação dos cenários quanto ao grau de risco e grau de vulnerabilidade do sistema. Pode ser feita através de análises qualitativas, semi-quantitativas e quantitativas. Para auxiliar nessas análises existem diversas ferramentas, tais como:

APR (Análise preliminar de riscos);

TIC (Técnica de incidentes críticos);

SR (Série de Riscos);

AE (Árvore de Causas);

WIF (What if/Checklist);

AAF (Análise de árvore de falhas);

AMFE (Análise do modo de falha e efeitos);

HAZOP (Estudo de operabilidade e riscos) entre outras.

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5 – Avaliação de riscos: tomada de decisões a partir dos resultados obtidos na etapa de análise de riscos.

6 – Tratamento de riscos: opções escolhidas para tratar o risco. Devido quase sempre ter diversas opções, para a escolha deve-se levar em consideração a relação custo benefício.

Referências:

AS/NZ 4360:2004 Risk Management, Sydney Standards Australia International Ltd, 2004.

CARDELLA, Benedito. Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes: Uma Abordagem Holística. São Paulo,Editora Atlas, 2009.

DE CICCO, Francesco; FANTAZZINI, Mario Luiz. Tecnologias Consagradas de Gestão de Riscos. São Paulo, Risk Tecnologia Editora Ltda, 2003.

MORGADO, Cláudia do Rosário Vaz; GUEIROS, João Marcus Sampaio; HADDAD, Carlos de Melo, Avaliação de riscos para priorização do plano de segurança. In: CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO - 22 e 23 de novembro de 2002.

MTE NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 1978. Disponivel em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF1CA0393B27/nr_09_at.pdf>. Acesso em junho 2011.

OLIVEIRA, Márcia Maria Pires. Plano de Evacuação de Emergência em uma Oficina de Fabricação de Estruturas Navais. Dissertação. Programa de Engenharia Ambiental, UFRJ. Rio de Janeiro, 2013.