27
GESTÃO AMBIENTAL 1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Prezado(a) aluno(a): A Gestão Ambiental visa ordenar as atividades humanas para que estas originem o menor impacto possível sobre o meio, observando desde a escolha das melhores técnicas até o cumprimento da legislação e a alocação correta de recursos humanos e financeiros. O objetivo do curso é contribuir para que os Técnicos de Nível Médio (TNM) tenham informações e conhecimento básico sobre as questões ambientais, ressaltando que o curso não irá aprofundar em aspectos técnicos e científicos de gestão ambiental, considerando o curto espaço de tempo, a abordagem será superficial. Ederwanda Barbosa Lage Silva 1 A proposta para esta disciplina, aqui apresentada, objetiva o desenvolvimento de capacidades (nas esferas dos conhecimentos, das habilidades e das atitudes), visando a participação individual e coletiva na gestão das questões ambientais, do uso dos recursos ambientais e na concepção e aplicação de decisões que afetam a qualidade do meio ambiente, seja ele físico, natural ou construído. Assim, nesta disciplina buscaremos o conhecimento dos princípios básicos que se faz necessário para possibilitar uma reflexão sobre o contexto da questão ambiental. Para alcançar nossos objetivos, esta disciplina está organizada em dois dias, com 3 horas/aula/dia conforme relacionado a seguir: 1 Gestora Ambiental (Instituto Vianna Junior), Especialista em Análise Ambiental (UFJF).

GESTÃO AMBIENTAL APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA · • Lixo qualquer tipo de resíduo sólido produzido e descartado pela atividade humana ... e baterias se acumulam no solo; ... ação

Embed Size (px)

Citation preview

GESTÃO AMBIENTAL

1

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Prezado(a) aluno(a):

A Gestão Ambiental visa ordenar as atividades humanas para que estas originem o menor

impacto possível sobre o meio, observando desde a escolha das melhores técnicas até o

cumprimento da legislação e a alocação correta de recursos humanos e financeiros.

O objetivo do curso é contribuir para que os Técnicos de Nível Médio (TNM) tenham

informações e conhecimento básico sobre as questões ambientais, ressaltando que o curso

não irá aprofundar em aspectos técnicos e científicos de gestão ambiental, considerando o

curto espaço de tempo, a abordagem será superficial.

Ederwanda Barbosa Lage Silva1

A proposta para esta disciplina, aqui apresentada, objetiva o desenvolvimento de

capacidades (nas esferas dos conhecimentos, das habilidades e das atitudes), visando a

participação individual e coletiva na gestão das questões ambientais, do uso dos recursos

ambientais e na concepção e aplicação de decisões que afetam a qualidade do meio

ambiente, seja ele físico, natural ou construído.

Assim, nesta disciplina buscaremos o conhecimento dos princípios básicos que se faz

necessário para possibilitar uma reflexão sobre o contexto da questão ambiental. Para

alcançar nossos objetivos, esta disciplina está organizada em dois dias, com 3

horas/aula/dia conforme relacionado a seguir:

1 Gestora Ambiental (Instituto Vianna Junior), Especialista em Análise Ambiental (UFJF).

GESTÃO AMBIENTAL

2

Aula 1 (3 horas/aula)

� Conceitos e noções de preservação

� Regularização: Licenciamento, Outorga, APP.

Aula 2 (3 horas/aula)

� Controle Ambiental: produtos perigosos, resíduos sólidos, efluentes atmosféricos e líquidos.

Iniciando a Nota de Aula...

Primeiramente vamos apresentar alguns conceitos com o objetivo de informar e subsidiar

nossa troca de ideias ...

• Abiótico � Sem vida. São os fatores ambientais físicos (ex. clima), químicos (ex. água e

oxigênio como inorgânicos, e ácidos húmicos como orgânicos) de um ecossistema.

• Antrópico � relativo ao ser humano. Quando se refere a “meio antrópico” queremos dizer

tudo que diz respeito ao homem, ou seja, os fatores sociais, econômicos e culturais, em

interação com o ambiente em que ele vive.

• Biodiversidade � diversidade biológica. Variação do numero de espécies em

determinado ecossistema.

• Biomassa � massa de matéria viva. Matéria orgânica viva, presente num determinado

tempo por unidade de área ou de volume (de água).

Os tópicos relacionados no programa serão desenvolvidos de maneira a integrar e

contextualizar o aluno e o seu ambiente de trabalho. Para isso, sua participação é fundamental

para o sucesso da disciplina. Você será convidado a ajudar a construir a disciplina. Quanto

maior a participação dos alunos, mais experiências serão compartilhadas, teremos mais

sinergia e melhores serão os resultados.

GESTÃO AMBIENTAL

3

• Biota � Todos os componentes vivos de um determinado sistema ecológico ou

ecossistema.

• Biosfera - Ecosfera � Espaço do globo terrestre ocupado pelos seres vivos. Portanto,

refere-se a toda superfície terrestre (litosfera), as águas (hidrosfera) e a porção da

atmosfera habitada pelos organismos que voam ou que flutuam.

• Biótico � que tem vida. Componentes vivos de um ecossistema

• Conservação � É o manejo dos recursos do ambiente, com o propósito de obter-se a

mais alta qualidade sustentável da vida humana, sem que esses ambientes percam sua

originalidade.

• Contaminação � resultado do contato de organismos, geralmente o ser humano, com

substâncias nocivas à saúde, tais como substancias tóxicas ou radioativas ou organismos

patogênicos.

• Degradação � é a redução de um recurso natural renovável até um certo nível de

produção sustentável, ou seja, refere-se a explotação até uma taxa limite de reconstituição

natural.

• Desenvolvimento Sustentável = Ecodesenvolvimento � Melhoria da qualidade de vida,

dentro da capacidade de suporte dos ecossistemas, ou desenvolvimento visando as

necessidades do presente, sem comprometer-se a disponibilidade de recursos que as

gerações futuras necessitarão, ou desenvolvimento sócio-econômico, respeitando e

procurando manter as características da natureza, sendo portanto baseado em princípios

ecológicos, para exploração dos seus recursos; esperando-se com isso, que sejam evitados

o desperdício e a degradação ambiental.

• Deterioração � Ação ou efeito de deteriorar. Por em mau estado, danificar, estragar,

arruinar.

• Ecossistema � pode ser definido como um sistema composto pelos seres vivos (meio

biótico) e o local onde eles vivem (meio abiótico, onde estão inseridos todos os

componentes não vivos do ecossistema como os minerais, as pedras, o clima, a própria luz

solar, e etc.) e todas as relações destes com o meio e entre si.

Para que se possa delimitar um “sistema ecológico” ou ecossistema é necessário que haja

quatro componentes principais: fatores abióticos, que são os componentes básicos do

ecossistema; os seres autótrofos, geralmente as plantas verdes, capazes de produzir seu

GESTÃO AMBIENTAL

4

próprio alimento através da síntese de substâncias inorgânicas simples; os consumidores,

heterotróficos, que não são capazes de produzir seu próprio alimento, ou seja, os animais

que se alimentam das plantas ou de outros animais; e os decompositores, também

heterotróficos, mas que se alimentam de matéria morta.

A totalidade destes organismos interagindo em um determinado local de forma a criar um

ciclo de energia (do meio abiótico para os seres autótrofos, destes para os heterótrofos e

destes para o meio abiótico novamente) caracterizando os níveis tróficos da cadeia

alimentar constitui um sistema ecológico ou ecossistema, independentemente da dimensão

do local onde ocorrem essas relações.

As dimensões de um ecossistema podem variar consideravelmente desde uma poça de

água até a totalidade do planeta terra que pode ser considerado como um imenso

ecossistema composto por todos os ecossistemas existentes (ecosfera).

• Lixo � qualquer tipo de resíduo sólido produzido e descartado pela atividade humana

doméstica, social e industrial. Os resíduos sólidos são classificados de acordo com sua

origem e composição, o que permite a escolha mais adequada para a sua destinação final.

• Poluição � efeito acarretado pelo procedimento humano de lançar na natureza, resíduos,

dejetos ou qualquer outro material que altere as condições naturais do ambiente,

contaminando ou deteriorando a fonte natural de recursos: ar, terra e água, sendo prejudicial

ao próprio homem ou a qualquer ser vivo.

Os tipos de poluição são, em geral, classificados em relação ao componente ambiental

afetado (poluição do ar, da água, do solo), pela natureza do poluente lançado (poluição

química, térmica, sonora, radioativa, etc) ou pelo tipo de atividade poluidora (poluição

industrial, agrícola, comercial, etc).

� Poluição da água

É o lançamento e a acumulação nas águas dos mares, dos rios, dos lagos e demais corpos

d’água, superficiais ou subterrâneos, de substâncias químicas ou biológicas que afetem

diretamente as características naturais da água e a vida ou que venham a lhes causar

efeitos adversos secundários.

Ocorrências: despejos de esgotos sanitários diretos em córregos, rios, mares, etc.; uso de

agrotóxicos que são transportados pela água para os corpos d’água, tanto superficiais como

subterrâneos; despejos sem tratamento das indústrias químicas, que liberam poluentes

orgânicos, chorume (líquido) produzido nos lixões que vão para os corpos d’água, inclusive

subterrâneos; pilhas e baterias dispostos inadequadamente, etc...

GESTÃO AMBIENTAL

5

� Poluição do ar

É a acumulação de qualquer substância ou forma de energia no ar, em concentrações

suficientes para produzir efeitos mensuráveis no homem, nos animais, nas plantas ou em

qualquer equipamento ou material, em forma de particulados (partículas sólidas ou líquidas

menores que um mícron de diâmetro), gases, gotículas ou qualquer e suas combinações.

É provocada por: veículos automotores que emitem gases como monóxido e o dióxido de

carbono, o óxido de nitrogênio, o dióxido de enxofre e os hidrocarbonetos; indústrias

químicas, siderúrgicas, fábricas de papel, cimento, refinarias de petróleo que emitem óxidos

sulfúricos, óxidos nitrogenados, hidrocarbonetos, enxofre, diversos resíduos sólidos e metais

pesados; aerossóis e aparelhos que libera clorofluorcarbonos (CFC); queimadas para

preparação de terras para agricultura ou pastos; fumaça produzida pela queima de madeira

nas padarias e nas olarias; etc ...

� Poluição do solo

É a contaminação do solo por qualquer um dos inúmeros poluentes derivados da agricultura,

da mineração, das atividades urbanas e industriais, dos dejetos animais, etc.

Acontece quando: na agricultura são utilizados agrotóxicos e excesso de fertilizantes; os

resíduos sólidos são colocados em lixões; os óleos usados nos postos de abastecimento de

combustíveis são dispostos inadequadamente; o chorume (líquido) produzido nos lixões

penetra no solo; os metais pesados das pilhas e baterias se acumulam no solo; etc ...

� Poluição sonora

É a introdução, pelo homem, direta ou indiretamente de energia no meio ambiente, que

resulte em efeitos deletérios de tal natureza, pondo em risco a saúde humana, afetem os

recursos bióticos e os ecossistemas.

É ocasionada por: excesso de trânsito nas vias principais dos centros urbanos; indústrias

que não usam tecnologias limpas; serviços de alto falantes; festas em geral que tenha som;

deslocamento de avião de propulsão a jato; etc ...

� Poluição visual

É o excesso de informações em cartazes de rua, propagandas, letreiros, grafites e muros, e

até mesmo as roupas com cores vibrantes e as camisetas com estampas exageradas.

É observada quando: existe excesso de sinais de trânsito; existir muitas informações e

cartaz de propaganda e excesso dos mesmos; prédios, muros e monumentos grafitados; os

transportes coletivos (ônibus) são multicoloridos; ocorrer excesso de letreiros luminosos.

GESTÃO AMBIENTAL

6

• Preservação � ação de proteção e/ou isolamento de um ecossistema com a finalidade

de que ele mantenha suas características naturais, por constituir-se como patrimônio

ecológico de valor.

• Resíduo � material remanescente de algum processo e que pode ter valor intrínseco,

podendo ser passível de uso para o próprio gerador ou não, com ou sem tratamento. Os

resíduos são classificados em função de suas propriedades físicas, químicas ou

infectocontagiosas, e com base na identificação de contaminantes presentes em sua massa.

A definição de resíduo compreende um único tipo de resíduo, ou a mistura de vários.

• Trófico � relativo a alimentação.

Agora vamos contextualizar ...

Tente imaginar a sociedade artesanal ... no período pré-industrial ... As comunidades eram

auto sustentáveis, produziam seus próprios utensílios e alimentos, atendiam suas

necessidades de maneira harmoniosa com a natureza. Os artesãos produziam exatamente

o que o consumidor precisava, um item de cada vez ... A exploração dos recursos naturais

se dava de modo pouco impactante, tanto pela demanda pequena como pela singela

capacidade de intervenção do homem (limitações de tecnologia, ferramentas, etc). Os

resíduos eram basicamente aparas de madeira, argila, materiais orgânicos, minerais ...

substâncias que a natureza pode decompor com facilidade. Não havia tanta preocupação

em alcançar altos níveis de produção para atender demandas comerciais, apenas se

buscava suprir as necessidades da comunidade. Mas as fronteiras foram se expandindo, o

comércio ganhando espaço, vencendo distâncias na terra e nos oceanos, novos continentes

foram descobertos, a população foi crescendo, as Grandes Navegações trouxeram uma

nova visão de mundo ... novos mercados ... novos hábitos ...

Deste modo, o homem vem, desde os tempos mais remotos, modificando o meio ambiente

de forma a adaptá-lo no intuito de atender suas necessidades fisiológicas, sociais e

econômicas. Esta interferência se dá de diversas formas, como pela extração e exploração

de recursos naturais, modificação do meio para ocupação antrópica, e pelo despejo de

resíduos resultantes das atividades humanas.

A Revolução Industrial do século XIX pode ser apontada como marco importante na

intensificação dos problemas ambientais ... Era notória a deterioração do ambiente urbano

com a contaminação do ar, a disseminação de enfermidades, as péssimas condições de

GESTÃO AMBIENTAL

7

vida dos trabalhadores. O uso crescente do carvão para fins industriais e domésticos gerava

os chamados “odores fétidos”. O carvão queimado na época continha o dobro do enxofre do

usado hoje em dia2.

Por consequência, o desenvolvimento econômico e industrial introduziu novos padrões de

consumo, intensificando a exploração dos recursos naturais para atender à produção

crescente, assim como novos e assustadores níveis de geração de resíduos, que surgiram

em quantidades excessivamente maiores que a capacidade de absorção da natureza e de

maneira que ela não é capaz de reciclar.

Com a Revolução Industrial veio a Produção em Massa. Mas uma Produção em Massa

necessitava de um “Consumo de Massa”. No início, os artesãos produziam bens para

atender as necessidades das pessoas. Ou seja, a produção deveria atender à demanda.

Mas, neste novo cenário, as pessoas descobrem outras “necessidades”. Com o

desenvolvimento industrial, a eficiência produtiva gerou uma imensa quantidade de produtos

que precisavam ser consumidos (vendidos), então era necessário criar uma demanda,

incentivar as pessoas a comprarem, consumirem, ou seja, criar “necessidades”... Desse

modo, a demanda é que deveria atender à produção. Todavia, as pessoas continuavam a

ver o meio ambiente como na era artesanal: para quê se preocupar? Existem tantos

recursos disponíveis! Tantas áreas a serem exploradas! Tanta água! Tantas florestas...

A urbanização acelerada também tem sido fator preocupante no que se refere à degradação

do ambiente, agravada pelo processo de adaptação do ambiente natural, com a escala de

aglomeração e concentração populacional. Quanto maior for essa escala, maiores serão as

adaptações e transformações do ambiente natural, maiores serão a diversidade e a

velocidade de recursos extraídos, maiores serão a quantidade e a diversidade dos resíduos

gerados e menor será a velocidade de reposição desses recursos3.

As áreas urbanas são extremamente dependentes das áreas verdes circunvizinhas, que

funcionam como ambientes de entrada e saída do sistema, fornecendo energia e materiais

que depuraram as emissões, limpando o ar. Todavia, contraditoriamente, quanto mais as

áreas urbanas crescem, diminui e disponibilidade de áreas naturais e aumenta a

necessidade destes ambientes para a sustentação das cidades, embora muitos ainda

acreditam que basta a tecnologia para suprir todas as necessidades e solucionar os

problemas ambientais contemporâneos. Isso mostra como os limites da natureza são

pressionados pelo crescimento e desenvolvimento urbano-industrial.

2 LEFF, 2003. 3 PHILIPPI JR., et al, 2006.

GESTÃO AMBIENTAL

8

Outro fato a ser considerado é que o lixo gerado pela população cada vez mais está

composto por restos de embalagens e de produtos industriais. Você sabe o quanto de lixo

cada pessoa gera, desde o nascimento até o fim de sua vida, na velhice...?

Aproximadamente vinte e cinco toneladas de lixo.

A intensificação da industrialização, a explosão demográfica, a produção e o consumo

desmedido, a urbanização e a modernização agrícola são alguns aspectos da evolução

histórica das sociedades humanas que geraram desenvolvimento econômico, mas que

resultaram numa degradação ambiental desenfreada4. O aumento da escala de produção

tem sido um importante fator que estimula a exploração dos recursos naturais e eleva a

quantidade de resíduos. Recursos naturais e economia interagem de modo bastante

evidente, uma vez que algo é recurso na medida em que sua exploração é economicamente

viável5. E assim, a sociedade moderna foi forjada em um ideal mecanicista, movida por uma

economia caracterizada pelas leis cegas do mercado. Nessa nova organização, a busca

pelo lucro e a razão instrumental são sobrepostas às leis da natureza, assolando também as

questões culturais, dizimando o sentimento de humanidade e, desse modo, desembocando

na CRISE AMBIENTAL6.

Texto para nossas reflexões...

O Drama da Ilha de Páscoa

Esta é uma história muito conhecida e utilizada para se refletir sobre sustentabilidade. O

texto foi extraído do livro: “O bom negócio da sustentabilidade”, de Fernando Almeida, (Rio

de Janeiro: Nova Fronteira, 2002), páginas 69 e 70.

A história dos homens que construíram as famosas estátuas gigantes da ilha de Páscoa é

um dos mais dramáticos exemplos de como a dilapidação do capital ambiental pode

extinguir uma sociedade humana, segundo o historiador britânico Clive Ponting, a cujo livro

A Green History of the World se deve o relato que se segue.

Quando os primeiros europeus chegaram à ilha, em 1722, encontraram uma terra árida,

completamente desprovida de vegetação, ocupada por cerca de três mil nativos.

Espalhadas pela ilha jaziam mais de seiscentas estátuas esculpidas em pedra, com seis

4 UFRGS, 2002. 5 LEFF, 2003. 6Ibid.

GESTÃO AMBIENTAL

9

metros de altura em média e algumas dezenas de toneladas de peso. Os habitantes, uma

gente primitiva que vivia em cavernas, diziam que as esculturas, evidentemente feitas de

material retirado de uma pedreira no interior da ilha, tinham chegado ali “caminhando”.

Que não eram eles os responsáveis pela obra era óbvio: esquálidos e rudes, não poderiam

ter executado tarefas complexas com as requeridas para esculpir, transportar e instalar as

estátuas. Estavam mais ocupados em matar-se uns aos outros na disputa pelos escassos

alimentos cultivados na ilha. Vez por outra, recorriam até ao canibalismo. A população

decrescia a tal ponto que em 1877 navios peruanos levaram para o continente, como

escravos, o que restava de nativos adultos, deixando na ilha apenas 110 crianças e velhos.

As esculturas gigantes eram, sem dúvida, os vestígios de uma sociedade avançada que

tinham florescido na inóspita ilha de 380km², perdida no meio do oceano Pacífico, a duas mil

milhas da costa do Chile. Sem uma explicação lógica para o modo como foram

transportadas e o que teria acontecido com os homens que as construíram, os europeus

deram asas à imaginação. Nos séculos seguintes, muitas foram as hipóteses levantadas

para explicar o mistério da ilha de páscoa, a mais saborosa das quais atribuía o feito a

extraterrestres.

A civilização que nasceu e morreu na ilha de Páscoa começou a ser construída quando

algumas dezenas de polinésios, originários do sudoeste da Ásia, ali chegaram no século V

da Era Cristã. Ao longo de mil anos, esses colonizadores formaram uma sociedade que

criava galinhas e plantava batata-doce - os únicos cultivos que deram certo na ilha - e se

dividia em clãs. Os chefes dos clãs organizavam as atividades, distribuíam a comida e os

bens, comandavam elaboradas cerimônias e rituais, e competiam por prestígio e poder.

Cada clã tinha o seu “ahu”, uma plataforma adornada com as estátuas gigantes, onde eram

realizadas as cerimônias. Quanto maiores e mais numerosas as estátuas do “ahu”, mais alto

o status do clã. Em 1550, havia centenas “ahus” e a população tinha atingido o pico: Sete

mil habitantes.

Sem animais de tração, os homens transportavam as estátuas esculpidas na pedreira de

Rano Raraku fazendo-as deslizar sobre troncos de árvores. E aí esta a chave para o

mistério do destino trágico daquela gente. No século XVIII, quando os europeus chegaram,

já não havia árvores na ilha. Ao longo de um milênio, tinham sido utilizadas para a

construção de casas e canoas, para aquecer e cozinhar; e sobretudo, para mover as

estátuas gigantes. Análises de pólen feitas no século XX confirmaram que no início da

ocupação humana na ilha era coberta de densa vegetação.

GESTÃO AMBIENTAL

10

Com a escassez de madeira, começou o declínio e o retorno a condições primitivas de vida.

Sem poder construir casas, muitos foram morar em cavernas. Depois, já não era possível

fazer canoas, apenas botes de junco, imprestáveis para as viagens mais longas. A pesca

ficou mais difícil. A falta de cobertura vegetal resultou em erosão do solo e colheitas

decrescentes.

O historiador Clive Ponting lembra que, certamente, os habitantes da ilha de Páscoa podiam

perceber que sua existência dependia dos recursos limitados de uma pequena ilha. E com

certeza notavam o desaparecimento progressivo de suas florestas. Mas foram incapazes de

encontrar uma forma de viver em equilíbrio com seu meio ambiente. Escreveu ele:

Na verdade, no momento mesmo em que as limitações da ilha devem ter ficado mais

evidentes, a competição entre os clãs pela madeira disponível parece ter se intensificado,

com mais e mais estátuas sendo esculpidas e transportadas, numa tentativa de assegurar

prestígio e status.

Tanto que, ainda hoje, é possível observar estátuas inacabadas perto da pedreira. Parece

que os que trabalhavam nelas nem se deram conta de que quão poucas árvores restavam

na ilha.

Dica 01 ...

Assim como Páscoa em seu auge, a Terra é uma ilha isolada na vastidão do espaço, e não há nenhum outro planeta adequado para onde migrar. Da mesma forma que na ilha do Pacífico, nossa população e o consumo de recursos está crescendo exponencialmente, porém nossos recursos são finitos.

Será que os humanos da Terra reviverão em maior escala a tragédia ocorrida na Ilha de Páscoa ou será que aprenderemos a viver de modo mais sustentável neste planeta que é nosso único lar?

Fonte: MILLER, 2008. Ciência Ambiental, p. 18.

GESTÃO AMBIENTAL

11

Antes de prosseguir, vamos assistir ao vídeo “História das coisas”

Esta atividade não será pontuada, pois se trata apenas de um

instrumento didático. Sugerimos que você não deixe de cumprir as

atividades propostas, pois essas são importantes para a compreensão

do nosso estudo.

Agora que você leu o texto e assistiu ao vídeo vamos trocar ideias sobre a questão colocada por

Miller: “Será que os humanos da Terra reviverão em maior escala a tragédia ocorrida na Ilha de

Páscoa ou será que aprenderemos a viver de modo mais sustentável neste planeta que é nosso

único lar?”

Compare as necessidades dos antigos moradores da Ilha de Páscoa com as atuais

necessidades da nossa civilização apresentada no vídeo “A história das coisas”. Quais as

diferenças/semelhanças entre as necessidades? As consequências serão semelhantes?

Agora, antes de seguir a diante, vamos fazer uma atividade...

... vamos às reflexões ... trocar ideias ...

Voltando à...AULA 02 ...

HISTÓRIA DAS COISAS

“História das Coisas” é um vídeo que nos mostra o processo da extração e produção até a venda, consumo e descarte, de produtos que utilizamos em nosso dia a dia, e que afetam comunidades em diversos países, a maior parte delas longe de nossos olhos.”

Com duração de aproximadamente 20 minutos, o vídeo revela as conexões entre diversos problemas ambientais e sociais, e é um alerta pela urgência em repensarmos um mundo mais sustentável e justo. Endereço eletrônico: http://www.youtube.com/watch?v=QCoQgRuu050

GESTÃO AMBIENTAL

12

REGULARIZAÇÃO: LICENCIAMENTO, OUTORGA, APP

LICENCIAMENTO:

• Sistema Nacional do Meio Ambiente;

� Instituído pela Lei Federal 6938/81:

� Órgão Superior – Presidência;

� Órgão Deliberativo - CONAMA;

� Órgão Central – MMA;

� Órgão Executor – Ibama;

� Órgãos Seccionais – Estaduais;

� Dentro do SISNAMA, tem-se: SISEMA (MG) e o SISMAD (JF);

• Lei nº 6.938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente → SISNAMA:

� Articulação União/Estados/Municípios, e ainda, sociedade civil organizada;

� Instituiu diversos instrumentos de gerenciamento, dentre eles: o

“licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente

poluidoras”; (art. 9º - IV);

� É um sistema dinâmico, em constante evolução.

• Quanto aos municípios:

� 22,2% dos municípios brasileiros possuem Conselho Municipal de Meio

Ambiente → correspondente a 47,6% da população brasileira (Região Sul e

Sudeste, principalmente);

� 6,6% possuem Fundo Municipal de Meio Ambiente;

� 13,5% possuem Legislação Ambiental Municipal;

Municípios que possuem, simultaneamente, Conselho Municipal de Meio Ambiente ativo,

Fundo Municipal de Meio Ambiente e Legislação Ambiental, correspondem a 2,2%.

Juiz de Fora se enquadra nestes 2,2%!!!!

GESTÃO AMBIENTAL

13

• Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos;

� Instituído pela Lei Federal 9433/97:

� Conselho Nac. Recursos Hídricos - CNRH;

� Agência Nacional de Águas - ANA;

� Conselhos Estaduais;

� Comitês de Bacia;

� Órgãos Públicos;

� Agências de Água;

� Organizações Civis de Recursos Hídricos;

• O que é Licenciamento Ambiental?

� Instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente instituído pela Lei nº.

6938, de 31/08/1981, com a finalidade de promover o controle prévio à

construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e

atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e

potencialmente poluidores.

• Quais atividades devem ser licenciadas?

� Resolução Conama nº. 237/1997;

� Deliberação Normativa COPAM nº 74/2004 (Minas Gerais);

• Qual a importância da Licença Ambiental?

� Requisito legal;

� Instituições de financiamento;

� Mercado (não como diferencial, mas pré-requisito).

GESTÃO AMBIENTAL

14

• Órgãos licenciadores:

� Federal: IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais – IBAMA);

� Estadual: COPAM (Conselho Estadual de Política Ambiental)

� Municipal: COMDEMA (Conselho Municipal de meio Ambiente)

• Tipos de licença ambiental

� Licença Prévia (LP):

� Avalia a concepção, tecnologia e localização do empreendimento;

� Análise do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental

(EIA/RIMA);

� Define requisitos para implantação;

� Evita investimentos desnecessários em projetos, ou pelo indeferimento

ou pelos requisitos impostos.

� Licença de Instalação (LI):

� Apresentação, análise e aprovação dos projetos executivos para

implantação da obra, e do Plano de Controle Ambiental;

� Autoriza a implantação do empreendimento;

� Qualquer alteração no projeto durante a obra deverá ser

comunicada/solicitado parecer previamente ao órgão licenciador;

� Licença de Operação (LO):

� Verificação da implantação e eficácia das medidas de controle e demais

condicionantes da LI, bem como da conformidade com o projeto

aprovado;

� Autoriza o funcionamento do empreendimento;

� Definirá restrições ou condicionantes;

� Qualquer alteração durante a operação (ampliação da capacidade, nº

funcionários, instalações, etc.) devem ser comunicada previamente ao

órgão ambiental.

GESTÃO AMBIENTAL

15

• Estudos Ambientais

� Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA);

� Relatório de Controle Ambiental (RCA);

� Plano de Controle Ambiental (PCA);

� Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD);

� Plano Técnico de Recomposição da Flora (PTRF):

� Inventário Florestal – Ibama;

� Plano Básico Ambiental (PBA) – Ibama.

• Prazos de análise de processo

� Resolução Conama nº. 237/1997, Art. 14, o órgão ambiental tem prazo de 6

(seis) meses ou 12 meses quando houver EIA/RIMA;

� Quando o órgão licenciador faz uma Solicitação de Informações

Complementares: a contagem de tempo é suspensa – o empreendedor tem 4

(quatro) meses para atender.

• Validade das Licenças

� Resolução Conama 237/97, Art. 18:

� LP: não superior a 5 (cinco) anos;

� LI: não superior a 6 (seis) anos;

� LO: mínimo - 4 (quatro) anos ; máximo - 10 (dez) anos;

� Minas Gerais ⇒ DN Copam nº 17/96, alterada pela DN Copam nº. 23/97:

Prazos diferenciados de 8, 6 e 4 anos, conforme o porte e o potencial poluidor

do empreendimento.

GESTÃO AMBIENTAL

16

• Licenciamento Ambiental Estadual

• Licenciamento Ambiental Municipal

Quadro resumo do licenciamento ambiental em MG e em Juiz de Fora:

Nota: Como em Juiz de Fora não existe o procedimento de AAF, os estudos e

exigências para as classes de 1 à 4 serão os mesmos: LP – RCA; LI – PCA; LO

– implantação das medidas do PCA; determinação das condicionantes da LO.

• Pós Licença - Condicionantes ambientais:

� Instrumentos de controle estipulados pelo órgão licenciador - seu

cumprimento é obrigação legal;

GESTÃO AMBIENTAL

17

� Laudos, relatórios, adequações;

� Atenção aos prazos;

� Cumprir o proposto no PCA, no PRAD e demais medidas mitigadoras

aprovadas no licenciamento;

� Comunicar alterações no processo, instalações, número de funcionários,

informações constantes do licenciamento.

OUTORGA

A outorga deve ser solicitada antes da implantação de qualquer intervenção que

venha a alterar o regime, a quantidade ou a qualidade de um corpo de água.

Quando já estiver ocorrendo o uso do recurso hídrico, o processo de solicitação de

outorga para regularização da intervenção é o mesmo, sem o qual, o usuário estará

sujeito às sanções previstas em lei pelo fato de estar utilizando os recursos hídricos

sem a respectiva outorga.

� Passíveis de outorga � todos os usos que alterem o regime, a quantidade ou a

qualidade da água existente em um curso de água;

� Usos insignificantes � passíveis de cadastramento junto à autoridade outorgante;

� A outorga de direito de uso de recursos hídricos não é definitiva;

� Validade máxima � 35 anos, ainda que possa haver renovação, como também a

sua suspensão ou seu cancelamento, conforme regulamento.

• Estão sujeitos à Outorga:

� Captação ou derivação de água em um corpo de água;

� Exploração de água subterrânea;

� Construção de barramento ou açude;

� Construção de dique ou desvio em corpo de água;

� Construção de estruturas de lançamento de efluentes em corpo de água;

� Construção de estrutura de recreação nas margens;

� Construção de estrutura de transposição de nível;

GESTÃO AMBIENTAL

18

� Construção de travessia rodo-ferroviária;

� Dragagem, desassoreamento e limpeza de corpo de água;

� Lançamento de efluentes em corpo de água;

� Retificação, canalização ou obras de drenagem;

� Transposição de bacias;

� Aproveitamento de potencial hidroelétrico;

� Outras modificações do curso, leito ou margens dos corpos de água.

ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP

O conceito de Áreas de Preservação Permanente (APP) presente no Código

Florestal brasileiro (Lei 12.651/2012), “área protegida, coberta ou não por vegetação

nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a

estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora,

proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”, emerge do

reconhecimento da importância da manutenção da vegetação de determinadas

áreas - as quais ocupam porções particulares de uma propriedade, não apenas para

os legítimos proprietários dessas áreas, mas, em cadeia, também para os demais

proprietários de outras áreas de uma mesma comunidade, de comunidades vizinhas,

e, finalmente, para todos os membros da sociedade.

• APP – definidas no Código Florestal (Lei Federal 12.651/2012) e demais normas

pertinentes, como áreas situadas:

� Ao logo dos rios e de qualquer curso d’água;

� As áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de

barramento ou represamento de cursos d’água naturais;

� As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que

seja sua situação topográfica;

� as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100%

(cem por cento) na linha de maior declive;

� Nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;

GESTÃO AMBIENTAL

19

� Nas bordas dos tabuleiros ou chapadas;

� Em altitude superior a 1.800 metros ...

• APP - Importância física (vegetação):

� Em encostas acentuadas: promove a estabilidade do solo, evitando sua perda por

erosão e protegendo as partes mais baixas do terreno, como as estradas e os

cursos d’água;

� Na área agrícola: evita ou estabiliza os processos erosivos;

� Como quebra-ventos nas áreas de cultivo;

� Nas áreas de nascentes: atua como um amortecedor das chuvas, evitando o seu

impacto direto sobre o solo e a sua paulatina compactação. Permite que o solo

permaneça poroso e capaz de absorver a água das chuvas, alimentando os

lençóis freáticos; evita que o escoamento superficial excessivo de água carregue

partículas de solo e resíduos tóxicos provenientes das atividades agrícolas para o

leito dos cursos d’água, poluindo-os e assoreando-os;

� Margens de cursos d’água ou reservatórios: garante a estabilização das margens

evitando que o seu solo seja levado diretamente para o leito dos cursos; atuando

como um filtro ou como um “sistema tampão”. Esta interface entre as áreas

agrícolas e de pastagens com o ambiente aquático possibilita sua participação no

controle da erosão do solo e da qualidade da água, evitando o carreamento direto

para o ambiente aquático de sedimentos, nutrientes e produtos químicos

provenientes das partes mais altas do terreno, os quais afetam a qualidade da

água, diminuem a vida útil dos reservatórios, das instalações hidroelétricas e dos

sistemas de irrigação;

� Controle hidrológico de uma bacia hidrográfica: regulando o fluxo de água

superficial e sub superficial, e assim do lençol freático.

GESTÃO AMBIENTAL

20

CONTROLE AMBIENTAL - PRODUTOS PERIGOSOS, RESÍDUOS SÓLIDOS, EFLUENTES ATMOSFÉRICOS E LÍQUIDOS

• RESÍDUOS PERIGOSOS

� Aspectos a serem contemplados no manejo:

� A segurança pessoal e institucional;

� A Legislação; e,

� O gerenciamento com ênfase em:

� minimização na fonte,

� tratamento ou inativação, e

� disposição final.

� Onde encontrar informações sobre segurança produtos químicos:

� MSDS (Material Safety Data Sheet) e

� FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos). Estas

fichas normalmente apresentam as seguintes informações: identificação do

produto, composição, identificação de risco, medidas de primeiros socorros,

medidas de combate a incêndio e tratamento de derramamento, manuseio e

armazenamento, propriedades físico-químicas, informações toxicológicas,

considerações sobre tratamento / disposição final e outras informações.

A Norma Técnica - NBR 14725 - define o formato e a obrigatoriedade de

informações sobre produtos químicos (FISPQ) pelo fornecedor ou distribuidor

dos mesmos. O respaldo à obrigatoriedade da norma é o Código de Defesa do

Consumidor, quando trata dos efeitos à saúde decorrentes dos produtos

comercializados.

� Estocagem segura de Produtos Químicos

� Estocagem por Compatibilidade Química

� Classe 1 - produtos inflamáveis ou combustíveis; compatíveis com água e

não tóxicos;

GESTÃO AMBIENTAL

21

� Classe 2 - Produtos inflamáveis e combustíveis; incompatíveis com água e

não tóxicos;

� Classe 3 - Oxidantes não inflamáveis; compatíveis com água;

� Classe 4 - Oxidantes não inflamáveis; incompatíveis com água;

� Classe 5 - Sensíveis ao ar;

� Classe 6 - Produtos químicos que exijam refrigeração;

� Classe 7 - Cilindros contendo gases comprimidos, separados como

oxidantes, redutores, corrosivos ou tóxicos

� Classe 8 - Produtos químicos instáveis (Explosivos)

� Incompatibilidade Química

� Ácidos e Bases;

� Oxidantes e Redutores;

� Alguns solventes orgânicos e Água; e,

� Vide apêndice V da Resolução RDC 306/2004 da ANVISA para uma lista

mais abrangente.

� Vazamentos de Produtos Químicos – dicas importantes

� Limpe imediatamente qualquer derramamento de substância química.

� Preste atenção no seguinte:

� procure conhecer as informações toxicológicas sobre a substância;

� mantenha as pessoas que não estejam autorizadas a realizar essa

operação afastadas;

� use equipamentos de proteção (máscaras, luvas grossas, óculos de

segurança, avental ou roupas adequadas);

� tente evitar que a substância derramada entre em contato com os dutos de

saída de água;

� caso necessário, coloque o conteúdo do vazamento em um frasco

adequado; e,

� use absorventes adequados.

GESTÃO AMBIENTAL

22

� Tratamento das Emergências

� Coloque em um local bem visível os números dos telefones de emergência, de

preferência no próprio telefone.

� Procure saber onde estão os alarmes de incêndio.

� Procure saber a localização dos extintores de incêndio.

� Procure saber onde estão os kits de primeiros socorros.

� Procure saber onde estão os kits de vazamento.

� Quando for evacuar o prédio, aja imediatamente e certifique-se que todos

deixaram o prédio pelas rotas de evacuação.

� Responda sempre aos alarmes.

� Use as escadas, nunca os elevadores.

� Espere fora do prédio a uma distância de 50m ou mais.

� Não entre no prédio até que os bombeiros o liberem.

• RESÍDUOS SÓLIDOS

� Normas Técnicas da ABNT:

� NBR 10004 – Classificação de Resíduos Sólidos;

� Diversas outras tratando sobre amostragem, aterros industriais perigosos,

transporte de cargas perigosas, etc.;

� Resíduos Industriais – provenientes de atividades industriais e construções;

� Responsabilidade pela coleta/tratamento/disposição final é do próprio GERADOR

do resíduo.

� Disposição inadequada pode causar a contaminação do solo, água e ar;

� Classificação (NBR 10004):

� Classe I – Resíduos Perigosos;

� Classe II – Resíduos Não Perigosos;

� Classe II A = Não inertes (biodegradáveis);

� Classe II B = Inertes (Ex.: entulhos=RCC);

� Classe I – Resíduos Perigosos:

� Riscos = saúde humana, seres vivos em geral;

GESTÃO AMBIENTAL

23

� Características = inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade,

patogenicidade;

� Cuidados especiais no acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e

destinação final;

� Caracterizam pela letalidade, não degradabilidade, efeitos cumulativos

adversos;

� Classe II – Resíduos Não Perigosos:

� Classe II A – Não Inertes = Podem apresentar propriedades como

biodegrabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água;

� Classe II B – Inertes = não combustíveis e não degradados prontamente

(metais, tijolos, vidros, borrachas, etc.)

� Responsabilidade em caso de ocorrências com risco à saúde pública e ao meio

ambiente:

� Gerador → acidentes ocorridos em suas instalações;

� Gerador e transportador → acidentes ocorridos durante o transporte;

� Gerador e Gerenciador de unidades receptoras → nos acidentes ocorridos em

suas instalações;

� O gerador é responsável pelos resíduos remanescentes da desativação da

fonte geradora, bem como peça descontaminação e recuperação das áreas.

� Gestão dos Resíduos

� Redução na fonte;

� Segregação dos resíduos;

� Acondicionamento;

� Tratamento interno;

� Transporte;

� Tratamento externo;

� Disposição final.

GESTÃO AMBIENTAL

24

� Fluxograma - ABNT 1004

• EFLUENTES ATMOSFÉRICOS

� Regulamentação: Resolução CONAMA 382/2006; Deliberação Normativa

COPAM 11/1986;

� Tipos de efluentes: matéria sólida, líquida, gasosa ou energia;

� Classificação quanto ao estado físico: Material Particulado; Gases e Vapores

� Classificação quanto a origem: poluentes primários ou secundários;

� Classificação quanto a classe química: orgânicos ou inorgânicos;

� Prioridade: impedir, ou ainda, reduzir a geração de poluente → tratamento das

emissões.

• EFLUENTES LÍQUIDOS

� O efluente industrial pode conter elevadas concentrações de matéria orgânica,

sólidos em suspensão, metais pesados, compostos tóxicos, microorganismos

patogênicos, entre outros ...

GESTÃO AMBIENTAL

25

� O lançamento de efluentes industriais pode provocar alterações nas

características físicas (temperatura), químicas (contaminantes, pH) e biológicas

(microorganismos) dos corpos d’água.

� Legislação - Prioridade: eliminar, ou reduzir a geração na fonte;

� Lei Federal 9.433/1997 – Política Nacional de Recursos Hídricos; Resolução

CONAMA 357/2005;

� Em MG, Lei Estadual 13.199 /1999 – Política Estadual de Recursos Hídricos;

Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG N.º 1, de 05 de Maio de

2008

� A atividade industrial utiliza água para: lavagem de matéria prima, equipamentos

e instalações; caldeiras para produção de vapor; sistemas de

refrigeração/arrefecimento; incorporação aos produtos; reações químicas, SPCI,

etc.

� Necessita de certos padrões de qualidade

� ETE – Estação de Tratamento de Efluentes.

� Para definir o tratamento adequado:

� Caracterizar o efluente (qualitativa e quantitativamente);

� Observar a classificação do corpo receptor;

� Observar o respectivo padrão de lançamento;

� Projetar o sistema a fim de garantir, no mínimo, o que determina a

legislação.

� Segregar os efluentes:

� Pluviais → água de chuva

� Sistema de drenagem individualizado de forma a não permitir a

contaminação;

� Possibilidade de aproveitamento;

GESTÃO AMBIENTAL

26

Bibliografia utilizada nas notas de aula

AFONSO, Cíntia Maria. Sustentabilidade: caminho ou utopia? São Paulo: Annablume, 2006.

ALMEIDA, Fernando. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.

BARBIERI, José Carlos. Gestão Ambiental Empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

BAZZO, Walter Antônio; PEREIRA, Luiz Teixeira do Vale. Introdução à Engenharia. 6 ed. Florianópolis: UFSC, 2000.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: meio ambiente, saúde / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : 1997.

COLLARES, José Enilcio Rocha. Política ambiental e sustentabilidade na escala local. 2004. 266f. Tese (Doutorado em Geografia) - IGEO, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.

HUISINGH, Donald. Emerging academic responsibilities and opportunities for promoting regional sustainability & fulfilling the millennium development goals. In: Environmental Engineering and Management Journal, n. 6, 05/2007.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Vocabulário básico de recursos naturais e meio ambiente. Rio de Janeiro, 2004.

LEFF, Enrique (Coord.). et al. A Complexidade Ambiental. Trad. Eliete Wolff. São Paulo: Cortez, 2003.

LEPRI, Mônica Cavalcanti. Semeando a interdisciplinaridade: as ‘idéias vivas’ de Gregory Bateson. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, vol 38, n. 228, p. 16-21, jul. 2006.

MACEDO, Ricardo Kohn. Equívocos e propostas para a avaliação ambiental. In: Tauk, Sâmia Maria(org.). Analise Ambiental: uma visão multidisciplinar. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista,1995, p. 33-44.

MAZZINI, Ana Luíza Dolabella de Amorim. Dicionário Educativo de termos ambientais. 3. Ed. – Belo Horizonte: A. L. D. Amorim Mazzini, 2006.

MELLO, Luiz Antônio de Oliveira. Fundamentos de Análise Ambiental, Notas de Aula. Rio de Janeiro: UERJ, 2007.

MILLER JR, G. Tyler. Ciência Ambiental. São Paulo: Thomson Pioneira, 2008.

OLIVEIRA, Márcio de. Universidade e sustentabilidade: proposta de diretrizes e ações para uma universidade ambientalmente sustentável. 2009. 90f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) – PGECOL, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2009a.

PELICIONI, Maria Cecília Focesi. Fundamentos da educação ambiental. In: PHILIPPI JR, Arlindo (Ed). Curso de Gestão Ambiental. Barueri, SP: Manole, 2004, p. 459-483.

PHILIPPI JR, Arlindo; et al. Uma introdução à questão ambiental. In: ______ (Ed). Curso de Gestão Ambiental. Barueri: Manole, 2004, p. 3-16.

SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 3. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2008a.

______. Desenvolvimento includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2008b.

UFRGS. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Produção Mais Limpa. CD ROM, 2002.

GESTÃO AMBIENTAL

27

WEB Sites

ANA, Agência Nacional de Águas. Disponível em <http://www.ana.gov.br/>.

Camara dos Deputados. Disponível em <http://www2.camara.gov.br/responsabilidade-social/ecocamara/agendaambiental.html>.

CEBDS, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. Disponível em <http://www.cebds.org.br/>.

CIESP, Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. Disponível em http://www.ciesp.com.br

CNTL SENAI, Centro Nacional de Tecnologias Limpas – SENAI. Disponível em http://www.senairs.org.br/cntl/

Estadao.com.br. Versão on-line do jornal O Estado de São Paulo. Disponível em <http://www.estadao.com.br>.

Ministério da Cultura. Disponível em <http://www.cultura.gov.br/>.

Ministério da Educação. <http://www.mec.gov.br/>.

Ministério das Relações Exteriores. Disponível em <http://www.mre.gov.br/>.

Ministério do Meio Ambiente. Disponível em <http://www.mma.gov.br/conama/>

UNEP, United Nations Environment Programme. Disponível em <http//:www.unep.org/>.

WWF do Brasil. Disponível em <http://www.wwf.org.br/>.

Compromisso Empresarial para Reciclagem. Disponível em <http://www.cempre.org.br>.

Os dez mandamentos para economizar água. Disponível em <http://www.rededasaguas. org.br/acesso/itu/dez.htm>.

17 dicas para economizar energia elétrica em casa. Disponível em <http://mpjbiologo.blog spot.com/2011/01/17-dicas-para-economizar-energia.html>

http://www.cmqv.org/website/artigo.asp?cod=1461&idi=1&moe=212&id=17071

http://www.infoescola.com

Faço meu agradecimento especial ao Prof.ª Márcio de Oliveira7 que colaborou para a

elaboração desta disciplina.

7 Engenheiro de Produção, Especialista em Análise Ambiental, Mestre em Ecologia Aplicada ao Manejo e Conservação dos Recursos Naturais e Doutorando em Ecologia Aplicada ao Manejo e Conservação dos Recursos Naturais (UFJF).