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FAEX- FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DE EXTREMA Anderson Soares Bruna Silva Ismael Patrício Patrícia Coutinho Sandra Alencar Wilson Santos Gestão de Pessoas - Arte de Liderar Pessoas 1

Gestão de pessoas

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Page 1: Gestão de pessoas

FAEX- FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS

APLICADAS DE EXTREMA

Anderson Soares

Bruna Silva

Ismael Patrício

Patrícia Coutinho

Sandra Alencar

Wilson Santos

Gestão de Pessoas - Arte de

Liderar Pessoas

EXTREMA – MG

2014

1

Page 2: Gestão de pessoas

FAEX- FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS

APLICADAS DE EXTREMA

Gestão de Pessoas - Arte de

Liderar Pessoas

2

Trabalho apresentado no

curso de Tecnólogo em Logística

em cumprimento à exigência

parcial da Disciplina Gestão da

Qualidade junto à FAEX, sob a

orientação do Profº Darlei Veiga

Page 3: Gestão de pessoas

Extrema-MG, JUNHO de 2014.

RESUMO

O trabalho examina as principais habilidades e competências ligadas

à liderança e à gestão de pessoas.

Aborda também os sete fatores mais importantes para a mudança de

modos de pensar, tal como devem ser utilizadas por líderes e gestores. Por

fim, examina as relações dos estilos de liderança com necessidades e os

contextos específicos de gestão.

O objetivo principal deste trabalho é No mundo corporativo e dentro

da área hospitalar, atualmente, o grande diferencial é a transição

necessária para uma Gestão de Pessoas, através de uma liderança forte e

coerente em seus princípios.

A arte da liderança carrega como um de seus principais ingredientes

o conceito de valorização e reconhecimento de seus colaboradores.

Afinal, somente profissionais comprometidos podem realmente fazer

a diferença dentro das instituições e esse comprometimento que podemos

definir como Motivação no trabalho é o primeiro passo para uma mudança

profunda nos resultados, inclusive financeiros, de qualquer organização

hospitalar.

Palavras-chave: Liderança, Motivação, necessidades individuais

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Page 4: Gestão de pessoas

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................6

1. GESTÃO DE PESSOAS................................................................................7

1.1 Conceitos e Definições.............................................................................7

1.1.2 Pessoas nas Organizações.............................................................8

1.1.3 Mas qual é a definição de Gestão de Pessoas?.............................8

2. QUANDO E ONDE SURGIU A GESTÃO DE PESSOAS..............................9

2.1Podemos dividir o Século XX em............................................................11

2.1.2 Pessoal / Relações Industriais.......................................................11

2.1.3 Recursos Humanos........................................................................11

2.1.4 Gestão de Pessoas...................................................................12

3. O PAPEL DO COACH NAS ORGANIZAÇÕES...........................................13

3.1. Maiores benefícios para a empresa trazidos pelo Executive

Coaching......................................................................................................14

3.1.2 Tipos de coaching.....................................................................15

4 . Atuação das empresas em relação a gestão de pessoas............................19

4.1 O Contexto da Gestão de Pessoas dentro das organizações......................20

4.1.2 Conceito de Gestão de Pessoas dentro das Organizações...........21

4.1.3 As pessoas como parceiras da organização...............................22

4.1.4 Pessoas como recursos ou como parceiros da organização?.23

4.1.5 Aspectos Fundamentais da Moderna Gestão de Pessoas.24

4.2 Conceitos de RH ou de Gestão de Pessoas.....................................24

4.2.1 Objetivos da Gestão de Pessoas................................................25

4.2.2 Os processos da gestão de pessoas.........................................28

4.2.3 Gestão de Pessoas com Ênfase em Estratégias.................31

4.2.4 A gestão participativa como modelo de gestão......................36

5.CUSTOS PARA CAPACITAR GESTORES....................................................39

5.1 O que é Capacitação?.............................................................................39

5.1.2 O que é capacitar?.........................................................................40

5.1.3 Cursos para capacitar um gestor..................................................41

5.1.4 Custos para capacitar um gestor...................................................45

6.MÃO DE OBRA NO MERCADO....................................................................45

4

Page 5: Gestão de pessoas

6.1 SOBRE MÃO DE OBRA NO MERCADO...........................................51

6.1.2 Pesquisa revela que falta de mão de obra qualificada prejudica

empresas...........................................................................................................52

7.REQUISITOS DAS NORMAS E DIRETRIZES.............................................54

7.1 O que é uma norma?..............................................................54

7.2 Algumas Normas e Diretrizes ligados a Gestão.....................55

8 GESTÃO NA EMPRESA TOYOTA..............................................................57

8.1 História da Toyota...................................................................57

8.1.2 Sistema toyota de Gestão.......................................................59

8.1.3 Liderança deve estar lado a lado com a equipe Operacional.........62

8.1.4 O modelo Japonês de administração da Toyota..........65

8.1.5 A psicologia organizacional da Toyota.........................65

8.1.6 Os processos de negócios da Toyota.........................66

8.1.7 O Resultada da perfeita Gestão...................................67

9 CONCLUSÃO.........................................................................................68

5

Page 6: Gestão de pessoas

INTRODUÇÃO

No contexto organizacional atual, mudanças ocorrem com frequência

e junto a ela a Gestão de Pessoas vem passando por uma considerável

transformação, a medida que os sistemas tradicionais que antes eram

utilizados como referencia, vem sofrendo com algumas consequências que

foram geradas pela utilização de métodos muito centralizados, mostrando

assim a fragilidade diante do ambiente turbulento e imprevisível pelo qual

vem passando as organizações.

Dentro de uma Organização inúmeros fatores influenciam no

cumprimento de tarefas e da produção como um todo, isso pode ser

explicado pela grande quantidade de conhecimentos e personalidades

distintas. Para que essas diferenças não afetem a ordem de uma empresa é

necessário estabelecer um compromisso com a força de trabalho,

baseando-se em respeito mútuo e principalmente em uma comunicação

aberta.

Por esse motivo percebe-se a necessidade de uma atualização, uma

evolução no modo de gerenciar as pessoas. O gestor atual tem que ter em

mente que cada organização, cada cargo exercido necessitam de pessoas

com perfis específicos e com determinado tipo de competência.

A Gestão de Pessoas envolve muitas áreas dentro de uma

organização, seja Recursos Humanos, supervisores, gerentes, diretores ou

até mesmo presidentes, por isso a importância de uma abordagem acerca

das modificações em um setor que possui tanta influencia dentro de uma

empresa.

Para a elaboração e conclusão deste relatório, foi adotada toda uma

pesquisa bibliográfica, no qual todas as afirmações, citações e dados

oferecidos estarão suportados por referenciais teóricos.

6

Page 7: Gestão de pessoas

1. GESTÃO DE PESSOAS

1.1 Conceitos e Definições

A Gestão de Pessoas é de vital importância para qualquer empresa.

A gestão de pessoas não é mais um departamento da empresa.

Segundo Chiavenato (1999), a gestão de pessoas é contingencial e situacional,

pois dependem de vários aspectos como a estrutura organizacional adotada, a

cultura que existe em cada organização, as características do contexto

ambiental, o negócio da empresa, os processos internos e outras variáveis

importantes.

A Gestão de Pessoas deve tratar os funcionários como parceiros da

empresa, assim como trata os fornecedores, os acionistas, os clientes entre

outros. Os empregados tem um papel fundamental para a empresa, pois são

eles que contribuem com seus conhecimentos, capacidades e habilidades,

proporcionando decisões e ações que dinamizam a organização.

Gestão de Pessoas é um conjunto de habilidades que o gestor, seja ele

um gerente, supervisor, diretor ou chefe deve ter para lidar com os funcionários

de sua empresa. O gestor deve ser capaz de delegar tarefas, aconselhar,

motivar, e planejar metas para os seus colaboradores.

O conceito de gestão de pessoas ou administração de recursos

humanos é uma associação de habilidades e métodos, políticas, técnicas e

práticas definidas, com o objetivo de administrar os comportamentos

internos e potencializar o capital humano nas organizações.

A Gestão de Pessoas ocorre através da participação, capacitação,

envolvimento e desenvolvimento de funcionários de uma empresa, e a área

tem a função de humanizar as empresas. Muitas vezes, a gestão de pessoas é

confundida com o setor de Recursos Humanos, porém RH é a técnica e os

mecanismos que o profissional utiliza e gestão de pessoas tem como objetivo a

valorização dos profissionais. Em uma empresa, a gestão de pessoas deve ser

feita pelos gestores e diretores, porque é uma área que requer capacidade de

liderança.

7

Page 8: Gestão de pessoas

O setor de gestão de pessoas possui uma grande responsabilidade

na formação dos profissionais, e tem o objetivo de desenvolver e colaborar

para o crescimento da instituição e do próprio profissional.

E por fim, a Gestão de Pessoas deve tratar os funcionários como

parceiros da empresa, assim como trata os fornecedores, os acionistas, os

clientes entre outros. Os empregados tem um papel fundamental para a

empresa, pois são eles que contribuem com seus conhecimentos,

capacidades e habilidades, proporcionando decisões e ações que

dinamizam a organização.

1.1.2 Pessoas nas organizações

O capital humano tem sido cada vez mais valorizado pelas

organizações, pois elas entenderam que devem oferecer o suporte necessário

para que essas pessoas desenvolvam novas aptidões e aperfeiçoem

características que já possuem. Se as pessoas dentro das organizações

tiverem oportunidade de progressão, elas vão poder dar o melhor delas,

originando resultados positivos para a empresa em questão.

Uma boa gestão dos elementos de uma organização causa um crescimento

contínuo, onde todos contribuem para um ambiente de eficiência e eficácia.

1.1.3 Mas qual é a definição de Gestão de Pessoas?

Segundo Chiavenato (1999), as definições para a Gestão de Pessoas

são:

• Conjunto de políticas e praticas necessárias para conduzir os aspectos

da posição gerencial relacionados com as pessoas ou recursos humanos,

incluindo recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação de

desempenho.

• A gestão de pessoas é a função na organização que está relacionada

com provisão, treinamento, desenvolvimento, motivação e manutenção dos

empregados.

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Page 9: Gestão de pessoas

2. QUANDO E ONDE SURGIU A GESTÃO DE PESSOAS

Em suas origens a Gestão de Pessoas tinha como princípio que cada

indivíduo inserido em uma organização deveria ser tratado como um

recurso disponível para a produção de bens e serviços. Entretanto, o

conceito de pessoas enquanto recurso veio se modificado intensamente

com o desenvolvimento das organizações e mudanças ocasionadas pela

acirrada competitividade no mercado empresarial.

Nascida no início do século XX a partir da Revolução Industrial, a

Gestão de Pessoas, denominada até então como Relações Industriais,

surgiu como uma atividade mediadora de conflitos. Dado o crescimento e

complexidade das organizações, os objetivos organizacionais e pessoais,

ainda que interligados, eram conflitantes em sua essência. Os dirigentes

das organizações tendiam a ver as pessoas, na figura de empregados,

como obstáculos ao crescimento da organizacional e, concomitantemente,

as pessoas enxergavam as organizações do trabalho como fonte de

exploração da mão de obra.

Já na década de 50, evoluindo para a Administração de pessoal, a

função de intermediar conflitos entre organizações e pessoas passou a

incorporar também a administração de pessoas segundo a legislação

trabalhista vigente. Nos bancos, e posteriormente, nas indústrias, os

9

Page 10: Gestão de pessoas

primeiros escritórios ou departamentos de pessoal era a referência de

gestão de pessoas, marcadas pela alta burocracia, controle de pagamentos

e pouco relacionamento interativo com as pessoas. Com algumas

mudanças ocorridas, a partir da década de 60, o modelo de gestão de

recursos humanos é levado ao reconhecimento das pessoas como recursos

fundamentais ao desenvolvimento organizacional, o que logo mais, ao que

veio a ser chamado na década de 70 de Administração de Recursos

Humanos. Esta, por sua vez, foi fundamentada nas bases da psicologia

industrial, nas teorias organizacionais e nas abordagens sociotécnicas, das

dinâmicas de grupo. Surgindo também, na mesma época, as técnicas de

descrição de cargos e salários, enriquecimento de tarefas e participação por

objetivos.

Entretanto, a visão de pessoas como recursos disponíveis aos

interesses organizacionais modificou-se intensamente com as mudanças

revolucionárias do cenário global. Atualmente, as organizações estão cada

vez mais cientes que não se administra pessoas tratando-as como recursos

financeiros, materiais ou tecnológico. Nesta perspectiva, as o antigo

conceito de pessoas inativas e dependentes das organizações deram

espaço a compreensão das pessoas como agentes transformadores, ativas,

inteligentes, criativas e dotadas de competências que as tornam o Capital

Humano das organizações:

Desde então o grande desafio das organizações é a gestão de

pessoas que agrega valor em meio a constantes mudanças nas relações de

trabalho de um ambiente competitivo e inconstante. A atual nomenclatura,

Gestão de Pessoas, adotada nas modernas literaturas da Administração de

Recursos Humanos, veio para suavizar a colocação das pessoas enquanto

recursos valorizá-las enquanto capital. Com isso o grande enfoque

abordado pelas modernas estratégias tem sido a combinação gestão do

capital humano e benefícios econômicos através do alinhamento entre

potencial humano e objetivos organizacionais.

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Page 11: Gestão de pessoas

2.1 Podemos dividir o Século XX em:

Industrialização Clássica – 1900 a 1950;

Industrialização Neoclássica – 1950 a 1990;

Era da Informação – Após 1990.

2.1.2 Pessoal / Relações Industriais

As pessoas são consideradas como apêndice das máquinas

meras fornecedoras de esforço físico e muscular.

Anotações em carteira;

Contagem de horas trabalhadas;

Aplicação de medidas disciplinares;

Contagem de férias, etc.

2.1.3 Recursos Humanos

Recrutamento;

Seleção;

Treinamento;

Avaliação;

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Page 12: Gestão de pessoas

Remuneração;

Higiene e segurança no trabalho;

Relações trabalhistas e sindicais.

2.1.4 Gestão de Pessoas

As pessoas – de agentes passivos que são administrados – passam

a constituir agentes ativos e inteligentes que ajudam a administrar os

demais recursos organizacionais.

As pessoas passam a ser consideradas como parceiros da

organização que tomam decisões a respeito de suas atividades, cumprem

metas e alcançam resultados previamente negociados.

3. O PAPEL DO COACH NAS ORGANIZAÇÕES

Coaching é um processo definido com um acordo entre o coach

(profissional) e o coachee (cliente) para atingir a um objetivo desejado pelo

cliente. A palavra coach vem do nome de uma aldeia na Hungria. O coach

(motivador) apoia o cliente na busca de realizar o objetivo, ajudando a traçar as

diversas metas que somadas levam o coachee(motivado) ao encontro ao

objetivo estabelecido dentro do processo de coaching. Isso é feito por meio de

reflexões e posterior análise das opções e da identificação e uso das próprias

competências, como o aprimoramento e também o adquirir novas

competências, além de perceber, reconhecer e superar as crenças limitantes,

os pontos de maior fragilidade. Coaching é, portanto, um processo objetivo,

guiado por um conjunto de informações crescentes oriundas de sessões,

estabelecendo metas, com a finalidade de atingir transformações positivas na

vida do coachee.

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Page 13: Gestão de pessoas

O Coach (treinador, numa tradução Inglês) atua encorajando, apoiando,

mantendo a motivação e acompanhando a Ação e o Plano de Ação de seu

Coachee, incentivando o seu crescimento, aumento de capacidades,

habilidades, ação, conscientização de valores e maior controle emocional

(Inteligência Emocional), por meio de técnicas que melhorem a sua

performance profissional e pessoal, com foco em melhor qualidade de vida,

visando a satisfação de objetivos desejado pelo Coachee, considerando ideias

como a de que o simples fato de compartilhar pensamentos e ideias que estão

soltos e poder organizá-los, transformando em um objetivo desafiante e guiado

e mensurado por um Plano de Ações, possibilitando desta forma a

concretização dos sonhos e desejos.

Pensando nas práticas que envolvem essa filosofia de gestão, sem

ficarmos preso à nomenclatura, podemos ilustrar o papel do coach lembrando

os filósofos gregos.

O papel do Coach é, principalmente, o de estimular as pessoas a

obterem melhores resultados durante os processos que levam ao

desenvolvimento de suas competências pessoais e profissionais.

O coach é o profissional com grandes experiências em organizações

renomadas, vivenciou e participou de cases de sucesso e está focado em agir

a favor dos objetivos, desejos e resultados dos seus clientes, os coachees.

Além de toda vasta experiência na bagagem, o coach deve ter conhecimento

em comportamento humano: é preciso potencializar a performance dos

indivíduos na vida profissional, levando-os à mudanças positivas e lucrativas

para a empresa.

Para obter bons resultados através do Coaching de Equipe é importante

fazer um mapeamento da situação em que a empresa se encontra. Apesar da

disseminação no Brasil, o coaching ainda é mais usado por profissionais de

alto nível hierárquico. Trata-se do coaching - um processo estruturado que

auxilia as pessoas a alcançarem suas metas pessoais, na carreira, em

empreendimentos e, inclusive, nas empresas. Origem do coaching a origem

dessa metodologia parte de diferentes argumentos e abordagens quanto à

época, ao local ou mesmo às analogias atribuídas ao significado, à evolução do

sentido e às aplicações atuais do coaching.

13

Page 14: Gestão de pessoas

No Brasil, por exemplo, a partir da década de 1970, autores afirmam que

é mantida a visão do coaching como uma ação interna - relação superior-

subordinado.

Por sua vez, essa percepção é enriquecida pela publicação dos

primeiros estudos científicos - teses e artigos - sobre as contribuições da

prática de coaching ao desempenho profissional dos subordinados (coachees).

Os estudos dos autores indicariam que somente a partir da década de 1990

teria surgido a possibilidade de uma relação entre um funcionário da empresa -

coachee - e um profissional externo à organização - coach.

O coaching ganhou evidência quando o mundo dos negócios pediu um

novo posicionamento das empresas no mercado, e o maior bem de uma

empresa passou a ser o seu capital humano. Um dos principais fatores que

contribui para que a prática do coaching tenha tornado-se tão popular no meio

organizacional é o poder de provocar mudanças comportamentais sustentáveis

e efetivas em seus profissionais.

O coaching ganhou espaço no meio corporativo porque são freqüentes

muitas mudanças. Coaches são, não somente agentes de mudança, eles são

mestres das mudanças. O coaching não vai resgatar as dores emocionais do

passado, pois o foco está direcionado do presente para o futuro. Não seria

justo permitir uma dependência entre coach e coachee.

O coaching, então, é um processo totalmente voltado à ação. Trabalha-

se do presente para o futuro.

3.1 Maiores benefícios para a empresa trazidos pelo

Executive Coaching

14

Page 15: Gestão de pessoas

3.1.2 Tipos de coaching

Coaching de Vida

É normal que você já tenha vivido alguma situação em sua vida de

medo, insegurança, falta de coragem e motivação, desânimo, ou apenas queira

melhorar como pessoa em seus vários aspectos. Caso você se identifique com

uma dessas situações, o coaching pode ser um divisor de águas em sua vida,

não tenha dúvidas.

O Coaching de Vida, por sua vez, é um processo constante de

desenvolvimento e evolução do potencial humano. Neste procedimento, é

buscado o alcance de objetivos previamente definidos através da identificação

e utilização de competências desenvolvidas pelas próprias pessoas, bem como

o reconhecimento e superação de possíveis obstáculos.

O Coaching possibilita, sobretudo, melhorar a auto-estima, a

autoconfiança, a motivação, estimulando o autoconhecimento das pessoas,

nas suas mais variadas distinções, sempre obtendo recursos para o alcance de

objetivos.

15

Page 16: Gestão de pessoas

Para tal, técnicas e ferramentas testadas e aprovadas

internacionalmente atestam e comprovam a eficácia da metodologia utilizada

pela Academia Brasileira de Coaching.

O coach, o treinador, ou instrutor de Coaching, atua de forma

encorajadora, motivando e estimulando seu cliente, ou coachee, fazendo-o

refletir sobre determinados aspectos, sem qualquer tipo de crítica ou

julgamento. O coach trabalha a partir de questionamentos e uso de técnicas

que aprimoram desempenhos/ comportamentos profissionais ou pessoais,

sempre tendo como foco o alcance de objetivos desafiantes previamente

definidos, a partir de reflexões e descobertas transformadoras. O processo se

dá através de sessões entre o coach e o coachee, sempre baseado na

confiança e respeito mútuo.

Os resultados aparecem de forma rápida e prática. Em todos os

aspectos, sua vida poderá alcançar um patamar jamais imaginado

anteriormente, fazendo com que a mesma evolua positivamente em todos os

sentidos, impactando diretamente você e as pessoas ao seu redor.

O Coaching é destinado a pessoas que, assim como você, possui

objetivos na vida, sonhos e desejos não realizados, e que estão dispostas a

mudar este quadro, a partir da execução de ações que levem ao resultado

esperado. Você não precisa, necesariamente,ter algum problema. Basta ser

alguém que queira desenvolver suas habilidades sempre buscando alcançar

objetivos, aumentar sua performance, superar seus limites, melhorar como

pessoas e seu relacionamento, entre vários outros aspectos.

• Coaching de Negócios

O Coaching de Negócios destina-se a pequenas e médias organizações

que visam o desenvolvimento de seus colaboradores, ou ainda

empreendedores com dúvidas a respeito de que rumo seguir em seus

negócios, em potencial ou já existentes, sempre visando o aprimoramento de

aspectos profissionais, em ambos os casos.

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Page 17: Gestão de pessoas

Neste sentido, se você possui um negócio amparado pelos serviços de

um Coach de Negócios, você certamente irá conseguir aproveitar muito melhor

o potencial e o desempenho de sua empresa e de seus colaboradores em

geral. Para tal, será incentivado que todos se alinhem frente ao mesmo

objetivo, com missão, visão e valores também alinhados, visando

desenvolvimento de habilidades de forma constante e continua para que os

resultados sejam mais eficazes e efetivos.

• Coaching Executivo

O Coaching Executivo é destinado às pessoas que possuem algum nível

de autoridade e poder dentro de uma organização. É ideal para executivos que

almejam aprimorar sua liderança, bem como suas tomadas de decisões

estratégicas, visando sempre capacitar pessoas no que diz respeito ao seu

desempenho e excelência pessoal e profissional nos negócios.

É interessante dizer que não há, geralmente, uma pessoa para estes

gestores conversarem a respeito de suas expectativas, aspiração, dúvidas e

receios e, sendo assim, o Coach seria a pessoa ideal para este papel, neste

caso.

O Coaching Executivo, neste sentido, auxilia o desenvolvimento de

competências identificadas como prioritárias para o aprimoramento profissional,

fazendo com que o executivo aprenda a desempenhar sua própria liderança. A

empresa como um todo irá se beneficiar com o coaching executivo, visto que

haverá uma evolução organizacional continua através do alinhamento

individual e coletivo sempre se baseando nos objetivos futuros a serem

alcançados.

Com um Coach Executivo, o profissional conseguirá definir mais

facilmente suas metas estratégicas, tomará melhores decisões, ampliará suas

habilidades de liderança e competências para fortalecer o seu alto

desempenho, eliminando hábitos improdutivos e transformando crenças

limitantes em idéias inovadoras. O executivo estará, no geral, muito bem

capacitado para administrar melhor seu tempo, reconhecer seus valores e estar

17

Page 18: Gestão de pessoas

em harmonia com eles, o que terá um efeito muito positivo na empresa como

um todo.

• Coaching de Carreira

O Coaching de Carreira é destinado àquelas pessoas que possuem

algum tipo de dúvida ou insatisfação a respeito de suas carreiras, seja ela já

iniciada ou não. Neste caso, podem demandar este tipo de Coaching as

pessoas nas seguintes situações: iniciantes em uma carreira; insatisfeitas com

sua carreira; em transição de carreira; que buscam recolocação no mercado;

que almejam uma nova profissão ou cargo; entre outros.

Caso você necessite de um Coach de Carreira e opte por seus serviços,

você irá conseguir melhor definir sua carreira como um todo. Você irá refletir

sobre aspectos antes jamais imaginados, de forma a clarear suas intenções e

propósitos, definindo objetivos e metas e alinhando seus valores mais

relevantes com sua carreira.

Com o Coaching de Carreira, você poderá estar fazendo um balanço a

respeito de sua vida como um todo voltado para sua carreira, percebendo quais

habilidades e competências você já possui e quais precisam ser aprimoradas

para fazer de você um profissional brilhante dentro de sua carreira e no

mercado, sempre desenvolvendo suas aptidões neste sentido, visando sua

satisfação pessoal e profissional como um todo.

18

Page 19: Gestão de pessoas

4 . Atuação das empresas em relação a gestão de pessoas

Quando as organizações são bem-sucedidas, elas tendem a crescer

ou, no mínimo, a sobreviver. O crescimento acarreta maior complexidade

dos recursos necessários às suas operações, com o aumento de capital,

incremento de tecnologia, atividades de apoio etc. E, de lambuja, provoca o

aumento do número de pessoas, bem como a necessidade de intensificar a

aplicação de seus conhecimentos, habilidades e destrezas indispensáveis à

manutenção e competitividade do negócio. Com tudo isto se assegura que

os recursos materiais, financeiros e tecnológicos sejam utilizados com

eficiência e eficácia. E as pessoas passam a significar o diferencial

competitivo que mantém e promove o sucesso organizacional: elas passam

a constituir a competência básica da organização, a sua principal vantagem

competitiva em um mundo globalizado, instável, mutável e fortemente

concorrencial.

Para mobilizar e utilizar plenamente as pessoas em suas atividades,

as organizações estão mudando os seus conceitos e alterando as suas

práticas gerenciais. Em vez de investirem diretamente nos produtos e

serviços, elas estão investindo nas pessoas que entendem deles e que

sabem como criá-los, desenvolvê-los, produzi-los e melhorá-los. Em vez de

investirem diretamente nos clientes, elas estão investindo nas pessoas que

os atendem e os servem e que sabem como satisfazê-los e encantá-los. As

pessoas passam a constituir o elemento básico do sucesso empresarial.

Fala-se hoje em estratégia de recursos humanos para expressar a

utilização deliberada das pessoas para ajudar a ganhar ou manter uma

vantagem auto-sustentada da organização em relação aos concorrentes

que disputam o mercado. A estratégia constitui o plano global ou a

abordagem geral que a organização adota, para assegurar que as pessoas

possam cumprir adequadamente a missão organizacional.

4.1 O Contexto da Gestão de Pessoas dentro das organizações

O contexto da gestão de pessoas é formado por pessoas e

organizações. As pessoas passam boa parte de suas vidas trabalhando dentro

19

Page 20: Gestão de pessoas

de organizações.

E estas dependem daquelas para poderem funcionar e alcançar

sucesso. De um lado, o trabalho toma considerável tempo das vidas e dos

esforços das pessoas, que dele dependem para sua subsistência e sucesso

pessoal. Separar o trabalho da existência das pessoas é muito difícil, senão

quase impossível, diante da importância e do impacto que o trabalho nelas

provoca. Assim, as pessoas dependem das organizações nas quais trabalham

para atingir seus objetivos pessoais e individuais. Crescer na vida e ser bem-

sucedido quase sempre significa crescer dentro das organizações. De outro

lado, as organizações dependem direta e irremediavelmente das pessoas para

operar, produzir seus bens e serviços, atender seus clientes, competir nos

mercados e atingir seus objetivos globais e estratégicos. Com toda certeza, as

organizações jamais existiriam sem as pessoas que lhes dão vida, dinâmica,

energia, inteligência, criatividade e racionalidade. Na verdade, cada uma das

partes depende da outra. Uma relação de mútua dependência na qual há

benefícios recíprocos. Uma relação de duradoura simbiose entre pessoas e

organizações.

As organizações apresentam uma incrível variedade. Elas podem ser

indústrias, comércio, bancos, financeiras, hospitais, universidades, lojas,

prestadoras de serviços etc. Podem ser grandes, médias e pequenas quanto

ao seu tamanho. Podem ser públicas ou privadas quanto à sua propriedade.

Quase tudo de que a sociedade necessita é produzido pelas organizações.

Vivemos em uma sociedade de organizações, pois nascemos nelas,

aprendemos nelas, servimo-nos delas, trabalhamos nelas e passamos a maior

parte de nossas vidas dentro delas. Assim, o contexto em que se situa a

Gestão de Pessoas é representado pelas organizações e pelas pessoas. Sem

organizações e sem pessoas não haveria a Gestão de Pessoas. Em resumo,

as organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir

seus objetivos e cumprir suas missões. E para as pessoas, as organizações

constituem o meio através do qual elas podem alcançar vários objetivos

pessoais, com um custo mínimo de tempo, de esforço e de conflito. Muitos dos

objetivos pessoais jamais poderiam ser alcançados apenas por meio do

esforço pessoal isolado. As organizações surgem para aproveitar a sinergia

dos esforços de várias pessoas que trabalham em conjunto. Sem organizações

20

Page 21: Gestão de pessoas

e sem pessoas certamente não haveria a Gestão de Pessoas. Termos como

empregabilidade e empresabilidade são usados para indicar, de um lado, a

capacidade das pessoas em conquistar e manter seus empregos e, de outro, a

capacidade das empresas em desenvolver e utilizar as habilidades intelectuais

e capacidades competitivas dos seus membros.

OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS OBJETIVOS INDIVIDUAIS Sobrevivência Crescimento Sustentado Lucratividade Produtividade Qualidade nos produtos/serviços Redução de Custos Participação no mercado Novos mercados Novos clientes Competitividade Imagem no mercado

Melhores salários Melhores benefícios Estabilidade no emprego Segurança no trabalho Qualidade de vida no trabalho Satisfação no trabalho Consideração e respeito Oportunidade de crescimento Liberdade para trabalhar Liderança liberal Orgulho da organização

4.1.2 Conceito de Gestão de Pessoas dentro das

Organizações

Gestão de Pessoas é uma área muito sensível a mentalidade que

predomina nas organizações. Ela é contingencial e situacional, pois depende

de vários aspectos, como a cultura que existe em cada organização, da

estrutura organizacional adotada, das características do contexto ambiental, do

negócio da organização, da tecnologia utilizada, dos processos internos e de

uma infinidade de outras variáveis importantes.

4.1.3 As pessoas como parceiras da organização

Nos tempos atuais, as organizações estão ampliando sua visão e

atuação estratégica. Todo processo produtivo somente se realiza com a

participação conjunta de diversos parceiros, cada qual contribuindo com algum

recurso. Os fornecedores contribuem com matérias-primas, insumos básicos,

serviços e tecnologias. Os acionistas e investidores contribuem com capital e

investimentos que permitem o aporte financeiro para a aquisição de recursos.

Os empregados contribuem com seus conhecimentos, capacidades e

21

Page 22: Gestão de pessoas

habilidades, proporcionando decisões e ações que dinamizam a organização.

Os clientes e consumidores contribuem para a organização, adquirindo seus

bens ou serviços colocados no mercado. Cada um dos parceiros da

organização contribui com algo na expectativa de obter um retorno pela sua

contribuição. Muitas organizações utilizam meios para obter a inclusão de

novos e diferentes parceiros para consolidar e fortificar seus negócios e

expandir suas fronteiras através de alianças estratégicas.

Cada parceiro está disposto a continuar investindo seus recursos na

medida em que obtém retornos e resultados satisfatórios de seus

investimentos. Graças ao emergente sistêmico - que é o efeito sinergístico da

organização - esta consegue reunir e juntar todos os recursos oferecidos pelos

diversos parceiros e aumentar seus resultados. Através desses resultados a

organização pode proporcionar um retorno maior às contribuições efetuadas

pelos parceiros e manter a continuidade do negócio. Geralmente, as

organizações procuram privilegiar os parceiros mais importantes. Os acionistas

e investidores eram, até há pouco tempo, os mais privilegiados na distribuição

e apropriação dos resultados organizacionais. Essa assimetria está sendo

substituída por uma visão sistêmica e integrada de todos os parceiros do

negócio, já que todos eles são indispensáveis para o sucesso da empresa.

Acontece que o parceiro mais íntimo da organização é o empregado: aquele

que está dentro dela, que lhe dá vida e dinamismo e que faz as coisas

acontecerem.

PARECEIROS DAORGANIZAÇÃO

CONTRIBUEMCOM:

ESPERAM RETORNOS

DE:ACIONISTRAS EINVESTIDORES

Capital de risco e investimento

Lucros e dividendos,valor agregado

EMPREGADOS Trabalho, esforço, conhecimentos e

competências

Salários, benefícios, retribuições e satisfações

FORNECEDORES Matérias-primas, serviços, insumos básicos, tecnologias

Lucros e Novos negócios

CLIENTES ECONSUMIDORES

Compras, aquisição e uso dos bens e serviços

Qualidade, preço, satisfação,

Valor agregado

22

Page 23: Gestão de pessoas

Colaboradores agrupados em equipesMetas negociadas e compartilhadasPreocupação com resultadosAtendimento e satisfação do clienteVinculação à missão e à visãoInterdependência c/ colegas e equipesParticipação e comprometimentoÊnfase na ética e na responsabilidadeFornecedoras de atividadesÊnfase no conhecimentoInteligência e talento

Empregados isolados nos cargosHorário rigidamente estabelecidoPreocupação com normas e regrasSubordinação ao chefeFidelidade à organizaçãoDependência da chefiaAlienação à organizaçãoÊnfase na especializaçãoExecutoras de tarefasÊnfase nas destrezas manuaisMão-de-obra

4.1.4 Pessoas como recursos ou como parceiros da

organização?

Dentro desse contexto, a questão básica é escolher entre tratar as

pessoas como recursos organizacionais ou como parceiras da organização. Os

empregados podem ser tratados como recursos produtivos das organizações:

os chamados recursos humanos. Como recursos, eles precisam ser

administrados, o que envolve planejamento, organização, direção e controle de

suas atividades, já que são considerados sujeitos passivos da ação

organizacional. Daí, a necessidade de administrar os recursos humanos para

obter deles o máximo rendimento possível. Neste sentido, as pessoas

constituem parte do patrimônio físico na contabilidade organizacional. Isso

significa "coisificar” as pessoas.

As pessoas devem ser visualizadas como parceiras das organizações.

Como tais, elas são fornecedoras de conhecimentos, habilidades,

competências e, sobretudo, o mais importante aporte para as organizações: a

inteligência que proporciona decisões racionais e que imprime significado e

rumo aos objetivos globais. Neste sentido, as pessoas constituem parte

integrante do capital intelectual da organização. As organizações bem-

sucedidas se deram conta disso e tratam seus funcionários como parceiros do

negócio e fornecedores de competências e não mais como simples

empregados contratados.

PESSOAS COMO RECURSOS PESSOAS COMO PARCEIRAS

23

Page 24: Gestão de pessoas

4.1.5 Aspectos Fundamentais da Moderna Gestão de

Pessoas

A Gestão de Pessoas se baseia em três aspectos fundamentais:

1.As pessoas como seres humanos: Dotados de personalidade própria e

profundamente diferentes entre si, com uma história pessoal particular e

diferenciada, possuidores de conhecimentos, habilidades e competências

indispensáveis à adequada gestão dos recursos organizacionais. Pessoas

como pessoas e não meros recursos da organização.

2.As pessoas como ativadores inteligentes de recursos organizacionais:.

Como elementos impulsionadores da organização e capazes de dotá-Ia de

inteligência, talento e aprendizagem indispensáveis à sua constante renovação

e competitividade em um mundo cheio de mudanças e desafios. As pessoas

como fonte de impulso próprio que dinamiza a organização e não como

agentes passivos, inertes e estáticos.

3.As pessoas como parceiros da organização: Capazes de conduzi-la à

excelência e ao sucesso. Como parceiros, as pessoas fazem investimentos na

organização - como esforço, dedicação, responsabilidade, comprometimento,

riscos etc. - na expectativa de colherem retornos desses investimentos - como

salários, incentivos financeiros, crescimento profissional, carreira etc. Qualquer

investimento somente se justifica quando traz um retorno razoável. Na medida

em que o retorno é bom e sustentável, a tendência certamente será a

manutenção ou aumento do investimento. Daí, o caráter de reciprocidade na

interação entre pessoas e organizações. E também o caráter de atividade e

autonomia e não mais de passividade e inércia das pessoas. Pessoas como

parceiros ativos da organização e não como meros sujeitos passivos dela.

4.2 Conceitos de RH ou de Gestão de Pessoas

24

Page 25: Gestão de pessoas

Diferentes autores têm diversos conceitos sobre Gestão de Pessoas:

Administração de Recursos Humanos (ARH) é o conjunto de políticas e

práticas necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial

relacionados com as "pessoas" ou recursos humanos, incluindo recrutamento,

seleção, treinamento, recompensas e avaliação do desempenho.

ARH é a função administrativa devotada à aquisição, treinamento, avaliação e

remuneração dos empregados. Todos os gerentes são, em um certo sentido,

gerentes de pessoas, porque todos eles estão envolvidos em atividades como

recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento.

ARH é o conjunto de decisões integradas sobre as relações de emprego que

influenciam a eficácia dos funcionários e das organizações.

ARH é a função na organização que está relaciona da com a provisão,

treinamento, desenvolvimento, motivação e manutenção dos empregados.

4.2.1 Objetivos da Gestão de Pessoas 

As pessoas constituem o principal ativo da organização. Daí, a

necessidade de tornar as organizações mais conscientes e atentas para seus

funcionários. As organizações bem-sucedidas estão percebendo que apenas

podem crescer, prosperar e manter sua continuidade se forem capazes de

otimizar o retorno sobre os investimentos de todos os parceiros.

Principalmente, o dos empregados. E quando uma organização está voltada

para as pessoas, a sua filosofia global e sua cultura organizacional passam a

refletir essa crença. A Gestão de Pessoas é a função que permite a

colaboração eficaz das pessoas – empregados, funcionários, recursos

humanos, talentos ou qualquer denominação utilizada – para alcançar os

objetivos organizacionais e individuais. Os nomes – como departamento de

pessoal, relações industriais, recursos humanos, desenvolvimento de talentos,

capital humano ou capital intelectual- são utilizados para descrever a unidade,

departamento ou equipe relacionada com a gestão das pessoas. Cada qual

reflete uma maneira de lidar com as pessoas. O termo Administração de

Recursos Humanos (RH) ainda é o mais comum de todos eles.

25

Page 26: Gestão de pessoas

As pessoas podem aumentar ou reduzir as forças e fraquezas de uma

organização dependendo da maneira como elas são tratadas. Elas podem ser

a fonte de sucesso como de ser a fonte de problemas. É melhor tratá-las como

fonte de sucesso. Para que os objetivos da Gestão de Pessoas sejam

alcançados, é necessário que as pessoas sejam tratadas como elementos

básicos para a eficácia organizacional.

Os objetivos da Gestão de Pessoas são variados. A RH deve contribuir

para a eficácia organizacional através dos seguintes meios:

1. Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua

missão. A função de RH é um componente fundamental da organização de

hoje. Antigamente, a ênfase era colocada no fazer corretamente as coisas

através dos métodos e regras impostos aos funcionários para obter eficiência.

O salto para a eficácia veio com a preocupação em atingir objetivos e

resultados. Não se pode imaginar a função de RH sem se conhecer o negócio

de uma organização. Cada negócio tem diferentes implicações na RH. O

principal objetivo da RH é ajudar a organização a atingir suas metas, objetivos

e a realizar sua missão.

2. Proporcionar competitividade à organização. Isto significa saber

empregar as habilidades e competências da força de trabalho. A função da RH

é fazer com que as forças das pessoas sejam mais produtivas para beneficiar

clientes, parceiros e empregados. Esta foi a crença que levou Walt Disney a

construir a Disney a partir das suas próprias pessoas. No nível

macroeconômico, a competitividade é o grau em que uma nação pode, em

condições livres e justas de mercado, produzir bens e serviços que sejam bem

aceitos nos mercados internacionais, enquanto simultaneamente mantém ou

expande os ganhos reais de seus cidadãos. Nesta definição, a palavra nação

pode ser substituída por organização e a palavra cidadãos por empregados.

3. Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem motivadas.

Quando um executivo diz que o propósito da RH é construir e proteger o mais

valioso patrimônio da empresa - as pessoas - ele está se referindo a este

objetivo da RH. Preparar e capacitar continuamente as pessoas é o primeiro

passo. O segundo é dar reconhecimento às pessoas e não apenas dinheiro.

26

Page 27: Gestão de pessoas

Para melhorar e incrementar seu desempenho, as pessoas devem perceber

justiça nas recompensas que recebem. Isso significa recompensar bons

resultados e não recompensar pessoas que não se desempenham bem. Tornar

os objetivos claros e explicirar como são medidos e quais as decorrências do

seu alcance. As medidas de eficácia da RH - e não apenas a medida de cada

chefe - é que devem ser proporcionadas às pessoas certas, na fase certa do

desempenho de um trabalho, e no tempo certo para a organização.

4. Aumentar a auto-atualização e a satisfação das pessoas no trabalho.

Antigamente a ênfase era colocada nas necessidades da organização. Hoje,

sabe-se que as pessoas precisam ser felizes. Para que sejam produtivas, as

pessoas devem sentir que o trabalho é adequado às suas capacidades e que

estão sendo tratadas eqüitativamente. Para as pessoas, o trabalho é a maior

fonte de identidade pessoal. As pessoas despendem a maior parte de suas

vidas no trabalho, e isso requer uma estreita identidade com o trabalho que

fazem. Pessoas satisfeitas não são necessariamente as mais produtivas. Mas

pessoas insatisfeitas tendem a desligar-se da empresa, a se ausentar

freqüentemente e a produzir pior qualidade do que pessoas satisfeitas. A

felicidade na organização e a satisfação no trabalho são fortes determinantes

do sucesso organizacional.

5. Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho. Qualidade de

vida no trabalho (QVT) é um conceito que se refere aos aspectos da

experiência do trabalho, como estilo de gestão, liberdade e autonomia para

tomar decisões, ambiente de trabalho agradável, segurança no emprego, horas

adequadas de trabalho e tarefas significativas e agradáveis. Um programa de

QVT procura estruturar o trabalho e o ambiente de trabalho no sentido de

satisfazer a maioria das necessidades individuais das pessoas e tornar a

organização um local desejável e atraente. A confiança das pessoas na

organização também é fundamental para a retenção e a fixação de talentos.

6. Administrar e impulsionar a mudança. Nas últimas décadas, houve um

período turbulento de mudanças sociais, tecnológicas, econômicas, culturais e

políticas. Essas mudanças e tendências trazem novas abordagens, mais

27

Page 28: Gestão de pessoas

flexíveis e ágeis, que devem ser utilizadas para garantir a sobrevivência das

organizações. E os profissionais de RH devem saber como lidar com

mudanças se realmente querem contribuir para o sucesso de sua organização.

São mudanças que se multiplicam exponencialmente e cujas soluções impõem

novas estratégias, filosofias, programas, procedimentos e soluções.

7. Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável.

Toda atividade de RH deve ser aberta, transparente, confiável e ética. As

pessoas não devem ser discriminadas, e os seus direitos básicos devem ser

garantidos. Os princípios éticos devem ser aplicados a todas as atividades da

RH. Tanto as pessoas como as organizações devem seguir padrões éticos e

de responsabilidade social. A responsabilidade social não é uma exigência feita

apenas às organizações, mas também e principalmente às pessoas que nelas

trabalham.

4.2.2 Os processos da gestão de pessoas

A moderna Gestão de Pessoas consiste de várias atividades integradas,

como descrição e análise de cargos, planejamento de RH, recrutamento,

seleção, orientação e motivação das pessoas, avaliação do desempenho,

remuneração, treinamento e desenvolvimento, relações sindicais, segurança,

saúde e bem-estar etc.

No seu trabalho, cada administrador - seja ele um diretor, gerente, chefe

ou supervisor - desempenha as quatro funções administrativas que constituem

o processo administrativo, a saber: planejar, organizar, dirigir e controlar. A

ARH procura ajudar o administrador a desempenhar todas essas funções

porque ele não realiza seu trabalho sozinho, mas através das pessoas que

formam sua equipe. É com sua equipe de subordinados que o administrador

executa as tarefas e alcança metas e objetivos.

A RH refere-se às políticas e práticas necessárias para administrar o

trabalho das pessoas, tais como:

1.Análise e descrição de cargos e modelagem do trabalho.

28

Page 29: Gestão de pessoas

2.Recrutamento e seleção de pessoal e admissão de candidatos

selecionados.

3.Orientação e integração de novos funcionários.

4.Administração de cargos e salários.

5.Incentivos salariais e benefícios sociais.

6.Avaliação do desempenho das pessoas.

7.Treinamento e desenvolvimento das pessoas.

8.Desenvolvimento organizacional.

9.Higiene, segurança e qualidade de vida no trabalho.

10.Relações com empregados e relações sindicais.

Essas políticas e práticas podem ser resumidas em seis processos

básicos. Na verdade,a Gestão de Pessoas é um conjunto integrado de

processos dinâmicos e interativos. Os seis processos básicos de Gestão de

Pessoas são os seguintes:

1. PROCESSOS DE AGREGAR PESSOAS: São os processos utilizados

para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser denominados processos de

provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem recrutamento e seleção de

pessoas.

2. PROCESSOS DE APLICAR PESSOAS: São os processos utilizados

para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar

e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho organizacional e desenho

de cargos, análise e descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação

do desempenho.

3. PROCESSOS DE RECOMPENSAR PESSOAS: São os processos

utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades

individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração e benefícios e

serviços sociais.

4. PROCESSOS DE DESENVOLVER PESSOAS: São os processos

utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e

pessoal das pessoas. Incluem seu treinamento e desenvolvimento, gestão do

conhecimento e gestão de competências, programas de mudanças e

desenvolvimento de carreiras e programas de comunicações e consonância.

29

Page 30: Gestão de pessoas

5. PROCESSOS DE MANTER PESSOAS: São os processos utilizados

para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades

das pessoas. Incluem administração da cultura organizacional, clima, disciplina,

higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de relações sindicais.

6. PROCESSOS DE MONITORAR PESSOAS: São os processos

utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar

resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais.

Todos esses processos estão bastante relacionados entre si, de tal

maneira que se interpenetram e se influenciam reciprocamente. Cada processo

tende a favorecer ou prejudicar os demais, quando bem ou mal utilizado. Um

processo rudimentar de agregar pessoas pode exigir um intenso processo de

desenvolver pessoas para compensar as suas falhas. Se o processo de

recompensar pessoas é falho, ele pode exigir um intenso processo de manter

pessoas. O equilíbrio na condução de todos esses processos é fundamental.

Quando um processo é falho, ele compromete todos os demais. Além disso,

todos esses processos são desenhados de acordo com as exigências das

influências ambientais externas e das influências organizacionais internas para

obter a melhor compatibilização entre si. Ele deve funcionar como um sistema

aberto e interativo.

30

Page 31: Gestão de pessoas

4.2.3 Gestão de Pessoas com Ênfase em Estratégias

Promover o desenvolvimento de competências e habilidades que

agreguem valor ao desempenho de funções estratégicas em áreas ligadas à

Gestão de Pessoas; Desenvolver competências interpessoais que facilitem o

gerenciamento de pessoas e equipes de alto desempenho; Acessar

conhecimentos e práticas avançadas no campo da gestão do desempenho de

indivíduos e grupos, de forma a maximizar os recursos disponíveis;

Desenvolver políticas e estratégias relacionadas à Gestão de Talentos, tendo

como foco as necessidades mutantes do core business; Criar um ambiente de

debate e troca de experiências em torno da realidade das empresas brasileiras

num contexto de mudanças rápidas e globalizadas.

Marras (2000) coloca que as organizações estão vivendo em um

ambiente que tem exigido uma revisão constante de conceitos e paradigmas,

além de muita criatividade. A adequação entre a estratégia e a estrutura tem

sido questionada. Fischer (2002) explica que isso ocorre porque o foco

estratégico é a face visível do desempenho da organização, a forma como é

avaliada a sua competitividade externa. Sendo assim, estabelecer estratégias

permite otimizar as diretrizes e os recursos para o atendimento dos objetivos

organizacionais.

Na literatura, encontramos vários conceitos para o termo estratégia:

31

Page 32: Gestão de pessoas

Podemos perceber que os conceitos apresentados acima se

complementam, seguindo uma mesma linha de raciocínio. Todos os conceitos

se baseiam em que a organização precisa ter conhecimentos e competências

que a diferenciem das outras, fazendo com que obtenha vantagem.

A Gestão Estratégica de Pessoas e a estratégia da organização se

influenciam mutuamente, em várias dimensões. De acordo com DUTRA (2002),

a estratégia da organização é determinada em função da forma como esta

deseja atuar no ambiente e do seu patrimônio de conhecimento. As pessoas

influenciam e implementam a estratégia da organização, pois compõem o seu

patrimônio de conhecimento, que está em constante desenvolvimento. A ação

consciente das pessoas é um grande diferencial competitivo na implementação

da estratégia organizacional.

Para que o RH estratégico funcione com êxito, é necessário que os

processos de RH estejam alinhados à estratégia organizacional. Dutra (2002)

menciona que a Gestão Estratégica de Pessoas está relacionada à clareza por

parte da empresa sobre o que ela espera das pessoas. Essa relação requer

maior efetividade nos seguintes aspectos:

políticas e práticas de remuneração – saber qual o seu

posicionamento em relação às práticas e políticas dos seus concorrentes (com

relação à atração de profissionais) tanto no que tange à remuneração direta

(salário) quanto indireta (benefícios);

processo de avaliação e orientação das pessoas – programas de

avaliação e desenvolvimento de pessoas e gestão de carreira condizentes com

as necessidades de ambos (empresa e funcionário);

definição das ações e sistema de gestão do desenvolvimento

organizacional e das pessoas – criar metas e indicadores, mensurar resultados.

Como parceiro estratégico da empresa, o RH deve tornar clara a

estratégia da empresa, unir seus processos com as práticas de gestão, criar

competências e comportamentos necessários e realizar as estratégias e os

resultados da empresa, gerindo o desempenho, as recompensas e o

reconhecimento, a comunicação, o treinamento e o desenvolvimento, a

liderança, programas de assessoria, seleção e sucessão (DESSLER, 2003).

São processos e resultados compartilhados.

32

Page 33: Gestão de pessoas

MINTZBERG (1991) e outros autores defendem que a estratégia ocorre

nos três níveis de uma organização, podendo ser:

Estratégia corporativa – possui foco na seleção de negócios da

empresa. Essa estratégia norteia as estratégias dos níveis hierarquicamente

inferiores e tem caráter de longo prazo. Aqui estão as decisões que não podem

ser descentralizadas sob pena de se correr graves riscos de subotimizações.

Estratégia de negócios – essa estratégia busca desenvolver e

manter a vantagem competitiva dos produtos e serviços da organização, por

meio da previsão de mudanças no mercado e da antecipação a estas, e do

posicionamento frente aos concorrentes. Neste nível formula-se a concepção e

realiza-se a escolha de alternativas voltadas para assegurar um desempenho

competitivo e autossustentado nas atividades-fim da organização.

Estratégia funcional – nesse nível, a estratégia diz respeito aos

setores e divisões de operação, determinando processos e cadeia de valor,

desenvolvendo e coordenando recursos para que as estratégias de negócios

sejam executadas com eficiência e eficácia. Trata-se não apenas de consolidar

as necessidades de meios exigidos pela organização e para cada negócio, em

particular, como também de conceber estratégias específicas voltadas para os

diferentes suportes funcionais da organização.

A partir dessa visão, percebemos que a área de Recursos Humanos

tende a ter cada vez mais valor para a estratégia de negócios e para a

estratégia funcional da organização, uma vez que busca desenvolver as

pessoas, tendo reflexos na competitividade, melhorando processos, entre

outras vantagens.

A estratégia depende cada vez mais do fortalecimento da

competitividade organizacional e da formação de equipes de trabalho

comprometidas, colocando o RH em um papel central, pois as pessoas são o

ponto-chave da competitividade (DESSLER, 2003).

Para atingir o patamar de excelência, ULRICH4 (2000, p. 39) propõe às

organizações quatro maneiras através das quais a gestão de pessoas pode

colaborar com o sucesso organizacional:

a) tornar-se um parceiro na execução da estratégia: definir a estrutura

organizacional de processos de trabalho, cultura, competências, recompensas,

direção, liderança. A partir dessa estrutura, orientar a gerência sobre a

33

Page 34: Gestão de pessoas

necessidade de adequações, por exemplo, das competências dos supervisores

às estratégias organizacionais. Verificar se as características da organização

estão de acordo com as estratégias, assim como liderar e propor as mudanças

necessárias deve ser função da área de recursos humanos;

b) tornar-se um especialista administrativo: procurar realizar os

processos rotineiros referentes à área de RH de forma mais rápida, barata e

eficiente. Otimizar estes processos não reflete apenas nos custos do

empregador, mas principalmente no tempo despendido, diminuindo o tempo

utilizado nas tarefas rotineiras o gestor de RH poderá ocupar-se das tarefas

estratégicas.

c) tornar-se um defensor dos funcionários: o novo RH deve ser o

representante dos funcionários perante a alta gestão, oferecer-lhes

crescimento pessoal e profissional e os recursos

necessários para que executem o seu trabalho. Os funcionários

precisam se sentir representados e terem confiança no RH para se

comprometerem com a organização;

d) tornar-se um agente de mudança: desenvolver a capacidade da

empresa de adaptar-se às diferentes condições de mercado, reduzindo o

tempo de ciclo pra a inovação e fazer com que os funcionários percebam o seu

papel na estratégia da empresa para que se comprometam com a busca dos

objetivos organizacionais. As mudanças normalmente causam desconforto e

medo nas pessoas, por isso elas tendem a resistir e não aceitarem facilmente

as novas práticas. O processo de mudança é árduo, e os profissionais de RH

não realizam sozinhos, eles precisam tanto do apoio da alta cúpula como da

aceitação dos trabalhadores, para isso, é preciso que se adote um modelo de

mudança claro para todos, a fim de se obter a confiança dos membros da

organização.

Estas quatro formas de qualificar a gestão de pessoas sintetizam as

principais ações dos profissionais de RH na busca de uma gestão que visa à

criação de valor.

Posto isso, vemos que a gestão estratégica “pressupõe a necessidade

de um processo decisório que ocorrerá antes, durante e depois de sua

elaboração e implementação na empresa5. De toda sorte, a gestão estratégica

não diz respeito às decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões

34

Page 35: Gestão de pessoas

presentes. É um processo sistemático e constante de tomada de decisões,

cujos efeitos e consequências deverão ocorrer em futuros períodos de tempo.

4.2.4 A gestão participativa como modelo de gestão

Uma abordagem acerca da utilização da Gestão Participativa como uma

ferramenta que possibilita ao Gestor, aplicar Recursos, controle de

colaboradores, entre outras utilidades dentro da categoria de Modelo de

Gestão.

"Existem três tipos de pessoas. As que fazem as coisas acontecer, as

que ficam vendo as coisas acontecer e as que se perguntam: O que

aconteceu?" (Philip Kotler)

A administração como ciência, tem seu surgimento no período da III

Revolução Industrial, com o surgimento de modelos de produção em larga

escala e a necessidade de análise, consultoria e supervisão dos diferentes

processos que ocorrem na organização. Com isso, e o decorrer do tempo

gerando mudanças no contexto organizacional e social, ocorre o surgimentos

dos Modelos de Gestão. Realizando uma análise precisa do conceito, afirma-se

que: A palavra "Modelo" tem sua origem no latim "Modulus" que significa um

35

Page 36: Gestão de pessoas

molde, ou forma. A Gestão se baseia nas funções evidenciadas por Fayol, que

são: planejar, organizar, controlar, coordenar e comandar, no ambiente

organizacional (CHIAVENATO,1996).

Com isso, formula-se o conceito de Modelo de Gestão como uma

ferramenta que se baseia em análises e experiências anteriores para elaborar

métodos de como administrar, aplicando-os na organização mediante sua

necessidade e adaptando-os à sua cultura e processos. (MAXIMIANO, 1995)

De posse de tais conhecimentos, evidencia-se que Administração

Participativa (Gestão Participativa), é um modelo de gestão atual e

contemporâneo que enfatiza as pessoas, que fazem parte da organização.

Segundo Maranaldo (1989, p. 60), a Administração Participativa é o conjunto

harmônico de sistemas, condições organizacionais e comportamentos

gerenciais que provocam e incentivam a participação de todos no processo de

administrar. Visando através dessa participação, o comprometimento com os

resultados (eficiência, eficácia e qualidade) não deixando a organização

apresentar desqualificação.

Para Santos et al. (2001) antes de se implantar a Gestão Participativa

numa empresa, é necessário harmonizar três aspectos, sendo estes:

Os seus Sistemas (produção, comercialização, recursos

humanos, administração e finanças, entre outros): se há conflitos de estilos

diferentes de gestão entre estes sistemas, é difícil implantar a gestão

participativa numa empresa;

Condições Organizacionais: é preciso flexibilizar a estrutura

organizacional, (com menor número de níveis hierárquicos e normas mais

adaptáveis;)

Comportamentos Gerenciais: Os gerentes serão os principais

mobilizadores das pessoas para o processo participativo, o bom

relacionamento de chefia com subordinados é o principal ponto da relação

participativa.

Com base nisto, analisa-se que a administração participativa

compreende a organização como um verdadeiro sistema: Pode-se afirmar que

se baseia em premissas da teoria universal dos sistemas, pois se co-relaciona

com o conceito de sistema, sendo este segundo Oliveira (2006): "Sistema é um

conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente,

36

Page 37: Gestão de pessoas

formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada

função".

A ênfase nos sistemas para representar a Gestão Participativa, indica

para Santos et al. (2001) que duas vertentes sustentam a gestão participativa,

sendo estas a participação de todos e o comprometimento total com os

resultados.

"A Participação de todos significa que, a princípio, nenhuma pessoa, em

qualquer nível hierárquico, deve ser excluída do processo participativo." Porém,

a participação deve ser entendida como um processo na organização e não

apenas como uma estratégia que gera assembléias de negociação ou de

decisão. A partir disto, faz-se necessária a segunda ênfase.

O Comprometimento total com os resultados, garante a sustentabilidade

e efetividade do Modelo de Gestão baseado na Verdadeira Gestão

Participativa.

Tal ênfase implica que cada pessoa está consciente da sua

responsabilidade individual com os resultados a serem perseguidos pela

equipe, pela empresa, por todos. Este comprometimento é a característica

mais importante da administração participativa, pois disciplina a atuação

individual de cada pessoa, impossibilitando da gestão participativa ser

conduzida para uma estratégia de assembléia ou apenas de conter

reclamações dos colaboradores.

A administração Participativa ou Gestão Participativa, faz parte de um

modelo de Gestão disponível para os gestores que desejam potencializar as

competências presentes nas pessoas que integram as organizações (capital

humano). Não deve ser entendida como uma estratégia para reduzir o número

de reclamações no ambiente de trabalho, ou atuar como um controlador de

massa de operários ou colaboradores. A gestão Participativa deriva-se da

concepção sobre a abordagem da complexidade da relação Homem X

Organização.

Ressalta-se que para a efetiva aplicação da Gestão Participativa, é

necessária uma Liderança efetiva e bem estruturada. O líder executa um papel

importante no que tange os colaboradores, principalmente, em questões acerca

de motivação, recompensas, cargos, salários, etc.

37

Page 38: Gestão de pessoas

Sendo assim, a Gestão participativa aborda as pessoas que compõem a

organização como o fator principal para o sucesso dos objetivos

organizacionais. Alinha-se os objetivos pessoais, juntos aos objetivos

organizacionais, e gera uma maior produção e satisfação pela responsabilidade

individual sobre a produção e seu serviço.

Complementa-se que a Gestão por competências é muito aceita ao se

abordar o modelo de Gestão Participativa, por conter princípios inerentes à

complexidade do ser humano e suas capacidades, podendo melhor

estabelecer os cargos e a aceitação das competências necessárias para

aplicabilidade da Gestão Participativa.

"A maior habilidade de um líder é desenvolver habilidades

extraordinárias em pessoas comuns." (Abraham Lincoln)

38

Page 39: Gestão de pessoas

5. CUSTOS PARA CAPACITAR GESTORES

CURSO CARGA HORÁRIA VALOR R$COACHING 80 horas em média R$ 700,00 até R$ 12.000,00

PNL 126 horas em média R$ 3.000,00 até R$7.000,00LIDERANÇA

SITUACIONAL 8 horas em média R$ 400,00 até R$ 700,00

TOTAL MÉDIA R$ 12.000,00

5.1 O que é Capacitação?

A capacitação é o ato ao qual precede o conhecimento dos fatores

intervenientes no aprendizado, qual o estágio de conhecimento que se quer

atingir e quais as ferramentas que se pode ou deve usar, quando e como.

O valor aplicado as pessoas está na contribuição que ela traz para o

alcance dos objetivos de determinada organização, a essa contribuição é dado

o nome de capacitação.

O que um indivíduo adiciona a organização é essencialmente sua

capacidade acumulada e seu potencial, que oferecidos nas condições e

oportunidades certas contribuem muito para o desenvolvimento de ambas as

partes.

Mayo (2003), explica o que é capacitação : “Capacitação” significa tudo

aquilo que uma pessoa traz que lhe permite atingir tantos os objetivos da

organização quanto os seus próprios. É um insumo tão importante para o

processo de adição de valor que requer analise e medição sérias. A

capacitação é a essência dos ativos pessoais do individuo – o seu próprio

capital humano. Capacitação é aquilo que pode alugar ou vender para o

empregador, ou capitalizar por meio do próprio emprego. Capacitação é mais

do que competência, já que esta se refere essencialmente a características

pessoais e atitudes.

39

Page 40: Gestão de pessoas

É importante ressaltar que a capacidade e potencial dos colaboradores

devem ser devidamente avaliados e medidos, pois trabalhar com o ponto forte

das pessoas é melhor modo de fazê-las crescer.

5.1. O que é capacitar?

Capacitar é dar autonomia e autoconfiança - Percepção e motivação.

Trata-se, na verdade, da aplicação de conceitos ao mesmo tempo clássicos e

modernos de educação. Basta lembrar a insistência de Paulo Freire com

relação à contextualização no ensino. Só aprendemos aquilo que faz sentido

para nós e com o que conseguimos estabelecer vínculo afetivo.

Capacitar significa preparar a pessoa para enfrentar as situações

inerentes à sua função, através da aplicação e conhecimentos, mas com

possibilidade de criar, resolver adversidades, sugerir alternativas de progresso

e criar ambiente adequado. Capacitar quer dizer fornecer autonomia, criar

autoconfiança e promover progresso. Capacitar é mais do que treinar, pois isso

significa desenvolver uma habilidade específica, com pouca liberdade para

expressão da personalidade própria do indivíduo. A capacitação pressupõe o

uso das faculdades humanas de desejo e auto governo, sem as quais a pessoa

passa a assumir comportamento autômato e não autônomo.

Capacitação desenvolve competência. Entende-se por competência a

capacidade efetiva de um indivíduo para resolver problemas, realizar atos

definidos e alcançar os resultados propostos. A competência é o pressuposto

da competitividade. É fundamental também lembrar que Competência é o

produto resultante de Conhecimento, Habilidade e Atitude. Jamais devemos

confundir gerar competência apenas com transmitir informações. Muito mais do

que isso, uma pessoa competente coloca em ação suas qualidades humanas

que, quando aliadas a uma base teórica consistente, conseguem atingir os

resultados propostos, no tempo hábil e com o esforço compatível.

Assim como conhecimento, competência não se transmite. Não há

ninguém capaz de transferir sua competência para outrem. Sabemos, no

entanto, que é perfeitamente possível ajudar a pessoa a construir sua própria

competência, da mesma forma que se constrói conhecimento.

40

Page 41: Gestão de pessoas

A percepção é a primeira das qualidades a se trabalhar em um processo

educacional. Após a mesma podemos criar compreensão, construir

conhecimento e promover ações adaptativas a um novo mundo, aquele que

agora tem esta pessoa dotada de novos conhecimentos e competências.

Motivar significa mostrar o motivo para que a ação seja realizada. É clássico

que o ser humano só se sente motivado para atender às suas necessidades, e

que no processo de aprendizado e desenvolvimento, a motivação é prima do

prazer e do sentido.

5.1.2 Cursos para capacitar um gestor

COACHING

Coaching é um processo altamente eficaz e visa o desenvolvimento de

competências, psicológicas e emocionais, direcionadas à conquista e alcance

de resultados planejados. Este processo único é reconhecido em todo mundo

por produzir mudanças positivas e duradouras, tanto em âmbito profissional

quanto pessoal.

Alguns resultados do Coaching:

•Executivos que passaram por Coaching melhoraram 90% em

produtividade, 80% se mostraram mais abertos para mudanças organizacionais

e 70% deles conseguiram melhorar o ambiente e relacionamento no trabalho.

(Fonte Folha SP).

•Os benefícios relacionados pelas próprias empresas que realizaram

Coaching, num estudo do BCI – Behavioral Coaching Institute, indicam

melhorias de:

41

Page 42: Gestão de pessoas

Uma recente pesquisa na PUC CAMPINAS realizada com 10 executivos

que passaram pelo processo de Coaching aponta que 100% aperfeiçoaram a

capacidade de ouvir, 80% melhoraram a flexibilidade, 80% aprenderam a

aceitar melhor as mudanças e 70% evoluíram a capacidade de se

relacionarem. (Revista Você S/A)

O Coaching proporciona ainda:

Maior grau de auto-conhecimento.

Mais auto-confiança.

Aumento na Produtividade.

Mais clareza em seus objetivos.

Mais foco.

Amplia seu senso de responsabilidade por si mesmo.

Indivíduo mais equilibrado.

Maior flexibilidade, entusiasmo, controle das emoções e pensamentos

mais efetivos.

Visão de futuro e desenvolvimento do potencial e talentos.

PNL

42

Page 43: Gestão de pessoas

A Programação neurolinguística, ou simplesmente PNL, é muito mais do

que uma maneira de falar ou de pensar positivamente, este sistema de

conhecimentos, surgido na Califórnia (EUA) no início dos anos 70, e que se

mantém em desenvolvimento até hoje, vem revolucionando os métodos de

comunicação e desenvolvimento humano, sendo largamente procurado por

pessoas das áreas de terapia, gestão de pessoas, vendas, treinamento,

educação e comunicação, entre outras.

A PNL pode ser descrita de várias maneiras. A definição formal é que

ela é "o estudo da estrutura da nossa experiência subjetiva". Aqui estão mais

algumas maneiras de responder à questão:

"O que é a PNL?"

A arte e a ciência da comunicação.

A chave para a aprendizagem.

É sobre o que faz você e as outras pessoas funcionarem.

É o caminho para obter os resultados que deseja em todas as

áreas da sua vida.

É influenciar os outros com integridade.

Um manual para o seu cérebro.

O segredo das pessoas bem-sucedidas.

A maneira de criar o seu próprio futuro.

PNL ajuda as pessoas a compreenderem o sentido da sua

realidade.

Kit de ferramentas para a mudança pessoal e organizacional.

BENEFICIOS QUE SE PODE ALCANÇAR COM O

CURSO PNL

43

Mudar de emprego Melhorar relacionamentosMudar

comportamentos indesejaveis

Passar em concursos, vestibulares, entrevistas

Superar medos, fobias, ansiedade, baixa autoestima, etc..

Clarificar sonhos, conhecer as barreiras, estabelecer objetivos

Page 44: Gestão de pessoas

LIDERANÇA SITUACIONAL

Liderança Situacional consiste na liderança que é moldada pela situação

apresentada, ou seja, o líder tem a capacidade de adequar-se ao momento, e

dentro desta dinâmica, ele consegue delegar e motivar seus colaboradores

para que reajam positivamente, deem o seu melhor e alcancem os resultados

esperados.

A forma de gestão do líder situacional é diferenciada, pois este

consegue ditar as tarefas de forma flexível, dando aos colaboradores a

oportunidade de realizarem seu trabalho ao mesmo tempo em que monitora

seus desempenhos. De acordo ainda com o nível de maturidade do

profissional, este líder confere apoio emocional e a motivação necessária para

que sua performance atenda as demandas apresentadas.

Competências do Líder Situacional

Direcionamento – Nesta abordagem, o líder deve ensinar ao colaborador

como executar suas tarefas, acompanhar o desenvolvimento destas até a

conclusão, como também até que o profissional tenha plena confiança para

executá-la sozinho.

Orientação – Aqui o líder tem o papel de orientador, de mostrar a tarefa

ao colaborador, sua importância, contribuir com novas ideias, ensiná-lo quando

precisar de ajuda e motivá-lo para que a execute do modo planejado.

Apoio – O apoio do líder é fundamental para que o colaborador adquira

confiança, busque crescimento e desenvolvimento de suas habilidades de

forma contínua. Assim o líder apoia, mas não precisa supervisionar

efetivamente seu liderado, pois este consegue desempenhar seu trabalho sem

tantas interferências.

Delegação – Neste caso o líder situacional consegue delegar o trabalho

sem precisar acompanhar seus colaboradores de tão perto, pois estes têm

44

Page 45: Gestão de pessoas

mais autonomia e liberdade para trabalharem e, muitas vezes, até autoridade

para tomar decisões e fazer mudanças.

5.1.3 Custos para capacitar um gestor

CURSO CARGA HORÁRIA VALOR R$COACHING 80 horas em média R$ 700,00 até R$ 12.000,00

PNL 126 horas em média R$ 3.000,00 até R$7.000,00LIDERANÇA

SITUACIONAL 8 horas em média R$ 400,00 até R$ 700,00

TOTAL MÉDIA R$ 12.000,00

6. MÃO DE OBRA NO MERCADO

Por que é difícil encontrar mão de obra qualificada no país?

45

Page 46: Gestão de pessoas

Segundo a Hays, Brasil está entre as nações onde hoje é difícil contratar

mão de obra qualificada. Veja os fatores que impedem país de chegar ao

equilíbrio

Segundo a pesquisa, o Brasil sofre com a escassez de profissionais qualificados nas áreas de

infraestrutura, petróleo e gás

São Paulo - Uma pesquisa que avalia a eficiência dos mercados de

trabalho das nações colocou o Brasil no grupo daquelas onde é difícil contratar

mão de obra qualificada. Mesmo assim, o país está no caminho certo para

chegar a um equilíbrio, pelo menos do ponto de vista do empregador. É o que

aponta o relatório "The Hays Global Skills Index 2013", elaborado pela empresa

de recrutamento e seleção Hays (veja tabela completa dos países ao final).

A pontuação brasileira caiu de 5.7, em 2012, para 5.6 neste ano - o que

é bom. Segundo a Hays, uma nota perto de 5.0 significa que a capacidade das

empresas do país de recrutar, reter ou substituir os seus talentos-chave é a

ideal. Acima, indica dificuldade.

Em relação ao mercado de trabalho brasileiro, apesar da nota não tão

distante da ideal, vivemos uma escassez de profissionais qualificados,

especialmente em áreas onde a demanda está em um nível alto, como:

infraestrutura e petróleo e gás.

46

Page 47: Gestão de pessoas

O Brasil está entre os piores do ranking em termos de qualidade da

educação do ensino secundário. "A história do desempenho educacional no

nível secundário tem impacto na oferta de competências para os empregadores

hoje e continuará a ter-lo no futuro, caso nada seja feito", afirma o relatório.

Segundo a Hays, os principais desafios no Brasil são o mercado de

trabalho inflexível e os altos custos associados a fazer negócios por aqui. Por

outro lado, o país é considerado o centro natural para o estabelecimento das

multinacionais na América Latina, o que oferece oportunidades para os

profissionais.

A pesquisa mosta ainda que as habilidades mais procuradas pelas

empresas entre os trabalhadores brasileiros são o domínio da língua inglesa e

pensamento estratégico. "As empresas brasileiras estão se concentrando em

produtividade e na retenção de talentos", explica a diretora da Hays Brasil,

Carla Rabelo.

Mundo

A principal conclusão da pesquisa deste ano aponta que a eficiência dos

mercados de trabalho não está diretamente relacionada com o estado atual da

economia. "Nosso índice mostra que fatores estruturais, como educação e

flexibilidade do mercado de trabalho, têm mais impacto sobre a eficiência deste

mercado", afirma o relatório.

A pesquisa demonstra que os países onde as empresas podem ser

ágeis para reagir à dinâmica do mercado de trabalho - por exemplo ajustando

os salários regionais - diminuem significativamente as chances de

incompatibilidade de talentos e desemprego de longa duração.

Além disso, a Hays afirma que é preciso diminuir a diferença entre o que

os jovens aprendem na universidade e o que o mercado de trabalho espera

deles.

"A reforma da educação deve ser desenvolvida através de uma estreita

colaboração entre os governos e a comunidade empresarial. Há uma séria

desconexão entre empregadores, instituições de ensino superior e graduados

quando se trata de requisitos educacionais", diz a pesquisa.

47

Page 48: Gestão de pessoas

Como resultado, muitos jovens estão entrando no mercado de trabalho

com uma qualificação 'no papel', mas sem as habilidades e experiências

necessária para garantir o emprego a longo prazo.

Brasil não vive situação de pleno emprego e sofre falta de mão de obra

de baixa qualificação, diz Ipea

RIO - O mercado de trabalho brasileiro teve um desempenho

surpreendente no ano passado, sobretudo diante do fraco crescimento da

economia, mas o país não vive uma situação de pleno emprego e nem um

“apagão” de mão de obra qualificada. Estas são as principais conclusões do

estudo divulgado nesta segunda-feira pelo presidente do Instituto de Pesquisa

Econômica e Aplicada (Ipea) e ministro interino da Secretaria de Assuntos

Estratégicos, Marcelo Neri, e pelo coordenador de Pesquisas de Trabalho de

Renda do Ipea, Gabriel Ulyssea.

- O mercado de trabalho em 2012 teve um desempenho surpreendente à

luz do que aconteceu com a economia. Houve um crescimento de 6,5% da

renda por pessoa em idade ativa no ano passado, muito acima do PIB e uma

estabilização da desigualdade. E os dados também mostram que o grande

apagão de mão de obra se dá nas ocupações pouco qualificadas, como por

exemplo, agricultura, construção, civil, trabalho doméstico, então o grande

apagão de mão de obra está na base da pirâmide educacional - afirmou

Marcelo Neri.

Os dados levantados pelos pesquisadores com base nos números da

Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílio mostram ao longo dos últimos dez

anos mostram que essas são categorias que vem tendo os maiores ganhos de

renda, por causa de reajustes salariais mais elevados e redução na oferta de

mão de obra. Em 2012, os trabalhadores de salários mais altos tiveram ganhos

ligeiramente mais altos, o que fez com que a desigualdade parasse de cair

naquele ano.

- Os dados do IBGE não mostram que há escassez de obra qualificada.

É possível que existam indústrias ou ocupações pontuais que tenham sofrido

falta de especialistas ou técnicos em algumas áreas, mas de maneira geral no

mercado de trabalho há uma expansão de oferta de trabalhadores qualificados,

com ensino superior incompleto ou completo queda de diferenciais de salários

48

Page 49: Gestão de pessoas

desses profissionais no mercado. Então, a quantidade aumentando e o preço

caindo não é compatível com uma ideia de escassez - explicou Gabriel

Ulyssea.

Os pesquisadores também discordaram da ideia de que país estaria em

pleno emprego, porque apesar da taxa de desemprego estar atingindo os

menores percentuais da história, a participação também está muito baixa, ou

seja, há uma grande parcela de pessoas em idade ativa que opta por não

trabalhar, sobretudo entre as mulheres e jovens.

- Apesar da taxa de desemprego muito baixa, o que poderia ser motivo

de preocupação, entre aqueles em idades produtivas que poderiam estar no

mercado de trabalho, aqueles que de fato o fazem ainda são um percentual

baixo. A gente poderia ampliar essa participação, especialmente entre as

mulheres e os jovens, de 15 a 24 anos, e com isso, diminuir a pressão sobre o

mercado de trabalho - diz Ulyssea.

Para o presidente do Ipea, os números levantados pelos IBGE não

deixam dúvidas.

- Os números não permitem falar de pleno emprego emprego, os

números até 2012. Agora talvez os salários estejam aumentando, o que talvez

seja um sinal de pleno emprego, mas os números não corroboram a ideia de

apagão de mão de obra qualificada e nem de pleno emprego - analisa Neri.

49

Page 50: Gestão de pessoas

O custo com a mão de obra no gráfico abaixo podemos ver esta

atenuação do efeito destes custos:

Fonte: MilkPoint. Em estudo realizado na Universidade ...

50

Page 51: Gestão de pessoas

6.1 SOBRE MÃO DE OBRA NO MERCADO

Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada em

fevereiro de 2011, mostra que sete em cada dez empresas industriais

brasileiras afirmam que a escassez de mão de obra qualificada prejudica a

competitividade, uma vez que segundo eles, devido à falta de qualificação a

busca de eficiência e a redução de desperdício acabam sendo as atividades

mais prejudicadas nas empresas, o que resulta em potenciais problemas de

qualidade, custos mais elevados e lucros menores.

Com o país em pleno crescimento parece que este problema tende a

aumentar. Segundo pesquisa realizada no ano de 2010 com mais de 35 mil

empregadores em 36 países, pela consultoria internacional de recursos

humanos Manpower, mostra que a escassez de mão-de-obra qualificada no

Brasil só não é maior do que a no Japão.

Ainda segundo os dados da pesquisa do CNI, as empresas têm

enfrentado o problema de diversas formas, por exemplo; 78% das empresas

pesquisadas capacitam o profissional dentro da própria companhia, 40% delas

fortaleceram suas políticas de retenção de talentos, 33% delas buscam a

capacitação de seus profissionais fora da empresa, através de empresas de

Educação e Treinamento Profissional.

Este é um assunto presente na alta cúpula das empresas, fato que pode

ser comprovado com os dados da pesquisa Global CEO Study 2010, realizada

pela IBM, onde ficou constatado que 50% dos CEOs brasileiros revelaram que

a falta de mão de obra qualificada é ainda um grande obstáculo para o sucesso

de suas empresas e que o déficit de profissionais se dá tanto no nível

estratégico quanto para funções operacionais dentro da organização.

A taxa de desemprego no Brasil em junho caiu para 6,2% da população

economicamente ativa, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE). Isto significa que o número de desempregados em

junho/2011 nas seis maiores regiões metropolitanas do país nas quais o índice

nacional é calculado, foi de 1,5 milhão de pessoas, o que nos permite dizer que

há mão de obra, as questões passam a ser então:

51

Page 52: Gestão de pessoas

• onde estão estas pessoas (pela dispersão geográfica elas podem estar

em lugar diferente de onde há demanda)?

• em que estas pessoas estão qualificadas?

Esta última pergunta passa a ser pertinente a partir do momento que nos

questionamos se as empresas que reclamam da falta de mão obra qualificada

realmente tiram o máximo proveito da qualificação de seus funcionários .

Em minha atividade de Consultor e de Professor em cursos de pós

graduação vivencio um grande desperdício cometido pelas empresas, o

desperdício do direcionamento das pessoas certas para as atividades erradas

e o desafio das pessoas erradas para as atividades certas.

O primeiro desperdício está ligado ao direcionamento de profissionais

talentosos para atividades que não precisariam ser feitas, atividades que não

agregam valor ao cliente ou ao negócio. O segundo desperdício, o do

direcionamento das pessoas erradas às atividades certas está ligado à

alocação de profissionais com qualificações acima ou abaixo das necessárias

para as atividades que realmente devem ser feitas. Atividades que poderiam

eventualmente ser executadas por um dos 1,5 milhões de desempregados que

temos no mercado e que muitas vezes erroneamente rotulamos de sem

qualificação, mas que na verdade parte deles têm qualificação para outras

atividades.

Temos sim problema de qualificação de mão obra no mercado, não há

como negar, mas não podemos nos esquecer que temos também do problema

de gestão na alocação da mão qualificada que temos. Se alocarmos as

pessoas certas (qualificadas) para as tarefas certas (que exijam sua

qualificação) certamente minimizaremos os impactos da falta de mão de obra

qualificada no mercado.

6.1.2 Pesquisa revela que falta de mão de obra qualificada

prejudica empresas

Curso técnico é suficiente para abrir portas no mercado de trabalho.

Médias e grandes empresas procuram profissionais especializados.

52

Page 53: Gestão de pessoas

Uma pesquisa mostrou onde está o emprego nas médias e grandes

empresas. São setores onde sobram vagas porque falta qualificação e áreas

onde o curso técnico já garante a contratação.

É uma boa notícia para quem procura emprego. A dica é: busque uma

especialização. O curso técnico é suficiente para abrir as portas de entrada no

mercado de trabalho.

Entre as indústrias pesquisadas, 65% reclamam da falta de mão de obra

especializada. As médias e grandes empresas procuram operadores, técnicos

de produção, pessoal para a área administrativa, vendas e telemarketing,

engenheiros e gerentes.

Exatamente o caso dessa empresa de automação de portões em

Brasília. “A gente perde com nossa produtividade. A gente não consegue

inovar com frequencia porque as pessoas não conseguem acompanhar essa

demanda”, afirma a gerente de RH Clara Moreira.

A saída das indústrias tem sido treinar os empregados: 81% fizeram

investimentos em cursos dentro da própria empresa. O que também não é fácil,

porque a maioria chega despreparada.

“Vai ter uma dificuldade de aprendizado pela deficiência da educação

básica. Tem dificuldade com matemática, com leitura, com interpretação. Em

uma economia que a tecnologia muda constantemente isso é essencial”.

Hoje, menos de 7% dos jovens brasileiros fazem cursos

profissionalizantes junto com a educação regular. Em países desenvolvidos

essa média chega a 50%.

O sistema S, como o Sesc, Senai e Sesi tem cursos para as mais

diversas áreas da indústria. E se o profissional já chega pronto, ele sai na

frente: salário, cargo, tudo melhora. Dica de quem entrou como estagiário e

hoje é chefe da equipe toda.

“Se a gente ficar parado o mercado engole a gente”.

A pesquisa mostrou também que as pequenas empresas sofrem menos

com a falta de mão de obra especializada. Nelas, o índice caiu de 68% para

61%.

A pesquisa mostra também que o brasileiro está tentando se

especializar. Sempre que surge iniciativa de curso técnico é um sucesso e as

vagas são preenchidas rapidamente. Existe um programa que oferece

53

Page 54: Gestão de pessoas

regularmente cursos de especialização chamado Pronatec, Programa Nacional

de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego.

7. REQUISITOS DAS NORMAS E DIRETRIZES

7.1 O que é uma norma?

Colocado da forma mais simples, uma norma é uma forma acordada,

repetível de se fazer algo. É um documento que contém uma especificação

técnica ou outros critérios precisos desenvolvidos para serem utilizados

consistentemente como uma regra, diretriz, ou definição. As normas tornam a

vida mais simples e aumentam a confiabilidade e a efetividade de muitos

produtos e serviços que usamos. Elas pretendem ser uma aspiração – um

resumo de boas e melhores práticas em vez de uma prática geral. As normas

são criadas formando um conjunto de experiência e conhecimento de todas as

partes interessadas tais como os produtores, vendedores, compradores,

usuários e regulamentadores de material, produto, processo ou serviço em

particular.

As normas são desenvolvidas para uso voluntário e não impõem

nenhuma regulamentação. Entretanto, as leis e regulamentações podem

referir-se a certas normas e tornar a conformidade com as mesmas

compulsória. Por exemplo, as características físicas e o formato dos cartões de

crédito são definidos na norma número BS EM ISO/IEC 7810:1996. Aderir a

esta norma significa que os cartões podem ser usados globalmente.

Qualquer norma é um trabalho coletivo. Comitês de fabricantes,

usuários, organizações de pesquisa, departamentos governamentais e

consumidores trabalham em conjunto para criar normas que evoluem para

atender as demandas da sociedade e da tecnologia. Alguns membros do BSI

atuam como secretários destes comitês e gerenciam o projeto de produção de

normas. Como o Organismo de Normas Nacionais mais antigo do mundo, o

BSI tem mais de 100 anos de experiência em reunir essas visões

freqüentemente tão variadas e em facilitar o consenso.

54

Page 55: Gestão de pessoas

7.2 Algumas Normas e Diretrizes ligados a Gestão

Abaixo colocamos a descrição de algumas Normas e Diretrizes

certificáveis / avaliáveis mais utilizadas pelas empresas brasileiras e

regularmente feitas pelos Organismos Certificadores atuantes no país.

ABNT-NBR 15100

Esta norma especifica requisitos para um sistema de gestão da

qualidade, quando uma organização necessita demonstrar sua capacidade

para fornecer produtos que atendam de forma consistente aos requisitos do

cliente, e requisitos regulamentares aplicáveis, e pretende aumentar a

satisfação do cliente por meio da aplicação eficaz do sistema, incluindo

processos para melhoria contínua do sistema e assegurar a conformidade com

os requisitos do cliente e requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis.

A ABNT NBR ISO 9000 descreve os fundamentos de Sistemas de

Gestão da Qualidade (SGQ) e estabelece os conceitos e a terminologia e um

modelo de padronização para estes sistemas. No Brasil, o órgão que

representa a ISO é a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

ISO 9001

Sistema de Gestão da Qualidade. Norma que possibilita com que as

empresas tenham foco na satisfação dos clientes pelo atendimento a seus

requisitos e na preocupação com a melhoria contínua em garantir a

conformidade daquilo que fornece. Assim, com a certificação a empresa

assegura que seu processo produtivo é confiável e está organizado em

conformidade com as exigências de seus clientes, bem como valoriza sua

marca no mercado.

De acordo com o Inmetro:

A ISO 9001 é a versão brasileira da norma internacional ISO 9001 que

estabelece requisitos para o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) de uma

organização, não significando, necessariamente, conformidade de produto às

55

Page 56: Gestão de pessoas

suas respectivas especificações. O objetivo da ISO 9001 é lhe prover confiança

de que o seu fornecedor poderá fornecer, de forma consistente e repetitiva,

bens e serviços de acordo com o que você especificou.“

A ISO 9004 trata das diretrizes que consideram eficácia e eficiência de

um SQG. O objetivo é melhorar o desempenho da organização e a satisfação

de cliente e outras partes interessadas.

Vale lembrar que não existe certificação para as normas ISO 9000 e ISO

9004, somente para a ISO 9001.

A última versão foi elaborada em 2008 e por isso o nome completo da

norma atualizada é ISO 9001:2008.

Em resumo:

ISO 9000 – Conceitos e terminologias

ISO 9001 – Requisitos (para fins de certificação)

ISO 9004 – Diretrizes (para melhora de desempenho e eficácia)

ABNT-NBR 15540

A norma tem como objetivo demonstrar o grau de solidez da estrutura de

gestão de segurança da empresa. Esta certificação é fundamental para as

gráficas que fabricam ou comercializam insumos de segurança, pois implica na

adoção de requisitos para dificultar as ações criminosas.

ABNT-NBR 16001

Sistema de Gestão de Responsabilidade Social. Estabelece os

requisitos mínimos relativos a um sistema da gestão da responsabilidade

social, permitindo à organização formular e implementar uma política e

objetivos que levem em conta os requisitos legais e outros, seus compromissos

éticos e sua preocupação com a promoção da cidadania; desenvolvimento

sustentável e transparência das atividades.

IBEC

IQNet Business Excellence Class - IBEC é o primeiro conceito mundial de

avaliação para Excelência Empresarial para ser usado em todos os setores de

atividade. A Extensão e os principais aspectos da avaliação são personalizados

56

Page 57: Gestão de pessoas

para cada cliente. A Avaliação da conformidade de acordo com as normas e

especificações internacionais, como a ISO 9001, ISO 14001 ou automotivo, são

integrados na avaliação.

ISO 10002

Satisfação do Cliente. A norma é voltada para qualquer organização que

deseja exceder as expectativas dos clientes, um requisito básico para

empresas de todos os tipos e tamanhos, sejam elas do setor público ou

privado.

ISO 14001

Sistema de Gestão Ambiental. Norma para garantir a gestão eficiente e

eficaz dos assuntos ambientais, pois este sistema possibilita identificar,

priorizar e gerenciar os aspectos e os impactos ambientais.

ISO 15378

Sistema de Gestão da Qualidade e Boas Práticas de Fabricação. Norma

para fabricantes de embalagens primárias para a indústria farmacêutica. Ela

contém todos os requisitos da ISO 9001:2000 mais requisitos específicos de

Boas Práticas de Fabricação (BPF/GMP) para quem fabrica embalagens

primárias para produtos farmacêuticos.

8. GESTÃO NA EMPRESA TOYOTA

8.1 História da Toyota

57

Page 58: Gestão de pessoas

A montadora japonesa Toyota, líder mundial no ramo automobilístico

construiu sua historia baseada na cultura oriental, juntamente com as teorias

científica e clássica ocidentais.

Através da teoria científica de Taylor, onde o homo economicus passou

a desempenhar com eficiência suas tarefas operacionais, a montadora Toyota

já habituada em sua cultura com trabalho coletivo, implementou técnicas de

produção e ferramentas para cumprimento de suas metas na linha de

montagem procurando a perfeita padronização das operações, mas, agregando

58

Page 59: Gestão de pessoas

novos valores na estrutura de produção. Quanto à teoria clássica de Fayol,

onde surgiram estruturas organizacionais para a eficiência na produção, a

Toyota utilizou sua experiência em controle de perdas estabelecendo um ritmo

de produção lento, mas eficiente onde a total sincronização das áreas de

produção torna quase tudo perfeito na montadora.

A Toyota aderindo essas teorias mecanicistas e ferramentas

burocráticas para construir seu próprio modelo técnico de produção, focalizou a

organização em sua principal meta qualidade total e baixo custo de produção.

Este modelo tornou-se cada fez mais eficaz com a utilização de diretrizes

administrativas de outras teorias como a relação humanística e

comportamentalista, precursoras da organização sistêmica de produção.

A seguir iremos abordar o modelo Toyota de produção, a motivação

humana e estrutura sistêmica organizacional que a tornou como referência no

cenário mundial automobilístico.

8.1.2 Sistema toyota de Gestão

É comum das pessoas cometerem erros quando se aborda a história da

“administração da qualidade total” e a história do “modelo japonês de

administração”. Este, erro, ocorre em virtude do modelo japonês combinar

princípios e técnicas da qualidade total, da administração cientifica e das

“tradições culturais japonesas”.

O desenvolvimento deste “estilo de gestão” ou modelo, como queira

chamar, teve seu inicio nos anos 50, quando a economia japonesa, já

comentamos aqui, estava debilitada e a TOYOTA, que na época era uma

empresa de pequeno porte, produzia algo em torno de 1000 veículos por mês.

Não podia fabricar mais, pois não iria conseguir vender. Este fato é totalmente

diferente da situação encontrada nos anos 80 onde a Toyota produzia 1000

veículos em poucos minutos e tornou-se a terceira maior fabricante mundial de

veículos, atrás apenas da GM e da Ford. (Atualmente a Toyota já desbancou a

GM). Este salto deu-se em virtude da implantação de um conjunto de técnicas

59

Page 60: Gestão de pessoas

de produção que ficou conhecido como “Sistema Toyota de Produção”, seus

princípios básicos são:

Just-in-Time – sincronização do fluxo de produção, dos fornecedores e

dos clientes – produzir apenas o necessário, no momento certo, evitando

acumulo de estoque e desperdício.

Kanban – sistema de informação visual – onde aciona e controla a

produção.

Muda – eliminação de todo e qualquer tipo de desperdício.

Kaizen – ênfase na qualidade – através da melhoria continuada – cada

indivíduo é responsável pela qualidade e pela resolução dos problemas no seu

trabalho.

Estas técnicas desenvolvidas pela Toyota foram copiadas e adotadas

rapidamente por outras empresas japonesas. Neste processo de propagação

desse modelo, foram acrescentados outros ingredientes e conjunto de

soluções, que ficou conhecido como “modelo Japonês de administração”, onde

se apoia na participação direta dos funcionários no processo de decisões,

negociações, objetivos e metas, o trabalho em grupo, controle exercido por

meio de liderança, uma comunicação bilateral e participação nos resultados

alcançados. De maneira que o planejamento seja eficiente e eficaz para se

evitar o desperdício de mão de obra, recursos materiais e tempo, para que se

evitem assim custos elevados de produção, que poderiam gerar perdas de

mercado e desemprego.

Devemos deixar claro, que um planejamento estratégico bem definido e

estruturado, proporciona maior flexibilidade para a empresa, para que ela

possa identificar seus pontos fortes e usá-los para atender melhor às

necessidades de seus clientes, conquistar novos clientes e penetrar até nos

clientes da concorrência.

Dentre as características do modelo japonês de administração, diria que

a mais se apresenta em algumas empresas brasileiras é a Just in time, onde

60

Page 61: Gestão de pessoas

existe a busca pela eliminação do desperdício, não só de matéria prima, mas

como também de outros recursos, financeiros e humanos, e a busca pela

melhora continuada.

Com relação aos desperdícios, este é um fator fundamental para as

empresas em virtude da necessidade constante de se diminuir custos de

produção e o melhor aproveitamento dos insumos utilizados para a manufatura

de produtos.

No que diz respeito á melhora continuada, podemos partir da

necessidade que se tem de satisfazer os clientes. Podemos concluir que a

busca pela melhora dos processos de produção, atendimento ao cliente,

vendas, pós-vendas e etc., estão integrados sem sombra de duvida com a

busca pela melhora continua da empresa.

Devo chamar a atenção que muitas empresas, ainda hoje, não estão

orientadas para o “cliente”, mas sim com o seu foco voltado em processos ou

transações, e que nem sempre procuram se antecipar as necessidades e

desejos dos clientes. Algumas empresas estão acomodadas em seu segmento

de atuação, que não notam a importância que se deva dar hoje ao “feedback”

dos clientes, não se apresentam flexíveis, inovadoras ou ainda, não possuem a

qualidade suficiente para atender as necessidades, desejos e exigências de

seus clientes.

CreativeCommons

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema,

podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.

61

Page 62: Gestão de pessoas

8.1.3 Liderança deve estar lado a lado com a equipe

Operacional

"O modelo Toyota de liderança lean", de Jeffrey Likes, expõe estratégia

de sucesso do modelo de liderança da Toyota

Especialista no modelo de gestão da Toyota, Jeffrey Liker é autor do

best seller internacional O Modelo Toyota: 14 Princípios de Gestão do Maior

Fabricante do Mundo** (traduzido para 26 idiomas, 700 mil exemplares

vendidos) e de seis outros livros sobre a empresa

São Paulo – O estilo japonês de gestão habita o imaginário: funcionários

disciplinados, alta tecnologia, inovação e resultados sempre muito satisfatórios.

Um dos grandes símbolos dessa cultura é a montadora Toyota, criadora de

uma metodologia de organização da produção que ficou conhecida por

toyotismo.

É com base na liderança deste modelo que surge o livro "O modelo

Toyota de liderança lean", de Jeffrey Liker - Ph.D., é professor de engenharia

industrial - e Gary Convis - ex diretor e membro do conselho de administração

da Dana Holding Corporation.

Lançado nesta semana, o livro explica que, na cultura da empresa, o

líder não está lá apenas para dar coordenar, mas, principalmente, para otimizar

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Page 63: Gestão de pessoas

a gestão da empresa. "A maior diferença está no papel primário do líder, que é

de desenvolver outras pessoas, como um professor e treinador", afirma Jeffrey

Liker.

Exatamente por isso, o exercício da liderança dentro da Toyota

preconiza a participação ativa da liderança em todos os processos que

envolvem cada departamento, desde o chão de fábrica até os escritórios. "É

importante que ele esteja no chão de fábrica – onde o trabalho é feito."

Resultado

Na prática, o resultado vem em produtividade. Segundo Liker, esse é o

melhor modelo para que haja um melhor desempenho sem excessos de

trabalho. O foco fica na gestão eficiente dos ativos da empresa. "É esperado

que os líderes da Toyota conheçam a rotina de trabalho em detalhe e

compreendam o contexto dos processos, usando o tempo para treinar e

desenvolver os outros para que os processos sejam continuamente

melhorados", afirma.

"Há foco na eliminação dos desperdícios, seja ele de produção,

manuseio ou tempo de espera", afirma. "Os líderes não têm a intenção de ficar

chefiando corte de custos, mas sim reduzir todo o tipo de excesso, para que os

funcionários se foquem em agregar valor aos seus trabalhos."

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Page 64: Gestão de pessoas

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Page 65: Gestão de pessoas

8.1.4 O modelo Japonês de administração da Toyota

A abordagem humanística do modelo japonês da teoria de administração

da Toyota, somada a teoria de Taylor, focalizou sua estratégia organizacional

no homem social. Valorizando todos para alcançar com sucesso a melhoria

constante em seus processos “Kaizen”, garantindo maior produtividade. Para

obter êxito proporciona aos colaboradores treinamentos de qualificação e

autonomia quanto à liderança. Em suma, para Toyota seus colaboradores não

fazem parte da máquina, mas sim, o alicerce principal do sucesso da empresa

e merecem respeito, conforme relatório social e ambiental 2008 da Toyota,

“Toyota Way”, o “jeito Toyota de ser”.

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Page 66: Gestão de pessoas

Para obter sucesso a Toyota solidificou sua estratégia organizacional em

um sistema aberto, onde cada subsistema tem como propósito principal o

produto com qualidade total. Para tal finalidade, a Toyota dispõe de

ferramentas administrativas relacionadas com aspectos sociais e humanas

objetivando perfeito equilíbrio entre entrada, transformação e saída em toda

organização. A estabilidade sistêmica é evidenciada quando em pesquisa de

clima organizacional o índice de satisfação é positiva, a Toyota é líder no

mercado japonês, asiático e europeu, sendo maior vendedora de veículos não-

americanos nos EUA, constatando assim seu Feedback principal “excelência

na produção automobilística”.

Conforme estudos realizados na teoria contingencial as organizações

tendem a se adaptar as transformações no mercado. A Toyota neste principio

formulou, conforme relatório social e ambiental 2008, documento “Visão Global

2020” onde faz um planejamento estratégico de seu negócio com influência do

cenário global. A Toyota ao longo de sua história demonstrou sua elasticidade

em adaptação para novos desafios, quando de fabricante de tear, passou a

fabricante modelo na produção de automóveis. Um exemplo de inovação foi o

modelo híbrido nos anos 90, quando a organização teve o desafio de elaborar

um modelo de automóvel desejado para o século XXI.

8.1.5 A psicologia organizacional da Toyota

A principal filosofia da Toyota em relação ao seu negócio é a certeza

que seus colaboradores são peças primordiais para o sucesso. Para

concretização desta estratégia humanística a empresa dispõe de uma política

de recursos humanos, onde um programa intitulado PDRH (Planejamento e

desenvolvimento de recursos humanos), coloca em prática valores positivos de

motivação fisiológica, segurança, sociais, estima e auto-realização aos seus

colaboradores.

Na motivação fisiológica, isto é, necessidades básicas humanas, a

Toyota possibilita aos seus colabores, benefícios como: refeitório, convênios

médico e odontológico, seguro de vida, transporte, desconto na compra de

veículo 0 km e convênios comerciais. Quanto à segurança ou estabilidade a

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Page 67: Gestão de pessoas

Toyota realiza treinamentos técnicos objetivando plano de carreiras e

profissionais vitalícios.

Para a socialização de seus colaboradores a Toyota proporciona

programas sociais como: atividades recreativas e desportivas, campanhas

internas, Open House (visita dos familiares nas dependências), programas de

integração com a comunidade e eventos comemorativos. O reconhecimento de

seus colaboradores é evidenciado no conjunto de fatores motivacionais

supracitados onde valores humanos estão acima da racionalidade. Mas

também são proporcionados aos seus colaboradores remuneração ou prêmio

na metas alcançadas através de participação de lucros e resultados (PLR),

pois, não só de felicidade vive o homem..

No geral o modelo traz harmonia entre todos, e tudo esta perfeito entre

os elos organizacionais, porém, a auto-realização na Toyota é estimulada a

todo o momento, pois, novas ideais surgem da insatisfação existente no

comportamento humano.

8.1.6 Os processos de negócios da Toyota

A Toyota segue o principio que para atingir a excelência na prestação de

serviço a produção não deve ser quantitativa, mas, sim qualificativa. Tal

embasamento é sustentado em seu plano estratégico de produção chamado

TPS (Sistema Toyota de Produção) onde visa otimizar processos, eliminar

desperdícios e atender aos clientes. No TPS aplicam-se as ferramentas de

planejamento embasadas no 5S e padronização de operações como Just in

time (JIT) e o Jidouka, objetivando melhorias continuas e perdas

desnecessárias.

Com o planejamento estruturado de melhoria, a Toyota, pois em prática

um conjunto sistêmico de “Política Ambiental Global” utilizando diretrizes de

Sistema de Gestão Interna (SGI) e Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Com

Sistema de Gestão Integrada a Toyota sincronizou sua linha de produção

uniformemente e atingindo praticamente a perfeição em uma linha de

montagem lenta, onde as anomalias detectadas são paralisadas a qualquer

momento por lideres ou não, pois, todos colaboradores são capacitados

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Page 68: Gestão de pessoas

tecnicamente no processo. Estas diretrizes do SGI orientam e qualificam os

setores de produção através de normas e procedimentos para obtenção da

certificação internacional chamado ISO 9001. Para obter a certificação

auditorias internas são realizadas em todos os subsistemas a fim de fiscalizar a

perfeita organização burocrática das atividades auditadas. A diretriz do Sistema

de Gestão Ambiental estabelece padrões em conjunto com a SGI, a fim de

firmar compromisso com a sociedade e com meio ambiente quanto ao

cumprimento da legislação e principalmente a melhoria constante dos

processos produtivos, tendo como meta redução de impactos ambientais. A

aplicação e resultado do SGA são reconhecidos através da certificação ISO

14000.

O feedback que tudo esta perfeito na Toyota é satisfação do cliente.

Assim como seus colaboradores a Toyota tem a filosofia que o cliente merece

respeito. No relatório social e ambiental 2008 da Toyota, como diz o fundador

da companhia Sakichi Toyoda,“O caminho do futuro é iluminado pelo

conhecimento do passado”, ressaltando queeste respeito ao consumidor é o

diferencial Toyota em relação as demais empresas. A melhoria constante de

acordo com a Toyota é sempre voltada para o cliente com produtos de alta

qualidade e baixo custo, onde o principal inspirador de novas ideais são os

próprios clientes.

8.1.7 O Resultada da perfeita Gestão

A perfeita estrutura organizacional abordada até agora mostra-nos

diretrizes administrativas empenhadas ao sucesso empresarial, porém, quando

uma organização mantém um sistema fechado, com poucos investimentos

tecnológicos e uma política mecanicista homo economicus, como o Serviço

Postal Americano, a engrenagem administrativa sofre grandes reflexos

negativos quanto à produção. Empregados desmotivados, assalariados

vitalícios sem perspectivas de carreira e o principal o descontentamento dos

clientes. Estas deficiências são características de uma administração

valorizada pela abordagem clássica, onde, o estilo de administrar é rígido e

autoritário.

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Page 69: Gestão de pessoas

Porém, o modelo complexo “Toyota Way”, o “jeito Toyota de ser”, onde a

união da cultura oriental e várias teorias mecanicistas e humanísticas, somadas

as ferramentas burocráticas de monitoramento das operações como

procedimentos, normas internacionais, assistência social e preservação do

meio ambiente, fazem da Toyota uma empresa compactada e sincronizada

utilizando os principais alicerces, colaboradores motivados e clientes

satisfeitos, uma organização em busca constante da excelência mundial no

setor automobilístico. Este conjunto muito bem planejado, organizado,

comandado, coordenado e controlado da estrutura administrativa da Toyota é

demonstrada até em seu emblema usado como marketing, onde o desenho de

3 elipses entrelaçadas significam: uma elipse o coração do cliente a outra o

coração do produto e a junção das duas um T de Toyota. A elipse maior unifica

os dois corações e o espaço no fundo o contínuo avanço do desenvolvimento

tecnológico da Toyota e as ilimitadas oportunidades à sua frente.

9. CONCLUSÃO

Apesar da disseminação em tempos recentes dos cursos de gestão de

pessoas, tal pratica ainda é confundida com uma atividade ou mesmo como

parte do setor de Recursos Humanos. De certa forma, a Gestão de Pessoas é

um modelo de gestão das organizações em substituição aos modelos

científicos, clássicos e burocráticos, os quais foram úteis à época em que as

sociedades mais avançadas ainda estavam escoradas em um sistema

econômico politicamente industrial. Este trabalho foi baseado na ocupação de

cargo e salário que estão no maior conceito de competências. O sistema de

Gestão por Competências surgiu na década de 90, e hoje se constitui em uma

tendência para a área de Recursos Humanos, analisou tendências de RH para

os próximos 10 anos. Nessa pesquisa, Competências surgem como uma

tendência, apontada por 96% das empresas pesquisadas, de relativa

dificuldade de implementação.

Tal dificuldade está relacionada principalmente ao fato de Competências

serem ainda um conceito em desenvolvimento, e de haver relativa dificuldade

para ser entendido, já que existem diversos significados para o termo

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Page 70: Gestão de pessoas

Competência, dados por diversos autores. Ainda existe uma grande dificuldade

relacionada a aspectos comportamentais quando se trata de entender o

funcionamento do Sistema de Gestão ou de programa-lo. Daí a importância de

implementar o sistema com uma equipe especializada e envolver todos os

níveis da Organização. As dificuldades para programar o novo sistema de

Gestão são rapidamente compensadas pelas diversas vantagens que ele traz.

Basta verificar as tendências representativas das grandes preocupações dos

gestores de RH hoje, e colocá-las ao lado das vantagens em utilizar

competências, para ver que estas respondem diretamente às preocupações

dos gestores. São muitas as melhorias apresentadas pelo novo sistema,

citadas ao longo do trabalho, das quais podemos mencionar algumas: maior

flexibilidade; facilidade em recompensar devidamente os funcionários,

estimulando o desenvolvimento de novas características necessárias ao

Negócio; alinhamento da Estratégia da Empresa com a Estratégia de Gestão

de Pessoas; maior facilidade para manter o sistema; descentralização das

decisões de RH, dando maior autonomia aos gerentes, entre outras. O objetivo

básico que persegue a função de Recursos Humanos (RH) com estas tarefas é

alinhar as políticas de RH com a estratégia da organização, que reservará para

implanta a estratégia através dos povos. Contratar o profissional ideal não é

fácil. Nem sempre uma seleção realizada com todo carinho detecta o

profissional que gostaríamos de ter como parceiro. Vejo um perfil adequado

naquele que, não apenas veste a camisa da empresa mas sobretudo se

compromete com o seu trabalho: é fiel, leal, toma decisões, possui habilidade

para se relacionar com todos os outros colaboradores, antenado, visionário,

dinâmico, disciplinado, livre de preconceitos.

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