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MONOGRAFIA DE GESTÃO DE PROJETOS
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA POLITÉCNICA
DCC/SEGRAC
O PAPEL DE GESTÃO DE PROJETOS NA CONSECUÇÃO DOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DAS EMPRESAS
Adriana Maria Gregory Cavalcante Edísio Maia de Araújo
2006
O PAPEL DA GESTÃO DE PROJETOS NA CONSECUÇÃO DOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DAS EMPRESAS
Adriana Maria Gregory Cavalcante Edísio Maia de Araújo
Mo n og ra f i a a p re sen t ad a no Curso d e Pós -Gr ad ua çã o em G ere nc iam en to d e Pro je t os , da Es co la Po l i t éc n i ca , d a Un i ve rs id ad e Fe der a l d o R io d e J an e i ro .
Orientador Eliseu Castelo Branco Junior
Ceará Junho, 2006
ii
O PAPEL DA GESTÃO DE PROJETOS NA CONSECUÇÃO DOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DAS EMPRESAS
Adriana Maria Gregory Cavalcante Edísio Maia de Araújo
Orientador
Eliseu Castelo Branco Junior
Monografia submetida ao Curso de Pós-graduação Gerenciamento de Projetos,
da Escola Politécnica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ,
como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Especialista em
Gerência de Projetos.
Aprovado por:
__________________________________________ Prof. Eduardo Linhares Qualharini
__________________________________________
Prof. Alexsandro Amarante da Silva
__________________________________________ Prof. Eliseu Castelo Branco Junior Orientador
Ceará Junho, 2006
iii
ARAÚJO, Edísio Maia de; CAVALCANTE, Adriana Maria Gregory.
O Papel da Gestão de Projetos na Consecução dos Objetivos Estratégicos das Empresas / ARAÚJO, E. M. de, CAVALCANTE, A. M. G. Ceará: UFRJ/EP, 2006.
xi, 64f. il.; 29,7cm. Orientador: Eliseu Castelo Branco Junior. Monografia (especialização) – UFRJ/ Escola
Politécnica/ Curso de Especialização em Gerenciamento de Projetos, SEGRAC, 2006.
Referências Bibliográficas: f. 62-64 1. Planejamento Estratégico. 2. OPM3. 3.
Escritório de Projetos. I. JUNIOR, E. C. B. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Pós-graduação III. Especialista.
iv
Dedicatória Agradeço inicialmente a Deus, princípio e fim de todas as coisas, razão de nossa existência e luz para os meus passos. Agradeço ao meu pai, Edberto, que embora infelizmente tenha tido uma breve convivência, me influenciou fortemente, através de sua vida digna, na formação de meu caráter e de meus valores. Agradeço à minha mãe, Lúcia e a minha segunda mãe, Cícera (Dinha) cujo carinho e dedicação de ambas completaram minha educação. Agradeço aos meus sogros, Afrânio e Elza, pelo sustentáculo, incentivo e lições de vida. Agradeço ao meu gerente Maurilísio, cujo apoio e recomendação foram essenciais, também à minha empresa BEC, pelo patrocínio, ambos foram essenciais, sem os quais não teria sido possível a minha participação neste curso. Agradeço aos meus colegas de curso, com os quais tive a oportunidade de conviver e cuja experiência e diversidade foi bastante enriquecedora para minha vida, em especial à minha amiga Adriana que me incentivou a participar no curso, compartilhou comigo durante todas as etapas e foi minha grande parceira neste trabalho. Agradeço aos meus professores, cuja dedicação e empenho serviram de incentivo para que eu continue a trilhar meu caminho na busca de conhecimento, particularmente ao nosso orientador Eliseu, que apesar de ter uma vida bastante atribulada, sempre achava uma brecha em sua agenda e com sua paciência e dedicação nos auxiliava no desenvolvimento deste trabalho. Agradeço aos meus filhos, Raquel, Daniel e Davi pelo apoio e compreensão nos momentos de ausência. Por fim, agradeço especialmente à minha esposa Eugênia, pelo incentivo, apoio e pelo desdobramento necessário para que eu pudesse tornar este sonho possível, a ela e aos meus filhos dedico o meu sucesso.
Edísio
v
Dedicatória Agradeço inicialmente a Deus, pela sua luz que sempre direciona a minha vida. Agradeço aos meus queridos pais, Tom e Lia pela educação que proporcionaram a todos os filhos com muito esforço e dedicação, sempre nos mostrando a importância do conhecimento e também ao meu querido sogro José Júlio exemplo de sabedoria, companheirismo e vontade de viver. Agradeço de uma forma muito especial meu querido e amado incentivador de todas as horas, meu esposo Júlio, que mostrou o caminho e me ajudou a realizar esta conquista que abriu novos rumos para minha realização profissional. Agradeço aos meus queridos filhos Juliana e Pedro fontes de alegria e amor durante este trabalho e a cada novo dia. Agradeço ao meu amigo e companheiro de monografia Edísio que desde o início acreditou nos meus sonhos e ajudou torná-los realidade. Agradeço ao orientador e amigo Eliseu pelo incansável incentivo, dedicação, paciência, vibração e atenção que teve conosco durante a construção deste trabalho. Por fim, agradeço ao coordenador Prof. Eduardo Qualhiarini , aos professores e alunos da primeira turma UFRJ de Gerenciamento de Projetos - Fortaleza pelo aprendizado que tivemos com as discussões e troca de idéias.
Adriana
vi
RESUMO
O PAPEL DA GESTÃO DE PROJETOS NA CONSECUÇÃO DOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DAS EMPRESAS
Adriana Maria Gregory Cavalcante Edísio Maia de Araújo
Resumo da Monografia submetida ao corpo docente do curso de Pós-
Graduação em Gerenciamento de Projetos – Universidade Federal do Rio de
Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de
Especialista em Engenharia.
Este trabalho visa abordar a importância dos projetos na consecução dos
objetivos das empresas e estimular a prática adequada do gerenciamento de
projetos como premissa básica para atingir as metas do plano estratégico das
organizações. Para isto, o trabalho trata do conceito de estratégia através da
sua formulação mostrando as principais escolas e a importância do
planejamento estratégico para o sucesso da organização. A seguir mostra uma
das metodologias existentes para garantir a correta implementação do
planejamento estratégico: o Balanced Scorecard e as boas práticas e
ferramentas sugeridas pelo PMI (Project Management Institute) utilizando-se do
guia PMBoK. Finalmente o estudo apresenta o OPM3 – Organizational Project
Maturity Model de forma que as empresas possam entrar em um processo
cíclico que engloba a propagação de seu conhecimento em gerenciamento de
projetos organizacional.
Palavras-Chave: Planejamento Estratégico, OPM3, Escritório de Projetos.
Ceará Junho, 2006
vii
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 1
1.1. Motivação.................................................................................................... 1
1.2. Objetivos do trabalho.................................................................................. 1
1.3. Organização do trabalho............................................................................. 2
2. A ESTRATÉGIA, SUA FORMULAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO ........................ 4 2.1. O conceito de estratégia............................................................................. 4
2.2. Formulação da estratégia........................................................................... 6
2.3. Implementação da Estratégia..................................................................... 9
2.4. O Balanced Scorecard......……………………….......................................... 11
3. CONTEXTO DOS PROJETOS............................................................................ 18 3.1. Aspectos Gerais.......................................................................................... 18
3.2. Definição de Projeto, Programa, Portfólio de Projetos................................ 19
3.3. Ciclo de Vida do Projeto ……………………….........…........……….....….... 21
3.4. As Partes Interessadas no Projeto...........................................……........... 23
3.5. Gerenciamento de Projetos.................................................….................... 25
3.6. Escritório de Projetos.................................................................................. 28
4. TRANSFORMANDO ESTRATÉGIAS EM RESULTADOS – OPM3.................. 36 4.1. O PMI…………........................................................................................... 37
4.2. OPM3.......................................................................................................... 38
4.3. Elementos fundamentais do OPM3............................................................ 40
4.4. Benefícios………………………………………………………………............. 41
4.5. Elementos físicos do modelo OPM3........................................................... 42
4.6. Aplicação do OPM3……………………………………………………............ 43
4.6.1. Conhecimento dos Componentes...................................................... 43
4.6.2. A Auto Avaliação…………………………………………...................… 44
4.6.3. O Processo de Melhoria..................................................................... 45
4.7. O Processo de Utilização do OPM3 pelas Empresas................................. 46
4.8. Existem novos termos e conceitos para aprender?.................................... 46
4.9. A importância do OPM3 para a profissão de gerenciamento de projetos.. 46
4.10. Propósito e Escopo do OPM3..................................................................... 47
4.11. Gerenciamento de Projetos Organizacionais.............................................. 48
4.12. Maturidade Organizacional…………………………………………................ 49
4.13. A Organização do Modelo........................................................................... 50
4.14. Conhecimento, Avaliação e Melhorias........................................................ 51
4.15. Melhores Práticas………………………………………………....................... 51
viii
4.16. Competências, Resultados e Indicadores de Desempenho....................... 54
4.17. Dependências entre as Melhores Práticas e as Competências.................. 56
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 62 REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS............................................................................... 64
ix
LISTA DE FIGURAS Figura 2.4.1- Princípios da Organização focalizada na Estratégia............................. 16
Figura 3.1.1- Projetos x Processos............................................................................. 18 Figura 3.2.1- Características Básicas de um Projeto................................................. 20 Figura 3.2.2- Projetos e Programas fazem parte de um portfólio de Projetos............ 21 Figura 3.3.1- Gráfico demonstrando as fases de um projeto em um período de
tempo.............................................................................................................................23 Figura 3.4.1- Partes interessadas em um projeto....................................................... 25 Figura 3.5.1- Processo de transformação de informações em produtos.................... 26 Figura 3.5.2- Mapeamento entre grupos de processos de gerenciamento de
projetos..........................................................................................................................27 Figura 3.5.3 - Integração entre as áreas de conhecimento de gerenciamento de
projetos......................................................................................................................... 28 Figura 3.6.1- Perfil das empresas com escritório de projetos......................................29 Figura 3.6.2- Motivos para implementação de PMO................................................... 30 Figura 4.1- O OPM3 é a ponte entre a estratégia Organizacional e os projetos bem
sucedidos..................................................................................................................... 36 Figura 4.3.1- Os componentes do Modelo OPM3: Conhecimento, Avaliação e
Melhorias...................................................................................................................... 41 Figura 4.6.1.1- Maturidade em Gerenciamento de Projetos Organizacional cresce de
uma forma contínua.......................................................................................................44 Figura 4.6.3.1- O Ciclo OPM3......................................................................................45 Figura 4.12.1- Crescimento da Maturidade Organizacional em GP.............................49 Figura 4.15.1- Melhores Práticas são diretamente dependentes das competências e
seus resultados associados..........................................................................................52 Figura 4.16.1- Os indicadores de desempenho confirmam a consecução dos
resultados................................................................................................................... 54 Figura 4.17.1- As dependências podem envolver várias competências....................56 Figura 4.17.2- Dependências entre as melhores práticas..........................................57
LISTA DE QUADROS Quadro 1- Formulação e implementação de estratégia...............................................07 Quadro 2- As três estratégias Genéricas.....................................................................09 Quadro 3- Mapa estratégico para implementação de Estratégia Genérica de
Porter.............................................................................................................................13 Quadro 4- Objetivos e Indicadores...............................................................................14 Quadro 5- Fases de um Projeto...................................................................................22
x
Quadro 6- Principais Funções de um PMO..................................................................32
LISTA DE TABELAS Tabela 1- Tema Estratégico..........................................................................................15
1. INTRODUÇÃO
1.1. Motivação
Esta é a era da concorrência total onde as empresas precisam aprender a lutar
adaptando suas organizações, focando mais nas suas estratégias a fim de se posicionar
de maneira diferenciada no mercado competitivo, citado por Fuller (PORTER, 2002).
Neste ambiente de competição crescente dos negócios, as empresas que necessitam estar
preparadas para garantir sua sobrevivência, tendem a lançar inúmeras iniciativas
buscando respostas rápidas, pois sempre haverá um competidor pronto para disputar o
mercado.
Muitas vezes estas iniciativas, na forma de projetos, envolvem um alto valor de
investimento e necessidade de utilização de recursos sempre limitados na empresa. Este
quadro se agrava quando cada área da organização tenta defender os seus projetos e
interesses para resolver os problemas de forma isolada, muitas vezes dando resultado
somente para determinadas áreas, não considerando, porém, os melhores resultados para
a organização como um todo.
Outro cenário que é apresentado com freqüência é a falta de conhecimento e
maturidade das organizações na prática de gerenciamento de projetos. Projetos são
concluídos fora do prazo, com orçamento além do planejado, e muitas vezes sem foco
no atendimento das expectativas dos clientes. Para piorar, sem a utilização de uma
metodologia de gerenciamento de projetos definida, que exija o registro de todos os
passos seguidos no decorrer do projeto, as experiências acumuladas são perdidas, pois
não ficam registradas para servir como base para projetos futuros.
Com este estudo, pretende-se oferecer uma fonte básica de referência para o
estudo da importância do conhecimento de gerenciamento de projetos nas organizações,
de como os projetos devem estar alinhados à estratégia da empresa e como estes devem
ser acompanhados com o objetivo de obter-se o sucesso esperado.
1.2. Objetivos do Trabalho
O objetivo deste trabalho é estudar a importância dos projetos na consecução dos
objetivos das empresas e estimular o uso adequado do gerenciamento de projetos como
iniciativa para atingir metas do plano estratégico das organizações.
2
Os objetivos específicos a que se propõe este trabalho são:
a) Entender a relação entre estratégia empresarial e os projetos para
implementá-la.
b) Divulgar conhecimentos e boas práticas de gerenciamento de
projetos, baseados no guia PMBoK.
c) Divulgar os conhecimentos sobre o modelo de maturidade em
gerenciamento organizacional emanados do Organizational Project Maturity
Model - OPM3.
1.3. Organização do trabalho
Este trabalho está dividido em quatro capítulos, além da introdução, descritos a
seguir:
O capítulo 2 aborda o conceito de estratégia que é inicialmente abordado através
da sua formulação mostrando as principais escolas e a importância do planejamento
estratégico para o sucesso da organização. Identificado por vários autores, uma
formulação estratégica não tem valor se não for bem implementada. Através de estudos
e experiências em várias empresas, foram criados vários modelos de implementação da
estratégia. Dentre as quais encontramos o Balanced Scorecard que é utilizado como
exemplo de modelo de implementação, no qual as empresas, através de um mapa
estratégico desenhado com base no seu planejamento estratégico, definem metas e
indicadores de metas a serem alcançados por meio de iniciativas ou projetos priorizados
pela organização. Estes indicadores serão monitorados continuamente de forma a evitar
quaisquer desvios que tendam a distanciar a empresa de seus objetivos e facilitem a
correção de rumo para do atendimento de suas necessidades.
Aspectos relacionados a projetos, programas e portfólios de projetos são tratados
no capítulo 3. Além das definições de cada um deles serão tratados temas relacionados a
projetos tais como partes interessadas em projetos, ciclo de vida de projeto, e
gerenciamento de projetos e seus processos. O escritório de projetos também é descrito
neste capítulo por se entender que tem um papel fundamental no desenvolvimento e
implantação de uma gestão de portfólios de projetos da organização, itens estes
alinhados com as metas da estratégia da empresa.
3
Depois de falar sobre planejamento estratégico, nada mais justo que agora
demonstrar maneiras de como as empresas possam atingir estes objetivos. O OPM3 –
Organizational Project Maturity Model se apresenta como uma ponte entre os projetos
bem sucedidos e os objetivos estratégicos das empresas. Afinal de contas se a empresa
possui projetos de sucesso, conseqüentemente deverá atingir seus objetivos estratégicos.
No capítulo 4 será abordado sobre o tema OPM3, um modelo de maturidade em
gerenciamento de projetos publicado pelo Project Management Institute, instituição de
reconhecimento internacional na divulgação de padrões, responsável pela elaboração do
PMBoK - Project Management Book of Knowledge, referência mundial em padrões
para condução de projetos individuais.
Finalizando o trabalho o Capítulo 5 apresenta-se as principais conclusões
obtidas através deste estudo e propostas de futuros estudos relacionados a estes
assuntos.
4
2. A ESTRATÉGIA, SUA FORMULAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO
2.1. O conceito de Estratégia
Freire (FREIRE, 1997) acredita que o desempenho competitivo e sucesso de
qualquer empresa é função de sua orientação estratégica, que por sua vez está fundada
em uma formulação correta da estratégia e na sua implementação eficaz. Ansoff
(ANSOFF, 1990) associa o aumento da importância dada às questões estratégicas nas
organizações, ao crescimento das turbulências no ambiente de negócios, fato este que
vem se intensificando nas últimas décadas. Um exemplo atual do aumento das
turbulências é evidenciado através do processo de globalização, onde empresas dos mais
diversos locais do mundo aparecem na busca de mercados inexplorados, por exaustão
do mercado em que atuam. Buscam uma fatia destes novos mercados, antes não
interessantes para as mesmas, trazendo disputas acirradas e mudanças velozes,
quebrando, portanto a estabilidade do ambiente. Em face deste cenário, é conveniente
conhecer a evolução do conceito de estratégia.
A palavra “Estratégia” tem origem na Grécia antiga a partir do termo strategos,
que é uma combinação das palavras stratos (exército) com –ag (liderar), e representa a
função do general do exército. Devido a sua origem militar, estratégia é definida como
“a disposição das tropas com vistas a alcançar vitória sobre o inimigo” (FREIRE, 1997,
p.18), é a partir dela que são definidas ações ofensivas e defensivas para serem
executadas.
Estratégia é um termo transportado das aplicações bélicas para a administração
que, em sua acepção original está ligada à arte de planejar e executar movimentos e
operações visando alcançar ou manter posições relativas. A partir dessa idéia, percebe-
se que, inicialmente, faz-se necessário fixar os objetivos para que, a partir destes, sejam
definidos os meios para obtê-los (VALERIANO, 2001).
Ansoff (ANSOFF, 1977) citando autor desconhecido, afirma: “Estratégia é
quando a munição acaba, mas continua-se atirando para que o inimigo não descubra que
a munição acabou”.
Transportando este conceito para o meio empresarial, estratégia visa criar uma
vantagem competitiva sustentável. Desenhar uma estratégia significa criar uma
proposição de valor única, com atividades alinhadas e ajustadas nas diversas áreas da
empresa, Michel Porter (PORTER, 2002). Quinn (MINTZBERG, 2001) define
5
estratégia como sendo o plano que integra as principais políticas, metas e ações de uma
organização formando um todo coerente. Para Freire (1997,p.22) , “A estratégia é o
conjunto de decisões e ações da empresa que, de uma forma consistente, visam
proporcionar aos clientes mais valor do que o oferecido pela concorrência.” Já
Mintzberg (MINTZBERG, 2001) apresenta cinco definições de estratégia, conhecidas
como os 5 P’s. Primeiro como plano (plan), pois é uma diretriz conscientemente
engendrado para lidar com uma determinada situação, um curso de ação, algo
intencional e planejado, através do qual se buscam objetivos pré-determinados.
Segundo, como pretexto tornando-se um truque, uma trama (ploy) com finalidade
específica de confundir, iludir o concorrente comunicando-lhe uma mensagem falsa.
Terceiro como padrão (pattern), pois trata da consistência no comportamento, um
padrão em fluxo de ações. Quando um determinado curso de ação traz resultados
positivos, a tendência natural é incorporá-lo ao comportamento. Se como plano as
estratégias são propositais ou deliberadas, como padrão as estratégias são emergentes,
surgindo sem intenção; Quarto, como posição (position), pois considera o nicho ou
indústria em que a organização atua, um posicionamento que lhe permita sustentar-se e
defender sua posição dentro desta indústria. Refere-se a como a empresa é percebida
externamente, pelo mercado; E finalmente como perspectiva (perspective), uma visão
de dentro para fora, refere-se ao modo como a organização se percebe frente ao
mercado. Tem relação com a cultura, a ideologia e percepção interna da organização.
Andrews (2001,p.58) coaduna várias definições de estratégia tendo como
resultado o seguinte :
“Padrão de decisões em uma empresa que determina e revela seus
objetivos, propósitos ou metas, produz as principais políticas e planos para a
obtenção dessas metas e define a escala de negócios em que a empresa deve se
envolver, o tipo de organização econômica e humana que pretende ser e a natureza
da contribuição econômica e não-econômica que pretende proporcionar a seus
acionistas, funcionários e comunidade”.
Segundo Mintzberg (MINTZBERG, 2000) a estratégia pode ser ainda deliberada
ou emergente de acordo com o seu processo de formação. A estratégia deliberada é
previamente formulada para depois ser implementada. No caso da estratégia emergente,
esta nasce da prática da empresa e se consolida como seu diferencial no mercado e,
apesar de não planejada, é reconhecida como uma estratégia empresarial.
6
O objetivo deste trabalho é mostrar a importância dos projetos na implementação
da estratégia organizacional, projetos estes que nascem de um plano de ação
representando um dos produtos da formulação da estratégia através de um processo
formal de planejamento. Pelo exposto acima, será objeto deste estudo apenas a
estratégias ditas deliberadas, portanto passa-se a seguir a falar de formulação e
implementação de estratégia.
2.2. Formulação da estratégia
Ansoff apud Dill lembra que historicamente nas empresas, as iniciativas
estratégicas estavam concentradas nos acionistas e na administração geral. Os acionistas
sendo responsáveis por sinalizarem para onde a empresa deveria ir, e a administração
geral interpretando as expectativas dos primeiros, e traçando caminhos para alcançá-las.
As escolas prescritivas compostas pelas escolas de design, planejamento e
posicionamento, o grupo das escolas descritivas, formado pelas escolas empreendedora,
cognitiva, de aprendizado, do poder, cultural e ambiental e finalmente pelo grupo
unitário das escolas integrativas composto pela escola de configuração.
As escolas prescritivas preocupam-se mais em como as estratégias devem ser
formuladas, e não com o que elas realmente são. As descritivas por sua vez, pretendem
demonstrar como as estratégias são formuladas e não se ocupam da prescrição do
comportamento estratégico. É importante salientar que tais escolas surgem em
diferentes estágios do desenvolvimento da administração estratégica e é importante que
a organização avalie qual o seu estágio e a escola que mais se adapta à sua necessidade
(MINTZBERG, 2000).
Três escolas são claramente de característica deliberada, que representam as
escolas prescritivas e foram escolhidas para uma abordagem mais detalhada, a seguir.
A primeira destas escolas é a escola de Design, representada pela aranha, que
tem como marca a introdução da análise SWOT. O modelo SWOT é um meio bastante
difundido para realização do diagnóstico estratégico da empresa. Esse método busca
definir as relações existentes entre os pontos fortes (strenghts) e fracos (weaknesses) da
empresa com as tendências mais importantes do ambiente organizacional, tanto interno,
quanto externo, delimitando as oportunidades (opportunities) e ameaças (threats) para a
empresa. "A idéia é que o empresário descubra como, por exemplo, usar suas forças
7
para minimizar as suas fraquezas, aumentar as suas oportunidades e diminuir as
ameaças que estão ao seu redor" (CLEMENTE, 2004).
Esta escola prega a formulação de estratégias através de avaliações internas e
externas para realçar os Pontos Fortes da organização, aproveitar as Oportunidades
identificadas na análise, bem como para tratar os Pontos Fracos e se proteger das
Ameaças. Esta escola segundo Mintzberg trata formulação da estratégia como um
processo de concepção e tem entre os seus autores mais influentes Alfred D. Chandler,
Philip Selznick, Keneth Andrews, cujas contribuições iniciais datam do final da década
de 50 e inicio da década de 60.
O Quadro 01 retrata bem o processo da escola de Design realçando como
insumos para a formulação da estratégia as avaliações internas e externas, mas inserindo
também aspectos relativos a responsabilidades sociais e valores gerenciais. A
responsabilidade social estaria representada nas questões éticas da sociedade na qual a
empresa está inserida. E os valores gerenciais por sua vez, estão relacionados às crenças
e preferências dos líderes da organização.
Uma das características marcantes da escola de design, seguindo o conceito de
estratégia deliberada, é que a estratégia para ser implementada tem que estar totalmente
formulada. Este aspecto está diretamente relacionado à máxima de que a estrutura deve
8
seguir a estratégia. Portanto, para implementar a estratégia é necessário garantir uma
estrutura compatível para a organização que demandará projetos para viabilizá-la.
A segunda na lista de Mintzbeg é a Escola de Planejamento, que se destaca pela
formulação da estratégia como um processo formal e tem como base um forte exercício
na busca de planejar o futuro a partir da definição de metas quantificadas obtidas pela
análise de dados passados alinhados às suas projeções, desaguando em orçamentos e
planos de ações bastante rígidos. Destacam-se como líderes conceituais desta escola os
autores Igor Ansoff e Peter Lorange.
A terceira escola enumerada por Mintzbeg é a Escola de Posicionamento.
Reconhecida pelo seu processo analítico para formulação da estratégia, esta escola tem
seu marco nos anos 80 quando do lançamento do livro Competitive Startegy de Michel
Porter, seguramente o autor de maior influência desta escola. Esta escola traz no seu
bojo vários componentes das escolas de Design e de Planejamento, incorporando o
conceito de delimitação dos tipos de estratégias passíveis de formulação, dentro de um
grupo que ele determinou de estratégias genéricas.
Segundo Porter (PORTER, 1996) as empresas podem ter basicamente três
estratégias genéricas, representadas no Quadro 02. A primeira delas é Liderança no
Custo Total, onde a empresa tem que perseguir fortemente esta orientação através de
ganhos de escala e cortes de despesas, sem, no entanto afetar qualidade e serviços
básicos ao cliente, como por exemplo, a assistência técnica pós-venda. A segunda
estratégia genérica é a Diferenciação, onde a empresa se coloca perante o cliente de
forma a se distinguir por alguma característica de produto e ou serviço, acima de todos
os seus concorrentes, e, portanto traz junto à oportunidade de se cobrar um maior valor
por isto. A terceira e última estratégia genérica é conhecida como Enfoque, e consiste
em a empresa se especializar em determinado nicho de mercado ou linha de produto,
possibilitando uma vantagem competitiva perante aqueles concorrentes que tentam
atender a todos os segmentos da demanda.
9
2.3. Implementação da Estratégia
O Planejamento Estratégico tem sido uma solução encontrada pelas empresas na
busca de um crescimento sustentado de longo prazo. Ocorre que muitas empresas tem
tido dificuldade em implementar os seus Planejamentos Estratégicos. Reid citado em
(GOODSTEIN, 1993) fez um estudo em 94 organizações e verificou que a integração
do planejamento estratégico com sua implementação raramente ocorria. Identificou que
as três principais razões para o fracasso da implementação da estratégia eram:
1. A alta administração da organização não estava envolvida no
processo do planejamento
2. O Planejamento não tinha sua continuidade garantida através da sua
tradução nas atividades operacionais do negócio, os projetos da empresa não
eram priorizados de acordo com sua estratégia.
3. O exercício do planejamento não garantia o pensamento
estratégico na organização.
Estas ocorrências levaram ao surgimento do conceito de administração
estratégica, onde a organização, para obter sucesso com suas estratégias, tem que
considerar outras etapas além das previstas nos processos de planejamento estratégico,
no caso as etapas de implementação da estratégia e do controle estratégico (MATOS,
2003).
10
Segundo Ansoff (ANSOFF, 1990) o planejamento estratégico surge para dar
uma solução a um problema de adaptação da organização ao meio que ela está inserida.
Já a Administração estratégica, segundo os autores, estaria mais focada na
implementação do Plano Estratégico, ou seja, garantir que a solução encontrada através
de um processo analítico de concepção seja colocada em prática, trazendo como
resultado a adaptação estratégica da organização.
Alguns pontos são bastante relevantes na implementação dos planos
estratégicos, um destes pontos está relacionado à questão do “sentimento de posse”. As
pessoas envolvidas na implementação devem ter conhecimento da direção do negócio,
necessitam estar envolvidas e interessadas o suficiente para sentir-se donas do plano,
como diz uma das premissas da escola de Design, “estratégia deve ser compreendida
por todas as pessoas dentro da organização”. Para isso a organização deve promover
ações e treinamentos no sentido de integrar as pessoas de todos os níveis funcionais com
a alta gerência, fazendo com que todos acreditem que suas atividades estão convergindo
para o completo sucesso da missão da empresa.
Chandler, citado por Goodstein (GOODSTEIN, 1993), identifica como outro
fator crítico de sucesso na implementação do planejamento, a necessidade de se
viabilizar uma estrutura adequada da organização para atender as estratégias
formuladas. Para isto, Chandler demonstra como a escolha entre quatro possíveis
estratégias de crescimento por uma organização, demandarão por estruturas bem
diferentes. Por exemplo, se a empresa opta por uma estratégia de crescimento por
expansão de volume em um mesmo mercado, ela vai demandar uma estrutura de
serviços administrativos/financeiros centralizada e robusta para atender este
crescimento. Se por outro lado a organização opta por uma estratégia de crescimento
através da dispersão de mercados, será demandada uma estrutura mais descentralizada,
utilizando uma estrutura matricial.
Outro aspecto importante na implementação do planejamento estratégico é o
papel do mais alto executivo neste processo. Este deve liderar o processo e estar
totalmente alinhado com o mesmo. Para isso é importante que ele internalize o plano e
que demonstre através de suas ações uma profunda crença no que ele está fazendo. Ele
deve se colocar como um exemplo a ser seguido. (KAPLAN, 2001).
O papel do orçamento na implementação da estratégia é fundamental para o
sucesso desta iniciativa. Kaplan e Norton (KAPLAN, 2001), chamam atenção para a
11
necessidade de integração do planejamento estratégico com o processo orçamentário,
pois quando ocorre destes dois processos não estarem sincronizados, os projetos
resultantes do planejamento estratégico não terão recursos para sua execução. Goodstein
complementa que, o orçamento estando integrado com o Planejamento Estratégico e
tendo as suas metas determinadas por este torna possível que o monitoramento do
cumprimento do orçamento sinalize para eventuais desvios ou atrasos na implementação
do planejamento.
A demanda das organizações por implementar seus Planos Estratégicos, criou
condições para o surgimento de algumas propostas de modelos para atender esta tarefa
de forma especializada. Dentre estes modelos, o mais citado em trabalhos de pesquisas
na área de administração, e também o que detém maior número de aplicações nas
organizações nos dias de hoje, é o Balanced Scorecard proposto por Kaplan e Norton
(KAPLAN, 1997). Por este motivo, este modelo representará neste trabalho os modelos
para implementação de planos estratégicos, e será objeto de detalhamento no item a
seguir.
2.4. O Balanced Scorecard
O Balanced Scorecard tem sua origem na Universidade de Harvard no ano de
1992, através de artigos escritos pelos professores Robert Kaplan e David Norton.
Inicialmente proposto como um modelo para monitorar desempenho utilizando
indicadores balanceados, este método evoluiu através de sua utilização em projetos de
consultorias em várias organizações, para auxiliar na implementação de Planos
Estratégicos. (KAPLAN, 2001)
Segundo Kaplan e Norton (KAPLAN, 1997), o Balanced Scorecard é um
instrumento para traduzir a Visão e a estratégia organizacional em ações operacionais.
Pra isto, utiliza o mapa estratégico, uma representação gráfica e balanceada da
estratégia, composta pelos objetivos empresariais e por suas medidas, sendo estes
enquadrados em quatro perspectivas, a financeira, a mercadológica, a de processos
internos e a de aprendizado e crescimento. Este mapa prevê ainda relações de causa
efeito entre os objetivos, e, portanto entre suas medidas, a partir das quais são
desenhados os grandes temas estratégicos da organização.
12
Kaplan e Norton (KAPLAN, 2004) propõem modelos distintos de mapas
estratégicos para organizações com e sem fins lucrativos (demonstrado na Figura 2.4.1).
Nos dois casos a perspectiva de aprendizado e crescimento é a base do mapa, fazendo
com que a organização ao atender estes objetivos esteja sempre preparada para
aprender, e, portanto gerando efeito no atendimento dos objetivos da perspectiva de
processos, que está localizada na segunda posição de baixo para cima e representa o que
a organização necessita fazer bem feito para ter sucesso na sua área de atuação.
É após a perspectiva de processos que os modelos começam a ser diferentes. No
caso das organizações com fins lucrativos a perspectiva financeira é o final da cadeia de
causa e efeito, como o final da lógica que garante a sua sustentação de longo prazo, pelo
atendimento dos objetivos do acionista, passando antes pela perspectiva de mercado,
cujos objetivos atendidos vão ter como efeito os resultados financeiros. No caso das
organizações, sem fins lucrativos, o fim do encadeamento lógico da estratégica é o
cumprimento da missão, que é resultado do alcance dos objetivos das partes
interessadas, divididos entre os objetivos da perspectiva de clientes e a perspectiva
fiduciária. (KAPLAN, 2004).
Kaplan e Norton mostram no Quadro 03, o modelo de um mapa estratégico para
implementação da estratégia genérica de Porter (PORTER, 1996) conhecida como
diferenciação ou liderança de produto. Neste mapa o objetivo do final da cadeia de
causa e efeito na perspectiva financeira é gerar valor de longo prazo para o acionista,
que é apoiada de um lado pelo objetivo voltado à produtividade, “gerenciar os custos de
todo o ciclo de vida de produto”, e de outro lado por uma estratégia de crescimento de
receita, através dos objetivos de aumento de receitas decorrentes de novos produtos e de
melhoria de margens brutas de novos produtos. Para conseguir os resultados financeiros
sob perspectiva do acionista, é necessário atender às expectativas dos clientes
representadas pelos objetivos da perspectiva mercadológica, “primeiro a chegar ao
mercado”, “produtos de alto desempenho” e “novos segmentos de clientes”. Um
exemplo desta relação entre os objetivos financeiros e os de mercado, está explícita na
possibilidade de se ter margens brutas melhores nos novos produtos, objetivo
financeiro, pela colocação de preços mais altos devido ao fato de se ter chegado
primeiro no mercado, objetivo da perspectiva mercadológica.
O Quadro 03 mostra bem claramente que os produtos vistos a partir da
perspectiva do cliente, são serviços que possuem o maior poder de expansão das
13
fronteiras de desempenho, tão almejados pelas empresas, são geralmente produtos
pioneiros no mercado, conseqüentemente com maior risco de lançamento. Seu alto
poder de desempenho, advém de seu alto nível de diferenciação do mercado, mais
atraentes aos olhos dos clientes, mais brilhantes, pequenos, leves, de fácil manuseio.
Estes produtos muito costumeiramente atendem a uma demanda que antes não existia,
criando desta forma um novo segmento de clientes.
No entanto para atingir os objetivos de mercado e também os financeiros, na
estratégia de liderança de produtos, a empresa necessita ter excelência na gestão
operacional, na gestão dos clientes, na inovação e na questão regulatória e social,
representados cada um destes temas por um grupo de objetivos na perspectiva de
processos internos. Este fato está bem ilustrado, na relação entre o objetivo de chegar
primeiro ao mercado na perspectiva de mercado e o grupo de objetivos relacionados à
inovação, na perspectiva de processos internos. Finalmente, para a empresa manter sua
excelência nos assuntos acima mencionados, é necessário que ela esteja sempre pronta
14
para aprender e isto acontecerá se forem alcançados os objetivos na perspectiva de
pessoas e informação, que estão agrupados no mapa por objetivos voltados ao capital
humano, da informação e organizacional. (KAPLAN, 2004).
Os objetivos classificados nas quatro perspectivas, e relacionados por causa e
efeito são os primeiros componentes do mapa estratégico, para tornar mais claras suas
comunicações e para monitorá-los se faz necessário a inclusão do segundo componente
do mapa, que é o indicador estratégico. Como exemplo de indicadores para os objetivos
na perspectiva de cliente do mapa do Quadro 03, Kaplan e Norton descrevem no
Quadro 04, a seguir:
Quadro 04: Objetivos e Indicadores
Objetivos da perspectiva dos clientes
Indicadores
Oferecer aos clientes produtos e serviços mais funcionais
• Atributos de desempenho específicos de novos produtos e serviço (por exemplo, tamanho, exatidão, consumo de energia, geração de calor, velocidade, brilho, facilidade de armazenamento, clareza, durabilidade, simplicidade de uso, tempo de resposta).
Ser o primeiro no mercado com novos produtos e serviços.
• Lead time em comparação com os concorrentes. • Números de novos produtos e serviços que foram os primeiros a chegar no mercado. • Porcentagem de lançamentos pontuais.
Estender produtos e serviços a novos segmentos.
• Número de novas aplicações oriundas da plataforma de produtos. • Receita de novos produtos e segmentos.
Fonte: (KAPLAN, 2004),
Segundo Kaplan e Norton (KAPLAN, 2004), somente com os objetivos e os
indicadores o mapa traduz a estratégia de uma forma passiva. Para introduzir uma visão
dinâmica capaz de realmente ativar a implementação da estratégia, faltam os dois
últimos componentes do mapa, que são as metas e os projetos ou iniciativas
estratégicas. No Balanced Scorecard, as metas representam a quantificação dos desafios
a serem alcanças pelos indicadores, e elas são estipuladas, de uma forma sistêmica,
diferindo dos processos tradicionais de definição de metas, até então utilizados nos
planejamentos estratégicos. Isto significa que as metas vão acompanhar a mesma
relação de causa e efeito existentes entre os respectivos objetivos e indicadores, fazendo
15
com que uma meta de um objetivo causa tenha que ser proporcional à meta do objetivo
efeito, para poder impulsioná-lo. Para aquelas metas mais desafiantes, em cujos
resultados atuais dos indicadores estejam muito distantes dos valores perseguidos, será
necessário um investimento da organização, no formato de um projeto ou iniciativa que
vai possibilitar ser dado o salto nos resultados necessário à execução da estratégia. Esta
visão do teste da hipótese estratégica na busca da implementação da estratégia está
ilustrada na Tabela 01 através de uma parte do mapa exemplo apresentado
anteriormente.
Kaplan e Norton (KAPLAN, 2001) identificaram, através de estudos, os 5
princípios de uma organização orientada a estratégia (Strategy-Focused Organization –
SFO), e estes princípios estão diretamente relacionados com os processos de construção
e implementação do Balanced Scorecard, como demonstrado na Figura 2.4.1 e será
discorrido a seguir.
O primeiro princípio de uma Strategy-Focused Organization, organização
focada na estratégia, segundo Kaplan e Norton (KAPLAN, 2001), é o da Tradução. Este
princípio é representado pela fase de construção do mapa estratégico, para traduzir a
estratégia em termos operacionais, através de objetivos balanceados nas quatro
perspectivas do Balanced Scorecard, de seus indicadores, de suas metas e de seus
projetos.
16
O princípio número dois é o do Alinhamento. Ele defende que os vários níveis
da organização devem estar alinhados estrategicamente através do desdobramento do
mapa estratégico do nível mais alto, nos mapas de níveis sub-seqüentes, possibilitando
a clara comunicação das contribuições de cada parte da organização para a estratégia do
todo.
O terceiro princípio identificado por Kaplan e Norton (KAPLAN, 2001), é fazer
a estratégia uma tarefa de todos. Este princípio é traduzido nas seguintes práticas na
organização SFO:
a) A educação de todos da organização para a absorção dos
conceitos de estratégia, acompanhada da comunicação atualizada e constante
da estratégia organizacional;
b) O desdobramento dos scorecards até o nível das pessoas
possibilitando clareza quanto à contribuição de cada um para o alcance da
estratégia maior da organização;
c) A implantação de mecanismos de incentivos, financeiros ou não,
para aqueles que contribuem com a implementação da estratégia
organizacional.
17
“Estratégia como um processo contínuo” é o quarto princípio de Kaplan e
Norton (KAPLAN, 2001), que é representado por iniciativas relacionadas ao uso do
BSC nas organizações, através das reuniões de acompanhamento estratégico, da
integração do orçamento e de outras ferramentas de gestão com o processo de gestão
estratégica, e da utilização de um software para implementar o modelo do Balanced
Scorecard.
Finalmente o quinto e último princípio, denominado como sendo o da
Mobilização, demonstra a importância do papel da alta gestão da empresa desde a
construção até a implementação do BSC. Os passos importantes na prática deste
princípio, que devem ser capitaneados pela alta administração, envolvem:
1. A criação do senso de urgência para alavancar as mudanças
necessárias;
2. A formação de um time de lideres com visão estratégica e integrada
da organização além de suas próprias áreas funcionais;
3. E o desenvolvimento da visão e da estratégia de forma compartilhada
pelos lideres da organização.
18
3. CONTEXTO DOS PROJETOS
3.1. Aspectos Gerais
As organizações realizam trabalhos para atingir um conjunto de objetivos
auxiliando a manter o negócio no mercado competitivo. Estes trabalhos são planejados,
executados e controlados, sendo realizados por pessoas e utilizam recursos limitados.
Alguns desses trabalhos são contínuos e repetitivos sendo denominados processos,
outros são temporários e exclusivos que são sendo identificados como projetos
(PMBoK, 2004).
No contexto dos trabalhos Américo Pinto afirmou:
“Os processos são necessários para manter os níveis atuais de
desempenho da organização, ou seja, enquanto que os projetos são
fundamentais para permitir que novos “saltos” sejam dados como ganhos
de produtividade, redução de custos, melhoria de qualidade e aumento de
rentabilidade”. (Pinto, 2005)
Dinsmore (DINSMORE, 1999) vê um inter-relacionamento forte entre processos
e projetos. À medida que há um aumento do número de processos em uma organização,
torna-se necessária a criação de projetos para alinhar e aperfeiçoar esses processos.
Desta forma, considera ainda o autor, que os projetos podem ser entendidos como
“processos capacitadores” ou “processos de transição”, uma vez que vão organizar as
atividades necessárias ao funcionamento e aperfeiçoamento do processo alvo. Os
projetos consideram as atividades que não se repetem nos processos e facilitam a
passagem da fase de aperfeiçoamento do processo para sua fase de utilização em
produção, conforme demonstrado na Figura 3.1.1.
19
Os Benefícios Potenciais do Gerenciamento de Projetos:
a. Priorização de projetos para maximizar sua eficiência.
b. Definir claramente os objetivos dos projetos, evidenciando os
problemas de cada área e estimar os riscos necessários para se alcançar o
sucesso do projeto.
c. Trilhas para facilitar a definição das tarefas a realizar e marcos
bem definidos para monitorar se os passos planejados já foram atingidos,
caso contrário, ações podem ser tomadas para correção.
d. Aumento do nível de comunicação entre os envolvidos nos
projetos.
e. Refinamento na definição dos recursos necessários para cada
projeto, conseqüentemente acarretando a diminuição da utilização de
recursos para a realização de trabalhos.
f. Provê uma forma realística de medição de performance
3.2. Definição de Projeto, Programa, Portfólio de Projetos
A definição para projetos, segundo (PMBOK, 2004), é : “Esforço temporário
empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”. (KERZNER,
2001) considera que um projeto é uma série de atividades e tarefas que tem um objetivo
específico a ser cumprido com certas especificações, com data de início e fim definidas,
consumindo recursos (pessoas, equipamentos, monetários) e com custos limitados.
De outra forma, David I. Cleland, Phd (MUNDO PM Nº 6) define projeto como
uma combinação de recursos organizacionais reunidos para criar algo que ainda não
existe e que fornecerá um avanço de desempenho na capacidade de projetar e executar
estratégias organizacionais. Segundo Alexandre Nogueira projeto é:
“Empreendimento não repetitivo, que se caracteriza por uma lógica
e clara seqüência de eventos, com início e fim, que se destina a atingir um
objetivo claro, definido e único, conduzido por pessoas dentro de parâmetros
pré-determinados de custo, tempo qualidade e recursos envolvidos”.
(NOGUEIRA, 2004, p.50)
20
O projeto tem as seguintes características: temporário, único e progressivo como
demonstrado na Figura 3.2.1. Temporário, pois tem datas de início e fim bem definidas,
terminando quando os objetivos para o qual foi criado foram alcançados. É único, pois
os produtos ou serviços gerados pelo projeto são diferentes de outros já existentes. E
finalmente progressivo, pois quanto maior o seu detalhamento, melhor seu
entendimento (DINSMORE, 2003).
Os projetos são autorizados para atender uma ou mais das seguintes
considerações estratégicas: demanda de mercado, necessidade organizacional,
solicitação de cliente, avanço tecnológico ou requisito legal. Os projetos são realizados
em todos os níveis de uma organização e podem envolver pessoas de várias unidades da
organização e até extrapolar suas fronteiras, atingindo clientes, fornecedores, parceiros e
governo (PMBoK, 2004).
O PMBoK (PMBoK, 2004), define programa como sendo um grupo de projetos
gerenciados de maneira coordenada para obtenção de benefícios e controle que não
poderiam ser alcançados se gerenciados individualmente. Programas podem envolver
além de projetos, trabalho relacionado fora do escopo dos projetos.
O portfólio de projetos é o conjunto de projetos ou programas e outros trabalhos
agrupados para facilitar o gerenciamento eficaz visando atender os objetivos de
21
negócios estratégicos. Na Figura 3.2.2 podemos ter uma idéia da abrangência que
podem ter os Projetos, Programas e Portfólios. Os projetos ou programas do portfólio
podem não ser necessariamente interdependentes ou diretamente relacionados.
3.3. Ciclo de Vida do Projeto
Todo projeto tem fases definidas de desenvolvimento. Um claro entendimento
destas fases permite ao gestor do projeto e aos executivos da organização melhor
controle dos recursos envolvidos, para obtenção dos resultados desejados (KERZNER,
2001). A junção de todas as fases de um projeto é denominada ciclo de vida do projeto.
Não existe uma única maneira correta de se definir as fases de um projeto. Elas podem
variar conforme as características do projeto e de organizações executoras, conforme
demonstrado no Quadro 03. É comum se ver organizações estabelecerem políticas de
padronização de ciclo de vida para todos os seus projetos (PMBoK, 2004).
22
Quadro 05: Fases de um projeto
Fonte: (CASTRO WILLE, 2005) Adaptação.
O produto de uma fase do projeto é qualquer resultado do trabalho mensurável e
verificável, podendo ser um componente de um produto final a ser entregue, um
relatório de estudo, um protótipo ou um documento de projeto detalhado.
Conforme o tamanho e a complexidade do projeto podem-se subdividir as fases
do projeto em subfases. Os produtos de cada subfase estão relacionados com os
produtos da respectiva fase principal.
Segundo PMI através do PMBoK, ao se definir o ciclo de vida do projeto, deve-
se levar em conta alguns fatores como: qual trabalho deve ser realizado em cada fase,
quando as entregas de produtos devem ser geradas na fase, de que forma será a entrega
destes produtos, o que deve ser verificado e aprovado ao final da fase, como deve ser
controlada e aprovada a fase bem como quem está envolvido no trabalho.
• Viabilidade • Planejamento • Desenho • Construção • Entrega
• Descoberta • Investigação • Desenvolvimento Pré-
Clínico • Submissão para
Registro • Atividade pós-
submissão
• Planejamento de linha de produto
• Geração de idéias/conceitos
• Seleção de idéias/conceitos
• Desenvolvimento de estratégia de projeto
• Análise de negócio • Desenvolvimento
técnico do produto • Teste e validação do
produto • Desenvolvimento da
produção • Lançamento e
comercialização
Construção Projeto Desenvolvimento de Farmacêutico Novo Produto
23
O encerramento de uma fase se dá com a verificação e a aceitação do trabalho
realizado e dos produtos entregues. Em alguns projetos, pode acontecer de uma fase ser
iniciada antes que a fase anterior tenha sido concluída, situação esta denominada como
paralelismo. Também pode ocorrer o caso de uma fase ser encerrada sem a decisão de
iniciar a próxima fase, porque se verificou que o risco de continuar o projeto é muito
grande para sua continuação ser autorizada sendo, portanto, o mesmo interrompido.
Algumas análises, relativas a risco e recursos, por exemplo, são realizadas
tomando como base as fases e tempo do projeto. Nas fases iniciais do ciclo de vida do
projeto onde o detalhamento dos requisitos é pequeno, temos um maior risco de não
atingir os objetivos do projeto, diminuindo à medida que ele o vai sendo executado.
Quanto aos itens custo e pessoal nota-se que são baixos na fase inicial, crescem durante
a fase intermediária e caem a medida que o projeto vai sendo finalizado, conforme
mostrado na Figura 3.3.1.
3.4. As Partes Interessadas no Projeto
Neste mercado competitivo, muitos projetos tendem a apresentar resultados
desastrosos com altos índices de insatisfação. Um dos principais motivos é a falta de
clareza de definição das necessidades e expectativas relacionadas ao projeto. Para tanto,
é fundamental no início do projeto, identificar todas as pessoas que de certa forma
estarão envolvidas no projeto para que possam contribuir com o seu sucesso.
24
Segundo Fremann citado por Guedes e Mendes (GUEDES, MENDES 2005), o
termo stakeholders refere-se a grupos que têm direito legitimado sobre a organização,
são aqueles grupos a quem a organização tem voluntariamente aceito beneficiar ou a
quem devem obrigação moral. São quaisquer indivíduos ou grupos que podem afetar a
obtenção dos objetivos organizacionais ou que são afetados pelo processo de busca
desses objetivos”.
Complementarmente, partes interessadas no projeto (PMBoK, 2004)., “são
pessoas e organizações ativamente envolvidas no projeto ou cujos interesses podem ser
afetados como resultado da execução ou do término do projeto”. É fator crítico de
sucesso para o projeto a identificação dessas pessoas, bem como de suas expectativas,
possibilitando assim um canal de comunicação eficaz entre as partes interessadas e a
equipe do projeto.
Outro ponto de atenção importante em um projeto, é o diagnóstico precoce de
uma possibilidade de influência negativa de alguma das partes interessadas. Esse fato,
possibilitará tomadas de decisões para neutralizar tal influência diminuindo o risco de
um fracasso no projeto (PMBoK, 2004).
As partes interessadas do projeto, demonstradas na Figura 3.4.1, possuem
responsabilidades e autoridades diversas no decorrer do projeto que podem mudar
durante o ciclo de vida do projeto. Em todo projeto as principais partes interessadas
são: o patrocinador, o gerente do projeto, o cliente, a organização executora e os
membros da equipe do projeto, podendo estes componentes variar conforme a
complexidade do projeto. Meios de comunicação, agências governamentais,
investidores fornecedores e sociedade em geral também podem ser partes interessadas
de um projeto.
25
O projeto, como está em sua definição é uma atividade realizada por pessoas
para pessoas. As pessoas que são partes interessadas do projeto, chamados
stakeholders assumem distintas funções no desenvolvimento do projeto. O patrocinador
é a pessoa ou grupo que fornece os recursos financeiros para o projeto, enquanto que o
gerente de projeto é a pessoa responsável pelo gerenciamento do projeto, já os clientes
são as pessoas ou a organização que utilizará o produto ou serviço, resultado do projeto.
Também relacionadas ao projeto, podemos ter até duas equipes de pessoas, a equipe de
gerenciamento do projeto, que são os que estão diretamente envolvidos nas atividades
de gerenciamento de projetos, e a equipe do projeto, o grupo que executa o trabalho do
projeto.
3.5 Gerenciamento de Projetos
“O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento, habilidades,
ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos”.
(PMBoK pg 37).
26
É um ramo da Ciência da Administração, área dinâmica e em crescimento.
Várias entidades no mundo fornecem produtos, livros e artigos a respeito do assunto. Os
autores do trabalho escolheram as orientações escritas pelo Project Management
Institute (PMI) instituição fundada em 1969 sem fins lucrativos com sede na
Philadelphia – Pennsylvania, USA com o objetivo de desenvolver procedimentos e
conceitos necessários para dar suporte à profissão gerenciamento de projetos. A
publicação de Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos
(Guia PMBoK) contribuiu para solidificar e padronizar os conceitos básicos em
gerenciamento de projetos. Ao longo dos anos este guia vem sendo atualizado e
melhorado com ajuda de colaboradores e revisores do PMI, atualmente apresentado
(PMBoK, 2004).
Segundo PMI através do PMBoK, um projeto é concluído através da realização
de processos ligados entre si onde são produzidos resultados que vão se
complementando até gerar o produto final que atenderá as especificações previamente
definidas. Cada processo recebe informações que servirão de subsídio para que ele se
realize, são aplicados mecanismos através de técnicas e ferramentas para transformar as
informações em produtos do processo, conforme Figura 3.5.1.
Todos os processos que compõem o Gerenciamento de Projetos pertencem a
grupos de processo que interagem entre si durante o ciclo de vida do projeto. Estes
grupos, com alvos distintos são: os processos de iniciação, os processos de
planejamento, os processos de execução, os processos de controle e os processos de
encerramento, representados na Figura 3.5.2.
O grupo de processos de iniciação está focado em definir e autorizar um projeto
ou fase do projeto. Já o grupo de processo de planejamento tem a função de detalhar os
objetivos, definir quais as ações necessárias e qual o plano para realizar o escopo
27
proposto do projeto. O grupo de processos de execução é responsável pela
implementação do plano do projeto. O grupo de processos de controle identifica as
variações e o progresso do projeto em relação ao plano proposto, para tomar
providencias quanto aos desvios ocorridos, através da realização de ações corretivas.
Finalmente, o grupo de processos de encerramento formaliza e aceitação do produto ou
serviço e realiza atividades para finalização do projeto (PMBoK, 2004).
É importante frisar que esses grupos de processos não seguem uma seqüência
linear, eles se sobrepõem e interagem entre si conforme o andamento do projeto. Cada
grupo de processo, em geral, ocorre pelo menos uma vez em cada fase do projeto.
As áreas de conhecimento de gerenciamento de projetos são integradas
formando um todo único através desses quarenta e quatro processos conforme mostra a
Figura 3.5.3.
28
3.6 Escritório de Projetos
Com o crescente número de projetos e da importância que estes estão assumindo
perante as metas empresariais faz-se necessário ter alguém responsável na organização
com o papel de garantir projetos bem priorizados e gerenciados, orientar e facilitar as
29
melhores práticas de gerenciamento de projetos. Diante do exposto, Dinsmore (2005)
define a missão de um escritório de projetos como sendo “identificar, estimular e
apoiar a utilização das melhores práticas de gerenciamento de projetos de tal forma que
a organização possa implementar suas estratégias e alcançar seus objetivos”. Quelhas e
Barcauí (BARCAUÍ, 2005) descrevem o escritório de projetos como um grupo de
indivíduos autorizados a falar por um projeto e complementando com Cleland
(CLELAND, 1999), finalizam que o escritório de projetos tem como meio promover a
cultura de gerência de projetos sob perspectiva de melhoria de métodos e processos.
Carneiro e Crawford (CARNEIRO, 2005) definem o escritório de projetos como o
ponto-foco que permite a gestão do portfólio de projetos de uma empresa ou de um
setor específico. Dependendo da quantidade e do grau de complexidade dos projetos em
cada organização, o escritório de projetos pode exercer funções diferentes.
Conforme pesquisa realizada por Barcauí (BARCAUÍ, 2004) para desenhar o
perfil dos escritórios de gerenciamento de projetos em organizações brasileiras,
verificou-se que as áreas de tecnologia da informação, engenharia e serviços são as
áreas mais atuantes no assunto conforme mostra Figura 3.6.1. Por serem área com
constante inovação, necessitam sempre de metodologias e processos de gerenciamento,
propiciando a criação dos escritórios de projetos.
Entre diversos motivos para que uma empresa implemente um escritório de
projetos estão destacados: métricas, padronização, capacidade de repetição dos modelos,
desenvolvimento profissional de gerentes de projetos e governança corporativa dos
30
programas e projetos (CARNEIRO, 2005). Ainda relativo à pesquisa de Barcaui, para
desenhar o perfil dos escritórios de gerenciamento de projetos em organizações
brasileiras foram identificados como principais motivos pelos quais escritórios de
projetos são instalados: necessidade de alinhamento com melhores práticas em
gerenciamento de projetos, estouro de orçamentos, atrasos nos projetos empreendidos,
ausência de metodologia, processo e padrões, dentre outros, como mostra a Figura 3.6.2.
Quanto às funções exercidas por um escritório de projetos Carneiro e Crawford
(CARNEIRO, 2005) sugerem como principais:
1. Controle - controle, auditoria e revisão dos projetos e seus
produtos
2. “Coaching” - treinamento, mentoria e suporte aos gerentes de
projeto onde o foco é o desenvolvimento da capacidade de gestão da
equipe.
31
3. Estruturação - estruturação do ambiente de projetos através de
processos, metodologia e software de gestão de projetos e portfólio e
ambiente colaborativo.
4. “PI – Project Intelligence” - análise e métricas de resultados em
projetos, utilizando informações históricas, análise de indicadores e de
resultados e ajuda na priorização e seleção de projetos, alinhados ao
planejamento estratégico.
5. Gestão de Recursos – gestão dos recursos humanos de projetos
para controle de produtividade, desempenho e compartilhamento de
recursos entre projetos.
A gama de serviços que podem ser prestados por um Escritório de Projetos no
âmbito organizacional das empresas é bastante amplo e pode abranger um grande
universo de áreas de trabalho como está demonstrado no Quadro 06. Neste são
mostradas as principais funções de um escritório de projetos, para desenhar o perfil dos
escritórios de gerenciamento de projetos. Iniciando-se desde a fase de planejamento do
projeto, determinando metodologias, medidas de progresso e estimativas que auxiliarão
na condução deste processo. Apoio ao controle durante a execução do projeto é outro
serviço que o Escritório de Projetos pode desempenhar, através da elaboração de
sínteses e resumos, registro e acompanhamento das mudanças, análise de tendências,
ações de controle de mudanças e elaboração de informes acerca do desenvolvimento do
projeto. O Escritório de Projetos também auxilia no desenvolvimento de habilidades
para gerência de projetos através do apoio à aprendizagem contínua e validação de
habilidades para futuros projetos a serem desenvolvidos. Os registros acumulados no
Escritório de Projetos são de fundamental importância para diversas áreas tais como:
comunicação, mantendo uma cópia registrada das comunicações realizadas durante a
execução dos projetos; riscos, mantendo os histórico de problema já apresentados para
futuras consultas; itens de ações, registrando-os e acompanhando-os; testes, mantendo
o registro de todos os testes executados; e finalmente prover uma consulta interna sobre
os registros dos últimos projetos realizados pela empresa. Dentre outras funções
importantes realizadas pelo Project Management Office, citamos a difusão dos
conceitos, ferramentas e conhecimentos técnicos de gerenciamento de projetos no
âmbito da organização, bem como a auditoria de projetos que auxilia às organizações na
32
identificação de ações corretivas a serem tomadas em caso de aparecimento de
deficiências no desenrolar do projeto.
Quadro 06 – Principais Funções de um PMO
Área de Trabalho Serviços Prestados Apoio para o planejamento do projeto
Manter metodologia e as variações dos processos padrão Armazenar e atualizar as planilhas para o planejamento Armazenar e recuperar as lições aprendidas Manter as medidas de progresso Disponibilizar consultas sobre estimativas de custos e prazos
Auditoria do projeto Processar listas de comprovação de “milestones” Apoiar a intervenção em um projeto devido a deficiências Manter um registro das ações corretivas
Apoio para o controle do projeto
Manter um registro e o acompanhamento do controle de mudanças Manter as ações de controle de mudanças e os elementos de conclusão Validar as respostas de tempo de trabalho, e acompanhar Efetuar análise de tendências dos avanços Apoiar a elaboração de informes sobre o andamento do projeto Efetuar sínteses e resumos de projetos
Apoio para a equipe do projeto
Participar dos exercícios de integração da equipe Ensinar e dirigir as técnicas de gerência de projetos
Desenvolvimento de habilidades para gerência de projetos
Efetuar validações de habilidades para projetos futuros Participar de avaliações do rendimento do projeto Apoiar a aprendizagem contínua das equipes de projetos Manter as linhas básicas e as mudanças na metodologia do projeto
Manutenção do processo de gerência de projetos
Identificar as demandas gerais de treinamento para o processo Manter as políticas, procedimentos e práticas para a gerência de projetos Institucionalizar a gerência de projeto
Recursos para a gerência de projetos
Avaliar as necessidades de ferramentas para os projetos e a organização Avaliar a idoneidade e a compatibilidade das ferramentas atuais com o projeto Coordenar o treinamento em ferramentas das equipes de projetos Proporcionar conhecimentos técnicos sobre as ferramentas Recomendar prioridade para os novos projetos
Apoio executivo para projetos
Recomendar a alocação de recursos entre os projetos Revisar as avaliações do rendimento dos projetos Servir como consultoria de gerência de projetos para executivos
33
Relatórios de projetos Coletar e validar a informação de forma periódica ou contínua Preparar e distribuir relatórios Preparar relatórios para os dirigentes
Problemas Estabelecer um registro e rastrear os problemas para o gerente de projetos Fechar os problemas depois de solucioná-los
Riscos Manter história dos problemas para consulta Identificar, quantificar e mitigar os riscos Rastrear os riscos e fechar os eventos de risco Preparar planos de contingência
Itens de ações Estabelecer um registro e o acompanhamento dos itens das ações Fechar os itens das ações depois de seu término Manter história das ações
Comunicações Preparar um plano de comunicações Atualizar o plano de comunicações, se necessário Distribuir relatórios para os stakeholders Manter cópias registradas das comunicações
Cronograma Preparar os cronogramas em um sistema automatizado Manter o estado do cronograma conforme o progresso informado Produzir cronogramas, quando necessários
Custos Preparar o orçamento Manter o orçamento baseado nos gastos Informar o estado do orçamento
Qualidade Preparar plano de garantia e de controle de qualidade Manter os planos de garantia e de controle de qualidade
Testes Preparar plano de testes e de documentação Manter os registros dos testes
Consulta interna sobre gerência de projetos
Prover experiência em gerência de projetos para todas as fases do projeto, a fim de melhorar os planos, recuperar os projetos e aconselhar sobre técnicas e sucessos
Fonte: (CLELAND, 2000)
Valeriano (VALERIANO, 2001) in Hinça atribui as funções de um escritório de
projetos conforme os estágios de implantação: inicial, intermediário e avançado. Nos
estágios iniciais o escritório de projetos é responsável pela prestação de serviços de
controle de prazo e custos, treinamento e melhoria das ferramentas e práticas de
gerenciamento de projetos, elaboração de relatórios multiprojetos e interdepartamentais,
ligação com gerentes departamentais e levantamento das lições aprendidas dos projetos.
Nos estágios intermediários, além das funções do estágio anterior, o escritório de
projetos também é responsável por montar o arquivo do histórico de projetos,
34
administração dos processos de gerenciamento de projetos, consultoria sobre
gerenciamento de projetos, apoio a reuniões de avaliações e revisões dos projetos e
desenvolvimento e aperfeiçoamento de métodos e padrões. Finalmente, nos estágios
avançados onde depende do nível de autoridade atribuído ao escritório de projetos, são
estabelecidas funções para análise e aprovação de propostas de projetos segundo
objetivos estratégicos da organização, distribuição e recursos de acordo com prioridades
estabelecidas, revisão crítica e avaliação de projetos além das funções dos estágios
iniciais. A medida que o escritório de projetos for evoluindo e com mais maturidade,
seus benefícios tornam-se mais valiosos para a organização. Para Crawford
(CARNEIRO, 2005) o benefício supremo do escritório de projetos é quando ele atinge o
patamar de ser um importante repositório de informações para tomada de decisões.
Crawford (CARNEIRO, 2005) apud Patah e Carvalho (2003, p.6-7) in Hinça
apresentam alguns fatores chaves para o sucesso do desenvolvimento de uma cultura de
gerenciamento de projetos em uma organização através da implantação de um escritório
de projetos:
a) Fazer um plano detalhado do processo de implantação do
escritório de projetos
b) Estabelecer objetivos incrementais
c) Tornar a implantação do escritório o mais simples possível
d) Focar os principais problemas da organização e entendê-los de
vários pontos de vista
e) Compartilhar as expectativas e objetivos do processo
f) Comunicar os objetivos e sucessos atingidos pelo escritório de
projetos
g) Realizar testes das metodologias desenvolvidas
h) Envolver as pessoas certas na alta administração
Por outro lado, alguns fatores que levam o fracasso do Escritório de Projetos:
a. Tentar mudar as pessoas, processos e ferramentas de uma só vez.
35
b. Esquecer partes envolvidas em projetos no processo de
implantação, ignorando idéias, o conhecimento e as experiências das demais
pessoas da organização.
Um escritório de projetos bem implantado certamente poderá acelerar as
expectativas da alta administração da organização para resolver os principais problemas
enfrentados na gestão de seus projetos como atrasos no cronograma, estouro de
orçamento, falta de padronização muitas vezes gerando retrabalho e falta de
alinhamento dos projetos à estratégia da empresa.
36
4. TRANSFORMANDO ESTRATÉGIAS EM RESULTADOS – OPM3
Com o aumento da competição nos setores industriais e entre as profissões,
organizações em todo o mundo estão vislumbrando no gerenciamento de projetos uma
forma de garantir a realização de projetos de sucesso em conjunto com a plena
realização de seus negócios e atingindo os objetivos estratégicos da organização.
Grandes empresas de todo o mundo, das mais diversas áreas de atuação, tais
como: IBM, AT&T, Petrobrás, Exército e Aeronáutica dos Estados Unidos e a NASA
estão utilizando o gerenciamento de projetos.
Com tal objetivo, define-se Gerenciamento de Projetos Organizacionais como o
gerenciamento sistemático de projetos, programas e portfólios em alinhamento com a
realização dos objetivos estratégicos. O conceito de Gerenciamento de Projetos
Organizacional é baseado na idéia de que deve haver uma correlação entre a
competência organizacional em gerenciamento de projetos, gerenciamento de
programas e gerenciamento de portfólios, e sua eficácia na implementação da estratégia.
O conhecimento e a aplicação do modelo de maturidade organizacional apresentado
pelo OPM3 é um modo relativamente eficaz de propor mudanças organizacionais, de
forma situacional, destinadas à melhoria da maturidade organizacional em gestão de
projetos.
37
Para entendermos e apreciarmos a relevância e a importância do OPM3 –
Organizational Project Management Maturity Model para o cenário de negócios atual e
o ambiente organizacional e como este funciona em sua organização. Inicialmente o
OPM3 poderá auxiliar a reconhecer a importância do papel vital que projetos e
gerenciamento de projetos têm na atuação dentro das companhias e organizações no
mercado global. O trabalho realizado pelas empresas geralmente envolve operações ou
projetos, embora eventualmente estes possam se sobrepor, operações e projetos
compartilham algumas características, tais como: são executados por pessoas,
dependem de recursos limitados e são planejados, executados e controlados.
4.1 O PMI
O PMI – Project Management Institute tem mantido seu compromisso de
atualizar continuamente os padrões de desenvolvimento de projetos através de suas
publicações. Em 1987 o PMI publicou o PMBoK Standards, o precursor da versão de
1996 do “A Guide to the Project Management Body of Knowledge” (PMBoK, 2004).
Em 2002, o PMI expandiu o escopo de suas atividades de regulagem de padrões
fazendo uma incursão na área dos profissionais de GP, através da publicação do Project
Manager Competency Development Framework.
O Guia PMBoK e o Project Manager Competency Development Framework
contribuíram para o desenvolvimento da profissão de gerenciamento de projetos em
todo o mundo, patrocinando um vocabulário comum e disseminando os conhecimentos
e as práticas geralmente aceitas em gerenciamento de projetos.
Sempre buscando a maior difusão da atividade de gerenciamento de projetos, o
PMI anuncia a publicação do OPM3 – Organizational Project Management Maturity
Model, destinado a ajudar as organizações a transformar estratégias em resultados de
sucesso, de forma constante e previsível.
Com a introdução de seu modelo de gerenciamento de projetos organizacionais,
o PMI completa a tríade de normas, uma para as Organizações, outra para pessoas e esta
última que proporciona que às organizações e às pessoas trabalharem de forma
integrada, provendo uma aproximação compreensiva e sinérgica para o bom êxito da
atividade gerenciamento de projeto.
38
4.2 OPM3
“O OPM3 é ainda outro passo essencial do comprometimento do PMI com o
desenvolvimento de padrões que conduzirão à excelência mundial na prática do gerenciamento
de projetos”. Debbie L. O´Bray, CIM, PMI Chair
No início de 2004, o PMI lançou seu Modelo OPM3, desenvolvido a partir da
pesquisa com outros tantos modelos preexistentes de avaliação de Maturidade
Organizacional e do apoio anônimo de aproximadamente 800 voluntários de mais de 35
países, inclusive do Brasil.
O Modelo OPM3 visa oferecer uma estrutura formal capaz de traduzir
estratégias de negócios em resultados consistentes e previsíveis. Trata-se de uma
estrutura de melhoria contínua do ambiente de gestão de projetos das organizações,
construída através da recomendação de Boas Práticas, geralmente aceitas e previamente
experimentadas pelos seus associados. Desse modo, em princípio o Modelo OPM3
retrata uma trilha segura e referenciada, capaz de orientar os gestores organizacionais
nos seus investimentos em iniciativas de aprimoramento da operação de gestão de
projetos. Conhecer e aplicar o Modelo OPM3 é hoje, portanto, um modo relativamente
eficaz de propor mudanças organizacionais, de modo situacional e adaptativo,
destinadas à melhoria da gestão de projetos (LIMA, 2006).
OPM3 é um acrônimo para Organizational Project Management Maturity Model
– um modelo de maturidade organizacional. É uma estrutura conceitual, composta por
processos bem estabelecidos, através dos quais a organização poderá desenvolver-se de
uma forma sistêmica com a finalidade de atingir um estado futuro desejado. O propósito
deste é prover uma forma para as organizações de entenderem o gerenciamento de
projetos organizacional e medir seu nível de maturidade a partir de um abrangente e
amplo conjunto de melhores práticas em gerenciamento de projetos organizacional.
O Projet Management Maturity Model (OPM3) se encaixa naturalmente dentro
da seqüência de normas publicadas pelo PMI. O guia PMBOK – Project Management
Body of Knowledge tem se tornado de fato o padrão para gerência de projetos pessoais e
é a referência de escolha para a profissão de gerenciamento de projetos. O Project
Management Competency Development Framework, determina os padrões que
proporcionam efetivamente, o desenvolvimento e o treinamento de gerentes de projetos
ou daqueles que aspiram ser gerentes de projetos.
39
Logicamente o próximo passo foi desenvolver um padrão de fundamento de
gerenciamento de projetos aplicável ao nível organizacional das empresas. O OPM3
procura criar uma estrutura dentro da qual as organizações poderão reexaminar a busca
de seus objetivos estratégicos através das melhores práticas do gerenciamento de
projetos organizacional.
Esta norma é uma sentença inicial neste tema – identificando e organizando um
substancial número de práticas de gerenciamento de projeto geralmente aceitas e
provadas, e provendo maneiras de avaliar a maturidade das organizações contra as
melhores práticas identificadas neste modelo. Finalmente com os resultados destas
avaliações, as organizações poderão decidir como planejar seu aperfeiçoamento e como
se aproximar ao máximo do mesmo, melhorando sua maturidade através do
desenvolvimento das capacidades identificadas no modelo.
Quando o PMI lançou o OPM3, a exemplo de outros padrões emanados daquele
instituto, seu objetivo não é tão somente, ser um modelo prescritivo, que diz aos
usuários quais aperfeiçoamentos devem feitos e como fazê-los. A intenção do PMI é
oferecer modelos garimpados da consulta feita a inúmeros gerentes de projetos das mais
diferentes atividades, que servem como base de estudo e parâmetro para uma auto-
avaliação, de forma que a organização se torne apta a tomar suas próprias decisões de
acordo com seus potenciais iniciativas de mudança.
Profissionais e consultores que usam o OPM3 podem ter interesse em explorar
além das possibilidades para avaliação e para mudanças no gerenciamento
organizacional que se encontram implícitas através da avaliação. Seu trabalho
contribuirá para o crescimento da compreensão de como o gerenciamento de projetos
auxilia para a efetiva realização da estratégia organizacional.
O OPM3 é projetado para prover uma ampla gama de benefícios para as
organizações, para a gerência superior e para aqueles engajados nas atividades de
gerenciamento de projetos.
È importante salientar que o OPM3 está em sua primeira iteração pública. Pela
primeira vez, o gerenciamento de projetos organizacional e a maturidade de
gerenciamento de projetos organizacional foram definidas em um padrão PMI.
Adicionalmente, o PMI abriu um diálogo com relação a gerenciamento de programas e
40
portfólios, pressupondo-os como princípios básicos comuns inseridos no gerenciamento
de projetos organizacional.
A união com o modelo PMI neste ponto, envolve uma enorme base de
comprometimento e esforço constante, os quais tenderão a naturalmente gerar
entusiasmo e expectativa em toda a comunidade de gerenciamento de projetos. Muito
do trabalho do OPM3, entretanto envolverá navegação em territórios nunca antes
explorados e o resultado deste trabalho será oferecido como medida de humildade bem
como de satisfação.
A jornada que temos diante de nós, o estudo do modelo pelas organizações, as
avaliações das mesmas frente ao modelo apresentado, e considerando seus planos de
aperfeiçoamento, testarão as idéias com as quais o OPM3 foi elaborado e, sem dúvida,
produzirão uma riqueza de informações. Estas informações abrirão caminho para ajustes
e/ou refinamentos que irão promover o desenvolvimento da próxima edição do OPM3.
Aqueles que já fazem uso do OPM3 dentro de suas organizações, certamente não farão
uso destes benefícios, estarão participando de um empreendimento grandioso.Eles
estarão construindo, em seu trabalho pioneiro, algo que levará este modelo adiante,
contribuindo imensuravelmente para o valor de futuras iterações.
4.3 Elementos fundamentais do OPM3
A. O Conhecimento dos componentes do modelo maturidade,
descreve o gerenciamento de projeto organizacional, bem como a
maturidade do gerenciamento de projeto organizacional, justificando a
razão de sua importância e descrevendo como a maturidade de pode ser
identificada.
B. A Avaliação apresenta métodos, processos e procedimentos
que uma organização poderá usar para auto-avaliar seu nível de maturidade
através de um questionário que identifica o estágio de maturidade da
organização.
C. O Processo de Melhoria proporciona um processo que
possibilite a organização migrar do nível de maturidade em que se encontre
para um nível mais elevado através da capacitação dos gestores.
41
4.4 Benefícios O OPM3 é projetado para prover uma ampla gama de benefícios para as
organizações, para a gerência superior e para aqueles engajados nas atividades de
gerenciamento de projetos. Dentre os quais podemos citar alguns benefícios:
a. O OPM3 proporciona maneiras de mensurar e atingir os objetivos
estratégicos da organização através da aplicação das práticas e princípios de
gerenciamento de projetos. Em outras palavras, o OPM3 é uma ponte entre a
estratégia e os projetos individuais.
b. Ele proporciona um amplo conhecimento relativo ao
estabelecimento das melhores práticas em gerenciamento de projetos
organizacional.
c. Através do uso do OPM3 uma empresa pode determinar
exatamente quais as melhores práticas e competências em gerenciamento de
projetos organizacional ela possui e quais não possui, em outras palavras,
determinar sua maturidade em gerenciamento de projetos organizacional.
Esta avaliação da maturidade forma a base decisória se a empresa deve ou
não implementar melhorias em áreas críticas específicas, no âmbito do
gerenciamento de portfólios, programas ou de projetos.
42
d. Se a empresa decidir pela implementação de melhorias, o OPM3
fornecerá a orientação necessária para a priorização e planejamento das
atividades necessárias ao atendimento das metas.
e. Reforça o elo entre o planejamento estratégico e a execução,
desta forma os resultados dos projetos são previsíveis, confiáveis,
consistentes e relacionados com o sucesso organizacional.
f. Identifica as melhores práticas que auxiliam na implementação da
estratégia organizacional através de projetos bem sucedidos.
g. Identifica as potencialidades específicas com as quais faz as
melhores práticas e as dependências entre as potencialidades e as melhores
práticas.
h. Aplica as potencialidades e as melhores práticas dentro do
contexto, não somente do gerenciamento de projetos, como também no
gerenciamento de programas e no gerenciamento de portfólios.
i. Provê uma base sólida através da qual a organização poderá
aperfeiçoar sua maturidade em gerenciamento de projetos.
j. Aplicável a toda e qualquer organização proporcionando modelos
que provêm a orientação e a flexibilidade que se encaixa às necessidades de
cada uma.
k. Baseado no Guia PMBoK, um padrão reconhecido em
gerenciamento de projetos em todo o mundo.
Incorpora a experiência de centenas de profissionais de gerenciamento de
projetos e consultores de uma ampla gama de indústrias e áreas geográficas.
4.5 Elementos físicos do modelo OPM3 i. O texto narrativo, apresentando os conceitos fundamentais, seus
vários apêndices e glossário.
ii. Ferramentas de suporte para Auto-avaliação do nível de
maturidade em gerenciamento de projetos organizacional.
43
iii. Diretórios, contendo informações de mais de 600 melhores
práticas em gerenciamento de projetos organizacional e suas respectivas
competências.
4.6 Aplicação do OPM3 4.6.1 Conhecimento dos Componentes
O primeiro passo para a empresa é se preparar para o processo de avaliação de
sua maturidade de gerenciamento de projetos organizacional em relação ao Modelo. Isto
envolve a compreensão do conteúdo do Modelo tanto quanto possível, familiarizando-se
com o gerenciamento de projetos organizacional e com a operacionalização do OPM3.
O elemento fundamental do Modelo é o conjunto de conhecimentos agregados e
interligados, elaborados a partir do trabalho voluntário de centenas de especialistas do
mundo inteiro, recomendados de modo específico e situacional aos mais diferentes tipos
de organizações. Este conjunto de conhecimentos está representado no Modelo OPM3
sob a forma de diretórios de informação e é composto pelos seguintes elementos
básicos:
a) Boas práticas geralmente aceitas e experimentadas, representando a
habilidade de conduzir projetos de modo mais consistente e previsível;
b) Competências ou pré-requisitos associados a cada uma das boas
práticas;
c) Resultados que comprovam a existência de uma ou mais
capacidades;
d) Indicadores-chave de desempenho (KPI), que possibilitem mensurar
os resultados atingidos;
e) Caminhos e ligações lógicas que agregam capacidades às boas
práticas.
Dentre estes elementos básicos citados, as Boas Práticas e as Competências
estão relacionadas a dois diferentes fatores-chave inseridos no Modelo OPM3, sãos eles:
44
Projetos, Programas e Portfólios, são os domínios de abrangência mencionados
no Modelo OPM3, sobre os quais as indicações e recomendações para o
amadurecimento organizacional devem ser desenvolvidas.
O OPM3 cita 4 estágios de amadurecimento dos processos organizacionais que
uma organização deverá atingir gradativamente com a aplicação do Modelo, são eles:
estágio de Padronização, de Mensuração, de Controle e de Melhoria Contínua,
conforme é demonstrado na Figura 4.6.1.1.
4.6.2 A Auto Avaliação
O próximo passo é avaliar o grau de maturidade em gerenciamento de projetos
organizacional da empresa. Será para tal utilizado um questionário através do qual o
usuário analisa e responde, em opções dicotômicas (sim ou não), sobre a presença ou
não de processos formais associados ao ciclo de vida do gerenciamento de projetos, tal
como os processos referenciados no Guia PMBOK. Através do processo de avaliação a
organização deverá revisar quais das Boas Práticas citadas no OPM3 já estão presentes
no modelo de gestão da organização e identificar as que ainda não são utilizadas para
empresa, mas que seriam recomendadas, face à necessidade de atingir seus objetivos
estratégicos.
Os resultados da Avaliação conduzirão a empresa ao plano de Melhorias, repetir
a Avaliação ou concluir o processo. Se a empresa decide concluir o processo, um
retorno periódico à fase de Avaliação é recomendado, para monitorar os efeitos das
mudanças intervenientes.
45
4.6.3 O Processo de Melhoria
Para aquelas empresas que optaram por implementar melhorias organizacionais
que levassem a melhoria de sua maturidade, os resultados da fase anterior, formarão a
base para um plano de melhorias. A documentação de quais Competências e Boas
Práticas a empresa demonstra e quais não demonstra, incluindo as dependências entre as
mesmas, permitirá sua catalogação, juntamente com os resultados necessários de acordo
a priorização dada pela empresa para cada uma destas. Esta informação proporciona o
meio de desenvolver um plano específico de melhorias para conseguir os resultados
associados com as Competências das relevantes Boas Práticas.
As mudanças organizacionais começam a tomar forma. Uma vez estabelecido o
plano, a empresa deverá implementá-lo imediatamente, por exemplo, realizar o
desenvolvimento de atividades organizacionais indispensáveis para atingir as
Competências necessárias e avançar na direção da melhoria do nível de maturidade em
gerenciamento de projetos organizacional.
O ciclo de melhoria contínua consolida-se com a execução do plano de ação e
pelo recomeço periódico da seqüência proposta desde a fase de auto-avaliação
organizacional, como no Ciclo OPM3 demonstrado na Figura 4.6.3.1.
46
4.7 O Processo de Utilização do OPM3 pelas Empresas
O processo de utilização do OPM3 em uma empresa é difícil de determinar.
Depende de fatores tais como tamanho, complexidade e maturidade inicial da
organização. A eficácia da avaliação, a natureza dos objetivos estratégicos da
organização e o nível de recursos disponíveis, bem como o impacto não estimado.
Porém a fase de avaliação é uma iniciativa que provavelmente levará de algumas
semanas a alguns meses. Quando uma empresa decide iniciar uma série de melhorias, as
fases de planejamento e implementação levarão bastante tempo, dependendo de quantas
melhores práticas e competências associadas uma organização decide trabalhar ao
mesmo tempo.
4.8 Existem novos termos e conceitos para aprender?
Todo esforço foi feito para se construir um modelo com um conceito familiar e
apresentá-lo de uma forma de fácil compreensão e utilizável. Entretanto este tema é, por
natureza, altamente detalhado e esta é a primeira vez que alguns destes conceitos estão
sendo formalmente tratados. Como resultado, algumas novas terminologias foram
necessárias para explicar os novos conceitos. Embora todos os termos sejam explicados
no texto do modelo e reunidos em um Glossário e quando necessário são até mesmo
ilustrados através de diagramas. Dado o escopo do tema e o potencial de implicações
requeridos para uma empresa, usuários podem perceber que se forem além de uma
simples leitura do modelo poderá ampliará seus conhecimento acerca do OPM3.
4.9 A importância do OPM3 para a profissão de gerenciamento de projetos
O OPM3 é um passo natural do PMI na seqüência de padrões publicados nos
últimos anos. O guia PMBOK é um modelo de orientação para a condução de projetos
individuais; O Project Manager Competency Development Framework é um modelo
para guiar o desenvolvimento profissional de gerentes de projeto e aqueles que aspiram
ser gerentes de projeto. O OPM3 fecha o cerco e lança um modelo organizacional
voltado para aquelas empresas que desejam fazer do gerenciamento de projetos uma
forma de atingir seus objetivos estratégicos. E a reboque possibilita a criação de um
novo ambiente mais propício para os profissionais que atuam em gerenciamento de
projetos, através do esclarecimento da importante ligação entre projetos e estratégia
47
organizacional e a importância do apoio organizacional para as práticas de gerência de
projetos.
A total compatibilidade com o PMBoK e as informações baseadas em uma
ampla base de insumos oriundas de profissionais de gerenciamento de projetos e
consultores, deu ao OPM3 uma base sólida para seu desenvolvimento. Seu tempo de
desenvolvimento de aproximadamente 6 (seis) anos e seus 27 (vinte e sete) modelos de
maturidade contemporâneos foram ampla e exaustivamente revisados. Mais de 800
profissionais de gerenciamento de projetos voluntários, abrangendo praticamente todos
os tipos de indústrias e disciplinas, espalhados em 35 países, foram ativamente
envolvidos na pesquisa e elaboração do OPM3. Este modelo é o maior passo na direção
da melhoria do profissionalismo e da maturidade organizacional em gerência de
projetos.
4.10 Propósito e Escopo do OPM3
O propósito inicial deste documento é descrever o modelo para o Gerenciamento
de Projetos Organizacional e a Maturidade de Gerenciamento de Projetos
Organizacional. Ele foi projetado para auxiliar os usuários a entender e estimar o
gerenciamento de projetos organizacional e seu valor na execução da estratégia
organizacional, embora o planejamento estratégico esteja além do propósito delineado
pelo OPM3. O modelo também planeja auxiliar às empresas a entender a maturidade de
gerenciamento de projetos organizacional e a sua importância potencial para todos os
aspectos de suas operações. O Modelo de Maturidade em Gerenciamento de Projetos
Organizacionais – OPM3 guiará os usuários no melhoramento de seu estado atual de
maturidade em gerenciamento de projetos organizacional em relação ao modelo.
Adicionalmente se uma empresa deseja trabalhar no sentido de melhorar sua
maturidade, o OPM3 provê um guia de suporte para este esforço.
O escopo do OPM3 é global. Ele foi desenvolvido com a participação e o
consenso de um diverso grupo de profissionais de gerenciamento de projetos,
representando um corte transversal de organizações de mais de 35 países. Ele encurta o
caminho entre as fronteiras das organizações, não importando seu tamanho ou tipo, é
aplicável em qualquer cultura ao redor do mundo e em praticamente qualquer indústria,
48
desde engenharia e construção até a tecnologia da informação – TI, área financeira, área
governamental e manufaturas, para citar alguns.
4.11 Gerenciamento de Projetos Organizacionais
Gerenciamento de Projetos Organizacionais é a aplicação do conhecimento,
habilidades, ferramentas e técnicas organizacionais e as atividades de projetos para se
atingir os propósitos da empresa através dos projetos.
O termo “organização” não necessariamente se refere á companhia, agência,
associação ou sociedade, como um todo. Pode-se referir a unidades de negócios, grupos
funcionais ou departamentos. No contexto do OPM3, o termo se aplica a qualquer grupo
que pretenda fazer uso da essência deste modelo. Este uso envolverá a avaliação da
maturidade em gerenciamento de projetos organizacionais e a determinação do quanto
esta maturidade está satisfatória neste momento. Se uma empresa decide aperfeiçoar sua
maturidade, o OPM3 auxiliará na busca das melhorias.
Tão importante quanto isto é para uma empresa executar projetos individuais
bem sucedidos, valor estratégico adicional é geralmente conseguido através do
tratamento da maior parte dos esforços como projetos, gerenciando-os individualmente
e coletivamente em alinhamento com os objetivos estratégicos. As empresas também
poderão se beneficiar com o estabelecimento de uma infra-estrutura de suporte às
necessidades da gerência de projetos.
Embora projetos individuais podem ser considerados táticos, gerenciamento de
projetos organizacional é, por definição, estratégico. Usado apropriadamente, ela reflete
a estratégia de negócios da empresa e proporciona uma perspectiva de alto nível para
direcionamento dos recursos críticos que impactam diretamente nos resultados
financeiros da empresa. Visto através deste prisma, o Gerenciamento de Projetos
Organizacional é uma vantagem estratégica em nossa economia competitiva.
O OPM3 é projetado para ajudar as empresas a alinhar os diversos aspectos de
suas operações com todas as suas estratégias de negócios. A aplicação do OPM3
auxiliará as empresas a estabelecer políticas e padrões de processos para assegurar que
as suas atividades estejam em conformidade com seus objetivos estratégicos. Da mesma
forma o OPM3 pode auxiliar no estabelecimento de metas de aperfeiçoamento em
conformidade com a estratégia da empresa.
49
4.12 Maturidade Organizacional
O “modelo maturidade” é uma estrutura conceitual, com partes constituintes,
que definem a maturidade nas áreas de interesse, neste caso, gerenciamento de projetos
organizacional. Em alguns casos, assim como com o OPM3, o modelo maturidade
também pode descrever um processo pelo qual uma empresa pode desenvolver ou
conseguir algo desejável, assim como um série de competências ou práticas, como
demonstrado na Figura 4.12.1. Este processo pode resultar em um estado de alta
evolução organizacional.
Maturidade em gerenciamento de projetos organizacional, pode ser definido
como o degrau a partir do qual a empresa passa a praticar o gerenciamento de projetos
organizacional. No OPM3, isto é refletido através da combinação de melhores práticas
dentro do domínio de Projetos, Programas e Portfólios.
O OPM3 é um modelo de maturidade que descreve as competências
incrementais que devem ser agregadas às melhores práticas, as quais são pré- requisitos
para um efetivo gerenciamento de projetos organizacional.
A progressão do crescimento da maturidade projetado pelo OPM3 consiste de
diversas dimensões ou diferentes formas de enxergar a maturidade de uma empresa.
Uma dimensão envolve a visão das melhores práticas em termos de sua associação com
50
o estágio progressivo do processo de melhoria, da padronização à medição, para o
controle e finalmente para a melhoria contínua. Outra dimensão envolve a progressão
das melhores práticas associadas com cada um dos domínios, primeiro tratando de
gerenciamento de projetos, passando por gerenciamento de programas e finalmente
abordando sobre gerenciamento de portfólios. Cada uma destas progressões é uma série
contínua das quais a maioria das empresas deseja alcançar.
Da mesma forma, dentro destas duas dimensões está a progressão das
competências incrementais que levam às melhores práticas.
Tomando como um todo, estas três dimensões constituem valoroso ponte de
referência quando uma empresa avalia sua maturidade em gerenciamento de projetos
organizacional e considera a possibilidade de elaborar uma plano de aperfeiçoamento.
O OPM3 foi intencionalmente projetado sem um sistema de “níveis” de
maturidade. O estabelecimento de níveis específicos de maturidade pode ser
relativamente direcionado se a progressão da maturidade for unidimensional. Por
exemplo, como falamos anteriormente, a progressão possui quatro fases de maturidade,
desde a etapa de padronização até a fase de melhoria contínua. O OPM3 é
multidimensional. Além do mais, para estas três dimensões descritas acima, o OPM3
também categoriza as competências em termos de sua associação com os cinco grupos
de processo de gerenciamento de projetos (Iniciação, Planejamento, Controle, Execução
e Encerramento) permitindo desta forma a evolução para uma quarta dimensão de
maturidade.
Múltiplas perspectivas para avaliação da maturidade permitem maior
flexibilidade na aplicação do modelo para as necessidades exclusivas da empresa. Esta
abordagem também produz um conhecimento mais sólido, um conjunto maior de
informações, com os quais é possível através de um simples sistema linear de níveis, dar
à empresa maior detalhamento para apoio a decisões e futuro planejamento de
melhorias.
4.13 A Organização do Modelo
Para auxiliar o usuário a entender os processos necessários para implementar o
Modelo OPM3 traz em seu bojo, três seções principais que auxiliam na utilização do
modelo, a primeira seção provê uma orientação dos conceitos básicos do Modelo e sua
51
operacionalização, a segunda seção auxilia o usuário no entendimento dos componentes
e dos processos do Modelo em si e a terceira e última seção, além de dar o suporte
necessário para a auto-avaliação, oferece um verdadeiro processo passo a passo para a
aplicação do Modelo OPM3. As relações são indispensáveis para o uso do Modelo para
conduzir uma detalhada avaliação da maturidade em gerenciamento de projetos
organizacional.
Outras informações adicionais de interesse dos usuários são apresentadas nos
apêndices, incluindo a experiência histórica do Modelo, sua evolução e a contribuição
dos participantes.
4.14 Conhecimento, Avaliação e Melhorias
Poderia ser útil para o usuário pensar no OPM3 como consistindo de três
elementos interligados: Conhecimento, Avaliação e Melhoria. No Conhecimento o
usuário se tornaria hábil no uso do Modelo, sentindo-se à vontade com o conhecimento
das Melhores Práticas e seu conteúdo, com a idéia do gerenciamento de projetos
organizacional, com a maturidade em gerenciamento de projetos organizacional e com
os conceitos e metodologia do OPM3. No componente Avaliação, a empresa é
comparada ao Modelo, para determinar sua situação atual no processo de maturidade
em gerenciamento de projetos organizacional. No componente Melhoria, as empresas
decidem buscar suas iniciativas de mudança no sentido de melhorar seu nível de
maturidade, tendo como base para seu planejamento, os resultados de sua Avaliação,
dirigindo-se no sentido da implementação de seu plano.
4.15 Melhores Práticas
A maturidade em gerenciamento de projetos organizacional é descrita no OPM3
através da existência das Melhores Práticas. A Melhor Prática é a forma ideal,
geralmente reconhecida pela indústria, de se atingir um estado desejado ou um objetivo.
Para o gerenciamento de projetos organizacional, isto inclui a habilidade de se entregar
projetos previsíveis, consistentes e de sucesso, voltados para a implementação da
estratégia organizacional. Além disso, Melhores Práticas são dinâmicas porque
envolvem a qualquer tempo, não só novas como também melhores abordagens que são
desenvolvidas com o objetivo de se atingir a situação desejada. Através da utilização
52
das Melhores Práticas, aumenta a probabilidade, da situação ou o objetivo desejado, ser
alcançado.
Um exemplo de Melhor Prática, retirado da Relação de Melhores Práticas do
OPM3, é a de número 5240. O nome da Melhor Prática é “Estabelecer Comunidades
Internas de Gerenciamento de Projetos”. É descrita da seguinte forma: “A empresa
estabelecerá comunidades internas que auxiliarão o gerenciamento de projetos.”
Melhores Práticas são mais facilmente alcançadas através do desenvolvimento e
da constante aplicação na prática de suas Competências auxiliares quando observadas
através dos Resultados mensuráveis como demonstrado na Figura 4.15.1.
A relação completa de Melhores Práticas do OPM3 abrange o escopo do
gerenciamento de projetos organizacional. Empresas habitualmente não apresentam
todas as Melhores Práticas e raramente aplicam uma nova Melhor Prática com rapidez.
OPM3 primeiramente identificou um determinado de Melhores Práticas,
utilizando a técnica de “brainstorming” para extrair de profissionais da área industrial e
de governo as valiosas práticas em gerenciamento de projetos, adotadas em suas
próprias empresas. Esta lista foi mais tarde organizada em categorias de uma forma
lógica. Cada informação foi finalmente.
Mais adiante as Melhores Práticas foram organizadas de forma que a maioria das
empresas, pudessem entendê-las mais facilmente. Primeiramente foram determinadas
quais os processos de alto nível (Portfólio), os processos multi-projetos (Programas) e
finalmente os processos que envolviam somente um Projeto. Subseqüentemente
53
decidiu-se pela utilização dos grupos de processo de gerenciamento de projetos do Guia
PMBoK (Iniciação, Planejamento, Execução, Controle e Encerramento) , estendendo-os
aos domínios de Gerenciamento de Programas e Gerenciamento de Portfólios. Estes
grupos de processos, inseridos nos três domínios (Portfólio, Programa e Projeto)
juntamente com as quatro fases do processo de melhoria, foram então usados para
organizar os componentes dentro do Modelo.
As Melhores Práticas do OPM3 abrangem um amplo espectro de categorias,
incluindo, mas não limitado, às relacionadas a seguir:
a) Desenvolvimento apropriado às estruturas de controle.
b) Processos padronizados e integrados.
c) Utilização de métricas de desempenho.
d) Controle e processos de melhoria contínua.
e) Desenvolvimento comprometido com o gerenciamento de projetos.
f) Priorização de projetos e alinhamento dos mesmos com a estratégia
organizacional.
g) Utilização de critérios de sucesso para dar continuidade ou finalizar
projetos.
h) Desenvolvimento das competências da equipe da empresa em
gerenciamento de projetos.
i) Alocação de recursos aos projetos.
j) Aperfeiçoamento da equipe de trabalho.
Melhores Práticas podem servir a uma gama de propósitos em uma empresa. No
contexto do OPM3, eis aqui alguns das mais benéficas aplicações angariadas pelo uso
das Melhores Práticas:
Produz o alicerce para um plano para realizar os objetivos estratégicos
1) Provê meios de mensurar o desempenho dos projetos da empresa
contra o amplo conjunto de Melhores Práticas específicas de gerenciamento de
projetos e criar um padrão de desempenho.
54
2) Proporciona uma base para que grupos com diferentes níveis de
conhecimento e responsabilidades em áreas distintas da empresa estabeleçam
uma linguagem comum e consistente, além de ferramentas e processos.
3) Servir como base para o treinamento e desenvolvimento da
equipe de trabalho.
4) Utilização de métricas de desempenho.
5) Atuar como veículo de avaliação das habilidades organizacionais.
6) Tornar possível a aplicação nas empresas das lições aprendidas
ao longo do ciclo de vida dos projetos.
4.16 Competências, Resultados e Indicadores de Desempenho
Uma Competência é uma habilidade que deverá existir em uma empresa com a
finalidade de executar processos de gerenciamento de projetos, além de gerar serviços
e/ou produtos relacionados à prática de gerenciamento de projetos. Competências são
passos marginais que conduzem a uma ou mais Melhores Práticas. Cada Melhor Prática
é formada por uma ou mais Competências.
A existência de uma Competência é demonstrada através de existência de um ou
mais Resultados correspondentes. Os Resultados poderão ser tangíveis ou intangíveis e
sempre resultarão da utilização de uma Competência, como demonstra a Figura 4.16.1.
Na estrutura do OPM3 uma Competência poderá levar a múltiplas Resultados.
55
Um exemplo de uma Competência e seus Resultados citando uma das Melhores
Práticas referenciada anteriormente seriam as seguintes:
Melhor Prática: “Estabelecer Comunidades Internas de Gerenciamento de
Projetos”.
Competência (uma das quatro desta Melhor Prática): “Facilitar as Atividades de
Gerenciamento de Projetos”.
Resultado: “Iniciativas Locais – A empresa desenvolve bolsões de consenso em
torno de área de interesse especial”.
Um Indicador de Desempenho (KPI), é uma norma pela qual uma empresa
pode determinar, quantitativamente ou qualitativamente, se quer que um Resultado
associado a uma Competência seja alcançado e neste caso, definir em que nível este
deva existir. Um Indicador de Desempenho poderá ser uma medida direta ou ser
determinado através da avaliação de um especialista.
Exemplo: o Indicador de Desempenho para a Melhor Prática, Competência e
Resultado somente demonstrará: “A Comunidade tratará de questões locais”. Em outras
palavras, a existência do efeito “Iniciativas Locais” determinará se de fato as
comunidades dentro da empresa estão ou não dando ênfase às questões de interesse
local relacionadas ao Gerenciamento de Projetos.
Quando o Indicador de Desempenho é quantitativo e envolve diretamente uma
medida, uma forma de medição se faz necessário. Uma métrica é uma forma de medir
algo. Algo tangível, como um contador de erros, pode ser medido diretamente e
objetivamente.
A intangibilidade da satisfação do cliente deve ser trabalhada para se tornar
tangível, a realização de uma pesquisa, por exemplo, com a classificação de seu
resultado em escalas, pode ser uma forma de medir objetivamente a satisfação. Esta
seria uma forma mais complexa de medição, a classificação em escalas, mas a métrica
também poderia ser mais simples, de forma binária (algo existe ou não existe), ou
poderia ser monetário (através da medição do retorno financeiro de um investimento).
56
4.17 Dependências entre as Melhores Práticas e as Competências
O reconhecimento das dependências entre as Competências e as Melhores
Práticas de uma empresa é fator preponderante para a determinação da existência de
uma Melhor Prática – em seus processos e conseqüentemente uma correta avaliação da
maturidade organizacional.
Um tipo de dependência é representado pela série de Competências que
conduzem a uma única Melhor Prática. Em geral, cada Competência, costumeiramente é
precedida por outras Competências, como mostra a Figura 4.17.1.
Continuando o uso do exemplo citado anteriormente – Melhor Prática 5240,
“Estabelecer Comunidades Internas de Gerenciamento de Projetos”, a série de quatro
Competências interdependentes, listadas abaixo, da mesma forma como deverão estar
relacionadas no Diretório de Planejamento de Melhorias, em ordem crescente de
dependência, são as seguintes:
Facilitar as Atividades de Gerenciamento de Projetos
A empresa facilitará a formação de grupos de interesse acerca de problemas e
questões de Gerenciamento de Projetos.
Desenvolver Atividades de Conscientização em Gerenciamento de Projetos
A empresa deverá reunir informações sobre as comunidades internas de
gerenciamento de projetos. As comunidades internas deverão especificar tarefas que
representem iniciativas de aperfeiçoamento do nível de gerenciamento de projetos.
57
Patrocinar Atividades de Gerenciamento de Projetos
A empresa deverá possuir grupos internos para patrocinar atividades de
Gerenciamento de Projetos.
Coordenar Atividades de Gerenciamento de Projetos
A empresa utilizará comunidades internas de gerenciamento de projetos como
parte de um programa amplo de apoio ao gerenciamento de projetos.
Um outro tipo de dependência ocorre quando da existência de uma Melhor
Prática que dependa, em parte, da existência de alguma outra Melhor Prática. Na figura
4.17.2, a Melhor Prática A depende da Melhor Prática B. Como resultado disto, pelo
menos uma das Competências contidas na Melhor Prática B, depende de uma das
Competências da Melhor Prática A.
O conceito de dependência é único para o OPM3. Decompondo cada Melhor
Prática nas Competências que a compõe e demonstrando a dependência entre as
mesmas, se revelará a seqüência que permitirá uma detalhada avaliação ordenada e
provê uma base para tomadas de decisão no caso de futuros melhoramentos.
58
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1 Críticas
Executivos sabem que necessitam alinhar seus projetos com a estratégia de suas
empresas, mas sabem também que esta não é uma tarefa fácil. Inúmeras pesquisas
demonstram que a maioria das empresas não possui um método sistemático para
priorizar seus portfólios de projetos com sua estratégia de negócios.
Os executivos são os maiores responsáveis pelo alinhamento de seus projetos
com a estratégia de suas empresas, mesmo assim, muitos deles, impossibilitados de ter
uma clara visão, lançam projetos independentes, totalmente desalinhados em relação aos
objetivos da empresa. O envolvimento dos executivos é crítico, especialmente na
definição de onde deverá ser o foco dos projetos, fazer com que estes estejam alinhados
com os objetivos estratégicos da empresa e garantir que somente os novos projetos, que
de fato, são importantes para a estratégia de negócios da empresa sejam lançados.
5.2 Sugestões
O objeto deste estudo foi oferecer uma fonte básica de referência para a
sensibilização da importância do conhecimento de gerenciamento de projetos nas
organizações, de como os projetos devem estar alinhados à estratégia da empresa e
como estes devem ser acompanhados com o objetivo de obter o sucesso esperado na
implementação da estratégia.
Buscando atingir o seu objetivo este trabalho tratou inicialmente do conceito de
estratégia e de como ela pode ser implementada nas empresas, apresentando para isto
um modelo bastante utilizado no mercado, o Balanced Scorecard. Este método utiliza
um produto denominado mapa estratégico para alinhar a visão e a missão da
organização, com objetivos, indicadores, metas e projetos, facilitando a comunicação
para todos os colaboradores e descreve como os projetos priorizados pela organização
auxiliam a empresa alcançar sua visão de futuro.
Uma vez definidos e priorizados os projetos, este trabalho mostrou e defendeu
que eles devem ter sucesso em sua execução para realmente contribuir com a
implementação das estratégias organizacionais, e neste sentido discorreu sobre
59
ferramentas e melhores práticas de gerenciamento de projetos que buscam maximizar as
possibilidades para que isto ocorra.
A utilização do OPM3 também foi colocada como uma ferramenta de grande
contribuição, pois somente as empresas com maior nível de maturidade em
gerenciamento de projetos podem detectar problemas em seus projetos, através de um
trabalho conjunto no qual seus executivos se reúnem para discutir os rumos dos
investimentos da empresa.
O sucesso da organização depende do direcionamento de suas iniciativas e
investimentos na direção certa de seus objetivos estratégicos. A implementação de
projetos inapropriados ou a condução de forma burocrática pode levar a empresa a se
afastar das inovações, muitas vezes bastante benéficas. Dito isto, o balanceamento
correto de forma a equilibrar o valor e o risco, inerentes a cada projeto é essencial.
As empresas geralmente possuem um grande número de projetos focados no
incremento da produtividade, embora a sua estratégia enfatize as inovações e o
crescimento.
O ponto de partida para um correto alinhamento dos projetos da empresa e o
adequado gerenciamento de seu portfólio de projetos é possuir uma base comum, uma
boa fundação, se possível com o mapeamento dos valores da empresa. Isto
proporcionará à empresa ter uma visão de seus projetos ao longo da organização,
criando desta forma o ciclo de vida completo do processo possibilitando a otimização,
gerenciamento, monitoramento e possíveis ajustes do portfólio ao longo do tempo.
Para apoiar a execução dos projetos e garantir seu sucesso faz-se necessário
alguém responsável na organização com o papel de garantir projetos bem priorizados e
gerenciados, orientar e facilitar as melhores práticas de gerenciamento de projetos. O
trabalho mostrou a importância da criação de um Escritório de Projetos que, usado da
forma adequada, disponibilizará os mecanismos necessários para fazer com que isto
aconteça. Não é suficiente que os executivos simplesmente demonstrem a necessidade
do alinhamento de seus portfólios aos objetivos estratégicos das empresas e fiquem
esperando que isto aconteça. De fato, este objetivo não será atingido, sem que haja a
dedicação de alguns recursos e investimentos. A empresa primeiramente deverá deixar
bem explícita sua estratégia de negócios desejada, de modo que rapidamente se possa
vislumbrar se o projeto se encaixa ou não em sua estratégia. As informações relativas
60
aos benefícios inerentes ao negócio também devem estar bem claras, pois muitas vezes,
mesmo grandes projetos, são descritos de forma eminentemente técnica, em detrimento
do valor de negócio agregado ao mesmo, dificultando sua avaliação.
Algumas empresas que atuam em ambiente de constante mudança de estratégia e
contexto necessitam de agilidade e maturidade no alinhamento estratégico para
possíveis adaptações de seus portfólios, mais do que empresas que atuam em ambientes
estáveis. As empresas devem construir mecanismos de forma a se tornarem sensíveis às
mudanças estratégicas ocorridas dentro da empresa. O papel dos executivos é primordial
neste processo, pois eles devem transmitir ao ambiente de gerenciamento de projetos e
portfólios, quaisquer informações relativas a mudanças de estratégia. Porém sempre
deve-se estar atento, pois o gerenciamento de projetos não é uma ciência exata e se
torna ainda mais difícil, se levarmos em consideração as políticas da empresa e as
oportunidades de negócios que não podem ser desprezadas e devem ser aproveitadas no
tempo certo.
Uma das maiores barreiras que as empresas enfrentam para conseguirem alinhar
seus projetos à sua estratégia é normalmente a inércia organizacional para se adequar a
uma nova forma de realizar as suas tarefas. Tudo começa a partir da atitude dos
executivos, estes são essenciais para o entendimento e a divulgação no âmbito de toda a
empresa das vantagens advindas do alinhamento estratégico dos projetos. Outra grande
dificuldade é a de saber, no meio da miríade de projetos, que as empresas normalmente
conduzem, alguns não iniciados, outros sendo lançados, outros ainda em plena
atividade, quantos destes tantos projetos suportam ou estão alinhados com os objetivos
estratégicos.
O desenvolvimento de um Escritório de Projetos certamente levará de 1 a 2 anos
e os benefícios retornarão de forma não tão rápida quanto a esperada, mas a necessidade
de treinamento de pessoas em gerenciamento de programas de portfólio, divulgando
conhecimentos e boas práticas de gerenciamento de projetos, certamente será um grande
passo para o alinhamento dos projetos. Somente a implantação de um Escritório de
Projetos não será a solução de todos os problemas de alinhamento, mesmo porque é
necessário o apoio dos executivos da empresa e do conhecimento dos gerentes de
projeto, mas fará uma grande diferença. Apesar de que muitos Escritórios de Projetos
não cumprem a função que lhes cabe, mas podemos afirmar que se a empresa não tiver
61
um Escritório de Projetos, as chances de conseguir com que seus projetos estejam
alinhados são bem menores.
5.2 Recomendações
Como recomendação para um trabalho futuro poder-se-ia desenvolver um estudo
de caso comparando empresas com maturidade em gestão de projetos com outras que
ainda não implantaram esta estrutura, pois não perceberam a necessidade do melhor
controle do seu portfólio de projetos a fim de comprovar o que foi exposto no trabalho.
Fazer uma pesquisa de campo com empresas que formularam planejamento estratégico
testando a lógica proposta neste trabalho, através da análise dos passos que elas
seguiram e o resultado que obtiveram.
62
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