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GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA:
PLANEJAMENTO, PARTICIPAÇÃO E PROPOSTA PEDAGÓGICA
Profa Dra Renata Maria Moschen Nascente
DEd – Departamento de Educação
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
Por que não gostamos de planos?
Divisão do trabalho entre planejadores, executores e avaliadores.
Fica só no plano, não caminha para a execução e a avaliação.
Formalismo e burocracia, que matam tudo o que tocam.
Falta de capacidade técnica.O plano não resulta em nada, fica engavetado.
Para que planejar?
Para que os alunos e alunas realmente aprendam na perspectiva da qualidade social, atingindo assim o objetivo fundamental da educação escolar.
Para criar as condições necessárias de organização e de administração para que todos (as) na escola se engajem na tarefa de cumprir esse objetivo.
Assim, o planejamento
valida-se como um processo formativo dos (as) envolvidos (as), no qual todos (as) ensinam e aprendem, se for realizado dentro dos princípios da gestão democrática: a autonomia e a participação.
Por onde começar?
O que queremos alcançar?A que distância estamos daquilo que
queremos alcançar?O que faremos concretamente (com
prazo determinado) para diminuir esta distância?
Planejar é elaborar, que significa:
decidir que tipo de sociedade e de homem se quer e que tipo de ação educacional é necessária para isso;
verificar a que distância se está deste tipo de ação e até que ponto se está contribuindo para o resultado final que se pretende;
propor uma série orgânica de ações para diminuir esta distância e para contribuir mais para o resultado final estabelecido.
Planejar é:
executar: agir em conformidade com o que foi proposto.
eavaliar: revisar sempre cada um desses
momentos e cada uma das ações, bem como cada um dos documentos deles derivados.
Um modelo de plano?
Composto de três elementos básicos:
1.MARCO REFERENCIAL
2.DIAGNÓSTICO
3.PROGRAMAÇÃO
1. MARCO REFERENCIAL
Conjunto de critérios ou parâmetros que utilizamos para julgar se algo está bem ou não.
1. MARCO REFERENCIAL
É composto de:
MARCO SITUACIONAL: amplo, envolve o processo social, organização, distribuição e uso do poder coletivo e do posicionamento do grupo.
1. MARCO REFERENCIAL
MARCO DOUTRINAL: É o ideal que se quer alcançar baseado em teoria e o que se aspira para a escola. Exemplo: para que se desenvolva o espírito crítico e a participação é necessário delimitar claramente com o grupo o que esses conceitos significam.
1. MARCO REFERENCIAL
MARCO OPERATIVO: Diz respeito aos meios para implementar as ações definidas politicamente - O quê? Com quem? Como?
2. DIAGNÓSTICO
Comparação entre o real e o ideal: Como está a escola neste momento? Quais conteúdos oferece? Para qual população-alvo? Deve ser construído especialmente para a escola, levando em conta seu ambiente, sua história, identidade institucional e as necessidades e expectativas de seus membros.
2. DIAGNÓSTICO
Deve se basear em pesquisa e não apenas do senso comum.
A pesquisa pode fundamentar-se nos indicadores da realidade escolar em relação ao que se quer alcançar e também em instrumentos, categorizações e sistematizações.
2. DIAGNÓSTICO
Ele é uma avaliação e não apenas um levantamento de dados, que se estabelece em relação aos marcos operativos e doutrinal.
3. PROGRAMAÇÃO – Proposta de ação
Duas dimensões: a dos objetivos e a das políticas
Objetivos: são propostas de ações concretas que devem ser executadas dentro de um determinado tempo e que servem para aproximar a realidade existente da realidade desejada. Devem ser necessários e exequíveis.
3. PROGRAMAÇÃO – Proposta de ação
Objetivos:
Gerais: de médio prazo, o que se quer alcançar.
Específicos: dependem dos gerais, de curto prazo, são as ações a serem desenvolvidas.
3. PROGRAMAÇÃO – Proposta de ação
Políticas: princípios de ação, que estão relacionados às prioridades, de acordo com o marco referencial.
Estratégias: completam o sentido das políticas. Elas são escolhidas para cada política em conformidade com o que demonstrou o diagnóstico ser possível e aconselhável. São sugestões e modos de ação a serem desenvolvidas.
3. PROGRAMAÇÃO – Proposta de ação
Longo prazo: Plano de gestão (4 anos)
Médio/ curto prazo: Proposta Pedagógica, que deve ser revista
anualmente.PAP
3. PROGRAMAÇÃO – Proposta de ação
Distinção fundamental:Projeto: ação desencadeada para criar algo que não existia antes, tem que estar articulado ao planejamento da escola, senão cai no vazio, como temos observado.
Rotina: conjunto de ações que se repetem continuamente, cuja duração é indefinida dentro da instituição.
3. PROGRAMAÇÃO – Proposta de ação
Rotina: as rotinas devem ser privilegiadas por comporem o dia a dia da escola, devem ser administradas intencionalmente, dentro da programação, no espírito do marco referencial e das políticas da instituição.
QUAL A RELAÇÃO ENTRE PLANEJAMENTO, PARTICIPAÇÃO E
GESTÃO DEMOCRÁTICA?
Constituição federal (1988)e LDB (1996) respaldam a gestão democrática da escola, que pode ser definida como:
Um conjunto de procedimentos que inclui todas as fases do processo de administração:
concepção de políticas e de diretrizes;
definição e planejamento de programas, projetos e metas educacionais;
elaboração, organização, implementação e avaliação de todas as ações engendradas na escola.
Planejamento, participação e gestão democrática
Deve haver a participação efetiva de todos segmentos da comunidade escolar, pais, professores, alunos e funcionários na organização, na construção e avaliação dos projetos pedagógicos, na administração dos recursos, enfim, em todos os processos decisórios da escola.
Planejamento, participação e gestão democrática
A participação dos membros da comunidade escolar é ainda algo incipiente e superficial, o que não é suficiente para que a gestão da escola possa ser considerada democrática.
Planejamento, participação e gestão democrática
Ações formativas intencionais, tais como os processos de planejamento, são necessárias para que o sujeito vá, ao longo de sua vida, conquistando sua autonomia, tornando-se, assim, mais participativo.
Participar na escola significa dialogar e desenvolver projetos coletivos.
Planejamento, participação e gestão democrática
Essa concepção de participação deve permear todo o trabalho realizado na escola, em uma perspectiva de horizontalidade, que se opõe a de verticalidade.
Seguindo esse caminho, todas as instâncias colegiadas, assim como a sala de aula, devem ser espaços de diálogo, de fomento da autonomia e da participação e de elaboração de propostas para a escola.
Planejamento, participação e gestão democrática
Espaços privilegiados para o desenvolvimento conjunto do planejamento, da participação e da gestão democrática são os Conselhos Escolares: Conselho de Escola, Conselho de Classe, Ano e Série, Grêmio Estudantil e APM.
Planejamento, participação e gestão democrática
A equipe gestora reunindo-se regularmente e de forma sistematizada deve apropriar-se dos fundamentos teóricos e práticos do planejamento participativo para liderar seu desenvolvimento na escola.
Planejamento, participação e gestão democrática
A formação para o planejamento participativo na escola deve incluir além dos (as) professores (as) , funcionários (as) , pais, alunos (as) , enfim toda a comunidade.
Planejamento, participação e gestão democrática
É necessário, portanto, buscar caminhos que propiciem o real desenvolvimento de práticas participativas de planejamento nas escolas, ainda que esse desenvolvimento seja lento e gradual, mormente, por causa da autonomia relativa da escola.
Planejamento, participação e gestão democrática
Pois a escolas não alcançarão seu objetivo fundamental: a elevação dos níveis de aprendizagem de seus alunos, sem o desenvolvimento do planejamento participativo dentro dos princípios da gestão democrática.
Apêndice: roteiro para a elaboração da proposta pedagógica (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2009, p. 261,262.1. Contextualização e caraterização da escola:
• Aspectos sociais, econômicos, culturais e geográficos;
• Condições físicas e materiais;
• Caracterização de todos os participantes;
• Breve história da escola (como surgiu, como vem funcionando, administração, gestão, participação dos professores, visão que os alunos têm dela, pais, escola e comunidade).
Apêndice: roteiro para a elaboração da proposta pedagógica (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2009, p. 261,262.
2. Concepção de educação e de práticas escolares:
• Concepção de escola e de perfil de formação dos alunos;
• Princípios norteadores da ação pedagógico didática.
Apêndice: roteiro para a elaboração da proposta pedagógica (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2009, p. 261,262.
3. Diagnóstico da situação atual:
• Levantamento e identificação de problemas e necessidades a atender;
• Definição de prioridades.
Apêndice: roteiro para a elaboração da proposta pedagógica (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2009, p. 261,262.
4. Objetivos gerais
5. Estrutura e organização da gestão
• Aspectos organizacionais;
• Aspectos administrativos;
• Aspectos financeiros.
Apêndice: roteiro para a elaboração da proposta pedagógica (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2009, p. 261,262.
6. Proposta curricular:
• Fundamentos sociológicos, psicológicos, culturais, epistemológicos, pedagógicos;
• Organização curricular (da escola, dos anos, séries, ciclos, planos de ensino das disciplinas): objetivos, conteúdos, desenvolvimento metodológico, avaliação e aprendizagem.
Apêndice: roteiro para a elaboração da proposta pedagógica (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2009, p. 261,262.
7. Proposta de formação continuada de professores.
8. Proposta de trabalho com pais, com a comunidade e com outras escolas de uma mesma área geográfica.
9. Formas de avaliação do projeto.
REFERÊNCIAS
GANDIN, D. Planejamento como prática educativa. São Paulo: Edições Loyola, 1986.
LIBÂNEO, J.C; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2003, p. 293-311; 381-406.