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GESTÃO DO CONHECIMENTO:
PRÁTICAS PARA IDENTIFICAR E
RETER O CONHECIMENTO CRÍTICO
DE UMA EMPRESA JÚNIOR
DANIELA LIRIO COSTA (UFOP )
Alana Deusilan Sester Pereira (UFOP )
Mariana dos Santos Alves Mendes (UFOP )
As organizações têm enfrentado cada vez mais desafios, sejam eles
internos (dentro de seus processos) ou externos (competitividade de
mercado). A gestão do conhecimento se mostra uma ferramenta de
forte potencial para amenizar impactos tantto internos quanto externos
das organizações. Um tipo de organização que faz notória a sua
presença no mercado é a Empresa Júnior e, não diferente das outras
empresas, enfrenta desafios como altas taxas de rotatividade, por
exemplo. Diante disso, esse artigo busca aplicar a gestão do
conhecimento dentro de uma EJ de maneira a identificar os
conhecimentos mais importantes em seus processos utilizando a
metodologia de mapeamentos de conhecimentos críticos estruturado
pelo IPEA e então, propor práticas de GC que a auxiliem na retenção
desses conhecimentos.
Palavras-chave: Gestão do Conhecimento, práticas de Gestão do
Conhecimento, Empresa Júnior
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
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1. Introdução
A evolução do saber humano molda o desenvolvimento da sociedade e suas relações. O
avanço tecnológico, especialmente, o referente à tecnologia da informação, propõe novos
desafios ao homem, dentre os quais se destaca o gerenciamento de números elevados das
informações disponíveis e utilizá-las de maneira estratégica. Nesse contexto, a Gestão do
Conhecimento (GC) se apresenta como uma ferramenta potencial para bons resultados.
Neste sentido, Probst, Raub e Romhardt (2002, p.36) afirmam que “a gestão do conhecimento
demanda recursos, por isso deve-se mostrar eficaz. O processo de monitoramento é essencial
para o ajuste eficaz dos procedimentos de gestão do conhecimento a longo prazo”. Dando
ênfase a afirmação de Gasparini (2014), o sistema de gestão do conhecimento pode ser
entendido como o delineamento de práticas para desenvolver fatores habilitadores, capazes de
criar, codificar, compartilhar e apropriar conhecimento interno e externo. O conhecimento
organizacional tem sido considerado, pela literatura tradicional, como um recurso que,
embora intangível, permite a criação de valor para as organizações.
Assim, para as Empresas Juniores (EJ‟s), organizações sem fins lucrativos formadas por
estudantes do ensino superior, não seria diferente. Essas empresas, como tantas outras,
precisam sistematizar a identificação, aquisição e aplicação de novos conhecimentos nas suas
operações, bens e serviços organizacionais. Implantar iniciativas de GC significa potencializar
estrategicamente os processos da EJ e permitir a administração dos recursos focados nos
processos mais importantes dessa.
Dessa maneira, a motivação desse trabalho surgiu ao se perceber que as EJ‟s enfrentam
desafios que comprometem a qualidade do serviço prestado à sociedade como, por exemplo, a
taxa elevada de rotatividade. Dados do Censo & Identidade (Brasil Júnior, 2014b) mostraram
que, no ano de 2014, 56,62% dos membros nas Empresas Juniores do Brasil ficaram menos
de um ano em suas EJ‟s. Outra característica do ambiente da EJ é a mudança da direção
presidencial periodicamente. Diante do exposto, surge uma questão de pesquisa – De que
modo as EJ‟s podem identificar e preservar os conhecimentos que são imprescindíveis para
sua existência e ascensão no mercado no qual estão inseridas?
Portanto, o objetivo geral desse trabalho é identificar os conhecimentos considerados
relevantes de uma EJ, utilizando a metodologia de mapeamento de conhecimentos críticos,
apresentada pelo IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada e, então, sugerir práticas
de Gestão do Conhecimento focando nesses conhecimentos críticos identificados.
2. Referencial Teórico
2.1. Gestão do Conhecimento
Uma característica do ser humano é a capacidade de fazer o registro da sua história. Das
pinturas rupestres à „linguagem de máquina‟, se percebe uma evolução. “O conhecimento em
si é formado por dois componentes dicotômicos e, aparentemente, opostos – isto é, o
conhecimento explícito e o conhecimento tácito” (NONAKA; TAKEUCHI, 2008, p.19).
Segundo esses autores, o conhecimento tácito é aquele adquirido no cotidiano das pessoas em
suas atribuições dentro das empresas, e o explícito é aquele presente nos manuais, regras,
regimentos, etc., que estão disponíveis para consulta. Os autores, ainda, destacam que esses
conhecimentos não são opostos, mas possuem um comportamento dialético, ou seja, um
depende do outro. O conhecimento deve passar por etapas que se assemelham a um processo
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espiralado, caracterizado, visualmente, pela „Espiral do Conhecimento‟. Esta espiral é
formada por quatro fases (Socialização – Externalização – Combinação e Internalização) e
dessa maneira, possibilita a criação de conhecimentos nas organizações.
Com a evolução das Tecnologias de Informação (TI‟s), a sociedade contemporânea passou a
viver cenários de grande fluxo de informações, necessidades de ganho de escala e a enfrentar
a alta competitividade, proporcionada pela Internet. Por isso, “a Gestão do Conhecimento nas
organizações passa, necessariamente, pela compreensão das características e demandas do
ambiente competitivo e, também, pelo entendimento das necessidades individuais e coletivas
associadas aos processos de criação e aprendizado”. (TERRA, 2000, p.1). Tais necessidades
buscam ser supridas pelas tarefas desempenhadas no processo de GC.
Nesse sentido, Probst, Raub e Romhardt (2002, p.11), relatam oito processos imprescindíveis
para uma boa GC, a saber: identificação do conhecimento, aquisição do conhecimento,
desenvolvimento do conhecimento, compartilhamento e distribuição do conhecimento,
utilização do conhecimento e retenção do conhecimento. E, para que o conhecimento seja
realmente gerido, são necessários métodos de medição do conhecimento e de avaliação.
2.1.1. Práticas de Gestão do Conhecimento
Batista (2004, p.8) apresenta que “práticas de Gestão do Conhecimento são práticas de gestão
organizacional, voltadas para produção, retenção, disseminação, compartilhamento e
aplicação do conhecimento dentro das organizações, bem como na relação dessas com o
mundo exterior”. Assim, segundo o autor, pode-se utilizar uma tipologia, classificadas em três
categorias, para a discussão das práticas de gestão do conhecimento, a saber: Práticas
relacionadas principalmente aos aspectos de gestão de recursos humanos, como exemplos
fóruns/listas de discussão, comunidades de prática; educação corporativa, storytelling,
treinamentos, mentoring, coaching e universidade corporativa; Práticas ligadas primariamente
à estruturação dos processos organizacionais que funcionam como facilitadores, como
exemplos: melhores práticas, benchmarking, memória organizacional, inteligência
organizacional, mapeamento do conhecimento, banco de competências organizacionais e
banco de conhecimentos; e Práticas cujo foco central é a base tecnológica, tais como:
portais/intranets/extranets, sistemas de workflow, gestão de conteúdo, gestão eletrônica de
documentos (GED), data warehouse, decisionSupport Systems (DSS), data mining, Customer
Relationship Management (CRM), dentre outros (BATISTA e QUANDT, 2015, p.14).
2.2. Modelos de Gestão do Conhecimento
Os modelos de GC são estruturados com a finalidade de orientar como se implantar a GC ou
para apresentar quais elementos favorecem o sucesso ou fracasso da GC nas organizações.
Dessa forma, Leite (2006) realizou um estudo com o objetivo de identificar alguns dos
modelos de Gestão do Conhecimento, resultando em cinco modelos diferentes, a saber: (i)
Modelo de Criação do Conhecimento Organizacional; (ii) Modelo de Gestão do
Conhecimento de Probst; (iii) Modelo estratégico de gestão do conhecimento, (iv) Modelo
genérico de gestão do conhecimento; e (v) Ciclo da evolução do conhecimento organizacional
de Wiig (1993), por exemplo. Como conclusão o autor considera “boa parte dos modelos de
gestão do conhecimento desconsidera os aspectos dos processos de comunicação como
elemento essencial tanto para a criação, quanto o compartilhamento e uso do conhecimento” (LEITE, 2006, p.118).
2.2.1. Metodologia para mapeamento de conhecimentos críticos na Administração
Pública Estadual
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A metodologia para mapeamento de conhecimentos críticos na Administração Pública
Estadual foi desenvolvida pelo IPEA e servirá como objeto de aplicação desse trabalho.
Evidencia que o primeiro passo para realizar a GC é identificar os conhecimentos críticos dos
macroprocessos da organização. A definição de conhecimento crítico é “todo conhecimento
difícil de ser recuperado, que reduz riscos significativos para a operação, relevante para a
execução da estratégia e garante a perenidade e relevância da organização” (IPEA, 2013, p.3).
Neste modelo, primeiramente, são definidas duas etapas: 1- Identificação dos processos
estratégicos da organização e 2- Definição dos conhecimentos críticos vinculados aos
processos estratégicos: mapeamento dos conhecimentos críticos. Para este mapeamento são
necessários cinco passos: 1- Identificação e priorização de conhecimentos associados aos
processos estratégicos; 2- Avaliação dos conhecimentos priorizados; 3- Classificação da
criticidade dos conhecimentos avaliados; 4- Caracterização das informações associadas aos
conhecimentos críticos; e 5-Priorização dos conhecimentos críticos.
2.3. Gestão do Conhecimento em Empresas Juniores
O Movimento Empresa Júnior tem sua origem na França, no ano de 1967, mas ganhou força
no Brasil no ano de 2015, totalizando em 450 EJ‟s. A pesquisa de Picchiai (2008) compara a
presença da GC nas pequenas empresas e nas EJ‟s e aponta que há nas EJ‟s uma ausência de
memória organizacional, o que é um ponto negativo. A autora Lima (2009) realizou uma
pesquisa sobre a armazenagem de informação/conhecimento pelas EJ‟s de Brasília e
constatou a necessidade da EJ em possuir mecanismos para armazenagem de conhecimento.
Nesse mesmo ano, Hansen (2009) estuda a GC como prática gerencial nas EJ‟s da UFSC e
conclui que é necessário um programa sólido de GC nas EJ‟s. Nesse sentido, Silva et al,
(2010) estudam a presença da GC em redes interorganizacionais e concluem que essas seriam
muito importantes para a competitividade das EJ‟s de Minas Gerais. Por sua vez, Bettoni,
Silveira e Silva (2011) estudam práticas de GC em uma EJ da UFPR e afirmam que “as
práticas gerenciais que possibilitem um ambiente propício à troca e criação de conhecimento
podem ser consideradas como formas de multiplicar a ideia de Gestão do Conhecimento no
mundo empresarial.” (BETTONNI, SILVEIRA e SILVA, 2011, p.1). Outros estudos neste
sentido são: Silva (2011), que também, pesquisa a transferência de conhecimento em redes
organizacionais em EJ‟s brasileiras; Loyola (2013) que identificou a GC nos processos de
uma EJ de Brasília; e Magalhães, Dalmau e Souza (2014) que buscaram conhecer a GC como
ferramenta de auxílio na tomada de decisão dentro de uma EJ.
3. Metodologia
3.1. Caracterização da Pesquisa
Esse trabalho possui uma abordagem qualitativa. Godoy (1995) conceitua a pesquisa
qualitativa: “o pesquisador vai a campo buscando „captar‟ o fenômeno em estudo a partir da
perspectiva das pessoas nele envolvidas, considerando todos os pontos de vista relevantes”.
(GODOY, 1995, p. 21). A autora exemplifica três tipos de pesquisas qualitativas: análise
documental, estudo de caso e etnografia. Nesse trabalho, a análise documental se mostrou
relevante para a coleta de dados porque “a análise documental pode ser utilizada também
como uma técnica complementar, validando e aprofundando dados obtidos por meio de
entrevistas, questionários e observação” (GODOY, 1995, p.22). A “Metodologia para
mapeamento de conhecimentos críticos na Administração Pública” serviu como base para
identificar os conhecimentos críticos encontrados em um departamento da EJ e, então, foram
propostas práticas de gestão do conhecimento para que esses conhecimentos permaneçam na
X Consultoria Jr.
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3.2. Unidade de Análise
Esse trabalho estuda a GC no departamento de Gestão de Pessoas da EJ X Consultoria Júnior.
A escolha deste departamento foi determinada pela facilidade de acesso às informações
relevantes e, segundo os membros da EJ, é um departamento considerado estratégico. Busca-
se, então, propor práticas de GC que permitam a EJ superar os desafios da alta rotatividade e
mudança periódica de direção. A X Consultoria Júnior é composta pelos alunos de um curso
da Universidade Federal de Ouro Preto. Tal empresa possui, aproximadamente, 10 anos de
existência e no ano de 2012 se federou à FEJEMG, o órgão que une todas as EJ‟s de Minas
Gerais, ligado à Brasil Júnior, instância que une todas as EJ‟s do Brasil. A cada ano a X
Consultoria Jr. passa por duas gestões (uma a cada semestre letivo). A figura 1 traz o
Organograma da EJ.
Figura 1 – Organograma da X Consultoria Jr.
Fonte: Arquivos
internos da X Consultoria
Jr. (2015).
3.3. Coleta de Dados
Conforme Godoy (1995) a pesquisa qualitativa abrange a análise documental, observações,
questionários e entrevistas. Durante o período de março de 2014 a fevereiro de 2015 foram
aplicados três questionários fechados on-line, com o auxílio de uma Rede Social e da
plataforma „Drive‟ disponibilizada pelo Google, direcionados aos membros e ex-membros da
EJ. As entrevistas foram abertas e informais, aplicadas aos membros efetivos do período de
realização da entrevista na Fase I. A análise documental foi realizada com os documentos:
Regimento Interno, Estatuto e Manual do Departamento de Gestão de Pessoas. No total,
foram entrevistadas 63 pessoas da X Consultoria Jr, sendo alguns ex-membros. Todos os
cargos foram abarcados e grande parte dos respondentes trabalhou na EJ durante os anos de
2012 a 2014.
Assim, a operacionalização da pesquisa se dá por meio da aplicação da “Metodologia para
mapeamento de conhecimentos críticos da Administração Pública Estadual”. Desse modo, a
pesquisa foi divida em duas fases: Fase I: Observação direta da rotina da empresa e
realização de entrevistas abertas com os membros; identificação de práticas de GC existentes
e aplicação de questionários on-line para os membros; e Fase II: Seleção dos conhecimentos
críticos do Departamento e propostas de práticas de GC para a EJ.
4. Apresentação dos Resultados
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4.1. Fase I
A Fase I teve o intuito de descobrir práticas de GC que a EJ possui, que são: Fóruns
presenciais e virtuais; Narrativas; Coaching; Brainstorming; Assistência de colegas;
Espaços colaborativos físicos; Espaços colaborativos virtuais; Benchmarking interno e
externo; Banco de competências individuais/banco de talentos/páginas amarelas;
Taxonomia; Gestão Eletrônica de Documentos e Voiceandvoice-over-internet protocol
(Voip). Porém, cabe ressaltar que grande parte dos membros não tem ciência que essas
iniciativas são práticas de GC. Posteriormente, no segundo momento da Fase I, foram
aplicados questionários on-line que buscaram conhecer a rotatividade dos membros da X
Consultoria Jr, além do conhecimento dos membros e ex-membros sobre os serviços que a EJ
oferece e sobre o Processo Trainee.
Assim, constatou-se que a rotatividade dos membros (60% em média), o desconhecimento
dos serviços que a EJ X oferece (em 80% dos membros), e que quase metade dos membros
efetivados na X Consultoria Jr (aproximadamente 45%) não ficaram satisfeitos com o
conhecimento recebido sobre o MEJ (Movimento Empresa Júnior) em seus Processos
Trainee‟s. O presente trabalho propõe práticas de GC que auxiliem o departamento de Gestão
de Pessoas a promover e preservar o conhecimento dos membros recebidos dentro da EJ.
Reitera-se que a escolha por esse departamento se deu pelo fato, também, dele ser o
responsável por recrutamento, capacitação e acompanhamento de membros dentro da X
Consultoria Jr, segundo o Manual do departamento (X CONSULTORIA JÚNIOR, 2015b).
Vale ressaltar que essa EJ tem por principal objetivo: “Proporcionar aos seus membros as
condições necessárias à aplicação prática de seus conhecimentos teóricos relativos à sua área
de formação profissional [...]” (X CONSULTORIA JÚNIOR, 2015a).
4.2 Fase II
4.2.1 Aplicação da “Metodologia para mapeamento de conhecimentos críticos da
Administração Pública Estadual”
A Etapa I consiste em selecionar os macroprocessos estratégicos do departamento e encontrar,
na Etapa II, os conhecimentos críticos associados a esses macroprocessos.
4.2.1.1 Etapa I
Em acordo com a Presidência e a diretora de Gestão de Pessoas da gestão de 2015.1, foi
decidido que, dentre os 12 macroprocessos do departamento de GP, três seriam avaliados
devido suas relações com os objetivos estratégicos da EJ, os quais são: Processo Seletivo
(Conhecimentos associados: 1- Conhecer práticas de avaliação de Processos Trainees; 2-
saber como avaliar as ações dos candidatos; 3- ser imparcial e 4- saber se comportar como
avaliador), Processo Trainee (Conhecimentos associados: 1- Mostrar aos trainees os
processos de gestão interna da X Consultoria Jr e também dos projetos realizados pela EJ; 2-
Estruturar atividades que mostrem o que é o MEJ) e Capacitação (Conhecimentos
associados: 1- Como proporcionar treinamentos aos membros para que estejam aptos a
realizar os serviços oferecidos pela EJ. Os treinamentos são referentes às habilidades
necessárias para executar todos os serviços; 2- Oferecer aos novos membros os treinamentos
básicos de gestão interna; 3- Pesquisar e firmar parceria com os treinadores (professores,
empresas especializadas em treinamentos ou profissionais de treinamento autônomos);4-
Verificar a disponibilidade de horários dos membros e dos treinadores; e 5-Preparar toda
estrutura e materiais para que os treinamentos sejam realizados).
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4.2.1.2 Etapa II
A Etapa II possui cinco passos:
Passo 1: Identificação dos conhecimentos associados aos macroprocessos
Os conhecimentos associados aos três macroprocessos são priorizados, conforme mostra o
Quadro 1: Quadro 1 - Passo 1: Identificação de conhecimentos associados
Fonte: Dados da pesquisa (2016)
Portanto, após validação com os membros da EJ, os conhecimentos associados priorizados
devem ser: 1 - Proporcionar treinamentos aos membros para que estejam aptos a realizar os
serviços oferecidos pela EJ; 2 – Oferecer aos novos membros os treinamentos básicos de
gestão interna e 3 – Mostrar aos trainees os processos de gestão interna da X Consultoria Jr e
também dos projetos realizados pela EJ.
Passo 2: Avaliação dos Conhecimentos Priorizados
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Os conhecimentos associados priorizados são avaliados de acordo com seis critérios de
avaliação da situação de cada conhecimento, proposto pela metodologia, a saber: Estrutura de
pessoal, Aquisição/criação, Codificação/Organização, Compartilhamento, Proteção e
Características Gerais. Em cada critério os conhecimentos são posicionados em uma régua,
que pode ser visualizado nas figuras 3 e 4, que são um exemplo de avaliação de um
conhecimento associado ao macroprocesso „Capacitação‟. As cores na régua são explicadas
pela figura 2.
Figura 2 – Significado das cores nas réguas de avaliação dos conhecimentos associados
Fonte: IPEA, 2013, p.8
Cabe ressaltar que é importante considerar que todos os conhecimentos associados priorizados
no Passo 1 devem ser avaliados no Passo 2.
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Figura 3 – Representação do Passo 2 de um conhecimento associado (critérios 1 a 3)
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Fonte: Dados da pesquisa (2016)
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Figura 4– Representação do Passo 2 de um conhecimento associado (critérios 4 a 6)
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Fonte: Dados da pesquisa (2016)
Passo 3: Classificação da criticidade dos conhecimentos associados
As distâncias entre a situação desejada e a situação atual são avaliadas, visualmente, para cada
conhecimento associado e, então, classificados de acordo com sua criticidade (variando de 0 a
3), conforme mostra o quadro 2.
Quadro 2 – Representação do Passo 3
Fonte: Dados da pesquisa (2016)
Passo 4: Caracterização das informações associadas aos conhecimentos críticos
Os conhecimentos, neste passo, são avaliados de acordo com o formato dos documentos que
possuem tal conhecimento e a origem, como apresentado no quadro 3:
Quadro 3 – Representação do Passo 4
Fonte: Dados da pesquisa (2016)
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Passo 5: Priorização final dos conhecimentos críticos
Nesse sentido, os conhecimentos mais críticos no passo 3 são, então, colocados em uma
matriz e os conhecimentos passam por três filtros até se definir qual será trabalhado
primeiramente.Dessa forma, destaca-se: 1º Filtro: número de critérios com nível 3 de
criticidade (muito crítico): ‘Proporcionar treinamentos aos membros para que estejam aptos
a realizar os serviços oferecidos pela EJ’;2º Filtro: número de critérios com nível 2 de
criticidade (crítico):‘Oferecer aos novos membros os treinamentos básicos de gestão interna’
e 3º Filtro: Priorização Corporativa: Definição da alta direção como será o Plano Estratégico
de Gestão do Conhecimento na organização (IPEA, 2013, p. 14). No quadro 4 é apresentada a
representação do Passo 5. Quadro 4 – Representação do Passo 5
Fonte: Adaptado de IPEA, 2013, p. 25
4.3 Propostas de práticas de Gestão do Conhecimento
Para os conhecimentos críticos ‘Proporcionar treinamentos aos membros para que estejam
aptos a realizar os serviços oferecidos pela EJ’ e ‘Oferecer aos novos membros os
treinamentos básicos de gestão interna’ propõe-se, primeiramente, identificar a Base de
Conhecimento de cada departamento, ou seja, é necessário listar os conhecimentos básicos de
gestão interna de cada departamento e, então, um membro de cada departamento (podendo ser
o diretor deste) fará o treinamento de processos básicos do seu departamento aos trainees.
Outra prática, o Mentoring, pode ser adotada, fazendo com que um membro já experiente
acompanhe o membro trainee e o oriente na execução das tarefas.
Sugere-se, também, a prática de Memória organizacional/lições aprendidas/banco de
conhecimentos, para que os treinamentos sejam, a cada gestão, catalogados e explicitados,
com o intuito de que na gestão seguinte, se tenha um referencial de treinamentos. Ao final de
cada treinamento, a prática de GC Revisão pós-ação pode ser aplicada, utilizando Vídeos e
mostrando como ocorreu o processo de treinamento evidenciando pontos positivos e
negativos.
Dessa forma, almeja-se que com a aplicação dos processos e práticas propostos a criticidade
dos conhecimentos seja minimizada e o departamento de Gestão de Pessoas tenha melhor
desempenho para a EJ.
5. Conclusões
Tendo a evolução tecnológica um importante papel na sociedade, faz-se necessário saber lidar
com os desafios dessas mudanças. A GC possui condições amplas para sempre estar
preparado para essas alterações.
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Este trabalho buscou conhecer com maior detalhe os conhecimentos mais importantes que
afetam diretamente a X Consultoria Jr no alcance de seus objetivos sociais. Para entender e
identificar quais são os conhecimentos críticos de um dos departamentos dessa EJ, utilizou-se
a “Metodologia para mapeamento de conhecimentos críticos da Administração Pública
Estadual”, estruturada pelo IPEA, que se mostrou aplicável ao contexto de EJ, o que não é o
foco desse método. Um fator relevante sobre utilização dessa metodologia é a necessidade do
comprometimento dos agentes dos processos da organização. Uma crítica à metodologia é
que, mesmo que se queira quantificar a criticidade de um conhecimento no Passo 2, o
posicionamento da situação do conhecimento atual e do conhecimento desejado na régua são
totalmente dependentes da avaliação pessoal de um membro da empresa que tenha intensa
vivência com os processos que envolvem os conhecimentos. Caso contrário, a veracidade dos
dados pode ser afetada, devido à subjetividade do método. Observados essa proximidade e o
comprometimento do empregado, a pesquisa pode oferecer excelentes resultados a curto e
longo prazo.
A metodologia apresenta, dentre outras vantagens, a possibilidade de elencar dentre os
conhecimentos que a empresa detém, os que realmente são os mais importantes de serem
trabalhados e explicitados.
Portanto, espera-se colaborar com a qualidade dos serviços prestados pela empresa júnior X e,
consequentemente sua prospecção no mercado. É importante ressaltar que a Espiral do
Conhecimento é infinita e sempre existirá um conhecimento que pode ser melhorado. Tendo
essa consciência a EJ pode sempre avaliar a sua força na busca pelos objetivos sociais que são
à base da sua existência. Como indicação de estudos futuros, sugere-se analisar a viabilidade
de implantação das práticas de gestão do conhecimento apresentadas neste estudo e avaliar os
possíveis resultados que elas trarão à EJ. Referências Bibliográficas
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