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GESTÃO E MOTIVAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL Lynn R. Marotz e Amy Lawson

Gestão e motivação em educação infantil

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Este livro aborda uma das questões mais desafiadoras no ambiente de trabalho: a habilidade de encorajar a criatividade, a produtividade e o comprometimento constante dos funcionários. Voltado especialmente para a Educação Infantil, Gestão e motivação respeita e reconhece os desafios enfrentados nessa área. Os princípios básicos da teoria motivacional são expostos com clareza e sugestões práticas são discutidas para incentivar a equipe, além de auxiliar o gestor motivado a desenvolver e implementar estratégias que vão ajudar os funcionários a, gradativamente, assumir a responsabilidade por sua própria motivação, que é a forma mais duradoura do paradigma motivacional.

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GESTÃO

E MOTIVAÇÃO

EM ED

UCAÇÃO

INFAN

TILM

arotz e Lawson GESTÃO E MOTIVAÇÃO

EM EDUCAÇÃO INFANTIL

Outras obrasO brincar e suas teorias Tizuko Morchida Kishimoto (org.)

O cotidiano da escola – As novas demandas educacionais Denise D’Aurea-Tardeli e Fraulein Vidigal de Paula (orgs.)

Educar: lemas, temas e dilemas Ana Gracinda Queluz Garcia e Maura M. Moraes de Oliveira Bolfer (orgs.)

A gestão educacional e escolar para a modernidade Clóvis Roberto dos Santos

Orientação infantil Tradução da 6a edição norte-americanaDarla Ferris Miller

Técnicas eficazes de comunicação para a educação infantil Mary Arnold

Lynn R. Marotz e Amy Lawson

ISBN 13 978-85-221-1179-4ISBN 10 85-221-1179-0

7 8 8 5 2 2 1 1 1 7 9 49Para suas soluções de curso e aprendizado, visite www.cengage.com.br

Este livro aborda uma das questões mais desafiadoras no ambiente de trabalho: a habilidade de encorajar a criatividade, a produtividade e o comprometimento constante dos funcionários.Voltado especialmente para a Educação Infantil, Gestão e motivação respeita e reconhece os desafios enfrentados nessa área. Os princípios básicos da teoria motivacional são expostos com clareza e sugestões práticas são discutidas para incentivar a equipe, além de auxiliar o gestor motivado a desenvolver e implementar estratégias que vão ajudar os fun-cionários a, gradativamente, assumir a responsabilidade por sua própria motivação, que é a forma mais duradoura do paradigma motivacional.

Aplicações: Livro indicado para gestores na área de Educação In-fantil, estudantes em busca de capacitação, especialistas e ca-pacitadores educacionais e também para aqueles que desejam aprender técnicas motivacionais.

GESTÃO E MOTIVAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTILLynn R. Marotz e Amy Lawson

Sobre as autorasLynn R. Marotz, Ph.D. e R.N. (enfermeira licenciada), é membro do corpo docente do Departamento de Ciência Comportamental Aplicada e atua como diretora associada do Edna A. Hill Child Development Center da University of Kansas. Tem formação e experiência em administração, educação e enfermagem voltada para a área da Educação Infantil. Seus principais interesses incluem a formação de professores, administração e promoção da saúde. Marotz ministra cursos de graduação e pós-graduação nas áreas de Administração e Liderança, Família, Introdução à Educação Infantil e Saúde e Nutrição. É autora de vários livros e artigos, além de atuar em uma série de iniciativas estaduais e em comitês de desenvolvimento de políticas.

Amy Lawson, bacharel em Desenvolvimento Humano e Vida Familiar/Educação Infantil, possui 17 anos de experiência como professora nesta área, é administradora de escola de educação infantil e capacitadora. Sua experiência administrativa inclui centros de educação infantil localizados em universidades, empresas e hospitais. Atualmente, é diretora do Seay Child Care Center do Presbyterian Hospital of Plano, em Plano, Texas. Na última década, Lawson ministrou conferências e treinamentos sobre liderança e motivação.

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GESTÃO E MOTIVAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL

Lynn R. Marotz Amy Lawson

TraduçãoEz2Translate

Revisão técnicaDenise D’Aurea Tardeli

Graduada em Psicologia e Pedagogia com mestrado em Educação e doutorado

em Psicologia Escolar do Desenvolvimento Humano, ambos pela USP.

Pesquisadora na área de Psicologia Moral e Educação em Valores.

Professora universitária

Austrália • Brasil • Japão • Coreia • México • Cingapura • Espanha • Reino Unido • Estados Unidos

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Sumário

Prefácio IX

Agradecimentos XIII

SEÇÃO I COMPREENDENDO O QUE É MOTIVAÇÃO 1

Capítulo 1 O ambiente infantil: desafios específicos no local de trabalho 3Introdução 4

A educação infantil como opção de carreira 5Condições desafiadoras 7Desafios no local de trabalho 10O estresse 10Satisfação no trabalho 12

Por que trabalhar? 14

O que mais os funcionários esperam de seus cargos? 16Garantia de emprego 16Condições de trabalho seguras 17Reconhecimento 18Respeito como indivíduo 19Para onde vamos a partir daqui? 19

Resumo 20

Atividades para aplicação 20

Pontos de discussão 24

Referências 24

Recursos da web 26

Capítulo 2 O que sabemos sobre o papel da motivação nas escolas deeducação infantil 29

Introdução 30

O que é motivação? 30

V

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Quando a motivação é importante? 31

Modelos teóricos de motivação 32A hierarquia das necessidades de Maslow 33A teoria ERC 34A teoria dos dois fatores de Herzberg 35A teoria das necessidades adquiridas de McClelland 36A teoria da expectativa 38A teoria da equidade 39

O que são recompensas intrínsecas e extrínsecas? 40

Qual é o papel desempenhado pela motivação no trabalho com crianças? 41

Resumo 42

Atividades para aplicação 43

Pontos de discussão 45

Referências 45

Recursos da web 46

Capítulo 3 O gestor motivado 47Introdução 48

Motivação para a liderança 48

Qualidades pessoais de gestão 50

Papéis do gestor 51

Estilos de gestão 53Tomada e controle de decisões 53Orientação de pessoas versus tarefas 56Os tipos de liderança: transacional e transformacional 56Qual estilo é o correto? 58

Tornando-se um gestor motivador 58

Resumo 60

Atividades para aplicação 61

Pontos de discussão 61

Referências 63

Recursos da web 65

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VI

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SEÇÃO II ESTRUTURANDO TODO O TRABALHO 67

Capítulo 4 São as pequenas coisas que somam: dicas para a motivação diária 69

Introdução 70

A importância de conhecer seus funcionários 70

Maneiras simples, porém eficazes de dizer “você é importante” 70

Estratégias não remuneradas para o encorajamento do desempenho e do comprometimento 74Estratégias para a comunicação eficaz 75Estratégias para a construção de confiança e credibilidade 78Estratégias para cultivar pensamentos positivos 81Estratégias para a prática de atos casuais de gentileza 82

Resumo 85

Atividades para aplicação 86

Pontos de discussão 89

Referências 89

Recursos da web 89

Capítulo 5 Incentivos organizacionais 91Introdução 92

Um olhar mais atento aos sistemas de recompensas 92Elogios 93Avaliação 95Definição da função 97Tutoria entre colegas 101Capacitação de funcionários 102Desenvolvimento profissional 103

Avaliação do sistema de recompensas 103

Resumo 104

Atividades para aplicação 104

Pontos de discussão 105

Referências 107

Recursos da web 108

Sumário

VII

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Capítulo 6 Desafios da gestão: olhando para o futuro 109 Introdução 110

A crescente demanda por escolas de educação infantil 110

Parcerias empresariais e contribuições econômicas 112

Alocação de pessoal 112

Diversidade populacional 115

Desenvolvimento profissional 117

O poder da motivação 118

Resumo 119

Atividades para aplicação 120

Pontos de discussão 120

Referências 122

Recursos da web 124

APÊNDICES 125

Apêndice A KITS DE SOBREVIVÊNCIA 127Apêndice B FERRAMENTAS PARA A AVALIAÇÃO MOTIVACIONAL 131Apêndice C PONTOS DE DIÁLOGO PARA UMA AVALIAÇÃO EFICAZ 137

Glossário 139

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VIII

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Prefácio

Introdução Os gestores de qualquer organização afirmam que uma de suas principais preo-cupações é manter os funcionários motivados, uma vez que a motivação exercepapel fundamental no recrutamento e na manutenção de pessoal. Entretanto, amotivação para a liderança é especialmente importante para as escolas de edu-cação infantil, em parte, em decorrência dos recursos limitados e das condiçõesde trabalho desafiadoras normalmente presentes em tais ambientes.

Apesar da relação com o sucesso de uma organização, pouco tem sido relatadosobre motivação e técnicas motivacionais que sejam relevantes e apropriadas aocampo da educação infantil. Numerosos recursos sobre o assunto podem ser encontrados com facilidade, porém, geralmente, foram escritos de uma perspec-tiva corporativa. Embora os princípios fundamentais tenham aplicação universal,as necessidades e condições singulares presentes nas escolas de educação infantilfazem necessária uma seleção meticulosa para tornar o tema mais adequado aesses ambientes.

O público-alvoEscrevemos o livro Gestão e motivação em educação infantil especificamentepara os gestores da área infantil – aqueles que hoje atuam em cargos de lide-rança – e os estudantes em formação. O nosso objetivo é ajudá-lo a compreendere a valorizar a teoria, a aplicação e os princípios fundamentais das estratégias mo-tivacionais para melhorar o ambiente, a produtividade e o comprometimentoconstante dos funcionários. Acreditamos que o livro seja relevante para:

n Gestores e docentes da área de educação infantil que estejam trabalhandoem ambientes diversificados.

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n Estudantes em busca de capacitação na área infantil. n Indivíduos interessados em desenvolver habilidades de liderança. n Estagiários, capacitadores docentes que ministram cursos de capacitação

em serviço e especialistas educacionais. n Qualquer pessoa que queira aprender técnicas motivacionais eficazes.

Organização e conteúdoEscrevemos Gestão e motivação em educação infantil com dois pressupostos emmente. Antes de tudo, acreditamos que os gestores motivados podem ser encon-trados em todas as organizações. Embora alguns possam ter títulos oficiais, comodiretor ou coordenador de escola de educação infantil, os gestores motivadospodem, também, ser gerentes, professores efetivos, coordenadores de equipe ouassistentes. Em outras palavras, todos que tomam decisões, tutores ou aquelesque encorajam o desempenho de outros funcionários apresentam qualidades deliderança. É essa a acepção que utilizaremos para o termo gestor conforme dis-cutiremos sobre a motivação para a liderança neste livro.

O segundo ponto diz respeito ao conceito de motivação em si e sua aplicaçãono ambiente de trabalho. O comportamento humano é motivado por uma sériecontínua de necessidades (por exemplo, físicas, sociais, emocionais, de autoes-tima) e pela necessidade por satisfazê-las quando surgem. Diferenças nas expe-riências e nos históricos pessoais exercem influência sobre aquilo que os indi-víduos percebem como uma necessidade e sobre o que é necessário parasatisfazê-la. Portanto, as necessidades de todos diferem e costumam mudarcom o passar do tempo. Além disso, a motivação não se trata, simplesmente, deuma ação, um processo ou a atitude de uma pessoa em relação a outra. Pelocontrário, é um catalisador que auxilia um indivíduo a satisfazer suas necessi-dades pessoais. Nossa finalidade é ajudar o gestor motivado a desenvolver eimplementar estratégias que vão, por sua vez, ajudar os funcionários a, grada-tivamente, assumir a responsabilidade por sua própria motivação, que é a formamais duradoura do paradigma motivacional.

O material incluso nesta edição é dividido em duas seções. A Seção I forneceuma visão geral sobre:

n As condições de trabalho atuais e os fatores que contribuem para uma cres-cente demanda por escolas de educação infantil.

n Por que as pessoas trabalham e o que elas querem de seus cargos e funções.

Gestão e motivação em educação infantil

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n A teoria motivacional básica e como essas informações podem ser aplicadaspara satisfazer as necessidades motivacionais dos funcionários.

n Como os gestores podem empregar suas habilidades e estilos de liderançapara alcançar resultados.

Na Seção II, enfocamos a aplicação das práticas motivacionais, incluindo:

n Ideias práticas e criativas para motivar o sucesso do funcionário.n Incentivos organizacionais para encorajar o comprometimento e a produti-

vidade do funcionário.n Estratégias para a abordagem de desafios futuros da liderança.

Recursos especiaisVários recursos pedagógicos especiais foram incorporados neste livro a fim depromover a compreensão, o domínio e a aplicação das informações fornecidas,incluindo:

n Objetivos e termos-chave para enfatizar os conceitos importantes de cada ca-pítulo; estes são destacados no texto e incluídos no glossário no fim do livro.

n Ligando os pontos para ajudar os leitores a relacionar o conteúdo do capítuloa situações cotidianas.

n Pontos de discussão para estimular o pensamento crítico e encorajar as dis-cussões em grupo.

n Uma visão geral de teorias motivacionais eminentes para auxiliar na com-preensão da finalidade e da importância da motivação para a gestão no localde trabalho.

n Exemplos de práticas motivacionais compartilhadas por gestores competentesda área.

n Apêndices com recursos e referências adicionais.

Prefácio

XI

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Seç

ão 1

COMPREENDENDO O QUE É

MOTIVAÇÃO

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Capítulo 1

O ambiente infantil: desafios específicos no local de trabalho

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O b j e t i v o s

Após a leitura deste capítulo, você vai ser capaz de:

n Explicar como as condições de trabalho nas escolas de educação infantil contribuem paraa rotatividade de funcionários.

n Descrever diversos fatores que geralmente contribuem para a insatisfação do funcionáriono trabalho.

n Identificar os sinais clássicos do burnout (esgotamento psicológico).n Discutir as diversas expectativas que os funcionários têm ao aceitar um emprego.n Discutir como os gestores podem aplicar estratégias motivacionais para atrair e manter

funcionários qualificados.

P a l a v r a s - c h a v e

n desligamento n subjetivon burnout (esgotamento psicológico) n Teacher Education and Compensation n coleguismo Helps – TEACH n demográfico n taxa de rotatividaden estresse n WAGE$®

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“A visão é, realmente, sobre capacitar os trabalhadores,

fornecer a eles todas as informações a respeito do que acontece

de modo que possam realizar muito mais do que fizeram no passado.”

Bill Gates

IntroduçãoO campo de trabalho ligado aos cuidados infantis emprega aproximadamente2,3 milhões de cuidadores e professores da educação infantil (Center for theChild Care Workforce, 2004). Você sabia que:

n Desse número, aproximadamente 75% são autônomos com ou sem grau deparentesco que trabalham em domicílio?1

n Mais de um terço de todos os cargos constituem empregos de período parcialsem benefícios?2

n Mulheres com idades entre 20 e 44 anos constituem 62% da força de trabalhodo cuidado à criança e da educação infantil (Tabela 1-1) (Bureau of LaborStatistics, 2004)?

n Professores de educação infantil estão entre os trabalhadores que recebem amenor remuneração em comparação a qualquer outra profissão?

n Menos de 31% possuem formação superior (Saluja, Early e Clifford, 2002)?3

À medida que a educação infantil progride na busca pelo reconhecimentoprofissional e pelo status, continua a enfrentar diversos desafios no dia a dia dotrabalho. Uma preocupação importante em qualquer organização é o recruta-mento e a permanência de funcionários talentosos, porém essa é uma questãoespecialmente crítica no campo da educação infantil. As habilidades motiva-

Gestão e motivação em educação infantil

4

1 Relatório: Estatísticas dos Professores no Brasil – INEP – 2003. Para mais informações, veja osite: http://www.sbfisica.org.br/arquivos/estatisticas_professores_INEP_2003.pdf. (NRT)2 No setor público, a assistência técnica do MEC aos municípios, estados e DF está vinculadaà elaboração do Plano de Ações Articuladas (PAR) a partir do lançamento do Plano de De-senvolvimento da Educação (PDE) de 2007. Todos os gestores que elaboram o plano podemreceber assistência. Maiores informações no site: http://portal.mec.gov.br. (NRT) 3 Conforme o censo estatístico de janeiro de 2011, o total de professores de pré-escola noBrasil é de 258.225, sendo 40.106 com curso específico e 218.119 sem curso específico. Naregião Sudeste concentra-se o maior número de professores (104.120), sendo 20.747 comcurso específico e 83.373 sem curso específico. Maiores informações no site: http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-sinopse-sinopse. (NRT)

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cionais, que é o enfoque deste livro, oferecem aos gestores uma ferramentaeficaz para atrair e manter pessoal qualificado.

Neste capítulo, vamos examinar informações importantes sobre profissionaisque trabalham com a primeira infância. Os gestores devem compreender seusfuncionários a fim de serem motivadores eficazes. Veremos as razões funda-mentais pelas quais as pessoas escolhem trabalhar e exercer profissões na áreada educação infantil. Por fim, vamos discutir o que os funcionários querem eesperam de seus empregadores.

A educação infantil como opção de carreiraO que atrai as pessoas ao campo da educação infantil? Por que algumas pessoasacreditam que ensinar crianças pequenas é uma escolha de carreira satisfatória?A maioria dos professores identifica as risadas das crianças, o entusiasmo emaprender e a fascinação interminável como qualidades que causam interesseem trabalhar com crianças pequenas e suas famílias (Liston, 2004; Papanastasioue Papanastasiou, 1997). Eles descrevem o trabalho como pessoalmente gratifi-cante e recompensador, além de sentirem prazer em apresentar às crianças

O ambiente infantil: desafios específicos no local de trabalho

5

Faixa etária Serviços de cuidados infantis Todas as áreas

Total 100,0 100,0

16 a 19 anos 8,0 4,6

20 a 24 anos 14,9 9,8

25 a 34 anos 24,7 22,2

35 a 44 anos 23,1 25,8

45 a 54 anos 18,2 22,9

55 a 64 anos 8,7 11,5

65 anos ou mais 2,4 3,2

Tabela 1-1 Porcentagem de funcionários da área da primeira infância por faixa etária (2002)4

Fonte: Bureau of Labor Statistics, U.S. Department of Labor, Career Guide to Industries, 2004-

2005, Child Daycare Services (http://www.bls.gov/oco/cg/cgs032.htm).

4 No Brasil, conforme o Censo de 2012, 6.756.698 crianças estavam matriculadas na pré-es-cola, significando que há funcionários para trabalhar com a primeira infância para esse con-tingente. (NRT)

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novas ideias, encorajar seus esforços, estimular seu entendimento e promoverseu desenvolvimento.

Professores de educação infantil, especialmente aqueles com formação avan-çada e experiência, estão cada vez mais tendo seus serviços requisitados.5 Novosestabelecimentos estão sendo criados enquanto os existentes vêm passandopor expansões no que diz respeito à responsabilidade social e às mudançasdemográficas. De acordo com o Bureau of Labor Statistics (2005), atualmente70,4% das mães com filhos menores de 18 anos fazem parte da força de trabalhoe 62,2% dessas mães têm filhos com menos de 6 anos. Esses números tendema aumentar significativamente nos próximos anos. Além disso, algumas famíliasestão optando por matricular seus filhos em escolas de educação infantil6 combase em evidências conclusivas que demonstram os benefícios da participaçãoem cursos de aprendizagem precoce de qualidade (National Research Counciland Institute of Medicine, 2000; NICHD, 1998, 2000).

De modo geral, esses desafios levam a uma escassez de professores qualificadosna área de educação infantil (Bureau of Labor Statistics, 2005). Esse problemadeve-se ao fato de um número relativamente alto de professores de educação in-fantil abandonar a área a cada ano e também por poucos estudantes matricula-rem-se em cursos de formação de professores, escolhendo, em vez disso, áreasacadêmicas que sejam mais bem remuneradas. A decorrente escassez de professoreslevará os gestores de creches e escolas de educação infantil a enfrentar grandesdesafios e também aumentará a urgência de se compreender como utilizar a mo-tivação de modo eficaz a fim de recrutar e manter funcionários essenciais.

Gestão e motivação em educação infantil

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5 Na realidade brasileira, de modo geral, os professores de educação infantil são aqueles queestão iniciando na profissão; recém-formados em Pedagogia querem trabalhar com esta faixaetária por pensarem que é mais fácil lidar com crianças. Nos últimos tempos, houve muitaprocura para trabalhar com esta faixa etária, não por causa da competência dos professores(formação) ou pela valorização destes profissionais, mas porque foram abertas muitas crechese escolas de educação infantil, principalmente no Estado de São Paulo. Houve incentivo doBanco Central, destinando verbas para este setor, além da reestruturação da própria pré--escola a partir da implantação do ensino de 9 anos, instituído em 2006. (NRT)6 As creches e escolas de educação infantil, no Brasil, são de responsabilidade dos órgãos pú-blicos, as secretarias municipais, e procuram ter um caráter educacional. A manutenção,destinação de verba, contratação de professores é uma questão política. Em muitas secretariasnem é preciso ser professor, basta ter o 2º grau. Nas escolas particulares temos os hoteizinhos,que têm caráter assistencial, de cuidados. (NRT)

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orCondições desafiadorasA permanência de funcionários qualificados é a principal preocupação de qual-quer área, porém pode trazer consequências particularmente sérias para as es-colas de educação infantil. De acordo com o Center for the Child Care Workforce(2004), a taxa de rotatividade existente entre os profissionais da educação in-fantil é de cerca de 31%. Este número é, aproximadamente, uma vez e meiamais alto do que o número médio para outras áreas (Bureau of Labor Statistics,2004). A perda de pessoal resulta em altos custos para a organização/escola,tanto diretos como indiretos, incluindo os custos associados ao recrutamento,à recontratação e ao treinamento dos novos funcionários.

Ademais, esse aspecto pode causar uma queda na qualidade do serviço prestadoe contribuir para a diminuição do interesse dos funcionários remanescentes.

Fatores econômicos, no entanto, são secundários no que diz respeito aefeitos negativos e de longo prazo que a acentuada taxa de rotatividade exercesobre o desenvolvimento das crianças (Helburn e Howes, 1996; National Re-search Council and Institute of Medicine, 2000; Rushton, 2001). Relações es-táveis e consistentes entre o professor e a criança mostraram-se fundamentais àsaúde emocional delas e também à sua capacidade de autorregulação compor-tamental (Schore, 2001; Whitebrook, Phillips e Howes, 1993). A rotatividadefrequente de pessoal produz uma sensação de perda e insegurança entre ascrianças e também está relacionada a atrasos significativos no desenvolvimentosocial e da linguagem (Lamb, 2000; NICHD, 2000).

O ambiente infantil: desafios específicos no local de trabalho

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Como você acha que deve ser o relacionamento sadio entre os funcionários da escolaem que atua?

“Considero um relacionamento sadio quando os funcionários estão dispostos a endossara missão de uma instituição e estão comprometidos em atender às necessidades dascrianças e dos membros da instituição. Também significa que os funcionários sentem--se confortáveis em discutir seus problemas, preocupações e ideias, a fim de não levarestes sentimentos para casa.”

Michelle ScottDiretora do centro de educação infantilBallard Community Center, Lawrence

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Então, por que a educação infantil se encontra nesta situação caótica? Oque leva os professores a abandonar a área com tanta frequência? Diferentementede outras formas de ensino, o cuidado e a educação de crianças pequenas apre-sentam inúmeros desafios e responsabilidades singulares, incluindo:

n Atender às necessidades físicas das crianças, como alimentação, higiene esono.

n Atender a uma população com habilidades de linguagem, motoras ou sociaisnulas ou limitadas.

n Ensinar e cuidar de crianças de diversas idades inseridas em um únicogrupo.

n Manter um ambiente seguro e sadio para crianças pequenas que estejam ex-postas a riscos de lesões ou doenças.

n Identificar crianças com possibilidades de problemas de desenvolvimento eprovidenciar um serviço apropriado de intervenção.

Além disso, as condições de trabalho em diversos estabelecimentos não cos-tumam ser ideais. Algumas das preocupações mais citadas são:

n Longos turnos de 8 a 12 horas diárias.7

n Baixos salários.n Falta de benefícios trabalhistas, como: plano de saúde, planos de aposenta-

doria, férias remuneradas e faltas remuneradas por motivo de doença.8

n Falta de cursos de formação acessíveis.9

n Cursos limitados de aperfeiçoamento.10

n Estresse causado por grandes responsabilidades tanto físicas como emocionais.n Constante rotatividade de pessoal, o que resulta na escassez de funcionários.

Gestão e motivação em educação infantil

8

7 Longos períodos são observados somente para hoteizinhos, e, dependendo da cidade, paraalgumas creches ou escolas de educação infantil. (NRT)8 Isso vale apenas para os professores não concursados. (NRT)9 Para os próximos anos deverá ser exigida a formação em 3o grau, em Pedagogia, segundodeterminações do MEC. (NRT) 10 No Brasil, há uma certa variedade de cursos em universidades particulares e um programado MEC – Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica Parfor –, que ca-pacita professores, porém, estes precisam ter o incentivo das secretarias de educação ou deseus diretores, no caso de escolas particulares, para que frequentem estes cursos que geral-mente são noturnos. Os professores precisam requerer a verba para transporte e também re-negociar o horário de trabalho para chegarem a tempo às aulas. São direitos dos professoresem exercício, muitas vezes desconhecidos. (NRT)

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n Falta de reconhecimento profissional.n Recursos limitados para a aquisição de suprimentos e equipamentos.

Algumas preocupações, como estresse e muitas horas de trabalho, provêmda própria natureza da profissão em que se lida com a primeira infância e serãoabordadas nos capítulos seguintes. Outras, como salários, representam um de-safio diferente. O progresso na abordagem das injustiças salariais tem sidodifícil e lento em decorrência de inúmeros fatores não relacionados. Um delesdiz respeito ao sexo: historicamente, os salários das mulheres em quase todasas profissões são defasados em relação aos salários dos equivalentes do sexomasculino. Pelo fato de as mulheres constituírem a maior parte do grupo deprofissionais de educação infantil, os salários, tradicionalmente, permanecerambaixos. Um segundo fator é a falta de um conjunto uniforme de requisitos edu-cacionais básicos para professores da educação infantil, o que torna difícil lutarpor salários mais altos e justificá-los (Saluja, Early e Clifford, 2002; Snow,Teleki e Reguero-de-Atiles, 1996). Os estados, de forma individual, atualmentesão livres para estabelecer suas próprias normas de qualificação, o que levou auma grande inconstância. Em vários estados, o desejo de se trabalhar comcrianças e um diploma equivalente ao do ensino médio são as únicas qualifica-ções necessárias para adquirir emprego em uma escola de educação infantil.Contudo, conforme o nível geral de preparação educacional dos professoresprogride, a remuneração também deve aumentar. Em terceiro lugar, um frequenteequívoco sobre o papel fundamental que os professores de educação infantilexercem em promover o desenvolvimento de crianças pequenas e uma suposiçãode que “qualquer um pode cuidar de crianças” impedem a criação de uma po-

O ambiente infantil: desafios específicos no local de trabalho

9

Liga

ndo

os p

onto

s Há dois meses, você foi contratado como professor-assistente de uma sala de maternal

do See Saw Center. Como a professora efetiva foi promovida a outro cargo, o diretor so-

licitou que você assumisse as responsabilidades dela em classe. Este é seu primeiro

emprego e você teve apenas algumas aulas sobre a primeira infância na faculdade.

n O que acha de ser convidade a assumir a posição de professor efetivo?

n Você se sentiria adequadamente preparado para assumir este grau de responsabi-

lidade? Por quê?

n Você acredita que, se não aceitar o cargo, sua decisão pode colocar futuras oportu-

nidades de promoção em risco? Explique.

n Suponha que você seja o diretor. O que pensaria sobre um funcionário que recusou

seu convite para assumir um cargo de professor efetivo?

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EM EDUCAÇÃO INFANTIL

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Orientação infantil Tradução da 6a edição norte-americanaDarla Ferris Miller

Técnicas eficazes de comunicação para a educação infantil Mary Arnold

Lynn R. Marotz e Amy Lawson

ISBN 13 978-85-221-1179-4ISBN 10 85-221-1179-0

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Este livro aborda uma das questões mais desafiadoras no ambiente de trabalho: a habilidade de encorajar a criatividade, a produtividade e o comprometimento constante dos funcionários.Voltado especialmente para a Educação Infantil, Gestão e motivação respeita e reconhece os desafios enfrentados nessa área. Os princípios básicos da teoria motivacional são expostos com clareza e sugestões práticas são discutidas para incentivar a equipe, além de auxiliar o gestor motivado a desenvolver e implementar estratégias que vão ajudar os fun-cionários a, gradativamente, assumir a responsabilidade por sua própria motivação, que é a forma mais duradoura do paradigma motivacional.

Aplicações: Livro indicado para gestores na área de Educação In-fantil, estudantes em busca de capacitação, especialistas e ca-pacitadores educacionais e também para aqueles que desejam aprender técnicas motivacionais.

GESTÃO E MOTIVAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTILLynn R. Marotz e Amy Lawson

Sobre as autorasLynn R. Marotz, Ph.D. e R.N. (enfermeira licenciada), é membro do corpo docente do Departamento de Ciência Comportamental Aplicada e atua como diretora associada do Edna A. Hill Child Development Center da University of Kansas. Tem formação e experiência em administração, educação e enfermagem voltada para a área da Educação Infantil. Seus principais interesses incluem a formação de professores, administração e promoção da saúde. Marotz ministra cursos de graduação e pós-graduação nas áreas de Administração e Liderança, Família, Introdução à Educação Infantil e Saúde e Nutrição. É autora de vários livros e artigos, além de atuar em uma série de iniciativas estaduais e em comitês de desenvolvimento de políticas.

Amy Lawson, bacharel em Desenvolvimento Humano e Vida Familiar/Educação Infantil, possui 17 anos de experiência como professora nesta área, é administradora de escola de educação infantil e capacitadora. Sua experiência administrativa inclui centros de educação infantil localizados em universidades, empresas e hospitais. Atualmente, é diretora do Seay Child Care Center do Presbyterian Hospital of Plano, em Plano, Texas. Na última década, Lawson ministrou conferências e treinamentos sobre liderança e motivação.