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    36 Encontro Anual da Anpocs

    GT 07: Dimenses do urbano: tempos e escalas em composio

    Cidade, Idoso, Cidade Amiga do Idoso

    Glaucia S. Destro de Oliveira

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    Uma cidade amiga do idoso estimula o

    envelhecimento ativo ao otimizar oportunidades para

    sade, participao e segurana, para aumentar aqualidade de vida medida que as pessoas envelhecem.

    Em termos prticos, uma cidade amiga do idoso

    adapta suas estruturas e servios para que estes sejam

    acessveis e promovam a incluso de idosos com diferentes

    necessidades e graus de capacidade. (ORGANIZAO

    MUNDIAL DE SADE, 2008, p.07).

    Cidade Amiga do Idoso refere-se a uma proposta de experincia e

    infraestrutura urbanas implicadas - e interseccionadas - num modelo de velhice

    que discute relaes intergeracionais e trajetrias de cursos de vida, o que

    abrange diferentes categorias etrias, grupos sociais e estilos de vida. Sua

    justificativa construda no aproveitamento pleno da mobilidade e locomoo

    individuais a partir de espaos e arranjos arquitetnicos nas cidades. No

    entanto, sua ideia extrapola as construes urbanas. Ela pretende dar conta de

    servios, condies de vida, comportamentos e disposies aos mais velhos.

    O projeto esquematizado a partir da imagem de uma flor com ptalas

    (anexo 1), em que cada uma corresponde a um eixo a ser seguido ou quesitos

    pesquisados no projeto cidade amiga do idoso, como consta no ttulo da

    ilustrao em Guia Global (2008). Esse se refere ao documento em que a

    proposta sistematizada e descrita para divulgao e implementao. Em

    vrias situaes de pesquisa de campo1, os agentes tratavam desse documento

    1 importante lembrar que minha pesquisa de doutorado refere-se aossignificados atribudos s velhices nas polticas pblicas, a partir da observaodos conselhos municipais em Santos e So Paulo, estadual de So Paulo, onacional, alm da seo da Pessoa Idosa da Secretaria Especial dos Direitos daPresidncia da Repblica. A ideia entender os fluxos de ideais, sentidos e ainfluncia do discurso internacional, sobretudo da Organizao das NaesUnidas (ONU), nas aes voltadas para os idosos. Foi nesse contexto queCidade Amiga do Idoso revelou-se um tema presente que se repetia emdiferentes dimenses e situaes. Alm disso, ele um exemplo de poltica, que

    apesar de ter sido pensada em contexto brasileiro, implementada pelaOrganizao Mundial da Sade (OMS) e presente em diferentes cidades domundo. No entanto, para a pesquisa o mais importante a repercusso no

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    como uma cartilha a ser cumprida. Mais do que pontos elencados como

    problemas e suas solues para uma cidade tornar-se mais amigvel aos

    idosos, sublinha-se e salienta-se os pressupostos contidos no guia sobre como

    lidar com a velhice e, ainda, o legtimo modelo de envelhecer reconhecido pelo

    Alexandre Kalache, especialista brasileiro reconhecido internacionalmente no

    tema da velhice e idealizador do projeto.

    As ptalas - ou os temas - que compem a ideia da Cidade Amiga do

    Idososo: espaos abertos e prdios, transporte, moradia, participao social,

    respeito e incluso social, participao cvica e emprego, comunicao e

    informao e, por ltimo, apoio comunitrio e servios de sade. E Kalache

    anuncia nos ltimos tempos o acrscimo de mais uma: educao continuada

    (KALACHE, 2010).

    Esse conjunto de itens a serem perseguidos sintetiza intenes, pblico

    alvo, pressupostos de uma sociedade idealizada segundo o projeto, bem como

    problemas detectados e solues encontradas, as quais so sugeridas a outros

    contextos. No final de cada item, h uma lista de itens a serem cumpridos. A

    seguir pincelo cada um dos eixos em questo para que o eleitor possa visualizar

    melhor os temas em debate nessa discusso.

    O primeiro espaos abertos e prdios, que se refere espacialidade

    urbana da qual o idoso deve apropriar-se e, tambm, cidadeconstituda por

    infraestrutura e sociedade de forma geral possa acolh-lo, num movimento

    concomitante e bilateral. Para tanto, trata-se de oferecer desde servios para o

    descanso como bancos pblicos, condio adequada das caladas, prioridade

    dos servios e respeito aos mais velhos, entre outros. Ele centra-se nos termos

    qualidade de vida, acessoe segurana (p.16).2

    Em transporte, a ideia geral est em torno de movimento, participao e

    acesso a servios (p.22). Como no anterior, apresenta-se inmeros pontos

    cenrio brasileiro, sobretudo no debate pblico sobre poltica voltada para apopulao idosa.2 Este item subdividido nos seguintes elementos: 1. Um ambiente limpo eagradvel; 2. Importncia de espaos verdes; 3. Um lugar para descansar; 4.Caladas amigveis aos idosos; 5. Cruzamentos seguros para pedestres; 6.

    Acessibilidade; 7. Um ambiente seguro; 8. Caladas e ciclovias; 9. Prdiosamigveis aos idosos; 10. Banheiros pblicos adequados; 11. Consumidoresidosos.

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    favorveis e queixas encontradas na pesquisa focal de origem do projeto e

    como soluo. Nesse item, foram apontadas como sugesto implementao dos

    servios e condies que possibilitassem e facilitassem o deslocamento pelo

    sistema de transporte coletivo, tendo em vista as consideradas especificidades

    fsicas dos mais velhos aqui caracterizados com as perdas das condies de

    sade e os afastando de noes como velocidade, agilidade e agressividade; os

    quais esto associados, no texto, aos mais jovens.3

    Para se desenvolver o eixo Moradia, elenca-se sobre suas

    possibilidades, custos, coeso social, permanecer em casa e ter condies de

    manuteno e adaptaes fsicas e espaciais. O esquema proposto est em

    relao com as noes de independncia e qualidade de vida dos idosos.4

    No prximo, participao social, segundo o documento, significa e

    implica em boa sade e bem-estar na velhice. A ideia aqui central

    proporcionar integrao social dos idosos. Para tanto, como consta, preciso

    haver acesso e transporte fceis e adequados, programao interessante,

    gratuita e bem divulgada especfica para esse pblico. Atividades que envolvam

    relao intergeracional so muito bem aceitas pelos idosos pesquisados pelo

    projeto.5

    No item respeito e incluso social, desenvolve-se sobre diferentes tipos

    de marginalizao que a populao mais velha est vulnervel em diversas

    configuraes e situaes e, ainda, aponta-se modos de reverter esse quadro.

    Excluso em servios, financeira, pelo estigma de velhice associado a

    3Seus subitens so: 1.Disponibilidade; 2. Custo; 3.Confiabilidade e frequncia;4. Destinos; 5. Veculos amigveis aos idosos; 6. Servios especializados paraidosos; 7. Assentos para idosos e gentileza dos passageiros; 8. Motoristas; 9.Segurana e conforto; 10. Paradas e estaes; 11. Txis; 12. Transportecomunitrio; 13. Informao; 14. Conduo de veculos; 15. Gentileza para comos motoristas idosos; 16. Estacionamento.4Os subitens de moradia so: 1.viabilidade financeira; 2. servios essenciais; 3.Planejamento; 5. Manuteno; 6. Acesso a servios; 7. Conexes comunitriase familiares; 8. Opes de moradia; 10. Ambiente onde se mora.5 Para dar a dimenso do item, seus elementos constituintes so: 1.

    Oportunidades acessveis; 2. Atividades financeiramente acessveis; 3. Leques

    de oportunidades; 4. Divulgao das atividades e eventos; 5. Estimular aparticipao e combater o isolamento; 6. Integrao geraes, culturas ecomunidades.

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    decrepitudes, no grupo familiar e pela ignorncia em lidar com a populao

    envelhecida dos mais jovens so alguns dos exemplos apresentados.6

    Ao tratar dep

    articipao cvica e emprego, o trabalho apresentado

    como uma possibilidade positiva no sentido de estender a vida profissional

    individual. O voluntarismo aps aposentadoria considerado aspecto amigo do

    idoso ou mesmo o prolongamento do tempo no mercado de trabalho em

    condies dignas e livre de estigmas associadas velhice. Aqui atividade

    profissional associada contribuio desses idosos sociedade.7

    Na seo comunicao e informaoso apresentadas caractersticas

    encontradas em diferentes cidades sobre o medo de idosos ficarem margem e

    desatualizados. O fcil acesso informao foi considerado como soluo,

    sobretudo atravs da mdia local por ser o meio de comunicao mais acessado

    e aceito pela populao mais velha, segundo o documento. So apontadas

    diversas estratgias para se garantir comunicao bem-sucedida.8

    O tpico apoio comunitrio e servios de sade trata das demandas

    apresentadas e exemplos situacionais so considerados e tornados exemplos

    de caractersticas amigveis ao idoso, como nos pontos descritos anteriormente.

    Nele incluem-se os cuidados fsicos individuais. Para tanto, o trabalho voluntrio

    e mais vagas em instituies de ateno pessoa idosa so algumas das

    solues apresentadas. Outras medidas so acesso e transporte fcil,

    alimentao de baixo custo e outros servios bsicos para a manuteno da

    vida.9

    6 Esse item dividido em: 1. Comportamento respeitoso e desrespeitoso; 2.

    Preconceito contra a idade e desconhecimento; 3. Interao entre geraes econscientizao social; 4. Um lugar dentro da comunidade; 5. Ajuda nacomunidade; 6. Um lugar na famlia; 7. Excluso econmica.7 Seus itens so: 1. Opes de trabalho voluntrio para idosos; 2. Melhores

    opes de emprego e mais oportunidades; 3. Flexibilidade para acomodartrabalhadores e voluntrios idosos; 4. Estimulando a participao cvica; 5.Formao; 6. Oportunidades empresariais; 7. Valorizando as contribuies dosidosos.8Os itens so: 1. Ampla disseminao; 2. A informao certa na hora certa; 3.Ser que algum vai falar comigo?; 4. Formatos e desenho amigvel ao idoso;5. Tecnologia da informao: prs e contras; 6. Responsabilidade pessoal e

    coletiva.9O tpico composto pelos itens: 1. Acesso s unidades assistenciais; 2. Umagama variada de servios de sade; 3. Servios para o envelhecimento

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    H um novo item ainda no foi includo no esquema ilustrativo da Cidade

    Amiga do Idoso: a educao continuada. No documento Guia Global ele ainda

    no est contido. Em eventos e entrevistas a partir de meados de 2011

    (KALACHE, 2011), Alexandre Kalache anuncia sua incluso e a importncia de

    manter o idoso em constante atividade mental e estar sempre em processo de

    aprendizado e atualizao. Nas sees anteriores, tratou-se de forma indireta

    desse ponto mas o especialista passa a enfatizar a importncia de reservar uma

    ptala prpria para essa discusso.

    Cada item estruturado de maneira a contemplar os problemas e as

    consequncias de tais elementos vida do idoso. Em sequncia, desenvolvem-

    se perspectivas diferentes encontradas na pesquisa focal de origem para a ideia

    Cidade Amiga do Idoso. Elencam-se, ento, diferentes elementos - positivos e

    negativos - em algumas das trinta e trs cidades investigadas.

    A identificao das opinies realizada a partir do nome da cidade a que

    pertence e, s vezes, delimita-se se se tratam de idosos ou de cuidadores, como

    pode ser visualizado no trecho a seguir:

    Caladas inadequadas so um problema quase

    universal. Em muitas cidades, como Cidade do Mxico, Rio

    de Janeiro e Jamaica, os pedestres so obrigados a dividir a

    calada com camels. Em outras cidades, como La Plata,

    Moscou, Ponce, Porto Rico e a regio metropolitana do

    Ruhr, carros estacionados nas caladas obrigam os

    pedestres a caminhar pela rua. O clima pode contribuir para

    a dificuldade de locomoo dos idosos nas caladas e, em

    Portage La Prairie, o risco de quedas maior aps uma

    nevasca. (parte do item 4. Caladas amigveis aos

    idosos, p.17).

    Apesar de o documento explicitar que a pesquisa focal foi realizada com

    idosos de diferentes contextos sociais das cidades participantes, no texto as

    diversidades e multiplicidades internas s cidades das experincias de velhices

    saudvel; 4. Home care (Cuidadores em domiclio); 5. Unidades asilares parapessoas incapacitadas para morar em suas prprias casas; 6. Uma rede deservios comunitrios; 7. Precisa-se de voluntrios; 8. Outros problemas.

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    so embaadas, bem como as diferenas - e desigualdades - entre os pases

    em que essas cidades esto contextualizadas. As condies e estilos de vida

    das vivncias indicadas no enfatizam as tenses sociais (tnica, de classe,

    gnero e outras). As perspectivas apresentadas e diferenciadas apenas pelo

    nome da cidade esvaziam os contextos, significados sociais e especificidades

    urbanas em que esto inseridos.

    O Guia

    O objetivo deste Guia ajudar as cidades a se avaliarem

    sob a tica dos idosos, a fim de identificarem onde e como

    elas podem ser mais amigveis aos idosos. As sees deste

    Guia descrevem, para cada rea da vida urbana, as

    variveis de desenvolvimento. O checklist das principais

    caractersticas amigveis aos idosos, apresentado ao final

    de cada seo, se aplica tanto s cidades menos

    desenvolvidas quanto s mais desenvolvidas. Sua inteno

    proporcionar um padro universal para uma cidade amiga

    do idoso. (Seo 4. Como usar este Guia. Guia Global:

    Cidade Amiga do idoso, 2008, p.15).

    Tanto na entrevista cedida ao veculo Fapesp Online10(2008) ou revista

    Coletiva11(2011), o mdico e pesquisador em sade pblica Alexandre Kalache

    explica e explicita que a Cidade Amigo do Idoso trata-se de uma pesquisa

    inicialmente implantada por ele em Copacabana, no Rio de Janeiro, para avaliar

    a qualidade de vida da populao idosa naquela regio. A ideia era apresentar

    no Congresso Nacional de Geriatria em 2005, que aconteceu no Rio de Janeiro,

    um pouco da realidade local para os congressistas que viriam de vrias partes

    do pas. Para tanto, ele desenvolveu grupos focais com os moradores do bairro

    que tinham sessenta anos ou mais nos quais se discutiu medidas para tornar a

    10Disponvel em

    http://www.coletiva.org/site/index.php?option=com_k2&view=item&id=60:entrevista11Disponvel emhttp://revistapesquisa2.fapesp.br/?art=3469&bd=1&pg=1&lg=

    http://www.coletiva.org/site/index.php?option=com_k2&view=item&id=60:entrevistahttp://www.coletiva.org/site/index.php?option=com_k2&view=item&id=60:entrevistahttp://www.coletiva.org/site/index.php?option=com_k2&view=item&id=60:entrevistahttp://revistapesquisa2.fapesp.br/?art=3469&bd=1&pg=1&lg=http://revistapesquisa2.fapesp.br/?art=3469&bd=1&pg=1&lg=http://revistapesquisa2.fapesp.br/?art=3469&bd=1&pg=1&lg=http://revistapesquisa2.fapesp.br/?art=3469&bd=1&pg=1&lg=http://www.coletiva.org/site/index.php?option=com_k2&view=item&id=60:entrevistahttp://www.coletiva.org/site/index.php?option=com_k2&view=item&id=60:entrevista
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    cidade mais amiga dos idosos. Devido ao sucesso e ao apoio da iniciativa pela

    Organizao Mundial de Sade (OMS), a pesquisa ampliou-se a mais 33

    cidades de diferentes pases.

    Os grupos focais foram feitos com idosos de sessenta anos ou mais que

    compem as classes baixa e mdia. Ao todo, foram 158 grupos focais em que

    participaram 1485 idosos entre setembro de 2006 a setembro de 2007. E, para

    contemplar aqueles que no poderiam participar devido s suas dificuldades de

    locomoo, muitas vezes ampliadas pela ausncia de acessibilidade nas

    cidades, foram ouvidos os cuidadores de idosos sobre sua experincia de se

    viver e cuidar deles nas cidades. Alm disso, foram realizados grupos focais

    com prestadores de servios de setores pblicos, comercial e voluntrios em

    cada cidade que participou do projeto. (OMS, 2008, p.13).

    A partir da sistematizao dos dados, resultou-se e formou-se o

    documento Guia Global: Cidade Amiga do Idoso, publicado em 2008. Na

    poca - entre 2002 a 2007 -, Alexandre Kalache, mdico, ocupava o cargo de

    diretor do programa de envelhecimento da Organizao Mundial da Sade

    (OMS). Atualmente, em 2012, Conselheiro Snior de Poltica para o

    Envelhecimento Global da Academia de Medicina de Nova Iorque. Ele muito

    respeitado, prestigiado e considerado um especialista no tema do

    envelhecimento e polticas pblicas, como pde ser observado na pesquisa em

    andamento.

    Ele ressalta, na entrevista revista Coletiva (2011), que a Cidade Amiga

    do Idoso foi possibilitada e incentivada pela necessidade de se operacionalizar

    o envelhecimento ativo. Esse conceito da Organizao Mundial (OMS) que

    traduzida em suas palavras como:

    (...) um processo de otimizao para trs pilares: sade,

    participao e proteo. Sade, afinal, todo mundo quer ser

    um idoso saudvel, pois envelhecer com m sade um

    prmio envenenado. No h qualidade de vida sem sade.

    O segundo ponto a participao: envelhecer com

    oportunidade de participar da sociedade, estudar, ir ao

    cinema. Quando o indivduo no tem sade, no entanto, noparticipa integralmente da sociedade, ento ele precisa de

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    um sistema para estar protegido. E a proteo o terceiro

    pilar, pois o idoso precisa ter segurana para contrapor as

    perdas que ocorrem ao longo do envelhecimento.

    Trouxemos um quarto ponto para o envelhecimento ativo

    que o treinamento contnuo para aprender novas

    habilidades, novos conhecimentos. Caso contrrio, aos 60

    anos a pessoa estar obsoleta.(KALACHE in SESC, 2010,

    p.24)

    Envelhecimento ativo a base do discurso internacional sobre velhice,

    a partir dele que se desenvolveram os documentos e projetos advindos da ONU.

    Seu significado pode sofrer atualizaes em contextos locais mas a atividade na

    velhice prevalece como um pressuposto nessa ideia. Ele j estava presente em

    no Plano Internacional de Ao para o Envelhecimento (ONU, 2002).

    Esse documento refere-se ao resultado da II Assembleia Internacional

    sobre o Envelhecimento, realizado em 2002 em Madrid, para examinar os

    resultados da I Assembleia e aprovar as revises do Plano de Ao (BELO,

    2002), em que foram discutidos o conceito de envelhecimento ativo e os

    entraves e desafios para combater a desigualdade social, como o rpido

    crescimento populacional, a pobreza, a excluso e a dificuldade em se obter um

    emprego depois dos sessenta anos; esses constituem alguns dos elementos

    percebidos como negativos velhice e tornam esse perodo da vida um

    problema social a ser discutido, tornado pauta de poltica pblica, cuidados

    individuais e de visibilidade mundial. Nesse sentido, o Plano um conjunto de

    diretrizes para serem cumpridas pelos seus pases-membros sobre como gerir a

    velhice de sua populao.

    Miriam Kanashiro (2012), em sua dissertao defendida na rea da

    Sade Pblica, tambm discorre sobre o envelhecimento ativo associado s

    diretrizes defendidas no Plano de Ao Internacional para o Envelhecimento

    (2002): independncia, autorrealizao, participao, assistncia e dignidade;

    alm do acesso a servios de sade, participao e segurana. Tais elementos

    so diversos e abarcam a ampla dimenso da vivncia de envelhecer. Nesse

    sentido, continua a autora, que as principais propostas deste conceito so:minimizar o risco sade e maximizar condies, elementos e contextos que

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    preservem a sade ao longo da vida; proporcionar ambiente que garanta

    segurana, mobilidade e independncia; oferecer servios de cuidados em

    sentido amplo de longo prazo de qualidade e espaos estimuladores em

    instituies asilares; assegurar apoio social na reduo de rastros de depresso,

    solido e isolamento social; entre outros. (p.15-16).

    por essas razes que os programas com tais pressupostos investem

    em atividades fsicas e na sade mental e integrao social. Fundamentos

    importantes desse conceito vo de interdependncia, condies adequadas de

    moradia, alimentao e estilos de vida saudveis, incluso econmica dos

    idosos, respeito com a velhice disposio da sociedade com os mais velhos.

    A ideia central do envelhecimento ativo preservar, incentivar, possibilitar

    a autonomia e independncia individual com o intuito de garantir qualidade de

    vida na velhice. , nesse sentido, que Kanashiro desenvolve na introduo de

    sua dissertao uma discusso sobre a diferena entre proteo de sade e no

    preveno da sade e apresenta a primeira em relao direta com o conceito

    velhice ativa.

    O objetivo da segunda promover cuidados na preveno de doenas;

    ou seja, combater a doena no sentido de evit-la. Por outro lado, a promoo

    da sade tem o foco de promover o bem-estar em termos abrangentes, o que

    inclui no s a boa condio fsica e biolgica do organismo humano mas de

    condies de vida que possibilitem sade em seu sentido amplo; ou seja, seu

    interesse a qualidade de vida. Para tanto, elementos para se considerar a

    promoo de sade so: idade, sexo, fatores genticos, comportamentos e

    estilos de vida individuais, redes de suporte sociais e comunitrias, condies

    de vida e trabalho constitudo de acesso educao, saneamento bsico,

    moradia, emprego, servios sociais e de sade, alimentao, condies

    socioeconmicas, culturais e ambientais gerais (p.25).

    Como possvel perceber, envelhecimento ativo e promoo de sade

    esto intimamente combinados pelo seu interesse comum: a promoo da

    qualidade de vida para todos os indivduos ao longo de toda vida, bem como a

    Cidade Amiga do Idoso. Nessas interseces de conceitos e interesses que

    tais noes se ampliam e ganham novos contornos e campos. Se oenvelhecimento ativo pretende ampliar sua rea de atuao para alm da

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    sade, a noo de promoo de sade tambm. Esses princpios so muito

    prximos aos da Cidade Amiga do Idoso.12

    No entanto, a ideia de tornar alguma coisa amigvel ao idoso - o que

    corresponde a ser amigo de todas as idades. Pois se h acessibilidade atravs

    de uma rampa, uma guia baixa e outras melhorias consideradas importantes

    para a vida dos mais velhos, certamente o sero para todos, como para uma

    grvida, um cadeirante ou outras categorias que tambm tenham dificuldade em

    deslocamento e necessitam de certos cuidados; como gosta de ressaltar

    Alexandre Kalache em suas palestras sobre o tema. Essa percepo aproxima-

    se no lema de 1999, o ano deliberado pela ONU s pessoas idosas: Uma

    sociedade para todas as idades (AGUIO, 2010) - alargada para outros

    campos alm da configurao urbana. O tema da dissertao de Miriam

    Kanashiro refere-se ideia de como formar, pensar e instituir instituies de

    longa permanncia amigas da pessoa idosa, a partir do envelhecimento ativo,

    promoo de sade e, sobretudo, da noo Cidade Amiga do Idoso.

    Tambm nesse sentido, o especialista Alexandre Kalache foi contratado

    pelo governo de So Paulo para implementar suas diretrizes em suas cidades

    paulistas a partir do segundo semestre de 2012. Em maio de 2012 o governador

    Geraldo Alckimin13 lanou a nova poltica estadual da pessoa idosa chamada

    So Paulo amigo do idoso. A ideia estabelecer critrios e servios

    fundamentais para que as cidades paulistas cumpram e ganhem o selo de

    Cidade Amiga do Idoso. O processo ser paulatino em estgios a serem

    cumpridos em diversas reas da sociedade14. Alm disso, este programa

    oferece servios sua populao idosa de diversas secretarias. H desde

    convnio com academias para o pblico idoso (da Secretaria de Esporte. Lazer

    e Juventude) ao programa de proporcionar uma viagem aos idosos para cidade

    balneria ou turstica do estado fora dos perodos considerados de alta

    12 Para visualizar esquema presente na dissertao de Kanashiro (2012), veranexo 2.13Geraldo Alckmin governador do estado de So Paulo eleito em 2010 peloPartido da Social Democracia Brasileira (PSDB).14

    Esse estgio da poltica estadual ainda est em definio e construo. Asinformaes descritas so de assembleia geral do Conselho Estadual do Idosode So Paulo do ms de agosto.

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    temporada (da Secretaria de Turismo), por exemplo. A inteno aqui salientar

    a influncia da ideia e dos princpios da Cidade Amiga do Idosoem programas

    em que aderiram sua concepo e que esto em voga - e sendo implementados

    - no momento, pelo menos no contexto nacional.

    Alm disso, durante meu campo de pesquisa nos conselhos municipais

    de Santos e de So Paulo, estadual de So Paulo e nacional desde meados de

    2009, debates e referncias a Cidade Amiga do Idosono foram incomuns. Ao

    contrrio, presenciei, em diferentes situaes, conversas, debates, pauta de

    assembleias15, tema de eventos16e em grupo de trabalho17sobre o tema. Sem

    contar nos eventos que acompanhava os conselheiros e Alexandre Kalache era

    um dos convidados para desenvolver sobre Cidade Amiga do Idoso18.

    15 No conselho municipal do idoso de Santos, por exemplo, repetem-se, adiscusso da Cidade Amiga do Idoso. frequente o tema da incorporao daregio no selo Cidade Amiga do Idoso, projeto encabeado pelo dr. AlexandreKalache que tem propagado esse debate em diversas regies do mundo. Omdico brasileiro, at ento, integrante da Organizao Mundial da Sade(OMS) realizou uma pesquisa em Copacabana, no Rio de Janeiro, e por contada repercusso, ampliou o campo para diferentes regies do globo e mapeou

    condies e vivncias de idosos, tentando averiguar como a cidade poderiaoferecer melhor infraestrutura ao deslocamento e qualidade de vida do idoso.Em decorrncia disso, o CMI santista desenvolveu um questionrio de avaliaode qualidade de vida a ser respondido pelos usurios de diversos equipamentosda prefeitura santista. Com base na percepo dos idosos da regio, algumasmedidascomo o cuidado com as caladas, entre outras seriam implantadascom vista conquista desse reconhecimento internacional. CMI tem incentivadosua realizao na regio da Baixada Santista junto prefeitura municipal. Emdezembro de 2010 aconteceu o frum com os prefeitos para que essesassumam o compromisso com a causa. (trecho de dirio de campo).16Como so os casos de: I Congresso Municipal sobre Envelhecimento Ativode So Paulo - Cidade Amiga do Idoso e Comemorao do Dia Internacional doIdoso realizado pelo vereador Gilberto Natalini na Cmara dos Vereadores deSo Paulo em 01 de outubro de 2011; 1Seminrio da Cidade Amiga do Idosoda regio da Baixada Santistaem dezembro de 2009.17 Por exemplo, no Grupo de Trabalho de Polticas Pblicas de Idosos daPrefeitura Municipal de Santos/SP que tem o objetivo de implementar o seloCidade Amiga do Idoso na cidade. E Cidade Amiga do Idosotem um grupodo estado de So Paulo de representantes de todas as regies do estado quese rene todas as segundas teras-feiras a tarde em So Paulo, coordenadopela dra.Marlia Louvison. NUCATS organizao no-governamental da

    Baixada Santista - representa a regio na reunio.18 Como em III Conferncia Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de SoPaulo, realizado em 17 de agosto de 2011 na Associao Paulista de

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    A atuao do idoso considerada muito importante. No item

    Participao da base em direo ao topo (p.13) do documento Guia Global,

    trata-se de escutar os idosos na anlise das polticas pblicas19e ressalta esse

    suposto conceitual como contribuio e participao dos mais velhos nas

    tomadas de decises, o que indicado no texto como sugesto da OMS. Em

    outras situaes20, em que participao e envolvimento so fundamentais na

    consolidao da imagem esperada de velhice, essa caracterstica chamada de

    protagonismo do idoso, to popular na poltica brasileira voltada para os mais

    velhos nos ltimos tempos. Trao essa continuidade e conexo no sentido de

    mapear os fluxos internacionais e multilaterais de pressupostos das aes

    pblicas direcionadas populao envelhecida. Como se apresentam as

    atribuies apontadas por Kanashiro sobre as modificaes nas estruturas da

    instituio asilar sob a gide do modelo - ou selo Cidade Amiga do Idoso,

    deve-se atingir maior independncia, autonomia, participao, qualidade nos

    anos adicionais de vida e envelhecimento ativo (p.156), os mesmos valorizados

    em outros campos de pesquisa, como as Repblicas de Idosos ou Conselhos de

    Idosos, o que indica certo ideal largo mas com tais traos a serem percorridos

    na experincia da velhice.

    Consideraes finais

    A cidade no projeto tema deste artigo pensada, considerada e matizada

    como um ator na promoo e garantia na qualidade de vida dos mais velhos e

    da populao, em geral. Pois a partir das condies e infraestrutura urbanas

    Cirurgies Dentistas (APCD); Participao: garantia da autonomia do idoso nasociedade do Encontro do Ciclo de Debates do Programa realizado naPinacoteca, em 15 de agosto de 2011.19O trecho a seguir denota o carter das questes realizadas nos grupos focaiscom os idosos: (...) Quais so as caractersticas amigveis aos idosos nascidades em que eles vivem? Que problemas eles encontram? O que estfaltando na cidade para melhorar a sua sade, participao e segurana?(OMS, p.2008, p.13).20Como na poltica alternativa de moradia, as Repblicas de Idosos de Santos-SP, estudada no mestrado (DESTRO DE OLIVEIRA, 2009) em que

    protagonismo, independncia e autonomia so elementos que constituempressupostos para tornar os mais velhos em candidatos de usurio doprograma, por exemplo.

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    que os idealizadores e apoiadores da Cidade Amiga do Idosoacreditam que a

    cidade torna-se uma agente central em proporcionar deslocamentos, acessos a

    servios, vivncias, possibilidades, sociabilidades, experincias, estilos de vida

    (considerados) mais integrados sociedade, de forma geral.

    A frmula para alcanar a estrutura urbana em Amiga do Idosoest no

    Guia Global, o qual formulado a partir de sugestes de aes municipais

    baseadas nas experincias locais tidas como referncias e, por isso, tornadas

    noes mundiais. Mais do que um projeto de infraestrutura urbana, trata-se de

    configuraes de um projeto urbano, de modelo de velhices e da vivncia dos

    idosos na cidade. Esse um exemplo em que um modelo urbano transita num

    fluxo global, em que as necessidades individuais so transformadas em escala

    mundial.

    nesse sentido que a concepo da Cidade Amiga do Idosod-se para

    alm de uma configurao urbana, refere-se a um modelo de velhice e

    envelhecimento, a partir de conceitos como qualidade de vida, participao e

    atividade em condies universais. No entanto, a partir de uma infraestrutura

    da cidade que os elementos de tal modelo so acionados e se materializam,

    ganham forma, sentido e se estruturam no espao pblico e privado, pois se

    trata de um modelo muito copiado e seguido em instituies de diferentes perfis,

    como possvel visualizar no meu atual campo de pesquisa. Nele o projeto

    Cidade Amiga do Idoso considerado um sucesso e o Guia Global um

    documento a ser seguido, como dizem os entrevistados: gestores de instituies

    que oferecem diferentes servios de setores pblico e privado e idosos.

    A compreenso no cenrio brasileiro - mais especificamente a percebida

    no campo de pesquisa j descrito - absorve, atualiza e pe em prtica tal

    discusso internacional no nvel local. Consideraes e palavras ditas a partir do

    selo Cidade Amiga do Idoso, Guia Global ou de Alexandre Kalache tm

    estatuto de verdade que devem ser aceitas, seguidas e implementadas em

    contextos locais em diferentes regies do pas. Ou seja, se refere a um debate

    desenvolvido em cidades especficas que foram generalizados e tornados

    internacionais para serem aplicados em cenrios locais. E que traduz, conjuga e

    materializa uma concepo especfica de como envelhecer e disposies e

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    concepes que as sociedades devem manter sobre a velhice, que est sendo

    entendida tambm como universal.

    E possvel afirmar que nesses modelos

    de velhice e de urbanidades

    adjetivos como felicidade esto relacionados interao e coeso social com a

    sociedade e ao contexto em que o idoso est inserido. Por outro lado, tristeza

    est vinculada no Guia Global com isolamento da populao envelhecida (p.54).

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    Anexos

    Anexo 01:

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    Anexo 2: