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Glossário de Termos Jurídicos (para uma busca rápida de palavras no texto tecle:Ctrl+f) A A contento – Diz-se de tudo que se fez satisfatoriamente, ou que se concluiu segundo os próprios desejos anteriormente manifestados. Abertura de falência – ato pelo qual se declara o estado de insolvência de um devedor comerciante e se autoriza o processo de falência correspondente, com a nomeação do síndico, arrecadação dos bens e verificação dos credores etc. A falência se abre no domicílio do devedor ou no lugar em que ele tem o seu principal estabelecimento. Abolitio criminis – Expressão latina utilizada em Direito Penal. Significa a extinção do crime devido à publicação de lei que extingue o delito anteriormente previsto no ordenamento jurídico. Ab-rogação – É a revogação total de uma lei ou decreto, de uma regra ou regulamento, por uma nova lei, decreto ou regulamento. É ainda a ação de cassar, revogar, tornar nulo ou sem efeito um ato anterior. Em regra, ab-rogação somente ocorre em virtude de lei ou regulamento que venha implantar novos princípios, determinando a anulação ou cassação da lei, regulamento ou costume anteriormente vigentes. Abuso de autoridade – 1. Abuso de poder conferido a alguém, seja poder público (administrativo), como poder privado (pátrio poder, poder conjugal). 2. Excesso de limites nas funções administrativas cujas atribuições são definidas e determinadas em lei. 3. Emprego de violência para execução de um ato, que se efetiva sob proteção de um princípio de autoridade. A jurisprudência caracteriza a sua existência, quando ocorrem os seguintes elementos: a) que o fato incriminado constitua crime; b) que o tenha praticado um funcionário público ou pessoa investida de autoridade pública; c) que haja sido cometido no exercício de sua função; d) que não se verifique motivo legítimo, que o justifique. O Código Penal prevê pena de detenção, de um mês a um ano, para quem comete esse crime. Abuso de poder – 1. Exorbitância dos poderes conferidos. Excesso de mandato. Exercícios de atos não outorgados ou não expressos no mandato ou na procuração. 2. Prática de atos que excedem as atribuições conferidas em lei ou que escapam à alçada funcional. Arbitrariedade. A Lei nº 4.898/65 regula o direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal nos casos de abuso de poder. Ação – Direito que tem qualquer cidadão para buscar uma decisão judicial, por meio de um proceso. Ação cautelar – Ou medida cautelar ou processo de medida cautelar. Tem a finalidade de, temporária e emergencialmente, conservar e assegurar elementos do processo (pessoas, coisas e provas) para evitar prejuízo irreparável que a demora no julgamento principal possa acarretar. A ação cautelar pode ser nominada (arresto, seqüestro, busca e apreensão) e inominada, ou seja, a que o Código de Processo Civil não atribui nome, mas sim o proponente da medida (cautelar inonimada de sustação de protesto, por exemplo). Pode ser preparatória,

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Glossrio de Termos Jurdicos(para uma busca rpida de palavras no texto tecle:Ctrl+f)A

A contento Diz-se de tudo que se fez satisfatoriamente, ou que se concluiu segundo os prprios desejos anteriormente manifestados.

Abertura de falncia ato pelo qual se declara o estado de insolvncia de um devedor comerciante e se autoriza o processo de falncia correspondente, com a nomeao do sndico, arrecadao dos bens e verificao dos credores etc. A falncia se abre no domiclio do devedor ou no lugar em que ele tem o seu principal estabelecimento.

Abolitio criminis Expresso latina utilizada em Direito Penal. Significa a extino do crime devido publicao de lei que extingue o delito anteriormente previsto no ordenamento jurdico.

Ab-rogao a revogao total de uma lei ou decreto, de uma regra ou regulamento, por uma nova lei, decreto ou regulamento. ainda a ao de cassar, revogar, tornar nulo ou sem efeito um ato anterior. Em regra, ab-rogao somente ocorre em virtude de lei ou regulamento que venha implantar novos princpios, determinando a anulao ou cassao da lei, regulamento ou costume anteriormente vigentes.

Abuso de autoridade 1. Abuso de poder conferido a algum, seja poder pblico (administrativo), como poder privado (ptrio poder, poder conjugal). 2. Excesso de limites nas funes administrativas cujas atribuies so definidas e determinadas em lei. 3. Emprego de violncia para execuo de um ato, que se efetiva sob proteo de um princpio de autoridade. A jurisprudncia caracteriza a sua existncia, quando ocorrem os seguintes elementos: a) que o fato incriminado constitua crime; b) que o tenha praticado um funcionrio pblico ou pessoa investida de autoridade pblica; c) que haja sido cometido no exerccio de sua funo; d) que no se verifique motivo legtimo, que o justifique. O Cdigo Penal prev pena de deteno, de um ms a um ano, para quem comete esse crime.

Abuso de poder 1. Exorbitncia dos poderes conferidos. Excesso de mandato. Exerccios de atos no outorgados ou no expressos no mandato ou na procurao. 2. Prtica de atos que excedem as atribuies conferidas em lei ou que escapam alada funcional. Arbitrariedade. A Lei n 4.898/65 regula o direito de representao e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal nos casos de abuso de poder.

Ao Direito que tem qualquer cidado para buscar uma deciso judicial, por meio de um proceso.

Ao cautelar Ou medida cautelar ou processo de medida cautelar. Tem a finalidade de, temporria e emergencialmente, conservar e assegurar elementos do processo (pessoas, coisas e provas) para evitar prejuzo irreparvel que a demora no julgamento principal possa acarretar. A ao cautelar pode ser nominada (arresto, seqestro, busca e apreenso) e inominada, ou seja, a que o Cdigo de Processo Civil no atribui nome, mas sim o proponente da medida (cautelar inonimada de sustao de protesto, por exemplo). Pode ser preparatria, quando antecede a propositura da ao principal, e incidental, proposta no curso da ao principal, como incidente da prpria ao.

Ao cvel originria a ao cvel que se inicia nos tribunais, e no nos juzos monocrticos, como as demais aes cveis. A competncia para processar e julgar a ao cvel originria tem natureza funcional e funda-se na qualidade da parte ou na matria de litgio. Por exemplo, a Constituio Federal atribui ao Supremo Tribunal Federal a competncia para processar e julgar o litgio entre Estados estrangeiros ou organismos internacionais e a Unio, Estados, Distrito Federal e Territrios, inclusive entre os rgos da administrao indireta.

Ao civil pblica uma ao destinada a proteger interesses difusos ou coletivos, responsabilizando quem comete danos contra os bens tutelados. Pode ser ajuizada pelo Ministrio Pblico ou outras pessoas jurdicas, pblicas ou privadas, para proteger o patrimnio pblico e social, o meio ambiente, o consumidor para obter reparao de danos. Por meio da ACP, pede-se que os rus sejam condenados obrigao de fazer ou deixar de fazer determinado ato, com a imposio de multa em caso de descumprimento da deciso judicial.

Ao de execuo Ao para obrigar cumprimento de um direito j reconhecido.

Ao de improbidade administrativa Ao ajuizada contra pessoas fsicas ou jurdicas que praticaram atos de improbidade administrativa. Geralmente, alm da imposio de sanes polticas (suspenso dos direitos polticos, inelegibilidade), pede-se ainda que a pessoa devolva os recursos eventualmente desviados.

Ao de jurisdio voluntria aquela ao em que no h conflito entre duas partes adversrias. Por exemplo, as aes declaratrias de direitos so aes de jurisdio voluntria.

Ao de reintegrao de posse Ao pela qual o possuidor de uma coisa avoca a proteo da Justia para reaver o que lhe foi usurpado ou espoliado.

Ao declaratria um pedido que a pessoa faz para que o Judicirio declare a existncia (ou inexistncia, se o juiz assim entender) de uma relao ou situao jurdica. Por exemplo, ao de pedido de naturalizao.

Ao Declaratria de Constitucionalidade (ADC) Ao que tem por objeto a declarao da constitucionalidade de lei ou ato normativo federal. proposta perante o Supremo Tribunal Federal. Somente podem propor ADC o presidente da Repblica, a Mesa do Senado Federal, a Mesa da Cmara dos Deputados ou o procurador-geral da Repblica.

Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADI) Ao que tem por objeto principal a declarao de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. proposta perante o Supremo Tribunal Federal quando se tratar de inconstitucionalidade de norma ou ato normativo federal ou estadual perante a Constituio Federal. Ou ser proposta perante os Tribunais de Justia dos Estados quando se tratar de inconstitucionalidade de norma ou ato normativo estadual ou municipal perante as Constituies Estaduais. Se julgada improcedente, a Corte declarar a constitucionalidade da norma ou ato.

Ao penal a ao para examinar a ocorrncia de crime ou contraveno. Pode ser privada, quando promovida pela pessoa que foi ofendida, ou pblica. Ela privada quando o prprio ofendido que pede a punio do ofensor, porque o bem violado exclusivamente privado (por exemplo, um queixa por crime de calnia, que espcie de crime contra a honra). A ao penal pblica quando os crimes tm reflexos na sociedade, por isso o prprio Estado (Poder Judicirio) tem interesse na sua punio e represso. Nesse caso, ele vai agir por intermdio do Ministrio Pblico. S o MP pode propor a ao penal pblica em juzo.

Ao popular o direito que assiste a cada cidado de pleitear perante a Justia a anulao ou declarao de nulidade de atos lesivos ao patrimnio da Unio, dos Estados ou dos Municpios, bem como das entidades autrquicas e das sociedades de economia mista. A Constituio Federal de 1988 ampliou o mbito de incidncia da ao popular tambm s hipteses de ofensa moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimnio histrico e cultural.

Ao regressiva fundada no direito de uma pessoa (direito de regresso) de haver de outrem importncia por si despendida ou paga no cumprimento de obrigao, cuja responsabilidade direta e principal a ele pertencia. A ao tem por objetivo reaver a soma despendida nessa reparao da pessoa cujo dano foi por ela, individualmente, causado.

Ao rescisria Pede a anulao de uma sentena ou acrdo de que no cabe mais recurso. Pode ser usada em dez casos previstos no Cdigo de Processo Civil.

Acautelar Ato de defender-se ou prevenir-se.

Acrdo Deciso judicial proferida por um grupo de juzes.

Ad argumentandum tantum Somente para argumentar.

Ad cautelam Por cautela.

Ad hoc Para isso. Diz-se de pessoa ou coisa preparada para determinada misso ou circunstncia: secretrio ad hoc, tribuna ad hoc.

Ad nutum Condio unilateral de revogao ou anulao de ato.

Ad referendum Para aprovao.

ADCT Ato das Disposies Constitucionais Transitrias.

Adio da denncia o ato pelo qual o promotor pblico, aps ter oferecido a denncia, vem adit-la para incluir novos nomes ou novos fatos, que a ela se integram.

Aditamento Adio. Acrscimo de informao, quando possvel, a um documento com a finalidade de complement-lo ou esclarec-lo.

Administrao Pblica o conjunto de rgos e servios do Estado, bem como a atividade administrativa em si mesma, ou seja, a ao do Estado para satisfao de seus fins de conservao, de bem-estar individual dos cidados e progresso social.

Advocacia administrativa patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administrao pblica, valendo-se da qualidade de funcionrio pblico (artigo 321 do Cdigo Penal). Pena: deteno, de um a trs meses, ou multa. Se o interesse ilegtimo: deteno, de trs meses a um ano, mais multa.

Advogado dativo ou assistente judicirio o advogado nomeado por um juiz, no curso de uma ao, para prestar assistncia a uma pessoa que no possui condies de pagar as custas do processo ou os honorrios do advogado. Pode acontecer tambm de, mesmo a parte tendo advogado, este no comparecer a um ato judicial, como por exemplo, na oitiva das testemunhas, e, a, necessrio um defensor dativo.

Advocacia-Geral da Unio Instituio que, diretamente ou atravs de rgo vinculado, representa a Unio, judicial e extrajudicialmente. Cabe-lhe ainda as atividades de consulta e assessoramento jurdico do Poder Executivo. Tem por chefe o advogado-geral da Unio.

Agravo Recurso contra deciso interlocutria ou contra despacho de juiz ou membro de tribunal agindo singularmente. Ver artigos 522 a 529 do Cdigo de Processo Civil com redao dada pela Nova Lei de Agravo (Lei n 11.187/2005).

Agravo de instrumento Recurso admitido contra decises interlocutrias em que o agravo ser processado fora dos autos da causa onde se deu a deciso impugnada, formando razes e contra-razes dos litigantes para o respectivo julgamento. Ser interposto quando existir risco de a deciso causar leso grave e de difcil reparao parte, nos casos em que ocorrer inadmisso da apelao e nos casos relativos aos efeitos em que a apelao recebida.

Agravo retido Recurso admitido contra decises interlocutrias em que o agravo permanecer retido nos autos a pedido do agravante e que dever ser interposto nas decises proferidas na audincia de instruo e julgamento e das posteriores sentena tendo seu exame apenas depois do julgamento do processo se houver sido interposto recurso de apelao pelo vencido.

Ajuizar Propor uma ao; ingressar em juzo.

Alvar de soltura Ordem judicial que determina a liberdade de uma pessoa que se encontra presa; quando cumprida ou extinta a pena, ser posta, imediatamente, em liberdade (artigo 685 do Cdigo de Processo Penal).

Amicus curiae Amigo do tribunal, significando o terceiro no processo que convocado pelo juiz para prestar informaes ou esclarecer questes tcnicas, inclusive jurdicas, que interessam causa.

Anistia o termo que se usa na linguagem jurdica para significar o perdo concedido aos culpados por delitos coletivos, especialmente de carter poltico, para que cessem as sanes penais contra eles e se ponha em perptuo silncio o acontecimento apontado como criminoso (art. 107, II, Cdigo Penal).

Antecipao de tutela ver Tutela Antecipada.

Anulao o ato ou a deciso, de carter judicial ou administrativo, que, reconhecendo a existncia de vcio ou defeito em ato ou negcio jurdico, diante da solicitao de quem tenha interesse na sua ineficcia jurdica, vem declar-lo invlido ou desfeito. , pois, a declarao da inexistncia do ato ou do negcio, que se indica anulvel ou que se apresenta invlido. A anulao do ato jurdico (decorre de sentena) torna inefetiva e inexistente toda sua eficcia jurdica, seja perante os prprios agentes, que o compuseram, ou em relao a terceiros, que possa ter interesse nele. A anulao do ato administrativo ou de autoridade (decorre de ato administrativo, como portaria, decreto, estatuto ou regulamento) tambm tem a conseqncia de tornar cassado, rescindido, sem vigncia, o ato atingido por esta deciso.

Apelao um dos recursos de que se pode utilizar a pessoa prejudicada pela sentena a fim de que, subindo a ao superior instncia, e, conhecendo o mrito da apelao, pronuncie uma nova sentena, confirmando ou modificando a primeira deciso judicial.

Arbitragem uma forma para solucionar litgios, entre pessoas capazes de contratar, relativos a direitos patrimoniais disponveis. A arbitragem poder ser de direito ou de eqidade, a critrio das partes. Podero as partes escolher, livremente, as regras de direito que sero aplicadas na arbitragem, desde que no haja violao aos bons costumes e ordem pblica. Podero, tambm, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos princpios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comrcio. Lei da Arbitragem, n 9.307/96.

Aresto Deciso de um tribunal; equivale a acrdo.

Argio de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) Proposta perante o Supremo Tribunal Federal, tem por objetivo evitar ou reparar leso a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Pblico. Ver a Lei n 9.882/99 e Constituio Federal, art. 102, 1.

Argio de Inconstitucionalidade Tambm chamada de incidente de inconstitucionalidade. o procedimento decorrente do princpio da reserva de plenrio, previsto no art. 97 da Constituio Federal, que proclama que somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros do Tribunal ou do respectivo rgo especial poder ser reconhecida a inconstitucionalidade de ato normativo do Poder Pblico. Por meio da argio de inconstitucionalidade, as pessoas ou entidades descritas no art. 103 da Constituio impugnam atos ou legislao de natureza normativa que contrariem os preceitos da Carta Magna.

Argio de suspeio Processo utilizado para afastar de causa um juiz, membro do Ministrio Pblico ou servidor da Justia sobre o qual haja uma desconfiana de parcialidade ou envolvimento com a causa.

Arresto Apreenso judicial de bens do devedor, ordenada pela justia, como meio acautelador de segurana ou para garantir o credor quanto cobrana de seu crdito, evitando que seja injustamente prejudicado, pelo desvio desses bens. Chamado tambm de embargo. Artigo 653 do Cdigo de Processo Civil.

Assistncia judiciria Direito previsto na Constituio para as pessoas, comprovadamente pobres, que no estiverem em condies de pagar as despesas ou custas judiciais, sem prejuzo do sustento prprio e de sua famlia, de utilizar a atividade jurisdicional do estado. promovida atravs da Defensoria Pblica incumbida da orientao jurdica e a defesa, em todos os graus, daqueles necessitados que comprovarem insuficincia de recursos. A assistncia judiciria compreende tambm a iseno de taxas judicirias, emolumentos, despesas de editais, indenizaes etc. Ver: artigos 5, inciso LXXIV, e 134 da Constituio Federal; Lei n 10.212/01; Lei n 9.020/95; Lei Complementar n 98/99 e Lei Complementar n 80/94.

Ato administrativo Designa todo o ato praticado por delegado dos poderes pblicos no exerccio de suas funes administrativas, seja dirigindo os negcios pblicos, que so atribudos a sua competncia, seja promovendo todas as medidas e diligncias indispensveis a sua realizao.

Ato jurdico Denominao que se d a todo ato lcito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. A validade do ato jurdico requer agente capaz, objeto lcito e forma prescrita ou no proibida em lei. Artigos 81 a 85 do Cdigo Civil.

Audincia pblica Instrumento de atuao extrajudicial do Ministrio Pblico com o objetivo de colher subsdios para a instruo de procedimento ou inqurito civil pblico. O procurador convoca uma audincia pblica para que todas as partes interessadas, bem como representantes da sociedade civil, exponham suas posies sobre assunto investigado. Pode haver ocasies em que na audincia pblica chegue-se a uma soluo intermediada pelo Ministrio Pblico.

Autarquia o servio autnomo, criado por lei, com personalidade jurdica, patrimnio e receita prprios, para executar atividades tpicas da Administrao Pblica, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gesto administrativa e financeira descentralizada. Artigo 5 do Decreto-Lei n 200/67.

Auto-acusao falsa um dos crimes praticados contra a administrao da justia. Consiste em acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem. A pena prevista de deteno, de trs meses a dois anos, ou multa (artigo 341 do Cdigo Penal).

Auto-executoriedade administrativa poder da Administrao Pblica de executar as suas prprias decises sem haver necessidade da tutela judicial. Assim, a Administrao Pblica por si s cumpre as suas funes com os seus prprios meios, ainda quando tal execuo interfira na esfera privada do administrado. A auto-executoriedade administrativa, tambm chamada de autotutela, subsiste na regra geral, salvo quando a lei expressamente exclui tal poder, como, por exemplo, na desapropriao ou na cobrana da dvida ativa.

Autos o nome que se d ao conjunto das peas que compem um processo, incluindo todos os anexos e volumes.

Autuao o ato que consiste em dar existncia material a um processo ou procedimento: junta-se a inicial, que pode ser, por exemplo, uma denncia ou uma representao, com todos os documentos relativos ao caso; pe-se uma capa, na qual constam indicaes como nomes do autor e ru, ou do representante e representado, mais a data, breve descrio do assunto e o nmero que aquele processo/procedimento recebeu.

B

Baixa dos autos Expresso que significa a volta dos autos do grau superior para o juzo originrio, aps julgamento do ltimo recurso cabvel e interposto.

Bem inalienvel aquele que, por fora de lei ou clusula contratual, no pode ser objeto de alienao.

Bem pblico Tanto pode ser tomado no sentido de coisa integrada ao domnio pblico, significando res nullius, como pode significar todo benefcio ou utilidade que se promove para o bem-estar da coletividade, isto , para seu sossego, para sua tranqilidade e para a sua segurana.

Bens dominiais Ou bens dominicais. Bens propriamente imobilirios, isto , os bens imveis, sobre os quais incidem duas espcies de domnio: o direto (de senhor) e o til (de possuidor). Mas, por extenso, tambm se designam pela mesma expresso os bens mveis, sobre os quais tambm incidem os direitos de seu proprietrio, direitos que so diretos e direitos que so teis, tal como ocorre nos imveis.Bens imveis Os que, por sua natureza de imobilidade ou fixao ao solo, seja natural ou artificial, mas de modo permanente, dele no se possam mover, em seu todo, sem se desafazerem ou se destrurem. Desse modo, em sentido prprio, por imveis se entende o solo, como tudo que a ele se fixou em carter permanente, sem a interveno do homem (naturalmente) ou por sua vontade (artificialmente).

Bens pblicos Os bens de uso comum e os pertencentes ao domnio particular da Unio, dos Estados federados e dos Municpios. Em sentido lato, dizem-se pblicos os bens destinados ao uso e gozo do povo, como aqueles que o Estado reserva para uso prprio ou de suas instituies e servios pblicos. Os bens pblicos so inalienveis, impenhorveis e imprescritveis.

Bens semoventes So os bens constitudos por animais selvagens, domesticados ou domsticos.

Bis in idem Significa imposto repetido sobre a mesma coisa, ou matria j tributada.

Bitributao Diz-se quando duas autoridades diferentes, igualmente competentes, mas exorbitando uma delas das atribuies que lhes so conferidas, decretam impostos que incidem, seja sob o mesmo ttulo ou sob nome diferente, sobre a mesma matria tributvel, isto , ato ou objeto. Na bitributao h uma competncia privativa, conferida ao poder que est autorizado a cobrar determinado imposto, e outra arbitrria, decorrente da tributao, que se faz excedente e contrariamente, ao que se institui na Constituio. No se confunde com o bis in idem. A bitributao vedada pela Constituio Federal. O bis in idem, embora imposto injusto e antieconmico, no se diz proibido por lei.

Busca e apreenso a diligncia policial ou judicial que tem por fim procurar coisa ou pessoa que se deseja encontrar, para traz-la presena da autoridade que a determinou. A busca e apreenso se faz para procurar e trazer a coisa litigiosa, a pedido de uma das partes, para procurar e apreender a coisa roubada ou sonegada. Tambm se procede a diligncia para procurar e trazer presena da autoridade, que a ordenou, o menor, que saiu do poder de seus pais ou tutores, para recoloc-lo sob o poder destes. Em regra, a busca e apreenso de natureza criminal. Mas admite-se em juzo civil e comercial, para trazer as coisas custdia do juzo, onde se discute quanto ao direito sobre elas.

C

Cabo eleitoral So pessoas que, geralmente na poca de campanha, a mando dos chefes ou lderes partidrios, devem conseguir mais integrantes para se filiarem ao partido poltico ou conseguir mais eleitores para votarem nos candidatos da legenda. Ver Lei 4.737/65 (Cdigo Eleitoral) e Lei 9.504/97 (estabelece normas para as eleies).

Caducar Ficar sem efeito ou sem valor, no surtir mais efeito, seja porque no se usou o direito que se tinha, seja porque se renunciou a ele, seja porque se deixou de cumprir ato subseqente, que era da regra.

Calnia Crime contra a honra, que consiste em imputar falsamente a algum fato definido como crime (Cdigo Penal, artigo 138).

Cmaras de Coordenao e Reviso rgos colegiados do Ministrio Pblico Federal que tem as atribuies de coordenar, integrar e revisar o exerccio funcional dos membros do MPF. H seis Cmaras. A 1 CCR trata de questes relativas matria constitucional e infraconstitucional; a 2 CCR, de matria criminal e controle externo da atividade policial; a 3 CCR, de consumidor e ordem econmica; a 4 CCR trata de questes referentes ao meio ambiente e patrimnio cultural; a 5 CCR, patrimnio pblico e social; e a 6 CCR, de ndios e minorias.

Capacidade civil Capacidade significa a aptido que a pessoa tem de adquirir e exercer direitos. Pelo Cdigo Civil toda pessoa capaz de direitos e deveres na ordem civil; a incapacidade a exceo, ou seja, so incapazes aqueles discriminados pela legislao (menores de 16 anos, deficientes mentais etc). A capacidade divide-se em dois tipos: a) capacidade de direito: em que a pessoa adquire direitos, podendo ou no exerc-los, e b) capacidade de exerccio ou de fato: em que a pessoa exerce seu prprio direito. Com isso, conclui-se que todas as pessoas tm capacidade de direito, mas nem todas possuem a capacidade de exerccio do direito. Artigo 1 e seguintes do Cdigo Civil.

Capacidade processual a capacidade de a pessoa ser parte (autor ou ru) e estar em juzo, ou seja, estar em pleno gozo do exerccio de seus prprios direitos na relao jurdica processual. A pessoa, jurdica ou natural, possui na relao processual a capacidade de direito (adquire direitos) e a capacidade de exerccio (gere seus prprios direitos). Artigo 7 do Cdigo de Processo Civil e artigos 1 a 5 do Cdigo Civil (sobre capacidade e incapacidade).

Carta precatria o expediente pelo qual o juiz se dirige ao titular de outra jurisdio que no a sua, de categoria igual ou superior a de que se reveste, para solicitar-lhe que seja feita determinada diligncia que s pode ter lugar no territrio cuja jurisdio lhe est afeta. O juiz que expede a precatria chamado de deprecante e o que recebe, deprecado. A precatria, ordinariamente, expedida por carta, mas, quando a parte o preferir, por telegrama, radiograma, telefone e fax, ou em mo do procurador.

Carta rogatria o expediente pelo qual o juiz pede Justia de outro pas a realizao de atos jurisdicionais que necessitam ser praticados em territrio estrangeiro. Tem como requisitos essenciais: a indicao dos juzes de origem e de cumprimento do ato; o inteiro teor da petio, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao advogado; a meno do ato processual, que lhe constitui o objeto; o encerramento com a assinatura do juiz. Artigos 201 e seguintes do Cdigo de Processo Civil.

Cidadania Qualidade das pessoas que possuem direitos civis e polticos resguardados pelo Estado. Assim, o vnculo de cidadania estabelece direitos e obrigaes da pessoa com o Estado, facultando aos cidados prerrogativas para o desempenho de atividades polticas (artigos 12 e 14 da Constituio Federal).

Citao Citao o ato pelo qual se chama a juzo o ru ou o interessado a fim de se defender.

Clusula leonina Que tenha o objetivo de atribuir a uma ou a alguma das partes contratantes vantagens desmesuradas em relao s outras, seja concedendo-lhes lucros desproporcionais em relao a sua contribuio contratual, em face da contribuio tambm prestada pelas demais partes, seja porque as isenta de quaisquer nus ou responsabilidades, somente lhes outorgando direitos. Tambm chamada de clusula exorbitante.

Clusula ptrea Dispositivo constitucional imutvel, que no pode ser alterado nem mesmo pela via de Emenda Constituio. O objetivo impedir inovaes em assuntos cruciais para a cidadania ou o prprio Estado. A relao das clusulas ptreas encontra-se no art. 60, 4, da Constituio Federal de 1988.

Clusulas exorbitantes So as que excedem do direito comum (privado) para consignar uma vantagem ou uma restrio administrao ou ao contrato. No seriam elas lcitas em um contrato de direito privado, porque desigualariam as partes na execuo do contrato. Porm, so absolutamente vlidas em um contrato administrativo, uma vez que decorrem da lei ou dos princpios que regem a atividade administrativa, dentre eles a supremacia do interesse pblico sobre o privado. Visam estabelecer prerrogativas em favor de uma das partes, quase sempre em favor da administrao, objetivando, sempre, o perfeito atendimento do interesse pblico, o qual se sobrepe sempre sobre o particular. Ver artigo 58 da Lei n 8.666/93.

Coao 1. Ato de constranger algum; mesmo que coero. a ao conduzida por uma pessoa contra outra, no sentido de fazer diminuir a sua vontade ou de obstar a que se manifeste livremente, a fim de que o agente de coao logre realizar o ato jurdico, de que participa a outra pessoa, consentindo esta com constrangimento ou pela violncia. 2. Um dos elementos fundamentais do direito, mostrando-se o apoio ou a proteo legal, que avocada pelo sujeito do direito, obrigando todos que tentem molestar seus direitos a respeit-los.

Coisa julgada A expresso usada para designar o momento em que a deciso judicial se torna definitiva, no sendo mais possvel entrar com qualquer recurso contra ela. A coisa julgada torna imutvel e indiscutvel o que o juiz ou tribunal decidiu.

Comarca A circunscrio territorial, compreendida pelos limites em que se encerra a jurisdio de um juiz de Direito.

Common law Expresso que se refere famlia jurdica originada na Inglaterra e que, pelo processo de colonizao, espalhou-se pelos pases de lngua inglesa, como os Estados Unidos. Originariamente, significa Direito Comum, isto , o direito costumeiro reconhecido pelos juzes. Contrape-se ao Civil Law, o direito de razes romntico-germnicas caracterizado pela predominncia do direito positivo.

Competncia a medida ou extenso do poder de jurisdio de um juiz. Ou seja, a competncia diz que causas, que pessoas, de que lugar, devem ser julgadas por determinado juiz.

Concessa venia Com a devida permisso.

Concorrncia pblica Concorrncia no sentido de competncia de preo ou procura, de melhor oferta, para realizao de um negcio ou execuo de uma obra. A concorrncia pblica est limitada a regras formuladas nas leis e regulamentos. Tem a finalidade de garantir o melhor servio e o melhor preo, verificada pela execuo da medida.

Concusso um dos crimes praticados por funcionrio pblico contra a administrao. Consiste em exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da funo ou antes de assumi-la, mas em razo dela, vantagem indevida. A pena prevista de recluso, de dois a oito anos, e multa (artigo 316 do Cdigo Penal).

Condescendncia criminosa um dos crimes praticados por funcionrios pblicos contra a administrao. Consiste em deixar o funcionrio, por indulgncia, de responsabilizar subordinado que cometeu infrao no exerccio do cargo ou, quando lhe falte competncia, no levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. Pena: deteno, de 15 dias a um ms, ou multa (artigo 320 do Cdigo Penal).Conflito de competncia o pedido para que uma autoridade imediatamente superior quela onde ele suscitado decida quem ter poder para agir em determinada situao. Por exemplo, numa ao penal contra um morador da capital paulista, que tentou embarcar para o exterior com passaporte falso, tendo sido preso no aeroporto de Guarulhos. O MPF de So Paulo oferece a denncia, mas o juiz se d por incompetente para julgar a causa, alegando que a competncia seria do juzo federal de Guarulhos. Quem vai decidir esse conflito o Tribunal Regional Federal da 3 Regio. Existem conflitos negativos de competncia (quando ambas os juzes dizem que no so competentes para julgar a causa) e conflitos positivos (quando dois juzes se dizem competentes para a mesma causa).

Conselho Nacional de Justia rgo de controle externo do Poder Judicirio, foi institudo pela Emenda Constitucional n 45 (Reforma do Judicirio). Compe-se de 15 membros e possui como rgos o Plenrio, a Presidncia, a Corregedoria, as Comisses e a Secretaria-Geral. Saiba mais no endereo www.cnj.gov.br.

Conselho Nacional do Ministrio Pblico Criado pela Emenda Constitucional n 45 (Reforma do Judicirio), responsvel pelo controle da atuao administrativa e financeira do MP. O CNMP pode receber denncias contra membros ou rgos do Ministrio Pblico e determinar punies aos promotores e procuradores. Presidido pelo procurador-geral da Repblica, o Conselho composto por mais 13 integrantes: quatro do MPU, trs do MP dos estados, dois juzes indicados pelo STF e pelo STJ, dois advogados indicados pela OAB e dois cidados de notvel saber jurdico e reputao ilibada, indicados um pela Cmara dos Deputados e outro pelo Senado. Os conselheiros permanecem no cargo por dois anos e podem ser reconduzidos uma nica vez. Cabe ao Senado Federal julgar os membros do Conselho nos crimes de responsabilidade. J as aes judiciais contra a atuao dos conselheiros sero julgadas pelo STF. Saiba mais no endereo www.cnmp.gov.br

Consumidor toda pessoa fsica ou jurdica que adquire ou utiliza produto ou servio como destinatrio final. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indeterminveis, que haja intervindo nas relaes de consumo.

Contencioso Todo ato que possa ser objeto de contestao ou de disputa, opondo-se, por isso, ao sentido de voluntrio (em que no h contestao nem disputa) ou ao gracioso (em que no se admite contenda).

Contencioso administrativo Assim se designa o rgo da Administrao Pblica a que se atribui o encargo de decidir, sob o ponto de vista de ordem pblica e tendo em face a utilidade comum, toda matria obscura ou controversa ou todos os litgios havidos com o poder administrativo.

Contenda Litgio. Sinnimo de controvrsia, alterao, disputa.

Contrabando Tambm chamado de descaminho. Segundo o Cdigo Penal, contrabando significa importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela sada ou pelo consumo de mercadoria. Pena: de um a quatro anos de recluso. Artigo 334.

Contraditrio Princpio constitucional que assegura a toda pessoa, uma vez demandada em juzo, o direito de ampla defesa da acusao ou para proteo do seu direito (Constituio Federal, artigo 5, inciso LV).

Contrafrao Falsificao de qualquer coisa ou ato; imitao fraudulenta, que se deseja inculcar como legtima.

Contraveno uma infrao penal classificada como um crime menor. Por isso, punido com pena de priso simples e/ou de multa. Ex.: os jogos de azar so contravenes penais.

Contribuio de melhoria um tipo de tributo. Contribuio que o Estado exige, diretamente em funo de uma obra pblica, dos proprietrios de imveis que foram beneficiados por ela.

Contribuio social um tipo de tributo que a Unio pode criar para custear os servios de assistncia e previdncia social. Um exemplo a CPMF (Contribuio Provisria sobre Movimentao Financeira).

Corpus juris civilis Ordenamento do Direito Civil.

Correio parcial Providncia administrativo-judiciria utilizada contra despachos que importarem em inverso tumulturia do processo, desde que no haja recurso especfico ao caso. Esto legitimados para propor correio parcial o ru, o Ministrio Pblico, o querelante.

Corrupo ativa Crime praticado por particular contra a Administrao em geral. Caracteriza-se pela oferta ou promessa indevida a funcionrio pblico, para determin-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofcio.

Corrupo passiva Quando o prprio funcionrio quem solicita ou recebe, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem, desde que tais fatos ocorrem em razo da funo, ainda que fora dela ou antes de assumi-la. A pena prevista para este crime de recluso, de um a oito anos, e multa. A pena aumentada em um tero, se, em conseqncia da vantagem ou promessa, o funcionrio retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofcio ou o pratica infringindo dever funcional. Se o funcionrio pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofcio, com infrao de dever funcional, cedendo a pedido ou influncia de outrem, a pena de deteno, de trs meses a um ano, ou multa (artigo 317 do Cdigo Penal).

Crime 1. Definido legalmente como a infrao penal a que a lei comina pena de recluso ou de deteno, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. A doutrina define crime como o "fato proibido por lei sob ameaa de uma pena" (Bento de Faria). 2. Ao ou omisso que venha a causar dano, lesar ou expor a perigo um bem juridicamente protegido pela lei penal.

Crime culposo o crime que teve como causa a imprudncia, negligncia ou impercia do agente, se prevista e punida pela lei penal (artigo 18, II, do Cdigo Penal - Decreto-Lei 2.848/40).

Crime de responsabilidade A rigor, no crime, mas conduta ou comportamento de inteiro contedo poltico, apenas tipificado e nomeado como crime, sem que tenha essa natureza. Nem lhe corresponde, exatamente, penas (de natureza criminal), ou sanes, do tipo das que caracterizam as infraes criminais propriamente ditas, em geral restritivas da liberdade (recluso ou deteno). A sano aqui substancialmente poltica: a perda do cargo pelo infringente (eventualmente, a inabilitao para exerccio de cargo pblico, a inegibilidade para cargo poltico, efeitos no-penais, igualmente, dessas infraes). A Lei n 1.079/50 regula o crime de responsabilidade cometido por presidente da Repblica, ministros de Estado e do STF, governadores e secretrios de Estado. O crime de responsabilidade dos prefeitos e vereadores tem sua base legal no Decreto-Lei n 201/67. Segundo a Constituio Federal de 1988, artigo 85, so crimes de responsabilidade os atos do presidente da Repblica que atentam contra a Constituio e especialmente contra: a existncia da Unio; o livre exerccio dos Poderes Legislativo e Judicirio, do Ministrio Pblico e dos poderes constitucionais das unidades da federao; o exerccio dos direitos polticos, individuais e sociais; a segurana interna do pas; a probidade na administrao; a lei oramentria; o cumprimento da lei e das decises judiciais.

Crime doloso o crime voluntrio, isto , aquele em que o agente teve a inteno maldosa de produzir o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo (artigo 18, inciso I, do Cdigo Penal).

Crime hediondo Em Direito Penal, um adjetivo que qualifica o crime que, por sua natureza, causa repulsa. O crime hediondo inafianvel e insuscetvel de graa, indulto ou anistia, fiana e liberdade provisria. So considerados hediondos: tortura; trfico de drogas; terrorismo; homicdio, quando praticado em atividade tpica de grupo de extermnio, ainda que cometido por um s agente; homicdio qualificado; latrocnio; extorso qualificada pela morte; extorso mediante seqestro e na forma qualificada; estupro; atentado violento ao pudor; epidemia com resultado morte; genocdio; falsificao; corrupo ou alterao de produto destinado a fins teraputicos ou medicinais. Considera-se tambm hediondo o crime de genocdio previsto nos artigos 1, 2 e 3 da Lei n 2.889/56, tentado ou consumado (Veja Cdigo Penal - Decreto-Lei n 2.848/40).

Crime poltico Todo fato culposo, seja praticado individualmente ou por grupo de pessoas, dirigido contra a segurana do Estado, seja em referncia a sua soberania, a sua independncia ou forma de seu governo.

Custos legis Fiscal da lei.

D

Dano material Assim se diz da perda ou prejuzo que fere diretamente um bem patrimonial, diminuindo o valor dele, restringindo a sua utilidade, ou mesmo a anulando. Tambm chamado dano patrimonial.

Dano moral Assim se diz da ofensa ou violao que no vem ferir os bens patrimoniais, propriamente ditos, de uma pessoa, mas os seus bens de ordem moral, tais sejam os que se referem a sua liberdade, a sua honra, a sua pessoa ou a sua famlia

Data venia Com devido consentimento; dada a vnia. Expresso respeitosa com que se pede ao interlocutor permisso para discordar de seu ponto de vista.

De facto De fato. Diz-se das circunstncias ou provas materiais que tm existncia objetiva ou real. Ope-se a de jure.

De jure De direito.

Decadncia Perda de um direito pelo decurso do prazo prefixado por lei ao seu exerccio.

Deciso Denominao genrica dos atos do juzo, provocada por peties das partes ou do julgamento do pedido. Em sentido estrito, pronunciamento do juiz que resolve questo incidente.

Deciso interlocutria o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, decide questo incidente (ou seja, que no pe fim ao processo).

Deciso judicial Todo e qualquer despacho proferido por um juiz ou tribunal, em qualquer processo ou ato submetido a sua apreciao e veredito.

Deciso monocrtica Deciso proferida por um nico juiz.Defensoria Pblica instituio essencial funo jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientao jurdica e a defesa, integral e gratuita, em todos os graus, daqueles necessitados que comprovarem insuficincia de recursos. Constituio Federal: artigos 5, LXXIV; 24, XIII; 134; ADCT, artigo 22. Lei n 1.060/50.

Deferir Acolher um requerimento, um pedido, uma pretenso.

Demanda todo pedido feito em juzo.

Denegar Indeferir, negar uma pretenso formulada em juzo.

Denncia Pea de acusao formulada pelo Ministrio Pblico contra pessoas que praticaram determinado crime, para que sejam processadas penalmente. A denncia d incio ao penal pblica.

Denunciao caluniosa um dos crimes contra a administrao da justia. Consiste em dar causa instaurao de investigao policial, de processo judicial, instaurao de investigao administrativa, inqurito civil ou ao de improbidade administrativa contra algum, imputando-lhe crime de que o sabe inocente. A pena prevista de recluso, de 2 a 8 anos, e multa. A pena aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. Se a imputao de prtica de contraveno, a pena diminuda de metade. Artigo 339 do Cdigo Penal.

Denunciao da lide Designao que se d ao ato pelo qual o autor de uma demanda tenta trazer a juzo a pessoa de quem houve a coisa ou o direito, a fim de defend-lo contra a agresso ou a ofensa que se ousa atirar sobre eles, ao mesmo tempo, para garantir o direito evico (perda). Cdigo de Processo Civil: artigos 70 a 76.

Deportao Pena que se impe a uma pessoa, em regra por crime poltico, consistente em abandonar o pas e ir residir em outro local que lhe for determinado.

Deprecada Denominao que se d carta precatria.

Deprecado Designao dada ao juiz, ou juzo, para onde se enviou carta precatria a fim de a ser cumprida.

Deprecante Juiz que ordenou a expedio da carta precatria na qual se faz requisio da prtica de diligncia ou ato na jurisdio do juiz deprecado.

Deprecar Requisitar de juiz de jurisdio estranha sua a prtica de ato ou diligncia, que se mostra necessria ao andamento do processo, sob sua direo, no territrio sob jurisdio do juiz para quem se depreca.

Derrogao a ab-rogao; revogao; anulao parcial de uma lei.

Desacato um dos crimes praticados por particular contra a administrao em geral. Consiste em desacatar funcionrio pblico no exerccio da funo ou em razo dela. A pena prevista de deteno, de 6 meses a 2 anos, ou multa. Cdigo Penal: art. 331.

Desaforamento o deslocamento de um processo, j iniciado, de um foro para outro, transferindo-se para este a competncia para dele conhecer e julg-lo.

Descaminho Desvio de mercadoria para no serem tributadas. Difere do contrabando por omitir mercadoria que poderia entrar no pas, o que no ocorre no primeiro caso. A lei fiscal no considera a distino: descaminho de mercadorias ou contrabando de mercadorias proibidas equivalem-se, desde que ambos resultem de uma infrao ou transgresso lei, no sentido de introduzir clandestinamente mercadoria permitida ou proibida, sem o pagamento de imposto devido ou contrariamente ao que impe a lei. Cdigo Penal: artigos 318 e 334.

Despacho So todos os atos praticados no curso de um processo ou de um procedimento que no possuem contedo decisrio. Os despachos apenas ordenam a realizao de determinadas providncias, para dar seguimento ao feito. Por exemplo, num procedimento administrativo, o procurador da Repblica profere despacho, determinando que seja enviado ofcio a determinado rgo requerendo informaes a respeito do assunto que ele investiga.

Detrao o ato de abater no perodo da pena privativa de liberdade e na medida de segurana o tempo de priso provisria, no Brasil ou no estrangeiro, o de priso administrativa e o de internao em hospital de custdia e tratamento psiquitrico ou outro estabelecimento adequado. Ver artigo 42 do Cdigo Penal.

Difamao um dos crimes contra a honra tipificados no ordenamento jurdico brasileiro. a imputao ofensiva atribuda contra a honorabilidade de algum com a inteno de desacredit-lo na sociedade em que vive, e provocar contra ele desprezo ou menosprezo pblico. Diferena entre difamao e calnia: na calnia, o fato imputado considerado crime pelo nosso ordenamento jurdico (por exemplo, Fulano corrupto); na difamao, no, mas da mesma forma uma ofensa dignidade. Ver artigo 139 do Cdigo Penal.

Dilao Expresso usada para requerer a prorrogao de prazos processuais.

Diligncia Providncias a serem executadas no curso de um processo, procedimento ou inqurito policial para esclarecimento de questes relacionadas aos assuntos nele tratados. Por exemplo, em um inqurito que investiga o crime de evaso de divisas por meio da utilizao de laranjas, a Polcia Federal realiza diligncias para descobrir como os documentos daquelas pessoas foram parar nas mos dos criminosos. Uma diligncia pode ser decidida por iniciativa do juiz (de ofcio) ou atendendo requerimento do Ministrio Pblico.

Direito de petio A garantia constitucional dada a qualquer pessoa de apresentar requerimento ou representar aos Poderes Pblicos em defesa de direitos e contra abusos de autoridade.

Direitos coletivos So os que pertencem a determinado grupo, categoria ou classe de pessoas, de incio indeterminadas, mas determinveis em algum momento posterior. Existe entre eles uma relao jurdica pr-estabelecida, anterior a qualquer fato ou ato jurdico. Por exemplo, ao civil pblica que pede a inexigibilidade de fiador para estudantes inscritos no FIES.

Direitos difusos So aqueles que possuem natureza indivisvel e dizem respeito a uma massa indeterminada de pessoas, que no podem ser individualizadas. Por exemplo, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado um direito tipicamente difuso, porque afeta um nmero incalculvel de pessoas, que no esto ligadas entre si por qualquer relao jurdica pr-estabelecida.

Direitos individuais homogneos So os que decorrem de um nico fato gerador, atingindo as pessoas individualmente ao mesmo tempo e da mesma forma, mas sem que se possa considerar que eles sejam restritos a um nico indivduo. Os direitos dos consumidores so tpicos direitos individuais homogneos. Por exemplo: as aes que pedem a ilegalidade da cobrana mensal de assinatura de telefone. um direito que diz respeito ao titular de cada conta, mas a situao que gera a ilegalidade cobrana da assinatura mensal a mesma para todos que utilizam aquele servio.

Divisas qualquer valor comercial que permita a efetuao de pagamentos no exterior sob a forma de compensao.

Dolo No sentido penal, a inteno de praticar ato criminoso, com conscincia e vontade, que se constitui em crime ou delito, seja por ao ou omisso.

Domnio pblico Soma de bens pertencentes s entidades jurdicas de Direito Pblico, como Unio, Estados e Municpios, que se destinam ao uso comum do povo ou os de uso especial, mas considerados improdutivos. Constitui-se, assim, do acervo de bens particularmente indispensveis utilidade e necessidade pblica, pelo que se consideram subordinados a um regime jurdico excepcional, decorrente do uso a que se destinam, reputados de utilidade coletiva. So inalienveis e imprescritveis.

Doutrina Conjunto de princpios expostos nos livros de Direito, em que firmam teorias ou se fazem interpretaes sobre a cincia jurdica.

Duplo grau de jurisdio Princpio da organizao do Judicirio que determina a existncia de instncia inferior e superior. A primeira instncia se constitui no juzo onde se inicia a ao principal, que vai da citao inicial vlida at a sentena. A segunda instncia aquela em que se recebe a causa em grau de recurso que ser julgada pelo tribunal.

E

Economicidade a relao entre custo e benefcio a ser observada na atividade pblica, posta como princpio para o controle da Administrao Pblica (artigo 70, Constituio Federal).

Edital Ato pelo qual se faz publicar pela imprensa, ou nos lugares pblicos, certa notcia, fato ou ordem, que deva ser divulgada ou difundida, para conhecimento das prprias pessoas nele mencionadas, bem como s demais interessadas no assunto.

Efeito suspensivo Suspenso dos efeitos da deciso de um juiz ou tribunal, at que o tribunal tome a deciso final sobre um recurso.

Embargos So um tipo de recurso ordinrio para contestar a deciso definitiva. Os mais comuns so os embargos declaratrios. Recurso impetrado ao prprio juiz ou tribunal prolator da sentena ou do acrdo, para que os declare, reforme ou revogue; defesa do executado, oposta aos efeitos da sentena e destinada a impedir ou desfazer a execuo requerida pelo exeqente; defesa do executado por dvida fiscal, equivalente contestao.

Embargos execuo Meio pelo qual o devedor se ope execuo, seja ela fundada em ttulo judicial (sentena) ou em ttulo extrajudicial (duplicata, cheque, contrato), com a finalidade de convert-lo.

Embargos de declarao Ou embargos declaratrios. Recurso contra deciso que contm obscuridade, omisso ou contradio, tendo como finalidade esclarecer, tornar clara a deciso. Em qualquer caso, a substncia do julgado, em princpio, ser mantida, visto que os embargos de declarao no visam modificar o contedo da deciso. Porm, a jurisprudncia tem admitido, excepcionalmente, os embargos com efeito infringente, ou seja, para modificar a deciso embargada, exatamente quando se tratar de equvoco material e o ordenamento jurdico no contemplar outro recurso para a correo de flagrante equvoco.

Embargos de divergncia Recurso cabvel quando ocorre divergncia de turmas ou sees dos tribunais.

Embargos de terceiro Meio defensivo utilizado por quem intervm na ao de outrem por haver sofrido alterao na sua posse ou direito, em virtude de arresto, depsito, penhora, seqestro, venda judicial, arrecadao, partilha etc.

Embargos infringentes o recurso cabvel quando no for unnime o julgado proferido em apelao e em ao rescisria. Se o desacordo for parcial, os embargos sero restritos matria objeto da divergncia. Ver artigos 530 a 534 do Cdigo de Processo Civil.

Ementa Smula que contm a concluso do que diz o enunciado de uma deciso do judicirio ou do texto de uma lei, relacionado com uma sentena.

Emolumento Pela Constituio Federal de 1988, a remunerao que os notrios e os oficiais registradores recebem pela contraprestao de seus servios. uma contribuio paga por toda pessoa que se favorea de um servio prestado por uma repartio pblica, tal como o que decorre de uma certido por esta fornecida.

Empresas de economia mista So as empresas que aliam o poder pblico com o privado, ou seja, so as empresas que o Estado participa (com capital e direito a voto), conjuntamente com o particular.

Empresa pblica a entidade dotada de personalidade jurdica de direito privado, com patrimnio prprio e capital exclusivo da Unio ou de suas entidades da administrao indireta, criada por lei para desempenhar atividades de natureza empresarial que o governo seja levado a exercer, por motivos de convenincia ou contingncia administrativa, podendo tal entidade revestir-se de qualquer das formas admitidas em Direito. Ver artigo 5, inciso II, do Decreto-Lei N 200/67.

Enriquecimento ilcito Ou sem causa. o que se promove empobrecendo injustamente outrem, sem qualquer razo jurdica, isto , sem ser fundado numa operao jurdica considerada lcita ou uma disposio legal.

Entrncia Hierarquia das reas de jurisdio (comarcas) que obedece s regras ditadas pela Lei de Organizao Judiciria de cada estado, como, por exemplo, movimento forense, densidade demogrfica, receitas pblicas, meios de transporte, situao geogrfica e fatores socioeconmicos de relevncia.

Erga omnes Contra todos, a respeito de todos ou em relao a todos.

Estado de defesa Instrumento que o presidente da Repblica pode utilizar, ouvidos o Conselho da Repblica e o Conselho de Defesa Nacional, para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pblica ou a paz social ameaadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes propores na natureza. institudo atravs de decreto, que dever indicar a sua durao, as reas a serem abrangidas e as respectivas medidas coercitivas. Ver artigo 136 da Constituio Federal.

Estado de Direito o que assegura que nenhum indivduo est acima da lei. Diz-se que um pas vive sob Estado de Direito quando sua Constituio e suas leis so rigorosamente observadas por todos, independentemente do cargo poltico, posio social ou prestgio.

Estado de emergncia Declarao emanada do Poder Pblico, pondo o pas ou nao em situao de vigilncia ou de defesa contra as ameaas de perturbaes ou contra as perturbaes ou atentados a sua integridade poltica ou territorial.

Estado de stio Instrumento que pode ser utilizado pelo presidente da Repblica, nos casos de: comoo grave de repercusso nacional ou ocorrncia de fatos que comprovem a ineficcia de medida tomada durante o estado de defesa; e declarao de estado de guerra ou resposta agresso armada estrangeira. A decretao do estado de stio solicitada pelo presidente da Repblica ao Congresso Nacional, ouvidos o Conselho da Repblica e o Conselho de Defesa Nacional. Ver artigos 137 a 139 da Constituio Federal.

Estgio confirmatrio ou estgio probatrio o perodo de exerccio, aps nomeao, em que se apura se o nomeado tem condies para ser efetivado no cargo. A tal perodo, com referncia a magistrados e membros do Ministrio Pblico, denomina-se de vitaliciamento.

Estelionato Segundo o artigo 171 do Cdigo Penal, obter, para si ou para outrem, vantagem ilcita, em prejuzo alheio, induzindo ou mantendo algum em erro, mediante artifcio, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento". O estelionato uma figura delituosa que atravs de meios fraudulentos, ilcitos, procura se auto-beneficiar em detrimento de outrem, ou seja, induzir ou manter algum em erro para se beneficiar.

Ex nunc De agora em diante; a partir do presente momento. Quer dizer que a deciso no tem efeito retroativo, ou seja, vale do momento em que foi proferida em diante.

Ex officio Por obrigao do ofcio; oficialmente. Ato que se executa por dever do ofcio.

Ex tunc Desde o incio; desde ento. Refere-se a efeitos provenientes desde o incio da nulidade. Quer dizer que a deciso tem efeito retroativo, valendo tambm para o passado.

Ex vi legis Por fora da lei; em virtude da lei.

Exao Arrecadao ou cobrana de valores pertencentes ao fisco, promovida por pessoa a quem se atribui o encargo de os receber e guardar.

Exceo da verdade Meio de defesa que se faculta ao acusado por crime de calnia ou injria para provar o fato atribudo por ele pessoa que se julga ofendida e o processou por isso. Somente se admite se o ofendido funcionrio pblico e a ofensa relativa ao exerccio de suas funes. Artigo 139, pargrafo nico, do Cdigo Penal.

Exceo de suspeio Assim se diz da alegao de suspeita de parcialidade que possa ser feita contra juiz, contra o rgo do Ministrio Pblico, contra o escrivo ou serventurio da justia ou contra o perito nomeado para funcionar na causa.

Exceptio veritatis Exceo da verdade.

Excesso de exao um dos crimes praticados por funcionrio pblico contra a administrao em geral, consistindo na exigncia de tributo ou contribuio social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrana meio vexatrio ou gravoso, que a lei no autoriza. Ver artigo 316, pargrafo 7, do Cdigo Penal.

Excesso de poder a expresso usada para indicar todo ato que praticado por uma pessoa, em virtude de mandato ou funo, fora dos limites da outorga ou da autoridade que lhe conferida.

Expulso Medida administrativa tomada pelo presidente da Repblica para retirar do territrio nacional um estrangeiro que se mostra prejudicial aos interesses do Pas. Diferente da extradio, que julgada pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido do pas de origem do estrangeiro, a expulso uma deciso tomada pelo Poder Executivo.

Extemporneo Intempestivo, fora do tempo oportuno.

Extra petita Alm do pedido. Diz-se do julgamento proferido em desacordo com o pedido ou natureza da causa.Extradio o ato pelo qual um Estado entrega a outro, por solicitao deste, um indivduo para ser processado e julgado perante seus tribunais.

Extrajudicial Locuo empregada para designar atos que se fazem ou se processam fora do juzo, isto , sem a presena do juiz.

F

Facultas agendi Direito de agir. O exerccio do direito subjetivo.

Falso testemunho a afirmativa consciente de uma pessoa a respeito de fatos inverdicos ou contrrios verdade, prestada perante autoridade judiciria que a convocou para depor. Para que constitua delito, necessrio que a pessoa altere intencionalmente a verdade, a fim de ocult-la.

Feito o mesmo que processo, procedimento, ao etc.

Flagrante delito o exato momento em que o agente est cometendo o crime, ou, quando aps sua prtica, os vestgios encontrados e a presena da pessoa no local do crime do a certeza deste ser o autor do delito, ou ainda, quando o criminoso perseguido aps a execuo do crime. Para ocorrer o flagrante necessria a certeza visual ou evidncia do crime. O flagrante pode ser imprprio, quando h perseguio, ou presumido, quando no h perseguio mas o criminoso apontado pelo prprio ofendido ou encontrado em situao que faa presumir sua culpabilidade. Ver artigo 301 e seguintes do Cdigo de Processo Penal.

Foro especial ou privilegiado aquele que se atribui competente para certas espcies de questes ou aes, ou em que so processadas e julgadas certas pessoas. O foro especial determinado por lei e no se pode ir a ele sem que o caso, em razo da matria ou da pessoa, lhe seja atribudo.

Fraude processual um dos crimes contra a administrao da justia. Consiste em inovar artificiosamente, na pendncia de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito. A pena prevista de deteno, de trs meses a dois anos, e multa. Se a inovao se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que no iniciado, as penas aplicam-se em dobro. Ver artigo 347 do Cdigo Penal.

Freios e contrapesos Da expresso checks and balances, significa o sistema em que os Poderes do Estado mutuamente se controlam, como, por exemplo, o Legislativo julga o presidente da Repblica e os ministros do Supremo Tribunal Federal nos crimes de responsabilidade; o presidente da Repblica tem o poder de veto aos projetos de lei e o Poder Judicirio pode anular os atos dos demais Poderes em casos de inconstitucionalidade ou de ilegalidade.Fumus boni juris Fumaa do bom direito. Expresso que significa que o alegado direito plausvel. geralmente usada como requisito ou critrio para a concesso de medidas liminares, cautelares ou de antecipao de tutela, bem como no juzo de admissibilidade da denncia ou queixa, no foro criminal.

Funo jurisdicional uma das funes do Estado. A funo jurisdicional compete ao Poder Judicirio. A jurisdio como funo "expressa o encargo que tm os rgos estatais de promover a pacificao de conflitos interindividuais, mediante a realizao do direito justo e atravs do processo" (Cintra, Grinover e Dinamarco).

G

Garantia constitucional a denominao dada aos mltiplos direitos assegurados ou outorgados aos cidados de um pas pelo texto constitucional.

Golpe de Estado Expresso usada para designar o ato de fora posto em prtica pelo prprio governo a fim de se sustentar no poder. Ou o atentado ou conspirao levada a efeito para derrubar o poder ou governo institudo, compondo outro em seu lugar.

Grau de jurisdio o mesmo que instncia. Traduz a ordem de hierarquia judiciria, que se divide em inferior e superior. A inferior corresponde, normalmente, aos juzes, que compem a primeira instncia; a superior corresponde aos tribunais.

Grau de parentesco a medida da distncia ou o espao, havido entre os parentes, e regrado de uma gerao a outra, adotada para evidncia da proximidade ou remoticidade, que prende ou vincula os parentes entre si. A contagem de grau feita de dois modos: na linha reta e na linha colateral. Na linha reta, o grau determinado, na ascendncia ou descendncia, pela evidncia de cada gerao, tendo por base o autor comum. Assim, o pai e o filho esto no primeiro grau, porque entre eles h apenas uma gerao. O av e o neto tm parentesco de segundo grau. Na linha colateral, h que se subir at que se encontre o tronco comum e dele descer at a pessoa cujo parentesco se quer graduar. Assim, os irmos so colaterais em segundo grau, porque se remontam at o pai e, descendo em seguida, duas geraes se registram. O grau de parentesco por afinidade, resultante da aliana promovida, opera-se de igual modo, sendo cada cnjuge ligado aos parentes do outro pelos mesmos graus em que estes se encontrem.

H

Habeas corpus Medida que visa proteger o direito de ir e vir. concedido sempre que algum sofrer ou se achar ameaado de sofrer violncia ou coao em sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder. Quando h apenas ameaa a direito, o habeas corpus preventivo. O direito ao habeas corpus assegurado pela Constituio, artigo 5, inciso LXVIII.

Habeas data uma ao impetrada por algum que deseja ter acesso a informaes relativas a sua pessoa, que estejam em posse de qualquer rgo pblico federal, estadual ou municipal. O habeas data tambm serve para pedir a retificao ou o acrscimo de dados aos registros (CF, art. 5, inciso LXXII, regulamentado pela Lei n 9.507, de 12/11/97).

Hipossuficiente Aquele que tem direito assistncia judiciria.

Homicdio Morte de uma pessoa causada por outra, de forma dolosa ou culposa. A tipificao feita pelo Cdigo Penal, no artigo 121 (homicdio simples), pargrafos 2 (homicdio qualificado) e 3 (homicdio culposo).

Homicdio culposo Que resulta de ato negligente, imprudente ou inbil do agente, embora no tenha tido a inteno criminosa.

Homicdio doloso Quando h a vontade homicida do agente, manifestada na deliberao de matar ou na inteno indeterminada de matar.

Homicdio qualificado Designao dada figura delituosa do homicdio j enumerado pela lei penal com os elementos qualificativos. A qualificao do homicdio, assim, apresenta o crime agravado ou de maior gravidade, em vista da intensidade do dolo, da natureza dos meios utilizados para executar o homicdio, do modo de ao ou desejo de fugir punio. Revela, assim, o grau de perversidade do agente ou a visvel maldade de sua prtica.

Homologao Deciso pela qual o juiz aprova ou confirma uma conveno particular ou ato processual realizado, a fim de lhe dar firmeza e validade para que tenha fora obrigatria, pelos efeitos legais que produz.

I

Impeachment Impedimento. Processo poltico-criminal para apurar a responsabilidade dos governadores e secretrios de Estado, ministros de Estado, do Supremo Tribunal Federal, os comandantes das Foras Armadas, do presidente e do vice-presidente da Repblica cuja pena a destituio do cargo.

Impetrar Requerer ou solicitar a decretao de qualquer medida judicial, que venha assegurar o exerccio de um direito ou a execuo de um ato. Ex.: impetrou mandado de segurana; impetrou habeas corpus.

Imprescritvel Qualidade ou indicao de tudo que no suscetvel de prescrio ou que no est sujeito a ela.

Improbidade Qualidade do homem que no procede bem, por no ser honesto.

Improbidade administrativa Ato praticado por agente pblico, contrrio s normas da moral, lei e aos bons costumes, com visvel falta de honradez e de retido de conduta no modo de agir perante a administrao pblica direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da Unio, dos estados, do Distrito Federal, dos municpios, de territrio, de empresa incorporada ao patrimnio pblico ou de entidade para cuja criao ou custeio o errio haja concorrida ou concorra com mais de 50% do patrimnio ou da receita anual. Entre os atos que configuram a improbidade administrativa esto aqueles que importem em enriquecimento ilcito, no recebimento de qualquer vantagem econmica, direta ou indireta, em superfaturamento, em leso aos cofres pblicos, pela prtica de qualquer ao ou omisso, dolosa ou culposa, que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade s instituies.

Improbus litigator Litigante desonesto. O que entra em demanda sem direito, por ambio, malcia ou emulao.

Impugnar Contestar, combater argumentos ou um ato, dentro de um processo, apresentando as razes.

Imunidade So regalias e privilgios outorgados a algum, para que se isente de certas imposies legais, no sendo obrigado a fazer ou a cumprir certos encargos ou obrigaes. atribuda a certas pessoas em face de funes pblicas exercidas (parlamentares, diplomatas). A imunidade coloca as pessoas sob proteo especial.

In casu No caso em apreo; em julgamento.

In pari causa Em causa semelhante.

In rem verso Para a coisa.

In verbis Nestas palavras.

Inaudita altera par Sem ouvir a outra parte

Inamovibilidade Prerrogativa constitucional assegurada aos magistrados e membros do Ministrio Pblico, salvo por promoo aceita, remoo a pedido, ou em virtude de deciso do tribunal competente, diante do interesse pblico. Por essa prerrogativa, magistrados e membros no podem ser removidos a pedido ou por permuta, ou de ofcio, mediante deciso do rgo colegiado competente.

Incapacidade Falta de qualidades ou ausncia de requisitos indispensveis para o exerccio ou gozo de direitos.

Incapacidade civil So as pessoas que no esto aptas ao exerccio ou gozo de seus direitos. A incapacidade pode ser absoluta ou relativa. So absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos; os que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem o necessrio discernimento para a prtica desses atos; os que, mesmo por causa transitria, no puderem exprimir sua vontade. So relativamente incapazes os menores de 16 anos e maiores de 18 anos; os brios habituais, os viciados em txicos, e os que, por deficincia mental, tenham o discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; os prdigos, entre outros. Ver artigos 3 a 5 do Cdigo Civil.

Incidente de uniformizao de jurisprudncia Instituto que objetiva uniformizar a interpretao do direito no mbito dos tribunais. Tem cabimento nos julgamentos de recursos, de reexame necessrio e tambm nos casos de competncia originria do tribunal. O incidente pode ser suscitado por membro do rgo julgador, pelas partes interessadas e pelo Ministrio Pblico. No incidente de uniformizao, a causa no julgada. Apenas haver pronunciamento do tribunal quanto ao dissdio, fixando a tese jurdica. Caber ao rgo do qual proveio o incidente julg-lo, preponderando o entendimento de que estar vinculado interpretao fixada pela corte. So trs os pressupostos para a instaurao do incidente: estar o julgamento em curso; haver divergncia prvia na interpretao do direito, devidamente demonstrada; e depender a soluo do julgamento, total ou parcialmente, da uniformizao da tese. Uma vez suscitado, ser admitido conforme critrios de convenincia e oportunidade, inexistindo direito processual sua instaurao. Ver artigo 476 do Cdigo de Processo Civil.

Incompetncia Falta de competncia; falta de autoridade ou dos conhecimentos necessrios para o julgamento de alguma coisa.

Inconstitucionalidade a contrariedade da lei ou de ato normativo (resoluo, decretos) ao que dispe a Constituio. Essa incompatibilidade pode ser formal (no foram observadas as regras necessrias ao processo de elaborao e edio legislativa) quanto material (diz respeito ao prprio contedo da lei ou do ato normativo, se ele est conforme os princpios e normas constitucionais).

Independncia funcional Cada procurador, no exerccio de suas funes, tem inteira autonomia. No fica sujeito a ordens de quem quer que seja, nem a superiores hierrquicos. Se vrios membros do MPF atuam em um mesmo processo, cada um pode emitir sua convico pessoal acerca do caso; no esto obrigados a adotar o mesmo entendimento do colega. Em decorrncia desse princpio, a hierarquia no MPF considerada com relao a atos administrativos e de gesto. Ex.: somente o procurador-geral da Repblica pode designar procuradores para atuarem numa fora-tarefa. Aps a designao, no entanto, o procurador-geral no tem nenhum poder de dizer quais medidas o procurador deve adotar em seu trabalho.

Indiciar Proceder a imputao criminal contra algum.

Indivisibilidade Princpio do Ministrio Pblico, significa que membros no se vinculam aos processos nos quais atuam, podendo ser substitudos uns pelos outros. Essa possibilidade apenas se confirma entre membros de um mesmo ramo, ou seja, procuradores da Repblica no substituem procuradores do Trabalho ou promotores de Justia. Tal substituio se d apenas no MPF.

Infraconstitucional Toda regra que no conste do texto constitucional inferior a ela, pois a Constituio a lei suprema de um pas, exercendo supremacia hierrquica sobre todas as outras leis. Desse modo, ainda que tenham sido editadas para regulamentar algum artigo da Constituio, elas so consideradas infraconstitucionais.

Infligir Aplicar pena ou castigo.

Injuno Na tcnica constitucional, indica-se o pedido e a eventual concesso de mandado, a favor do prejudicado, sempre que a falta de norma regulamentadora torne invivel o exerccio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes nacionalidade, soberania e cidadania. Ver artigo 5, inciso LXXI, da Constituio Federal.Injria um dos crimes contra a honra tipificado no Cdigo Penal, artigo 140. Entende-se ofensa que venha atingir a pessoa, em desrespeito a seu decoro, a sua honra, a seus bens ou a sua vida.

Inqurito Procedimento para apurar se houve infrao penal. A partir do inqurito se renem elementos para que seja proposta ao penal.

Inqurito Civil Pblico o procedimento interno instaurado pelo Ministrio Pblico Federal para a investigao de danos ou ameaa de dano a bens de interesse difuso, coletivo ou individuais homogneos. Geralmente o ICP preliminar ao ajuizamento das aes civis pblicas.

Instncia Grau da hierarquia do Poder Judicirio. A primeira instncia, onde em geral comeam as aes, composta pelo juiz de direito de cada comarca, pelo juiz federal, eleitoral e do trabalho. A segunda instncia, onde so julgados recursos, formada pelos tribunais de Justia e de Alada, e pelos tribunais regionais federais, eleitorais e do trabalho. A terceira instncia so os tribunais superiores (STF, STJ, TST, TSE) que julgam recursos contra decises dos tribunais de segunda instncia.

Interdio um ato judicial pelo qual se declara a incapacidade de determinada pessoa natural, maior, de praticar certos atos da vida civil. Est regulada nos artigos 1.768 a 1.778 do Novo Cdigo Civil (Lei n 10.406/02).

Interesses coletivos ou difusos So interesses comuns de pessoas no ligadas por vnculos jurdicos, ou seja, questes que interessam a todos, de forma indeterminada.

Interpelao judicial Instrumento judicial pelo qual a pessoa faz petio dirigida ao juiz, para pedir esclarecimentos acerca da conservao e ressalva de seus direitos ou manifestar qualquer inteno de modo formal. O objetivo da interpelao que o juiz intime o requerido, tornando, assim, presumivelmente certa a cincia, por este, da vontade ou declarao de conhecimento de quem requer a intimao. Ver artigo 867 e seguintes do Cdigo de Processo Civil.

Interveno federal a medida de carter excepcional e temporrio que afasta a autonomia dos estados, DF ou municpios. A interveno s pode ocorrer nos casos e limites estabelecidos pela Constituio Federal: quando houver coao contra o Poder Judicirio, para garantir seu livre exerccio; quando for desobedecida ordem ou deciso judiciria; quando houver representao do procurador-geral da Repblica.

Instruo Fase processual em que o juiz, ouvidas as partes, fixa os pontos controvertidos sobre que incidir a prova. Instruo criminal: fase processual penal destinada a deixar o processo em condies para o julgamento. Ver artigos 451 e seguintes do Cdigo de Processo Civil e artigos 394 a 405 do Cdigo de Processo Penal.

Intimao o ato pelo qual se d cincia a algum dos atos e termos do processo, para que faa ou deixe de fazer alguma coisa. So efetuadas de ofcio, em processos pendentes, salvo disposio em contrrio. Ver artigos 234 a 242 do Cdigo de Processo Civil.

Isonomia Igualdade legal para todos. Princpio de que todos so iguais perante a lei, que todos sero submetidos s mesmas regras jurdicas (artigo 5 da Constituio Federal).

J

Juiz togado Juiz com formao jurdica obrigatria, ocupante do cargo em carter vitalcio. A maioria pertence carreira da magistratura. Outros vm da advocacia e do Ministrio Pblico (a Constituio reserva um quinto dos cargos nos tribunais a estas duas reas).

Juiz classista Juiz no togado, ou leigo, denominado vogal, em exerccio de representao paritria de empregados e empregadores junto Justia do Trabalho.

Juizados especiais rgos jurisdicionais criados pela Unio, no Distrito Federal e nos territrios, e pelos estados, providos por juzes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliao, o julgamento e a execuo de causas cveis de menor complexidade e infraes penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumarissimo, permitidos, nas hipteses previstas em lei, a transao e o julgamento de recursos por turmas de juzes de primeiro grau. Ver artigo 98 da Constituio Federal e Lei n 9.099/95.

Julgamento Ato da deciso jurisdicional efetuado pelo Juiz ou pelo Tribunal ao resolver uma causa.

Jure et facto Por direito e de fato.

Jri Designao dada instituio jurdica, formada por homens de bem, a que se atribui o dever de julgar acerca de fatos, levados ou trazidos a seu conhecimento. Tribunal especial competente para julgar os crimes dolosos contra a vida.

Juris tantum De direito somente. O que resulta do prprio direito e somente a ele pertence.

Jurisdio Extenso e limite do poder de julgar de um juiz.Jurisprudncia a interpretao reiterada, de mesmo sentido, que os tribunais do s leis, nos casos concretos que so levados a julgamento.

Justia Federal rgo do Poder Judicirio constituda pelos Tribunais Regionais Federais e os Juzes Federais. Ver artigos 106 a 110 da Constituio Federal.

L

Lato sensu Em sentido amplo.

Lavrar Exarar por escrito; escrever, redigir; escrever uma sentena, uma ata; emitir; expressar.

Legtima defesa Toda ao de repulsa levada a efeito pela pessoa a ataque injusto a seu corpo ou a seus bens, quando outro meio no se apresenta para evitar o perigo ou a ofensa que dela possa resultar. Ver artigo 25 do Cdigo Penal.

Lei 1. Regra geral e permanente a que todos esto submetidos. 2. Preceito escrito, formulado solenemente pela autoridade constituda, em funo de um poder, que lhe delegado pela soberania popular, que nela reside a suprema fora do Estado.

Lei marcial Que submete, durante o estado de guerra, todas as pessoas a regime especial, com a suspenso de garantias civis e polticas, asseguradas, em tempos normais, pelas leis constitucionais.

Lei Orgnica do Ministrio Pblico da Unio Lei Complementar n 75/93, que dispe sobre a organizao e o funcionamento do Ministrio Pblico da Unio. Trata das disposies gerais, estabelece suas principais funes e seus instrumentos de atuao.

Leis excepcionais So leis editadas para reger fatos ocorridos em perodos anormais. Ex.: guerra, epidemia, inundaes, etc. So leis auto-revogveis, pois perdem a eficcia pela cessao das situaes que as ensejaram.

Leis temporrias So leis que contam com perodo certo de durao. So leis auto-revogveis, pois possuem data certa para perder a vigncia.

Lex legum Constituio.

Libelo Exposio articulada por escrito em que a pessoa, expondo a questo que se objetiva e as razes jurdicas em que se funda, vem perante a justia pedir o reconhecimento de seu direito, iniciando a demanda contra outrem; petio inicial.

Liberdade assistida Regime de liberdade aplicada aos adolescentes autores de infrao penal ou que apresentam desvio de conduta, em virtude de grave inadaptao familiar ou comunitria, para o fim de vigiar, auxiliar, tratar e orientar.

Liberdade condicional Benefcio concedido aos condenados, mediante determinados requisitos, antecipando o seu retorno ao convvio em sociedade. Ver artigos 83 a 90 do Cdigo Penal e artigo 131 da Lei de Execuo Penal.

Liberdade de pensamento Liberdade de opinio, em virtude da qual se assegura ao indivduo o direito de pensar e de exprimir seus pensamentos, suas crenas e suas doutrinas.

Liberdade de reunio conseqncia da liberdade de associao e faz parte das liberdades individuais.

Liberdade poltica Direito que se confere ao povo de se governar por si mesmo, escolhendo livremente seus governantes e instituindo por sua vontade soberana os rgos que devem exercitar a soberania nacional.

Liberdade provisria aquela concedida em carter temporrio ao acusado a fim de se defender em liberdade. Pode a qualquer momento ser revogada, caso o acusado infrinja alguma das condies que lhe forem impostas pelo benefcio (no comparecimento obrigatrio perante a autoridade quando intimado; mudana de residncia por mais de oito dias sem comunicao autoridade do lugar onde se encontra).

Licenciamento ambiental Segundo a Resoluo do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) n 237/97, artigo 1, inciso I, o procedimento administrativo pelo qual o rgo ambiental competente licencia a localizao, instalao, ampliao e operao de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetivas ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradao ambiental considerando as disposies legais e regulamentares e as normas tcnicas aplicadas ao caso.

Licitao Ato em forma de concorrncia, tomada de preos, convite, concurso ou leilo, promovido pela Administrao Pblica direta ou indireta, entre os interessados habilitados na compra ou alienao de bens, na concesso de servio ou obra pblica, em que so levados em considerao qualidade, rendimento, preo, prazo e outras circunstncias previstas no edital ou no convite.

Lide Litgio, processo, pleito judicial. a matria conflituosa que est sendo discutida em juzo.

Liminar Pedido de antecipao dos efeitos da deciso, antes do seu julgamento. concedido quando a demora da deciso causar prejuzos. Ao examinar a liminar, o ministro relator tambm avalia se o pedido apresentado tem fundamentos jurdicos aceitveis.

Litis contestatio Contestao da lide.

Litisconsrcio Reunio ou presena de mais de uma pessoa no processo que figuram como autores ou rus, vinculados pelo direito material questionado. Ver artigos 46 a 49 do Cdigo de Processo Civil.

Litisconsorte Participante de um litisconsrcio; ativo quando for autor; passivo quando ru.

Locupletamento Enriquecimento.

M

Ma-f Conscincia da ilicitude na prtica de um ato com finalidade de lesar direito de terceiro.

Malversao Toda administrao que m, que ruinosa, que abusiva, onde se desperdiam seus valores ou se dilapidam bens. ainda a administrao em que o administrador, conscientemente, desvia valores ou subtrai bens em seu benefcio, locupletando-se abusivamente custa do dono do negcio administrado. Na administrao pblica em que bens so furtados ou desviados h ocorrncia de peculato.

Mandado Ordem escrita da autoridade. chamado de mandado judicial quando expedido por juiz ou ministro de tribunal. Tem nomes especficos de acordo com o objetivo: prender, soltar etc.

Mandado de busca e apreenso Ordem do juiz, mandando que se apreenda coisa em poder de outrem ou em certo lugar, para ser trazida a juzo e a ficar sob custdia do prprio juiz, mesmo que em poder de um depositrio por ele designado ou do depositrio pblico. Um mandado de busca e apreenso tambm pode ser expedido para pessoas, principalmente menores abandonados ou quando os pais esto em demanda de divrcio ou anulao de casamento.

Mandado de citao Ato mediante o qual se chama a juzo, por meio de oficial de justia, o ru ou o interessado, a fim de se defender.

Mandado de injuno Garantia constitucional concedida sempre que a falta de norma regulamentadora torne invivel o exerccio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes nacionalidade, soberania e cidadania. Compete ao STF o processo e julgamento originrio do mandado de injuno quando a elaborao da norma regulamentadora for atribuio do presidente da Repblica, do Congresso Nacional, da Cmara dos Deputados, do Senado Federal, das mesas de uma dessas casas legislativas, do Tribunal de Contas da Unio, de um dos Tribunais Superiores, ou do prprio STF. Ver artigo 5, inciso LXXI, da Constituio Federal.

Mandado de segurana a ao que tem por objetivo garantir o reconhecimento judicial de um direito lquido e certo, incontestvel, que est sendo violado ou ameaado por ato manifestamente ilegal ou inconstitucional de uma autoridade. Ver artigo 5, incisos LXIX e LXX, da Constituio Federal, Lei n 1.533/51 e Lei n 4.348/64.

Mandamus Mandado de segurana.

Mandato Opera-se o mandato quando algum recebe de outrem poderes, para, em seu nome, praticar atos, ou administrar interesses, sendo a procurao o seu instrumento. Ver artigos 653 e seguintes do Cdigo Civil.

Manifestao Em Direito Administrativo, parecer, opinio sobre determinado assunto. Em Direito Processual, opinio da parte em atos do processo. Em Direito Poltico, expresso de agrado ou desagrado em reunies populares de natureza poltica.

Manuteno de posse Remdio legal usado pelas pessoas que se vem perturbadas em sua posse, para que nela se conservem e se mantenham, livres de qualquer perturbao ou molestao. A pessoa a quem se assegura a posse ou mantida nela diz-se manutenida.

Medida cautelar O mesmo que liminar. um ato de precauo. o pedido para antecipar os efeitos da deciso, antes do seu julgamento. concedida quando a demora da deciso causar prejuzos (periculum in mora). Ao examinar a liminar, o ministro relator tambm avalia se o pedido apresentado tem fundamentos jurdicos aceitveis (fumus boni iuris).

Medida de segurana Medida de defesa social aplicada a quem praticou um crime, tentou pratic-lo ou prepara-se para pratic-lo, desde que o agente revele periculosidade social e probabilidade de que voltar a delinqir.

Medida disciplinar Correo imposta administrativamente ao funcionrio por transgresso a preceito regulamentar ou a bem da ordem e da disciplina. A medida disciplinar vai desde a repreenso at a demisso, dependendo da gravidade do ato que tenha sido praticado.

Medida liminar Deciso judicial provisria proferida nos 1 e 2 graus de jurisdio, que determina uma providncia a ser tomada antes da discusso do feito, com a finalidade de resguardar direitos. Geralmente concedida em ao cautelar, tutela antecipada e mandado de segurana.

Mens legis O esprito da lei.

Mrito o assunto principal que est sendo discutido em um processo; a questo que deu origem prpria existncia daquela ao. Nele que se funda o pedido do autor.

Meritum causae Mrito da causa.

Minervae suffragium Voto de minerva.

Ministrio Pblico Instituio permanente, essencial funo jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos interesses sociais e individuais indisponveis. O Ministrio Pblico abrange o Ministrio Pblico da Unio (Ministrio Pblico Federal, Ministrio Pblico do Trabalho, Ministrio Pblico Militar e Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios) e o Ministrio Pblico Estadual. O chefe do MPU o procurador-geral da Repblica, que tambm chefia o MPF. Ver Captulo IV (Das Funes Essenciais Justia), Seo I (Do Ministrio Pblico), da Constituio Federal artigos 127 a 130.

Ministrio Pblico da Unio Instituio que abrange quatro ramos com reas de atuao, organizao espacial e administrao distintas, embora regidos pela mesma lei complementar, a de n 75/93. Alguns rgos, no entanto, so comuns entre os ramos: o Conselho de Assessoramento Superior, a Escola Superior do Ministrio Pblico da Unio, a Auditoria Interna e a Secretaria do MPU. Mas, quando se trata de atribuies, as diferenas entre os ramos do MPU ficam evidentes.

Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios Atua em causas correspondentes quelas em que oficiam os ministrios pblicos estaduais. Ou seja, apesar de pertencer estrutura do MPU, o MPDFT no cuida de matrias da competncia da Justia Federal, mas das que competem s Justias Estaduais. Promotores de Justia e procuradores de Justia so as designaes de seus membros.

Ministrio Pblico do Trabalho Trata de matrias decorrentes das relaes de trabalho que envolvam interesse pblico, fiscalizando o cumprimento da legislao e procurando regularizar e mediar as relaes entre empregados e empregadores. Alm disso, o MPT tambm pode ser rbitro ou mediador em dissdios coletivos, fiscalizar o direito de greve nas atividades essenciais e propor aes pedindo a nulidade de clusulas ilegais em contratos trabalhistas e acordos coletivos. Atuam no MPT os procuradores do Trabalho.

Ministrio Pblico Federal Atua nas causas de competncia da Justia Federal e nas de competncia do Superior Tribunal de Justia e Supremo Tribunal Federal, sempre que estiverem em discusso bens, servios ou interesses da Unio, de suas entidades autrquicas e empresas pblicas federais.

Ministrio Pblico Militar Atua exclusivamente em matria criminal, apurando e buscando a punio dos autores de crimes militares praticados por integrantes das Foras Armadas no exerccio de suas atividades, bem como todas as infraes cometidas contra o patrimnio da FFAA.

Modus operandi Maneira de agir.Mutatis mutandis Com as devidas alteraes.

N

Negativa de autoria A defesa fundada na afirmao de que no foi o ru o autor do fato.

Negligncia a inrcia psquica, a indiferena do agente que, podendo tomar as devidas cautelas exigveis, no o faz por displicncia, relaxamento ou preguia mental. Ver artigo 18, inciso II, do Cdigo Penal.

Nepotismo Patronato ou favoritismo na nomeao dos integrantes da administrao Pblica. o termo utilizado para designar o favorecimento de parentes em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito nomeao ou elevao de cargos. O Conselho Nacional do Ministrio Pblico, por meio das Resolues n 1/2005 e n 7/2006, vedam a prtica a membros e servidores da instituio.

Nexo causal a ligao da conduta ao resultado nos crimes materiais.

Non bis in idem Sem repetio. Locuo latina empregada para significar que no se devem aplicar duas penas sobre a mesma falta.

Norma Regra, modelo, paradigma, forma ou tudo que se estabelece em lei ou regulamento para servir de padro na maneira de agir.

Notificao Aviso judicial pelo qual se d conhecimento a uma pessoa de algum fato, que tambm de seu interesse, a fim de que possa usar das medidas legais ou das prerrogativas que lhe sejam asseguradas por lei.

Notcia-crime o fato criminoso que chega ao conhecimento da autoridade competente para investig-lo.

Notitia criminis Comunicao do crime.

Nulidade Ineficcia de um ato jurdico, resultante da ausncia de uma das condies necessrias para sua validade.

Numerus apertus Nmero ilimitado.

Numerus clausus Nmero limitado.

O

OAB Ordem dos Advogados do Brasil, rgo de classe dos advogados. O seu registro nela obrigatrio no Brasil para o exerccio da advocacia. Ver Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil, Lei n 8.906/94.

Obligatio faciendi Obrigao de fazer.

Obligatio non faciendi Obrigao de no fazer.

Occasio legis Oportunidade da lei.

Oficial de Justia o serventurio da Justia encarregado de proceder s diligncias que se fizerem necessrias ao andamento do julgamento da causa e ordenadas pela autoridade judiciria.

Ofcio Comunicao escrita e formal entre autoridades da mesma categoria, ou de inferiores a superiores hierrquicos; comunicao escrita e formal que as autoridades e secretarias em geral endeream umas s outras, ou a particulares, e que se caracteriza no s por obedecer a determinada frmula epistolar, mas, tambm, pelo formato do papel (formato ofcio). Cartrio, tabelionato.

Onus probandi nus da prova.

P

Paciente Em Direito Penal, designa a pessoa que sofrer a condenao. , assim, indicativo de ru.

Parecer a manifestao do Ministrio Pblico em uma ao, por meio da qual ele diz sua opinio sobre o pedido do autor, com base no que a lei dispe sobre aquele assunto. O parecer do Ministrio Pblico no obriga o juiz a proferir sentena segundo a posio do rgo.

Pari passu Simultaneamente.

Parquet Expresso francesa que designa Ministrio Pblico.

Parte So os sujeitos do processo. As denominaes que as partes recebem variam em funo do tipo de ao proposta. Ex: ao penal (autor e ru); mandado de segurana (impetrante, impetrado); queixa-crime (querelante e querelado).

Patrimnio pblico Conjunto de bens que pertencem ao domnio do Estado e que se institui para atender a seus prprios objetivos ou para servir produo de utilidades indispensveis s necessidades coletivas.

Ptrio poder o complexo de direitos que a lei confere aos pais, sobre a pessoa e os bens do filho.

Peas Instrumentos de um processo.

Peculato um dos crimes praticados por funcionrio pblico contra a administrao em geral. Caracteriza-se pela apropriao efetuada pelo funcionrio pblico de dinheiro, valor ou qualquer outro bem mvel, pblico ou particular, de que tem a posse em razo do cargo, ou desvi-lo, em proveito prprio ou alheio. A pena prevista para este crime de recluso, de 2 a 12 anos, e multa. Aplica-se a mesma pena, se o funcionrio pblico, embora no tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtrado, em proveito prprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionrio. Ver artigos 312 e 313 do Cdigo Penal.

Pedido um dos requisitos da petio inicial. Deve ser certo ou determinado. Pode ser genrico quando se tratar de aes universais, se no puder o autor individualizar na petio os bens demandados; quando no for possvel determinar, de modo definitivo, as conseqncias do ato ou do fato ilcito e quando a determinao do valor da condenao depender de ato que deva ser praticado pelo ru. Ver os artigos 286 a 294 do Cdigo de Processo Civil.

Pedido de reconsiderao Direito de petio que se assegura ao servidor pblico de modificar deciso superior prejudicial aos seus interesses.

Periculum in mora Perigo na demora.

Permissa venia Com o devido respeito.

Pessoas jurdicas de direito privado So pessoas jurdicas de direito privado: as associaes; as sociedades e as fundaes. Iniciam sua personalidade jurdica com a inscrio do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessrio, de autorizao do Poder Executivo. Ver artigo 44 e seguintes do Cdigo Civil.

Pessoas jurdicas de direito pblico externo So pessoas jurdicas de direito pblico externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional pblico. Ver artigo 42 do Cdigo Civil.

Pessoas jurdicas de direito pblico interno So a Unio, os estados, o Distrito Federal e os territrios, os municpios, as autarquias e as demais entidades de carter pblico criadas por lei. Se no existir disposio em contrrio, as pessoas jurdicas de direito pblico, a que se tenha dado estrutura