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Na linguagem cotidiana
ORGANIZAÇÃO
ato ou efeito de organizar(-se);
modo pelo qual o ser vivo é organizado; conformação, estrutura;
modo pelo qual se organiza um sistema;
associação ou instituição com objetivos definidos;
organismo (por exemplo, a UNESCO é uma organização)
designação de certos organismos
(por exemplo, A Organização das Nações Unidas)
Na linguagem cotidianaORGANIZAR
planejamento, preparo (por exemplo, organização de uma festa) constituir o organismo de; estabelecer as bases de; ordenar, arranjar, dispor;
dar às partes de (um corpo) a disposição necessária para as funções a que ele se destina;
tornar uma organização definitiva; constituir-se, formar-se.
Chester Barnard (1938)
Organizações são sistemas cooperativos, formados por pessoas que se comunicam entre si e desenvolvem ações tendo em vista alcançar um propósito comum.
“São sempre as ações de pessoas, por palavras, olhares, gestos, movimentos, nunca objetos físicos, embora coisas possam ser usadas convenientemente como evidência da ação, como no caso da escrita [...] coisas físicas são sempre uma parte do ambiente, uma parte do sistema cooperativo, mas nunca uma parte da organização”
“O sistema, pois, a que damos o nome de organização, é um sistema composto das atividades dos seres humanos. O que faz dessas atividades um sistema é o fato de os esforços de diferentes pessoas serem coordenados...”
Limitação: desconsidera as fontes de conflito organizacional.
Etzioni (1964)
“são unidades sociais (ou agrupamentos humanos) intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim
de atingir objetivos específicos...”
Organizações caracterizam-se por:Divisões de trabalho, poder e responsabilidades de
comunicação planejadas intencionalmente;
Com a presença de um ou mais centros de poder;
Com possibilidade de substituição de pessoal.
Katz e Kahn (1964)
As organizações sociais envolvem atividades padronizadas de uma quantidade de pessoas - atividades complementares ou interdependentes em relação a algum resultado ou produto comum; elas se ligam em espaço e tempo e são repetidas
As organizações são classe especial de sistemas abertos.
Katz e Kahn (1964)
Como um sistema social, o que existe é uma estruturação de eventos ou acontecimentos e não de partes físicas.
As estruturas sociais são sistemas essencialmente inventados –são construídos pelos homens e imperfeitos e o cimento que mantém o conjunto unido é de natureza psicológica. Estes sistemas são firmados a partir de atitudes, percepções, crenças, motivações, hábitos e expectativas das pessoas.
Os principais componentes de um sistema social são os papéis, as normas e os valores.
Na realidade, podemos pensar as organizações sociais como constituídas de vários subsistemas e embutidas em supersistemas.
Representação de um modelo Sistêmico de organização
AMBIENTE
RECURSOS
HISTÓRIA
INSUMOS PRODUTO
NÍVEL DO
SISTEMA
NÍVEL
UNIDADE /
GRUPO
NÍVEL
INDIVIDUAL
ESTRUTURA
PROCESSOS
INFORMAIS
TRABALHODISPOSI-
ÇÕES
FORMAIS
PESSOAL
Fonte: Nadler, D.A.; Gerstein, M.S., Shaw, R.B. (1994).
Definições Contemporâneas de Organizações
• Stoner e Freeman (1995)“uma organização existe quando duas ou mais pessoas
trabalham juntas e de modo estruturado para alcançar um objetivo específico ou um conjunto de objetivos”
• Influenciados pelas contribuições de Barnard sobre cooperação entre pessoas e de Etzioni sobre o caráter estruturado e planejado das organizações, definem:
“Organizações existem quando duas ou mais pessoas trabalham juntas e de modo estruturado para alcançar um objetivo específico ou um conjunto de objetivos”
Definições Contemporâneas de Organizações
Daft (2002)São: (i) entidades sociais; (ii) dirigidas por metas; (iii)
desenhadas como sistemas de atividades deliberadamente estruturadas e coordenadas e
(iv) ligadas ao ambiente externo.Acrescenta duas novas dimensões na delimitação
das Organizações:Coordenação de atividades estruturadas;Relação com o ambiente externo.
Contrapõe-se à visão de Organização como sistema fechado
Influenciado pelos estudos de Katz e Khan
MORGAN (1996)METÁFORAS
Morgan (1996) utiliza a noção de metáfora/Imagens para a compreensão das Organizações.
Metáfora: “Transferência de uma palavra para um âmbito semântico que não é o do objeto que ele designa, e que se fundamenta em uma relação de semelhança subtendida entre o sentido próprio e o sentido figurado”
Oito tipos de metáforas: Máquina, Organismo, Cérebro, Cultura, Sistema Político, Prisão Psíquica, Fluxo e Transformação, e Instrumento de Dominação.
Contribuição: reconhece a complexidade das Organizações e suas múltiplas formas de interpretação.
MORGAN (1996)METÁFORAS
Metáfora Máquina:
“As Organizações são máquinas feitas de partes que se interligam, cada uma desempenhando um papel claramente definido no funcionamento do todo.”
Consequência: existe uma tendência em esperar que as Organizações funcionem de maneira rotinizada, eficiente, confiável e previsível.
Metáfora Instrumento de Dominação:
“As Organizações são instrumentos de dominação de alguns grupos sobre os outros.”
Consequência: ideia de que as pessoas são exploradas para atingir os fins organizacionais.
MORGAN (1996)METÁFORAS
Metáfora Organismo:
“As Organizações são sistemas vivos que existem em um ambiente mais amplo, do qual dependem em termos de satisfação de suas necessidades.”
Consequência: necessitam de cuidadosa administração para satisfazer e equilibrar necessidades internas, assim como adaptar-se a circunstâncias ambientais.
Metáfora Cérebro: “As Organizações são sistemas de processamento de informação, capazes de aprender a
aprender.”
Consequência: ênfase nos sistemas de informação, de comunicação e de decisões
MORGAN (1996)METÁFORAS
Metáfora Cultura:
“As Organizações são lugares onde residem ideias, valores, normas, rituais e crenças que as sustentam enquanto realidades socialmente construídas.”
Consequência: ênfase na visão das organizações como processos que produzem significados comuns.
Metáfora Sistema Político:
“As Organizações são sistemas de governo.”
Consequência: eixos principais de análise são as relações entre interesses, conflito e poder.
MORGAN (1996)METÁFORAS
Metáfora Prisão Psíquica:
“As Organizações vistas como mundos sociais limitadores e constrangedores da criação e da inovação.”
Consequência: ´há um lado avesso´.
Metáfora Fluxo e Transformação:
“As Organizações vistas como fluxo de mudança e transformação que ganha estabilidade ao longo do tempo, mas que permanece mudando.”
Consequência: a única característica permanente é a mudança.
Mardsen e Townley (2001)
a fim de explicar tamanha dispersão de entendimento sobre as Organizações, sinalizam para duas grandes abordagens epistemológicas de estudo:
Organizações como Processo. Origem no campo da ciência contra-normal
Organizações como Entidade. Origem no campo da ciência normal
PROCESSO x ENTIDADE
PROCESSOINDIVÍDUO
ENTIDADEORGANIZAÇÃO
Organizações são fluidas e resultam de processos de interação social.Indivíduos são únicos agentes causais. Deles dependem os fenômenos organizacionaisIndivíduos com poder definem características mais permanentes das organizações: sua estrutura, normas, rotinas.Indivíduos com poder exercem influência ao modelar decisões estratégicas.Ações ditas organizacionais podem ser ações individuais.
Há uma estrutura social prévia ao ingresso da pessoa (normas, valores e expectativas).Organizações têm o poder de moldar o comportamento ou ações individuais.Subsistem no tempo, independente das pessoas.As organizações agem, têm políticas, fazem declarações.As organizações aprendem e possuem culturas.As organizações se relacionam com outras organizações e com seu ambiente.
Visão Cognitivista – Simon
Organizações como processos de tomadas de decisões que
envolvem a cooperação coordenada de seus participantes em
busca da realização dos objetivos organizacionais
Questiona a noção de Organização como entidade racional;Ação racional é definida como aquela orientada a determinada finalidade,
resultante do processo de escolha de uma entre muitas alternativas possíveis;
Põe em evidência a importância do planejamento das ações e dos padrões de comportamento para o trabalho em organizações.
Visão Cognitivista – Simon
ORGANIZAÇÃO
“refere-se ao complexo sistema de comunicações e interrelações existente num grupamento humano. Esse sistema proporciona a cada membro do grupo parte substancial de informações, pressupostos, objetivos e atitudes que
entram nas suas decisões, proporcionando-lhes, igualmente, um conjunto de expectativas estáveis e abrangentes quanto ao que os outros membros do
grupo estão fazendo e de que maneira reagirão ao que ele diz e faz. Ao sistema que acaba de ser descrito, os sociólogos chamam de sistema de
papéis, embora muitas pessoas o chamem, na intimidade, de organização”
Visão Cognitivista - Simon
Contribuições para os estudos organizacionais:Construção de uma teoria administrativa fundada na racionalidade limitada do
“homem administrativo” que se opõem à racionalidade compreensiva do “homem econômico”;
Definição da Organização como processo de decisão;
Noção de que a Organização é influenciada pelos limites humanos em processar as informações;
Noção de que o processo decisório se realiza por meio de simplificações da realidade na mente do indivíduo;
Distinção entre decisões programadas e as não programadas.
Limitações:Por entender Organização como sistema cooperativo ficam esquecidas as
tensões entre os propósitos de indivíduos/grupos que modelam os processos organizacionais.
Visão Culturalista
Influência da Antropologia.A cultura assume papel central.Clifford Greertz (1989) define como cultura:
“Teias de significados tecidas pelos homens e suas análises”
Organizações são vistas como minissociedades que têm os seus próprios padrões distintos de cultura e subcultura. Tais padrões:Podem competir entre si.Não podem ser criados pelos gerentes.Morgan (1996): “A cultura não é algo imposto sobre uma situação
social. Ao contrário, ela se desenvolve durante o curso da interação social”
Visão Culturalista
A cultura como representação socialA cultura funciona como sistemas interpretativos da realidade que
orientam as interações entre o indivíduo com seu ambiente físico e social.
Organizações enquanto representações sociaisSão processos que produzem sistemas de significados comuns. São
realidades socialmente construídas, que estão mais nas mentes de seus membros que em conjuntos concretos de regras e elementos.
Visão Culturalista
Implicações para a compreensão das Organizações:
Dirige atenção para significado simbólico da maioria dos aspectos racionais da vida
organizacional;
Mostra que a Organização está assentada sobre sistemas de significado comuns;
Vê papel do líder como o de administrador de sentidos;
Fornece nova visão das relações Organização- Ambiente (interpretações internas do
ambiente externo);
Contribui para compreender o processo de mudança social (além de tecnologias, estruturas
e habilidades, há imagens e valores).
Visão Culturalista
• Implicações para a análise conceitual das Organizações (críticas):• Pode ser objeto de leituras simplificadoras dos processos culturais e
práticas de controle ideológico;
• Tendência a desconsiderar as questões de poder que estão implicadas na vida e no trabalho em organizações.
Visão Institucionalista: bases
A sociedade, para o institucionalismo, é uma rede, um tecido de instituições, organizações, estabelecimentos, agentes e práticas. As sociedades humanas estão constituídas, no mínimo, por quatro instituições: a língua, as relações de parentesco, a religião, e a divisão técnica e social do trabalho.
As instituições interpenetram-se e se articulam para regular a produção e a reprodução da vida humana
Instituições = árvores de decisões lógicas que regulam as atividades humanas, indicando o que é proibido, o que é permitido e o que é indiferente fazer.
Ex. de instituições: justiça, dinheiro, forças armadas, religião, salário, sexualidade Um conglomerado importante de instituições é, por exemplo, o Estado
Visão Institucionalista
Instituições podem estar traduzidas em leis, normas ou pautas;
Toda instituição compreende um movimento que a gera (instituinte), um resultado (instituído) e um processo (institucionalização);
Instituições têm função reguladora e se materializam em organizações e estabelecimentos, variando na complexidade.
Várias instituições podem “atravessar” organizações e estabelecimentos, limitando e produzindo tensão
INSTITUIÇÃO x ORGANIZAÇÃO
Instituições são corpos normativos de natureza jurídica e cultural integrados por ideias, valores, crenças e leis que determinam as formas de intercâmbio social. trabalho, salário, tempo livre, justiça
e religião
nível da realidade social que define o que está estabelecido, o conjunto de normas e valores que são dominantes e que estabelecem os papéis que sustentam a ordem social.
Organizações são o suporte material, o lugar em que as instituições se materializam e exercem seus efeitos sobre os indivíduos. as organizações (escolas, fábricas,
hospitais, órgãos públicos etc.) são mediadoras na relação entre as instituições e os sujeitos.
as organizações são atravessadas por muitas instituições. Estas diversas instituições determinam as interações sociais ali estabelecidas
Os Graus de Burocratização das Organizações
Falta de
especialização
Falta de autoridade
Extrema liberdade
Inexistência de
documentos
Apadrinhamento
Improvisação
Divisão de trabalho
Hierarquia
Regras e regulamentos
Formalização das
comunicações
Seleção e promoção
Procedimentos técnicos
Superespecialização
Autocracia
Falta de liberdade
Excesso de
papelório
Excesso de
exigências
Apego às rotinas
Escassez de burocratização
Excesso de burocratização
Desordem Eficiência Rigidez
Características da Organização Moderna
Seis características básicas:
1. Divisão do trabalho baseada na especializaçãofuncional das pessoas (funções e cargos).
2. Hirarquia da autoridade (níveis diferentes).
3. Conjuntos de regras ou normas (estatutos, regimentos, regulamento interno...)
Características da Organização Moderna
4. Formalização das comunicações.
5. Seleção e promoção das pessoas através de critérios de competência (Meritocracia = oportunidades de carreira e promoção de acordo com o merecimento das pessoas).
6. Procedimentos técnicos baseados na racionalidade(estabelacimento prévio da execução de tarefas).
Princípios Fundamentais da Organização
Visam o alcance da eficiência e eficácia:
- Eficiência: otimização dos meios (métodos emaneiras de se fazer as coisas corretamente, damelhor maneira possível). Preocupação com oscustos e uso dos recursos;
- Eficácia: otimização de resultados, dos fins, isto é,com os objetivos a serem alcançados.Preocupação com o lucro e alcance dosresustados.
Princípios Fundamentais da Organização
A. Princípio da especialização
B. Princípio da definição funcional
C. Princípio de autoridade e responsabilidade
D. Princípio escalar
E. Princípio das funções de linha e de Staff
B. Princípio da Definição Funcional
• Definição clara do organograma
Estrutura organizacional; Maneira como a empresaagrupa e reúne pessoas e órgãos dentro de escalõeshierárquicos e de áreas de atividade (Seção, Departamento, Divisão, etc). No aspecto vertical estão os diferentes níveis de autoridade ou escalõeshierárquicoa; No aspecto horizontal estão as diferentes áreas de atividade da empresa (técnica, de produção, de marketing, etc)
A. Princípio da Especialização
Divisão de Trabalho: “cada jogador em sua posição certa”, dependendo de sua capacidade, treinamento na área e competências adquiridas
C. Princípio da Paridade da Autoridade e Responsabilidade
Autoridade: poder de dar ordens e exigir obediência;
Responsabilidade: significa o dever de prestar contas pelo que é feito.
D. Principio Escalar
Cada pessoa sabe exatamente quais são suas funções e atribuições na célula ou janela do organograma.
E. Principio das Funções de Linha e de Staff
• Funções de Linha = aquelas diretamente relacionadascom os objetivos da empresa;
• Funções de Staff = indiretamente relacionadas com osobjetivos da organização.
E. Principio das Funções de Linha e de Staff
•As funções de linha representam as atividades relacionadas aos objetivos principais da organização como, por exemplo, as funções burocráticas e rotineiras do Departamento Pessoal, e os órgãos de Staff fornecem consultoria e assessoria especializada.