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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE FOLHA LÍDER Nucleo de Apoio Administrativo do CRH - Coordenadoria de Recursos Humanos Processo: 001.0008.000594/2015 Volume: 1 Origem: Centro de Legislação de Pessoal do GGP-Grupo de Gestao de Pessoas Interessado: ADRIANA DE MORAES MURTA CPF/CNPJ: Assunto: Ação judicial Detalhe: CITAÇÃO - CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER - PROCESSO 0053691-92.2011.8.26.0405 Série documental: Processo Mãe: Data de Autuação: 17/11/2015 11111111111 ° 1111 0 1 0 1 111 1 0 1,1 9 1111 0 1,1111111111 Registrado em 17/11/2015 às 18:01h por MARLI APARECIDA CORREIA TORRES - CRH Nucleo de Apoio Administrativo do CRH - Coordenadoria de Recursos Humanos SISRAD - Sistema de Registro e Acompanhamento de Documentos e Processos

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO … · do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado, ... que contou com a aprovação do Senhor Procurador Geral do Estado,

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

FOLHA LÍDER

Nucleo de Apoio Administrativo do CRH - Coordenadoria de Recursos Humanos

Processo: 001.0008.000594/2015 Volume: 1

Origem: Centro de Legislação de Pessoal do GGP-Grupo de Gestao de Pessoas

Interessado: ADRIANA DE MORAES MURTA

CPF/CNPJ:

Assunto: Ação judicial

Detalhe: CITAÇÃO - CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER -

PROCESSO 0053691-92.2011.8.26.0405

Série documental:

Processo Mãe:

Data de Autuação: 17/11/2015

11111111111°11110101111 101,19111101,1111111111 Registrado em 17/11/2015 às 18:01h por MARLI APARECIDA CORREIA TORRES - CRH

Nucleo de Apoio Administrativo do CRH - Coordenadoria de Recursos Humanos

SISRAD - Sistema de Registro e Acompanhamento de Documentos e Processos

Governo do Estado de São Paulo Correio Eletrônico

Maria Inez Peres Biazotto @ PGE 13/11/2015 13:31

Para: Orlando Delgado Fernandes/SAUDE/BR@SAUDE, cc: Renan Raulino Santiago/PGE/BR@PGE, Nuhad Said Oliver/PGE/BR@PGE,

Assunto: Enc: Citação - Cumprimento de obrigação de fazer - Processo 0053691-92.2011.8.26.0405 (405.01.2011.053691).

Texto da Mensagem

Caro Orlando,

Agradeço se puder encaminhar a solicitação para cumprimento de obrigação de fazer anexa. Procurei nos anexos e não achei nenhuma indicação do Hospital em que trabalha a servidora. O prazo de cumprimento é 30 dias.

Aproveito para solicitar ao colega Renan o envio do expediente físico nos termos das rotinas do contencioso.

Obrigada.

Atenciosamente,

Maria Inez Peres Biazotto Procuradora do Estado CJ - Saúde Repassado por Maria Inez Peres Biazotto/PGE/BR em 13111/2015 13:45 -----

Citação - Cumprimento de obrigação de fazer - Processo 0053691-92.2011.8.26.0405 (405.01.2011.053691).

Nuhad Said Oliver 13/11/2015 11:50

Maria Inez Peres Biazotto

Renan Raulino Santiago/PGE/BR

Nuhad Said Oliver/PGE/BR@PGE

Prezadas,

Encaminho, para ciência e adoção de providências necessárias, citação para cumprimento da Obrigação de Fazer, consistente na integração do Prêmio de Incentivo no cálculo do 13" salário e do terço constitucional de férias no prontuário da autora Adriana de Moraes Murta.

Segue documentação pertinente.

Petição Inicial (201201002904).pdf Sentença.pdf Acórdão (201201002904).pdf

Citação de obrigação de fazer (201201002904).pdf

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS DA FAZENDA A QUE

FOR DISTRIBUÍDA NA COMARCA DE OSASCO - ESThADO DE SÃO PAULO.

ADRIANA DE MORAES MURTA, brasileira, enfermeira, portadora do RG n° 19.843.129, inscrita no CPF/MF n° 114,830.818-00, residente e

domiciliada na Rua Paula Rodrigues, 250, Bloco 9, apartamento 33, jardim Piratininga,

CEP. 06233-030, na cidade de Osasco/SP, por intermédio do advogado, infra-assinado

(instrumento de procuração anexo), com escritório profissional situado na Rua Marconi,

131, 2° andar, Conj. 207, República, CEP 01047-910, na cidade de São Paulo/SP, vem, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DECLARATÕRIA em face da

FAZENDA DO ESTADO DE SÃO' PAULO, pessoa jurídica

de Direito Público Interno, com sede no Palácio Clóvis Ribeiro, sito à Avenida Rangel

Pestana, n° 300, CEP 01017-911, Centro, na cidade de São Paulo-Capital, consoante fatos e fundamentos adiante articulados:

Dos FATOS

A autora é servidora pública lotada no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, admitida nos termos da Lei n° 500, de 13 de novembro de 1974, .g

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conforme se denota da Declaração emitida pelo Serviço de Recursos Humanos do

mencionado hospital e holerites anexos.

Embora os servidores públicos, tanto no regime da Lei n°

10.261/68, como no regime da Lei n° 500/74 estejam sujeitos aos mesmos deveres e às

mesmas proibições, assim como ao regime de responsabilidade e às penas disciplinares

da repreensão, suspensão e multa, a Administração Pública entende que o beneficio da

Licença Prêmio é uma vantagem restrita aos funcionários públicos estatutários, sob o

argumento de o regime jurídico no qual os autores foram contratados é diferente do

estatutário, não se aplicando o Estatuto ao regime especial da Lei n° 500/74.

Com relação ao prêmio de incentivo, gratificação de natureza

remuneratória paga aos funcionários da área da saúde, nos termos do art. 1°, §1° da Lei

Complementar n° 644/89 e no texto constitucional (art. 7°, incisos VIII e XVII c.c art. 39,

§3"), impõe-se a inclusão do prêmio de incentivo para fins de cálculo do décimo terceiro

salário e do acréscimo de 1/3 (um terço) das férias. Contudo, a Administração não

cumputa em tal gratificação remuneratória percebida pela autora na base de cálculo do

13° salário e no acréscimo de 1/3 de férias.

A autora teve negado pela requerida o seu direito ao

benefício da licença prêmio por assiduidade previsto no artigo 209 e seguintes da lei n°

10.261/68 e com autorização expressa do artigo 181. Além disso, a requerida, em total

desrespeito à Constituição Federal, não computa o prêmio de incentivo percebido pela

autora (vantagem que integra de forma definitiva e permanente os vencimentos dos

funcionários da saúde) na base de cálculo do 13" (décimo terceiro) salário, nem no 1/3

referente às férias.

Pretende a autora, através da presente ação, a inclusão do

Prêmio de Incentivo nas bases de cálculo do 13" (décimo terceiro) salário, bem como no

acréscimo de 1/3 (um terço) das férias percebidas. Consequentemente pretende o

recebimento das diferenças do 13" salário e férias incorretamente calculados em razão da

não inclusão do Prêmio de Incentivo em suas bases de cálculo.

- Do DIREITO AO BENEFÍCIO LICENÇA PRÊMIO

A negativa de concessão do benefício da licença prêmio pela

Administração afronta a legislação vigente e princípios constitucionais da igualdade e

isonomia, assim como contraria a doutrina e a jurisprudência dominantes.

O artigo 209 da Lei n° 10.261/68 prescreve que "o

funcionário terá direito, como prémio de assiduidade, a licença de 90 (noventa) dias em

cada período de 05 (cinco) anos de exercício ininterrupto. em que não haja sofrido

qualquer penalidade administrativa".

A previsão contida no artigo 209 da Lei n` 10.261/68

(Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado) foi introduzida pela Lei Complementar

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180/ 78.não lhes podia ser estendida, pelo simples fato de o Estatuto não se aplicar ao regime especial da referida Lei n° 500/74, ao qual eles estavam sujeitos.

A Lei Complementar n° 180/78 introduziu profundas modificações no Estatuto. Entre outras inovações, o artigo 205, 1, incluiu na categoria de servidores os admitidos pela Lei n° 500/74:

"Artigo 205 - Para os fins desta lei complementar, passam a ser considerados servidores.

- os admitidos em caráter temporário nos termos do artigo 1. " da Lei n' 500, de 13 de novembro de 1974."

Uma das principais preocupações do legislador complementar estadual de 1978 foi eliminar injustas discriminações entre servidores e

funcionários. No tocante aos admitidos pela Lei 500/74, vale transcrever algumas das considerações extraídas da exposição de motivos da LC 180:

"... Artigo 205 - Propõe as alterações necessárias da Lei n° 500, de 13111/74, para que se possa estender aos servidores regidos por

ela os direitos, as vantagens e os benefícios que o projeto institui para todos os servidores e funcionários..,

O reconhecimento de funções de natureza permanente, tirando

do temporário a perspectiva de demissão iminente que a redação

anterior estabelecia, é medida de justiça, sobretudo considerando-

se que o número desses servidores está hoje estimado em 150.000..."

O fato de não ser a autora titular de cargo não constitui distinção que justifique seja ela privada da licença prêmio. Como decorre do artigo 209

do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado, a licença é uma recompensa pela

assiduidade e disciplina do servidor. A circunstância de se tratar ou não de titular de

cargo é irrelevante para que se alcancem as finalidades do benefício. Como instrumento

de estímulo à assiduidade e disciplina, ele é perfeitamente adequado aos servidores admitidos pela Lei 500/74.

A falta de estabilidade e, conseqüentemente, de efetividade é

mesmo a única discriminação razoável que se pode incluir no regime dos servidores

admitidos pela Lei 500/74. Ainda assim, grande parte deles foi beneficiada pela estabilidade anômala conferida pela Constituição de 1988. De qualquer modo, desprovido de sentido é negar a tais servidores a licença prêmio, direito que não tem nenhuma relação com a via utilizada para o acesso ao serviço público.

Não existe justificativa plausível para haver tratamento discriminatório, sequer alguma razão ontológica para esta diferenciação, que seja

compatível com o princípio da isonomia. Dessa forma, os regimes jurídicos dos servidores

estaduais devem ser considerados de forma sistemática, negando-se validade a normas

restritivas incompatíveis com o princípio constitucional.

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Daí conclui-se que o benefício da licença prêmio disciplinado

pelo artigo 209 e seguintes da Lei n° 10.621/68 também se aplica aos servidores regidos

pela Lei n° 500/74, pois não existe outra forma de fazer cumprir o mandamento

constitucional. Solução contrária teria a implicação de patentear uma

inconstitucional idade.

Nesse sentido a jurisprudência:

SERVIDOR PUBLICO. Admitido pela Lei n° 500/74. Licença-prêmio.

Direito estendido pela Lei Complementar n° 180/78. Artigo 12, III,

da Lei Complementar n° 644/89. Dispositivo que revogou a norma da Lei Complementar n° 180/78 que exigia a opção entre a licença

e a gratificação de natal, mas não excluiu do primeiro direito dos

servidores admitidos pela Lei 500/74. Sentença que julgou

procedente o pedido. Direito à licença - prêmio corretamente

reconhecido. Indenização que, todavia, deve ser afastada, pois, em

se tratando de servidor em atividade, ainda é possível o gozo da

vantagem. Recursos oficial e voluntário da Fazenda parcialmente

providos. (TJSP, 10a Câmara de Direito Público, Apelação Cível com

Revisão n° 84 5.921-5/3-00, Des. Relator Antonio Carlos Villen,

2009)

Importa destacar que diante do avolumado número de

processos relativos à matéria, fora suscitado competente Incidente de Uniformização de

Jurisprudência n° 118.453-5/2 no qual, a C. Turma Especial de Direito Público deste E.

Tribunal de Justiça proferiu o seguinte Acórdão:

"Os servidores públicos admitidos nos termos da Lei Estadual n°

500/74 têm o direito ao beneficio da licença-prêmio"

Relevante ressaltar, também, que a matéria restou inclusive

superada dentro do âmbito da própria Procuradoria Geral do Estado que editou a

Orientação Normativa SubG/Contencioso n° 03 nos seguintes termos:

'Considerando a jurisprudência firmada sobre a matéria e a

proposta formulada pela Procuradoria Judicial nos autos do Proc.

Adm. PI n' 8084/2005, que contou com a aprovação do Senhor

Procurador Geral do Estado, ficam os Procuradores do Estado da C Cr — Cr Área do Contencioso autorizados a não interpor recurso de

_ _ apelação, recurso extraordinário e recurso especial contra decisões

judiciais que tenham reconhecido o direito à licença-prêmio ou

sexta-parte a servidores públicos admitidos pela Lei Estadual n' = t̀ '_; 500/74" (DOE, 22.09.2005, pág. 31)."

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<t G Deste modo, incontroverso se mostra que a autora, servidora

do Estado, ainda que contratada pelo regime da Lei Estadual n° 500/74, faz jus à licença- ,

- j prêmio, vez que trata-se de beneficio estendido a todos os servidores públicos.

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- DO DIREITO À INCLUSÃO DA GRATIFICAÇÃO REMUNERATÓRIA PRÊMIO DE INCENTIVO NAS BASES

DE CÁLCULO DO 1 3a (DÉCIMO TERCEIRO) SALÁRIO, BEM COMO NO ACRÉSCIMO DE 1 /3 (UM TERÇO) DAS FÉRIAS.

O Prêmio de incentivo foi criado pela Lei Complementar n°

8.975, de 25 de novembro de 1994, que em seu art. 1° estabelece a finalidade e as condições para a concessão do benefício, de seguinte teor: "objetivando o incremento da produtividade e o aprimoramento da qualidade dos serviços prestados na área da saúde, mediante avaliação dos seguintes fatores:

- integralidade da assistência ministrada;

- grau de resolutividade da assistência ministrada; Ill - universidade do acesso e igualdade do atendimento; IV - raciona/idade dos recursos para manutenção e funcionamento dos serviços,•

V - crescente melhoria do Sistema Único de Saúde - SLIS/SP"

Houve prorrogação do pagamento do Prêmio de Incentivo

pela Lei n° 9.185/95 e a partir da edição da Lei ri* 9.463/96, passou a ser concedido por tempo indeterminado.

Com a edição da Lei 9.463/96, que alterou a redação da lei instituidora do benefício, e do Decreto n° 41.794/97, que regulamentou a concessão do

Prêmio Incentivo, o benefício foi estendido a todos os servidores da saúde,

independentemente de avaliação do servidor, limitado ao percentual de 50% (cinqüenta por cento) dos recursos destinados ao benefício.

A vantagem outorgada aos servidores em atividade tem caráter geral, constituindo na realidade em aumento disfarçado de vencimentos de ordem geral, integrando a remuneração.

Assim, em observância ao disposto no art. 1°, §1* da Lei

Complementar n° 644/89 e no texto constitucional (art. 7°, incisos VIII e XVII c.c. art. 39, §3'), impõe-se a inclusão do Prêmio de Incentivo para fins de cálculo do décimo terceiro salário e do acréscimo de 1/3 (um terço) das férias.

Importante a transcrição de um trecho do Decreto n°

42.955/98, que alterou o Decreto n° 41.794/97, regulamentador do Prêmio de Incentivo:

Artigo 3' - O Prêmio de Incentivo será pago mensalmente e terá corno composição percentual máxima o que se segue: (..) - (grifo nosso)

O 13° salário é um direito social, devendo ser pago com base

na remuneração integral ou sobre o valor da aposentadoria, assegurado pela Constituição

federal em seu artigo 7°, inciso VIII, abaixo transcrito:

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Artigo r - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

vIli - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria. (grifo nosso)

Frise-se que a norma constitucional é clara quando

determina que o 13° salário deve ser pago com base na remuneração integral. Tal direito

igualmente é assegurado pelo parágrafo 3° do artigo 124 da Constituição Estadual.

O décimo terceiro salário pago aos servidores estaduais é

regulado também pela Lei Complementar n° 644/89, que igualmente determina o seu

pagamento com base na remuneração integral ou no valor de proventos de aposentadoria,

conforme transcrição que segue:

Artigo 1° - O décimo terceiro salário de que trata o artigo 39, §

combinado com o artigo 7°, inciso VIII, da Constituição Federal, será

paoo anualmente, em dezembro, a todos os servidores públicos

civis e militares do Estado, devendo ser calculado com base na

remuneração integral ou no valor dos proventos de aposentadoria

ou reforma a que fizerem jus naquele mês.

§ 1 0 - Para os fins desta lei complementar, entende-se por

remuneração integral a soma de todos os valores percebidos Pelo

servidor em caráter permanente, compreendendo:

§ 4° - Para fins de cálculo do décimo terceiro salário, não serão

considerados os valores pagos sob quaisquer dos seguintes títulos.'

I. indenização de qualquer natureza;

2. pagamentos atrasados não pertinentes ao exercício;

3. acréscimo de 1/3 (um terço) à retribuição mensal do servidor, de

que trata o artigo 39 , § 2° , combinado como artigo 7° , inciso XVII,

da Constituição Federal ,

4. créditos do Programa de Integração Social e do Programa de

Assistência ao Servidor Público Estadual;

5. diárias e ajuda de custo;

6. auxílio-transporte;

7. aplicação dos itens 1 e 2 do § 3° do artigo 7° da Lei

Complementar n" 567 , de 20 de julho de 1988;

8. salário-família e salário-esposa; e

9. outros que não sejam pertinentes à remuneração ou aos

proventos.

Observe-se que conforme o artigo 1°, parágrafo 4°, excluem-

se somente as vantagens absolutamente transitórias, como auxílio transporte, diárias,

ajuda de custo, e outras, diversas do Prêmio de Incentivo, que é vantagem paga

mensalmente, integrando os vencimentos com habitualidade desde o ano de 1994, sem

interrupção, o que justifica o seu computo do 13' salário.

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Com efeito, o acréscimo de 1/3 (um terço) sobre as férias é

devidamente assegurado pelo inciso XVII, do artigo 7° da Constituição Federal, conforme segue:

Art. 7•

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal (grifo nosso)

É inegável que a verba tem natureza remuneratória e, dessa

forma, deve ser compreendida na base de cálculo do décimo terceiro salário. Isso porque

o artigo 7°, VIII, da Constituição Federal, aplicável aos servidores do Estado por força do

artigo 39, § 3°, da Carta Magna, e do artigo 124, § 3°, da Constituição Estadual, determina

que o pagamento do décimo terceiro salário se fará "com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria".

Da mesma forma, considerando o seu caráter remuneratório,

a vantagem deve ser incluída para cômputo do terço constitucional das férias (art. 7°, XVII e 39, § 3*, da CF).

Nessa esteira, já decidiu a 13° Câmara do E. Tribunal de Justiça:

'Administrativo - Embargos infringentes - Servidores da Secretaria

da Saúde - Prêmio de Incentivo criado pela Lei 8.975/94 - Cômputo

dessa verba no 13* salário e no 1/3 de férias - Pretensão lídima -

Alteração introduzida pela Lei 9.463/96, a estender a vantagem, no

percentual mínimo de 50%, a todos os servidores em exercício, sem

vinculação a qualquer tarefa ou condição de trabalho especifico -

Caráter de vencimento que resta patente - Procedência singular que

se mantém - Honorária majorada - Embargos acolhidos." (Embargos infringentes ri* 732346-5/4-01, Relator Des. Ivan Sartori, j.24.06.2009)

No mesmo sentido, a Apelação Cível n' 861.870-5/7-00, cujo Relator foi o E. Desembargador MARREY UINT, assim dispôs:

A despeito da disposição literal que o valor do prêmio incentivo

não incidirá no cálculo do décimo terceiro, é certo que o dispositivo vai contra as disposições constitucionais do artigo VIII e 39, § porque são assegurados aos servidores ocupantes de cargos públicos o décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria. 4-1

Com relação à requerida efetuar o pagamento do Prêmio de

Incentivo nas férias, contudo, sem creditar o acréscimo de 1 /3 (um terço), igualmente não pode prevalecer.

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Assim o beneficio tem caráter remuneratório e integra os

vencimentos, não tendo, pois, sua natureza de indenização."

'Servidores estaduais - Diferenças do 13' salário e do acréscimo de

um terço das férias, em virtude de exclusão da vantagem pecuniária

denominada 'Prêmio de Incentivo à Qualidade' (PIO), instituída pela

Lei Estadual n' 8.975, de 1994, com suas alterações posteriores -

Ofensa aos artigos 7, incisos VIII e XVII, e 39, parágrafo 3", da

Constituição Federal - Precedentes - Verba honorária que deve ser

fixada em 10% sobre o total da condenação, devidamente

atualizado - Artigo 20. § 40, do Código de Processo Civil -

Sentença de procedência da ação - Provimento integral do recurso

dos autores, para a modificação da verba honorária, e

desprovimento dos recursos da Fazenda Pública e do Juízo 'ex

officio este último considerado interposto, mantida no mais a r.

sentença recorrida, também por seus próprios e jurídicos fundamentos"

(Apelação Cível ri' 850.300-5/1-00, 5a Câmara de Direito Público,

Relator Desembargador Osvaldo Magalhães).

Por fim, registre-se que o fato de a requerida não efetuar o

pagamento do 13° salário e do acréscimo de 1/3 (um terço) das férias sobre o Prêmio de

Incentivo percebido pelos servidores da Secretaria de Saúde, viola também o princípio da

igualdade.

Os servidores pertencentes à Secretaria da Fazenda

percebem mensalmente o Prêmio de Incentivo à Qualidade - PIQ, que é computado não só

no pagamento do 13° salário como também no acréscimo de 1/3 (um terço) das férias,

consoante determina o art. 7° da Lei Complementar n° 887/2000.

O Prêmio de Incentivo (servidores da Saúde) e o Prêmio de

Incentivo à Qualidade (servidores da Fazenda) são muito parecidos, eis que pagos a todos

os servidores das respectivas Secretarias, sem qualquer requisito especial, bastando estar

em exercício para percebê-los, e assim, nítido o desrespeito ao princípio da igualdade.

Dos PEDIDOS

Isto posto, requer-se a Vossa Excelência, digne-se em

determinar a CITAÇÃO da requerida no endereço declinado na parte preambular,

facultando-se ao Senhor Oficial de justiça proceder ao cumprimento do mandado citatório

nos dias e horários de exceção, na forma do Artigo 172, § 2°, do Código de Processo

Civil, para, querendo, apresentar contestação, sob pena de revelia, devendo a presente

Ação Declaratória ser julgada TOTALMENTE PROCEDENTE, ao final, a fim de declarar

reconhecido o direito da autora ao beneficio da licença prêmio, conquanto satisfeitos os

requisitos do art. 209 e seguintes da Lei n° 10.621/68, determinando à requerida a

obrigação de apostilar o título ao prontuário da servidora, bem como para declarar

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reconhecido o direito da autora ao apostilamento para o fim de fazer constar seu direito

ao cômputo do valor do Prêmio de Incentivo para fins de cálculo do décimo terceiro e do

acréscimo de 1/3 sobre o período de férias, e ao pagamento das diferenças de valores

vencidos e vincendos, e respectivos reflexos nos meses subsequentes, até o cumprimento

da obrigação de fazer, observada a prescrição qüinqüenal, corri atualização monetária a

partir da data em ave cada parcela deveria ter sido paga e juros moratórios, contados da

citação, nos termos da Lei n' 11.960/09.

No caso, ainda, de se tornar inviável o gozo da licença em

virtude de exoneração, aposentadoria por invalidez permanente, falecimento, ou, ainda,

aposentadoria ou inativação compulsória, requer o pagamento do beneficio em pecúnia.

Requer, mais, sejam os cômputos realizados de acordo com os períodos de aquisição,

desde a admissão.

Requer os benefícios da Assistência judiciária Gratuita, nos

termos da Lei 1060/50, por ser a autora pessoa pobre na acepção jurídica do termo,

destituída de recursos financeiros, sendo certo que arcar com as despesas do processo

importará em prejuízo para seu próprio sustento e de sua família, tudo consoante

declaração anexa firmada nos moldes e sob as penas da Lei.

Pretende provar o alegado através de todos os meios

admitidos em Direito, de forma lícita, principalmente através do depoimento pessoal do

representante legal da requerida, perícias, prova testemunhal, em especial, oitiva de

testemunhas, juntada de novos documentos, avaliações, dentre outros.

Requer a condenação da requerida ao pagamento das

despesas e custas processuais, demais cominaçôes legais e de estilo, mais a verba

honorária, conforme o artigo 20, parágrafo 4°, do Código de Processo Civil.

Requer, finalmente, a juntada do incluso instrumento de

mandato, devendo todas as intimações serem feitas em nome de Gardner Gonçalves

Grigoleto, OAB/SP 186.778, que possui escritório profissional no endereço constante do

preâmbulo e rodapé, sob pena de nulidade.

Dá-se à causa o valor de R$ 22.980,00 (Vinte e dois mil e novecentos e oitenta reais).

Ante ao exposto, D.R. e A

Com inclusos document

P. Deferimento.

São Paulo, 22 de outubro de 2 11.

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GARDNER GONÇALVES G IGOL O r- OAB/SP IS. 77

/ / /

9

Proc. n2 7.883/11

VISTOS.

ADRIANA DE MORAES MURTA ajuizou a presente ação de rito ordinário contra a FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO, alegando que é servidor (a) público (a) do Estado admitido pela lei 500/74, tendo preenchido os requisitos para a obtenção da licença-prêmio, mas não obteve o reconhecimento do direito, mesmo em pleito administrativo. Requer também, em razão do cargo exercido na Secretaria da Saúde. face à instituição do prêmio de incentivo aos servidores em exercício na Secretaria mencionada, a incidência do benefício pecuniário em questão, sobre 13° salário, terço constitucional, enfim, ser integrado a remuneração para todos os efeitos legais, apostilando-se o título, além de verbas vencidas.

A Fazenda foi citada e contestou, alegando que o (a) autor (a) perdeu o interesse de agir, pois o ilustre Governador do Estado de São Paulo, por despacho exarado em 22/11/11, acolheu a representação da Procuradoria Geral do Estado, estendendo a todos os servidores temporários, admitidos pela lei n° 500/74, o direito à licença-prêmio. Com relação ao 2° pedido, defende a sua improcedência, sob a alegação de que a gratificação concedida pela Lei Estadual n° 9.463/96, pela natureza de transitoriedade e excepcionalidade da vantagem que representa, é vedada a incorporação aos vencimentos.

Sobreveio réplica.

É o relatório.

DECIDO.

de direito. A ação comporta julgamento antecipado pois a matéria é unicamente

I — Da Licença Prêmio.

O pedido é procedente.

A Constituição Estadual (artigo 126) não faz qualquer distinção entre servidores efetivos ou não.

Por esse motivo não pode haver tratamento diferenciado entre servidores estatutários e aqueles admitidos na forma da lei 500/74.

Os servidores da lei 500 possuem os mesmos deveres e exercem as mesmas funções dos funcionários efetivos, não havendo motivo do tratamento diferente.

Cumpre consignar que a jurisprudência majoritária do Egrégio

Tribunal de Justiça posiciona-se no sentido abaixo mencionado:

SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL - Admissão pela Lei n. 500/74 - Licença prêmio pleiteada - Admissibilidade -Inteligência dos artigos 124 da Constituição do Estado e 39 da Constituição da República - Segurança concedida - Recurso não provido. A expressão servidor público, na Constituição, é designativo genérico abrangente de todos os que, sob o regime de cargo ou emprego, estão vinculados por relação de caráter profissional à Administração direta, indireta ou funcional em quaisquer dos Poderes, ou órbitas do Governo. (Ap. Cível n. 231.687-1 - Bauru - 4° Câmara Civil - Relator: Toledo Silva -29.07.95 - V.U.)

SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL - Lei n. 500/74 - Licença prêmio - Admissibilidade face ao tratamento isonômico constitucional - Artigo 39, § 1° - Recursos não providos. (Apelação Cível n. 243.623-1 - Bauru - 6° Câmara de Direito Público - Relator: Afonso Faro - 15.04.96 - V.U.)

ADMINISTRATIVO - Funcionário admitido sob o regime da Lei Complementar rn. 500 - Licença-prêmio - Admissibilidade -Recurso provido. O artigo 129, da Carta Bandeirante, bem como os demais que tratam dos servidores, não fazem qualquer distinção entre funcionários públicos, ocupantes de cargos, e servidores, que exercem função atividade. (Apelação Cível n. 236.333-1 - São Paulo - 7° Câmara Civil - Relator: Benini Cabral - 08.11.96 - V.U.)

O Eg. Tribunal de Justiça do Estado em brilhante Acórdão relatado pelo ilustre Desembargador Marcus Andrade na Apelação Civil n° 231.404-1/8-00, resolve a matéria com felicidade impar, em v. acórdão que permito-me transcrever parcialmente, e segundo o qual:

"inexiste motivação bastante para restringir o dimensionamento da expressão servidor público estadual, contida no artigo 129 da Constituição do Estado, que a ele assegura a sexta-parte dos vencimentos integrais, concedidos aos 20 anos de efetivo exercício, incorporada para todos os efeitos. Quer os celetistas, quer os admitidos na conformidade da Lei 500/74 são servidores públicos. É o que atesta o art. 205, da Lei Complementar 180, de 12 de maio de 1978. Quanto aos aposentados a extensão do benefício decorre do parágrafo 40, do artigo 40 da Constituição Federal e do parágrafo, do mesmo número, do art. 126 da Carta Magna do Estado. Ante o ditame constitucional, compreensivo de todos os servidores públicos e não só do funcionário detentor de cargo, inócuo invocar o art. 39 da Constituição Federal, sob o ângulo de que o regime jurídico único depende de regulamentação. Também divorciado do tema, o artigo 23, do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Paulista, pois apenas busca atribuir situação isonômica aos extranumerários estáveis, confrontados com os servidores, exercerdes de idênticas funções, beneficiados pelas disposições da Constituição Federal de 1967. Este último posicionamento bem mostra o caráter restritivo do mencionado art. 23, sem a mínima relação com o art. 129 inserido no corpo da Constituição. Considerada idêntica

perspectiva cabe, também, reconhecer o direito do impetrante à licença prêmio. Trata-se de vantagem, intimamente, relacionada ao adicional por qüinqüênio, porque, também, é concedida em cada período de cinco anos (art. 209 do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo). A restrição aos funcionários, igualmente, não mais pode ser admitida, ante a abrangente expressão servidor público estadual do aludido art. 129 da Constituição do Estado. Se após o qüinqüênio de exercício e deferido o adicional, também o será a licença-prêmio, verificados os requisitos próprios desta última. Não há motivação válida, após a Carta Paulista, para excluir os servidores não funcionários desse benefício. Quanto às exigências para o deferimento da licença-prêmio, a documentação, anexada pelo impetrante, afigura-se suficiente. A declaração firmada por Diretor Técnico de Serviço (fs. 13), revela possuir mais de 20 anos de serviço público estadual e fazer jus ao quarto adicional, o que vem atestado por seu demonstrativo de pagamento (fls. 13/14), onde se verifica que já recebe o adicional por qüinqüênios. A Fazenda do Estado, que tem amplo acesso ao seu prontuário, é que caberia evidenciar e noticiar a interrupção do exercício ou a aplicação de penalidade administrativa".

A solução dada pelo V. Acórdão é a mesma desta ação, cabendo apenas à Administração a verificação dos requisitos objetivos constantes do artigo 209 do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (lei n° 10.261/68) para o benefício.

Há vários outros julgados em abono à tese dos autores, entre eles Ap. Civil n° 257.917.1/9, rel. Eduardo Braga; Ap. Civil n° 231.687-1/8 da Comarca de Bauru, j. 29.06.95, rel. Toledo Silva; Ap. n° 243.074-1/3, rel. Ribeiro Machado; Apelação Cível n° 157.843-1/1, rel. Cezar Peluso; Apelação Cível n° 236.333.1/0; Apelação n° 66.219-1 - 5' Câmara Cível - rel. Jorge Tanus; Apelação Cível n° 22.296-1, rel. Pinheiro Franco; Apelação n° 64.911-1, rel. Ney Almada; Apelação Cível n° 74.651-1, rel. Rebouças de Carvalho e Apelação n° 77.581 - la Câmara Civil, rel. Álvaro Lazzarini.

Somente não possuem o direito aqueles que interromperam o período de exercício ou que tenham recebido alguma penalidade administrativa, bem como aqueles cujo período aquisitivo é anterior à promulgação da Constituição Estadual, pois esta Lei Fundamental é que da sustentação à pretensão do autor.

II — Do Prêmio de Incentivo.

O pedido é improcedente.

O pedido deduzido na inicial não comporta acolhimento.

Com efeito, a vantagem pecuniária concedida aos servidores ativos da Secretaria da Saúde tem natureza jurídica de gratificação.

Importa buscar na doutrina o conceito de gratificação:

"Gratificações: são vantagens pecuniárias atribuídas precariamente aos servidores que estão prestando serviços comuns da função em condições anormais de segurança, salubridade ou oneras-idade (gratificação de serviço), ou concedidas como ajuda aos servidores que reúnam as condições pessoais que a lei especifica (gratificações especiais). As gratificações - de serviço ou pessoais - não são liberalidades puras da Administração; são vantagens pecuniárias concedidas por recíproco interesse do servido e do servidor, mas sempre vantagens transitórias, que não se incorporam automaticamente ao vencimento, nem

geram direito subjetivo à continuidade de sua percepção. Na feliz expressão de Mendes de Almeida, "são partes contingentes, isto é, partes que jamais se incorporam aos proventos, porque pagas episodicamente ou em razão de circunstâncias momentâneas".

Como já vimos precedentemente, as gratificações distinguem-se dos adicionais porque estes se destinam a compensar encargos decorrentes de funções especiais, que se apartam da atividade administrativa ordinária, e aquelas - as gratificações - visam a compensar riscos ou ônus de serviços comuns realizados em condições extraordinárias, tais corno os trabalhos executados em perigo de vida e saúde, ou no período noturno, ou além do expediente normal da repartição, ou fora da sede etc. As gratificações são concedidas em razão das condições excepcionais em que está sendo prestado um serviço comum (propter laborem) ou em face de situações individuais do servidor (propter personam), diversamente dos adicionais, que são atribuídos em face do tempo de serviço (ex fato officii). Não há confundir, portanto, gratificação com adicional, pois são vantagens pecuniárias distintas, com finalidades diversas, concedidas por motivos diferentes. A gratificação é retribuição de um serviço comum prestado em condições especiais; o adicional é retribuição de uma função especial exercida em condições comuns. Daí por que a gratificação é, por índole, vantagem transitória e contingente e o adicional é, por natureza, permanente e perene". (Hely Lopes Meirelles. Direito Administrativo Brasileiro, 19° Ed. p. 412/413)

Conclui o eminente doutrinador, aduzindo: "Em última análise, a gratificação não é vantagem inerente ao cargo ou a função, sendo concedida em face das condições excepcionais do serviço ou do servidor".

A lei estadual instituidora desta gratificação traz explícitas as condições para a concessão da vantagem, que surge em razão da necessidade de aumentar a produtividade dos servidores em atividade na Saúde.

Diante desta situação, importa observar, como o Estado é livre para aplicar suas rendas e organizar seus serviços, pode estabelecer o regime de trabalho e de pagamento de seus servidores tendo em vista as peculiaridades locais e as possibilidades de seu orçamento.

Os preceitos reguladores das relações jurídicas entre a Administração e o servidor se constituem em normas estatutárias e os mecanismos de reajuste dos vencimentos dos servidores públicos são criados por lei.

Portanto, como benefício é uma vantagem considerada pro labore

,faciendo, de cunho transitório, em virtude apenas do exercício da função, não incorporável aos vencimentos, diante do incentivo dado aos servidores para o aprimoramento de suas funções perante a Secretaria de Saúde, observa-se a impossibilidade jurídica de se repercutir na forma como pretendida pela autora.

Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido. Mínima a sucumbência do (a) autor (a), arcará a ré com custas e honorários de 10% do valor da condenação. Sentença sujeita à reexame necessário.

P.R.I.

Registro: 2014.0000189140

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação n° 0053691- 92.2011.8.26.0405, da Comarca de Osasco, em que é apelante/apelado ADRIANA DE MORAES MURTA (JUSTIÇA GRATUITA), é apelado/apelante FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO. ACORDAM, em 13' Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento ao recurso da autora e negaram provimento aos remanescentes. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores BORELLI THOMAZ (Presidente) e DJALMA LOFRANO FILHO. São Paulo. 26 de março de 2014.

APELAÇÃO CÍVEL N° 0053691-92.2011.8.26.0405 APELANTE: ADRIANA DE MORAES MURTA. APELADA: FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO. RECORRENTE: JUÍZO EX OFFICIO. Juiz de Direito prolator da r. sentença: Dr. Olavo Sá Pereira da Silva 2' Vara da Fazenda Pública da Comarca de São Paulo.

VOTO N° 22.189

SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL Pretensão ao reconhecimento da LICENÇA-PRÊMIO. Servidora admitida pelo regime especial da Lei n° 500/74. Perda superveniente do objeto. Despacho Normativo do Governado do Estado de São Paulo. no Processo PGE 18591-386117- 09 (CC-92.992-11) que estendeu o direito ao benefício da licença-prêmio aos servidores admitidos pelo regime da Lei n° 500/74. Expedida Portaria de Averbação de Licença-Prêmio em beneficio da autora. Condenação da Fazenda Pública ao pagamento das verbas de sucumbência. Princípio da causalidade. PRÊMIO DE INCENTIVO instituído pela Lei n° 8.975/94. Pretensão de inclusão dos valores percebidos a título de prêmio de incentivo na base de cálculo do DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO E DO ACRÉSCIMO DE UM TERÇO DAS FÉRIAS. CABIMENTO. Observância ao disposto no art. 1° e §1° da Lei Complementar Estadual n°. 644/89 e art. 7°, incisos VIII e XVII, c.c art. 39, §3°, da CF Sentença reformada. Recurso da autora provido e desprovidos os remanescentes.

Trata-se de ação pelo rito ordinário proposta por Adriana de Moraes Murta, servidora pública estadual, em face da Fazenda do Estado de São Paulo. Alega que foi admitida pelo regime da Lei n° 500/74, para exercer o cargo de enfermeira lotada no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Objetiva o reconhecimento do direito ao gozo do benefício da licença-prêmio e a integração da vantagem denominada "Prêmio de Incentivo", instituída pela Lei n° 8.975/94, no cálculo do décimo terceiro salário e do terço constitucional de férias, bem como o pagamento das diferenças dos valores

vencidos e vincendos, acrescidas de juros e correção monetária, observada a prescrição quinquenal. A r.sentença de fls. 49/56 julgou procedente o pedido de licença prêmio e improcedente a incidência do prêmio de incentivo sobre o 13° salário e sobre o terço constitucional de férias, condenando a Fazenda Estadual nas custas e honorários advocatícios de 10% sobre o valor da condenação. Consignado o reexame necessário. Os embargos de declaração, impetrados pela Fazenda às fls. 59/60, foram conhecidos, porém seu provimento foi negado, fl. 67. Apela a autora postulando a procedência quanto à integração da vantagem denominada -Prêmio de Incentivo", instituída pela Lei n° 8.975/94, no cálculo do décimo terceiro salário e do terço constitucional de férias (fls. 62/66). Contrarrazões apresentadas pela Fazenda às fls. 71/74. Apela a Fazenda alegando ausência de interesse de agir da autora, no que tange ao direito à licença prêmio, e postulando o afastamento de sua condenação ao pagamento de custas e honorários advocatícios (fls. 89/93).

É o relatório.

Trata-se de ação pelo rito ordinário proposta por servidora pública estadual, admitida nos termos da Lei n° 500/74, que objetiva a condenação da requerida ao reconhecimento do direito ao gozo do beneficio da licença-prêmio e a integração da vantagem denominada "Prêmio de Incentivo", instituída pela Lei n° 8.975/94, no cálculo do décimo terceiro salário e do terço constitucional de férias, com o pagamento das diferenças acrescidas de juros e correção monetária, respeitada a prescrição quinquenal. Consoante se infere da documentação acostada às fls. 94/100, observamos que por meio do Despacho Normativo do Governador do Estado de São Paulo, no Processo PGE 18591-386117-09 (CC-92.992-11), em que a Administração Pública Estadual, com assento no art. 2°, XI, da LC 478/86, autorizou a extensão, aos servidores públicos estaduais admitidos sob a égide da Lei no. 500/74, dos efeitos das decisões judiciais que reconhecem a tais agentes o direito ao benefício da licença-prêmio, admitido o cômputo de períodos aquisitivos desde o respectivo ingresso e retroagindo a averbação ao preenchimento dos requisitos previstos nos art. 209 e 2010 da Lei n°. 10.261/68. Em decorrência do referido despacho, foi editada a Instrução UCRH n° 03/2011, cujo objetivo consiste na padronização e orientação dos procedimentos a serem adotados pelos órgãos setoriais, subsetoriais e de pessoal das Secretarias de Estado, referentes ao conteúdo do referido Despacho Normativo do Governador. Desta feita, em 03.10.2012 a requerida expediu Portaria de Averbação de Licença Prêmio em benefício da autora, referente ao período aquisitivo de 19.11.2002 a 17.11.2007, fl. 96.

Por tal razão, forçoso constatar a perda superveniente do objeto. Todavia, no que tange à fixação dos ônus da sucumbência, alguns esclarecimentos se fazem necessários. Pelo princípio da causalidade, aquele que deu causa à propositura da ação deve ser responsabilizado pelo pagamento dos ônus da sucumbência. No caso, é de ser ver que a Fazenda é quem deu causa ao ajuizamento da demanda, haja vista que o reconhecimento da licença prêmio da autora só ocorreu com a portaria de averbação expedida em 03.10.2012, após a impetração da ação que ocorreu em 02.12.2011. Assim, a presente ação, quando ajuizada, era meio necessário e útil a satisfazer a pretensão da autora. Portanto, não assiste razão a Fazenda quando pleiteia a exclusão dos ônus da sucumbência fixados na r.sentença. Quanto ao Prêmio de Incentivo pleiteado nestes autos, este foi criado pela Lei Complementar n° 8.975, de 25 de novembro de 1994, que em seu art.1° estabelece a finalidade e as condições para a concessão do beneficio, de seguinte teor: "objetivando o incremento da produtividade e o aprimoramento da qualidade dos serviços prestados na área da saúde, mediante avaliação dos seguintes fatores: I - integralidade da assistência ministrada; II - grau de resolutividade da assistência ministrada; III - universidade do acesso e igualdade do atendimento; IV - racionalidade dos recursos para manutenção e funcionamento dos serviços,. V - crescente melhoria do Sistema Único de Saúde - SUS/SP."

Houve prorrogação do pagamento do Prêmio de Incentivo pela Lei n° 9.185/95 e a partir da edição da Lei n° 9.463/96, passou a ser concedido por tempo indeterminado. Com a edição da Lei 9.463/96, que alterou a redação da lei instituidora do beneficio, e do Decreto n° 41.794/97, que regulamentou a concessão do Prêmio Incentivo, o beneficio ora pleiteado, foi estendido a todos os servidores da saúde, independentemente de avaliação do servidor, limitado ao percentual de 50 % (cinqüenta por cento) dos recursos destinados ao beneficio, vez que tal montante não tem caráter propter laborem. (art. 2°,§1° da Lei 9.463/96 c/c o art. 3°, I, do Decreto 41.794/97-fls.293/294) Assim, a vantagem outorgada aos servidores em atividade tem caráter geral, constituindo na realidade em aumento disfarçado de vencimentos de ordem geral, integrando a remuneração. Assim, em observância ao disposto no art.1°, §1° da Lei Complementar n°644/89 e no texto constitucional (art.7° incisos VIII e XVII c.c art.39, .§3°), impõe-se a inclusão do prêmio de incentivo para fins de cálculo do décimo terceiro salário e do acréscimo de 1/3 (um terço) das férias.

In casu, respeitada a prescrição quinquenal das prestações vencidas há mais de 05 (cinco) anos da propositura da ação, a correção monetária deverá ser paga nos moldes da Tabela Prática do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a partir da data em que se originou o referido débito, e os juros de mora deverão incidir a partir da citação, nos termos do art. 406, do Código Civil. Não se aplicam os índices previstos na Lei n°. 11.960, de 29 de junho de 2009, uma vez que, no julgamento das ADIs 4357 e 4425, o C. Supremo Tribunal Federal reconheceu, por arrastamento, a sua inconstitucionalidade. Ante o exposto, reconheço a perda superveniente do pedido de licença prêmio e julgo procedente a integração do Prêmio de Incentivo no cálculo do 13° salário e do terço constitucional de férias. Pela sucumbência arcará a Fazenda com os honorários advocatícios, fixados em 15% sobre o valor da condenação, bem como com as custas e as despesas processuais. Para efeito de eventual prequestionamento, importa registrar que a presente decisão apreciou as questões postas no presente recurso sem violar a Constituição Federal ou qualquer lei infraconstitucional. Recurso da autora provido e desprovido os remanescentes.

PEIRETTI DE GODOY Relator

Processo Físico n°: 0053691-92.2011.8.26.0405 Classe - Assunto Procedimento Sumário - Assunto Principal do Processo « Nenhuma

informação disponível =:).> Requerente: Adriana de Moraes Murta Requerido Fazenda do Estado de São Paulo Endereço da Parte Passiva Rua José Bonifácio. 278 - 6' Andar Sé - CEP 01003-000 - São Paulo - SI' Valor da Causa: R$ 22.980,00

Juiz(a) de Direito: Dr(a). Olavo Sá Pereira da Silva itiSTICA GRATUITA Ordem n° 78831 11

Vistos.

DEPRECADO: JUÍZO DE DIREITO DO SETOR UNIFICADO DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL/SP

anotações necessárias. Promova a Serventia a atual fase da execução, procedendo-se as

CITE-SE a Fazenda Pública nos termos do artigo 632 do Código de Processo Civil, para que cumpra o Obrigação de Fazer, consistente na integração do Prêmio de Incentivo no cálculo do 13° salário e do terço constitucional de férias no prontuário da autora, tudo nos termos da Sentença (tis. 49/56) e V. Acórdão (fls. 111/118).

Sem prejuízo, deverá a Executada apresentar os comprovantes de pagamento do prêmio de incentivo efetuado à autora desde dezembro de 2006 até a data da efetiva implementação, a fim de que a exequente possa elaborar memorial de cálculo que, após a juntada de tais documentos, deverá apresentá-lo no prazo de 30 (trinta) dias.

PRECATÓRIA. Servirá a presente decisão, por cópia digitada, como CARTA

Rogo a Vossa Excelência que após exarar o seu respeitável "cumpra-se", digne-se determinar as diligências necessárias ao cumprimento desta.

PROCURADOR(ES): Dr(a). Gardner Gonçalves Grigoleto e Yara Batista

Intime-se.

Osasco, 02 de julho de 2015.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

RECE

Em

rd. 4.0°. REMADA

Procurador do EstadoMatatinte Processo n" 0053691-92.2011.8.26.0405 - p. 1

OAPISP n" 1911.395

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DECISÃO - CARTA PRECATÓRIA

C.J., em 04/12/2015

NÃO DESTAQUE ESTE DOCUMENTO DO E PEDIENTE.

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ADRIANA DE MORAES MURTA (GDOC: 16560-1157378/2015)

PROCURADORIA REGIONAL DA GRANDE SÃO PAULO —

SECCIONAL DE OSASCO

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

FOLHA LÍDER

INTERESSADO ADRIANA DE MORAES MURTA - 114.830.818-00

LOCALIDADE OSASCO

ASSUNTO ACOMPANHAMENTO DE AÇÕES JUDICIAIS-GERAL - AÇÃO ORDINARIA

COMPLEMENTO CUMPRIMENTO DE DECISÃO - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO DO ASSUNTO 0053691-92.2011.8.26.0405

DATA 23/11/2015

0 1111 11 111 101 10 1 II 111 0 16560-1157378/2015

volume: 0001

Protocolado por: VERA LUCIA MARTINS

https://172.16.32.94/gdoc/paginas/termoFolhaLider.asp?tipo=9 23/11/2015

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA SECCIONAL DE OSASCO

AO EXPEDIENTE:

REF. AO PROCEDIMENTO ORDINÁRIO N°. 0053691-92.2011.8.26.0405 AUTORA: ADRIANA DE MORAES MURTA

RÉU: FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Trata-se do PROCEDIMENTO ORDINÁRIO N°. 0053691-92.2011.8.26.0405, em que a demandante, servidora admitida em caráter temporário pelo regime da Lei 500/74, pleiteia que lhe seja reconhecido o benefício da licença prêmio, bem como o cômputo do prêmio incentivo na base de cálculo do 13° salário e 1/3 de férias, pagando-se-lhe as diferenças do valores vencidos e vincendos, observada a prescrição quinquenal, com

atualização monetária e juros moratórios, nos termos da Lei n° 11.960/2009.

Sobreveio decisão definitiva favorável à autora.

Assim sendo, a Fazenda do Estado de São Paulo foi condenada a:

• Promover a integração do Prêmio de Incentivo no cálculo do 13° salário e

do terço constitucional de férias no prontuário da autora Adriana de Moraes Murta.

• Ao pagamento das diferenças pretéritas, respeitada a prescrição quinquenal.

A primeira providência deverá ser cumprida de imediato, sob pena de caracterização de desobediência.

Observo, contudo, que a segunda providência não há de ser cumprida no presente

momento, pois se trata de obrigação de pagar judicialmente imposta à Fazenda Pública, sujeitando-se, portanto, ao regime de RPV.

Rua Santa Terezinha, 52, Vila Yara - CEP 06026-040, Osasco-SP 2012.01.002904

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA SECCIONAL DE OSASCO

Acompanham a presente manifestação cópia da citação/intimação, petição inicial, atos decisórios e da intimação para cumprimento.

Com urgência, nos termos do art. 99 e 100 das "Rotinas do Contencioso Geral" (Resolução PGE 22/2012), forme-se expediente próprio com o tema "Cumprimento de Decisão", encaminhando-se à chefia desta seccional, consoante o previsto no art. 101 da referida normativa.

Imediatamente após, remeta-se à Secretaria de Estado da Saúde para a adoção das providências cabíveis.

Osasco, 13 de novembro de 2015.

RENAN ULINÕ SÃSTIAGO Procurador do Estado OAB/SP N° 329.030

fls. 1

PODER JUDICIÁRIO SÃO PAULO

COMARCA DE OSASCO - SP JUIZO DE DIREITO DA 2" VARA DA FAZENDA PÚBLICA

?OFICIO DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE OSASCO • SP R PRESIDENTE CASTELO BRANCO, 305 • CENTRO-Osasco/SP • CEP: 06016428 — 3685-0722 • Fax: 36854722 -e-mail:

osaico2fatejsp.jus.br

Processo n°:405.01.2011.053691.8/000000-000 Ordem n°: 7883/2011 Ação: DECLARATÓRIA Requerente: ADRIANA DE MORAES MURTA Requeridos: FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO Pessoa(s) a ser(em) citada(s) e intimada(s): FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO Endereço a ser diligenciado: Rua Pamplona, n° 227, 7° andar, São Paulo, SP. CEP 01405-100. JUSTIÇA GRATUITA

MANDADO DE CITAÇÃO

0(A) Doutor(a) JOSÉ TADEU PICOLO ZANONI, MM(a) Juiz(a) de Direito (em

exercício) da 2a. Vara da Fazenda Pública da Comarca de Osasco, Estado de São Paulo, na forma da lei,

MANDA a qualquer Oficial de Justiça: de sua jurisdição que, em cumprimento ao presente, expedido nos autos da ação em epígrafe, PROCEDA à CITAÇÃO da FAZENDA PÚBLICA, supracitada, na pessoa de seu Procurador Chefe, para responder(em) aos atos e termos da ação proposta, conforme cópia da petição inicial que segue anexa e de acordo com o seguinte despacho: "Vistos. 1. Cite-se. 2. Defiro a gratuidade. Anote-se. 3. Sem prejuízo, intime-se o (a) advogado (a) do (a) autor (a) para que proceda o recolhimento da taxa referente às custas do mandato, no prazo de 05 (cinco) dias. Decorrido, comunique-se à OAB. 4. Int"

PRAZO: 60 (sessenta) dias, (Já contados em quádruplo), da juntada do mandado aos presentes autos. ADVERTÊNCIA: Nos termos do artigo 285 do Código de Processo Civil, não sendo contestada a ação, presumir-se-ão aceitos pelo(a) requerido(a) como verdadeiros os fatos articulados pelo(a)(s) requerente(s).

CUMPRA-SE, obse das as formalidades legais. Em Osasco, Estado de São Paulo, aos 12 de dezemb de 2011. Eu LMA A. PEDROSO MORAES), Escrevente, digitai e providenciei a impressão Eu (ANGELA NUNE REIRA), Coordenadora, conferi e assino por ordem do(a) MM. Juiz(a) de Direito.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS DA FAZENDA A QUE

FOR DISTRIBUÍDA NA COMARCA DE OSASCO - ESÍADO DE SÃO PAULO.

iço

ADRIANA DE MORAES MURTA, brasileira, enfermeira, portadora do RG n° 19.843.129, inscrita no CPF/MF ni 114.830.818-00, residente e domiciliada na Rua Paula Rodrigues, 250, Bloco 9, apartamento 33, jardim Piratininga, CEP. 06233-030, na cidade de Osasco/SP, por intermédio do advogado, infra-assinado (instrumento de procuração anexo), com escritório profissional situado na Rua Marconi, 131, 2° andar, Conj. 207, República, CEP 01047-910, na cidade de São Paulo/SP, vem, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

ACAO DECLARATóRIA em face da

FAZENDA DO ESTADO DE SA0- PAULO, pessoa jurídica de Direito Público interno, com sede no Palácio Clóvis Ribeiro, sito à Avenida Rangei Pestana, n° 300, CEP 01017-911, Centro, na cidade de São Paulo-Capital, consoante fatos e fundamentos adiante articulados:

DOS FATOS

A autora é servidora pública lotada no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, admitida nos termos da Lei n° 500, de 13 de novembro de 1974,

conforme se denota da Declaração emitida pelo Serviço de Recursos Humanos do mencionado hospital e holerites anexos.

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s4 O ok Embora os servidores públicos, tanto no regime da Lei n°

10.261/68, como no regime da Lei n° 500/74 estejam sujeitos aos mesmos deveres e às

mesmas proibições, assim como ao regime de responsabilidade e às penas disciplinares

da repreensão, suspensão e multa, a Administração Pública entende que o benefício da

Licença Prêmio é uma vantagem restrita aos funcionários públicos estatutários, sob o

argumento de o regime jurídico no qual os autores foram contratados é diferente do

estatutário, não se aplicando o Estatuto ao regime especial da Lei n° 500/74.

Com relação ao prêmio de incentivo, gratificação de natureza remuneratória paga aos funcionários da área da saúde, nos termos do art. 1', §1' da Lei

Complementar n' 644/89 e no texto constitucional (art. 7', incisos VIII e XVII c.c art. 39,

§3'), impõe-se a inclusão do prêmio de incentivo para fins de cálculo do décimo terceiro

salário e do acréscimo de 1/3 (um terço) das férias. Contudo, a Administração não

cumputa em tal gratificação remuneratória percebida pela autora na base de cálculo do 13° salário e no acréscimo de 1/3 de férias.

A autora teve negado pela requerida o seu direito ao benefício da licença prêmio por assiduidade previsto no artigo 209 e seguintes da Lei n°

10.261/68 e com autorização expressa do artigo 181. Além disso, a requerida, em total

desrespeito à Constituição Federal, não computa o prêmio de incentivo percebido pela

autora (vantagem que integra de forma definitiva e permanente os vencimentos dos

funcionários da saúde) na base de cálculo do 13' (décimo terceiro) salário, nem no 1/3 referente às férias.

Pretende a autora, através da presente ação, a inclusão do

Prêmio de Incentivo nas bases de cálculo do 13' (décimo terceiro) salário, bem como no

acréscimo de 1/3 (um terço) das férias percebidas. Consequentemente pretende o

recebimento das diferenças do 13' salário e férias incorretamente calculados em razão da

não inclusão do Prêmio de Incentivo em suas bases de cálculo.

- Do DIREITO AO BENEFÍCIO LICENÇA PRÉMIO

A negativa de concessão do benefício da licença prêmio pela

Administração afronta a legislação vigente e princípios constitucionais da igualdade e

isonomia, assim como contraria a doutrina e a jurisprudência dominantes.

O artigo 209 da Lei n° 10.261/68 prescreve que "2 funcionário terá direito. como prêmio de assiduidade. à licença de 90 (noventa) dias em cada período de OS (cinco) anos de exercício ininterrupto._ em are não bafa sofrido qualquer penalidade administrativa".

A previsão contida no artigo 209 da Lei n' 10.261/68

(Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado) foi introduzida pela Lei Complementar

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180/78.não lhes podia ser estendida, pelo • simples fato de o Estatuto não se aplicar ao regime especial da referida Lei n" 500/74, ao qual eles estavam sujeitos.

A Lei Complementar n° 180/78 introduziu profundas

modificações no Estatuto. Entre outras inovações, o artigo 205, I, incluiu na, categoria de servidores os admitidos Pela Lei n° 500/74:

'Artigo 205 - Para os fins desta lei complementar, passam a ser considerados servidores:

- os admitidos em caráter temporário nos termos do artigo 1. ° da Lei n° 500, de 13 de novembro de 1974."

Uma das principais preocupações do legislador complementar estadual de 1978 foi eliminar injustas discriminações entre servidores e

funcionários. No tocante aos admitidos pela Lei 500/74, vale transcrever algumas das

considerações extraídas da exposição de motivos da LC 180:

"... Artigo 205 - Propõe as alterações necessárias da Lei n° SOO, de 13/11/74, para que se possa estender aos servidores regidos por ela os direitos, as vantagens e os benefícios que o projeto Institui para todos os servidores e funcionários...

... O reconhecimento de funções de natureza permanente, tirando do temporário a perspectiva de demissa() iminente que a redaçâo anterior estabelecia, é medida de justiça, sobretudo considerando-se que o número desses servidores está hoje estimado em 1 50.000..."

O fato de não ser a autora titular de cargo não constitui

distinção que justifique seja ela privada da licença prêmio. Como decorre do artigo 209

do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado, a licença é uma recompensa pela

assiduidade e disciplina do servidor. A circunstância de se tratar ou não de titular de

cargo é irrelevante para que se alcancem as finalidades do benefício. Como instrumento

de estímulo à assiduidade e disciplina, ele é perfeitamente adequado aos servidores

admitidos pela Lei 500/74.

A falta de estabilidade e, conseqüentemente, de efetividade é

mesmo a única discriminação razoável que se pode incluir na regime dos servidores

admitidos pela Lei 500/74, Ainda assim, grande parte deles foi beneficiada pela

estabilidade anômala conferida pela Constituição de 1988. De qualquer modo, desprovido

de sentido é negar a tais servidores a licença prêmio, direito que não tem nenhuma

relação com a via utilizada para o acesso ao serviço público.

Não existe justificativa plausível para haver tratamento

discriminatório, sequer alguma razão ontológica para esta diferenciação, que seja

compatível com o princípio da isonomia. Dessa forma, os regimes jurídicos dos servidores

estaduais devem ser considerados de forma sistemática, negando-se validade a normas

restritivas incompatíveis com o princípio constitucional.

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pelo artigo 209 e seguintes pela Lei n° 500/74, pois constitucional. Solução inconstitucionalidade.

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Dai conclui-se que o benefício da licença prêmio disciplinado da Lei n° 10.621/68 também se aplica aos servidores regidos não existe outra forma de fazer cumprir o mandamento contrária teria a implicação de patentear uma

Nesse sentido a jurisprudência:

SERVIDOR PUI3UCO. Admitido pela Lei n° 500/74. Licença-prêmio. Direito estendido pela Lei Complementar n" 180/78. Artigo 12, III, da Lei Complementar n° 644/89. Dispositivo que revogou a norma da Lei Complementar n° 180/78 que exigia a opção entre a licença e a gratificação de natal, mas não excluiu do primeiro direito dos servidores admitidos pela Lei 500/74. Sentença que julgou procedente o pedido. Direito à licença - prêmio corretamente reconhecido. Indenização que, todavia, deve ser afastada, pois, em se tratando de servidor em atividade, ainda é possível o gozo da vantagem. Recursos oficial e voluntário da Fazenda parcialmente providos. (1-J5P, 10a Câmara de Direito Público, Apelação Cível com Revisão n° 84 5.921-5/3-00, Des. Relator Antonio Carlos Vilien, 2009)

Importa destacar que diante do avolumado número de processos relativos à matéria, fora suscitado competente incidente de Uniformização de Jurisprudência ri' 118.453-5/2 no qual, a C. Turma Especial de Direito Público deste E. Tribunal de Justiça proferiu o seguinte Acórdão:

"Os servidores públicos admitidos nos termos da Lei Estadual n' 500/74 têm o direito ao benefício da licença prémio"

Relevante ressaltar, também, que a matéria restou inclusive superada dentro do âmbito da própria Procuradoria Geral do Estado que editou a Orientação Normativa SubG/Contencioso n' 03 nos seguintes termos:

'Considerando a Jurisprudência firmada sobre a matéria e a proposta formulada pela Procuradoria judicial nos autos do Proc. Adm. ei n' 8084/2005, que contou com a aprovação do Senhor Procurador Geral do Estado, ficam os Procuradores do Estado da Área do Contencioso autorizados a não interpor recurso de apelação, recurso extraordinário e recurso especial contra decisões judiciais que tenham reconhecido o direito à licença-prêmio ou sexta-parte a servidores públicos admitidos pela Lei Estadual n' 500/74" (DOE, 22.09.2005, pág. 31).°

Deste modo, incontroverso se mostra que a autora, servidora do Estado, ainda que contratada pelo regime da Lei Estadual n' 500/74, faz jus à licença-prêmio, vez que trata-se de beneficio estendido a todos os servidores públicos.

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- Do DIREITO A INCLUSÃO DA GRATIFICAÇÃO REMUNERATÓRIA PRÉMIO DE INCENTIVO NAS BASES

DE CÁLCULO DO 13' (DÉCIMO TERCEIRO) SALÁRIO, BEM COMO NO ACRÉSCIMO DE 1 /3 (UM TERÇO) DAS FÉRIAS.

O Prêmio de Incentivo foi criado pela Lei Complementar n' 8.975, de 25 de novembro de 1994, que em seu art. 1' estabelece a finalidade e as condições para a concessão do benefício, de seguinte teor: "objetivando o Incremento da produtividade e o aprimoramento da qualidade dos serviços prestados na área da saúde, mediante avaliação dos seguintes fatores:

I - integralldade da assistência ministrada; - grau de resolutividade da assistência ministrada; - universidade do acesso e igualdade do atendimento;

IV - racionalidade dos recursos para manutenção e funcionamento dos serviços, V - crescente melhoria do Sistema Único de Saúde - SUS/SP."

Houve prorrogação do pagamento do Prêmio de Incentivo pela Lei n° 9.185/95 e a partir da edição da Lei n' 9.463/96, passou a ser concedido por tempo indeterminado.

Com a edição da Lei 9.463/96, que alterou a redação da lei instituidora do benefício, e do Decreto ri' 41.794/97, que regulamentou a concessão do Prêmio Incentivo, o benefício foi estendido a todos os servidores da saúde, independentemente de avaliação do servidor, limitado ao percentual de 50% (cinqüenta por cento) dos recursos destinados ao benefício.

A vantagem outorgada aos servidores em atividade tem caráter geral, constituindo na realidade em aumento disfarçado de vencimentos de ordem geral, integrando a remuneração.

Assim, em observância ao disposto no art. 1', §1' da Lei Complementar n° 644/89 e no texto constitucional (art. r, incisos VIII e XVII c.c art. 39, §3°). impõe-se a inclusão do Prêmio de Incentivo para fins de cálculo do décimo terceiro salário e do acréscimo de 1/3 (um terço) das férias.

Importante a transcrição de um trecho do Decreto n' 42.955/98, que alterou o Decreto n' 41.794/97, regulamentador do Prêmio de Incentivo:

Artigo 3' - O Prêmio de Incentivo será oaao mensalmente e terá como composição percentual máxima o que se segue: (...) (grifo nosso) O 13° salário é um direito social, devendo ser pago com base

na remuneração Integral ou sobre o valor da aposentadoria, assegurado pela Constituição federal em seu artigo 7', inciso VIII, abaixo transcrito:

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ireitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além outros que visem à melhoria de sua condição social: VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração Integral ou no valor da aposentadoria. (grifo nosso)

Frise-se que a norma constitucional é clara quando determina que o 13' salário deve ser pago com base na remuneração Integral. Tal direito

igualmente é assegurado pelo parágrafo 3° do artigo 124 da Constituição Estadual.

O décimo terceiro salário pago aos servidores estaduais é regulado também pela Lei Complementar ri* 644/89, que igualmente determina o seu

pagamento com base na remuneração integral ou no valor de proventos de aposentadoria, conforme transcrição que segue:

Artigo 1° - O décimo terceiro salário de que trata o artigo 39, § 2°, combinado com o artigo 7°, inciso VIII, da Constituição Federal, sia pago anualmente. em dezembro. a todos os servidores públicos civis e militares do Estado. devendo ser calculado com base na remuneração ~oral ou no valor dos Proventos de aposentadoria ou reforma a que fizerem jus naquele mês.

§ 1° - Para os fins desta lei complementar. entende-se _por remuneração integral a soma de todos os valores percebidos Pelo servidor em caráter permanente, compreendendo:

§ 4° - Para fins de cálculo do décimo terceiro salário, não serão considerados os valores pagos sob quaisquer dos seguintes títulos: 1. Indenização de qualquer natureza; 2. pagamentos atrasados não pertinentes ao exercício; 3, acréscimo de 1/3 (um terço) à retribuição mensal do servidor, de que trata o artigo 39, § 2°, combinado como artigo 7°, inciso XVII, da Constituição Federal ;

4. créditos do Programa de Integração Social e do Programa de Assistência ao Servidor Público Estadual; S. diárias e aluda de custo; 6. auxílio-transporte; 7. aplicação dos itens 1 e 2 do 5 3° do artigo 7° da Lei Complementar n° 567, de 20 de julho de 1988; 8. salário-família e salário-esposa; e 9. outros que não sejam pertinentes à remuneração ou aos proventos.

Observe-se que conforme o artigo 1', parágrafo 4', excluem-

se somente as vantagens absolutamente transitórias, como auxílio transporte, diárias,

ajuda de custo, e outras, diversas do Prêmio de Incentivo, que é vantagem paga

mensalmente, integrando os vencimentos com habitualidade desde o ano de 1994, sem

interrupção, o que Justifica o seu computo do 13' salário.

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Com relação à requerida efetuar o pagamento do Prêmio de Incentivo nas férias, contudo, sem creditar o acréscimo de 1/3 (yrn terço), igualmente não pode prevalecer.

Com efeito, o acréscimo de 1/3 (um terço) sobre as férias é devidamente assegurado pelo inciso XVII, do artigo 7. da Constituição Federal, conforme segue:

Art. 7* -

XVII - cozo de férias anuais remuneradas com, velo menos. um terço a mais do que o salário normal. (grifo nosso)

É inegável que a verba tem natureza remuneratória e, dessa forma, deve ser compreendida na base de cálculo do décimo terceiro salário. Isso porque o artigo 7', VIII, da Constituição Federal, aplicável aos servidores do Estado por força do

artigo 39, § 3', da Carta Magna, e do artigo 124, § 3', da Constituição Estadual, determina que o pagamento do décimo terceiro salário se fará "com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria".

Da mesma forma, considerando o seu caráter remuneratório, a vantagem deve ser incluída para cômputo do terço constitucional das férias (art. r, XVII e 39, § 3', da CF).'

Nessa esteira, já decidiu a 13' Câmara do E. Tribunal de justiça:

"Administrativo - Embargos infringentes - Servidores da Secretaria da Saúde - Prêmio de Incentivo criado pela Lei 8.975/94- Cômputo

dessa verba no 13' salário e no 1/3 de férias - Pretensão lídima -Alteração introduzida pela Lei 9.463/96, a estender a vantagem, no percentual mínimo de SON, a todos os servidores em exercício, sem vinculação a qualquer tarefa ou condição de trabalho especifico -Caráter de vencimento que resta patente - Procedência singular que se mantém - Honorária majorada - Embargos acolhidos." (Embargos infringentes n* 732.546-5/4-01, Relator Des. Ivan Sartori, J.24.06.2009)

No mesmo sentido, a Apelação Cível n' 861.870-5/7-00, cujo Relator foi o E. Desembargador MARREY UINT, assim dispôs:

A despeito da disposição literal que o valor do prêmio incentivo não incidirá no cálculo do décimo terceiro, é certo que o dispositivo vai contra as disposições constitucionais do artigo r, Vill e 39, § 3, porque são assegurados aos servidores ocupantes de cargos públicos o décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria. (...)

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Assim o benefício tem caráter remuneratório e integra vencimentos, não tendo, pois, sua natureza de indenização."

Servidores estaduais - Diferenças do 13' salário e do acréscimo de um terço das férias, em virtude de exclusão da vantagem pecuniária denominada 'Prêmio de Incentivo à Qualidade' (PIO, instituída pela Lei Estadual n' 8.975, de 1994, com suas alterações posteriores -Ofensa aos artigos 7, Incisos VIII e XVII, e 39, parágrafo 3, da Constituição Federal - Precedentes - Verba honorária que deve ser fixada em 10% sobre o total da condenação, devidamente atualizado - Artigo 20, § 4o, do Código de Processo Civil -Sentença de procedência da ação - Provimento integral do recurso dos autores, para a modificação da verba honorária, e desprovimento dos recursos da Fazenda Pública e do Juízo 'ex officio: este último considerado Interposto, mantida no mais a r. sentença recorrida, também por seus próprios e jurídicos fundamentos" (Apelação Cível n' 850.300-5/1-00, 5* Câmara de Direito Público, Relator Desembargador Osvaldo Magalhães).

Por fim, registre-se que o fato de a requerida não efetuar o pagamento do 13° salário e do acréscimo de 1/3 (um terço) das férias sobre o Prêmio de Incentivo percebido pelos servidores da Secretaria de Saúde, viola também o princípio da igualdade.

Os servidores pertencentes à Secretaria da Fazenda percebem mensalmente o Prêmio de Incentivo à Qualidade - PIQ, que é computado não só no pagamento do 13* salário como também no acréscimo de 1/3 (um terço) das férias, consoante determina o art. 7 da Lei Complementar n' 887/2000.

O Prêmio de Incentivo (servidores da Saúde) e o Prêmio de Incentivo à Qualidade (servidores da Fazenda) são muito parecidos, eis que pagos a todos

os servidores das respectivas Secretarias, sem qualquer requisit0 especial, bastando estar em exercício para percebê-los, e assim, nítido o desrespeito ao princípio da igualdade.

Dos PEDIDOS

Isto posto, requer-se a Vossa Excelência, digne-se em determinar a CITAÇÃO da requerida no endereço declinado na parte preambular, facultando-se ao Senhor Oficial de justiça proceder ao cumprimento do mandado citatório nos dias e horários de exceção, na forma do Artigo 172, § 2°, do Código de Processo Civil, para, querendo, apresentar contestação, sob pena, de revelia, devendo a presente Ação Declaratória ser julgada TOTALMENTE PROCEDENTE, ao final, a fim de declarar reconhecido o direito da autora ao beneficio da licença prêmio, conquanto satisfeitos os requisitos do art. 209 e seguintes da Lei n° 10.621/68, determinando à requerida a obrigação de apostilar o título ao prontuário da servidora, bem como para declarar

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ao cômputo do valor do Prêmio de incentivo para fins de cálculo do décimo terceiro e do p.4

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acréscimo de 1/3 sobre o período de férias. e ao Pagamento das diferenças de valores

vencidos e vincendos. e respectivos reflexos nos meses subseaüentes, até o cumprimento C.5

da obrigação de fazer, observada a prescrição aiiinciüenal. corei atualização monetária a

partir da data em me cada parcela deveria ter sido moa e juros moratórios, contados da citação, nos termos da Lei n' 11,960/09.

No caso, ainda, de se tornar inviável o gozo da licença em

virtude de exoneração, aposentadoria por invalidez permanente, falecimento, ou, ainda,

aposentadoria ou inativação compulsória, requer o pagamento do beneficio em pecúnia.

Requer, mais, sejam os cômputos realizados de acordo com os períodos de aquisição,

desde a admissão.

Requer os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, nos

termos da Lei 1060/50, por ser a autora pessoa pobre na acepção jurídica do termo,

destituída de recursos financeiros, sendo certo que arcar com as despesas do processo

importará em prejuízo para seu próprio sustento e de sua família, tudo consoante

declaração anexa firmada nos moldes e sob as penas da Lei. •

Pretende provar o alegado através de todos os meios

admitidos em Direito, de forma lícita, principalmente através do depoimento pessoal do

representante legal da requerida, perícias, prova testemunhal, em especial, oitiva de

testemunhas, juntada de novos documentos, avaliações, dentre outros.

Requer a condenação da requerida ao pagamento das

despesas e custas processuais, demais cominações legais e de estilo, mais a verba

honorária, conforme o artigo 20, parágrafo 4°, do Código de Processo Civil.

Requer, finalmente, a juntada do incluso instrumento de

mandato, devendo todas as intimações serem feitas em nome de Gardner Gonçalves

Grigoleto, OAB/SP 186.778, que possui escritório profissional no endereço constante do

preâmbulo e rodapé, sob pena de nulidade.

Dá-se à causa o valor de RS 22.980,00 (Vinte e dois mil e

novecentos e oitenta reais).

Ante ao exposto, D.R. e

Com inclusos document

P. Deferimento.

São Paulo, 22 de outub o de 2 11.

GARDNER GONÇALV G O r' OAB/SP 1 .77

9

Proc. n° 7.883/11

VISTOS.

ADRIANA DE MORAES MURTA ajuizou a presente ação de rito ordinário contra a FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO, alegando que é servidor (a) público (a) do Estado admitido pela lei 500/74, tendo preenchido os requisitos para a obtenção da licença-prêmio, mas não obteve o reconhecimento do direito, mesmo em pleito administrativo. Requer também, em razão do cargo exercido na Secretaria da Saúde, face à instituição do prêmio de incentivo aos servidores em exercício na Secretaria mencionada, a incidência do beneficio pecuniário em questão, sobre 13° salário, terço constitucional, enfim, ser integrado a remuneração para todos os efeitos legais, apostilando-se o título, além de verbas vencidas.

A Fazenda foi citada e contestou, alegando que o (a) autor (a) perdeu o interesse de agir, pois o ilustre Governador do Estado de São Paulo, por despacho exarado em 22/11/11, acolheu a representação da Procuradoria Geral do Estado, estendendo a todos os servidores temporários, admitidos pela lei n° 500/74, o direito à licença-prêmio. Com relação ao 2° pedido, defende a sua improcedência, sob a alegação de que a gratificação concedida pela Lei Estadual n° 9.463/96, pela natureza de transitoriedade e excepcionalidade da vantagem que representa, é vedada a incorporação aos vencimentos.

Sobreveio réplica.

É o relatório.

DECIDO.

A ação comporta julgamento antecipado pois a matéria é unicamente de direito.

I — Da Licença Prêmio.

O pedido é procedente.

A Constituição Estadual (artigo 126) não faz qualquer distinção entre servidores efetivos ou não.

Por esse motivo não pode haver tratamento diferenciado entre servidores estatutários e aqueles admitidos na forma da lei 500/74.

Os servidores da lei 500 possuem os mesmos deveres e exercem as mesmas funções dos funcionários efetivos, não havendo motivo do tratamento diferente.

Cumpre consignar que a jurisprudência majoritária do Egrégio

Tribunal de Justiça posiciona-se no sentido abaixo mencionado:

SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL - Admissão pela Lei n. 500/74 - Licença prêmio pleiteada - Admissibilidade -Inteligência dos artigos 124 da Constituição do Estado e 39 da Constituição da República - Segurança concedida - Recurso não provido. A expressão servidor público, na Constituição, é designativo genérico abrangente de todos os que, sob o regime de cargo ou emprego, estão vinculados por relação de caráter profissional à Administração direta, indireta ou funcional em quaisquer dos Poderes, ou órbitas do Governo. (Ap. Cível n. 231.687-1 - Bauru - 4° Câmara Civil - Relator: Toledo Silva -29.07.95 - V.U.)

SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL - Lei n. 500/74 - Licença prêmio - Admissibilidade face ao tratamento isonômico constitucional - Artigo 39, § 1° - Recursos não providos. (Apelação Cível n. 243.623-1 - Bauru - 6° Câmara de Direito Público - Relator: Afonso Faro - 15.04.96 - V. U)

ADMINISTRATIVO - Funcionário admitido sob o regime da Lei Complementar n. 500 - Licença-prêmio - Admissibilidade -Recurso provido. O artigo 129, da Carta Bandeirante, bem como os demais que tratam dos servidores, não fazem qualquer distinção entre funcionários públicos, ocupantes de cargos, e servidores, que exercem função atividade. (Apelação Cível n. 236.333-1 - São Paulo - 7° Câmara Civil - Relator: Benini Cabral - 08.11.96 - V.U)

O Eg. Tribunal de Justiça do Estado em brilhante Acórdão relatado pelo ilustre Desembargador Marcus Andrade na Apelação Civil n° 231.404-1/8-00, resolve a matéria com felicidade impar, em v. acórdão que permito-me transcrever parcialmente, e segundo o qual:

"inexiste motivação bastante para restringir o dimensionamento da expressão servidor público estadual, contida no artigo 129 da Constituição do Estado, que a ele assegura a sexta parte dos vencimentos integrais, concedidos aos 20 anos de efetivo exercício, incorporada para todos os efeitos. Quer os celetistas, quer os admitidos na conformidade da Lei 500/74 são servidores públicos. É o que atesta o art. 205, da Lei Complementar 180, de 12 de maio de 1978. Quanto aos aposentados a extensão do beneficio decorre do parágrafo 4°, do artigo 40 da Constituição Federal e do parágrafo, do mesmo número, do art. 126 da Carta Magna do Estado. Ante o ditame constitucional, compreensivo de todos os servidores públicos e não só do funcionário detentor de cargo, inócuo invocar o art. 39 da Constituição Federal, sob o ângulo de que o regime jurídico único depende de regulamentação. Também divorciado do tema, o artigo 23, do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Paulista, pois apenas busca atribuir situação isonômica aos extranumerários estáveis, confrontados com os servidores, exercentes de idênticas funções, beneficiados pelas disposições da Constituição Federal de 1967. Este último posicionamento bem mostra o caráter restritivo do mencionado art. 23, sem a mínima relação com o art. 129 inserido no corpo da Constituição. Considerada idêntica

perspectiva cabe, também, reconhecer o direito do impetrante à licença prêmio. Trata-se de vantagem, intimamente, relacionada ao adicional por qüinqüênio, porque, também, é concedida em cada período de cinco anos (art. 209 do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo). A restrição aos funcionários, igualmente, não mais pode ser admitida, ante a abrangente expressão servidor público estadual do aludido art. 129 da Constituição do Estado. Se após o qüinqüênio de exercício e deferido o adicional, também o será a licença-prêmio, verificados os requisitos próprios desta última. Não há motivação válida, após a Carta Paulista, para excluir os servidores não funcionários desse beneficio. Quanto às exigências para o deferimento da licença-prêmio, a documentação, anexada pelo impetrante, afigura-se suficiente. A declaração firmada por Diretor Técnico de Serviço (fls. 13), revela possuir mais de 20 anos de serviço público estadual e fazer jus ao quarto adicional, o que vem atestado por seu demonstrativo de pagamento (fls. 13/14), onde se verifica que já recebe o adicional por qüinqüênios. A Fazenda do Estado, que tem amplo acesso ao seu prontuário, é que caberia evidenciar e noticiar a interrupção do exercício ou a aplicação de penalidade administrativa".

A solução dada pelo V. Acórdão é a mesma desta ação, cabendo apenas à Administração a verificação dos requisitos objetivos constantes do artigo 209 do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (lei n° 10.261/68) para o beneficio.

Há vários outros julgados em abono à tese dos autores, entre eles Ap. Civil n° 257.917.1/9, rel. Eduardo Braga; Ap. Civil n° 231.687-1/8 da Comarca de Bauru, j. 29.06.95, rel. Toledo Silva; Ap. n° 243.074-1/3, rel. Ribeiro Machado; Apelação Cível n° 157.843-1/1, rel. Cezar Peluso; Apelação Cível n° 236.333.1/0; Apelação n° 66.219-1 - 5' Câmara Cível - rel. Jorge Tanus; Apelação Cível n° 22.296-1, rel. Pinheiro Franco; Apelação n° 64.911-1, rel. Ney Almada; Apelação Cível n° 74.651-1, rel. Rebouças de Carvalho e Apelação n° 77.581 - ia Câmara Civil, rel. Álvaro Lazzarini.

Somente não possuem o direito aqueles que interromperam o período de exercício ou que tenham recebido alguma penalidade administrativa, bem como aqueles cujo período aquisitivo é anterior à promulgação da Constituição Estadual, pois esta Lei Fundamental é que da sustentação à pretensão do autor.

II — Do Prêmio de Incentivo.

O pedido é improcedente.

O pedido deduzido na inicial não comporta acolhimento.

Com efeito, a vantagem pecuniária concedida aos servidores ativos da Secretaria da Saúde tem natureza jurídica de gratificação.

Importa buscar na doutrina o conceito de gratificação:

"Gratificações: são vantagens pecuniárias atribuídas precariamente aos servidores que estão prestando serviços comuns da função em condições anormais de segurança, salubridade ou onerosidade (gratificação de serviço), ou concedidas como ajuda aos servidores que reúnam as condições pessoais que a lei específica (gratificações especiais). As gratificações - de serviço ou pessoais - não são liberalidades puras da Administração; são vantagens pecuniárias concedidas por recíproco interesse do servido e do servidor, mas sempre vantagens transitórias, que não se incorporam automaticamente ao vencimento, nem

geram direito subjetivo à continuidade de sua percepção. Na feliz expressão de Mendes de Almeida, "são partes contingentes, isto é, partes que jamais se incorporam aos proventos, porque pagas episodicamente ou em razão de circunstâncias momentâneas".

Como já vimos precedentemente, as gratificações distinguem-se dos adicionais porque estes se destinam a compensar encargos decorrentes de funções especiais, que se apartam da atividade administrativa ordinária, e aquelas - as gratificações - visam a compensar riscos ou ônus de serviços comuns realizados em condições extraordinárias, tais como os trabalhos executados em perigo de vida e saúde, ou no período noturno, ou além do expediente normal da repartição, ou fora da sede etc. As gratificações são concedidas em razão das condições excepcionais em que está sendo prestado um serviço comum (propter laborem) ou em face de situações individuais do servidor (propter personam), diversamente dos adicionais, que são atribuídos em face do tempo de serviço (ex fato officii). Não há confundir, portanto, gratificação com adicional, pois são vantagens pecuniárias distintas, com finalidades diversas, concedidas por motivos diferentes. A gratificação é retribuição de um serviço comum prestado em condições especiais; o adicional é retribuição de uma função especial exercida em condições comuns. Daí por que a gratificação é, por índole, vantagem transitória e contingente e o adicional é, por natureza, permanente e perene". (Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, 19° Ed. p. 412/413)

Conclui o eminente doutrinador, aduzindo: "Em última análise, a gratificação não é vantagem inerente ao cargo ou a função, sendo concedida em face das condições excepcionais do serviço ou do servidor".

A lei estadual instituidora desta gratificação traz explícitas as condições para a concessão da vantagem, que surge em razão da necessidade de aumentar a produtividade dos servidores em atividade na Saúde.

Diante desta situação, importa observar, como o Estado é livre para aplicar suas rendas e organizar seus serviços, pode estabelecer o regime de trabalho e de pagamento de seus servidores tendo em vista as peculiaridades locais e as possibilidades de seu orçamento.

Os preceitos reguladores das relações jurídicas entre a Administração e o servidor se constituem em normas estatutárias e os mecanismos de reajuste dos vencimentos dos servidores públicos são criados por lei.

Portanto, como beneficio é uma vantagem considerada pro labore faciendo, de cunho transitório, em virtude apenas do exercício da função, não incorporável aos vencimentos, diante do incentivo dado aos servidores para o aprimoramento de suas funções perante a Secretaria de Saúde, observa-se a impossibilidade jurídica de se repercutir na forma como pretendida pela autora.

Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido. Mínima a sucumbência do (a) autor (a), arcará a ré com custas e honorários de 10% do valor da condenação. Sentença sujeita à reexame necessário.

P.R.I.

Registro: 2014.0000189140

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação n° 0053691- 92.2011.8.26.0405, da Comarca de Osasco, em que é apelante/apelado ADRIANA DE MORAES MURTA (JUSTIÇA GRATUITA), é apelado/apelante FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO. ACORDAM, em 13a Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento ao recurso da autora e negaram provimento aos remanescentes. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores BORELLI THOMAZ (Presidente) e DJALMA LOFRANO FILHO. São Paulo, 26 de março de 2014.

APELAÇÃO CÍVEL N° 0053691-92.2011.8.26.0405 APELANTE: ADRIANA DE MORAES MURTA. APELADA: FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO. RECORRENTE: JUÍZO EX OFFíCIO. Juiz de Direito prolator da r. sentença: Dr. Olavo Sá Pereira da Silva 2a Vara da Fazenda Pública da Comarca de São Paulo.

VOTO N° 22.189

SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL Pretensão ao reconhecimento da LICENÇA-PRÊMIO. Servidora admitida pelo regime especial da Lei n° 500/74. Perda superveniente do objeto. Despacho Normativo do Governado do Estado de São Paulo, no Processo PGE 18591-386117-09 (CC-92.992-11) que estendeu o direito ao benefício da licença-prêmio aos servidores admitidos pelo regime da Lei n° 500/74. Expedida Portaria de Averbação de Licença-Prêmio em beneficio da autora. Condenação da Fazenda Pública ao pagamento das verbas de sucumbência. Princípio da causalidade. PRÉMIO DE INCENTIVO instituído pela Lei n° 8.975/94. Pretensão de inclusão dos valores percebidos a título de prêmio de incentivo na base de cálculo do DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO E DO ACRÉSCIMO DE UM TERÇO DAS FÉRIAS. CABIMENTO. Observância ao disposto no art. 1° e §1° da Lei Complementar Estadual n°. 644/89 e art. 7°, incisos VIII e XVII, c.c art. 39, §30, da CF Sentença reformada. Recurso da autora provido e desprovidos os remanescentes.

Trata-se de ação pelo rito ordinário proposta por Adriana de Moraes Murta, servidora pública estadual, em face da Fazenda do Estado de São Paulo. Alega que foi admitida pelo regime da Lei n° 500/74, para exercer o cargo de enfermeira lotada no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Objetiva o reconhecimento do direito ao gozo do benefício da licença-prêmio e a integração da vantagem denominada "Prêmio de Incentivo", instituída pela Lei n° 8.975/94, no cálculo do décimo terceiro salário e do terço constitucional de férias, bem como o pagamento das diferenças dos valores

vencidos e vincendos, acrescidas de juros e correção monetária, observada a prescrição quinquenal. A r.sentença de fls. 49/56 julgou procedente o pedido de licença prêmio e improcedente a incidência do prêmio de incentivo sobre o 13° salário e sobre o terço constitucional de férias, condenando a Fazenda Estadual nas custas e honorários advocatícios de 10% sobre o valor da condenação. Consignado o reexame necessário. Os embargos de declaração, impetrados pela Fazenda às fls. 59/60, foram conhecidos, porém seu provimento foi negado, fl. 67. Apela a autora postulando a procedência quanto à integração da vantagem denominada "Prêmio de Incentivo", instituída pela Lei n° 8.975/94, no cálculo do décimo terceiro salário e do terço constitucional de férias (fls. 62/66). Contrarrazões apresentadas pela Fazenda às fls. 71/74. Apela a Fazenda alegando ausência de interesse de agir da autora, no que tange ao direito à licença prêmio, e postulando o afastamento de sua condenação ao pagamento de custas e honorários advocatícios (fls. 89/93).

É o relatório.

Trata-se de ação pelo rito ordinário proposta por servidora pública estadual, admitida nos termos da Lei n° 500/74, que objetiva a condenação da requerida ao reconhecimento do direito ao gozo do beneficio da licença-prêmio e a integração da vantagem denominada "Prêmio de Incentivo", instituída pela Lei n° 8.975/94, no cálculo do décimo terceiro salário e do terço constitucional de férias, com o pagamento das diferenças acrescidas de juros e correção monetária, respeitada a prescrição quinquenal. Consoante se infere da documentação acostada às fls. 94/100, observamos que por meio do Despacho Normativo do Governador do Estado de São Paulo, no Processo PGE 18591-386117-09 (CC-92.992-11), em que a Administração Pública Estadual, com assento no art. 2°, XI, da LC 478/86, autorizou a extensão, aos servidores públicos estaduais admitidos sob a égide da Lei n°. 500/74, dos efeitos das decisões judiciais que reconhecem a tais agentes o direito ao beneficio da licença-prêmio, admitido o cômputo de períodos aquisitivos desde o respectivo ingresso e retroagindo a averbação ao preenchimento dos requisitos previstos nos art. 209 e 2010 da Lei n°. 10.261/68. Em decorrência do referido despacho, foi editada a Instrução UCRH n° 03/2011, cujo objetivo consiste na padronização e orientação dos procedimentos a serem adotados pelos órgãos setoriais, subsetoriais e de pessoal das Secretarias de Estado, referentes ao conteúdo do referido Despacho Normativo do Governador. Desta feita, em 03.10.2012 a requerida expediu Portaria de Averbação de Licença Prêmio em beneficio da autora, referente ao período aquisitivo de 19.11.2002 a 17.11.2007, fl. 96.

Por tal razão, forçoso constatar a perda superveniente do objeto. Todavia no que tange à fixação dos ônus da sucumbência, alguns esclarecimentos se fazem necessários. Pelo princípio da causalidade, aquele que deu causa à propositura da ação deve ser responsabilizado pelo pagamento dos ônus da sucumbência. No caso, é de ser ver que a Fazenda é quem deu causa ao ajuizamento da demanda, haja vista que o reconhecimento da licença prêmio da autora só ocorreu com a portaria de averbação expedida em 03.10.2012, após a impetração da ação que ocorreu em 02.12.2011. Assim, a presente ação, quando ajuizada, era meio necessário e útil a satisfazer a pretensão da autora. Portanto, não assiste razão a Fazenda quando pleiteia a exclusão dos ônus da sucumbência fixados na r.sentença. Quanto ao Prêmio de Incentivo pleiteado nestes autos, este foi criado pela Lei Complementar n° 8.975, de 25 de novembro de 1994, que em seu art.l° estabelece a finalidade e as condições para a concessão do beneficio, de seguinte teor: "objetivando o incremento da produtividade e o aprimoramento da qualidade dos serviços prestados na área da saúde, mediante avaliação dos seguintes fatores: I - integralidade da assistência ministrada; II - grau de resolutividade da assistência ministrada; III - universidade do acesso e igualdade do atendimento; IV - racionalidade dos recursos para manutenção e funcionamento dos serviços; V - crescente melhoria do Sistema Único de Saúde - SUS/SP."

Houve prorrogação do pagamento do Prêmio de Incentivo pela Lei n° 9.185/95 e a partir da edição da Lei n° 9.463/96, passou a ser concedido por tempo indeterminado. Com a edição da Lei 9.463/96, que alterou a redação da lei instituidora do beneficio, e do Decreto n° 41.794/97, que regulamentou a concessão do Prêmio Incentivo, o beneficio ora pleiteado, foi estendido a todos os servidores da saúde, independentemente de avaliação do servidor, limitado ao percentual de 50 % (cinqüenta por cento) dos recursos destinados ao beneficio, vez que tal montante não tem caráter propter laborem. (art. 2°,§1° da Lei 9.463/96 c/c o art. 3°, I, do Decreto 41.794/97-fls.293/294) Assim, a vantagem outorgada aos servidores em atividade tem caráter geral, constituindo na realidade em aumento disfarçado de vencimentos de ordem geral, integrando a remuneração. Assim, em observância ao disposto no art.1°, §1° da Lei Complementar n°644/89 e no texto constitucional (art.7° incisos VIII e XVII c.c art.39, §3°), impõe-se a inclusão do prêmio de incentivo para fins de cálculo do décimo terceiro salário e do acréscimo de 1/3 (um terço) das férias.

In casu, respeitada a prescrição quinquenal das prestações vencidas há mai de 05 (cinco) anos da propositura da ação, a correção monetária deverá ser paga nos moldes da Tabela Prática do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a partir da data em que se originou o referido débito, e os juros de mora deverão incidir a partir da citação, nos termos do art. 406, do Código Civil. Não se aplicam os índices previstos na Lei n°. 11.960, de 29 de junho de 2009, uma vez que, no julgamento das ADIs 4357 e 4425, o C. Supremo Tribunal Federal reconheceu, por arrastamento, a sua inconstitucionalidade. Ante o exposto, reconheço a perda superveniente do pedido de licença prêmio e julgo procedente a integração do Prêmio de Incentivo no cálculo do 13° salário e do terço constitucional de férias. Pela sucumbência arcará a Fazenda com os honorários advocatícios, fixados em 15% sobre o valor da condenação, bem como com as custas e as despesas processuais. Para efeito de eventual prequestionamento, importa registrar que a presente decisão apreciou as questões postas no presente recurso sem violar a Constituição Federal ou qualquer lei infraconstitucional. Recurso da autora provido e desprovido os remanescentes.

PEIRETTI DE GODOY Relator

RECE

Em

MIGAM Processo n° 0053691-92.2011.8.26.0405 - p. 1 Procurador doEstadoAssistente

OAIVSP M 19$.39ei

9c%' y TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO liE SÃO PAULO COMARCA DE OSASCO FORO DE OSASCO r VARA DA FAZENDA PÚBLICA Rua: Presidente Castelo Branco, 305, ., Centro - CEP 06016-020, Fone: (11) 3685-0722, Osasco-SP - E-mail: [email protected]

DECISÃO - CARTA PRECATÓRIA

Processo Físico n°: 0053691-92.2011.8.26.0405 Classe - Assunto

Procedimento Sumário - Assunto Principal do Processo <.< Nenhuma informação disponível»

Requerente: Adriana de Moraes Murta Requerido Fazenda do Estado de São Paulo Endereço da Parte Passiva Rua José Bonifácio, 278 — 6° Andar —Sé - CEP 01003-000 —São Paulo—SP Valor da Causa: RS 22.980,00

Juiz(a) de Direito: Dr(a). Olavo Sá Pereira da Silva LIST KA GRATU Ordem n" 7883/11

Vistos,

DEPRECADO: JUÍZO DE DIREITO DO SETOR UNIFICADO DE CARTAS PRECATÓRIAS CÍVEIS DA CAPITAL/SP

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anotações necessárias, Promova a Serventia a atual fase da execução, procedendo-se as

CITE-SE a Fazenda Pública nos termos do artigo 632 do Código de Processo Civil, para que cumpra o Obrigação de Fazer, consistente na integração do Prêmio de Incentivo no cálculo do 13° salário e do terço constitucional de férias no prontuário da autora, tudo nos termos da Sentença (fls. 49/56) e V. Acórdão (fls. 111/118).

Sem prejuízo, deverá a Executada apresentar os comprovantes de pagamento do prémio de incentivo efetuado à autora desde dezembro de 2006 até a data da efetiva implementação, a fim de que a exequente possa elaborar memorial de cálculo que, após a juntada de tais documentos, deverá apresentá-lo no prazo de 30 (trinta) dias.

PRECATÓRIA. Servirá a presente decisão, por cópia digitada, como CARTA

Rogo a Vossa Excelência que após exarar o seu respeitável "cumpra-se", digne-se determinar as diligências necessárias ao cumprimento desta.

PROCURADOR(ES): Dr(a). Gardner Gonçalves Grigoleto e Vara Batista

Intime-se.

Osasco, 02 de julho de 2015.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

Dorta

/

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA REGIONAL DA GRANDE SÃO PAULO

SUBPROCURADORIA

GDOC n. 16560-1157378/2015

Interessado: Adriana de Moraes Murta

Assunto: Cumprimento de decisão judicial — Reconhecimento do benefício de

licença-prêmio, cômputo de prêmio de incentivo na base de cálculo de 13°

salário e 1/3 de férias, diferenças etc.

Localidade: Seccional de Osasco

À Consultoria Jurídica da Secretaria de Estado da

Saúde para as providências cabíveis, nos termos dos artigos 99 e 100 da

Resolução PGE n. 22/2012, conforme solicitação de fls. 05.

2a SP.1.1, 26 de novembro de 2015.

DANIELLE EU ENNË ÚlGOTO FERRARI FRATINI Procuradora:do Estado

Chefe da 1a Súbprocuradoria Procuradoria Regional da Grande São Paulo

Rua José Bonifácio, n. 278 — 6° andar CEP 01003-000 — São Paulo/SP

Telefones: (11) 3107-1211, 3107-1277, 3105-6853, 3106-6594

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDEA4\v

PORTARIA DA DIRETORA DE

A DIRETORA DO CENTRO DE CONTROLE DE RECURSOS

HUMANOS, DO GRUPO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL, DA

COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS, no uso de suas atribuições legais,

DECLARA, que, à vista de decisão judicial transitada em julgado, constante do Processo n°

0053691-92.2011.8.26.0405, da r Vara da Fazenda Pública Foro de Osasco e Processo SS n°

001/0008/000.594/2015, ADRIANA DE MORAES MURTA, RG. 19843129, do Instituto de

Infectologia "Emílio Ribas", faz jus a inclusão do valor do Prêmio de Incentivo, instituído pela

Lei n° 8.975/94 e alterações posteriores, na base de cálculo do Décimo Terceiro Salário e do

acréscimo de 1/3 constitucional de Férias percebidos, com o pagamento das diferenças devidas,

observada a prescrição quinquenal (o ajuizamento da ação ocorreu em 02/12/2011).

CENTRO DE CONTROLE DE RECURSOS HUMANOS, DO GRUPO

DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL, aos

MÁRCIA ALVES DE BARROS Diretor Técnico II

Mbls/2659