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GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS SEMA SECRETARIA ADJUNTA DE RECURSOS NATURAIS - SARA PLANO DE EXECUÇÃO TÉCNICA DO PROJETO “BERÇO DO RIO ITAPECURU”, NO ÂMBITO DO PROGRAMA MARANHÃO VERDE São Luís - MA 2017

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SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS – SEMA

SECRETARIA ADJUNTA DE RECURSOS NATURAIS - SARA

PLANO DE EXECUÇÃO TÉCNICA DO

PROJETO “BERÇO DO RIO ITAPECURU”,

NO ÂMBITO DO PROGRAMA MARANHÃO VERDE

São Luís - MA

2017

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1. INTRODUÇÃO

As Unidades de Conservação (UCs) são espaços que apresentam características

naturais relevantes e que exercem função de assegurar a representatividade de amostras

significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do

território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente.

Segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei Federal nº

9.985/2000), os Parques Nacionais e Estaduais são unidades de proteção integral que têm

como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e

beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de

atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e

de turismo ecológico.

O Parque Estadual do Mirador foi criado por meio do Decreto 7.641, de 4 de

junho de 1980, posteriormente alterado pela Lei nº 8.958, de 08 de maio de 2009, que define a

área da unidade em 766.781,00 ha (setecentos e sessenta e seis mil, setecentos e oitenta e um

hectares). A criação da UC considerou que a utilização do Rio Itapecuru é a melhor e mais

viável alternativa para garantir água de boa qualidade para o abastecimento pleno da cidade

de São Luís, e, ainda, que a região das nascentes dos rios Alpercatas e Itapecuru (os dois mais

importantes cursos d’água da bacia do Itapecuru) possuem capacidade para servircomo

suporte para a vida animal e vegetal, além de apresentar potencial para garantir a diversidade

genética de espécies típicas dos cerrados maranhenses.

2. JUSTIFICATIVA

No intuito de garantir a proteção e a efetiva gestão do Parque Estadual do

Mirador, o Sistema Estadual de Unidades de Conservação (Lei Estadual n° 9.413/2011) e

demais dispositivos legais definem a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais

(SEMA) como o órgão responsável pela sua gestão. Compete a ela apresentar medidas legais

como estratégia para a conservação, monitoramento e educação ambiental, com vistasà

redução da degradação dos recursos naturais das áreas sob proteção do Estado.

No dia 24 de maio de 2017, o governador Flávio Dino sancionou a Lei Estadual nº

10.595, instituidora do “Programa Maranhão Verde” (posteriormente regulamentada pelo

Decreto nº 32.969, de 5 de junho de 2017), com a finalidade de fomentar e desenvolver

projetos voltados para apoio à conservação e recuperação ambiental. Nesse cenário, com o

propósito de preservar e mitigar os problemas causados por ações antrópicas e naturais, a

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Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais tem buscado planos e estratégias visando a

preservação das matas ciliares e o reflorestamento das áreas degradadas nas nascentes dos rios

maranhenses.

Para tanto, instituiu-se o projeto “Berço do Rio Itapecuru”, através do Decreto nº

33.328, de 12 de setembro de 2017, que visa ações desse projeto nos rios Alpercatas e

Itapecuru, situados no Parque Estadual do Mirador, os quais são de grande importância para o

estado do Maranhão.

3. OBJETIVO

Tendo em vista a necessidade de desenvolvimento das ações do Projeto “Berço do

Rio Itapecuru” nas áreas das nascentes dos rios Alpercatas e Itapecuru situadas no Parque

Estadual do Mirador, torna-se de suma importância alcançar os seguintes objetivos:

3.1. Identificar áreas potencialmente degradadas;

3.2. Reconhecer, cartograficamente, as áreas das nascentes (incluindo flora, geologia,

recursos hídricos e outros elementos da paisagem);

3.3. Catalogar a vegetação local;

3.4. Identificar locais para criação dos viveiros de mudas de espécies nativas;

3.5. Realizar o levantamento de áreas para reposição florestal;

3.6. Adquirir sementes de espécies nativas necessárias para o cultivo nos viveiros;

3.7. Realizar a pré-seleção de famílias aptas a participar do Programa;

3.8. Realizar ações de educação ambiental e capacitação técnica dos membros fixos das

famílias beneficiárias inscritas no Programa;

3.9. Acompanhar as atividades semanais a serem desenvolvidas pelos membros fixos das

famílias beneficiárias;

3.10. Construir 04 (quatro) viveiros de mudas florestais no Parque;

3.11. Realizar o reflorestamento das mudas em seus locais definitivos;

3.12. Monitorar o reflorestamento e realizar replantio quando necessário.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo expõe os resultados de duas distintas e bem definidas, a saber: Fase de

Pré-execução do Projeto (Fase Pré-Campo, Fase Campo e Fase Pós-Campo) e Fase de

Execução do Projeto, onde foram utilizados diversos materiais, aplicando métodos

complementares ao estudo:

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4.1.Fase de Pré-execução do Projeto:

4.1.1. Fase Pré-Campo:

I- Levantamentos bibliográficos, tais como livros, artigos científicos,

monografias, dissertações de mestrado e teses do doutorado, além de relatórios

internos da Superintendência de Biodiversidade e Áreas Protegidas (SBAP)

referentes à região alvo do estudo;

II- Confecção de mapas preliminares, como de logística, litológico, localização

das nascentes do Rio Itapecuru e Alpercatas;

III- Realização de análises de imagens do satélite Sentinel-2, para reconhecer a

cobertura do solo local;

IV- Consulta de dados topográficos para a área do Parque (DSG).

4.1.2. Fase Campo:

I- Levantamento populacional para identificação de famílias aptas a participar do

Programa Maranhão Verde (meses de abril, maio, junho, julho, agosto e

setembro de 2017);

II- Identificação de áreas favoráveis para a criação do viveiro demudas;

III- Mapeamento das áreas potencialmente degradadas, que apresentem indícios de

incêndio e áreas de desmate, através do sobrevôo no Parque com o grupo do

Centro Tático Aéreo (CTA), e acompanhamento pela equipe terrestre da

SEMA para descrição de biodiversidade e registro fotográfico (meses de junho

e julho de2017);

IV- Mapeamento geológico (mês de julho de 2017).

Para o mapeamento de campo, utilizou-se os seguintes materiais: GPS de

localização Garmin Oregon 650®, caderneta de campo, máquina fotográfica e rádio

comunicador.

4.1.3. Fase Pós-Campo:

I- Realização da geoespacialização e quantificação das áreas de desmate;

II- Determinação das áreas onde se encontrarão os viveiros demudas;

III- Pré-seleção de famílias.

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Para a confecção dos mapas, foram utilizados os seguintes softwares: Global

Maper® v.15; ArcGis® v.10.2.2.; Google Earth Pro®, QGis v.2.18, Surfer® v.11, GPS

TrackMaker.

4.2. Fase de Execução do Projeto:

I- Assinatura das famílias no Termo de Adesão, em conformidade com o

Edital de Chamamento Público SEMA nº 001/2017 visando à celebração de

Termo de Adesão para participação no Projeto “Berço do Rio Itapecuru”;

II- Início das capacitações previstas no Termo de Adesão, voltada para os

membros fixos das famílias beneficiárias do Projeto;

III- Início das atividades semanais de conservação e recuperação ambiental

desenvolvidas pelos membros fixos das famílias beneficiárias;

IV- Contratação de OSCIP para execução das atividades do Projeto, em

conformidade com o Edital de Chamamento Público SEMA nº 003/2017 tais

como: elaboração do plano metodológico e do cronograma de execução das

atividades do Projeto, continuidade das capacitações e das ações de educação

ambiental aos membros fixos das famílias beneficiárias, planejamento,

monitoramento e fiscalização das atividades ambientais desenvolvidas pelos

mesmos, construção e manutenção de 04 (quatro) viveiros, plantio,

monitoramento e eventual replantio nas áreas degradadas onde as mudas serão

destinadas.

V- Monitoramento por parte da SEMA através da Comissão de Avaliação a

ser designada para acompanhamento, avaliação e aprovação de todos os

produtos entregues pela OSCIP que firmará termo de parceria junto à SEMA e

através da equipe executora.

5. LOCALIZAÇÃO E ACESSO

O Parque Estadual do Mirador está inserido no bioma cerrado, sendo um dos mais

conservados em comparação às áreas do Brasil Central (BARRETO, 2007). Localiza-se no

município de Mirador, distante 579 km da capital maranhense. O trajeto de reconhecimento

iniciou-se saindo de São Luís, seguindo pela BR-135, percorrendo 524 km, até a BR-230,

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onde se seguiu pela mesma por mais 197 km, até São Raimundo das Mangabeiras e,

posteriormente, seguiu-se por 40 minutos por estrada de chão, até a sede de apoio do Parque

(Figura 1). O

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deslocamento dentro da área foi realizado com o apoio de carro (trajeto terrestre) e aeronave

(sobrevôo) (Figura 2).

Figura 1: Mapa de localização e acesso ao Parque Estadual do Mirador.

Fonte: SEMA, 2017.

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Figura 2: Mapa de localização e trajetos realizados no reconhecimento da área.

Fonte: SEMA, 2017.

6. ASPECTOS AMBIENTAIS

6.1. Geologia

6.1.1. Geologia Regional

A Província do Parnaíba compreende cerca de 600 mil km² da porção noroeste do

Nordeste brasileiro (VAZ et al., 2007), sendo constituída por diferentes bacias sedimentares

com gêneses, características tectônicas, preenchimentos sedimentares e idades distintas,

sendo: Bacia do Parnaíba (Siluriano-Triássico), Bacia das Alpercatas (Jurássico-Eocretáceo),

Bacia São Luís-Grajaú (Cretáceo) e Bacia do Espigão Mestre (Cretáceo), BIZZI et al,2003.

A Bacia do Parnaíba, foco deste trabalho, ocupa uma área de cerca de 400 mil km²

e, no depocentro, apresenta espessura total de 3.500 metros. Esta bacia sedimentar

desenvolveu-se sobre um embasamento continental constituído por rochas metamórficas,

ígneas e sedimentares durante o estágio de Estabilização da Plataforma Sul-Americana

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(ALMEIDA; CARNEIRO, 2004). A Bacia do Parnaíba é constituída pelo Grupo Serra

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Grande (Siluriano), Grupo Canindé (Devoniano) e Grupo Balsas (Carbonífero - Triassico).

Figura 3: Mapa das Unidades sedimentares da Província Parnaíba.

Fonte: Modificado GÓES, 1995.

6.1.2. Geologia Local

O PE do Mirador está inserido nos domínios da Bacia Sedimentar do Parnaíba,

que, segundo Brito Neves (1998), foi implantada sobre os riftes cambro-ordovicianos de

Jaibaras, Jaguarapi, Cococi/Rio Jucá, São Julião e São Raimundo Nonato. Compreende as

supersequências Silurianas (Grupo Serra Grande), Devoniana (Grupo Canindé) e Carbonífero-

Triássica (Grupo Balsas) de Góes e Feijó (1994).

Na área do Parque, o Grupo Balsas está representado pela formação Sambaíba

Triássico; o Grupo Mearim, pela formação Corda Jurássico; Cobertura Detrítico-Laterítico

Paleógeno Paleoceno; e Coluviões Pleistocênico Quaternário Pleistocêno (Figura 4).

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Figura 4: Mapa geológico do Parque Estadual do Mirador.

Fonte: SEMA, 2017.

Plummer (1948 apud SANTOS et al., 1984) usou originalmente o termo

Sambaíba para designar os arenitos que afloram, em forma de mesetas, próximo à cidade de

Sambaíba, no estado do Maranhão. Litologicamente, esta formação consiste de arenitos

avermelhados, róseos, escuros e esbranquiçados, predominantemente finos a médios. Em

geral, são pintalgados de caulim, com grãos subangulares à subarredondados e foscos. A

Formação Sambaíba, com as litofácies arenito de coloração laranja avermelhada,

granulometria média, com estratificação cruzada de grande porte e arenito de coloração

laranja avermelhada, granulometria média. As características dessa unidade demonstram o

ápice da aridez de um intervalo conhecido como mega desertificação mesozoica, ocasionada

por fatores como continentalidade, o qual se trata da aglutinação dos continentes dificultando

a passagem das massas de ar vindas dos oceanos em direção aocontinente.

Lisboa (1914 apud SANTOS et al., 1984) usou pela primeira vez a denominação

Corda para designar os arenitos vermelhos que ocorrem intercalados em basaltos no vale do

rio Mearim, no estado do Maranhão. Aguiar (1969) considera como formação Corda a seção

de sedimentos, com espessura em torno de 80 metros, com intercalações de sílex, de idade

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jurássica, assentados sobre os basaltos da formação Mosquito e, recoberta, discordantemente,

pelos basaltos da formação Sardinha. O topo da unidade reúne arenitos arroxeados e marrons-

avermelhados, médios a grosseiros, grãos arredondados e foscos, com seixos de quartzo e

estratificação plano-paralela de grande porte. Northfleet & Mello (1967 apud SANTOS et al.,

1984) atribuem à unidade Corda a espessura de 80 metros na região do município de

Fortaleza dos Nogueiras. Essa formação ocupa uma vasta área a sudoeste do município de

Mirador (Figura 5:B).

Coberturas detrito-lateríticas são resistentes ao intemperismo e à erosão, em sua

maioria, formadas durante o Paleógeno. Essas coberturas, constituídas por crostas

ferruginosas, sustentam relevos tabulares em distintas cotas altimétricas representadas por

baixos platôs e chapadas. O registro generalizado de coberturas detrito-lateríticas (Figura 5: C

e D), de idades Paleógena e Neógena, atesta a intensidade dos processos de intemperismo

químico e a antiguidade da superfície dos topos dessas chapadas, assim como de todo o

conjunto de superfícies tabulares reinantes no Maranhão (Figura 5: A).

As coberturas cenozóicas abrangem o Paleógeno, pleistocênicas. As coberturas

quaternárias holocênicas, na área trabalhada, englobam os depósitos coluvionares. Os

depósitos coluvionares são solos de vertentes constituídos por material conglomerático

originado por processos viscosos do tipo fluxo de detritos e constituem fácies de enxurradas.

Figura 5: A) Arenitos da Formação Sambaíba; B) Arenitos avermelhados da Formação Corda; C e D)

Coberturas Lateríticas.

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Fonte: SEMA, 2017.

6.2. Hidrogeologia

O estado do Maranhão está quase totalmente inserido na Bacia Sedimentar do

Parnaíba, considerada uma das mais importantes províncias hidrogeológicas do país. Trata-se

de bacia do tipo intracratônica, com arcabouço geométrico influenciado por feições estruturais

de seu embasamento, o que lhe impõe uma estrutura tectônica em geral simples, com atitude

monoclinal das camadas que mergulham suavemente das bordas para o seu interior.

Segundo Góes et al. (1993), a espessura máxima de todo o pacote sedimentar

dessa bacia está estimada em 3.500 metros, da qual cerca de 85% são de idade paleozóica e o

restante, damesozóica. Dessa forma, o estado do Maranhão, por estar assentado plenamente

sobre terrenos de rochas sedimentares, diferentemente dos outros estados nordestinos,

apresenta possibilidades promissoras de armazenamento e explotação de águas subterrâneas,

com excelentes exutórios e sem períodos de estiagem.

O Parque Estadual do Mirador apresenta um domínio hidrogeológico: o aquífero

poroso ou intergranular, relacionado aos sedimentos consolidados das formações Sambaíba e

Corda.

O aquífero Sambaíba, que ocorre tanto como aquífero livre como confinado na

área do município de Mirador e Formosa da Serra Negra, apresenta constituição litológica

predominantemente arenosa (arenitos finos a médios, bem selecionados), com boa

permeabilidade, caracterizando-se como de potencial hidrogeológico médio a elevado. É

alimentado pela infiltração direta das precipitações pluviométricas nas áreas de recarga, sendo

bastante favorecido pelo relevo aplanado, onde se desenvolvem extensos areais; infiltração

vertical, descendente, através das formações superiores e pela contribuição da rede de

drenagem superficial, principalmente na época de cheias. Seus principais exutórios são: a rede

de drenagem superficial, quando os rios recebem por restituição as águas armazenadas no

aquífero principalmente durante as cheias; evapotranspiração, quando o caráter argiloso do

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perfil geológico diminui a infiltração, favorecendo aumento desse processo nas áreas de

recarga; infiltração vertical, descendente, na base do aquífero e algumas fontes de contato e

descarga artificial, resultante do bombeamento de poços manuais e tubulares, existentes.

A unidade Corda ocorre como aquífero livre a confinado e constitui-se,

litologicamente, de arenitos finos a médios, quartzosos, com níveis argilosos e com eventuais

leitos de siltitos e folhelhos. Em função de suas litologias, apresenta uma permeabilidade

regular, caracterizando-se como de potencial hidrogeológico médio. Alimenta-se pela

infiltração direta das precipitações pluviométricas nas áreas de recarga; pela infiltração

vertical, ascendente, através das formações inferiores e da rede de drenagem superficial,

principalmente nas épocas de cheias. Os exutórios são representados pela rede de drenagem

superficial, quando os rios recebem por restituição as águas armazenadas no aquífero,

principalmente nas épocas de estiagem; evapotranspiração, quando o caráter argiloso do perfil

geológico diminui a infiltração, favorecendo o aumento do processo nas áreas de recarga;

infiltração vertical, descendente, na base do aquífero e algumas fontes de contato e descarga

artificial resultantes do bombeamento de poços manuais e tubulares existentes.

7. LEVANTAMENTOS DECAMPO

O levantamento ambiental para reconhecimento da paisagem local foi realizado a

partir de um caminhamento terrestre e também aéreo, ambos apoiados em carta topográfica

DSG e Mapa de Cobertura do Solo (Figura 6).

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Figura 6: Mapa de cobertura do solo preliminar do Parque Estadual do Mirador.

Fonte: SEMA, 2017.

Tendo em vista a visita a toda área do Parque, focando-se nas nascentes, descreve-

se abaixo os principais resultados preliminares para cada uma das nascentes de interesse do

Programa Maranhão Verde.

7.1. Rio Alpercatas

O Rio Alpercatas, que é um dos principais afluentes do rio Itapecuru, conta com

uma vazão média de 33, 8 m³/s, conforme a bibliografia. Sua nascente principal está situada

na parte Oeste do Parque Estadual do Mirador.

A partir dos recursos de reconhecimentos acima descritos, foi possível verificar as

localidades e observar seus graus de preservação, bem como sua biodiversidade, além de fazer

um levantamento das áreas que precisam de ações como reflorestamento e medidas que

mitiguem os problemas encontrados.

Nesse sentido, verificou-se uma elevada degradação próxima a nascente principal

do rio Alpercatas, caracterizada pela moderada cobertura hídrica além da presença de

buritizais tombados. Entretanto, a mata ciliar em torno de grande extensão do rio encontra-se

preservada, apresentando uma vegetação mais densa e com uma grande diversidade em sua

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flora (Figura 7).

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Figura 7: Registro panorâmico da área da nascente do rio Alpercatas. Destaque para a cobertura hídrica,

buritizais tombados e cobertura vegetal densa nas bordas da cena.

Fonte: SEMA, 2017.

O que foi observado permite, inicialmente, inferir que houve redução na lâmina

d’água da área da nascente, caracterizada popularmente como um pequeno “pântano”. Isso é

possível de ser inferido a partir de relatos de moradores, da leitura do plano de manejo do

Parque, além do próprio conhecimento de técnicos desta Superintendência, que já realizaram

atividades na localidade.

É importante destacar que, cabe nesse contexto, uma investigação e ou/pesquisa

profunda para se verificar qual a origem da degradação aqui descrita, uma vez que os

impactos ambientais ocorrem tanto pela ação do homem quanto pela ação da própria natureza.

7.2. Rio Itapecuru

O Rio Itapecuru é considerado um rio genuinamente maranhense, nascendo nas

fronteiras dos municípios de Mirador, São Raimundo das Mangabeiras e Grajaú, no sistema

formado pelas Serras de Croeiras, Itapecuru e Alpercatas. Com uma altitude em torno de 500

metros, percorre uma extensão de aproximadamente 1.050 km e sua foz está na baía do

Arraial, ao sul da ilha de São Luís, por meio de dois braços de rios: Mojó e Tucha,

(MEDEIROS, 2001; IBGE, 2004).

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A bacia do rio se estende a Leste do Maranhão, ocupando uma área de Sul a

Norte em terrenos relativamente baixos e com suaves ondulações, apresentando uma área de

54.300 km² (MARANHÃO, 2002).

No levantamento realizado na nascente do rio Itapecuru verificou-se que,

contrário à nascente do Alpercatas, a área encontra-se preservada e adensada, porém grande

parcela da mata ciliar que circunda o percurso do rio foi e/ou está suprimida pela população

ribeirinha e pela sociedade em geral, com a finalidade de preparar áreas para pasto,

agricultura e até mesmo olarias (Figura8).

Figura 8: Registro de atividade pecuarista onde ao fundo percebe-se a existência de mata

ciliar do rio Itapecuru.

Fonte: SEMA, 2017.

7.3. Mapa de Situação

Um mapa preliminar de situação foi elaborado com vistas a subsidiar a tomada de

decisão quanto às localidades a serem inseridas no projeto, além de proporcionar um

reconhecimento fotográfico das feições existentes em imagens de satélite (Figura 9).

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Figura 9: Mapa preliminar de registros fotográficos na área das nascentes.

Fonte: SEMA, 2017.

8. PRÉ-SELEÇÃO DE FAMÍLIAS APTAS A PARTICIPAR DO PROJETO BERÇO

DO RIO ITAPECURU DO PROGRAMA MARANHÃO VERDE

Durante os meses de Abril, Maio e Junho de 2017, realizou-se o levantamento da

população residente no Parque Estadual do Mirador para a elaboração do diagnóstico

socioeconômico da UC, bem como para auxiliar na pré-seleção das famílias aptas que

poderiam ser beneficiadas pelo Programa Maranhão Verde. Utilizou-se um questionário

composto de 22 perguntas que faziam referência à composição das famílias, modo de vida,

tipos de atividades de exploração desenvolvidas, renda, percepção ambiental e interesse em

participar do programa.

Foram visitados e mapeados 52 povoados entre os postos Mosquitos, Aldeia, Mel,

Cágados, Zé Miguel e Geraldina. Cada povoado foi atrelado à área de abrangência de um

posto, sendo que os localizados na abrangência dos postos Cágados e Aldeia foram atrelados

ao Posto do Mel, pois possuem poucos povoados (Figura 10).

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Figura 10: Mapa de localização das famílias aptas a participar do Programa Maranhão Verde.

Fonte: SEMA, 2017.

Para a pré-seleção, foram adotados os seguintes critérios:

1 – Proximidade da residência às nascentes dos rios Alpercatas e Itapecuru;

2 – Proximidade da residência a afluentes;

3 – Ausência de criação bovina ou quantidade inferior a 15 unidades;

4 – Ausência de criação suína ou quantidade inferior a 15 unidades;

5 – Ausência de criação equina ou quantidade inferior a 15 unidades;

6 – Prática de 1 a 2 tipos de exploração animal.

Esse critério visou privilegiar famílias com menos alternativas de subsistência, ou

seja, que desenvolvem poucas atividades de exploração, e que não possuem espécies animais

com potencial de gerar graves problemáticas ambientais à UC, como bovinos, suínos e equinos.

Buscou-se realizar uma seleção equilibrada, considerando-se os tipos de exploração e a

quantidade de animais, de modo a abranger uma maior área do Parque. Visa-se, ainda, atender

ao disposto no Art. 4º, inciso II, do Decreto 32.696/2017, que expõe como um dos objetivos do

Programa Maranhão Verde a promoção da cidadania, a melhoria das condições

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de vida e a elevação da renda da população em situação de extrema pobreza. O Quadro

01 demonstra os povoados e a quantidade de famílias aptas a participar do Programa

em cada um deles.

Quadro 1: Povoados e quantidades de famílias pré-selecionadas para o Programa Maranhão Verde.

POSTO DE

CONTROLE POVOADO

QUANTIDADE DE

FAMÍLIAS

SELECIONADAS

Posto da Geraldina

Atoleiro 5

Porquinhos 1

Caatinga 2

Cabeceira do Alpercatas 1

Cabeceira Grande 1

Geraldina 1

Manoel Martins 5

Gato 1

Monte Alegre 4

Cabaça 6

Vereda Bonita 1

Sucuruju 1

Posto do Zé Miguel

Anjigo I 2

Brejo Grande 4

Olho d´Água 1

Brejão 2

Brejo da Cruz 1

Cabeceira do Sítio 2

Canastra 3

Onça 3

Vão do Porto 3

Sítio 9

Zé Miguel 7

Ribulera 2

Vazante 1

Posto do Mel

Pindaíba 10

Riachão 6

Brejo Seco 6

Brejo Escuro 9

Papagaio 1

Mel 8

João Carlos 1

Tingues 1

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Mangaba 2

Tiririca 1

Posto dos Mosquitos

Angico II 9

Buriti das Vacas 4

Centro dos Pioizeiros 2

Bacurizeiro 19

Alpercatinha 1

Craúna 5

Caraíbas 5

Porto da Ângela 3

Tostada 9

Vão do Mato 4

Brejo dos Tiros 4

Brejinho 2

Aranha 4

Uruçú 4

Exú 1

Mosquitos 1

Passagem de Pedra 1

Preguiça 1

TOTAL 193

Os dados pessoais dos responsáveis pelas famílias aptas encontram-se

na Superintendência de Biodiversidade e Áreas Protegidas. Para o Programa

Maranhão Verde, torna-se necessário a confecção de placas de identificação para

a entrada dos 6 postos, para os povoados, para as residências e para as nascentes

do Alpercatas e do Itapecuru. Para as residências, sugere-se a criação de um

código de cinco números vinculado aos dados de cada uma delas, que poderá ser

adotado em um sistema específico, de forma a melhorar o controle sobre as

moradias existentes. Para a confecção do código, tem-se a seguinte sugestão:

1 – No sentido horário do parque, numerar cada posto de controle. Ex.:

POSTO DE CONTROLE NÚMERO DO

POSTO

Posto dos Mosquitos 1

Posto da Aldeia 2

Posto do Mel 3

Posto dos Cágados 4

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10201

Posto do Zé Miguel 5

Posto da Geraldina 6

2 – Na abrangência de cada posto, numerar cada povoado. Ex.:

POSTO DE CONTROLE POVOADO NÚMERO DO

POVOADO

Posto dos Mosquitos

Angico II 01

Buriti das Vacas 02

Centro dos Pioizeiros 03

Bacurizeiro 04

Alpercatinha 05

3 – Em cada posto, para cada povoado abrangido, numerar as casas em

sequência cardinal (01, 02, 03...), sendo que cada povoado terá a

contagem das casas iniciada a partir do número 01.

4 – Por exemplo, a primeira casa localizada no Posto dos Mosquitos,

no povoado Buriti das Vacas, terá o seguinte código:

9. DEFINIÇÃO DOS VIVEIROS DE MUDAS

9.1.Descrição:

Deverão ser implantados 04 (quatro) viveiros de mudas de espécies

nativas, estando cada um deles localizado próximo a um dos seguintes postos de

apoio da SEMA: Zé Miguel, Geraldina, Mel e Mosquito, no Parque Estadual do

Mirador. Os viveiros funcionarão como “berçários da floresta”, sendo destinados à

produção, o manejo e proteção das mudas para seu posterior plantio nas áreas

degradadas, nascentes e cursos dos rios dentro do Parque.

O primeiro número corresponde ao Posto de Controle

(1), o segundo e terceiro correspondem ao Povoado

(02), e o quarto e quinto correspondem ao número da

casa quanto à sequência de contagem no povoado (01).

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Os viveiros devem estar em uma área previamente preparada (limpa e

terraplanada), próximos de uma fonte de água de boa qualidade e em quantidade

suficiente, indispensável para o seu funcionamento. O local de implantação deve

considerar também a disponibilidade de mão de obra e de material necessário para

sua instalação e manutenção, atentando-se à facilidade de acesso ao espaço tanto

pela população, como pelas equipes da OSCIP, SEMA e demais órgãos técnicos

interessados.

Quanto à topografia da área dos viveiros, esta deve ser plana ou com

uma leve inclinação (3%), para evitar a erosão e o acúmulo de água, tanto das

chuvas como a do excesso de irrigação.

Os viveiros serão do tipo “Viveiro Permanente”, que é o local onde são

produzidas mudas de maneira contínua, por um longo prazo ou até mesmo por um

prazo indeterminado.

O grau de especialização dos viveiros é do tipo generalista, isto é, que

produz diferentes tipos de plantas, várias espécies.

9.2. Construção dos viveiros:

O importante ao se planejar a instalação de um viveiro é observar os

aspectos econômicos, climáticos, topográficos e logísticos do local escolhido. O

planejamento de qualquer empreendimento é de grande importância, tendo em vista

a possibilidade de se fazer com que haja redução de custos na implantação, na

manutenção e na produção dos bens a serem obtidos, além de um melhor

aproveitamento das matérias primas disponíveis, da mão de obra necessária, entre

outros.

No dimensionamento da área dos viveiros devem ser consideradas as

áreas produtivas e as áreas destinadas a outras estruturas (construções, caminhos

internos etc.) que são indispensáveis para o funcionamento do viveiro. A dimensão

da área produtiva está em função direta com a quantidade de mudas a serem

produzidas por ano, com o tipo e tamanho das embalagens, tipo de semeadura e

comportamento das espécies a serem produzidas.

O projeto apresentado detalha a instalação de quatro módulos com

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capacidade aproximada de 15.000 mudas cada um, podendo ser ampliados, de

acordo com a necessidade de produção.

O presente projeto apresenta a dimensão de 12x24m, perfazendo uma

área de 288m². Os esteios serão dispostos a uma distância regular de 4x4m; devem

possuir 0,06x0,14m de espessura, com 2,5m de pé-direito e comprimento total de

3m.

A cobertura deverá ser feita utilizando-se sombrite a 50% de

interceptação da luz solar, que atende à maioria das espécies nativas da região. O

sombrite deverá ser utilizado sobre aramado.

A sustentação do sombrite deverá ser feita com arame liso galvanizado

apoiado sobre os esteios e tensionados linha a linha até aos esticadores que ficam

dispostos em todas as laterais do viveiro, dispostos a cada 4,00m. O arame deverá

ser configurado de forma longitudinal, perpendicular e transversal, oferecendo

ótimo apoio para o sombrite e para o sistema de irrigação.

Deverá ser colocada uma cerca ou alambrado em torno dos viveiros, de

forma a evitar a entrada de animais e garantir a segurança do mesmo.

Em locais de ventos fortes, cortinas de quebra-vento deverão ser

plantadas em torno do viveiro para a proteção das mudas e regulagem da

temperatura. Estas cortinas devem ser localizadas distantes dos canteiros para que

as suas raízes não façam estragos nas estruturas construídas no viveiro e não

danifiquem as mudas, no caso de canteiros no solo, bem como não ocorra o

sombreamento das mesmas.

Para se ter um melhor manejo, os viveiros devem ser divididos em

canteiros (no solo ou suspensos, em função do método de produção adotado), com

uma estrada de serviço ao redor. A largura mais comum para os canteiros é de 0,90

m a 1,20 m, pois permite um trabalho fácil e eficiente do funcionário, em termos de

ergonomia. O comprimento dos canteiros depende da divisão do viveiro e, quanto

mais compridos forem, mais econômica é a operação, no entanto, seu comprimento

não deve ser superior a 30 m.

Quando a produção das mudas é feita por semeadura diretamente na

embalagem (tubetes, sacos plásticos ou vasos), os canteiros podem ser delimitados

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por diferentes tipos de proteção lateral (tábuas, tijolos, terra, cimento, pedras, laje

de cimento, troncos de árvores, caixotes etc) e devem ser marcados com piquetes

ligados por um ou dois fios(s) de arame.

A descrição e quantitativo mínimos de materiais necessários para a

construção e manutenção dos viveiros e para a irrigação encontram-se nas Tabelas

01 e 02 abaixo:

Tabela 01- Materiais necessários para os quatro viveiros (construção e manutenção)

DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANT.

Esteio de 0,06m x 0,14m x 3m Und. 150

Ripa plainada (1,5cm x5,0cm) de 4m Dz 20

Frechal de 4m Und. 150

Areia m³ 65

Brita Zero m³ 12

Cimento Sacos 50 Kg 40

Arame liso ovalado de aço zincado/galvanizado

2,40x3,00mm, rolo com 125m

Rolo 03

Grampo 1x9 paraarame Kg 06

Grampo 1/8” para cabo de aço Und. 130

Sombrite com 3m largura, 50% luminosidade Metro linear 700

Prego 3x8 Kg 07

Prego 1 ½” Kg 07

Prego 2 ½” Kg 07

Tubetes 20x6,6cm Und. 28.000

Bandejas para os tubetes de 63 células Und. 450

Sacos plásticos de polietileno 15x25cm Und. 80.000

Plaquetas de identificação das plantas Und. 240

Substrato para produção de mudas florestais Saco 50L 900

Adubos NPK 4-14-8 Ton 09

Sacos de papel para acondicionamento de sementes 1

Kg

Und. 4.000

Sacos de papel para acondicionamento de sementes 3

Kg

Und. 4.000

Sacos de papel para acondicionamento de sementes 5

Kg

Und. 4.000

Sacos plásticos para acondicionamento de sementes 50

Kg

Und. 400

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DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANT.

Sacos de pano para acondicionamento de sementes 50

Kg

Und. 400

Lona de secagem das sementes 5x5 m Und. 10

Estaca de madeira para cerca Und. 72

Arame farpado galvanizado para cerca, rolo de 500 m Rolo 04

Pulverizador costal Und. 04

Avental para pulverização Und. 40

Fungicida galão 5 L Und. 04

Formicida galão 5 L Und. 04

Inseticida galão 5 L Und. 04

Máscara para pulverização Und. 04

Touca árabe para pulverização Und. 04

Carrinho de mão Und. 08

Martelo Und. 08

Enxada Und. 08

Prumo Und. 04

Esquadro Und. 04

Cavador Und. 12

Gadanho Und. 04

Ancinho Und. 04

Pás Und. 08

Regadores 10 L Und. 08

Balde 10 L Und. 08

Linha de nylon rolo Und. 04

Luvas de borracha Pares 40

Luva de lã Pares 40

Luvas descartáveis Pct. 30

Lixa nº100 Und. 120

Estilete/serrinha Und. 50

Tesoura de poda Und. 20

Tesoura de costura Und. 15

Vasilhas de plástico de suporte para germinação Und. 20

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DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANT.

Panelas para choque térmico nas sementes Und. 5

Latas de alumínio (podem ser de

reciclagem/reaproveitadas)

Und. 10

Potes de vidro com tampa (podem ser de

reciclagem/reaproveitadas)

Und. 25

Potes de plástico com tampa (podem ser de

reciclagem/reaproveitadas)

Und. 25

Camiseta de campo manga longa Und. 40

Bota de borracha Pares 40

Chapéu de sol Und. 40

Filtro solar 4 L Unid. 20

Tabela 02- Materiais necessários para a irrigação

DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANT.

Tubo Pelbd Pn20 16mm C/500m m 260

Microasp.Hadar7110 C/Amarelo 128lph Und. 60

Haste Universal 350mm Preta Und. 12

Final De Linha 16mm Pct. 12

Tubo Pvc Irriga Agrop. Pn 6032mm Pct. 12

Joelho 45 Pvc Sold 32mm Und. 08

Te Pvc Sold X Rosc 32x3/4 Und. 10

Adapt.Red.Interno 3/4x1/2cb Pct. 10

Micro Tubo Pe 4,0 X 7mm 60cm C/Conector m 60

Registro Esfera Monobloco Sold 32mm Und. 04

Luva Pvc Irriga Lf Sold 32mm Und. 04

Cap Pvc Sold 32mm Und. 04

Tubo Pvc Irriga Lf Pbs Pn40 75mm Pct. 04

Motobomba c6n33/4cv Monof.220v Und. 04

Caixad'agua 2.000L Und. 04

Gerador De Energia 6kva Und. 04

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9.3. Semeadura:

A semeadura pode ser feita de forma direta ou indireta. O cronograma

de semeadura nos viveiros deve levar em conta a variação no ciclo de produção de

mudas, em função dos diferentes grupos sucessionais das espécies nativas. Deve- se

decidir no processo de produção de mudas qual o método de semeadura.

Se for realizada de forma indireta, será feita em sementeiras, que são

canteiros de terra peneirada e misturada com areia, onde as sementes são enterradas

e irrigadas em meia sombra. O comprimento da sementeira deverá variar de 3 a 5

metros com altura de 50 cm (30 cm com substrato; 20 cm com material drenante).

Podem ser construídas, também, em alvenaria, a 70 cm do solo.

Após a germinação, as mudas são transplantadas para os recipientes

individuais, em geral, tubetes e sacos de plástico preto, desde que estejam

perfuradas, para permitir o escoamento da água de irrigação. Para proteger as

mudas contra sol forte, as sementeiras devem ser cobertas com o sombrite quando

se faz a semeadura das sementes até alguns dias após a germinação das mesmas.

Esta cobertura pode ser feita com o auxílio de ripado (varas de bambu cortadas ao

meio, folhas de palmeiras etc.) ou sombrite, que deve ser firmado sobre estruturas

de bambu, ferro ou madeira.

Antes da repicagem é apropriado irrigar a sementeira para favorecer a

retirada das plântulas. A retirada das plântulas deverá ser feita com uma espátula,

ou ferramenta semelhante. Essa operação deve ser precedida de uma irrigação,

sendo que os recipientes que irão receber essas plântulas também deverão ser

umedecidos. As mudas devem estar vigorosas e apresentar a primeira folha

definitiva ou tamanha inferior a 10 cm. A repicagem não pode ser conduzida em

dias quentes e ensolarados porque isso pode favorecer desidratação e danos às

raízes. Imediatamente após o arranquio, devem-se inserir as plântulas em

recipientes.

A semeadura em sementeiras deverá ser efetuada apenas naqueles casos

em que as sementes são dormentes e não se conhece um método eficiente capaz de

promover uma germinação uniforme dentro de três a 30 dias. Nesses casos, deve-se

semear a lanço uma grande quantidade de sementes nas sementeiras e repicá-las

para as embalagens à medida que elas germinem.

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A semeadura pode ser feita de forma direta quando não há impedimento

à imediata germinação das sementes (de três a 30 dias) deve-se optar pela

semeadura direta nos recipientes (tubetes ou sacos plásticos).

Na semeadura direta são semeadas de uma a sete sementes por

recipiente, dependendo do tamanho e da qualidade física e fisiológica das mesmas.

Após a semeadura, deve-se peneirar uma fina camada do substrato utilizado sobre

as sementes, colocando-se, a seguir, uma cobertura morta (casca de arroz ou capim

picado). Essa cobertura tem, dentre outras, a finalidade de proteger as sementes

contra a incidência direta dos raios solares e de eventuais chuvas fortes e conservar

a umidade da camada superficial, resultando em maior porcentual de germinação

das sementes.

Os recipientes comumente utilizados na produção de mudas são os

sacos de polietileno e os tubetes de polipropileno. Esses recipientes estão

disponíveis no mercado em várias dimensões. O tamanho do recipiente depende da

espécie, do tamanho da semente e da idade da muda. Os recipientes mais usados na

produção de mudas florestais correspondem a sacos de polietileno e tubetes de

polipropileno em variadas dimensões: Sacos plásticos (cm): 15x25 (Grande); 15x20

ou 15x22 (Médio); 15x17 (Pequeno) – Espessura (0,20 micra). Tubetes (cm):

20x6,6 (Grande); 14,5x3,5(Pequeno).

As mudas produzidas em tubetes deverão dispostas em bandejas e

produzidas em canteiros suspensos.

O substrato a ser utilizado será o substrato para produção de mudas

florestais, podendo ser realizada a adição de outros materiais como areia, terriço de

mata, esterco curtido de gado, húmus de minhoca, vermiculita, turfa, casca de arroz

carbonizada, fibra de coco, adubos, corretivos, micronutrientes, fertilizantes e

outras substâncias, dependendo da necessidade.

O substrato para a produção de mudas deve proporcionar uma

satisfatória oferta de nutrientes e água às plantas bem como uma sustentação a

raízes. O uso de terra de subsolo (profundidade de 30 cm) deve limitar-se a 20% do

volume total.

O enfileiramento de sacos plásticos não deve ultrapassar uma largura de

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1 m para favorecer os tratos culturais (irrigação e controle de pragas e doenças), a

incidência luminosa e o trânsito de pessoas e insumos.

9.4. Do cultivo das mudas:

Deve-se garantir a aquisição da primeira leva de sementes a serem

cultivadas nos viveiros. As espécies vegetais as quais podem constar no viveiro são

as constantes nas Tabelas 03 e 04, abaixo. Deve-se primar pela diversidade de

espécies dentro do viveiro, observadas limitações técnicas e financeiras em seu

cultivo.

Tabela 03 - Espécies verificadas na área de Cerrado (formações savânicas) do Parque Estadual do

Mirador.

Nome popular Nome científico Família

Mangaba Hancorniaspeciosa Apocynaceae

Janaúba Himatanthusdrasticus Apocynaceae

Inharé Brosimum

Gaudichaudianum

Moraceae

Tuturubá Pouteriamacrophylla Sapotaceae

Lacre Vismiaguianensis Clusiaceae

Fava d’anta Dimorphandramollis Fabaceae

Sucupira Bowdichiavirgilioides Fabaceae

Sucupira Pterodonemarginatus Fabaceae

Capitão do campo Terminaliaargentea Combretaceae

Fava de bolota ParkiaPendula Fabaceae

Barbatimão Stryphnodendron

Adstringens

Fabaceae

Candeia Plathymeniareticulata Fabaceae

Amargoso Vataireamacrocarpa Papilionoideae

Angelim do cerrado Andiracuyabensis Fabaceae

Ipêamarelo Handroanthus sp. Bignoniaceae

Sambaiba Curatellaamericana Dilleniaceae

Bruto Annonacrassiflora Annonaceae

Jatoba Hymenaeacourbaril Fabaceae

Jatoba Hymenaeastigonocarpa Fabaceae

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Cagaita Eugenia dysenterica Mirtaceae

Araça Psidiumguineense Mirtaceae

Mangababrava Lafoensiapacari Lythraceae

Pau terra miúdo Qualeaparviflora Vochysiaceae

Pau terra grande Qualeagrandiflora Vochysiaceae

Folhalarga Salvertiaconvalleriodora Vochysiaceae

Cajui Anacardium sp. Anacardiaceae

Marfim Agonandrabrasiliensis Opiliaceae

Mirindiba Buchenaviasp. Combretaceae

Bacuri Platoniainsignis Clusiaceae

Piqui Caryocarbrasiliense Caryocaraceae

Tingui Magoniapubescens Sapindaceae

Copaiba Copaiferalandsgorffii Fabaceae

Orelha de macaco Enterolobium

Contortisiliquum

Fabaceae

Mutamba Guazumaulmifolia Sterculiaceae

Caroba Jacaranda cuspidifolia Bignoneaceae

Açoitacavalo Lueheadivaricata Malvaceae

Maminha-de-porca Zanthoxylumrigidium Rutaceae

Pau-pombo Tapiriraguianensis Anarcadiaceae

Ata-brava Duguetiafurfuracea Annonaceae

Angico-vermelho Anadenanthera

Macrocarpa

Fabaceae

Tabela 04 - Espécies verificadas nas Áreas de Preservação Permanente do Parque Estadual

do Mirador (formações florestais).

Nome popular Nome cientifico Família

Buritirana Mauritiellaarmata Arecaceae

Bacaba Oenocarpusbacaba Arecaceae

Buriti Mauritiaflexuosa Arecaceae

Genipapo Genipaamericana Rubiaceae

Inga Inga edulis Fabaceae

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Sangrad’água Croton urucurana Euphorbiaceae

A manutenção dos viveiros deverá ser realizada pelos membros fixos

das famílias integrantes do Projeto, em conjunto com a OSCIP a ser contratada. É

necessária a manutenção das condições adequadas dos viveiros, bem como a

organização dos planos de trabalho das famílias integrantes e a fiscalização de seu

cumprimento, além do planejamento e organização das atividades a serem

desenvolvidas pelas famílias nos viveiros do Projeto. Na elaboração dos planos de

trabalho, deverão ser consideradas as distâncias físicas e outras condicionantes para

o tipo de atividade a ser desenvolvida pelas famílias.

Os viveiros deverão ter, durante todo o tempo da contratação e a partir

de sua construção, quantidade mínima de 12.000 (doze mil) mudas cada um. As

levas de produção de mudas deverão ser mantidas através (i) coleta e plantio de

sementes do Parque pelas famílias participantes, por meio da orientação da OSCIP

a ser contratada nas capacitações e acompanhamento das atividades semanais; e (ii)

aquisição de mudas por parte da OSCIP.

Deve-se garantir que, até 28 de fevereiro de 2019, o primeiro ciclo de

produção das mudas esteja pronto para iniciar o seu transporte ao local definitivo de

plantio.

Deve-se garantir que, até dia 31 de março de 2019, o primeiro ciclo de

mudas esteja todo plantado em seu local definitivo de plantio.

Deve-se garantir a manutenção e monitoramento das mudas plantadas

em seu local definitivo e realizar avaliações de campo com o levantamento das

áreas onde o reflorestamento foi bem-sucedido e onde não foi, apontando as

possíveis causas.

Deve-se garantir o replantio das mudas nos locais onde o

reflorestamento não foi bem sucedido.

Deve-se garantir, pelo menos, 02 (dois) ciclos de produção que atendam

ao quantitativo mínimo estabelecido acima.

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10. CAPACITAÇÕES TÉCNICAS E CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL

10.1. Descrição:

Deve-se garantir a capacitação e conscientização ambiental dos membros

fixos das famílias integrantes do Projeto “Berço do Itapecuru” através da realização de

atividades de capacitação, com caráter pedagógico e prático. As capacitações devem

contemplar todos os membros fixos das famílias beneficiárias do programa selecionados

pelo Edital SEMA 001/2017, prorrogado pelo Edital SEMA 002/2017, considerando-se a

estimativa de 200 famílias integrantes do Projeto.

A OSCIP a ser contratada será responsável pelo planejamento das

capacitações e atividades, sua execução, monitoramento e pela logísticas de transporte a

alimentação das famílias participantes do projeto, considerando-se as difíceis condições de

locomoção no Parque.

10.2. Do Planejamento:

A OSCIP será responsável por planejar as capacitações, devendo

disponibilizar à SEMA e a todas as famílias beneficiárias o calendário descrito e ilustrado

contendo resumo das capacitações, data e local de sua realização, além de afixar uma cópia

impressa do dito calendário em cada um dos postos de apoio existentes no Parque Estadual

do Mirador.

A OSCIP deverá, ainda, mobilizar e informar as famílias beneficiárias sobre

as datas e locais das capacitações por meio de comunicado aos guarda-parques (com

antecedência mínima de 05 dias úteis) e por rádio difusão (em, no mínimo, duas chamadas

diurnas e duas noturnas ao longo dos 05 dias que antecedem cada capacitação).

A OSCIP será responsável pelo planejamento das atividades complementares

à capacitação, junto às famílias parte do Projeto, sendo também responsável por monitorar a

participação dessas últimas nas atividades desenvolvidas.

10.3. Da Logística:

Deve-se oferecer cada uma das 13 capacitações em 05 locais, a saber: Posto

dos Mosquitos, Posto do Mel (inclui Cágados e Aldeia), Posto do Zé Miguel, Posto da

Geraldina e no povoado Bacurizeiro. No caso das capacitações que necessitem de contato

direto com os viveiros, o local que seria o povoado Bacurizeiro deverá ser substituído pelo

Posto dos Mosquitos sendo realizadas, portanto, 02 (duas) vezes no Posto dos Mosquitos.

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Quando, em qualquer capacitação, o quórum de membros fixos for inferior a

60% do esperado, a mesma capacitação deve ser oferecida novamente no local que não

obteve o referido quórum, a fim de garantir a participação de todos os membros fixos das

famílias beneficiárias.

Deve ser assegurado o transporte (ida e retorno) de ao menos 1 (um)

membro fixo de cada família integrante às capacitações e, além disso, água potável, ao

longo de toda a capacitação, como também a alimentação para os membros fixos das

famílias beneficiárias do Programa, sendo esta composta por um lanche, que antecederá o

início da capacitação; e um almoço, ao seu final.

Os profissionais a ministrar as atividades de capacitação devem fazê-lo de

forma horizontal e participativa com as famílias integrantes, adequando-se às necessidades

específicas e restrições socioeconômicas das comunidades.

A OSCIP a ser contratada será responsável por adquirir todo o material

necessário à realização das atividades de capacitação e as atividades práticas a ela

correlatas. Ao final do Termo de Parceria, todo o material adquirido com esta finalidade

deverá ser destinado aos postos de apoio da SEMA no Parque Estadual do Mirador. A lista

com o quantitativo mínimo necessário de material para as capacitações encontra-se na

Tabela 05 abaixo.

Tabela 05- Materiais necessários para as capacitações

DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANT.

Data-show (projetor) Und. 01

Gerador portátil 220 V, 2Kva Und. 01

Notebook Und. 01

Nobreak Und. 01

Impressora Und. 01

Tela de projeção Und. 01

GPS Und. 01

Conjunto canetinha hidricor com 6 cores Und. 08

Conjunto de lápis de cor com 6 cores Und. 08

Cartolinas brancas Und. 25

Escadas com cinto Und. 05

Podão Und. 15

Facão Und. 15

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DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANT.

Tesoura de poda Und. 08

Peneira Und. 04

Luvas de borracha Pares 20

Bota de borracha Pares 20

Luvas de lã Pares 20

Luvas descartáveis Pct. 8

Sacos de papel para acondicionamento de sementes 1

Kg

Und. 1.000

Sacos de papel para acondicionamento de sementes 3

Kg

Und. 1.000

Sacos de papel para acondicionamento de sementes 5

Kg

Und. 1.000

Sacos plásticos para acondicionamento de sementes

50 Kg

Und. 100

Sacos de pano para acondicionamento de sementes

50 Kg

Und. 100

Lona de secagem das sementes 5x5 m Und. 05

Lixa nº100 Und. 50

Estilete/serrinha Und. 50

Tesoura de poda Und. 20

Tesoura de costura Und. 15

Vasilhas de plástico de suporte para germinação Und. 20

Panelas para choque térmico nas sementes Und. 5

Latas de alumínio (podem ser de

reciclagem/reaproveitadas)

Und. 10

Potes de vidro com tampa (podem ser de

reciclagem/reaproveitadas)

Und. 25

Potes de plástico com tampa (podem ser de

reciclagem/reaproveitadas)

Und. 25

Terra preta M³ 05

Areia M³ 05

Húmus M³ 01

Cinza de casca de arroz M³ 01

Esterco M³ 01

Pás Und. 08

Carrinho de mão Und. 05

Plaquetas para identificação das plantas Und. 50

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DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANT.

Tubetes 20x6,6cm

Und. 100

Sacos plásticos de polietileno 15x25cm Und. 100

Pulverizador costal Und. 04

Fungicida galão 5 L Und. 01

Formicida galão 5 L Und. 01

Inseticida galão 5 L Und. 01

Máscara para pulverização Und. 04

Touca árabe para pulverização Und. 04

A OSCIP a ser contratada deverá definir e monitorar a continuidade das

atividades orientadas durante as capacitações, sendo responsável pela elaboração de

relatórios parciais que comprovem a frequência dos membros fixos das Famílias

beneficiárias nas atividades e capacitações obrigatórias.

10.4. Do Conteúdo das Capacitações:

As capacitações têm por objetivo desenvolver uma maior consciência

ambiental nas famílias participantes, permitindo-lhes o conhecimento de técnicas

sustentáveis que possibilitem reduzir os efeitos da ação antrópica no Parque, como também

capacitá-las a fim de desenvolverem atividades com fins de reflorestamento e recuperação

das áreas degradadas, nascentes e cursos de rios do Parque.

Nesse sentido, importante notar que a linguagem das capacitações deve

adequar-se às necessidades das famílias locais, focando-se em situações cotidianas por elas

vivenciadas e permitindo uma maior compreensão de formas de restauro e reflorestamento

do meio ambiente.

As capacitações serão teóricas e práticas, de forma que cada módulo

contenha 8 (oito) horas de atividades, sendo ao mínimo 3 (três) horas de parte teórica.

As capacitações devem ocorrer de acordo com o cronograma de atividades

de recuperação ambiental a serem realizadas pela OSCIP a ser contratada e pelas famílias,

visando subsidiar as ações de conservação ambiental a serem executadas por essas últimas.

As capacitações foram previamente determinadas através do Edital n°

001/2017 SEMA, das quais a I Capacitação ficou sob a responsabilidade da Secretaria de

Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais - Sema.

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Conforme Edital SEMA 001/2017, as capacitações devem contar com os

seguintes temas, mas não somente:

a) II Capacitação Técnica (carga horária 8h): tem como objetivo aprender técnicas de

combate a queimadas e constará de duas etapas: prática e teórica. Esta capacitação deve

ensinar estratégias alternativas ao uso da queimada, especialmente na agricultura, como

a adubação e rotação de culturas.

b) III Capacitação Técnica (carga horária 8h): tem o objetivo de realizar ações de

educação ambiental, conscientização sobre a importância de preservar as matas ciliares e

de recuperar as áreas queimadas, ações de gerenciamento, descarte adequado e

reutilização de resíduos. A metodologia utilizada deverá conter um resgate histórico das

alterações ambientais verificadas pelas Famílias beneficiárias no Parque e constará de

duas etapas: prática e teórica. Deve-se focar no ensino do descarte correto e reutilização

de resíduos presentes no cotidiano das famílias, como as pilhas das lanternas, sacos

diversos, dentre outros.

c) IV Capacitação Técnica (carga horária 8h): tem o objetivo de realizar a apresentação

da vegetação do Parque, detalhando as diferentes fitofisionomias e enfocando na

vegetação das áreas definidas como prioridade de ação (áreas de nascente, cursos dos

rios, áreas queimadas e/ou desmatadas) e constará de duas etapas: prática e teórica;

d) V Capacitação Técnica (carga horária 8h): tem o objetivo de apresentar o layout do

viveiro, suas funcionalidades, importância do uso de Equipamentos de Proteção

Individual (EPI’s), higiene e limpeza do ambiente local e manutenção e constará de duas

etapas: prática e teórica;

e) VI Capacitação Técnica (carga horária 8h): tem o objetivo de realizar cronograma de

frutificação e floração mensal da vegetação do Parque. Ao final da capacitação deverá

ser elaborado um calendário anual de acordo com a fenologia e frutificação das espécies

ocorrentes no Parque. A metodologia utilizada será através de construção conjunta entre

a comunidade e a equipe técnica, buscando resgatar essências florestais antes existentes

na área e constará de duas etapas: prática e teórica;

f) VII Capacitação Técnica (carga horária 8h): tem o objetivo de realizar coleta de

sementes atendendo ao calendário anual executado na capacitação anterior, e constará de

duas etapas: prática e teórica;

g) VIII Capacitação Técnica (carga horária 8h): tem o objetivo de apresentar os tipos de

germinações e metodologias de quebra de dormência das sementes para sua posterior

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germinação das espécies nativas da área e constará de duas etapas: prática e teórica;

h) IX Capacitação Técnica (carga horária 8h): tem o objetivo de apresentar as

metodologias de armazenamento e acondicionamento das sementes das diferentes

espécies e seu posterior beneficiamento. Esta capacitação deverá ocorrer em duas etapas:

prática e teórica;

i) X Capacitação Técnica (carga horária 8h): tem o objetivo de apresentar os meios de

semeadura em canteiros, semeadura direta, desbaste, repicagem, irrigação e dança das

plântulas e constará de duas etapas: prática e teórica;

j) XI Capacitação Técnica (carga horária 8h): tem o objetivo de conhecer e formular os

tipos de adubo e substrato e as técnicas de adubação e constará de duas etapas: prática e

teórica. Esta capacitação deve ensinar os beneficiários a produzir seu próprio substrato

utilizando insumos produzidos no próprio Parque, como cinza de casca de arroz e

esterco animal.

k) XII Capacitação Técnica (carga horária 8h): tem o objetivo de executar a produção de

mudas e constará de duas etapas: prática e teórica;

l) XIII Capacitação Técnica (carga horária 8h): tem o objetivo de conhecer os tipos de

controle de pragas e doenças utilizando métodos naturais e constará de duas etapas:

prática e teórica;

m) XIV Capacitação Técnica (carga horária 8h): tem o objetivo de apresentar os

métodos de controle de irrigação e fertirrigação e constará de duas etapas: prática e

teórica.

10.5. Monitoramento:

A OSCIP a ser contratada será responsável por elaborar relatórios bimestrais

sobre a participação dos membros fixos das famílias beneficiárias nas capacitações.

Os relatórios devem conter a metodologia utilizada para mobilização e

execução das capacitações, registro fotográfico e lista de presença assinada por todos os

participantes.

A liberação da terceira parcela e seguintes da bolsa dos beneficiários

dependerá da entrega dos relatórios técnicos pela OSCIP, relativas ao primeiro bimestre de

execução, atestando o cumprimento das atividades obrigatórias do Projeto de forma

satisfatória e assim sucessivamente.

Considerando que as famílias beneficiárias devem cumprir com a

participação satisfatória em, no mínimo, 60% da carga horária exigida nas capacitações e,

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em no mínimo, 60% da carga horária exigida nas atividades semanais obrigatórias, a

OSCIP executora deverá monitorar a presença dos membros fixos e apresentar os

resultados nos relatórios.

11. ATIVIDADES SEMANAIS DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

11.1. Descrição:

A OSCIP é responsável por planejar junto às famílias beneficiárias do

Projeto as atividades de recuperação ambiental que essas irão desenvolver.

As atividades a serem definidas pela OSCIP para execução pelos membros

fixos devem seguir os objetivos do Projeto, visando:

I- Produção de mudas de espécies nativas através da coleta de sementes.

II- Participação na construção e manutenção de viveiros e outras ações correlatas.

III- Preservação, restauração, recomposição e recuperação das áreas indicadas no

Projeto.

IV- Execução das atividades apontadas no monitoramento realizado pela OSCIP a ser

contratada.

11.2. Monitoramento:

A OSCIP a ser contratada deverá definir e monitorar a continuidade das

atividades orientadas durante as capacitações, visto que os membros fixos das famílias

beneficiárias deverão dedicar 06 (seis) horas semanais a essas atividades.

A OSCIP será responsável por elaborar relatórios bimestrais sobre a

participação e o cumprimento das atividades pelas famílias beneficiárias.

Os relatórios devem conter a metodologia utilizada para mobilização e

execução das capacitações, registro fotográfico e lista de presença assinada por todos os

participantes.

A OSCIP será responsável por fiscalizar a execução das atividades pelos

membros fixos das famílias beneficiárias.

A OSCIP deverá entregar um relatório final consolidado ao fim do Projeto

“Berço do Rio Itapecuru”, contendo todas as atividades e produtos realizados durante a

execução do Projeto.

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12. MONITORAMENTO DA SEMA

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais –Sema fará o

acompanhamento, monitoramento e supervisão de todas as atividades realizadas no âmbito

do Projeto Berço do Rio Itapecuru por meio da equipe executora composta por

representantes da Secretaria Adjunta de Recursos Ambientais (SARA), da

Superintendência de Biodiversidade e Áreas protegidas (SBAP) e da Superintendência de

Recursos Florestais (SRF) e pelo Comitê Gestor do Programa Maranhão Verde, instituído

pelo Decreto Estadual nº 33.329, de 12 de setembro de 2017. Além disso, será designada

uma Comissão de Avaliação por meio de portaria, que realizará o acompanhamento,

avaliação e aprovação de todos os produtos entregues pela OSCIP que firmará termo de

parceria junto à SEMA para executar atividades do Programa no Parque Estadual do

Mirador.

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13. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROJETO

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14. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os trabalhos de campo revelaram a necessidade de inserir a comunidade

em torno desses rios para a sensibilização quanto à preservação das nascentes e de

toda a área de preservação permanente (APP), uma vez que tais rios, que são fontes de

recursos econômicos e naturais, vêm sendo alvo de grande degradação em decorrência

da necessidade da população local em obter recursos. Tais ações vêm apresentando

danos provocados pela queimada, disposição de resíduos, supressão da vegetação,

além das atividades agrícolas que se encontram em litígio com os limites do Parque

Estadual do Mirador.

Ações de fiscalização e monitoramento são fundamentais, visto que a

conservação do Parque é vital para a proteção das nascentes dos rios Alpercatas e

Itapecuru. Nesse sentido, as ações propostas pelo projeto “Berço do Rio Itapecuru”

vão de encontro aos anseios de proteção e preservação dessa importante área do estado

do Maranhão.

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15. REFERÊNCIAS

Gerência de Planejamento e Desenvolvimento Econômico. Laboratório de

Geoprocessamento. Atlas do Maranhão. São Luís, 2002.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Indicadores de desenvolvimento

sustentável. Brasil: 2004

Lei nº 10.595, de 24 de maio de 2017. Institui o Programa Maranhão Verde, destinado a

fomentar e desenvolver projetos voltados para apoio à conservação e recuperação

ambiental.Diário Oficial do Estado. São Luís, MA, 24 mai. 2017, p. 03.

MARANHÃO. Decreto nº 32.969, de 5 de junho de 2017. Regulamenta o Programa

"Maranhão Verde", instituído pela Lei Estadual nº 10.595, de 24de maio de 2017, destinado a

fomentar e desenvolver Projetos de Apoio à Conservação e à Recuperação Ambiental. Diário

Oficial do Estado. São Luís, MA, 5 jun. 2017, p. 04.

MARANHÃO. Decreto nº 33.328, de 12 de setembro de 2017. Institui o Projeto “Berço do

Rio Itapecuru” pertencente ao programa “Maranhão Verde”, instituído pela Lei Estadual nº

10.595, de 24 de maio de 2017, destinado a fomentar e desenvolver Projetos de Apoio à

Conservação e à Recuperação Ambiental. Diário Oficial do Estado. São Luís, MA, 12 set.

2017, p. 10.

MEDEIROS, R. Rio Itapecuru: águas que correm entre pedras. São Luís: Ed. Gráfica,

2001.