43
GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE LEOCIMARA LAURA DE FARIA A PARTICIPAÇÃO DO PROFESSOR NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO DA ESCOLA PÚBLICA SIQUEIRA CAMPOS/PR Janeiro/2008

GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

  • Upload
    vudan

  • View
    212

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

GOVERNO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃOCOORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE

DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

LEOCIMARA LAURA DE FARIA

A PARTICIPAÇÃO DO PROFESSOR NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO DA ESCOLA PÚBLICA

SIQUEIRA CAMPOS/PRJaneiro/2008

Page 2: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

GOVERNO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃOCOORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL – PDE

LEOCIMARA LAURA DE FARIA

A PARTICIPAÇÃO DO PROFESSOR NA ORGANIZACÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO DA ESCOLA PÚBLICA

Material Didático no formato OAC – Objeto de Aprendizagem Colaborativo - apresentado à Coordenação Estadual do Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná, como requisito parcial à obtenção de título de Professor/PDE.Orientadora: Professora Ms. Ana Lucia Ferreira Aoyama.

Page 3: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

SIQUEIRA CAMPOS/PRJANEIRO/2008

IDENTIFICAÇÃO

* Autor: Leocimara Laura de Faria

* Estabelecimento: Colégio Estadual “Professor Segismundo Antunes

Netto”

* Ensino: Profissional – Curso de Formação de Docentes em Nível Médio

* Disciplina: OTP - Organização do Trabalho Pedagógico

* Conteúdo Estruturante: Organização do Trabalho Pedagógico

* Conteúdo Específico: A Participação do Professor na Organização do

Trabalho Pedagógico

1-RECURSO DE EXPRESSÃO

Problematização do Conteúdo

CHAMADA PARA RECURSO DE EXPRESSÃO: A participação do professor na

forma como escola pública se organiza pode influenciar na qualidade do

ensino ofertado?

TÍTULO: A Discussão do Trabalho Pedagógico na Formação Inicial dos Professores TEXTO:

A Disciplina de Organização do Trabalho Pedagógico faz parte do

grupo das Disciplinas de Formação Específica do Curso de Formação de

Docentes em nível médio do Ensino Profissional. Tem por finalidade ofertar

conteúdos que instrumentalize o futuro docente para conhecer o sentido

da Educação Nacional, suas estruturas administrativa e pedagógica. Todo

seu conteúdo fundamenta-se na diversidade de ações que as instituições

escolares realizam diariamente, ou seja, no trabalho que a escola oferece,

no caso, o trabalho pedagógico. É necessário trazer para as aulas da

disciplina em questão, conteúdos que deem conta de explicitar o que é o

Page 4: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

Trabalho Pedagógico, como e quando ele acontece, quem são os principais

elementos envolvidos e qual a sua importância no processo ensino e

aprendizagem.

Aos profissionais da educação é fundamental dominar conceitos e

práticas relacionadas com o Trabalho Pedagógico. Libanêo (2004, p.14) dá

sustentação a essa colocação quando escreve:

[...] devemos reconhecer a importância das políticas educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema de ensino, mas elas precisam sempre ser submetidas a uma avaliação do ponto de vista social e ético.

Se quisermos uma educação de qualidade, a organização do

trabalho que se processa no ambiente escolar precisa ser pensada e

praticada de acordo com os fins que se quer atingir na concretização

desse desejo. É bastante oportuno iniciar com os futuros profissionais da

educação, a reflexão sobre a natureza do trabalho pedagógico, no curso

de Formação de Docentes para que eles se percebam desde então coo-

participantes tanto da sua elaboração, quanto da sua execução.

Compreender a dimensão do trabalho pedagógico que deve ser

efetivado pela escola, desde a formação inicial favorece ao futuro docente

estabelecer parâmetros para sua carreira profissional. Para que uma vez

formado e atuando na educação, oriente sua prática desvinculada do

caráter de reprodução dos interesses capitalistas da sociedade. Ilustrando

essa colocação pode-se citar Libanêo (2004, p.15) quando diz que:

[...] não basta aos futuros professores desenvolver saberes e competências para sair-se bem nas aulas, é preciso que saibam como e porque são tomadas certas decisões no âmbito do sistema, como a direção da escola passa essas decisões aos professores, e como essas decisões expressam relações de poder, como também expressam idéias sobre como devem se comportar e que tipo de aluno deve ser formado.

Hoje tem se tornado quase que unânime na fala dos professores

pedagogos reclamações de que os demais profissionais da escola não

valorizam suas ações. O que pode ser resultado de não conhecerem o

papel do pedagogo, ou por não se identificarem com este profissional na

articulação do trabalho pedagógico. Então, o Curso de Formação de

Page 5: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

Docentes constitui-se num local propício para se estudar este conteúdo

partindo dos principais conceitos e concepções de homem, de sociedade,

de conhecimento, de trabalho, de cultura, de aprendizagem.

Outra questão a ser levada em conta, é em relação a formação dos

professores, que ao cursarem a Formação de Docentes sem oportunidades

de discutir a diversidade de ações que permeiam o Trabalho Pedagógico

numa disciplina específica. E se esse futuro professor acabar por exercer a

função de docente apenas com a formação inicial, sem um curso superior

ou até mesmo concluindo um outro curso superior que não seja o Curso de

Pedagogia, como ele irá dominar certos saberes inerentes ao Trabalho

Pedagógico?

REFERÊNCIAS:

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola – Teoria e

Prática. 5. ed. Goiânia: Editora Alternativa, 2004.

2- RECURSOS DE INVESTIGAÇÃO

2.1Investigação Disciplinar

TÍTULO: A Influência da Organização do Trabalho Pedagógico na prática

educativa dos professores pedagogos

TEXTO:

Tomando como pressuposto que o sucesso dos alunos na

aprendizagem escolar depende de uma escola bem organizada,

preocupada com o bom desempenho dos professores em sala de aula,

assegurando a eles condições pedagógico-didáticas, bem como, condições

organizacionais e operacionais.

Percebe-se no dia-a-dia que mesmo os profissionais da educação

que já estão há muito tempo dentro da instituição ainda não conseguem

entender com clareza como a escola está organizada, que dirá os futuros

Page 6: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

professores que ao mesmo tempo em que estão recebendo conhecimento

de nível médio assegurando a continuidade dos seus estudos para o nível

superior, também estão sendo preparados para a docência na Educação

Infantil e para o Ensino Fundamental – anos iniciais. Então, certamente,

constitui-se necessário explorar dentro dos conteúdos da disciplina de OTP

– Organização do Trabalho Pedagógico, conhecimentos e saberes que

levem os futuros professores a conhecerem como se organiza a escola,

quem é quem dentro da estrutura organizacional e que funções são

atribuídas aos membros da Equipe Técnico-Pedagógica.

Ao adentrar a sala de aula e ser observado por vários olhares

curiosos a respeito de como será a aula de OTP de hoje, que assunto, que

atividades o professor irá propor, o professor pedagogo tem que ter

consciência de que não é nem justo, e nem correto privar esses alunos

(futuros professores) de conhecerem como realmente a escola é, está e

deve ser organizada. Se esses futuros professores estão se apropriando de

conhecimentos de formação específica, os quais compõem a formação

inicial de cada um para o exercício da docência, como então, deixar de

lado, ou mesmo empobrecer o tema, aligerar o conteúdo tão necessário

que servirá de subsídio para melhor compreensão do processo

educacional dentro e fora da unidade escolar.

Trabalhar com o futuro professor as funções da escola sem

explicitar como a escola deve se organizar para bem cumprir essas

funções e atingir os objetivos propostos, torna-se um trabalho “capenga”,

pois ele sairá do curso sem dominiar as relações que se processam na

escola e sem compreender que a Organização do Trabalho Pedagógico

tem influência diretamente nas ações em sala de aula. E ainda, sem

entender que mudanças e ajustes nos sistemas político, cultural, sócio-

econômico estão interrelacionadas com o sistema educacional. Como diz

Libâneo (2004, p.14):

[...] é necessário admitir que há, de fato, uma inter-relação entre as políticas educacionais, a organização e gestão das escolas, as práticas pedagógicas na sala de aula e o comportamento das pessoas. As políticas educacionais e diretrizes organizacionais e curriculares são portadoras de intencionalidades, idéias, valores, atitudes, práticas, que influenciam as escolas e seus profissionais na configuração

Page 7: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

das práticas formativas, determinando um tipo de sujeito a ser educado. Essas orientações chegam as escolas e, em muitos casos, os professores não as questionam, e é aí que os problemas começam, pois não vêem que as relações sociais e políticas nunca são harmônicas nem estáveis; ao contrário, são tensas, conflituosas, contraditórias, favorecendo espaço para que as escolas e os seus profissionais operem com relativa autonomia em face do sistema político dominante. Ou seja, as pessoas podem tanto aderir como resistir ou dialogar com tais políticas e diretrizes e formular coletivamente, práticas formativas e inovadoras em razão de outro tipo de compreensão das coisas.

Ao invés de mergulhar os alunos (futuros professores) no universo

do aparato burocrático, enfando-os só com conteúdos sobre a Legislação

que rege o Sistema Educacional é necessário provê-los de conceitos, de

concepções sobre a Organização do Trabalho Pedagógico. Libâneo

também defente a idéia do quanto é importante na formação de

professores o conhecimento da estrutura, da organização e da gestão do

sistema educacional. E aí é válido acrescentar que este conhecimento

pode ser trabalhado tanto a nível médio como superior:

[...] na formação de professores é importante o conhecimento da estrutura, da organização e da gestão do sistema educacional e das escolas. No currículo do curso de Pedagogia e dos cursos de Licenciatura, o estudo do sistema educacional tem sido feito na disciplina Estrutura e Funcionamento do Ensino, a qual, em alguns lugares, vem sendo substituída por Políticas Educacionais e Gestão da Educação. Essas disciplinas estudam temas da educação sob um enfoque mais geral; as políticas educacionais, os planos de educação, a estrutura organizacional do sistema escolar, as relações entre educação e sociedade, etc. [...] essas disciplinas têm, em comum, os princípios, métodos e procedimentos relacionados com o processo de trabalho na escola, as formas de gestão e de tomada de decisões, as relações internas entre os integrantes da escola, as relações da escola com a comunidade e a sociedade.(Libâneo, 2004p. 22-23).

No exercício da docência, o professor tem também como função

participar na Organizaçao do Trabalho Pedagógico, ou seja, tem que dar

sua contribuição para que sejam planejadas e efetivadas de forma coletiva

as ações pedagógicas da escola. Pois a Organização do Trabalho

Pedagógico constitui-se num espaço de aprendizagem profissional, na

Page 8: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

medida em que os professores participam ativamente da sua organização,

formando com os demais colegas uma equipe de trabalho, aprendendo

novos saberes, assim como um modo de agir coletivo, em favor da

formação dos alunos. José Carlos Libâneo (2004), fala dessa atribuição do

docente deixando bem explícito o caráter de coletividade que a

organização da escola precisa ter:

Uma das funções profissionais do professor é participar

ativamente na gestão e organização da escola, contribuindo

nas decisões de cunho organizativo, administrativo e

pedagógico-didático. Para isso, ele precisa conhecer bem os

objetivos e o funcionamento de uma escola, dominar e

exercer competentemente sua profissão de professor,

trabalhar em equipe e cooperar com os outros profissionais.

(p.36)

Como o professor irá participar ativamente da organização e

gestão da escola, se lhe faltar os conhecimentos necessários. Por isso o

professor pedagogo que detém a cadeira da disciplina de OTP –

Organização do Trabalho Pedagógico no Curso de Formação de Docentes

deve ter presente esta preocupação, esse compromisso com a formação

profissional dos futuros professores. É importante o professor pedagogo

despertar em seus alunos a consciência de que sendo a escola um espaço

educativo, lugar de aprendizagem, os professores ao participarem de sua

organização, da tomada de decisões, também desenvolvem sua

profissionalidade.

Sobre o conceito de Trabalho Pedagógico, Celso Vasconcellos

(2002, p.11) traz uma definição curta, porém abrangente ao máximo:

Trabalho Pedagógico é o âmago das instituições de ensino, na medida em que seu núcleo é o trablho com o conhecimento, é a especificidade da escola, constituindo-se como a grande finalidade da práxis educativa.

A partir dessa definição pode-se considerar o quanto o Trabalho

Pedagógico é importante para o processo de ensino e aprendizagem. Ele é

pensado, gestado e executado conforme as ideologias que perpassam

pela escola, pelos ideais dos profissionais que lá trabalham. Então não dá

Page 9: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

para o professor dizer que isso não é tarefa sua, não é de seu interesse,

nem do seu conhecimento. Porque tudo o que a escola realiza, realiza

porque foi planejado de alguma forma, foi estipulado por alguém, ou por

um grupo. De forma bastante simplista pode-se conceituar o Trabalho

Pedagógico como sendo o conjunto das ações que a escola realiza

diariamente em função do seu bem mais precioso, os alunos.

Trabalho pedagógico é atividade pedagógica por trabalhar

fundamentalmente com o saber. Este trabalho não pode ser realizado de

forma individualista, alienada e desarticulado. Pela reflexão crítica e

coletiva, ele tem se mostrado como um caminho extremamente fértil no

enfrentamento dos desafios da sala de aula e da escola. O trabalho

pedagógico deve ser articulado na perspectiva de uma gestao

democrática e libertadora da sala de aula e da escola. O trabalho

pedagógico implica uma direção para atingir eficazmente os objetivos da

escola e é carregado de intencionalidades canalizadas para a qualidade do

ensino para que os alunos atinjam níveis satisfatórios de capacidades

cognitivas e operativas.

Procurando esclarecer ainda mais sobre o Trabalho Pedagógico,

segue o elenco dessas ações educativas que compõem o núcleo desse

trabalho escolar: construção e implementação do Plano de Ação da

Direção, da Equipe Técnico-Pedagógica e dos Funcionários; criação e

efetivação dos Órgãos Colegiados (Conselho Escolar - APMF (Associação

de Pais, Mestres e Funcionários) - Grêmio Estudantil); construção coletiva

do Projeto Político Pedagógico; construção da Proposta Pedagógica

Curricular; construção coletiva do Regimento Escolar; implementação do

Trabalho Pedagógico no coletivo da escola: (Organização do espaço e

tempo escolar - Organização da prática escolar); formação continuada do

coletivo de profissionais da escola; relações entre escola e comunidade;

avaliação do Trabalho Pedagógico. Cada uma delas tem seu

desdobramento em outras ações peculiares ao sistema educacional.

Há uma íntima relação entre o que acontece no contexto da

organização escolar e o que acontece nas salas de aula, pelo fato de que

as práticas de gestão são práticas educativas e de que a escola é um

Page 10: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

espaço de aprendizagem e formação profissional, é muito útil que os

diretores, a equipe pedagógica, e professores compreendam,

criticamente, os processos de tomada das decisões que provém do Estado

e do sistema educativo para assumir uma postura permeada por práticas

democráticas no interior da escola, em favor da classe trabalhadora,

desprovida do conhecimento acadêmico, cientifíco e cultural.

REFERÊNCIAS:

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola – Teoria e

Prática. 5. ed. Goiânia: Editora Alternativa, 2004.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do Trabalho

Pedagógico – Do Projeto Político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula.

São Paulo: Libertad, 2002.

2.2Perspectiva Interdisciplinar

TÍTULO: O Sentido da Educação Brasileira

TEXTO:

2.3Contextualização

TÍTULO: O Trabalho Pedagógico no Contexto Social

TEXTO:

Frente ao momento de reestruturação produtiva, capitalista,

globalização da economia, avanços tecnológicos, em que as políticas

econômicas, sociais, educacionais são levadas a se ajustar ao modelo de

desenvolvimento capitalista que ora se consolida, a escola brasileira tem o

grande desafio de preparar crianças e jovens para continuarem atuando

Page 11: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

nesta sociedade, mas dotados de capacidades para compreender,

analisar, arguir, lutar e transformar para o bem comum.

Cada vez mais é notável o impacto das transformações nos

sistemas de ensino e nas escolas. Impossível passar despercebido o

impacto dessas mudanças, especialmente o recondicionamento das

escolas aos intentos do capitalismo internacional e dos interesses

financeiros. E com isso o ensino tem sido afetado por uma série de

fatores: mudanças nos currículos, na organização das escolas (formas de

gestão, ciclos de escolarização, concepção de avaliação etc), introdução

de novos recursos didáticos (televisão, vídeo, computador, internet),

desvalorização da profissão docente.

Quando o professor participa na organização e gestão do trabalho

pedagógico, a ele é oprtunizado aprender várias coisas: tomar decisões

coletivamente, formular o projeto pedagógico, dividir com os colegas as

preocupações, desenvolver o espírito de solidariedade, assumir

coletivamente a responsabilidade pela escola, investir no seu

desenvolvimento profissional. Mas, principalmente, aprende sua profissão.

Então, o professor deve ter essa capacidade de entendimento

desde a sua formação inicial, para que ele vá analisando desde os seus

estágios como se processa o Trabalho Pedagógico nas diferentes escolas

(rede pública estadual, municipal, rede particular), como são tomadas as

decisões, e vá fortalecendo suas convicções para que uma vez docente

em sala de aula, ou pedagogo na Equipe Pedagógica tenha além da

fundamentação teórica, princípios e valores que o levem a assumir uma

postura comprometida com a democratização da escola pública em favor

dos desprovidos do conhecimento construido históricamente pela

humanidade.

Se quisermos um profissional com esse perfil, não dá para

postergar a outros cursos os conhecimentos sobre a organização e gestão

escolar, sobre políticas públicas, ou sobre os ajustes do mundo

globalizado, ou sobre os propósitos das nações de quererem elevar cada

vez mais sua capacidade econômica mesmo que a escola sirva como

“elevador social”, isto é, formando o homem necessário para o aumento

Page 12: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

da produtividade e do lucro. É tão urgente quanto necessário propiciar

uma formação aos futuros professores que dê conta de torná-los capazes

de compreender e participar do amplo e complexo processo do sistema

educacional.

REFERÊNCIAS:

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola – Teoria e

Prática. 5. ed. Goiânia: Editora Alternativa, 2004.

3- RECURSOS DIDÁTICOS

3.1Sítios

TÍTULO DO SÍTIO: CRE Mário covas – Centro de Referência em Educação

DISPONÍVEL EM: http://www.crmariocovas.sp.gov.br

ACESSADO EM: janeiro de 2008.

COMENTÁRIOS: Traz artigos e links que tratam do papel desempenhado

por diretores e coordenadores na organização do trabalho escolar, assim

como os desafios por eles enfrentados na gestão da escola. Com artigos

comentados que poderão enriquecer a reflexão.

TÍTULO DO SÍTIO: Portal da ANPED – Associação Nacional de Pós

Graduação e Pesquisa em Educação

DISPONÍVEL EM: http://www.anped.org.br

ACESSADO EM: janeiro de 2008

COMENTÁRIOS: Site com resultados de estudos atuais, e rico arquivo de

artigos sobre temas educacionais, servindo tanto para leituras como para

pesquisas de aprofundamento teórico. Responsável pela publicação da

Revista Brasileira de Educação.

TÍTULO DO SÍTIO: Portal Planeta Educação

Page 13: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

DISPONÍVEL EM: http://www.planetaeducacao.com.br

ACESSADO EM: janeiro de 2008

COMENTÁRIOS: É um portal com vários links de educação como notícias,

matérias, artigos, espaço para o professor trocar experiências, publicar

suas idéias, navegar pelas várias áreas do conhecimento, pesquisar

legislação.

TÍTULO DO SÍTIO: CADEP – Coordenação de Apoio a Direção e Equipe

Pedagógica. Produção Coletiva. Curitiba: SEED/PR

DISPONÍVEL EM: http://www.diaadiaeducaao.pr.gov.br/portals/cadep/?

PHPSESSID=2007070413470912

ACESSADO EM: janeiro de 2008

COMENTÁRIOS: Contribui com os professores pedagogos, subsiando com

material, reflexões, leituras, para a prática pedagógica numa perspectiva

de compromisso com o fazer do trabalho coletivo no âmbito da escola,

tomando a relação aluno-professor como principal eixo.

TÍTULO DO SÍTIO: SciELO

DISPONÍVEL EM: http://www.scielo.com.br

ACESSADO EM: janeiro de 2008

COMENTÁRIOS: Traz um hol de artigos científicos de autores conceituados,

publicados em revistas, jornais, periódicos, abordando temas de todas as

áreas do conhecimento. De vasta contribuição aos professores pedagogos

como leituras, reflexões, pesquisas de estudo.

3.2.Sons e Vídeos

Vídeo

TÍTULO: Escritores da Liberdade

Page 14: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

DIREÇÃO: Richard LaGravenese

PRODUTORA: Paramount Pictures

DURAÇÃO: 122 minutos

LOCAL DA PUBLICAÇÃO: Alemanha / EUA

ANO: 2007

DISPONÍVEL EM: http://www.paramoutbrasil.com.br

SINOPSE: No gênero Drama, colorido, Hilary Swank, duas vezes premiada

com o Oscar atua nesta instigante história evolvendo adolescentes,

criados no meio de tiroteiros e agressividade, e a professora que oferece o

que eles mais precisam: uma voz própria. Quando vai parar numa escola

corrompida pela violência e tensão racial, a professora Erin Gruwell

combate um sistema deficiente, lutando para que a sala de aula faça a

diferença na vida dos estudantes. Agora, contando suas próprias histórias,

e ouvindo as dos outros, uma turma de adolescentes supostamente

indomáveis vai descobrir o poder da tolerância, recuperar suas vidas

desfeitas e mudar seu mundo. Com eletrizantes performances de um

elenco de astros, incluindo Patrick Dempsey (Grey’s Anatomy) ganhador

do Globo de Ouro, Escritores da Liberdade é baseado no aclamado best-

seller O Diário dos Escritores da Liberdade.

COMENTÁRIO: Esta obra ilustra a importância da escola ter os alunos

como o bem mais precioso do sistema educacional, integrando as práticas

docentes para que a escola ensine por meio de uma educação

humanizadora, que faça diferença na vida dos alunos.

TÍTULO: Perfume de Mulher

Page 15: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

DIREÇÃO: Martin Brest

PRODUTORA: Universal Pictures

DURAÇÃO: 156 minutos

LOCAL DA PUBLICAÇÃO: EUA

ANO: 1992

DISPONÍVEL EM: http://www.interfilmes.com.br

SINOPSE: Drama. Colorido. Frank Slade (Al Pacino), um tenente-coronel

cego, viaja para Nova York com Charlie Simms (Chris O'Donnell), um

jovem acompanhante, com quem resolve ter um final de semana

inesquecível antes de morrer. Porém, na viagem ele começa a se

interessar pelos problemas do jovem, esquecendo um pouco sua amarga

infelicidade.

COMENTÁRIO: No final, esta obra, traz uma provocação: Que tipo de ser

humano a escola está formando? Submisso, alienado, individualista ou

com condições de atuar na sociedade num espírito de solidariedade,

consciente, crítico e comprometido com o bem comum?

TÍTULO: O Sorriso de Monalisa

DIREÇÃO: Diretor: Mike Newell

Page 16: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

PRODUTORA: Red OM Films

DURAÇÃO: 125 minutos

LOCAL DA PUBLICAÇÃO: EUA

ANO: 2003

DISPONÍVEL EM: www.SonyPictures.com.br

SINOPSE: Drama colorido. Elenco: Julia Roberts, Kirsten Dunst, Julia Stiles e

Maggie Gyllenhaal. Katharine Watson (Julia Roberts) é uma professora

recém-saída da Universidade, que traz consigo um grande desejo de

mudar a sociedade na qual vive.

Consegue ser contratada por um conceituado colégio, para lecionar

História da Arte, porém se sente enormemente incomodada com o

conservadorismo e as regras da escola e decide lutar contra essa situação.

A partir da maneira como ministra seu conteúdo, chamando a atenção dos

alunos para certos temas, e da forma como enfrenta as determinações do

colégio e da sociedade, Katharine desperta a admiração de seus alunos,

auxiliando a alguns a enfrentarem os desafios impostos pela vida, num

aprendizado que vai muito além do conteúdo escolar.

COMENTÁRIO: Exemplos de compromisso com a formação integral do

aluno podem ser percebidos no transcorrer de todo o filme. Servindo para

refletir sobre o sentido das práticas pedagógicas que se processam na

escola.

Áudio-CD/MP3

TÍTULO DA MÚSICA: Estudo Errado

EXECUTOR/INTÉRPRETE: GABRIEL PENSADOR Vocal: ARICIA MESS Vozes

Extras: MIGUEL CONTINO, JORGE TITO; FÁBIO FONSECA, FÁTIMA REGINA

Coro de Crianças: GABRIEL E BETINA, FARIA, LUIS FELIPE, JULIANA E

BERNARDO LEAL, RODRIGO CAMPBELL, GABRIEL NUNES, Baixo Teclado:

Page 17: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

FÁBIO FONSECA E MÁRCIO MIRANDA, Teclados: FÁBIO FONSECA Samples:

GENIUS OF LOVE (TOM TOM CLUB)

TÍTULO DO CD: Gabriel O Pensador – As Melhores de 1999

NÚMERO DA FAIXA: 9

NOME DA GRAVADORA: Sony Music

ANO: 1998

DISPONÍVEL EM: http://www.sonymusic.com.br

LOCAL: São Paulo

TEXTO:

Atenção para a chamada:

-Aderbal=presente

-Aninha=eu

-Breno=aqui

-Carol=presente

-Douglas=alô

-Fernandinha= tô aqui

-Geraldo=tôooo

-Itamarzinho=faltou

-Juquinha=...Eu tô aqui. Pra quê? / Será que é pra aprender? Ou será que é

para aceitar, me acomodar e obedecer? / Tô tentando passar de ano para

meu pai não me bater. Sem receio de saco cheio porque não fiz o dever. /

A professora já tá de marcação porque sempre me pega disfarçando,

espiando e colando toda prova dos colegas. / E ela esfrega na minha cara

um zero bem redondo. / E quando chega o boletim lá em casa eu me

escondo. / Eu quero jogar botão, videogame, bola de gude. Mas meus pais

só querem que eu “vá pra aula” e “estude”! / Então desta vez eu vou

estudar até decorar, cumpádi. / Pra me dar bem e minha mãe deixar eu

ficar acordado até mais tarde. / Ou quem sabe aumentar a minha mesada.

/ Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?) Não. De mulher pelada. / A

diversão é limitada e meu pai não tem tempo pra nada. / E a entrada do

cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!). A rua é perigosa então eu

vejo televisão (tá mais um corpo estendido no chão). / Na hora do jornal

Page 18: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

eu desligo porquê nem sei o que é inflação – ué, não te ensinaram? – Não.

A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil. / Em vão, pouco

interessante, eu fico pu...To cansado de estudar, de madrugar, que

sacrilégio (vou pro colégio!) Então eu fui relendo tudo até a prova

começar. Voltei louco pra contar.

Manhê! Tirei um dez na prova. / me dei bem tirei um cem e eu

quero ver quem me reprova. Decorei toda a lição. / Não errei

nenhuma questão. / não aprendi nada de bom. / mas tirei dez (Boa

filhão).

Quase tudo o que aprendi.

Amanhã eu já esqueci

Decorei, copiei.

Memorizei, mas não entendi.

Decoreba: esse é o método de ensino. / Eles me tratam como ameba e

assim eu não raciocino. / Não aprendo as causas e as conseqüências só

decoro os fatos. Desse jeito até história fica chato. / Mas os velhos me

disseram que o “porquê” é o segredo. / Então quando eu não entendo

nada, eu levanto o dedo. / Porque eu quero usar a mente pra ficar

inteligente. / Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou

gente. / Eu sei que o estudo é uma coisa boa. / O problema é que sem

motivação a gente enjoa. / O sistema bota um monte de abobrinha no

programa. / Mas dá para aprender a ser ignorante. Ah! Um ignorante, por

mim eu sem saia da minha cama (Ah! Deixa eu dormir). / Eu gosto dos

professores e eu preciso de um mestre. Mas eu prefiro que eles me

ensinem alguma coisa que preste / O que é corrupção. / Para que serve

um deputado? / Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso? / Ou

que a minhoca é hermafrodita. / Ou sofre a tênia solitária. / Não me faça

decorar as capitanias hereditárias!!!

- Alô o que vai cair na prova de amanhã?

Page 19: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

O quadrado da hipotenusa.

Cromossomos, tabela periódica...

Ah...Vamos fugir dessa jaula.

“Hoje eu tô feliz” (matou o presidente?) não matei aula, porque num dava.

Eu não agüentava mais. / Eu vou escutá um Pensador escondido dos meus

pais. / Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam. / Esse não é

o valor que o professor merecia. / Aluno iiii sujô (heim?) o inspetor!

(acabou a farra, já pra sala do coordenador!) / Achei que ia ser suspenso,

mas era só pra conversar, me disseram que a escola era o meu segundo

lar. / E é verdade. Eu aprendo muita coisa realmente. / Faço amigos. /

Conheço gente. Mas o ideal é que a escola me prepare pra a vida. /

Discutindo e ensinando os problemas atuais. E não me dando as mesmas

aulas que eles deram pros meus pais. / Com matérias das quais eles não

lembram mais nada. / E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada.

Manhê! Tirei um dez na prova. / me dei bem tirei um cem e eu

quero ver quem me reprova. Decorei toda a lição. / Não errei

nenhuma questão. / não aprendi nada de bom. / mas tirei dez (Boa

filhão).

Encarem as crianças com mais seriedade. / Pois na escola é onde

formamos a nossa personalidade. Vocês tratam a educação como um

negócio onde a ganância, a exploração e a indiferença são os sócios. /

Quem devia lucrar só é prejudicado. / Assim cês vão criar uma geração de

revoltados. / Tá tudo errado e eu já tô de saco cheio. / Agora me dá minha

bola e deixa eu ir pro recreio.

Juquinha ta falando demais, assim eu vou te deixar sem recreio. Mais é só

verdade fessora, eu sei, mas colabora senão eu perco meu emprego.

COMENTÁRIO: Com essa música é possivel levar os alunos (futuros

professores) a reflexão e análise crítica da coerência entre a função social

Page 20: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

da escola com as práticas educativas executadas no dia-a-dia. Auxilia a

identificar essas práticas, nas ações do trabalho da escola.

3.3Proposta de Atividades

TÍTULO: Um pouco da Estrutura Organizacional da Escola Pública

TEXTO:

Poderá o professor pedagogo no exercício da docência, ao estar

trabalhando conteúdos do tema Trabalho Pedagógico, realizar algumas

atividades práticas com os futuros professores, dentre as quais sugere-se:

Atividade nº 01 – ENTREVISTA COM PROFESSORES PEDAGOGOS

QUE EXERCEM A FUNÇÃO DE ESPECIALISTAS JUNTO A EQUIPE TÉCNICO-

PEDAGÓGICA:

Objetivo: oportunizar aos futuros professores conhecerem o papel

dos professores pedagogos da Equipe Técnico-Pedagógica, os quais são os

principais articuladores do Trabalho Pedagógico, e as influências de suas

práticas nos trabalhos da escola.

I Etapa - Elaborar de forma coletiva com a turma de alunos as

questões que cada um tem sobre o que esses profissionais representam

para o dia-a-dia da escola. Importante que essas questões sejam

elaboradas a partir das prórprias dúvidas e curiosidades dos alunos

alimentadas pela provocação do professor no sentido de despertar ainda

mais outras dúvidas, outras observações.

II Etapa - É aconselhável que o professor disponha previamente na

Biblioteca Escolar fontes e referenciais para que esses alunos possam

pesquisar ampliando as informações sobre o assunto.

III Etapa - Dividir a classe em pequenos grupos, onde cada um

fique com uma tarefa específica como: entrevistador – relator –

apresentador. Conforme o tamanho do grupo, as funções podem ser

compartilhadas entre dois até três elementos.

IV Etapa – Sortear entre os grupos as escolas que participarão do

estudo em questão. Para que a turma tenha noção de como as escolas se

organizam para processarem seu trabalho de ensino e aprendizagem é

Page 21: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

importante que sejam visitadas escolas da rede estadual, da rede

municipal e da rede particular. E ainda, que sejam selecionadas escolas da

periferia, centro e área rural, para que venham para a sala de aula ricas

discussões sobre as diferentes realidades que as escolas enfrentam

diariamente.

V Etapa – Elaborar um cronograma com datas para agendamento

das visitas, data da realização da visita, prazo para o relator preparar o

material com o estudo feito, data para o apresentador de cada grupo

expor para toda a turma o resultado obtido com a entrevista, observações

e pesquisas complementares.

VI Etapa – Realização das entrevistas e atividades complementares

conforme consta no cornograma.

VII Etapa – Apresentação dos grupos. Nesta apresentação, pode-se

cobrar bastante criatividade dos grupos, no sentido de tornar o momento

interessante, envolvente e mais importante ainda, bastante claro,

facilitando o entendimento para os demais colegas. (Exemplos: exposição

do trabalho final em forma de documentários filmados; em forma de

painel de fotos; em forma de slides ou transparências; em forma de

dramatizações; em forma de álbum seriado, quadros estatísticos, etc.).

Atividade nº 2 – DOCUMENTÁRIOS SOBRE OS ÓRGÃOS

COLEGIADOS

Objetivo: explorar com seus alunos a real necessidade para a

escola em se ter os órgãos colegiados implantados e em pleno

funcionamento.

Uma atividade interessante que o professor pedagogo pode fazer

com os alunos: orientar que os alunos façam um passeio livre de 15

minutos pela escola observando a estrutura física, a quantidade de alunos

por sala de aula, a quantidade de funcionários, as atividades que estão

acontecendo. Assim que todos retornem o professor pode indagá-los se é

possível cuidar dessa escola apenas a direção; será que o dia-a-dia da

escola gera muitas decisões, muitas atividades; o que de mais importante

deve acontecer numa escola. Após esses e outros questionamentos, com o

Page 22: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

apoio de textos o professor pedagogo pode encaminhar o assunto para a

existência dos órgãos colegiados na escola pública e suas principais

finalidades.

Além de contar com a legislação, textos que dão conta de informar

sobre o assunto é bom partir para atividades práticas onde os alunos

possam observar, pesquisar e dabater sobre o resultado final dos

trabalhos. Uma sugestão é que os alunos sejam divididos em grupos,

ficando cada grupo responsável por estudar e apresentar um dos órgãos

colegiados.

I Etapa – Apresentar aos alunos o assunto a ser estudado, reunindo

com antecendencia vários materiais que poderão ser utilizados pelos

grupos durante a fase de pesquisa.

II Etapa – Despertar nos alunos curiosidades em saber o porquê da

existência desses ógãos colegiados dentro da escola e quais suas

finalidades. Para tanto, um hol de questões podem ser elaboradas de

forma que o pesquisador explore bem as atribuições de cada membro do

colegiado e as formas como este membro atua. Se realmente tem

consciência da dimensão do seu papel para o trabalho da escola. Muito

importante também, analisar se os membros desses colegiados recebem

alguma formação que os fundamente para o exercício do cargo e se eles

são preparados para agir coletivamente no trabalho pedagógico da escola.

III Etapa – Montar um cronograma das datas e horários em que as

atividades serão realizadas, conscientizando os alunos da necessidade de

prévio agendamento com os membros dos colegiados para realizar as

atividades de entrevistas, de filmagens.

IV Etapa – Apresentação final do trabalho. Cada grupo deverá

formatar o resultado de sua pesquisa em forma de gravação de um breve

documentário sobre o órgão colegiado que estudou e repassá-lo para a

classe, ou poderá convidar os membros para falarem ao vivo para toda a

turma sobre o colegiado do qual fazem parte. Ou ainda, não sendo

possível nenhuma dessas formas, o próprio grupo deverá relatar aos

demais colegas o estudo feito.

Page 23: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

V Etapa – Elaboração de um plenário onde cada grupo expresse o

entendimento sobre órgãos colegiados e a avaliação sobre os colegiados

que a escola tem e a forma como eles vem atuando na Organização do

Trabalho Pedagógico, culminando na elaboração de um relatório coletivo.

Atividade nº 3 – MESA REDONDA SOBRE O FINANCIAMENTO DA

EDUCAÇÃO

Objetivo: levar o futuro professor a conhecer como se processa o

financiamento da educação, as formas como os recursos financeiros

chegam até a escola e como são gerenciados, os mecanismos de controle

e fiscalização do uso desses recursos. É necessário trabalhar com os

futuros professores conteúdos que demostrem de onde vêm os recursos

financeiros responsáveis pela manutenção da escola tanto da rede

estadual, municipal e particular.

Os alunos participam desta atividade distribuídos em grupos,

sendo um grupo responsável em pesquisar o assunto numa escola

estadual, outro numa escola particular, outro nas escolas da rede

municipal, outro nos centros de educação infantil, outro nas entidades de

atividades educativas especializadas como APAE – Lar do Menor e outros

similares.

Ao concluir a parte de pesquisa, o professor pedagogo programa

com os alunos uma aula onde a sala seja organizada como o cenário de

programa de televisão com a participação de vários convidados que sob a

coordenação do professor debaterão o tema financiamento da educação.

Neste caso os convidados debatedores, são os próprios alunos, um

representante de cada grupo.

O professor pedagogo conduz o debate alternando as questões

entre os convidados de forma que todos falem como cada uma das

escolas visitadas é mantida financeiramente. Aqui para tornar o momento

bastante interessante e educativo, o professor pedagogo pede que os

alunos que atuarão como convidados especiais treinem com antecedência

para que as suas colocações sejam feitas de forma clara e objetiva.

Também vale muito a criatividade do professor pedagogo em fazer com

Page 24: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

que todos entrem no clima de um programa de entrevistas, onde quem

não for convidado participa como platéia com direito a formular

questionamentos aos membros da mesa redonda.

REFERÊNCIAS:

COLOMBO, Irineu Mário. Educação Básica: perguntas e respostas sobre a

legislação e atividade docente. – Curitiba: Reproset Gráfica, 2004.

BRASIL, Ministério da Educação. http://www.mec.com.br

PEDAGÓGICO, Projeto Político. Colégio Estadual “Professor Segismundo

Antunes Netto”. Siqueira Campos, PR, 206.

PARANÁ. Construção Coletiva das propostas Curriculares para

Reformulação da Organização dos Cursos Integrados da Rede

Estadual. Curitiba, 2006.

3.4Imagens

IMAGEM:

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/educadores

Esta imagem traz a tona reflexões sobre a visão de mundo que a

escola precisa ter para que seus alunos possam receber uma educação

que lhes dê condições cognitivas, operativas, culturais, científicas para de

fato poderem analisar, compreender, emitir conceitos, formular suas

prórias opiniões sobre as mais diversas questões que influenciam a vida

diária de todo ser humano. Sabe-se que colocar no papel o perfil de ser

humano ideal que escola e sociedade desejam é apenas uma etapa,

enquanto que, articular a prática educativa, as ações administrativas e

pedagógicas da escola integrando-as num Trabalho Pedagógico voltado

Page 25: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

para os princípios da formação humana requer algumas posturas que

talvez muitos profissionais da educação ainda tenham dificuldades para

empreendê-las.

Para que o mundo seja adequado aos nossos desejos, as

transformações devem partir da formação de cada ser humano. Portanto,

o ideal de mundo para a escola deve ser conhecido de todos os seus

profissionais, para que não haja distanciamento entre teoria e prática.

Quando os futuros professores ainda como parte da sua formação

inicial, têm contato com conteúdos que lhes trazem fundamentação para a

formação de conceitos de mundo, de sociedade, de ser humano, de

conhecimento, de educação, de cultura e entendem a articulação que

esses conceitos devem ter nas práticas educativas da escola, a prática

docente deles tem grandes probalidades de acontecer numa perspectiva

de participação coletiva nas decisões da escola, no enfrentamento dos

problemas bem como na busca de soluções.

4- RECURSO DE INFORMAÇÃO

4.1 Sugestão de Leitura

Revista Científica

TÍTULO DO ARTIGO: Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e

históricos REFERÊNCIA: Num primeiro momento, o artigo caracteriza, em

suas linhas básicas, os fundamentos histórico-ontológicos da relação

trabalho-educação que, nas suas origens, se manifestava na forma de

plena identidade. Mostra, em seguida, como, não obstante a

indissolubilidade da referida relação, se manifestou na história o

fenômeno da separação entre trabalho e educação. No terceiro momento

aborda o tortuoso e difícil processo de questionamento da separação e

restabelecimento dos vínculos entre trabalho e educação que vem

marcando a sociedade moderna. Finalmente, esboça a conformação do

sistema de ensino sob a égide do trabalho como princípio educativo,

Page 26: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

concluindo com a discussão do controvertido tema da educação

politécnica.

Palavras-chave: relação trabalho-educação; fundamentos histórico-

filosóficos da educação; educação politécnica. SAVIANI, Demerval.

Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Rev. Bras.

Educ. Jan. /abr. 2007, vol.12, no. 34 p.152-165. ISSN 1413-2478.

COMENTÁRIOS: com este texto o professor pedagogo pode trabalhar

conceito de trabalho, definir a essência humana, explorar o surgimento,

da divisão de classes e da conseqüente dualidade na função da educação,

discutindo o contravertido tema educação politécnica.

Periódico

TÍTULO DO ARTIGO: Com o olhar nos professores: Desafios para o

enfrentamento das realidades escolares

REFERÊNCIA: MARIN, Alda Junqueira.Com o olhar nos professores:

Desafios para o enfrentamento das realidades escolares. Cad.

CEDES, Abr. 1998, vol.19, no.44, p.8-18. ISSN 0101-3262.

A escola tem sido crescentemente focalizada, não só no Brasil, mas em

outros países, constituindo importante fonte para a compreensão das

realidades vividas e sofridas pela grande maioria das populações mais

privilegiadas econômica, social e culturalmente. A bibliografia produzida

pelos autores de tais estudos denuncia, de maneira contundente, a baixa

qualidade educacional em vários países, expressa por problemas como

indisciplina na sala de aula, precárias condições para o trabalho educativo,

despreparo dos professores para realizar adequadamente seu trabalho,

baixo status profissional e baixa remuneração, agravados no Brasil pelos

alarmantes índices de evasão e repetência. Com o olhar nos professores,

como comprometimento político e preocupação de pesquisa, desde o ano

de 1984, nossos estudos permitem dizer que esse quadro de problemas

não constitui um insucesso generalizado, mas representa, sobretudo,

desafios a enfrentar.

Palavras-chave: Realidade escolar; desafios educacionais;

Page 27: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

professor.

COMENTÁRIOS:

A autora colabora apresentando os desafios a enfrentar, ou seja, superar a

falta de vontade e de comprometimento político dando condições para

melhorar as práticas docentes numa perspectiva democrática e

libertadora.

Livro

TÍTULO DO LIVRO: Crítica da Organização do Trabalho Pedagógico e da

Didática

REFERÊNCIAS: FREITAS, Luiz Carlos de. Crítica da Organização do

Trabalho Pedagógico e da Didática – Campinas, São Paulo: Papirus,

1995.

COMENTÁRIOS: Da página 92 a 114 a obra traz uma contribuição sobre as

influências que a organização do Trabalho Pedagógico sofre com o

capitalismo, fala que sua organização não ocorre de forma isolada

devendo cuidar para que ele não aconteça de forma fragmentada.

TÍTULO DO LIVRO: Gestão Democrática da Escola Pública

REFERÊNCIAS: PARO, Vitor Henrique. Gestão Democrática da Escola

Pública. – 3 ed. São Paulo, SP: Ática, 2006.

COMENTÁRIOS: O autor fala da democracia nas escolas e os entraves para

que de fato ela se efetive em favor das camadas populares e do sucesso

no processo de ensino e aprendizagem.

TÍTULO DO LIVRO: Escola e Democracia

REFERÊNCIAS: SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia: Teorias da

Educação, Curvatura da Vara, Onze Teses sobre Educação e Política - 14

ed. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1986.

COMENTÁRIOS: O autor reforça o compromisso que a escola deve ter para

com a aprendizagem do aluno, com o sucesso dele na escola,

Page 28: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

principalmente com os alunos das camadas populares, assegurando-lhes

apropriar-se do conhecimento histórico.

TÍTULO DO LIVRO: Coordenação do Trabalho Pedagógico – Do Projeto

político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula.

REFERÊNCIAS: VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do

Trabalho Pedagógico – Do Projeto Político-pedagógico ao cotidiano da

sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002.

COMENTÁRIOS: O autor discute as práticas educativas que acontecem

diariamente nas escolas, trazendo contribuições para decifrar a tão

complexa, fascinante e extremamente necessária atividade educativa, na

perspectiva de uma gestão democrática e libertadora.

Internet

TÍTULO: O Trabalho Pedagógico na Escola Capitalista

DISPONÍVEL EM: http://www.faced.ufba.br/rascunho_digital/textos/436.htm

- 71k -

ACESSO EM: janeiro de 2.008

COMENTÁRIOS: a autora (Nair Casagrande) discute como a escola pública,

uma vez atrelada ao sistema capitalista, também se torna capitalista ao

nortear sua função social, seus objetivos, seu trabalho pedagógico em

favor dos interesses da elite dominante.

4.2 Notícias

Revista on-line

TÍTULO DA NOTÍCIA: O que ensinar a quem ensina

REFERÊNCIA: Revista Educação - Endereço:

http://revistaeducacao.uol.textos.asp?codigo=12224

TEXTO:

“30/07/2007 - O que ensinar a quem ensina

Em meio ao corporativismo acadêmico e à oscilação das políticas públicas,

cursos de formação de professores escorregam na busca do equilíbrio

entre práticas pedagógicas e conhecimento do objeto a ser ministrado.

Page 29: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

É necessário avançar para um campo mais livre do corporativismo

acadêmico e do caráter remediativo das políticas públicas. Falar que a

formação de professores vai mal não é novidade. Há décadas discute-se a

deficiência dos cursos de formação e questões centrais continuam sem

resposta: qual o caráter da formação docente? Os cursos devem apontar

para o ensino técnico-profissionalizante ou para a formação acadêmica?

Que identidades estão por trás da figura do bacharel, na formação de

especialistas, e dos egressos dos cursos de licenciatura? Que lógica

pontua a visão curricular de uma ou outra concepção e como isso

tangencia, na prática, as exigências curriculares impostas à educação

básica?

Apesar da enxurrada de leis, diretrizes e parâmetros curriculares, da

multiplicação de cursos e faculdades dirigidos ao magistério, a figura do

professor, que personifica o desafio da educação na sala de aula,

permanece frágil, ainda à procura de identidade.

Estudo feito pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) em

2003 demonstra que a formação do professor afeta diretamente o

desempenho do aluno. Quando o educador possui formação superior, a

média de seus alunos na prova de leitura é de 172 pontos. Quando a

formação é secundária, cai para 157.

Resta saber, exatamente, qual é a formação pretendida - um embate que

se arrasta nos últimos 30 anos e emerge com a freqüência com que

aparecem os dados, e a conseqüente fragilidade da escola pública.

"Ainda não há uma política nacional de formação e valorização do

magistério", critica Helena de Freitas, presidente da Associação Nacional

pela Formação de Profissionais da Educação (Anfope).

Fragmentação

Na formação superior, os contrastes e dilemas na qualificação docente

refletem a própria estrutura do ensino acadêmico no país. Com a reforma

universitária iniciada nos anos 70, o Brasil incorpora o sistema norte-

americano - a separação de pesquisa e ensino - e retira das faculdades de

filosofia os departamentos de educação, até então responsáveis pela

Page 30: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

formação de professores em nível superior.

O modelo, que na essência permanece até hoje, ainda está na raiz dos

sucessivos debates travados em torno da formação desses profissionais.

Nem a polêmica criação dos Institutos de Educação Superior (Resolução

01/99), nem as sucessivas diretrizes curriculares para a formação inicial

de professores da educação básica conseguiram vencer a fragmentação

acadêmica e avançar com consistência na formação dos profissionais de

ensino.

"As universidades mantêm uma estrutura medieval, um corporativismo

que acaba loteando os currículos segundo essa lógica, e não segundo o

interesse da formação do professor. Há muita dificuldade para articular as

especialidades com os saberes específicos da formação docente a partir

da pedagogia", sustenta Roxane Rojo, professora do Departamento de

Lingüística Aplicada da Unicamp.

Conhecimentos pedagógicos

Na prática, é fácil comprovar a dificuldade apontada pela educadora. Até

hoje, o campo específico da educação e da pedagogia se reduz a cerca de

1/5 do total da carga horária dos cursos de formação inicial.

Na USP, a Faculdade de Educação mantém apenas seis disciplinas de

conhecimentos pedagógicos na grade da licenciatura: Introdução aos

Estudos de Educação (60h), Psicologia da Educação (60h), Didática (60h),

Metodologia do Ensino I e II (120h), Política e Organização da Educação

Básica no Brasil (60h), além de Estágio Supervisionado (300h).

Outro entrave diz respeito à prática de ensino. Nas licenciaturas que

preparam profissionais para o atendimento a crianças de 0 a 11 anos, a

exigência legal aponta para 300 horas de estágio supervisionado,

"prioritariamente em educação infantil e nos anos iniciais do ensino

fundamental", e 100 horas de atividades teórico-práticas de

aprofundamento em áreas específicas. No curso de Enfermagem, por

exemplo, o estágio corresponde a pelo menos 20% da carga horária total,

fixada em 3.200 horas.

Page 31: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

Ainda que seja desejável a ampliação da carga horária destinada à prática

de ensino, os especialistas alertam para os perigos de sua aplicação

isolada da reformulação curricular.

"A prática pedagógica sem reflexão teórica é mera situação de

treinamento. Falta uma estrutura curricular e falta ao professor uma

formação básica. A formação pedagógica precisa vir antes da formação do

especialista. Essa é uma lógica que precisa ser invertida", sustenta

Lisandre Maria Castello Branco, professora da Faculdade de Educação da

USP e psicanalista pelo Sedes Sapientiae. "Se você perguntar para

muitos cursos de licenciatura qual o seu conceito de educação, muitos

ficam sem resposta. Se perguntar qual o papel do professor, muitos não

sabem. Precisa existir um currículo articulado, diversificado, em que o

embasamento teórico é fundamental", propõe.

Objetos de ensino

Se é consenso que para se tornar professor é preciso ter conhecimentos e

práticas que ultrapassam o campo de sua especialidade, há também

críticas à precariedade da formação nas áreas específicas - aquelas que,

na sala de aula, se constituem em objetos de ensino.

Na Universidade Estadual de Feira de Santana (UFFS), Bahia, a grade de

licenciatura para formação inicial de professores de Geografia prevê 150

horas para o ensino específico da disciplina, distribuídas em dois módulos

de 75 horas cada.

Em tese de doutorado apresentada na Federal de São Carlos, a

pesquisadora Cleonice Braga, da Faculdade de Educação da UFFS, analisa

o cenário para propor uma visão que, acredita, vai ao encontro da

necessidade dos cursos de formação. Entende que, se todos os alunos

desenvolvem ou desenvolverão sua prática de ensino em Geografia, seria

de fundamental importância que essa disciplina fosse destacada como

ponto de partida para as reflexões, como direcionadora de estudos

teóricos, "para que pudesse ser reconstruída e, finalmente, transformada".

Afinal, onde os professores das séries iniciais aprenderão os

conhecimentos das áreas específicas que precisarão ensinar ou que já

Page 32: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

ensinam? É uma discussão carente de proposições objetivas ainda hoje.

Ao instituir que "somente serão admitidos professores habilitados em nível

superior ou formados por treinamento em serviço", a LDB 9.394/96

fomentou a participação da rede privada de ensino superior. Só em 2000,

142 novos cursos de Pedagogia foram autorizados pelo MEC, a maior parte

de instituições privadas, segundo dados do Censo Escolar e de outras

fontes cruzados por Roselane Campos, da Federal de Santa Catarina.

"Que meta poderia estar comprometida com a qualidade, ao prever a

formação de 225 mil professores em dez anos?", questiona Cleonice.

Mas o nó da questão não parece estar no caráter quantitativo. Políticas

para a educação por vezes têm de assumir um alcance ampliado, de

massa. Ao contemplar o aumento de professores graduados para as

etapas iniciais do ensino fundamental, a proposta avançou - ainda mais

quando se considera seu alcance em regiões até então desprovidas de

qualquer referencial acadêmico para a formação do magistério. O entrave

é que, ao ignorar deficiências antigas, a explosão de licenciaturas não veio

acompanhada de mudanças qualitativas. Não teve nem mesmo o próprio

exemplo do Estado, que preferiu repassar a instituições particulares

grande parcela da responsabilidade pela formação. Multiplicaram-se as

licenciaturas, algumas sem cumprir sequer a carga horária prevista em lei.

O estudo de Roselane Campos, realizado em 2004, indicava a existência

de 2.138 cursos de formação de professores, divididos em 765 cursos

Normais Superiores e 1.373 cursos de Pedagogia. Do total, 38,54% são

vinculados a instituições públicas federais e estaduais e 61,31% a

instituições privadas.

"Houve e continua havendo um investimento grande na privatização do

ensino superior, apesar das negativas do discurso oficial. O ProUni é

exemplo dessa política, ao fornecer bolsa de estudo em faculdades

particulares, ao invés de fortalecer as universidades públicas", diz Roxane

Rojo, da Unicamp.

Rebaixamento

O cenário preocupa. Se, de um lado, são essas instituições que oferecem o

Page 33: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

maior número de vagas - faculdades integradas, isoladas, não raro sem

vínculos com a pesquisa e a produção de conhecimento -, não se pode

ignorar que concentram também um número menor de docentes titulados

em relação às instituições públicas.

"São ações que marcam uma concepção de formação de professores

aligeirada, rebaixada, orientada por manuais didáticos e de caráter

pragmatista", critica a presidente da Anfope.

A mesma expansão desordenada aconteceu com os cursos a distância,

também legitimados para a formação inicial. Hoje, é quase impossível

precisar o número de cursos, estudantes e pólos a distância. Há

instituições com mais de mil pólos espalhados pelo país e cursos que o

futuro professor só freqüenta uma ou duas vezes ao mês. Outros, só

quando têm dúvida.

Avanços e conflitos

Ainda que timidamente, a política oficial trouxe avanços em 2002. A

formação de professores deixou de ser um apêndice do bacharelado,

houve melhor distribuição das matérias pedagógicas no currículo e a

carga horária total aumentou para 3.200 horas - 2.800 dedicadas às

atividades formativas.

Em abril de 2006, novo parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE

05/2006) ampliou as mudanças nos cursos de pedagogia, com a indicação

clara de que cabe a eles, por excelência, a formação de professores para

educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental. A intenção era

fortalecer a educação básica. O resultado concreto sugere um conflito

ainda maior na já fragilizada identidade dos cursos de formação. Ao

confronto entre bacharelado e licenciaturas, somou-se outro, entre as

licenciaturas e os cursos de pedagogia.

Para os críticos, o formato descaracterizou a formação docente, ao incluir

na Pedagogia também a missão de preparar profissionais na área de

serviços e apoio escolar, "bem como em outras áreas nas quais sejam

previstos conhecimentos pedagógicos".

Surgiram comparações que apontam a pedagogia como um verdadeiro

Page 34: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

empório, com produtos variados, dependendo da demanda do cliente.

Com promessas de emprego em outros segmentos do mercado de

trabalho, não foram poucos os cursos que se distanciaram do espaço da

educação como a finalidade da formação de seus profissionais.

No extremo oposto, ainda que contrários às distorções criadas,

aglutinaram-se os defensores da chamada Base Comum Nacional, no

entendimento de que o exercício de atividades como supervisão, gestão e

coordenação pedagógica têm como base a docência e a ela devem estar

atrelados de forma indissociável.

Contradições

Há um conflito claro quando a formação de professores esbarra na

realidade concreta da sala de aula. Fala-se em formar alunos com visão

crítica, mas a muitos professores falta uma visão ampliada da realidade.

Fala-se em formar alunos pensantes, quando há docentes que não

conseguem desenvolver habilidades de raciocínio ou flexibilidade de

pensamento.

As críticas não são novidade. Ao contrário, chegam a ser repetitivas,

tratadas em um sem-número de artigos, teses e estudos de diferentes

especialistas. Culpar o professor é ignorar o enorme paradoxo em que

está inserida sua identidade e prática profissional.

"O professor só ensina aquilo que sabe e na perspectiva daquilo em que

acredita. Se ele é formado no paradigma da transmissão-recepção do

conteúdo, dificilmente se sentirá à vontade para desenvolver a atividade

docente em uma perspectiva construtiva, conforme proposta dos PCNs e

das novas diretrizes para formação de professores da educação básica",

diz Inez Araújo, pesquisadora do Centro de Educação da Federal de

Sergipe.

Está aí a primeira contradição entre o que é proposto pelos documentos

oficiais e o que é efetivamente realizado nos cursos de formação.

Outra, mais gritante, põe em xeque a coerência entre a formação e a

prática esperada do futuro professor. As diretrizes, ao fundamentar a

simetria invertida, deixam como pressuposto a idéia de que, em seu

Page 35: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

processo formativo, o futuro profissional vivencie experiências que, mais

tarde, realizará com seus alunos no exercício do magistério. Não é o que

acontece. Os professores universitários, por não estarem formados pela

visão apontada pelas diretrizes, não formam alunos para essa nova

realidade educacional. Não se pode pretender semelhança alguma entre a

disciplinarização calcificada nas universidades e os eixos temáticos dos

PCNs para o ensino fundamental. É preciso antes diminuir a distância

entre as instituições formadoras e a educação básica.

No estudo em que acompanhou o uso da matemática na vida de crianças

e jovens da periferia de Recife, a pesquisadora Teresinha Carraher

demonstrou que, na prática, eles utilizam conhecimentos que não são

capazes de reproduzir na vida escolar. No livro Na Vida 10, na Escola Zero

(Cortez, 1995), ela traz sugestões para olhar o raciocínio de forma

independente da ideologia do saber instituído.

José Carlos Libâneo, da Faculdade de Educação da Universidade Católica

de Goiás, completa: "Há excesso de discurso científico-educacional e

pobreza de práticas pedagógicas. Estamos preocupados com os desafios

do futuro, o professor do futuro, a escola do futuro, enquanto vivemos nas

escolas um presente dramático, sofrido e contraditório". Qualquer

semelhança com a história do Brasil não é mera coincidência.

Déficit crescente

O país corre sério risco de ficar sem professores de ensino médio na rede

pública. Ao estabelecer a correlação entre o fomento pretendido pelo Foeb

para os anos finais da educação básica e o número de egressos das

licenciaturas, o Conselho Nacional de Educação ecoou o alerta que já

havia sido dado dez anos atrás. Em 2003, o próprio governo Lula apontou

a gravidade do problema, com a criação da Capemp (Comissão de

Aperfeiçoamento de Professores do Ensino Médio e Profissional). Agora,

ampara-se no sinal vermelho indicado pelo Saeb em 2005 para concluir o

óbvio: há um enorme déficit de professores - 235 mil, segundo dados

preliminares do Inep - particularmente de física, química, matemática e

biologia.

Page 36: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

Relatório da Câmara de Educação Básica do CNE, divulgado em julho, fala

em "apagão do ensino médio" e pede "providências urgentes". O tom

alarmista, embasado por números aparentemente subestimados (o déficit

era de 253,8 mil em 2003), faz parecer novidade uma questão antiga.

Frente a uma demanda estimada em 55,2 mil professores de física para o

ensino médio, por exemplo, pouco mais de 7 mil efetivamente se

licenciaram entre 1990 e 2001.”

COMENTÁRIOS: Com esta notícia, o professor pedagogo poderá refletir

como a formação dos professores vem acontecendo no cenário nacional,

motivando-o para diferentes posturas em relação aos futuros professores

que estão sob sua responsabilidade no curso de formação inicial.

Jornal on-line

TÍTULO DA NOTÍCIA: Educação e Construção Humana

REFERÊNCIA: Notícia impressa de A TRIBUNA - O melhor jornal da região:

http://www.atribunamt.com.br

Link para o artigo: http://www.atribunamt.com.br/?p=14361

TEXTO:

“Por Redacao em Janeiro 23, 2008 @ 1:18 am.

O que significa ser humano? Como a educação tem participado dessa

construção cultural da vocação, de ser gente e pessoa? Que perguntas

devemos fazer ou que caminhos devemos trilhar nessa auto-descoberta

contínua e pessoal?

Nós humanos não queremos estar somente vivos, necessitamos sentir que

vale a pena viver. Necessitamos de um sentido de vida que faça as

pequenas coisas que compõe o nosso dia-a-dia terem sentido e valor.

“Somos diferentes! Não necessariamente melhores, mas diferentes em

relação às outras espécies. Saber dessas diferenças é fundamental para

nossa compreensão do sentido da vida”, diz o pesquisador Jun Mo Sung.

Page 37: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

Quem sou eu? Quem somos? Que imagem de família, ou que práticas do

dia-a-dia se é comum nas famílias, nos dias comuns de trabalho, domingos

e festas? As crianças em casa estão tendo espaço educativo para brincar?

Os pais apóiam ou fazem comentários educativos quando as crianças nas

suas imaginações e criações desenham castelos e coroam o pai de rei e a

mãe de rainha, com um simples rabisco numa folha de papel? Nossas

casas têm espaço para diálogo? Que valores nossas casas tem promovido?

Que protótipo humano estamos construindo?

E as escolas? Como estão? Estão bem limpas? Tem banheiros em bom

estado de uso? Torneira? Os alunos respeitam a organização material da

escola no cuidado e zelo? Tem merenda? Espaço para leitura, jornal,

revista e acesso à internet ou à informática? O projeto pedagógico está

inserido com o pensamento científico? Tem parcerias firmadas com

prefeitura, universidade, empresas, movimentos organizados, enfim, com

a comunidade de humanos e seres vivos?

O consumo excessivo de álcool, principalmente cerveja, em festas, fins de

semana e nas casas, torna o ambiente pesado, tenso. Casas com pouco

espaço físico, na maioria das vezes, músicas com volume alto, de um

abominável conteúdo, nada educativo, e as crianças, nem sempre tem o

que fazer a não ser, “encher a barriga” de refrigerantes, bebidas

artificiais, jogos artificiais, até os mais velhos nem se despertarem mais,

dormindo no mesmo lugar, no chão, no banheiro, vomitando o excesso

que o corpo necessita, desesperados, se batem em gritos sob a pressão

do estômago na ânsia de não mais suportar a quantidade de mantimento

consumido.

Que espaço educativo estão tendo as casas onde crescem as crianças,

jovens, adultos e idosos? Que músicas são tocadas nas festas, em casa,

aos domingos e no seu convívio geral? Têm conteúdo educativo essas

músicas? Que imagem cultural as canções de um canto a outro do nosso

país tem criado enquanto consciência de povo e nação? Afinal, nossas

canções têm traduzido nosso imaginário?

A construção humana acontece no dia-a-dia, participando dos

acontecimentos, moldando pelos costumes sociais e culturais, enfim, é na

Page 38: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

luta, no trabalho e no caminhar que vamos projetando e transformando a

realidade, nosso pensar e os produtos de nosso pensar.

(*) Hélio Inácio Santana é filósofo, artista-educador e escritor. Mestrando

em educação UFMT “

COMENTÁRIOS: reflete que a formação humana se processa em todos os

espaços e principalmente no da educação formal. Portanto, a escola

precisa tecer sua função social formando sujeitos que dêm conta de

enfrentar com conhecimento as dificuldades vividas em sociedade.

4.3 Destaques

TÍTULO: Jornadas Pedagógicas

REFERÊNCIAS: disponibilizado pela Secretaria de Estado da Educação do

Paraná, criado no exercício de 2.003 servindo de suporte pedagógico aos

professores pedagogos seja na prática pedagógica ou

docente.http://www.diaadiaeducaao.pr.gov.br/portals/cadep/?

PHPSESSID=2007070413470912

TEXTO:

Desde 2.003 os professores pedagogos do Estado do Paraná

podem contar com a contribuição da Secretaria de Estado da Educação

por meio da CADEP. O grande destaque desse órgão, é em relação as

Jornadas Pedagógicas que acontecem anualmente na sua maioria de

forma presencial tanto para os professores pedagogos como para os

diretores. Além dos encontros presenciais e outros à distância, a CADEP

também disponibiliza um link no portal da educação recheado de

propostas, de textos, para leituras e reflexões. Transcrevemos abaixo

algumas definições, finalidades e ações da CADEP.

OBJETIVOS:

A Coordenação de Apoio à Direção e Equipe Pedagógica – CADEP,

busca contribuir para que as equipes de direção e equipes pedagógicas

possam construir a competência teórico-metodológica necessária para

direcionar, organizar, interferir, propor e acompanhar o trabalho

pedagógico nas escolas, tendo como pano de fundo a efetivação da

Page 39: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

organização escolar democrática, do compromisso político-social com a

formação de cidadãos e cidadãs e da construção das bases para uma

sociedade melhor. ·A CADEP, portanto, tem a responsabilidade de

instrumentalizar diretores e pedagogos, para que assumam o

compromisso de defesa da Educação pública, gratuíta e de qualidade,

enquanto articuladores do processo pedagógico nas Escolas Públicas

Estaduais, movidos pela ação coletiva e acreditando em uma educação

emancipatória e transformadora”.

“Organizar o trabalho pedagógico escolar: processo de

participação e construção coletiva da qualidade social da educação

pública junto às Equipes Pedagógicas dos Núcleos Regionais de Educação

e das Escolas Estaduais do Paraná”.

“Discutir e propor fundamentos teórico-metodológicos referentes à

gestão democrática da escola pública, compreendendo a articulação

destes fundamentos com a dimensão pedagógica da função da direção,

enquanto dirigente do projeto político-Pedagógico de cada escola”.

“Delinear as diretrizes gerais para a função de direção e equipe

pedagógica, embasadas na compreensão da organização pedagógica da

escola, nas relações democráticas do processo coletivo de trabalho e na

socialização do conhecimento, tendo como norteador, os princípios da

Política de Educação Pública para o Estado do Paraná”.

“AÇÕES PRIORITÁRIAS DA CADEP PARA 2005

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO:

• Compreensão dos fundamentos teórico-metodológicos da

organização do trabalho pedagógico na construção e reformulação

do Projeto Político-Pedagógico da Escola Pública, numa perspectiva

da Pedagogia Progressista transformadora.

Valorização da participação da comunidade escolar no processo de

tomada de decisões coletivas e na construção do Projeto Político-

Pedagógico, enquanto concretização da concepção democrática e

emancipatória da educação.

Page 40: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

JORNADAS PEDAGÓGICAS:

• Promover a formação continuada dos pedagogos que atuam nos

NREs e Escolas, instrumentalizando-os como articuladores da

construção coletiva de uma Educação Pública de Qualidade e para

Todos.

ESTATUTO DO CONSELHO ESCOLAR:

Incentivar a criação de espaços e canais de participação, junto a

comunidade escolar, democratizando as relações de poder no

interior da Escola.

Promover a gestão democrática no interior da escola, fortalecendo a

atuação dos Conselhos Escolares;

Ampliar a participação da comunidade escolar e local na gestão

pedagógica, administrativa e financeira das escolas públicas;

Promover a revisão e reformulação do Estatuto do Conselho Escolar,

enfatizando o processo de gestão democrática.

CADERNOS PEDAGÓGICOS:

Coordenar a construção coletiva dos cadernos pedagógicos a partir

dos cursos de formação continuada para as equipes pedagógicas

dos Núcleos

Elaborar subsídios pedagógicos para as escolas públicas da rede

estadual, delineando diretrizes gerais para a compreensão da

organização pedagógica da escola”.

COORDENADOR:

PROF. BENJAMIN PEREZ MAIA

EQUIPE DE APOIO:

ADILSON CLÁUDIO MUZIi

Page 41: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

GISELE D’ANGELIS BOGONI

VÂNIA MARA PEREIRA MACHADO

COMENTÁRIO: As Jornadas Pedagógicas trouxeram avanço nas práticas da

Equipe Técnico-Pedagógica, com capacitações permeadas de reflexões, de

palestras, de grupos de estudos e com as reformulações do Projeto Políti-

co-Pedagógico, da Proposta Curricular Pedagógica e do Regimento Escolar.

4.4PARANÁ

TÍTULO: O Currículo da Escola Pública do Paraná refletido no Trabalho Pedagógico

TEXTO:

A Educação Básica Paranaense vive um momento bastante

importante. Desde o ano de 2003 estudos e discussões estão sendo

travadas para a reformulação das Propostas Pedagógicas Curriculares do

Estado do Paraná. Dentro da tendência Histórico-Critica, de forma coletiva

contando com o envolvimento e a participação de todos os professores

que estão na ativa no interior das escolas, as propostas curriculares estão

sendo reformuladas algumas com os trabalhos já em fase de versão oficial

outras ainda na fase de versão preliminar. Tomando como ponto de

partida o Objeto de Estudo de cada área do conhecimento a partir daí, são

elencados os conteúdos estruturantes e os conteúdos específicos com

seus principais refenciais teóricos e metodológicos, os critérios e

instrumentos para a prática avaliativa.

Durante o processo de discussão da proposta curricular, fez-se

necessário o entendimento da dimensão, dos objetivos estipulados pela

escola dentro das práticas pedagógicas, dentro da Organização do

Trabalho Pedagógico. Os professores pedagogos sendo os principais

articuladores do Trabalho Pedagógico, tiveram importante participação

neste momento, provocando reflexões com os professores de cada

disciplina sobre as concepções que a escola tem de sociedade, de mundo,

de educação, de conhecimento, de cultura e de homem, ou melhor, de ser

Page 42: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

humano. Para então, norteados pelo objeto de estudo da disciplina em

questão, evocar sua importância para a formação do ser humano, do

aluno de hoje, membro ativo da comunidade escolar.

Ficou bastante notório que conhecer e participar da Organização

do Trabalho Pedagógico da Escola é mais que importante, é essencial. Se

hoje, percebe-se que este trabalho vem acontecendo de forma

fragmentada, isolada, sendo organizado e pensado por uma minoria

dentro da escola, talvez seja justamente pela condição de alienação do

corpo docente em relação as práticas educativas que processam

diariamente. Ficando sem saber quem as definiu e em nome de que foram

definidas e estão em prática.

Um fato muito importante que vem reforçar a importância de todos

os profissionais da educação participarem da Organização do Trabalho

Pedagógico, é que nos útimos quatro anos, no início de cada semestre

letivo, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná, pede que as escolas

realizem as atividades referentes a Semana Pedagógica com a

participação de todos os profissionais da escola (agentes administrativos,

auxiliares de serviços gerais, professores, professores pedagogos, direção)

numa perspectiva de maior envolvimento na condução das práticas

pedagógicas. Dessas capacitações, já resultaram a reformulação do

Projeto Político-Pedagógico, a reformulação da Proposta Pedagógica

Curricular de cada uma das áreas do conhecimento, a reformulação do

Regimento Escolar, a construção e avaliação dos Planos de Ação da

Direção, da Equipe Técnico-Pedagógica e dos Funcionários.

Paralelamente, professores pedagogos e diretores de escola

recebem nos eventos denominados Jornadas Pedagógicas, capacitações

promovidas pela própria Secretaria de Estado da Educação, retomando a

fundamentação teórica necessária para cada um desses profissionais,

provocando neles reflexões sobre o papel de principais articuladores da

prática educativa, enfim do trabalho que a escola realiza. Despertando na

quipe Técnico-Pedagógica sentidos para assumir uma nova postura na

perspectiva de exercer práticas democráticas no interior a escola.

Page 43: GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO ... - Gestão Escolar · educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema

O próprio PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional –

idealizado pela Secretaria de Estado da Educação em parceria com as

Universidades Estaduais do Paraná, reflete a preocupação com os

caminhos da educação paranaense. Os 1.200 professores que participam

da primeira turma trazem para o ano letivo de 2.008 o compromisso de

ajudar a escola no enfrentamento de alguns de seus principais problemas

relacionados a qualidade do ensino. Provavelmente as escolas

paranaenses não serão as mesmas a partir deste programa, pois além dos

professores/pde, também há os professores participantes do GTR – Grupo

de Trabalho em Rede que estão imbuídos de propósitos de mudanças para

a educação que ora se processa no interior da escola pública. Mudanças

que revertam em melhoria no processo de ensino e aprendizagem,

tomando o aluno como o bem mais precioso do sistema educativo.

Pois bem, uma vez comentadas essas ações que vêm acontecendo

na Educação Paranaense, quando a própria disciplina de OTP –

Organização do Trabalho Pedagógico – do Curso de Formação de Docentes

também passa por esse processo de reformulação curricular, tem-se

certeza do quanto é necessário levar aos futuros professores conteúdos de

natureza pedagógica que dêem conta de instrumentalizá-los no processo

de aprendizagem sobre as dimensões que o trabalho pedagógico atinge

na prática docente.

REFERÊNCIAS:

PARANÁ. Construção Coletiva das propostas Curriculares para

Reformulação da Organização dos Cursos Integrados da Rede

Estadual. Curitiba, 2006.

PARANÁ, Secretaria de Estado da. Orientações Curriculares para o

Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos

Iniciais do Ensino Fundamental, em Nível Médio, na Modalidade

Normal. Curitiba, 2006.