Gregório Fernandes e Seus Filhos, Referências na História da Medicina Portuguesa dos Séc. XIX e XX

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    REFERÊNCIAS NA HISTÓRIA DA

    MEDICINA PORTUGUESA DOS

    SÉC. XIX e XX

    JOSÉ GAMEIRO (José Rodrigues Gameiro)

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    Este trabalho de pesquiza, é dedicado aomeu irmão

    Cassiano Gameiro  –  que desde criança

     percorre diariamente, à mais de meio

    século, a Rua Dr. Gregório Fernandes a

    caminho da centenária Farmácia Carvalho

    **********

    Capa: Foto de Gregório Rodrigues Fernandes

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    GREGÓRIO RODRIGUESFERNANDES, e

    Seus filhos********

    Figura Iminentes da Medicina Portuguesaséc. XIX e XX

    Biografia Familiar

    ******

    *Autor: Gameiro, José*Editor: Gameiro, José Rodrigues*Edição: Papel Papel A 5 , EncadernaçãoBrochado  *Sistema : Online PDF

    *Morada: B.º Pinhal da Vila– 

     Rua Padre Cruz,Lote 64 -1º

    *Localidade: Salvaterra de Magos*Código Postal: 2120-059 Salvaterra de Magos

    ********

    * Tel. 263 505 178 * Telem. 918 905 704*E-Mail – [email protected]

    *O Autor não segue o Acordo Ortográfico de 1990

     Ano 2015

    www.http//historiasalvaterra.blogs.sapo.pt  

    mailto:[email protected]:[email protected]

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    O MEU CONTRIBUTO

    No início da Rua Dr. Gregório Fernandes. Uma lápide deO dia 24 de Janeiro de 1984, foi dia de festa emSalvaterra de Magos. O povo acorreu e esteve no Largoda Igreja Matriz, no agradecimento foi descerrada na

    casa onde em 4 deJaneiro de 1849, tinha

    nascido aquele médico. ASanta Casa daMisericórdia, estava aagradecer a doação

    daquele imóvel, pelas senhoras; Sebastiana Fernandesde Sousa Vinagre e sua prima Maria Sofia Mac-Bride

    Fernandes. A lápide estava coberta com a bandeira daInstituição, tendo feito o descerramento, a familiarMaria de Lurdes Vinagre. Na mesma parede uma outraplaca, regista que umas décadas antes quando da mortedaquele iminente médico, os autarcas da Junta deFreguesia – mandato 1913/1917, também lhe prestaram

    público agradecimento, e para cerimónia ficarcompleta, o seu nome foi incluído na toponímia da terra,a substituir o nome da rua do Hospital, uma velhaartéria da vila, conhecida no séc. XVIII. Como tinhaacontecido após a sua morte em 1906, no país, o seunome também passou a fazer parte de algumaspovoações.

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    Tínhamos começado com uma colaboraçãopermanente no semanário “Aurora do Ribatejo”, em

    1964, e nas pesquizas que fazíamos, encontramos narevista “A Hora” de 1939, um periódico que naquele anodedicou a sua edição a Salvaterra de Magos e seuconcelho. Nas suas páginas estava um pequeno textocom fotografia, do Dr. Gregório Fernandes. Este“pedaço” de informação sobre Gregório Fernandes,serviu-nos várias vezes para ilustrar o seu percurso devida quando dele precisávamos, como foi mais tarde ocaso na feitura do Caderno “Figuras e Factos” a incluirna nossa Colecção “Recordar, Também é Reconstruir”.O tempo passou, agora de volta e na necessidade de

    mais informação, pusemos mãos à obra, em sabernovas informações sobre este nosso conterrâneo e, deseus filhos Alberto e Eugénio Mac-Bride Fernandes,também iminentes médicos, nos hospitais de Lisboa.

    A primeira dificuldade encontrada foi no Arquivo – 

    ADSTR, Santarém - não possui os livros de registos(Nascimentos/Casamentos/Óbitos) da Freguesia deSalvaterra de Magos dos anos 1841 a 1858, nãodesistimos e nova etapa percorremos, fomos até àANTT, (Torre do Tomo), também ali aqueles registosParoquiais não se encontram. De imediato, novasandanças, outros contactos, por Instituições e

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    Cemitérios de Lisboa,, mesmo o Hospital de Santana,foram o nosso destino, a informação Digital também foipreciosa. Compilando as respostas disponíveis, aquideixamos registado a todas as Instituições, o nossopúblico agradecimento pela pronta resposta incluindoas fotos que gentilmente nos cederam daquela épocatão generosa de médicos portugueses. Aqui está estapequena brochura de “Gregório Fernandes  –  Uma

    Biografia Familiar”  nosso conterrâneo, que foi umafigura impar na ciência médica em Portugal, no final doséc. XIX e primeiros anos do séc. XX.

    2015 JOSÉ GAMEIRO

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    GREGÓRIO FERNANDES – UM CURUGIÃO FILANTROPO

    Aguçou-nos ainda mais o interesse em

    saber quem era, e qual o seu percurso de

    vida, até porque existe na zona histórica davila de Salvaterra de Magos, uma artéria

    com o seu nome, atribuído em 1913, pela

    Freguesia no mandato de 1913 -1917, que

    substituiu o nome da antiga rua do

    hospital, que vinha do séc. XVIII. O povo na

    sua azáfama pouco dela sabe, passando

    despercebido pois ali existe a centenária

    “Farmácia Carvalho”.  Viemos a saber

    noutras pesquizas, que Gregório Rodrigues

    Fernandes, nasceu a 4 de Janeiro de 1849,

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    filho do casal Gregório Fernandes e de Ana

    Rosa Fernandes, naturais desta vila, e dequem também nasceu Ana Fernandes.

    Nos festejos levados a cabo naquela

    época, também foi colocada uma lápide

    comemorativa enaltecendo as suas

    qualidades de médico, e a filantropia quededicou aos seus conterrâneos desvalidos

    Casa onde nasceu Dr. Gregório Fernandes

    vítimas da doença. Consultamos a Revista

    a “Hora” edição de 1939, dedicada ao

    concelho de Salvaterra de Magos, e um

    pequeno texto descrevia que tinha iniciado

    os estudos no Colégio de Santo Agostinho,

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    Sant`Ana, construída após 1831, no

    espaço, onde existiu uma Praça de Toiros.Aquele centro de ensino também

    conhecida por Hospital, Todos-os-Santos,

    foi mais tarde substituída pela Escola

    Médico-cirúrgica de Lisboa, ocupando um

    edifício, na cerca do Hospital de S. José.

    Nesta escola concluiu com grande brilho

    e distinção o curso, defendendo a tese de

    licenciatura em 1873, tinha então 24 anos

    de idade. Veio a casar com Sofia Mac-

    Bride, e vivendo em Lisboa, na Rua dosFanqueiros, 286-2º andar, ali lhe nasceram

    os filhos: Alberto e Eugénio Mac-Bride

    Fernandes, que lhe seguiram as pisadas na

    medicina, no fim do séc. XIX, e primeira

    metade do séc. XX.

    Com a implantação da República, em

    1910, várias reformas foram feitas no

    âmbito do ensino médico e cirúrgico, este

    conhecido nos compêndios de ensino:

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    “cito, tuto et jucunde”, e foram criadas as

    Universidades de Lisboa e Porto, tendoaparecido a emblemática geração de 1911,

    onde se destacaram médicos como:  – 

    Francisco Gentil, Júlio de Matos, Egas

    Moniz, Gama Pinto. Gregório Fernandes

    estava entre eles, Ainda na reorganização

    da assistência médica em Lisboa, em 1913,

    foi criado o “Hospital de S. José e Annexos”,

    substituindo denominações até aí

    existentes, que vinham de séculos. Ainda

    no início do século XX, estavam já

    estabelecidas as anestesias, a anti-sepsia ea assepsia, que vinham revolucionária a

    cirurgia em Portugal.

    Uma outro grupo destes cirurgiões, vem

    granjeando fama desde a última década do

    séc. XIX, já com campos bem definidoscomo especialidades nos cursos médicos.

    Atribui-se-lhe a Gregório Fernandes a

    primeira cirurgia como a “Ressecção do

    Joelho” em Portugal, e vários artigos

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    científicos da sua autoria revelam uma

    preparação médico-cirúrgica invulgar,trabalho relatado com tanto pormenor, foi

    apreciado e considerado o primeiro

    realizado em Portugal.

    Também numa Revista Médica, deu a

    conheceu outros trabalhos que fez, em1892, com extracção “Útero ovariana”,

    operação cirúrgica que até aquela data

    nunca se tinha feito, e que lhe mereceu os

    maiores louvores, tanto dos seus colegas

    portugueses, como do resto da ciência

    médica mundial.

    Sobre a “Patogenia da Febre Traumática”

    e “Glaucoma”, inteligente  e estudioso

    nestas matérias andou sempre na

    vanguarda da ciência médica que sepraticava na época nos países mais

    credenciados da Europa, pois semelhantes

    operações feitas em Viana (Áustria), Paris e

    Londres, não deram tão bons resultados.

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    Este ilustre mestre da ciência médica,

    que foi uma figura iluminaria da cirurgiaportuguesa, dos finais do séc. XIX, foi

    solicitado para desempenhar o cargo de

    cirurgião extraordinário, onde foi director

    da enfermaria de S. Francisco, que passou a

    ter o seu nome, em preito de

    agradecimento pelas aulas ali prestadas.

    É assim, quando já operavam Custódio

    Cabeça, Augusto Monjardino, João Paes de

    Vasconcellos e outros, que ainda estavam

    em actividade como: Alfredo da Costa, até

    1904, Sabino Coelho, (1905), Gregório

    Fernandes (1906), e Oliveira Feijão (1912)

    que são todos designados por “Geração da

    transição do século”. 

    Gregório Fernandes, foi 27.º Presidenteda Sociedade Ciências Médicas de Lisboa

    (1903-1905), e não deixa de conviver com

    um grupo de amigos restritos frequentando

    uma Tertúlia, na Rua dos Douradores, e

    ainda noutro local na Rua do Crucifixo,

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    espaços de verdadeiro encontros

    científicos, que animavam as tardes dacidade de Lisboa.

    Nestas pelejas de ideias não deixa de

    estar o seu amigo de longa data, Sousa

    Martins, que lhe vai pedindo alguns

    conselhos para actos médicos dos seusdoentes. Ali são aflorados desejos, para

    levar em frente uma fecunda modernização

    do antigo Hospital Real de S. José e Anexos.

    preservando o historial daquela unidade

    médica, que remontava ao tempo dos

    Jesuítas, no séc. XVI.

    Algumas delas depressa são aceites e

    implementadas pelas administrações

    hospitalares, mormente modernizar as suas

    enfermarias, e continuar a ser uma grandeescola de cirurgia, com a presença dos

    grandes nomes que prestigiavam a

    medicina portuguesa. Um Banco de

    urgências, e os seus anexos eram já uma

    referência, e com a junção do Hospital de

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    D. Estefânia, em 1877, o de Arroios em

    1892, Santa Marta em 1903, seguindo-setrês anos depois o Curry Cabral, e um novo

    projecto fervilhava naqueles encontros,

    incorporar também o Hospital S. António

    dos Capuchos, mas este desejo só vem a

    completar-se em 1928, quando a maioria

    destas antigas iminências da medicina, já

    não pertenciam ao mundo dos vivos. No

    entanto muitos deles, viram chegar a

    denominação “Hospitais Civis de Lisboa

    (HCL), que se tornou efectiva em 1913.

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    1840 * Gravura do Hospital de S. José

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    Dr. Miguel Bombarda, no Banco do Hospital S. José * 1910

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    SOUSA MARTINS – A MORTE DE UM SANTO

    Corria o ano de 1897, Gregório

    Fernandes, é chamado a ir a Alhandra, a

    casa do amigo, Sousa

    Martins, estava doente

    acamado. O seu fim devida ocorreu de noite.

    Gregório Fernandes à sua

    cabeceira vai assistindo

    ao desenlace daquela figura respeitada no

    meio académico, era professor edoutorado em medicina e farmácia.

    acarinhada pelo povo, um praticante de

    caridade  –  um santo. Na descrição

    pormenorizada da morte, que originou a

    certidão de óbito, o cirurgião amigo

    escreveu que José Tomaz de Sousa Martins

    nascido em Alhandra, em 7 de Março de

    1843, e ali falecido em 18 de Agosto de

    1897, tendo o óbito levantando-lhe uma

    delicada dúvida de diagnóstico sobre a sua

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    etiologia que não conseguiu esclarecer.

    Sousa Martins, ainda jovem esteveempregado na Farmácia Ultramarina, em

    Lisboa, onde aprendeu a manipular

    medicamentos, já doutorado em farmácia e

    medicina, a sua grande batalha era a luta

    contra a tuberculose. Assistia aos doentes,

    com tal caridade, assumindo assim

    contornos de santo laico, cujo culto ainda

    se mantém. Após a sua morte, em Lisboa

    foi-lhe construída uma estátua, no Campo

    Mártires da Pátria.

    O SANATÓRIO DOS OSSOS

    A família Bliester, que tinha o propósito decustear a construção do “Sanatório dosOssos”, na Parede (Cascais), conformetestamento de Claudina Chamiço, pediu aSousa Martins que abraça-se oacompanhamento do projecto, masdepressa este desistiu de tal compromisso,sucedeu-lhe Manuel Bento de Sousa, queteve morte prematura em 1899, sentoentão Gregório Fernandes encarregado de

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    Na foto  –  Lançamento da primeira pedra:  aparece o Dr.gregório Fernandes (frente), Claudina Chamiço e o arquitectoRosendo Carvalheira (costas) e à esq.ª o Conselheiro ManuelAffonso de Espregueira.****** *******

    acompanhar os trabalhos de tal

    empreendimento. O Jornal o Século, de 11

    de Julho de 1905, faz noticia da cerimónia

    do lançamento da sua primeira pedra no

    dia anterior, sendo inaugurado a 11 de

    Julho de 1905, com a designação SanatórioSant`Ana, foi primeiro Director Clínico,

    Alfredo José de Almeida Ribeiro, jovem

    discípulo de Gregório Fernandes. Em 21 de

    Julho de 1961, esta unidade hospitalar, por

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    VISITAS A SALVATERRAE CONSULTAS MÉDICAS

    Por volta de 1880, iniciou GregórioFernandes, manhã cedo, duas vezes pormês, e durante alguns anos a viagem decomboio da estação de Santa Apolónia, até

    Vila Franca de Xira, aqui fazia a travessia doTejo, até ao Pontão do Cabo, onde seguiaviagem na diligência dos transportespúblicos, até à sua terra-natal, Salvaterrade Magos.

    Muito ocupado, na sua actividade decirurgião, e nos seus ensaios médicos, nãodeixou de vir regularmente ao Ribatejo, àcasa onde tinha nascido, e numa estadia dedia e meio, visitava a família e consultavagraciosamente os seus patrícios doentes e

    pobres, não deixando de os encaminharpara os seus serviços no hospital São José.Fazendo pedidos aos clínicos seus amigosde Lisboa, com recomendações paramelhor observação de outros diagnósticosmais especializados.

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    Transporte Público de Passageiros *Salvaterra – Vila Franca Xira (Cabo) – 

    década 20 séc. XX

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    NOVA GERAÇÃO DE CIRURGÕES

    Nos primeiros anos do séc. XX, um novoconjunto de eminentes médicos como:Francisco Gentil, que foi o criador do IPO,

    de Lisboa, Augusto Monjardino,considerado o “pai” da MaternidadeAlfredo da Costa, eram agora apelidados ”AGeração da Primeira Metade do século XX”,neste lote estava também incluído AlbertoMac-Bride Fernandes, tal como seu pai

    Gregório, na sua época, que deixou umlugar de destaque, comocirurgião/operador e investigador, ficandona história da medicina em Portugal.

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    Gregório Fernandes, faleceu aos 57 anosde idade, em 26 de Junho de 1906,encontrando-se inumado no Jazigo 4608 docemitério da Freguesia das Mercês, Lisboa.

    ÚLTIMA HOMENAGEM

    Desde à muito, mesmo que lentamente oensino secundário em Portugal, vinhasendo reorganizado e novos diplomas

    saíram em 1981 do Ministério da Educação.Os autarcas de Salvaterra de Magos,

    acompanhando essa modificação, fazem aaquisição de um vasto terreno da Quinta daÓmnia, na vila e ali foi construída um novoe moderno edifício escolar.

    Quando da inauguração da EscolaSecundária, em 15 de Outubro de 1983, onome do Dr. Gregório Fernandes foi oescolhido para patrono daquela novaunidade, fazendo-se assim justiça ao

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    homem, que também naquela área faziabaluarte em renovar, conforme se podeapreciar na sua longa intervenção, de 31 deOutubro de 1903, na Sociedade CiênciasMédicas de Lisboa, enquanto seupresidente, texto agora guardado nosarquivos daquela instituição, e que outraspublicações da época, não deixaram dereferenciar a prelação de tão ilustre orador.

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    II

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    ALBERTO MAC-BRIDE FERNANDES- UM PERCURSO DE VIDA – 

    Alberto Mac-Bride, como era conhecido e

    estimado no meio clinico, especialmente

    no hospital D. Estefânia. Nasceu em Lisboa,

    no dia 11 de Setembro

    de 1886, na rua dosFanqueiros, 286 -2º

    Andar. Recebeu

    educação esmerada tal

    como seu irmão Alberto, outro distinto

    médico no círculo de Lisboa.Em 1904 entrou na Escola Médico-

    Cirúrgica de Lisboa, tendo terminado o

    curso de Medicina em 1909, com a tese

    sobre “Syndroma de Little”, uma paralisia

    infantil, trabalho que lhe foi sugerido peloseu mestre Dr. Salazar de Sousa.

    O longo texto foi ilustrado com dois

    casos clínicos, que conheceu no hospital da

    Estefânia. Na primeira página do trabalho,

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    fez agradecimentos a Alfredo da Costa e

    Reynaldo dos Santos, acabando por odedicar ao pai. No início da carreira pensou

    dedicar-se à Pediatria, a convite do seu

    mestre; Salazar de Sousa, o primeiro

    cirurgião português nesta área, mas em

    1911, entrou como cirurgião substituto do

    Banco. Com esta especialidade interessou-

    se pela organização e carreira hospitalar,

    onde escreveu artigos sobre o assunto.

    Já antes estudou e escreveu sobre a

    “Anestesia por inalação pública”, que foi

    publicado na revista médica “Medicina

    Contemporânea”, a melhor da época. Teve

    um companheiro na área das cirurgias, de

    nome Feyo Castro, ambos foram

    percursores de grandes iniciativas no

    campo das operações. Este último realizouem 1905, uma operação conhecida por

    “colecistectomia”, morrendo mais tarde

    vítima das radiações. Alberto Mac-Bride,

    além de um grande cirurgião, foi o maior

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    impulsionador da raqui-anestesia, também

    conhecida raqui-novocaínação, ou raqui-estovaínização. No seu desenvolvimento

    académico mostrou interesse pelas letras,

    e dedicou algum tempo a escrever a

    historia da medicina, como também foi um

    colecionador de arte. Também consta no

    seu curriculum, várias participações na vida

    social, literária e passou a fazer parte do

    seu tempo, uma nova motivação de

    colecionador, especialmente da sua amada

    Lisboa, como escreveria em diversas textos,

    espaço onde recebeu louvores e honrarias.

    O Dr. Alberto, publica na “Revista

    Contemporânea”, um artigo onde 

    defendeu a criação de um Museu de

    Medicina, naquele hospital, e na senda das

    suas ideias, que alguns colegas apelidam demonómanas, divulga em 1913, que gostaria

    de ver modernizado o Banco daquela

    unidade, com um sistema de urgências,

    com a criação de pronto-socorro, na via

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    pública (ambulância-automóvel), o que

    seria o percursor do INEM, do nossotempo. Um ano depois, com o prof.

    Francisco Gentil e o arq. Tertuliano

    Marques, desenvolve um estudo para a

    modernização das urgências, onde estas

    novas instalações. Estas durariam mais de

    50 anos depois de implementadas.

    OFICIAL/MÉDICO NA I GUERRA MUNDIAL

    Com o inicio do conflito militar, pouco

    tempo depois, é incorporado no corpo

    expedicionário do exército português, na I

    guerra mundial, em França, como Alferes  – 

    miliciano, médico, segue num batalhão em

    10 de Fevereiro de 1917, sendo a 29,

    colocado Hospital Geral Nº 11 das Forças

    Inglesas, em Setembro é nomeado Chefe

    da equipa portuguesa, no Hospital Geral Nº

    54, sendo promovido a Capitão. Após a

    batalha de La Lys, em que morreram cerca

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    600 soldados portugueses, é nomeado

    cirurgião-chefe do Hospital português, comsede em Ambleteuse, a norte de França.

    Aí, mesmo em cenário de guerra não deixa

    de se actualizar com as melhores práticas

    que vão surgindo no campo da guerra,

    especialmente na área das amputações, e

    por cinco vezes está presente em reuniões

    do Comité Inter-aliado de cirurgiões.

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    Em 1923, foi sócio fundador da Liga dos

    Combatentes da Grande Guerra, e seisanos depois organiza o I Congresso dos

    Combatentes da Grande Guerra, que inclui

    uma homenagem a Gomes da Costa, e em

    frente à casa daquele velho militar, na

    presença de cerca de 2000 antigos

    combatentes, faz-lhe a entrega do bastão

    de Marechal. Promove junto das câmaras

    do país, o interesse para que Ruas, Largos e

    Praças das vilas, passarem a usar o

    topónimo  –  Combatentes da Grande

    Guerra.

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    2015 -  Placa evocativa da homenagem recebida,

    ainda presente na parede da entrada do prédio onde

    nasceu – 

     Rua dos Fanqueiros, Lisboa

    Neste intuito, agenda uma reunião com o

    Município de Salvaterra de Magos, terra de

    seu pai e de sua família, consegue aanuência de tal pretensão, num Largo da

    vila.

    Em 1951, a Liga dos Combatentes presta-

    lhe homenagem descerrando um seu

    busto, considerando-o um filantropo, como interesse manifestado com os antigos

    soldados, regressados de França, e é lá na

    sede da Liga que se encontram as suas

    medalhas militares. Foi percursor, da

    Ordem dos médicos, com a organização edirector da Associação dos Médicos

    Portugueses, foi eleito 49º presidente da

    Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa

    (1952-1953), precisamente 50 anos depois

    de seu pai, ter ocupado aquele cargo.

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    Ele, e o irmão Eugénio, tiveram grande

    participação na vinda a Portugal do famosourbanista francês  –  Forestier, para um

    estudo do possível prolongamento da

    Avenida da Liberdade, como também do

    Castelo de S. Jorge. Quando morreu no

    Hospital de S. José, Freguesia do Socorro,

    em 1958, desejou ser sepultado no talhão

    dos combatentes, e aí está inumado num

    coval no cemitério do Alto de S. João.

    Alberto Mac-Bride, é último sentado, lado direitocom outros oficiais do C.E.P., no hospital da

    Base Nº 1 em Ambleteuse

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    III

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    EUGÉNIO MAC-BRIDE FERNANDES- UM MÉDICO, UM HOMEM DA CULTURA – 

    Eugénio Mac-Bride, o outro filho de

    Gregório Fernandes, tal como seu irmão

    consta que nasceu em Lisboa, na Rua dos

    Fanqueiros, 286, num 2º andar, também

    foi um iluminado médico e dentro de

    muitas iniciativas ligadas campo da cultura.

    Nas nossas pesquizas fomos encontrar na

    frontaria do prédio onde nasceu uma placa

    evocativa O Dr. Eugénio, conhecido no

    meio da numismática deu o seu contributo

    à importante exposição que teve lugar no

    hospital de S. José, em 14 de Novembro de

    1954, uma iniciativa da Comissão

    Numismática dos Arqueológos Portugueses

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    No rescaldo, em 1955, Rocha Souto,descreveu na intervenção numa

    Assembleia Geral, o tema da “Exposição

    sobre figuras e Panoramas da Medicina de

    outros tempos, no Hospital de S. José “.  

    Aquele evento serviu para lembrar amemória de Alberto Mac-Bride, seu irmão,

    Placa evocativa do nascimento dos Irmãos Mac-Bride –  Prédio rua dos Fanqueiros, Lisboa

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    Medalha em bronze dourado, datada de 1894. Dedicada ao

    Dr. José Tomás de Sousa Martins * anverso um busto de alto

    relevo. No campo a assinatura do gravador Casimiro José de

    Lima.  ************

    ************** 

    e de seu pai Gregório Fernandes, este àdata de sua morte tinha na sua posse, um

    exemplar da primeira medalha cunhada,

    com José Tomás de Sousa Martins (Dr.

    Sousa Martins), seu intimo amigo, e nela

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    encontravam-se expostas cerca de 572

    exemplares relacionadas com exercício daMedicina em Portugal. Na reunião,

    Eugénio Mac-Bride, recebeu largos elogios,

    sendo apresentado, como Director Clínico

    do Hospital Curry Cabral. 

    Em 1957, criou o Museu no Hospital deSanta Marta, dedicado aos HCL, e ao seu

    irmão; Alberto Mac-Bride, onde doou

    muitos objectos que foram das colecções

    deste, e de seu pai Gregório Fernandes.

    Anos depois o Museu foi repartido por

    Santa Marta e S. José, onde agora se

    encontra este espólio.

    SOCIEDADE PORTUGUESA

    DE MEDICINA INTERNA

    Os irmãos Mac-Brid (Alberto e Eugénio)

    acompanharam de perto o aparecimento

    do SPMI, fundada em 1951, estiveram na

    sessão inaugural realizada a 27 de

    Dezembro de 195 (1)

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    (1)  Volume I – Nº 1 * 1994 ** Para a História da Sociedade

    Portuguesa de Medicina Interna, por Dr. Barros Veloso 

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    FALECIMENTO DE EUGÉNIO MAC-BRIDE

    Quanto ao seu óbito, nas pesquisas que

    encetamos, não tivemos acesso a tal

    informação, mas o Jazigo Nº 4608, no

    Cemitério das Mercês (Lisboa), onde foram

    depositados os restos mortais do pai -

    Gregório Fernandes, esteve na sua posse,

    que deixou por testamento a sua filha

    Maria Sofia Mac-Bride Fernandes.

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    Maria Sofia, encontrou rolado notestamento do pai, o jazigo familiar, com o

    Nº 4608, no cemitério das Mercês, em

    Lisboa, e um outro com o Nº 167,  veio a

    falecer em 21 de Setembro de 1983, na

    falta de melhor informação presumimosque o seu corpo esteja no já referido Jazigo

    Nº 4608, meses antes tinha feito uma

    oferta conjunta com sua prima; Sebastiana

    Fernandes de Sousa Vinagre, natural de

    Salvaterra de Magos, filha de Ana

    Fernandes (de Sousa Vinagre) e Vicente

    Luís de Sousa Vinagre à Misericórdia de

    Salvaterra de Magos, da casa onde seu avô

     –  Gregório Rodrigues Fernandes, tinha

    nascido. Tal oferta, ficou perpetuada numa

    lápide, naquele imóvel numa festarealizada em 24 de Janeiro de 1984, onde

    esteve presente a familiar, Maria de Lurdes

    Vinagre (Menezes).

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    2015 - Casa da família Fernandes Sousa Vinagre

    2015 - Casa da família Menezes – Frentes: Avenida

    Dr. Roberto Fonseca e Rua Dr. Gregório Fernandes 

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    Jazigo de Ossários da Família Fernandes e SousaVinagre, no Cemitério de Salvaterra de Magos, onde se

    encontra inumada, Sebastiana Fernandes de Sousa

    Vinagre, filha de Vicente Luís de Sousa Vinagre, e de

    Ana Fernandes (de Sousa Vinagre), falecida a 26 de

    Janeiro de 1983

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    BIBLIOGRAFIA USADA

    *Caderno Apontamentos Nº 08 “Colecção“Recordar, Também é Reconstruir” – do Autor

    * Revista Portuguesa de Cirurgia - II série* Nº 25 - Junho 2013

    *História da Medicina - Acta Medica Portuguesa* 1995 - Pág 259/264

    *Escola Médica do Campo Santana

    * De: Luiz da Silveira Botelho* Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa

    - Alocução Presidencial lida na sessão solene deAbertura – Noite de 31/10/1903

    - Jornal – Janeiro de 1953

    AGRADECIMENTOS:

    * E-Mail – Resposta Hospital Santana (Parede/Cascais)* E-Mail – Resposta Hospital Curry Cabral*E-Mail – Resposta Serviços de Cemitérios, CâmaraLisboa*E-Mail – Resposta Sociedade de Ciências Médicas deLisboa* Escritório Advogados – Carlos Alberto Fernandes,pela obtenção da Foto – Rua dos Fanqueiros, 286-2º

    FOTOS USADAS:Do Autor, Do Hospital Santana (Parede) e Autoresdesconhecidos, retiradas da Internet

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    INDICE: CAPITULOS

    I –DR. GREGÓRIO FERNANDES – UM FILANTROPO ………………  Pág 7

    II- DR. ALBERTO MAC-BRAIDE – UM PERCURSO DE VIDA …  Pág 26

    III- DR. EUGENIO MAC-BRIDE – UM MEDICO, UM HOMEM DA CULTURA …………. . Pág 35