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ANO 1 – Nº 3 II Congresso Latino-Americano - WOSAAM Parecer jurídico Especialista apresentará fundamentação jurídica frente à prática da longevidade saudável Hormônios bioidênticos Estudos científicos comprovam a eficácia e segurança da modulação hormonal bioidêntica Autoridades apresentam os avanços da medicina para viver mais e melhor BRASIL Italo Rachid Carlos Alberto Werutsk Cicero Galli Coimbra Maria Aderuza Horst Jorge Jamili Priscila Machado EUA Abraham Morgentaler Samuel Yue Jorge Flechas BÉLGICA Thierry Hertoghe Stephane Resimont ÍNDIA Anoop Chaturvedi 19 a 21 de outubro, em São Paulo

Grupo Longevidade em Foco 03

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A Revista Longevidade em Foco tem direção científica do Dr. Ítalo Rachid. Acompanhe as novidades dessa edição e visite o website do Grupo Longevidade Saudável: www.longevidadesaudavel.com.br

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ANO 1 – Nº 3

II Congresso Latino-Americano - WOSAAM

Parecer jurídicoEspecialista apresentará

fundamentação jurídica frente à prática da longevidade saudável

Hormônios bioidênticos Estudos científicos comprovam a

eficácia e segurança da modulação hormonal bioidêntica

Autoridades apresentam os avanços da medicina para

viver mais e melhor

BRASILItalo Rachid

Carlos Alberto WerutskCicero Galli CoimbraMaria Aderuza Horst

Jorge JamiliPriscila Machado

EUAAbraham Morgentaler

Samuel YueJorge Flechas

BÉLGICAThierry Hertoghe

Stephane Resimont

ÍNDIAAnoop Chaturvedi

19 a 21 de outubro, em São Paulo

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Expediente

Sumário

Editorial

Página 4 Boxe, um esporte cada vez mais feminino

Página 6 Somatopausa e o uso do GH

Página 8 A personalidade de quem vive mais

Página 11 Carnosina, importante aliado do bem-estar

Página 12 Eco SPA Outeiro de Minas

Página 14 Artigo – Predominância estrogênica

Página 16 Evidências científicas da eficácia dos hormônios bioidênticos

Página 18 II Congresso Latino-Americano da WOSAAM

Página 20 Abraham Morgentaler: Terapia com reposição de testosterona

Página 23 Anoop Chaturvedi: Antienvelhecimento do cérebro

Página 24 Carlos Alberto Werutsky: Erros na alimentação

Página 26 Indústrias farmacêuticas dão prioridade aos testes in vitro

Página 28 O uso da vitamina D para tratamento da esclerose múltipla

Página 30 Hortaliças podem ajudar a prevenção do diabetes

Página 31 Advanced, um mergulho na fisiologia humana e hormonal

Página 33 Nozes: ricas em polifenóis e amigas do coração

Página 34 A importância da primeira consulta

Redação, Edição e Programação Visual: SB Comunicação (www.sbcomunicacao.com.br) I Jornalista Responsável: Simone Beja Publicação oficial do Grupo Longevidade Saudável: Av. José Moraes de Almeida, 777/QD2, Lote 1, Coaçu CEP: 61760-000, Eusébio – CE. Tels.: 0800 0011223 / (55) (85) 3246 2126 I Diretor Científico: Dr. Ítalo Rachid I Diretora de Marketing: Polliana Rachid I Diretora Administrativo-Financeira: Tatiana Mota I Diretor Comercial: Carlos Avellar. Impressão: Gráfica Cearense

Caros amigos,

O mês de outubro se aproxima e, com ele, o II Congresso Latino-Americano da World Society of Anti-Aging Medicine (WOSAAM), que será realizado em São Paulo, entre os dias 19 e 21. Paralelamente ao evento – que contará com palestrantes internacionais que figuram entre as principais autoridades no conhecimento da fisiologia humana –, serão realizados o VI Simpósio Internacional de Fisiologia Hormonal e Longevidade e o I Workshop de Nutrição Bioquímico – Fisiológica. Pelo grande interesse que vem despertando entre médicos de diversas especialidades, acredito que o congresso vá mostrar, uma vez mais, que o conceito de medicina preditiva e preventiva já está consolidado no Brasil, demonstrando que o país está definitivamente inserido nessa área. Com certeza, serão três dias de ricos debates e partilha de experiências e vivências entre oradores nacionais e internacionais e o público presente. Em razão da relevância do assunto, ele ganha destaque na revista Longevidade em Foco, que agora circula com 36 páginas.

Outro tema abordado nesta edição são os estudos científicos que comprovam a eficácia e segurança da modulação hormonal bioidêntica, além da superioridade clínica do tratamento, quando comparado à reposição hormonal com o uso de hormônios sintéticos convencionais. Estudos divulgados nas duas últimas décadas e que estão à disposição dos profissionais da área médica.

Destaco ainda outra reportagem, de interesse científico, sobre o uso da vitamina D para tratamento da esclerose múltipla. Devido ao seu poder para combater a pressão alta, controlar o peso e afastar o risco de tumores, além de ser essencial para prevenir e tratar osteoporose, a vitamina D já se tornou um dos nutrientes da longevidade saudável. Mas, agora, é uma nova opção de terapia apresentada pelo neurologista e professor doutor Cícero Galli Coimbra, do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Outros assuntos completam a terceira edição da revista Longevidade em Foco, entre eles os benefícios das nozes para o coração, somatopausa e uso do GH.

Boa leitura!

Ítalo Rachid

www.longevidadesaudavel.com.br

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Fitn

ess

Pág 4 | Revista Longevidade em Foco

Boxe, um esporte cada vez mais feminino

De luvas nas mãos e maquiagem no rosto, elas es-tão chegando. E estão dividindo com entusiasmo um reduto, até pouco tempo, essencialmente masculino: as aulas de boxe. Atraídas por uma modalidade es-portiva que garante resultados estéticos animadores, uma sensível redução no estresse, sensação de bem--estar e aprimoramento cardiovascular, as mulheres são hoje um público importante para as academias de lutas em todo o país.

De acordo com o personal trainer Júlio Fernandes, o boxe é um esporte altamente recomendável para a promoção do bem-estar e da longevidade, quando pra-ticado de maneira coerente, respeitando-se os limites físicos de cada pessoa.

Em relação à grande atração que o esporte tem exercido sobre as mulhe-res, a motivação se encontra nos bene-fícios nítidos que a prática desenvolve. “As mulheres, em geral, têm dificuldade em tonificar os membros superiores e o abdome, mas o boxe trabalha de manei-ra intensa esses grupos musculares, tra-zendo melhorias em força e agilidade. Por ser uma modalidade de extre-ma atividade aeróbica e grande quantidade de repetições de movimentos dos músculos do abdome, core, o boxe leva a uma queda no percen-tual de gordura corporal e à melhoria do tônus da musculatura abdomi-nal”, explica Fernandes.

Quem conheceu o boxe e dele não mais abriu mão foi a administradora de empresas e diretora de Marketing e Relacionamento do Grupo Longevidade Saudável, Polliana Rachid. Ela conta que procurou o esporte como uma atividade física complementar, para ajudar a re-duzir o estresse, mas sem abrir mão da musculação. E conseguiu alcançar o ob-jetivo que buscava. “Com o boxe, con-sigo descarregar a tensão do dia a dia, das muitas horas de trabalho, e, após

os treinos, me sinto melhor, mais aliviada”, relata Polliana, que tem como personal trainer Júlio Fernandes.

Um murro no estressePraticando boxe há dois anos e meio, Polliana per-

cebeu diversos benefícios trazidos pelo esporte, en-tre os quais estão a tonificação dos músculos dos braços (bíceps, tríceps) e abdômen. “São quarenta minutos de exercícios de aquecimento que incluem flexões, abdominais e pular corda. O gasto calórico é intenso e o abdome permanece contraído durante o treino”, descreve.

Mesmo os problemas respiratórios e as dores crô-nicas na coluna cervical não impediram Polliana de incluir o boxe entre as suas atividades. Os treinos auxiliaram a melhorar sua respiração, com o pro-gresso de sua capacidade cardiovascular e por re-alizar os movimentos respiratórios de forma mais ampla. Além disso, houve a redução nas dores, pois

os exercícios fortaleceram a muscu-latura que sustenta e dá equilí-

brio à coluna, favorecendo também a reeducação

postural.Tantos benefí-

cios fizeram com que Polliana Ra-

chid não abando-nasse o boxe nem mesmo

quando ao mudar de residência: a distância tornou inviável continuar na academia onde se iniciou no esporte. Atualmente, faz aulas duas vezes por semana, com professor particular, con-

ciliando essa atividade com a muscula-ção e treinos funcionais.

Embora seja uma atividade de luta, as alunas podem optar por participar de competições ou praticar o boxe sem contato tão competitivo com as demais colegas, treinando os golpes no ar ou em objetos, como saco de treino e punching balls. Os treinos incluem muitas atividades aeróbicas, como

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corridas e pular corda, bem como exercícios localiza-dos, como flexões de braço e abdominais. No final do treinamento, a aluna pode queimar até 1000 kcal.

Endurecer sem perder a ternuraA adesão das mulheres ao boxe tem sido muito gran-

de e está desmistificando os antigos estereótipos de um esporte tido como essencialmente masculino e vio-lento. “O boxe não é apenas um esporte de competição, mas também uma atividade de lazer, de fitness”, acres-centa Júlio Fernandes.

Se houve tempo em que se achava que o boxe não combinava com a delicadeza das mulheres, esse pre-conceito ficou no passado. Praticar um esporte de luta não inibe a feminilidade das moças. Exemplo disso é Polliana, que não deixa a vaidade de fora na hora dos treinos. “Vou treinar maquiada e com as unhas pinta-das”, diverte-se.

Segundo Fernandes, para a obtenção de melhores re-sultados, o boxe pode ser praticado de três a cinco vezes por semana, e as moças não precisam deixar a malha-ção de lado para praticá-lo. “Pode ser exercitado como uma atividade complementar à musculação ou às aulas de spinning, de acordo com a rotina de treinos elaborada em um programa específico por um profissional de edu-cação física competente”, ensina o personal.

O boxe pode ser praticado por pessoas de qual-quer idade. Conforme explica Fernandes, com a evo-lução da consciência corporal, podem-se dosar as intensidades dos exercícios de acordo com as pos-sibilidades e necessidades da aluna. “Na academia, temos uma menina de oito anos iniciando-se no boxe e também temos senhores e senhoras de mais de 60 anos praticando-o com regularidade”, reforça o pro-fessor de educação física.

Das origens ao presenteO boxe surgiu na Antiguidade, na região do continente

africano, que, atualmente, corresponde à Etiópia. A mo-dalidade foi disputada em uma Olimpíada pela primeira vez em 688 a.C. No entanto, tal como o conhecemos, o esporte foi reformado e teve suas regras claramente de-finidas na Inglaterra, em 1867, com a previsão de rounds de três minutos e o uso de luvas. As chamadas regras de Queensberry entraram em vigor em 1872.

Nos Jogos Olímpicos da Era Moderna, o boxe debu-tou na terceira edição, em St. Louis (Estados Unidos), em 1904, e desde então foi praticado em todas as edições posteriores, com exceção das Olimpíadas de 1912, em Estocolmo (Suécia). No entanto, apenas os homens competiam. A participação das mulheres no boxe olímpico ocorreu, pela primeira vez, nos Jogos de Londres, em julho último.

E já na primeira vez em que elas participaram, uma mulher brasileira conseguiu uma medalha: a pugilista Adriana Araújo conquistou o bronze na categoria até 60 quilos (meio-médio ligeiro). Ela igualou o feito do atleta Servílio de Oliveira, nas Olimpíadas da Cidade do México (1968), até então a única conquista olímpica do Brasil no esporte. De quebra, foi a 100ª medalha conquistada por atletas brasileiros em Olimpíadas. Uma conquista aus-piciosa para um esporte que vem progredindo muito no país e uma esperança para a próxima edição dos Jogos, em 2016, no Rio de Janeiro.

Em nível internacional, há quatro organizações que respondem pelo esporte e mantêm competições pró-prias: a Associação Mundial de Boxe (AMB); o Conselho Mundial de Boxe (CMB); a Federação Internacional de Boxe (FIB), e a Organização Mundial de Boxe (OMB). No Brasil, há a Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe).

“Com o boxe, consigo descarregar a tensão do dia a dia, das muitas horas de trabalho, e, após os treinos, me sinto melhor,

mais aliviada”

Para as mulheres que desejam competir como boxeadoras profissionais, as categorias (definidas pelo peso da atleta) são as seguintes:

MOSCA LIGEIRO: ATé 45 kG;

MOSCA: 48 kG;

GALO: 51 kG;

PENA: 54 kG;

LEVE: 57 kG;

MEIO-MéDIO-LIGEIRO: 60 kG;

MEIO-MéDIO: 63,5 kG;

MéDIO-LIGEIRO: 67 kG;

MéDIO: 71 kG;

MEIO-PESADO: 75 kG;

PESADO: 81 kG;

SUPER-PESADO: MAIS DE 81 kG.

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De fato, estudos científicos surgidos a partir da déca-da de 90 reforçam os resultados positivos da reposição hormonal em adultos. Pesquisa publicada em 1990, no New England of Medicine, envolveu indivíduos com mais que 60 anos que receberam, durante seis meses, doses subcutâneas diárias da substância. No final do período, além de muito mais disposição física, os pacientes apre-sentavam também aumento de 12% na massa muscular e redução de 9% na massa gordurosa. A sequência de estudos realizados a partir deste primeiro ratificou os achados iniciais, reforçando as teses apresentadas.

“O hormônio do crescimento é o mais abundante hormônio liberado pela hipófise. Sua produção ocor-re em picos com maior intensidade à noite, durante a fase de movimentos rápidos dos olhos (REM), e, em picos menores, durante o jejum e após exercícios físicos, embora determinados exercícios físicos con-sigam trazer picos também importantes. é um dos chamados hormônios de antienvelhecimento ou de pró-longevidade, ao lado do estrógeno, da testoste-rona, da pregnenolona, da melatonina e do DHEA”, explica o Dr. Sorrentino.

De acordo com o médico, o que diferencia o GH dos demais hormônios é que, enquanto os outros agem principalmente de forma preventiva, detendo o avanço do envelhecimento e trazendo benefícios fundamen-tais à saúde, o hormônio do crescimento age princi-

Muito se tem discutido quanto à reposição do hor-mônio do crescimento, conhecido pela sua sigla em inglês, GH – de growth hormone, no homem adulto. Entretanto, diversos estudos já realizados comprovam que, entre o final da fase de crescimento e os 40 anos de idade, a produção desse hormônio permanece es-tável, passando a um decréscimo progressivo a partir dessa faixa etária. Produzido pela hipófise e converti-do no fígado à sua forma ativa - a somatomedina C -, a deficiência do GH no homem adulto leva à somatopau-sa, nome em alusão à deficiência da somatomedina C no organismo. E esse declínio fisiológico do GH em razão da idade está diretamente associado aos muitos sintomas do envelhecimento, afetando a função física (menos força, flexibilidade e resistência cardiopulmo-nar), a função reprodutiva (redução na performance se-xual e libido), imunológica (maior susceptibilidade a doenças, como infecções virais e bacterianas, e tam-bém maior incidência de câncer) e a composição cor-poral (perda de massa magra e aumento da gordura corporal). Outros resultados relacionados à queda do GH com o passar dos anos são o surgimento de rugas e cabelos grisalhos, além de sintomas bem mais gra-ves, como doenças cardiovasculares, osteoporose, depressão e insônia.

A boa notícia em relação ao hormônio do crescimen-to humano é que sua reposição em adultos pode ir além de deter alguns dos efeitos do envelhecimento: pode também adiar o envelhecimento biológico e até reverter uma série de sintomas associados ao avançar da ida-de. “Existem inúmeros estudos científicos, cujos resul-tados podemos observar na prática clínica diária, que mostram que, enquanto outros hormônios – que têm a produção diminuída com a idade, como o estrogênio, a progesterona, a testosterona, a melatonina e o DHEA – podem ser repostos para deter alguns dos efeitos do envelhecimento, o GH pode trazer benefícios ainda maiores. Sua reposição em adultos apresenta uma me-lhora substancial na qualidade de vida do paciente”, co-menta Victor Sorrentino (CRM-RS 28.606), médico com especialização em cirurgia geral e plástica e membro da American Academy of Anti-Aging Medicine.

Somatopausa e o uso do GH

| Revista Longevidade em FocoPág 6

“Inúmeros estudos científicos mostram que, enquanto outros hormônios que têm a produção diminuída com a idade podem ser repostos para deter alguns

efeitos do envelhecimento, o GH vai além, proporcionando melhora substancial na vida do paciente”

Dr. Victor Sorrentino, especialista em cirurgia geral e em cirurgia plástica

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porose, promover a melhora dos ligamentos e articula-ções, do sono, do humor e da memória.

Vale lembrar que a possibilidade de o GH deflagrar o aparecimento de câncer, ou, ainda, de favorecer o aumen-to na velocidade de tumores preexistentes, foi cogitada, mas nunca foi documentada ou comprovada, figurando, nos meios científicos, apenas como remota possibilida-

de. Por outro lado, sabe-se que, em doses fisiológicas, o que ocorre é provavelmente o contrário. Trabalhos científicos já demonstraram que o GH tem relação

com a boa performance das células Nk (do inglês Natural Killer). Conhecidas desde a

década de 70, as Nk têm capacidade de matar células tumorais e infectadas por vírus sem sensibilização prévia.

O Dr. Sorrentino lembra que, sozi-nha, a terapia de modulação hormo-nal não é suficiente para proporcio-nar uma longevidade mais saudável. Fatores externos, como dieta ali-mentar balanceada, exercícios físi-cos e outras escolhas de estilo de vida também são importantes. “é essencial que a pessoa incorpore uma rotina regular de exercícios

físicos e um regime nutricio-nal equilibrado e bem orien-

tado”, conclui.

palmente revertendo alguns efeitos do envelhecimento e retardando o seu processo. “Por isso, costuma-se dizer que o hormônio do crescimento atua atrasando o relógio biológico”, informa.

Pesquisas têm mostrado que o hormônio do Cresci-mento tem a capacidade de reverter algumas alterações do envelhecimento, como, fazer os cabelos volta-rem a crescer com mais vigor (quando não há uma causa genética preponderante que possa ser identificada), revitalizar, diminuir rugas e flacidez da pele. “Por isso, em razão de seu potencial, o hormônio é um importante aliado na prática da cirurgia plástica”, comenta o médico, ressaltando que a substância também estimula à cica-trização.

A reposição do GH também me-lhora outros parâmetros na vida do paciente. Estudos mostram redu-ção do LDL colesterol (tido como ruim até pouco tempo atrás, quando se descobriu que, na realidade, existem alguns sub-tipos que são de fato benéfi-cos) e aumento da presença do HDL colesterol (colesterol “bom”) no organismo, além de corrigir a osteo-

Importantes estudos têm demonstrado que o IGF-1 pode ser uma ferramenta efetiva no diagnóstico para o acompanhamento da produção adulta de GH. Esse marcador bioquímico tem níveis sanguíneos esperados que variam conforme a faixa etária para cada indivíduo, mas está absolutamente comprovado que aqueles que apresentam níveis elevados gozam de numerosos benefícios para sua saúde. Pes-quisas relacionam o uso do GH a vários benefícios: para o cérebro (melhora do hu-mor e cognição); carótidas (inibe formação de placas); pulmões (melhora a função pulmonar); contorno corporal (melhora a composição de massa magra em relação à massa gorda, diminuindo gordura); exercícios físicos (aumenta a capacidade ae-róbica); além de melhora do sistema imune e ter efeito rejuvenescedor da pele.

Da mesma forma, indivíduos com níveis baixos de IGF-1 e condições como doença cardíaca crônica e/ou isquêmica, síndrome metabólica, com aumento de gordura visceral, diabetes tiipo 2 e aterosclerose têm um aumento de sua mortalidade, em comparação aos mesmos quando têm níveis elevados de IGF-1.

Estudos demonstraram que a obesidade endêmica no mundo moderno e que tem sua prevalência aumentada também em nosso país, ano após ano, é agravada e cursa praticamente sempre com níveis baixos de produção do GH associada a um estado de hipoleptinemia (diminuição funcional do hormônio da saciedade).

Outros estudos demonstraram ainda que a administração de GH em pacien-tes HIV positivos reduz o acúmulo de gordura abdominal e visceral, provoca uma diminuição de triglicerídeos e melhora a função diastólica; demonstraram-se também os benefícios cognitivos importantes em indivíduos com demência.

O uso de GH em adultos e seus efeitos benéficos para o organismo

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A personalidade de quem vive mais

Que prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém todos nós sabemos, e nisso o adágio não se engana. E, ter uma personalidade cuidadosa, agindo com prudência e consciência, é mais importante ainda do que parece. é uma das características fundamentais de quem deseja ter longevidade.

A maior parte das pesquisas sobre o tema concentra esforços nos benefícios proporcionados pela alimenta-ção saudável, pela prática de exercícios ou mesmo pelas taxas hormonais de cada pessoa. Um estudo detalhado sobre a influência da personalidade individual em relação à saúde, e quão longa será a vida da pessoa, exige um grande esforço de coleta de dados e um generoso decur-so de tempo para produzi-los e analisá-los.

Esse esforço foi realizado, nos Estados Unidos, pelo psicólogo Lewis Terman. Em 1921, ele selecionou 1.528 ótimos estudantes de 11 anos de idade para uma pesquisa de longa duração acerca dos predicativos sociais da lide-rança intelectual. Terman faleceu em 1956, mas seus cole-gas continuaram a pesquisa, que incluía questionamentos periódicos aos indivíduos selecionados – perguntas como: quanto se exercitavam, como eram seus casamentos, quão satisfatórios eram seus empregos.

Esse colossal acervo de informações não ficou sem uso. Em 2009, o professor Howard Friedman e a pesqui-sadora Leslie Martin, da Universidade da Califórnia em Riverside, publicaram o livro The Longevity Project (o Pro-jeto Longevidade), no qual apresentam algumas conclu-sões baseadas nas (até então) oito décadas de pesqui-sas, desenvolvidas por Terman e seus sucessores. Entre elas, a de que pessoas prudentes tendem a viver mais, pois cuidam melhor da saúde, evitam riscos e desenvol-vem relacionamentos mais saudáveis.

Pessoas conscientes tomam decisões que prote-gem sua saúde, envolvendo-se menos com atividades prejudiciais, como fumar, beber em excesso, usar dro-gas ou dirigir muito rápido. Elas costumam ter níveis maiores de serotonina no organismo e fazem amiza-des melhores, casamentos mais felizes e trabalham em ambientes menos estressantes.

Estresse nem sempre é um vilãoNo entanto, a pesquisa também contraria certos pres-

supostos do senso comum, como o de a preocupação fazer mal à saúde. Os dados analisados por Friedman e Martin indicam que, em muitos aspectos, a preocupa-ção é saudável, sobretudo para homens, guardando uma íntima conexão com conquistas profissionais, as quais são comuns às pessoas (no universo da pesquisa) que tiveram (ou ainda têm) uma vida longa.

Esforçar-se para atingir metas, estabelecer novos de-safios após atingi-las e assim permanecer produtivo se-ria, exatamente, a tendência daqueles que vivem muito. Desafios, mesmo os estressantes, são também um elo com a longevidade. De acordo com os pesquisadores, os longevos não fogem ao trabalho duro, mas o oposto parece mais verdadeiro.

Isso não significa, contudo, que as pessoas devam se submeter a demandas de trabalho que estejam além de suas possibilidades, ou que tenham de suportar ambien-tes ruins e péssimas relações com os colegas de trabalho.

De acordo com Jorge Jamili (Cremerj 5268330-2), especialista em gerontologia e endocrinologia, “é ne-cessário compreender que o estresse é inevitável e um estímulo necessário, até certa intensidade. Sua persistência além dos limites, que são graduados de

Dr. Jorge Jamili, especialista em Gerontologia e Endocrinologia

“É necessário compreender que o estresse é inevitável e um estímulo necessário, até certa intensidade. Sua persistência

além dos limites, que são graduados de forma individual, deixa de ser estímulo e torna-se

um agente agressor”

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forma individual, deixa de ser estímulo e torna-se um agente agressor”, avalia. O Dr. Jamili pondera ainda que algumas pessoas têm personalidade e natureza predispostas ao desequilíbrio emocional. Muitas ve-zes, não é possível evitar os fatores externos promoto-res de estresse, ansiedade, depressão, irritabilidade, angústia etc. No entanto, podemos fortalecer os me-canismos de defesa emocionais por meio de técnicas de relaxamento e meditação”, explica.

Controlando as emoçõesSegundo o Dr. Jamili, há algumas orientações prá-

ticas muito eficazes para a administração do controle emocional. A saber: alimentação equilibrada; manter distância do tabagismo, café (após as 17h) e das bebi-das alcoólicas; equilíbrio entre atividade física (sobre-tudo as mais prazerosas, como esportes) e descan-so; buscar um relacionamento harmonioso em casa e no trabalho, procurando dividir bem o tempo entre o trabalho e o lazer com a família; praticar atividades altruístas em benefício de menos favorecidos; ter um sono de boa qualidade, em um ambiente o mais isen-to possível de ruídos, luminosidade e energia eletro-magnética de aparelhos eletrônicos. “Chás calmantes acompanhando um bom livro são ótimos para iniciar uma boa noite de sono”, ensina o médico.

O geriatra recomenda também uma dieta com o

mínimo possível de açúcar, pois esse elemento e os carboidratos simples, como doces e bolos, produzem níveis elevados de insulina no sangue, favorecendo a ansiedade e depressão. Além disso, o médico orienta a prática regular de atividades que relaxem a mente, como meditação, ioga, pilates, dança, relaxamento físi-co, taichi-chuan, natação e massagem, além do uso de medicamentos fitoterápicos, pois não causam depen-dência química nem efeitos colaterais.

Outra atividade que, segundo o Dr. Jamili, tem po-deroso efeito neutralizante das emoções negativas é a meditação, que deve ser realizada regularmente, pela manhã e à noite, da seguinte forma: sentar-se em posi-ção confortável, mas com a coluna ereta (ou deitado); imaginar-se em um jardim com uma natureza exube-rante; imaginar um riacho de águas cristalinas levando em seu fluxo as tensões físicas e mentais, sentindo o corpo e a mente leves e sem tensões; observar a energia do verde da vegetação à volta e associar com a ideia de revitalização, sentindo o corpo e a mente repletos de vigor; observar a energia do azul do céu e associar com paz e equilíbrio, sentindo-se em perfeita harmonia física e mental; e sentir a energia dourada do sol envolvendo em todas as direções e associar com a ideia de alegria e bem-estar, equilíbrio e segu-rança inabaláveis. Observar a respiração, imaginando--se inspirando e expirando essa luz.

Relaxamento: um santo remédio

Além das orientações, o Dr. Jamili ensina, ainda, um conjunto de técni-cas de relaxamento e meditação. No relaxamento autoinduzido, a pessoa deve se deitar de costas sobre a superfície, em ambiente com menos ruído e luminosidade possível – ou, se preferir, pode utilizar música suave e re-laxante – e respirar profundamente, observando a respiração e o abdo-me distender e relaxar, durante alguns minutos. Em seguida, deve-se mentalizar um segmento corporal e contraí-lo, relaxando em seguida, repetindo cada seguimento por duas vezes, trabalhando em sequên-cia: pés, panturrilhas, coxas, nádegas, abdome, mãos/antebraços, braços/ombros/peitorais, finalizando com a face e, em seguida, com todo o corpo simultaneamente.

Usando a técnica de relaxamento autógeno, a pessoa deve repetir mentalmente, o mais pau-sadamente possível, procurando sentir o peso do membro, obedecendo à sequência: meu bra-ço direito está pesado, pesado, pesado, pesado e eu estou calma(o), tranquila(o), bem à vontade, por duas vezes; meu braço esquerdo está pesado, pesa-do, pesado, pesado e eu estou calma(o), tranquila(o), bem à vontade (2x); repetindo esse procedimento para a perna direita (está pesada, pesada...), perna esquerda (está pesada, pesada...) e finalizando: todo meu corpo (está pesado, pesado...).

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Carnosina, importante aliado do bem-estar

Quem quiser envelhecer de maneira saudável, com a musculatura forte e o coração funcionando plenamente, e ter uma vida longa, gozando de bem-estar físico, não precisa cortar a carne da sua alimentação. Pelo contrário, é justamente na ingestão de proteína, de origem animal, que se encontra uma das potentes substâncias de com-bate aos efeitos nocivos do envelhecimento: a carnosina.

A carnosina é um dipeptídeo formado por uma combi-nação dos aminoácidos beta-alanina e L-histidina. é en-contrada em alimentos ricos em proteínas, como frango, carne bovina, suína e peixes, mas em quantidades insufi-cientes para atender às necessidades de nosso organis-mo. No corpo humano, as células neurais e musculares (miócitos) são as que apresentam maior concentração dessa substância.

De acordo com o médico fisiologista Breno Faria (CRMMG-50.513), diretor do Health Extension (instituto médico de performance e otimização fisiológica e meta-bólica) e secretário da regional de Minas Gerais do gru-po Longevidade Saudável, a carnosina pode atenuar os processos aceleradores do envelhecimento humano. “A carnosina é um antioxidante de ocorrência natural. “Tem a capacidade de suprimir a formação de produtos finais do processo de glicação (AGEs) e espécies de oxigênio reativo, que são os responsáveis pela disfunção do meta-bolismo e pelo estresse oxidativo, que podem levar a con-dições degenerativas relacionadas à idade”, explica Faria.

Além disso, exerce ainda um efeito tamponador de pH, ensina o fisiologista, “protegendo as membranas celulares dos músculos contra a oxidação sob as con-dições ácidas do esforço muscular, promovendo, conse-quentemente, bem estar fisiológico. A carnosina permite principalmente que o músculo do coração se contraia de forma mais eficiente, por meio da intensificação da res-posta do cálcio nos miócitos cardíacos, além dos outros músculos do corpo humano em geral”, comenta.

A glicação é um fenômeno biológico que ocorre quan-do uma molécula de açúcar, que está em excesso no organismo, adere a uma molécula de proteína, alterando sua estrutura e impedindo o desempenho eficiente de suas funções orgânicas.

Segundo o Dr. Breno, a carnosina é o mais importante agente para a prevenção do estresse oxidativo e da gli-cação, juntamente com a benfotiamina, que é uma forma de vitamina B1, responsável pela redução e formação

de triosefosfatos, bem como pela diminuição dos seus efeitos, impedindo que a glicação promova danos aos nervos e vasos sanguíneos. O médico ressalta que, além dessas, são conhecidas poucas opções naturais efetivas no combate à glicação, fora do âmbito das substâncias farmacêuticas artificiais.

Antioxidante natural para a prática de esportes

A carnosina é, particularmente, boa para quem prati-ca esportes que exijam força. “O aumento dos níveis de carnosina leva a uma série de melhorias fisiológicas no plano muscular, que possibilitam prolongar e aumentar o exercício. Um dos fatores que causam a fadiga é a acido-se muscular, que pode ser neutralizada pela ação da car-nosina, que inibe a acidificação causada pelo hidrogênio. Outro efeito importante da carnosina é atuar como an-tioxidante, favorecendo uma recuperação muscular mais rápida e menor aparecimento de lesões, principalmente em atletas de alta performance”, esclarece o fisiologista.

A carnosina está disponível em dietas normais, com oferta razoável de carne, sobretudo bovina. Na avaliação de Faria, dietas que incluem restrição de car-ne podem ser extremamente perniciosas aos níveis de carnosina, levando assim a um envelhecimento pouco saudável, pois muitas vezes restringem ou mesmo su-primem a entrada dessa substância no organismo e ainda o saturam com carboidratos. “Excesso de car-boidratos e falta de carnosina formam uma das piores equações alimentares que qualquer dieta, pretensa-mente saudável, pode apresentar”, explica.

A suplementação de carnosina, contudo, é uma boa alternativa, diz o fisiologista, mesmo havendo alguns es-tudos demonstrando que a carnosina pode ser hidrolisa-da (digerida) no sistema digestório em beta-alanina e his-tidina – e não chegar na sua forma íntegra aos músculos.

Uma opção seria a suplementação com uma das substâncias que formarão, posteriormente, a carnosina no organismo: a histidina e a beta-alanina. “A quantidade deve levar em consideração as particularidades de cada organismo. Estudos demonstram que a suplementação de carnosina ou seus precursores obteve resultados po-sitivos sobre a diminuição de percepção de esforço em atividade de longa duração”, relata.

Dr. Breno Faria,médico fisiologista

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Turis

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Embora a abertura de spas pareça um fenômeno relativamente recente, sua origem remonta ao Império Romano e à descoberta do bem-estar proporcionado por fontes de água termais. Daí o termo derivar das abreviações da expressão latina sanitas per aquam (ou ainda salute per aqua), ou seja, a saúde que vem da água. Seguindo a conceitu-ação estabelecida pela Associação Internacional dos Spas (ISPA), é uma forma de descansar enquanto se aproveita para melhorar a saúde e a estética, conservando e desenvol-vendo o corpo e a mente por meio de atividades físicas e recreativas.

Em um momento histórico no qual a preocupação com a conservação do meio ambiente é maior do que nunca, e em que sustentabilidade se tornou uma meta nos mais diversos ramos de negócio, as atividades turísticas se voltam, mais e mais, à oferta de serviços que conciliam lazer, bem-estar e contato com a natureza.

O spa ecológico, ou eco spa, reúne a programação mais habitual de atividades desestressantes, beleza e saúde, exercícios de reabilitação física e respiratória a céu aberto, caminhadas ecológicas, banhos de ervas e argilas, massagens com óleos essenciais, meditação e promoção de hábitos alimentares saudáveis, com o ob-jetivo de resgatar os cinco sentidos e reposicionar o ser humano em relação à natureza.

No Brasil, o estabelecimento pioneiro no serviço de spa ecológico foi o Eco Spa Outeiro de Minas, na cidade de Itabi-rito (MG), a 1.150 m de altitude, localizada no chamado Cir-cuito do Ouro, próximo às cidades de Belo Horizonte e Ouro Preto. A programação que o Outeiro oferece aos seus hós-pedes engloba alimentação saudável, relaxamento, beleza e cuidados com a saúde. Na programação, está um conjun-

Saúde e ecologia em um só lugar

to de tratamentos para diminuição de dores e inflamações das articulações, lombalgias, artrite, artrose, fibromialgia, tendinite, bursite, epicondilite, dor ciática e outros males.

O homem integrado à naturezaSegundo Ana Lúcia Bovi, gerente do Eco Spa Ou-

teiro de Minas, o local é ideal para quem deseja rela-xar, desintoxicar o organismo, fazer exercícios físicos, emagrecer, desenvolver novos hábitos alimentares e também se divertir e melhorar a autoestima. “Traba-lhamos com o conceito do ser humano integrado à na-tureza, o homem como parte da biosfera. Nas grandes cidades, perdem-se a atenção e o cuidado com o pala-dar, com o olfato. Por isso, trabalhamos com a integra-ção dos cinco sentidos”, explica.

Nem só com relaxamento e boa alimentação se al-cança o desejado bem-estar. Para que o exercício fí-sico constante se torne um hábito saudável, adquirido conscientemente pelo indivíduo, de acordo com seu livre-arbítrio, e não uma obrigação socialmente impos-ta, os spas oferecem aos seus hóspedes uma ampla

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gama de opções de atividades físicas.Ana Lúcia destaca o alongamento, para desenvolver a

flexibilidade, melhorar a postura geral e recuperar a mus-culatura; a hidroginástica, que reduz o risco de lesões e permite a reabilitação de pessoas com restrições ao exercício de sobrecarga vertical, como lombalgias, artro-se ou reumatismo; a ginástica localizada, para melhoria do tônus muscular; e as caminhadas ecológicas, que de-senvolvem o sistema cardiovascular, aproveitando a pra-zerosa contemplação da natureza da região.

Há ainda opções de atividade de relaxamento pouco acessíveis no dia a dia estressante das grandes cidades como a argilaterapia, para desintoxicação da pele; a flo-ralterapia, que busca anular as causas do desequilíbrio interior do organismo; e a fitoterapia: a indicação de chás, sucos e alimentos à base de ervas medicinais brasileiras.

Educando o paladarApesar de os spas, de maneira geral, enfatizarem a

necessidade de uma alimentação saudável, no Outeiro de Minas não há controle de calorias. Em caso de dieta alimentar, o hóspede recebe orientação específica; caso contrário pode servir-se à vontade. Essa aparente con-tradição se desfaz com a explicação de Ana Lúcia: “Para que a sensação de bem-estar obtida durante a estada não seja passageira, é importante que o cliente saia do spa com novos hábitos. Fornecer o prato pronto não des-pertaria a sensibilidade. São necessárias a escolha, a decisão, para que haja a quebra de paradigma e o bene-fício de uma nova mentalidade seja contínuo.”

As refeições são feitas com vista para as montanhas, à base de carnes magras e hortifrutigranjeiros produzi-dos na própria região, sem adição de agrotóxicos, incenti-vando o seu desfrutar moderado, sem pressa. O objetivo – esclarece Ana Lúcia – “é fazer com que o hóspede desperte o gosto por preparar seu alimento e, assim, promover uma ‘indança’, ou seja uma mudança interna, duradoura no seu padrão de comportamento”.

Essa prática, cada vez mais difundida em hotéis, spas e restaurantes mundo afora, segue o movimento internacional Slow Food – uma antítese do fast-food tão disseminado nas lanchonetes das grandes cidades – o

qual aplica o conceito de ecogastronomia. Esse modelo, criado na década de 1980, visa à conjugação do prazer do paladar com a consciência e responsabilidade social. Ao mesmo tempo favorecendo a sensibilidade do gosto e a luta pela preservação e sustentabilidade no manejo da biodiversidade, com incentivo à culinária típica regional e à defesa do meio ambiente. O movimento Slow Food conta com mais de 100.000 associados.

Fora os cuidados com alimentação do hóspede, os spas oferecem ampla gama de serviços de lazer, fit-ness e terapias antiestresse. No caso específico do Outeiro de Minas, as opções incluem tratamentos cor-porais (vinhoterapia; banho de cristais e ouro; hidrata-ção com leite de cabra; banho de chocolate; massa-gem modeladora; bandagens; banho de lua; banho de argila); faciais (máscaras faciais diversas; massagem linfoenergética; lifting para defesa da juventude); capi-lares (hidratação; máscara de argila).

SPA OUTEIRO DE MINAS(31) 8458-7329 / (31) 9951-6894http://www.outeirodeminas.com.br

Serviço:

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Artig

o

Predominância estrogênica e risco de câncer

Toda doença vem de um desequilíbrio metabólico. Quando o desequilíbrio metabólico subjacente é corrigi-do, a doença vai embora. Se essa correção não persistir, a doença voltará. O câncer não é diferente: é causado por um desequilíbrio metabólico subjacente que transfor-ma células normais em células malignas.

0 início do câncer de próstata, mamas e útero é, prin-cipalmente, devido ao predomínio estrogênico associado a estilo de vida e fatores ambientais (agentes tóxicos que facilitam a oxidação do estrogênio).

Em homens, o estrogênio sobe gradualmente com a idade, enquanto caem a tes-tosterona e a progesterona, tendo, como consequência, a predominância estrogênica masculina. Esses níveis de es-trogênio aumentam ainda mais no envelhecimento de homens com sobrepeso, pois a enzima aromatase, presente nas célu-las adiposas, transformam os níveis já diminuídos da testos-terona e androstenediona em estrógenos, incrementando o malefício do predomínio estro-gênico masculino e estimulan-do, por exemplo, o crescimento da próstata. Concluindo: quan-to mais obeso for o indivíduo, provavelmente, mais elevados serão seus níveis de estradiol.

Investigadores do Instituto Nacional do Câncer (EUA) descobriram que homens com maior resistência à insulina têm um risco aumentado de câncer prostático comparado a homens com melhor sen-sibilidade à insulina. Como a resistência à insulina parece conduzir ao predomínio do estrogênio, pode ser suposta a associação entre resistência à insulina, predominância es-trogênica e câncer da próstata.

Mesmo que um homem tenha níveis de testostero-na normais, se os níveis de estradiol forem elevados,

Prof. Dr. Marcelo Alexandre de Matos, PhD em Ciências da Saúde, Ginecologia e Climatério

poderá apresentar um quadro clínico de predomínio do estrogênio, como ganho de peso, crescimento mamário, ansiedade, irritabilidade, intolerância, problemas de vesí-cula, e o crescimento da próstata.

As mesmas situações que causam o câncer de mama causam o câncer de próstata. é altamente im-provável que a testosterona seja o causador do câncer prostático. Seus níveis mais elevados são encontrados na adolescência, período em que ninguém adquire cân-cer de próstata. De modo inverso, o risco desse câncer no homem aumenta quando os níveis de testosterona e

de progesterona caem e os de estradiol sobem.

Esse predomínio estrogê-nico traz ainda riscos cardio-vasculares agregados, como infarto miocárdico e derrame cerebral, em ambos os sexos.

A testosterona é um anta-gonista direto do estradiol. As mulheres desenvolvem as mamas porque o efeito do estradiol nelas é mais forte que o efeito da testos-terona. Os homens também produzem estradiol, mas, du-rante a maior parte da vida (adolescência até a fase adulta), há maior produção de testosterona, o suficiente para bloquear o desenvolvi-mento das glândulas mamá-

rias e outros efeitos indesejáveis consequentes a um domínio estrogênico.

O estradiol e a progesterona são hormônios projeta-dos para trabalhar juntos, equilibrando mutuamente pro-priedades antagônicas para produzir um ótimo benefício hormonal em homens e mulheres. A progesterona, assim como a testosterona, é hormônio necessário para preve-nir os efeitos indesejáveis do estradiol não antagoniza-do. O estradiol, sem oposição, pode ser letal.

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Hormônio BioidêntiCo

Estudos científicos divulgados nas últimas duas dé-cadas comprovam a eficácia e segurança da modulação hormonal bioidêntica, além da superioridade clínica do tratamento, quando comparado à reposição hormonal com o uso de hormônios sintéticos convencionais. E quem é da área médica sabe que esses estudos estão à disposição, bastando acessar a base corrente de dados. Ainda assim, a prática da modulação hormonal bioidên-tica tem enfrentado ferrenhos opositores. Para o médico e diretor científico do Grupo Longevidade Saudável, Ítalo Rachid (Cremesp 114612), parte dessa oposição é refle-xo da “resistência ao desconhecido”. Ele critica o fato de o médico passar a maior parte de seu tempo estudando doenças e aprender pouco sobre a fisiologia. “A fisiologia é vista em um, no máximo, em dois semestres, e no iní-cio do curso, quando o aluno ainda não está preparado para absorver tantas informações. A fisiologia hormonal é praticamente ignorada e, por sua relevância, deveria ser estudada durante todo o curso e na residência mé-dica”, afirma.

O Dr. Rachid explica que o termo bioidêntico refere-se a uma substância cuja estrutura molecular é exatamen-te idêntica à dos equivalentes produzidos pelo nosso próprio organismo e rebate a informação de o hormônio

bioidêntico ser igual ao hormônio usado na terapia de reposição, proposta pela medicina convencional.

“As informações técnico-científicas estão base-adas em evidências, devidamente fundamen-tadas e referenciadas cientificamente”, diz o médico e cita como exemplo o estudo pu-blicado, em 2005, no International Journal of

Cancer, envolvendo 54 mil mulheres. A autora da pesquisa, a médica e pes-quisadora Agnès Fournier, do Institut Gustave Roussy, da França, e sua equipe acompanharam o grupo de mulheres que recebiam estrogê-nio bioidêntico e uma versão sintética do hormônio, a pro-gestina. A pesquisa mostrou a existência de aumento de risco de câncer de mama de 40% entre as mulheres que estavam tomando o hormô-nio sintético convencional,

enquanto foi percebida redução de 10% de risco da neo-plasia entre as mulheres que estavam recebendo o hor-mônio bioidêntico.

Dois anos depois, em 2007, um seguimento desse estudo, envolvendo mais de 80 mil mulheres, foi publi-cado na Breast Cancer Research and Treatment, revista científica focada no tratamento e na pesquisa de câncer de mama. Mais uma vez, ficou constatado que mulheres que estavam recebendo estrogênio e progesterona bioi-dênticos não apresentavam aumento do risco de cancro da mama, enquanto as que receberam hormônio sintéti-co convencional apresentaram um aumento do risco de câncer de mama de 69%. Novas extensões desse estudo têm sido realizadas e estão chegando à mesma conclu-são. Algumas pesquisas sugerem, inclusive, que, a lon-go prazo, o hormônio bioidêntico pode ser uma proteção contra o câncer. A medicina avança rapidamente e o Dr. Rachid explica que o médico deve estar bem informado sobre todos os aspectos da fisiologia hormonal e atuali-zações científicas, para que possa realmente oferecer ao paciente a terapia clínica mais recomendada.

Já pesquisa publicada no 2002 Women’s Health Initia-tive (WHI) – Iniciativa de Saúde da Mulher, em tradução livre - revelou os riscos associados à abordagem adota-da pela terapia de reposição hormonal por não permitir o atendimento à necessidade específica de cada mulher, no que se refere aos hormônios femininos, o que os mé-dicos americanos chamam de one-size-fits-all. Os autores do estudo chegaram à conclusão de que não faz sentido que todas as mulheres precisem do mesmo tratamento, quando se trata de algo tão delicado e pessoal, como hormônios. E defenderam a modulação hormonal, bioi-dêntica, que personaliza as doses de acordo com as ne-cessidades individuais do paciente. O WHI foi criado nos Estados Unidos, por meio do National Institute Health (NIH), em 1991, com o objetivo de conceber e financiar pesquisas e estudos randomizados controlados sobre doenças que atingem as mulheres, como câncer, osteo-porose e males coronarianos.

“Além da questão da reposição hormonal, é preciso ver como está a ação do hormônio dentro do núcleo das células do paciente. Não podemos nos esquecer que os hormônios agem como mensageiros enviados pelas glândulas para controlar as funções celulares, para que se mantenham vivas e se comuniquem adequadamente

Dr. Ítalo Rachid, médico e diretor científico do Grupo Longevidade Saudável

Evidências de sua eficácia terapêutica e superioridade clínica

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entre si. é preciso saber como estão funcionando os re-ceptores. Caso contrário, não adianta o paciente receber o hormônio, porque ele não vai chegar dentro da célula e fazer seu papel”, afirma Rachid.

Entre tantos estudos que compõem a base científica que comprova que os hormônios bioidênticos são efe-tivamente melhores para atender as necessidades do organismo, quatro comprovaram – e todos foram publi-cados em veículos técnico-científicos de alta relevância – que as mulheres que faziam uso da modulação hor-monal bioidêntica apresentavam, em muito menor quan-tidade, alguns dos sintomas relacionados à menopausa e pós-menopausa. No caso da depressão, por exemplo, 60% tinham menos o sintoma, em comparação às mu-lheres que usavam hormônios sintéticos. No caso da ansiedade, o percentual foi o mesmo. Já no caso de sangramentos ocasionais, apenas 40% apresentavam o sintoma, contra 60% entre mulheres que faziam re-posição hormonal convencional. A melhora cognitiva foi percebida em 40% das mulheres que faziam a terapia com hormônios bioidênticos.

Estudos importantes mostram também que, durante o período de produção abundante de hormônios estrógeno e progesterona no organismo da mulher, a incidência de câncer de mama é inferior a 1%. Somente a partir dos 50 anos, o risco alcança o percentual de 1%. No fim da primeira década pós-menopausa, portanto aos 60 anos, a incidência aumenta para 2% - o que representa um au-mento substancial de 100%. Por volta dos 70 anos, a inci-dência aumenta 200% se comparada àquela dos 50 anos e atinge 3%. Na terceira década, ao alcançar 80 anos, o risco terá aumentado para 4%, e aos 90 anos terá atingido 5%. Esse é o chamado “lifetime risk”. Pode-se, portanto, dizer que é na segunda fase da vida da mulher, quando os hormônios deixam de ser gerados nos ovários e surge um período de carência hormonal, que o câncer se apresenta.

A reposição dos hormônios vai depender não só do

grau de deficiência percebido no exame laboratorial, como também da resposta clínica da paciente. “O tratamento deve ser ajustado de acordo com a avaliação clínica que fazemos do paciente, que deve ser analisado em todos os seus aspectos. A questão da reposição hormonal não pode ser avaliada apenas pelo exame laboratorial, pois é preciso olhar para a ação do hormônio dentro do núcleo da célula, já que se a produção de hormônio cai, a ativi-dade do receptor também cai. é preciso acompanhar a taxa metabólica”, lembra Rachid.

Direito de escolha do pacienteO médico lembra que o objetivo da medicina deveria ser

trabalhar na prevenção, apostando na fisiologia, e que a defi-nição de saúde pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é extremamente abrangente: Saúde não é apenas ausência de doenças, mas também o completo bem-estar físico e mental.

“é importante que as pessoas estejam informadas para decidirem se querem ou não fazer reposição hormo-nal e que tenham respeitado seu direito de escolha tam-bém à modulação hormonal bioidêntica. Isso é um proces-so ético e responsável: informar à paciente, para que ela faça conscientemente sua escolha”, afirma o médico.

“O paciente deve buscar informações de qualidade e profissionais atualizados, para fazer a opção”, diz o médico, ressaltando que, até a presente data, não foi apresentado um único estudo ou paciente que tenha de-senvolvido câncer por usar hormônios bioidênticos. Para ele, como mostram diversos estudos já feitos, a falta de hormônios ou a reposição com hormônios sintéticos convencionais é que podem causar o risco de câncer. O Dr. Rachid antecipa que existe uma pesquisa sendo feita no Brasil, envolvendo pacientes que fazem terapia hor-monal bioidêntica, que já mostra evolução clínica positiva desses pacientes, sem ligação alguma entre o uso da terapia e qualquer tipo de cancro ou outra comorbidade.

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Viver mais e melhorCongresso médico reúne estudiosos da

fisiologia humana do Brasil e do exterior

II Congresso Latino-Americano da World Society of Anti-AgingMEDICINE - WOSAAM

Cong

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Desde a descoberta do DNA, em 1953, por Watson e Crick, a medicina tem se esforçado continuamente para desvendar os segredos da hereditariedade, da etiologia das doenças e da variabilidade das respostas do organis-mo aos tratamentos, entre tantos outros fatores que po-dem fazer o ser humano viver mais e melhor. Pelo segun-do ano consecutivo, o Grupo Longevidade Saudável traz para o Brasil um evento que reúne autoridades nacionais e internacionais com reconhecida atuação no campo da fisiologia humana. Totalmente voltados para médicos, o II Congresso Latino-Americano da World Society of Anti--Aging Medicine (WOSAAM), o VI Simpósio Internacional de Fisiologia Hormonal e Longevidade e o I Workshop de Nutrição Bioquímico-Fisiológica acontecem em São Pau-lo, de 19 a 21 de outubro.

“Assim como na primeira edição do evento, no ano passado, o Congresso da WOSAAM servirá de plata-forma para troca de experiências entre médicos de di-versos países que atuam com base no conhecimento científico que dá sustentação à medicina preditiva e preventiva. Nosso objetivo principal é proporcionar aos profissionais de Saúde do Brasil e de outros países da América Latina a oportunidade de conhecer um pouco mais os avanços da medicina preventiva e sua contribui-ção para uma longevidade saudável”, comenta o médi-co e diretor científico do Grupo Longevidade Saudável, Ítalo Rachid (Cremesp 114612).

O programa científico do evento foi elaborado para abranger áreas multidisciplinares e complementares da-medicina, como cardiologia, ginecologia, urologia, neuro-logia, oncologia, medicina estética, biologia molecular, genética, biotecnologia, e nutrição. Na rica programação, encontram-se alguns destaques como o novo estudo comprovando que a testosterona não é perigosa para o câncer de próstata, a ser apresentado pelo urologista norte-americano Abraham Morgentaler. Considerado um dos maiores especialistas na área da saúde sexual mas-culina, ele promete apresentar também evidências de

que a terapia de testosterona é impor-tante para muitos outros aspectos da saúde do homem, além de seu bem-estar sexual.

No primeiro dia do Congresso, o médico e cientista belga Thier-ry Hertogue, presidente da World Society of Anti-Aging Medicine (WOSAAM) e da International Hormone Society (IHS) fará um seminário em que serão abordados alguns dos princi-pais problemas de saúde que atingem homens e mulheres, e que podem ser evitados e/ou re-vertidos com o uso da terapia de modulação hormonal.

A abertura está marcada para as 9h, do dia 19, quando dr. Herto-gue tratará do tema Andrologia: Tera-pia hormonal - Soluções para problemas masculinos. “Teremos um seminário sobre a terapia hormonal como única forma de tratar ou diminuir problemas como hipotrofia da próstata, tama-nho dos órgãos genitais, desempenho esportivo, calví-cie, infertilidade, entre outros”, adianta o médico, que é autor dos livros A Solução Hormonal, DHEA: o Hormônio de uma vida melhor, e Mantenha-se Jovem, além do guia médico The Hormone Handbook.

Envelhecimento cromossômico e global

Já no sábado pela manhã será a vez de o médico brasileiro Cícero Galli Coimbra, neurologista e profes-sor do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), fazer sua palestra. Ele apresentará sua linha de pesquisa sobre

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I Workshop de NutriçãoQuem for ao II Congresso Latino-Americano da WOSAAM terá a oportunidade de assistir, ainda, palestras sobre te-

mas como nutrição, fisiologia hormonal, conceitos e práticas gastronômicas. A programação é do I Workshop de Nutrição Bioquímico-Fisiológica, que acontece no sábado, dia 20, entre 8h e 18h30. O workshop será coordenado pela biotecnóloga e nutricionista Priscila Machado e abordará aspectos importantes de um novo conceito de saúde, que se refere à área da fisiologia hormonal humana, além de condutas nutricionais aplicadas à bioquímica e à regulação hormonal.

Da programação constam ainda temas como: orquestra hormonal; o stress cotidiano e suas implicações fisiológicas; a importância de alimentos vivos; dieta mediterrânea e proteína; nutrigenômica (mecanismo de ação dos nutrientes); esporte e longevidade. Uma das palestrantes do evento é a consultora Científica do Centro de Genomas® Aderuza Horst, graduada em Nutrição pela Universidade Estadual do Centro-Oeste, e com doutorado e pós-doutorado em Ciência dos Alimentos, pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, falará sobre Genômica Nutricional.

II Congresso Latino-Americano da World Society of Anti-AgingMEDICINE - WOSAAM

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a vitamina D no tratamento de pacientes com o diag-nóstico de esclerose múltipla.

Ainda no sábado, o médico Stephane Resimont apre-sentará seus estudos sobre envelhecimento cromossô-mico e sua reversão com ativador de telemorase 65, epi-talon e estrogênios.

No domingo, um dos palestrantes será o médico norte-americano Samuel Yue. Anestesiologista, mem-bro da American Society of Anesthesiologists (EUA) e da International Association for the Study of Pain, Dr.

Yue é reconhecido em todo o mundo por seu traba-lho com relaxina no tratamento da fibromialgia

e doenças de pele. Neste mesmo dia, outro anestesiologista, o médico, Anoop Chatu-

verdi, presidente da Sociedade de Me-dicina Antienvelhecinento da India,

apresentará os avanços da terapia hormonal na reversão da obesida-de e do desgaste dos músculos.

Entre as autoridades brasileiras com presença confirmada está o nu-trólogo e doutor em Clínica Médica pela USP, Carlos Alberto Werutsky. O professor do curso latu senso de Nutrologia da Associação Brasileira

de Nutrologia (ABRAN) abordará os erros alimentares mais frequentes, que podem levar ao dano celular e consequente envelhecimento.

O II Congresso Latino-Americano da World Socie-ty of Anti-Aging Medicine (WOSAAM) contará também com importante palestra do advogado Valter Adriano Fernandes Carretas (OAB-PR 25735). Com 12 anos de atuação, o jurista é especializado em direito na área da Saúde Pública, tendo neste período obtido importantes conquistas em termos de legislação sa-nitária e farmacêutica. Ele fará a palestra Fundamen-tação Jurídica frente à Prática do Anti-Aging no Bra-sil, em que abordará parecer jurídico em relação ao relatório do Conselho Federal de Medicina (CFM). “O parecer fere a Constituição, em mais de um artigo. Um deles o 5º, que determina que ninguém é obriga-do a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. E resoluções do CFM não têm poder de Lei”, esclarece o advogado.

Em sua palestra, que acontece no sábado, dia 20/10, entre 17h e 18h30, Carretas vai expor ainda que a terapia de modulação hormonal não pode ser considerada ilegal, desde que o médico se responsa-bilize pelo seu ato, informando ao paciente sobre seu tratamento e obtenha seu consentimento em relação a se submeter àquela terapêutica. “Isso ocorre por conta do direito constitucional do livre exercício profis-sional e a criativa humana, bem como em função do princípio da legalidade”, explica o jurista, que salienta que não existe qualquer proibição ou restrição à pres-crição de hormônios quando destinados a modulação hormonal. E, mesmo que no futuro venha a existir tal proibição, ela estará sujeita a ação judicial cabível.

JURISTA ANALISA PARECER DO CFM SOBRE PRÁTICA DA MEDICINA DA LONGEVIDADE

A programação completa pode ser consultada no site:

www.regencieventos.com.br

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Abraham Morgentaler é mestre e doutor em urologia e especializado em saúde sexual e reprodutiva. Forma-do em 1982 pela Escola de Medicina de Harvard, fez residência em Brigham e no Hospital da Mulher. Hoje, é professor adjunto clínico da Harvard Medical School e diretor do Men’s Health Boston, um dos primeiros centros médicos dos EUA especializados no tratamento de problemas sexuais masculinos. Morgentaler é autor de diver-sos livros, entre eles Testosterone for Life, obra que é o resultado de 30 anos de pesquisas. O especialista será um dos palestrantes do II Congresso Latino-Americano da World Society of Anti-Aging Medicine (WOSAAM), que ocorre, em São Paulo, de 19 a 21 de outubro.

Em entrevista exclusiva à revista Longevidade em Foco, o Prof. Morgentaler falou sobre seus estudos; os obstáculos enfrentados pela terapia da reposição hormonal na classe médica em diversos países; e sobre novas evidências dos benefícios dessa terapia. Ele também adiantou um pouco do que abordará em sua conferência, que acorrerá na tarde do sábado, dia 20 de outubro.

Longevidade em Foco: atualmente, não existe um con-senso com relação, por exemplo, a quando recomendar a reposição de testosterona, até porque muitos homens de meia idade e com baixos níveis desse hormônio são assintomáticos; enquanto outros, com níveis superiores a 300 ng /dl, apresentam sintomas como baixa libido, perda de energia e entusiasmo pela vida. Para muitos especialistas, o declínio dos níveis do hormônio ainda é visto como uma consequência natural do avanço da idade. Se já existem tantos estudos científicos e ensaios clínicos, por que tantos especialistas resistem em adotar a reposição de testosterona ou são contra essa prática?

Dr. Abraham Morgentaler – Existem vários desafios para que a terapia de testosterona possa conseguir a aceitação generalizada dentro da comunidade médica. As três mais importantes são as seguintes:

1- A testosterona tem estado disponível por mais de 70 anos, e cada médico já tem sua crença sobre isso, e é difícil alterar crenças que já foram estabelecidas.

2- A testosterona tem muitos efeitos, alguns dos

quais são difíceis de avaliar em estudos, como a sensação de bem-estar. Isso torna mais difícil avaliar em estudo seu resultado, em comparação com o lançamento de um me-dicamento com uma ação muito específica, como o Viagra, para disfunção erétil.

3- Existe um largo preconceito contra determinados hormônios masculinos (testosterona) e femininos (estro-gênio). Isso pode estar relacionado aos seus benefícios sexuais, o que deixa alguns médicos desconfortáveis. Ape-sar dessas razões, há uma crescente aceitação global da terapia de testosterona em homens.

Longevidade em Foco: Ao longo de mais de 30 anos de experiência, o senhor vem estudando e trabalhando na questão da importância da reposição da testosterona, tendo, até, publicado vários livros sobre o assunto. Qual é a abordagem que o senhor utiliza para diagnóstico do paciente, antes do início do tratamento?

O diagnóstico é feito com base nos sintomas e também no resultado positivo do exame de sangue. O exame de sangue mais utilizado é chamado de testosterona total. No

Dr. Abraham Morgentaler,professor adjunto clínico da Harvard Medical School

terapia com reposição de testosterona

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o II Congresso Latino-Americano da World Society of Anti-AgingMEDICINE - WOSAAM

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entanto, isso nem sempre é confiável, e eu, muitas vezes, uso o teste chamado “testosterona livre”, para diagnosti-car se a testosterona total está normal. Testosterona livre representa a porção biologicamente ativa da testosterona.

Longevidade em Foco: Podemos dizer que, hoje, milhões de homens ainda sofrem, com algum tipo de disfunção sexual, por apresentarem baixos níveis de testosterona. O senhor acredita que, a curto ou médio prazos, essa terapia de reposição de testosterona deixará de ser vista como tabu, como ocorre atualmente?

Já vemos um crescimento rápido no número de receitas prescritas por médicos em muitos países ao redor do mundo. Eu acredito que, nos próximos 10 anos, a terapia de testos-terona será um tratamento padrão e amplamente aceito. Os médicos olharão para trás, refletirão e se perguntarão por que o hormônio não foi usado em maior escala no passado.

Longevidade em Foco: Hoje, os benefícios da terapia com hormônio masculino têm sido bem documentados, com fartos depoimentos, de médicos e pacientes, sobre melhora da libido e do humor; fim da disfunção erétil; ganho de massa corporal magra, entre outros benefí-cios. Então, como se explica o fato de continuarem a surgir estudos, associando esse tipo de tratamento no homem de meia idade ao câncer de próstata?

A evidência agora é muito clara. Não há nenhuma re-lação entre os níveis mais elevados de testosterona eo câncer de próstata. O medo original que a testosterona causou, a respeito do câncer de próstata, foi baseado em estudos feitos há mais de 40 anos e mal interpretados. Em 2011, meus colegas e eu publicamos um estudo no qual foram tratados homens com testosterona por um pe-ríodo médio de dois anos e meio, apesar de terem câncer

de próstata não tratado (que estavam sob observação). Todos os homens tiveram biópsias de acompanhamento da próstata. Nenhum dos homens desenvolveu progressão de seu câncer. O PSA não aumentou. E mais da metade (54%) da biópsia não apresentou câncer. Em outro estudo, com mais de 3.000 homens com biópsias da próstata, pu-blicado este ano no European Urology, não foi encontrada nenhuma associação entre os níveis de testosterona e o risco de câncer de próstata.

Longevidade em Foco: Estudos mostram que o cancro da próstata é, em grande parte, androgeno-dependente. E, por isso, muitos especialistas dizem que o aumento do nível de testosterona em homens com hipogonadismo gera o risco de câncer. O senhor concorda com isso?

É verdade que o cancro da próstata é androgeno-de-pendente, mas apenas em concentrações muito baixas. A testosterona, ou o seu di-hidrotestosterona (DHT) - hormô-nio produzido a partir da testosterona-, liga-se ao receptor de androgênios na célula e depois passa para o núcleo como uma unidade. Entretanto, há apenas cópias limita-das do receptor de androgênio em cada célula, e ligação máxima aos andrógenos ocorre a uma concentração mui-to baixa, a cerca de 200-250 ng/dl. Acima desse nível, não parece haver nenhum efeito sobre o cancro da próstata.

Longevidade em Foco: Além de ser um tratamento eficaz para a diminuição da libido e disfunção erétil em muitos homens que têm baixos níveis de testosterona, que outros problemas também podem melhorar com a terapia de reposição de testosterona?

Humor, densidade óssea, massa gorda, massa muscu-lar/força, resistência e fadiga.

Cenário atual em todo o mundo é de mudança de paradigmas

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Longevidade em Foco: é comum urologistas ob-servarem um aumento súbito da enzima PSA ou mesmo mudanças no exame de toque retal em seus pacien-tes. Existe uma causa conhecida para essas mudanças?

Existe sempre al-guma variação no PSA em homens, quer estejam ou não recebendo testoste-rona. Nós relatamos em um artigo, no Encontro Mundial de Medicina Sexual,

em Chicago, que o aumento médio do PSA em homens que receberam testosterona por seis meses era mínimo. A linha de base aumentou com o tra-tamento de PSA de 0,9 ng/ml para 1,0 ng/ml. Um terço dos homens realmente apresentou uma diminuição no PSA com testosterona. Aumentos súbitos de PSA devem ser tratados da mesma forma como se o homem não tomasse testosterona.

Longevidade em Foco: Quais avanços para a saúde dos homens e da medicina para idosos o senhor colocaria como tendo ocorrido nos últimos anos?

O avanço mais importante para os homens é o be-nefício crescente do uso da terapia com testosterona para problemas da saúde em geral, como controle do açúcar no sangue, obesidade e redução na síndrome metabólica.

Longevidade em Foco: Entre os homens na faixa etária entre 45 e 55 anos, a prevalência de baixos níveis de testosterona é de, pelo menos, 20-30%. Como um ho-mem nessa idade pode saber se está com baixos níveis de testosterona?

Homens com sintomas de redução da libido ou de ere-ções, ou aumento da fadiga, ou depressão sem explicação devem procurar um médico, para fazer um exame de san-gue e avaliar os níveis de testosterona.

Longevidade em Foco: A testosterona é considerada mais do que um hormônio sexual masculino, por ter uma contribuição importante para o funcionamento do

metabolismo do organismo, por estimular e manter, por exemplo, o crescimento muscular e ósseo. Homens que não sabem que estão com níveis baixos podem estar sujeitos a doenças como osteoporose ou osteopenia, por exemplo, com o avançar da idade? Quais outras doenças a reposição de testosterona pode prevenir?

Existem evidências de que a testosterona ajuda a manter o controle do açúcar no sangue (diabetes), a síndrome metabólica (fator de risco para doenças car-diovasculares) e obesidade.

Longevidade em Foco: Quais são, em sua opinião, os principais obstáculos enfrentados por especialistas, que, como o senhor, trabalham com uma medicina preventiva e recomendam a terapia de reposição da testosterona?

Os principais obstáculos são a ignorância da litera-tura sobre a testosterona e a manutenção de velhas crenças de que o uso da testosterona ou é arriscado ou não é benéfico.

Longevidade em Foco: No caso do Brasil, especificamen-te, como o senhor vê os desafios enfrentados pelos médi-cos que trabalham com a prática da reposição hormonal para implementação desse modelo de medicina no país?

Eu vejo os mesmos problemas em todos os países.

Longevidade em Foco: Que temas o senhor apresenta-rá no II Congresso Latino-Americano da World Society of Anti-Aging Medicine – WOSAAM?

Pretendo falar sobre a nova e excitante evidência mos-trando que a terapia de testosterona é importante para muitos aspectos da saúde do homem, além de seu bem--estar sexual. E vou apresentar provas convincentes de que a testosterona não é perigosa para o câncer de prós-tata. De fato, a evidência mais recente é que os baixos níveis de testosterona é que representam um risco para o câncer de próstata, particularmente formas agressivas de câncer de próstata. Há novos dados que mostram que ter um nível normal de testosterona permite aos homens viver mais tempo, em relação àqueles que têm baixos níveis de testosterona.

Longevidade em Foco: Qual sua perspectiva e expecta-tiva em relação à realização desse congresso e seus reflexos na área da medicina da longevidade?

Eu espero que os participantes do evento recebam e apreciem os muitos avanços na medicina, que pode-rão ajudá-los e a seus pacientes a viverem mais felizes e saudáveis.

II Congresso Latino-Americano da World Society of Anti-AgingMEDICINE - WOSAAM

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Antienvelhecimento do cérebro Considerado uma autoridade em antienvelhecimento,

perda de peso e medicina de gerenciamento da idade, o médico e pesquisador indiano Anoop Chaturvedi também figura entre os palestrantes internacionais do II Congres-so Latino-Americano da World Society of Anti-Aging Medi-cine (WOSAAM). Em entrevista à Longevidade em Foco, o anestesiologista e presidente da Sociedade Indiana de Medicina Antienvelhecimento (Amaar) fala de seu estudo - pioneiro na Índia - sobre hormônios no tratamento de doenças associadas ao envelhecimento.

Longevidade em Foco: Qual tema você vai abordar no evento deste ano?

Dr. Anoop Chaturvedi – Este ano, minha palestra será fo-cada no tema “o antienvelhecimento do cérebro”. A maioria das pessoas procura as academias de ginástica para cuidar da saúde física, mas a saúde do cérebro é ignorada. Você pode ser forte como Hércules, mas, se o cérebro não fun-ciona da forma que é preciso, haverá reflexos graves em seu estado de saúde geral. Eu discutirei como podemos mo-dular os hormônios/neurotransmissores do cérebro e lidar com o ADHD (déficit de atenção), com a fome, o vício, o sono, a memória e o sexo.

Esse tema proposto faz parte de alguma pesquisa em andamento ou já indexada?

A medicina antienvelhecimento tem estado presente na Índia por séculos. Agora, apenas a forma de apresentá--la está mudando, a partir de propostas de uma alimenta-ção mais saudável, um sono mais tranquilo e do uso de produtos naturais para melhorar a qualidade de vida. O Ayurveda, a moderna medicina antienvelhecimento, sem-pre esteve lá, e agora está apenas mudando seu discurso e associando-se.

Como tem sido a evolução financeira da medicina Anti--aging em seu país?

A Índia é um imenso país e a população é sua força principal. O nível de educação é muito alto e, ao mesmo tempo, a atenção com a saúde tem aumentado drastica-mente. Com a entrada de empresas multinacionais no país, mais e mais recursos têm sido destinados ao bem--estar e à saúde.

Quantos médicos praticam modulação hormonal na Índia hoje?

Quase todos os profissionais de medicina fazem te-rapia de reposição hormonal, de insulina a pílulas anti-concepcionais. Mas há mais consciência agora, e muitos estão mudando para uma abordagem mais personalizada, para atender as necessidades dos pacientes. E o uso de hormônios bioidênticos está aumentando. Há uma mudan-ça de formas pré-moldadas de medicamentos, para modu-lação individualizada de hormônios.

Existe o reconhecimento da medicina antienvelheci-mento como uma especialidade médica na Índia?

A medicina de bem-estar e a medicina antienvelheci-mento são usadas indistintamente. É a população que de-cide se quer ir a um médico convencional ou a um médico que trabalha com antienvelhecimento. Nenhuma universi-dade confere licenciatura em medicina antienvelhecimen-to, salvo uma nos EUA e outra na Malásia. Nós estamos tra-balhando para desenvolver um programa similar na Índia para mestre em medicina antienvelhecimento. Mas todos que praticam a medicina antienvelhecimento são médicos e são licenciados para praticar medicina. Eventualmente, eles adicionam mais essa especialização, adequando sua prática para o antienvelhecimento e bem-estar. Eles ad-quirem conhecimento indo a conferências e seminários, iguais àqueles realizados pelo Grupo Longevidade Saudá-vel, do Brasil. Então, sim, a prática é reconhecida pelos pacientes e eles preferem um médico convencional com conhecimento em antienvelhecimento.

É possível comparar o desenvolvimento da medi-cina antienvelhecimento no Brasil e na Índia?

Nesse ponto, eu diria que a consciência do bem-estar e do Antienvelhecimento está se espalhando rápido no Brasil, principal-mente nos últimos cinco anos. A população indiana é grande, mas a mudança ocorre mais lentamente. O Brasil tem uma consciên-cia muito alta e raramente você vai ver as pessoas ficando doentes, em compa-ração com outras partes do mundo. E a principal razão é a paixão pelo exer-cício e pelo fitness no Brasil. Não será surpresa se um dia o Brasil for ca-paz de eliminar doenças preventivas com atividade física.

II Congresso Latino-Americano da World Society of Anti-AgingMEDICINE - WOSAAM

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Anoop Chaturvedi,presidente da Sociedade Indiana de Medicina Antienvelhecimento

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A importância do equilíbrio entre o consumo de alimen-tos que fornecem combustível para o organismo (consumo energético) e a atividade física (gasto energético) para a saúde não é algo novo. Hipócrates já reconhecia isso, as-sim como dizia que os obesos morriam mais cedo. E, à medida que a ciência e a medicina evoluem, mais evidên-cias surgem sobre o papel positivo da alimentação para uma longevidade mais saudável. Entre os palestrantes brasileiros que estarão no II Congresso Latino-Americano da World Society of Anti-Aging Medicine (WOSAAM) está o médico nutrólogo Carlos Alberto Werutsky (CRM-RS 7404), que falará sobre o papel dos nutrientes encontrados nos alimentos e em substâncias usadas no dia a dia, como sal e açúcar, para a saúde e a doença.

O Dr. Werutsky é diretor da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) e professor do Curso Latu Sensu em Nutrologia da entidade; diretor da Clínica Dr. Werutsky de Controle do Peso; e doutor em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universi-dade de São Paulo (USP). Fundada em 1973, a Abran é uma entidade médico-científica dedicada ao estudo de nutrientes dos alimentos que são decisivos para pre-venção, diagnóstico e tratamento de doenças como as cardiovasculares, diabetes melito, certos tipos de cân-ceres, hipertensão e obesidade.

Em sua palestra, o especialista destacará os erros alimentares frequentemente cometidos pelas pessoas, os quais podem trazer danos ao organismo. Entre es-ses erros estão os excessos no consumo de açúcar simples (doces e refrigerantes, por exemplo) de sal; de gorduras e calorias.

“O excesso de sal na dieta alimentar pode, por exem-plo, desencadear a hipertensão arterial, enquanto o ex-cesso de açúcar e gordura podem levar à obesidade e ao diabetes”, explica o médico. Ele lembra, ainda, que as nutropatias são doenças inflamatórias crônicas que contribuem para a produção excessiva de radicais livres, que vão progressivamente danificando as células e ace-lerando o envelhecimento.

na saúde e na doença, o papel dos nutrientes

A nutrologia é a especialidade médica que estuda, pes-quisa e avalia os nutrientes encontrados nos alimentos e em outras substâncias consumidas na dieta alimentar e no nosso organismo, tanto com vistas à manutenção e recupe-ração da saúde como também na causa de comorbidades. A especialidade envolve a fisiopatologia, o diagnóstico, a prevenção e o tratamento das doenças nutrológicas. Tem estreita relação com a oferta adequada de nutrientes ao organismo, assumindo um papel importante na redução de risco de doenças crônicas não-transmissíveis, que figuram entre as principais causas de morte nos dias de hoje.

“Não é preciso privar-se do que gosta. No que diz res-peito à dieta, o segredo está em fazer substituições ao escolher o que colocar no prato”, lembra o nutrólogo.

Paciente precisa ser orientadoO Dr. Werutsky defende que é fundamental o médico

conversar com seu paciente sobre as substâncias benéfi-cas e maléficas presentes nos alimentos, de modo a orien-tá-lo para que possa fazer escolhas alimentares para viver mais e melhor. Vários estudos têm comprovado que pesso-as com uma idade cronológica mais avançada podem man-ter-se fisiológica e mentalmente ativas e vigorosas, como alguém cronologicamente mais jovem, adotando um estilo de alimentação que previne doenças relacionadas à idade.

Entre os estudos ratificando que a obesidade está fortemente associada a um risco maior de doenças, está o National Health and Nutrition Examination Study III (NHANES III), que envolveu mais de 16 mil participantes. Os pesquisadores conseguiram mostrar que a obesidade foi associada a um aumento da prevalência de diabetes tipo 2 (DM2), doença da vesícula biliar, doença arterial coronariana (DAC), hipertensão arterial sistêmica (HAS), osteoartrose (OA) e dislipidemia. Outras duas pesquisas, a Survey of Health, Aging and Retirement in Europe (SHA-RE) e a Swedish Obese Study (SOS), apontaram uma forte associação entre a obesidade e a incapacidade funcio-nal, com consequente redução da expectativa de vida.

Carlos Alberto Werutsky,nutrólogo

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Pesquisa do Instituto Euromonitor mostra que o Brasil é um dos países onde mais se consomem cosméticos e produtos de uso pessoal. No ano passado, por exemplo, a indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos faturou cerca de R$ 87 bilhões. O valor é 18,9% maior que o obtido em 2010. Com uma fatia de 10,1% do mer-cado global, o Brasil está atrás apenas de Estados Uni-dos e Japão. E, apesar dos cuidados tomados pelas in-dústrias, alguns cosméticos podem apresentar reações adversas aos usuários. Isso explica a importância dos ensaios biológicos para avaliação de segurança que pre-cede a colocação do produto no mercado.

Historicamente, esses ensaios eram realizados qua-se que exclusivamente in vitro, com uso de animais. No entanto, hoje, o mercado conta com importantes centros de pesquisa in vitro para realização de tais testes, que servem para avaliar riscos dos tipos irritativo, alergênico e sistêmico. Uma destas empresas é a In Vitro Cells Pesqui-sa Toxicológica S.A., com sede na Fundação Biominas, em Belo Horizonte. A instituição tem como fundadores profes-sores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), nas áreas de Toxicologia e Bioquímica.

Além de atender às empresas de cosméticos, a In Vitro Cells realiza também testes in vitro para indústria farma-cêutica, oferecendo ao setor de biotecnologia soluções de qualidade e segurança para a matéria prima usada na formulação dos produtos. “Os testes são realizados se-guindo as normas do European Centre for the Validations

indústrias farmacêuticas dão prioridade aos testes in vitro

of Alternative Methods (ECVAM), com garantia e confiabili-dade”, explica Carlos Alberto Tagliati, sócio-diretor da em-presa e pós-doutorado em toxicologia. Segundo o especia-lista, as indústrias farmacêuticas têm dado prioridade aos testes in vitro, principalmente, devido à eficiência, ao baixo custo e à abordagem ética do procedimento.

Tagliati conta que a empresa detém uma tecnologia inovadora, cuja base é a transdução de sinais que permi-te a identificação precoce e com maior sensibilidade aos efeitos tóxicos de cosméticos e medicamentos. A In Vitro Cells no segmento de cosméticos realiza testes para ava-liar irritação ocular (RBC, BCOP e HET-CAM), irritação dér-mica (Corrosividade e Skin Teste), toxidade (Gel de Agaro-se) e Citotoxidade (Vermelho Neutro e MTT), entre outros.

Com relação ao segmento de fármacos, Tagliati, que é professor de Toxicologia da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Ferais (UFMG), comenta que o uso de testes in vitro representa uma importante redução de custo dentro do processo de obtenção de um novo medicamento. O especialista ressalta ainda que, no setor industrial, além da questão da segurança, em que é avaliado o potencial tóxico de produtos por meio de tes-tes de hepatoxicidade, nefrotoxicidade, cardiotoxicidade e neurotoxicidade, os testes são também realizados com o objetivo de avaliar a eficácia dos mesmos. Para este segmento, a In Vitro Cells realiza testes de absorção com células como a Caco 2, além do estresse oxidativo.

“Nossa tecnologia permite a realização de outros tes-

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tes mais refinados, ainda não disponíveis no mercado”, conta a também sócia da empresa, professora de Bioquí-mica do Instituto de Ciência Biológica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Miriam Chaves Schultz. De acordo com ela, a tecnologia consiste no processo de análise mais precisa de alterações na transdução de sinal em vias metabólicas celulares, que permite uma análise mais precisa e precoce das alterações metabóli-cas geradas por fármacos, cosméticos suplementos ali-mentares, entre outros.

Além das áreas de cosméticos, fármacos e saúde humana, a empresa também realiza testes in vitro para defensivos agrícolas, seguindo normas internacionais. Já na área de saúde humana, a empresa realiza es-tudos de perfil metabólico para avaliar o estresse oxi-dativo gerado pelo consumo de suplementos-protéicos (ProteinOX) e vitaminas (VitaminOX); avaliação da idade biológioca em relação a cronológica (AgebiOX); e ava-liação precoce de doenças relacionadas ao envelheci-mento. Outro exame é feito com o ZincOX, que estuda o estresse oxidativo enzimático, permitindo a avaliação segura do metabolismo celular.

Estudos para InflamogramaA In Vitro Cells agora se prepara para um novo empre-

endimento, na verdade a criação de um braço da empre-sa, que vai atuar de forma especializada na área do es-

tudo de biomarcadores inflamatórios, ou Inflamograma, como explica Miriam Schultz. O objetivo é oferecer mar-cadores precoces, para fazer a detecção de algumas do-enças específicas, como as coronarianas, por exemplo, ainda na fase subclínica, ou seja, antes que apareçam sinais ou sintomas delas.

Sabe-se que a inflamação crônica, com menor ou maior intensidade, está presente em vários estágios de diferen-tes doenças crônicas, como as doenças cardiovasculares, além da obesidade, diabetes, e reumatismo, entre outras. Sabe-se também que o processo inflamatório é o elo entre a síndrome metabólica e as doenças cardiovasculares. E é justamente para medir o grau da inflamação subclínica que são usados biomarcadores inflamatórios como o Infla-mograma que a In Vitro Cells vai passar a oferecer.

Muitos estudos demonstram a importância dos mar-cadores inflamatórios como preditores de doença cardio-vascular. Outros ainda demonstram que os marcadores inflamatórios também podem ser usados como indicado-res de declínio funcional do paciente, independentemen-te da presença de doença cardiovascular.

“Com esse novo serviço, será possível identificar a do-ença no início do seu processo, o que vai facilitar o traba-lho do médico e ajudar na eficácia do tratamento, benefi-ciando assim o paciente”, comenta Mirian. E afirma ainda que a iniciativa dará continuidade à busca pela excelên-cia, sempre com foco em resultado-s confiáveis, por meio de processos preestabelecidos internacionalmente.

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o uso da vitamina d para tratamento da esclerose múltipla

Que a vitamina D é de grande importância para o orga-nismo todos nós já sabemos. Devido ao seu poder para combater a pressão alta, controlar o peso e afastar o risco de tumores, além de ser essencial para prevenir e tratar osteoporose, por estimular a absorção de cálcio, a vitami-na D já se tornou um dos nutrientes da longevidade saudá-vel. Mas ela também vem sendo usada – e com sucesso – para tratar pacientes com o diagnóstico de esclerose múltipla, doença autoimune e degenerativa. A proposta da terapia é do neurologista e professor doutor Cícero Galli Coimbra (Cremesp 55714), do Departamento de Neurolo-gia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). De acordo com ele, mais de 800 portadores da doença estão recebendo doses do composto.

“Os efeitos positivos da vitamina D no tratamento de doenças autoimunes, incluindo a esclerose múltipla, são inegáveis. Mas as doses de suplementação devem ser definidas individualmente, levando em consideração diversos fatores. Portanto, o tratamento deve ser realiza-do sempre sob supervisão médica, com o devido acompa-nhamento laboratorial”, alerta Coimbra, que ressalta que, hoje, vários especialistas já trabalham com essa terapia.

O médico criou, em 2011, com pacientes, a ONG Ins-tituto de Autoimunidade, cujos objetivos principais são difundir as bases científicas do atendimento e viabilizar, mediante futuro apoio de órgãos públicos e entidades privadas, o atendimento médico gratuito aos portadores de baixa renda. Coimbra lembra que os pacientes tra-tados com a suplementação de vitamina D apresentam um nível normal de qualidade de vida, mantendo-se li-vres das agressões do sistema imunológico, podendo ser considerados ex-portadores da doença.

A vitamina D, ou colecalciferol, é, na realidade, conside-rada um pré-hormônio no meio científico, pois é transfor-mada em diversas células no hormônio calcitriol, capaz de modificar 229 funções biológicas no organismo. “O trata-mento, por via oral, desde que em doses fisiologicamente realistas, próximas daquelas obtidas pela exposição solar abundante, tem baixo custo e alta efetividade; mostra-se capaz de manter os pacientes sem os prejuízos físicos, psíquicos e sociais relacionados às doenças autoimunes, além de promover a regressão potencialmente completa de sequelas recentemente adquiridas, o bem-estar e a au-

toconfiança do paciente”, comenta o médico.Coimbra enfatiza que não se trata de um tratamento

alternativo, mas de reconstituir o mecanismo desenvolvi-do pela própria natureza, com o objetivo de evitar a agres-são autoimunitária contra o próprio organismo. Segundo ele, cerca de 70% dos portadores de esclerose múltipla apresentam níveis muito baixos de vitamina D e, muito provavelmente por isso, apresentam mais surtos neuro-lógicos. Em seu entender, essa estatística deveria servir para orientar os médicos a prescreverem a substância. O especialista também aconselha aos pacientes a expo-sição pelo menos 10 minutos por dia, à luz solar, para ajudar o organismo a obter a vitamina.

A vitamina D é produzida pelo próprio organismo, com o auxilio da luz solar. Quando a pessoa se expõe ao sol, os raios ultravioleta são absorvidos e atuam com o colesterol, transformando-o num precursor da vitamina D, que atua como um hormônio que mantém as concentrações de cálcio e fósforo no sangue, por meio do aumento ou da diminuição da absorção desses minerais no intestino delgado. A subs-tância viabiliza a deposição de cálcio nos ossos. Também é muito importante para crianças, gestantes e mães que ama-mentam, por favorecer o crescimento e permitir a fixação de cálcio, evitando a ocorrência de problemas comportamentais e psiquiátricos graves, como o autismo.

Coimbra explica que hoje já se sabe cientificamente que a deficiência de vitamina D está associada à possí-vel ocorrência e gravidade de virtualmente todas as do-enças ou manifestações autoimunitárias, incluindo, além da esclerose múltipla, a neurite óptica, a doença de De-vic e a doença de Guillain-Barré, entre outras. Também estão associadas à deficiência da vitamina outras doen-ças, como câncer, hipertensão, diabete da maturidade e infertilidade, entre outras.

“Existem hoje inúmeras fontes científicas que eviden-ciam a necessidade ética de não permitir que pessoas, por-tadoras ou não dessas doenças ou distúrbios, sejam man-tidas com deficiência de vitamina D. Isso porque milhares de pessoas jovens, portadoras de esclerose múltipla, ficam cegas e paraplégicas apenas por falta de uma substância que poderia ser administrada sob a forma de gotas, em uma única dose diária, o que lhes devolveria a perspectiva certa de uma vida normal”, resume.

Cícero Coimbra, especialista em Neurologia

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o uso da vitamina d para tratamento da esclerose múltipla

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do diabetes pelo consumo de frutas, verduras e legumes poderia ser explicada pela diminuição (ou prevenção) da obesidade e pela ingestão de minerais e antioxidantes, como a vitamina C.

Segundo Priscila, o consumo de substâncias inoxidan-tes e o combate ao sobrepeso como forma de prevenir o diabetes estão associados. “A ingestão de uma maior variedade de minerais proporciona uma melhor resposta metabólica, o que, por sua vez, também é eficaz no com-bate ao sobrepeso”, esclarece.

Quanto mais natural, melhorDe acordo com a nutricionista, quanto mais natural

o alimento e seu modo de preparo, melhor o seu apro-veitamento pelo organismo. “Quanto mais processado, cozido, liquefeito, mais ele libera glicose. Uma cenoura crua, por exemplo, libera menos glicose e possui mais nutrientes como o betacaroteno, do que se fosse cozida em água”, ensina Priscila.

A nutricionista explica que simplesmente impor restri-ções alimentares ao paciente e oferecer pouca variedade de opções de alimentos não é viável para o dia a dia. “Estudos mostram que quanto maior a mobilidade, maior a adesão do paciente à dieta. Na vida moderna, as pes-soas trabalham muito, dedicam-se a poucas atividades e não adianta só receitar refeições com quinoa, linhaça etc. e a pessoa não encontrar os ingredientes no super-mercado e não saber como preparar os alimentos. Ela vai se sentir desestimulada”, comenta.

Na sua avaliação, o ideal é que a alimentação englo-be todos os nutrientes: proteínas, carboidratos, lipídios e minerais, com ampla variedade de hortaliças e frutas, compondo um cardápio bem colorido. “Para quem se lembra da tabela periódica das aulas de química, deve-se ter todos os elementos da tabela. Longevidade tem a ver com equilíbrio, com aproveitar os diferentes alimentos moderadamente”, reforça. Para a nutricionista, a grande causa da má alimentação é não ter o conhecimento do que é mais benéfico à saúde.

O consumo regular de hortaliças (verduras e legumes) e frutas faz bem à saúde e é indispensável à promoção de uma vida com maior longevidade. Pesquisas recentes reforçam a convicção do quanto esses alimentos são im-portantes também no combate a doenças específicas, como é o caso do diabetes.

Essa foi a conclusão de um estudo realizado, na Grã--Bretanha, por pesquisadores da Universidade de Cam-bridge, que examinaram a incidência do diabetes de tipo 2 (DM2) em 3.704 pessoas, ao longo de 11 anos. No período do estudo, os pesquisadores registraram 653 novos casos de DM2. Esse tipo de diabetes – também chamado de diabetes não insulinodependente ou diabe-tes do adulto – corresponde a 90% dos casos da doença e ocorre geralmente em pessoas obesas com mais de 40 anos de idade, ainda que a sua incidência entre os jovens esteja aumentando por conta do sedentarismo e de maus hábitos alimentares.

Após as devidas análises estatísticas, os pesqui-sadores britânicos observaram que os indivíduos que consumiram maior quantidade de hortaliças e maior variedade de frutas apresentaram risco 21% menor de desenvolvimento de DM2, quando comparados aos in-divíduos que consumiram menores quantidades e va-riedades desses vegetais.

De acordo com a nutricionista e biotecnóloga Prisci-la Machado (CRN 2003100174), as hortaliças contêm uma série de minerais que são muito importantes para uma vida saudável, como: selênio, vanádio, cromo e cobalto. “Eles servem como ferramentas ao organismo para lidar com doenças, com oxidação, com processos

degenerativos”, explica.Outra pesquisa, conduzida

pela médica Anne--Helen Harding, do Addenbrooke´s Hospi-

tal, da Universida-de de Cambridge, concluiu que a re-dução no risco de desenvolvimento

Hortaliças podem ajudar a prevenção do diabetes

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AdVAnCEd PHYSioLoGY CoUrSE:mergulho na fisiologia humana e hormonal

“Trata-se de um curso diferenciado, especial e único. Ele reúne propostas inovadoras e oferece um conheci-mento avançado em fisiologia humana e hormonal, volta-do não só para os profissionais médicos que concluíram o curso introdutório, que buscam se aprofundar no as-sunto, mas também aos médicos pós-graduados ou que estejam cursando a pós-graduação. No caso destes últi-mos, tiveram a oportunidade de aprender mais sobre te-mas como Fisiologia do Iodo, Fisiologia do Trato Gastro, Intestinal, Medicina Ortomolecular, HCG, Nutrogenômica e Nutrigenética, entre outros”, explica o diretor comercial do Grupo Longevidade Saudável, Carlos Avellar.

O curso foi cuidadosamente planejado e seu lan-çamento, neste momento, coroa os 10 anos de traba-lho do grupo. Nesse período, o Programa de Educação Médica Continuada formou mais de 1,8 mil médicos. “Durante um ano, realizamos pesquisas com esses profissionais para desenvolver um curso totalmente focado e diferente”, explica Avellar.

Na programação, foram abordados e aprofundados os novos parâmetros da longevidade humana, a epidemiolo-gia do envelhecimento mundial, a fisiologia do eixo Hipotalâmico–Hipofisário-Gonadal, as pausas hormonais, os hormônios bioidênti-cos e a fisiologia do trato gastrointestinal.

O corpo docente reuniu profissio-nais que são referências no Brasil, entre os quais o médico e diretor cien-tífico do Grupo Longevidade Saudável, Ítalo Rachid (Cremesp 114612); o médico Artur Lemos (Cremerj 229806), presidente da Asso-ciação Médica Brasileira de Oxidologia (Ambo) - regional RJ; o médico Jorge Jamili (Cremerj 52683302), especialista em ge-rontologia e endocrinologia; e a nutricionista Maria Aderuza Horst (CRN 33989), com doutorado e pós-doutorado em Biologia Quími-ca pela Unifesp.

A expectativa de vida na Roma antiga (400 a.C.) gira-va em torno de 19 anos. Já na Idade Média (entre os sé-culos XV e XVI) subiu para 33 anos. Mais recentemente, na década de 30, era de 50 anos. Hoje, no Brasil, segun-do pesquisa divulgada em junho, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida alcançou 73,4 anos.

Por outro lado, além da questão da longevidade, vi-vemos em uma época fascinante, marcada por significa-tivos avanços nas áreas de biotecnologia e ciência. Na década de 1950, pesquisadores descobriram os radicais livres, moléculas que provocam o envelhecimento das células. Em 2007, cientistas de San Diego, nos Estados Unidos, identificaram um gene ligado ao envelhecimento, o PHA-4, que reduz a capacidade da insulina de promover o ingresso de glicose nas células. Menos glicose signifi-ca mais tempo de vida, diz o estudo.

Só na última década os cientistas compreenderam que os genes sozinhos podem afetar significativamen-te o envelhecimento, antes visto como um incontrolá-vel processo de decadência. Diante de todas essas informações, percebe-se cada vez mais a necessidade de conhecimento técnico-científico por parte dos médi-cos na área da Fisiologia Humana e pontualmente na Fisiologia Hormonal, uma verdadeira “orquestra” que precisa ser melhor compreendida e “regida”.

Só existe uma maneira viável de conjugar qualidade e quantidade de vida: pensar numa nova maneira de fazer Medicina, que atue preventivamente e que entenda saú-de como algo muito mais amplo do que simplesmente “não adoecer” ou tratar doenças em curso. A Organiza-ção Mundial da Saúde (OMS) define a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Foi pensando nisso que o Grupo Longevidade Saudável criou o Advanced Physiology Course (APC), elaborado para ofe-recer aos participantes um conhecimento avançado so-bre a fisiologia humana. Com carga horária de 100 horas, a primeira edição do curso ocorreu entre os dias 22 e 29 de setembro, no Hotel Vila Galé Cumbuco, na Praia do Cumbuco, em Fortaleza (CE).

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nozes: ricas em polifenóis e amigas do coração

Cozidas ou cruas. Não importa, as nozes trazem grandes benefícios para a saúde cardiovascular. A cons-tatação foi feita em estudo recentemente divulgado por pesquisadores da University of Scranton, na Pensilvâ-nia. Além de demonstrarem uma grande quantidade de polifenóis, classe de compostos bioativos, os pes-quisadores também mostraram, por meio de análises laboratoriais, que os antioxidantes das castanhas são efetivos para a saúde do coração. As pesquisas foram publicadas no Jornal Food & Function. De acordo com o estudo, esses compostos reduzem o risco de doenças coronarianas porque diminuem os níveis de colesterol, melhoram o fluxo sanguíneo e reduzem a inflamação relacionada à doença cardiovascular. E mais: as nozes não apenas têm mais polifenóis, como também pos-suem aqueles mais potentes.

Para o cardiologista e ortomolecular Artur Lemos (Cre-merj 229806), presidente da Regional RJ da Associação Médica Brasileira de Oxidologia (Ambo), o estudo dos pes-quisadores norte-americanos vem reforçar o que muitos especialistas já sabiam: as castanhas fornecem nutrien-tes e antioxidantes que trazem benefícios significativos para a saúde. “Já em 1990, identificou-se o benefício que o uso moderado de vinho pode trazer para as doenças do coração, devido ao polifenol conhecido com resveratrol, presente nas uvas e no vinho”, lembra Lemos.

De acordo com o médico – que tem três livros publi-cados, entre os quais Radicais Livres nas Doenças Car-diovasculares –, os polifenóis ajudam a combater não só doenças cardiovasculares, mas também o câncer. Isso porque todos os compostos antioxidantes têm a proprie-dade de prevenir a formação de tumores. E a substância auxilia também o combate à oxidação do LDL, o colesterol ruim, o que, por sua vez, ajuda a impedir a obstrução das artérias. “O colesterol, por ser composto de uma parte de gordura, é facilmente oxidável, e essa forma oxidada é que é responsável pela formação das placas de gordura. O colesterol não oxidado não forma placa de gordura. Assim, mais importante que os níveis de colesterol no sangue é a quantidade de colesterol oxidado”, explica.

O termo polifenóis ou compostos fenólicos refere--se a um amplo e numeroso grupo de moléculas en-contradas em hortaliças; frutas; cereais; chás; café; sementes oleaginosas; ervas aromáticas e especia-

rias. Em todo o mundo, a comunidade científica vem realizando pesquisas envolvendo os polifenóis, classe de compostos bioativos. E não é para menos. Os efei-tos biológicos são numerosos: sequestro de espécies radicalares de oxigênio (radicais livres, moléculas res-ponsáveis pelo envelhecimento das células e que são produzidas como resultado de reações químicas do organismo); modulação da atividade de algumas enzi-mas, como a AMP-kinase, que desempenha um papel no equilíbrio da energia celular; e inibição da prolifera-ção celular. Estudos têm mostrado ainda que os poli-fenóis apresentam potencial como agente antibiótico, antialergênico e anti-inflamatório.

No caso dos ácidos fenólicos, eles são encontra-dos em frutas com caroço, como pêssego, ameixa e nectarina. Recente estudo realizado na Universidade Texas A&M, nos EUA, envolvendo essas frutas, foi apresentado à Sociedade Americana de Química, na Filadélfia. De acordo com a pesquisa, elas contêm compostos bioativos capazes de combater a síndro-me metabólica - doença que altera as taxas de glico-se, triglicérides, o colesterol, a pressão e o peso. As principais substâncias encontradas foram antociani-nas e ácido clorogênico, derivados de quercetina e catequinas, que atuam em células dos tecidos con-juntivo, vascular e gorduroso, controlando diferentes expressões de genes e proteínas.

“Outra vantagem dos alimentos ricos em polifenóis é que eles reduzem as ondas de calor, ou fogachos, que geralmente acompanham a menopausa. Nesse caso, o polifenol mais conhecido é a isoflavona de soja”, explica o Dr. Artur.

Dr. Artur Lemos,cardiologista e ortomolecular

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Nut

rição

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Os serviços da saúde são intangíveis, isto é, são ima-teriais e abstratos. Dessa forma, o cliente somente con-segue avaliar os seus serviços através dos resultados obtidos após o tratamento, na maioria das vezes, muito tempo depois da consulta inicial.

Como o cliente faz a avaliação da sua competência técnica antes da consulta inicial? Através de fatores subje-tivos que tangibilizam os seus serviços, como a sua apre-sentação física, a apresentação física da sua equipe, a apresentação do espaço físico do seu consultório ou clíni-ca, dos preços adotados por você e da sua comunicação.

Para tangibilizar os seus serviços de forma positiva, agregando valor à percepção do cliente, fique atento:

1) A sua apresentação física e também a apresenta-ção física da sua equipe, isto é, tenha um cuidado espe-cial com as suas roupas, sapatos, cabelos, barba e bigo-de, se for o caso. O ideal é que tenha um espelho no seu consultório ou clínica que permita a você se ver de corpo inteiro, por frente e por trás. Faça um exame minucioso da sua aparência antes de se apresentar a um cliente. Peça que sua equipe faça o mesmo;

2) A sua forma de se comunicar com os clientes e com o seus auxiliares na frente dos clientes. Usar gírias, piadas e um vocabulário inadequado e excessivamente informal contará pontos contra você. Espera-se de um profissional da saúde uma postura mais conservadora nesse sentido;

3) A apresentação do espaço físico do seu consultório ou clínica deve ser perfeita. Ele deve ser rigorosamente limpo e organizado. Espaços desorganizados desagre-gam valor na percepção do cliente. Cuidado com pinturas mal cuidadas nas paredes, fios aparecendo, mau cheiro e equipamentos mal conservados;

A importância da primeira consulta

* Por: Roberto Caproni

4) Aos preços adotados. Preços muito baixos para um determinado público-alvo podem passar a percepção de serviços de baixa qualidade. O preço deve estar ajustado para a realidade do público-alvo que você atende para ge-rar a percepção correta na qualidade dos seus serviços;

5) Ao material de comunicação. A qualidade dos seus serviços é também avaliada em razão da papelaria que utiliza, isso é, do cartão de visita, receituário, envelope e papel de carta.

Na área da saúde, tem sucesso aquele que inspira Credibilidade. Credibilidade quer dizer respeito mútuo mais confiança. A confiança depende da transparência e da coerência. Coerência existe quando o cliente, atra-vés daquilo que percebe, tira conclusões subjetivas dos seus serviços intangíveis, que estão fora da sua capaci-dade de percepção.

Para ter sucesso profissional, é necessário que você seja bom na técnica. é necessário mas não é suficiente. é fundamental que você seja bom também na percep-ção gerada no cliente. Assim, é tarefa de um prestador de serviços administrar a evidência para tornar tangível o intangível. Isto é, colocar evidências físicas em suas ofertas abstratas. Afinal, é a primeira impressão que fica e você nunca tem uma segunda chance de gerar uma boa primeira impressão.

(*) Roberto Caproni é graduado em Administração de Em-presas e Odontologia. Pós-graduado em Marketing e Psicologia. Especialista em franquias pela Franchising University.

A reprodução dos textos de autoria de Roberto Caproni e co-laboradores é permitida desde que, citados, o autor e o endereço eletrônico www.grupocaproni.com

A primeira impressão é a que fica.Você nunca tem uma segunda chance de gerar uma boa primeira impressão.

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