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GS1 MAGAZINE | 2 NORMAS GS1 PROTEGEM A SUA SAÚDE #16 Dezembro 2010 | 5€ IVA incluído O futuro é móvel e está a chegar à Distribuição Espelho mágico da Prada: o que está por trás? GS1 Portugal comemora 25 anos CODIPOR – Associação Portuguesa de Identificação e Codificação de Produtos RUI NABEIRO EM ENTREVISTA EXCLUSIVA

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16ª edição da revista GS1 Magazine da GS1 Portugal: "Normas GS1 protegem a sua Saúde".

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GS1 MAGAZINE | 2

NORMAS GS1PROTEGEM A SUA SAÚDE

#16 Dezembro 2010 | 5€ IVA incluído

O futuro é móvele está a chegar à Distribuição

Espelho mágico da Prada: o que está por trás?

GS1 Portugalcomemora 25 anos

CODIPOR – Associação Portuguesa de Identificação e Codificação de Produtos

RUI NABEIRO EM ENTREVISTA EXCLUSIVA

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Editorial |

Se viajássemos no tempo, e recuássemos 25 anos, encon-

traríamos um Portugal muito diferente. Nem todos os portugue-

ses se deslocavam de carro; o telemóvel – que revolucionou a

comunicação em qualquer momento, em qualquer lugar – ainda

era uma tecnologia desconhecida. Não existia Internet, pelo que

informação era pesquisada, por exemplo, em enciclopédias. O

que é feito, hoje em dia, dos vendedores de enciclopédias?

Era um outro país, que há pouco mais de uma década vivia

em Democracia. Foi também o início de um novo paradigma de

consumo. A pouco e pouco, as mercearias de bairro foram sendo

substituídas por centros comerciais e grandes superfícies, que al-

teraram a forma como as pessoas compravam e até socializavam.

Neste terreno fértil de mudança e inovação, nasceu a

CODIPOR, a 26 de Novembro de 1985, constituída por um

pequeno grupo de Grandes Empresas detentoras de marcas e da

distribuição. E assim tinha início o projecto CODIPOR, que intro-

duziu o código de barras nos produtos de grande consumo e, ao

longo dos anos, cresceu em Associados, Produtos e Serviços.

Nesta edição da GS1 Magazine viaje no tempo connosco.

Conheça a história da nossa Associação, a sua génese e evolução

ao longo das últimas duas décadas e meia. Saiba mais sobre o

Era uma vez há 25 anos…Código de Barras, que veio alterar para sempre as transacções

comerciais e cujos benefícios foram dados a conhecer ao Con-

sumidor através de uma campanha de sensibilização realizada

em todos os Super e Hipermercados Modelo e Continente.

Percorra estas páginas e deixe-se levar num caminho até a

um futuro em que todos os consumidores podem utilizar os seus

telemóveis para comprar, vender e aceder a informação sobre os

produtos. E saiba como as marcas globais e grandes retalhistas se

aliaram à GS1 para tornar isto possível. Conheça uma ferramenta

tecnológica, aparentemente tão abstracta, mas que permite que

qualquer base de dados seja actualizada automaticamente e em

tempo real.

E porque os valores da sustentabilidade e responsabilidade

continuam a ser dois pilares tão importantes, leia a entrevista ao

Comendador Rui Nabeiro, Presidente da Delta.

Vire esta página e conheça o nosso trabalho nos últimos 25

anos. E descubra como vamos inovar nos próximos 25.

João de Castro Guimarães

Director Executivo

GS1 Portugal

Propriedade: GS1 Portugal - Rua Prof. Fernando da Fonseca, 16 Escritório II – 1600-618 Lisboa | T: 217 520 740 | F: 217 520 741 | website: www.gs1pt.org email: [email protected], [email protected]: João de Castro Guimarães | Conselho Editorial: Fernando Ereio, João de Castro Guimarães, Luís Moutinho, Manuel Sousa Pinto, Paulo Gomes Chefe de Redacção: Beatriz Águas | Redactor Principal: Leonor Vale | Redacção: Cláudia Rocha | Publicidade: Diogo AlmeidaEdição: Publichance, Serviços de Consultoria de Comunicação, Lda. | Rua Castilho 5, 5º andar 1250-066 Lisboa | T. 213 583 098 Projecto Gráfico: Fernando Coelho | Produção: Light Ideas, Consultoria de Comunicação | T: 912 135 990 | Impressão: Fernandes & Terceiro, SA Publicação Bianual | Tiragem: 7.000 exemplares | NRICS: 124971 | Depósito Legal: 245212/06A revista GS1 Portugal Magazine é distribuída gratuitamente a todas as Empresas Associadas da GS1 Portugal-CODIPOR

Capacidade: 30 formandos

Pastas de Formação

Águas + Blocos e canetas

Coffee-break Manhã e Tarde

Projector + Ecrã

Internet Wireless Consulte o Calendário de Formação 2011 (1º Semestre) no final desta revista ou em www.gs1pt.org

NOVA SALA DE FORMAÇÃO GS1 PORTUGAL

A pensar em si...

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Em nenhum dos países do mundo fora da Europa se debatem os horários do comércio. Em qualquer dos outros continentes alguém se importa ou perde um minuto a discutir os horários das mercearias ou dos super-mer-

A CCP considera que, contrariamente ao que se pretende fazer crer, não é pela liberalização dos horários, em particular para as grandes superfícies, que se cria mais emprego. A destruição das micro e pequenas empresas do comércio, espinha dorsal do sector e da economia nacional, leva ao aumento do desemprego, acelera a desertificação dos centros das cidades e cria dificuldades ao turismo.

A GS1 Healthcare prevê um futuro onde o sector da saúde utiliza as Normas GS1 para todos os itens, em todos os locais, pessoas e processos, para conduzir à segurança do paciente e melhoria da eficiência da cadeia de abas-tecimento - a começar com o fabricante e terminando no paciente.

Ulrike Kreysa, Directora Healthcare,

GS1 Global Office

16Base de dados sempre em dia com a plataforma GS1SyncPTA GS1Portugal apresentou a Plataforma GS1SyncPT que permitirá que as bases de da-dos comerciais sejam actua-lizadas de forma automática.

20Prada veste RFID Moda e tecnologia são dois conceitos que se aliam nos epicentros Prada. A tecno-logia RFID é utilizada para criar uma experiência de compra cómoda, interac-tiva e ...mágica.

36 Normas GS1 combatem a ContrafacçãoA indústria ilegal de contra-facção de medicamentos está a crescer à escala global, tornando-se cada vez mais sofisticada.

4225 anos GS1A GS1 Portugal – CODIPOR acaba de celebrar 25 anos de actividade no mercado nacional.

46Uma dupla perfeitaCom sabores, aromas e tex-turas diferentes, o queijo e o vinho são uma agradável surpresa quando se juntam à mesa. Conheça o port-fólio da Saloio e Sogrape.

As nossas escolhas...

Curiosidade: Coca-Cola, um xarope

Sabia que a Coca-Cola era um xarope?

Pemberton’s French Wine Coca era o nome de

um remédio para as dores de cabeça à base de

vinho tinto, folhas de coca e nozes, criado pelo

médico John Pemberton. À segunda vez (em

1886), Pemberton experimentou deitar um

pouco de água gaseificada… e assim nasceu

uma das bebidas mais famosas do mundo

que faz parte do dia-a-dia de muitos de nós. A

sua fórmula continua, porém, no segredo dos

Deuses.

Livro: “Quem Matou a Mudança?”

Todos os dias, existem empresas

em todo o mundo que tentam

implementar iniciativas de mudança

institucional. No entanto, estes

processos são morosos e implicam

custos elevados, sendo que 50

a 70 por cento deles falham. Foi

precisamente para desvendar o

mistério de quem anda a “matar”

a mudança, que Ken Blanchard

decidiu lançar este livro.

Trata-se de uma parábola que narra as investigações do agente

Miguel Meireles. Chamado a uma empresa para investigar a morte

de mais uma mudança, o agente vê-se confrontado com uma lista

de suspeitos, entre eles a míope Vitória Visão, a gestora apressada

Ermelinda Urgência e a executiva Clara Comunicação. A solução

deste mistério vai, certamente, inspirá-lo a tornar-se um agente de

mudança eficaz na sua empresa.

A visitar: Museu do Oriente

Inaugurado em Maio de

2008 num edifício construído

nos anos 40, o Museu do

Oriente nasceu na sequência

de um projecto que a

Fundação Oriente desenvolveu

durante vinte anos.

Actualmente, o espólio do Museu do Oriente reflecte a cultura

e as tradições da Ásia, desde o tempo em que Vasco da Gama

partiu à descoberta da Índia. Aqui, poderá encontrar, por exemplo,

tapeçaria, louças, máscaras e joalharia. No interior do espaço,

existe também um restaurante que leva o paladar de quem passar

a ombreira da porta até aos confins do continente asiático.

Um local privilegiado que proporciona aos que o visitam uma

memória viva das culturas asiáticas e da relação secular que foi

estabelecida entre o Oriente e o Ocidente.

Rede social: Foursquare

Já ouviu falar no Foursquare?

A rede social, onde tudo se

baseia na localização dos utiliza-

dores, tem conquistado adeptos

e acaba de atingir a marca dos 4

milhões de clientes.

Os desenvolvimentos mais recentes na plataforma ajudaram a

garantir maior velocidade na conquista de novos utilizadores, como

a disponibilização de uma versão para Android e iPhone.

Os curiosos podem espreitar online a lógica desta aplicação

móvel que pretende facilitar a vida numa cidade, encontrar amigos,

explorar novas situações e ser recompensado por isso.

08

Entrevista a Rui Nabeiro

in Posição oficial da Confe-

deração do Comércio e Serviços

de Portugal sobre a abertura dos

Hipermercados ao Domingo

cados? Não, alguém quer lá saber disso! A começar pelos próprios comerciantes, que se preocupam em praticar o horário que melhor lhes convier face aos produtos que vendem, à localização onde se encontram situados, às estratégias comerciais que optam por desenvolver.

José António Rousseau, emnos

Senior Adviser, sobre a abertura dos

Hipermercados ao Domingos

Fonte: in Público 29 de Agosto 2010

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BrevesCoca-Cola e Microsoft aliam-se à GS1 para oferecer Informação Segura ao Consumidor

Algumas das grandes marcas globais, retalhistas e

prestadores de serviços tecnológicos uniram-se à GS1 US e

GS1 Canada numa Aliança B2C (Business to Consumer), que

visa responder às necessidades crescentes dos consumidores

no que diz respeito ao acesso à informação sobre os produtos

através de telemóveis e internet.

Fazem parte da Aliança B2C: AT&T, Cisco, Coca-Cola, IBM, The

J.M. Smucker Company, Johnson & Johnson, Kraft Foods, The

Kroger Co., MIT (The Massachusetts Institute of Technology’s

Aud-ID Lab), Microsoft Corp., NeoMedia Tecnhologies,

PepsiCo, Inc, Premier Healthcare Alliance, Procter & Gamble,

Scanbuy Inc.

«O número de pessoas a pesquisar e a comprar com

smartphones está a crescer a três dígitos e não mostra sinais

de abrandamento”, afirmou Sanjav Sarma, professor do MIT e

co-fundador do Auto-ID Lab.

Dados do MIT revelam que mais de 10 por cento das

pesquisas de informação sobre alergénios e características

nutricionais dos produtos apresentam resultados incorrectos.

«Fornecer informação correcta sobre os nossos produtos

é um factor crítico na promoção da confiança dos

consumidores», disse Werner Geissler, Vice-Presidente, Global

Operations, da Procter & Gamble. «A utilização dos Standards

GS1, como o código de barras, vai permitir que a informação

seja entregue aos consumidores, através da internet e

telemóveis, como e quando a querem. Os detentores de

marcas são a melhor fonte de informação e, nesse sentido,

nós apoiamos a Aliança B2C nesta importante iniciativa para

melhorar a experiência de compra». A Aliança também está

de desenvolver uma plataforma sobre dados de produtos,

que os fornecedores de serviços tecnológicos podem utilizar

para ajudar a assegurar que a fontes dos dados é fiável.

«Esta aliança é um grande passo em frente para oferecer

ao consumidor conteúdos correctos sobre os produtos em

que estão interessados», disse Mike Wehrs, Presidente da

Scanbuy. «O consumidor está claramente interessado em ter

acesso a informação fiável e segura directamente nos seus

telemóveis».

SONAE lança marca para Saúde e Óptica

A Sonae reforçou a sua aposta no mercado da parafarmácia

e óptica com o lançamento da Well’s. A nova marca pretende

ser uma referência no fornecimento de produtos e serviços de

saúde e óptica, bem como na promoção da saúde e bem-estar

junto da comunidade.

A Well’s vai proceder ao rebranding das 112 parafarmácias

“Área Saúde” e 46 ópticas que possui em Portugal, traduzindo

um investimento significativo no desenvolvimento de uma nova

marca que se quer assumir como especialista nas áreas de saúde,

bem-estar e óptica.

Inês Valadas, responsável da Well’s, afirma que «a adopção da

marca Well’s vem oferecer uma maior versatilidade ao formato,

alargando o leque de oportunidades de negócio e contribuindo

para uma maior especialização do serviço prestado aos clientes».

A Well’s é uma alternativa às farmácias e ópticas para a

compra de produtos, que vão desde os medicamentos de

venda livre, dermocosmética, primeiros socorros ou alimentação

infantil, até óculos graduados, óculos de sol ou lentes de

contacto.

GS1 Portugal: Novo Enquadramento Estatutário e Código de Conduta

A GS1 Portugal tem posto em prática uma nova orientação

estratégica que tem como pilares a Gestão Profissionalizada, o

Crescimento no Core Business, a Orientação para o Associado

e a Diversificação do Negócio. Há um empenho cada vez

maior em dar resposta às necessidades dos Associados e do

Mercado em geral. Nesse sentido, foi aprovada uma nova

versão dos Estatutos e Regulamento Interno, que prevê algu-

mas alterações de fundo, entre as quais:

- Novas categorias de Associados. Os Associados Coope-

rantes são pessoas singulares ou colectivas que se identificam

com os fins da Associação ou exercem uma actividade

complementar a esta. Os Associados Honorários são pessoas

singulares ou colectivas que por terem colaborado na introdu-

ção e promoção do Sistema GS1 podem ser admitidas pela

Assembleia Geral, sob proposta da Direcção;

- A obrigatoriedade de apresentação de um Plano Estraté-

gico Trianual para ser votado em conjunto com cada lista

candidata à Direcção da Associação;

- A possibilidade de a Direcção ter 5 ou 7 membros.

A GS1 Portugal também aprovou um Código de Conduta

que assegura o respeito

pela confidencialidade

das informações parti-

lhadas, no âmbito das

actividades da Associa-

ção, e o cumprimento

das normas da con-

corrência, opondo-se

a todas as práticas

concertadas que te-

nham como objectivo

restringir ou falsear as

regras da concorrência

no mercado.

GS1 Portugal elege novos Órgãos Sociais

Na Assembleia Geral 2010, foram eleitos os novos Órgãos

Sociais para o triénio 2010-2012. Neste nova estrutura estão

presentes algumas das empresas mais representativas dos

sectores tradicionais, como o Agro-Alimentar, mas também

outras que se destacam em sectores estratégicos para a GS1

Portugal, como a Saúde. Para o mandato que se iniciou, João

de Castro Guimarães, representante da Nestlé e membro

de anteriores Direcções, foi convidado pela nova Direcção a

assumir a posição de Director Executivo.

João de Castro Guimarães conta com uma vasta

experiência no mundo empresarial. Teve um percurso

relevante, representando a Nestlé e organizações associativas

como a ANIL (Associação Nacional da Indústria de Lacticínios),

CIP (Confederação das Indústrias Portuguesas), FIPA (Federação

Portuguesa da Indústria Portuguesa Alimentar), entre outras.

«Abraço este novo projecto com a convicção de que com o

apoio dos órgãos sociais e de todos os Associados, com uma

Equipa de Gestão reestruturada e com um Plano Estratégico

robusto, iremos cumprir os ambiciosos objectivos a que nos

propomos», declarou.

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GS1 Magazine: “O segredo é a alma do negócio”. Alguma

vez desvendou o segredo de uma empresa de sucesso como

a Delta?

Rui Nabeiro: Não existem segredos para o sucesso de uma

empresa, antes uma atitude de trabalhar bem. O mundo não é

só para uma pessoa, o mundo é para todos nós. As pessoas que

querem ser úteis à sociedade devem desvendar o seu segredo.

O segredo é um débito que nos vai ser debitado à nossa conta.

Actualmente, há muitos jovens que acabam os cursos e que se

debatem com barreiras, o que é um entrave ao desenvolvimento

do país. A Delta tem vindo a apoiar estágios, pessoas que querem

habilitar--se a um determinado posto de trabalho e não esconde

o seu segredo.

A Delta é uma marca que nasce com o café, mas hoje em

dia tem outras áreas de negócio. Qual foi o critério para esta

diversificação?

Se eu pudesse continuava só com o café. Foi isto que me deu

força Mas depois aparecem as pessoas mais jovens, os filhos e os

netos, que começam a pensar em não pôr os ovos no mesmo

cesto. E, neste sentido, esta diversificação é também uma mais-

-valia para os funcionários. É importante entusiasmá-los, dando-

-lhe meios. E é isto que tem acontecido. Além disso, temos de

estar preparados para o amanhã, para possíveis falhas. Quando as

pessoas gostam de fazer o que fazem, quando as pessoas sabem

conquistar o seu amigo, o cliente, as empresas não acabam. Só as

pessoas. Hoje, a Delta é café, vinhos e muito mais.

A exportação continua a ter um peso preponderante para

a Delta?

Ainda no dia 2 de Novembro reforçámos esta área com a

entrada de mais um elemento. O mercado espanhol continua a ser

para nós um mercado prioritário. Hoje, estamos em 14 localidades

diferentes de Espanha. Fazem parte também dos destinos de

exportação da Delta Cafés países como França, Andorra – onde

temos liderança de mercado -, Luxemburgo, Bélgica, Inglaterra,

Suíça, Canadá, Brasil, Estados Unidos, Coreia do Sul e Angola.

Angola foi a nossa fonte de introdução aos cafés. Nestes países,

dispomos de uma rede de distribuidores que representam e

comercializam a marca.

Qual a importância da identificação e codificação de

produtos para a Delta? De que forma os seus efeitos são vi-

síveis ao nível de uma maior eficácia ao longo da cadeia de

valor?

É uma garantia quer para a empresa quer para o consumidor.

E quanto mais globais são as estratégias de negócio mais é im-

portante a identificação e codificação dos produtos. A codificação

permite-nos eliminar erros e garantir um produto de qualidade

ao consumidor. Desde a sua origem, como tratamos os produtos,

até ao destino final, há toda uma rastreabilidade do produto, o

que se traduz nas certificações que temos adquirido. Os produtos

que temos são de excelente qualidade. A Delta quer servir bem,

por isso tem de ter e oferecer um produto de qualidade. Vamos às

origens, onde se produz bem.

A segurança alimentar é um tema que está na ordem do

dia. E uma questão que não é indiferente para a Delta. Que

esforços têm sido feitos com vista a garantir uma maior ras-

treabilidade dos produtos?

Desde sempre compreendi que na produção alimentar a

qualidade é uma das condições para o êxito de qualquer produto.

Criámos o Departamento de Controlo da Qualidade que actua

nas mais variadas áreas de produção, desde a análise e controlo

das matérias-primas até à selecção dos nossos fornecedores. Este

controlo prolonga-se depois pelas várias fases de produção até

ao produto final. Dispomos também de técnicos com formação

superior na área da qualidade e procedemos à implementação

de requisitos e directrizes internacionais nesta área. É importante

que a pessoa que fabrica mostre seriedade naquilo que fabrica e

que leve o consumidor a acreditar.

A Delta é uma marca cada vez mais associada a valores de

responsabilidade social. Considera que a adopção de práti-

cas de responsabilidade social é um passo importante nas

estratégias empresariais?

Sem dúvida. Devemos pensar que o que somos, os outros tam-

bém têm o direito de o ser. E devemos pensar que amanhã pode

ser sempre tarde para ajudar as pessoas. O que faço é sempre a

pensar no próximo! Não fazemos marketing disto, nem publici-

dade, mas as pessoas acabam por saber o que fazemos nesta área.

Entrevista | Rui Nabeiro, fundador da Delta CafésDedicou grande parte da sua vida ao café, mas também a ajudar os outros. Rui Nabeiro, hoje comendador, é um exemplo de pioneirismo, inovação e espírito em-presarial. Criou há cerca de 50 anos a Delta Cafés, um sonho que tornou realidade. Em entrevista à GS1 Magazine, o comendador revelou o segredo que lhe permitiu ser conhecido como empresário de sucesso e deixou um conselho a todos os Associados da GS1 Portugal CODIPOR: vale a pena acreditar para vencer.

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A responsabilidade social “Um Café por Timor” e o Centro Edu-

cativo Alice Nabeiro, em Campo Maior, são exemplos de iniciati-

vas lançadas pela Delta neste campo. A responsabilidade social

do grupo vai para além do sucesso empresarial.

Continua a manter uma relação próxima com os seus fun-

cionários?

Sempre. Entro nas fábricas em Campo Maior todos os dias

e cumprimento todos os funcionários de igual modo. As

pessoas dão um sorriso e isso enche-me o coração.

Ainda na semana passada estive no Porto, em seis

localidades diferentes. A todos deixei uma men-

sagem de incentivo. Disse-lhes que podíamos

fazer melhor. E que mesmo em tempos difíceis

podemos ter alguma tranquilidade. A proximi-

dade é importante.

Se fosse um governante e tivesse de tomar

uma decisão ao nível das políticas de emprego

em Portugal, qual seria?

Sou um homem muito ligado ao poder local. O que os políti-

cos deveriam fazer era uma sociedade onde todos pudessem

estar. Só temos um caminho a fazer: trabalhar bem e estarmos

ao serviço uns dos outros. Quando um governante conseguir

esta atitude nós estaremos num país onde vale a pena viver. Caso

contrário, as discrepâncias vão continuar a ser bem visíveis e a

acentuar-se. Eu aconselharia uma política igualitária de emprego.

A Delta tem sido um motor de desenvolvimento de Cam-

po Maior. Como descreve a relação da Delta com o distrito,

em geral, e com Campo Maior, em particular?

Quando se nasce numa terra muito humilde, ficam marcas

que não podemos apagar. Nasci no interior do Alentejo onde,

para vencer, é preciso fazer todos os sacrifícios. Tive sempre força

para pôr a minha empresa ao serviço das pessoas de Campo

Maior e não só. Sonhei em criança conseguir trabalhar para mim

e para os outros. É isso que tenho feito de forma natural e espon-

tânea. Sempre que posso distribuo, o que é quase todos os dias.

Tenho todos os dias coisas lindas com esta gente na minha vida

e é isso que quero preservar.

A área ambiental tem sido outra das apostas da Delta.

Qual o balanço que faz do projecto Planeta Delta, nomeada-

mente do ReThink?

Muito positivo. Minimizar o impacto ambiental e promover

a sensibilização de todos para a conservação do planeta são os

objectivos principais do projecto Planeta Delta que continua a

ser a nossa aposta. Lançámos também o ReThink cujo objectivo

principal é aumentar o ciclo de vida do café, pois entendemos

que a responsabilidade da empresa não termina no mo-

mento em que colocamos um produto no mercado.

Promovemos ainda a biodiversidade e se forem à

nossa fábrica verificam que nós temos um meio

ambiente arrumado, não se vê um papel no

chão.

Lançou no ano passado, juntamente com

o alpinista João Garcia, o livro “10 Passos

para Chegar ao Topo – Todo o Empreendedor

tem o seu Evereste”. Que conselhos dá para se

atingir esse topo?

Sendo oriundo de uma família pobre e vendo ao meu redor

uma série lavradores que eram de famílias ricas, sempre tive am-

bição de vencer. Ali caminhávamos para o mesmo sítio: vender

produtos aos espanhóis. Mas uns ficavam a dormir e outros levan-

tavam-se cedo. Quando os outros iam eu já vinha e com melhores

condições. Por isso, sonhar, ter ambição, atitude, persistência, tra-

balhar e ter um bom amigo são condições para se chegar ao topo.

Eu tive uma boa família e um tio que foi meu amigo e que sempre

me deu oportunidade para caminhar.

Numa época de crise, como a que Portugal atravessa, qual

a mensagem que gostaria de transmitir aos mais de 6.600

Associados de todos os sectores de actividade que se encon-

tram representados na GS1 Portugal CODIPOR?

Vale a pena acreditar que somos capazes. Nada pode ser pior

do que aquilo que já foi na vida das pessoas. Em relação àquilo

que é menos bom, faço um desafio a todos: vamos saber onde

estão as verdadeiras carências e vamos destruí-las. Está na mãos

de todos nós ajudar os outros, especialmente no que diz respeito

ao emprego.

“A responsabilidade obriga-me a ser melhor

todos os dias”

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Com o intuito de evitar a alteração de dados registados que

potenciam situações de evasão fiscal, a Administração Tributária

veio impor um conjunto de regras que os programas de factura-

ção deverão cumprir, com vista a assegurar a inviolabilidade do

sistema e a integridade dos dados. Nesta perspectiva, a Portaria n.º

3636/2010, de 23 de Junho, veio regulamentar a certificação dos

programas informáticos de facturação e definir as condições a ob-

servar pelas entidades produtoras de software para a obtenção da

certificação dos programas que tenham desenvolvido. A obrigato-

riedade de dispor de programas certificados pela DGCI aplica-se

desde 1 de Janeiro aos sujeitos passivos que, no ano anterior, te-

nham tido um volume de negócios superior a €250.000 e, a partir

de Janeiro de 2012, aos sujeitos passivos que, em 2011, tenham

tido um volume de negócios superior a €150.000.

Portugal tem vindo a ser pioneiro na adopção de medidas que

potenciam a utilização dos sistemas informáticos, por exemplo,

pela utilização de instrumentos de obtenção de informação para

auditorias internas, como o Standard Audit File for Tax Purposes

(“SAF-T”). As empresas produtoras de software devem enviar à

DGCI uma declaração Modelo oficial (Modelo 24), bem como a

chave pública que permita validar a autenticidade e integridade

do conjunto de dados. No momento de submissão do Modelo

24, as empresas devem garantir o cumprimento de um conjunto

de requisitos, nomeadamente a possibilidade de exportação do

ficheiro SAF-T e a existência de um sistema que permita identificar

a gravação do registo de facturas ou documentos equivalentes e

talões de venda, através de um algoritmo de cifra assimétrica e

de uma chave privada de conhecimento exclusivo do produtor

do programa. Este sistema permite identificar qualquer alteração

posterior a um dos elementos da factura. A Administração Tributária

admitiu a dispensa da obrigatoriedade de certificação para alguns

contribuintes, nomeadamente aqueles que utilizem software

produzido internamente; que tenham operações exclusivamente

com clientes que exerçam actividades de produção, comércio ou

prestação de serviços; que tenham tido no período de tributação

anterior um volume de negócios inferior a €150.000; que tenham

tido no período de tributação anterior um número de facturas ou

documentos equivalentes inferior a 1000 unidades.

Algumas dúvidas mais frequentes

Erros frequentes nos testes às chaves: Aquando da validação

da chave pública em conjugação com o SAF-T, no validador dis-

ponibilizado no portal das finanças, foram identificados diversos

erros frequentes, nomeadamente:

- O valor total do documento com impostos (GrossAmount)

terá obrigatoriamente de conter duas casas decimais;

- O campo da data de gravação do documento (System Entry

Date) terá de estar no formato AAAA-MM_DDTHH:MM:SS;

- A identificação única do documento de venda (InvoiceNo)

terá de ser composta pelo código interno do documento (que

identifica o tipo de documento, como por exemplo “FAC” ou “NC”)

seguido de um espaço, do identificador da série do documento,

de uma barra e do número sequencial do documento, ou seja, por

exemplo, “FAC 001/123”.

- Falta de coerência entre os campos do ficheiro SAF-T e os

campos que são utilizados para gerar o algoritmo.

Updates ao sistema de facturação: A Administração Tributária

poderá, após a atribuição do certificado, proceder a uma auditoria

à versão inicial ou actualizada do programa de facturação para ga-

rantir que o mesmo se encontra em conformidade.

Entidades produtoras de software não residentes em território

nacional: Sempre que o software de facturação seja desenvolvido

por entidades não residentes em território nacional, estas terão de

obter um número de identificação fiscal exclusivamente para este

efeito. Facturas e documentos de transporte: De acordo com a

Portaria supra referida, as facturas ou documentos equivalentes e

os talões de venda devem conter impresso o “número do certifica-

do atribuído ao respectivo programa, utilizando para o efeito a ex-

pressão «Processado por programa certificado n.º…» que substitui

a prevista no n.º 3 do artigo 8.º do regime dos bens em circulação”

(Processado por computador).

Artigo assinado por:

Tecnologia | Software de facturação tem de ser certificado a partir de 1 de JaneiroNos últimos anos tem-se registado uma crescente utilização de sistemas de processa-mento electrónico de dados, nomeadamente para a emissão de facturas. Para evitar situações de evasão fiscal, a partir de 1 de Janeiro, os softwares de facturação terão de ser certificados pela Direcção Geral de Impostos.

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Entre 21 e 31 de Outubro, a GS1 Portugal, juntamente com

o Continente e o Modelo, realizou uma campanha em 178 hiper

e supermercados, com vista à sensibilização do Consumidor para

a importância dos códigos de barras GS1 (GS1 BarCodes).

A protecção e comodidade do consumidor, a rastreabilidade

dos produtos, a segurança alimentar e a automatização das ope-

rações são os grandes benefícios da introdução da codificação de

produtos em Portugal e em todo o mundo. Consegue imaginar

o tempo que levaria na caixa do supermercado se, de repente,

os preços tivessem de ser calculados (no acto de pesagem) ou

introduzidos manualmente?

«O código de barras GS1 é utilizado em 150 países. Para os

Consumidores assegura a automatização da leitura da informa-

ção sobre o produto e a rapidez nas saídas de caixa e a redução

das filas de espera. Para o Retalho, gera informação sobre as exis-

tências, quer nos lineares, quer no armazém. Quando bem uti-

lizada, esta informação assegura, por exemplo em caso de não

conformidade, a retirada rápida dos produtos», afirma Beatriz

Águas, Directora de Marketing e Comunicação da GS1 Portugal.

«O código de barras é um elemento ao qual os consumidores,

retalhistas e fabricantes de marcas estão tão habituados que

chega a passar despercebido. Por isso, quisémos mostrar a sua

importância no dia-a-dia do Consumidor», declara Beatriz Águas.

25 anos na vanguarda da inovação

Esta acção esteve centrada nos POS, nomeadamente nas

caixas de saída. Para o efeito, foi colocada informação sobre o

código de barras nos ecrãs das linhas de caixa em todas as lojas

Continente (39), Modelo (107) e Modelo Bonjour (26). Também

foram distribuídos 200 mil flyers com informação demonstrativa

da eficiência decorrente da utilização de códigos de barras GS1.

Nos hipermercados Continente a imagem da campanha e infor-

mações sobre a história e vantagens desta ferramenta foram exi-

bidas em plasmas. A estratégia da campanha passou por chamar

a atenção do Consumidor para o benefício mais imediato da exis-

tência dos códigos de barras: a redução das filas de espera nas

saídas de caixa. Ao mesmo tempo, procurou fazer o Consumidor

interrogar--se sobre como era fazer compras nos hipermercados

antes de os códigos de barras se terem tornado uma parte do

acto de compra.

A campanha surgiu integrada num conjunto de acções que

assinalam os 25 anos da GS1 Portugal (CODIPOR), de que a Sonae

é uma das mais antigas associadas (desde 1988). O código de bar-

ras GS1 é uma realidade no nosso país desde 1985, ano em que

também foi inaugurado o primeiro hipermercado Continente. A

primeira utilização de um código de barras para propósitos co-

merciais teve lugar na manhã de 26 de Junho de 1974, no Estado

do Ohio, EUA. A partir desse dia, o código de barras globalizou-se.

A nível internacional, há 30 anos que a GS1 se dedica ao de-

senvolvimento e gestão de Normas (entre as quais as Normas

GS1 BarCodes), que tornam possível a identificação automática

de produtos, localizações e serviços, em todos os sectores de ac-

tividade, garantindo o funcionamento mais eficiente da cadeia

de valor. Actualmente, a GS1 tem 108 Organizações Membro que

prestam serviços a 150 países. E agora imagine como seriam as

suas compras sem o código de barras.

Nacional | Campanha de Sensibilização para a Importância do Código de BarrasA GS1 Portugal e os hipermercados e supermercados Modelo e Continente uniram--se numa parceria para evidenciar as vantagens da utilização do código de barras. Esta campanha de sensibilização dirigida ao consumidor decorreu durante o mês de Outubro em todas as lojas Continente, Modelo e Modelo Bonjour.

Page 9: GS1 Magazine

GS1 MAGAZINE | 17 GS1 MAGAZINE | 18

Todas as empresas possuem bases de dados repletas de infor-

mação sobre os produtos que produzem, vendem ou compram,

actuando como catálogos que os clientes utilizam para fazer en-

comendas e gerir a sua cadeia de abastecimento. Os problemas

começam quando uma empresa altera qualquer informação na

sua base de dados ou adiciona-lhe um novo artigo. Subitamente,

uma outra base de dados – por exemplo, a de um cliente - deixa

de estar actualizada.

Foi a pensar neste problema que a

GS1 Portugal, se encontra a desenvolver

Plataforma GS1SyncPT, um projecto de sin-

cronização de dados, tendo por base as Nor-

mas GS1 GDSN.

A GS1 GDSN, ou Rede Global de Sincroni-

zação de Dados GS1, permite a todos os par-

ceiros da cadeia de abastecimento terem sem-

pre a informação comercial (por exemplo: Dados

de Artigo) actualizada nos seus sistemas de forma

segura e contínua.

Assim, qualquer alteração produzida nos dados comerciais

de uma empresa fica automática e imediatamente disponível

para todos os seus parceiros de negócio.

Segundo estimativas da GS1, 30 por cento das transacções

contêm dados incorrectos, com perdas de 21,5 biliões de euros

por ano. Os problemas associados aos dados de artigo não sin-

cronizados traduzem-se num custo estimado entre os 60 e os 80

euros por artigo.

Para João de Castro Guimarães, Director Executivo da GS1

Portugal, «a troca electrónica de dados foi um passo importante

para uma maior eficiência nos negócios. Mas a colaboração elec-

trónica sem sincronização de dados apenas irá perpetuar a troca

de informações pouco precisas entre parceiros comerciais. As

Normas GS1 GDSN asseguram que toda a informação comercial

que se encontra nos sistemas é rigorosa, fiável e constantemente

actualizada».

«Manter as bases de dados actualizadas é uma tarefa complexa

e dispendiosa. A GS1SyncPT é uma plataforma poderosa que

permitirá a actualização dos dados (de produtos e empresas)

em tempo real, o que, com recurso ao Sistema GS1, agilizará os

fluxos de informação e processos ao longo de qualquer cadeia

de abastecimento. Com esta plataforma a GS1 Portugal ampliará

o leque de serviços aos seus Associados, garantindo assim a

correcta implementação das suas componentes», afirma João

Picoito, Director IT e eCommerce da GS1 Portugal e gestor da

Plataforma GS1SyncPT.

Adoptar e não Adaptar

Prateleiras vazias no ponto de venda por falta de

reposição atempada. Camiões vazios e circuitos

duplicados por não integração da informação.

Caos na gestão de stocks por erros na

classificação de artigos ou na inserção de

dados no Sistema.

Estes são alguns problemas que

resultam da inexistência de sistemas que

assegurem a eficiência da transacção de

dados. As consequências são o caos, o gasto

excessivo de recursos e, em última análise, a perda

de confiança nas marcas.

A qualidade dos dados é, efectivamente um factor crítico

para o sucesso de um programa GS1 GDSN, como é o caso da

Plataforma GS1SyncPT. Informação rigorosa, fiável e actualizada é

tão importante para os operadores como para os consumidores.

Os proprietários das marcas podem trazer novos produtos

para o mercado de uma forma mais célere e sem erros. Os reta-

lhistas reduzem o trabalho administrativo e minimizam drastica-

mente os erros nas ordens de compra e expedições.

«A estratégia das empresas para obter dados de qualidade

deve ser "Adoptar e não Adaptar", incentivando os fornecedores a

adoptarem o "Sistema GS1», observa João Picoito.

Os 4 elementos

A Plataforma GS1SyncPT integra quatro elementos:

1. DataPoolGS1pt - Catálogo Electrónico Certificado

A DataPoolGS1PT, ou catálogo electrónico de produtos basea-

do nas Normas GS1 GDSN, serve de fonte e/ou receptor de Dados

Mestre, que podem ser geridos por Organizações Membro GS1

(OM), fornecedores, clientes ou prestadores de serviços.

As Data Pools certificadas que pertencem à GS1 GDSN for

Nacional l Base de dados sempreem dia com a Plataforma GS1SyncPTA GS1Portugal apresentou juntos dos seus parceiros a Plataforma GS1SyncPT que, duran-te dois anos, será gratuita para os Associados da GS1 Portugal. Esta plataforma permitirá que as bases de dados comerciais sejam actualizadas de forma automática e em tempo real.

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GS1 MAGAZINE | 19 GS1 MAGAZINE | 20

necem aos utilizadores serviços de suporte de sincronização de

dados do produto, bem como informação adicional sobre os par-

ceiros comerciais, de acordo com as Normas GS1.

2. E2E - Enterprise to Enterprise

Este projecto surgiu fundamentalmente da necessidade de-

tectada pela GS1 Portugal de fornecer aos Associados informação

actualizada sobre o tecido empresarial português. Neste contexto,

o objectivo é que possam actualizar automaticamente, e sem inter-

venção humana, a informação residente nos seus ERP’s (sistemas de

gestão) relacionada com os dados da empresa e, simultaneamente,

pesquisar, recorrendo a mensagens normalizadas GS1 (Normas GS1

eCom), garantindo todos os aspectos de segurança exigidos pelos

utilizados, assim como aspectos legais e de inte-gridade da infor-

mação.

3. G.E.P.I.R.

O Global Electronic Party Information Registry, ou GEPIR,

é um serviço de pesquisa que permite aceder aos dados de uma

empresa utilizadora do Sistema GS1 por meio de qualquer um dos

Identificadores-Chave GS1, tais como o GTIN (Global Item Trade

Number), GLN (Global Location Number), ou através da designação

social da empresa.

Com a interligação das bases de dados das OM, o GEPIR é um

repositório global que contém informação das empresas que uti-

lizam o Sistema GS1.

Este serviço já se encontra disponível para os Associados da GS1

Portugal há mais de dez anos, mas numa perspectiva de actualiza-

ção e melhoria continuada deste serviço, será lançada uma nova

versão, mais completa.

4. Data Driver para Micro e PME'S

É uma ferramenta que utiliza o Código de Empresa Portuguesa

(CEP), atribuído à empresa (e que a identifica inequivocamente),

permitindo, especialmente no caso das pequenas empresas, a

gestão do seu cardex e construir um GTIN ou código de barras.

Associados a esta plataforma surgirão um conjunto de serviços

que têm como principal objectivo e facilitar a implementação dos

elementos que a constituem.

Iniciar um Programa de Sincronização de Dados

Quando se inicia um programa de Sincronização de Dados base-

ado na GS1 GDSN, como a Plataforma GS1SyncPT, há alguns “Do’s” e

“Dont’s” que se deve ter em consideração.

Do’s

• Alinhe e enquadre as pessoas que na organização estarão di-

rectamente envolvidas na operação com uma visão comum sobre

o programa.

• Implemente a GS1 GDSN de forma gradual e sustentada.

• Identifique com precisão quais são os custos da operação

total, de forma a não criar distorções de mercado, nomeadamente

na equidade da distribuição de custos. Os ganhos resultantes da

implementação da GS1 GDSN superarão, certamente, as despesas

da operação.

• Construa e adeqúe a sua base de dados de forma segura e

sólida, através da aplicação de Normas GS1. É uma das formas de

garantir a qualidade dos dados mais importantes (comerciais e

logísticos).

• Colabore com os seus clientes e comunique a sua estratégia

GS1 GDSN de forma clara com os seus parceiros comerciais.

Don’ts

• Não subestime a necessidade de recursos. A implementação

da GS1 GDSN não é um mero projecto técnico, mas uma decisão

estratégica e comercial que exige a colaboração activa de todos os

parceiros envolvidos.

• Não olhe para o programa de sincronização de dados como

uma solução para todos os seus problemas. A finalidade e o âmbito

da aplicação da GS1 GDSN é a sincronização dos dados mais re-

levantes. Pode ser a base para muitos projectos colaborativos, mas

esta não é a sua função principal.

• Não subscreva bases de dados locais nem financie o seu de-

senvolvimento, nem conexões com bases de dados incompatíveis.

Em conclusão, implementar um programa de GS1 GDSN ou,

neste caso a Plataforma GS1SyncPT, é uma decisão de topo cujo ob-

jectivo é garantir fundamentalmente o alinhamento da visão sobre

como bem conduzir o negócio.

Page 11: GS1 Magazine

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Distribuição | Prada veste RFIDModa e tecnologia são dois conceitos que se aliam nos epicentros Prada. A tecnologia RFID

é utilizada para criar uma experiência de compra cómoda, interactiva, desafiadora e

...mágica.

As lojas conceito Prada são conhecidas como

Epicentros: espaços onde a moda, a arte e a arqui-

tectura se unem à tecnologia, para oferecer ao

cliente uma experiência única de compra e

atendimento.

Com este projecto, a Prada procura posi-

cionar-se como uma marca à frente do seu

tempo, apostando numa arquitectura ousada,

com a assinatura de arquitectos de renome,

num espaço dominado pela alta tecnologia,

onde a RFID (Radio Frequency Identification) de-

sempenha o papel principal.

A RFID, ou Identificação por Rádio Frequência, é uma tecnolo-

gia que utiliza etiquetas inteligentes, por exemplo, em passaportes,

cartões de identificação ou outros dispositivos.

As etiquetas RFID são compostas por chips de sílica e

antenas, e têm capacidade para transportar grandes

quantidades de informação.

O primeiro Epicentro Prada foi inaugurado

em 2001, em Nova Iorque. O projecto arqui-

tectónico foi assinado pelo arquitecto holan-

dês Rem Koolhass, o mesmo que concebeu o

Museu Guggenheim em Las Vegas ou a Casa

da Música no Porto. O investimento neste

primeiro Epicentro rondou os 40 milhões de

dólares.

RFID está na moda

Se entrar num epicentro Prada e escolher qualquer uma das

peças em exposição, vai verificar que todas estão marcadas com

uma etiqueta RFID perfeitamente visível. Um pouco por toda a loja,

vai encontrar pequenos leitores portáteis, que são utilizados pelo

pessoal para ler a informação contida nas etiquetas que, por sua

vez, é apresentada num dos muitos ecrãs, dispostos em cabides

ou embutidos em mesas. Esses ecrãs mostram imagens da peça

na passarela, os esboços do designer e informação sobre recidos,

materiais, corte e cores.

Caso seja um cliente regular, pode solicitar um cartão de cli-

ente. Este cartão também tem uma etiqueta RFID e permite fazer

compras anonimamente ou, se preferir, pode apresentá-lo a um

funcionário da loja, que fará a sua leitura. Se tiver um

funcionário favorito, ele vai receber um alerta

nesse preciso momento e virá ao seu encon-

tro. Através do seu perfil de cliente, ele terá

acesso ao seu historial de compras, às peças

que experimentou e às suas preferências,

podendo utilizar essa informação para o

ajudar a conduzir as suas compras.

Espelho meu…

Imaginemos que quer comprar um vestido

de noite e uns sapatos. O seu funcionário favorito

vai mostrar-lhe as peças que mais estão de acordo com as suas

preferências. De seguida, vai encaminhá-lo para um provador de

vidro transparente, que fica imediatamente opaco sempre que

pisar um botão no chão.

No Epicentro de Nova Iorque vai encon-

trar um “magic mirror” numa das paredes do

provador. Este incorpora um ecrã e uma câ-

mara e mostra o vestido sob diferentes ân-

gulos e perspectivas.

Numa outra parede, dois armários in-

teligentes, um para a roupa e outro para

sapatos e acessórios, lêem as etiquetas RFID

e enviam a informação sobre o produto para

o “magic mirror”, que inclui uma função de touch

screen. Assim, se depois de reduzir a luz do prova-

dor, achar a cor do vestido demasiado escura, pode con-

sultar informação sobre outras cores e tamanhos disponíveis em

stock.

O “magic mirror” também recomenda acessórios que com-

binam com o vestido que escolheu. Mas se ficar indeciso não há

problema. Toda a informação contida nas etiquetas RFID das peças

que experimentou ficará guardada no seu cartão de cliente e

poderá ser consultada mais tarde, através do website da Prada.

Os Epicentros Prada fazem uma abordagem diferente da tecno-

logia RFID, uma vez que não a utilizam como ferramenta logística

– por exemplo, para a gestão de stocks e reposição nas prateleiras

-, mas de forma totalmente vocacionada para o atendimento e ex-

periência do cliente.

Loja Prada Epicenter, em Nova Iorque

Page 12: GS1 Magazine

GS1 MAGAZINE | 23 GS1 MAGAZINE | 24

Distribuição | Abertura dos hipermercados aos domingo: sim ou não? Hipermercados e outras grandes superfícies já podem manter as portas abertas até à meia

noite de Domingo. Uma medida que está longe de gerar consenso, mas que, para muitos,

irá permitir dar resposta à falta de emprego, melhorar o acesso aos serviços e elevar as ven-

das.

Os portugueses já podem fazer compras num hipermercado

ao Domingo à tarde. Com a decisão do Governo de acabar com

o encerramento obrigatório de lojas com mais de dois mil metros

quadrados ao Domingo à tarde e feriados, 180 estabelecimentos

podem agora abrir portas, se as câmaras municipais o permitirem.

O conselho de ministros aprovou no dia 22 de Julho de 2010

o alargamento do horário das grandes superfícies com mais de

dois mil metros quadrados ao Domingo, passando estes esta-

belecimentos a poder funcionar todos os dias das 6h00 às 24h00.

O decreto-lei, que modifica o regime dos horários de funciona-

mento dos estabelecimentos comerciais, mantém a possibilidade

de as câmaras municipais, em casos devidamente justificados,

alargarem ou restringirem os limites dos horários fixados. Entre

essas razões destacam-se questões de segurança, protecção da

qualidade de vida dos cidadãos ou defesa de certas actividades

profissionais. Segundo o ministro da Economia, Vieira da Silva, «já

não faz sentido manter os hipermercados num regime legal de

excepção» quanto aos horários.

Os municípios têm agora 180 dias (a contar de 16 de Outubro

de 2010) para elaborar ou rever os regulamentos municipais so-

bre horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais,

e até à entrada em vigor dos novos regulamentos municipais, os

titulares dos estabelecimentos referidos podem adaptar os res-

pectivos horários de funcionamento, desde que o comuniquem

à câmara municipal da área em que se situa o estabelecimento,

com um dia útil de antecedência.

Depois de anos de polémicas, que levaram à demissão de

um ministro da Economia (Daniel Bessa) e um secretário de Es-

tado (Manuel dos Santos) durante o Governo de Guterres, que

permitiu a abertura dos hipermercados aos Domingos entre as

8h e as 13h, Portugal junta-se agora à Suécia e à Bélgica na lista

dos únicos países da Europa onde não há restrições à abertura e

encerramento dos estabelecimentos comerciais.

Medida divide opiniões

A medida está longe de gerar consenso no sector. Se, por um

lado, há quem tenha dúvidas e receios, por outro, há os que de-

fendem que o alargamento dos horários de funcionamento dos

hipermercados irá permitir “ver a luz ao fundo do túnel”, numa al-

tura em que o desemprego é elevado.

Por exemplo, para Fernando Serrasqueiro, Secretário de Estado

do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, a abertura das

grandes superfícies ao domingo até às 24h horas pode criar mais

de dois mil postos de trabalho directos e muitos outros indirectos,

em sectores como limpeza, segurança ou assistência.

A Sonae, detentora dos hipermercados Modelo e Continente,

também aplaudiu a decisão do conselho de ministros, consideran-

do que «é a favor da concorrência uma vez que elimina distorções,

vai criar mais emprego e facilitar a vida das famílias».

Segundo o presidente executivo do grupo, Paulo Azevedo,

«todos os anos, em Janeiro, quase duas mil pessoas deixam de tra-

balhar na Sonae e depois retomam no ano seguinte, na época do

Natal [período em que os hipermercados podem abrir aos feriados

e domingos à tarde]. Essas duas mil pessoas teriam, com certeza,

lugar na Sonae».

Também a Associação Portuguesa das Empresas de Distri-

buição considera que a medida terá um impacto para a economia

superior a 2,5 mil milhões de euros até 2017; serão criados oito mil

empregos directos e indirectos.

Opinião diferente manifesta a Confederação do Comércio e

Serviços de Portugal (CCP) que garante que a medida vai agravar

o desemprego no sector e irá penalizar o comércio independente.

«A medida poderá conduzir inclusive a uma nova dinâmica por

parte dos grandes grupos da distribuição no sentido destes au-

mentarem as áreas de venda nos concelhos até 30 mil habitantes,

com consequências claramente nefastas para as Micro e Peque-

nas Empresas comerciais», conclui João Vieira Lopes, presidente

da CCP.

Também a Associação de Consumidores de Portugal (ACOP)

manifestou-se contra esta medida, que considera «prejudicial à

economia, aos trabalhadores e à família». «Esquecemo-nos que na

generalidade dos países europeus não há abertura dos hiper-mer-

cados e das mega superfícies, nem ao Sábado nem ao Domingo.

Não queiramos ser pioneiros no que é mau», frisou Mário Frota,

jurista e fundador da ACOP.

Seja como for, no dia em que entrou em vigor o horário de

funcionamento alargado das grandes superfícies (24 de Outubro),

muitos portugueses aproveitaram a tarde de Domingo para pas-

sear e ir às compras. Um cenário que antes era apenas possível na

época natalícia.

Page 13: GS1 Magazine

GS1 MAGAZINE | 25 GS1 MAGAZINE | 26

Mais de 4 biliões de pessoas – cerca de metade da população do

planeta – possuem, pelo menos, um telemóvel. Alguns destes equi-

pamentos são smartphones, com uma ligação à internet tão rápida

como a de qualquer computador ligado à banda larga.

O comércio móvel, ou m-commerce, é a possibilidade de

fazer comércio, utilizando um dispositivo móvel, por exemplo

um telemóvel, um PDA ou um smarthpone. Tal como o comércio

electrónico, os serviços móveis apresentam um potencial de co-

modidade, rapidez e resposta personalizada às necessidades dos

consumidores. No entanto, o potencial do comércio móvel ainda

não foi rea-lizado na sua plenitude, porque com tantos aparelhos e

operado-ras diferentes os serviços móveis tornam-se incompatíveis

entre si. É aqui que entra a GS1. Em 2010, foi oficialmente lançada

a iniciativa GS1 MobileCom, que reúne detentores de marcas de

telemóveis, operadoras móveis, prestadores de serviços tecno-lógi-

cos, organizações governamentais, com o objectivo de criar Normas

que facilitem o comércio Móvel.

L’Oréal na dianteira

Marcas globais como a Johnson & Johnson, Nestlé, Kraft, L’Oréal,

Wal-Mart e Carrefour estão a trabalhar com a GS1, com o propósito

de contribuírem para o desenvolvimento de standards que poten-

ciem o comércio e o marketing móveis. E algumas já passaram da

teoria à prática.

É o caso da L’Oréal, que no ano passado levou a cabo uma

campanha para aumentar a visibilidade de dois dos seus produtos

através do envio de MMS a dois grupos de Consumidores. O primei-

ro produto foi um creme anti-envelhecimento para os lábios. Foram

enviadas 106 mil MMS com o rosto da top model Linda Evangelista

a mulheres francesas entre os 18 e os 35 anos.

Em simultâneo, foram enviadas 45 mil MMS a homens entre os

18 e os 35 anos, com smartphone, que mostravam Patrick Dempsey,

uma das estrela da série “Anatomia de Grey”, que convidava os Con-

sumidores a ligarem-se ao website da L’Oréal para obterem um cou-

pon de uma gama de produtos masculinos.

Estas duas acções tiveram como objectivo aproximar os Con-

sumidores do website da marca.

Percorra a loja do futuro com o seu telemóvel

A GS1 MobileCom está a trabalhar em standards que permitem

Comunicação | O futuro é mesmo móvelSabia que, no mundo, já existem mais telemóveis do que computadores, cartões de crédito ou mesmo televisões? Os telemóveis alteraram a forma como vivemos, traba-lhamos e comunicamos. Agora também estão a mudar a forma como compramos.

o desenvolvimento de serviços móveis que, no futuro, serão co-

muns em qualquer grande superfície comercial.

Nesse futuro, o planeamento das suas compras começará em

casa, com a elaboração da lista de compras no seu computador

pessoal ou telemóvel, informação que poderá partilhar com os ou-

tros membros da sua família. Sem se levantar do sofá, poderá solici-

tar e receber coupons e promoções. Ainda antes de entrar na loja,

receberá informação sobre ofertas especiais através da interacção

do seu telemóvel com flyers promocionais ou cartazes publicitári-

os à entrada da superfície comercial. Finalmente, no interior, en-

quanto percorre os corredores, fará o self-scan dos itens, através da

leitura do código de barras, à medida que os retira das prateleiras.

Poderá ainda receber informação detalhada e personalizada

sobre os produtos; adquirir coupons e descontos especiais; en-

comendar produtos que não se encontrem no linear; acrescentar

itens adicionais à sua lista de compras e interagir com a sinaliza-

ção da loja, utilizando

o seu telemóvel como

controlo remoto. No

final, terá a possibi-

lidade de fazer o check-

out, através de um

único código de barras

que será exibido no

ecrã do seu telemóvel.

As tecnologias estão

aí. Agora só faltam as

Normas GS1 que tornem o comércio móvel uma realidade para

todos os Consumidores.

Quer ler códigos de barras com o seu telemóvel?

Estas são algumas aplicações que pode descarregar gratuita-

mente:

I-Nigma - http://www.i-nigma.com

UpCode - http://www.upcode.fi/

Bee Tag - http://www.beetagg.com

Mobile Tag - http://mobiletag.com/en/download.php

Page 14: GS1 Magazine

GS1 MAGAZINE | 27 GS1 MAGAZINE | 28

Pelo terceiro ano consecutivo, o Estoril voltou a ser a capital da

sustentabilidade em Portugal. Entre 10 e 17 de Setembro, o Centro

de Congressos do Estoril (CCE) recebeu o Green Festival que dá a

conhecer o que de melhor se faz nas vertentes social, ambiental e

económica.

«Depois do sucesso do Green Festival nos últimos dois anos,

queremos continuar a contribuir para a promoção de uma mudan-

ça de atitude por parte dos cidadãos em prol de um futuro mais sus-

tentável. Acreditamos que cada um pode fazer a diferença», afirmou

o porta-voz da organização do Green Festival.

Da agenda do evento fez parte um painel de oradores nacio-

nais que se debruçaram sobre diversas temáticas nas conferências,

seminários e workshops, desde Biodiversidade, Espaço Público, Ci-

dades Sustentáveis, Turismo Sustentável e Empreendedorismo e

Inclusão Social.

De destacar ainda a presença de importantes figuras no pa-

norama internacional, de que são exemplo Jaime Lerner, arquitecto

consultor das Nações Unidas na área do urbanismo, que falou sobre

as cidades sustentáveis; e a indiana Jeroo Billimoria, fundadora da

rede Aflatoun - associação que ensina crianças carenciadas a pou-

parem dinheiro e a planearem o futuro para quebrar o ciclo de po-

breza -, que discursou na conferência àcerca da inovação social e

sobre o que as empresas estão a fazer para serem relevantes nas

suas comunidades.

A edição de 2010 ficou também marcada pelo Congresso Anual

do BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento

Sustentável sob a temática “Visão de um Futuro Sustentável”. Deste

organismo fazem parte alguns dos Associados da GS1 Portugal, no-

meadamente membros dos seus Órgãos Sociais. “Desafios nacionais

para um futuro sustentável” e a “Agenda empresarial para o futuro

sustentável” foram alguns dos temas debatidos no congresso do

BCSD, onde foi ainda apresentada a “Visão 2050”, por Bruno Berthon,

responsável mundial da linha de serviço de Sustentabilidade da Ac-

centure.

Este ano, o Green Festival contou ainda com o alargamento das

iniciativas a novas áreas temáticas, nomeadamente Green Building

(dedicada à eficiência energética, construção sustentável e energias

renováveis), Green Trends (arte, moda, decoração, tecnologia e mo-

bilidade), Green Consumer (produtos de grande consumo), Green

Taste (alimentação saudável e mercado biológico), Green People

(solidariedade, saúde e bem-estar), e Green Careers (empregos

“verdes”).

Para o grande público, o Green Festival ofereceu a possibilidade

de poder fazer compras ecológicas, um mercado biológico, um

mercado de trocas (swap market) e ainda a Feira de Artesanato do

Estoril (FIARTIL). Peddy-paper, aulas de yoga e dança do ventre e

ainda experiências de bem-estar (por exemplo, massagens) foram

outras das actividades.

O Green Festival é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cas-

cais, da Gingko e da GCI, que, este ano, associou-se ao Ano Inter-

nacional da Biodiversidade e ao Ano Europeu Contra a Pobreza e

Exclusão Social.

Eficiência que torna os negócios sustentáveis

A GS1 Portugal faz parte da lista de organizações que têm

vindo a contribuir para a sustentabilidade. Por isso, a Associação

aproveitou para, durante o evento, promover a utilização mais efi-

ciente dos recursos materiais e humanos, nomeadamente através

do Sistema GS1.

No espírito do Green Fest, a GS1 Portugal distribuiu maçãs mar-

cadas com o GS1 DataBar, um novo código de barras vocacionado

para o retalho que, apesar das suas dimensões muito reduzidas,

transporta mais informação do que os códigos tradicionais. Permite

ainda que itens difíceis de marcar (como, por exemplo, uma maçã)

possam transportar um código barras, garantindo a sua rastreabili-

dade.

As etiquetas GS1 DataBar foram gentilmente cedidas pela CMC-

ID, um parceiro tecnológico da GS1 Portugal especializado na Iden-

tificação Automática de itens.

A Factura Electrónica e as Mensagens Electrónicas GS1 foram

outros temas para os quais a GS1 Portugal sensibilizou o público

do festival, nomeadamente através da distribuição da brochura “Co-

mércio Electrónico: Mais Eficiência, Menos Desperdício”. Esta pub-

licação inclui uma “Dieta de Energia”: um calendário com dicas e

conselhos aos consumidores sobre como poupar energia e reduzir

a pegada carbónica.

Pela eficiência que geram nos negócios e no dia-a-dia das em-

presas e dos cidadãos, as normas da GS1 contribuem assim, para a

melhoria da sustentabilidade, especialmente no seu pilar económi-

co. Uma mensagem bem presente nesta edição.

Corporativa | GS1 Portugal no Green FestivalA GS1 Portugal participou pelo segundo ano consecutivo no Green Festival, evento de referência na área de sustentabilidade. No Estoril destacou a importância do Sistema de Normas de Identificação e Codificação na utilização mais eficiente dos recursos materiais e humanos e na preservação do ambiente.

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GS1 MAGAZINE | 29 GS1 MAGAZINE | 30

O OSA é um projecto do GS1 ECRservices (Efficiente Consu-

mer Response) que tem como objectivo a redução das rupturas

na cadeia de valor, sobretudo nos lineares das grandes superfícies,

através da implementação de acções colaborativas entre produ-

tores e retalhistas.

«Nos últimos anos, os consumidores tornaram-se mais exigen-

tes, informados e cépticos, e as rupturas na cadeia de valor signifi-

cam perdas de dinheiro, tempo e energias», afirmou Pedro Vítor,

GS1 ECRManager e gestor do projecto OSA. «O Consumidor perde a

confiança quer nas Marcas, quer no Retalho quando não encontra o

produto que procura nas prateleiras do ponto de venda».

Quando não encontram o produto desejado, 69 por cento dos

Consumidores mudam de marca, conclui um estudo do ECR Euro-

pa. «Mas à terceira ocorrência, a mesma percentagem de consumi-

dores não compra qualquer produto, ou muda de loja. Esta é uma

situação altamente prejudicial, tanto para os distribuidores como

para as marcas. E, em última análise, para o Consumidor, que sente

que não lhe foi prestado um bom serviço», conclui Pedro Vítor.

Segundo dados do ECR Europa, a indústria de bens de grande

consumo e os distribuidores ainda não atingem os 100 por cento de

disponibilidade nos lineares. A média europeia ao nível das rupturas

é de 7,1 por cento.

OSA: um factor crítico para o seu negócio

«A primeira fase do projecto foi de Diagnóstico. Foram identifi-

cadas e quantificadas as principais causas das rupturas», explica Ar-

tur Amante, consultor independente e gestor deste projecto. «Para

esta fase inicial, tivémos um duplo objectivo. Por um lado, traçar o

perfil do problema a nível nacional. Por outro, e a um nível individu-

al, cada produtor e distribuidor tem a possibilidade de identificar as

causas que levam às rupturas para, numa segunda fase do projecto,

serem trabalhadas e corrigidas».

A 18 de Outubro teve início a recolha de dados, em lojas dos

grupos Auchan, Jerónimo Martins e Sonae. Durante seis semanas,

auditores da Sociprime, o parceiro escolhido para este projecto, fi-

zeram a recolha de informação relativa à disponibilidade no linear

de um conjunto de produtos previamente seleccionados pelos de-

tentores de marcas.

Os participantes no projecto puderam monitorizar diariamente

os resultados obtidos. Os distribuidores tiveram acesso à informa-

ção sobre as rupturas na sua loja. Por sua vez, o produtor pôde con-

sultar a informação sobre as rupturas dos seus produtos. Todos estes

dados serão tratados e será apresentado um relatório final.

Conheça os vários tipos de rupturas

Uma estratégia contínua de OSA pode contribuir para o incre-

mento do nível de serviço/disponibilidade na prateleira, condu-

zindo fabricantes e distribuidores, não só a ganhos de vendas e

lucros, mas também a uma vantagem competitiva face aos seus

concorrentes. E, acima de tudo, permite o desenvolvimento de um

sistema coerente, que melhora os factores críticos, e de um modelo

de negócio centrado em quem realmente importa: o Consumidor

Final.

Mas que factores críticos são esses? O ECR Europa identificou as

causas mais comuns de ruptura:

• A disponibilidade ao longo da cadeia de abastecimento;

• Características da categoria em questão;

• As actividades promocionais;

• A tipologia e o formato da loja;

• O dia da semana;

• Os níveis de inventário;

• Os métodos de distribuição.

ECR | Lineares sem rupturasO projecto OSA – On Shelf Availability arrancou oficialmente a 1 de Outubro, numa ses-são que reuniu no Hotel Dom Pedro Palace, em Lisboa, o Grupo de Trabalho, constituído por Produtores de Marcas, Distribuidores e elementos da equipa GS1.

Grupo de Trabalho OSA 2010

Page 16: GS1 Magazine

GS1 MAGAZINE | 31 GS1 MAGAZINE | 32

centrar-se na relação entre produtores e retalhistas. Considera-se,

portanto, o fluxo de abastecimento que vai desde as instalações

dos produtores até aos centros de distribuição das empresas

retalhistas.

A realização deste estudo divide-se, me-

todologicamente, em três etapas. Numa

primeira fase («Analisar»), agora em curso,

é recolhida informação junto de todas

as empresas de forma a caracterizar

os fluxos logísticos actuais. Far-se-à a

compilação e análise de toda a infor-

mação recebida, de forma a identificar

iniciativas de melhoria e optimização.

Nesta fase, a Accenture actua também

como black box, garantindo a confiden-

cialidade da informação disponibilizada.

Iniciar-se-á depois a fase «Identificar».

Com base na caracterização da situação actual,

as empresas participantes cooperarão também na

identificação de oportunidades de melhoria. Para isso, realizar-se-á

um workshop de apresentação e debate de ideias, com a presença

das empresas participantes, do GS1 ECRservices e de especialistas

da Accenture.

Finalmente, o projecto encerrará com a sistematização de

recomendações e a estruturação de um roadmap de implementa-

ção (fase «Recomendar»).

A GS1 Portugal, a Accenture e todas as empresas participan-

tes acreditam que este projecto será um contributo fundamen-

tal, não só pela identificação de oportunidades de melhoria da

sustentabilidade das cadeias de abastecimento, mas por actuar

também como catalisador da colaboração efectiva entre empre-

sas do sector.

José Carlos Gama

Senior Manager da Accenture na divisão de Distribuição e Consumo

Aplicado a uma empresa ou organização, a Sustentabilidade é

a forma como cria valor para os seus accionistas e para a socie-

dade, minimizando ou melhorando o seu impacto em três ver-

tentes essenciais: aspectos sociais, ambientais e económicos.

De facto, 87 por cento dos CEOs do «Fortune 1000»

acreditam que a sustentabilidade é importante

para os resultados de uma empresa e 73 por

cento acredita que lhes propicia também

uma redução de custos efectiva.

Ciente desta realidade, a GS1 e o

ECR (Efficient Consumer Response)

têm vindo a desempenhar um papel

importante na sensibilização das

organizações para a importância e

urgência do tema. Considere-se, por

exemplo, o documento «Packaging in the

Sustain-tability Agenda», do ECR Europe, um

guia que disponibiliza informação clara para a

formulação de uma estratégia de packaging sustentável.

Optimizar as cadeias de abastecimento

Também em Portugal a GS1 Portugal, através do

GS1 ECRservices, decidiu promover uma iniciativa que agre-

gasse produtores de bens de consumo e retalhistas em torno de

um propósito comum: a optimização da cadeia de abastecimento.

Nasceu, assim, o projecto «Sustentabilidade da Cadeia de Abaste-

cimento», cujo objectivo é a identificação de iniciativas de melho-

ria da sustentabilidade das cadeias de abastecimento, através da

optimização dos transportes e rede de distribuição e da colabora-

ção entre retalhistas e produtores. Participam neste estudo as mais

importantes empresas do sector a nível nacional – 13 produtores

e 3 retalhistas.

Para a concretização do projecto, a GS1 Portugal escolheu

como parceiro a consultora Accenture que, para além de cola-

borar com os principais retalhistas e produtores nas mais diversas

áreas, possui experiência sólida nos domínios específicos de Supply

Chain Management e de Sustentabilidade.

Analisar e Identificar

O projecto «Sustentabilidade da Cadeia de Abastecimento» irá

ECR | Cadeias de abastecimento sustentáveisO conceito de Cadeia de Abastecimento «Verde» é cada vez mais uma característica real das operações de retalhistas e produtores. Os consumidores assim o exigem. Os analistas valorizam--no. E os principais decisores nas organizações são cada vez mais favoráveis a esta forma de actuar.

« 87 por cento dos CEOs do "Fortune 1000" acreditam que a sustentabilidade é

importante»

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Logística | As normas GS1 protegem a sua saúdeA segurança dos pacientes e da cadeia de valor, a rastreabilidade e a eficiência dos pro-cessos são actualmente algumas das principais preocupações do sector da prestação de cuidados de saúde. As Normas GS1 podem ajudar.

Nos hospitais em todo o mundo, pacientes, medicamentos e

dispositivos médicos têm de ser permanentemente rastreados,

de forma a assegurar que os cinco direitos dos pacientes são res-

peitados: (1) que o medicamento adequado (2) é ministrado ao

paciente certo, (3) no momento exacto, (4) na dose correcta, (5)

pela via adequada.

Mas os erros podem acontecer. Por exemplo, um medica-

mento pode ser colocado na prateleira errada e ser confundido

com outro ou um enfermeiro pode administrar um fármaco ao

paciente errado.

Embora em Portugal não exista um sistema que registe os er-

ros médicos, dados internacionais, interpretados pela Associação

Portuguesa dos Farmacêuticos Hospitalares (APAH), referentes a

2005, revelam que a administração incorrecta de medicamentos

a doentes hospitalizados é a causa de morte de cerca de 7.000

portugueses por ano. E estes casos não são exclusivos de Portugal.

Errar é humano, mas quando se trata da saúde, estas falhas

podem ter consequências muito graves. Em 2009, uma troca de

medicamentos na farmácia do Hospital de Santa Maria resultou na

cegueira de seis pessoas.

Mais recentemente, no Hospital Garcia de Orta, uma troca de

medicamentos durante um exame de diagnóstico aos ouvidos

provocou queimaduras nos intestinos a duas crianças.

Mais do que erros humanos, estas falhas ocorrem porque os

sistemas de rastreabilidade e gestão hospitalar são obsoletos, mui-

tos deles ainda manuais.

A não utilização de uma linguagem electrónica comum na ca-

deia de valor dos cuidados de saúde gera confusão nos processos

e torna o trabalho manual uma realidade quotidiana nos hospitais

portugueses, o que aumenta potencial de erro humano.

De acordo com o GS1 Healthcare, 30 por cento dos erros de

administração de medicamentos nos hospitais podem ser evita-

dos através da implementação de sistemas de identificação au-

tomática. Mas uma boa integração do Sistema GS1 pode chegar a

evitar 80 por cento destas ocorrências.

A GS1 desenvolve e gere um conjunto de Identificadores-

Chave, ou seja, estruturas numéricas que podem ser utilizadas

para identificar de forma inequívoca:

Medicamentos: o GTIN (Global Item Trade Number) pode

identificar única e inequivocamente medicamentos. Cada fár-

maco pode conter o seu próprio GTIN, que será único em todo

o mundo.

Localizações: o GLN (Global Location Trade Number) identi-

fica localizações físicas ou legais. Por exemplo: o emissor de uma

nota de encomenda, o local de expedição de um dispositivo

médico, um armário no hospital ou uma prateleira desse armário.

Unidades logísticas: através do SSCC (Serial Shipping Con-

tainer Code).

Dispositivos Médicos: o GRAI (Global Returnable Asset Iden-

tifier) identifica a localização do material reutilizável durante a la-

vagem, esterilização e manutenção.

Pacientes: o GSRN (Global Service Relation Number) identifica

a relação de um paciente com o serviço de saúde, registando au-

tomaticamente todos os tratamentos que lhe foram ministrados.

Prescrições médicas: o GDTI (Global Document Type Identi-

fier) identifica documentos como, por exemplo, receitas médicas,

ligando-as aos registos médicos dos pacientes. Os Identificadores-

Chave GS1 são transportados em plataformas físicas: os Trans-

portadores de Dados GS1, que podem ser etiquetas RFID (Identifi-

cação por Rádio Frequência), códigos de barras (GS1-128, EAN-13),

ou outras simbologias (GS1 DataMatrix).

Todos os movimentos de cada um dos elementos da ca-deia de valor da Saúde geram fluxos de informação, que são geridos por via electrónica.

As Normas GS1 eCom (Normas Globais para a Troca de Mensagens Electrónicas Comerciais) asseguram que cada etapa da cadeia de valor, desde o produtor do fármaco à sua administração ao paciente na unidade hospitalar, gera e arma-zena mensagens electrónicas normalizadas, numa linguagem comum.

A Normalização e Automação, e a utilização do Sistema GS1, oferecem mais valias de segurança a um sector onde a eficiência pode ser uma questão de vida ou de morte.

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São Paulo foi o palco da 16ª Conferência da GS1 Healthcare que

decorreu, pela primeira vez, num país da América do Sul. Durante

dois dias, entre 16 e 18 de Março, 20 especialistas partilharam com

uma plateia de 200 participantes, de 20 países, os últimos desen-

volvimentos nas áreas da rastreabilidade, identificação automática

e políticas públicas que visam a segurança dos pacientes.

Entre os oradores estiveram Chris Adcock, presidente da GS1

Global Office, Jan Crowley, conselheiro para a segurança de paci-

entes da Food and Drug Administration (FDA), líderes de institu-

ições públicas e privadas brasileiras e representantes de grandes

laboratórios como a Alcon, a GlaxoSmithKline e Eurofarma.

O GS1 Healthcare é um grupo de trabalho da GS1 que reúne

hospitais, operadores logísticos e transportadores, indústria

farmacêutica, fabricantes de dispositivos hospitalares, entre ou-

tros operadores desta cadeia de valor. Sob a liderança da GS1, tra-

balham para alcançar um objectivo comum: aumentar a seguran-

ça e a qualidade dos cuidados de saúde prestados aos pacientes.

Para atingir essa meta, o GS1 Healthcare desenvolve normas para

automação e controlo de processos e procedimentos que condu-

zam à redução de erros médicos.

Resultados depois de implementar o Sistema GS1

A prevenção dos erros de administração de medicamentos é

uma das grandes frentes de combate do GS1 Healthcare. Segundo

uma pesquisa do British Medical Journal, a prevalência de erros

de medicação nas unidades de cuidados intensivos nos hospitais

é de 74,5 por 100 pacientes. Em cerca de 0,9 por cento dos casos

em estudo, registaram-se mortes ou danos permanentes na saúde

dos pacientes.

Chris Adcock contrapôs estes números, com os resultados dos

hospitais que implementaram o Sistema GS1. «Uma implementa-

ção integrada do Sistema GS1 na logística hospitalar pode reduzir

em 80 por cento a incidência dos erros de medicação», e subli-

nhou o exemplo do hospital holandês Gelre Ziekenhuizem, que

após a implementação das receitas electrónicas e dos códigos de

barras GS1, «reduziu 74 por cento dos erros de administração de

medicamentos a pacientes hospitalizados».

A outra frente de combate prioritária para a GS1 é a redução da

contrafacção de medicamentos. Segundo dados da FDA, em 60

por cento dos 66 mil casos suspeitos denunciados nos EUA duran-

te o ano passado, as embalagens não tinham número de lote ou

qualquer outro identificador que assegurasse a sua autenticidade.

No total foram apreendidos 5.000 produtos contrafeitos, que caso

tivessem entrado na cadeia de valor, poderiam ter posto em risco

a saúde dos pacientes.

O Brasil dá o exemplo

Um dos grandes casos em destaque nesta conferência foi o do

Brasil. Com 191 milhões de habitantes, o Brasil é o maior mercado

farmacêutico da América do Sul e o décimo a nível mundial.

Uma pesquisa conduzida pela McKinsey Corporation revelou

que 25 por cento do mercado farmacêutico brasileiro é ilegal ou

informal, e na sua cadeia de valor circula uma percentagem ele-

vada de produtos contrafeitos, roubados ou sujeitos a evasão fis-

cal. Consciente desta situação de potencial perigo para a saúde

pública, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) iniciou

um conjunto de reformas no sistema de saúde. Este esforço veio

na sequência da promulgação da lei 11.903, que prevê o reforço

ao combate à contrafacção de medicamentos através da imple-

mentação de sistemas de captura de automática de dados, seri-

alização e rastreabilidade e a marcação com o GS1 DataMatrix de

todos os medicamentos de saúde humana e veterinária.

Os laboratórios já se estão a adaptar a esta nova realidade. O

Eurofarma, um dos cinco grandes produtores de medicamentos

no Brasil, foi o primeiro certificado pela GS1 Brasil como utiliza-

dor do GS1 DataMatrix. Mas o Brasil também está a dar cartas na

logística hospitalar.

Um dos casos de sucesso apresentado na conferência foi o

da Associação Nacional dos Hospitais Privados (ANHP), que re-

presenta 40 hospitais privados do Brasil. «Em 2010 conduzimos

um estudo para avaliar o nível de automação dos nossos hospitais

e os resultados foram muito positivos», referiu Ângela Lopes da

ANHP. Dos 32 hospitais que responderam ao inquérito, a maioria

afirmou fazer a rastreabilidade dos medicamentos e dispositivos

médicos através do Sistema GS1.

O caso do Brasil é um exemplo paradigmático porque é um

dos primeiros países do mundo com a aplicação de uma regula-

mentação concreta para a rastreabilidade dos cuidados de saúde.

«Um exemplo a seguir», segundo Ulrike Kreysa, Directora do GS1

Healthcare.

Internacional | O Sistema Nacional de Saúde brasileiro e o Sistema GS1Segurança, rastreabilidade e as políticas públicas na área da Saúde foram os grandes temas da 16ª Conferência da GS1 Healthcare. A adopção do Sistema GS1 pela indústria farmacêutica e hospitais brasileiros foi o caso em destaque nesta edição.

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A olho nu, um medicamento contrafeito pode parecer

exactamente igual a um fármaco genuíno. No entanto, embora

possam ter o mesmo formato, cor, textura e até vir numa

embalagem semelhante, a sua composição é diferente. Em

muitos destes produtos, o princípio activo está presente apenas

em pequenas quantidades, o que pode resultar na imunidade do

doente ao tratamento.

Noutros casos, não têm qualquer princípio activo, ou a sua

quantidade é excessiva. Laboratórios improvisados, sem quaisquer

condições de higiene, utilizam açúcar, cera, substâncias nocivas e

ilegais na produção destes medicamentos, que se parecem tanto

com os verdadeiros que, muitas vezes, só são detectados através

de exames sofisticados.

Segundo dados da International Pharmaceutical Federation

(FIP), a contrafacção de medicamentos representa já mais de 10

por cento do mercado farmacêutico, com vendas globais na or-

dem dos 60 milhões de euros. Nos países em desenvolvimento

estima-se que a percentagem de medicamentos contrafeitos che-

gue aos 50 por cento. Em Portugal, a Direcção Geral de Alfândegas

apreendeu no ano passado 50 mil unidades de comprimidos sus-

peitos de serem falsificados.

Os alvos preferenciais são os medicamentos para a perda de

peso, para o tratamento da disfunção eréctil e os anti-depressivos.

No entanto, as estatísticas mostram que há novas doenças que es-

tão sob a mira da indústria da contrafacção como, por exemplo, a

doença de Parkinson e o cancro. Os citostáticos, fármacos que são

utilizados para o tratamento do cancro, estão entre os que mais

cresceram em volume de contrafacção nos últimos anos.

A contrafacção de medicamentos é para 68 por cento dos

farmacêuticos portugueses um problema muito grave, como

demonstra o estudo Global Survey of Pharmacists 2010 – Phar-

macists Expectations and Needs, realizado pela consultora APCO

Insight.

As autoridades mundiais têm aumentado os seus esforços de

combate a este fenómeno e desenvolvido formas de coordenação

e actuação concertadas, mas deparam-se com a elevada

sofisticação dos meios utilizados pelos contrafactores. Cada vez

mais sensíveis a este problema, estão a unir-se no desenvolvimen-

to de sistemas de de alerta mais eficazes, que detectem, com

precisão cirúrgica, os medicamentos falsificados que entram na

Em Análise | Normas que combatem a contrafacçãoA indústria ilegal de contrafacção de medicamentos está a crescer à escala global, tornando-se cada vez mais sofisticada e utilizando a internet como principal canal de distribuição. Quando a saúde dos pacientes está em jogo, a utilização de Normas que identifiquem inequivocamente os medicamentos pode salvar vidas.

cadeia de valor – e como entram – para que estes não cheguem

aos pacientes.

A solução: Identificação Inquívoca de Medicamentos

Não existe uma “solução standard” para o combate à contra-

facção de medicamentos, porque a dimensão do fenómeno, os

sistema de saúde e a regulamentação é muito diferente de país

para país. No entanto, a adopção de normas que assegurem a

identificação única para cada embalagem de medicamento, as-

sociada a sistemas de rastreabilidade e autenticação automáticos,

torna mais difícil e dispendiosa a introdução de medicamentos

contrafeitos na cadeia de valor. É neste contexto que o Sistema

GS1 pode fazer toda a diferença.

O GS1 DataMatrix é uma solução eficaz, e menos onerosa, para

tornar os medicamentos mais seguros e ajudar no combate à con-

trafacção. Tal como os códigos de barras, é um Transportador de

Dados GS1, mas as suas dimensões são muito reduzidas e tem ca-

pacidade para conter mais informação. Para além do GTIN (Global

Trade Item Number), um Identificador-Chave GS1 que permite a

identificação única e inequívoca de um bem (produto ou serviço),

pode conter, por exemplo, o número de série, o número de lote ou

a data de validade.

Outra vantagem importante deste Transportador GS1 é a sua

capacidade de verificação e correcção de erros. O GS1 DataMatrix

pode reconstruir informação, mesmo em situações nas quais os

danos ao símbolo alcancem os 60 por cento. As suas dimensões

muito reduzidas tornam-no o símbolo ideal para marcar embala-

gens de medicamentos, mas também dispositivos e instrumentos

médicos muito pequenos, como tesouras e bisturis.

Na União Europeia, o GS1 DataMatrix é obrigatório para a iden-

tificação de medicamentos da Saúde Veterinária. Na Saúde Huma-

na, a European Federation for Pharmaceutical Industries and Asso-

ciations (EFPIA) também recomenda este símbolo para marcação

de medicamentos.

Metade das Farmácias Online são Ilegais

Os pacientes devem estar informados e sensibilizados para os

riscos resultantes da toma de medicamentos contrafeitos. Nesse

sentido há alguns cuidados que pode ter sempre que estiver a

tomar um fármaco.

Page 20: GS1 Magazine

GS1 MAGAZINE | 39 GS1 MAGAZINE | 40

1. Seja observador. Se encontrar algum elemento diferente ou

pouco usual num medicamento, comunique imediatamente a

anomalia à Autoridade do Medicamento (Infarmed).

2. Se sentir um efeito secundário inesperado, que não esteja

referido na bula do medicamento, entre em contacto com o seu

médico.

3. Forneça informações sobre onde comprou o medicamento

suspeito, sobretudo se foi obtido através da internet.

4. Espalhe a palavra junto dos seus familiares e amigos sobre

os cuidados que devem ter quando compram medicamentos. Os

fármacos contrafeitos podem ter consequências graves na saúde.

Apesar de todos os anos serem apreendidos medicamentos

falsificados na cadeia de valor tradicional, a maioria dos pacientes

obtém estes produtos na Internet ou em lojas não licenciadas.

Há mais de 10 anos que a venda ilegal de medicamentos

pela Internet é um fenómeno global que tem gerado múltiplos

casos de risco para a saúde pública. Estima-se que 50 por cento

dos websites que vendem medicamentos, fazendo-se passar por

farmácias, não estão licenciados.

Mesmo quando os sites têm uma aparência credível, isso não

significa que estejam autorizados a vender medicamentos pela

internet, não estando garantida a sua segurança, qualidade e

eficácia. Algumas destas páginas não garantem a confidenciali-

dade dos dados das pessoas, e os medicamentos encomendados

nunca chegam a ser enviados aos pacientes ou ficam retidos na

alfândega.

Por isso, saiba defender-se. Em Portugal, mais de 70 farmácias

estão autorizadas a vender medicamentos através da Internet,

quatro vezes mais estabelecimentos do que há um ano e meio, se-

gundo dados do Infarmed. Para evitar que os consumidores sejam

direccionados para páginas de venda ilegal, o Infarmed disponibi-

liza no seu site uma ferramenta de pesquisa dos locais autorizados

para o efeito: http://www.campanha.infarmed.pt/.

A compra através dos sites registados no Infarmed garante

que a dispensa dos medicamentos é feita pelos profissionais

habilitados daqueles estabelecimentos, que o transporte é

feito em condições controladas e que, no acto de entrega, são

prestadas as informações necessárias à toma do medicamento.

Os resultados de um inquérito realizado pelo Infarmed sobre

os portugueses que compram medicamentos na Internet revelam

que a maioria dos inquiridos (65 por cento) dizem verificar se os

sites são autorizados. No entanto, apenas 20 por cento o faz de

forma correcta, consultando a página do Infarmed na Internet. As

outras formas que usam para verificar a autorização, que são in-

correctas, prendem-se com supostos certificados de garantia exis-

tentes nos websites (19,5 por cento), a indicação do médico (13

por cento) e ainda a opinião de amigos ou de outros consumi-

dores (19,5 por cento).

Se optar por comprar numa farmácia online de um país es-

trangeiro, verifique se a seguinte informação está visível no site:

• O nome da farmácia;

• A morada e outros contactos, como o e-mail, o número de

telefone e fax;

• O nome e título profissional do farmacêutico responsável e a

instituição que o atribuiu;

• O corpo profissional onde o farmacêutico responsável está

registado;

• As regras aplicáveis à venda de medicamentos no país onde

a farmácia está registada;

•Licenciamento da Autoridade do Medicamento local.

A contrafacção de medicamentos é um problema complexo e

a sua resolução deve envolver todos os intervenientes, tais como

os produtores, os operadores logísticos, os profissionais de saúde,

os pacientes, as organizações reguladoras… e a GS1.

O Sistema GS1 pode ser utilizado de forma transversal em toda

a cadeia de valor, para a tornar mais segura para o seu elo final: o

paciente.

Normas GS1 EPCglobal identificam Viagra

As Normas GS1 EPCglobal para a RFID (Identificação por

Rádio Frequência) são uma solução para aumentar a visibili-

dade da cadeia de valor farmacêutica. Em 2006, a GS1 US e a

Pfizer levaram a cabo um projecto-piloto em grande escala

para a identificação e autenticação de um dos medicamentos

mais contrafeitos de sempre: o Viagra. Embora os resultados

tenham sido muito positivos, a RFID é uma tecnologia em

desenvolvimento e, por isso, ainda implica custos elevados.

Page 21: GS1 Magazine

GS1 MAGAZINE | 41 GS1 MAGAZINE | 42

A Pordata pretende ser a maior base de dados estatísticos

sobre Portugal com acesso gratuito, onde poderá encontrar mi-

lhares de estatísticas e indicadores sobre os mais diversos as-

pectos da realidade portuguesa - demográfico, sanitário, educa-

tivo, populacional, emprego, desemprego, salários, vencimentos,

justiça e cultura. Está disponível na Internet, em www.pordata.pt, e

é o resultado de uma iniciativa da Fundação Francisco Manuel dos

Santos, presidida pelo investigador António Barreto.

O site reúne estatísticas sobre «quase todos os capítulos da

sociedade portuguesa, com dados relativos aos últimos 50 anos,

fornecidos por mais de 30 entidades que produzem estatísticas

certificadas», explicou António Barreto à Lusa.

«O objectivo é o de dar ferramentas aos cidadãos que lhes

permitam, de um modo tão rigoroso e independente quanto pos-

sível, formar a sua opinião com base em factos e não apenas com

base em opiniões. Eu não quero pensar sobre a saúde aquilo que

os políticos me dizem, eu quero pensar sobre a saúde aquilo que

os números, os factos e as ideias me permitem a mim próprio pen-

sar», acrescentou o responsável.

Ao aceder ao endereço da base de dados, uma mensagem

explica a forma de funcionamento do site. As pesquisas são rea-

lizadas por palavra-chave, tais como em motores de busca como

o Google ou o Yahoo, e existe uma opção de pesquisa avançada,

onde é possível pesquisar através da selecção de intervalos de

tempo ou de anos específicos.

Podem também ser consultados, por exemplo, valores diários

e anuais, com destaque para os nascimentos e óbitos, o número

de jornais, revistas em circulação e os valores da despesa pública

com saúde e educação.

Uma das mais-valias deste espaço online é que os dados não

são estáticos, pelo contrário, têm actualização automática e em

tempo real. Por exemplo, a cada jornal ou revista vendidos em Por-

tugal, o número cresce, ou a cada utente atendido pelo Serviço

Nacional de Saúde a despesa com saúde também aumenta. Além

disso, o utilizador pode escolher e cruzar variáveis, criar os seus

próprios quadros e gráficos estáticos e dinâmicos e calcular taxas

de variação e percentagens. Tudo à distância de um clique.

À semelhança do que se faz lá fora, agora os cidadãos portu-

gueses podem criar consciência da realidade social portuguesa, o

que, segundo o investigador, «contribui em larga escala para o de-

senvolvimento da sociedade, o reforço da cidadania e a melhoria

das instituições públicas».

Total de sociedades constituídas desde 1985, ano em que nasceu a CODIPOR

Fontes/Entidades: INE-DGP JMJ, PORDATA - (C) FFMS - Powered by Agile Reporting Services

Conhecimento | Portugal em númerosLançado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, o site Pordata promete revolucio-nar a forma como os portugueses têm acesso aos dados estatísticos sobre o país. Da população, passando pela saúde, emprego até ao ambiente e território, tudo está ao seu alcance à distância de um clique.

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GS1 MAGAZINE | 43 GS1 MAGAZINE | 44

Parece que foi ontem, mas já passaram mais de três décadas

deste que foi introduzido, pela primeira vez, um código de barras

num produto de grande consumo. O código, que hoje já é uma

imagem de marca do mundo moderno, com o seu “bip” carac-

terístico quando é lido nas caixas de saída, nem sempre assumiu

a forma que nos é tão familiar. O primeiro “código de barras” não

tinha, na realidade, barras: era redondo, com circunferências e es-

paços entre aspas.

A patente do código de barras, como o conhecemos hoje,

foi registada a 7 de Outubro de 1952, sob o número 2.612.994,

em nome de Joseph Woodland e Bernard Silver, estudantes do

Instituto de Tecnologia de Drexel.

No entanto, a primeira utilização de um código de barras

numa superfície comercial só aconteceria 22 anos depois, a 22 de

Junho de 1974. Nesse dia, às 8h01 da manhã, um cliente da cadeia

Marsh Supermarkets, no Ohio, Estados Unidos, fazia a primeira

compra de um produto com código de barras: um pacote de 10

pastilhas elásticas Wrigley’s Fruit Gum. Este pacote ganhou o seu

lugar na história, e está actualmente em exibição no Smithsonian

Insititute’s National Museum of American History.

«Nos anos 70 nascia o primeiro código de barras do Sistema

GS1 que, hoje, é o mais utilizado em produtos de grande con-

sumo em mais de 150 países. Actualmente, pelo menos

8 biliões de códigos de barras são lidos todos os

dias”, conta Beatriz Águas, Directora de Marketing

e Comunicação da GS1 Portugal.

«O EAN-13 é o código de barras mais utiliza-

do mundialmente, permitindo a identificação

de um produto a ser vendido, movimentado e

armazenado. O EAN-13 tem, como o nome in-

dica, 13 dígitos, que incluem um prefixo que iden-

tifica o país onde foi codificado e não o seu país de

origem. No caso de Portugal, esse prefixo é o 560», explica.

Na génese da actual GS1 – Organização Global que gere o

Sistema GS1 – estão a Uniform Code Council (UCC) nos EUA e

Canadá, e a EAN Internacional, no resto do mundo, que se fun-

diram em 2005.

Em Portugal, a GS1 Portugal (CODIPOR) foi constituída a 26

de Novembro de 1985, e é a única entidade licenciada para gerir

o Sistema GS1. A Associação, que completa assim duas décadas

e meia de actividade, tem como missão permitir que os bens e

a informação se movimentem de forma eficiente e transparente,

para benefício de todos os intervenientes da cadeia de valor e,

sobretudo, para o bem-estar e segurança do consumidor final.

Era uma vez… em Portugal

1985

Os paradigmas de consumo começavam a mudar no nosso

país, com a disseminação dos Hipermercados. A necessidade de

assegurar a rapidez e a eficiência da experiência de consumo

nestes espaços foi um campo fértil para introdução do código de

barras, deixando-se de lado os registos à mão, as intermináveis

filas de espera na caixa de saída e os erros de digitação do preço.

1985/1986

A CODIPOR (Associação Portuguesa de Identificação e Codifi-

cação de Produtos) contava com apenas 140 Empresas Associa-

das, quase todas de grande dimensão, um número que aumen-

tou para 420 em 1987/1988. E, a partir daí, fez-se história.

1988

Ano em que abriu em Portugal a primeira grande superfície

– o Jumbo de Alfragide – com um sistema de leitura óptica im-

plementado, sendo que só 40 por cento dos produtos vinham

codificados de origem. Uma limitação que foi rapida-

mente ultrapassada.

1995

A EAN Internacional e UCC fundiam-se e ali-

nhavam-se, constituindo uma Organização

única e Global: a GS1. Em consonância, a

CODIPOR acrescentou GS1 Portugal à designa-

ção, tornando-se GS1 Portugal – CODIPOR.

Hoje

Apesar de, no início, o código de barras ter sido

apenas implementado pelas grandes superfícies comerciais,

hoje a GS1 Portugal conta – entre distribuidores, produtores e

parceiros tecnológicos – com mais de 6.600 Associados, que re-

presentam a Associação e implementam o Sistema de Codifica-

ção Comercial mais utilizado em todo o mundo.

O futuro é hoje

A GS1 não tem parado de inovar na área de codificação.

Reportagem | Os primeiros 25 anos GS1 Portugal

A GS1 Portugal – CODIPOR acaba de celebrar 25 anos de actividade no mercado na-cional. Foi em 1985 que a Associação introduziu o código de barras em Portugal, um símbolo que tem vindo a revolucionar os negócios nos mais variados sectores. Vamos relembrar como tudo começou.

O 560 não significa produto

português

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E esperam-se inovações nos próximos 25 anos, a começar hoje.

Em 2010 iniciou-se a implementação do GS1 DataBar que, tal como

o EAN-13, é vocacionado para produtos de grande consumo. Devi-

do às suas pequenas dimensões e capacidade de transportar muita

informação, torna-se ideal para marcar produtos com embalagens

muito pequenas e promete revolucionar a identificação de produ-

tos perecíveis, assegurando a sua rastreabilidade e promovendo a

protecção do Consumidor.

Também na área da Saúde os progressos têm sido notórios. O

GS1 DataMatrix é a simbologia recomendada pela European Fede-

ration of Pharmaceutical Industries and Associations (EFPIA) para a

Identificação de Medicamentos, graças ao seu potencial de com-

bate à contrafacção.

No entanto, a GS1 – e a GS1 Portugal – não é apenas códigos

de barras. Ao longo das últimas três décadas tem-se verificado uma

verdadeira revolução tecnológica: um desafio que a GS1 tem trans-

formado em oportunidades.

Actualmente, o seu portfólio de produtos e serviços inclui, para

além dos Normas GS1 BarCodes, as Normas GS1 eCom, que assegu-

ram a ligação entre o fluxo físico dos produtos – o seu percurso até

ao consumidor final – ao fluxo de informação, através da troca de

Mensagens Electrónicas Normalizadas como, por exemplo, a Fac-

tura Electrónica.

As Normas GS1 GDSN permitem a sincronização destes dados,

assegurando que as bases de dados comerciais são actualizadas em

tempo real. E as Normas GS1 EPCglobal abrem a possibilidade de

as etiquetas RFID – para muitos, o futuro da Identificação – sejam

codificadas de forma Normalizada e segura.

Em 2010, a GS1 lançou a iniciativa GS1 MobileCom, que tem

como objectivo tornar os dispositivos móveis um canal através do

qual o consumidor pode realizar transacções comerciais, comprar e

vender produtos, aceder a informação adicional e promoções.

Quem Somos

A Visão da GS1 Portugal – CODIPOR é a de um mundo onde os

bens e a informação se movimentam de forma segura, para bene-

fício dos negócios . A sua Missão é desenvolver standards globais e

promover a implementação de Boas Práticas operacionais, contri-

buindo para tornar mais eficiente e sustentável a relação entre os

vários agentes da Cadeia de Valor.

Actualmente, no que respeita ao perfil das Empresas Associa-

das, 84 por cento são Micro e Pequenas Empresas e 12 por cento são

Médias Empresas. Os restantes 4 por cento representam as grandes

empresas da Indústria, Comércio e Serviços.

Nesse sentido, cada vez mais, a GS1 Portugal desenvolve ser-

viços vocacionados para as Micro e PME’s que, para além de repre-

sentarem um importante segmento do seu Universo de Associados,

são consideradas o motor da economia portuguesa.

Nestlé com o Primeiro

Código de Empresa Por-

tuguesa

O primeiro CEP – Có-

digo de Empresa Portugue-

sa, foi atribuído pela GS1

Portugal à Nestlé Portugal:

5601001.

O CEP é constituído

pelo prefixo do País (560 em

Portugal) e por um número

que identifica a empresa. É

a partir do CEP que é cons-

truída a Chave Numérica de

13 dígitos, o GTIN – Global

Item Trade Number, que

identifica o produto e é

transportada pelo código

de barras. Em Reunião de Direcção foi aprovada a atribuição do título de Associado Honorário a João Lopes Ribeiro.

Graças à constituição

da CODIPOR, foi possível

arrancar com a Grande

Distribuição em Portugal. A

introdução da codificação

levou a uma verdadeira

revolução comercial

e informacional. Nos

próximos 25 anos, a GS1

Portugal terá à sua frente

desafios interessantes, com

o desenvolvimento da

tecnologia, que levará a uma

maior utilização de uma

Linguagem Comum.

João Lopes Ribeiro, Assessor

da Associação Nacional de

Farmácias e um dos Mem-

bros Fundadores da GS1

Portugal-CODIPOR

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Quando imaginamos um acompanhamento perfeito para o

vinho, lembramo-nos quase sempre de queijo. Sem explicações

científicas, sabe bem ir saboreando uma fatia de queijo com pão e

degustar um bom vinho.

E, se pensa que este hábito de desfrutar do queijo na companhia

de um bom vinho é recente, engana-se. A história poderá comprovar

que, em tempos idos, era com vinho que se acompanhava o queijo,

criando-se, assim, um equilíbrio intenso.

Seja como for, é incrível como o imaginário gastronómico se

aproxima tanto do prazer real quando saboreamos estas duas

iguarias.

Como dois velhos amigos, o queijo e vinho complementam-se

na perfeição, permitindo infinitas combinações. No entanto, impor-

ta aprender a seleccionar, saborear e combinar estes dois mundos

tão distintos, mas que casam tão bem.

Desde a simplicidade de uma fatia de queijo até ao mais sofisti-

cado fondue ou soufflé, o queijo é um alimento muito versátil. Con-

sumido pelo homem há mais de quatro mil anos, este alimento tem

hoje tantas variedades que é difícil conhecer todos os tipos, todas as

suas histórias e tradições e estar a par de todas as novidades.

Também o vinho, considerado a bebida dos Deuses, é rei e se-

nhor à mesa. Obtido a partir da fermentação das uvas, é consumido

há mais de oito mil anos, fazendo parte de inúmeras tradições. Hoje

em dia, é considerado o melhor companheiro do queijo.

De um modo geral, combinam-se queijos com vinhos da sua

região de origem. Mas não é obrigatório seguir esta norma, pois

conseguem-se combinações muito originais com queijos e vinhos

de regiões diferentes. Por exemplo, quanto mais fresco é o queijo,

mais seco e frutado deve ser o vinho e quanto mais duro for o quei-

jo, mais encorpado e rico pode ser o vinho.

E porque todos os pretextos são válidos para desfrutar do imenso

prazer que os queijos e os vinhos proporcionam - desde um simples

encontro com os amigos até uma celebração especial -, prepare-se

para descobrir um mundo de ligações prefeitas com os queijos da

Saloio e os vinhos da Sogrape.

Sogrape Vinhos: Uma garrafeira para o mundo

Fundada em 1942 por Fernando van Zeller Guedes, a Sogrape

Vinhos - Sociedade dos Grandes Vinhos de Mesa de Portugal foi

criada com a ambição de dar a conhecer ao mundo os vinhos por-

tugueses.

Actualmente, a empresa é liderada pela terceira geração da

família fundadora e está posicionada como uma das empresas de

vinho mais relevantes na Península Ibérica, detendo mais de 1300

hectares de vinha nas principais regiões vitivinícolas portuguesas,

na Argentina, na Nova Zelândia e no Chile. Em Portugal é uma mar-

ca incontornável.

A Sogrape Vinhos tem um portfólio de marcas de prestígio que

vão ao encontro das necessidades dos vários mercados - Mateus,

Sandeman, Offley, Ferreira, Gazela, Grão Vasco, Mateus, Quinta dos

Carvalhais, entre outras marcas reconhecidas de importantes de-

nominações de origem.

Os vinhos que a Sogrape leva aos quatro cantos do mundo são

os herdeiros legítimos do clima, da geografia e das antiquíssimas

tradições de quatro regiões vinícolas portuguesas – o Douro, a Bair-

rada, o Dão e o Vinho Verde. Aqui, a Sogrape Vinhos colhe as uvas

das mais nobres castas, que pacientemente transforma em grandes

vinhos, nas adegas e nos centros de vinificação que possui.

Gourmet | Uma dupla perfeitaCom sabores, aromas e texturas diferentes, o queijo e o vinho são também uma agradável surpresa quando se juntam à mesa. Conheça o portfólio de produtos da Saloio e da Sogrape e tire proveito do melhor destes dois mundos.

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Perna de peru com especiarias e romã PreparaçãoComece por temperar a perna de peru com sal e pimenta preta moída na altura. Segui-damente, recheie com os cubos de bacon e até com fio de cozinha de modo a dar-lhe a forma de rolo.

Junte todas as especiarias, barre a carne com a mistura e descasque as cebolas e corte-as em gomos largos

Depois, derreta a Vaqueiro num tacho e aloure a perna de todos os lados.

Adicione as cebolas e reduza o calor deixe cozinhar tapado até a cebola estar mole. Entretanto, regue com o vinho, junte a couve chinesa cortada em tiras largas e deixe cozinhar sobre lume brando até a carne estar tenra.

De seguida, abra a romã e separe os bagos.

Quando a carne estiver quase pronta, ligue o grelha-dor do forno.

Corte fatias de queijo Pal-hais Gourmet, coloque-as sobre a carne e leve ao forno até o queijo começar a derreter.

Sirva a carne salpica-da com os bagos de romã e acompanhe com arroz solto.

Queijo a sériopara barrar

A Saloio acaba de lançar

uma nova gama de produ-

tos – Queijo Cremoso –,

entrando assim num novo

segmento de mercado.

Disponível nas variedades

Palhais Cremoso, Alavão

Cremoso, Moinho Cremoso

e Regional Cremoso, esta

nova linha foi criada a

pensar no consumidor e

nas mais variadas ocasiões,

desde as mais simples até

às mais sofisticadas.

Mateus Rosécom distinção

Mateus Rosé Sparkling

foi distinguido, este ano,

com medalha de ouro

no Concours Mondial

de Bruxelles. É um vinho

espumante bruto que

prima pelo seu estilo jovem

e fresco, mantendo-se fiel à

reputação da marca. O seu

charme e elegância dão

um toque efervescente a

qualquer ocasião, sendo

ideal para momentos de

celebração.

Queijo Saloio: A arte do queijo tradicional

Fundada em 1968, a Saloio apresenta-se ao mercado sob a as-

sinatura “A arte do queijo tradicional”, conjugando a tradição - das

receitas e dos sabores - e a qualidade assegurada pelo controlo

rigoroso de factores de produção. A empresa produz e comercia-

liza queijos tradicionais portugueses a partir de duas unidades de

produção: Ponte do Rol/Torres Vedras e Pego/Abrantes, contando

com o esforço de 150 funcionários.

Com um portfólio alargado de produtos, a marca da Saloio está

presente nos segmentos de queijo curado e especialidades, queijo

fresco, requeijão, ralados e fundidos, com uma transformação de

150 mil litros de leite. No segmento de curados, destaca-se com a

comercialização dos produtos da marca Palhais.

Para a Saloio, a inovação é um vector estratégico que alia os con-

ceitos de tradição à modernidade, prazer e conveniência, nunca es-

quecendo as preocupações dos consumidores associadas à saúde e

nutrição. Esta visão levou a empresa a ser admitida em 2008 na Rede

PME Inovação da COTEC, Associação Empresarial para a Inovação.

Já antes, em 2003, a empresa recebeu a Certificação da

Qualidade (norma ISO 9001:2000), um reconhecimento atribuído à

Queijo Saloio pelo SGS ICS (Serviços Internacionais de Certificação)

e regularmente renovado até à data. Também, em 2009, foi-lhe

atribuída a Certificação Ambiental (norma ISO 14001).

Actualmente, os queijos da Saloio chegam a todo o território

nacional, estando a marca ainda presente além fronteiras em cerca

de 16 países, nomeadamente França, Alemanha, Espanha, Angola e

Moçambique.

Receita da autoria de Maria Leonor Sousa, responsável pelo

Instituto Culinário Vaqueiro.

Ingredientesperna de peru desos-

sada Sal q.b.pimenta preta de

moinho q.b.50 g de bacon em

cubos1 colher de sobremesa

de curcuma (açafrão das Índias)1 colher de chá de

gengibre em pó1 colher de chá de noz

moscada

1 colher de chá de coentros em pó1 colher de café de

cominhos1/2 colher de café de

cravinho em pó1 colher de sobremesa

de sementes de funcho2 cebolas grandes60 g de Vaqueiro 1 couve chinesa1 dl de vinho branco queijo Palhais Gourmet

q.b.1 romã Receita para 6 a 8 pessoas

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AgendaA primeira base de dados nacional sobre composição de ali-mentos

A 28 de Outubro teve

lugar a 3ª reunião de trabalho

da Rede Portuguesa sobre

Composição de Alimentos,

promovida pelo Instituto

Nacional Dr. Ricardo Jorge

(INSA) e pela GS1 Portugal.

O encontro, que decorreu

no Museu do Oriente (Lisboa)

e foi transmitido em directo no

website da GS1 Portugal, foi

composto por várias sessões de

trabalho com vista a concreti-

zar mais uma etapa no esforço

nacional de criação da primeira

base de dados nacional inte-

grada, em regime de multi-

parceria, sobre composição de

alimentos.

17 e 31 MarFormação GS1 GDSN

Tenha dados de qualidade e actualize as suas bases de dados em tempo real com a GS1 GDSN.

GS1 Portugal no Fórum Empresarial da Região de Aveiro

A GS1 Portugal apoiou

o 2º Fórum Empresarial da

Região de Aveiro, organizado

pela Associação Industrial

do Distrito de Aveiro (AIDA).

Subordinado ao tema “As PME

e o Crescimento da Economia”,

realizou-se a 4 de Novembro,

no Centro Cultural de Ílhavo.

O fórum, que tem o Alto

Patrocínio de Sua Excelência

o Presidente da República,

reuniu o tecido empresarial

e os agentes económicos

da Região, promovendo um

espaço de debate alargado,

no qual foi analisado o actual

cenário económico-financeiro

e definidas novas estratégias

de actuação que permitam

ultrapassar as dificuldades

sentidas pelas empresas nos

últimos anos.

Roadshow GS1 Portugal passou por Braga

A edição que fechou o

GS1 Roadshow System 2010

teve lugar em Braga, a 25 de

Novembro, numa parceria

com a AIMinho – Associação

Empresarial.

Subordinada ao tema

“Como optimizar as suas rela-

ções comerciais”, nesta edição

a GS1 Portugal voltou apostar

em casos práticos de aplicação

do Sistema GS1, através das

apresentações de 4 parceiros

tecnológico: CMC-ID, Generix,

Indra/TI, Markem-Imaje, Risa e

Sybase. Esta é a segunda edi-

ção realizada este ano, sendo

que a primeira teve lugar em

Aveiro.

O Roadshow GS1 System

teve início em 2008, com

acções no Arquipélago dos

Açores e da Madeira. Em 2009

prosseguiu com edições em

Viseu, Leiria e Évora.

26 JanFormação GS1 BarCodes – Introdução

Se acabou de se associar à GS1 Portugal, e quer saber tudo sobre Codificação e Códigos de Barras, esta é a formação indicada. Saiba porquê e como codificar os seus produtos. Prepare-se para vender nos supermercados e grandes superfícies.

16 e 31 MarFormação GS1 DataBar Uma ferramenta para a Rastreabilidade

O GS1 DataBar é especial-mente adequado para a mar-cação de produtos frescos e perecíveis. Venha conhecer as mais-valias desta simbologia a implementar até 2014.

The global language of business

CALENDÁRIO DE FORMAÇÃO GS1Codificação e Identificação por Rádio Frequência1º SEMESTRE 2010

Normas Globais para Identificação Automática

Normas Globais para Identificação por Rádio Frequência

As datas do 2º trimestre podem sofrer alterações.

Confirme em www.gs1pt.org

Page 27: GS1 Magazine

GS1 MAGAZINE | 53

The global language of business

CALENDÁRIO DE FORMAÇÃO GS1Comércio Eléctrónico e Sincronização de Dados1º SEMESTRE 2011

As datas do 2º trimestre podem sofrer alterações. Confirme em www.gs1pt.org

Normas Globais para Mensagens Electrónicas Comerciais

Normas Globais para Sincronização de Dados