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INSTALAÇÕES PREDIAIS ÁGUA FRIA JACKSON HOMERO VICENTIM

ÁGUA FRIA...controle e a sua distribuição aos pontos de consumo ou de utilização tais como torneiras, chuveiros, bidês, vasos sanitários, pias, etc.. As instalações de água

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INSTALAÇÕES PREDIAIS

ÁGUA FRIA

JACKSON HOMERO VICENTIM

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INSTALAÇÕES PREDIAIS 1

SUMÁRIO

1. CONCEITO 2

2. RAMAL DE ABASTECIMENTO 3

3. LIGAÇÃO PREDIAL 4

4. HIDRÔMETROS 4

5. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA AOS APARELHOS 4

6. MATERIAIS 6

7. CONSUMO MÁXIMO DIÁRIO 7

8. INSTALAÇÕES MÍNIMAS 9

9. RESERVATÓRIOS 10

10. PRESSÃO 11

11. VAZÃO 14

12. PERDA DE CARGA 15

13. DIMENSIONAMENTO DOS ENCANAMENTOS 22

14. PRESSÕES NAS PEÇAS DE UTILIZAÇÃO 26

15. VELOCIDADE MÁXIMA 27

16. PLANILHA DE CÁLCULO 28

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1. CONCEITO:

Entende-se por Instalações Prediais de Água Fria o conjunto de tubulações, hidrômetro, conexões, válvulas, equipamentos, reservatórios, aparelhos e peças de utilização que permitem o transporte, medição, armazenamento, comando, controle e a sua distribuição aos pontos de consumo ou de utilização tais como torneiras, chuveiros, bidês, vasos sanitários, pias, etc.. As instalações de água fria potável são regidas pela NBR-5626/82 – Norma Brasileira para Instalações Prediais de Água Fria, da ABNT, que apresenta exigências técnicas mínimas quanto à higiene, segurança, economia e conforto dos usuários. Água fria potável é a água tal como se encontra para uso na alimentação e higiene das pessoas e fornecida pela rede de abastecimento local. Onde não houver possibilidade de alimentação de um prédio a partir de uma linha distribuidora de água do órgão próprio da municipalidade, recorre-se à captação em poços, ou a algum suprimento superficial (nascente, riacho, córrego ou rio). Nestes casos, a água deverá ser examinada para se saber se é necessário submetê-la a algum tratamento.

1.1 RELAÇÃO COM A ARQUITETURA: O projeto e a construção das instalações prediais exigem perfeito entrosamento com as soluções arquitetônicas e estruturais:

nos problemas gerais: por exemplo, localização dos reservatórios (caixas de água), das canalizações dos aparelhos, da proteção contra incêndio, etc;

nas instalações mínimas necessárias aos edifícios: geralmente fixadas, através de normas ou códigos;

nos projetos e desenhos: os projetos devem conter as seguintes partes essenciais: plantas, esquemas, cortes, memorial descritivo e justificativo, especificação e relação detalhada dos materiais, dos aparelhos e equipamentos;

na seleção dos materiais de acordo com o tipo e a natureza das instalações;

nos custos: posição dos conjuntos sanitários nos andares superpostos, localização dos aparelhos sanitários, disposição dos encanamentos, etc..

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2. RAMAL DE ABASTECIMENTO:

O ramal de abastecimento de água aos prédios é feito a partir do encanamento distribuidor público, por meio de um ramal predial, o qual compreende:

2.1. RAMAL PREDIAL OU RAMAL EXTERNO:

É a canalização situada entre a rede de distribuição pública e o aparelho medidor (hidrômetro) ou peça limitadora de vazão.

2.2. RAMAL INTERNO DE ALIMENTAÇÃO OU ALIMENTADOR PREDIAL: É o trecho do encanamento que se estende a partir do aparelho medidor (hidrômetro) ou limitador de consumo até a primeira derivação ou até a válvula de flutuador (torneira de bóia) à entrada de um reservatório.

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3. LIGAÇÃO PREDIAL:

É o ponto em que o ramal predial se interliga com a rede pública de água.

As ligações prediais são feitas exclusivamente pela concessionária local responsável pela rede pública de água.

A interligação deve ser executada ortogonalmente, ou seja, os ramais saem perpendicularmente ao alinhamento da edificação, pois existe para cada ramal predial um ponto na rede pública de água.

4. HIDRÔMETROS:

São aparelhos destinados a medir o consumo predial. Podem ser:

- volumétricos - taquimétricos

Os volumétricos são os que se baseiam na medida do número de vezes que uma câmara de volumes conhecidos se enche e se esvazia.

Os taquimétricos, utilizados nas instalações domiciliares do nosso país, se baseiam na medida da velocidade do fluxo d’água através de uma secção conhecida, são de fabricação mais simples e menor custo, além da facilidade de reparo.

CAPACIDADE NOMINAL (m3) 3 5 7 10 20

VAZÕES MÁXIMAS PERMITIDAS

- por mês (m3/mês) 90 150 210 300 600

- por dia (m3/dia) 6 10 14 20 40

- instantânea (l/s) 0,8 1,4 1,9 2,8 5,5

5. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA AOS APARELHOS:

5.1. SISTEMA DIRETO DE DISTRIBUIÇÃO: A alimentação da rede interna de distribuição do prédio é feita por ligação com o distribuidor público, sem qualquer reservatório. Isso supõe abastecimento público com continuidade, abundância e pressão suficiente. A rede interna é, por assim dizer, uma extensão da rede pública e a distribuição interna é ascendente.

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5.2. SISTEMA INDIRETO:

Adotam-se reservatórios para fazer frente à intermitência ou irregularidade no abastecimento de água e às variações de pressões na rede pública.

5.2.1. SISTEMA INDIRETO SEM BOMBEAMENTO:

A pressão da rede pública é em geral suficiente para abastecer, no máximo, um reservatório colocado na parte mais alta de um prédio de três pavimento. A distribuição é feita a partir deste reservatório. Este sistema representa a maioria dos abastecimentos.

5.2.2. SISTEMA INDIRETO COM BOMBEAMENTO:

A pressão na rede pública é insuficiente para abastecer um reservatório elevado. Emprega-se um reservatório em cota reduzida, até mesmo abaixo do nível da rua, e daí a água é bombeada para:

um reservatório elevado, do qual partirá a rede de distribuição interna, por gravidade;

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um reservatório metálico, onde a água ficará pressurizada e alimentará diretamente os aparelhos de consumo. É a instalação hidropneumática.

5.3. SISTEMA MISTO:

Parte da instalação predial é ligada diretamente à rede pública, enquanto outra é ligada a um reservatório na cobertura do prédio.

6. MATERIAIS:

Nas canalizações de um modo geral, os tubos para para instalações prediais de água fria podem ser de ferro galvanizado com costura ou sem costura, PVC rígido com juntas roscáveis ou soldadas, chumbo em trechos curtos de tubulações (pouco recomendável a sua extensa aplicação), ferro fundido ou cobre.

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Os tubos de PVC rígido com juntas soldadas são os preferidos para habitações pequenas e instalações de baixa pressão, haja vista a grande facilidade no que diz respeito a seu manuseio e a vantagem de seu diâmetro permanecer inalterado ao longo do tempo, além da vasta mão-de-obra especializada encontrada hoje em dia, o que não ocorre para os outros tipos de materiais. Entretanto, para instalações em edifícios com mais de três pavimentos o seu uso fica mais limitado, principalmente no que diz respeito às colunas abastecedoras de válvulas de descarga. A mesma precaução deve ocorrer nas tubulações de recalque, uma vez que estão sujeitas a pressões maiores; nesse caso, a escolha deve recair na utilização dos tubos de ferro galvanizado com juntas flangeadas ou com roscas.

7. CONSUMO MÁXIMO DIÁRIO:

Nas instalações hidráulicas podem ser considerados os seguintes consumos:

Meio rural 50L/hab/dia

Pequenas cidades 50 a 100L/hab/dia

Cidades médias 100 a 200L/hab/dia

Grandes cidades 200 a 300L/hab/dia

Projetos recentes tem adotado previsão de 400L/hab/dia, para cidades densamente povoadas, clima quente e considerável índice de conforto. Ao se estimar o consumo de 200L/hab/dia para cidades de porte médio, costuma-se supor a seguinte distribuição:

uso doméstico 100L

uso local de trabalho 50L

usos diversos 25L

perdas 25L (12,5%) ____ 200L

A parcela de uso doméstico se distribui:

asseio pessoal 50L

bebida, cozinha 15L

w.c. 20L

lavagem de casa e roupa 15L

____ 100L O consumo de água se baseia no conhecimento de duas grandezas:

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Taxa de ocupação: número de metros quadrados correspondentes a cada pessoa moradora ou ocupante.

NATUREZA DO LOCAL TAXA DE OCUPAÇÃO

Prédio de apartamentos Duas pessoas por dormitório e 200 a 250 litros/pessoa/dia

Prédio de escritórios de uma só entidade locadora Uma pessoa por 7 m² de área

Prédio de escritórios de mais de uma entidade locadora

Uma pessoa por 5 m² de área

Prédio de escritórios segundo o Código de Obras do RJ

6 litros por m² de área útil

Restaurantes Uma pessoa por 1,50 m² de área

Teatros e cinemas Uma cadeira para cada 0,70 m² de área

Lojas (pavimento térreo) Uma pessoa por 2,5 m² de área

Lojas (pavimentos superiores) Uma pessoa por 5,0 m² de área

Supermercados Uma pessoa por 2,5 m² de área

Shopping Center Uma pessoa por 5,0 m² de área

Salões de hotéis Uma pessoa por 5,5 m² de área

Museus Uma pessoa por 5,5 m² de área

Consumo por pessoa ou por determinada utilização (litros/dia).

TIPO DO PRÉDIO UNIDADE CONSUMO L/DIA

1. Serviço doméstico

Apartamentos em geral Per capita 200 a 250

Por quarto de empregada 200

Residências Per capita 250

Residências populares e rurais Per capita 120 a 150

Alojamentos provisórios de obra Per capita 80

Apartamento de zelador 600 a 1.000

2. Serviço público

Edifícios de escritórios e comerciais Por ocupante efetivo 50 a 80

Escolas, internatos Per capita 150

Escolas, externatos Per capita 50

Escolas, semi-internatos Per capita 100

Hospitais e casas de saúde Por leito 250

Hotéis com cozinha e lavanderia Por hóspede 250 a 350

Hotéis sem cozinha e lavanderia Por hóspede 120

Lavanderias Por kg de roupa seca 30

Quartéis Por soldado 150

Cavalariças Por cavalo 100

Restaurantes Por refeição 25

Mercados Por m² de área 5

Garagens e postos de serviços p/ autos Por automóvel 100 a 150

Por caminhão 200

Rega de jardins Por m² de área 1,5

Cinemas, teatros Por lugar 2

Igrejas Por lugar 2

Ambulatórios Per capita 25

Creches Per capita 50

3. Serviço industrial

Fábricas (uso pessoal) Por operário 70 a 80

Fábricas com restaurante Por operário 100

Usinas de leite Por litro de leite 5

Matadouros Por animal abatido (de gde porte) 300

Matadouros Idem de pequeno porte 150

4. Piscinas (domiciliares) – lâmina d’água de 2 cm, por dia

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8. INSTALAÇÕES MÍNIMAS:

Uma vez determinado o número de ocupantes do prédio, o autor do projeto de arquitetura necessita prever números adequados de aparelhos sanitários. Deve sempre consultar o código de obras da municipalidade, ou o código sanitário, para saber o que existe estabelecido a respeito.

Como orientação, podemos usar a tabela a seguir:

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9. RESERVATÓRIOS:

São elementos componentes de um sistema de abastecimento e destinados à acumulação de água. Distinguem-se quanto ao local de instalação: inferior e superior.

Reservatório inferior é o que fica intercalado entre o alimentador predial e a instalação elevatória;

Reservatório superior é o de distribuição propriamente dita, a partir do qual é abastecida a rede predial. São posicionados na cobertura e construídos em alvenaria, concreto armado, fibrocimento ou chapa de ferro.

9.1. CAPACIDADE:

No sistema indireto por gravidade, existe um reservatório inferior (cisterna) e um superior, que recebe a água bombeada do primeiro e a distribui aos aparelhos. A NBR 5626/82 estabelece que a reserva total, a ser acumulada nos reservatórios inferiores e superiores, não pode ser inferior ao consumo diário (Cd), recomendando-se que não ultrapasse a três vezes o mesmo.

Costuma-se adotar:

reservatório superior: 1 Cd (consumo) + 20% do Cd p/ reserva incêndio

reservatório inferior: 1,5 Cd (consumo)

Quando utilizar o mínimo previsto por norma, considerar:

reservatório superior: 2/5 do Cd + 20% do Cd p/ reserva incêndio

reservatório inferior: 3/5 do Cd

9.2. ESQUEMA DE LIGAÇÃO DE CAIXA D’ÁGUA:

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9.3. TUBULAÇÕES EXTRAVASORAS: Extravasores são canalizações destinadas a escoar eventuais excessos de água. O dimensionamento dos extravasores (ladrão), segue a tabela a seguir, para o cálculo do diâmetro.

DIÂMETRO DA ALIMENTAÇÃO DIÂMETRO DO EXTRAVASOR

mm ref. mm ref.

15 ½ 20 ¾

20 ¾ 25 1

25 1 32 1 ¼

32 1 ¼ 40 1 ½

40 1 ½ 50 2

9.4. TUBULAÇÕES DE LIMPEZA:

São destinadas ao esgotamento do reservatório, na ocasião de sua limpeza. Para o cálculo das tubulações de limpeza, seguem-se os valores da tabela a seguir.

DIÂMETRO CAPACIDADE DO RESERVATÓRIO

em litros mm ref.

25 1 até 1.800

32 1 ¼ 1.800 a 3.000

40 1 ½ 3.000 a 5.000

50 2 5.000 a 11.000

60 2 ½ 11.000 a 19.000

75 3 19.000 a 30.000

100 4 acima de 30.000

10. PRESSÃO:

É uma força distribuída sobre uma área.

F P

=

-----

A

Sendo: P = pressão F = força A = área As medidas mais usadas são:

Kgf/cm2 (quilograma força por centímetro quadrado)

mca (metro de coluna de água)

lb/pol2 (libra por polegada quadrada)

N/m2 (Newton por metro quadrado, também denominado Pascal, cujo símbolo é Pa.

A correspondência de unidades é: 1 kgf/cm2 = 10 mca = 14,22 lb/pol2 = 98.100 Pa (N/m2)

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Para o nível de água a 10 metros de altura, o manômetro registra: 1 Kgf/cm2, ou seja: 1 Kgf/cm2 é igual à pressão exercida por uma coluna de água a 10 metros. Temos dois tubos, com a mesma altura, mas com diâmetros diferentes, colocados um ao lado do outro, cheios de água.

Ligamos os tubos, fazendo deles o que chamamos de “vasos comunicantes”. Se a pressão da água no fundo do tubo 1 fosse maior que no tubo 2, haveria escoamento de água do tubo 1 para o tubo 2. Isto porém não acontece, pois o nível sempre permanece igual.

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A pressão é sempre uma função da coluna de água e nunca uma

função do volume da água.

Não podemos confundir peso e pressão. Os volumes são diferentes, porém a pressão estática é igual. Notemos que o peso total da água contida no reservatório de 20.000 litros é maior do que o peso total da água contida no de 10.000 litros. Não há possibilidade de aumentarmos a pressão na tubulação sem elevar o nível da caixa.

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11. VAZÃO:

Quando há escoamento da água pela tubulação, por um determinado período.

Aumentando-se o diâmetro de um tubo, nunca se aumenta a pressão estática, mas sim diminui-se a perda de carga na tubulação. Nas instalações hidráulicas prediais podem ser consideradas as seguintes vazões:

Vazão máxima possível: é a vazão instantânea resultante do uso simultâneo de todos os aparelhos;

Vazão máxima provável: é a vazão instantânea obtida pelo uso normal dos aparelhos, isto é, levando em conta a probabilidade de funcionamento simultâneo de um determinado número de aparelhos em certo momento ou durante o espaço de tempo de um dia.

11.1. VAZÃO A SER CONSIDERADA NO ALIMENTADOR PREDIAL: Consideraremos apenas o sistema indireto, com reservatórios. Admite-se para o cálculo que o abastecimento pela rede seja contínuo e que a vazão que abastece o prédio seja suficiente para atender ao consumo diário no período de 24 horas, embora o consumo nos aparelhos varie bastante ao longo do tempo.

Chamando-se de Cd o consumo diário em litros, a descarga mínima ou vazão a considerar (Q mín.), em litros por segundo, será:

Cd

Q mín. = ------------ l/s

86.400

Sendo 86.400 o número de segundos em 24 horas.

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12. PERDA DE CARGA:

Atritos do fluxo de água nas tubulações, conexões e registros, provocam uma perda de pressão. Quando ocorre escoamento, teremos uma perda de pressão ao longo da

tubulação, o que chamamos de “perda de carga”. A perda de carga depende do comprimento da rede. A pressão da água, sendo medida quando há vazão, indica-nos a pressão de

serviço (pressão dinâmica) e quando a rede está fechada na sua extremidade temos a

pressão estática.

12.1. PERDA DE CARGA NORMAL:

É determinada ao longo de uma tubulação retilínea e uniforme.

J unitário: perda de carga em metro ou centímetro de altura de coluna líquida por metro de encanamento.

J total: perda de carga ao longo de todo o encanamento. A determinação da perda de carga normal pode ser realizada:

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Fórmula de FAIR - WHIPPLE - HSIAO:

a) para aço galvanizado e ferro fundido até 100 mm (4”):

Q = 27,1113 . J0,632

. D2,596

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b) para PVC ou cobre até 100 mm

Q = 55,934 . J0,571

. D2,714

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Fórmula de WILLIAMS - HAZEN, para diâmetros de 50 mm até 2.400 mm e vários tipos de material de tubo e de revestimento:

Q = 0,278531 . C . D2,63

. J0,51

O ábaco a seguir corresponde à fórmula de Williams-Hazen, com o coeficiente C = 100. Para outros valores de C, encontraremos, na tabela anexa ao ábaco,

valores correspondentes de K pelos quais deveremos multiplicar o valor da perda de carga indicada no ábaco, para a correção devida.

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onde:

C = 100, para ferro fundido após 15 a 20 anos de uso; C = 110, para aço soldado com 10 anos de uso; C = 90, para ferro fundido usado ou aço soldado com 20 anos de uso; C = 75, para aço soldado com 30 anos de uso; C = 125, aço galvanizado com costura; C = 130, aço soldado novo; C = 130, aço soldado com revestimento especial; C = 130, cobre e latão; C = 125, PVC até 50 mm de diâmetro; C = 135, PVC de 75 mm e 100 mm de diâmetro; C = 140, PVC com mais de 100 mm de diâmetro; C = 130, cimento-amianto; C = 120, ferro fundido revestido de cimento.

12.2. PERDAS DE CARGA ACIDENTAIS OU LOCALIZADAS:

É a perda de energia de um líquido ao escoar ao longo de joelhos, curvas, tês, reduções, alargamentos, válvulas, enfim, peças e dispositivos intercalados ao longo do encanamento. Ao ser calculada a perda de carga de um encanamento, deve-se adicionar à perda de carga normal, isto é, ocorrida ao longo do encanamento, as perdas de carga correspondentes a cada uma dessas peças, conexões e válvulas. Obteremos então a perda de carga total. Determinação das perdas de cargas acidentais ou localizadas através do

método dos comprimentos equivalentes ou virtuais: cada peça especial ou conexão acarreta uma perda de carga igual à que produziria um certo comprimento de encanamento com o mesmo diâmetro. Este comprimento de encanamento equivale virtualmente, sob o ponto de vista de perda de carga, à perda que produz a peça considerada. Por exemplo, um registro de gaveta de 3” (75 mm), todo aberto, acarreta a mesma perda de carga que 0,50 m de tubo de aço galvanizado de 3”. Dizemos, então, que o comprimento do encanamento equivalente ao registro de 3” todo aberto é de 0,50 m.

Adicionando-se os comprimentos virtuais ou equivalentes de todas

as peças ao comprimento real, tem-se um comprimento total final, que será usado

como se existisse apenas encanamento retilíneo sem peças especiais e outras

singularidades.

l total = l real + l equivalente Os valores dos comprimentos equivalentes de conexões e válvulas podem ser obtidos nas tabelas a seguir.

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Comprimentos equivalentes a perdas localizadas, em metros de canalização retilínea e aço galvanizado.

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Perdas de carga localizadas – sua equivalência em metros de tubulação de PVC rígido ou cobre.

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13. DIMENSIONAMENTO DOS ENCANAMENTOS (TUBULAÇÕES):

A distribuição de água para um prédio, partindo de um reservatório superior, é feita por meio de um sistema de encanamentos que compreende:

Barrilete de distribuição: trata-se de um encanamento que liga entre si as duas seções do reservatório superior, ou dois reservatórios superiores, e do qual partem ramificações para as colunas de distribuição. Com isso, evita-se o inconveniente de fazer a ligação de uma grande quantidade de encanamentos diretamente ao reservatório.

Colunas de alimentação ou “prumadas de alimentação”: derivam do barrilete e descem verticalmente para alimentar os diversos pavimentos.

BARRILETE BARRILETE

COLUNA

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Ramais: são tubulações derivadas da coluna de alimentação e que servem a conjuntos de aparelhos.

Sub-ramais: são tubulações que ligam os ramais às peças de utilização ou aos aparelhos sanitários. Um ramal pode alimentar vários sub-ramais.

Os sub-ramais são dimensionados segundo tabelas elaboradas através de resultados obtidos em ensaios realizados com os mesmos. Os fabricantes dos aparelhos fornecem em geral em seus catálogos os diâmetros que recomendam para os sub-ramais. Pode-se utilizar a tabela a seguir para a escolha do diâmetro de um sub-ramal.

RAMAL

SUB-RAMAL

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Diâmetros mínimos dos sub-ramais

Peças de utilização Aço galvanizado Cobre ou PVC

DN Ref. DN Ref.

mm pol. mm pol.

Aquecedor de baixa pressão 20 3/4 20 3/4

Aquecedor de alta pressão 15 1/2 15 1/2

Bacia sanitária c/ cx. Descarga 15 1/2 15 1/2

Bacia sanitária c/ válvula de descarga de DN 20 mm (¾) 32 1 1/4 32 1 1/4

Bacia sanitária c/ válvula de descarga de DN 25 mm (1) 32 1 1/4 32 1 1/4

Bacia sanitária c/ válvula de descarga de DN 32 mm (1 ¼) 40 1 1/2 40 1 1/2

Bacia sanitária c/ válvula de descarga de DN 38 mm (1 ½) 40 1 1/2 40 1 1/2

Banheira 20 3/4 15 1/2

Bebedouro 15 1/2 15 1/2

Bidê 15 1/2 15 1/2

Chuveiro 20 3/4 15 1/2

Filtro de pressão 15 1/2 15 1/2

Lavatório 15 1/2 15 1/2

Máquina de lavar pratos 20 3/4 20 3/4

Máquina de lavar roupa 20 3/4 20 3/4

Mictório de descarga contínua por metro ou aparelho 15 1/2 15 1/2

Mictório auto-aspirante 25 1 25 1

Pia de cozinha 20 3/4 15 1/2

Pia de despejo 20 3/4 20 3/4

Tanque de lavar roupa 20 3/4 20 3/4

Para o cálculo dos ramais e colunas de alimentação, a NBR-5626 adota o seguinte método: Atribuem-se “pesos” às várias peças de utilização, que serão somados para o cálculo da vazão e dimensionamento do trecho de encanamento. Nunca devemos somar vazões (l/s) mas, sim, apenas pesos para todos os trechos da rede de distribuição. Somente depois de determinado o peso correspondente a um dado trecho é que se passa ao cálculo da vazão correspondente. Pode-se calcular a vazão pela fórmula:

Q = 0,30√∑P Ou usar o gráfico a seguir para a obtenção direta da vazão e o diâmetro em

função da soma dos pesos (∑P).

Peças de utilização Pesos

P

Bacia sanitária com caixa de descarga 0,3

Bacia sanitária com válvula de descarga 40,0

Banheira 1,0

Bebedouro 0,1

Bidê 0,1

Chuveiro 0,5

Lavatório 0,5

Máquina de lavar pratos 1,0

Máquina de lavar roupa 1,0

Mictório de descarga contínua, por metro ou por aparelho 0,3

Mictório de descarga descontínua 0,3

Pia de despejo 1,0

Pia de cozinha 0,7

Tanque de lavar 1,0

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14. PRESSÕES NAS PEÇAS DE UTILIZAÇÃO:

Toda rede de distribuição predial de água fria deve ser projetada de modo que as

pressões estáticas ou dinâmicas em qualquer ponto se situem no seguinte campo de variação:

pressão estática máxima: 40 m.c.a.

pressão dinâmica mínima: 0,5 m.c.a. As peças de utilização são projetadas de modo a funcionar com pressões estática ou dinâmica preestabelecidas. A pressão estática só existe quando não há fluxo de água e a pressão dinâmica resulta quando as peças estão em funcionamento (há fluxo de água). As pressões dinâmicas e estáticas nos pontos de utilização devem estar compreendidas entre os valores constantes da tabela a seguir:

PEÇAS DE UTILIZAÇÃO PRESSÃO

DINÂMICA

PRESSÃO

ESTÁTICA

MÍNIMA MÁXIMA MÍNIMA MÁXIMA

Aquecedor elétrico de alta pressão 0,5 40,0 1,0 40,0

Aquecedor elétrtico de baixa pressão 0,5 4,0 1,0 5,0

Aquecedor à gás (baixa pressão) 1,0 5,0 - -

Aquecedor à gás (alta pressão) 1,0 40,0 - -

Bebedouro 2,0 40,0 - -

Chuveiro de ½” (15 mm) 2,0 40,0 - -

Chuveiro de ¾” (20 mm) 1,0 40,0 - -

Torneira 0,5 40,0 - -

Caixa de descarga ½” (torneira de bóia) 1,5 40,0 - -

Caixa de descarga ¾” (torneira de bóia) 0,5 40,0 - -

Reservatório (torneira de bóia) 0,5 40,0 - -

Válvula de descarga de 1 ½” 1,2 6,0 2,0 -

Válvula de descarga de 1 ¼” 3,0 15,0 - -

Válvula de descarga de 1” 10,0 40,0 - -

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15. VELOCIDADE MÁXIMA:

Em edifícios, hospitais, residências, prédios de apartamentos, hotéis escritórios e

outros, onde o ruído possa perturbar o repouso ou o desenvolvimento das atividades normais previstas, as velocidades, em m/s, nas canalizações não

devem ultrapassar 14D (sendo D o diâmetro em metros) nem 2,50 m/s.

DIÂMETRO VELOCIDADE

MÁXIMA

VAZÃO

MÁXIMA

½ 1,60 0,20

¾ 1,95 0,6

1 2,25 1,2

1 ¼ 2,50 2,5

1 ½ 2,50 4,0

2 2,50 5,7

2 ½ 2,50 8,9

3 2,50 12

4 2,50 18

5 2,50 31

6 2,50 40

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16. PLANILHA DE CÁLCULO

TRECHO P VAZÃO

DIÂM

NOMIMAL VELOC

.

COMPRIMENTOS PRESSÃO DISPONÍVEL

PERDAS DE CARGA

PRESSÃO À JUSANTE

OBS.

l/s mm pol m/s

Real m

Equiv. m

Total m

m.c.a. Unit.

m.c.a. Total m.c.a.

m.c.a.