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NORMALIZAÇÃO GUIA DE USO E APLICAÇÃO DE NORMAS DA CADEIA APÍCOLA

Guia Cadeia Apicola

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  • NORMALIZAOGUIA DE USO E APLICAO DE NORMAS DA CADEIA APCOLA

  • FICHA CATALOGRFICA Documento elaborado no mbito do Convnio ABNT/SEBRAE, destinado s micro e pequenas empresas.

    Copyright 2012. Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    Copyright 2012. Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas

    Conteudista: Ricardo Costa Rodrigues de Camargo.

    A849n

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    Normalizao: Guia de uso e aplicao de normas da cadeia apcola [recurso eletrnico] / Associao Brasileira de Normas Tcnicas, Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas. Rio de Janeiro: ABNT; SEBRAE, 2012.

    63 p.: il.color.

    Modo de acesso: http://portalmpe.abnt.org.br/bibliotecadearquivos/.

    ISBN 978-85-07-03483-4.

    1. Agropecuria - Apicultura. 2. Mel de abelha. 3. Abelha. I. Ttulo. II. Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas.

    CDU: 006+638(036)

  • SEBRAE Roberto Simes Presidente do Conselho Deliberativo Nacional Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho Diretor-Presidente do Sebrae Nacional Jos Cludio dos Santos Diretor de Administrao e Finanas do Sebrae Nacional Carlos Alberto dos Santos Diretor Tcnico do Sebrae Nacional Enio Duarte Pinto Gerente da Unidade de Acesso Inovao e Tecnologia Glucia Zoldan Gerente Adjunta da Unidade de Acesso Inovao e Tecnologia EQUIPE TCNICA Maria de Lourdes da Silva Analista tcnica Gestora do Convnio ABNT/SEBRAE Hulda Oliveira Giesbrecht Analista Tcnica Gestora da ao de desenvolvimento dos Guias de Implantao de Normas

    ABNT Pedro Buzatto Costa Presidente do Conselho Deliberativo Walter Luiz Lapietra Vice-Presidente do Conselho Deliberativo Ricardo Rodrigues Fragoso Diretor Geral Carlos Santos Amorim Junior Diretor de Relaes Externas Eugenio Guilherme Tolstoy De Simone Diretor Tcnico Odilo Baptista Teixeira Diretor Adjunto de Negcios

    EQUIPE TCNICA Janana da Silva Mendona Gerente de Editorao e Acervo Coordenao geral Marcia Cristina de Oliveira Gerente de Planejamento e Projetos

    Apoio tcnico

    Anderson Correia Soares Assistente Tcnico da Gerncia de Editorao e Acervo Apoio tcnico

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    I. Introduo ...........................................................................................................................................7

    II. Panorama do Mercado e Histrico da Normalizao .......................................................8

    III. Atuao da Comisso de Estudo ABNT/CEE-87 ................................................................11

    IV. Objetivos .........................................................................................................................................13

    V. Impactos e Resultados Esperados na Cadeia Apcola .....................................................14

    VI. Orientaes Gerais ......................................................................................................................15

    VII. Normas Tcnicas .........................................................................................................................16

    ABNT NBR 15713, Apicultura Equipamentos Colmeia Tipo Langstroth ...........16

    Aes sequenciais ....................................................................................................................18

    Anexo A (informativo) .............................................................................................................20

    ABNT NBR 15585, Apicultura Mel Sistema de Produo no Campo ..................30

    Conhecendo o mel ...................................................................................................................31

    Cor, aroma e sabor ....................................................................................................................32

    Principais dvidas .....................................................................................................................33

    GUIA DE USO E APLICAO DE NORMAS DA CADEIA APCOLA | SUMRIO

    SUMRIO

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    ABNT NBR 15654:2009, Apicultura Mel Sistema de Rastreabilidade .................35

    Aspectos legais e comerciais ................................................................................................37

    Responsabilidades ...................................................................................................................37

    Documentos e registros necessrios .................................................................................38

    Passos para implantao do sistema de rastreabilidade ............................................39

    Conjunto de normas (mtodos de ensaios fsico-qumicos): ...................................40

    VIII. Mtodo de Implementao...................................................................................................42

    1. DIAGNSTICO ..........................................................................................................................43

    2. MAPEAMENTO DE ATIVIDADES .........................................................................................47

    3. IDENTIFICAO DE ASPECTOS E IMPACTOS .................................................................57

    4. REQUISITOS LEGAIS ...............................................................................................................60

    5. OBJETIVOS E METAS...............................................................................................................63

    6. Controle OPERACIONAL .......................................................................................................66

    ANEXOS

    ANEXO 01 ............................................................................................................................................68

    ANEXO 02 .............................................................................................................................................69

    GUIA DE USO E APLICAO DE NORMAS DA CADEIA APCOLA | SUMRIO

    GUIA DE IMPLEMENTAO

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    I. INTRODUO

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    Atualmente, as relaes mercadolgicas entre os pases importadores e exportadores incorporam exigncias de padronizao de procedimentos, visando garantir a qualidade do produto ou servio, em funo de um mercado globalizado. Segundo dados da Orga-nizao Mundial do Comrcio (OMC), 60% das exportaes so realizadas por pases de-senvolvidos. Na viso do Banco Mundial, em seu relatrio de desenvolvimento mundial, de 1999, os pases pobres diferem dos ricos na carncia de instituies para certifi car qualida-de, estabelecer e aplicar normas e padres, assim como reunir e disseminar a informao necessria realizao de negcios.

    Nesse mercado extremamente competitivo, os pases buscam paralelamente cresci-mento e proteo de seus produtos e mercados, ao passo que os blocos econmicos buscam diminuir obstculos internos entre seus parceiros, mas criando outros externos. Esses obst-culos so fl exveis de acordo com as alteraes momentneas de mercado e esto sujeitos a transformaes, onde as barreiras alfandegrias vm dando lugar s barreiras tcnicas.

    No mbito do mercado interno, tambm cada vez mais os processos, servios e produtos buscam atender s exigncias de consumidores cada vez mais conscientes,e aquelas empresas que conseguem comprovar sua qualidade por meio da aplicao de normas tcnicas apresentam maior poder de competitividade, adquirindo um diferen-cial estratgico no seu campo de atuao.

    Diante desse cenrio, a normalizao representa uma ferramenta extremamente efi -caz para assegurar a qualidade de produtos e processos, para comprovao da organiza-o do setor, para proteo de seus produtos frente a eventuais restries tcnicas e para atendimento das exigncias de mercado.

    O processo de normalizao resulta da percepo compartilhada dos agentes econ-micos de que h vantagens em se chegar a um acordo voluntrio, para estabelecer bases comuns para o fornecimento de um produto, processo ou servio, utilizando a tecnologia como instrumento, face diversidade do mercado.

    As normas so estabelecidas por consenso e so voluntrias em sua aplicao pelo mercado e usurios, diferindo dos regulamentos, que so compulsrios, ou seja, obrigatrios. As Normas so desenvolvidas por organismos de normalizao e esta-belecem os requisitos ou diretrizes para atividades ou os seus resultados (produtos, servios etc.). Elas tm autorregulao da sociedade e so focadas no mercado. J os Regulamentos Tcnicos so documentos semelhantes, emitidos por uma autoridade regulatria, mas so obrigatrios, podendo, entretanto, se basear em normas tcnicas, tendo foco e atuao no mercado interno e nacional.

    Os regulamentos tcnicos e as normas tcnicas devem ser complementares, embora a normalizao propicie um diferencial de mercado, gerando, normalmente, padres acima dos estabelecidos pela legislao, embora nunca a sobrepondo.

    Para o pas o seu acervo de normas representa a formalizao, a consolidao e a univer-salizao do acesso sua tecnologia. Diversos pases j dispem de normas tcnicas voltadas ao setor apcola, como o caso da Argentina, Chile, Uruguai e pases da Unio Europeia.

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    II. PANORAMA DO MERCADO E HISTRICO DA NORMALIZAO

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    Um bom exemplo dessa situao atual de mercado globalizado foi o embargo que o mel brasileiro sofreu por parte da Unio Europeia, em meados de 2006. Esse embar-go ao mel brasileiro se baseou na aplicao de restries tcnicas, ou seja, nosso mel foi barrado no por problemas relacionados sua qualidade, mas porque o governo brasi-leiro, por meio do Ministrio de Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA), respons-vel pela fi scalizao e regulamentao dos produtos de origem animal, onde os produtos apcolas so enquadrados, no apresentou as garantias necessrias para a comprovao da aplicabilidade de seu Plano Nacional de Controle de Resduos(PNCR) para o produto mel. Apesar de o PNCR incorporar o mel em seu escopo de aplicao, no houve naquele momento a comprovao de que o plano era empregado na prtica, embora no tenha havido qualquer identifi cao de contaminao por resduos qumicos nos mis brasileiros exportados, situao essa comprovada pelas inmeras anlises em amostras de mis brasi-leiros, realizadas em conjunto com laboratrios nacionais e internacionais.

    Esse embargo imposto pela Unio Europeia causou danos negativos imediatos e diretos a toda a cadeia apcola, j que os pases do bloco europeu eram os maiores compradores de nosso mel, afetando dessa forma a crescente participao do Brasil no mercado mundial de mel. Entretanto, essa impossibilidade de exportao para a comunidade europeia, que durou cerca de dois anos, fez com que o pas buscasse outras opes de mercado para o mel e tambm buscasse trabalhar para buscar as condies necessrias para a conquista desses novos mercados e para a fi nalizao desse embargo.

    Tal situao, que no primeiro momento foi considerada extremamente negativa para todo o setor, posteriormente tambm se mostrou desencadeadora de uma srie de bene-fcios diretos a toda a cadeia, principalmente em aspectos relacionados organizao do setor, sua articulao com os rgos governamentais e implantao de mecanismos de gesto e comprovao da qualidade.

    Essas consequncias benfi cas no s ocorreram no mbito das empresas exporta-doras, mas tambm em rgos governamentais, uma vez que na poca foi identifi cado que a estrutura laboratorial ofi cial disponvel para realizar as anlises necessrias para um efetivo controle de resduos em nossos produtos de exportao era defi citria e estava bastante desatualizada, no s na questo de equipamentos e estrutura fsica, mas tam-bm na capacitao dos tcnicos envolvidos nessa rea. Sendo assim, o governo brasileiro disponibilizou recursos fi nanceiros considerveis para a atualizao tecnolgica de seus laboratrios ofi ciais e para a capacitao de seus tcnicos, que puderam realizar treina-mentos em centros de referncia na Europa.

    Dessa forma, a partir da aplicao de esforos conjuntos de diversos rgos governa-mentais e no governamentais e de todo o setor produtivo para atender s exigncias dos pases importadores do bloco europeu, o embargo pde ser superado.

    Esse exemplo real do embargo do mel brasileiro demonstra claramente que uma situa-o negativa para um setor, em uma primeira avaliao, pode e deve ser encarada tambm como benfi ca no momento em que ela gera um mecanismo desencadeador de aes que busquem a superao dos obstculos e, dessa forma, a melhoria do setor afetado.

    E no foi diferente no caso do mel brasileiro, pois o embargo exigiu uma melhor ar-ticulao do setor privado com os rgos governamentais e fez com que toda a cadeia produtiva do mel se organizasse na busca de solues que permitissem o retorno das ex-portaes para a Unio Europeia.

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    Uma das principais aes que contriburam na poca do embargo para a organizao do setor apcola foi a criao, no mbito do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abaste-cimento (MAPA) da originalmente denominada Cmara Setorial da Cadeia Produtiva do Mel e de Produtos Apcolas. Aps ajustes, visando a considerao tambm da atividade de criao racional de abelhas nativas sem ferro, passou a ser chamada de Cmara Setorial da Cadeia Produtiva do Mel e dos Produtos das Abelhas (CSMEL).

    Instituda ofi cialmente no incio de 2006, no mbito da Coordenao das Cmaras Seto-riais do MAPA, a cmara tem sua presidncia exercida, desde a sua criao, pelo presidente da Confederao Brasileira de Apicultura (CBA) e congrega, de forma paritria, tanto represen-tantes de rgos governamentais ligados cadeia produtiva apcola, nas reas de pesquisa, fomento, fi scalizao e regulamentao, como representantes de classe e empresas do setor.

    Desde ento, os trabalhos da CSMEL vm propiciando a identifi cao e a anlise dos principais entraves para o desenvolvimento da apicultura e da meliponicultura no pas, com a articulao efetiva dos diversos elos da cadeia produtiva, setor governamental, instituies de capacitao, assistncia tcnica, fomento, pesquisa e desenvolvimento. A CSMEL o principal frum de discusso do setor e de encaminhamentos concretos, alm de atuar como elo e representante ofi cial entre as demandas e necessidades do setor pro-dutivo e dos rgos ofi ciais de fomento, controle e fi scalizao da cadeia.

    Nesse contexto, foi formado, no mbito da CSMEL um grupo de trabalho (GT) com o objetivo de discutir as estratgias de ao que pudessem reforar a atuao do Brasil no cenrio internacional de produtos apcolas. Esse GT, aps inmeras discusses, de-cidiu que a elaborao e a implantao de um Programa de Avaliao da Conformida-de (PAC) para o mel brasileiro, a ser conduzido por um rgo oficial e de credibilidade como o Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (Inmetro) poderia ser uma ferramenta ou instrumento estratgico para que a qualidade do nos-so mel fosse comprovada oficialmente e assim houvesse um ganho real de compe-titividade no cenrio internacional. Formado por representantes de diversos rgos como Embrapa, Inmetro, ABNT, SEBRAE, Epagri, Confederao Brasileira de Apicultura (CBA) e representantes de empresas apcolas e associaes de produtores, o grupo vem trabalhando para a formulao de um plano estratgico, que envolve tambm a formao de um programa de avaliao da conformidade, que ir permitir que a api-cultura nacional disponha dos mecanismos necessrios de comprovao da qualidade dos seus produtos apcolas, levando a uma valorao e, consequentemente, agrega-o de valor aos seus produtos, favorecendo a sua maior insero e participao no mercado mundial dessa classe de produtos.

    Uma das principais aes desse GT foi o encaminhamento de solicitao junto Asso-ciao Brasileira de Normas tcnicas (ABNT) para a formao de uma Comisso de Estudo Especial Temporria (CEET) para a elaborao de normas tcnicas para a cadeia apcola. Essa CEET foi instituda ofi cialmente em maio de 2007 (ABNT/CEET-00:001.87) e tem, desde a sua criao, a coordenao exercida por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (Embrapa), sendo aberta participao de qualquer cidado brasileiro, re-presentante de rgo de classe ou no.

    Atualmente, essa Comisso denominada apenas de Comisso de Estudo Especial da Cadeia Apcola ABNT/CEE-87 e tem como escopo a normalizao da atividade apcola, compreendendo a produo, manipulao, transporte e equipamentos nas fases de cam-po, casa de mel e entreposto, no que concerne aos requisitos, terminologia, mtodos de ensaio e sistema de rastreabilidade.

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    Um de seus objetivos tambm a elaborao e a disponibilizao, por meio de Nor-mas Brasileiras (ABNT), das bases tcnicas e referenciais para a aplicao do Programa de Avaliao da Conformidade do Mel Brasileiro, em conduo no mbito do Inmetro. Dessa forma, espera-se tambm que tais aes contribuam para a evoluo e o desenvolvimento de toda a cadeia apcola brasileira.

    Apesar de se buscar por meio das normas um padro diferenciado aos processos pro-dutivos e consequentemente nos produtos gerados, um de seus objetivos e principais premissas a sua ampla aplicabilidade, permitindo a sua utilizao pelo maior nmero de produtores e outros atores ligados cadeia produtiva (empresrios, exportadores, fabri-cantes de mquinas, equipamentos e utenslios etc.) devendo, portanto, levar em conta a realidade do setor, suas peculiaridades regionais e diversidade de produo, sem deixar, contudo, de estabelecer os padres diferenciados de qualidade.

    Entretanto, pela necessidade de sua formatao, a norma no descreve apenas pro-cedimentos tcnicos, objetivando a simples melhoria dos ndices de produtividade, como um manual de recomendaes tcnicas. Sua principal funo estabelecer os parmetros e requisitos tcnicos que, pela sua aplicao, possam promover a segurana alimentar, a manuteno da qualidade dos produtos, da preservao ambiental e da biodiversidade. Em outras palavras, a norma determina o que deve ou no ser feito, e no como.

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    III. ATUAO DA COMISSO DE ESTUDO ABNT/CEE-87Nesse sentido, a ABNT/CEE-87 tomou como prioridade, para o desenvolvimento de

    seus primeiros trabalhos, o principal produto da apicultura nacional, que o mel, para que posteriormente sejam tambm contemplados todos os outros produtos oriundos da produo apcola, alm de outras normas que visem contribuir para a melhoria e garantia da qualidade de toda a cadeia.

    Isso j vem acontecendo com a elaborao de normas voltadas aos principais uten-slios e equipamentos utilizados na produo apcola, como a norma da colmeia tipolangstroth (ABNT NBR 15713) e a norma para a centrfuga, em elaborao. Alm disso, j foram iniciados os trabalhos para a elaborao de normas tcnicas voltadas ao segundo mais importante produto da cadeia apcola nacional, a prpolis.

    Sendo assim, foi determinado o seguinte plano de trabalho (Programa de Normaliza-o Setorial - PNS), conforme a necessidade e prioridade estabelecidas pelo setor:

    Aps essa defi nio de prioridades, a ABNT/CEE-87 deu andamento elaborao de diversos Projetos de Normas e j fi nalizou sete normas tcnicas, com mais cinco em fase de disponibilizao para Consulta Nacional e trs em diferentes fases de elaborao, iden-tifi cadas a seguir:

    Normas fi nalizadas e disponveis:

    ABNT NBR 15585:2008, Apicultura Mel Sistema de produo no campo;

    ABNT NBR 15654:2009, Apicultura Mel Sistema de rastreabilidade;

    ABNT NBR 15713:2009, Apicultura Equipamentos Colmeia tipo Langstroth;

    ABNT NBR 15714-1:2009, Apicultura Mel Parte 1: Preparo de amostra para anlises fsico-qumicas;

    GUIA DE USO E APLICAO DE NORMAS DA CADEIA APCOLA | ATUAO DA COMISSO DE ESTUDO ABNT/CE-87

    PROGRAMA DE NORMALIZAO SETORIAL- PNS

    00:001.87-001 Terminologia

    00:001.87-002 Sistema de produo de mel Campo/unidade de extrao

    00:001.87-003 Processamento mel Entreposto

    00:001.87-004 Mtodos de ensaio (conjunto de normas)

    00:001.87-005 Equipamentos, utenslios e insumos (conjunto de normas)

    00:001.87-006 Sistema de rastreabilidade

    00:001.87-007 Produtos apcolas (conjunto de normas)

    00:001.87-008 Produo de enxames e rainhas

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    ABNT NBR 15714-2:2009, Apicultura Mel Parte 2: Determinao da umidade pelo mtodo refratomtrico;

    ABNT NBR 15714-3:2009, Apicultura Mel Parte 3: Determinao de cinzas;

    ABNT NBR 15714-5:2009, Apicultura Mel Parte 5: Determinao de slidos insolveis.

    Normas em fase fi nal de reviso fi nal para envio Consulta Nacional:

    87:000.00-004/4 Apicultura Mel Parte 4: Determinao da condutividade eltrica;

    87:000.00-004/6 Apicultura Mel Parte 6: Determinao do pH, acidez livre, lactnica e total;

    87:000.00-004/7 Apicultura Mel Parte 8: Determinao do contedo de hidroximetilfurfural;

    87:000.0-004/8 Apicultura Mel Parte 9: Determinao de acares redutores e sacarose aparente.

    Normas em diferentes fases de elaborao:

    87:000.00-008 Apicultura Equipamentos Centrfuga;

    87:000.00-009 Apicultura Utenslios Vestimenta;

    87:000.00-010 Apicultura Produtos Prpolis;

    87:000.00-011 Apicultura Prpolis Sistema de produo no campo;

    Normas previstas para serem iniciadas:

    87:000.00-012 Apicultura Entreposto Processamento de produtos ;

    87:000.00-013 Apicultura Prpolis Mtodos de ensaio (conjunto de normas);

    Sendo assim, a misso da ABNT/CEE-87 congregar as expertises e os seus diferentes elos, como produtores, entrepostos, rgos governamentais, instituies de fomento, pes-quisa, assistncia tcnica e extenso, para que sejam elaboradas, de forma participativa, normas que contemplem todas as fases e elos da cadeia produtiva do mel e que represen-tem e possam atender s demandas e realidade da diversidade brasileira.

    Com esse trabalho espera-se um incremento no desenvolvimento da apicultura nacio-nal, permitindo que o pas comprove a qualidade diferenciada de seus mis e dos outros produtos apcolas, com fortalecimento de toda a cadeia e minimizao dos riscos de even-tuais barreiras tcnicas impostas aos produtos, contribuindo para a ampliao de merca-dos e melhorando seu ranking na produo e exportao mundial de mel.

    Tais melhorias tero impacto direto no aumento da gerao de renda e melhoria da qualidade de vida dos produtores e outros atores da cadeia produtiva, auxiliando tambm a fi xao do apicultor no meio rural, a insero e participao dos jovens na atividade ap-cola e uma contribuio para a conservao ambiental da rica biodiversidade brasileira.

    GUIA DE USO E APLICAO DE NORMAS DA CADEIA APCOLA | ATUAO DA COMISSO DE ESTUDO ABNT/CE-87

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    IV. OBJETIVOSEste Guia tem como objetivo orientar os produtores e tcnicos na implementao de

    aes que visem o atendimento dos requisitos e orientaes contidas nas normas voltadas ao setor apcola e, dessa maneira, aplic-las de forma adequada.

    Alm disso, no intuito de auxiliar a aplicao por parte dos apicultores e empresrios do setor, outros documentos complementares devero ser disponibilizados, como manu-ais de boas prticas apcolas, j que este Guia no tem essa aplicabilidade. Aes de sensi-bilizao e capacitao que possam auxiliar tambm na compreenso de seus textos e na importncia de sua aplicao e ao da ABNT/CEE tambm devem ser desencadeadas e direcionadas ao setor.

    Dessa forma, este Guia tem como principal objetivo disponibilizar as informaes e orientaes necessrias para a aplicao correta das normas disponveis para o setor ap-cola, fazendo com que as normas tcnicas elaboradas no mbito da ABNT/CEE-87 como importantes ferramentas de garantia da qualidade auxiliem os envolvidos nessa cadeia produtiva a ganhar cada vez mais espao no cenrio internacional de mel, fortalecendo o mercado interno de mel e dos outros produtos apcolas. Alm disso, este Guia pode con-tribuir para que cada vez mais produtores e outros atores possam, ao se apoderar dessa ferramenta, gerar mecanismos e aes de desenvolvimento e melhoria de toda a cadeia apcola.

    Nesse sentido, este Guia de uso e aplicao vai tomar como base no apenas uma norma, mas um conjunto de normas que tratem de diversas reas dessa cadeia produti-va, como produo no campo, garantia da rastreabilidade e comprovao da qualidade do mel produzido.

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    V. IMPACTOS E RESULTADOS ESPERADOS NA CADEIA APCOLA Melhorar a qualidade dos produtos apcolas;

    Incentivar a fi delizao de clientes para os produtos apcolas, utenslios e equipamentos produzidos sob os requisitos das normas tcnicas;

    Melhorar a efi cincia na produo apcola;

    Melhorar a imagem dos produtos e materiais apcolas perante seus clientes;

    Melhorar a qualidade dos servios laboratoriais voltados ao controle da qualidade do mel;

    Melhorar as competncias profi ssionais dos diferentes elos da cadeia;

    Proporcionar aos clientes uma garantia de percepo da qualidade dos servios oferecidos e dos produtos fi nais;

    Diferenciar as empresas, associaes de produtores e entrepostos que adotem estas normas, por meio da qualidade do servio, proporcionando mais competitividade ao setor e destaque para aqueles que utilizam as normas tcnicas;

    Orientar a implantao do conjunto de normas apcolas.

    GUIA DE USO E APLICAO DE NORMAS DA CADEIA APCOLA | IMPAC TOS E RESULTADOS ESPERADOS NA CADEIA APCOLA

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    VI. ORIENTAES GERAISNa medida em que as normas disponveis para o setor abrangem distintas reas de

    atuao e aplicao, como controle e comprovao da qualidade (mtodos de ensaio fsi-coqumicos para mel e sistema de rastreabilidade), e de melhoria da efi cincia da atividade (sistema de produo no campo, mel e equipamento, colmeia), cada usurio (apicultores, tcnicos de laboratrio, marceneiros etc.) e segmentos do setor (fabricantes de material apcola, associaes, cooperativas, entrepostos, laboratrios) devem, dentro das caracte-rsticas de cada rea abordada, adequar as orientaes deste guia conforme suas necessi-dades e particularidades.

    Nesse sentido, pela diversidade presente nas normas disponveis atualmente para o setor, este Guia ir disponibilizar um modelo de roteiro de implementao usando como base referencial a ABNT NBR 15585, Apicultura Mel Sistema de produo no campo, uma vez que, pelo seu escopo e caracterstica de aplicao voltada a um sistema de produo, existem mais elementos de gesto e consideraes de aplicao que podem, ao serem exemplifi cados, contribuir para o entendimento da maneira como as normas atuam no desenvolvimento do setor.

    Para facilitar a utilizao deste Guia, as respectivas normas devem ser utilizadas como base referencial conjuntamente com o Guia. As adequaes necessrias de acordo com os diferentes escopos de aplicao das diferentes normas devem levar em conside-rao sua rea de aplicao e seus usurios diretos e pblico-alvo preferencial.

    GUIA DE USO E APLICAO DE NORMAS DA CADEIA APCOLA | ORIENTAES GERAIS

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    GUIA DE USO E APLICAO DE NORMAS DA CADEIA APCOLA | NORMAS TCNICAS | ABNT NBR 15713

    VII. NORMAS TCNICAS

    ABNT NBR 15713, APICULTURA EQUIPAMENTOS COLMEIA TIPO LANGSTROTH

    Esta norma voltada principalmente para empresas ou fabricantes de colmeias, no sentido de orient-los corretamente para a fabricao de uma colmeia padro do tipo Langstroth (modelo americano), uma vez que disponibiliza todos os requisitos necess-rios, como medidas, dimenses, tolerncias, materiais, tratamentos, inclusive com a dispo-nibilizao dos respectivos gabaritos para cada pea componente do conjunto.

    Entretanto, embora os apicultores no tenham a prerrogativa de serem os fabricantes diretos desse equipamento, uma vez que para que os requisitos indicados na norma sejam aplicados necessria uma estrutura adequada, tanto de equipamentos como de mo de obra qualifi cada, o conhecimento de seu contedo por parte de seus usurios (apicultores) fundamental para a sua plena aplicao, uma vez que sero eles os principais benefi cirios da aplicao da norma e, portanto, devem atuar como incentivadores de sua disseminao e at mesmo pelo poder que detm enquanto consumidores podero direcionar seus processos de aquisio desses materiais para aquelas empresas que demonstrem a aplicao da norma na construo de seus produtos, levando o mercado de materiais apcolas como um todo a um direcionamento para os requisitos de padronizao e qualidade preconizados pela norma.

    A colmeia o principal utenslio da apicultura moderna e fundamental para a criao racional de abelhas e para uma produo com qualidade. A colmeia Langstroth a mais utilizada na criao de abelhas do gnero Apis em todo o mundo. Tambm conhecida como Americana, Standard, Padro ou Universal, foi idealizada pelo apicultor americano Lorenzo Lorraine Langstroth, em 1851. Seus principais diferenciais esto relacionados com a considerao do espao abelha (espao interno entre os favos) e a mobilidade de suas peas internas (quadros). A partir de sua idealizao que se deu o maior avano na api-cultura mundial, em funo da facilidade de manejo que ela proporciona e da considera-o das necessidades biolgicas das abelhas.

    Pelas suas inmeras qualidades e praticidade, o modelo de colmeia recomendado como padro nacional pela Confederao Brasileira de Apicultura (CBA).

    A padronizao para sua correta construo, considerando-se suas medidas originais, fundamental para o desenvolvimento de uma apicultura racional e sustentvel, propor-cionando otimizao de custos e materiais, evitando diferenas de construo entre os diversos fabricantes e oferecendo, dessa forma, um produto de qualidade ao setor produ-tivo.

    Dessa forma, pela aplicao da norma, no s o mercado de produtos apcolas ganha em qualidade de seus produtos, mas tambm em competitividade, criando opes de pro-dutos diferenciados para o consumidor fi nal. Esse diferencial de qualidade das colmeias produzidas sob as diretrizes estabelecidas na ABNT NBR 15713 tambm pode ser uma fer-ramenta importante para o direcionamento de qualidade em processos de licitao pbli-ca e compras conjuntas (associaes e cooperativas) para aquisio desse tipo de material, na medida em que a comprovao da aplicao da ABNT NBR 15713 pode ser estabelecida no corpo do edital, como requisito e condio mnima para aquelas empresas e fornecedo-res que queiram participar da licitao.

    Tal diferencial deve eliminar uma situao histrica dentro da atividade, onde processos de li-citao pblica para aquisio de materiais apcolas acabavam por disponibilizar produtos de bai-xa qualidade, fora de padres, apenas por apresentarem preos menores que seus concorrentes.

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    Como se trata de um equipamento onde pequenas alteraes de dimensionamento e falta de padronizao em seu processo de construo podem levar perda de sua funcio-nalidade, este utenslio primordial para a aplicao de uma apicultura racional deve ser construdo de acordo com requisitos preestabelecidos. muito comum na prtica apcola nacional que os apicultores, ao buscarem uma reduo dos custos inerentes aquisio de colmeias, decidam por fabric-las pessoalmente ou mesmo solicitando a um marce-neiro que as construa, mesmo que esse profissional no tenha experincia na fabricao desse tipo de equipamento.

    Nesse caso, o ditado popular que diz que o barato pode sair caro se aplica perfeitamen-te, uma vez que ao ser privilegiado apenas o menor custo em detrimento da qualidade do produto, as perdas futuras sero certas.

    O uso de madeiras de baixa qualidade, com densidades que levem a uma deteriorao do material em curto espao de tempo e em estados no adequados de utilizao, como umidade acentuada, ir infl uenciar diretamente na diminuio da vida til do equipamento pela deformao e empenamento das peas mveis, levando necessidade de reposio de material em um espao menor de tempo.

    Esse fator tambm ir interferir na perda de intercambialidade de seus componentes e, portanto, em uma avaliao do seu custo-benefcio, certamente ficar demonstrado que o produtor ter feito um mau negcio ao adquirir materiais mais baratos, embora com menor qualidade.

    Os pontos identificados acima no s influenciam na vida til desses equipamen-tos, mas tambm tm influncia direta no manejo das colmeias e no desenvolvimento adequado das colnias, pois imperfeies e deformidade nos componentes da colmeia (tampas, laterais, quadros) podem levar gerao de entradas ou espaos indesejveis, que iro favorecer a entrada de inimigos naturais (formigas) e prejudicar a manuteno do microclima ideal para o desenvolvimento das abelhas. Peas com espessuras menores do que as indicadas na norma tambm podem interferir na manuteno da temperatura interna ideal, fator esse fundamental em regies de clima frio, como a regio sul e parte da regio sudeste do Brasil.

    Tais situaes desencadeiam a necessidade de recursos e trabalhos adicionais por parte das abelhas, na tentativa de eliminar esses espaos, com propolizaes, alm de gerar in-meros inconvenientes e difi culdades no manejo, com quebras e rupturas de quadros no mo-mento de sua retirada, deformidade de quadros que levam unio indesejada dos favos e propolizaes entre a tampa e a parte superior dos quadros, difi cultando o manejo.

    A no considerao das dimenses adequadas tambm gera espaos internos maiores que os recomendveis, considerando o espao-abelha, gerando propolizaes inconvenien-tes e formao de favos adicionais.

    Tais situaes levam a uma despadronizao generalizada, uma vez que a construo desse tipo de equipamento no s requer equipamentos especficos, a fim de que se ob-tenham peas de qualidade de acordo com os requisitos estabelecidos na norma, como tambm conhecimentos especficos na confeco de peas mveis, intercambiveis de madeira por parte do profissional que ir fabric-lo.

    Pequenas alteraes de dimenso, por menor que sejam, podem levar a uma perda de intercambialidade entre peas de diferentes colmeias, como difi culdade de encaixe de qua-dros em equipamentos apcolas (centrfuga) utilizados em etapas de benefi ciamento do mel.

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    Colmeias de baixa qualidade que porventura possam ser utilizadas como mode-lo-base de construo para outras tambm podem gerar imperfeies e um efeito de perda de qualidade em cascata, por no apresentarem as dimenses-padro reco-mendadas, mesmo que aparentemente e visualmente apresentem as caractersticas recomendadas de fabricao.

    Sendo assim, no intuito de favorecer no s a aplicao dos requisitos estabeleci-dos na norma, mas tambm como ferramenta fundamental de verificao da aplicao desses requisitos, foram elaborados os gabaritos, que constam no contedo da norma.

    Tais materiais iro permitir a checagem, por parte no s dos fabricantes, mas tambm dos usurios desse equipamento, da aplicao dos requisitos estabelecidos na norma e que tambm devem ser fabricados sob condies adequadas que garan-tam sua efetividade.

    Abaixo seguem algumas recomendaes inerentes aquisio de colmeias, con-forme os requisitos tcnicos identificados na ABNT NBR 15713.

    AES SEQUENCIAIS

    As aes a seguir so recomendadas para Federaes, grandes associaes e grandes empresas de apicultura. Recomenda-se que pequenos apicultores (menos de 100 colmeias, por exemplo), que porventura ainda realizem seu trabalho de for-ma isolada, procurem filar-se a associaes que, por sua vez, estejam filiadas a uma Federao estadual.

    AES RECOMENDADAS NA ABNT NBR 15713

    AO 1

    AQUISIO DOS GABARITOS DE INSPEO

    a) Encomendar a fabricao dos gabaritos de inspeo da qualidade em fabricantes (ferramentarias) idneos.

    NOTA: O pagamento da fatura ao fabricante deve ser efetuado aps a comprovao da conformidade dos gabaritos, de acordo com o item b.

    b) Efetuar a inspeo de conformidade dos gabaritos em laboratrio de metrologia, de preferncia credenciado pelo Inmetro.

    NOTA: Os custos inerentes fabricao, aquisio e validao dos gabaritos devem preferencialmente ser bancados pela Federao e Associaes fi liadas, uma vez que esses equipamentos podem ser utilizados de forma compartilhada por todos os envolvidos.

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    AES RECOMENDADAS NA ABNT NBR 15713

    AO 2

    QUALIFICAO DE FABRICANTES DE COLMEIAS

    NOTA: recomendvel qualifi car dois ou mais fabricantes.

    a) Investigar a idoneidade de cada fabricante, verifi cando se h reclamaes de clientes e/ou aes judiciais contra a empresa.

    b) Quando possvel, agendar visita s instalaes do fabricante para verifi car a qualidade de colmeias fabricadas pela empresa.

    NOTA: Levar os gabaritos de inspeo para a visita.

    c) Solicitar ao representante da empresa a disponibilizao aleatria no estoque de algumas peas, como fundos, ninhos, quadros de ninho, melgueiras, quadros de melgueira, tampas, fundos etc.

    d) Inspecionar os componentes do item c pela utilizao dos gabaritos de inspeo.

    e) Aps verifi cao das dimenses estabelecidas na norma, aprovar ou reprovar os componentes inspecionados quanto inspeo realizada.

    AO 3

    PROGRAMAO DE COMPRAS DE COLMEIAS

    a) Solicitar s associaes fi liadas Federao que especifi quem quantidades e prazos desejados.

    b) Programar junto ao(s) fabricante(s) a(s) quantidade(s), data(s) e local(is) para entrega(s).

    NOTA: Pelo menos 5% das colmeias de cada fabricante devem ser entregues na sede da Federao ou em outro endereo indicado para entrega, para cumprimento do item c.

    c) Inspecionar por amostragem (pelo menos 5% das colmeias de cada fabricante) as colmeias adquiridas, quanto ao cumprimento dos requisitos da ABNT NBR 15713.

    AO 4

    ENTREGA DAS COLMEIAS

    a) Entregar as colmeias para as associaes fi liadas, de acordo com as solicitaes efetuadas na Ao 3 (a).

    NOTA: Para que haja efetividade da utilizao dos gabaritos na checagem dos requisitos conforme orientao, recomenda-se o acompanhamento de profi ssional qualifi cado e com conhecimentos inerentes ao processo de verifi cao dimensional. Estudantes de cursos tcnicos em reas de mecnica tambm podem ser envolvidos no processo, como forma de capacitao prtica dos conhecimentos e conceitos adquiridos em sua formao. Apicultores que demonstrem a capacidade e habilidade de executarem esse processo de verifi cao tambm devem ser identifi cados em seus grupos e associaes, a fi m de minimizar os custos envolvidos.

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    A seguir transcrito o Anexo A da ABNT NBR 15713.

    ANEXO A (INFORMATIVO)

    INSPEO DIMENSIONAL E GEOMTRICA DOS COMPONENTES DA COLMEIA LANGSTROTH

    Os gabaritos e procedimentos apresentados neste Anexo so recomendados pela Con-federao Brasileira de Apicultura (CBA) para inspeo dimensional e geomtrica dos componentes da colmeia tipo Langstroth. Este Anexo no tem funo de certifi cao em relao a esta Norma.

    A.1 Gabaritos (G) para inspeo

    Recomenda-se que os calibradores sejam periodicamente aferidos em laboratrios de me-trologia credenciados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (Inmetro).

    NOTA Recomenda-se que os gabaritos sejam fabricados utilizando-se ligas metlicas como:

    liga de alumnio AISI 5052 (sem tmpera e tratamento superfi cial);

    liga de ao AISI 1020 endurecido apenas superfi cialmente para 30 HRc atravs de cementao e tmpera (se necessria);

    liga de ao AISI 1050 ou AISI 1045 totalmente endurecido para 30 HRc atravs de tmpera;

    gabaritos de ao com tratamento superfi cial de galvanizao;

    cantos vivos externos arredondados com R = 0,1 mm REF;

    rugosidade superfi cial: Ra 3,2 m.

    A.1.1 Verifi cador dimensional e de planeza para inspeo de vrios componentes confor-me Figura A.1.

    Figura A.1 Verifi cador dimensional e de planeza (G1)

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    A.1.2 Calibradores de folga (0,5 1,0 1,1 5,0) mm para inspeo de componentes conforme Figura A.2.

    NOTA: Produto padronizado disponvel em lojas especializadas.

    Figura A.2 Calibradores de folga (G2)

    A.1.3 Verifi cadores dimensionais e de forma geomtrica do fundo conforme Figura A.3.

    Figura A.3 Verifi cadores dimensionais e de forma geomtrica do fundo (G3, G4 e G5)

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    A.1.4 Verifi cadores dimensionais e de forma geomtrica passa e no passa do ninho e da melgueira conforme Figuras A.4 e A.5.

    Figura A.4 Verifi cadores dimensionais e de forma geomtrica passa e no passa do ninho e da melgueira (G6)

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    Figura A.5 Verificador dimensional e de forma geomtrica no passa do ninho e da melgueira (G7)

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    A.1.5 Verifi cadores dimensionais e de forma geomtrica passa e no passa dos quadros do ninho e da melgueira conforme Figura A.6.

    Figura A.6 Verifi cadores dimensionais e de forma geomtrica passa e no passa dos quadros do ninho e da melgueira (G8 E G9)

    A.1.6 Outros equipamentos, como trena, escalmetro (rgua graduada em milmetros).

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    A.2 Procedimento para inspeo

    Recomenda-se que os procedimentos sejam executados por profi ssionais treinados, em locais limpos, sem presena de materiais contaminantes (agrotxicos, corrosivos, abrasivos etc.).

    A.2.1 Fundo

    A.2.1.1 Colocar o fundo sobre uma superfcie plana horizontal, deixando a face correspondente profundidade 20 mm voltada para cima. Ver Figura A.7.

    A.2.1.2 Encaixar o gabarito G3 no fundo, encostando-o contra um dos cantos posteriores do fundo. Ver Figura A.7.

    A.2.1.3 Verifi car se o calibrador de folga G2 de 0,5 mm passa desliza livremente na fresta entre o gabarito G3 e a lateral do fundo, sobre a qual o gabarito no foi encostado. Se houver deslizamento livre, o fundo deve ser parcialmente aprovado. Ver Figura A.7.

    A.2.1.4 Verifi car se o calibrador de folga G2 de 1,1 mm no passa no penetra livremente nas frestas entre o gabarito G3 e as trs laterais com borda saliente do fundo. Se houver penetrao, o fundo deve ser rejeitado. Ver Figura A.7.

    Figura A.7 Verifi cao dimensional e geomtrica da face com profundidade de 20 mm do fundo

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    A.2.1.5 Repetir os procedimentos de A.2.1.1 a A.2.1.4 para a face com profundidade de15 mm.

    A.2.1.6 Substituir o gabarito G3 pelo gabarito G5 e manter o fundo com a face de profundidade 15 mm voltada para cima. Ver Figura A.8.

    A.2.1.7 Verifi car se a profundidade est com (15 0,5) mm, deslizando o gabarito G5 sobre o fundo e prximo s laterais, exceto a lateral onde se localiza o alvado. Se somente o rebaixo passa do gabarito G5 passar sobre a borda, o fundo deve ser parcialmente aprovado. Se o rebaixo no passa passar tambm sobre a borda, o fundo deve ser rejeitado. Ver Figura A.8.

    Figura A.8 Verifi cao dimensional com profundidade de (15 0,5) do fundo

    A.2.1.8 Utilizar o gabarito G4 e repetir os procedimentos de A.2.1.6 e A.2.1.7 para a face com profundidade 20 mm.

    A.2.1.9 Substituir o gabarito G4 pelos gabaritos G1 e calibrador de folga G2 de 0,5 mm. Manter o fundo com a face de profundidade 20 mm voltada para cima. Ver Figura A.9.

    A.2.1.10 Colocar o gabarito G1 sobre o fundo, similar colocao do ninho sobre o fundo. Ver Figura A.9.

    A.2.1.11 Tentar (sem forar) em vrios pontos dos trs lados que o calibrador de folga G2 de 0,5 mm penetre na fresta entre o gabarito G1 e a lateral do fundo. Se o calibrador G2 penetrar em pelo menos um ponto, o fundo dever ser rejeitado. Ver Figura A.9.

    Figura A.9 Verifi cao da planeza na face com 20 mm de profundidade do fundo

    A.2.1.12 Repetir os procedimentos de A.2.1.10 e A.2.1.12 para a face com profundidade de 15 mm.

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    A.2.2 Ninho

    A.2.2.1 Colocar o ninho sobre uma superfcie plana horizontal, com os rebaixos para apoio dos quadros voltados para cima. Ver Figura A.10.

    A.2.2.2 Introduzir o gabarito G6 Passa no ninho. Se o gabarito G6 penetrar livremente e a borda superior do rebaixo do ninho fi car visualmente entre as cotas de 19,5 e 18,5 (ver a Figura A.4), o ninho deve ser parcialmente aprovado. Se o gabarito G6 no penetrar, o ninho deve ser rejeitado. Ver Figura A.10.

    A.2.2.3 Tentar introduzir o gabarito G7 no passa no ninho. Se o gabarito G7 no penetrar, o ninho deve ser parcialmente aprovado. Se o gabarito G7 penetrar, o ninho deve ser rejeitado. Ver Figura A.10.

    Figura A.10 Verifi cao dimensional e geomtrica do ninho

    A.2.2.4 Substituir os gabaritos G6 e G7 pelos gabaritos G1 e calibrador de folga G2 de 0,5 mm.

    A.2.2.5 Colocar o gabarito G1 sobre o ninho.

    A.2.2.6 Tentar (sem forar) em vrios locais das quatro bordas laterais que o calibrador de folga G2 de 0,5 mm penetre na fresta entre o gabarito G1 e cada borda lateral do ninho. Se o calibrador G2 penetrar em pelo menos um local, o ninho deve ser rejeitado.

    A Figura A.11 ilustra os procedimentos de A.2.2.5 e A.2.2.6.

    Figura A.11 Verifi cao da planeza da parte superior do ninho

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    A.2.2.7 Colocar o ninho sobre uma superfcie plana horizontal, com os rebaixos para apoio dos quadros voltados para baixo.

    A.2.2.8 Repetir os procedimentos de A.2.2.5 e A.2.2.6.

    A.2.2.9 Verifi car a altura do ninho (240 mm) com trena.

    A.2.3 Melgueira

    Aplicar os mesmos procedimentos de A.2.2.

    A.2.4 Quadro de ninho

    A.2.4.1 Prender o gabarito G8 numa morsa ou outro ferramental similar disponvel.

    A.2.4.2 Introduzir o quadro no gabarito G8. Se o quadro penetrar livremente at atingir a profundidade 19,5 mm do gabarito, ele deve ser parcialmente aprovado. Ver Figura A.12.

    A.2.4.3 Apoiar o gabarito G9 sobre a trave superior do quadro e desliz-lo em direo s extremidades do quadro. Se somente o rebaixo Passa do gabarito G9 passar sobre a borda do gabarito G8, o quadro deve ser parcialmente aprovado. Se o rebaixo No Passa do gabarito G9 passar tambm sobre a boda do gabarito G8, o quadro deve ser rejeitado. Ver Figura A.12.

    A.2.4.4 Se o quadro penetrar at a profundidade 32 mm ou no penetrar no gabarito, o quadro deve ser rejeitado. Ver Figura A.12.

    Figura A.12 Verifi cao dimensional e geomtrica do quadro de ninho

    A.2.4.5 Substituir os gabaritos G8 e G9 por uma superfcie plana horizontal e um calibrador de folga G2 de 5 mesmo.

    A.2.4.6 Apoiar uma das laterais dos espaadores do quadro sobre a superfcie plana. Ver Figura A.13.

    A.2.4.7 Verifi car com o calibrador de folga G2 de 5 mm se este desliza livremente nas frestas entre a superfcie plana horizontal e os dois espaadores. Ver Figura A.13.

    A.2.4.8 Apoiar a outra lateral dos espaadores do quadro sobre a superfcie plana.

    A.2.4.9 Verifi car com o calibrador de folga G2 de 5 mm se este desliza livremente nas frestas entre a superfcie plana e os dois espaadores. Ver Figura A.13.

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    Figura A.13 Verificao de espao-abelha nas laterais dos espaadores do quadro de ninho

    A.2.5 Quadro de melgueira

    Aplicar os mesmos procedimentos de A.2.4.

    A.2.6 Tampa

    A.2.6.1 Colocar a tampa sobre uma superfcie plana horizontal.

    A.2.6.2 Introduzir o gabarito G1 na tampa. Se o gabarito G1 penetrar livremente, a tampa deve ser parcialmente aprovada. Se o gabarito no penetrar, a tampa deve ser rejeitada.

    A.2.6.3 Verifi car visualmente e por comparao se a dimenso 410 mm da tampa estiver aproximadamente igual correspondente dimenso 410 mm do gabarito G1.

    A.2.6.4 Encostar o gabarito G1 contra uma das laterais da tampa.

    A.2.6.5 Introduzir o calibrador de folga G2 (1 mm) na fresta da outra lateral e desliz-lo por toda a extenso da fresta. Se houver resistncia ao deslizamento do calibrador G2 (1 mm), a tampa deve ser rejeitada.

    A.2.6.6 Encontrar os dois locais onde o gabarito G1 estiver tocando a tampa e apertar levemente cada um destes locais com uma das mos ou com grampo (sargento).

    A.2.6.7 Tentar introduzir (sem forar) o calibrador de folga G2 (0,5 mm) em vrios locais das quatro frestas. Se o calibrador G2 (0,5 mm) penetrar facilmente, deixando ainda alguma fresta residual, a tampa deve ser rejeitada.

    A Figura A.14 ilustra os procedimentos para inspeo da tampa.

    Figura A.14 Verifi cao dimensional e geomtrica da tampa

    A.2.6.8 Verifi car, com rgua graduada em milmetros, trena ou outro instrumento de baixa preciso, as demais dimenses (pouco importantes) da tampa.

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    GUIA DE USO E APLICAO DE NORMAS DA CADEIA APCOLA | NORMAS TCNICAS | ABNT NBR 15585

    ABNT NBR 15585, APICULTURA MEL SISTEMA DE PRODUO NO CAMPO

    Esta norma foi a primeira a ser elaborada pela ABNT/CEE-87 e tinha o objetivo claro, na poca, de preencher uma lacuna importante da cadeia produtiva do mel, que no dispunha de regulamentos, normas ou qualquer outro material normativo ou de norma-lizao que considerasse todos os aspectos de produo do campo mesa e assim indi-casse os requisitos tcnicos a serem considerados na fase de produo do mel no campo, passando pela fase de benefi ciamento da unidade de extrao e fi nalmente expedio do produto, que se destina ao entreposto onde ocorrem as etapas de processamento, fracionamento e formao de derivados das matrias-primas apcolas, como o mel, pr-polis, geleia real, cera e plen.

    A fase de produo no campo que envolve diversas etapas e atividades de manejo nos apirios tem infl uncia direta na manuteno da qualidade dos produtos das abelhas produzidos e, pelas caractersticas fsicas e biolgicas do mel, pode, caso no sejam consi-deradas os princpios de Boas Prticas Apcolas (BPA), alterar as condies adequadas e de segurana alimentar previstas na legislao para a comercializao do produto.

    Diferentemente dos produtos das abelhas, outros produtos de origem animal, como o leite, aps sua fase de produo e extrao no campo (ordenha), passam por processos industriais (pasteurizao) no laticnio ou usina de leite, eliminando condies sanitrias inadequadas geradas nas etapas no campo.

    No caso do mel, perda de qualidade gerada por falhas nos processos e atividades na fase de campo carreada at a fase fi nal de processamento, como questes de contami-naes qumicas oriundas de falhas, por exemplo, pelo uso indevido de produtos qumicos no controle sanitrio das colmeias, limpeza do apirio (herbicidas) ou instalao indevida de apirios perto de reas agriculturveis com intenso uso de agrotxicos.

    Poucas so as situaes que podem, a partir de uma etapa realizada no entreposto, tentar reverter falhas em processos anteriores realizadas no campo, como, por exemplo, o excesso de umidade. Entretanto, mesmo havendo disponibilidade de processos industriais que possam atuar em determinada situao, eles acarretam em aumento de custos ope-racionais e caso no sejam bem dimensionados, podem tambm alterar as caractersticas fsico-qumicas originais do produto.

    Sendo assim, se torna fundamental que o produtor tenha primeiro conhecimento das caractersticas do produto em que est trabalhando, suas particularidades e pontos cr-ticos de controle, como tambm as atividades de manejo e processos de produo que podem interferir na qualidade original do produto.

    Desta forma, os requisitos estabelecidos na ABNT NBR 15585 visam, antes de tudo, garantir a qualidade e a segurana de consumo para o mais importante produto da api-cultura mundial. Alm disso, aspectos ambientais de conservao dos recursos naturais e aspectos sociais, como a segurana dos manipuladores (apicultores), do seu bem estar durante o manejo das colmeias e tambm da segurana da comunidade do entorno dos apirios, tambm so pontos importantes para uma produo sustentvel, que foram le-vados em considerao na elaborao da norma.

    No sentido de informar os apicultores sobre as principais questes que devem ser levadas em considerao para a prtica de uma apicultura verdadeiramente sustentvel so repassadas, a seguir, algumas informaes sobre o produto-alvo desta norma, o mel, bem como suas caractersticas e propriedades.

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    CONHECENDO O MEL

    Principal fonte alimentar das abelhas, resultado de um elaborado trabalho de coleta e processamento do nctar pelas abelhas em diferentes fontes fl orais, sempre foi considera-do por diversos povos da antiguidade um alimento especial.

    Na legislao brasileira, voltada regulamentao da produo e comercializao dos produtos das abelhas, o mel defi nido como:

    Entende-se por mel o produto alimentcio produzido pelas abelhas melferas, a partir do nctar das fl ores ou das secrees procedentes de partes vivas das plantas ou de excre-es de insetos sugadores de plantas que fi cam sobre partes vivas de plantas, que as abe-lhas recolhem, transformam, combinam com substncias especfi cas prprias, armazenam e deixam madurar nos favos da colmeia.

    Apesar de ser uma substncia aparentemente de simples composio, sendo forma-do basicamente por acares e gua, apresenta, embora em menor concentrao, uma grande variedade de outras substncias, como sais minerais, cidos orgnicos etc., que lhe conferem caractersticas especiais.

    Caractersticas gerais:

    As abelhas melferas (produtoras de mel), para produzir o mel, necessitam coletar grande volume de nctar, que ir sofrer alteraes fsicas (retirada do excesso de umidade) e qumicas, pela incluso de substncias prprias das abelhas (enzimas), que alteram a composio original de acares. Nessa tarefa incessante, as abelhas campeiras visitam milhares de fl ores encontradas em inmeras fontes fl orais.

    Essa variedade de fontes fl orais varia de regio para regio e em funo das diferentes pocas do ano. Em um pas de dimenses continentais como o Brasil e por sua diversida-de de biomas, os mis brasileiros apresentam caractersticas nicas, pois so exatamente essas diversas fontes fl orais que determinam as principais caractersticas dos mis. Sendo assim, no existe um tipo de mel, mas sim uma infi nidade de variaes em suas proprie-dades organolpticas (cor, aroma, sabor, consistncia) em funo das diferentes fontes fl o-rais originrias.

    Como foi dito anteriormente, o mel basicamente uma soluo saturada de acares, principalmente glicose e frutose e, em menor quantidade, sacarose e outros acares mais simples. Tal composio lhe confere alta viscosidade e, juntamente com outros fatores, como acidez e presena de substncias antimicrobianas, faz com que o mel apresente, de maneira geral, alta estabilidade frente ao crescimento microbiano. Entretanto, caso a quantidade de gua presente seja maior do que a ideal, os micro-organismos que se en-contram presentes no mel iro se desenvolver, fazendo com que o mel fermente, preju-dicando, dessa forma, a qualidade do produto. Esta fermentao prejudica a qualidade do mel, alterando seu sabor e aroma e deixando-o imprprio para o consumo.

    O contedo de gua no mel, juntamente com a quantidade de micro-organismos pre-sentes, determina se e quando o mel ir fermentar a uma dada temperatura. Todo mel apresenta leveduras tolerantes aos acares (osmoflicas), que ocorrem naturalmente no meio ambiente (solo, plantas, colmeia), mas que so mantidas biologicamente inativas pela alta concentrao de acares. Entretanto, em condies favorveis (grande quanti-dade de gua), se desenvolvem, consumindo os acares e liberando lcool etlico e CO2.Por isso que, ao abrir um recipiente contendo mel em processo de fermentao, ocorre aquele barulho caracterstico da abertura de uma garrafa de refrigerante.

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    Nesse sentido, a alta concentrao de acares com baixo contedo de gua, um pro-cesso higinico de colheita, extrao e processamento do mel e condies de temperatu-ra e umidade ideais de estocagem so a garantia de segurana contra a fermentao. As temperaturas ideais de armazenamento do mel que inibem o processo de fermentao so aquelas abaixo de 10C.

    COR, AROMA E SABOR

    Como as diversas fontes fl orais so predominantes na determinao dos tipos de mis, existe uma enorme variedade de mis e caractersticas sensoriais (cor, aroma e sabor).A cor do mel pode apresentar grande variao, de branco a quase negro, sendo que as tonalidades de mbar (dourado) so as mais comuns.

    Mesmo mis de coloraes similares podem apresentar sabores e aromas distintos, ou seja, apenas a cor no pode ser um parmetro defi nitivo na diferenciao de tipos de mis.

    A despeito da sua docilidade, o sabor do mel est fortemente atrelado a seu aroma,e essas caractersticas dependem de quantidades diminutas de substncias complexas derivadas das fontes fl orais. Alguns mis podem apresentar sabores bem distintos, como os mis de eucalipto e de laranjeira, por exemplo, e outros podem apresentar sabores bas-tante peculiares, como o mel de Bracatinga e Faveira, que, mesmo no agradando ao paladar da maioria dos consumidores, por apresentarem sabores marcantes, podem ser altamente valorizados em determinados mercados, em funo de caractersticas espec-fi cas ou propriedades teraputicas a eles atribudas como o caso do mel de manuka, produzido na Nova Zelndia.

    Nesse sentido, o mel deveria ser considerado e apreciado da mesma forma que os pro-dutos como o vinho ou o azeite de oliva, que, em funo de suas origens botnicas, locais e processos diferenciados de produo, apresentam particularidades distintas e diferentes gamas de aromas (frutados, aromticos etc.), sabores e cores.

    Procure consumir mis de diferentes fl oradas e perceba a riqueza de sabores e aromas, escolhendo assim aquele que mais agradar ao seu paladar, ou ento utilize-os como ingre-dientes em receitas culinrias variadas!

    Alguns exemplos de cor em mis oriundos de diferentes fl oradas

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    PRINCIPAIS DVIDAS

    Mel puro cristaliza?

    Sim! A cristalizao um processo natural do mel que s ocorre em mis puros, no pre-judicando a qualidade do produto. Dependendo do tipo do mel e das condies de armaze-namento (determinadas temperaturas), esse processo ocorre de maneira mais rpida ou mais lenta. Normalmente a cristalizao ocorre de forma homognea, comeando no fundo do recipiente, at atingir o frasco todo. Sendo assim, cristalizaes que ocorrem em apenas algu-mas camadas ou faixas do frasco podem ser um indicativo de possveis adulteraes grossei-ras com outras substncias (xaropes de acar comum etc.).

    O mel cristalizado ou aucarado, como popularmente conhecido esse processo, pode ser descristalizado, entretanto alguns cuidados devem ser tomados nesse procedimento, para que no haja perda da qualidade.

    O mel volta ao seu estado lquido quando aquecido, entretanto este aquecimento deve ser executado de forma indireta, colocando-se o frasco do produto em outro recipiente com gua, sendo este levado ao fogo (banho-maria). Entretanto, deve-se controlar a temperatura para que no ultrapasse 40C, e de preferncia o frasco com mel deve estar tampado, pois, como o mel apresenta alta capacidade de absoro de gua do ambiente (higroscopicidade), caso o recipiente esteja destampado, o mel ir absorver umidade do vapor dgua produzido, acarretando perda da qualidade. Aquecimentos excessivos e por longos perodos so preju-diciais ao mel, gerando subprodutos, que causam escurecimento (HMF) e perda de substn-cias (enzimas, compostos volteis etc.), alterando sua composio original.

    Sendo assim, se o consumidor optar por consumir o mel apenas no estado lquido, reco-menda-se que, ao proceder com a descristalizao, faa isto apenas em pequenas quantida-des ou em quantidades que sero consumidas rapidamente.

    Aquecimentos sucessivos do mel contido na mesma embalagem devem ser evitados!

    Mesmo mel em estados distintos, lquido e cristalizado

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    Qual o melhor mel, escuro ou claro?

    No devemos fazer essa distino, pois como existem inmeros tipos de mis, apenas a cor do mel no pode ser utilizada como padro de qualidade. Na realidade no existe me-lhor mel, desde que o mel tenha sido produzido segundo as orientaes das Boas Prticas Apcolas. Estando isento de contaminaes qumicas, suas qualidades estaro preservadas.

    O que vai determinar a preferncia por parte do consumidor em relao a diferentes ti-pos de mis ser sua afi nidade sensorial por um determinado tipo. Algumas pessoas prefe-rem mis menos doces e mais aromticos, por exemplo.

    O paladar do consumidor que ir determinar aqueles mis que mais lhe agradam!

    Entretanto, algumas diferenas podem ser relacionadas com as cores do mel, por exem-plo, mis escuros tendem a apresentar maiores concentraes de sais minerais, mas isto no quer dizer que mis mais claros so mais pobres em sua composio! De maneira geral, mis mais escuros apresentam sabores mais marcantes do que mis mais claros, que tendem a ser mais suaves. Entretanto, para toda regra existem excees.

    O mel pode estragar?

    Sim! Como foi explicado anteriormente, mesmo o mel sendo um produto que apresenta alta estabilidade, alguns micro-organismos, como algumas leveduras e bolores, podem se proliferar em solues saturadas de acar, gerando subprodutos (lcool e CO2) que iro pre-judicar a qualidade do produto.

    A presena de bolhas na camada superior do recipiente, tampas ou frascos estufados, difi culdade na abertura do frasco e som caracterstico de presso so indicativos de processo de fermentao. Nesse caso, no recomendvel o consumo do mel.

    A capacidade do mel de absorver gua do ambiente tambm faz com que ele possa absorver odores indesejveis que o descaracterizam. Sendo assim, deve-se evitar armaze-nar potes de mel prximos de produtos de limpeza, etc. ou em locais com fortes odores e produtos especfi cos, como caf.

    Outra maneira de descaracterizar sua composio original e descart-lo para o consu-mo est relacionada contaminao por resduos qumicos. Tais fontes podem ser oriundas de contaminao por agrotxicos utilizados nas reas muito prximas ao apirio, utilizao indiscriminada de antibiticos para o controle de doenas das abelhas ou mesmo pela ar-mazenagem do produto em recipientes de produtos qumicos e imprprios para o armaze-namento de alimentos.

    Vale aqui ressaltar que a apicultura nacional no faz uso de qualquer tipo de medi-camento no manejo das colmeias, sendo o mel brasileiro considerado um dos mis mais puros e limpos do mundo.

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    ABNT NBR 15654:2009, APICULTURA MEL SISTEMA DE RASTREABILIDADE

    Esta Norma apresenta os princpios e especifi ca os requisitos bsicos para planejar e im-plementar um sistema de rastreabilidade para a produo de mel no campo, benefi ciamento na unidade de extrao e processamento no entreposto. Pode ser aplicada por organizaes (grupo de produtores, associaes, cooperativas e empresas) que atuem em qualquer etapa da cadeia produtiva apcola para a produo de mel.

    A aplicao desta Norma tem como base a necessidade de se estabelecer procedimen-tos e aes de gesto que visem garantia da qualidade do produto fi nal e a transparncia do processo produtivo.

    O sistema de rastreabilidade a ser utilizado, independentemente do seu nvel tecnolgi-co, deve ser capaz de documentar, por meio de registros passveis de verifi cao, o histrico do mel e/ou localiz-lo na cadeia de alimentos. Dessa forma, a aplicao de ferramentas e mecanismos de registro fundamental para a aplicabilidade do sistema de rastreabilidade e, nesse sentido, devem ser consideradas as caractersticas dos seus usurios.

    Nesse caso deve-se fazer uma considerao em relao atividade apcola, que ma-joritariamente exercida por pequenos produtores rurais, que em muitos casos apresen-tam de baixo a mdio nvel educacional e no tm a cultura de realizar registros de suas atividades, nem de considerar o conjunto de suas atividades executadas para a produo de mel, como aes interligadas que, juntas, formam um sistema de produo.

    Alm disso, o conceito de rastreabilidade ainda pouco difundido na atividade e, portan-to, em muitos casos ainda considerado algo complexo e que no tem conectividade com a atividade apcola. Dessa forma, fundamental que aes de capacitao sejam direcionadas ao setor no intuito de elucidar a importncia da aplicao da ferramenta da rastreabilidade para a melhoria e transparncia dos processos.

    O conceito equivocado de que um sistema de rastreabilidade deve ser complexo e ne-cessitar de ferramentas tecnolgicas de alto custo, como programas de computador, deve ser desconstrudo, uma vez que a aplicao de aes e mecanismos simples de registro e a identifi cao e considerao do que deve ser controlado j bastariam para que os apicultores pudessem dar um salto de qualidade no sistema de produo.

    Vrios so os sistemas de rastreabilidade usados nas indstrias, que iro compartilhar as caractersticas bsicas em sistema informatizado ou com registros em papis. Ou seja, a aplicao da rastreabilidade no ir necessariamente requerer um processo tecnolgico e dispendioso, mas sim uma aplicao simples do conceito da identifi cao, elaborao e ma-nuteno de registros e facilidade na obteno da informao.

    O sistema de rastreabilidade deve contribuir para a busca da causa de no conformida-des e para a habilidade de retirar e/ou recolher produtos, se necessrio. Pode melhorar o uso e a confi abilidade apropriados da informao, da efi ccia e da produtividade da organizao.

    A aplicao de rastreabilidade est intimamente ligada ao conceito de qualidade, pois dentro de um processo de gesto da qualidade ou de avaliao da conformidade, a rastreabi-lidade ser uma das ferramentas fundamentais de suporte para a garantia da qualidade nas diversas etapas de produo e, consequentemente, do produto fi nal.

    O conceito de qualidade pode ser amplo e apresentar inmeras conotaes, mas uma defi nio possvel que qualidade a garantia da melhoria contnua dos processos e dos produtos e o atendimento s necessidades dos consumidores.

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    Sendo assim, as necessidades e exigncias do consumidor fi nal, em relao, por exem-plo, segurana daquele produto, ou suas particularidades, assim como suas preferncias especfi cas, em muitos casos iro defi nir a qualidade de um produto.

    Em relao aos produtos apcolas, o Pas detm legislao especfi ca (Instruo Nor-mativa n 11, de 20/11/2000, e n 3, de 19/01/2001), que determina os padres mnimos para todos os produtos das abelhas (Regulamentos Tcnicos).

    Entretanto, o simples atendimento desses parmetros no sufi ciente para garantir a comercializao dos produtos apcolas no mercado internacional, onde diferentes limi-tes e parmetros, muitas vezes mais restritivos que aqueles determinados no CodexAlimentarius, so determinados pelos pases importadores, muitas vezes diferindo de pas para pas, mesmo dentro de um mesmo bloco comercial, como o caso da Comuni-dade Europeia.

    Todavia, a comprovao de um sistema de rastreabilidade implantado nas cadeias produtivas hoje uma condio sine qua non para todos os mercados no aceite de produ-tos internos ou externos.

    No caso dos produtos alimentcios, rastreabilidade pode ser defi nida como sendoa capacidade de manter custdia confi vel da identifi cao de animais e produtos ali-mentcios nas vrias etapas da cadeia alimentar, do campo mesa.

    Segundo a Unio Europeia, rastreabilidade a capacidade de detectar a origem e de seguir o rastro de um gnero alimentcio, de um alimento para animais, de um animal produtor de gneros alimentcios ou de uma substncia, destinados a serem incorporados em gneros alimentcios ou em alimentos para animais, ao longo de todas as fases da pro-duo, processamento e distribuio (EC 178/2002).

    Como a cadeia alimentar uma corrente contnua do campo mesa, sendo dividida em atividades especializadas e conectadas como elos desta cadeia, haver necessidade de rastrear o produto em todos esses elos.

    Sendo assim, um sistema efi ciente de rastreabilidade deve levar em considerao que os dados e operaes capazes de manter as informaes desejadas sobre um produto e seus componentes, atravs de toda a cadeia de produo e utilizao, estejam disponveis para serem utilizados quando necessrio ou solicitado.

    No caso da cadeia apcola, ser necessrio rastrear o mel produzido, ou outro produto da colmeia, desde o apirio, durante as etapas de transporte, manipulao e posterior pro-cessamento (entreposto).

    A base da rastreabilidade est fundamentada na ligao entre a identifi cao e a in-formao. Por exemplo, a retirada de um produto necessita somente da rastreabilidade de parte da cadeia, compreendendo a etapa da produo at o consumidor. Entretanto, se o problema origina-se na matria-prima, a rastreabilidade at o produtor primrio melhora a possibilidade de corrigir a falta e identifi car responsabilidades.

    Essa situao se aplica cadeia apcola, em virtude da caracterstica especfi ca de seu principal produto, que o mel. Em funo da falta de aplicao das boas prticas no cam-po e na etapa de extrao, muitas vezes o mel que chega ao entreposto pode j apresentar comprometimento de sua qualidade, reforando a necessidade de rastre-lo nas fases an-teriores ao processamento.

    Sendo assim, fundamental a existncia de mecanismos que facilitem a coleta e au-tenticao da informao dos produtores, importadores e processadores, e que essa infor-mao seja compartilhada atravs da cadeia. To importante quanto essa comunicao

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    entre os elos da cadeia produtiva a manuteno e atualizao da informao, pois caso isso no ocorra, o sistema de rastreabilidade se tornar vulnervel e no confi vel.

    O conceito de rastreabilidade deve ser aplicado dentro de um sistema com vrios n-veis, conectados a apenas um elo e entre os diversos elos da cadeia.

    Sendo assim, a rastreabilidade tanto e pode ser uma exigncia como uma opor-tunidade para competir, podendo apresentar distintas interpretaes, onde em uma viso reativa ela apenas uma resposta para atender s exigncias de legislaes in-ternacionais e nacionais. E em uma viso pr-ativa uma oportunidade para agregar valor aos processos e produtos.

    Alguns pontos a serem considerados e exemplos de aplicao de um sistema de ras-treabilidade proposto pelo Programa Alimento Seguro (PAS) para o segmento Mel:

    ASPECTOS LEGAIS E COMERCIAIS

    Por determinao das legislaes do MAPA, a partir das exigncias dos mercados in-ternacionais, principalmente da Unio Europeia, so necessrias a implantao e a devida comprovao de sua aplicabilidade, de um sistema de rastreabilidade na cadeia produtiva do mel, de forma a garantir a produo de um alimento seguro, viabilizando dessa forma a sua exportao para os mercados mais exigentes.

    RESPONSABILIDADES

    Para o sucesso na implantao do programa proposto necessrio que cada segmen-to tenha conscincia das suas responsabilidades e da necessidade dos ajustes de procedi-mentos no seu sistema operacional.

    A seguir, so apresentadas sugestes para os segmentos da cadeia produtiva do mel en-volvidos na produo no campo, benefi ciamento do produto e expedio para o entreposto:

    A. Unidade de extrao de produtos das abelhas (UEPA):

    P Organizar cadastro de todos os apicultores que utilizam suas instalaes para extrao do mel; implantar as BPF e plano APPCC;

    P Checar o preenchimento dos registros da produo do mel a ser extrado na unidade (aplicao das boas prticas apcolas);

    P Exigir o certifi cado de conformidade do mel a ser centrifugado;

    P Fazer o registro do processo de extrao realizado pelos apicultores vinculados unidade;

    P Gerar o nmero de identifi cao dos lotes formados na unidade para acompanhamento do produto expedido;

    P Manter todos os registros relativos aos seus fornecedores (cadastros de produtores) e informaes de recebimento, extrao e expedio do mel, de forma a garantir sua acessibilidade e disponibilidade em casos de fi scalizao, auditorias e procedimentos de medidas corretivas e de recall;

    P Seguir as orientaes e realizar as tarefas solicitadas pelo entreposto ao qual est vinculada.

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    B. Apicultor:

    P Identifi car suas colmeias, dando a estas um nmero fi xo e nico;

    P Cadastrar seus apirios, dando a estes um nmero fi xo e nico;

    P Preencher o caderno de campo em todas as visitas ao apirio, com ateno especial ao dia da coleta dos quadros de mel que sero entregues e centrifugados na UEPA;

    P Conhecer e seguir os procedimentos de trabalho e registros estabelecidos pela UEPA;

    P Seguir as orientaes do entreposto e da UEPA e realizar as tarefas solicitadas por estes;

    P Manter todos os registros relativos aos seus apirios atualizados (cadernos de campo), de forma a garantir sua acessibilidade e disponibilidade em casos de fi scalizao, auditorias e procedimentos de medidas corretivas e de recall.

    DOCUMENTOS E REGISTROS NECESSRIOS

    Na busca da simplicidade dos segmentos da cadeia produtiva do mel, so exemplifi ca-dos alguns documentos mnimos e extremamente necessrios, os quais podem facilitar o cumprimento de suas responsabilidades no sistema de rastreabilidade, que so apresen-tados a seguir, por segmento.

    A sua utilizao pelos segmentos envolvidos na cadeia produtiva do mel ir propiciar a rastreabilidade do produto, atendendo, dessa forma, as exigncias legais e comerciais.

    A. Para o apicultor:

    P Ficha de controle da atividade de campo: nesta fi cha esto o nome do produtor, a identifi cao e localizao do seu apirio, registros das atividades realizadas nas colmeias e da produo individualizada por colmeia.

    B. Para a unidade de extrao:

    P Ficha de controle na unidade de extrao: documento utilizado na unidade de extrao a partir do recebimento das melgueiras do apicultor. Essa fi cha possui um nmero de identifi cao e nela so anotados o nmero do registro do produtor na unidade e/ou entreposto vinculado, a quantidade de quadros com mel recebidos e os registros referentes ao processo de extrao e envase na unidade.

    P Ficha de formao de lote documento utilizado na unidade de extrao para registrar o histrico da formao dos lotes.

    P Ficha de expedio na unidade de extrao documento utilizado para relacionar os lotes produzidos na unidade de extrao e a quantidade de mel enviada ao entreposto. Uma cpia desse documento deve ser encaminhada com o mel expedido e a outra deve ser mantida na UEPA.

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    PASSOS PARA IMPLANTAO DO SISTEMA DE RASTREABILIDADE

    A. Na unidade de extrao de produtos das abelhas (UEPA):

    P Cadastrar todos os apicultores vinculados ao entreposto, dando a eles um nmero nico e independente;

    OBSERVAO: importante que o cadastro dos apicultores contenha nome, endereo, contatos, CPF e georreferenciamento dos apirios.

    P Fazer treinamento para preenchimento correto dos documentos fi cha de controle na unidade de extrao, fi cha de formao de lote e fi cha de expedio na unidade de extrao;

    P Certifi car-se de que todo mel recebido tenha a carta de garantia dos produtores;

    P Afi xar no recebimento das melgueiras a relao com o nmero de cadastro de todos os produtores, para facilitar ao responsvel pelo recebimento o preenchimento da fi cha de recepo;

    P Fazer auditoria nos produtores para verifi cao dos registros e garantias da segurana do produto.

    B. Nos apicultores:

    P Cadastrar e numerar em ordem sequencial as colmeias e apirios;

    OBSERVAO: importante que o cadastro dos apirios identifi que o apirio por nmero e descreva sua localizao e georreferenciamento.

    P Fazer treinamento para utilizao correta do caderno de campo;

    P Preencher o caderno de campo corretamente sempre que forem realizadas atividades no apirio;

    P Preencher e assinar a carta de garantia, dando certeza de que seu mel foi produzido dentro das recomendaes estabelecidas pelas boas prticas apcolas e que, por isso, no h risco de contaminao qumica (agrotxicos, antibiticos e drogas veterinrias) no produto.

    Sugesto de etiqueta para identifi cao dos lotes (rastreabilidade) formados na UEPA

    Etiqueta de identifi cao para os lotes formados na UEPA, de forma a assegurar a ori-gem dos lotes formados na unidade e permitir a identifi cao dos apirios e colmeias de onde se originaram os favos com mel.

    A etiqueta sugerida possui a seguinte formatao:

    N de cadastro da UEPA

    N do lote prod. na UEPA

    Ano de formao do lote XXX WWW / YY

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    Onde:

    P N de cadastro da UEPA o nmero do ER da unidade ou outro que a identifi que junto ao entreposto vinculado. Exemplo: 023.

    P N do lote prod. na UEPA o nmero sequencial do lote formado naquela UEPA, separado por barra dos dois ltimos nmeros do ano de produo do lote. Exemplo: 0049/09 lote n 49 do ano de 2009.

    Assim, utilizando os dados dos exemplos acima, a codifi cao de identifi cao do lote ser 023-0049/09.

    Contudo, para que seja possvel a rastreabilidade do lote at as unidades produtivas no campo (apirios), necessrio que seja feito corretamente o preenchimento da fi cha de formao de lotes na UEPA, onde fi cam registradas as origens dos mis que formaram os lotes, com a identifi cao de suas fi chas de extrao na UEPA.

    Em caso da necessidade de se voltar unidade de produo do lote comercializado, o entreposto pode, a partir da fi cha de formao do lote na UEPA e, consequentemente, da recuperao dos dados da fi cha de extrao, identifi car apirios e colmeias que contribu-ram para a formao do lote.

    CONJUNTO DE NORMAS (MTODOS DE ENSAIOS FSICO-QUMICOS):

    As normas citadas acima, alm das que estaro entrando em Consulta Nacional e que formam um conjunto de normas de ensaios fsico-qumicos voltadas ao controle da qua-lidade do mel, foram elaboradas com a fi nalidade no somente de congregar nesses do-cumentos todas as informaes necessrias para a execuo dessas anlises, mas tambm de preencher uma lacuna importante da legislao vigente, que ao defi nir os parmetros fsico-qumicos a serem analisados para o controle da qualidade do mel produzido apenas indica a metodologia referencial para a execuo desses ensaios, sem descrever passo a passo os processos analticos.

    REQU

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    REQUISITOS GUIA DE IMPLEMENTAO

    ABNT NBR 15714-1:2009, APICULTURA MEL PARTE 1: PREPARO DE AMOSTRA PARA ANLISES FSICOQUMICAS

    ABNT NBR 15714-2:2009, APICULTURA MEL PARTE 2: DETERMINAO DA UMIDADE PELO MTODO REFRATOMTRICO

    ABNT NBR 15714-3:2009, APICULTURA MEL PARTE 3: DETERMINAO DE CINZAS

    ABNT NBR 15714-5:2009, APICULTURA MEL PARTE 5: DETERMINAO DE SLIDOS INSOLVEIS

    GUIA DE USO E APLICAO DE NORMAS DA CADEIA APCOLA | NORMAS TCNICAS | ABNT NBR 15654:2009

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    Como so indicadas metodologias internacionais, muitas vezes podem ocorrer equ-vocos de traduo e de interpretao dos textos, no descrevendo na totalidade e detalha-damente todos os passos e procedimentos que devem ser levados em considerao para a anlise fsico-qumica do mel.

    Alm disso, pelo constante desenvolvimento de novos equipamentos e tcnicas anal-ticas utilizadas no controle de qualidade de alimentos, algumas dessas metodologias iden-tifi cadas na legislao fi caram desatualizadas e, em alguns casos, at mesmo parmetros indicados passaram a no ser mais utilizados e foram substitudos por outros para o con-trole da qualidade do mel.

    Dessa forma, esse conjunto de normas foi elaborado de tal forma que sejam apresen-tados de forma descritiva todos os procedimentos necessrios para a execuo das an-lises desses parmetros fsico-qumicos. Nesse processo de elaborao foram levados em considerao todos os mtodos e documentos mais atuais utilizados no mundo, a partir de uma reviso bibliogrfi ca criteriosa.

    Outro diferencial desse material se baseia na experincia prtica de pesquisadores e analistas dos institutos de pesquisa referenciais na anlise de produtos apcolas, para a con-siderao de aspectos fundamentais na execuo das anlises e, consequentemente, para a fi dedignidade dos resultados a serem obtidos, mas que nem sempre esto devidamente identifi cados de forma didtica e clara nas publicaes, manuais etc. voltados para essa rea.

    As normas voltadas realizao dos ensaios fsico-qumicos para o controle da quali-dade do mel produzido tm formatao autoexplicativa e discorrem sobre as etapas anal-ticas de maneira direta e simples, sem que haja necessidade de documentos complemen-tares, a no ser aqueles citados como materiais orientadores.

    O contedo tcnico, a linguagem e o vocabulrio das normas partem do pressuposto de que seus usurios fi nais e diretos sero profi ssionais da rea analtica, como tcnicos de laboratrios, bilogos etc., que j dispem da formao mnima necessria para o entendi-mento dos procedimentos e para a sua aplicao, no sendo, portanto, direcionadas para produtores ou outros atores da cadeia que no disponham dessa formao.

    Alguns aspectos importantes a serem considerados para a aplicao das normas de ensaio:

    P Treinamento do pessoal envolvido na atividade;

    P Uso de equipamentos devidamente calibrados, em bom estado de conservao (manutenes preventivas);

    P Uso de reagentes de qualidade.

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    REQUISITOSGUIA DE IMPLEMENTAO

    GUIA DE USO E APLICAO DE NORMAS DA CADEIA APCOLA | NORMAS TCNICAS | ABNT NBR 15654:2009

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    VIII. MTODO DE IMPLEMENTAO

    A sequncia de aes para implementao das normas citadas no item VII e atendi-mento aos requisitos estabelecidos pode ser visualizada na fi gura a seguir.

    DIAGRAMA DEIMPLEMENTAO

    1.. DDIAAGGNSSTICCOOOCCO1. DIAGNSTICO

    2.. MMAAPPEAMMMENNTTOOODDE E ATTTIVIVIVIIDIDADDDEESSS

    2. MAPEAMENTO DE ATIVIDADES

    333. IDDENNNTIFIICCAOOODEDEE AASPSPPEECECTOOSSS E E E

    IMIMMPAPAP CTCTTOOSOSS

    3. IDENTIFICAODE ASPECTOS E

    IMPACTOS

    44.. REEQQUISSSITOOSS SSLEEGAGAIS

    4. REQUISITOS LEGAIS

    55. OBBJJETIVVVOSS E EE MEMEETTATAS

    5. OBJETIVOS E METAS

    66.. CONONONTRRTROLLEEEE OOPPERRRACACIOIOONAAALALL6. CONTROLE

    OPERACIONAL

    MTODO DE IMPLEMENTAO GUIA DE IMPLEMENTAO

    GUIA DE USO E APLICAO DE NORMAS DA CADEIA APCOLA | MTODO DE IMPLEMENTAO

    MT

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    1. DIAGNSTICO2. MAPEAMENTO DE ATIVIDADES3. IDENTIFICAO DE IMPACTOS 4. REQUISITOS LEGAIS5. OBJETIVOS E METAS6. CONTROLE OPERACIONAL

    MTODO DE IMPLEMENTAOGUIA DE IMPLEMENTAO

    GUIA DE USO E APLICAO DE NORMAS DA CADEIA APCOLA | MTODO DE IMPLEMENTAO | 1.DIAGNSTICO

    COMO IMPLEMENTAR?Verifi que quais so as aes realizadas pelo seu sistema de produo de acordo com os re-

    quisitos da ABNT NBR 15585, Apicultura Mel Sistema de produo no campo Requisitos.

    Como orientao