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Guia de Boas Práticas - Prefeitura Municipal de Ituporanga · Abrasel elaborou o Programa de Boas Práticas de fabricação para empresas de serviços de alimentação. E como parte

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Page 1: Guia de Boas Práticas - Prefeitura Municipal de Ituporanga · Abrasel elaborou o Programa de Boas Práticas de fabricação para empresas de serviços de alimentação. E como parte

Guia de Boas Práticaspara serviços de alimentação

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Associação Brasileira de Bares e Restaurantes

Guia de Boas Práticas para Serviços de Alimentação – Programa Qualidade na Mesa. 112 p.

Boas Práticas – Segurança de Alimentos – Serviços de Alimentação

Realização

Apoio:

Tecnologia e Execução:

Coordenação Geral:

Coordenação Executiva:

Coordenação Técnica:

Design Gráfico e Ilustrações:

Agradecimentos:

www.qualidadenamesa.com.br

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Luiz Inácio Lula da SilvaPresidente da República

MINISTÉRIO DO TURISMO

Walfrido dos Mares GuiaMinistro do Turismo

Márcio Favilla Lucca de PaulaSecretário-Executivo

Maria Luisa Campos Machado LealSecretária Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo

Carla Maria Naves FerreiraDiretora de Qualificação e Certificação e de Produção Associada ao Turismo

Tânia Mara do Valle ArantesCoordenadora-Geral de Qualificação e Certificação

Freda Dias AzevedoCoordenadora de Qualificação e Certificação

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BARES E RESTAURANTES

Bobby FongPresidente do Conselho Nacional

Paulo Solmucci Jr.Presidente do Conselho de Administração

ABRASEL - Associação Brasileira de Bares e Restaurantes

Ministério do Turismo e SEBRAE

Insight Consultoria e Projetos

Paulo Solmucci Jr.

Fábio GordilhoThomaz GóesLeandro UriasMarcelo Azevedo

Leila CarvalhoPaula Galasso

Tuppi Propaganda e Marketing

Adriana LaraAlberoni Leal MouraBrigitte BertinIsabella JarockiJair Vicente de OliveiraLígia CarlanSirléa de Fátima Moura

Copyright @ 2006 – Abraselwww.abrasel.com.br

*Qualquer parte desse material poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.

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Apresentação - Ministério do Turismo

A diversidade cultural brasileira, que se constitui em um dos atrativos para o turismo, também nos deu um grande presente: uma culinária rica em variedade e sabor. Na mesa brasileira, se conhece a história do nosso povo, construída com base em nossa diversidade étnica e de costumes. Uma história de temperos, de cores, de folhas, de frutas e sabores ensinados de uma geração para outra. Muitas de nossas receitas ultrapassaram as fronteiras das regiões onde surgiram e ganharam lugar nas mesas de todos os brasileiros. O sabor tipicamente brasileiro está no pato-no-tucupi, no açaí, nos peixes e frutas do Norte. Está no churrasco, no carreteiro e no chimarrão do Sul. Na carne de sol, feijão verde e macaxeira do Nordeste. Está na feijoada carioca, no cuscuz-paulista, no pão de queijo e no tutu de feijão mineiros, nas moquecas capixabas do Sudeste. E nos peixes, aves e carnes do Centro-Oeste, que tem também frutos exóticos, como o pequi.

Mais do que uma vantagem competitiva a melhoria da qualidade dos serviços ofertados aos turistas, é fundamental para o sucesso dos roteiros turísticos. Dentre outros aspectos, a efetiva profissionalização na manipulação e fabricação dos alimentos prontos para o consumo deve ser trabalhada para possibilitar a oferta de alimentos com qualidade higiênico-sanitária.

Por isso, o Ministério do Turismo trabalha em parceria com a ABRASEL em diversas iniciativas voltadas ao fortalecimento da gastronomia brasileira.

O Programa Qualidade na Mesa busca fortalecer nossa gastronomia por meio da melhoria dos serviços prestados por bares e restaurantes em destinos turísticos, tornando este setor mais competitivo pela maior visibilidade na oferta de alimentos saudáveis e seguros. É o sabor aliado à garantia de boas práticas. É a busca da eternização do prazer de nossa culinária.

Investir nos bares e restaurantes é acreditar no sabor do turismo brasileiro.

Walfrido dos Mares GuiaMinistro de Estado do Turismo

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Page 5: Guia de Boas Práticas - Prefeitura Municipal de Ituporanga · Abrasel elaborou o Programa de Boas Práticas de fabricação para empresas de serviços de alimentação. E como parte

A riqueza gastronômica do país é um patrimônio de valor incalculável. A adequada inserção deste fabuloso bem cultural em uma política consistente de divulgação do turismo pode contribuir, de forma decisiva, para o incremento do setor e o fortalecimento da economia. Muitos países têm apostado nesse setor como diferencial competitivo, com resultados excelentes. O Brasil pode ir ainda mais longe, tal a exclusiva singularidade de nossa culinária, da mais simples à do mais alto refinamento. Esta é uma aposta para o futuro, cujo êxito depende do esforço conjunto de governo, empresas, instituições e sociedade.

Atualmente, cerca de 26% dos gastos do brasileiro com alimentação são realizados em refeições fora do lar, e espera-se que até 2025 esse número chegue a 40%. Cenário que, naturalmente, irá estimular o crescimento do setor que já é um dos maiores empregadores do Brasil e representa 53% do emprego do turismo nacional.

Foi com esse espírito de colaboração que a Abrasel, em parceria com o Sebrae e Ministério do Turismo, se empenhou na viabilização do Programa Qualidade na Mesa, com o objetivo de estimular o desenvolvimento do setor, por meio da valorização da gastronomia, estímulo à responsabilidade social e melhoria dos serviços pela implantação de programas de qualificação.

A segurança dos alimentos, uma de nossas maiores preocupações, tem lugar de destaque dentro do Programa. Sua prática está fundamentada na implantação de um sistema de qualidade denominado simplesmente como Boas Práticas. Garantir a segurança dos alimentos não é uma opção, e sim uma obrigação das empresas de serviços de alimentação.

Para facilitar o acesso a todos os princípios e regras desenvolvidos dentro desse sistema, a Abrasel elaborou o Programa de Boas Práticas de fabricação para empresas de serviços de alimentação. E como parte integrante desta iniciativa disponibiliza este Guia que descreve de maneira prática os requisitos técnicos necessários para cada estabelecimento, envolvendo os pré-requisitos básicos para uma adequada produção e manipulação dos alimentos, de acordo com a RDC 216/04, da ANVISA.

As diretrizes contidas neste material devem ser conhecidas e praticadas por todos os colaboradores da empresa, conforme a área de atuação de cada um. Esperamos que seja um instrumento eficaz e um guia prático para todos os profissionais do setor de alimentação fora lar. Bom proveito, boa leitura e boas práticas para todos!

Paulo Solmucci JúniorPresidente do Conselho de AdministraçãoABRASEL

Apresentação - ABRASEL

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I. Apresentação

VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas)

VI. Higiene

V. Microrganismos

IV. Contaminação

III. Segurança dos Alimentos

II. Introdução

Sumário

Contaminação física

Contaminação química

Contaminação biológica

Vírus

Fungos

Parasitos

Bactérias

Temperaturas de Risco

Higiene Pessoal

Como devemos higienizar as mãos

Quando devemos higienizar as mãos (freqüência)

Hábitos seguros

Utilização de uniformes

Luvas e máscaras descartáveis

Controle de saúde dos colaboradores

Higiene Ambiental

Diluição de produto sanitizante

Freqüência de higienização

Cronograma de higienização

Manejo de resíduos

Aquisição

Recebimento

Armazenamento

Estoque seco

5

53

33

25

19

13

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27

28

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54

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Refrigerados e congelados

Prazo de validade

Pré-preparo e preparo

Higienização dos alimentos

Dessalgue

Descongelamento

Porcionamento

Congelamento

Identificação

Cocção

Frituras

Cuidados na utilização de ovos

Distribuição

Reaquecimento

Resfriamento

Sobras

Coleta de Amostras

81IX. Controle Integrado de Pragas

X. Abastecimento de Água

Técnica para higienização de reservatório de água

85

87

XVI. Anexo I - Doenças Transmitidas por Alimentos

XI. Transporte de Alimentos

XII. Instalações Físicas

XIII. Legislação Sanitária Federal

XIV. Definições

XV. Referências Bibliográficas

103

89

91

95

97

101

VIII. Utilização de Termômetros 77

60

61

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69

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70

71

72

73

73

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I. Apresentação

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Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação6 I. Apresentação

I. Apresentação

Olá pessoal,eu sou o

Chef Edson!

E eu sou oajudante de

cozinhaRoberto!

Estamos aqui parademonstrar a importância

da implantação de umprograma de Boas Práticas

em nossas cozinhas.

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Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação 7I. Apresentação

Oi! Meu nome é Ana Cecília e souespecialista em Segurança dos Alimentos.

Elaboramos este guia para orientar profissionaisdo segmento de alimentação, na prática de ações que

visam assegurar a produção e distribuição de alimentosseguros, conforme exigências da Agência

Nacional de Vigilância SanitáriaANVISA!

Oi, eu sou Célio!A ANVISA regulamenta

as ações de controle sanitáriona área de alimentos e

bebidas, com a finalidadede promover a proteção

da saúde dapopulação.

Nesse guia você vaiencontrar todas as diretrizes

necessárias para a implantaçãodas Boas Práticas em seu

estabelecimento.

Leia commuita atenção e

aproveitecada dica!

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II. Introdução

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10 II. Introdução Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Em todo o mundo, todos os anos, milhões de pessoas são acometidas por Doenças Transmitidas por Alimentos, também conhecidas pela sigla DTA’s.

Os alimentos transmitem doenças quando se apresentam contaminados, sendo os contaminantes biológicos, como vírus, parasitos e principalmente bactérias, os responsáveis pelos maiores surtos já identificados em diversos países do mundo.

Na maioria dos casos, as DTA’s são encaradas pelas pessoas como um mal passageiro, gerando um baixo índice de notificações em relação ao número de ocorrências existente, e dificultando muito o trabalho de identificação e prevenção das autoridades sanitárias.

De fato, os sintomas mais comuns relacionados a esse tipo de doença são dores abominais, náuseas, vômito, diarréia, dor de cabeça e febre, muitas vezes tratados em casa ou com medicação simples. No entanto, muitos quadros podem evoluir para casos mais graves, que podem levar à morte, sendo as DTA’s consideradas as maiores causas de mortalidade em países em desenvolvimento, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), principalmente no caso de pessoas mais suscetíveis, como crianças, idosos, mulheres grávidas e pessoas debilitadas ou que estejam se recuperando de algum tipo de doença.

A partir do estudo dos grandes surtos causados pela ingestão de alimentos contaminados, há indicações de que os principais alimentos envolvidos são de origem animal, com destaque para carne bovina, frango, ovos, carne suína, pescados, moluscos e produtos derivados do leite.

Tais alimentos fazem parte de um grupo chamado alimentos potencialmente perigosos, com os quais deve-se redobrar os cuidados, que incluem principalmente a prática de higiene pessoal eficiente, um rigoroso controle da higiene ambiental e regras para manipulação e armazenamento seguro dos alimentos, com destaque para o controle do tempo e temperatura a que os alimentos são expostos.

Portanto, a maneira mais eficaz de combater as contaminações e evitar suas complicações é seguir princípios e conceitos preventivos dentro das empresas de alimentação, através da aplicação de medidas de controle que garantam a segurança dos alimentos, desde sua aquisição até a sua distribuição para o consumo.

II. Introdução

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11II. IntroduçãoGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Bom dia, senhores!Sou da Vigilância

Sanitária.Gostaria de ver

o Manual deBoas Práticas.Como são feitos

os registros econtroles?

E os POPs,onde estão?

A legislação brasileira dispõe de regulamento técnico de Boas Práticas, abrangendo todos os cuidados necessários no trato dos alimentos, cuja desobediência configura infração de natureza sanitária, sujeitando a empresa às penas previstas em lei, que variam desde notificações até multas e interdição do estabelecimento. Todos os serviços de alimentação devem cumprir uma série de determinações relacionadas a todos os aspectos, processos e serviços da empresa, desde suas instalações, aquisição, armazenamento e manipulação dos alimentos até a definição de responsabilidades, documentação e registros.

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III. Segurança dos Alimentos

As 10 Regras de Ouro da OMS para manipulação dos alimentos.

O que é um Manual de Boas Práticas.

O que são Procedimentos Operacionais Padronizados.

A importância de se implementar registros e controles.

A qualificação técnica mínima exigida para manipuladores de alimentos.

Destaque para POP 1. Higiene e Saúde dos Manipuladores.

Neste capítulo, você vai conhecer:

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14 III. Segurança dos Alimentos Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

A segurança dos alimentos tem por objetivo principal garantir que o consumo de um alimento não cause nenhuma forma de prejuízo ao consumidor.

Sua prática está fundamentada na implantação de um sistema de qualidade denominado simplesmente Boas Práticas, composto de princípios e regras desenvolvidos para garantir a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos.

Dentre as práticas mais importantes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca:

III. Segurança dos Alimentos

1.2.3.4.5.6.7.8.9.

10.

Adquirir alimentos tratados de maneira higiênica;Cozinhar bem os alimentos;Consumir imediatamente os alimentos cozidos;Armazenar cuidadosamente os alimentos cozidos;Reaquecer bem os alimentos cozidos;Evitar o contato entre os alimentos crus e os cozidos;Lavar as mãos freqüentemente;Manter cuidadosamente higienizadas todas as superfícies da cozinha;Manter os alimentos fora do alcance de insetos, roedores e outros animais;Utilizar água pura.

10

Fonte: Secretaria de Estado de Saúde RJ.

Regras de Ouro sobre os cuidados adequados que devemos ter com os alimentos:

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15III. Segurança dos AlimentosGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Uma das principais ferramentas para a implantação de um sistema de qualidade dos alimentos é o Manual de Boas Práticas, o qual é também um documento exigido pela lei, onde as empresas devem descrever, de maneira fiel, suas instalações, os controles e as operações realizadas em suas dependências, incluindo itens importantes como:

Requisitos higiênico-sanitários dos edifícios (instalações físicas);

Controle da água de abastecimento;

Controle integrado de vetores e pragas urbanas;

Capacitação profissional e o controle da higiene e saúde dos manipuladores;

Manutenção e higienização das instalações, dos equipamentos e dos

utensílios;

Manejo de resíduos (lixo e demais itens descartados);

Controle e garantia de qualidade do alimento preparado, incluindo controle

das matérias-primas, manipulação dos alimentos e seu transporte;

Responsabilidade técnica.

Dessa maneira, cada empresa tem que desenvolver o seu próprio Manual de Boas Práticas, devendo mantê-lo acessível aos seus colaboradores e disponível às autoridades sanitárias. Para ser eficaz, o manual deve ser revisto e atualizado periodicamente, de acordo com novas ações e mudanças realizadas.

MANUAL

DE BOAS

PRÁTICAS

Este é o

Manual de

Boas Práticas!

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16 III. Segurança dos Alimentos Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

••••

Higiene e saúde dos manipuladores (POP 1); Higienização de instalações, equipamentos e móveis (POP 2);Controle integrado de vetores e pragas urbanas (POP 3);Higienização do reservatório de água (POP 4).

Os procedimentos operacionais devem estabelecer de maneira objetiva, a descrição passo a passo para a realização das operações que garantam a segurança dos alimentos na empresa, de forma a prevenir, reduzir a níveis aceitáveis ou eliminar riscos de contaminação dos alimentos.

Esses documentos devem obrigatoriamente:

Conter a freqüência de execução das operações;Especificar o nome, o cargo e/ou a função dos responsáveis pelas atividades;Ser aprovados, datados e assinados pelo responsável do estabelecimento.

•••

Assim como o Manual de Boas Práticas, os quatro procedimentos exigidos pela lei devem estar acessíveis aos colaboradores da empresa e disponíveis às autoridades sanitárias. Ao longo deste guia, serão destacados quadros com os procedimentos mínimos exigidos em cada um dos POP’s.

POP3

POP1

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS

POP4

POP2

HIGIENEE SAÚDE DOS

MANIPULADORES

HIGIENIZAÇÃODE INSTALAÇÕES,EQUIPAMENTOS

E MÓVEIS.

CONTROLEINTEGRADO DE

VETORES EPRAGAS URBANAS

HIGIENIZAÇÃODO

RESERVATÓRIODE ÁGUA

Estes sãoos POPs!

No entanto, a simples elaboração de um Manual não garante a segurança dos alimentos, sendo também essencial a qualificação periódica e supervisão técnica dos manipuladores, bem como a elaboração e implementação de procedimentos, controles e registros.

A legislação exige, no mínimo, quatro Procedimentos Operacionais Padronizados, também chamados POP, relacionados a:

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17III. Segurança dos AlimentosGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Com a elaboração do Manual e dos Procedimentos, torna-se necessária a implementação de registros com o objetivo de monitorar a eficácia dos processos relacionados à segurança dos alimentos.

De acordo com a legislação, os registros devem ser mantidos por período mínimo de 30 (trinta) dias. Para facilitar sua coleta, deve-se desenvolver formulários apropriados contendo campos planejados para o preenchimento dos dados desejados. Todos os formulários devem apresentar, no mínimo, espaço para data e identificação do responsável pelo preenchimento.

Implementar a cultura da segurança de alimentos em uma empresa exige treinamento contínuo de toda a sua equipe de colaboradores que mantenham contato direto ou indireto com o alimento.

Todos os colaboradores da empresa devem ser submetidos à qualificação periódica, comprovada mediante documentação, com conteúdo programático mínimo composto por higiene pessoal, manipulação higiênica dos alimentos e doenças transmitidas por alimentos. A qualificação técnica deve ter por objetivo o conhecimento dos conceitos da segurança de alimentos e a conscientização dos manipuladores para a importância do cumprimento das práticas higiênicas e operacionais descritas no Manual de Boas Práticas.

Para supervisionar os processos e coordenar as ações de controle e registro, a empresa deve designar e preparar um responsável técnico (RT), o qual deve ser comprovadamente qualificado para garantir a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos produzidos e armazenados na empresa.

REGISTRO DE

CONTROLE

DE TEMPERATURA

Data:

Produto:

Temperatura:

Responsável:

Este é o

Formulário para

Registro!

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18 III. Segurança dos Alimentos Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Registros e Controles:

Deve-se manter em arquivo os registros da participação nominal dos funcionários em cursos de qualificação, através de cópia de certificado de participação e/ou listas de presença, desde que contenham descrição da carga horária, o conteúdo programático, a data e o responsável por sua realização.

POP.1:

A empresa deve desenvolver um programa para a capacitação técnica dos seus manipuladores, o que deve ser descrito no POP.1 – Higiene e Saúde dos Manipuladores, determinando a carga horária, o conteúdo programático e a freqüência de sua realização.

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IV. Contaminação

•O que é contaminação.

Os tipos de contaminação a que os alimentos estão sujeitos e como evitá-las.

Neste capítulo, você vai conhecer:

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20 IV. Contaminação Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Uma contaminação ocorre quando há no alimento a presença de substâncias ou partículas estranhas, ou ainda de microrganismos prejudiciais que não fazem parte de sua composição original, representando perigo à saúde humana.

Um alimento pode ser contaminado a partir do ambiente, das pragas, das superfícies, dos utensílios e equipamentos, de outros alimentos, e a partir dos próprios manipuladores. E são justamente as pessoas as principais causadoras das contaminações, principalmente devido a práticas inadequadas de higiene e falhas de processo.

A prevenção às contaminações é essencial para garantir a segurança dos alimentos e passa obrigatoriamente pelo conhecimento de suas causas e maneiras de serem evitadas.

IV. Contaminação

Existem três tipos de contaminação, classificadas como:

Contaminação físicaContaminação químicaContaminação biológica

•••

Contaminação físicaA contaminação física ocorre quando há nos alimentos a presença de partículas estranhas e visíveis a olho nu.Exemplos: palitos, pedaços de vidro, metal, unhas, fio de cabelo, pedras (como no feijão), palha de aço e outros.

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21IV. ContaminaçãoGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Algumas das maneiras de se evitar a contaminação física:

Prestar bastante atenção quando estiver manipulando alimentos para evitar contaminantes como pedaços de ossos, espinha de peixe, pedra de feijão, palitos;Jamais utilizar adornos como jóias, bijuterias, amuletos, presilhas de cabelo enquanto estiver na área de manipulação de alimentos;Usar sempre proteção nos cabelos como toucas e redes;Manter as unhas sempre curtas, sem esmalte e sem base;Fazer a barba e o bigode diariamente;Não permitir a manipulação de alimentos junto com outras atividades como manutenção de equipamentos e instalações;Colocar proteção anti-queda para as lâmpadas da área de manipulação de alimentos.

••••

Uma vez, em um certo restaurante, um copoquebrou próximo ao local de montagem dos pratos e um caco devidro voou para a lagosta. Bom, ninguém deu importância ao fatoe o prato foi servido assim mesmo, causando grande desconforto

quando o cliente percebeu o risco que corria.

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22 IV. Contaminação Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Algumas das maneiras de se evitar a contaminação química:

Enxaguar bem as mãos, utensílios, verduras e frutas após a correta higienização das mesmas;Após processo de desinsetização, higienizar bancadas, utensílios e equipamentos antes de iniciar o trabalho;Jamais reaproveitar embalagens de produtos de limpeza e outros produtos químicos;Sempre armazenar produtos de limpeza separados dos alimentos ou produtos descartáveis.

Contaminação químicaA contaminação química ocorre quando há a presença de substâncias químicas indesejáveis nos alimentos.Exemplos: produtos de limpeza como sabão ou detergente proveniente do mal enxágüe das mãos ou utensílios; cloro utilizado na sanitização das verduras; pesticidas, quando não é feita a correta higienização após a desinsetização do ambiente ou quando há a aplicação incorreta desses produtos.

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23IV. ContaminaçãoGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Algumas das maneiras de se controlar a contaminação biológica:

Cozinhar adequadamente os alimentos, seguindo o tempo e a temperatura recomendados;Evitar temperaturas de risco, mantendo refrigerados a menos de 5ºC os alimentos frios e aquecidos acima de 60ºC os alimentos quentes;Evitar consumir alimentos sem tratamento higiênico, como leite in natura, água não tratada e hortifruti não higienizados;Não usar as mãos diretamente para provar os alimentos;Manter boa higiene pessoal e ambiental;Evitar a contaminação cruzada, que é a transferência de contaminantes de um determinado local, superfície ou alimento para outros alimentos e superfícies, através de utensílios, equipamentos, mãos, entre outros. Exemplo: utilizar uma placa de corte para manipular alimentos já cozidos, logo após ter sido utilizada para cortar alimentos crus, sem ter sido higienizada;Aplicar controle de pragas.

•••

As contaminações biológicas apresentam as maiores ameaças à segurança de alimentos, pois são muito difíceis de serem detectadas! Por isso, no próximo capítulo, vamos aprender um pouco mais sobre os microrganismos.

Contaminação biológicaA contaminação biológica ocorre quando há a transferência de contaminantes de um determinado local, superfície ou alimento para outros alimentos e superfícies, através de utensílios, equipamentos, mãos, entre outros.Exemplos: microrganismos como bactérias, fungos, vírus, além de parasitos podem ser causadores de contaminações biológicas em alimentos.

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V. Microrganismos

O que são microrganismos.

Microrganismos contaminantes de alimentos e como evitá-los.

As doenças transmitidas por alimentos (DTA’s).

Os cuidados para controlar a multiplicação das bactérias.

As temperaturas de risco.

Neste capítulo, você vai conhecer:

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26 V. Microrganismos Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Os microrganismos são seres vivos tão minúsculos, que não podem ser vistos a olho nu. Alguns são importantes para a indústria de alimentos e bebidas, sendo utilizados na produção de iogurte, coalhada, queijo, pão, cerveja e vinho. Outros, sob determinadas condições, podem estragar os alimentos, mas não chegam a provocar doenças, sendo conhecidos como microrganismos deteriorantes. E, por fim, existem os chamados microrganismos patogênicos ou malignos que provocam doenças e podem até mesmo causar a morte (ver quadro ANEXO I, p. 103).

Bactérias, vírus, fungos e alguns parasitos podem ser classificados como microrganismos e contaminam os alimentos mesmo sem alterar sua textura, cor, cheiro ou sabor. Ou seja, às vezes, pode-se achar que o alimento está bom e, na realidade, ele vai causar uma grande dor de barriga em quem comê-lo.

Os microrganismos não se locomovem sozinhos (não possuem pés e mãos!), e por isso se utilizam de outros seres vivos como homens, animais e insetos e até mesmo do vento para contaminarem outros locais. Dessa forma, conseguem estar em todas as partes e só não nos damos conta porque não conseguimos enxergá-los.

Eles estão presentes:

V. Microrganismos

Nas pessoas: no trato intestinal (fezes) e urinário (urina), nariz, boca, mãos, unhas, cabelos e em toda a pele;Na natureza: solo, ar, plantas e água;Nos animais: gatos, cachorros, aves, pragas como baratas, ratos, moscas, formigas e outros insetos;Nos utensílios e equipamentos: bancadas de trabalho, placas de corte, facas etc.

••

A seguir, vamos conhecer melhor os microrganismos:

Vírus

Vírus são os menores contaminantes microbianos que existem. Necessitam de um hospedeiro vivo para se multiplicar, e normalmente encontram-se no trato intestinal das pessoas e animais e em água contaminada.

Em geral, contaminam qualquer tipo de alimento devido a práticas inadequadas durante a manipulação de alimentos, especialmente devido à higiene pessoal insatisfatória e utilização de água contaminada. São causadores de DTA’s como, por exemplo, hepatite A e gastroenterite por rotavírus.

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27V. MicrorganismosGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Comprar alimentos de fornecedores idôneos, especialmente aqueles que serão consumidos crus e sem nenhum tipo de tratamento, como no caso das ostras;Cozinhar bem os alimentos, seguindo o tempo e a temperatura recomendados;Consumir água tratada, bem como utilizar gelo de procedência confiável;Praticar boa higiene pessoal e ambiental.

••

As principais maneiras de evitar essas doenças são:

FungosOs fungos são divididos em bolores e leveduras. Sob condições controladas, ambos são utilizados na fabricação de alimentos e bebidas, como queijos (gorgonzola, brie, roquefort), vinhos, cervejas, dentre outros.

Mas também podem estragar os alimentos, sendo que as leveduras não provocam DTA’s, ao contrário dos bolores, que produzem toxinas responsáveis por alergias e até mesmo o desenvolvimento de câncer em seres humanos.

Multiplicam-se nos alimentos e podem ser vistos sem ajuda do microscópio quando estão reunidos em colônias. Têm aspecto esponjoso e podem aparecer sob várias cores (preto, cinza, verde), sendo freqüentemente encontrados em frutas, verduras, pães e queijos (mussarela, prato etc.).

A melhor forma de prevenir doenças causadas por esses microrganismos é descartar alimentos que apresentam bolor indesejado.

ParasitosPodem ser microscópicos ou macroscópicos (visíveis a olho nu), especialmente na forma adulta, como por exemplo, o parasito conhecido como solitária (Taenia), que pode variar de 2m até 25m de comprimento em sua fase adulta¹.

Para se reproduzir, todos os parasitos precisam de um hospedeiro vivo, como pessoas e animais. Eles contaminam água e alimentos devido principalmente a falhas de higiene, provocando DTA’s como giardíase, ascaridíase, teníase, cisticercose, amebíase e outras, com sintomas que variam desde diarréia, náusea, vômito até subnutrição, perda de peso e anemia grave.

1. Fonte: Manual de Elementos de Apoio para o Sistema APPCC – Projeto APPCC Mesa, Rio de Janeiro, 2001.

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28 V. Microrganismos Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Cozinhar bem os alimentos, seguindo o tempo e a temperatura

recomendados;

Higienizar adequadamente frutas e verduras;

Fazer uso de água tratada;

Praticar boa higiene pessoal e ambiental;

Congelar peixes e carnes, que serão consumidos crus ou mal cozidos,

a baixíssimas temperaturas, por tempo controlado. O FDA (órgão

responsável por alimentos nos Estados Unidos) recomenda que todo

o pescado ou marisco que será ingerido cru ou mal cozido deve passar

por processo de congelamento rápido a temperaturas de -35ºC, por 15

horas, ou congelamento normal a -20ºC, por período de sete dias para

inativar alguns parasitos encontrados nesses alimentos.

Medidas para evitar a infecção por parasitos:

BactériasAs bactérias patogênicas são as principais causadoras de DTA’s, colocando em risco a saúde das pessoas, através de infecções intestinais (a partir da multiplicação de bactérias patogênicas no trato gastrintestinal) ou de toxinoses (a partir da ingestão de alimentos contaminados por toxinas produzidas pelas bactérias).

Elas estão em toda parte e multiplicam-se rapidamente nos alimentos quando encontram condições favoráveis. Para isso, esses microrganismos precisam, basicamente, de tudo aquilo que um ser humano também precisa para viver:

AlimentoAs bactérias, assim como todos os seres vivos, precisam de nutrientes. Elas encontram esses nutrientes em praticamente todos os alimentos, inclusive em restos de alimentos encontrados nos utensílios, equipamentos e bancadas que não foram higienizados adequadamente.

Alguns alimentos, ricos em proteínas e água, favorecem muito mais a multiplicação das bactérias, sendo chamados de Alimentos Potencialmente Perigosos, como o leite e seus derivados, carnes, aves, peixes, mariscos, ovos, feijão e arroz cozidos, além de purês e alguns molhos e misturas.

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29V. MicrorganismosGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Água

As bactérias precisam de água para se multiplicar. Por isso, alimentos secos e com alto teor de açúcar (como doces cristalizados, compotas de frutas e leite condensado) e sal (como carne seca e bacalhau seco) não favorecem a multiplicação das bactérias. É por esse motivo que esses alimentos têm uma validade maior.

Temperatura

Temperaturas baixas inibem a ação das bactérias, as quais, na sua maioria, não se multiplicam em alimentos congelados abaixo de 0ºC, enquanto temperaturas a partir de 60ºC são capazes de destruir algumas espécies.

Tempo

As bactérias chegam a dobrar de número a cada 15 ou 20 minutos sempre que as condições estiverem propícias, principalmente quando o alimento for potencialmente perigoso e a temperatura estiver entre 30ºC e 45ºC. Por isso, é fundamental diminuir o tempo de exposição dos alimentos a essas condições.

Em algum momento...

20 minutos depois...

40 minutos depois...

60 minutos depois...

1h20 minutos depois...

Mantenha sempre osalimentos frios abaixo de 5°Ce os alimentos quentes acima

de 60°C.

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30 V. Microrganismos Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Esteja sempre atento para a prevenção, pois, mesmo quando as condições não favorecem a multiplicação de bactérias, devemos tomar cuidado com os alimentos, porque algumas bactérias podem formar esporos que são uma forma de resistência para elas se protegerem. Nem sempre a alta temperatura inativa os esporos, por isso, muitas vezes, a bactéria volta a

OxigênioAs bactérias possuem exigências específicas de oxigênio. Algumas precisam dele para sobreviver, outras sobrevivem somente quando não houver oxigênio, e existem também aquelas que sobrevivem na presença ou ausência dele.

AcidezAmbientes com menos acidez são mais propícios para o aumento do número de bactérias, por isso, alimentos considerados mais ácidos como limão, vinagre ou mostarda não apresentam maiores riscos.

Após conhecer tudo aquilo que as bactérias precisam para sobreviver e se multiplicar, deve-se tomar os seguintes cuidados para controlá-las:

Redobrar os cuidados ao manipular alimentos potencialmente perigosos;Reduzir a quantidade de água livre nas preparações, a partir da adição de sal ou açúcar em sua composição e congelando os alimentos, quando for apropriado;Manter os alimentos nas temperaturas de segurança, refrigerados a menos de 5ºC os alimentos frios, e aquecidos acima de 60ºC os alimen-tos quentes;Reduzir ao máximo o tempo de manipulação e exposição dos alimentos à temperatura ambiente, não ultrapassando 30 minutos.

••

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31V. MicrorganismosGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Temperaturas de Risco

Dentre todos os itens que exercem influência sobre o desenvolvimento das bactérias, a temperatura é a principal ferramenta utilizada para controlar sua multiplicação em um alimento, principalmente no caso de bactérias patogênicas, causadoras de doenças.

Dessa forma, todo profissional envolvido na produção de alimentos deve conhecer as faixas de temperaturas mais adequadas para o armazenamento, manipulação e distribuição dos alimentos, de forma a minimizar e controlar os riscos causados pela multiplicação das bactérias.

As bactérias patogênicas não se multiplicam a temperaturas inferiores a 0ºC, possuindo multiplicação insignificante entre 0ºC e 4ºC, e aumentando de número muito lentamente em temperaturas até 10ºC.

Nota:

A temperatura de refrigeração para alimentos não deve ultrapassar 5ºC.

Já a temperatura de segurança estipulada para manutenção de alimentos quentes é de 60ºC, na qual as bactérias patogênicas também não se multiplicam mais. Para se obter a destruição das bactérias, é necessário submeter o alimento a aquecimento rápido, até que a temperatura em todas as suas partes alcance 70ºC.

60ºC

Nota:

A legislação atual recomenda que os alimentos quentes sejam mantidos a temperaturas superiores a 60ºC por até, no máximo, 6 horas para a distribuição.

A partir da análise desses valores, vimos que temperaturas abaixo de 5ºC e acima de 60ºC possibilitam maior segurança na manipulação e armazenamento de alimentos, desde que respeitado o tempo de validade de cada produto.De maneira análoga, as temperaturas compreendidas entre 5ºC e 60ºC apresentam maiores riscos ao alimento, uma vez que dentro desse intervalo ocorre a multiplicação das bactérias, sendo a faixa de temperatura entre 30ºC e 45ºC considerada a de maior risco, conhecida como Zona de Crescimento Rápido, onde o número de bactérias cresce ainda mais rápido, podendo atingir a façanha de dobrar de número a cada 15 ou 20 minutos.

Nota:

A faixa de temperatura compreendida entre 30ºC e 45ºC equivale à temperatura ambiente da maioria das cozinhas e áreas de produção de alimentos.

se multiplicar quando as condições ficam favoráveis novamente. Além disso, muitas bactérias também produzem toxinas (venenos) que, da mesma forma que os esporos, podem não ser destruídas pelo cozimento.

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32 V. Microrganismos Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

70º

-1º

30º

45º

60º

Ui, que frio!!!

Agora está

bem melhor!!

Oba! Agora vamos

tirar o atraso!!!

Peraí que

assim também

já é demais!

Adeus

mundo cruel!

Zona de RiscoPara efeito didático, denominamos a faixa de temperatura entre 5ºC e 60ºC como Zona de Risco, na

qual deve-se reduzir o tempo de exposição dos alimentos. Recomenda-se não ultrapassar 30 minutos

na manipulação de produtos perecíveis à temperatura ambiente e 2 horas no caso de áreas climatizadas

entre 12ºC e 18ºC.

Quando se ultrapassa o tempo recomendado para a manipulação dos alimentos nas temperaturas de

risco, comete-se o chamado Abuso de Tempo e Temperatura, quando o alimento passa a estar mais

vulnerável à deterioração por bactéria.

Nota:Observe que na faixa de temperatura que varia de 5°C até 60°C há a multiplicação de bactérias, sendo que entre 30°C e 45°C a multiplicação é ainda mais rápida.

Veja como as bactérias

se comportam em um

alimento potencialmente

perigoso, quando ele fica

na Zona de Risco por

muito tempo.

Espere aí,assim também

já é demais!

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VI. Higiene

Os cuidados necessários com a higiene pessoal.

O procedimento indicado para a correta higienização das mãos.

Os hábitos seguros para manipulação de alimentos.

O cuidado na utilização de uniformes, luvas e máscaras descartáveis.

A importância do controle de saúde dos colaboradores.

Destaque para POP.1 - Higiene e Saúde dos Manipuladores.

Os procedimentos indicados para a higienização ambiental.

Como preparar soluções sanitizantes.

Um modelo completo de cronograma de higienização.

Os cuidados no manejo de resíduos.

Destaque para POP.2 - Higiene de Instalações, Equipamentos e Móveis.

Neste capítulo, você vai conhecer:

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34 VI. Higiene Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

A maior parte das principais medidas que devem ser adotadas no combate às contaminações estão diretamente ligadas à boa higiene, seja ela:

VI. Higiene

Pessoal, relacionada às práticas higiênicas de cada indivíduo no seu dia-a-dia e aos seus hábitos ao manipular alimentos, ou;Ambiental, relacionada com a higienização de instalações, equipamentos e utensílios.

A higiene é tão importante, que, dentre os Procedimentos Operacionais Padronizados (POP’s), são exigidos procedimentos escritos específicos para higiene dos colaboradores, higienização de instalações, equipamentos, móveis e higienização do reservatório de água, que estabeleçam de maneira clara como são praticadas as principais ações rotineiras de higienização na empresa.

A seguir, destacamos as principais práticas de higiene que as empresas de serviços de alimentação devem seguir, com destaque para aquelas que são exigidas pela legislação brasileira, através dos POP’s.

Higiene PessoalConforme visto anteriormente, os seres humanos são os principais causadores das contaminações e carregam em todo o seu corpo diferentes bactérias, incluindo muitas causadoras de doenças que podem ser transmitidas a outros seres humanos através dos alimentos.

Por isso, é fundamental que as pessoas que manipulam alimentos mantenham práticas higiênicas, que incluem:

Tomar banho todos os dias;Fazer a barba e o bigode todos os dias;Manter as unhas curtas e limpas sem esmalte e sem base;Usar desodorante somente suave ou sem cheiro e não usar perfumes;Não utilizar nenhum tipo de loção nas mãos;Higienizar as mãos da maneira correta e na freqüência indicada.Manter cabelos curtos;Escovar os dentes após as refeições.

••••••••

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35VI. HigieneGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Registros e Controles:Uma maneira de verificar as práticas de higiene pessoal dos colaboradores é registrar periodicamente se a sua apresentação higiênica está satisfatória de acordo com as exigências da profissão. Além das práticas descritas acima, nesse mesmo formulário, podem ser registradas as condições de seu uniforme e a ausência de adornos.

Como devemos higienizar as mãos

As mãos são nossos principais instrumentos de trabalho, por isso devemos mantê-las sem-pre muito bem limpas. Conforme exigência da legislação brasileira, as cozinhas e áreas de produção devem dispor de estações para a lavagem das mãos dos manipuladores de alimen-tos, compostas por pias exclusivas para esse fim, sabão bactericida ou solução anti-séptica, papel toalha ou ar quente e lixeira com pedal.

Higienizar as mãos de maneira correta e frenqüente é uma das ações mais importantes para garantir a segurança dos alimentos. Por isso, deve-se tomar cuidados especiais conforme as ilustrações:

1

Molhar as mãos

2

Aplicar sabonete líquidobactericida

3

Ensaboar por pelomenos 20 segundos

7

Secar com papel toalha ou ar quente

8

Jogar o papel fora sem tocar as mãos na lixeira

4

Lavar antebraço

5

Atenção para lavaras unhas

6

Enxaguar bem

Quatro membros de uma mesma família, que comeram queijo minas durante um lanche, foram acometidos por náuseas,vômitos, diarréia e dores abdominais. Após análise do queijo, o resultado mostrou elevada contaminação por Staphylococcus aureus, bactéria encontrada principalmente em pessoas, , indicando provável contaminação devido a problemas de higiene.

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36 VI. Higiene Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Quando devemos higienizar as mãos (freqüência)

Antes de iniciar o trabalho;Antes de manipular o alimento;Ao trocar de atividade, principalmente quando estiver manipulando alimento cru e for trabalhar com alimento cozido;Antes e após usar luvas;Após utilizar os sanitários;Após pegar em dinheiro;Após tossir, espirrar, assoar o nariz ou se coçar;Após comer ou fumar;Após recolher lixo e outros resíduos;Após passar muito tempo em uma mesma atividade;Todas as vezes em que interromper um serviço.

•••

•••••••

POP.1:

A higienização das mãos dos manipuladores é um dos procedimentos que deve ser descrito no POP.1 – Higiene e Saúde dos Manipuladores, contendo suas etapas, a freqüência e os princípios ativos dos anti-sépticos usados.

Registros e Controles:

A prática de higienização das mãos pode ser acompanhada através do monitoramento do consumo do sabão bactericida ou do anti-séptico utilizado, mantendo registro em formulário específico para isso. Os dados devem ser analisados periodicamente para uma avaliação quanto à freqüência de uso dos produtos e à necessidade de reforçar as instruções para a lavagem das mãos.

E lembre-se:

Não enxugue as mãos em aventais ou qualquer pano. Use sempre papel toalha não reciclado ou secador de ar quente;Não permita que falte papel toalha, sabão bactericida ou outro produto anti-séptico;Para ser eficaz, o produto anti-séptico deve ser utilizado sempre após a lavagem das mãos. O sabão bactericida já é um anti-séptico e dispensa a utilização de outros produtos após a lavagem.

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37VI. HigieneGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Hábitos seguros

Durante a manipulação dos alimentos, as pessoas devem desenvolver hábitos seguros, tais como:

Não falar, cantar, assobiar, tossir ou espirrar em cima dos alimentos;Não mascar goma, palito, fósforo ou similares, nem chupar balas ou comer;Não fumar;Não experimentar alimentos diretamente com as mãos;Não devolver para a panela, um utensílio usado para provar o alimento, sem antes higienizá-lo corretamente;Não assoar, nem colocar o dedo no nariz, na boca ou nos ouvidos;Não mexer no cabelo ou se pentear;Não pegar em dinheiro;Não enxugar o suor com as mãos, panos ou qualquer peça do uniforme;Não enxugar as mãos no avental;Não utilizar colares, pulseiras, brincos, relógios, anéis, inclusive aliança, nem unhas postiças, pois podem cair acidentalmente nos alimentos (contaminação física) ou dificultar a higienização adequada, possibilitando a contaminação por bactérias (contaminação biológica);Retirar o avental antes de ir ao sanitário;Não trabalhar diretamente com alimento quando apresentar problemas de saúde, sem comunicar ao supervisor, para que o mesmo tome as providências cabíveis.

•••••

••••••

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38 VI. Higiene Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Utilização de uniformes

Os uniformes devem estar completos, bem conservados, limpos e com troca diária. Sua utilização deve ser feita somente nas dependências internas do estabelecimento;Os uniformes não devem possuir bolsos na parte superior, para evitar a colocação de objetos que possam cair sobre os alimentos;Os sapatos devem ser fechados, antiderrapantes e devem estar em boas condições de higiene e conservação. Use meias limpas, de preferência de algodão;Use avental plástico somente nas atividades onde há grande quantidade de água, não devendo ser utilizado próximo ao calor para evitar acidente de trabalho;Jamais utilize panos ou sacos plásticos para proteção do uniforme. Os aventais foram feitos para isso;Não carregue no uniforme: canetas, lápis, batons, escovinhas, cigarros, isqueiros, relógios e outros adornos, pois eles podem cair nos alimentos;Use proteção na cabeça de forma a cobrir completamente os cabelos.

TOUCA

ORELHAS

BRAÇOS

MÃO

MÃO

ROSTO

PESCOÇO

AVENTAL

SAPATOS

TORNOZELOS

Proteger os cabeloscompletamente.

Manter barba ebigodes sempre feitos.

Não usar colares.

Não usar anéise alianças.

Uniforme deve estarcompleto e limpo.

Os sapatos devemser fechados.

Sempre use meias.

Não usar brincos.

Não usar pulseiras.

Manter unhas curtase limpas, sem esmalte

e sem base.

UNIFORMESNão possuir bolsos na

parte superior.

bigode

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39VI. HigieneGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Luvas e máscaras descartáveis

Uma higienização rigorosa das mãos é sempre a melhor solução. O uso de luvas descartáveis é recomendado em caso de lesão nas mãos ou até mesmo quando manipular alimentos prontos para consumo (ex. desfiar um frango), mas sempre por períodos curtos.

É imprescindível higienizar adequadamente as mãos antes de colocar as luvas, para não con-taminá-las. Após descartar as luvas, as mãos devem novamente ser higienizadas.

Troque as luvas descartáveis sempre que:

Trocar de atividade, principalmente quando estiver manipulando alimen-to cru e for trabalhar com alimentos prontos para consumo;Estiverem rasgadas;Tiver que passar muito tempo em uma mesma atividade;Interromper um serviço.

•••

Notas:

Não esqueça de higienizar novamente as mãos quando for trocar de luvas.O uso indevido de luvas poderá causar uma contaminação muito maior.As luvas descartáveis, como o próprio nome já diz, nunca devem ser reutilizadas.Lembre-se, o uso de luvas descartáveis não substitui a lavagem das mãos!

Você não pode usar asmesmas luvas para

diferentes atividades!

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40 VI. Higiene Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Registros e Controles:A maneira correta de comprovar a realização do controle de saúde dos colaboradores é através do Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), que deve ser emitido pelo médico do trabalho após os exames e a avaliação exigidos.

As máscaras descartáveis tornam-se úmidas após 20 ou 30 minutos de uso, devido à concentração de suor e saliva, permitindo a passagem de saliva e, conseqüentemente de microrganismos não sendo, portanto, muito eficaz no combate à contaminação.De maneira geral, pode-se constatar que os manipuladores de alimentos não estão habituados com a correta utilização de luvas e, principalmente, de máscaras descartáveis, sendo a qualificação para a conscientização da importância das práticas higiênicas o melhor caminho no combate às contaminações.

Controle de saúde dos colaboradoresA legislação brasileira exige que as empresas de serviços de alimentação elaborem e implementem um programa de controle de saúde, através de um médico responsável. Esse programa consiste de uma avaliação clínica realizada por um médico do trabalho, acompanhada de exames laboratoriais complementares, designados pelo próprio médico do trabalho responsável e/ou de acordo com determinação da legislação local.Tais exames devem ser realizados não só na admissão e demissão mas, também, periodicamente e na troca de função. Devem ser mantidos atualizados com o objetivo de preservar a saúde dos colaboradores, prevenir acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e evitar a contaminação dos alimentos. O controle de saúde visa a prevenção, no entanto, é muito importante que os colaboradores, ao manifestarem quaisquer problemas de saúde, comuniquem ao seu supervisor antes de começar o trabalho, para que ele tome a providência cabível.Caso apresente algum ferimento ou infecção na pele, primeiro deve-se tratar o ferimento, cobrir com bandagem e proteger com luva de látex ou dedeira. Aqueles que apresentarem lesões e/ou sintomas de enfermidades que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos devem ser afastados da atividade de preparação de alimentos enquanto persistirem tais condições de saúde.

POP 1:Os procedimentos que devem ser adotados nos casos em que os manipuladores apresentem lesões ou suspeita de problemas de saúde, que possam comprometer a segurança dos alimentos, devem ser descritos no POP.1 – Higiene e Saúde dos Manipuladores. Deve -se especificar também os exames aos quais os manipuladores de alimentos são submetidos, bem como a periodicidade de sua execução.

Trate o ferimento Cubra combandagem

Utilize luva de látex ou dedeira

Atestadode Saúde

Ocupacional(ASO)

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41VI. HigieneGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Higiene Ambiental

A higiene ambiental compreende as operações de higienização da estrutura física (piso, paredes etc), dos equipamentos, bancadas de trabalho e utensílios, realizadas de maneira freqüente para minimizar os riscos de contaminação dos alimentos.

Para higienizar com segurança um ambiente, é importante compreender a diferença entre limpeza e sanitização.

Limpeza

O ato de limpar significa remover substâncias visíveis indesejáveis como terra, poeira, gordura, restos de comida e outras sujidades, utilizando água potável e sabão ou detergente. Deve ser feita sempre antes da sanitização.

A limpeza é a primeira etapa da higienização, na qual deve-se:

Retirar ou recolher as sujidades e resíduos aparentes;

Lavar com água (de preferência aquecida) e sabão ou detergente;

Enxaguar bem as superfícies com água corrente até a total retirada do

sabão ou detergente.

Sanitização

Sanitizar ou desinfetar significa remover ou reduzir a níveis aceitáveis os microrganismos, invisíveis a olho nu, utilizando o calor ou produtos químicos como, por exemplo, o cloro e o álcool 70%.

Um processo de desinfecção das superfícies pode ser realizado das seguintes maneiras:

Com a utilização do calor, imergindo o material por 15 minutos em água

fervente ou no mínimo a 80ºC.

Através de uma solução sanitizante, a qual deve permanecer em

contato mínimo com a superfície por 15 minutos ou de acordo com

recomendações constantes do rótulo. Em seguida as superfícies devem

ser enxaguadas em água corrente, exceto quando a solução utilizada for

o álcool 70%.

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42 VI. Higiene Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Princípio Ativo

Hipoclorito de Sódio

Cloro orgânico

Quaternário de Amônio

Iodóforos

Álcool

Concentração

200 – 250 mg/l

200 – 250 mg/l

200 mg/l

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Tabela 1: Produtos recomendados para a desinfecção ambiental:

Diluição de produto sanitizante

A água sanitária é uma solução clorada que possui normalmente entre 2 a 2,5% de cloro ativo, o que equivale a 20.000 e 25.000 mg/l respectivamente.

Para diluir os produtos sanitizantes à base de cloro e chegar à concentração desejada, pode-se fazer o cálculo descrito abaixo ou seguir orientação do fabricante:

Quantidade do Produto =(em gramas ou ml)

Volume X Concentração

% de Cloro Ativo do Produto X 10

Fonte: Manual de elementos de apoio para o sistema APPCC, SENAC/DN, 2001.

Sendo que:

Quantidade do produto refere-se ao produto clorado concentrado usado como desinfetante;Volume representa a capacidade em litros da solução desejada, normalmente equivale ao volume de água utilizada na solução;Concentração, refere-se à concentração desejada para a solução, expressa em mg/l;% de Cloro Ativo do Produto deve ser indicada no rótulo do produto ou pelo fornecedor.

Retirar as sujeiras Lavar com detergente Enxaguar bem

Escorrer o excesso de água

Aplicar sanitizante (neste caso o álcool 70%)

Colocar os pratos para secar naturalmente

Exemplo de como higienizar:

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43VI. HigieneGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Para ilustrar a fórmula anterior, vamos utilizar o exemplo da água sanitária a 2,0% de cloro ativo, e calcular a quantidade deste produto a ser diluído em 1 litro de água para sanitizar a superfície de uma bancada. Considerar uma solução de 200 mg/l, conforme a tabela 1.

Quantidade do Produto (em

gramas ou ml)

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gramas ou ml)

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Ou seja, a solução necessária para sanitizar a superfície da bancada, neste caso deve ser preparada com:

10 ml (=1 colher de sopa) de água sanitária + 1 litro de água

Freqüência de higienização

Veja quando devemos

efetuar o processo

de higienização!

1. No início do trabalho.

2. Depois de cada uso.

3. Quando começar a trabalhar com

outro tipo de alimento.

4. A cada mudança de lote.

5. A intervalos periódicos máximos de

2 horas, quando os utensílios estiverem

em uso constante, para um mesmo

alimento.

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44 VI. Higiene Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Recomenda-se a limpeza ou a higienização de instalações, equipamentos, móveis e uten-sílios, conforme tabela a seguir.

Tabela 2: Periodicidade de limpeza ou higienização de superfícies

Superfície

Piso e ralos

Paredes, portas e janelas

Teto ou forro

Telas

Luminárias, interruptores e tomadas

Maçanetas

Pias

Cadeiras e Mesas (refeitório)

Sanitários

Saboneteiras

Prateleiras

Bancadas para manipulação

Chapa e fogão

Fritadeira

Liquidificador, batedeira, extrator de suco

Balança

Coifa

Câmaras frigoríficas (congelamento)

Câmaras refrigeradas

Geladeiras

Freezers

Panelas e utensílios (talheres e facas de cozinha, placas, pratos)

Monoblocos e Caixas Plásticas

Estrados

Lixeiras

Caixa de gordura

Reservatório de água

Periodicidade

Diária

Semanal

Conforme a necessidade

Mensal

Mensal

Diária

Diária

Diária

Diária

Conforme o uso

Diária (cozinha) e semanal (armários)

No início do dia / Após cada atividade

Diária

Semanal / Na troca do óleo

Após cada atividade

Diária / Após cada atividade

Semanal (área externa e partes móveis) e mensal (dutos)

Mensal ou conforme necessidade

Quinzenal ou conforme necessidade

Diária / Semanal

Semanal ou conforme necessidade

Após cada atividade

Diária / Semanal

Quinzenal

Diária

Conforme necessidade

Semestral

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45VI. HigieneGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

É isto que podeacontecer quando

utilizamos panos nacozinha, especialmente

sem higienizá-losadequadamente!

Não é permitido varrer a seco as áreas de manipulação;Não utilize palha de aço e escovas, esponjas ou similares de metal;Nunca use nas áreas de manipulação os mesmos utensílios e panos de limpeza utilizados em banheiros e sanitários;Evite borrifar água e outros líquidos sobre equipamentos elétricos ou próximo a tomadas, interruptores e luminárias;Deve-se evitar ao máximo a utilização de panos não descartáveis na cozinha, pois, quando não higienizados corretamente, podem tornar-se grandes focos de contaminação.

•••

Em procedimentos de higiene:

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46 VI. Higiene Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

POP.2:Nos procedimentos referentes ao POP.2 – Higienização de Instalações, Equipamentos e Móveis, devem constar informações quanto à natureza da superfície a ser higienizada, ao método de higienização, ao princípio ativo do sanitizante selecionado e sua concentração, tempo de contato dos agentes químicos e/ou físicos utilizados na operação de higienização, temperatura e outras informações que se fizerem necessárias. As operações de desmonte de equipamentos, sempre que possível, devem constar nos procedimentos de higienização.

Registros e Controles:O registro e controle das condições de higiene das instalações, equipamentos, utensílios e demais superfícies podem ser realizados com a implementação de um formulário de controle de higiene ambiental, a partir de exame visual e tato.

Notas:Caso a higienização seja efetuada através de máquina de lavar, verifique se ela está trabalhando corretamente como indica o fabricante. Devem ser respeitadas as temperaturas de 55º a 65ºC para lavagem e de 80º a 90ºC para enxágüe.Após higienizadas, todas as superfícies devem secar naturalmente, sendo que os utensílios e equipamentos devem ser guardados em local apropriado, limpo e seco, protegido contra a poeira e insetos.Para a higienização de panos, deve-se lavá-los com água e sabão, deixando de molho em solução clorada para alvejar.Ao final, coloque-os em água fervente de 10 a 15 minutos.

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47VI. HigieneGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

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48 VI. Higiene Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

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49VI. HigieneGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

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50 VI. Higiene Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

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51VI. HigieneGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Manejo de resíduos

O lixo descartado na cozinha deve ser recolhido diariamente, quantas vezes forem necessárias, e armazenado até a coleta em um local externo, protegido e isolado das áreas de preparação e armazenamento de alimentos, para se evitar focos de contaminação, mau cheiro e a atração de pragas.

A empresa deve dispor de lixeiras com capacidade suficiente para armazenar seus resíduos até seu destino final. Todas as lixeiras devem ser mantidas higienizadas, estar em boas condições de uso e possuir tampas com sistema de abertura sem a utilização das mãos.

As lixeiras devem ser limpas com água e detergente, esfregadas com escova ou vassoura por dentro e por fora. A desinfecção pode ser feita através de pulverização com solução clorada, deixando secar naturalmente. Não esqueça de higienizar as mãos após mexer com lixo.

Recolher toda a gordura utilizando uma pá exclusiva para este fim,

garantindo a retirada total da gordura, inclusive daquela aderida às

paredes e tampas;

Esfregar com vassoura ou escova exclusiva para este fim, com água

fervente e produto desengordurante apropriado para esta finalidade;

Enxaguar bem, se possível, com água sob pressão;

Deixar escoar.

Notas:

Use sacos reforçados para evitar vazamentos.Sempre higienize as mãos após tocar no lixo.

As caixas de gordura também devem ser limpas regularmente, conforme a necessidade, segundo as instruções:

••

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VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas)

••

•••

Os cuidados necessários em cada etapa do fluxo de produção, desde a compra até a distribuição, para fornecer alimentos seguros.Os procedimentos de controle para os processos de manipulação e armazenamento dos alimentos.As temperaturas e as características sensoriais recomendadas para o recebimento de matérias-primas.Como evitar contaminação cruzada e o abuso de tempo e temperatura.Os procedimentos adequados para o reaquecimento e resfriamento de alimentos.Como efetuar a higienização de alimentos.Os critérios para utilização de sobras.Como realizar coleta de amostras.

Neste capítulo, você vai conhecer:

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54 VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas) Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Para fornecer alimentos seguros precisamos construir barreiras sanitárias contra as contaminações em cada uma das etapas do fluxo de produção existente na empresa, desde a compra de matéria-prima até a distribuição dos alimentos prontos.

Essas barreiras serão erguidas a partir da aplicação dos conceitos de higiene pessoal e ambiental e da criação e implementação de procedimentos de controle dos processos de manipulação e armazenamento dos alimentos.

VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos(Boas Práticas)

Aquisição

Etapas básicas do fluxo de produção em

empresas de alimentação:

AquisiçãoRecebimento

ArmazenamentoPré-preparo

CocçãoDistribuição

ReaquecimentoResfriamento

Sobras

Adquirir produtos de boa procedência é fundamental, pois ao receber um produto de baixa qualidade higiênico-sanitária, a empresa corre um sério risco de perder os alimentos feitos com essa matéria-prima e comprometer toda a sua produção.

A empresa deve certificar-se de que seu fornecedor pratica Segurança de Alimentos, através de visitas técnicas e especificando critérios de qualidade para a matéria-prima comprada.

RecebimentoO recebimento é o primeiro contato da empresa com o alimento, o que deve ocorrer em uma área específica, mantida organizada e muito limpa.

Deve-se ressaltar que não há como melhorar a qualidade de um produto, ou seja, ao receber um produto comprometido ou contaminado, não há como transformá-lo em algo melhor.

Por isso, antes de aceitar qualquer entrega, deve-se tomar alguns cuidados essenciais nessa etapa:

Conferir os rótulos das embalagens e jamais

aceitar produtos com o prazo de validade

vencido;

Checar a presença do Selo de Inspeção

Federal, Estadual ou Municipal nos produtos

de origem animal (este selo é a garantia de que

esses produtos foram inspecionados em sua

origem, quanto à sua procedência e qualidade

sanitária);

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55VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas)Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

••

••

Checar se as condições de higiene do veículo de entrega e do entregador são satisfatórias;Verificar se as embalagens estão intactas e limpas. Não aceitar embalagens que estejam quebradas, vazadas, amassadas, enferrujadas, estufadas ou furadas;Os alimentos não devem estar em contato com embalagem não adequada como papel ou plástico reciclado, jornais, revistas, papelão e similares;Ovos devem ter suas cascas limpas e sem rachaduras;Alimentos congelados não podem ter cristais de gelo ou líquido dentro da embalagem;Receber e guardar os alimentos o mais rápido possível, limitando ao máximo o tempo de permanência na Zona de Risco. Lembre-se de dar preferência primeiro aos alimentos refrigerados, depois aos congelados e só então aos produtos secos;É recomendável manter um termômetro exclusivo na área de recebimento;Checar a temperatura de chegada dos alimentos, recusando aqueles que não estiverem com a temperatura adequada, conforme a tabela 3 ou de acordo com especificação do fabricante.Checar atentamente a aparência, cheiro e textura dos alimentos, conforme a tabela 4.

ÁREA DE

RECEBIMENTO

Esse peixenão entra

aqui!

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56 VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas) Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Registros e Controles:

Na etapa de recebimento, pode-se manter um formulário para registro da verificação da temperatura de chegada dos alimentos.

Fonte: Adaptado de Silva Junior, 2005 e Manual de Elementos de Apoio para o Sistema APPCC.

Alimento

Carnes e aves

Frutos do mar e peixes frescos

Leite “in natura” e derivados

Massas frescas

Congelados

Ovos

Alimentos secos, enlatados e hortifruti

Temperatura

Até 10ºC, preferencialmente até 4ºC

Até 3ºC

Até 10ºC

Até 10ºC

-18ºC com tolerância até -12ºC

Temperatura ambiente, recomendável até 10ºC

Temperatura ambiente

Tabela 3: Temperaturas recomendadas para recebimento de alimentos

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57VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas)Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Tabela 4: Características sensoriais adequadas para recebimento de produtos

Produto OdorAparência Consistência

Mole, não pastosa e friável. Textura fechada ou com poucos olhos mecânicos.

Cor marfim ou creme, homogênea. Crosta firme, lisa, resistente, destacável, parafinada, encerada ou oleada.

Característico.Provolone

Dura, maciça, de untura seca. Textura compacta, granulosa.

Cor amarelo-palha, homogênea. Característico.Parmesão

Semi-elástica, tendente a macia, amanteigada.

Cor amarelo-palha. Crosta inexistente ou fina, lisa e bem formada, podendo ser revestida de parafina.

Característico.Queijo Prato

Semidura e semi-suave. Textura fibrosa, elástica e fechada.

Cor branca a amarela. Não possui crosta e oleaduras, podendo apenas apresentar aberturas irregulares.

Láctico, pouco perceptível.

Mussarela

Líquido homogêneo.Cor branca leitosa. Característico.Leite

Firme e não pegajosa.Cor característica de cada produto, sem manchas pardas, esbranquiçadas, verdes ou cinzas.

Característico, sem odor de ranço.

Embutidos

Carne consistente e elástica. Pele lisa e úmida.

Cor branca, rosada, acizentada, sem coloração estranha à espécie. Olhos transparentes.

Característico.Lula e Polvo

Consistência esponjosa, gelatinosa e elástica. A carne deve estar aderida à concha e úmida.

Cor cinzenta clara para as ostras e amarelada em mexilhões e mariscos. Todas devem apresentar conchas fechadas e com grande retenção de água incolor e límpida.

Característico, com cheiro leve de mar ou algas marinhas.

Ostras, Mariscos, Mexilhões e Vieiras

Carapaça deve ser aderente ao corpo e liberada com facilidade ao ser forçada. As pernas e o cefalotórax não devem se desprender facilmente do corpo.

Cor rosada ou acizentada, a depender da espécie, sem pigmentação estranha. Carapaça transparente que permita visualizar a coloração dos músculos. Olhos negros e bem destacados. O corpo deve apresentar-se curvado.

Característico, com cheiro leve de mar ou algas marinhas.

Camarão

Firme, não amolecida, nem pegajosa. Em peixes inteiros, a carne deve estar presa à espinha.

Cor branca ou ligeiramente rósea para filés. Peixes inteiros devem ter as escamas brilhantes e bem aderidas, guelras vermelho-vivo, úmidas e intactas, olhos brilhantes e salientes.

Característico, com cheiro leve de mar ou algas marinhas.

Peixes

Firme, não amolecida, nem pegajosa.

Cor amarelo rosado. Sem escurecimento, manchas esverdeadas e/ou outras cores estranhas ao produto.

Característico.Aves

Firme, não amolecida, nem pegajosa. Verificar ausência de formações redondas brancas de cisticercos.

Cor vermelho pálido. Sem escurecimento, manchas esverdeadas e/ou outras cores estranhas ao produto.

Característico.Carne suína

Firme, não amolecida, nem pegajosa.

Cor vermelho brilhante (internamente), vermelho púrpura. Sem escurecimento, manchas esverdeadas e/ou outras cores estranhas ao produto.

Característico.Carne bovina

Fonte: Adaptado de Manual de elementos de apoio para o sistema APPCC.

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58 VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas) Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

ArmazenamentoO correto armazenamento de alimentos e bebidas diminui os riscos de perda e contaminação de produtos. A área de armazenamento deve ser mantida limpa, seca e organizada, com ventilação adequada e ausência de entulho, resíduos ou material tóxico.

Para todos os produtos armazenados, deve-se tomar os seguintes cuidados:

Seguir o sistema PVPS (o Primeiro que Vence é o Primeiro que Sai), ou seja, utilizar primeiro o alimento com menor prazo de validade;Todos os produtos devem estar com a embalagem e rótulo intactos, onde seja possível identificar o prazo de validade, o número de registro, nome e demais informações do produto, além dos dados do fabricante;Os alimentos que são retirados de suas embalagens originais devem ser embalados de forma adequada e devidamente identificados;Identificar e armazenar separadamente produtos para devolução.

Por falar em devolução, uma vez o estoquista

de um restaurante recebeu um queijo que

não estava em condições de uso. Como ele

já havia recebido o queijo, foi orientado a

identificá-lo como devolução e guardá-lo

na geladeira para troca. O problema é que

ESQUECEU da etiqueta. E o queijo

foi parar na mesa do cliente!

Os produtos estocados devem ser separados por grupos e, de maneira geral, temos alimentos que podem ser armazenados à temperatura ambiente, o chamado estoque seco, e alimentos de mais rápida deterioração, que devem ser armazenados a baixas temperaturas, podendo ser refrigerados ou congelados.

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59VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas)Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Estoque Seco

Caixas de madeira e papelão não devem entrar na área de armazenamento e manipulação para evitar a entrada de pragas;Alimentos e produtos descartáveis não devem ficar armazenados junto a produtos de limpeza, de higiene e perfumaria;Os produtos químicos devem estar em suas embalagens originais. Nunca os coloque em embalagens de alimentos e caso seja necessário dividi-los em embalagens menores, como no caso do uso de pulverizadores, estes devem ser identificados.

E no dia que o cozinheirocolocou cloro no filé aperitivo

achando que era sal?! O que aconteceu?!O auxiliar de limpeza tinha aberto o pacote

de cloro e colocou em uma vasilha plástica aolado do fogão exatamente no minuto

que o cozinheiro faziao filé aperitivo!

• Alimentos ou recipientes com alimentos não devem estar em contato direto com o piso, e sim apoiados sobre estrados ou prateleiras das estantes, respeitando o espaçamento mínimo necessário de 10cm da parede, 25cm do piso e 60cm do forro.

SABÃO

ÁLCOOLÓLEO ÓLEO ÓLEO

MILHOMILHO MILHO

CLOROCLORO

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60 VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas) Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Refrigerados e Congelados

Para evitar a contaminação e garantir o correto funcionamento dos equipamentos de refrigeração e congelamento, é necessário estar atento a uma série de cuidados de manutenção e organização durante a estocagem de produtos refrigerados e congelados, como a seguir:

••

Não sobrecarregar os refrigeradores e respeitar o espaçamento mínimo necessário que garanta a circulação de ar;Evitar encostar os alimentos nas paredes dos equipamentos;Abrir portas dos refrigeradores e freezers o mínimo possível para evitar a perda do ar frio;Limpar e descongelar os equipamentos com freqüência para manter a temperatura adequada;Não permitir o acúmulo de gelo nas serpentinas (mais do que 1 cm), pois dificulta o funcionamento dos equipamentos;Armazenar, preferencialmente, carnes, aves, peixes crus e alimentos prontos para consumo em refrigeradores separados, caso contrário, a temperatura do equipamento deve ser ajustada de acordo com o alimento que necessite de menor temperatura;Na impossibilidade de armazenar estes alimentos em refrigeradores separados, respeitar a ordem de arrumação com alimentos prontos para consumo na parte superior, alimentos semiprontos na parte do meio e alimentos crus na parte inferior;

Alimentos prontospara consumo devem serarmazenados acima dos

alimentos crus.

Podem ser armazenados no mesmo freezer tipos diferentes de alimentos, desde que devidamente embalados, identificados e separados para evitar a contaminação cruzada;Não devem ser armazenados alimentos em caixa de papelão nos refrigeradores ou freezers, a não ser que o equipamento seja exclusivo para esta finalidade;No caso do uso de câmara fria, esta deve ser toda construída em material adequado, dispondo de cortina plástica, de termômetro que permita a leitura pelo lado externo, interruptor de segurança localizado na parte externa com lâmpada-piloto que indique se o equipamento está em funcionamento e dispositivo de segurança que permita abri-la por dentro.

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61VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas)Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Prazo de validade

Após a abertura das embalagens originais, perde-se o prazo de validade informado pelo fabricante, devendo-se embalar o produto novamente e identificar com nova validade segundo tabelas 5 e 6 ou conforme orientação do fabricante.

Produtos enlatados, após abertos, deverão ser transferidos para recipientes tampados e identificados, sob as condições de temperatura indicadas pelo fabricante.

Os alimentos secos poderão possuir validade máxima de 30 dias após serem abertos ou retirados da embalagem original, desde que não ultrapassem a validade estipulada pelo fabricante.

Alimentos manipulados, e todos os demais que necessitam de baixas temperaturas para sua conservação, devem ter o prazo de validade descrito em sua identificação, com prazo máximo variando conforme a temperatura de armazenamento e o tipo de produto, de acordo com as tabelas 5 e 6.

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62 VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas) Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Registros e Controles:Deve-se monitorar diariamente a temperatura de funcionamento dos equipamentos, a partir da utilização de formulários para registro das temperaturas internas de cada equipamento de refrigeração ou congelamento.

Tabela 5: Validade de alimentos congelados x Temperatura

Tempo máximo de

Tabela 6: Validade de alimentos refrigerados x temperatura

Alimento

Pescados crus

Carnes bovina e suínas e aves cruas

Folhosos e frutas sensíveis

Outras frutas e legumes

Alimentos cozidos

Pescados cozidos

Sobremesas, frios e laticínios manipulados

Maionese e misturas com maionese

Ovos “in natura”

Temperatura

4ºC

4ºC

10ºC

10ºC

4ºC

4ºC

8ºC6ºC4ºC

4ºC

10ºC

Tempo

24h

72h

72h

1 semana

72h

24h

24h48h72h

24h

2 semanas

Fonte: Manual de elementos de apoio para o sistema APPCC.

Temperatura

0 a -5ºC

-5 a -10ºC

-10 a -18ºC

Abaixo de -18ºC

armazenamento

10 dias

20 dias

30 dias

90 dias

Fonte: Silva Junior, 2005.

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Pré-preparo e preparo

Nesta etapa, a matéria-prima sofre uma série de processamentos com objetivo de prepará-la para a cocção ou mesmo para armazená-la de forma mais higiênica ou prática, para facilitar a utilização posterior. As modificações no alimento incluem sua higienização, o dessalgue, seu porcionamento em unidades menores, a adição de ingredientes, além de processos de descongelamento e congelamento.

É principalmente durante o pré-preparo e preparo que os alimentos são mais manipulados, aumentando os riscos de ocorrência da contaminação cruzada, que ocorre com a transferência de de contaminantes de um determinado local, superfície ou alimento para outros alimentos e superfícies, através de utensílios, equipamentos, mãos, entre outros. Um exemplo comum ocorre quando se utiliza uma mesma placa de corte, não higienizada corretamente, para cortar alimentos crus e em seguida manipular alimentos já cozidos.

Como evitar a contaminação cruzada:

••••

Separar os utensílios sujos dos limpos;Higienizar mãos, bancadas de trabalho e utensílios entre uma atividade e outra;Porcionar e manipular alimentos em locais ou horários pré-determinados;Armazenar os alimentos em recipientes devidamente tampados e identificados;Respeitar a ordem correta de armazenamento dos alimentos dentro dos refrigeradores.

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64 VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas) Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Além da contaminação cruzada, nesta etapa deve-se ter muito cuidado com o tempo em que manipu-lamos um alimento, pois se o mesmo estiver contaminado e permanecer muito tempo na Zona de Risco, as bactérias irão se multiplicar rapidamente.

Por isso, durante todo o processo de preparação do alimento, devemos evitar o abuso de tempo e temperatura, seguindo instruções abaixo:

••

Manipular alimentos em pequenas porções;Evitar que o alimento permaneça mais do que 30 minutos na temperatura ambiente ou no máximo 2 horas, à temperatura entre 12ºC e 18ºC;Manter o alimento, o maior tempo possível, dentro do refrigerador, no caso de alimentos resfriados, ou em banho-maria acima de 60ºC, no caso de alimentos quentes.

A seguir, apresentamos os principais processos de pré-preparo e preparo dos alimentos e suas principais recomendações:

Higienização dos Alimentos

Os hortifrutis, que serão consumidos crus e com casca, necessitarão passar pelo processo completo de higienização descrito abaixo. Aqueles que serão consumidos sem casca, ou que passarão por cocção, necessitarão apenas de lavagem em água potável corrente desde que a temperatura de cocção atinja 70ºC no centro do alimento.

Etapas do processo de higienização de hortifruti:

1 2 3

4 5

Selecionar e desprezar partes não aproveitáveis;

Fazer pré-lavagem em água potável corrente folha a folha, ou um por um, para remover

excesso de terra, larvas, reduzir quantidade de microrganismos etc;

Desinfetar por 15 minutos em solução clorada, conforme tabela 7;

Enxaguar em água potável corrente;

Deixar secar naturalmente ou com uso de centrífuga.

1

2

3

4

5

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Nota:O vinagre não é sanitizante. Ele pode ser utilizado após a sanitização para potencializar o seu efeito e melhorar a eliminação de resíduos.

Princípio Ativo

Hipoclorito de Sódio a 2,0 – 2,5%

Hipoclorito de Sódio a 1,0%

Concentração

100 – 200 mg/l

100 – 200 mg/l

100 – 200 mg/l

Tabela 7: Produtos permitidos para a desinfecção dos alimentos:

Fonte: Silva Junior, 2005.

Dessalgue

As carnes salgadas devem ser submetidas à retirada do sal através de trocas de água a no máximo 21ºC ou a cada 4 horas; sob imersão em água à temperatura de até 10ºC; ou, ainda, através de fervura, no caso de ser preparada logo em seguida.

Água!!!Eh, eh, eh!

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66 VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas) Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Para evitar que a temperatura das partes externas do alimento permaneçam por muito tempo dentro da Zona de Risco, deve-se realizar o descongelamento de uma maneira segura:

• Em refrigerador, à temperatura de até 5ºC, tendo o cuidado de armazenar os alimentos sob descongelamento nas prateleiras inferiores dos refrigeradores para evitar que o líquido escorra e contamine os demais alimentos (contaminação cruzada);

Em microondas, quando o alimento for cozido imediatamente após o descongelamento;Como parte do procedimento de cozimento, desde que indicado pelo fabricante. Ex: hambúrguer.

Descongelamento

Nesta etapas as áreas externas do alimentoestão sob maior risco, pois alcançam temperaturas maiores antes do centro do alimento, que demora mais tempo para descongelar.

Nunca descongele o alimentoà temperatura ambiente, pois

a parte externa descongelaantes da parte central, ficando

muito mais tempo expostaa temperaturas na zona

de risco.

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Porcionamento

O porcionamento é uma importante etapa do pré-preparo, onde os alimentos são divididos em porções menores para facilitar seu congelamento, armazenamento e utilização posterior.

Em áreas de preparação à temperatura ambiente, o porcionamento de alimentos não deve exceder o tempo de 30 minutos para cada lote. Nos casos em que a área de manipulação for climatizada entre 12º a 18ºC, o porcionamento pode ser feito em até 2 horas para cada lote.

Nota:Não abuse do tempo e temperatura durante o porcionamento e assegure-se de que foram tomados todos os cuidados necessários para evitar a contaminação cruzada e manter uma higiene ambiental impecável!

Registros e Controles:Pode-se monitorar o tempo de exposição e a temperatura do alimento durante ações de pré-preparo, como o porcionamento, a partir da utilização de formulário próprio, no qual deve-se anotar o tempo inicial e final do porcionamento e suas respectivas temperaturas.

REGISTRO

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68 VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas) Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Não coloque grandes volumes de

alimentos quentes no congelador, pois

além de favorecer o crescimento de bactérias,

haverá aumento da temperatura

dentro do equipamento podendo

comprometer a qualidade dos

demais produtos congelados.

Congelamento

O congelamento é um dos melhores métodos de conservação, podendo manter os alimentos sem grandes alterações de sabor, textura ou perda de nutrientes durante meses, além de evitar a multiplicação de microrganismos.

Mas para ser eficaz e garantir a qualidade do alimento, o processo de congelamento deve ser feito de maneira rápida, evitando a formação de cristais de gelo grandes que danificam a textura e, principalmente, evitando a multiplicação de microrganismos, que ocorre com maior intensidade nas partes mais quentes do produto.

Dessa forma, nessa etapa, os alimentos devem passar da temperatura original para faixas de temperaturas abaixo de 0º em 6 horas ou menos.

A temperatura fria é alcançada mais rapidamente na parte externa do alimento, ou seja, o frio penetra o alimento de fora para dentro e, por esse motivo, quanto mais tempo o alimento demora para ser congelado, maiores os riscos de desenvolvimento microbiano em seu centro.

Para realizar um congelamento

rápido, deve-se dividir o alimento quente

em pequenas porções e resfriá-lo, antes de

colocá-lo para congelar.

a multiplicação de bactérias,

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Identificação

Ao retirar um alimento de sua embalagem original para qualquer tipo de preparação ou quando um ingrediente ou matéria-prima não for utilizado até o final, para tornar a armazenar esse alimento, é obrigatório identificar cada porção, ou nova embalagem, com as informações mínimas que identifiquem o nome do produto, a data de sua preparação e a data de validade (conforme as tabelas 5 e 6).

Um dos sistemas de identificação mais utilizados para alimentos é através da aplicação de etiquetas plastificadas, confeccionadas especialmente para essa finalidade.

Por isso, para realizar um congelamento rápido e seguro, siga as etapas e cuidados abaixo:

••

Jamais leve ao congelamento um alimento quente. Antes de ser congelado, o alimento deve ser resfriado conforme descrito no item “Resfriamento”;Divida os alimentos em pequenas porções e coloque-os em embalagens adequadas, evitando o contato direto com o ar e a umidade, para que o alimento não fique ressecado ou sofra alterações;Deixe sempre um espaço vazio na embalagem, pois os alimentos com maior teor de líquidos aumentam de volume durante o processo de congelamento. Não utilize recipientes de vidro, devido ao risco de quebra;Identifique a embalagem, informando o conteúdo, a data em que o alimento foi congelado e a data de validade;Mantenha os freezers de congelamento limpos, sem acúmulo de gelo e evite sobrecarregá-los para facilitar a circulação do ar frio em seu interior;Organize os produtos dentro do freezer, de forma a facilitar o congelamento rápido. Evite acumular um alimento sobre o outro ou utilize recipientes rasos, com no máximo 10cm de altura, sobrepondo-os em forma de cruz;Coloque os alimentos para congelar nas partes inferiores do freezer, para evitar que os líquidos do alimento em congelamento escorram para os produtos abaixo dele, prevenindo a contaminação cruzada.

Nota:Procure manter um freezer exclusivo para o congelamento de produtos e dê preferência a freezers verticais para esta finalidade, pois facilitam a organização e identificação dos alimentos.

O congelamento não elimina todos os microrganismos, mas sempre retarda a sua multiplicação.

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70 VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas) Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

CocçãoDurante o processo de cocção, o alimento sofre transformações através da aplicação do calor. Dentre os métodos de cocção mais utilizados, pode-se destacar: assado, refogado, ensopado, frito, grelhado e cozido no vapor.

É exigido que durante a cocção, o alimento atinja a temperatura mínima de 70°C em todas as suas partes, para garantir que os microrganismos presentes sejam eliminados (conforme Resolução RDC N°216/04). No entanto, existem ainda outras combinações de tempo/temperatura permitidas.

O tempo e a temperatura de cocção a que o alimento é submetido é um ponto essencial para o controle da contaminação biológica, sendo que a temperatura indicada normalmente refere-se àquela medida no centro geométrico do alimento, enquanto o tempo da cocção refere-se ao mínimo recomendado para que o alimento permaneça na temperatura exigida.

Registros e Controles:

Pode-se monitorar a temperatura de cocção dos alimentos a partir da utilização de formulário específico. Deve-se checar a temperatura no centro do alimento e marcá-la no formulário.

Frituras

No caso da cocção através do método da fritura, deve-se tomar precauções para que o óleo ou gordura utilizados no processo estejam em boas condições de uso para que não contaminem os alimentos.

Os óleos e gorduras não podem ser aquecidos a temperaturas maiores que 180°C, devendo ser trocados periodicamente, e sempre que houver alterações sensoriais de aroma e sabor ou quando houver formação intensa de fumaça ou espuma.

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Cuidados na utilização de ovos

Devido à possibilidade de contaminação com Salmonella spp., presente na casca e gema dos ovos e responsável por grandes surtos de doenças de origem alimentar em todo o mundo, deve-se ter muito cuidado na utilização de ovos, sendo necessário:

•••

Não utilizar ovos com casca rachada, nem utilizar a casca nas preparações;Manter ovos sob refrigeração até o momento do uso;Não oferecer para consumo ovos crus. Dê preferência aos ovos pasteurizados ou desidratados;Ferver os ovos por no mínimo sete minutos.

Vocês sabiam que em 2001, a Salmonella

que é uma bactéria que está presente

principalmente nas aves e ovos, foi

responsável por quase 25% dos surtos

de DTA registradas no Brasil? *

*Fonte: Folha de São Paulo, 06/01/03

Vocês sabiam que em 2001 a Salmonella,que é uma bactéria que está presente

principalmente nas aves e ovos, foiresponsável por quase 25% dos surtos

de DTA’s registrados no Brasil? *

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72 VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas) Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

DistribuiçãoDurante a distribuição, os alimentos prontos para o consumo podem estar expostos a novas contaminações, além do risco de multiplicação dos microrganismos que possam ter sobrevivido às outras etapas de preparação do alimento, caso ocorra alguma falha nos controles, principalmente de tempo e temperatura, além de esporos que podem estar presentes.

Portanto, nessa etapa, é necessário tomar providências para evitar novas contaminações e assegurar o correto controle de tempo e temperatura, tanto para os alimentos frios, normalmente expostos em geladeiras e balcões refrigerados (pista fria), como para os quentes, expostos geralmente através de banho-maria e balcões aquecidos (pista quente).

Nessa etapa, tome os seguintes cuidados:

••

•••

••

Meça a temperatura dos alimentos prontos, pelo menos, a cada duas horas;Mantenha os alimentos quentes à temperatura acima de 60ºC. O tempo máximo de exposição permitido para alimentos quentes é de, no máximo, 6 horas;Os alimentos frios devem ser mantidos resfriados abaixo de 5ºC, com tolerância até 10ºC, podendo ficar expostos por no máximo 4 horas, e 21°C por até 2 horas;Nunca misture o alimento fresco (novo) com alimentos que já estejam sendo utilizados em serviço (velho);Não acrescente alimento cru ao alimento cozido;Mantenha os alimentos tampados o máximo de tempo possível;Disponibilize utensílios adequados para servir os alimentos, de preferência com cabos mais longos para manter as mãos afastadas do alimento;Substitua ou higienize os utensílios periodicamente;Reaqueça o alimento quente quando este estiver a uma temperatura abaixo de 60ºC;Agite os alimentos para que se distribua melhor o calor.

REGISTRO DE

TEMPERATURA

Data: 20/02

Produto: Feijão

Temperatura: 65ºC

Responsável:____

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73VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas)Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Há alguns anos atrás, um homem foi vítima fatal de uma intoxicação causada pela comida de uma “quentinha” comprada em um restaurante. Os sintomas apresentados foram náuseas e fortes dores de estômago, levando-o a óbito dois dias depois, apesar do atendimento médico ter sido realizado.

Registros e Controles:A temperatura dos alimentos expostos deve ser monitorada e registrada a cada duas horas em formulário específico.

ReaquecimentoOs alimentos prontos devem ser reaquecidos de maneira rápida até atingir a temperatura de 70ºC em todas as suas partes. Esse procedimento deve ser realizado todas as vezes que a temperatura cair a menos que 60ºC durante a distribuição ou para o reaproveitamento de sobras limpas monitoradas.

Nota:Jamais use o equipamento de conservação a quente, como por exemplo, o banho-maria, para reaquecer o alimento. Leve o alimento de volta ao fogão.

Registros e Controles:Durante o reaquecimento, a temperatura do alimento deve ser monitorada e registrada em formulário específico.

ResfriamentoAntes de ser armazenado, qualquer alimento quente deve ser resfriado o mais rápido possível para evitar temperaturas de risco.

O resfriamento deve ser feito baixando-se a temperatura de cocção, em torno de 60ºC até 10ºC, em um tempo máximo de 2 horas.

60°C 10°C2 horas

A temperatura de 10ºC deve ser atingida no centro geométrico do alimento. Em seguida, ele deve ser armazenado em condições adequadas e de acordo com o tempo e as temperaturas apresentadas nas tabelas 5 e 6.

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74 VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas) Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Para realizar o resfriamento de alimentos de forma adequada, deve-se:

Reduzir a quantidade de alimento que deve ser resfriado, fatiando-o, separando-o em porções ou distribuindo o alimento ainda quente em recipientes rasos de, no máximo, 10cm de profundidade;Colocar os recipientes com alimentos quentes em banhos de água gelada, com gelo ou em freezer vazio, com cuidado para não haver sobreposição dos alimentos, facilitando a circulação de ar frio;Agitar os alimentos líquidos e pastosos durante o resfriamento.

Outra forma eficaz de se resfriar os alimentos é através da utilização de equipamentos resfriadores, próprios para essa finalidade. Tais equipamentos não devem ser confundidos com refrigeradores, os quais devem ser usados para armazenar produtos já resfriados.

Registros e Controles:Para controle do resfriamento, deve-se registrar em planilha específica o tempo inicial e final do processo e suas respectivas temperaturas.

Nota:Jamais coloque grandes porções de alimentos quentes em um refrigerador ou con-gelador, pois podem elevar a temperatura dos outros alimentos armazenados até a Zona de Risco, e até mesmo danificar o equipamento.

REGISTRO

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SobrasSão consideradas sobras os alimentos prontos para reposição que não tenham sido distribuídos, sendo o reaproveitamento permitido somente para aqueles que forem monitorados corretamente, seguindo as regras de tempo e temperatura exigidos.

Para o reaproveitamento de alimentos quentes, os mesmos devem passar pelas etapas de reaquecimento e resfriamento de forma rigorosa, podendo em seguida ser congelados ou armazenados em geladeira por no máximo um dia (24h). Para uso, os mesmos devem ser reaquecidos mais uma vez até atingirem a temperatura de 70ºC em todas as suas partes e, só então, liberados para consumo.

Na reutilização de alimentos frios, os mesmos devem ser resfriados até que a temperatura no centro atinja 10ºC, e armazenados sob refrigeração por, no máximo, um dia (24h) ou congelados. Também podem ser utilizados na elaboração de pratos quentes, desde que seguidas as normas de reaquecimento descritas acima.

Nota:Jamais deve-se reutilizar um alimento pronto que tenha sido servido.

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76 VII. Manipulação Higiênica dos Alimentos (Boas Práticas) Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Quando colher:

• Quando estiver faltando 1/3 do tempo para o término da distribuição da

refeição.

Como armazenar:

• Armazenar sob refrigeração até 4ºC ou sob congelamento a -18ºC por 72

horas; Líquidos não podem ser congelados.

Coleta de AmostrasA coleta de amostras é importante para permitir a rastreabilidade de um alimento, caso haja a ocorrência de alguma DTA, com o intuito de esclarecimento.

Como colher:

Identificar as embalagens ou sacos esterilizados com nome do produto, data

e horário da coleta;

Higienizar as mãos;

Abrir a embalagem sem tocar internamente nem soprá-la;

Colocar o correspondente a pelo menos 100g de amostra dentro;

Retirar o ar e vedar.

Nota:Utilize para coleta o mesmo utensílio utilizado para a distribuição do alimento ou, se preferir, um utensílio devidamente sanitizado.

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VIII. Utilização de Termômetros

•Como medir corretamente a temperatura dos alimentos.

Como checar a calibração dos termômetros.

Neste capítulo, você vai conhecer:

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78 VIII. Utilização de Termômetros Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Conforme descrito anteriormente, é fundamental o controle da temperatura durante os processos de manipulação e armazenamento dos alimentos. Dessa forma, o termômetro torna-se peça chave dentro de uma cozinha, quando se fala em praticar segurança de alimentos.

Como checar a temperatura dos produtos:

VIII. Utilizaçao de Termômetros

Alimentos embalados a vácuo- colocar o termômetro entre

as duas embalagens.Alimentos em embalagem flexível(ex. Leite em saquinho) - dobrar

uma parte da embalagemem torno do termômetro.

Alimentos em caixa ou garrafa- (ex. Creme de leite) - abrir uma

embalagem e inserir a haste.Colocar esta unidade para

uso imediato.

Alimentos em cocção - inserir a hastena parte mais espessa, geralmente

o centro do alimento.

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79VIII. Utilização de TermômetrosGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Outro cuidado importantíssimo que se deve tomar, ao medir a temperatura dos alimentos, é garantir a correta higienização do termômetro antes de ser inserido em um alimento, pois caso esteja contaminado, pode causar contaminação cruzada.

Nota:

Nunca use termômetros de vidro, de mercúrio ou de álcool, pois o termômetro pode quebrar e contaminar os alimentos.

Para garantir seu correto funcionamento, é muito importante checar com freqüência a calibração de um termômetro.

Um dos métodos mais utilizados é através do ponto de congelamento da água, segundo as etapas abaixo:

Encha um copo com gelo bem picado;

Complete o copo com água fria;

Mexa e insira a haste do termômetro

até o meio do copo, sem tocar nas

laterais ou no fundo;

A temperatura deve estabilizar-se em

0°C, atestando que o termômetro está

bem calibrado.

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IX. Controle Integrado de Pragas

As medidas de prevenção e controle de pragas.

Cuidados necessários para a aplicação de controle químico.

Destaque para POP.3 - Controle Integrado de Vetores e Pragas Urbanas.

Neste capítulo, você vai conhecer:

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82 IX. Controle Integrado de Pragas Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Nota:

Por medida de segurança, todos os alimentos e utensílios devem ser armazenados em refrigeradores ou armários antes da aplicação de produtos pesticidas!

A presença de pragas como insetos e roedores em serviços de alimentação, além de causar danos financeiros diretos com a perda de produtos, podem comprometer a imagem do estabelecimento. Mas o maior perigo associado às pragas é seu grande potencial de causar doenças, inclusive as de origem alimentar.

Basicamente, as pragas podem entrar na empresa juntamente com as entregas de produtos, ou através de frestas e passagens do próprio local. Sua presença está associada à falta de higiene, deficiências na estrutura física e ausência de mecanismos de controle.

São atraídas por lugares úmidos, escuros e sujos, com abundância de alimento. Por isso, torna-se importante adotar ações contínuas de organização e higiene com o objetivo de impedir a atração, o acesso, o abrigo e/ou proliferação dos mesmos, mantendo todas as instalações, equipamentos, móveis e utensílios livres de pragas.

IX. Controle Integrado de Pragas

As medidas de controle devem incluir a utilização de produtos químicos regularizados pelo Ministério da Saúde, executado por empresa especializada e obedecendo a procedimentos que evitem a contaminação dos alimentos, equipamentos e utensílios. Quando aplicável, os equipamentos e os utensílios, antes de serem reutilizados, devem ser higienizados para a remoção dos resíduos de produtos químicos.

Um controle integrado de pragas tem como objetivo principal evitar o acesso e a proliferação de pragas no estabelecimento. Por isso, todos devem colaborar para o sucesso desse tipo de programa, deixando a cozinha sempre limpa e seca antes das desinsetizações.

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83IX. Controle Integrado de PragasGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Jogue o lixo fora, com freqüência e de maneira correta;Mantenha as latas de lixo limpas, em boas condições e bem cobertas;Lave, enxágüe e sanitize as latas de lixo regularmente;Guarde adequadamente os alimentos. Produtos como chocolate em pó e nozes atraem insetos, portanto guarde-os na geladeira;O aroma de cebola também atrai baratas, portanto, guarde-as em recipientes fechados e dentro da geladeira;Limpe e sanitize as instalações. A higienização cuidadosa diminui os suprimentos de alimento e mata os ovos dos insetos;Coloque telas milimetradas nas portas, janelas e outras aberturas para a área externa;As portas devem ser dotadas de molas para fechamento automático e devem estar bem ajustadas ao batente;Os ralos devem ser sifonados, com fechamento apropriado ou tela milimetrada para evitar a entrada de pragas;Reduza o número de abrigos para as pragas, tapando frestas e substituindo peças de azulejo e piso quebradas;Mantenha as áreas internas e seus arredores livres de papel, papelão ou embalagens e materiais em desuso;Não permita a entrada de caixas de hortifruti nas áreas de manipulação de alimentos;Mantenha caixas de gordura bem vedadas.

••••

No controle às pragas e infestações, a empresa deve tomar providências para restringir o acesso, o alimento, a água e o abrigo:

Oba! Vou subir e me

esconder nessa caixa!

Assim vou conseguir

entrar na cozinha!

Vou colocar

esses hortifrutis dentro

dessa caixa limpa

antes de levá-los

para cozinha!

Lembre-se de trocar

os hortifrutis de caixa. Nunca

leve caixas de fora para dentro

da sua cozinha! Dessa vez

me dei mal!

Na cozinha vou

fazer a festa!!!

Essacaixa com hortifrutisacaboudeser entregue no

restaurante.

para a cozinha!

Essa caixa com hortifrutisacabou de ser entregue no

restaurante.

Dessa vez

me dei mal!

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84 IX. Controle Integrado de Pragas Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

POP.3:

A empresa deve descrever as medidas preventivas e corretivas destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e/ou a proliferação de vetores e pragas urbanas no POP.3 - Controle Integrado de Vetores e Pragas Urbanas.

Registros e Controles:

Quando a empresa utilizar um método de controle químico para pragas, deve manter registros que comprovem a execução do serviço fornecido por empresa especializada, contendo as informações estabelecidas em legislação sanitária específica.

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X. Abastecimento de Água

Os cuidados necessários na utilização de água potável.

Um procedimento adequado para higienização do reservatório de água.

Destaque para POP.4 - Higienização do Reservatório de Água.

Neste capítulo, você vai conhecer:

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86 X. Abastecimento de Água Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

É obrigatório utilizar somente água potável (límpida, transparente, insípida, inodora e livre de contaminações químicas e biológicas) na produção e manipulação de alimentos, sendo o controle da água fundamental para garantir a segurança dos alimentos.

Entende-se por água potável, a água considerada segura para o consumo humano, a qual pode ser:

X. Abastecimento de Água

Fornecida pela rede pública de abastecimento;

Fervida, por no mínimo dois minutos;

Filtrada e clorada, com no mínimo 0,2 mg/l, e no máximo 2,0 mg/l de

cloro residual livre.

Sempre que o abastecimento da água for realizado a partir de fontes alternativas, como diretamente de rios, poços, fontes ou nascentes, é exigido que a potabilidade da água seja atestada mediante laudos laboratoriais, de acordo com a legislação específica.

De maneira análoga, é exigido que o gelo para utilização em alimentos e vapor, quando utilizado em contato direto com alimentos ou com superfícies que entrem em contato com alimentos, deve ser produzido de água potável.

O gelo deve ser mantido em condições higiênico-sanitárias que evitem sua contaminação, sendo que:

O gelo utilizado para resfriar alimentos ou bebidas nunca deverá ser

reutilizado como ingrediente;

Sempre utilize recipientes higienizados para transferir o gelo;

Nunca pegue o gelo com vasilhas de vidro ou com a mão para evitar a

contaminação.

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87X. Abastecimento de ÁguaGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

É recomendável que as empresas possuam reservatório de água, o qual deve ser construído e mantido de forma a não comprometer a qualidade da água, permanecendo tampado, livre de rachaduras, vazamentos, infiltrações, descascamentos dentre outros defeitos.

O reservatório deve ser higienizado logo após sua instalação, a cada seis meses ou toda vez em que houver a ocorrência de acidentes como entrada de animais, insetos e folhas. Deve-se manter o registro da operação, realizada por profissional capacitado e conforme técnica de higienização adequada.

Técnica para higienização de reservatório de águaFonte: Silva Junior, 2005.

Amarrar a bóia ou fechar o registro de entrada de água no reservatório;Esvaziar o reservatório até a altura de cerca de um palmo de água;Fechar a saída de água;Escovar as paredes internas e o fundo com água e escova de fibra vegetal ou sintética, desprendendo todo o resíduo e matéria orgânica;Não usar sabão, detergente ou outro produto;Retirar os resíduos do fundo do reservatório com auxílio de um balde e um pano limpo, com cuidado para não danificar as paredes;Abrir os registros de saída e entrada da água;Enxaguar bem as paredes com água limpa, mantendo as torneiras abertas para que não sobrem resíduos nos canos;Fechar a entrada da água;Banhar todo o interior do reservatório com solução de cloro a 500 mg/l, deixando as torneiras abertas para que esta solução escorra pelos canos;Aguardar 30 minutos;Abrir a entrada da água;Enxaguar com água limpa, mantendo todas as torneiras abertas para enxaguar bem toda a tubulação;Fechar todas as torneiras;Encher o reservatório.

••••

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88 X. Abastecimento de Água Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

POP.4:A empresa deve descrever os procedimentos referentes ao POP.4 - Higienização do Reservatório, especificando as informações quanto à natureza da superfície a ser higienizada, o método de higienização, o princípio ativo do sanitizante selecionado e sua concentração, tempo de contato dos agentes químicos utilizados na operação de higienização e outras informações que se fizerem necessárias, mesmo quando realizada por empresa terceirizada.

Registros e Controles:Deve-se manter registro das operações de higienização do reservatório em formulário específico. No caso de empresa terceirizada, deve ser apresentado o certificado de execução do serviço.

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XI. Transporte de Alimentos

• Os principais cuidados a serem tomados no transporte de alimentos prontos.

Neste capítulo, você vai conhecer:

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90 XI. Transporte de Alimentos Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Durante o transporte, deve-se garantir a integridade e qualidade dos alimentos, através da adoção de medidas preventivas e do controle de tempo e temperatura, quando necessário, atendendo aos critérios estabelecidos ao longo deste guia, principalmente para se evitar as contaminações e a multiplicação de bactérias.

Alguns cuidados importantes nesta etapa são:

XI. Transporte de Alimentos

Não transportar alimentos junto com pessoas, animais e substâncias

tóxicas;

Não transportar no mesmo compartimento alimentos prontos para

o consumo, outros alimentos e substâncias estranhas, que possam

contaminá-los, exceto se os alimentos estiverem embalados em

recipientes hermeticamente fechados, impermeáveis e resistentes;

A cabine do condutor deve ser isolada da parte que contém os

alimentos, que, por sua vez, precisa ser revestida por material liso,

resistente, impermeável, atóxico e lavável;

Os veículos precisam possuir certificado de vistoria e devem ser

periodicamente higienizados;

Nenhum alimento pode ser transportado direto no piso do veículo;

Os alimentos perecíveis, crus ou prontos para consumo, devem ser

transportados em veículos fechados;

Quando for necessário o controle de temperatura durante o transporte,

os veículos devem ser providos de termômetros calibrados;

A temperatura dos alimentos transportados deve atender aos critérios

dispostos ao longo deste guia.

DELIVERY

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XII. Instalações Físicas

Os cuidados a serem tomados durante a construção e montagem das áreas

usadas para preparação e manipulação de alimentos.

As recomendações sanitárias para as instalações.

Neste capítulo, você vai conhecer:

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92 XII. Instalações Físicas Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

É proibido caixas de gordura e esgoto dentro das áreas de produção;

Os ralos devem ser sifonados e possuir grelhas que permitam seu fechamento;

Piso, paredes e teto devem ter revestimento liso, impermeável e lavável, com

preferência para cores claras;

O piso deve ser antiderrapante;

Não deve haver frestas nas instalações, devendo as portas e janelas estarem bem

ajustadas aos seus batentes;

As portas das áreas de manipulação e armazenamento de alimentos devem ser

dotadas de molas para fechamento automático;

Todas as aberturas para as áreas externas devem possuir telas milimetradas,

removíveis para facilitar a limpeza;

Os acessos às áreas de produção e armazenamento de alimentos devem ser

independentes, não podendo haver comunicação direta com vestiários e

sanitários;

Toda área de produção e manipulação de alimentos deve possuir estações

exclusivas para a lavagem das mãos, incluindo sabão bactericida ou outro

produto anti-séptico, papel toalha descartável, não reciclado, ou secador de ar

quente e lixeira adequada. Essas estações devem estar localizadas de maneira

estratégica em relação ao fluxo de produção e em número suficiente para

atender a todas as áreas de preparação;

As áreas devem possuir iluminação suficiente para proporcionar uma boa

visualização das atividades realizadas e das características dos alimentos;

As luminárias utilizadas na cozinha devem possuir proteção para evitar queda

das lâmpadas;

As instalações elétricas e outras fiações devem ser mantidas embutidas ou dentro

de tubulações que facilitem a higienização das áreas;

Durante o planejamento das áreas de produção e armazenamento de alimentos, é fundamental a elaboração de um projeto técnico que previna fluxos cruzados nas etapas de preparação dos alimentos, garantindo uma separação física entre as áreas, principalmente entre as usadas para a manipulação de alimentos e as áreas usadas para limpeza e sanitização, evitando-se fluxo cruzado com a saída de lixo. Com o objetivo de facilitar a higienização e de evitar problemas de contaminação e proliferação por pragas, deve-se tomar uma série de outros cuidados durante a construção e montagem das áreas usadas para preparação e armazenamento de alimentos, conforme descrito a seguir:

XII. Instalações Físicas

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93XII. Instalações FísicasGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Deve-se garantir ventilação adequada para haver a renovação constante do ar,

com a retirada de fumaça e outros gases e partículas;

Não deve haver incidência de fluxo de ar diretamente sobre os alimentos, não

sendo permitida a utilização de ventiladores voltados diretamente para as áreas

de produção e manipulação de alimentos;

Todas as lixeiras, incluindo as dos sanitários, devem possuir tampa com um

sistema de abertura onde não se utilizem as mãos;

Todas as superfícies de equipamentos, bancadas e utensílios que possam entrar

em contato direto com o alimento devem ser de material adequado, liso, lavável,

impermeável, livre de rugosidades, frestas ou outras imperfeições, de forma a

facilitar a sua higienização e para impedir a contaminação dos alimentos.

Seguir as recomendações sanitárias para as instalações pode prevenir uma série de problemas futuros.No entanto, é necessário realizar a manutenção constante das instalações para cumprir com as condições exigidas para a produção de alimentos seguros, o que inclui:

Manter os equipamentos, bancadas e utensílios em bom estado de

conservação, livres de ferrugem;

Adotar programas de manutenção e higienização periódica dos

equipamentos, utensílios e instalações;

Realizar calibração constante dos termômetros e outros instrumentos de

medição;

Manter piso, paredes e teto em bom estado de conservação, sem

rachaduras, frestas, goteiras, vazamentos, infiltrações, bolores,

descascamentos ou quaisquer outras condições que possam favorecer a

contaminação dos alimentos;

Manter as áreas internas e externas livres de entulho, lixo, objetos em

desuso ou quaisquer outros elementos que possam permitir a proliferação

de pragas e a presença de animais;

Manter, nos sanitários e nas estações de lavagem de mãos, todos os

produtos necessários para a higiene pessoal, o que inclui papel higiênico,

sabão bactericida ou sabonete e produto anti-séptico, além de toalhas de

papel não reciclado.

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94 XII. Instalações Físicas Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Parabéns!!!

MANUALPOPs

Obrigado!

Conseguimos!!!

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XIII. Legislação Sanitária Federal

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96 XIII. Legislação Sanitária Federal Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Lei n° 6437, de 20 de Agosto de 1977.Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas e dá outras providências.

Lei n° 7967, de 22 de Dezembro de 1989.Dispõe sobre o valor das multas por infração à legislação sanitária, altera a lei n° 6437 e dá outras providências.

Portaria n° 1428, de 26 Novembro de 1993.Determina que os estabelecimentos relacionados à área de alimentos adotem, sob responsabilidade técnica, suas próprias Boas Práticas de Produção e/ou Prestação de serviços, seus Programas de Qualidade, e atendam aos Padrões de Identidade e Qualidade (PIQs) para produtos e serviços na área de alimentos.

Portaria n° 326 de 30 de Julho de 1997.Aprova o Regulamento Técnico sobre condições higiênico-sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos.

Resolução RDC n° 216, de 15 de Setembro de 2004.Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas para serviços de alimentação.

NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde OcupacionalEstabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da Saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos AmbientaisEstabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores, como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

XIII. Legislação Sanitária Federal

Nota:A legislação sanitária completa pode ser encontrada no site da ANVISA, www.anvisa.gov.br

A legislação federal pode ser complementada pelos órgãos de vigilância sanitária estaduais, distrital e municipais, visando abranger requisitos inerentes às realidades locais e promover a melhoria das condições higiênico-sanitárias dos serviços de alimentação. Dessa forma, consulte também o Código Municipal da sua cidade e a legislação do seu estado!

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XIV. Definições

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98 XIV. Definições Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Alimentos prontos ou preparados: são alimentos

manipulados e preparados em serviços de alimentação, expostos

à venda, embalados ou não, subdividindo-se em três categorias:

a) Alimentos cozidos, mantidos quentes e expostos ao consumo;

b) alimentos cozidos, mantidos refrigerados, congelados ou à

temperatura ambiente, que necessitam ou não de aquecimento

antes do consumo;

c) alimentos crus, mantidos refrigerados ou à temperatura

ambiente, expostos ao consumo.

Alimentos Seguros: alimentos livres de contaminações que

possam causar qualquer tipo de prejuízo ao consumidor.

Alimentos Potencialmente Perigosos: alimentos

ricos em proteínas e água, que favorecem muito mais a

multiplicação das bactérias, como o leite e seus derivados, carnes,

aves, peixes, mariscos, ovos, feijão e arroz cozidos, além de purês e

alguns molhos e misturas.

Anti-Séptico: produto utilizado na operação que visa a

redução de microrganismos presentes na pele em níveis seguros,

durante a lavagem das mãos com sabonete anti-séptico ou por

uso de agente anti-séptico após a lavagem e secagem das mãos.

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária: agência reguladora vinculada ao Ministério da

Saúde, cuja finalidade institucional é promover a proteção

da saúde da população por intermédio do controle sanitário

da produção e da comercialização de produtos e serviços

submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos

processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados.

Também exerce o controle de portos, aeroportos e fronteiras

e a interlocução junto ao Ministério das Relações Exteriores e

instituições estrangeiras para tratar de assuntos internacionais na

área de vigilância sanitária.

ASO: Atestado de Saúde Ocupacional, emitido por médico do

trabalho responsável pelos exames e avaliação exigidos para o

controle de saúde dos colaboradores.

Bactérias Patogênicas: microrganismos unicelulares

causadores de doenças. Estão presentes na água, no solo, em

vegetais, animais e em seus líquidos orgânicos.

Boas Práticas: procedimentos que devem ser adotados por

serviços de alimentação, a fim de garantir a qualidade higiênico-

sanitária e a conformidade dos alimentos com a legislação

sanitária.

Congelamento: etapa onde os alimentos passam da

temperatura original para faixas de temperaturas abaixo de 0º em

seis horas ou menos.

XIV. Definições

Contaminantes: substâncias ou agentes de origem biológica,

química ou física, estranhos ao alimento, que sejam considerados

nocivos à saúde humana ou que comprometam a sua integridade.

Contaminação Cruzada: contaminação de qualquer

alimento ou superfície por outro alimento ou superfície já

contaminados, durante o processo de produção.

Controle: verificações realizadas durante a produção, a fim

de monitorar e, se necessário, ajustar o processo de forma a

assegurar que o produto esteja em conformidade com as suas

especificações.

Controle de Tempo e Temperatura: monitoramento

contínuo do tempo utilizado em um processo de manipulação

ou preparo de um alimento, exposto a determinada temperatura,

sendo recomendado não ultrapassar 30 minutos na manipulação

de produtos perecíveis à temperatura ambiente, e duas horas no

caso de áreas climatizadas entre 12ºC e 18ºC.

Controle Integrado de Vetores e Pragas Urbanas: sistema que incorpora ações preventivas e corretivas

destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e/ou a

proliferação de vetores e pragas urbanas que comprometam a

qualidade higiênico-sanitária do alimento.

Desengordurante: produto químico usado na remoção

de gorduras de origem vegetal e animal de todas as superfícies

laváveis, como pisos, azulejos, mesas, utensílios e coifas.

Desincrustrante: produto químico com alto poder

de remoção de sujidades pesadas, indicado para a remoção

de gorduras carbonizadas em panelas, assadeiras, caldeirões,

frigideiras e coifas.

Desinsetização: operação praticada para matar insetos em

todas as áreas das edificações e em seus arredores.

Doenças Transmitidas por Alimentos: doenças

causadas após a ingestão de alimentos contaminados.

Esporos: invólucro mais espesso formado por algumas

bactérias para assumir um estado de vida latente quando as

condições ambientais encontram-se desfavoráveis.

Higienização: operação que compreende duas etapas, a

limpeza e a sanitização.

Hospedeiro Vivo: planta, animal ou pessoa utilizados por

microrganismos para sobreviver e se multiplicar.

Infecção de Origem Alimentar: doenças causadas

a partir da multiplicação de bactérias patogênicas no trato

gastrintestinal, provenientes da ingestão de alimentos

contaminados por bactérias.

A

B

D

C

E

H

I

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99XIV. DefiniçõesGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Intoxicação: quadro clínico causado a partir da ingestão de

substâncias químicas presentes nos alimentos, como pesticidas,

agrotóxicos, metais pesados e toxinas de fungos, dentre outros.

Limpeza: operação de remoção de substâncias minerais e/ou

orgânicas indesejáveis, tais como terra, poeira, gordura e outras

sujidades.

Manipulação de Alimentos: operação efetuada sobre a

matéria-prima para obtenção e entrega ao consumo do alimento

preparado, envolvendo as etapas de preparação, embalagem,

armazenamento, transporte, distribuição e exposição à venda.

Manipulador de Alimentos: qualquer pessoa do serviço

de alimentação que entra em contato direto ou indireto com o

alimento.

Manual de Boas Práticas: documento que descreve as

operações realizadas pelo estabelecimento, incluindo, no mínimo,

os requisitos higiênico-sanitários dos edifícios, a manutenção e

higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios,

o controle da água de abastecimento, o controle integrado de

vetores e pragas urbanas, a capacitação profissional, o controle

da higiene e saúde dos manipuladores, o manejo de resíduos e o

controle e garantia de qualidade do alimento preparado.

Medida de Controle: procedimento adotado com o

objetivo de prevenir, reduzir a um nível aceitável ou eliminar um

agente físico, químico ou biológico, que comprometa a qualidade

higiênico-sanitária do alimento.

Microrganismo: organismo microscópico, invisível a olho nu.

Microrganismos Patogênicos: microrganismos

causadores de doenças.

Notificação: procedimento de caráter preventivo adotado em

ações de fiscalização, que consiste na emissão de documento com

o objetivo de prevenir responsabilidades e eliminar a possibilidade

de alegação futura de ignorância sobre fatos indicados.

Nutriente: qualquer substância química consumida

normalmente como componente de um alimento, que: a)

proporciona energia; e/ou b) é necessária ou contribua para o

crescimento, desenvolvimento e a manutenção da saúde e da

vida; e/ou c) cuja carência possa ocasionar mudanças químicas

ou fisiológicas.

PCMSO: Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional.

Consiste de uma avaliação clínica realizada por um médico do

trabalho, acompanhada de exames laboratoriais complementares,

designados pelo próprio médico do trabalho responsável e/ou de

acordo com determinação da legislação local. Tais exames devem

ser realizados na admissão, demissão e periodicamente de acordo

com legislação local.

Porcionamento: etapa onde os alimentos sofrem

manipulação com a finalidade de se obter porções menores.

Princípio Ativo: substância ou grupo delas, cuja ação

química é característica e responsável, total ou parcialmente, pelos

efeitos atribuídos ao produto.

Procedimento Operacional Padronizado - POP: procedimento escrito de forma objetiva que estabelece instruções

seqüenciais para a realização de operações rotineiras e específicas

na manipulação de alimentos.

Produtos Perecíveis: produtos alimentícios, alimentos “in

natura”, produtos semipreparados ou produtos preparados para

o consumo que, pela sua natureza ou composição, necessitam de

condições especiais de temperatura para sua conservação.

Registro: consiste de anotação em planilha e/ou documento,

apresentando data e identificação do funcionário responsável

pelo seu preenchimento.

Responsável Técnico: responsável pelas atividades de

manipulação dos alimentos, comprovadamente submetido a

curso de capacitação, abordando, no mínimo, contaminantes

alimentares, doenças transmitidas por alimentos, manipulação

higiênica dos alimentos e Boas Práticas. Pode ser o proprietário ou

funcionário designado, devidamente capacitado, sem prejuízo dos

casos onde há previsão legal para responsabilidade técnica.

Resíduos: materiais a serem descartados, oriundos da área de

preparação e das demais áreas do serviço de alimentação.

Sanitização ou Desinfecção: operação de redução,

por método físico e ou agente químico, do número de

microrganismos em nível que não comprometa a qualidade

higiênico-sanitária do alimento.

Segurança de Alimentos: conjunto de práticas aplicadas

para garantir que o consumo de um alimento não cause prejuízo,

de nenhuma forma, ao consumidor.

Selo de Inspeção Federal (SIF): Selo que atesta

a Inspeção Fedral de produtos de origem animal, incluindo

a verificação do estabelecimento produtor, do produto e

dos sistemas de controle dos produtos, matérias-primas,

processamento e distribuição, com enfoque na preservação da

saúde do consumidor e na garantia preventiva da conformidade

dos produtos e processos, nos diversos elos das cadeias

agroprodutivas e dos agronegócios.

Serviço de Alimentação: estabelecimento onde o

alimento é manipulado, preparado, armazenado e/ou exposto à

venda, podendo ou não ser consumido no local.

Solução Sanitizante ou Saneante: substâncias

ou preparações destinadas à higienização, desinfecção ou

desinfestação domiciliar, em ambientes coletivos e/ou públicos,

em lugares de uso comum e no tratamento de água.

Surto de Doença Transmitida por Alimentos: episódio no qual duas ou mais pessoas apresentam sintomas

após ingerir alimento considerado contaminado por evidência

clínico-epidemiológica e/ou laboratorial. Quando se tratar de caso

não usual, um caso já constitui surto (por exemplo, botulismo). É

um dever e um direito de todo cidadão comunicar à autoridade

sanitária a ocorrência de surto de DTA.

Toxina: substância venenosa complexa e geralmente instável,

L

M

N

P

R

S

T

guiapratico.indb 99guiapratico.indb 99 4/5/2006 09:30:044/5/2006 09:30:04

Page 104: Guia de Boas Práticas - Prefeitura Municipal de Ituporanga · Abrasel elaborou o Programa de Boas Práticas de fabricação para empresas de serviços de alimentação. E como parte

100 XIV. Definições Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

produzida pelo metabolismo dos seres vivos, como, por exemplo,

bactérias patogênicas.

Toxinfecção: quadro clínico decorrente da liberação de

toxinas no trato gastrintestinal a partir da ingestão de alto número

de bactérias na forma vegetativa.

Toxinose: doenças causadas a partir da ingestão de alimentos

contaminados por toxinas produzidas por bactérias patogênicas.

Zona de Risco: faixa de temperatura compreendida entre

5ºC e 60ºC, situada fora das temperaturas recomendadas

para conservação e distribuição de alimentos frios e quentes,

respectivamente, abaixo de 5ºC e acima de 60ºC. Dentro desse

intervalo de 5ºC a 60ºC, deve-se ter especial atenção com a faixa

de temperatura entre 30ºC e 45ºC, considerada de maior risco por

favorecer a multiplicação de bactérias patogênicas.

Z

guiapratico.indb 100guiapratico.indb 100 4/5/2006 09:30:054/5/2006 09:30:05

Page 105: Guia de Boas Práticas - Prefeitura Municipal de Ituporanga · Abrasel elaborou o Programa de Boas Práticas de fabricação para empresas de serviços de alimentação. E como parte

XV. Referências Bibliográficas

guiapratico.indb 101guiapratico.indb 101 4/5/2006 09:30:054/5/2006 09:30:05

Page 106: Guia de Boas Práticas - Prefeitura Municipal de Ituporanga · Abrasel elaborou o Programa de Boas Práticas de fabricação para empresas de serviços de alimentação. E como parte

102 XV. Referências Bibliográficas Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

XV. Referências Bibliográficas

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria RDC nº

216, de 15 de setembro de 2004.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 326,

de 30 de Julho de 1997.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 1.428,

de 26 de novembro de 1993.

SÃO PAULO, Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde.

Portaria CVS nº6 / 99, de 10 de março de 1999.

OPAS – Organização Pan Americana da Saúde. HACCP – Instrumento

Essencial para a Inocuidade de Alimentos. Buenos Aires, Argentina: OPAS/

INPPAZ, 2001.

Manual de Elementos de Apoio para o Sistema APPCC. Rio de Janeiro, SENAC/

DN, 2001, 282 p. Projeto APPCC Mesa - Convênio CNC/CNI/SEBRAE/ANVISA.

SILVA JR, ENEO ALVES. Manual de Controle Higiênico Sanitário em Alimentos.

Varela, 6ª edição, 2005, São Paulo.

ABERC – Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas - “Manual

de Práticas de Elaboração e Serviço de Refeições para Coletividade”, 3 Ed, 1998,

São Paulo.

NRA-EF. Serv Safe, Princípios Básicos de Segurança Alimentar/Instituto de

Hospitalidade, Rio de Janeiro, 2000.

SESC/DN. Banco de Alimentos e Colheita Urbana: Organização e Controle de

Almoxarifado. Rio de Janeiro, 2003.

guiapratico.indb 102guiapratico.indb 102 4/5/2006 09:30:054/5/2006 09:30:05

Page 107: Guia de Boas Práticas - Prefeitura Municipal de Ituporanga · Abrasel elaborou o Programa de Boas Práticas de fabricação para empresas de serviços de alimentação. E como parte

Anexo I

Doenças Transmitidas por Alimentos

guiapratico.indb 103guiapratico.indb 103 4/5/2006 09:30:064/5/2006 09:30:06

Page 108: Guia de Boas Práticas - Prefeitura Municipal de Ituporanga · Abrasel elaborou o Programa de Boas Práticas de fabricação para empresas de serviços de alimentação. E como parte

104 VI. Higiene Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

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Page 109: Guia de Boas Práticas - Prefeitura Municipal de Ituporanga · Abrasel elaborou o Programa de Boas Práticas de fabricação para empresas de serviços de alimentação. E como parte

105VI. HigieneGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

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guiapratico.indb 105guiapratico.indb 105 4/5/2006 09:30:074/5/2006 09:30:07

Page 110: Guia de Boas Práticas - Prefeitura Municipal de Ituporanga · Abrasel elaborou o Programa de Boas Práticas de fabricação para empresas de serviços de alimentação. E como parte

106 VI. Higiene Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

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ico

Bacil

lus c

ereu

sSo

lo, p

oeir

a, c

erea

is n

a co

lhei

ta e

an

imai

s.Pe

ríodo

de

incu

baçã

o de

8 a

22

hora

s, pr

edom

inan

do d

iarré

ias e

náu

seas

, ra

ros v

ômito

s , se

m fe

bre

(Clá

ssico

).Pe

ríodo

de

incu

baçã

o de

1 a

6 h

oras

, pre

dom

inan

do n

áuse

as e

vôm

itos,

dore

s abd

omin

ais, r

aras

diar

réia

s, se

m fe

bre

(em

ético

).

Car

nes,

leit

e, v

eget

ais e

pes

cado

s (C

láss

ico)

.Pr

odut

os d

e ar

roz,

bat

ata,

mac

arrã

o,

prod

utos

à b

ase

de q

ueijo

, mol

hos,

pudi

ns,

sopa

s, pr

odut

os d

e pa

stel

aria

e sa

lada

s (E

mét

ico)

.

Botu

lism

oCl

ostr

idiu

m b

otul

inum

Solo

(ter

ra e

águ

a), v

eget

ais,

frut

as,

peix

es e

exc

rem

ento

s de

anim

ais.

Perío

do d

e in

cuba

ção

de 1

2 a

72 h

oras

. Pod

e in

iciar

-se

com

vôm

itos

e di

arré

ia, s

endo

mais

com

um a

con

stip

ação

. Oco

rre fa

diga

ext

rem

a, fra

quez

a, ve

rtig

em, v

isão

dupl

a, di

ficul

dade

par

a fa

lar, e

ngol

ir e

resp

irar,

fraqu

eza

mus

cular

, dist

ensã

o ab

dom

inal.

Alto

índi

ce d

e m

orta

lidad

e qu

ando

não

diag

nost

icad

a e

trat

ada

rapi

dam

ente

. As c

ausa

s de

mor

te sã

o fa

lência

resp

irató

ria e

obs

truçã

o de

ar n

a tr

aqué

ia.

Palm

ito,

milh

o en

lata

do, p

imen

ta, f

eijã

o ve

rde,

sopa

, bet

erra

ba, a

spar

go, c

ogum

elos

, az

eito

nas,

espi

nafr

e, a

tum

, fra

ngo,

fíga

do d

e ga

linha

, pat

ê de

fíga

do, c

arne

s fri

as, p

resu

nto,

em

buti

dos,

beri

njel

a re

chea

da, l

agos

ta,

pesc

ado

salg

ado

e de

fum

ado,

mis

tura

de

alho

pi

cado

e ó

leo.

Into

xica

ção

perf

ring

ens d

e al

imen

tos

Clos

trid

ium

per

fring

ens

Solo

(ter

ra e

águ

a), i

ntes

tino

do

hom

em

e an

imai

s, h

orta

liça

e te

mpe

ros.

Perío

do d

e in

cuba

ção

de 8

a 2

2 ho

ras.

Ger

almen

te v

ômito

s e fe

bres

est

ão

ause

ntes

, pre

dom

inan

do d

iarré

ia e

cólic

as a

bdom

inais

.C

arne

s e a

ves a

ssad

os o

u co

zido

s, fe

ijão

cozi

do, l

egum

es c

ozid

os e

mol

ho d

e ca

rne.

Into

xica

ção

esta

filoc

ócic

aSt

aphy

loco

ccus

aur

eus

Nar

iz, b

oca,

pel

e, c

abel

o, m

achu

cado

s,

furú

ncul

os, f

erid

as e

abc

esso

s. Ú

bere

s in

fect

ados

da

vaca

, pás

saro

s e c

acho

rro.

Perío

do d

e in

cuba

ção

de 1

a 6

hor

as. N

áuse

as, v

ômito

s, có

licas

abd

omin

ais

e pr

ostr

ação

. Cas

os m

ais g

rave

s apr

esen

tam

dor

de

cabe

ça, d

ores

m

uscu

lares

, alte

raçõ

es d

a pr

essã

o e

pulsa

ção.

Car

nes e

der

ivad

os, a

ves e

pro

duto

s à b

ase

de o

vos;

sala

das d

e ov

o, a

tum

, fra

ngo,

bat

ata

e m

acar

rão;

pro

duto

s de

pani

ficaç

ão c

omo

past

éis r

eche

ados

com

cre

me,

tort

as c

om

crem

e e

bom

bas d

e ch

ocol

ate;

rech

eios

de

sand

uích

es; l

eite

cru

e p

rodu

tos l

ácte

os.

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107VI. HigieneGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Doe

nças

Cau

sada

s por

PA

RA

SITO

SA

gent

e C

ausa

dor

Font

es d

e Co

ntam

inaç

ãoSi

ntom

asA

limen

tos E

nvol

vido

s

Asc

arid

íase

Asc

aris

lum

brico

ides

Solo

e se

res h

uman

os.

Leve

des

conf

orto

no

trat

o di

gest

ivo,

pod

e ha

ver o

bstru

ção

inte

stin

al em

cr

iança

s peq

uena

s com

mui

tas v

erm

es e

, às v

ezes

, febr

e.Ve

geta

is c

rus e

frut

as fr

esca

s.

Am

ebía

seEn

tam

oeba

hist

olyt

icaFe

zes,

água

, sol

o e

alim

ento

s.Pe

ríodo

de

incu

baçã

o de

1 a

vár

ias s

eman

as. L

eve

desc

onfo

rto

abdo

min

al,

dise

nter

ia co

m sa

ngue

e m

uco.

As c

ompl

icaç

ões i

nclu

em d

or, u

lcera

ções

, ab

cess

os e

rara

men

te o

bstru

ção

inte

stin

al. P

odem

oco

rrer c

asos

as

sinto

mát

icos.

Águ

a e

alim

ento

s co

ntam

inad

os p

or

mat

eria

l fec

al.

Ani

saqu

íase

Ani

saki

s sim

plex

Pesc

ados

e fr

utos

do

mar

.Se

nsaç

ão d

e pi

cada

ou

coce

ira n

a ga

rgan

ta. N

os c

asos

mai

s gra

ves,

dor

abdo

min

al a

guda

, mui

to p

arec

ida

com

a d

or d

e ap

endi

cite

e n

áuse

as.

Peix

e cr

u ou

mal

pas

sado

(Sal

mão

, bac

alha

u,

aren

que,

“ha

ddoc

k”, l

ingu

ado)

, mar

isco

s cr

us o

u m

al p

assa

dos.

Tení

ase

(inf

ecçã

o po

r tên

ia

do b

oi)

Taen

ia sa

gina

taG

ado

e ou

tros

her

bívo

ros.

Perío

do d

e in

cuba

ção

de 1

0 a

14 d

ias.

Sint

omas

abd

omin

ais l

eves

, ne

rvos

ismo,

ano

rexi

a e

perd

a de

pes

o. A

mai

oria

das

infe

cçõe

s são

as

sinto

mát

icas

.

Car

ne c

rua

ou m

al p

assa

da c

onta

min

ada

pelo

cis

tice

rco.

Tení

ase

(inf

ecçã

o po

r tên

ia

do p

orco

)Ta

enia

soliu

mC

arne

de

porc

o co

m c

isti

cerc

o.Po

uco

sinto

mát

ica.

A c

arac

terís

tica

mai

s im

port

ante

é o

risc

o de

de

senv

olve

r cist

icer

cose

.C

arne

de

porc

o m

al p

assa

da c

onta

min

ada

pelo

cis

tice

rco.

Cis

tice

rcos

eO

vos d

e Ta

enia

soliu

mFe

zes d

o ho

mem

con

tam

inad

as p

or o

vos

da tê

nia.

A c

istic

erco

se c

ereb

ral é

a su

a m

anisf

esta

ção

mai

s gra

ve. E

xibe

as f

orm

as

conv

ulsiv

a, h

iper

tens

a ou

pse

udot

umor

al e

psíq

uica

, pod

endo

leva

r à

mor

te. H

á ai

nda

as fo

rmas

oft

álm

ica

e di

ssem

inad

a.

Alim

ento

s co

ntam

inad

os p

or fe

zes.

Difi

lobo

tría

se (i

nfec

ção

por

têni

a do

pei

xe)

Dip

hyllo

both

rium

latu

mV

ícer

as e

car

ne d

e pe

ixes

de

água

doc

e,

mar

inho

s e a

nádr

omos

(pei

xes q

ue

mig

ram

da

água

salg

ada

para

doc

e pa

ra

proc

riar

).

Perío

do d

e in

cuba

ção

de 5

a 6

sem

anas

. Dist

ensã

o ab

dom

inal

, fla

tulê

ncia

, cól

ica

abdo

min

al in

term

itent

e, di

arré

ia, p

erda

de

peso

e a

anem

ia g

rave

.

Pesc

ado

cru

ou m

al c

ozid

o, s

ushi

e s

ashi

mi

de s

alm

ão.

Cic

losp

oros

eCy

closp

ora

caye

tane

nsis

Trat

o in

test

inal

hum

ano

e ág

ua

cont

amin

ada.

Perío

do d

e in

cuba

ção

de 1

sem

ana.

Diar

réia

aqu

osa

com

eva

cuaç

ão

freqü

ente

, e, à

s vez

es, e

xplo

siva.

Out

ros s

into

mas

incl

uem

per

da d

e ap

etite

, pe

rda

signi

ficat

iva

de p

eso,

dist

ensã

o ab

dom

inal

, aum

ento

de

gase

s, có

licas

est

omac

ais, n

áuse

as, v

ômito

, dor

mus

cula

r, feb

re b

aixa

e fa

diga

Frut

as, v

eget

ais

e ág

ua.

guiapratico.indb 107guiapratico.indb 107 4/5/2006 09:30:084/5/2006 09:30:08

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108 VI. Higiene Guia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Doe

nças

Cau

sada

s por

PA

RA

SITO

SA

gent

e C

ausa

dor

Font

es d

e Co

ntam

inaç

ãoSi

ntom

asA

limen

tos E

nvol

vido

s

Crip

tosp

orid

iose

inte

stin

alCr

ypto

spor

idiu

m p

arvu

mSe

res h

uman

os, b

ovin

os e

out

ros a

nim

ais

dom

ésti

cos.

Perío

do d

e in

cuba

ção

de 2

a 1

0 di

as. Q

uadr

os se

vero

s de

diar

réia

líqui

da,

acom

panh

ada

de c

ólic

as a

bdom

inais

, ano

rexi

a, vô

mito

s, de

sidra

taçã

o,

náus

eas e

febr

e. Po

de a

com

eter

o tr

ato

resp

irató

rio, a

pres

enta

ndo

toss

e.

Vege

tais

adu

bado

s com

est

erco

e á

gua

cont

amin

ada.

Gia

rdía

seG

iard

ia la

mbl

iaTr

ato

inte

stin

al h

uman

o an

imai

s do

més

tico

s (cã

es e

gat

os) e

silv

estr

es.

Perío

do d

e in

cuba

ção

de 1

a 6

sem

anas

. Diar

réia

crôn

ica

e m

ucói

de (f

ezes

go

rdur

osas

), có

licas

abd

omin

ais, p

erda

de

peso

, des

idra

taçã

o e

sens

ação

de

dist

ensã

o.

Sala

das c

ruas

, águ

a pa

ra c

onsu

mo

não

trat

ada.

Toxo

plas

mos

eTo

xopl

asm

a go

ndii

Feze

s de

anim

ais,

prin

cipa

lmen

te fe

linos

.Pe

ríodo

de

incu

baçã

o de

10

a 23

dia

s. Fa

diga

, cef

aléia

, dor

mus

cular

e n

as

artic

ulaç

ões,

às v

ezes

, febr

e. Po

de c

ausa

r abo

rto

ou m

á fo

rmaç

ão d

o fe

to.

Car

ne c

onta

min

ada

mal

pas

sada

.

Triq

uino

seTr

ichin

ella

spira

lisSu

ínos

e a

nim

ais s

ilves

tres

.Si

ntom

as g

astri

ntes

tinais

, febr

e, do

r mus

cular

e fr

aque

za g

eral.

Car

ne d

e po

rco.

guiapratico.indb 108guiapratico.indb 108 4/5/2006 09:30:094/5/2006 09:30:09

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109VI. HigieneGuia de Boas Práticas para serviços de alimentação

Doe

nças

Cau

sada

s por

V

ÍRU

SA

gent

e C

ausa

dor

Font

es d

e Co

ntam

inaç

ãoSi

ntom

asA

limen

tos E

nvol

vido

s

Hep

atit

e A

Víru

s da

hepa

tite

AFe

zes d

e pe

ssoa

s inf

ecta

das e

águ

a co

ntam

inad

a.Pe

ríodo

de

incu

baçã

o de

10

a 50

dia

s, co

m fe

bre,

mal

esta

r, pro

stra

ção,

an

orex

ia, n

áuse

a, do

r abd

omin

al e

icte

rícia

. Mui

tas i

nfec

ções

são

assin

tom

átic

as. A

taxa

de

mor

talid

ade

é ba

ixa.

Mar

isco

s, fr

utas

e v

erdu

ras c

ruas

, sal

adas

m

ista

s de

vege

tais

com

car

nes,

ave

s ou

peix

es.

Gas

tren

teri

te v

iral

Age

nte

Nor

wal

kFe

zes d

e pe

ssoa

s inf

ecta

das e

águ

a co

ntam

inad

a.Pe

ríodo

de

incu

baçã

o de

24

a 48

hor

as. N

áuse

as, v

ômito

, diar

réia

, dor

ab

dom

inal,

cef

aléia

e fe

bre

leve

gua,

gel

o, m

aris

cos c

rus,

mol

usco

s,

frut

as, i

ngre

dien

tes d

e sa

lada

s, ág

ua d

e ab

aste

cim

ento

mun

icip

al, b

em c

omo

lago

s e

pisc

inas

.

Gas

tren

teri

te v

iral

agu

daRo

tavi

rus

Feze

s de

pess

oas i

nfec

tada

s e á

gua

cont

amin

ada.

Perío

do d

e in

cuba

ção

de 1

a 3

dia

s. Vô

mito

s, di

arré

ia aq

uosa

e fe

bre

baix

a. A

diar

réia

grav

e, se

m re

posiç

ão d

e flu

idos

e e

letro

lítico

s, po

de c

ausa

r um

a de

sidra

taçã

o gr

ave

e m

orte

.

Alim

ento

s man

ipul

ados

e n

ão c

ozid

os

post

erio

rmen

te, c

omo

sala

das,

frut

as e

en

trad

as.

guiapratico.indb 109guiapratico.indb 109 4/5/2006 09:30:104/5/2006 09:30:10

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