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Orçamento e Contabilidade dos Tribunais Coleção Direção de Comarcas maio de 2014

Guia Orcamento Contabilidade Tribunais

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  • Oramento e Contabilidade dos Tribunais

    Coleo Direo de Comarcas

    maio de 2014

  • Ficha Tcnica

    Coleo: Direo de Comarcas

    Autor:

    Tiago Joanaz de Melo (Economista)

    Colaborao:

    Ana Calado Pinto (Revisora Oficial de Contas)

    Nome:

    Guia de Oramento e Contabilidade dos Tribunais

    Reviso final:

    Edgar Taborda Lopes (Coordenador do Departamento da Formao do CEJ, Juiz de

    Direito)

    Joana Caldeira (Tcnica Superior do Departamento da Formao do CEJ)

  • NDICE

    I. INTRODUO ........................................................................................................................... 5

    II. OBJETIVOS .............................................................................................................................. 5

    III. RESUMO ................................................................................................................................. 5

    1. REGRAS ORAMENTAIS ........................................................................................................... 5

    1.1 O CONCEITO DE ORAMENTO ........................................................................................................ 7

    1.2 OS PRINCPIOS CONTABILSTICOS .................................................................................................... 7

    1.3 A ESTRUTURA CONTABILSTICA DO ORAMENTO ................................................................................ 7

    1.4 O ORAMENTO DE DESEMPENHO ................................................................................................... 7

    1.4.1 O CONCEITO ...................................................................................................................... 13

    1.4.2 O ORAMENTO DE DESEMPENHO INTEGRADO NOS INSTRUMENTOS LEGAIS DE PLANEAMENTO ............ 14

    2. CONSTRUO DO ORAMENTO .............................................................................................. 5

    2.1 COMPETNCIAS DOS ADMINISTRADORES JUDICIAIS EM MATRIA ORAMENTAL ........................................ 7

    2.2 AS LIMITAES NA DEFINIO DE UM ORAMENTO............................................................................ 7

    2.3 O FUNDO DE MANEIO .................................................................................................................. 7

    3. REGRAS DE GESTO: EXECUO E ACOMPANHAMENTO ...................................................... 11

    3.1 COMPETNCIAS DOS ADMINISTRADORES JUDICIAIS EM MATRIA ORAMENTAL ...................................... 13

    3.2 O CICLO DA DESPESA ................................................................................................................. 13

    3.3 REGRAS PARA UTILIZAO DE DESPESA .......................................................................................... 16

    3.4 LEI DOS COMPROMISSOS E PAGAMENTOS EM ATRASO ...................................................................... 16

    3.4.1 A LEI DOS COMPROMISSOS E PAGAMENTOS EM ATRASO - LCPA ................................................... 16

    3.4.2 OS OBJETIVOS DA LCPA ....................................................................................................... 30

    3.4.3 O CONCEITO DOS FUNDOS DISPONVEIS ................................................................................... 16

    3.4.4 CASO PRTICO DE CLCULO DE FUNDOS DISPONVEIS .................................................................. 16

    3.4.5 REGRAS DE ASSUNO DE COMPROMISSOS .............................................................................. 16

    3.4.6 OS CASOS EXCECIONAIS ........................................................................................................ 16

    3.4.7 OS COMPROMISSOS PLURIANUAIS .......................................................................................... 16

    3.5 REGRAS PARA AUTORIZAO DE PAGAMENTO ................................................................................. 16

    3.6 REGRAS DE GESTO PATRIMONIAL ................................................................................................ 16

    3.6.1 O PATRIMNIO E O BALANO ................................................................................................ 16

    3.6.2 A DEMONSTRAO DE RESULTADOS (DR) E OS INDICADORES DE EFICINCIA .................................... 16

    3.6.3 OS MAPAS DE EXECUO ORAMENTAL ................................................................................... 16

  • NOTA:

    Pode clicar nos itens do ndice de modo a ser redirecionado automaticamente para o tema em

    questo.

    3.6.4 O ENCERRAMENTO DAS CONTAS E ABERTURA DE ANO ................................................................. 16

    3.6.5 AS FASES DA EXECUO E A ALIMENTAO DOS MAPAS DE PRESTAO DE CONTAS .......................... 16

    3.6.6 EXERCCIOS ........................................................................................................................ 16

    4. HIPERLIGAES E REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................. 11

    4.1 HIPERLIGAES ........................................................................................................................ 13

    4.2 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................................................... 13

    4.2.1 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS (LEGISLAO ESTRUTURAL E OUTROS DOCUMENTOS OFICIAIS

    ESTRUTURAIS) ............................................................................................................................. 16

  • Registo das revises efetuadas ao e-book

    Identificao da verso Data de atualizao

    Verso inicial 30/05/2014

  • 7

    Introduo

    1. Introduo

    O presente documento constitui-se como um guio de leitura que orienta o formando num

    processo de auto aprendizagem, com propostas especficas de leituras.

    Prope assim ao leitor que consubstancie os princpios e conceitos elencados no texto do guia

    com um conjunto selecionado de leituras propostas como obrigatrias para o que se considera uma

    interiorizao adequada dos conhecimentos nas matrias tratadas, sugerindo ainda mltiplas outras

    leituras de cariz complementar.

    Disponibiliza-se assim um guio que permite a cada leitor estudar e aprofundar o seu

    conhecimento de acordo com a sua prpria necessidade e vontade, tendo em ateno o conhecimento

    pessoal que cada leitor j tem das matrias em apreo.

    O presente guia, constitui-se como um instrumento de aprendizagem complementar ao guia de

    Introduo Gesto de Recursos Oramentais, Materiais e Tecnolgicos (Guia de GROMT), cuja leitura

    prvia ou em paralelo se recomenda. Neste guia contemplam-se alguns exerccios e autotestes, para os

    formandos que requeiram um tipo de abordagem de maior detalhe operacional.

    2. ObjetivosO presente documento densifica os conceitos fundamentais de cariz financeiro essncias ao

    exerccio da funo de dirigente com responsabilidades financeiras apresentados no Guia de GROMT.

    A leitura guiada deste documento permitir a compreenso dos referidos conceitos, dentro da

    limitao de horas propostas, considerando as reas de abordagem propostas pelo CEJ para o curso:

    Organizao do oramento;

    Execuo e acompanhamento.

    Enquanto objetivo estrutural, faculta-se uma proposta de leituras, identificadas como

    obrigatrias ou como complementares, que permitem a cada leitor o desenvolvimento de

    conhecimentos e competncias tcnicas na medida da necessidade especfica de cada um.

    O presente documento destina-se a administradores judicirios.

    3. ResumoO presente documento divide a matria que trata em 3 captulos, a saber:

    1. O primeiro captulo apresenta os documentos que compem o Oramento de Estado, bem

    como a estrutura de classificao contabilstica das Despesas e Receitas do Estado

    explicitando a constituio de cada uma. Rev de seguida o conceito de um Oramento de

    Desempenho e a soluo adotada em Portugal na implementao do mesmo.

  • 8

    Introduo

    2. O segundo captulo desenvolve um conjunto de abordagens operacionais na construo de

    um oramento face a tipologias de limite especficas.

    3. O terceiro captulo desenvolve dentro do ciclo oramental do organismo os seus principais

    momentos, designadamente os de impacto contabilstico, apresentando momentos

    essenciais de responsabilidade financeira, em sede da autorizao de despesa e pagamento e

    da nova subordinao de uma autorizao de contratualizao existncia de Fundos

    Disponveis, explicitando o conceito. Desenvolvem-se ainda os conceitos inerentes Lei de

    Compromissos e Pagamentos em atraso com exemplo de situaes especficas de clculo de

    fundos disponveis. Apresentam-se ainda algumas regras prticas de uso de informao

    financeira bem como um conjunto de aspetos crticos em sede do processo de encerramento

    e abertura de ano.

  • Regras oramentais

  • 11

    Regras oramentais

    1. Regras oramentais

    1.1 O conceito de oramento

    O oramento constitudo pelo conjunto de receitas e despesas consagradas nos diplomas que

    definem as orgnicas das entidades, bem como eventual legislao especfica.

    O oramento tem que estar equilibrado ou apresentar saldo positivo, nos termos da LEO1.

    Da mesma forma que o Oramento de Estado deve ser definido de forma alinhada com as GOP2 e

    DEO3 e objetivos de poltica definidos nos termos do art. 64. e 72.-A da LEO, o oramento de cada

    organismo deve ser definido em alinhamento com os seus objetivos estratgicos e operacionais,

    constantes do QUAR4 e Plano de Atividades e densificados neste ltimo.

    Figura 1 RAFE Regime Administrativo e Financeiro do Estado

    1.2 Os princpios contabilsticos

    Nos termos da LEO5, aplicam-se com as devidas adaptaes os princpios gerais ao oramento

    dos organismos:

    Anualidade (conforme decorre do Art.105.da CRP) - o ano econmico coincide com o ano

    civil: o Oramento (de receitas e despesas) anual, mesmo se incorporar um perodo

    1 LEO Lei de Enquadramento Oramental Lei 91/2001, de 20 de agosto, com as mltiplas revises, de que

    se salienta a 7 reviso com republicao integral de todas as revises pela Lei 37/2013, de 14 de junho.

    2 GOP Grandes Opes do Plano.

    3 DEO - Documento de Estratgia Oramental.

    4 QUAR Quadro de Avaliao e Responsabilizao da Administrao Pblica, no mbito do SIADAP 1

    Sistema de avaliao do desempenho dos servios da Administrao Pblica.

    5 Leitura obrigatria Ttulo II da LEO - princpios e regras oramentais.

    CRP (Artigo 105) + LEO (Artigo 34) + LOE => Oramento acompanhada por:

    pelo relatrio [que contm aindicao das polticas a implementar];

    desenvolvimentos oramentais[atribuio de recursos para implementao dos objetivos/dimenses de poltica];

    outros

    De forma equivalente, e para os organismos, os Planos de Atividade

    correspondem a um auxiliar de determinao de Objetivos/Polticas, cuja

    avaliao constar do Relatrio de Atividades

  • 12

    Regras oramentais

    complementar e incluir programas e projetos plurianuais necessria a oramentao por

    programas e uma gesto oramental plurianual a par de uma execuo oramental anual;

    Unidade e universalidade: compreende todas as receitas e despesas da Administrao

    central, Servios e fundos autnomos e Segurana social (e tendo em conta as transferncias para

    as Regies Autnomas e Autarquias);

    Equilbrio: recursos necessrios para cobrir todas as despesas;

    Equidade intergeracional: equidade na distribuio de benefcios e custos entre geraes;

    No compensao: todas as receitas so previstas pela importncia integral em que foram

    avaliadas, sem deduo alguma para encargos de cobrana ou de qualquer outra natureza;

    No consignao de receitas a despesas: No pode afetar -se o produto de quaisquer

    receitas cobertura de determinadas despesas;

    Especificao: As receitas previstas devem ser suficientemente especificadas de acordo com

    uma classificao econmica. As despesas so fixadas de acordo com uma classificao

    orgnica, econmica e funcional, podendo os nveis mais desagregados de especificao

    constar apenas dos desenvolvimentos, nos termos da presente lei. As despesas so ainda

    estruturadas por programas;

    Estabilidade oramental (Artigo 10- A): situao de equilbrio ou excedente oramental;

    Solidariedade recproca (Artigo 10- B): obrigao de todos os subsectores, atravs dos seus

    organismos, a contriburem proporcionalmente para a realizao do princpio da estabilidade

    oramental, de modo a evitar situaes de desigualdade;

    Transparncia oramental (Artigo 10- C): existncia de um dever de informao entre todas

    as entidades pblicas. Implica, designadamente, o dever de fornecimento de informao

    entidade encarregada de monitorar a execuo oramental, nos termos e prazos a definir no

    decreto -lei de execuo oramental;

    Princpio da sustentabilidade (Artigo 10.-D) Os subsetores que constituem as administraes

    pblicas, bem como os organismos e entidades que os integram, esto sujeitos ao princpio

    da sustentabilidade capacidade de financiar todos os compromissos, assumidos ou a

    assumir, com respeito pela regra do saldo oramental estrutural e pelo limite da dvida

    pblica, conforme previsto na presente lei e na legislao europeia;

    Princpio da economia, eficincia e eficcia (Artigo 10.-E) A assuno de compromissos e a

    realizao de despesa pelas entidades pertencentes aos subsetores que constituem as

    administraes pblicas esto sujeitas ao princpio da economia, eficincia e eficcia na

    utilizao do mnimo de recursos que assegurem os adequados padres de qualidade do

    servio pblico, na promoo do acrscimo de produtividade pelo alcance de resultados

    semelhantes com menor despesa e na utilizao dos recursos mais adequados para atingir o

    resultado que se pretende alcanar.

  • 13

    Regras oramentais

    1.3 A estrutura contabilstica do oramento A estrutura de classificao contabilstica decorrente da legislao em vigor a que se representa

    na figura seguinte, tanto para a classificao de receitas como de despesas.

    O diagrama seguinte identifica cada uma das classificaes oramentais bem como o n. de

    dgitos que cada uma considera, identificando as classificaes para a receita (do lado esquerdo) e para

    a receita (do lado direito). A figura assinala ainda as tipologias de correspondncias de consignao de

    receita e despesas nos sistemas centrais das finanas.

    Fonte: Gesto Oramental & Contabilidade Pblica, 2013

    Figura 2 Os pilares da moderna Gesto Financeira Pblica

    A Classificao Econmica6 definida nos termos do DL 26/2002,de 14 de fevereiro, com as

    caratersticas representadas na figura seguinte:

    6 Leitura obrigatria Classificador Econmico Decreto-Lei 26/2002, de 14 de fevereiro.

  • 14

    Regras oramentais

    DL26/2002, de 14/02

    Figura 3 Caratersticas da classificao econmica

    A Classificao Econmica define as naturezas numa estrutura hierrquica arborescente, em

    cdigos compostos por reas com as designaes constantes da figura supra. Estes cdigos podem ainda

    ser densificados pelo Governo, designadamente em sede da Circular Srie A da DGO7 com Instrues

    para o Oramento de Estado em cada ano, ou por vezes no decorrer do ano. Os Servios e Fundos

    Autnomos (Institutos, Organismos de Ensino Superior) e outros subsetores como a Administrao Local

    podem criar maior densificao.

    Por exemplo, um cdigo 02.02.20 que inclui servios de consultoria, poderia ser densificado nos

    cdigos 02.02.20.A1 e 02.02.20.A2 para segregar respetivamente consultoria jurdica de informtica.

    A Classificao Orgnica visa organizar o Oramento de Estado e fazer a ciso de cada um dos

    oramentos dos servios, sendo que segue a estrutura hierrquica poltico administrativa alterada com a

    estrutura organizacional de cada Governo constitucional, em que as partes constituintes do cdigo

    auferem caratersticas especficas, com cdigos inteligentes traduzindo as premissas apresentadas na

    figura seguinte. De notar que na sequencialidade de cdigos os primeiros seguem a lei de protocolo de

    Estado Presidncia da Repblica, Assembleia da Repblica, etc.

    7 DGO Direo Geral do Oramento.

  • 15

    Regras oramentais

    1) o caso dos servios integrados (SI):

    Cdigo 0 para oramento por Atividades dos SI, (incluindo a

    transferncia do OE para os FSAs) com excepo dos captulos 60 e

    70 do MF;

    Cdigo 9 para os casos especficos dos captulos 50, 60 e 70 do OE.

    2) caso dos SFAs:

    Cdigo 1 para o oramento por Atividades;

    Cdigo 8 para o oramento por Projectos.

    Quem o responsvel pela despesa?

    organiza o Oramento de Estado de acordo com a estrutura poltico

    administrativa / lei orgnica do governo

    Identifica univocamente cada organismo no OE, com um cdigo:

    MM..CC.DD.SS

    MM - Ministrio

    - Secretaria de Estado

    CC - Captulo

    DD - Diviso

    SS Sub-Diviso

    Qual a origem da receita ?

    diferencia servios integrados e servios e fundos autnomos

    associa a classificao da receita com a classificao dadespesa

    Distingue:

    receita prpria

    OE

    Fundos comunitrios

    Crdito externo

    Transferncias AP

    Dvida

    Figura 4 Caratersticas da classificao econmica

    As fontes de financiamento identificam a origem dos fundos que financiam as despesas e

    permitem nos casos aplicveis alinhar a consignao de receita despesa8:

    Figura 5 Caratersticas das fontes de financiamento

    8 Leitura obrigatria - Vide tabelas de fontes de financiamento publicadas no sitio da DGO em cada Circular

    Srie A com as instrues de preparao do Oramento. No caso do OE 2014 em

    http://www.dgo.pt/instrucoes/Paginas/Intrucoes.aspx?Ano=2013&Instrucoes=Circulares%20S%C3%A9rie%

    20A.

    http://www.dgo.pt/instrucoes/Paginas/Intrucoes.aspx?Ano=2013&Instrucoes=Circulares%20S%C3%A9rie%20Ahttp://www.dgo.pt/instrucoes/Paginas/Intrucoes.aspx?Ano=2013&Instrucoes=Circulares%20S%C3%A9rie%20A
  • 16

    Regras oramentais

    DL 171/94 de 24/06 / Circular Srie A -n.1227

    Em que rea de aco ser a despesa?

    especificar os fins e atividades tpicas do Estado

    identificao das prioridades do Estado na satisfao das necessidades colectivas

    segue as tipificaes internacionais dos fins e atividades dos Estados, nomeadamente a do FMI e Naes Unidas

    Cdigo: xx.xx. Funo

    .sub-funo

    comparao das grandes opes financeiras do Estado;

    A classificao funcional9 definida nos termos do Decreto-Lei 171/94, de 24 de junho, e

    classifica as funes e subfunes do Estado, numa codificao que segue as principais classificaes

    internacionais das funes dos Estados, designadamente do FMI e Naes Unidas, esta ltima

    Classification of Function of Government. Este classificador de despesa crucial nas determinaes de

    sries histricas permitindo a comparabilidade no tempo e com outros pases. Note-se que no

    obstante a representao a 3 dgitos constante do diploma legal, nos sistemas do Estado apresentam-se

    a 4 dgitos em que o 2 dgito sempre um zero.

    A classificao funcional apresenta a seguintes principais caratersticas:

    Figura 6 Caratersticas das fontes de financiamento

    A classificao programtica est prevista na LEO e no Decreto-Lei 131/2003, de 28 de junho,

    composta por Programas, Medidas e Projetos (estes regionalizveis nos termos das regras

    comunitrias).

    Atualmente todo o oramento est obrigatoriamente organizado por Programas nos termos da

    LEO.

    9 Leitura obrigatria Classificador Funcional Decreto-Lei 171/94.

  • 17

    Regras oramentais

    Artigo 18.

    Regime

    1 Sem prejuzo da sua especificao de acordo com as classificaes orgnica, funcional e

    econmica, as despesas inscritas nos oramentos que integram o Oramento do Estado estruturam

    -se por programas, nos termos previstos na presente lei.

    Artigo 19.

    Programas oramentais

    1 O programa oramental inclui as despesas correspondentes a um conjunto de medidas que

    concorrem, de forma articulada e complementar, para a concretizao de um ou vrios objetivos

    especficos, relativos a uma ou mais polticas pblicas, dele fazendo necessariamente parte

    integrante um conjunto de indicadores que permitam avaliar a economia, a eficincia e a eficcia

    da sua realizao.

    ()

    5 Cada programa oramental divide -se em medidas, podendo existir programas com uma nica

    medida.

    6 Os programas oramentais com financiamento comunitrio devem identificar os programas

    comunitrios que lhes esto associados.

    Artigo 20.

    Medidas

    1 A medida compreende despesas de um programa oramental correspondente a projetos ou

    atividades, bem especificados e caracterizados, que se articulam e complementam entre si e

    concorrem para a concretizao dos objetivos do programa em que se inserem.

    2 A medida pode ser executada por uma ou vrias entidades pertencentes ao mesmo ou a

    diferentes subsetores da administrao central.

    3 Cada medida divede -se em projetos ou atividades, podendo existir medidas com um nico

    projeto ou atividade.

    4 O projeto ou atividade correspondem a unidades bsicas de realizao da medida, com

    oramento e calendarizao rigorosamente definidos.

    5 As medidas, projetos ou atividades podem ser criados no decurso da execuo do Oramento

    do Estado.

    6 As alteraes decorrentes da criao de medidas, nos termos do nmero anterior, devem

    constar expressamente do relatrio informativo sobre a execuo oramental a publicar

    mensalmente.

  • 18

    Regras oramentais

    Programas

    Envelope financeiro;

    Responsabilidade de um

    Ministro;

    Estrutura verticalizada;

    Conforme responsabilidade

    politica- administrativa.

    Medidas

    Alinhamento classificao

    funcional;

    Medida de transversalidade;

    No passado alinhadas com

    as GOP.

    Atualmente, nos termos das recentes Circulares com instrues para a preparao do

    Oramento, e de acordo com determinao dos Governos, as Medidas alinham-se com classificaes

    funcionais10

    .

    As ligaes entre Medidas e Projetos e Atividades so determinadas na Circular com instrues

    para a preparao do Oramento em cada ano.

    Nos ltimos anos a estrutura de programas estabelecida no mbito do oramento de Estado

    portugus alterou-se para uma estrutura verticalizada, isto , alinhando-se com a estrutura de

    responsabilidade poltica e administrativa, ou seja, com a estrutura de responsabilidade organizacional

    em funo da orgnica do Governo. Atualmente o responsvel pela gesto de cada Programa um

    ministro, correspondendo cada Programa ao oramento do Ministrio, salvo as excees em que num

    Ministrio h mais do que um Programa.

    As medidas, que correspondem (por princpio) a medidas de polticas transversais, j estiveram

    alinhadas s Grandes Opes do Plano, sendo que nos ltimos anos se tm relacionado de forma mais

    prxima com as funes e subfunes do Estado, com correspondncia tendencialmente direta s

    classificaes funcionais do Estado (conforme classificaes do Decreto-Lei 171/94 de 24/06). Esta

    dimenso pode contudo contemplar medidas de polticas especficas de cada Ministrio.

    As principais caratersticas dos Programas e Mediadas como hoje surgem no oramento de

    Estado podem sintetizar-se da seguinte forma:

    Fonte: Gesto Oramental & Contabilidade Pblica, 2013

    Figura 7 A composio dos Programas e Medidas

    10 Leitura obrigatria Circular Srie A 1371 da DGO, no que concerne tabela de Programas e Medidas.

  • 19

    Regras oramentais

    Os limites de oramento de cada Programa definem-se nos termos da Lei de Enquadramento

    Oramental (Lei 37/2011).

    Do art 12-B

    3 A reviso anual do Programa de Estabilidade e Crescimento inclui um projeto de

    atualizao do quadro plurianual de programao oramental, a que se refere o artigo 12. -

    D, para os quatro anos seguintes.

    Do art 12-D

    Quadro plurianual de programao oramental

    1 O Governo apresenta Assembleia da Repblica, de harmonia com as Grandes

    Opes do Plano, uma proposta de lei com o quadro plurianual de programao oramental.

    2 A proposta referida no nmero anterior deve ser apresentada e debatida

    simultaneamente com a primeira proposta de lei do Oramento do Estado apresentada aps

    tomada de posse do Governo.

    3 O quadro plurianual de programao oramental atualizado anualmente, para os

    quatro anos seguintes, na lei do Oramento do Estado, em consonncia com os objectivos

    estabelecidos no Programa de Estabilidade e Crescimento a que se refere o artigo 12. -B.

    4 O quadro plurianual de programao oramental define os limites da despesa da

    administrao central financiada por receitas gerais, em consonncia com os objetivos

    estabelecidos no programa de Estabilidade e Crescimento.

    5 O quadro plurianual de programao oramental define ainda os limites de despesa

    para cada programa oramental, para cada agrupamento de programas e para o conjunto de

    todos os programas, os quais so vinculativos, respetivamente, para o primeiro, para o segundo

    e para os terceiro e quarto anos econmicos seguintes.

  • 20

    Regras oramentais

    Em sntese, as dimenses de classificao obrigatria da despesa e receita pblica podem

    resumir-se na seguinte tabela11

    :

    Figura 8 As dimenses de classificao oramental

    11 Leitura obrigatria: vide os diplomas referidos e, a Circular Srie A da DGO com as instrues para o

    Oramento de Estado do ano no stio da DGO www.dgo.pt.

    Classificao Estrutura Base legal Tipo de informao

    Econmica xx.yy.zz.aa.ss 6 dgitos definidos pelo DL 26/2002, sendo os restantes densificados ou pelo Ministrio das Finanas ou por cada SFA

    Natureza da despesa ou receita

    Fonte de Financiamento FFF Publicitado em Circular Srie A da DGO, conforme deliberao em Conselho de Ministros ou homologao pela Tutela das finanas

    Origem da receita. Estabelece relao entre a despesa e a receita que a financia

    Orgnica mm.s.cc.dd.ss Min/Secretaria de Estado/ Captulo/Diviso/Sub diviso

    Estrutura de 9 dgitos definida em funo da Lei Orgnica do Governo, com cdigos sequenciais segundo a posio hierrquica dos organismos no Estado

    Identificao unvoca do organismo no Oramento de Estado

    Funcional FSS Funo/Sub funo

    Decreto-lei n. 171/94, de 24 de junho

    Cdigo de Funo e sub funo

    Programa 999 3 dgitos

    Publicitado em Circular Srie A da DGO, conforme deliberao em Conselho de Ministros ou homologao pela Tutela das finanas

    Agregador de despesas com mbito e envelope financeiros definidos. Desde 2010 alinhados com Ministrios

    Medida 999 3 dgitos sequencial

    Publicitado em Circular Srie A da DGO, ou alinhado com as GOP, conforme deliberao em Conselho de Ministros ou homologao pela Tutela das finanas

    Cdigo agregador de despesa por dimenso de poltica. Aps 2010 alinhadas com funcionais

    Projeto 99999 Projeto

    Inscrio sequencial Agregador de despesa com output e outcome com perodo de validade definidos

    Sub projeto/ regionalizao 99999 5 dgitos sequencial

    Inscrio sequencial NUTS, diferentes nveis

    Atividade 999 3 dgitos

    Publicitado em Circular Srie A da DGO, conforme deliberao em Conselho de Ministros ou homologao pela Tutela das finanas

    Tipificao de atividades micro do Estado elaborada por grupo liderado pela IGF

    http://www.dgo.pt/
  • 21

    Regras oramentais

    Economia EficciaEficincia

    Output/Produtosservio

    ProcessosInputCustosResultados/

    Impacto

    Reduz

    CustosOptimizao

    UnitriaRever

    processos?

    re-alocao e controlo de recursos

    Reviso de resultados

    Objectivos Operacionais

    Objectivos de

    Misso/

    estratgicos

    Impacto scio

    econmico

    Capacidade

    instalada - nvel 1Capacidade

    instalada - nvel n

    1.4 O Oramento de Desempenho

    1. .1. O Conceito

    O Oramento de Desempenho corresponde a um oramento (aplicado a um perodo) integrado

    com um Plano de Desempenho para o mesmo perodo, que mostra a relao entre o financiamento dos

    programas e os resultados esperados 12

    .

    De uma forma simples, poder-se-ia referenciar o modelo de oramentao de desempenho com

    o seguinte esquema:

    Fonte: Gesto Oramental & Contabilidade Pblica, 2013

    Figura 9 O oramento de desempenho

    1. . . O oramento de desempenho integrado nos instrumentos legais de planeamento

    Conforme consta do Guia de Introduo Gesto de Recursos Oramentais, Materiais e

    Tecnolgicos (GIGROMT), o Oramento constitui-se como O instrumento, por excelncia, da poltica de

    um Governo ou da direo de um organismo.

    Nesta determinao, essencial ter em ateno que bens ou servios o organismo produz,

    tipific-los e criar indicadores que os quantifiquem e relacionam com recursos consumidos para os

    poder produzir. O Oramento de Desempenho prope-nos assim uma nova forma de abordar a nossa

    12 Leitura Obrigatria: desenvolvimento no Guia de Introduo Gesto de Recursos Oramentais,

    Materiais e tecnolgicos.

  • 22

    Regras oramentais

    atividade, como uma efetiva estrutura de produo de servios, mesmo que com caratersticas muito

    especiais.

    Neste sentido, e conforme proposto no referido Guia, antecedendo a elaborao do Oramento

    deve ser planeada a quantidade de produo que o organismo ir executar e identificar que capacidades

    (humanas, tecnolgicas, infraestruturas) o organismo dispe, que outras sero facultadas por outros

    organismos ou estruturas centrais, e aferir o que ter que ser suportado em termos de despesa pelo

    oramento prprio.

    Como referido no GIGROMT, a avaliao de capacidades instaladas e correspondente capacidade

    produtiva e o planeamento de instalao de capacidades face capacidade de prestao de servio

    pretendida, essencial determinao da capacidade de produo em cada ano. Do ponto de vista

    legal os organismos s esto obrigados ao planeamento de Objetivos Operacionais no ano. Contudo,

    mostra a experincia de pases com oramentos de desempenho com sucesso que necessrio criar um

    planeamento de Objetivos Operacionais e Capacidades correspondentes para todos os perodos (anos)

    at que se atinja o Objetivo Estratgico para que concorrem.

    O QUAR13

    (ou instrumento equivalente) e o Plano de Atividades, auxiliados pelo Balano

    Previsional em sede do planeamento de Capacidades Fsicas e Mapas de Pessoal previsionais,

    constituem os instrumentos de base disponveis no quadro legal portugus que permitem efetivamente

    planear a relao entre recursos e produo e oramentar numa lgica subjacente a um Oramento de

    Desempenho.

    A avaliao de desvios assenta em indicadores associados aos Instrumentos legais e de

    planeamento e controlo disponveis, como sejam:

    13 QUAR - Quadro de Avaliao e Responsabilizao.

  • 23

    Regras oramentais

    Anlise de

    desvios

    Que

    prioridades

    QUAR

    Objectivos e indicadores

    Plano de Actividades

    Objectivos e indicadores

    Indicadores de realizao oramental (e

    outros) em projectos

    Plafond oramental vs execuo

    oramental do ano anterior

    Indicadores de utilizao de recursos vs

    oramento n-1 vs plafond

    Indicadores de disfuncionamento ->

    recursos consumidos em resoluo de

    ineficincias e outros erros processuais

    Fonte: Adaptado de Construo de Oramentos em tempos de Crise Financeira, 2012

    Figura 10 Os instrumentos de priorizao no uso de recursos escassos e avaliao de medidas

    corretivas

  • Construo do oramento

  • 27

    Construo do oramento

    2. Construo do oramento2.1 Competncias dos Administradores Judiciais em

    matria oramental

    Nos termos da Lei n. 62/2013, de 26 de agosto constituem competncias dos Administradores

    Judiciais em matria oramental.

    Consoante venha a ser determinado, o oramento privativo poder constituir um oramento

    numa orgnica ou sub-orgnica legal (cdigo oramental autonomizado no Oramento de Estado, com

    eventual correspondncia a entidade com prestao de contas, mesmo que simplificada)

    eventualmente com equiparao a sub-entidade contabilstica e inerentes obrigaes de prestao de

    contas conforme constante da legislao em vigor, designadamente no que concerne ao Decreto-Lei de

    Execuo Oramental em cada ano (vide como exemplo para o caso do ano de 2013 o art 16 do

    Decreto-Lei 36/2013, de 11 de maro).

    2.2 As limitaes na definio de um oramento

    Um oramento, por omisso, depende da determinao de receitas, limitadas e, como tal, a

    definio de dotaes de despesa subordina-se aos recursos escassos de que o organismo pode dispor.

    Dependendo um organismo de receitas provenientes do Oramento de Estado, estas limitaes

    estabelecem-se, desde logo, com as atribuies de um Plafond mximo, definido em primeira instncia

    num limite por Ministrio/Programa determinado em Conselho de Ministros e levado Assembleia da

    Repblica, em 2 instncia na determinao de plafond por organismo pelo Ministro e finalmente, nas

    estruturas desconcentradas, na atribuio de plafond mximo aos servios desconcentrados.

    Artigo 106.

    Competncias

    1 O administrador judicirio tem as seguintes competncias prprias:

    (...)

    i) Assegurar a distribuio do oramento, aps a respetiva aprovao;

    j) Executar, em colaborao com o Ministrio da Justia, o oramento da comarca;

    2 No exerccio das competncias referidas nas alneas b), c), g) e i) do nmero anterior, o

    administrador judicirio ouve o presidente do tribunal e o magistrado do Ministrio Pblico

    coordenador.

  • 28

    Construo do oramento

    As limitaes correntes aquando da determinao de um oramento podem sintetizar-se em:

    Plafond mximo versus o que seriam as efetivas necessidades se fosse elaborado uma

    estimativa base zero do oramento para um determinado nvel de produo do servio com

    padres de qualidade pr-definidos;

    Despesas com uma estrutura muito rgida (nveis de despesa inerentes prpria atividade e

    sem as quais no possvel operar), de que se apresentam alguns exemplos:

    Pessoal

    Dificilmente redutvel na remunerao base, pelo que a reduo depende por exemplo de:

    reduo de efetivos, ou de poltica ativa de reduo salarial, ou de reduo de abonos

    variveis como horas extraordinrias, ou aumento do horrio normal de trabalho para o

    mesmo vencimento;

    A reduo de custos de pessoal mais relevante em sede de gesto resultar de um aumento

    de eficincia (produtividade) na melhoria processual (por exemplo por informatizao de

    procedimentos e obrigaes ou pela simplificao administrativa tanto por simplificao da

    lei como da regulamentao interna;

    Despesas correntes com instalaes (arrendamento, gua, luz, limpeza, vigilncia) estas

    despesas podem ser contudo reduzidas com polticas organizacionais ativas.

    No caso das rendas, fulcral uma boa gesto dos espaos utilizados, recorrendo sempre

    que possvel a instalaes de renda mais acessvel, libertando edificado em zonas caras de

    arquivo e otimizando as reas ocupadas;

    No caso da eletricidade, refiram-se a substituio de lmpadas e equipamentos por outros

    com menores consumos, dado que por exemplo na substituio de uma lmpada

    incandescente de 100W por um led de 8W a poupana em energia atinge perto de 90%

    sendo o prazo de amortizao de investimento relativamente curto (pouco mais de um ano

    em muitos casos);

    No caso da gua, essencial uma poltica ativa de reparao de fugas, uma das maiores

    causas de consumos excessivos, mas outras situaes podem ter impacto em organizaes

    com muitos funcionrios ou atendimento externo como seja a dimenso dos autoclismos e

    torneiras com limitao temporal e caudal;

    A concentrao de contratos de servios e produtos de limpeza ou em servios de vigilncia

    permite reduzir custos unitrios e globais muito significativos.

    Despesas com manuteno de infraestruturas informticas;

    A concentrao de compra de hardware e software, assegurando uma boa gesto das

    compras e sua distribuio e manuteno, permite no s reduo de preos unitrios e

    custos globais diretos, como tambm estabelecer contratos globais de manuteno de

    equipamentos e software;

  • 29

    Construo do oramento

    A concentrao de data centre ou protocolo de servios com entidades especializadas pode

    reduzir de forma muito significativa este tipo de custos;

    Contratos plurianuais

    Os contratos plurianuais (com obrigaes contratuais para vrios anos) dificilmente

    redutvel, a no por negociao e assumindo as despesas contratuais inerentes. Assim, o

    articulado de contratos plurianuais poder neste sentido conter indexaes de obrigao a

    consumos efetivos, tentando minimizar custos de no consumo ou resciso, sem prejuzo

    do garante da salvaguarda dos direitos dos fornecedores designadamente em sede de um

    preo justo;

    As limitaes s dotaes

    Cativos correspondem a retenes do oramento reduzindo as dotaes disponveis para

    efeito de salvaguarda da execuo oramental e garantir a realizao dos objetivos de rigor

    na gesto oramental e dot-la da necessria flexibilidade de forma intuitiva, corresponde

    a uma margem de gesto do Estado, que fica retida at que se avalie se a receita prevista

    efetivamente cobrada, de forma a no gerar dfices. Os cativos so definidos todos os

    anos na Lei do Oramento e/Decreto-Lei de Execuo Oramental. A ttulo de exemplo,

    veja-se o caso concreto da situao de constante da proposta de lei para o Oramento de

    2014:

    Reserva inscrio em rubrica especfica de retenes do oramento reduzindo as dotaes

    disponveis para efeito de salvaguarda da execuo oramental de uma forma mais

    intuitiva, consiste numa margem de salvaguarda ou de gesto do organismo destinada a

    despesas inopinadas ou que no se conseguem identificar no incio do processo oramental,

    mas que fica desde logo no oramento. Nos ltimos anos, a reserva, obrigatoriamente

    constituda (normalmente 2,5% das despesas correntes excetuando pessoal) tem sido

    cativada, transformando-a em margem de gesto do Estado.

  • 30

    Construo do oramento

    Artigo 3.

    Utilizao das dotaes oramentais

    1 Ficam cativos 12,5 % das despesas afetas a projetos relativos a financiamento nacional.

    2 Fica cativo o valor inscrito na rubrica Outras despesas correntes Diversas Outras

    Reserva.

    3 Ficam cativos nos oramentos de atividades dos servios integrados e dos servios e fundos

    autnomos nas despesas relativas a financiamento nacional 15 % das dotaes iniciais do

    agrupamento 02, Aquisio de bens e servios.

    4 Excetuam -se da cativao prevista nos n.os 1 e 3 do presente artigo:

    ()

    c) As dotaes da rubrica 020220, Outros trabalhos especializados, quando afetas ao

    pagamento do apoio judicirio e dos honorrios devidos pela mediao pblica;

    ()

    e) As dotaes relativas s rubricas 020104, Limpeza e higiene, 020108, Material de

    escritrio, 010201, Encargos das instalaes, 020202, Limpeza e higiene, 020203,

    Conservao de bens, 020204, Locao de edifcios, 020205, Locao de material de

    informtica , 020209, Comunicaes, 020210, Transportes, 020214, Estudos, pareceres,

    projetos e consultadoria, 020215, Formao, 020216, Seminrios, exposies e similares,

    020219, Assistncia tcnica, 020220, Outros trabalhos especializados, 070103, Edifcios,

    070104, Construes diversas, 070107, Equipamento de informtica, 070108, Software

    informtico, 070109, Equipamento administrativo, 070110, Equipamento bsico, e 070206,

    Material de informtica Locao financeira, necessrias para o processo de reorganizao

    judiciria e o Plano de Ao para a Justia na Sociedade de Informao, em curso no Ministrio da

    Justia;

    f) As dotaes relativas s rubricas 020222, Servios de sade, e 020223, Outros servios de

    sade.

    ()

    6 Sem prejuzo do disposto no n. 13, a descativao das verbas referidas nos n.os 1, 2 e 3, bem

    como o reforo do agrupamento 02, s podem realizar -se por razes excecionais, estando sujeitas

    a autorizao do membro do Governo responsvel pela rea das finanas.

    7 As cativaes previstas nos n.os 1 e 3 devem ter por referncia, respetivamente, o total dos

    projetos e o total do agrupamento 02, Aquisio de bens e servios.

    8 Nas situaes previstas no nmero anterior podem as entidades redistribuir respetivamente,

    no mbito dos projetos e do agrupamento 02, Aquisio de bens e servios, as verbas das

    cativaes previstas nos n.os 1 e 3, desde que mantenham o total de cativos.

  • 31

    Construo do oramento

    Receitas prprias e consignadas:

    No mbito do oramento, h despesas que dependem do volume de receitas prprias ou de

    receitas consignadas de valor varivel, cuja execuo s possvel na medida da cobrana

    da mesma. Nos termos do Decreto-Lei 155/92, de 28 de Julho:

    Despesas plurianuais

    Para alm dos contratos plurianuais, existem ainda outras despesas com carter obrigatrio

    que perduram no tempo, por exemplo decorrente de obrigao legal de assumir

    determinadas transferncias, ou obrigaes de pagamentos de carter regular e continuado

    como o caso de despesas de manuteno decorrentes de investimento em determinados

    equipamentos e que passam a onerar o oramento.

    neste sentido que a 7 alterao LEO veio consagrar um novo princpio de avaliao de

    equilbrio oramental no tempo de vida til da durao da deciso:

    9 A cativao das verbas referidas nos n.os 1 a 3 pode ser redistribuda entre servios

    integrados, entre servios e fundos autnomos e entre servios integrados e servios e fundos

    autnomos, dentro de cada ministrio, mediante despacho do respetivo membro do Governo.

    10 No caso de as verbas cativadas respeitarem a projetos, devem incidir sobre projetos no

    cofinanciados ou, no sendo possvel, sobre a contrapartida nacional em projetos cofinanciados

    cujas candidaturas ainda no tenham sido submetidas a concurso.

    Artigo 20.

    Despesas sujeitas a duplo cabimento

    Quando os servios e organismos dispuserem de receitas consignadas, os pagamentos a

    efectuar por conta destas ficam simultaneamente condicionados ao montante global da receita

    arrecadada e dos crditos inscritos no Oramento.

  • 32

    Construo do oramento

    neste mbito que a LEO refora na sua 7 alterao a obrigatoriedade de observncia do

    princpio de Eficcia, Eficincia e Economia, obrigando a avaliar ex ante todos os impactos

    de benefcios e custos na durao do tempo total de impacto da deciso (por exemplo, no

    caso da compra de uma impressora, avaliar no s os custos da aquisio, mas consumo de

    eletricidade e manuteno com a mesma para o perodo em que espectvel a mesma

    operar, em contraponto ao benefcio dado pelo n de impresses estimado com dada

    qualidade de impresso).

    neste sentido que aquando da elaborao do oramento, em articulao com a definio de

    Objetivos Estratgicos e Operacionais, se torna crucial estabelecer uma relao entre a quantidades de

    recursos (designadamente financeiros) disponveis e os nveis de produo a atingir.

    Face a recursos escassos, h que ter conscincia de que:

    No exequvel assegurar no momento zero que a totalidade dos objetivos constantes da

    Misso de um organismo estejam concludos;

    Estabelecer uma relao direta entre os recursos (designadamente financeiros) disponveis

    e os objetivos a concretizar.

    Ter-se-o assim que tomar opes e assumir de forma consciente:

    Definio de prioridade quanto a tarefas,

    Escolha em concreto daquilo que efetivamente tem que ser assegurado,

    Escolha em concreto do que nem se inicia processo para concretizar ou o que se deixa

    mesmo de fazer.

    Assim sendo, na elaborao do oramento a ligao entre recursos e produo deve ser um

    primado, o qual de mais intuitiva aplicao a projetos e por vezes mais difcil com despesas correntes

    como sejam as de eletricidade ou gua. Mas mesmo nestas ltimas podem ser estabelecidos critrios de

    avaliao e imputao.

    Artigo 10. -D

    Princpio da sustentabilidade

    1 Os subsetores que constituem as administraes pblicas, bem como os organismos e

    entidades que os integram, esto sujeitos ao princpio da sustentabilidade.

    2 Entende -se por sustentabilidade a capacidade de financiar todos os compromissos,

    assumidos ou a assumir, com respeito pela regra do saldo oramental estrutural e pelo limite da

    dvida pblica, conforme previsto na presente lei e na legislao europeia.

  • 33

    Construo do oramento

    Fonte: Adaptado de Construo de Oramentos em tempos de Crise Financeira, 2012

    FIGURA 11 Ligao entre recursos e produo

    2.3 O fundo de maneio

    O Fundo de Maneio constitui-se como parte integrante do oramento.

    Podem ser constitudos Fundos de Maneio para gesto de pequenas despesas de carter

    corrente e inadiveis nos termos do Decreto-Lei 155/92.

    Para constituio, tem que haver um regulamento de fundo de maneio, indicando o montante do

    Fundo, eventualmente limite de constituio ou cadncia de reposio, atribuio a um responsvel.

    O Fundo de Maneio obrigatoriamente constitudo com execuo oramental, com Cabimento e

    Compromisso, aplicando-se as mesmas regras contabilsticas que para qualquer outro compromisso. O

    Reforo com base em documentos de despesa segue, subsequentemente, regras idnticas para o

    Artigo 32.

    Despesas em conta de fundos de maneio

    1 Para a realizao de despesas de pequeno montante podem ser constitudos fundos de

    maneio em nome dos respectivos responsveis, em termos a definir anualmente no decreto-lei de

    execuo oramental.

    2 Os responsveis pelos fundos de maneio autorizados nos termos do nmero anterior

    procedero sua reconstituio de acordo com as respectivas necessidades.

    3 A competncia para a realizao e pagamento das despesas em conta de fundos de

    maneio caber ao responsvel pelo mesmo.

    4 Os servios e organismos procedero obrigatoriamente liquidao dos fundos de

    maneio at data que for anualmente fixada nos termos referidos no n. 1.

  • 34

    Construo do oramento

    registo e compromissos, sendo que, no que concerne a Fundos Disponveis determina o Decreto-Lei

    127/2012 o seguinte:

    O Fundo de Maneio pode ser gerido em numerrio ou com uma conta/carto bancrio,

    constituindo uma das situaes em que pode ser isenta a obrigao de Unidade de Tesouraria

    (obrigao de permanncia de contas no tesouro).

    O Fundo de Maneio deve ser constitudo com o grau de desagregao por classificao

    econmica determinado pela Instruo 1/2004 do Tribunal de Contas, que se apresenta de seguida:

    Artigo 10

    Fundo de maneio

    1 - Os pagamentos efectuados pelo fundo de maneio so objecto de compromisso pelo seu

    valor integral aquando da sua constituio e reconstituio, a qual dever ter carcter mensal e

    registo da despesa em rbrica de classificao econmica adequada

  • 35

    Construo do oramento

    ANEXO VIII

    MAPA DE FUNDO DE MANEIO POR DOTAO ORAMENTAL (1)

    Designaoda entidade

    Gerncia

    Responsvel (is)

    Dotao oramental

    Valor do Fundo

    Data (2)

    Ordem de pagamento Ordem de pagamento Ordem de pagamento

    N. Data Valor N. Data Valor N. Data Valor

    transporte transporte

    a transportar a transportar a transportar

    (1) Indicar os fins a que se destinam.

    (2) Indicar a data de constituio, reconstituio ou regularizao .

    (Data)

    (Assinaturas)

    Figura 12 Template de constituio e reporte de execuo de Fundo de Maneio

  • Regras de gesto: execuo e acompanhamento

  • 39

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    3. Regras de gesto: execuo e acompanhamento3.1 Competncias dos Administradores Judiciais em

    matria oramental

    Nos termos da Lei n. 62/2013, de 26 de agosto constituem competncias dos Administradores

    Judiciais em matria oramental:

    Artigo 106.

    Competncias

    1 O administrador judicirio tem as seguintes competncias prprias:

    (...)

    g) Providenciar, em colaborao com os servios competentes do Ministrio da Justia,

    pela correta gesto, utilizao, manuteno e conservao dos espaos e equipamentos

    afetos aos servios do tribunal;

    h) Providenciar, em colaborao com os servios competentes do Ministrio da Justia,

    pela conservao das instalaes e dos bens e equipamentos comuns, bem como tomar ou

    propor medidas para a sua racional utilizao;

    i) Assegurar a distribuio do oramento, aps a respetiva aprovao;

    j) Executar, em colaborao com o Ministrio da Justia, o oramento da comarca;

    2 No exerccio das competncias referidas nas alneas b), c), g) e i) do nmero anterior, o

    administrador judicirio ouve o presidente do tribunal e o magistrado do Ministrio Pblico

    coordenador.

  • 40

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    3.2 O ciclo da despesa

    O ciclo de execuo da despesa decorre conforme representado no diagrama infra:

    Fonte: Gesto Financeira Pblica (contedos de elearning), 2010

    Figura 13 O ciclo da despesa

    Em termos das principais fases contabilsticas e de assuno de responsabilidade financeira,

    temos o seguinte:

  • 41

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    Fonte: Adaptado de Gesto Oramental & Contabilidade Pblica, 2013

    Figura 14 O ciclo da despesa

  • 42

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    3.3 Regras para autorizao de despesa No mbito de uma autorizao de abertura de procediemnto de aquisio, ou da efetiva despesa

    que consubstancia a adjudicao ou contrato, deve o dirigente ter em ateno pelo menos a verificao

    dos seguintes requisitos:

    Do ponto de vista legal, desde logo as obrigaes fundamentais esto consagradas na LEO e no

    RAFE14

    .

    Nos termos do Decreto-Lei 155/92, diploma que regulamenta a Lei de Bases da Contabilidade

    Pblica (Lei 8/90, de 20 de fevereiro), refora-se este ponto:

    14 RAFE Regime Administrativo e Financeiro do Estado, designao pela qual conhecido o Decreto-Lei

    155/92, de 28 de julho, que regulamenta a Lei de Bases da Contabilidade Pblica (a Lei 8/90, de 20 de

    fevereiro.

    1. Prvia existncia de fundamento legal que autorize a despesa;

    2. Correta inscrio oramental, da adequada classificao oramental e do correto

    cabimento na dotao;

    3. Economia, eficincia e eficcia;

    4. Competncia prpria ou delegada;

    5. Segregao de funes / instruo tcnica quando aplicvel;

    6. Situao regular com Segurana Social e fisco;

    7. No fracionamento;

    8. Verificao de existncia de Fundos Disponveis para o Compromisso;

    9. Prvia autorizao do Ministro de Estado e das Finanas no caso de aquisies de servios

    nos termos da lei.

    (o incumprimento administrativo-financeiro acarreta responsabilidade financeira)

    10.

  • 43

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    Nos termos da LEO e no que respeita classificao das despesas:

    A segregao de funes tcnico-funcional determina que independentemente da competncia

    prpria ou delegada para autorizar uma despesa, se requer em determinadas situaes instruo

    tcnica (qualquer que seja a designao que tome) expressa na lei orgnica ou lei geral, como por

    exemplo, no caso de aquisio de software ou hardware.

    A autorizao para abertura de procedimento carece de registo de cabimento prvio ( referida

    autorizao de despesa), nos termos do Cdigo dos Contratos Pblicos (CCP)15

    conjugado com o artigo

    15 CCP Cdigo dos Contratos Pblicos -Decreto-Lei 18/2008, de 29 de Janeiro.

    Artigo 22

    Requisitos gerais

    1- A autorizao de despesas fica sujeita verificao dos seguintes requisitos:

    a) Conformidade legal;

    b) Regularidade financeira;

    c) Economia, eficincia e eficcia.

    2- Por conformidade legal entende-se a prvia existncia de lei que autorize a despesa,

    dependendo a regularidade financeira da inscrio oramental, correspondente cabimento e

    adequada classificao da despesa.

    3- Na autorizao de despesas ter-se- em vista a obteno do mximo rendimento com o mnimo

    de dispndio, tendo em conta a utilidade e prioridade da despesa e o acrscimo de produtividade

    da decorrente.

    Artigo 42

    Princpios [de execuo oramental]

    7 Salvo disposio legal em contrrio, o cabimento a que se refere a alnea b) do nmero

    anterior afere-se pelas rubricas do nvel mais desagregado da classificao econmica e

    respeitando, se aplicvel, o cabimento no programa, projecto ou atividade.

    8 O respeito pelos princpios da economia, eficincia e eficcia, a que se refere a alnea c) do

    n 6, dever ser verificado, em particular, em relao s despesas que, pelo seu elevado

    montante, pela sua continuidade no tempo, uma vez iniciadas, ou por qualquer outro motivo

    envolvam um dispndio significativo de dinheiros pblicos.

  • 44

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    42 da LEO e com o definido nas regras contabilsticas para cabimento e compromisso no POCP16

    .

    Mesmo quando a autorizao de despesa simultnea com a autorizao de procedimento, ou seja, no

    caso especfico de Ajuste Direto Simplificado previsto no CCP, sempre obrigatrio registo de

    cabimento prvio anterior autorizao do procedimento:

    Verifica-se assim que a autorizao de despesa carece de dois atos administrativos que em

    situaes excecionais podem ocorrer em simultneo, autorizando em primeira instncia a abertura de

    procedimento e, aquando da finalizao do processo, a adjudicao e o compromisso pelo qual se

    estabelece a efetiva obrigao contratual com valor e fornecedores conhecidos.

    Considera-se ainda que em sede da autorizao de despesa, enquanto requisitos mnimos

    Considera-se ainda que, em sede da autorizao de despesa, enquanto requisitos mnimos

    consagrados na LEO, simultaneamente h que assegurar:

    16POCP Plano Oficial de Contabilidade Pblica Decreto-Lei 232/97, de 3 de setembro (num

    entendimento lato inclui os Planos Sectoriais de Contabilidade Pblica: POCAL Decreto-Lei 54-A/99, de 22

    de fevereiro, POCISS Decreto-Lei 12/2002 de 25 de janeiro, POCMS. Portaria 898/2000, de 28 de setembro

    e POCED Portaria 794/200 de 24 de setembro.

    Artigo 36.

    Deciso de contratar e deciso de autorizao da despesa

    1 O procedimento de formao de qualquer contrato inicia-se com a deciso de contratar,

    a qual cabe ao rgo competente para autorizar a despesa inerente ao contrato a celebrar,

    podendo essa deciso estar implcita nesta ltima.

    Artigo 45.

    Assuno de compromissos

    1 Apenas podem ser assumidos compromissos de despesa aps os competentes servios

    de contabilidade exararem informao prvia de cabimento no documento de autorizao da

    despesa em causa.

    2 Os compromissos que deem origem a encargos plurianuais apenas podem ser

    assumidos mediante prvia autorizao, a conceder por portaria conjunta dos Ministros das

    Finanas e da tutela, salvo se, alternativamente:

    a) Respeitarem a programas, medidas, projetos ou atividades constantes do mapa XV da lei

    do Oramento do Estado que sejam consistentes com o quadro plurianual de programao

    oramental a que se refere o artigo 12. -D;

    b) Os respetivos montantes no excederem, em cada um dos anos econmicos seguintes, os

    limites e prazos estabelecidos, para este efeito, na lei.

  • 45

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    Artigo 31. -A

    Confirmao da situao tributria e contributiva no mbito dos pagamentos por

    entidades pblicas

    1 Os servios integrados e os servios e fundos autnomos, incluindo designadamente as

    instituies pblicas de ensino superior universitrio e politcnico e aquelas cuja gesto financeira

    e patrimonial se rege pelo regime jurdico das entidades pblicas empresariais, antes de

    efectuarem pagamentos a entidades, devem verificar se a situao tributria e contributiva do

    beneficirio do pagamento se encontra regularizada quando:

    a) O pagamento em causa se insira na execuo de um procedimento administrativo para

    cuja instruo ou deciso final seja exigida a apresentao de certido comprovativa de situao

    tributria ou contributiva regularizada; e

    b) J tenha decorrido o prazo de validade da certido prevista na alnea anterior ou tenha

    cessado a autorizao para a consulta da situao tributria e contributiva.

    2 Para efeitos do disposto no nmero anterior, as entidades referidas no n. 1 efectuam a

    consulta da situao tributria e contributiva do interessado, quando este a autorize nos termos

    legais, em substituio da entrega das respectivas certides comprovativas.

    3 Quando se verifique que o credor no tem a situao tributria ou contributiva

    regularizada, as entidades referidas no n. 1 devem reter o montante em dvida, com o limite

    mximo de reteno de 25 % do valor total do pagamento a efectuar, e proceder ao seu depsito

    ordem do rgo da execuo fiscal.

    4 O disposto neste artigo no prejudica, na parte nele no regulada, a aplicao do

    regime previsto no artigo 198. da Lei n. 110/2009, de 16 de Setembro, no que concerne

    concesso de subsdios.

    5 Sempre que da aplicao do presente artigo resulte a reteno de verbas para o

    pagamento, cumulativo, de dvidas fiscais e dvidas contributivas, aquelas devem ser repartidas

    pelas entidades credoras na proporo dos respectivos crditos, nunca podendo a reteno total

    exceder o limite de 25 % do valor do pagamento a efetuar.

  • 46

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    3.4 Lei dos compromissos e pagamentos em atraso

    3.4.1. A Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso LCPA17 A LCPA constitui a abordagem portuguesa a um modelo de gesto de compromissos enquadrado

    num modelo de gesto oramental alinhado com um modelo de gesto de tesouraria preconizado pelo

    Fundo Monetrio Internacional18

    e Banco Mundial, cujos princpios tm vindo a ser adotados em

    mltiplos pases numa tica de garante do equilbrio oramental.

    No caso portugus, ao invs de uma adoo de um modelo preditivo de tesouraria (receita e

    despesa) num horizonte temporal de 12 meses, deslizante ms a ms e mantendo sempre o intervalo de

    12 meses, complementado com um quadro plurianual, optou-se por um quadro mais restritivo, numa

    janela temporal de receita de 3 meses, criando um mecanismo de antecipao de meses posteriores

    para casos excecionais a autorizar pelo Ministro das Finanas.

    3.4.2. Os objetivos da LCPA A Lei dos Compromissos e Pagamentos (LCPA) em atraso introduz uma alterao de princpio de

    avaliao ex ante da futura capacidade de vir a ter capacidade de pagar no momento que antecede a

    contratualizo.

    Assim, pretende-se com a LCPA obviar o crescimento de dvida (passivos) que se venha a traduzir

    em pagamentos em atraso e dfice, sujeitando a execuo oramental prvia existncia de tesouraria.

    De uma forma esquemtica podemos sintetizar os principais objetivos da LCPA no diagrama que se

    segue:

    17 LCPA- lei 8/2012, de 21 de fevereiro.

    18 Vide a propsito Treasury Single Account: Concept, Design, and Implementation Issues

    http://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2010/wp10143.pdf e Treasury Reference Model

    http://www1.worldbank.org/publicsector/pe/trm.pdf

    http://siteresources.worldbank.org/EXTFINANCIALMGMT/Resources/313217-1196229169083/4441154-

    1196275288288/4444688-1196371176805/TreasuryReferenceModelpp1108.pdf.

    http://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2010/wp10143.pdfhttp://www1.worldbank.org/publicsector/pe/trm.pdfhttp://siteresources.worldbank.org/EXTFINANCIALMGMT/Resources/313217-1196229169083/4441154-1196275288288/4444688-1196371176805/TreasuryReferenceModelpp1108.pdfhttp://siteresources.worldbank.org/EXTFINANCIALMGMT/Resources/313217-1196229169083/4441154-1196275288288/4444688-1196371176805/TreasuryReferenceModelpp1108.pdf
  • 47

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    Impedir contratualizar para alm da capacidade depagamento

    Antecipar o controlo da fase de pagamentos para omomento da obrigao contratual (compromisso)

    Impedir aumento de pagamentos em atraso

    Introduzir controlo em antecipao de dvidas,impedindo o crescimento de:

    PASSIVO Contas apagarPagamentos

    em atraso

    Figura 15 Objetivos da LCPA

    3.4.3. O conceito dos Fundos Disponveis

    Os fundos disponveis consistem numa previso de tesouraria dada por uma janela temporal de

    receita a 3 meses, sendo calculados numa base mensal (no incio de cada ms) e numa forma

    simplificada so compostos por:

    + soma da previso de cobrana numa janela temporal de 3 meses incluindo o prprio ms

    + cobrana efetiva acumulada do ms anterior

    contratos (compromissos assumidos)

    = Fundos Disponveis

    Assim, de uma forma simplificada, e a ttulo de exemplo em janeiro e fevereiro, a frmula de

    clculo sintetiza-se na figura seguinte:

  • 48

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    Figura 16 Clculo de Fundos Disponveis

    Ou seja, no caso do exemplo, embora se tenha uma dotao oramental de 1200, em Janeiro o

    mximo que se pode contratualizar 180. Em fevereiro, caso no se tivesse comprometido nada, os

    Fundos Disponveis seriam dados por 30 + 50 + 150 + Receita Cobrada em janeiro.

    Os Fundos Disponveis passam a constituir um limite ao exerccio do direito de apropriao

    consagrado na Lei de Bases de Contabilidade em sede da execuo corrente, no sentido em que o limite

    para a contratao se fica no valor dos Fundos Disponveis e no na Dotao Oramental Disponvel19

    .

    Nos termos da Lei 8/2012 os Fundos disponveis constituem uma previso de tesouraria dada

    pela soma de vrias parcelas, conforme abaixo discriminado.

    19 A Dotao Oramental Disponvel corresponde a: dotao corrigida, lquida de cativos e de consumos

    dados pelos respetivos cabimentos; a dotao corrigida dada pela dotao inicial corrigida das alteraes

    oramentais ao longo do ano.

    M A M Jn Jl A S O N D J F J F

    Dotao: 1200

    Previso dereceita

    50 100 30 150 130 130 90 ...

    FDJ=

    FDF=SaldoJ +30+50+150

    SaldoJ = CobranaJ - ComprJ

  • 49

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    (*) redao dada pelo DL 127/2012, em interpretao do texto da Lei 8/2012

    Notas: SI Servios Integrados (conforme Lei 8/90, Lei 37/2013 e Lei 3/2004 e Lei 4/2004) SFA Servios e Fundos Autnomos (conforme Lei 8/90, Lei 37/2013 e Lei 3/2004 e Lei 4/2004) EPR Entidades Pblicas reclassificadas (conforme n5 do art 2 da Lei 27/2013)

    Nota: nos termos do art 172 Lei 66-B/2012, altera-se a Lei 8/2012 passando a no limitar o

    clculo dos Fundos Disponveis ao ano econmico 4 Para os fundos disponveis previstos nas alneas

    a), b) e d) do n. 1 no releva o ano econmico. Esta determinao implica que em novembro se pode

    considerar estimativa de receita de janeiro e em novembro de fevereiro. Contudo, o oramento do ano

    seguinte no est ainda aprovado, pelo que se estar a operar com puras previses. Por outro lado, a lei

    omissa quanto incluso de compromissos dos meses de janeiro e fevereiro, mas parece bvio inferir

    que os compromissos com caratersticas do n. 2 do art 8 do Decreto-Lei 127/2012 devem ser

    considerados no clculo de Fundos Disponveis, bem como a previso de compromissos a transitar (sem

    pagar) nas mesmas condies, e ainda os compromissos de anos futuros que devam consumir

    oramento do ano seguinte.

    A possibilidade de utilizao de previso de receita a 3 meses limitada na situao de existirem

    pagamentos em atraso no conceito LCPA, nos termos do art 8:

    Fundos disponveis - verbas disponveis a muito curto prazo, que incluem, quando

    aplicvel e desde que no tenham sido comprometidos ou gastos:

    a) A dotao corrigida lquida de cativos, relativa aos trs meses seguintes;

    b) As transferncias ou subsdios com origem no Oramento do Estado, relativos aos trs

    meses seguintes;

    c) A receita efetiva prpria que tenha sido cobrada ou recebida como adiantamento;

    d) A previso da receita efetiva prpria a cobrar nos trs meses seguintes;

    e) O produto de emprstimos contrados nos termos da lei;

    f) As transferncias ainda no efetuadas decorrentes de programas e projetos do Quadro de

    Referncia Estratgico Nacional (QREN) [e de outros programas*] estruturais, cujas

    faturas se encontrem liquidadas e devidamente certificadas ou validadas;

    g) Outros montantes autorizados nos termos do artigo 4.

    Para EPR

    Margem de gesto

    Autorizao pelo MEF

    Para SI

    Tipicamente SFA

  • 50

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    3.4.4. Caso prtico de clculo de Fundos Disponveis

    Em termos prticos veja-se o seguinte exemplo adaptado de Gesto Oramental &

    Contabilidade Pblica; PINTO, Ana Calado; SANTOS, Paula Gomes dos, MELO, Tiago Joanaz de, 2013,

    ATF:

    Existem as seguintes informaes relativamente empresa ABC, entidade pblica reclassificada,

    data de 30 de Setembro de 2012:

    Figura 17 Exemplo para clculo

    Artigo 8.

    Entidades com pagamentos em atraso

    1 No caso das entidades com pagamentos em atraso em 31 de dezembro de 2011, a previso

    da receita efetiva prpria a cobrar nos trs meses seguintes prevista na subalnea iv) da alnea f)

    do artigo 3. tem como limite superior 75 % da mdia da receita efetiva cobrada nos dois

    ltimos anos nos perodos homlogos, deduzida dos montantes de receita com carter pontual

    ou extraordinrio.

    ()

    3 3 As entidades que violem o disposto no artigo 7. da presente lei [em qualquer momento,

    apresentem um aumento dos pagamentos em atraso]:

    a) No podem beneficiar da utilizao da previso da receita efetiva prpria a cobrar nos trs

    meses seguintes para efeitos de determinao dos fundos disponveis definidos na alnea f)

    do artigo 3.;

    b) Apenas podem beneficiar da aplicao da exceo constante do n. 1 do artigo 4. mediante

    prvia autorizao do membro do Governo responsvel pela rea das finanas.

    Fundos

    disponveis

    estimados 2012

    Acumulado a

    Setembro

    Outubro Novembro Dezembro Total

    Receitas efetivas 1.400.000 150.000 230.000 210.000 1.990.000

    Receitas

    extraordinrias

    7.500 30.000 0 12.000 49.500

    1.407.500 180.000 230.000 222.000 2.039.500

    Receitas efetivas 2010 2011

    Outubro 105.000 95.000

    Novembro 125.000 125.000

    Dezembro 70.000 62.000

    300.000 282.000

    Receitas

    extraordinrias

    2010 2011

    Outubro 0 0

    Novembro 0 750

    Dezembro 425 0

  • 51

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    Estando-se a calcular Fundos Disponveis a 30 de Setembro para vigorarem em Outubro atente-

    se as seguintes situaes.

    1) No caso dos pagamentos em atraso crescerem, como nos termos do art 8 no se podem

    utilizar previses de receita, os FD so dados pelos valores cobrados at data de 30 de

    setembro, logo 1.407.500

    2) No caso de existirem pagamentos em atraso, mas que no cresam, o valor de previso de

    receita da janela temporal de 3 meses fica limitados ao mximo de 75% da mdia dos 12

    meses dos anos homlogos, abatidos das extraordinrias, pelo que os FD sero o menor

    valor da previso a 3 meses sem receitas extraordinrias, ou 75% da mdia da soma dos 3

    perodos homlogos, i.e., 0,75*(300+282)/2 = 218,25

    Nos termos da LCPA constituem pagamentos em atraso as dvidas em atraso h mais de 90 dias a

    contar da data de vencimento, i.e., para uma dvida que vence a 30 dias, s considerada em atraso

    quando por pagar h mais de 120 dias.

    3.4.5. Regras de assuno de compromissos Nos termos da Lei Oramental geral e da LCPA em especfico, um compromisso deve ser

    assumido pelo seu valor integral. Contudo, para efeitos da LCPA permite-se que de forma a no onerar

    excessivamente os Fundos Disponveis, no caso de despesas recorrentes e continuadas como os

    vencimentos e eletricidade, gua, o registo de compromisso oneram (consomem) os FD exclusivamente

    com o consumo/pagamento.

    Artigo 3.

    Definies

    Para efeitos da presente lei, consideram -se:

    e) Pagamentos em atraso as contas a pagar que permaneam nessa situao mais de 90

    dias posteriormente data de vencimento acordada ou especificada na fatura, contrato, ou

    documentos equivalentes.

  • 52

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    Assim sendo, requerendo-se celebrar um contrato que no caiba nos FD, e no se possa aplicar a

    regra do n 2 do art 8 acima referida, a nica alternativa solicitar a antecipao de Fundos ao

    Ministro das Finanas (ou correspondente noutros subsetores ou entidades a quem a lei tenha criado

    excees).

    3.4.6. Os casos excecionais A LCPA permite nos termos do Decreto-Lei 127/2012 a assuno de compromissos sem saldo de

    Fundos Disponveis, com regularizao a posteriori em situaes excecionais:

    Artigo 8. Decreto-Lei 127/2012

    Regras relativas assuno de compromissos

    1. A assuno de compromissos no mbito dos contratos com durao limitada ao ano civil,

    independentemente da sua forma e natureza jurdica, deve ser efectuada pelo seu valor

    integral aquando da outorga do respectivo contrato, emisso da ordem de compra, nota

    de encomenda ou documento equivalente.

    2. Independentemente da durao do respetivo contrato se o montante a pagar no puder

    ser determinado no momento da celebrao do contrato, nomeadamente, por depender

    dos consumos a efetuar pela entidade adjudicante, a assuno do compromisso faz-se

    pelo montante efetivamente a pagar no perodo de determinao dos fundos

    disponveis.

    3. Independentemente da durao do respetivo contrato se o montante a pagar no puder

    ser determinado no momento da celebrao do contrato, nomeadamente, por depender

    dos consumos a efetuar pela entidade adjudicante, a assuno do compromisso faz-se

    pelo montante efetivamente a pagar no perodo de determinao dos fundos

    disponveis.

    Artigo 9 DL 127/2012

    Despesas urgentes e inadiveis

    Nas despesas urgentes e inadiveis, devidamente fundamentadas, do mesmo tipo ou

    natureza cujo valor, isolada ou conjuntamente, no exceda o montante de 5000 euros, por ms, a

    assuno do compromisso efetuada at s 48 horas posteriores realizao da despesa

    Nas situaes em que estejam em causa o interesse pblico ou a preservao da vida

    humana, a assuno do compromisso efetuada no prazo de 10 dias aps a realizao da

    despesa.

  • 53

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    3.4.7. Os compromissos plurianuais Os compromissos plurianuais so aqueles que tm execuo em mais do que um ano econmico,

    conforme determina a LCPA.

    Contudo, mantm-se em vigor e sem conflituar a determinao nos termos do Decreto-Lei

    197/99, de 8 de junho, nos termos do art 22 ainda em vigor conforme consta do Decreto-Lei 18/2008,

    com a determinao de exigncia de autorizao pelo Ministro das Finanas e Ministro da Tutela por

    Portaria conjunta de despesa em mais do que um ano econmico. Indica este artigo as condies de

    exceo. Assim, um compromisso mesmo que sem execuo financeira no presente ano mas com

    execuo no subsequente plurianual. Alis, esta questo insere-se no princpio de Anualidade do

    oramento consagrada no art 105 da CRP e art 4da LEO.

    Um compromisso plurianual tem assim previamente que ser registado no SCEP (Sistema Central

    de Encargos Plurianuais) da DGO para obter uma autorizao que tem que ser pedida formalmente ao

    Ministro das Finanas, via DGO, e que sendo concedida altera o estado na aplicao SCEP podendo

    prosseguir um compromisso plurianual.

    Nos termos do DecretoLei 127/2012 que regulamenta a LCPA, um compromisso plurianual est

    ainda sujeito ainda s seguintes obrigaes:

    Artigo 3.

    Definies

    Para efeitos da presente lei, consideram -se:

    b) Compromissos plurianuais os compromissos que constituem obrigao de efetuar

    pagamentos em mais do que um ano econmico;

    Artigo 10 Compromissos plurianuais

    1. A autorizao prvia do membro do Governo responsvel pela rea das finanas a que se

    refere a alnea a) do n. 1 do artigo 6. da LCPA efetuada nas situaes em que a

    assuno de compromissos plurianuais depende de portaria de extenso de encargos,

    mediante aprovao e assinatura desta portaria ou do ato de excecionalmente a que se

    refere o n. 7 do artigo 22. do Decreto-Lei n. 197/99, de 8 de junho

    2. Nas situaes que no se encontram previstas no nmero anterior, a autorizao para

    assuno de encargos plurianuais, a que se refere a alnea a) do n. 1 do artigo 6. da

    LCPA, por parte dos membros do Governo responsveis pela rea das finanas e da tutela

    pode ser dada mediante despacho genrico conjunto ou individual

  • 54

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    3.5 Regras para autorizao de pagamento No que respeita autorizao de pagamento, h que assegurar no processo de liquidao a

    verificao da legalidade processual e dos documentos. Sendo da responsabilidade do dirigente mximo

    assegurar (nos termos do art 45 da LEO) o Sistema de Controlo Interno do organismo e por inerncia

    da legalidade, e de cada dirigente no seu exerccio contribuir para a mesma, crucial que os

    procedimentos de controlo criados no mbito da execuo de despesa garantam a quem autoriza

    (assina) pagamentos o cumprimento de:

    3. Exclui-se do mbito de aplicao do n. 1 do artigo 6. da LCPA a assuno de

    compromissos relativos a despesas com pessoal independentemente da natureza do

    vnculo.

    1) Assegurar todas as fases do ciclo da despesa at ao pagamento

    a) Contratao (cumprimento do CCP) e

    b) Execuo contabilstica (regras da contabilidade pblica oramental, POCP e LCPA);

    2) Bens ou servios recepcionados e conformes (conferncia fsica);

    3) Conferncia da factura:

    a) Verificar a validade da fatura (validade fiscal nos termos do CIVA e legal, designadamente

    no caso de outros documentos que determinam obrigaes de pagamentos como Guias

    de reposio ou ouros)

    b) Verificar a validade contratual e com os bens rececionados (guia de remessa registada

    aquando da receo);

    4) Assegurar a correspondncia entre o valor do compromisso e o valor da fatura (fatura

    conforme condies de faturao e pagamento contratual);

    5) Competncia prpria ou delegada;

    6) Segregao de funes (nos termos do art 42 da LEO e delegao de competncias);

    7) Disponibilidade de tesouraria;

    8) Situao regular com Segurana Social e fisco.

    (o incumprimento administrativo-financeiro acarreta responsabilidade financeira)

  • 55

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    Bens Direitos

    (a receber)

    Patrimnio

    Obrigaes

    (a pagar) + -

    Refira-se no caso da validao das condies de regularidade com a Segurana Social e fisco que

    no caso de no cumprimento, querendo o fornecedor receber procede-se ao pagamento efetuando as

    devidas retenes, conforme consta do art 31.-A aditado ao Decreto-lei 155/92 pelo Decreto-lei 29

    A/2011.

    3.6 Regras de gesto patrimonial No mbito da gesto corrente, a gesto patrimonial assume uma expresso cada vez mais

    relevante na tica de uma boa gesto dos recursos escassos e avaliao da sua aplicao. Recordam-se

    de seguida alguns conceitos fundamentais para os quais de dar especial relevo s especificidades da

    Administrao Pblica.

    3.6.1. O Patrimnio e o Balano De uma forma muito sinttica, o patrimnio de uma entidade tem a seguinte composio:

    Figura 18 O Patrimnio conceito

    Os bens e direitos constituem Ativos, isto bens ou direitos cujo uso deve gerar um benefcio

    econmico (no caso da Administrao Pblica podemos tornar o conceito mais abrangente a benefcios

    econmico-sociais). As obrigaes constituem Passivos, i.e., dvidas cuja contrao deve orientar-se

    criao de condies para gerar benefcios econmicos.

  • 56

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    Activo Um activo corresponde a

    um recurso controlado

    pela entidade, resultante

    de acontecimentos

    passados e do qual se

    espera que fluam

    benefcios econmicos

    futuros

    Patrimnio

    Passivo Um passivo uma

    obrigao presente da

    entidade proveniente de

    acontecimentos

    passados, cuja

    liquidao se espera que

    resulte num exfluxo de

    recursos da entidade

    que incorporam

    benefcios econmicos.

    Imobilizaes -classe 4

    Existncias -classe 3

    Terceiros -classe 2

    (direitos)

    Disponibilidades -classe 1

    Fundo Patrimonial -classe 5 Resultado do

    exerccio -classe 8

    Terceiros -classe 2 (obrigaes)

    Bens ou direitos sobre terceiros

    Inicial - valores colocados pelos scios ou

    accionistas na Empresa

    Obrigaes para com terceiros

    Adquiridos - distribuio dos

    lucros/prejuzos pelos detentores de capital

    e pelas reservas

    ACTIVO = CAPITAL PRPRIO + PASSIVO

    BALANO

    Resultados

    ACTIVO FUNDOS PRPRIOS

    PASSIVOS

    Figura 19 O Patrimnio

    O Patrimnio representa-se num mapa que demonstra a posio financeira da entidade em cada

    momento, i.e., uma expresso do patrimnio em termos de valor e da sua composio.

    Esquematicamente representa-se da seguinte forma20

    :

    Figura 20 O Balano

    20 Ver estrutura de Mapa oficial constante do POCP Decreto-Lei 232/97, de 3 de setembro.

  • 57

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    Imobilizaes -classe 4

    bem unitrio oupor lote

    valor deaquisio ouconstruo

    valor dedepreciao

    valor atual estado deconservao

    restries deuso

    obrigaesassessrias,a e deterceiros

    direitos em propriedadealheia

    Motivo deabate

    Responsvel Afecto aque uso

    No mbito da avaliao da informao que concorre para o Balano, primordial focarmo-nos

    nas situaes especficas da Administrao, como sejam as apresentadas de seguida.

    Gesto de Inventrio:

    No mbito da gesto do Inventrio d-se desde j especial relevo gesto da boa ocupao dos

    imveis, requerendo-se um bom conhecimento da posse e titularidade dos bens em uso, nvel de

    afetao, estado de conservao, de forma a poder tomar decises sobre a sua gesto. Estes aspetos

    so tambm uma realidade para outros bens do imobilizado, designadamente bens mveis (consultar

    conceitos no POCP).

    No caso do Inventrio de Imobilizado, composto tanto por bens mveis como imveis, essencial

    a gesto da informao das fichas de imobilizado, que permitem conhecer no s valores globais por

    tipologia de bens, mas tambm o valor e caratersticas especficas de cada bem.

    A ttulo de exemplo indica-se tipologias de informao que deve ser associada aos bens imveis

    (independentemente das mltiplas obrigaes legais, designadamente constantes do CIBE21

    ), de forma a

    promover a sua melhor gesto:

    Figura 21 Estrutura de informao a associar s fichas de imobilizado

    Bens em uso cuja propriedade alheia:

    controlar que no se altera o fim pelo qual nos foi cedida a utilizao, assegurar clusulas

    contratuais como manuteno dos mesmos, cujo incumprimento obriga devoluo dos

    bens;

    registo do custo de manuteno de bens alheios em uso / deciso sobre a manuteno

    dos mesmos ou sua devoluo ao proprietrio, ou outras como obras de manuteno e

    reparao

    Gesto de bens cuja propriedade nossa mas cujo uso cedido a outrem

    controlo de obrigaes de cumprimento de fim especfico e cuidados de manuteno e de

    eventual situao de sublocao ou outras;

    21 CIBE Cadastro e Inventrio dos Bens do Estado Portaria 671/2002, 2 srie, de 17 de abril.

  • 58

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    Existncias -classe 3

    Tipo debem

    quantidadeem armazm

    valor emarmazm

    localizao Quebra em quantidade

    Quebraem valor

    Motivo dequebra

    Gesto dos edifcios em funo dos dados informativos que se podem associar s fichas de

    imobilizado;

    Gesto do espao ocupado face reduo de funcionrios ou avaliao de sub ou sobre

    uso de equipamentos e adequao do mesmo

    O valor das amortizaes e depreciaes em determinados bens (reconhecimento da perda

    de valor dos bens pelo perodo de uso) d uma indicao de necessidade de substituio,

    interveno ou reparao quando o seu valor contabilstico tende para zero, ajudando ao

    planeamento oramental, designadamente em situaes que se exemplificam:

    Equipamentos informticos;

    Equipamentos com alto grau de tecnologia (por exemplo equipamentos laboratoriais);

    Equipamentos de ar condicionado;

    Telhados (manuteno);

    Limpeza de fachada;

    Cornijas e algerozes;

    Manuteno e pintura de portas e janelas;

    Instalaes eltricas;

    Canalizao.

    A ttulo de exemplo indicam-se tipologias de informao que devem ser associadas aos bens

    armazenveis, de forma a promover a sua melhor gesto:

    Figura 22 Estrutura de informao a associar s fichas de existncias

    O bom conhecimento das existncias em armazm e seu valor, bem como controlo das razes de

    quebras, essencial no processo de gesto de compras e distribuio. Permite por exemplo perceber

    que compras em excesso de papel guardado num armazm hmido gerando deteriorao e quebra

    pode traduzir uma perda maior que a poupana por comprar grandes quantidades.

    No mbito do controlo de inventrios deve ainda ter-se em ateno:

    Contas correntes bancrias

    Desde que a contabilidade esteja assegurada em tempo real, com uma correta gesto das

    datas de vencimento, e mantendo reconciliaes bancrias dirias, a contabilidade

    permite tambm uma expresso em tempo real da tesouraria do muito curto prazo.

  • 59

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    Proveitose

    Ganhos(por naturezas)

    DEMONSTRAO DE RESULTADOS

    Custos e

    Perdas (por naturezas)

    Resultados

    Contas correntes de terceiros

    Quanto se tem a receber, em cada data, por cliente ou de forma agregada;

    o Quanto se tem a pagar, em cada data, por fornecedor ou de forma agregada.

    A gesto da conta corrente permite uma gesto e tesouraria previsional j com datas de

    vencimento certas

    gesto e negociao das condies de faturao e pagamento, tanto na contratao

    pblica como na venda de bens e servios,

    Cumprimento do impedimento de aumentar pagamentos em atraso ao abrigo da LCPA

    Assegurar uma correta previso das receitas, face obrigao de correo da previso

    da receita no mbito da LCPA.

    3.6.2. A Demonstrao de Resultados (DR) e os indicadores de

    eficincia

    De uma forma simplista, a Demonstrao de Resultados (DR) constitui-se como a conta de

    explorao do organismo, incluindo resultados operacionais e no operacionais, ou de outra forma um

    mapa sntese da variao do patrimnio de uma entidade num dado perodo (tipicamente o ano

    econmico) por conta dos consumos e rendimentos (vide composio no POCP).

    Enquanto o Balano expressa a composio e valor do Patrimnio, a DR composta pelos

    rendimentos gerados pela atividade da entidade e pelos consumos de recursos (custos recursos

    sacrificados em prol da atividade de Misso), que vo desde a eletricidade aos valores dos custos com

    pessoal.

    Fonte: Gesto Financeira Pblica (contedos de elearning), 2010

    Figura 23 A Demonstrao de Resultados (DR)

  • 60

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    Balano Demonstrao dos Resultados

    ACTIVO

    PASSIVO

    Resultado Lquido

    PROVEITOS E

    GANHOS

    Classe 7

    CUSTOS E

    PERDAS

    Classe 6

    RESULTADOS Classe 8

    FUNDOS PRPRIOS

    Resultado Lquido

    A DR justifica assim a variao do patrimnio decorrente do consumo de recursos e dos

    rendimentos gerados na atividade. Se os rendimentos so superiores aos custos temos lucro, se

    inferiores temos prejuzo.

    Em termos de equilbrio entre o Balano e a DR, o resultado (lucro ou prejuzo) estabelece o

    equilbrio entre os dois mapas.

    Fonte: Gesto Financeira Pblica (contedos de elearning), 2010

    Figura 24 Equilbrio entre Balano e DR

    No caso de uma entidade depender de receitas do Oramento de Estado ou de um servio

    central, os rendimentos (proveitos) correspondem integralmente ao valor transferido, pelo que no

    possvel efetuar anlises de rentabilidade. Nestes casos, a informao de custos dever ser imputada

    atravs de estruturas coletoras de custos (por exemplo centros de custo) e usada na criao de

    indicadores de eficincia conforme proposto no Guia de Introduo Gesto de Recursos Oramentais e

    Materiais22

    .

    3.6.3. Os mapas de execuo oramental

    Em sede de avaliao de equilbrios, ainda relevante manter a avaliao dos mapas tradicionais

    de controlo de execuo de despesa e receita e aferir os equilbrios entre os mesmos.

    22 Ver a propsito o captulo sobre indicadores de referncia no GIGROMT.

  • 61

    Regras de gesto: execuo e acompanhamento

    Quanto faltagastar?

    Quanto faltapagar?

    Apresentam-se de seguida os principais mapas de prestao de contas e controlo, devendo

    complementarmente ler-se o constante sobre os mesmos no POCP (Decreto-Lei 232/97 de 3 de

    setembro).

    Fonte: POCP DL. 232/97, de 3 de setembro

    Figura 25 Mapa de execuo oramental de Despesa

    No mbito dos principais indicadores de execuo do ciclo da despesa, relevante que a fase do

    cabimento no conta do mapa oficial (acima representado), sendo contudo de toda a relevncia a sua

    avaliao em sede de mapas de gesto corrente. As primeiras colunas expressam as classificaes

    oramentais de despesa de acordo com a estrutura constante da densificao do princpio da

    especificao, conforme resumido na figura 9 do captulo 2.2. As restantes colunas