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Vale do Jerte Rede Natura 2000 Paisagem Cultural

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El Valle del Jerte es una comarca natural situada en el extremo noreste de la provincia de Cáceres, en la vertiente sur de la sierra de Gredos, y enmarcado al norte por la provincia de Ávila y el cacereño valle del Ambroz y al sur por la comarca de La Vera y Plasencia. De forma rectangular, la comarca queda perfectamente definida por el relieve que la circunda, pues se trata de un valle abierto por el que discurre el río Jerte en su zona más baja, flanqueado a ambos lados por las recias y protectoras sierras de Tormantos y Traslasierra. El relieve es protagonista de excepción, pues con 40 kilómetros de longitud, unos 10 de anchura y altitudes entre los 350 y 2.400 metros, el Valle del Jerte es fácilmente visible en cualquier mapa e incluso en las actuales fotografías desde satélite.

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Vale do JerteRede Natura 2000

Paisagem Cultural

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R E D E N A T U R A 2 0 0 0P R O J E C T O R E T Ow w w . r e t o e u r o p e . c o mA Rede Natura 2000 é uma rede ecológica europeia de

áreas de conservação da biodiversidade. É composta por

Zonas Especiais de Conservação designadas em confor-

midade com a Directiva Habitat, bem como Zonas de Es-

pecial Protecção para Aves, estabelecidas ao abrigo da

Directiva Aves. O seu objetivo é garantir a sobrevivência a

longo prazo das espécies e dos habitats mais ameaçados

da Europa, ajudando a parar a perda de biodiversidade

causada pelo impacto negativo das actividades humanas.

É o principal instrumento para a conservação da natureza

na União Europeia.

O Projecto de Cooperação Rede Espaços de Turismo de

Observação na Rede Natura 2000 (RETO), é constituído

por 30 territórios em 7 comunidades Autónomas (Aragão,

Castela La Mancha, Castela e Leão, Cantábria, Catalun-

ha, Extremadura e Navarra), dos quais 12 territórios co-

rrespondem à Extremadura.

O projecto pretende dotar os territórios rurais de um

planeamento estratégico a partir dos princípios partici-

pativos, cooperativos e sustentáveis para a valorização

socioeconómica dos valores da RN2000 através de activi-

dades de turismo de observação da natureza.

Edita: Sociedade para a Promoção e Desenvolvimento do Vale do Jerte- Outubro 2010Design e Produção gráfica: e.comdiseñoTextos: Javier Prieta / SoprodevajeFotos: Soprodevaje / José A. Marcos / A. Aparicio / Javier Prieta / Luis Carlos / Chelo S. Bardón.

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0. Introdução.............................................. 04

1. Espaços naturais protegidos.......................06

2. Rede fluvial do Jerte...............................08

3. Bosques autóctones................................12

4. Paisagem cultivada.................................14

5. Aves.........................................................18

6. Vegetação singular................................20

7. Miradouros do vale................................. 22

8. Alta montanha............................................ 24

ÍNDICE

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APRESENTAÇÃO

O Vale do Jerte é uma região natural localizada no extremo Nordeste da província de Cáceres, na encosta Sul da Serra de Gredos, e emoldurado ao Norte pela província de Ávila e o Vale do Ambroz e a Sul pela região de La Vera e Plasencia. De forma rectangular, a região é bem definida pelo relevo que a circunda, porque é um vale aberto por onde serpenteia o Rio Jerte na sua área mais baixa, ladeado de ambos os lados pelas imponentes e protectoras serras de Tormantos e Traslasierra. O relevo é o protagonista de excepção, porque, com 40 quilómetros de comprimento, cerca de 10 de largura e altitudes entre os 350 e os 2400 metros, o Vale do Jerte é facilmente visível em qualquer mapa e mesmo nas actuais fotografias de satélite.

Além de uma região natural, o Vale do Jerte, destaca-se pela sua coerência, a partir de diferentes pontos de vista: Administrativo, com uma Mancomunidade formada por onze municípios (Barrado, Cabezuela del Valle, Cabrero, Casas del Castañar, El Torno, Jerte, Navaconcejo, Piornal, Rebollar, Tornavacas e Valdastillas.) onde vivem cerca de 12.000 habitantes; Económico: (cooperativismo agrário, associações de empresas de turismo e PME); Social: (Associações de mulheres, jovens, 3ª idade, caminhadas,...). Esta interligação torna-se ainda mais palpável com a integração de todos estes agentes na Sociedade para a Promoção e Desenvolvimento do Vale do Jerte (SOPRODEVAJE), que é o Grupo de Acção Local que tem vindo a trabalhar para o desenvolvimento integral da região há mais de 20 anos.

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Vista do Vale em flor a partir de Tornavacas

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A paisagem jerteña é obra da natureza, mas também da actividade secular do homem. O Clima e o relevo são, desde o início, os grandes construtores da paisagem. Por um lado, a orientação Sudoeste, favorece a abundância de chuva. Por outro lado, os altivos cumes da Serra de Gredos, protegem dos ventos do Norte e temperam o Inverno, além de refrescarem no Verão. Esta variedade de orientações e altitudes permite o desenvolvimento de vários ecossistemas: bosques ribeirinhos, carvalhais, mato e pastos de alta montanha. Sobre esta base, os povoadores do vale deixaram uma marca indelével no território, criando um mosaico de prados e cultivo de cerejeira, castanheiro e oliveira.

O Vale do Jerte abriga, hoje em dia, a maior biodiversidade da Extremadura: 150 espécies de aves, 15 de anfíbios, 23 de répteis, 56 de mamíferos e centenas de plantas e invertebrados, entre estes, mais de 100 espécies de borboletas. Fruto lógico de toda esta riqueza é a protecção jurídica de quase toda a região, porque 95% da Mancomunidade do Vale do Jerte faz parte da Rede Natura 2000 da União Europeia. O equilíbrio entre a agricultura e o meio ambiente, a declaração de uma área natural protegida, a biodiversidade das paisagens da região, entre outros factores, têm sido a chave para a manutenção de um meio natural “Vivo” e bem conservado.

Um dos principais objectivos estratégicos da SOPRODEVAJE é “Valorizar o património, garantindo a biodiversidade”. O desafio como região é converter o valor ambiental em ícone do território, preservar a paisagem agrícola, valorizar a água e o meio ambiente natural, tornando sustentável o binómio cerejeira e biodiversidade.

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ESPAÇOS NATURAIS PROTEGIDOS

O imparável impacto do homem sobre a natureza teve como consequência a protecção daqueles espaços em melhor estado de conservação. O Vale do Jerte possui um valioso património natural onde confluem, de forma pouco clara, duas redes de espaços protegidos, por um lado, a Rede Natura 2000 e por outro a Rede de Espaços Naturais Protegidos da Extremadura (RENPEX).

A Rede Natura 2000 é composta por mais de 25.000 espaços em toda a União Europeia. É constituída por dois tipos de áreas: os Sítios de Importância Comunitária (SIC) e as Zona de Especial

Protecção das Aves (ZEPA). No Vale do Jerte existem quatro espaços da Rede Natura 2000:

1. LIC Serra de Gredos e Vale do Jerte. Por si só protege quase toda a totalidade da região, cerca de 35.000 dos seus 37.200 hectares. As dimensões do SIC são ainda maiores, pois ele engloba todo o sector cacereño de Gredos, além de continuar noutros espaços protegidos de Castela e Leão.

2. LIC Rios Jerte e Alagón. A totalidade do Rio Jerte, tanto no

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Los Sillares. Tornavacas

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interior como no exterior da região do Vale do Jerte, é objecto de protecção.

3. LIC Rio Tiétar. Todo o Rio Tiétar em Cáceres e algumas das suas gargantas estão protegidos, incluindo a jerteña Garganta do Bispo em Barrado.

4. ZEPA Rio e Pinhais do Tiétar. Coincide com o anterior.

Espaços Naturais Protegidos da Rede Extremeña:

1. Reserva Natural da Garganta de los Infiernos. Território de cerca de 7000 hectares no sector Nordeste do vale e incluída no SIC Serra de Gredos e Vale do Jerte.

2. Árvores singulares: Carvalho de Prado Sancho (Cabezuela del Valle), Carvalho Grande de La Solana (Barrado) e Castanheiros de Casas del Castañar (Escondelobo e mais 4). Além disso estão muito próximos o Carvalho do Acarreadero (Cabezabellosa) e a Bétula de Puerto de Honduras (Gargantilla).

Reserva Natural Garganta de los Infiernos Este espaço natural destaca-se, além da sua fauna e flora, pela sua atraente paisagem, com variações de altitude que oscilam entre os 600 e os quase 2400 metros. Devido a estas variações de altitude, encontramos três ecossistemas característicos: o bosque ribeirinho, a floresta de folha caduca ou de encosta e, por último, o ecossistema alpino ou de alta montanha, formado por piornais serranos e pastagens alpinas. Toda esta cadeia montanhosa dá origem ao aparecimento de diferentes fluxos e desfiladeiros que desembocam no Rio Jerte: Garganta de San Martín e Garganta de los Infiernos, que recebe a água da Gar-ganta de la Serrá, Asperones e Garganta Chica ou do Collado de las Yeguas. Los Pilones é o ponto de maior atração e visitas da reserva.

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REDE FLUVIAL DO JERTE

Água é vida, e o Vale do Jerte transborda de água e também de vida. Estamos num dos recantos mais chuvosos da Espanha, nalguns anos o mais. O orientação Sudoeste e o alto relevo actuam como um funil que captura as depressões húmidas do Oceano Atlântico. As fortes chuvas que aumentam com a altitude. Deste modo, a precipitação média em áreas baixas do vale situa-se em torno de 800 litros por metro quadrado em média. Nas povoações mais altas, como Tornavacas e Piornal, atingem-se facilmente os

1500 litros, e em algumas ocasiões os 2400 litros por ano e mais de 100 num único dia. Mais para cima, nos cumes, não existem medidas de precipitação, que sem dúvida é ainda maior. Inclusive um especialista afirma que as serras que rodeiam Tornavacas são o lugar mais chuvoso de Espanha.

Este caudal de chuva, uma vez em terra, flui com invulgar rapidez. A natureza selvagem com inclinações íngremes faz descer a água primeiro por vertiginosos desfiladeiros e depois pelo Rio Jerte, receptor final e único. Outra parte desta chuva, ou neve

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nas épocas mais frias, é absorvida e armazenada nos solos dos cumes durante meses. Em seguida, pouco a pouco, será libertada durante a temporada de Verão, mantendo, assim, durente todo o ano, nascentes e fontes de águas frias e cristalinas.

A estrutura da rede fluvial do Valle del Jerte é muito simples, com formato semelhante a uma espinha de peixe. O Rio Jerte, espinha dorsal do vale, percorre formando uma linha central, onde confluem as gargantas que descem perpendicularmente

das serras laterais. O Rio Jerte nasce como uma nascente sob o Risco de La Campana. Em seguida, desce em linha recta atravessando quatro povoações (Tornavacas, Jerte, Cabezuela del Valle e Navaconcejo), não enfrentando obstáculos até à barragem do Jerte, onde as águas formam um lago artificial.

Mais de 25 gargantas, termo local para nomear as torrentes de montanha, situam-se em ambos os lados do rio drenando as águas da serra. Muitas delas, especialmente na metade Norte, retêm água durante todo o ano, apesar de serem curtas, pois apenas

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duas delas ultrapassam os 10 quilómetros de comprimento. A maior é a Garganta de los Infiernos e a segunda a Garganta del Bonal, ambas no lado Sul. Outras gargantas que se destacam são Becedas, Papúos, Buitres e Nogaleas, na margem Norte, e San Martín e Marta na margem Sul. Nelas encontram-se alguns dos locais mais belos do vale, como a cascata do Caozo (Garganta Bonal) ou o Chorerro da Virgem (roteiro Los Pilones).

A humidade constante ao redor dos cursos de água possibilita a existência de um ecossistema único, a vegetação ribeirinha, de grande produtividade biológica. O Rio Jerte está protegido ao longo do seu curso por uma densa e estreita floresta galeria. Aqui dominam os amieiros (Alnus glutinosa), árvores capazes de viver na mesma margem do rio e resistir à ofensiva das inundações. Também nas margens prosperam vários tipos de salgueiros (Salix atrocinerea, S. salvifolia), de porte arbustivo, folhas alargadas e tons oliváceos. Na segunda linha, a uma certa distância da margem, crescem os freixos (Fraxinus angustifolia), de folhas compostas com cor verde clara. Aos três anteriores juntam-se os choupos (Populus), às vezes enormes e de folhas cordiformes, silvestres ou cultivados pelo valor da sua madeira. Por último, os lódãos ou faia-branca (Celtis australis), de casca clara, folhas lanceoladas e raros no resto da Espanha, é uma árvore comum nas margens jerteñas.

A fauna do meio aquático é muito rica e diversa, embora nem sempre fácil de ver. É o caso dos peixes, onde felizmente os leitos jerteños mantêm uma comunidade diversificada de espécies autóctones, sendo expoente claro a truta comum. Mas também

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prosperam barbos, bogas, escalos-do-norte e escalos. Os predadores dos anteriores são a lontra e a cegonha-preta, além do corvo-marinho grande, quase um recém chegado, e a garça real. Não devemos esquecer o rato-de-água, o musaranho (um musaranho aquático), a alvéola-cinzenta, o guarda-rios e, como não, o melro aquático. Ainda mais pequenos e desconhecidos são os insectos, dos quais o Jerte possui uma variedade surpreendente. Aqui é interessante notar a presença de várias libélulas ameaçadas que têm sido objecto de estudos recentes.

Existem na área muitas piscinas naturais no mesmo Rio Jerte em Tornavacas, Jerte, Cabezuela e Navaconcejo ou em Valdastillas na garganta do Bonal. Também pode improvisar um mergulho em áreas mais agrestes do rio ou das gargantas, como o famoso ponto Los Pilones (Garganta de Los Infiernos), na Garganta dos Buitres (no início de puerto de Honduras).

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Chorrero da Virgem

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BOSQUES AUTÓCTONES

O Vale do Jerte é na sua essência uma região com vocação florestal. A vegetação potencial de todo o território, excepto as partes mais altas, é a floresta. Por direito próprio destaca-se o Carvalhal, o mais puro e genuíno estandarte natural do vale. A espécie presente de forma maioritária é o carvalho melojo ou negral (Quercus pyrenaica), uma árvore perfeitamente adaptada às condições do clima e do solo jerteños. Hoje em dia, dependendo do lugar, o carvalhal jerteño estende-se até cerca de 1300 metros de altitude. Em todo o caso, o Vale do Jerte acolhe algumas das melhores representações melojar existentes. Visitá-las não é um problema, uma vez que estão em todas as encostas do vale. Assim, toda a parte sombria de Piornal até puerto de Tornavacas está ocupada por uma faixa contínua de carvalhos, de fácil acesso pelos roteiros pelas gargantas de San Martín, do Infierno ou do Bonal. Na vertente virada para o sol, a menor humidade e maior insolação reduziram um pouco a sua superfície, mas continua a ser abundante desde puerto de Honduras até Tornavacas, com boas representações nas gargantas de Los Buitres e Becedas. Outra excelente mostra de carvalhal está localizada na Serra de San Bernabé, entre Casas del Castañar e Barrado, com roteiros específicos de cada uma das povoações. Na estrada de El Torno para Cabezabellosa pode contemplar espécimes de dimensões excepcionais.

Embora o carvalhal seja essencialmente uma floresta monoespecífica, formada somente por carvalho melojo, existem inúmeros lugares onde aparecem espécimes dispersos ou grupos de castanheiros (Castanea sativa). No passado, o castanheiro ocupou uma grande área do Vale do Jerte. Ao longo dos séculos, o castanheiro foi o principal meio de vida para os

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habitantes do vale, até à chegada de uma doença, a tinta, que varreu quase todos os castanhais. Hoje em dia, os castanhais jerteños têm, quase todos, na sua origem os seres humanos, com dois principais tipos, de acordo com a sua utilização. Por um lado, os castanhais para a produção de madeira, com destaque para o Reboldo de Jerte no início do roteiro para Los Pilones, uma frondosa floresta formada por finas hastes de crescimento que crescem após a época de poda. Por outro lado estão os castanhais para colher castanhas, com árvores maiores, algumas enormes, em pomares cuidadosamente trabalhados ao redor de todas as povoações. Existem exemplares de castanheiros que ainda sobrevivem em locais remotos, como os de Escondelobos, com o seu próprio roteiro que parte de Casas del Castañar.

A fauna do carvalhal é muito variada. Desde os grandes mamíferos, como os javalis e localmente, o veado (entre Piornal e Tornavacas), até aos pequenos roedores. O corço, uma espécie que desapareceu em meados do século XX, começou lentamente a recolonização do vale. São frequentes pequenos carnívoros (raposas, ginetas, fuinhas, texugos, doninhas e gato montês), bem como algumas aves de rapina (águia-calçada, águia-cobreira, abelheiro e milhafre), e uma variedade de médias e pequenas aves (gaio, rouxinol, papa-figos, tentilhão e por aí adiante).

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PAISAGEM CULTIVADAO Vale do Jerte, como quase toda a Europa, tem sido intensamente modelado pela presença humana. Séculos de actividade uniram de forma inseparável homem e natureza e a paisagem actual só pode ser explicada pela intervenção conjunta de ambos. A ocupação humana da região é muito antiga, mas das primeiras e longas fases da pré-história não existem apenas vestígios. Estes aparecem, com as primeiras culturas agrícolas e criação de animais, os vetões autóctones e os romanos mais tarde. A exploração de gado nas áreas mais baixas e mais altas criou muitos dos prados e pastagens que conhecemos agora, mesmo que em parte estejam em processo de abandono e substituição natural por arbustos. O resto do território, o meio das encostas, sempre manteve uma vocação florestal, dominado durante séculos por extensos castanhais. No entanto, por volta ao século XVIII os castanhais foram vítimas de uma implacável doença: a tinta. Depois seguiu-se um período de incerteza, aliviada no século XIX com o surgimento da cultura da cereja, uma actividade que continuou a aumentar até ganhar o protagonismo total no presente.

A cerejeira (Prunus avium) é uma pequena árvore de folha caduca de singular beleza em todas as estações do ano. Passa o Inverno sem folhas, mostrando apenas a sua casca acinzentada. Com a chegada da Primavera acontece a primeira explosão de cores, milhões de flores brancas abrem-se em uníssono em meados de Março e início de Abril, uma vez que as datas variam de ano para ano. Rapidamente, as jovens folhas irão cobrir em poucas semanas todas as árvores, num muito aguardado regresso à vida. Quase que imediatamente, as diferentes variedades de cerejas sucedem-se na sua maturação, sendo o fruto colhido especialmente entre Maio e Julho. É interessante saber os seus

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nomes, tanto das variedades sem pé, as célebres e autóctones picotas, como aquelas com pé, que tendem a ser mais jovens. Entre as picotas, têm denominação de origem as variedades ambrunés, pico colorado, pico negro e as pico limón; enquanto que apenas a navalinda tem essa honra entre as cerejas com pé. Após a colheita, o final do Verão mostra cerejeiras verdes escuras à espera que Outubro e, acima de tudo, Novembro nos proporcionem um novo espectáculo cromático: cerejeiras cobertas de folhas vermelhas, laranjas e amarelas. Não tão conhecido como a floração, mas de semelhante beleza. Em Dezembro, a nudez volta mais uma vez a cada cerejeira.

Apesar da predominância da cerejeira na paisagem jerteña, uma vez que se estima que mais de um milhão de cerejeiras crescem em terras do Jerte, a agricultura local é variada. Entre carvalhos e cerejeiras aparecem oliveiras, únicas árvores que mantêm a sua folhagem no Inverno. É importante ressaltar também outras árvores de fruto, como as figueiras, ameixieiras e, em menor medida, marmeleiros, inclusivamente há laranjeiras e limoeiros. Culturas mais modernas que diversificam ainda mais a produção do vale são as framboesas e kiwis, entre outras. Sem esquecer a colheita de produtos silvestres, como cogumelos, amoras e espargos. Os fungos colhidos principalmente em castanhais e carvalhais, em

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quantidade muito variável de acordo com a quantidade de chuva de cada Outono, são muito apreciados. Tanto como fonte de recursos para a população local, como atração turística. A variedade é enorme, destacando entre os comestíveis os famosos boletos (Boletus edulis e Aereus), a amanita (Amanita caesarea) ou os cantarelos (Chantarellus cybarius).

Em todo o caso, cultivar num vale de inclinação acentuada não é simples. Ao observar os inúmeros terraços ou socalcos é fácil ter-se uma ideia do enorme trabalho desenvolvido ao longo dos séculos, pelos laboriosos agricultores jerteños. A razão de tal esforço é obter pequenas superfícies planas que facilitem o desenvolvimento e o cuidado com as árvores. A manutenção a longo prazo do socalco requer a sua fixação com paredes de pedra, que, dada a natureza chuvosa da área partem-se com facilidade e exigem reparações constantes. Ver e admirar estes terraços é possível em qualquer caminhada pelo vale, sendo recomendável procurar áreas antigas, com socalcos artesanais e normalmente com grandes cerejeiras. A crescente capacidade técnica, que alivia

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os trabalhos mais pesados, também teve o seu efeito negativo sobre a paisagem, pois as novas culturas não costumam necessitar de socalcos tradicionais construídos com pedras.

A união tradicional homem e natureza tem como resultado um enriquecimento da biodiversidade. As paisagens agrícolas precisam da actividade humana para se manterem. O abandono dos campos, tão frequente em toda a Europa, mas a que o Vale do Jerte resiste, é uma fonte de perda de valor natural. Mas também a intensificação da agricultura, com o aumento do uso

de substâncias químicas, caso dos herbicidas tóxicos, tem um efeito insidioso em termos ambientais.

Nas culturas lenhosas jerteñas, a presença da flora e da fauna é tanta como em ambientes totalmente espontâneos, e a coorte de mamíferos e aves presentes é semelhante à dos carvalhos. Mesmo no Inverno, são as parcelas e terraços de cerejeiras e oliveiras as que albergam o maior número de aves migratórias, com muitas espécies que se destacam, caso do tentilhão montez, do Spinus spinus, das toutinegras-de-barrete, da pega, do tordo comum e do ruivo, do bico-grossudo, etc. O caso da oliveira é bem conhecido, pois ao produzir frutos no Inverno transforma-se em despensa vital para a fauna jerteña.

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AVESNo Vale do Jerte estão presentes de forma regular 150 espécies de aves, 120 delas nidificantes, às quais temos de acrescentar outras de aparecimento ocasional. A variação na orientação, relevo e altitude é responsável por essa diversidade. Cada ecossistema mantém as suas espécies exclusivas, especialmente a alta montanha, enquanto outras são muito omnipresentes. Qualquer lugar e época são bons para a observação de aves. É recomendável andar por estradas secundárias e caminhos em bom estado, tanto a pé como lentamente no veículo, fazendo paragens intermitentes.

É interessante aproveitar roteiros marcados que percorrem locais acessíveis, bem preservados e tranquilos. Os locais recomendados para a observação de aves são, de Norte a Sul:

8Puerto de Tornavacas. Contacto entre carvalhal e alta montanha. Destacam-se o picanço-de-peito-vermelho e a cotovia. Passagem Natural de aves migratórias.

8Garganta de San Martín. Caminho de cimento e terra. Aves florestais, também grifos comuns e aves rupícolas na encosta Sul.

8Garganta de los Infiernos. Vários caminhos sinalizados.

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Castanheiros, carvalhal e ambiente ribeirinho. Aves rupestres no Chorrero da Virgem.

8Puerto de Honduras. Estrada mais alta do município. Bosques e alta montanha. Destaca-se o papa-moscas-preto. Um caminho lateral por sinalizar conduz à Garganta Buitrera, interessante para ver aves de rapina.

8Puerto de Piornal. Contacto entre floresta e alta montanha. Pequenos pinhais com espécies diferentes. Um trecho asfaltado e depois de terra conduz à barragem e à Peña Negra, de interesse para aves arbustivas e de montanha.

8Penhascos de Villavieja. Caminho de Cimento por sinalizar. Espectacular rochedo, ideal para aves rupícolas. Boa densidade de aves de rapina florestais.

8Final da barragem do Jerte. Única zona húmeda del valle y fácilmente accesible. Mejor época en otoño e invierno. Cigüeña negra, garzas, cormoranes y limícolas.

8Pontes sobre o Jerte. Mirlo acuático, lavandera cascadeña y martín pescador.

8Povoações. Aves urbanas, como vencejo pálido y colirrojo tizón.

8Culturas de cereja e azeitona. Aves forestales todo el año, son las mejores zonas para ver aves en invierno. Destacan rabilargo, pinzón real y zorzales.

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VEGETAÇÃO SINGULARO Vale do Jerte possui uma riqueza vegetal ainda maior que a fauna. As condições climáticas são ideais para o seu desenvolvimento. O interesse está quer em comunidades vegetais únicas bem conservadas quer em indivíduos excepcionais, as chamadas árvores singulares.

Formações florestais de interesse:

8Teixo. Apenas restam 250 na Extremadura, 90 em partes altas do Vale do Jerte.

8Bétula. Menos de 500 na Extremadura, destacando-se um grupo de 50 em puerto de Honduras, em dois vales ao Norte do cume.

8Azinheiras da Garganta Buitrera (Jerte). Destacam-se pela altitude.

8Carvalho Carballo. Nos soutos do Jerte, dentro dos amiais.

8Lódão. Algumas das melhores formações de Espanha em lugares expostos ao sol entre El Torno e Plasencia. Notáveis pela sua cor verde clara.

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Árvores monumentais. Aqui estão incluídas aquelas legalmente protegidas. O visitante deve ter extremo cuidado, por serem árvores centenárias muito sensíveis. O seu maior problema é a actual afluência de curiosos. Portanto, não as pode trepar, nem pisar à volta do tronco (perturba as suas raízes), nem arrancar folhas, ramos ou casca.

8Cerejeiras simbólicas. Uma na estrada N-110 km 386.4 (Casas del Castañar) e outra na Pousada La Serrana (Piornal).

8Carvalho de Prado Sancho (Cabezuela del Valle). Em puerto de Honduras, perto da sua coroação. Isolado no centro de um prado.

8Carvalho Grande de La Solana (Barrado). Ele é alcançado depois de vários quilómetros pelo roteiro PR-CC-18 que sai de puerto do Rabanillo.

8Castanheiros de Casas del Castañar. Cinco castanheiros, entre os maiores de Espanha, em três lugares próximos unidos por um roteiro específico (SL-CC-35).

8Carvalho do Romanejo ou Acarreadero (Cabezabellosa). Geograficamente no Vale do Jerte, é o maior da Extremadura. Localizado ao lado da estrada que sai de El Torno e protegido por um muro.

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MIRADOUROS RECOMENDADOSO relevo jerteño, sob a forma de um enorme anfiteatro natural, oferece uma grande variedade de locais onde admirar a paisagem. Em qualquer lugar, de certeza que o visitante pode parar para desfrutar de belas vistas panorâmicas, sendo altamente recomendáveis passeios por estradas secundárias no meio da encosta. Na parte Norte estão as que sobem e ligam El Torno e Rebollar, além de puerto de Honduras. No lado Sul, várias estradas chegam a Valdastillas, Cabrero, Casas del Castañar e Piornal. A localidade de Barrado, situada na encosta do Tiétar, estende as perspectivas. Não devemos esquecer a subida para chegar a puerto de Tornavacas. Por se tratar de uma região agrícola com muitas pequenas explorações e num clima muito chuvoso, criou-se uma extensa rede de caminhos agrícolas, muitos deles cimentados, alguns mesmo asfaltados, que irá permitir ao visitante mais independente, encontrar os seus próprios roteiros, isso, para não mencionar que não são estradas, pelo que não costumam aparecer nos mapas.

Miradouros recomendados:

8Puerto de Tornavacas. No extremo Norte. Ponto de visita obrigatória, onde de uma vez se vêem todos as povoações e ecossistemas. Em dias claros vê-se com nitidez todo o vale, até Plasencia e mais além.

8Miradouros nas povoações. Não temos de nos deslocar de algumas localidades para obter uma excelente vista. Dentro de Barrado, Piornal, Casas del Castañar, Cabrero, Valdastillas,

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Navaconcejo, Rebollar e El Torno existem áreas preparadas como miradouro. No entanto, de alguns alojamentos e restaurantes conseguem-se vistas soberbas.

8Subida a El Torno. O Miradouro da Memória. Paragem num grupo escultórico a meio caminho.

8Puerto de Honduras. Durante a subida, cada curva é um excelente miradouro. Uma vez em puerto, abre-se diante de nós a planície do Vale do Ambroz. Em dias claros pode ver a barragem de Gabriel e Galán e as serras Las Hurdes, Peña de Francia, Gata e com sorte a portuguesa Serra da Estrela.

8Puerto de San Gamello. Entre El Torno e Cabezabellosa. Com vistas deslumbrantes da barragem do Jerte e depois sobre a planície do Alagón.

8De Piornal a La Vera. Duas estradas ligam ao município vizinho. Na sua parte mais alta, de alguns pontos tem vistas soberbas sobre grande parte da província de Cáceres. Em dias claros pode-se ver os cumes de Villuercas-Guadalupe, as serrezuelas de Monfragüe e até mesmo, ao Sul, a cidade de Cáceres e a Sierra de San Pedro, e no Oeste, as serras de Cañaveral, Coria e por vezes Portugal.

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ALTA MONTANHAOs altos picos do Vale do Jerte, graças à sua inacessibilidade, preservam uma natureza selvagem. A acção humana é pouco percebida, com excepção do gado no Verão. Pode-se afirmar que a alta montanha se protege sozinha e, excepto montanhistas e pastores, fica à margem da presença e da actividade humana.

Dois mil quatrocentos e um metros (2401), é o número que a marca o tecto da Extremadura, a altitude máxima regional. Este pico tem vários nomes, o correcto é El Torreón, mas o mais habitual nos mapas é pico Calvitero, ponto de união de Cáceres, Salamanca e Ávila. Está localizado a Noroeste de puerto de Tornavacas e é acessível através do Roteiro del Rebeco. Do outro lado de puerto está outro gigante de dimensões semelhantes, apenas dois metros mais baixo, o pico La Covacha de 2399 metros, e o segundo cume extremeño. O seu acesso é por outro roteiro de alta montanha, a Travesía de la Alta Extremadura.

Das duas grandes torres que coroam o vale, descem gradualmente os cordões de Traslasierra, ao Norte, e Tormantos, ao Sul. Na primeira encontram-se os picos de Valdeamor (1850 metros), El Camocho (1825 m.) e Las Calamochas (1490 m., sobre El Torno). Além de ir pé, pode subir até à paisagem de alta montanha por puerto de Honduras, estrada de maior altitude do município. No lado de Tormantos, simetricamente sucedem-se os picos La Panera (1850 m.), Peña Negra (1450 m.), Cerro Bullón (1100 m.)

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Portilla Talamanca. Roteiro El Rebeco-Torreón

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e Villavieja (910 m.). De igual modo, a estrada de Puerto Piornal aproxima-nos da paisagem da montanha, de onde parte um caminho, asfaltado no início, até à barragem de Piornal, muito próximo da Peña Negra.

Descrever estes picos é simples: neve e gelo grande parte do ano, apenas o Verão os liberta do seu manto branco e expõe a sua natureza rochosa. É o “coração de rocha viva”, citado por Unamuno, onde só as pequenas plantas e líquenes sobrevivem. Curiosamente vários desses líquenes também habitam a remota Antártida.

Pela sua geologia, a Serra de Gredos é um gigantesco bloco de granito. A sua origem foi a seguinte: no meio da massa da crosta terrestre formou-se uma enorme bolsa de rocha derretida (magma como nos vulcões), que devido ao movimento das placas tectónicas, subiu à superfície e formou a cordilheira que agora conhecemos. A cinzelagem dos picos, penhascos, desfiladeiros, vales e depósitos deve-se à erosão posterior. Durante milhares de anos, o gelo foi o escultor, a era glaciar deixou excelentes amostras da sua arte natural, os altos picos do vale. Restos de morenas, depósitos e gelifracção sucedem-se em ambos os lados de puerto de Tornavacas.

A vegetação acima do limite das árvores é de extrema simplicidade: prados alpinos nas partes mais altas e abaixo grandes extensões de mato, piorno serrano (Cytisus balansae) na sua maioria, com algumas clareiras de pasto e afloramentos rochosos. Às vezes aparecem as turfeiras, bodonales no idioma local. Locais onde a humidade excessiva impede a degradação da matéria orgânica, a primeira fase da formação do carvão. Lá não conseguem crescer

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arbustos ou árvores, pois o solo é muito pobre, particularmente, em azoto. Por isso aparecem minúsculas plantas carnívoras, de poucos milímetros e cor vermelha, que obtêm o azoto dos insectos que capturam nas suas folhas pegajosas. Em áreas abrigadas a complexidade vegetal aumenta e crescem escassos bétulas, tramazeiras, azevinho e teixos. Mas o mais valioso são os pequenos arbustos, alguns de flores excelentes, que por vezes têm aqui o seu único abrigo em todo o mundo.--

A fauna também é única no contexto extremeño, e especialmente os insectos têm muitas espécies únicas. A fauna de vertebrados é escassa, as condições difíceis não favorecem a abundância, mas a originalidade. Aqui é o único lugar da Extremadura onde procriam, para dar alguns exemplos, a salamandra ou o sapo-Gredos, a lagartixa serrana, o musaranho anão, o rato-branco, a ferreirinha-alpina, a petinha ou o pisco-de-peito-azul. Mas o emblema não é outro senão a cabra montês, a capra hispánica, ungulado exclusivo de Espanha com uma raça própria de Gredos. Depois de há um século atingir o ponto de extinção hoje goza de excelente saúde e há milhares que prosperam no meio destas montanhas, calculam-se mais de 3000 apenas na vertente cacereña.

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PRINCIPAIS CAMINHOS SINALIZADOSROTEIRO 1: (GR 10) Puerto de Tornavacas-Puerto de Honduras.ROTEIRO 2: (GR 110) Cabezuela- GR-100 Vía de la Plata. Navaconcejo.ROTEIRO 3: (PR-CC 1) Carlos V. Tornavacas.ROTEIRO 4: (PR-CC 2) Cerejeira em Flor.ROTEIRO 5: (PR-CC 3) Minas de Wolfrâmio. Tornavacas.ROTEIRO 6: (PR-CC 7) Canchal del Maqui. El Torno.ROTEIRO 7: (PR-CC 8) Garganta la Puria- A. Labradillo. El Torno.ROTEIRO 8: (PR-CC 10) As Judiarias. Cabezuela del Valle.ROTEIRO 9: (PR-CC 15) Caminho Real. De Navaconcejo a Piornal.ROTEIRO10: (PR-CC 18) Carvalhal de la Solana. Barrado.ROTEIRO 11: (PR-CC 24) Eira de São Bernabé. Casas de Castañar.ROTEIRO 12: (SL-CC 13) Gruta de Santiago León. Tornavacas.ROTEIRO13: (SL-CC 16) Cordel do Vale- Cuadrilleros. C. de Castañar.ROTEIRO 14: (SL-CC 22) O convento. Cabezuela del Valle.ROTEIRO 15: (SL-CC 28) Garganta de la Puria. Rebollar.ROTEIRO 16: (SL-CC 29) Ermida de Santa Maria. Tornavacas.ROTEIRO 17: (SL-CC 30) Fonte Regajo. El Torno.ROTEIRO18: (SL-CC 32) Cascata do Caozo. Valdastillas.ROTEIRO19: (SL-CC 33) Garganta Nogaleas. Navaconcejo.ROTEIRO 20: (SL-CC 34) Ponte Garganta de los Papúos. Jerte.ROTEIRO 21: (SL-CC 35) Os Castaños. Casas del Castañar.

ROTEIROS DE MONTANHAA partir de Puerto Tornavacas: El Rebeco / Alta Extremadura / La Covacha / Lagunas de Gredos / Lagunas de Solana e TrampalA partir de Piornal: Serra de Tormantos.

ROTAS BTTROTEIRO 1: Cordel do Vale. Tornavacas.ROTEIRO 2: Pinheiros de Tornavacas. Tornavacas.ROTEIRO 3: Monte Reboldo. Jerte.ROTEIRO 4: Umbría de Cabezuela. Cabezuela del Valle.ROTEIRO 5: Montes Traslasierra. Navaconcejo.ROTEIRO 6: Serra de Tormantos. Casas de Castañar.

MUSEUS E CENTROS DE INTERPRETAÇÃO<Museu da Cereja. Cabezuela del Valle<Centro I. del Agua. 927 472 053. Cabezuela del Valle<C.I. Fauna e Flora Reserva Natural. 927 014 936. Jerte<C. de Reprodução de Salmonídeos. 927 194 165. Jerte. <Museu Sayans. Casas de Castañar.

ESPAÇOS PROTEGIDOS<Reserva Natural de la Garganta de los Infiernos

INFORMAÇÃO TURÍSTICA

Posto de Turismo MunicipalParaje Peñas Albas S/N. Cabezuela del Valle. Tlf. 927 47 25 58. www.turismovalledeljerte.com

Associação de Turismo do Vale do Jerte “TUJERTE”.Crta. N-110, km. 381 Navaconcejo.“www.vallecereza.com”

Sociedade para a Promoção e Desenvolvimento do Vale do Jerte. Ctra N-110. km . 381. Navaconcejo. Tlf. 927 47 11 00http://soprodevaje.blogspot.com.es/

Recursos turísticos

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Vale do JerteRede Natura 2000

Paisagem Cultural