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Guia para professores

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Educacao ambiental

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A educação é essencial para o desenvolvimento, pelo seu valor intrínseco,

na medida em que contribui para o despertar cultural, a conscientização, a compreensão

dos direitos humanos aumentando a adaptabilidade e o sentido de autonomia,

bem como a auto confiança e a auto estima.

Ignacy Sachs

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Ecoeduca,

projecto desenvolvido no âmbito da disciplina de Design de Comu-nicação na Faculdade de Belas Artes, com base nas problemáticas ambientais. Ecoeduca propõe criar uma espécie de dossie virtual, no qual é possível encontrar informação útil e de forma sintetizada dirigida aos pais e professores, para que estes possam reflectir, melhorar e adaptar aos seus métodos de ensino, de forma a sensibi-lizar o educando a procurar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e com as demais espécies que habitam o planeta.Tendo a clareza que a natureza não é uma fonte inesgotável de recursos, e que as suas reservas são finitas e devem ser utilizadas deforma racional, evitando o desperdício e considerando a reciclagem como um processo vital.

Mais informação em www.ecoeduca.net

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Os conteúdos dispostos não têm a pretensão de explorar exaustivamente o assunto, dada a complexidade do mesmo. Constitui-se assim, numa contri-buição teórica de alguns aspectos que podem ser analisados na tentativa de elaborar-se um plano de eco-educação.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL // Definições

I - A Educação Ambiental procura transmitir conteúdos que nos façam “crescer” e a aprender a saber viver enquanto membros da biosfera;

II - Educação Ambiental procura sensibilizar, fazer compreender, apreciar, saber lidar e manter os sistemas ambientais na sua totalidade;

III - Educação Ambiental significa aprender a ver o quadro global que cerca um problema específico - a sua história, os seus valores, percepções, factores económicos e tecnológicos, e os processos naturais ou artificiais que o causam e que sugerem acções para combater e prevenir o seu desenvolvimento;

IV - Educação Ambiental é a aprendizagem de como gerir e melhorar as relações entre a sociedade e o ambiente, de modo integrado e sustentável;

V - Educação Ambiental significa aprender a empregar novas tecnologias, aumentar a produtividade, evitar desastres ambientais, minorar os danos existentes, conhecer e utilizar novas oportunidades e tomar decisões acertadas.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL // Princípios Básicos

I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;

II - considerar o meio ambiente na sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o sócio-económico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade;

III - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade (tirar partido do conteúdo específico de cada disciplina, de modo que se adquira uma perspectiva global e equilibrada);

IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;

V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;

VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo;

VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais, de modo que os educandos se identifiquem com as condições ambientais de outras regiões geográficas;

VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL //Princípios Gerais

Sensibilização: processo de alerta, é o primeiro passo para alcançar o pensamento sistêmico;

Compreensão: conhecimento dos componentes e dos mecanismos que regem os sistemas naturais;

Responsabilidade: reconhecimento do ser humano como principal protagonista;

Competência: capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema;

Cidadania: participar ativamente e resgatar direitos e promover uma nova ética capaz de conciliar o ambiente e a sociedade.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL // Finalidades

I - Ajudar a fazer e compreender claramente, a existência da interdependência econômica, social, política e ecológica, nas zonas urbanas e rurais;

II - Proporcionar, a todas as pessoas, a possibilidade de adquirir os conhecimentos, o sentido dos valores, as atitudes, o interesse ativo a as atitudes, necessárias para proteger e melhorar o meio ambiente;

III - Induzir novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na sociedade em seu conjunto, a respeito do meio ambiente.

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A educação ambiental deve ser desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal.

A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino;Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a criação de disciplina específica. Nos cursos de formação e especialização técnico profissional, em todos os níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades profissionais a serem desenvolvidas.

A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.

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A ÉTICA NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: as omissões e as suas implicações reducionistas

Existem lacunas nos planejamentos e programas de educação ambiental (EA) que redundam em omissões, acidentais ou propositais, que culminarão com a baixa qualidade das actividades propostas. Isto decorre do reducionismo das questões ambientais, provocado pela omissão de conceitos, considerações, conteúdos, abordagens didáticas inapropriadas, materiais inadequados, e outras interferências que possam interagir com o processo ensino-aprendizagem. Frequentemente as questões abordadas nos programas de educação ambiental, não tratam, ou tratam superficialmente da problemática ambiental, ou estão estruturados em premissas que não contemplam a visão holística dos aspectos que podem ser abordados em um plano de educação ambiental. Outras vezes, estes trabalhos camuflam propaganda empresarial ou política, que são as finalidades em si, utilizando-se levianamente a expressão “educação ambiental”. Em algumas ocasiões, o plano de EA está desarticulado da realidade do público alvo. Existem ainda casos de imposição hierárquica para a elaboração de um conceito de educação para o meio ambiente, resultando assim em um produto formal ineficaz.

Nas escolas, as omissões mais frequentes são as omissões acidentais por ignorância. Estão, portanto, relacionadas com o despreparo do pessoal que lida directa e indiretamente com estes projetos de educação ecológica. Não cabe nos objetivos deste trabalho formular hipóteses e discutir as questões por trás deste despreparo profissional de educadores ambientais, mas é digno de nota porque é uma questão fundamental a ser ponderada para o bom funcionamento da educação ambiental no país. Uma das variantes desta ignorância é a falta de atualização do docente quanto aos conceitos científicos, e este facto será usado para ilustrar aqui um caso comum nas aulas teóricas de EA. Muitos professores ainda explanam que a vegetação terrestre no planeta é a grande produtora de oxigênio. Isto já é conceito superado. Na realidade, dita vegetação corresponde à produção de 10% do oxigênio atmosférico, sendo 90% produzido pelo fitoplâncton existente nos corpos d’água, principalmente oceânicos.

A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. Os professores em actividade devem receber formação complementar nas suas áreas de actuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.

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SUGESTÕES// Actividades

1) CAÇA AO LIXO

Recolher o lixo

> Todo o lixo é prejudicioal; sugere-se que se desenvolva uma acção de recolha de lixo com um grupo de pessoas (ps seus alunos, amigos, filhos).

Onde recolher lixo

> Os melhores locais para realizar esta actividade são aqueles onde a presença de lixo se faça sentir de forma especialmente evidentee que sejam importantes do ponto de vista natural,: lagos, rios, regatos e prais são exemplos evidentes. Estes habitats contêm uma rica comunidade de animais e plantas, que vivem dentro ou perto da água. Estão no entanto ameaçados por diversas formas de poluição, merecendo por isso toda a nossa atenção.

Uma corrida anti-lixo

> Uma forma de animas as actividades de recolha de lixo é formar equipas que competirão na recolha da maior quantidade possível de lixo. Cada equipe escolhe o seu local de actuação; ao fim de um determinado tempo a equipa vencedora srá designada em função do número de sacos de lixo recolhidos.

Organização

> Informe os participantes sobre o tipo de calçado, vestuário e outro equipamento que deverão usar para realizar esta actividade. Leve ancinhos e outras ferramentas para retirar lixo de lugares pouco acessíveis. Lembre-se também de levars bastantes sacos para pôr o lixo. Um aspecto de grande importância é a remoção do lixo do local após a limpeza. Não basta recolher o lixo em sacos se depois estes ficarem no local. Uma boa sugestão é solicitar a colaboração das autoridades locais (Câmaras Municipais, por exemplo).

Segurança

> Cortes e arranhões feitos pelo lixo podem ser perigosos, verifique se os participantes na acção estão vacinados enontra o tétano e recomende-lhes a utilização permanente de luvas. Por precaução, tenha consigo um estojo de primeiros socorros!

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2) O INVENTÁRIO DO LIXO

Objectivos

> Proceder ao reconhecimento e levantamento dos equipamentos urbanos existentes para recolha e separação do lixo urbano, e , eventualmente, do seu tratamento.> Avaliar as necessidades locais neste tipo de infraestruturas> Promover a mudança de atitudes e comportamentos individuais face à produção e eliminação de resíduos domésticos.> Promover a aplicação de saberes de carácter disciplinar ao desenvolvimento de um tema de interesse comum.

Actividades

> Sobre uma planta da localidade ou bairro onde se situa a escola, numa escala adequada para que possam distinguir-se edifícios, ruas e outros espaços, utilizando uma simbologia previamente aceite ou criada pelos prórpior alunos, assinalar os percursos habituais, de casa para a escola, que são utilizados por cada um deles; os equipamentos próprios para a recolha de lixos (papeleiras, contentores de diferentes tipos e capacidades, vidrões, papelões, etc);

-os percursos de recolha dos resíduos, habitualmente praticados pelas viaturas camarárias na área abrangida, os horários e frequências respectivas e, se for possível, o

destino dado a cada;-tipo de resíduos, quando exista recolha selectiva;-os locais onde se encontra lixo espalhado ou vestígios de resíduos de qualquer tipo (locais que causam umaimpressão negativa)-os locais onde se verificam condiçoes de higiene adequadas e que sobressaem pelo seu aspecto limpo (locais que causam uma impressão positiva).

Registo e resultados

> Alguns dos resultados obtidos neste levantamento podem ser tratados quantitativamente, proporcionando a aplicação de conhecimentos matemáticos, estatísticos ou a representação gráfica em formas diversas. Poderão igualmente ser aplicadas técnicas simples de cartografia.

Os registos efectuados podem sugerir uma ou mais visitas aos locais, permitindo a realização de relatórios ou outros textos, a reportagem fotográfica, a elaboração

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de desenhos ou outras formas de expressão plástica. Os produtos finais poderão ser divulgados junto da comunidade escolar e extra-escolar atrave´s de uma exposição ou da elaboração de materiais simples de sensibilização, reproduzidos pelos próprios alunos com base nos conhecimentos adquiridos e distribuídos aos colegas e familiares.

O envolvimento da autarquia será sempre desejável, dado que é a detentora da informação disponível, ao nível local e, por outro lado, poderá interessar-se pelos resultados do estudo efectuado n escola, como forma de sensibilizar os seus munícípes.

Objectivos

> Reconhecer materiais que possam ser reutilizados, para as suas funções habituais ou para outras, de carácter lúdico ou educativo.> Estimular a criatividade e a procura de soluções alternativas, por forma a

desincentivar o consumo excessivo de alguns bens menos essenciais.> Promover atitudes de apropriação do trabalho realizado e de valorização dos materiais, numa perspectiva de conservação dos recursos naturais que estão na sua origem.> Incentivar a aquisição e desenvolvimento de aptidões técnicas e de perícias manuais, permitindo simultaneamento a expressão de capacidades individuais.> Recuperar téscnicas tradicionais que fazem parte integrante do património cultural local ou regional.

Actividades

> Em colaboração com alunos, recolher diversos objectos e materiais usados que possam constituir matéria prima para a construção de:

-brinquedos simples (que podem ser feitos de latas, embalagens vazias, papéis ou cartões, restos de madeiras, têxteis ou pl´sticos, materiais naturais de origem vegetal, seixos ou pequenas pedras, etc.)-objectos de uso escolas, utilizando embalagens vazias de diferentes materias (copos ou frascos de vidro como materiais de laboratório, caixas de grandes dimensões

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como papeleiras ou caixotes de lixo, embalagens mais pequenas para porta-canetas ou recipientes decorativos de secretária, pacotes de leite ou sumos substituindo vasos para a germinação de sementes e desenvolvimento de pequenas plantas, etc),-Instrumentos musicais de fabrico artesanar (latas e outros objectos metálicos, garrafas e frascos de vidro ou plástico, restos de madeira), - “Monstros de lixo” e esculturas para decoração (usando todo o tipo de materiais reutilizáveis);-objectos e produtos característicos do artesanato local, nas suas formas clássicas ou reinventadas (tapetes de trapo, bonecos de palha, de madeira ou lata, cestos e esteiras de materiais menos usais, objectos decorativos, etc.)

Para além destes materiais recuperados será necessário adquirir tintas e produtos para colorir, colas, pastas ou materiais de moldagem e outros, de acordo com o projecto que inicialmente se estabeleceu. As técnicas a empregar serão as mais diversas, muitas delas propostas pelos próprios alunos ou redescobertas a partir de processos tradicionais locais. Para além de tudo isto, é indispensável muita imaginação...

Produtos finais

> Os produtos finais deste tipo de trabalhos podem ser apresentados à comunidade escolar e extra-escolar através de uma exposição final, podem ser utilizados como forma de angariação de fundos para actividades e projectos da escola, ou ser o resultado de concursos de ideias e criatividade, individual ou de grupo. Os professores de algumas disciplinas ou áreas curriculares poderão apelar à colaboração de outros para a produção de materiais educativos que tenham interesse e utilização adequada nas suas salas. A participação activa dos encarregados de educação e de outros familiares poderá ser incentivada, sobretudo nos casos em que existem formas de artesanato locais e tradicionais, que possam utilizar materiais reaproveitáveis, promovendo assim, não só a conservação de recursos, como a reabilitação dessas tradições e de processos de fabrico frequentemente desvalorizados ou em extinção.

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A QUALIDADE DA CRIATIVIDADE COMO MAIS VALIA PARA A EDUCAÇÃO

O sistema formal de educação numa sociedade dá relevo à manutenção das normas de uma cultura. A fim de desenvolver uma sociedade, considera-se necessário fornecer novos conhecimentos e capacidades através de livros e de experiências de aprendizagem nas escolas. Na avaliação dos resultados da aprendizagem na escola tem- se, por conseguinte, a tendência em dar ênfase ao conhecimento, à compreensão, à sagacidade crítica, à inteligência, à aptidão, etc.. Só recentemente é que a Criatividade e o seu estudo se tornaram importantes devido aos rápidos desenvolvimentos da ciência e tecnologia. Tem-se agora consciência que para uma sociedade ser salva da estagnação e para o indivíduo atingir o seu pleno desenvolvimento, qualquer sistema de educação deve encorajar a Criatividade.

A pessoa que não exercita a criatividade acaba por ser uma pessoa incompleta, cujo pensamento não consegue defrontar os problemas que se lhe apresentam.

Sistema educativo que não dê espaço à criatividade está condenado ao fracasso. Nesta perspectiva, é necessário repensar o sistema educacional, inserindo, no mesmo, uma plataforma para a criatividade. Esta

tem como base o cultivo de habilidades relacionadas com o pensamento criativo e o fortalecimento de atributos de personalidade que favorecem a expressão criativa. É também fundamental imunizar o aluno contra as patologias que minam a sua energia criativa, como o medo do fracasso, o comodismo e a apatia. É ainda necessário cultivar as sementes de criatividade que existem em todo o ser humano, através de um ambiente rico em estímulos e desafios e da prática de valorizar o trabalho do indivíduo e do grupo, reconhecer as potencialidades, respeitar as diferenças e oferecer oportunidades para a produção e fertilização de ideias.

No entanto, para além da intervenção exterior do professor ou do investigador no desenvolvimento da criatividade dos alunos, é também muito importante a criação de uma “atmosfera não ameaçadora, utilizando na sala da aula estratégias e processoriativos de ensino. Neste quadro é igualmente importante o clima de segurança psicológica, a aceitação do aluno como indivíduo de valor, a compreensão empática do aluno e a aceitação da sua avaliação interna.

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A escola não pode “continuar a preparar para uma cultura de submissão, não pode rejeitar o diferente, não pode desconhecer a natural diversidade das pessoas e permanecer um modelo fabril da educação.

Os cidadãos do amanhã devem ser capazes de resolver problemas com eficácia, de fazer boas escolhas, de encontrar rapidamente soluções. A complexidade crescente da vida e a procura de novas soluções para problemas antigos ou ainda existentes requerem um tipo de pensamento mais criativo, pois há muitos desafios em diversas facetas da sociedade em que não pode ser encontrada uma resposta imediata, correcta e única. Esses desafios são da máxima relevância porque dizem respeito à nossa sobrevivência como raça humana. Não só a Criatividade é importante para a sobrevivência, como também nos permite compreender como o indivíduo pode desenvolver elevados níveis de produtividade e satisfação.

O ambiente social, as pessoas que nele vivem, os valores dominantes na família e as características do contexto educacional concorrem em larga escala ou para o desenvolvimento do potencial criativo ou para o seu aniquilamento.

O papel do agente de ensino é exactamente o de “facilitar” a ocorrência daquela oportunidade, isto é, de criar as condições propícias ao desenvolvimento da criatividade dos alunos. E ao assumir esta atitude o professor/educador está, ele próprio, a assumir-se como criativo; provavelmente só professores criativos, que praticam a criatividade podem liderar processos de desenvolvimento da criatividade. Os rotineiros e conformistas acabam por arrasar todos os rebentos de imaginação, sensibilidade, iniciativa pessoal e criatividade, condenando os alunos à repetição, à rotina e ao conformismo.

Devemos trabalhar para desenvolver a motivação interna nos nossos estudantes, ajudando-os a adquirir conceitos e julgamentos individuais, capacitando-os assim a se tornar em indivíduos totalmente capazes de exercer o seu potencial criativo.

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A educação autêntica não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com B, mediatizados pelo mundo. Mundo que impressiona e desafia a uns e a outros, originando visões ou pontos de vista sobre ele. Visões impregnadas de anseios, de dúvidas, de esperanças ou desesperanças que implicitam temas significativos, à base dos quais se constituirá o conteúdo programático da educação. [...]

Para a promoção da criatividade, o professor deve:

> perceber aquilo por que se sentem motivados os seus alunos;> ser capaz de enfrentar-se de forma construtiva perante os acontecimentos imprevistos;> ser original e não ater-se aos critérios de ninguém; > insuflar curiosidade na classe; > organizar e apresentar de forma atractiva a matéria. > respeitar as perguntas inusuais das crianças não tendo apenas em atenção o que é “provado e verdadeiro”; > respeitar, eles próprios, as ideias fantásticas e pouco frequentes. Os professores não podem estimular a criatividade, se não forem respeitosos com ela;

> fazer ver aos alunos que as ideias deles são valiosas e acreditar verdadeiramente que os alunos são capazes de apresentar ideias com valor; > introduzir períodos de actividade não sujeitos a avaliação; > estabelecer na avaliação o nexo de causa e efeito. Se queremos que a criatividade das crianças permaneça ligada à realidade, temos de ajudá-los a desenvolver o raciocínio causal nos seus esforços de avaliação.

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BÊ-À-BÁ DO LIXO

O lixo não é nenhum papão nem as lixeiras o único remédio. Como a confusão e a falta de informação quanto aos conceitos, soluções e termos técnicos imperam, aqui se apresenta o que éo quê no reino dos lixos.

> Aterro sanitário - infraestrutura de deposição de resíduos construída com medidas de minimização ambiental: impermeabilização lateral e do fundo com telas sintéticas, assente em solo pouco permeável (p.ex., argila), drenagem e tratamento de águas lixiviantes, drenagem do biogás. Para além disso, o local deve estar vedado e, entre as medidas de gestão, deve haver um controlo de estradas e cobertura diária do lixo com terra. Nestas situações não deita cheiros nem é poluente, podendo servir para instalar um espaço verde após a sua selagem.

> Águas lixiviantes - águas altamente poluentes (mais do que as de um esgoto doméstico) que se formam na decomposição dos lixos e na sua lavagem pela chuva. É obrigatório o seu tratamento antes de serem lançadas para o meio hídrico.

> Biogás - gás metano que se forma nas camadas de lixo. Deve ser drenado para evitar explosões. Pode ser aproveitado em termos energéticos.

> Central de incineração - infraestrutura de eliminação de lixos a altas temperaturas, diminuindo o seu peso em 70 por cento. Necessita de tecnologias de ponta para diminuir as emissões atmosféricas de dioxinas e metais pesados. Necessita de dois aterros complementares: um para as escórias e outro para as cinzas volantes. Os ambientalistas são os seus inimigos de estimação.

> Cinzas volantes - subproduto muito poluente da incineração resultante da limpeza dos gases. Devem ser inertizadas e depositadas num aterro de resíduos perigosos.

> Composto - produto proveniente da compostagem, com um elevado teor de matéria orgânica, podendo (e devendo) ser aplicado em solos agrícolas, florestais e espaços verdes. Convém que não tenha componentes inorgânicos, como vidros e metais pesados.

> Efeito “banana” (build absolutely nothing anywhere near anything) - reacção comum que significa “não no meu quintal”, ou seja, as pessoas concordam com a necessidade de tratar os lixos que todos produzimos, desde que isso não as afecte.

> Efeito “vacina” - reacção comum em países que sofreram experiências desagradáveis, onde impera a falta de informação e em que os aterros são confundidos com lixeiras. A falta de confiança é o principal motivo para as reacções populares como as ocorridas com a central de incineração de lixos industriais.

> Escórias - subproduto da incineração do lixo, representando cerca de 25 por cento do peso original. Deve ser colocado num aterro sanitário ou aplicado em estradas e caminhos de ferro como entulho.

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> Lixeira - depósito incontrolado de lixo. Em geral, não tem vedação nem controlo de estradas e não se cobrem diariamente os resíduos. O cheiro é nauseabundo. Sem impermeabilizações e tratamento de águas lixiviantes, as contaminações são significativas. Por vezes está em contínua combustão. Não confundir com aterro sanitário.

> Reciclagem - O 3º R da política dos 3 R’s (“Reduce, Reuse, Recycle”). A moda do momento, em que do velho se faz novo. Podem obter-se resultados económicos e ambientais espantosos. Processo de fabricação de novos produtos, através do tratamento e recuperação de resíduos sólidos. Mas não deixa de ser uma indústria como outra qualquer, ou seja, tem de ter estações de tratamento de esgotos.

> Recolha selectiva - processo que consiste na separação na fonte (consumidor) das diversas componentes do lixo, através de vidrões, papelões, etc., ou recorrendo à recolha porta-a-porta dos diversos tipos de resíduos.

> Redução - O 1º R da política dos 3R’s. O objectivo é produzir menos lixo, através de duas vias: ataque ao consumismo e economia nas embalagens supérfluas.

> Selagem - Processo que consiste no encerramento de um aterro sanitário com uma tela impermeável e terra vegetal, e a sua consequente integração paisagística.

> Resíduos sólidos urbanos - Vulgo, lixos domésticos. Produzidos cada vez mais: em 1985, cada um de nós produzia 570 gramas por dia, hoje já ultrapassa as 925 gramas. Nessa amálgama, cerca de metade são resíduos orgânicos. Das outras fracções destacam-se o papel, o plástico e o vidro com 22, 12 e 5 por cento, respectivamente.

> Reutilização - O 2º R da ploítica dos 3 R’s. consiste em prolongar a vida útil de um produto, dando-lhe uma “cara nova” e colocando-o novamente no mercado. Fez-se massivamente com as garrafas de vidro até à instituição da tara perdida, do plástico e do cartão complexo.

> Triagem - Processo mecânico e/ou manual para separar os lixos após a recolha indiferenciada. Tem desvantagens em relação à recolha selectiva porque os resíduos ficam sujos e a eficiência é menor.

> Vazadouro controlado - Eufemismo tilzado para as lixeiras que têm vedação, vigilância e cobertura diária dos resíduos. Minimizam-se alguns impactes, mas os danos ambientais principais mantêm-se.

> Estação de compostagem - infraestrutura de tratamento da parte orgânica dos lixos. Torna-se conveniente, para uma boa qualidade do composto, que haja a montante uma recolha selectiva ou triagem. A restante parte do lixo poderá ir para um aterro ou central de incineração. em bom funcionamento não liberta odores para o exterior.

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