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Aprendizagem Motora - Sérgio Tosi Rodrigues Trabalho final da disciplina Pedro Amaro Silva Cunha Educação Física Integral Introdução Neste trabalho vou procurar utilizar as técnicas e ferramentas adquiridas durante o curso de Aprendizagem Motora, bem como usufruir de seus fundamentos para ensinar uma habilidade motora ao meu parceiro. Utilizamos, sobretudo, os pressupostos teóricos de Schimdt e Wrisberg sobre a estrutura de organização da prática para elaborarmos nosso projeto pedagógico, iniciando pelo estágio verbal-cognitivo, fazendo a transição para o motor e objetivando a chegada ao estágio autônomo. Infelizmente tivemos de lidar como um tempo limitado para o aperfeiçoamento, dado o curto período de curso da disciplina de Aprendizagem Motora. Num primeiro momento, reuni o conteúdo adquirido pelo curso da disciplina de Aprendizagem Motora e tentei fazer um agrupamento de idéias para então planejar como seria feito o ensino da habilidade motora, com todo embasamento teórico necessário. Levei em consideração a proximidade de meu parceiro com modalidades esportivas neste momento, então pude ter plena convicção de sua aptidão física para a realização das tarefas, no caso a habilidade motora que lhe ensinei foi à execução do chute como habilidade motora no futsal, chutar é a ação de golpear a bola, visando desviar ou dar trajetória à mesma, estando ela parada ou em define o chute como impulsão dada á bola com um dos pés, tendo como objetivo o gol adversário. A técnica utilizada pela maioria dos

Habilidade de Chutar

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descrição da habilidade de chutar na matéria de aprendizagem motora

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Page 1: Habilidade de Chutar

Aprendizagem Motora - Sérgio Tosi Rodrigues

Trabalho final da disciplina

Pedro Amaro Silva Cunha Educação Física Integral

Introdução

Neste trabalho vou procurar utilizar as técnicas e ferramentas adquiridas durante o curso de

Aprendizagem Motora, bem como usufruir de seus fundamentos para ensinar uma habilidade

motora ao meu parceiro.

Utilizamos, sobretudo, os pressupostos teóricos de Schimdt e Wrisberg sobre a estrutura de

organização da prática para elaborarmos nosso projeto pedagógico, iniciando pelo estágio verbal-

cognitivo, fazendo a transição para o motor e objetivando a chegada ao estágio autônomo.

Infelizmente tivemos de lidar como um tempo limitado para o aperfeiçoamento, dado o curto

período de curso da disciplina de Aprendizagem Motora.

Num primeiro momento, reuni o conteúdo adquirido pelo curso da disciplina de

Aprendizagem Motora e tentei fazer um agrupamento de idéias para então planejar como seria feito

o ensino da habilidade motora, com todo embasamento teórico necessário. Levei em consideração a

proximidade de meu parceiro com modalidades esportivas neste momento, então pude ter plena

convicção de sua aptidão física para a realização das tarefas, no caso a habilidade motora que lhe

ensinei foi à execução do chute como habilidade motora no futsal, chutar é a ação de golpear a bola,

visando desviar ou dar trajetória à mesma, estando ela parada ou em define o chute como impulsão

dada á bola com um dos pés, tendo como objetivo o gol adversário. A técnica utilizada pela maioria

dos jogadores é o chute com a face dorsal do pé (chute com o peito do pé), pois é o mais

recomendado para dar direção à bola, por exemplo, utilizando esta premissa na preparação

pedagógica.

Avaliação do Problema

Foi feita a checklist para diagnosticar a experiência de aprendizagem do meu aluno, no caso

o parceiro Ricardo dos Santos, e esta ficou da seguinte forma:

-Características do aprendiz: Ricardo possui 20 anos e está cursando o ensino superior em

Biomedicina, tendo participado das aulas de Educação Física Escolar durante o Ensino

Fundamental e Médio, além de praticado modalidade específicas de maneira extracurricular, como

natação. Está fisicamente em forma, sem nenhuma condição limitadora e se encontra no estágio

verbal-cognitivo do aprendizado da habilidade, acompanha o esporte futsal pela mídia e já praticou

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a modalidade durante alguns momentos de sua infância, mas não se interessava e não praticava

mais.

-Meta de Aprendizagem: O principal objetivo no momento inicial foi o aprendizado básico, pela

limitação de tempo, e um primeiro passo para o desenvolvimento da habilidade para que Ricardo

possa ser introduzido à modalidade posteriormente. Portanto, a prioridade estabelecida foi à

absorção do movimento correto e a coordenação corporal necessária para o chute, para que o aluno,

ao final deste processo, possa ser capaz de detectar erros e fazer a auto correção dos mesmos, tendo

mentalmente um modelo de execução correta;

-Características e descrição da habilidade ensinada: Chutar é a ação de golpear a bola, visando

desviar ou dar trajetória à mesma, estando ela parada ou em movimento, o chute como impulsão

dada á bola com um dos pés, tendo como objetivo o gol adversário. A técnica utilizada pela maioria

dos jogadores é o chute com a face dorsal do pé (chute com o peito do pé), pois é o mais

recomendado para dar direção à bola. Segundo MOREIRA et alii, (2004), O futsal é uma

modalidade esportiva onde a movimentação em quadra requer súbita aceleração e desaceleração

com brusca mudança de direção. O chute é um dos seus principais fundamentos. O chute é o

conjunto de movimentos complexos, conseqüente da harmonia articular do tronco e membros

inferiores, com diferentes fases exigindo variados movimentos, principalmente das articulações

destes últimos, que favorecem a precisão e potência deste fundamento.  o chute pode ser aplicado

com a bola parada ou em movimento com intenção de desviar e dar trajetória como diz LUCENA

(1994). Dessa forma independente de ser ofensivo ou defensivo, cabe sua abordagem. Concluímos

que a ação do chute torna-se limitada quando se entende este fundamento somente como objetivo de

acertar o gol adversário conforme VOSER (2006).        

-Natureza do contexto-alvo: De acordo com nossa meta de aprendizagem correta do movimento

de chutar, mantemos, a princípio, a prática isolada do fundamento, deixando um pouco de lado a

combinação do fundamento com o jogo como um todo e não trabalhando, por enquanto, os outros

fundamentos da modalidade, chutes com a bola em condução, chutes com a bola rolando

(provenientes de passe), chutes com a bola quicando proveniente de um passe cavado), chutes de

distância variada (curta, média e longa), chutes ao alvo (arco, cone, trave etc.). . O chute a gol pode

ser realizado com o peito do pé (parte de cima do pé); trata-se de um chute de difícil execução, mas

que alia força e precisão. O chute com a parte interna do pé proporciona precisão, mas não é muito

potente. O chute com o bico (ponta) do pé, embora seja o mais potente de todos por concentrar toda

força em um ponto menor, pelo mesmo motivo torna-se impreciso, tendo em vista que o mínimo

desvio no ponto a ser atingido na bola pode mudar totalmente sua direção.

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Estratégia de Instrução, Atuação do Professor e Resultados

Assim trabalhar aspectos que somente são vistos (e quando são) por equipes especializadas

de treinamento em cada modalidade. Como normalmente esses conteúdos por escolinhas de

esportes e clubes, muitos jovens deixam de apresentar habilidades motoras porque não viram e,

conseqüentemente, não tentam desempenhar determinada jogada. É necessária uma amostra, seja

por vídeo ou pelo próprio professor. Por exemplo, qual aluno (a) que nunca quis reproduzir um

drible de futebol da Marta, uma jogada do Magic Johnson no basquete, um saque da Ana Moser no

vôlei? Fica evidente que a visualização é de extrema importância, pois é a partir dela que o

adolescente se revela nas habilidades motoras em prol da vitória em equipe.

Inicialmente, dado que meu aprendiz já havia tido um contato inicial com a modalidade

futsal anteriormente, busquei verificar como ele iria reagir ao executar seu chute e como seria seu

movimento, então nos reunimos numa quadra, de tamanho oficial em um condomínio da cidade, e

lancei algumas bolas em direção ao seu corpo para que chutasse de volta, me posicionando ao

centro da quadra oposta. Antes disso, apenas passei algumas orientações básicas sobre posição dos

pés, movimento dos membros superiores, rotação do quadril, ombros e tronco, mas sem alguma

expectativa de performance ou desempenho, tanto com relação a acertos e aproveitamento de chutes

como em relação ao movimento em si. Após alguns chutes, verifiquei que alguns erros estavam

ocorrendo, meu aluno estava dando muita ênfase ao movimento das pernas e movimentando pouco

o quadril e os pés, ficando muitas vezes desequilibrado, e a bola não fazia uma trajetória esperada,

pude ter um feedback para organizar a prática e como extrair o prévio conhecimento que meu aluno

possuía da modalidade e de outras experiências envolvendo atividade física para facilitar seu

aprendizado da habilidade motora, no caso o chute no futsal.

O chute a gol pode ser realizado com o peito do pé (parte de cima do pé); trata-se de um

chute de difícil execução, mas que alia força e precisão. O chute com a parte interna do pé

proporciona precisão, mas não é muito potente. O chute com o bico (ponta) do pé, embora seja o

mais potente de todos por concentrar toda força em um ponto menor, pelo mesmo motivo torna-se

impreciso, tendo em vista que o mínimo desvio no ponto a ser atingido na bola pode mudar

totalmente sua direção.

Assim tendo noção do seu nível de aprendizagem, tentei lhe passar alguns conceitos para o chute

ser mais refinado, como equilíbrio, coordenação.

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A estabilidade é fundamental no movimentar-se, e todo movimento necessita de um

elemento estabilizador. Estabilidade diz respeito a movimentos em que algum grau de equilíbrio é

requerido. A estabilidade envolve a habilidade para manter a relação de uma força no espaço. Pode-

se citar como exemplo: andar sobre a trave, empurrar, rolamento, suporte invertido, puxar, entre

outros.  A locomoção envolve a projeção do corpo no espaço em um plano horizontal, vertical ou

diagonal, sendo importante no aprendizado de movimentar-se, efetiva e eficientemente, pelo

ambiente (. São considerados movimentos locomotores fundamentais: caminhada, corrida, salto

vertical, salto horizontal, saltito, etc., os movimentos fundamentais manipulativos envolvem a

aplicação de força aos objetos e/ou recepção de força deles, combinando com freqüência

movimentos locomotores e/ou estabilizadores.

Nesta categoria de Padrões Fundamentais de Movimento, também é importante a

coordenação óculo-manual. São, entre outros, os seguintes padrões manipulativos: arremessar,

receber, quicar, chutar, etc. Assim, para que o uso eficiente desses movimentos seja possível, é

necessário que as habilidades locomotoras e estabilizadoras se desenvolvam. Rolamento de bola,

arremesso supramanual, recepção, chute, rebater, drible e voleio são alguns exemplos de

habilidades manipulativas fundamentais, sendo que, todos envolvem extremidades do corpo, assim

busquei trabalhar esses movimentos de estabilização e locomoção com meu aluno, sendo possível

criar condições para que o aluno desenvolva algumas habilidades motoras que ajudarão no seu

processo de aprendizagem do chute através da manipulação.

Busquei aprofundar essa técnica para que Ricardo compreendesse as fases de aproximação,

preparação, execução e desaceleração, do chute. O desenvolvimento da habilidade motora do chute,

parte da prática desta, com repetições e referencias de acordo com experiências passadas vivenciada

pelo aluno, logo ele terá o controle do ambiente e do objeto (a bola), na execução do chute. Com a

intervenção que fiz ele saberá a hora do chute e qual tipo de chute deverá fazer. Somente a prática

da habilidade trará a maior coordenação do corpo num todo na hora da execução da tarefa motora.

Nesta primeira etapa, aprofundei alguns itens a serem corrigidos, como o chute com o peito

de pé . que alia força e precisão. O chute com a parte interna do pé proporciona precisão mas pouca

força. Tentei condensar estas informações o máximo possível para simplificar a execução e não

complicar demais a tarefa, para que meu aluno conseguisse manter a atenção e não ficasse confuso.

Naturalmente, não fui introduzindo aos poucos estas informações, deixando a dinâmica fluir um

pouco para verificar se algum padrão de movimento estava sendo produzido e, conforme aparecia

algum erro recorrente, corrigia no sentido de orientar, através de sugestões e não na forma de

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ordem, para manter a motivação do aluno, e então repetia o movimento com foco no quesito

observado, e então fomos aprimorando o chute globalmente.

Após um período de práticas, comecei a verificar que um padrão de movimento já estava se

tornando consistente e o mais importante foi que o próprio aluno já conseguia detectar os próprios

erros, quando algum ocorria, e tendo paciência e compreensão que muitas vezes, neste esporte, se

executa a técnica correta, mas a bola pode simplesmente sair errada, se resumindo a uma mera

questão de sorte ou azar o acerto ou erro. A partir do momento que tive esta certeza, comecei a

introduzir uma prática variada de exercícios, trocando bolas com meu aprendiz/aluno/parceiro,

porém, diferentemente do primeiro momento onde apenas lançava e ele chutava agora eu também

pedia para ele se movimentar, e tocar aonde eu estava me movimentando.

Assim, verifiquei que meu aluno conseguiu desenvolver um programa motor adequado,

facilitado pela prática variada e acredito que este tipo de prática elevou o nível de motivação, onde

chegamos até a disputar alguns chutes a gol, deixando um precedente para o contínuo aprendizado,

vivência e treinamento dentro da modalidade. Quando ocorria esta dinâmica, buscamos manter um

caráter lúdico na atividade, sem cobrança de resultado, vitória, performance ou algo mais, apenas a

execução dos movimentos adequadamente e a oportunidade de colocar em prática o aprendizado e

verificar como este se sobressairia durante uma partida de futsal.

Com relação aos feedbacks, pratiquei a intervenção quando notei que algum erro grosseiro

ocorria ou mesmo algum erro simples se tornava recorrente, para que não se formasse um programa

motor inadequado (feedback extrínseco), orientando e dando informações mas também solicitando

uma auto análise do que ele percebeu e sentiu, buscando uma crítica construtiva para melhor

assimilação do conteúdo. Nesse processo de visualização da bola e sensações do ambiente, também

dialogamos bastante para uma objetivar uma compreensão mútua do que estava ocorrendo, para que

houvesse uma congruência entre as idéias propostas pelo professor e como o aluno estava

percebendo a atividade (prática).

Ao final de um número suficiente de repetições, passava ao aluno o que estava analisando,

tanto de certo como de errado, por meio de feedback síntese, um resumo para que pudéssemos

conversar e continuar a partir daí, deixando sempre aberto este canal de comunicação. Este foi um

ponto bastante importante na interação professor/aluno para manter um ambiente saudável e de

relação positiva, fazendo adaptações no planejamento inicial se algo não estava ocorrendo como o

esperado, tanto na expectativa do professor como na do aluno também, pois os níveis de motivação

são bastante importantes para se atingir os objetivos.

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Considerações Finais

Neste trabalho, eu tive oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos

durante o curso da disciplina de Aprendizagem Motora e verificamos como estes são importantes e

agregam para a formação profissional de um Educador Físico, dando todo um repertório e variedade

de ferramentas para se ensinar uma habilidade motora a um aluno, para se elaborar um projeto

pedagógico consistente e lidar com as adversidades que por ventura acontecem.

Foi muito recompensador transmitir um conhecimento prévio sobre uma habilidade motora

para um aluno e ver como esta foi aperfeiçoada e aprendida corretamente, abrindo uma

oportunidade para que este também se torne um praticante da modalidade futsal.

Este projeto se consolida com o aluno no estágio motor do processo de aprendizado com

pratica chegara ao estágio autônomo, mas este exige certo tempo de prática para ser atingido, mas

pode-se dizer que foi um primeiro passo nessa direção, deixando as portas abertas para a

continuidade do processo de aprendizado.

Referência Bibliográfica

LUCENA, R.F. Futsal e a iniciação. Rio de Janeiro: Sprem, 1994.

MOREIRA, D., GODOY, J.R.P., BRAZ, R. G., MACHADO, G. F. B., SANTOS, H. F.

S. Abordagem cinesiológica do chute no futsal e suas implicações clínicas. Brasilia. v.12, n.2, p.

81-85, 2004.

SCHMIDT, R.A.; WRISBERG, C.A.; Aprendizagem e Performance Motora: Uma

abordagem da aprendizagem baseada no problema. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.

VOSER, R. C. História Técnica e Treino de goleiro. Porto Alegre: Edipucrs, 2006