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CEFORTE
HEBREUS E EPÍSTOLAS UNIVERSAIS
PROF: PR. DANIEL LOUREIRO
MURIAÉ 2018
Hebreus
1) DATA
É provável que os destinatários desta carta fizessem parte de um conjunto de igrejas domiciliares
em Roma no início da década de 60 d.C. A Comunidade Cristã em Roma tinha sido fundada na
década de 30 d.C., quando indivíduos que haviam participado do Pentecostes (At 2:10) voltavam
para casa. Roma tinha mais de 1 milhão de habitantes, inclusive uma grande população de
judeus (40 a 60 mil). Os cristãos romanos haviam demonstrado coragem e perseverança (10.32-
34), mas, na época em que Hebreus foi escrito, o fervor espiritual de alguns tinha esfriado (5,11-
14), e sua perspectiva teológica estava distorcida (2.1). Alguns haviam chegado a abandonar
Cristo e a igreja(6.4-8).
1-b) DIVISÕES
Hebreus parece mais um sermão do que uma epístola. O autor descreve sua obra como “uma
palavra de exortação”.
Contêm três divisões principais.
Primeiro, Jesus, o poderoso Filho de Deus, é declarado a plena salvação de Deus à
humanidade – maior do que os profetas, anjos, Moisés e Josué.
Nesta divisão do livro, ocorre uma advertência solene no tocante às consequências do abandono
da fé ou do endurecimento do coração pela incredulidade.
A segunda divisão apresenta Jesus como o sumo sacerdote, cujas qualificações, caráter e
ministério, são perfeitos e eternos. Há uma solene advertência para quem permanecer
espiritualmente imaturo ou mesmo “cair” depois de se tornar participante de Jesus Cristo.
A divisão final admoesta enfaticamente os crentes a perseverarem na salvação, na fé, no
sofrimento e na santidade.
1-c) DIVISÃO
A Autoridade da Inspiração
Com relação a essa epístola, precisamos investigar: A autoridade divina; pois esta tem sido
questionada por alguns, cujos olhos desnorteados não puderam suportar a luz dela, ou cujos
erros foram refutados por ela; como os arianos, que negam a divindade e a auto-existência de
Cristo; e os socinianos, que negam sua expiação.
Mas, depois de todas as tentativas de tais homens para desacreditar essa epístola, o original
divino dela transparece e brilha com raios tão intensos e claros que até quem está correndo
consegue lê-la como parte eminente do Cânon das Escrituras.
A divindade do conteúdo, a sublimidade do estilo, a excelência do intento, a harmonia desta com
outras partes das Escrituras e sua aceitação geral pela igreja de Deus em todas as épocas –
essas são as evidências de sua autoridade divina.
Quanto ao escriba divino ou ao autor dessa epístola, não estamos tão certos; ela não traz o nome
de ninguém no seu início, como o fazem as outras epístolas, e tem havido discordâncias entre os
estudiosos com respeito ao autor a quem ela deve ser atribuída.
Não Se Sabe Ao Certo…
Alguns a atribuíram a Clemente de Roma; outros, a Lucas; e muitos, a Barnabé, achando que o
estilo e a forma de expressão estão de acordo como o temperamento zeloso, afetuoso e marcado
pela autoridade que Barnabé parece possuir no relato que temos dele nos Atos dos Apóstolos.
E um dos antigos pais da igreja cita uma expressão dessa epístola como palavras de Barnabé.
Mas em geral ela é atribuída ao apóstolo Paulo; e algumas cópias e traduções posteriores
inseriram o nome de Paulo no título.
Nos primórdios, era geralmente atribuída a ele, e o estilo e escopo dela concordam em grande
parte com o seu espírito, que era uma pessoa de uma cabeça brilhante e de um coração
afetuoso, cujos propósito e esforço principais eram exaltar a Cristo.
Alguns acham que o apóstolo Pedro se refere a essa epístola, e assim mostra que Paulo é o
autor dela, ao dizer aos hebreus, a quem escreveu, sobre o fato de Paulo ter escrito a eles (2
Pedro 3.15).
Nunca lemos de nenhuma outra epístola que ele tenha escrito a eles, a não ser esta. E, embora
tenha sido alegado que, visto ter Paulo acrescentado o seu nome a todas as suas outras
epístolas, ele não o teria omitido aqui.
Outros têm respondido que ele, sendo o apóstolo aos gentios, que eram odiosos aos judeus,
poderia ter imaginado adequado omitir o seu nome, para que o preconceito deles contra ele não
os impedisse de ler e avaliar a epístola como o deveriam fazer.
1-d) DESTINATÁRIOS
Embora o próprio título da epístola já esclareça esse ponto, algumas informações importantes
apresentadas na epístola nos ajudam a conhecermos um pouco mais do público para qual ela foi
escrita.
Sabemos que os destinatários originais da Epístola aos Hebreus falavam a língua grega e
usavam a Septuaginta. Isso fica claro quando percebemos que eles eram capazes de
compreender os argumentos construídos com base no Antigo Testamento. Eles também estavam
interessados no Templo, no sistema sacrifical e no sacerdócio do Antigo Testamento. Eles tinham
ouvido o Evangelho por meio dos apóstolos (Hb 2:3), e não diretamente de Jesus.
Outra característica marcante é que os destinatários de Hebreus haviam passado por muitas
dificuldades. No momento em que carta foi escrita eles estavam sofrendo perseguições (Hb
10:32-34; 13:3). Para eles, o martírio pela causa de Cristo era uma possibilidade real (Hb 12:4).
Também é possível que eles tenham sido expulsos das instituições judaicas por confessarem
Jesus (Hb 13:12-13). Eles também podem ter sidos tentados a retroceder para a incredulidade e
para o judaísmo, desistindo de prosseguir rumo ao descanso de Deus (Hb 4:1-11; 10:38-39;
11:10-16; 13:14).
Finalmente, em Hebreus 13:24, temos uma informação muito importante. Os destinatários são
saudados por intermédio do autor pelos “da Itália”, numa espécie de saudação enviada para
“casa” pelos exilados. Considerando tudo isto, podemos concluir que os destinatários originais
eram principalmente os cristãos judeus da dispersão. Esses judeus provavelmente viviam na
Itália.
CAPÍTULOS
Hebreus 1: A Superioridade do Filho de Deus
Em Hebreus 1, o autor começa exaltando a pessoa de Jesus Cristo. Ele declara que no passado
Deus falou por meio dos profetas, mas nos últimos dias nos fala por meio do Filho de Deus.
Com isso ele mostra porque o Filho de Deus é superior aos anjos, o Filho é a expressão exata de
Deus Pai. O Filho representa toda a divindade.
E por que isso aconteceu? Porque o Filho de Deus é superior a todos em justiça e santidade.
Veio ao mundo foi tentado em tudo pelo Diabo, sofreu no Getsêmani, foi crucificado e ressuscitou
ao terceiro dia porque a morte não pode contê-lo.
Esboço de Hebreus 1:
Hebreus 1.1 – 4: O Filho de Deus é superior
Hebreus 1.5 – 8: O Filho de Deus é superior aos anjos
Hebreus 1.9 – 14: O Filho de Deus ama a justiça
Deus Falou e Fala
“HÁ MUITO TEMPO DEUS FALOU MUITAS VEZES E DE VÁRIAS MANEIRAS AOS NOSSOS
ANTEPASSADOS POR MEIO DOS PROFETAS, MAS NESTES ÚLTIMOS DIAS FALOU-NOS
POR MEIO DO FILHO, A QUEM CONSTITUIU HERDEIRO DE TODAS AS COISAS E POR
MEIO DE QUEM FEZ O UNIVERSO”. (HEBREUS 1.1,2)
A forma em que Deus se comunicou a si mesmo e a sua vontade aos homens no Antigo
Testamento. Temos aqui um relato das pessoas por meio de quem Deus revelou a sua mente na
época do Antigo Testamento.
Eram os profetas, isto é, pessoas escolhidas por Deus, e capacitadas por Ele, para essa missão
de revelar a vontade de Deus aos homens. Nenhum homem toma essa honra para si, a não ser
que seja chamado; e todos os que são chamados por Deus são capacitados por Ele.
Das pessoas a quem Deus falou por meio dos profetas: aos pais, a todos os santos do Antigo
Testamento que estavam sob essa dispensação. Deus os favoreceu e honrou com luz muito mais
clara do que a da natureza, sob a qual foi deixado o restante do mundo.
Da ordem com que Deus falou aos homens naqueles tempos que existiram antes do evangelho,
aqueles tempos passados: Ele falou ao seu povo antigo “…muitas vezes e de muitas maneiras”.
Muitas Vezes…
Muitas vezes, ou por diversas partes, pois é o que significa a palavra, que pode ser uma
referência ou às diversas épocas da dispensação do Antigo Testamento – a patriarcal, a mosaica
e a profética – ou à abertura gradual da sua mente com relação ao Redentor: a Adão, que o
Messias deveria vir da semente da mulher.
A Abraão, que Ele deveria vir do corpo dele; a Jacó, que seria da tribo de Judá; a Davi, que seria
da sua casa; a Miquéias, que nasceria em Belém; a Isaías, que nasceria de uma virgem.
De Muitas Maneiras
De muitas maneiras, de acordo com as diferentes maneiras em que Deus considerou adequado
comunicar a sua mente aos seus profetas.
Às vezes por inspirações do seu Espírito, às vezes por sonhos, às vezes por visões, às vezes por
uma voz audível, às vezes por meio de caracteres legíveis escritos por sua própria mão, como
quando escreveu os Dez Mandamentos em tábuas de pedra.
Acerca de algumas dessas formas o próprio Deus apresentou um relato em Números 12.6-8: “Se
entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer ou em sonhos falarei
com ele.
Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com
ele, e de vista, e não por figuras”.
O método que Deus usa para comunicar a sua X mente e vontade sob a dispensação do Novo
Testamento, nestes últimos dias, como eles são chamados, isto é, ou em relação ao fim do
mundo ou em relação ao fim do estado judeu.
Os Últimos Tempos
Os tempos do evangelho são os últimos tempos, a revelação do evangelho é a última que
devemos esperar de Deus. Primeiro houve a revelação natural; depois, a patriarcal, por meio de
sonhos, visões e vozes.
Então, a mosaica, na lei promulgada e escrita; depois, a profética, ao explicar a lei e fornecer
descobertas mais claras de Cristo. Mas agora não devemos esperar uma nova revelação, mas
somente mais do Espírito de Cristo para nos ajudar a entender melhor o que já está revelado.
Agora, a excelência da revelação do evangelho em comparação com as dispensações anteriores
consiste em duas coisas e a revelação final, conclusiva.
Dada nos últimos dias da revelação divina, à qual nada deve ser acrescentado, mas o Cânon das
Escrituras deve ser estabelecido e selado, de modo que agora a mente dos homens não deve
estar mais em suspense em virtude da expectativa de novas descobertas.
Mas deve rejubilar na completa revelação da vontade de Deus, tanto normativa quanto
providencial, tanto quanto for necessário que eles conheçam para a sua direção e conforto. Pois o
evangelho inclui uma descoberta dos grandes eventos que acometerão a igreja de Deus no fim
do mundo.
Hebreus 2: Jesus é o Autor da Salvação
Em Hebreus 2, o autor adverte para à atenção devida a mensagem do Evangelho. Ele considera
que se a mensagem transmitida por anjos, ou a mensagem profética foi cabalmente cumprida, o
que se dirá da mensagem anunciada pelo Filho de Deus.
Portanto, devemos tomar o cuidado de não desprezar os ensinamentos de Jesus Cristo. Porque
o relacionamento de Deus com a humanidade é diferente em todos os aspectos.
Jesus venceu de forma poderosa e definitiva, a morte e o Diabo na crucificação. Sua morte trouxe
redenção a todos os que invocarem seu nome como Salvador e os tornou seus irmãos, algo do
qual ele não se envergonha.
Esboço de Hebreus 2:
Hebreus 2.1 – 4: A atenção devida à mensagem
Hebreus 2.5 – 9: Deus e os homens
Hebreus 2.10 – 13: O Autor da Salvação e seus irmãos
Hebreus 2.14 – 18: A morte de Jesus na Cruz derrotou o Diabo
Preste Atenção!
“POR ISSO É PRECISO QUE PRESTEMOS MAIOR ATENÇÃO AO QUE TEMOS OUVIDO, PARA
QUE JAMAIS NOS DESVIEMOS. PORQUE SE A MENSAGEM TRANSMITIDA POR ANJOS
PROVOU A SUA FIRMEZA, E TODA TRANSGRESSÃO E DESOBEDIÊNCIA RECEBEU A
DEVIDA PUNIÇÃO, COMO ESCAPAREMOS NÓS, SE NEGLIGENCIARMOS TÃO GRANDE
SALVAÇÃO? ESTA SALVAÇÃO, PRIMEIRAMENTE ANUNCIADA PELO SENHOR, FOI-NOS
CONFIRMADA PELOS QUE A OUVIRAM”. (HEBREUS 2:1-3)
O Castigo mais severo que Deus jamais infligiu aos pecadores não é nada mais do que o pecado
merece: é uma justa retribuição; os castigos são tão justos e tão adequados ao pecado como a
recompensa o é em relação à obediência.
Sim, até mesmo mais adequados do que a recompensa é adequada à obediência imperfeita. Como
o evangelho é descrito.
E a salvação, uma grande salvação; é uma salvação tão grande que nenhuma outra salvação se
compara a ela; tão grande que nenhuma outra pode expressar plenamente, nem mesmo conceber,
quão grande ela é.
É uma grande salvação que o evangelho revela, pois revela um grande Salvador, que manifestou
Deus para se reconciliar com nossa natureza, e ser reconciliável com nossa pessoa.
Mostra como podemos ser salvos de tão grande pecado e tão grande miséria, e como podemos
ser restaurados a tão grande santidade e tão grande felicidade.
O evangelho nos revela um grande santificador, para nos habilitar para a salvação e para nos
conduzir ao Salvador. O evangelho mostra uma grande e excelente dispensação da graça, uma
nova aliança.
O grande título e instrumento é estabelecido e garantido a todos os que entram para o elo da
aliança. Como é descrito o pecado contra o evangelho: é definido como a negligência de “…tão
grande salvação”.
O Perigo do Desprezo
É um desprezo demonstrado pela graça salvadora de Deus em Cristo, tornando-a barata, não
dando importância a ela, não considerando ser digno do seu tempo se familiarizar com ela, não
considerando nem o valor da graça do evangelho.
Nem sua própria necessidade dela e o estado perdido sem ela; não usando seus esforços para
discernir a bondade dela, para aprová-la, ou aplicá-la à sua vida. Nessas coisas, descobrem uma
clara negligência dessa grande salvação.
Que todos tomemos cuidado para não acabarmos entre aqueles ímpios e infames pecadores que
negligenciam a graça do evangelho. Como a miséria de tais pecadores é descrita: é descrita como
sendo inevitável (v. 3): “…como escaparemos nós?”
Isso sugere que os que desprezam essa salvação já estão condenados, presos e nas mãos da
justiça. Assim o foram por meio do pecado de Adão; e eles fortaleceram seus vínculos por meio de
sua transgressão pessoal.
“Quem não crê já está condenado” (João 3.18). Que não há escapatória desse estado de
condenação, a não ser ao aceitar a grande salvação revelada no evangelho.
Quanto aos que a negligenciam, a ira de Deus está sobre eles, e permanecerá sobre eles; eles não
conseguem se desembaraçar, não conseguem emergir, não conseguem sair de debaixo dela.
Uma Grande Maldição
Que há uma maldição e uma condenação ainda mais graves esperando por todos os que
desprezam a graça de Deus em Cristo, e que dessa maldição tão pesada eles não conseguem
escapar.
Não podem esconder a sua pessoa naquele grande dia, nem negar o fato, nem subornar o juiz,
nem quebrar a prisão. Já não há porta de misericórdia aberta para eles; já não haverá sacrifício
pelo pecado; eles estão irrevogavelmente perdidos.
A inevitabilidade da miséria de tais pessoas é expressa aqui por meio de uma pergunta: Como
escaparemos nós? E um apelo à razão universal, à consciência dos próprios pecadores.
É um desafio a todo o seu poder e astúcia, a todos os seus interesses e alianças, para ver se eles,
ou alguém por eles, pode encontrar uma saída, ou forçar uma saída, uma forma de escapar da
justiça e da ira vingativas de Deus.
Hebreus 3: Jesus é Superior a Moisés
Em Hebreus 3, o autor começa explicando porque Jesus Cristo é superior a Moisés. Isso ocorre
porque o profeta dirigiu a casa terrena de Deus, Jesus, por sua vez dirige a casa eterna de Deus que
somos nós.
Ao dizer isso, ele alerta mais uma vez para a necessidade de ouvirmos a voz de Deus e sermos
obedientes a ela. Ele cita o exemplo dos hebreus no deserto, que ouviram a voz do Senhor mas
preferiram seguir o pecado.
A resistência a voz de Deus é fruto de um coração endurecido pelo ceticismo e incredulidade, algo
que produz a ira de Deus e a morte.
Esboço de Hebreus 3:
Hebreus 3.1 – 6: Jesus Cristo é superior a Moisés
Hebreus 3.7 – 11: Devemos ouvir a voz de Deus
Hebreus 3.12 – 14: O perigo de um coração endurecido
Hebreus 3.15 – 19: As consequências da incredulidade
Digno de Maior Glória
“JESUS FOI CONSIDERADO DIGNO DE MAIOR GLÓRIA DO QUE MOISÉS, DA MESMA FORMA
QUE O CONSTRUTOR DE UMA CASA TEM MAIS HONRA DO QUE A PRÓPRIA CASA. POIS
TODA CASA É CONSTRUÍDA POR ALGUÉM, MAS DEUS É O EDIFICADOR DE TUDO”.
(HEBREUS 3.3,4)
Nesses versículos, temos a aplicação da doutrina esboçada no final do último capítulo com respeito
ao sacerdócio de nosso Senhor Jesus Cristo.
A maneira ardente e afável com que o apóstolo exorta os cristãos a terem em alta conta esse sumo
sacerdote, e fazerem dele o objeto de seu profundo e sério exame.
E certamente ninguém na terra nem no céu merece mais a nossa consideração do que Ele. Para
que essa exortação se torne mais eficiente, observe a saudação honrosa usada para com aqueles
a quem ele escreve: “Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial”.
Irmãos, não somente meus irmãos, mas os irmãos de Cristo, e nele irmãos de todos os santos.
Todos no povo de Deus são irmãos, e deveriam se amar e viver como irmãos.
Irmãos santos; santos não só de confissão e título, mas em princípio e prática, de coração e vida.
Alguns transformaram isso em motivo de zombaria: “Esses”, assim dizem eles, “são os santos
irmãos”; mas é perigoso fazer gracejos com ferramentas tão afiadas; “…não mais escarneçais, para
que vossas ligaduras se não façam mais fortes” (Isaías 28.22).
Deixem que os que são assim desprezados e zombados se esforcem em ser de fato irmãos santos,
e se mostrem aprovados diante de Deus; e eles não precisam se envergonhar do título nem ter
medo dos escárnios dos profanos.
Está chegando o dia em que os que fazem disso motivo de vergonha o considerariam sua grande
honra e felicidade se pudessem ser recebidos nessa santa irmandade.
Participantes da Vocação Celestial
Participantes dos meios da graça, e do Espírito da graça, que veio do céu, e por meio do qual os
cristãos são de forma eficaz chamados das trevas para a maravilhosa luz.
Esse chamado que traz o céu à alma dos homens, elevando-os a uma disposição e a conversas
celestiais, e os prepara para viverem para sempre com Deus no céu.
Os títulos que ele dá a Cristo, a quem ele quer que eles considerem como o apóstolo da nossa
confissão, o primeiro-ministro da igreja do evangelho, um mensageiro e o principal mensageiro
enviado por Deus aos homens, com a mais importante missão.
O grande revelador daquela fé em que professamos crer e da esperança que professamos ter. Não
somente como o apóstolo, mas também como o sumo sacerdote da nossa profissão de fé, o
principal ministrante do Antigo Testamento. Como também do Novo, o cabeça da igreja em
qualquer estado, e em cada dispensação, de cuja satisfação e intercessão confessamos depender
para o perdão dos pecados e a aceitação por parte de Deus.
Como o Cristo, o Messias, o ungido e em todas as formas qualificado para a missão tanto de
apóstolo quanto de sumo sacerdote.
Como Jesus, nosso Salvador, o que nos cura, o grande médico da nossa alma, tipificado na
serpente de bronze que Moisés levantou no deserto, para que os que haviam sido picados pelas
serpentes de fogo pudessem olhar para Ele e ser salvos.
Hebreus 4: Entrando no Descanso de Deus
Em Hebreus 4, o autor destaca mais uma vez o descanso de Deus. Ele destaca que os hebreus
que não conseguiram entrar, falharam porque a mensagem não encontrou a fé necessária em seus
corações e nos adverte a tomar cuidado.
Para isso, devemos estar atentos ao tempo de Deus chamado “hoje”. Não é amanhã ou ontem.
Hoje é o tempo oportuno para ouvir a voz do Senhor.
Ao dizer isso, ele prossegue exaltando a palavra de Deus. Ele a descreve com uma espada afiada,
de dois gumes que penetra até o mais profundo da divisão entre espírito e alma. Ele declara isso
com a intenção de mostrar que não há nada oculto aos olhos do nosso Deus.
Devemos portanto, reconhecer nossa fraqueza humana e nos aproximar de Cristo, nosso sumo
sacerdote para recebermos dele graça e misericórdia, porque ele tem misericórdia de nós.
Esboço de Hebreus 4:
Hebreus 4.1 – 6: O descanso de Deus
Hebreus 4.7 – 11: Devemos entrar no descanso de Deus
Hebreus 4.12,13: A eficácia da Palavra de Deus
Hebreus 4.14 – 16: Jesus o nosso Sumo Sacerdote
A Promessa do Descanso de Deus
“VISTO QUE NOS FOI DEIXADA A PROMESSA DE ENTRARMOS NO DESCANSO DE DEUS,
TEMAMOS QUE ALGUM DE VOCÊS PENSE QUE TENHA FALHADO. POIS AS BOAS NOVAS
FORAM PREGADAS TAMBÉM A NÓS, TANTO QUANTO A ELES; MAS A MENSAGEM QUE
ELES OUVIRAM DE NADA LHES VALEU, POIS NÃO FOI ACOMPANHADA DE FÉ POR
AQUELES QUE A OUVIRAM”. (HEBREUS 4:1,2)
O apóstolo declara que os nossos privilégios por meio de Cristo sob o evangelho são não somente
grandes, mas maiores do que os desfrutados sob a lei mosaica.
Ele especifica isso, que temos uma promessa que nos foi deixada para entrarmos nesse descanso;
isto é, para entrarmos numa relação de aliança com Cristo, e para crescermos nela, até que
sejamos aperfeiçoados em glória.
Temos revelações desse descanso, e propostas, e as melhores orientações para que cheguemos
a ele. Essa promessa de descanso espiritual nos foi deixada pelo nosso Senhor Jesus Cristo no
seu testamento final, como um legado precioso.
Nossa tarefa é nos empenharmos em sermos os herdeiros, para que reivindiquemos esse
descanso e essa liberdade do domínio do pecado, de Satanás, e da carne.
Pelos quais a alma dos homens é mantida em servidão e privada de seu verdadeiro descanso, e
para que também sejamos libertos do jugo da lei e de todos os seus penosos serviços e cerimónias.
E possamos desfrutar da paz com Deus em suas ordenanças e providências, e em nossa própria
consciência, e assim tenhamos a perspectiva do perfeito e eterno descanso no céu.
Ele demonstra a verdade da sua afirmação, de que temos vantagens tão grandes quanto eles.
Pregação das Boas Novas
Pois, diz ele (v. 2): “Porque também a nós foram pregadas as boas-novas, como a eles”; o mesmo
evangelho em essência foi pregado sob os dois Testamentos, embora não tão claramente.
Não de maneira tão satisfatória sob o Antigo quanto sob o Novo Testamento. Os melhores
privilégios que os antigos judeus tinham eram os privilégios do evangelho.
Os sacrifícios e cerimônias do Antigo Testamento eram o evangelho daquela dispensação; e, o que
mais tinha de excelente nela foi o respeito que tinha por Cristo.
Agora, se esse era o mais alto privilégio deles, não somos inferiores a eles; pois temos o evangelho
assim como eles, e em pureza e clareza maiores do que eles tinham.
Ele mais uma vez aponta a razão por que tão poucos dos antigos judeus se beneficiaram daquela
dispensação do evangelho que eles desfrutavam: a falta de fé deles: “…a palavra da pregação
nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram” (v. 2).
A palavra é pregada para que nos beneficiemos dela, para que obtenhamos riquezas espirituais
por meio dela; é um valor colocado em nossas mãos para que obtenhamos sabedoria, o rico dote
da alma.
Em Todas as Épocas
Em todas as épocas, houve muitos ouvintes que não aproveitaram o que ouviram; muitos que se
ocuparam muito em ouvir sermões, em ouvir a palavra de Deus, mas nada ganharam com isso
para a sua alma.
E os que não se beneficiam pelo ouvir se tornam grandes perdedores. Aquilo que está na base
disso, ou seja, de não aproveitarmos a Palavra pregada, é a nossa incredulidade.
Não combinamos a fé com o que ouvimos; é a fé que é a vida da palavra. Embora o pregador creia
no evangelho, e se ocupe em combinar a fé com a sua pregação.
E em pregar como alguém que creu e por isso falou, contudo, se os ouvintes não tiverem fé em si
mesmos para combinar com a Palavra, nunca se tornarão melhores por meio dela.
Essa fé precisa ser combinada com cada mensagem, e precisa estar em ação e em exercício
enquanto estamos ouvindo.
E, depois de termos ouvido a palavra da pregação, tendo concordado com a verdade dela,
aprovando-a, aceitando a misericórdia oferecida, aplicando-a a nós mesmos com os sentimentos
adequados, então obteremos grandes benefícios e ganhos por meio da palavra pregada.
Hebreus 5: Jesus o Sumo Sacerdote Eterno
Em Hebreus 5, o autor explica a função do Sumo Sacerdote na antiga aliança, mostrando que ele
devia oferecer sacrifícios pelo povo e por seus próprios pecados.
Neste aspecto Jesus continua sendo superior. Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, ele
não conheceu o pecado e tronou-se mediador de uma aliança superior sendo capaz de interceder
por cada um de seus irmãos.
Ele encerra repreendendo os seus leitores por causa da sua demora em aprender a Palavra de
Deus, pelo tempo que receberam a mensagem já deviam ser mestres, contudo continuavam
aprendendo sobre rudimentos básicos da fé.
Esboço de Hebreus 5:
Hebreus 5.1 – 4: A função do Sumo Sacerdote
Hebreus 5. 5 – 10: Jesus o nosso Sumo Sacerdote Eterno
Hebreus 5.11 – 14: A lentidão para aprender a Palavra de Deus
Amadurecer é Obrigação
“DE FATO, EMBORA A ESTA ALTURA JÁ DEVESSEM SER MESTRES, VOCÊS PRECISAM DE
ALGUÉM QUE LHES ENSINE NOVAMENTE OS PRINCÍPIOS ELEMENTARES DA PALAVRA DE
DEUS. ESTÃO PRECISANDO DE LEITE, E NÃO DE ALIMENTO SÓLIDO! QUEM SE ALIMENTA
DE LEITE AINDA É CRIANÇA, E NÃO TEM EXPERIÊNCIA NO ENSINO DA JUSTIÇA”.
(HEBREUS 5:12,13).
O apóstolo mostra como as diversas doutrinas do evangelho devem ser ministradas a diferentes
pessoas. Na igreja há bebês e pessoas maduras, e há no evangelho leite e carne.
Os que são bebês, inábeis na palavra da justiça, precisam ser alimentados com leite; eles precisam
ser entretidos com as verdades mais simples, e isso da maneira mais simples:
“Porque é mandamento e mais mandamento, regra e mais regra: um pouco aqui, um pouco ali”
(Isaías 28.10).
Cristo não despreza os seus bebês; Ele proveu alimento adequado para eles. E bom ser bebê em
Cristo, mas não se deve continuar nesse estado infantil.
Devemos nos esforçar em passar desse estágio infantil; em maldade devemos sempre permanecer
crianças, mas em compreensão devemos crescer para a maturidade de homem.
Há carne substanciosa para os que têm maturidade. Os profundos mistérios de Cristo pertencem
àqueles que são de uma classe mais elevada na escola de Cristo, que aprenderam os primeiros
princípios e fizeram bom progresso sobre eles.
Assim que em virtude do uso eles têm seus sentidos exercitados para discernir entre o bem e o
mal, entre submissão e pecado, verdade e erro.
Sempre houve no estado cristão crianças, jovens e pais. Todo o verdadeiro cristão, tendo recebido
o princípio de vida espiritual de Deus, tem necessidade de preservar essa vida.
Sentidos Espirituais
A palavra de Deus é comida e alimento para a vida na graça: “Desejai afetuosamente, como
meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, da palavra, para que, por ele, vades
crescendo” (1 Pedro 2.2).
E da sabedoria dos ministros dividir corretamente a palavra da verdade, e dar a cada um a sua
porção – leite para os bebês, e carne substanciosa para os maduros.
Há sentidos espirituais assim como sentidos naturais. Há um olho espiritual, um apetite espiritual,
um paladar espiritual; a alma tem os seus sentidos como os tem o corpo.
Esses estão muito depravados e perdidos pelo pecado, mas são recuperados pela graça. E pelo
uso e pelo exercício que esses sentidos são melhorados, tornados mais ativos e fortes para provar
a doçura do que é bom e verdadeiro.
E a amargura do que é falso e perverso. Não somente a razão e a fé, mas também o sentido
espiritual, vão ensinar os homens a distinguir entre o que é agradável e o que é provocativo a Deus,
entre o que é útil e o que prejudicial à nossa alma.
Hebreus 6: Maturidade Cristã e Cuidado de Deus
Em Hebreus 6, o autor continua, a princípio exortando os cristãos a prosseguirem para a maturidade
em Jesus Cristo. Ele não deseja que eles continuem aprendendo sobre os assuntos básicos da fé,
mais sim que eles prossigam para assuntos mais densos.
Ele adverte que o conhecimento da pessoa de Jesus Cristo está diretamente ligado a nossa
segurança em Deus. Isso o leva a fazer uma advertência: O perigo da queda. Devemos ter o
cuidado de não crucificar novamente a Cristo, isso quer dizer voltar a devassidão e o amor à vida
de pecado.
Devemos ser perseverantes na fé, temos um Deus fiel e justo. A nossa esperança nele não será
frustrada, Ele jurou por si mesmo e estabeleceu a Cristo como Sumo Sacerdote, segundo
Melquisedeque.
Esboço de Hebreus 6:
Hebreus 6.1 – 3: A maturidade Cristã
Hebreus 6.4 – 8: O perigo da queda
Hebreus 6.9 – 15: A fidelidade de Deus
Hebreus 6.16 – 20: O juramento de Deus e a âncora da alma
Prossigamos
“PORTANTO, DEIXEMOS OS ENSINOS ELEMENTARES A RESPEITO DE CRISTO E
AVANCEMOS PARA A MATURIDADE, SEM LANÇAR NOVAMENTE O FUNDAMENTO DO
ARREPENDIMENTO DE ATOS QUE CONDUZEM À MORTE, DA FÉ EM DEUS, DA INSTRUÇÃO
A RESPEITO DE BATISMOS, DA IMPOSIÇÃO DE MÃOS, DA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
E DO JUÍZO ETERNO”. (HEBREUS 6:1,2)
Temos aqui o conselho do apóstolo aos hebreus para que cresçam de um estado de infantilidade
para o de plenitude da estatura do novo homem em Cristo.
Ele declara a sua prontidão de auxiliá-los em tudo que pudesse no seu progresso espiritual; e, para
maior encorajamento, ele se coloca lado a lado com eles.
Para o bem do seu crescimento, os cristãos devem deixar os rudimentos da doutrina de Cristo.
Como devem deixá-los? Não devem perdê-los, não devem desprezá-los, não devem esquecê-los.
Eles devem guardá-los no seu coração, e colocá-los como fundamento de toda a sua profissão e
expectativa; mas não devem descansar e permanecer neles, não devem estar sempre colocando
o fundamento, eles precisam avançar, e edificar sobre eles.
Precisa haver uma construção acima da terra; pois o fundamento é colocado de propósito para
suportar a construção.
Aqui se pode perguntar por que o apóstolo resolveu pôr carne substanciosa diante dos hebreus, se
sabia que eles eram apenas bebês?
Embora alguns deles fossem fracos, mesmo assim outros entre eles tinham obtido mais forças; e
eles precisavam ser providos de forma adequada.
E, assim como os cristãos maduros precisam estar dispostos a ouvir as verdades mais simples
para o bem dos mais fracos, assim os fracos precisam estar dispostos a ouvir as verdades mais
difíceis e misteriosas pregadas para o bem dos que são maduros.
Ele esperava que eles crescessem em sua força e estatura espirituais, e assim estivessem
dispostos a digerir a carne substanciosa.
Esperando Mais
“AMADOS, MESMO FALANDO DESSA FORMA, ESTAMOS CONVICTOS DE COISAS
MELHORES EM RELAÇÃO A VOCÊS, COISAS PRÓPRIAS DA SALVAÇÃO”. (HEBREUS 6.9)
Franca e abertamente o autor declara a boa esperança que tem acerca deles, de que eles vão
perseverar até o fim.
Há coisas que acompanham a salvação, coisas que nunca estão separadas da salvação, coisas
que mostram que a pessoa está num estado de salvação, e que vão resultar em salvação eterna.
As coisas que acompanham a salvação são coisas melhores de que jamais um hipócrita ou
apóstata desfrutou.
Elas são melhores em sua natureza e em seus resultados. E nossa obrigação esperar coisas boas
daqueles em quem nada aparenta o contrário. Os ministros às vezes precisam falar por meio de
precauções àqueles de cuja salvação têm boa esperança.
E aqueles que têm salvação eterna devem mesmo assim considerar seriamente como seria fatal o
desapontamento se ficassem aquém. Por isso devem operar a sua salvação com temor e tremor.
Ele lhes propõe argumentos e encorajamentos para avançarem no caminho da responsabilidade.
Que Deus havia operado um princípio de amor e bondade eternos neles, que tinha se manifestado
em obras apropriadas que não seriam esquecidas por Deus.
“Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade…” (v. 10). Boas
obras e o labor procedentes do amor a Deus são recomendáveis; e o que for feito a qualquer um
em nome de Deus não ficará sem recompensa.
É Preciso Perseverar
O que é feito aos santos, como tais, Deus aceita como feito a Ele mesmo. Os que esperam uma
generosa recompensa pelo trabalho de amor precisam continuar nele enquanto tiverem habilidade
e oportunidade. “…servistes aos santos e ainda servis.
Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim”. Os que perseveram no
cumprimento diligente da sua tarefa devem atingir a “…completa certeza da esperança” no final.
A completa certeza é um degrau mais elevado de esperança, é completa certeza de esperança;
elas não são diferentes em natureza, mas em intensidade. A completa certeza é atingível por meio
de grande diligência e perseverança até ao fim.
Hebreus 7: Melquisedeque e Jesus Cristo
Em Hebreus 7, o autor nos diz quem foi Melquisedeque. Um sacerdote sem: “pai, sem mãe, sem
genealogia, sem princípio de dias nem fim de vida, feito semelhante ao Filho de Deus”.
Desta forma, a figura sacerdotal de Melquisedeque é aplicada a Jesus. Isto ocorre porque a lei
sacerdotal colocava apenas os filhos de Levi como herdeiros do sacerdócio, no entanto o Filho de
Deus é descendente da tribo de Judá.
O autor de Hebreus continua mostrando como e porquê o sacerdócio de Jesus, segundo a linhagem
de Melquisedeque é superior ao de Levi. Cristo Jesus foi nomeado pelo próprio Deus Pai, como
sacerdote de uma aliança superior, perfeito e único para todo o sempre.
Esboço de Hebreus 7:
Hebreus 7.1 – 4: Quem foi Melquisedeque
Hebreus 7.5 – 11: Melquisedeque é superior a Levi
Hebreus 7.12 – 17: Jesus é Sacerdote para sempre
Hebreus 7.18 – 24: Jesus é sacerdote de uma aliança superior
Hebreus 7.25 – 28: Jesus é um Sacerdote perfeito
Quem Foi Melquisedeque?
“ESSE MELQUISEDEQUE, REI DE SALÉM E SACERDOTE DO DEUS ALTÍSSIMO,
ENCONTROU-SE COM ABRAÃO QUANDO ESTE VOLTAVA, DEPOIS DE DERROTAR OS REIS,
E O ABENÇOOU; E ABRAÃO LHE DEU O DÍZIMO DE TUDO. EM PRIMEIRO LUGAR, SEU NOME
SIGNIFICA “REI DE JUSTIÇA”; DEPOIS, “REI DE SALÉM” QUER DIZER “REI DE PAZ”.
(HEBREUS 7:1,2)
A grande pergunta que primeiro se impõe é: Quem foi Melquisedeque? Toda a descrição que temos
dele no Antigo Testamento está em Génesis 14.18ss., e em Salmos 110.4.
Aliás, estamos em grande parte no escuro em relação a ele; aprouve a Deus deixar-nos assim,
para que esse Melquisedeque seja um tipo mais vívido dele, cuja geração ninguém pode explicar.
Se os homens não se satisfazem com o que está revelado, precisam perambular no escuro em
intermináveis conjecturas.
Alguns o imaginam um anjo, outros, o Espírito Santo, enfim. As opiniões acerca dele que são mais
dignas de nossa consideração são estas três.
Therabbin, e a maioria dos autores judeus, pensa que ele foi Sem, o filho de Noé que foi rei e
sacerdote dos seus ancestrais, segundo a maneira de outros patriarcas; mas não é provável que
ele tenha mudado o seu nome dessa forma.
Além disso, não temos nenhum relato de ele se assentar na terra de Canaã. Muitos autores cristãos
pensaram que ele fosse o próprio Jesus Cristo.
Aparecendo por meio de uma dispensação e privilégio especiais a Abraão em carne, e que foi
conhecido a Abraão pelo nome de Melquisedeque.
O que se aplica muito bem a Cristo, e ao que é dito em João 8.56: “Abraão, vosso pai, exultou por
ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se”.
Humano?
“SEM PAI, SEM MÃE, SEM GENEALOGIA, SEM PRINCÍPIO DE DIAS NEM FIM DE VIDA, FEITO
SEMELHANTE AO FILHO DE DEUS, ELE PERMANECE SACERDOTE PARA SEMPRE”.
(HEBREUS 7:3)
Muito pode ser dito a favor dessa opinião, e o que se diz no versículo 3 não parece concordar com
qualquer ser humano; mas mesmo assim parece estranho fazer de Cristo um tipo de si mesmo.
A opinião mais geral é que ele foi um rei cananeu, que reinou em Salém, e promoveu a religião e a
adoração ao verdadeiro Deus; que ele foi levantado para ser um tipo de Cristo e foi honrado por
Abraão como tal.
Mas vamos deixar de lado essas conjecturas e nos esforçar em entender, o quanto pudermos, o
que aqui é dito dele pelo apóstolo, e como Cristo é representado por meio disso.
Melquisedeque era rei, e assim é o Senhor Jesus – um rei pela unção de Deus; o governo foi
colocado sobre os seus ombros, e Ele governa sobre todos para o bem do seu povo.
Rei de Justiça
O seu nome significa o justo juiz. Jesus Cristo é rei por direito e rei justo – por direito no seu título,
justo no seu governo.
Ele é o Senhor da nossa justiça; Ele cumpriu toda a justiça, e trouxe uma justiça eterna, e ele ama
a justiça e pessoas justas, e odeia a iniquidade.
Ele era rei de Salém, isto é, “…rei de paz”; primeiro, rei de justiça, e depois, rei de paz. Assim é o
nosso Senhor Jesus; por meio da sua justiça fez a paz, o fruto da justiça é paz. Cristo anuncia paz,
cria paz, é o nosso pacificador.
Ele era “…sacerdote do Deus Altíssimo”, qualificado e ungido de maneira extraordinária para ser
sacerdote entre os gentios. Assim é o Senhor Jesus.
Ele é o sacerdote do Deus Altíssimo, e os gentios precisam vir a Deus por meio dele; é somente
por meio do sacerdócio dele que podemos obter a reconciliação e a remissão dos pecados.
Hebreus 8: A Antiga e a Nova Aliança
Em Hebreus 8, o autor começa ensinando sobre a importância do sacerdócio na antiga aliança e
na nova. A partir disso ele mostra que à medida que a nova aliança é implantada a antiga aliança
deixa de ser utilizada. Ao apresentar as diferenças entre uma e outra ele diz que a nova aliança é
superior a antiga e porque isso acontece.
A nova aliança não será mais escrita em tábuas de pedra, em couro, ou mesmo em papel. O
Senhor a escreverá nas tábuas dos corações do seu povo através do Espírito Santo.
Esboço de Hebreus 8:
Hebreus 8.1 – 5: Jesus está à direita do trono de Deus
Hebreus 8.6 – 9: A antiga e a nova aliança
Hebreus 8.10 – 13: A nova aliança é superior
Jesus é Superior
“AGORA, PORÉM, O MINISTÉRIO QUE JESUS RECEBEU É SUPERIOR AO DELES, ASSIM
COMO TAMBÉM A ALIANÇA DA QUAL ELE É MEDIADOR É SUPERIOR À ANTIGA, SENDO
BASEADA EM PROMESSAS SUPERIORES. POIS SE AQUELA PRIMEIRA ALIANÇA FOSSE
PERFEITA, NÃO SERIA NECESSÁRIO PROCURAR LUGAR PARA OUTRA”. (HEBREUS 8:6,7)
O que é dito aqui acerca do antigo concerto, ou melhor, da antiga dispensação, que foi feito com
os pais da nação judaica no monte Sinai (Hebreus 8.9), e Moisés foi o Mediador daquele concerto.
Quando Deus os tomou pela mão, para conduzi-los para fora da terra do Egito, o que sugere a
grande afeição, condescendência e terno cuidado de Deus por eles.
Que esse concerto não foi encontrado sem defeito, foi uma dispensação de trevas e pavor,
tendendo para a escravidão, e somente um aio para poder nos levar a Cristo.
Foi perfeito em seu tipo, e serviu para cumprir a sua finalidade, mas muito imperfeito em
comparação com o evangelho. Que não era seguro ou firme: “…como os judeus não
permaneceram, naquele meu concerto, eu para eles não atentei, diz o Senhor” (v. 9).
Eles trataram de forma ingrata com o seu Deus, e cruelmente uns com os outros, e caíram em
desgraça diante de Deus. Deus vai atentar para aqueles que permanecem no seu concerto, mas
vai rejeitar aqueles que lançam fora o jugo dele.
A Antiga, Definhou
“CHAMANDO “NOVA” ESTA ALIANÇA, ELE TORNOU ANTIQUADA A PRIMEIRA; E O QUE SE
TORNA ANTIQUADO E ENVELHECIDO, ESTÁ A PONTO DE DESAPARECER”. (HEBREUS 8:13)
É antiquado, foi cancelado, passou do tempo, não tem mais uso nos tempos do evangelho do que
a luz de velas depois que o sol nasce.
Alguns pensam que o concerto antigo não decaiu completamente até a destruição de Jerusalém,
embora fosse descartado na morte de Cristo, e fosse tornado velho, e, então, desvanecido e
acabado, e o sacerdócio levítico com ele.
O que é dito aqui acerca da dispensação do Novo Testamento, para provar a excelência superior
do ministério de Cristo.
Que é um concerto melhor (v. 6), uma dispensação mais clara e confortável e uma descoberta da
graça de Deus pelos pecadores, trazendo santa luz e liberdade à alma. E sem falhas, bem ordenado
em todas as coisas.
Não requer nada a não ser aquilo para o que promete graça para a realização. Aceita sinceridade
piedosa, considerando-a perfeição do evangelho. Agora não mais cada transgressão elimina do
concerto; tudo é colocado em uma mão boa e segura.
Que é estabelecido sobre promessas melhores, mais claras e expressas, mais espirituais, mais
absolutas. As promessas de bênçãos espirituais e eternas nesse concerto são certas e absolutas.
As promessas de bênçãos temporais vêm com uma prescrição sábia e bondosa, na medida em
que assim deve ser para a glória e o bem do seu povo.
Esse concerto contém em si promessas de assistência e aceitação, promessas de progresso e
perseverança em graça e em santidade, de felicidade e glória no céu, que foram prefiguradas de
forma mais obscura pelas promessas da terra de Canaã, um tipo do céu.
Um Novo Concerto
É um novo concerto, até mesmo aquele novo concerto que Deus há muito declarou que faria com
a casa de Israel, isto é, com todo o Israel de Deus; isso foi prometido em Jeremias 31.31,32, e
cumprido em Cristo.
Isso será sempre um novo concerto, no qual todos que realmente se apossarem dele serão para
sempre preservados pelo poder de Deus.
E o concerto de Deus, sua misericórdia, amor e graça o produziram, sua sabedoria o designou.
Seu Filho pagou por ele e seu Espírito leva almas a ele e as edifica nele.
Os artigos desse concerto são de fato extraordinários, e são selados entre Deus e o seu povo pelo
batismo e pela Ceia do Senhor; por meio disso, eles se comprometem com sua parte, e Deus
lhes garante que vai fazer a parte dele. E a parte principal é do Senhor, da qual o seu povo depende
para receber graça e força para fazer a sua parte.
Hebreus 9: O Poder do Sangue de Jesus
Em Hebreus 9, o autor nos apresenta os elementos do santuário terreno de Israel e qual a sua
função. Após isso, ele mostra que Jesus serve no santuário eterno e celestial, que está nos céus.
A função dos elementos da antiga aliança era ilustrar alguns dos princípios da nova aliança. Era
algo temporário.
No entanto, Jesus de Nazaré é feito sacerdote eterno, de uma aliança superior e o seu sangue
purifica definitivamente todos os que se achegam a ele.
Esboço de Hebreus 9:
Hebreus 9.1 – 6: Os elementos do santuário terreno de Israel
Hebreus 9.7 – 10: A função dos elementos da antiga aliança
Hebreus 9.11 – 14: O poder do sangue de Jesus Cristo
Hebreus 9.15 – 21: Jesus é o mediador da nova aliança
Hebreus 9.22 – 28: A importância do sangue na santificação
O Poder do Sangue
“ORA, SE O SANGUE DE BODES E TOUROS E AS CINZAS DE UMA NOVILHA ESPALHADAS
SOBRE OS QUE ESTÃO CERIMONIALMENTE IMPUROS OS SANTIFICAM DE FORMA QUE SE
TORNAM EXTERIORMENTE PUROS, QUANTO MAIS, ENTÃO, O SANGUE DE CRISTO, QUE
PELO ESPÍRITO ETERNO SE OFERECEU DE FORMA IMACULADA A DEUS, PURIFICARÁ A
NOSSA CONSCIÊNCIA DE ATOS QUE LEVAM À MORTE, DE MODO QUE SIRVAMOS AO DEUS
VIVO!” (HEBREUS 9:13,14)
O caminho para o Santo dos Santos ainda “…não estava descoberto, enquanto se conservava em
pé o primeiro tabernáculo” (v. 8), essa foi uma lição que o Espírito Santo nos ensinou por meio
desses tipos.
O caminho para o céu não estava tão claro e plano, nem tão frequentado, sob o Antigo Testamento,
como sob o Novo. E a honra de Cristo e do evangelho, e a felicidade dos que vivem sob ele, que
agora a vida e a imortalidade foram trazidas à luz.
Não havia o livre acesso a Deus que há agora; Deus agora abriu uma porta mais ampla; e há lugar
para mais, sim, para tantos quantos estiverem verdadeiramente dispostos a voltar a Ele por meio
de Cristo.
Que o primeiro tabernáculo era somente uma figura do tempo então presente (v. 9). Era uma
dispensação obscura, e de pouca duração, somente para um curto período para tipificar as grandes
coisas de Cristo e do evangelho.
Que no devido tempo brilhariam em sua própria luz, e assim fariam com que todas as sombras
fugissem e desaparecessem, como as estrelas diante do sol nascente.
Que nenhum dos dons e sacrifícios ali oferecidos podia tornar os ofertantes perfeitos com respeito
à consciência (v. 9); isto é, não podiam remover o deserto, ou a profanação, ou o domínio do
pecado.
Não podiam libertar a consciência do pavor da ira de Deus; nem podiam pagar as dívidas,
nem resolver as dúvidas daquele que fazia o serviço.
Um homem podia percorrer todos eles em suas diversas ordens e frequentes retornos, e continuar
a fazer isso todos os seus dias, e mesmo assim não encontrar paz nem pureza para a sua
consciência por meio deles.
Ele podia assim ser salvo de castigos corporais e temporais que eram usados como ameaça contra
os que não observavam a lei, mas não podia ser salvo por meio deles do pecado ou do inferno,
como são salvos todos os que crêem em Cristo.
Ordenanças Externas
O Espírito Santo com isso quer dizer que as do Antigo Testamento foram impostas por meio de
ordenanças externas carnais sobre eles até o tempo da correção (v. 10).
Sua natureza era apenas de carnes e comidas exteriores, e limpezas rituais. Tudo isso eram
exercícios corporais, que têm pouco proveito; somente podiam satisfazer a carne, ou, no melhor
dos casos, servir para a purificação da carne.
Não eram colocadas como opções para eles usarem ou não, mas impostas a eles por severos
castigos corporais, e isso era feito de propósito para fazê-los olhar mais para a Semente prometida,
e ansiar mais por Ele.
Essas instituições nunca foram designadas para a perpetuidade, mas somente para continuarem
até o tempo da correção, até que as coisas melhores preparadas para eles lhes fossem concedidas.
Os tempos do evangelho são e devem ser tempos de correção; de luz mais clara com respeito às
coisas que precisam ser conhecidas; de mais amor, induzindo-nos a não demonstrar má vontade
a ninguém, mas boa vontade a todos, e ter complacência por todos.
De maior liberdade tanto de espírito quanto de palavra; e de uma vida mais santa de acordo com a
regra do evangelho. Temos vantagens bem maiores sob o evangelho do que tinham os que
estavam sob a lei; e então precisamos ser melhores ou senão seremos piores.
A convivência apropriada ao evangelho é uma excelente forma de vida; nada desprezível, nada
tolo, nada vão ou servil é apropriado ao evangelho.
Hebreus 10: Jesus e o Caminho Para Deus
Em Hebreus 10, o autor começa ensinando sobre os sacrifícios anuais e como estes simbolizavam
uma recordação anual de pecados. Essa foi a causa principal de Jesus ter vindo ao mundo.
A incapacidade do sangue de animais purificar os pecados mantinha os adoradores debaixo do
julgo do erro. Jesus Cristo veio sobretudo para fazer a vontade de Deus, sendo assim ele ofereceu
um sacrifício definitivo.
Com isso, o Senhor Jesus abriu para os adoradores um novo e vivo caminho. Ele nos dá confiança
para aproximar-se de Deus com a consciência limpa e alma purificada pelo sangue de Jesus. Sendo
assim, devemos perseverar nas provações. Porque o Senhor que prometeu é fiel e voltará para
nos buscar.
Esboço de Hebreus 10:
Hebreus 10.1 – 4: A recordação anual dos pecados
Hebreus 10.5 – 10: Porque Jesus Cristo veio ao mundo
Hebreus 10.11 – 14: Jesus e o sacrifício definitivo
Hebreus 10.15 – 20: O novo e vivo caminho
Hebreus 10.21 – 24: Confiança ao aproximar-se de Deus
Hebreus 10.25 – 31: O dever de congregar e o perigo do pecado
Hebreus 10.32 – 35: O sofrimento e a perseverança
Hebreus 10.36 – 39: Porque fazer a vontade de Deus
Confiança Para Entrar
“PORTANTO, IRMÃOS, TEMOS PLENA CONFIANÇA PARA ENTRAR NO SANTO DOS SANTOS
PELO SANGUE DE JESUS, POR UM NOVO E VIVO CAMINHO QUE ELE NOS ABRIU POR MEIO
DO VÉU, ISTO É, DO SEU CORPO. TEMOS, POIS, UM GRANDE SACERDOTE SOBRE A CASA
DE DEUS”. (HEBREUS 10:19-21)
Aqui o apóstolo mostra as dignidades do estado do evangelho. É apropriado que os crentes
conheçam as honras e privilégios que Cristo obteve para eles, para que, enquanto aceitam o
conforto, deem a Ele a glória por tudo.
Privilégios como a ousadia para entrar no Santo dos Santos. Eles têm acesso a Deus, luz para
conduzi-los, liberdade de espírito e de fala para se conformarem à orientação.
Eles têm direito ao privilégio e facilidade de acesso a ele, assistência para usá-lo e desenvolvê-lo
e segurança de aceitação e vantagens.
Eles podem entrar na presença graciosa de Deus nos seus santos oráculos, ordenanças,
providências e concerto, e assim na comunhão com Deus, em que recebem mensagens dele, até
que estejam preparados para entrar na sua gloriosa presença no céu.
Um sumo sacerdote sobre a casa de Deus, que é esse bendito Jesus, que reina sobre a igreja
militante, e cada membro dela na terra, e sobre a igreja triunfante no céu.
O Sumo Sacerdote
Deus está disposto a habitar com os homens na terra, e tê-los habitando com Ele no céu; mas
homens caídos não podem habitar com Deus sem um sumo sacerdote, que é o Mediador da
reconciliação aqui e do gozo depois.
O apóstolo nos conta o caminho e o meio em que os cristãos desfrutam desses privilégios, e, em
geral, declara que isso ocorre “…pelo sangue de Jesus”, pelo mérito desse sangue que Ele
ofereceu a Deus como um sacrifício expiatório.
Ele comprou para todos os que crêem nele o livre acesso a Deus nas ordenanças da sua graça
aqui e no reino da sua glória. Esse sangue, sendo aspergido na consciência, expulsa o medo
escravizante, e dá ao crente certeza tanto da sua segurança quanto da sua recepção na presença
divina.
O apóstolo, tendo dado esse relato geral do caminho pelo qual temos acesso a Deus, entra mais
em seus detalhes (v. 20). Como é o único caminho, não há outro caminho a não ser este.
O primeiro caminho para a árvore da vida foi fechado há muito, e continua fechado. É um novo
caminho, em oposição tanto ao concerto de obras quanto à antiquada dispensação do Antigo
Testamento; é uma via novíssima – o último caminho para a salvação aberto ao ser humano.
Um Caminho Novo
Aqueles que não entram nesse caminho, excluem-se a si mesmos para sempre. É um caminho
sempre eficaz. É um caminho vivo. Seria morte tentar chegar a Deus pelo caminho do concerto de
obras; mas por esse caminho podemos ir a Deus e viver.
E por meio de um Salvador vivo que, embora tenha morrido, está vivo; e é um caminho que dá vida
e viva esperança àqueles que entram por ele. É um caminho que Cristo consagrou para nós através
do véu, isto é, sua carne.
O véu no tabernáculo e no templo significava o corpo de Cristo; quando Ele morreu, o véu do templo
foi rasgado ao meio, e isso foi na hora do sacrifício vespertino, e deu ao povo uma vista
surpreendente do interior do Santo dos Santos, vista que nunca tinham tido antes.
O nosso caminho para o céu é por meio de um Salvador crucificado; sua morte é para nós o
caminho da vida. Ele será precioso para aqueles que crerem nisso.
Hebreus 11: Os Heróis da Fé
Em Hebreus 11, o autor aos Hebreus escreve aquilo que hoje é chamada de a galeria dos heróis
da fé. Ele começa apresentando o conceito de fé e falando sobre a sua importância.
A partir disso ele apresenta uma lista detalhada de exemplos de homens e mulheres de Deus que
tiveram suas vidas completamente influenciadas pela fé.
Esboço de Hebreus 11:
Hebreus 11.1 – 3: A importância da fé
Hebreus 11.4 – 12: Exemplos de homens e mulheres de fé
Hebreus 11.13 – 16: A esperança alimentada pela fé
Hebreus 11.17 – 40: Mais exemplos de homens e mulheres de fé
A Certeza Daquilo Que Esperamos
“ORA, A FÉ É A CERTEZA DAQUILO QUE ESPERAMOS E A PROVA DAS COISAS QUE NÃO
VEMOS. POIS FOI POR MEIO DELA QUE OS ANTIGOS RECEBERAM BOM TESTEMUNHO”.
(HEBREUS 11.1,2)
Tendo concluído a nomeação de pessoas particulares, ele passa a nos contar quais coisas
foram feitas pela fé exercitada por eles.
Ele menciona coisas que facilmente se aplicam a uma ou outra das pessoas listadas; mas
ele menciona também outras coisas que não são tão fáceis de ser adaptadas a qualquer
das pessoas mencionada aqui, mas precisam ser deixadas à conjectura e aplicação gerais.
“…pela fé, venceram, reinos” (Hebreus 11.33). Assim fizeram Davi, Josué e muitos dos
juízes. Aprendemos disso que os interesses e poderes dos reis e reinos são com frequência
estabelecidos em oposição a Deus e seu povo.
Deus pode facilmente subjugar todos esses reis e reinos que se opõem a Deus. A fé é uma
qualidade adequada e excelente daqueles que lutam nos caminhos do Senhor; torna-os
justos, ousados e sábios.
Eles “…praticaram a justiça”, tanto na esfera pública quanto na particular. Eles afastaram
muitos da idolatria e os levaram para os caminhos da justiça.
Eles creram em Deus, e isso lhes foi imputado como justiça; eles andaram e agiram de
forma justa para com Deus e os homens. Maior honra é produzir justiça do que fazer
milagres; a fé é um princípio ativo da justiça universal.
Alcançando Promessas
Eles “…alcançaram promessas”, tanto gerais quanto especiais. E a fé que nos dá um
interesse pelas promessas; é pela fé que recebemos o conforto das promessas; e é pela fé
que somos preparados a esperar pelas promessas, e a recebê-las no tempo devido.
Eles “…fecharam as bocas dos leões”; foi o que fizeram Sansão (Juízes 14.5,6), Davi (1
Samuel 17.34,35), e Daniel (Daniel 6.22). Aprendemos disso que o poder de Deus está
acima do poder da criatura.
A fé engaja o poder de Deus a favor do seu povo, sempre que for para a glória dele, para
dominar feras brutas e homens brutais.
Eles “…apagaram a força do fogo” (Hebreus 11.34). Assim Moisés, pela oração da
fé,apagou o fogo da ira de Deus que tinha sido aceso contra o povo de Israel (Números
11.1,2).
Assim fizeram os três rapazes, aliás, vencedores poderosos (Daniel 3.17-27). Sua fé em
Deus, recusando-se a adorar a imagem de ouro, os expôs à fornalha que Nabucodonosor
tinha preparado para eles.
E a fé deles os sustentou e produziu aquele poder e presença de Deus na fornalha que
apagou a violência do fogo, de modo que nem o cheiro ficou sobre eles.
Nunca a graça da fé foi provada de forma mais severa, nunca foi exercida de maneira mais
nobre, e nunca foi recompensada de forma mais gloriosa, como no caso deles.
Escaparam…
Eles “…escaparam do fio da espada”. Assim Davi escapou da espada de Golias e de Saul;
e Mardoqueu e os judeus escaparam da espada de Hamã.
As espadas dos homens são mantidas nas mãos de Deus, e Ele pode tornar cego o fio da
espada, e levá-la para longe do seu povo e contra os seus inimigos quando Ele quiser.
A fé se agarra àquela mão de Deus que segura as espadas dos homens; e Deus muitas
vezes permitiu que prevalecesse a fé do seu povo e livrou-os.
“…da fraqueza tiraram forças”. Da fraqueza nacional, em que os judeus caíam com
frequência em virtude de sua incredulidade; após o avivamento da sua fé, todo o seu
interesse era renovado e florescia.
Da fraqueza do corpo; assim Ezequias, crendo na palavra de Deus, recuperou-se de uma
enfermidade mortal, e atribuiu sua recuperação à promessa e ao poder de Deus (Isaías
38.15,16):
“Que direi? Como me prometeu, assim o fez; Senhor, com estas coisas se vive, e em todas
elas está a vida do meu espírito”. E é a mesma graça da fé que da fraqueza espiritual ajuda
os homens a se recuperarem e a restaurarem suas forças.
Eles “…na batalha se esforçaram”
Assim fizeram Josué, os juízes e Davi. A verdadeira fé concede a mais verdadeira coragem
e paciência, visto que discerne a força de Deus e com isso a fraqueza de todos os seus
inimigos.
Eles não foram somente valentes, mas bem-sucedidos. Deus, como recompensa e
encorajamento pela fé demonstrada por eles, pôs “…em fugida os exércitos dos estranhos”,
daqueles que eram estranhos à sua comunidade, e inimigos da sua fé.
Deus fez com que fugissem e caíssem diante dos seus servos fiéis. Comandantes que criam
e oravam com fé, estando à frente de exércitos que criam e oravam, foram tão reconhecidos
e honrados por Deus que nada pôde ficar em pé diante deles.
“As mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos” (Hebreus 11.35). Assim
aconteceu com a viúva de Sarepta (1 Reis 17.23) e a sunamita (2 Reis 4.36).
“Em Cristo, não há macho nem fêmea” (Gálatas 3.28); muitas do sexo mais fraco têm sido
fortes na fé. Embora o concerto da graça inclua os filhos dos crentes, mesmo assim os
deixa expostos à morte natural.
Mães pobres são relutantes em abrirem mão do seu interesse por seus filhos, mesmo que
a morte os tenha levado.
Deus às vezes se compadeceu tanto com os ternos sentimentos de mães pesarosas que
devolveu a vida aos seus filhos. Assim Cristo teve compaixão da viúva de Naim (Lucas
17.12ss.). Isso deve confirmar a nossa fé na ressurreição geral.
Hebreus 12: A Nuvem de Testemunhas
Em Hebreus 12, o autor aos Hebreus nos exorta a permanecer na fé e apresentar na vida diária o
exemplo de Jesus Cristo, isto deve acontecer porque estamos rodeados por uma tão grande nuvem
de testemunhas.
A nossa fé deve estar fundamentada na pessoa de Jesus, os nossos olhos e a nossa esperança
devem estar firmadas nele. Dessa forma, devemos considerar as adversidades como disciplina do
Senhor Deus, que disciplina a todos os filhos que ama e quer bem.
Mais uma vez a santificação é anunciada. Ela deve ter papel fundamental na vida do cristão. Por
isso, devemos estar atentos à voz do Senhor que bradará mais uma vez, e destruirá todo o mal.
Esboço de Hebreus 12:
Hebreus 12.1 – 3: A nuvem de testemunhas e o exemplo de Jesus
Hebreus 12.4 – 11: A disciplina do Senhor
Hebreus 12.12 – 15: A importância da santificação
Hebreus 12.16,17: O exemplo de Esaú
Hebreus 12.18 – 24: O monte Sião e a Jerusalém celestial
Hebreus 12.25 – 29: Deus é fogo consumidor
A Luta Contra o Pecado
“NA LUTA CONTRA O PECADO, VOCÊS AINDA NÃO RESISTIRAM ATÉ O PONTO DE
DERRAMAR O PRÓPRIO SANGUE. VOCÊS SE ESQUECERAM DA PALAVRA DE ÂNIMO QUE
ELE LHES DIRIGE COMO A FILHOS: “MEU FILHO, NÃO DESPREZE A DISCIPLINA DO
SENHOR, NEM SE MAGOE COM A SUA REPREENSÃO, POIS O SENHOR DISCIPLINA A QUEM
AMA, E CASTIGA TODO AQUELE A QUEM ACEITA COMO FILHO”. (HEBREUS 12:4-6)
Ele reconhece que eles sofreram muito, tinham lutado com agonia contra o pecado. A causa do
conflito era o pecado, e estar engajado na luta contra o pecado é estar lutando numa boa causa,
pois o pecado é o pior inimigo tanto de Deus quanto do homem.
Nossa luta espiritual é tanto honrosa quanto necessária; pois estamos nos defendendo a nós
mesmos contra aquilo que quer nos destruir, se obtiver a vitória sobre nós.
Estamos lutando por nós mesmos, pela nossa vida, e por isso devemos ser pacientes e resolutos.
Cada cristão está alistado sob a bandeira de Cristo, para lutar contra o pecado, contra doutrinas
pecaminosas, práticas pecaminosas e hábitos e costumes pecaminosos, tanto em si mesmo quanto
nos outros.
Ele os faz pensar que eles poderiam ter sofrido mais, que não sofreram tanto quanto os outros;
pois ainda não tinham resistido até ao sangue. Não haviam sido desafiados ainda ao martírio,
embora não soubessem quão cedo isso poderia acontecer.
O nosso Senhor Jesus, “…o Príncipe da nossa salvação” (Hebreus 2.10), não chama o seu povo
para as suas provações mais duras no início, mas sabiamente o treina por meio de sofrimentos
menos pesados para que esteja preparado para os maiores.
De Acordo Com Sua Força
Ele não vai colocar vinho novo em odres fracos. Ele é o bom pastor, Ele não vai sobrecarregar os
seus filhos mais novos. É adequado que os cristãos observem a moderação com que Cristo adapta
suas provações às forças deles.
Eles não devem aumentar suas aflições, mas devem observar a misericórdia que está combinada
com elas, e devem ter piedade daqueles que são chamados às provações mais cruéis para
resistirem até o sangue.
Não para derramar o sangue dos seus inimigos, mas para selar o seu testemunho com o seu próprio
sangue. Os cristãos devem se envergonhar de desfalecer sob provações moderadas.
Quando veem que outros estão suportando provações mais pesadas, e não sabem quão cedo eles
mesmos terão de enfrentar as piores provações.
Se corremos com os soldados de infantaria e nos cansamos, como vamos competir com os
cavalos? Se estamos cansados numa terra de paz, o que faremos na enchente do Jordão?
(Jeremias 12.5).
As Aflições
Ele argumenta com base na natureza peculiar e generosa daqueles sofrimentos que sobrevêm ao
povo de Deus. Embora os inimigos e perseguidores sejam os agentes que infligem tais sofrimentos
ao povo cristão, contudo eles são castigos divinos.
O Pai celestial tem a sua mão em tudo isso, e o seu sábio propósito em tudo. Ele lhes deu
informações adequadas sobre isso, e eles não devem esquecer (Hebreus 12.5).
Aquelas aflições que talvez sejam verdadeiras perseguições no que tange ao envolvimento dos
homens são também repreensões e castigos divinos no que concerne a Deus.
A perseguição por causa da fé é, às vezes, uma correção e repreensão pelos pecados dos que
professam a religião. Os homens os perseguem porque são crentes; Deus os castiga porque não
são mais devotos.
Os homens os perseguem porque não abrem mão da sua profissão de fé; Deus os castiga porque
não vivem de acordo com a sua profissão de fé.
Deus orientou o seu povo acerca de como devia se comportar em todas as aflições; seus servos
precisam evitar os extremos em que muitos incorrem.
Não devem desprezar o castigo do Senhor; não devem considerar insignificantes as aflições, e ser
estúpidos e insensíveis quando estiverem nelas, pois são a mão e a vara de Deus, e a sua censura
pelo pecado.
Os que não levam a sério as aflições, não levam Deus a sério e não levam o pecado a sério.
Hebreus 13: Jesus Cristo é o Mesmo
Em Hebreus 13, o autor começa falando sobre a importância da hospitalidade. Devemos cultivar a
prática de receber bem e com prazer aos nossos irmãos na fé, em casa. Isso fortalece a comunhão
e o amor. O Senhor Deus permanecerá nos ajudando em todas as nossas lutas, seu amor e cuidado
permanecerão nos fortalecendo.
É nosso dever cuidar, respeitar e amar os líderes do povo de Deus que são fiéis na pregação do
Evangelho. Não me refiro aos lobos ou mercenários, mas aos homens e mulheres de Deus que
são fieis e dedicados ao ministério.
Por fim, ele nos recorda do sacrifício de Jesus Cristo fora da cidade de Jerusalém para santificar a
humanidade, isso para ele significou humilhação e dor, para nós no entanto é motivo de honra e
alegria.
Esboço de Hebreus 13:
Hebreus 13.1 – 3: A importância da hospitalidade
Hebreus 13.4 – 6: O Senhor é o nosso ajudador
Hebreus 13.7 – 11: Jesus Cristo é o mesmo
Hebreus 13.12 – 16: O sacrifício de Jesus fora da cidade
Hebreus 13.17 – 21: Submissão aos líderes espirituais dignos
Hebreus 13.22 – 25: Saudação final
Amor Constante
“SEJA CONSTANTE O AMOR FRATERNAL. NÃO SE ESQUEÇAM DA HOSPITALIDADE; FOI
PRATICANDO-A QUE, SEM O SABER ALGUNS ACOLHERAM ANJOS. LEMBREM-SE DOS QUE
ESTÃO NA PRISÃO, COMO SE APRISIONADOS COM ELES; DOS QUE ESTÃO SENDO
MALTRATADOS, COMO SE FOSSEM VOCÊS MESMOS QUE O ESTIVESSEM SOFRENDO NO
CORPO”. (HEBREUS 13:1-3)
Estímulo ao amor fraternal: “Permaneça a caridade fraternal”. Com isso ele não quer dizer uma
afeição geral por todos os homens, como os nossos irmãos por natureza, todos feitos do mesmo
sangue.
Nem aquela afeição mais limitada que devemos àqueles que são filhos dos mesmos pais imediatos,
mas aquela afeição especial e espiritual que deve existir entre os filhos de Deus.
Supõe-se aqui que os hebreus tinham esse amor uns pelos outros. Embora naquela época essa
nação estivesse miseravelmente dividida e confusa em si mesma.
Tanto acerca de questões de religião quanto de questões do estado civil, mesmo assim ainda havia
amor fraternal entre aqueles que entre eles criam em Cristo.
E isso apareceu de uma forma bem evidente naquele momento após o Espírito Santo ter sido
derramado, quando tinham todas as coisas em comum, e venderam as suas posses para fazer um
fundo comum para a subsistência dos seus irmãos.
O Espírito de Amor
O espírito do cristianismo é um espírito de amor. A fé opera por meio do amor. A verdadeira religião
é o vínculo mais forte de amizade; se não for assim, em vão levam o seu nome.
Esse amor fraternal estava em perigo de se perder, e isso numa época de perseguição, quando
seria mais necessário; estava em perigo de se perder em virtude daquelas disputas que havia entre
eles com relação ao respeito que ainda deviam ter pelas cerimónias da lei mosaica.
Disputas acerca da religião muitas vezes produzem o declínio da afeição cristã; mas precisamos
ser vigilantes acerca disso, e todos os meios precisam ser empregados para a preservação do
amor fraternal.
Os cristãos devem sempre amar e viver como irmãos, e quanto mais crescerem em devoção e
afeição por Deus, seu Pai celestial, tanto mais vão crescer em amor uns pelos outros por causa
dele.
A Hospitalidade
“NÃO VOS ESQUEÇAIS DA HOSPITALIDADE” (V.V – 2)
Precisamos acrescentar ao amor fraternal a hospitalidade. O dever exigido é a hospitalidade, tanto
para com aquelas pessoas que são estranhas à comunidade de Israel quanto para com aquelas
que são estranhas à nossa pessoa.
Especialmente os que sabem que são estrangeiros aqui e estão buscando uma nova pátria, que é
o caso do povo de Deus, e era assim nessa época.
Os judeus que criam estavam numa condição desesperadora e angustiante. Mas ele parece referir-
se à hospitalidade em relação a estranhos como tais.
Embora não saibamos quem são, nem de onde vêm, mesmo assim, vendo que estão sem um lugar
definido de hospedagem, devemos lhes dar lugar no nosso coração e na nossa casa, à medida que
tivermos oportunidade e condições.
O motivo é “…porque, por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos”’, foi assim no caso de
Abraão (Gênesis 18), e de Ló (Gênesis 19), e um dos que Abraão recebeu era o Filho de Deus.
E, embora não possamos supor que isso sempre seja o nosso caso, mas o que fizermos aos
estranhos, em obediência a Ele, Ele vai considerar e recompensar como tendo sido feito a Ele
mesmo (Mateus 25.35): “Era estrangeiro, e hospedastes-me”.
Deus com frequência concedeu honras e favores aos seus servos hospitaleiros, além de toda a
imaginação e de forma inesperada.
Epístola Universais
Tiago
A carta de Tiago é extremamente prática e alguns teólogos a consideram “Os Provérbios do Novo
Testamento”.
Esta carta é como se fosse um comentário dos ensinamentos de Jesus Cristo, principalmente do
Sermão da Montanha.
Você encontra pelo menos dez exemplos de citações e aplicações que Tiago fez do ensino de
Jesus.
Muitos teólogos acreditam que o Tiago que escreveu esta epistola tenha sido o meio-irmão de
Jesus Cristo.
Durante o ministério de três anos de Jesus, seu irmão de sangue não creu n’Ele. Mas depois da
Sua ressurreição, os Evangelhos relatam que Jesus fez uma aparição especial para Pedro e
Tiago. (I Corintios 15:7)
É interessante observar que assim que se converteu, Tiago foi imediatamente considerado como
um dos principais líderes da igreja do Novo Testamento.
Ele foi um dos que presidiu o Concílio em Jerusalém, relatado em Atos 15.
Foi este o Tiago a quem o apóstolo Paulo se referiu na sua carta aos Gálatas, onde relata que
quando foi a Jerusalém, havia lá três homens considerados os pilares da igreja: João, Pedro e
esse Tiago.
A tradição conta que Tiago foi jogado do pináculo do Templo e espancado até a morte pelo sumo
sacerdote.
Isso teria provocado uma revolta contra o sumo sacerdote na comunidade religiosa judaica e a
conseqüente expulsão do seu posto.
Quando, em 70 d.C., Tito, o imperador romano, destruiu Jerusalém, muitos judeus devotos
acreditaram que aquilo fosse um castigo de Deus por causa do martírio do temente Tiago.
Como essa epístola é uma das Cartas Gerais, ela aparece no final do Novo Testamento junto
com as outras cartas assim chamadas, mas na verdade acredita-se que ela tenha sido uma das
primeiras cartas do Novo Testamento a serem escritas.
Antes mesmo das cartas de Paulo.
Capítulos
Capítulo 1: O Comportamento do Cristão
Capítulo 2: A Fé é Confirmada Pelas Obras
Capítulo 3: O Poder da Língua e a Sabedoria
Capítulo 4: Guerras e o Relacionamento Com Deus
Capítulo 5: Juízo de Deus e a Volta de Jesus
A Mensagem de Tiago
Ao estudarmos esta Epístola percebemos que ele queria equilibrar um pouco o ensino do
apóstolo Paulo.
Paulo era enfático no seu discurso sobre a justificação pela fé e não pelas obras.
No segundo capítulo de sua carta Tiago também é enfático em afirmar que não somos salvos
apenas pela fé, mas pela fé acompanhada de obras.
Teólogos acreditam que Tiago a tenha escrito antes que houvesse qualquer gentio convertido e
ela parece ter sido dirigida aos judeus, principalmente, aos judeus legalistas.
I Pedro
A carta de 1 Pedro é considerada uma mensagem de alegre esperança, a fim de levar o crente a
ver a perspectiva divina e eterna da sua vida terrestre e prover orientação prática aos cristãos que
se encontravam sob o fogo do sofrimento entre os pagãos.
O ensino de 1 Pedro procura evitar que os crentes não perturbem o governo sem necessidade, e
sim que sigam o exemplo de Jesus no sofrimento, sendo inocente, mas portando-se com retidão e
dignidade.
1 Pedro: Visão Geral
A carta de 1 Pedro começa lembrando os leitores de que têm uma vocação gloriosa e uma herança
celestial em Jesus Cristo, de que a sua fé e amor nesta vida estarão sujeitos a provas e purificação
e que isso resultará em louvor, glória e honra na vinda do Senhor.
Pedro lembra que esta salvação foi predita pelos profetas do Antigo Testamento e de que o crente
deve viver uma vida santa, bem diferente do mundo ímpio ao seu redor.
Os crentes, escolhidos e santificados são crianças em crescimento que precisam do puro leite da
Palavra, são pedras vivas em que estão sendo edificadas como casa espiritual e peregrinos,
caminhando em terra estranha; devem viver de modo honroso e humilde no seu trato com todas as
pessoas durante a sua peregrinação.
Capítulos
Capítulo 1: Esperança Viva e a Graça
Capítulo 2: Pedra Angular e Geração Eleita
Capítulo 3: Conselhos para Homens e Mulheres
Capítulo 4: A Vontade de Deus e o Sofrimento
Capítulo 5: Humilhação Diante de Deus
Quem Era Pedro?
Temos registradas no Cânon das Escrituras duas epístolas escritas por Pedro, um dos mais
eminentes apóstolos de Jesus Cristo, e cujo caráter brilha forte à medida que é descrito nos quatro
Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos.
Mas, como é descrito pelos papistas e por autores antigos, representa uma pessoa de orgulho e
ambição extravagantes. Temos certeza, à luz das Escrituras, que Simão Pedro foi um dos primeiros
entre os que foram chamados pelo nosso Senhor para ser seus discípulos e seguidores,
Ele era uma pessoa com excelentes dons, tanto naturais quanto dons da graça, com grandes
talentos e eloquência vívida, rápido para aprender e ousado para executar tudo que sabia que era
seu dever.
Quando o nosso Salvador chamou os seus apóstolos e lhes deu sua comissão, Ele o nomeou
primeiro na lista; e pelo seu comportamento para com ele, parece que o Senhor o distinguiu como
um dos favoritos entre os doze.
Muitos exemplos da afeição do nosso Senhor por ele, tanto durante a sua vida quanto depois da
sua ressurreição, estão registrados. Mas há muitas coisas afirmadas com tanta confiança acerca
desse homem sagrado que são francamente falsas.
Não é Verdade
Como, por exemplo, que ele possuía primazia e poder superior sobre o restante dos apóstolos; que
ele era mais do que um semelhante a eles; que ele era o príncipe deles, o monarca e soberano; e
que ele exercia uma jurisdição sobre todo o colégio dos apóstolos.
Além disso, afirmam que ele tornou-se o pastor exclusivo e universal de todo o mundo cristão, o
único vigário de Cristo na terra que ele foi durante mais de vinte anos bispo de Roma.
Que os papas de Roma sucederam-no, e derivam dele supremacia e jurisdição universais sobre
todas as igrejas e cristãos sobre a terra; e que tudo foi assim em virtude das ordens e nomeações
do nosso Senhor.
No entanto, Cristo nunca lhe deu preeminência alguma desse tipo, mas concretamente a proibiu, e
estabeleceu preceitos no sentido contrário. Os outros apóstolos nunca consentiram com tal
reivindicação.
Paulo fala de si mesmo: “…porque penso que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos”
(2 Coríntios 11.5; 12.11). Aqui não há nenhuma exceção para a dignidade superior de Pedro, a
quem Paulo tomou a liberdade de acusar, e a quem resistiu “…na cara” (Gálatas 2.11).
E o próprio Pedro nunca assumiu uma coisa dessas, mas modestamente se considerou um
“…apóstolo de Jesus Cristo”; e, quando escreve aos presbíteros da igreja, humildemente se coloca
no mesmo nível deles: “Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também
presbítero com eles” (capítulo 5.1).
II Pedro
A carta de 2 Pedro foi escrita para exortar os crentes a buscarem com diligência a santidade de
vida e o verdadeiro conhecimento de Jesus e para desmascarar e repudiar a atividade traiçoeira
dos falsos profetas e mestres que agiam nas igrejas da Ásia Menor, pervertendo a verdade bíblica.
Pedro resume o propósito do livro, em 2 Pedro 3.17,18, onde exorta os verdadeiros cristãos a
estarem alerta para não serem enganados por homens perversos e crescer “na graça e
conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.
2 Pedro: Visão Geral
A epístola de 2 Pedro instrui solenemente os crentes a tomarem posse da vida e da piedade,
mediante o verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo. O primeiro capítulo acentua a importância
do crescimento cristão.
Tendo começado pela fé, o crente deve buscar diligentemente a excelência moral, o conhecimento,
a temperatura, a perseverança, a piedade, o amor fraternal e a caridade (amor altruísta), que levam
à fé madura e ao verdadeiro conhecimento do Senhor Jesus.
O capítulo seguinte adverte solenemente contra os falsos profetas e mestres que surgem dentro
das igrejas. Pedro os denuncia como anarquistas e perniciosos, que têm prazer nas
concupiscências da carne; são cobiçosos, arrogantes e obstinados e que desprezam a autoridade.
Pedro procura resguardar os verdadeiros crentes contra as suas heresias destrutivas pondo a
descoberto seus motivos e conduta malignos.
2 Pedro Capítulos
Capítulo 1: A Suficiência de Jesus Cristo
Capítulo 2: O Juízo de Deus e o Pecado
Capítulo 3: O Dia do Senhor e a Volta de Jesus
Simão Pedro o Autor
O autor dessa epístola evidentemente parece ser o mesmo que escreveu a anterior; e, não importa
qual seja a diferença que homens instruídos digam existir no estilo dessa epístola em comparação
com a anterior.
Isso não pode ser um argumento convincente para afirmar que ela foi escrita por um Simão que
sucedeu o apóstolo Tiago na igreja de Jerusalém, visto que aquele que escreve esta epístola se
intitula “Simão Pedro, servo e apóstolo…” (2 Pedro 1.1),
Além disso, diz que ele foi um dos três apóstolos que estiveram presentes na transfiguração de
Cristo (2 Pedro 1.18), e lhes diz expressamente que lhes tinha escrito uma outra epístola
anteriormente (capítulo 3.1).
O propósito dessa segunda epístola é o mesmo da primeira, como fica evidente com base no
primeiro versículo do capítulo 3, de onde observamos que, nas coisas de Deus, temos necessidade
de “…mandamento sobre mandamento, regra sobre regra” (Isaías 28.10), e um mínimo de tudo
isso para mantê-los na memória.
E assim, essas são as coisas que deveriam ser mais fielmente registradas e mais frequentemente
lembradas por nós.
I João
A carta de 1 João têm um propósito duplo: expor e rebater os erros doutrinários e éticos dos falsos
mestres e exortar seus filhos na fé a manter uma vida santa de intimidade com Deus, na verdade
e na justiça, cheios de alegria e de certeza da vida eterna.
Isto ocorre, mediante a fé obediente em Jesus Cristo, o Filho de Deus e pela habitação interior do
Espírito Santo. Alguns crêem que a epístola também foi escrita como uma sequência do Evangelho
segundo João.
1 João: Visão Geral
Em 1 João a fé e a conduta estão fortemente entrelaçados. Os falsos mestres, aos quais João
chama aqui de “anticristos”, apartaram-se do ensino apostólico sobre Jesus Cristo e a vida de
retidão.
De modo semelhante a 2 Pedro e Judas, 1 João refuta e condena com veemência os falsos mestres
com suas crenças e conduta destruidoras.
Do ponto de vista positivo, 1 João expõe as características da verdadeira comunhão com Deus e
revela cinco evidências específicas pelas quais o crente poderá “saber”, com confiança e certeza
que tem a vida eterna.
São elas: verdade apostólica a respeito de Jesus Cristo, uma fé obediente que guarda os
mandamentos de Jesus Cristo, um viver santo, afastar-se do pecado, para comunhão com Deus,
amor a Deus e aos irmãos na fé e o testemunho do Espírito Santo no crente.
João afirma, por fim, que a pessoa pode ter certeza da vida eterna quando estas cinco evidências
são manifestas na sua vida.
1 João: Capítulos
Capítulo 1: Deus é Luz
Capítulo 2: A Obediência e o Amor a Deus
Capítulo 3: Filhos de Deus e os Filhos do Diabo
Capítulo 4: Deus é amor
Capítulo 5: A Vitória Que Vence o Mundo
Foi Ele Mesmo
Embora a longa tradição da igreja atribua esta epístola ao apóstolo João, ainda assim podemos
observar algumas outras evidências que irão confirmar (ou, em alguns casos, até mesmo exceder)
a exatidão dessa tradição.
Parece que o autor fazia parte do colégio apostólico pela confiança sensível e palpável que tinha
acerca da verdade da pessoa do Mediador em sua natureza humana: “…o que vimos com os
nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” (1 João
1.1).
Ele cita a evidência que o Senhor deu a Tomé de sua ressurreição, ao convidá-lo para tocar as
marcas dos pregos e da lança, que foi registrada por João. E ele deve ter sido um dos discípulos
presentes quando o Senhor veio no mesmo dia em que ressuscitou dos mortos e mostrou a eles
suas mãos e seu lado (Jo 20.20).
Mas, para que estejamos seguros em relação à identidade desse apóstolo, raramente existe uma
crítica ou um especialista competente de estilo de argumento e espírito, que não vá concordar que
esta epístola foi escrita pelo mesmo apóstolo que escreveu o Evangelho de João.
Os dois livros harmonizam maravilhosamente em relação aos títulos e características do Redentor:
a Palavra, a Vida, a Luz; o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. Compare capítulo 1.1
e 5.7 com João 1.1 e Apocalipse 12.13.
Eles harmonizam na aprovação do amor de Deus a nós (capítulo 3.1 e 4.9; João 3.16) e quanto
à nossa regeneração ou ser nascido de Deus (capítulo 3.9; 4.7; e v. 1; João 3.5,6).
II João
A epístola de 2 João foi escrita para prevenir “a senhora eleita” contra os falsos obreiros (mestres,
evangelistas e profetas) que perambulavam pelas igrejas.
Os tais abandonaram os ensinos do evangelho e propagavam os seus falsos ensinos. A
destinatária não devia recebê-los, conversar com eles, nem auxiliá-los.
Fazer isso, significaria ajudá-los a disseminar os seus erros e participar da sua culpa. A carta
repudia o mesmo falso ensino denunciado em 1 João.
2 João: Visão Geral
A carta de 2 João realça uma advertência, que também se acha em 1 João, sobre o perigo de falsos
mestres que negam a encarnação de Jesus Cristo e que se afastam da mensagem do evangelho.
João se alegra por ver que “a senhora eleita” e seus filhos “andam na verdade”. O verdadeiro amor
cristão deve também incluir o discernimento entre a verdade e o erro, e também dar apoio aos
falsos mestres.
Receber amavelmente os falsos mestres é participar dos seus erros. A carta é breve, pois João
planeja uma visita para breve, e assim falar-lhe “de boca a boca”.
2 João: Capítulo
Capítulo 1: Amor ao Próximo e o Ensino de Jesus
Grande Inclusão
Encontramos aqui uma epístola canônica endereçada não somente a uma única pessoa, mas
também a alguém do sexo feminino. E por que não para alguém desse sexo?
Na redenção, privilégio e dignidade do evangelho, “…não há macho nem fêmea; ambos são um
em Cristo Jesus” (veja Gálatas 3.28). Nosso Senhor deixou sua refeição de lado para conversar
com a mulher de Samaria, para mostrar-lhe a fonte da vida.
E, quando estava próximo da sua morte na cruz, ele confiou com seus lábios moribundos sua
bendita mãe aos cuidados do seu amado discípulo, e, dessa forma, o instruiu a respeitar discípulos
do sexo feminino no futuro.
Nosso Senhor escolheu aparecer primeiro a uma mulher logo após a sua saída do sepulcro e
transmitir por meio dela as novas da sua ressurreição a esse apóstolo amado bem como aos
outros apóstolos.
Também encontramos mais tarde uma zelosa Priscila envolvida no meio cristão, mais
especificamente em alguns serviços perigosos para o apóstolo Paulo, tanto que ela frequentemente
é mencionada antes do seu marido.
Não só o apóstolo Paulo, mas também todas as igrejas gentílicas estavam dispostas a enviar seus
reconhecimentos agradecidos a ela e ao seu marido.
Não é de admirar então que uma heroína na fé cristã, honrada pela providência divina e
separada pela graça divina, também devesse ser dignificada por meio de uma epístola apostólica.
III João
A carta de 3 João foi escrita com o propósito destacar o testemunho de Gaio pela sua fiel
hospitalidade e ajuda prestada aos fiéis obreiros viajantes, para fazer uma advertência indireta ao
petulante Diótrefes e para preparar o caminho da sua própria visita pessoal.
3 João: Visão Geral
A carta de 3 João menciona três homens por nome. Gaio é calorosa e honrosamente mencionado
pela sua piedosa vida na verdade, e pela sua hospitalidade exemplar para com os irmãos viajantes.
Diótrefes, um dirigente ditador, é denunciado pelo seu orgulho, cujas manifestações são: rejeitar
uma carta anterior de João, calúnia contra João, recusar o acolhimento aos mensageiros de João
e ameaçar exclusão aqueles que os receberem.
Por fim Demétrio, talvez o portador desta carta, ou pastor de uma comunidade na vizinhança, é
louvado como um homem de boa reputação e lealdade à verdade.
Capítulos
Capítulo 1: O Testemunho de João
A Importância dos Laços
A comunhão cristã é exercida e apreciada por meio dessa carta. Os cristãos devem ser aprovados
na demonstração prática da sujeição declarada ao evangelho de Cristo.
O estímulo e a aprovação de pessoas generosas e de espírito público fazem bem a muitos.
Com esse fim o apóstolo envia essa epístola animadora ao seu amigo Gaio, na qual ele também
se queixa do espírito errôneo e da prática contrária de um certo ministro e confirma o bom relato
de um outro ministro mais digno de ser imitado.
Nessa epístola, o apóstolo congratula Gaio pela prosperidade de sua alma (v.v – 1,2), pela fama
que tinha no meio dos cristãos (v.v – 3,4) e pela sua caridade e hospitalidade aos servos de Cristo
(v.v – 5,6).
Ele se queixa do tratamento desdenhoso de um ambicioso Diótrefes (v.v – 9,10), recomenda
Demétrio (v. 12) e expressa sua esperança em visitar Gaio em breve (v.v – 13,14).
Judas
A epístola de Judas foi escrita, provavelmente por Judas irmão de Tiago e meio-irmão de Jesus
Cristo. O propósito é advertir os crentes sobre a grave ameaça dos falsos mestres e sua influência
destruidora nas igrejas, e para energicamente conclamar todos os verdadeiros crentes a
resolutamente “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos”.
Judas: Visão Geral
Seguindo-se a saudação, Judas revela que sua primeira intenção era escrever sobre a natureza da
salvação. Em vez disso, ele foi movido a escrever sobre o assunto que se segue, por causa dos
mestres apóstatas que estavam pervertendo a graça de Deus e, ao agirem assim, corrompiam a
verdade e o caminho nas igrejas.
Judas os acusa de impureza sexual, liberais como Caim, cobiçosos como Balaão, e causadores de
divisões. Afirma a certeza do julgamento divino contra todos que vivem em tais pecados e ilustra
esse fato com seis exemplos do Antigo Testamento.
Os doze fatos descritivos da vida deles revelam que a medida do seu pecado está cheia para o
julgamento divino. Os crentes são despertados a crescer na fé e a ter compaixão com temor, no
tocante àqueles que estão vacilando na fé.
A carta termina com palavras de louvor a Deus, de grande inspiração, ao impetrar a bênção de
Deus.
Capítulos
Capítulo 1: Falsos Mestres e o Pecado
Sedutores e Seduções
Essa epístola é chamada (como também ocorre com algumas outras) geral ou universal, porque
não é diretamente dirigida a qualquer pessoa em particular, ou a uma família ou igreja, mas a todos
os cristãos daquela época, então convertidos à fé em Cristo, tanto do judaísmo como do paganismo.
E ela é, e será, de uso duradouro e especial na igreja e para ela, enquanto o cristianismo existir,
isto é, enquanto o tempo existir. O escopo geral dessa epístola é muito parecido com o último
capítulo da segunda epístola de Pedro, que, pelo fato de já ter sido explicado ali, requer menos
atenção aqui.
A epístola visa a advertir-nos contra os sedutores e suas seduções, inspirar-nos a um amor
afetuoso e cordial à verdade (verdade manifesta e importante), e a uma preocupação genuína com
ela, e isso em uma união íntima com a santidade, da qual a caridade, ou oamor fraternal sincero
e imparcial, é o caráter mais essencial e o braço inseparável.
Retendo a Verdade
A verdade que devemos reter e pela qual devemos nos empenhar para que outras pessoas também
possam ser familiarizadas com ela e não se afastar dela tem duas características especiais: Ela é
“…a verdade como está em Jesus” (Efésios 4.21); e ela é a “…verdade, que é segundo a piedade”
(Tito 1.1).
O evangelho é o evangelho de Cristo. Ele o revelou a nós e Ele é o assunto principal dele; e,
portanto, somos necessariamente compelidos a aprender nele tudo que podemos da sua pessoa,
natureza e ofícios.
Portar-se de maneira indiferente em relação a isso é indesculpável para aquele que se chama
cristão. Sabemos de qual fonte única e santa devemos tirar todo o conhecimento necessário à
salvação. Além disso, essa verdade também é uma doutrina de piedade.