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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA HELENA RUIZ RAMOS DE OLIVEIRA Estudo de viabilidade da substituição do coagulante utilizado na ETE de um Complexo Químico Lorena SP 2014

HELENA RUIZ RAMOS DE OLIVEIRA - sistemas.eel.usp.brsistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2014/MIQ14004.pdfda região Sudeste, onde se encontra a Estação de Tratamento de Efluentes

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

HELENA RUIZ RAMOS DE OLIVEIRA

Estudo de viabilidade da substituição do coagulante utilizado na ETE de um

Complexo Químico

Lorena – SP

2014

2

HELENA RUIZ RAMOS DE OLIVEIRA

Estudo de viabilidade da substituição do coagulante utilizado na ETE de um

Complexo Químico

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação

apresentado à Escola de Engenharia de Lorena

da Universidade de São Paulo como requisito

parcial para conclusão da Graduação do curso de

Engenharia Industrial Química.

Orientadora: Dra. Elisângela de Jesus Candido Moraes

Lorena – SP

2014

3

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO Serviço de Biblioteca Escola de Engenharia de Lorena

Oliveira,Helena Ruiz Ramos de

Estudo de viabilidade da substituição do coagulante utilizado na ETE de um

Complexo Químico/Helena Ruiz Ramos de Oliveira. - Lorena, 2014.

55 f.

Monografia apresentada como requisito parcialpara a conclusão do Curso de

Graduação de Engenharia Industrial Química - Escola de Engenharia de Lorena da

Universidade de São Paulo.

Orientadora: Elisângela de Jesus Candido Moraes

1. Efluentes (Tratamento) 2. Indústria química3. Estações de tratamento de água

I. Moraes, Elisângela de Jesus Candido,Orient.

4

Aos meus pais, Áurea e Paulo, que sempre

me apoiaram e me deram forças nas

dificuldades, acreditaram no meu potencial

e comemoraram minhas vitórias.

5

Agradecimentos

Aos meus pais, Áurea e Paulo, por todo o carinho, amor e dedicação que

tornaram este trabalho e minha graduação possíveis.

Ao Victor Ruiz, pelo amor e por cuidar da nossa família durante os anos em que

vivi fora de casa.

À Tia Nilza, que com suas orações, conversas e pensamentos positivos me

auxiliou a chegar até aqui.

À toda a minha família, por me apoiar e me admirar.

Ao Vinicius Mezzanotte, meu namorado, por todo o amor, amizade, torcida e

confiança que depositou em mim e por todos os momentos de alegria que me

proporciona.

À Professora Elisângela, que tanto me auxiliou e me encorajou na realização

deste trabalho, sempre paciente, atenciosa e muito acessível.

Às minhas amigas de república: Amanda, Geise, Marina, Renata S. e Renata T., e

mais recentes Isabela e Paula, que me ensinaram a conviver com a diferença e

que me acompanharam nesta jornada.

À Renata Rocha, por todo o apoio durante o último ano e pela amizade que só

cresce.

Ao André Cocenza, Bruno Rodrigues e Marcelo Brunca, por todo o conhecimento

passado e pela amizade.

A todos os meus colegas de trabalho (passados e atuais), por toda a experiência,

amizade e aprendizado.

A todos que torceram para que este dia chegasse, e a todos que participaram da

minha vida até hoje.

6

“A mente que se abre a uma

nova ideia jamais voltará ao

seu tamanho original.”

Albert Einstein

7

Resumo

OLIVEIRA, H. R. R. Estudo de viabilidade da substituição do coagulante

utilizado na ETE de um Complexo Químico. 2014. 55f. Monografia – Escola de

Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Lorena, 2014.

A crescente preocupação com o Meio Ambiente aumenta o cuidado com que

resíduos industriais e domésticos são lançados na natureza. Em diversos tipos de

efluentes, faz-se necessária a remoção de sólidos que se encontram suspensos

em água. Para isto, são dosados coagulantes, que agem aproximando os

coloides e promovendo sua sedimentação. No presente trabalho, foram realizados

testes de bancada para avaliar a possível substituição do coagulante utilizado na

Estação de Tratamento de Efluentes de um Complexo Químico localizado no

Estado de São Paulo. O produto utilizado atualmente é o Sulfato de Alumínio,

coagulante importante e amplamente empregado para tratamento de águas. O

coagulantetestado foi o Policloreto de Alumínio, que apresentou desempenho

semelhante à do Sulfato de Alumínio, não justificando a substituição.

Palavras-chave: Efluentes industriais, Coagulante, Sulfato de Alumínio,

Policloreto de Alumínio.

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Abstract

OLIVEIRA, H. R. R. Viability study of the replacement of coagulant used on a

WWT Plant from a Chemical Complex, 2014. 55p.Monograph – Escola de

Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Lorena, 2014.

The growing concern about the environment increases the care about how

industrial and domestic wastes are released in nature. In various types of effluent,

it is necessary to remove solids that are suspended in water. For this, coagulants

are used, acting approaching colloids and promoting sedimentation. In this

research, bench tests were conducted to evaluate the possible replacement of the

coagulant used in a Chemical Complex Waste Water Treatment Plant, located in

the State of São Paulo. The product currently used is Aluminum Sulfate , important

and widely used as coagulant for water treatment . The coagulant that was tested

is PolyclorideAluminium, that showed a similar performance to the results using

Aluminum Sulfate and because of that, the substitution wasn’t practicable.

Keywords: Industrial Effluents, Coagulant, Aluminium Sulphate, Polycloride

Aluminium.

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Lista de Tabelas

Tabela 3 Parâmetros exigidos pela CETESB para descarte de efluentes. ........... 34

Tabela 4 Sólidos Suspensos Totais no AVO. ....................................................... 38

Tabela 5 Sólidos Suspensos Totais no ET. .......................................................... 38

Tabela 6 Remoção de DQO na Estação por etapa e total. ................................... 39

Tabela 7 Remoção de DBO na Estação por etapa e total. ................................... 40

Tabela 8 Especificações do PAC .......................................................................... 41

Tabela 9 Especificações do Sulfato de Alumínio .................................................. 41

Tabela 10 Dados de consumo de Insumos e quantidade de Efluente Tratada ..... 47

Tabela 11 Parâmetros físicos do Jar Test. ............................................................ 49

Tabela 12 Resultados de DQO e SST. ................................................................. 53

10

Lista de Figuras

Figura1 Caixa de gradeamento. ............................................................................ 23

Figura2 Tanque de Equalização da Malwee. ........................................................ 23

Figura 3 Configuração elétrica dos colóides. ........................................................ 25

Figura4Efluente após coagulação e floculação. .................................................... 28

Figura5Decantadores Primários ............................................................................ 29

Figura6 Tanque de aeração (Lodo Ativado) .......................................................... 30

Figura 7 Principais parâmetros a serem controlados no tratamento biológico. ..... 32

Figura8 Esquematização da ETE estudada. ......................................................... 36

Figura 9 Jar Test. .................................................................................................. 42

Figura 10 Jar Test utilizado no estudo. ................................................................. 42

Figura11 Ensaio de Análise de SST. .................................................................... 44

Figura 12 Ensaio de Análise de SSV e SSF. ........................................................ 44

Figura 13 Amostras em estágio de floculação. ..................................................... 50

Figura 14 Amostras após decantação. .................................................................. 52

Figura 15 Resultados de DQO e SST. .................................................................. 53

Figura 16 Remoção de DQO e SST. ..................................................................... 54

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Lista de Siglas

AVO Afluente ao Valo de Oxidação

CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio

DQO Demanda Química de Oxigênio

EQ Efluente equalizado

ET Efluente Tratado

ETE Estação de Tratamento de Efluentes

SSF Sólidos Suspensos Fixos

SST Sólidos Suspensos Totais

SSV Sólidos Suspensos Voláteis

USP Universidade de São Paulo

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ............................................................................ 13

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................... 15

2.1. Efluentes .................................................................................................. 15

2.1.1. Definição ........................................................................................... 15

2.1.2. Tipos de Efluentes ............................................................................. 15

2.1.2.1. Efluentes de Indústrias Químicas ............................................... 16

2.1.3. Conceitos .............................................................................................. 18

2.1.4. Tratamento de Efluentes ................................................................... 22

2.1.4.1. Tratamento Preliminar ................................................................ 22

2.1.4.2. Tratamento Físico-Químico ......................................................... 24

2.1.4.3. Tratamento Biológico .................................................................. 29

2.1.5. Legislação ......................................................................................... 33

3. METODOLOGIA ......................................................................... 35

3.1. Caracterização da Estação de Tratamento de Efluentes ......................... 35

3.2. Caracterização do Efluente ...................................................................... 38

3.3. Materiais e Métodos ................................................................................. 40

3.4. Procedimentos de Análises Laboratoriais ................................................ 44

3.4.1. Sólidos Suspensos Totais ................................................................. 44

3.4.2. Demanda Química de Oxigênio ........................................................ 45

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................. 47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 58

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1. INTRODUÇÃO

A água é elemento insubstituível em diversas atividades humanas. Com o

crescimento populacional, sua demanda vem aumentando, e com isso torna-se

escassa e apresenta baixa qualidade em várias regiões. Tratando especialmente

da região Sudeste, onde se encontra a Estação de Tratamento de Efluentes

(objeto deste estudo), a redução da qualidade das águas tem um impacto maior,

já que a escassez de água ainda não é uma questão tão preocupante na região.

Este cenário é gerado por desordenados processos de industrialização,

urbanização e expansão agrícola (SETTI et. al, 2000).

Segundo Setti et. al (2000), a falta de um sistema de gestão de água

adequado fez com que o setor de recursos hídricos ganhasse importância e

interesse pela sociedade brasileira, sendo reportado na mídia e por discussões

governamentais.

Além do problema da gestão brasileira de águas, há a preocupação crescente

com o Meio Ambiente como um todo. As indústrias, além de atenderem às

legislações vigentes, priorizam a máxima remoção possível de cargas presentes

nas águas residuais, a fim de diminuir seus impactos causados na natureza.

As indústrias produzem uma enorme variedade de resíduos, e para cada tipo

deles existe um tratamento adequado. Alguns efluentes podem ser tratados

apenas com reagentes químicos, que promovem a precipitação de sólidos que

antes estavam suspensos na água. Outros necessitam apenas da ação de

bactérias, que consomem a carga orgânica presente. Estes tipos de tratamentos

citados podem ser divididos em vários tipos, envolvendo diferentes técnicas e

equipamentos.

O efluente estudado neste trabalho foi o de um Complexo Químico

Multinacional, localizado no Vale do Paraíba – SP. Na Estação de Tratamento de

Efluentes (ETE) estudada, o efluente passa por um Tratamento Primário (físico-

químico), e em seguida um Tratamento Biológico (etapa principal do tratamento,

onde há a redução significativa da carga orgânica).

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Para que o Tratamento Biológico seja eficaz, é necessário que o Tratamento

Primário seja extremamente eficiente na remoção de sólidos suspensos. O

arraste de sólidos de origem inorgânica do Tratamento Primário para o

Tratamento Biológico prejudica a ação das bactérias e consequentemente a

qualidade final do efluente.

No presente trabalho será estudada a possibilidade de troca do coagulante

utilizado na ETE, a fim de se aumentar a remoção de sólidos suspensos na água.

O coagulante utilizado atualmente na Estação é o Sulfato de Alumínio, e o

estudado para substituí-lo é o Policloreto de Alumínio. Serão estudadas as

características de ambos os coagulantes e os resultados quando testados em Jar

Test.

15

1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1. Efluentes

1.1.1. Definição

De acordo com a Resolução Nº 430 do CONAMA, de 13 de Maio de 2011,

efluente é “o termo usado para caracterizar os despejos líquidos provenientes de

diversas atividades ou processos” (CONAMA).

Segundo Giordano (2004), atividades como lavagem de máquinas, tubulações

e pisos, sistemas de resfriamento e geradores de vapor, processamentos

industriais e sanitários, tornam a água em efluente. Volumes de água

incorporados ao produto e perdas por evaporação não são considerados

efluentes.

1.1.2. Tipos de Efluentes

O esgoto sanitário é constituído principalmente de despejos domésticos,

águas pluviais e de infiltração e tem características bem definidas. Provem de

quaisquer edificações que utilizam água para fins domésticos e compõem-se

principalmente de água de banho, urina, fezes, papel, restos de comida, sabão,

detergentes e águas de lavagem (FERREIRA; LISBOA; MARQUES, 2013).

Já os efluentes industriais, segundo Ferreira, Lisboa e Marques (2013), são

extremamente diversos, são derivados de qualquer utilização da água para fins

industriais e adquirem características próprias de acordo com o processo

industrial empregado. Por este motivo, cada efluente deve ser estudado e tratado

de maneira adequada, não havendo um modelo fixo para tratamento.

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A seguir serão apresentados sucintamente alguns efluentes encontrados em

indústrias de diferentes segmentos. Os efluentes de Indústrias Químicas serão

tratados de maneira mais aprofundada adiante.

Refrigerantes – os efluentes deste tipo de indústria são ricos em açucares,

alguns corantes e outros componentes das bebidas. Apresentam partículas

de carvão e óleos minerais oriundos de vazamentos de equipamentos

(GIORDANO, 2004)

Cerveja – este tipo de efluente é rico em açucares e outros componentes

da cerveja. Possuem partículas de terras diatomáceas oriundas da filtração

do mosto e óleos minerais de possíveis vazamentos de equipamentos

(GIORDANO, 2004).

Pescado – os efluentes deste tipo de indústria possuem compostos da

matéria orgânica do processamento do pescado, produtos utilizados em

limpezas e sal de salmouras descartadas (GIORDANO, 2004).

Abatedouros – os efluentes possuem alta concentração de matéria

orgânica, esterco, terra, sangue, gorduras, resíduos de carne, etc.

(GIORDANO, 2004).

Laticínios – os efluentes apresentam gordura, resquícios de produtos de

limpeza, lavagens de piso, resíduos de leite e seus derivados, etc.

(GIODANO, 2004).

1.1.2.1. Efluentes de Indústrias Químicas

Os efluentes provenientes de Indústrias Químicas possuem diferentes

características, dependendo do tipo de processamento, das matérias primas

utilizadas, do produto formado, dentre outras características. Exemplos de

diferentes efluentes da Indústria Química estão apresentados a seguir.

Tintas – Os efluentes deste tipo de processo são gerados ao final do

processamento, na fase de limpeza de equipamentos e chão da fábrica e

17

apresentam resquícios de resina, pigmentos, cargas e solventes.

(NASCIMENTO, 2013)

Têxtil – Os efluentes deste ramo de indústria dependem do tipo de fibras

processadas e dos produtos químicos utilizados. A maioria dos efluentes

têxteis é colorida, tóxica e geralmente não biodegradável (devido ao alto

teor de corantes, surfactantes e aditivos – compostos orgânicos de

estruturas complexas) (UEDA et. al, 2004).

Petroquímica – Estes efluentes podem ser classificados como não

contaminados ou orgânicos. O não contaminado recebe as correntes de

purgas de torres de resfriamento e de geração de vapor. Já o efluente

orgânico consiste em compostos orgânicos, como água de drenagem de

processos e drenagem de tanques (GIORGI e WADA, 2006).

Farmacêutica – Os efluentes farmacêuticos podem ser de indústrias de

síntese ou de mistura. Os do primeiro caso possuem altas concentrações

de matéria orgânica, sais e toxicidade. Geralmente apresentam compostos

aromáticos ou cíclicos, nitrogenados e cores residuais (GIORDANO, 2004).

Papel – Gera efluentes com altas concentrações de carga orgânica

facilmente biodegradável, sólidos suspensos e cor. Apresentam

carboidratos e ácidos orgânicos, compostos lignínicos e derivados fenólicos

de alto peso molecular. No processo de branqueamento da celulose, a alta

toxicidade pode ser explicada pela presença de compostos fenólicos

clorados (KHANSORTHONG e HUNSOM, 2009).

Galvanoplastia – Descartes dos diversos banhos concentrados exauridos

(desengraxantes, decapantes, fosfatizantes, cromatizantes, etc) e águas

menos contaminadas, provenientes de lavagens posteriores. São

geralmente coloridos, com temperatura superior à ambiente, emitem

vapores, apresentam óleo e o pH varia entre o extremo alcalino e o

extremo ácido (SILVA, LIMA e SILVA, 2007).

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1.1.3. Conceitos

Existem parâmetros de extrema importância para a caracterização dos

efluentes, segue abaixo a definição de alguns desses parâmetros.

DQO(Demanda Química de Oxigênio):

De acordo com Zuccari, Graner e Leopoldo (2005), é um parâmetro que se

refere à “quantidade de oxigênio consumido por materiais e por substâncias

orgânicas e minerais, que se oxidam sob condições definidas”. Quando se trata

de águas, este parâmetro torna-se especialmente importante, pois estima o

potencial poluidor de efluentes domésticos e industriais.

Aquino, Silva e Chernicharo (2006) afirmam que a DQO é um parâmetro global

utilizado para indicar o conteúdo orgânico de águas residuais e superficiais.

Santos (2004) conceitua DQO como a quantidade de oxigênio necessária para

oxidar quimicamente compostos orgânicos carbonáceos e nitrogenados. Esta

oxidação resulta principalmente em CO2 e água.

Análise de DQO

Segundo Cardoso, Rosa e Rocha (2009), para estimar o teor de matéria

orgânica na água, utilizam-se métodos de oxidação química empregando um

oxidante forte, como o dicromato de potássio em meio ácido. A reação química

deste processo é representada por:

MO – Matéria Orgânica

Cardoso, Rosa e Rocha (2009) explicam que o método consiste em oxidar a

amostra de efluente com o dicromato de potássio (K2Cr2O7) em excesso (sob

aquecimento, em meio de ácido sulfúrico e utilizando sulfato de prata como

catalisador). Titula-se o dicromato residual com solução padronizada de sulfato

ferroso (para a indicação de viragem utiliza-se ferroína). A quantidade de matéria

oxidável equivalente em oxigênio é proporcional à quantidade de dicromato

consumida.

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É possível fazer a análise instrumental para determinação de DQO, já que o

crômio III formado pela reação entre o dicromato e a matéria orgânica do efluente

pode ser caracterizado por espectrofotometria (GRANER, ZUCCARI e PINHO,

1998). Este método é o mais utilizado atualmente e será apresentado mais

adiante.

DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio):

De acordo com Macedo (2006), DBO é a quantidade de oxigênio requerida por

micro-organismos aeróbios para a oxidação de compostos orgânicos presentes

na fase líquida. É um fator muito importante para avaliar a eficiência de sistemas

de tratamento de esgotos e efluentes industriais.

Em ambientes aeróbios, segundo Santos (2004), são encontrados diversos

tipos de micro-organismos (bactérias, micro-organismos filamentosos, bactérias

nitrificantes, protozoários, entre outros) que participam ativamente do processo de

degradação da matéria orgânica. O autor afirma que a oxidação realizada pelos

micro-organismos visa a obtenção de energia para a manutenção de suas

funções biológicas e sua reprodução.

De acordo com o site da CETESB, quando se relaciona DQO com DBO, é

possível analisar a biodegradabilidade do efluente. Quanto mais próximo da DQO

for o valor da DBO, mais biodegradável é o efluente, ou seja, maior a capacidade

de micro-organismos oxidarem o efluente.

Análise de DBO

Método da diluição: Transfere-se para frasco âmbar, contendo água saturada

de oxigênio, um volume conhecido de efluente e mantém-se o frasco fechado por

5 dias em estufa a 20 °C. Após este período, é analisado o oxigênio restante no

frasco e, então, se compara este valor com a quantidade de oxigênio inicial. Desta

maneira é possível analisar quanto de oxigênio foi consumido para a degradação

da matéria orgânica (CARDOSO, ROSA e ROCHA, 2009)

20

Os autores afirmam que os aparelhos utilizados para a análise instrumental de

DBO funcionam baseados em diferença de pressão (método manométrico),

apresentando a leitura direta dos dados (após 5 dias de teste, a 20 °C).

Santos, Sales e Duarte (2003) explicam que o sistema manométrico é

constituído por um microprocessador sem mercúrio, que determina a DBO através

da pressão exercida dentro do frasco. Quando os micro-organismos atuam na

degradação da matéria orgânica presente no efluente, há uma redução de

pressão dentro do frasco. A redução é diretamente proporcional à quantidade de

matéria orgânica presente.

Turbidez:

De acordo com o site da CETESB, a turbidez da água é uma variável física

correspondente ao grau de atenuação de intensidade que um feixe de luz sofre ao

atravessá-la, devido à presença de sólidos em suspensão (areia, argila, algas,

bactérias, plantons em geral, etc). Esgotos sanitários e diversos efluentes

industriais possuem alta turbidez.

Ainda segundo o site da CETESB, a turbidez das águas dificulta a fotossíntese

da vegetação submersa e algas. A falta de atividade da vegetação acarreta

também na falta de suprimentos aos peixes. Desta maneira, a turbidez influencia

em toda a comunidade biológica aquática, e por este motivo, as medidas e

controle da turbidez são de extrema importância.

Sólidos:

Segundo Metcalf e Eddy (2003), águas residuais possuem uma grande

variedade de materiais sólidos, desde pedaços grandes até coloides. Quando

amostras de efluente são analisadas, geralmente se retiram os sólidos mais

grosseiros. A seguirestão definidos os tipos de sólidos encontrados em efluentes,

de acordo com Metcalf e Eddy (2003), adaptado de Standard Methods (1998).

21

Sólidos Totais: Resíduo remanescente quando o efluente é evaporado

e o resíduo seco de 103 a 105 °C.

Sólidos Voláteis Totais: Sólidos que podem ser volatilizados quando

os Sólidos Totais são calcinados (500 ± 50 °C).

Sólidos Fixos Totais: Sólidos restantes do processo de calcinação dos

Sólidos Totais (500 ± 50 °C).

Sólidos Suspensos Totais: Fração dos Sólidos Totais retidos em filtro

com específica porosidade, medidos após secos a uma temperatura de

105°C. A porosidade usual do filtro é de 1,58 µm.

Sólidos Suspensos Voláteis: Sólidos que podem ser volatilizados com

a calcinação dos Sólidos Suspensos Totais (500 ± 50 °C).

Sólidos Suspensos Fixos: Resíduo remanescente após a calcinação

dos Sólidos Suspensos Totais (500 ± 50 °C).

Sólidos Totais Dissolvidos: Sólidos passantes pelo filtro, que são

posteriormente evaporados e secos a específica temperatura. Estes

sólidos são colóides e o tamanho das partículas varia entre 0,001 a 1

µm.

Sólidos Dissolvidos Voláteis Totais:Sólidos que são volatilizados

quando os sólidos totais dissolvidos são calcinados (500 ± 50 °C).

Sólidos Dissolvidos Fixos: Resíduo remanescente após a calcinação

dos Sólidos Totais Dissolvidos.

Sólidos Sedimentáveis: Sólidos suspensos que serão sedimentados

após um período de tempo especificado.

22

1.1.4. Tratamento de Efluentes

Diversas são as maneiras de tratar os efluentes, dependendo de sua

composição. A seguir são apresentados os principais métodos físico-químicos e

biológicos para o descarte de águas residuais no meio ambiente.

1.1.4.1. Tratamento Preliminar

Os tratamentos preliminares são fenômenos exclusivamente físicos. Alguns

tipos de tratamentos preliminares são apresentados a seguir:

Gradeamento

Faz parte do tratamento preliminar, e consiste na remoção de materiais

grosseiros do efluente a ser tratado. Esta remoção visa a preservação dos

equipamentos utilizados posteriormente (desgaste de bombas ou obstruções de

válvulas e tubulações) (CASSINI, 2008)

Geralmente o equipamento consiste em grades com barras paralelas,

confeccionadas de ferro ou aço e em diferentes angulações, dependendo da

remoção que se deseja (fina ou grosseira). As grades podem operar

automaticamente ou em ciclos temporizados (LIU e LIPTÁK, 2000)

23

Figura1 Caixa de gradeamento.

FONTE: DAE Bauru

(http://www.daebauru.com.br/2014/esgoto/esgoto.php?secao=tratamento&pagina=10)

Equalização

A equalização é uma etapa de homogeneização do efluente de entrada no

processo de tratamento. A vazão e a qualidade do efluente a ser tratado devem

ser as mais uniformes possíveis, pois choques causados por sobrecarga no

sistema podem reduzir a eficiência do tratamento biológico (devido a picos ou

falta de cargas orgânicas) e diminuir a qualidade final do efluente, por causar

problemas nos sedimentadores (escape de lodo para o tratamento biológico).

(CASSINI, 2008)

Figura2 Tanque de Equalização da Malwee.

FONTE: http://dc112.4shared.com/doc/zdIdVg1y/preview.html

24

1.1.4.2. Tratamento Físico-Químico

O tratamento físico-químico é de extrema importância para a remoção de

sólidos e também auxilia na redução da matéria orgânica.Alguns efluentes

precisam passar por uma etapa de acidificação ou alcalinização, para ajustar o pH

e auxiliar na formação de compostos que serão precipitados pela ação de

coagulantes e floculantes (FERREIRA, LISBOA e MARQUES, 2013).

A remoção de sólidos que não podem ser degradados pelo lodo ativado é

importante para o tratamento biológico. Nesta etapa do processo deve ser retirada

a máxima quantidade de sólidos possível, para que as bactérias não encontrem

dificuldade ao degradarem a matéria orgânica.

Coagulação

Segundo Wimmer (2007), “a coagulação é empregada para a remoção de

material em suspensão ou coloidal.” O tamanho das partículas denominadas

coloides varia entre 1 a 0,1 nm. Pelo tamanho, não sedimentam e não podem ser

removidas pelos processos físicos convencionais.

Os coloides presentes em efluentes industriais são em sua maioria carregados

negativamente, criando forças de repulsão entre eles, o que impede sua

aglomeração e posterior sedimentação. O processo de coagulação consiste na

desestabilização das partículas coloidais, aumentando as colisões entre os

coloides e, assim, o crescimento do tamanho das partículas (METCALF & EDDY,

2003)

A coagulação ocorre devido a dois fenômenos, segundo Wimmer (2007): o

químico, resultante das reações do coagulante com a água e da formação de

espécies hidrolisadas com cargas positivas; o físico, que consiste no transporte

das espécies hidrolisadas para que haja contato entre os coloides presentes no

efluente.

25

Segundo Realli (2005), citado por Neves (2011), as cargas negativas

presentes nos coloides são equilibradas por cargas na fase líquida, formando a

chamada dupla camada elétrica. As forças de difusão e da atração eletrostática

dispersam cargas ao redor da dupla camada, formando uma camada difusa. A

Figura 3 representa a configuração eletrônica dos coloides.

Figura3 Configuração elétrica dos colóides. FONTE: http://qnint.sbq.org.br/qni/visualizarConceito.php?idConceito=26

Segundo Wimmer (2007), esta zona de cargas opostas ao coágulo que forma

a dupla camada é denominada camada de Stern. “O potencial elétrico causado

pela presença do colóide na água diminui com a distância, a partir da superfície

do mesmo, onde é denominado Potencial de Nernst (PN)” (WIMMER, 2007)

26

O potencial elétrico diminui linearmente até certo ponto entre a superfície do

colóide e as cargas contrárias. A partir deste ponto, a diminuição é exponencial e

passa pela fronteira das camadas compacta e difusa, onde o Potencial Elétrico é

denominado Potencial Zeta (LYKLEMA, 1978 apud WIMMER, 2007) Wimmer

(2007), citando Di Bernardo (2005), constata que:

[...] O conceito deste potencial está associado à aplicação da diferença depotencial em uma amostra de água contendo colóides negativos, de tal forma que certa porção do meio, em torno da partícula, caminha junto com esta ao eletrodo positivo, caracterizando o Plano de Cisalhamento.

O processo de coagulação é bastante rápido e deve ser processado à forte

agitação. Depois que há a formação dos coágulos, a mistura deve ser feita

lentamente, para que os coágulos não quebrem, ganhem peso e precipitem (DI

BERNARDO e DANTAS, 2005)

Considera-se a coagulação como 4 mecanismos distintos, segundo descrito

por Di Bernardo (2005), citado por WIMMER (2007):

Compressão da camada dupla elétrica: ao adicionar elevadas cargas

de íons positivos e negativos na água, há um aumento do número de

íons na camada difusa, que diminuem seu volume para manter sua

estabilidade. Desta maneira, as forças Van der Wallssão dominantes e

eliminam a estabilizaçãoeletrostática.

Adsorção e neutralização: como há a ionização do coagulante em

água, os cátions neutralizam a carga negativa dos colóides. Microflocos

são formados e retém a carga positiva devido à adsorção de H+. Estes

microflocos neutralizam e cobrem as partículas coloidais.

Varredura: pode ocorrer a formação de precipitados do tipo Al(OH)3,

cujos flocos são maiores e sedimentam ou flotam mais facilmente que

os flocos formados pelo mecanismo de adsorção e neutralização.

Adsorção e formação de pontes: caracteriza-se por envolver o uso de

polímeros, que funcionam como ponte entre a superfície em que estão

aderidos e outras partículas.

27

A Figura 4 apresenta a diferença da adsorção e neutralização em comparação

com a varredura.

Figura 4 Coagulação via adsorção/neutralização e via varredura. FONTE: Di Bernardo (2005)

O coagulante mais usado em tratamentos de efluentes é o Sulfato de Alumínio

(Al2(SO)3.18H2O). Segundo Santos (2011), este coagulante é excelente na

formação de flocos, tem baixo custo, fácil transporte e manejo. O pH ótimo para

aplicação do sulfato está entre 5 e 8.

Outro coagulante importante para o tratamento de efluentes é o Policloreto de

Alumínio (PAC). De acordo com Santos (2011), o PAC é um sal de alumínio

polimerizado, e por possuir esta estrutura molecular condensada com pontes de

hidrogênio entre átomos de alumínio, apresenta vantagens na floculação em

relação a outros coagulantes não pré-polimerizados. Uma de suas vantagens é a

maior concentração do elemento ativo (Al2O3).

Santos (2011) afirma que o PAC é efetivo em uma larga escala de pH e forma

flocos grandes e pesados, auxiliando na precipitação, além de remover

eficientemente a carga orgânica /inorgânica do efluente. Uma desvantagem de

seu uso é o custo elevado, quando comparado ao Sulfato de Alumínio.

28

Floculação

A floculação é um processo auxiliar à coagulação, pois nesta etapa os

coágulos que possam estar suspensos em água ganham massa para

decantarem. A floculação promove o contato mais eficiente entre o coagulante e

as partículas (PRIETO, MOYA & VIEDMA, 2009).

A floculação pode ocorrer apenas por meio físico (ação de decantadores

com agitação lenta), ou com o auxílio de floculantes químicos. Estes floculantes

geralmente são polieletrólitos constituídos de poliacrilamida. (NOVAIS, 2012)

São lineares e solúveis em água, e sua carga elétrica pode ser positiva ou

negativa. Podem ainda ser neutros. Se o polímero for aniônico, ele atrairá cargas

positivas (sais e hidróxidos metálicos); se for catiônico, fará ligações com

substâncias orgânicas, por exemplo. Os neutros não possuem carga, portanto

interagem de maneira diferenciada (DI BERNARDO et. al, 2002).

A Figura 4 apresenta um exemplo das etapas de coagulação e floculação.

Figura5Efluente após coagulação e floculação.

FONTE: http://www.belquimica.ind.br/estacoes-tratamento-efluente-afluente.php

Após receber as dosagens de coagulante e floculante, o efluente é direcionado

aos decantadores, que separarão o lodo formado do efluente, que passará agora

29

por um tratamento biológico, se necessário. Existem outros tipos de separação de

sólidos, como: flotadores, peneiras, entre outros. A Figura 5 mostra dois

decantadores.

Figura6Decantadores Primários

FONTE: http://www.sigma.ind.br/produtos/removedores-de-lodo

1.1.4.3. Tratamento Biológico

Para muitos efluentes, esta é a etapa mais importante do processo. É no

tratamento biológico que há a remoção mais significativa da matéria orgânica,

para muitos efluentes. O processo biológico pode se dar de maneira aeróbia ou

anaeróbia. Estes conceitos serão apresentados a seguir.

Tratamento Biológico Anaeróbio

Segundo Neto (1992) e Torpy (1988) apudCassini (2008), a digestão

anaeróbia é um processo de decomposição orgânica e inorgânica realizado por

diversos micro-organismos na ausência de oxigênio. Os produtos finais destas

decomposições são o biogás (CH4, CO2 e pequenas frações de H2S e H2) e uma

pequena porção de lodo excedente. De toda a DQO afluente ao processo, 75 a

85% são convertidos em biogás, 5 a 10% em lodo excedente e 10 a 15% da DQO

permanece no efluente. Este tipo de tratamento é feito em reatores anaeróbios

(UASB e RAFA).

30

Tratamento Biológico Aeróbio

O tratamento aeróbio pode ser realizado por diversos métodos: Lodos

Ativados, Sistemas de Lagoas e Filtros Biológicos (PINTO, 2009). O sistema

tratado neste trabalho será o Lodo Ativado, já que o Complexo Químico estudado

utiliza este tipo de Tratamento Biológico.

O termo Lodo Ativado corresponde a uma cultura microbiológica na forma de

flocos (AQUA ENGENHARIA). Neste processo, o efluente (industrial ou

doméstico) e o lodo ativado são introduzidos, misturados e aerados em tanques

de aeração, onde bactérias aeróbias e facultativas são mantidas em suspensão.

(JOÃO e PESSOA, 1995 apud MACHADO, 2010)

Nos tanques de aeração há a entrada contínua de carga orgânica, o que

possibilita o crescimento e a reprodução dos micro-organismos (MACIEL, 2002).

Os micro-organismos, em presença de oxigênio, oxidam a matéria orgânica em

formas mais simples, como CO2 e água.

Após ser tratado biologicamente, o efluente é direcionado para decantadores,

que separarão os flocos microbianos do efluente tratado. Parte do lodo retorna ao

tanque de aeração, aumentando a concentração de micro-organismos

(SANT’ANNA JR., 2010 apudMACHADO, 2010).

A Figura 6 mostra um Tanque de aeração em funcionamento.

Figura7 Tanque de aeração (Lodo Ativado)

FONTE: http://meioambientedjc.blogspot.com.br/2011/10/ete-tratamento-secundario.html

31

Os principais parâmetros de controle no Sistema de Lodo Ativado são (AQUA

ENGENHARIA):

Demanda Bioquímica de Oxigênio;

Demanda Química de Oxigênio;

Sólidos Suspensos Totais;

Sólidos Suspensos Voláteis: Este valor é considerado como a

quantidade provável de micro-organismos presentes no lodo, que

volatilizam a altas temperaturas. Dos Sólidos Suspensos Totais, a fração

que não volatiliza é considerada como matéria. (SCHMITT,

WESCHENFELDER & VIDI, 2006)

Temperatura;

pH;

Índice Volumétrico de Lodo: Indica o quão sedimentável é o lodo

biológico;

Oxigênio Dissolvido: Quantidade de oxigênio presente no tanque de

aeração para garantir a respiração dos micro-organismos e consequente

degradação da matéria orgânica;

Taxa de Recirculação: Razão entre a vazão de retorno do lodo ao tanque

de aeração e a vazão de efluente bruto que chega ao tanque;

Idade do Lodo: Tempo de residência do lodo no sistema. Este aspecto é

de grande importância para efluentes cujas características são

semelhantes e não variam muito com o tempo;

A Idade do Lodo é calculada por (AQUA ENGENHARIA):

Fator de Carga: relação entre DQO introduzida no tanque de aeração e

quantidade de bactérias que consumirá esta carga. Este fator é de extrema

importância para tratamento de efluentes que têm suas características

bastante variáveis.

A fórmula para cálculo do Fator de Carga é (AQUA ENGENHARIA):

32

Quanto maior for o valor do Fator de Carga, pode-se dizer que o sistema

opera a altas taxas de “alimento” para as bactérias. Quanto menor for o número,

mais bactérias disponíveis há para a degradação da matéria. (AQUA

ENGENHARIA)

A Figura 7 apresenta a relação do Fator de Carga com a Idade do Lodo e a

remoção de DBO pelo tratamento biológico.

Figura 8 Principais parâmetros a serem controlados no tratamento biológico. FONTE: AQUA ENGENHARIA

É possível observar pela análise do gráfico que, quanto maior for o Fator de

Carga, menor será a taxa de remoção de DBO, já que a quantidade de matéria

será muito superior à quantidade de micro-organismos disponíveis para consumi-

la. Quanto menor o Fator de Carga, maior será a Remoção de DBO, porém a

Idade do Lodo aumenta significamente.

33

1.1.5. Legislação

O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), segundo seu website, é o

órgão federal responsável por estabelecer as normas e critérios para o

licenciamento das atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, determinar a

realização de estudos de alternativas e possíveis consequências ambientais de

projetos públicos ou privados, estabelecer normas relativas ao controle e

manutenção da qualidade do meio ambiente, entre diversas outras atividades.

O órgão responsável por garantir que os parâmetros exigidos pelo CONAMA

sejam atendidos, no estado de São Paulo, é a CETESB (Companhia Ambiental do

Estado de São Paulo). Segundo o site da CETESB, este órgão estadual é

responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de

atividades geradoras de poluição.

A crescente preocupação com o Meio Ambiente acarreta em controles cada

vez mais rígidos das características das águas residuais. De acordo com o

Decreto Nº 8468 – Artigo 18 da CETESB, diversas são as exigências para

lançamento de efluentes no meio ambiente. Alguns exemplos são:

pH entre 5 e 9;

temperatura inferior a 40 ºC;

materiais sedimentáveis até 1,0 ml/L em teste de uma hora em “cone

imhoff1”;

DBO 5 dias, 20 ºC no máximo de 60 mg/L. Este limite somente poderá

ser ultrapassado no caso de o efluente ter sua DBO 5 dias, 20 ºC

reduzida em 80% com relação ao efluente sem tratamento;

Regime de lançamento com vazão de, no máximo, 1,5 vezes a vazão

média diária.

Não existe uma obrigatoriedade com relação à remoção de DQO imposta pela

CETESB ou pelo CONAMA, mas algumas legislações ambientais estaduais

estabelecem limites máximos para lançamentos (AQUINO, SILVA e

1 Cone Imhoff é uma vidraria de laboratório essencial para testes de sedimentação.

34

CHERNICHARO, 2006). Vários outros parâmetros são controlados, inclusive

concentração de metais e outros compostos, como mostrado na Tabela 3.

Tabela 1 Parâmetros exigidos pela CETESB para descarte de efluentes.

Parâmetro Concentração (mg/L)

Arsênico 0,2

5,0

5,0

0,2

0,5

0,2

1,0

0,1

5,0

4,0

0,5

15,0

10,0

1,0

0,01

2,0

0,02

0,02

Bário

Boro

Cádmio

Chumbo

Cianeto

Cobre

Cromo hexavalente

Cromo total

Estanho

Fenol

Ferro Solúvel

Fluoretos

Manganês solúvel

Mercúrio

Níquel

Prata

Selênio

FONTE: Decreto Nº 8468 – Artigo 18 da CETESB

35

2. METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado para determinar a eficiência do uso do

Policloreto de Alumínio em substituição ao Sulfato de Alumínio no processo de

coagulação dos sólidos suspensos. Foram conduzidos ensaios de bancada em

Jar Test, a fim de se determinar se o PAC é viável tecnicamente. Se a

substituição for viável tecnicamente, será realizado um estudo para as análises de

viabilidade econômica.

2.1. Caracterização da Estação de Tratamento de Efluentes

O objeto de estudo deste trabalho foi a Estação de Tratamento de Efluentes

de um Complexo Químico localizado no Vale do Paraíba, interior do estado de

São Paulo. O site conta com mais de 10 prédios produtivos com diferentes

finalidades e produções. Dispersões plásticas, produtos auxiliares para couro,

tintas, defensivos agrícolas, poliuretanos, entre outros produtos são produzidos no

site.

A grande diversidade de produções no Complexo Químico confere uma

variação enorme na qualidade do efluente. Não há uma constância nas

características das águas residuais. O tratamento do esgoto doméstico se dá

juntamente com o tratamento do efluente industrial.

O tratamento dos efluentes oriundos do site é feito através dos processos:

preliminar (equalização), primário (físico-químico) e secundário (biológico), de

acordo com o esquema apresentado na Figura 7.

36

Figura9 Esquematizaçãoda ETE estudada. FONTE: Do autor.

37

A etapa preliminar de equalização visa homogeneizar o efluente, a fim de

evitar picos de cargas hidráulicas e orgânicas no sistema. Apesar de passar pela

equalização, o efluente que é tratado tem características oscilantes, o que

prejudica muitas vezes a ação das bactérias e a sedimentação dos sólidos.

O tratamento primário é dividido em:

Acidificação – o efluente entra no processo com o pH próximo de 12.

Ácido Sulfúrico concentrado (98%) é dosado até pH 4,

aproximadamente, para que haja a formação de sulfatos que serão

posteriormente coagulados e precipitados.

Neutralização – é feita com Hidróxido de Sódio. A adição da base tem

por finalidade ajustar o pH para as próximas etapas e auxiliar na

formação de lodo.

Coagulação – é feita com Sulfato de Alumínio. Após a dosagem de

coagulante, o efluente passa por uma mistura rápida, passando por

canaletas com chicanas, até chegar ao ponto de dosagem do

floculante.

Floculação – é feita com um polímero aniônico. A dosagem do polímero

é realizada já na saída do tratamento primário. Após a dosagem, o

efluente é direcionado ao decantador primário, onde os sólidos

decantarão serão encaminhados ao filtro prensa. O efluente passa

então ao tratamento biológico.

No tanque de aeração, o efluente tem a maior parte de sua carga orgânica

removida pela ação de bactérias e protozoários, pelo sistema de Lodo Ativado. O

oxigênio é um fator limitante do processo, já que muitas vezes não é suficiente

para suprir a necessidade dos micro-organismos, que recebem por diversas

vezes picos de carga orgânica e hidráulica.

Após sair do tanque de aeração (ou Valo de Oxidação), a mistura de lodo

ativado e efluente tratado é direcionada ao decantador secundário. O lodo retorna

ao tanque e o efluente é então descartado no Rio Paraíba, de onde foi captada a

água para os processos. O lodo em excesso é encaminhado ao filtro prensa,

juntamente com o lodo do tratamento primário.

38

2.2. Caracterização do Efluente

A Tabela 4 mostra os dados médios de Sólidos Suspensos Totais do AVO no

período de Novembro/2013 a Abril/2014. O controle de sólidos nesta etapa do

tratamento passou a ser realizada para um melhor controle da estação.

Tabela 2 Sólidos Suspensos Totais no AVO.

Meses AVO (mg/L)

nov/13 44

dez/13 45

jan/14 32

fev/14

mar/14

abr/14

54

66

50

*Antes de Novembro/2013 não era feito um controle dos SST no AVO.

FONTE: Planilhas Internas de Controle da Estação

O teor de Sólidos Suspensos Totais no Efluente Tratado também passou a ser

medido em Novembro, e seus resultados estão apresentados na Tabela 5.

Tabela 3 Sólidos Suspensos Totais no ET.

Meses ET (mg/L)

nov/13 67

dez/13 61

jan/14 58

fev/14

mar/14

abr/14

86

58

82

FONTE: Planilhas Internas de Controle da Estação

39

Outros parâmetros como concentração de metais, fenóis, pH, entre outros,

também são controlados, porém não apresentam anormalidades e por este

motivo não serão apresentados.

As Tabelas 6 e 7 apresentam os valores médios de DQO e DBO em cada

etapa do tratamento, durante o ano de 2013. É possível observar a eficiência de

cada etapa do tratamento.

Os valores médios de DBO em cada etapa do tratamento demonstram que os

processos químicos não conseguem diminuir com eficácia a matéria orgânica, e

por este motivo o tratamento biológico se torna ainda mais importante.

A possível substituição do coagulante tem o objetivo de melhorar ainda mais a

remoção de sólidos, auxiliando consequentemente na remoção de matéria

orgânica no processo biológico.

A vazão média de efluente na Estação é de 200 m3/h aproximadamente.

Tabela 4 Remoção de DQO na Estação por etapa e total.

Meses EQ AVO ET Remoção DQO

Trat.Primário

Remoção DQO

Trat.Secundário

Remoção

DQO Total

jan/13 2986 1342 364 55,06% 72,88% 87,81%

fev/13 3083 1227 349 60,20% 71,56% 88,68%

mar/13 2864 1357 382 52,62% 71,85% 86,66%

abr/13 2898 1536 440 47,00% 71,35% 84,82%

mai/13 3857 1181 446 69,38% 62,24% 88,44%

jun/13 3070 1240 585 59,61% 52,82% 80,94%

jul/13 2768 1525 802 44,91% 47,41% 71,03%

ago/13 3669 1835 597 49,99% 67,47% 83,73%

set/13 3810 1845 297 51,57% 83,90% 92,20%

out/13 4182 2162 483 48,30% 77,66% 88,45%

nov/13 3831 2088 370 45,50% 82,28% 90,34%

dez/13 3467 1924 587 44,51% 69,49% 83,07%

FONTE: Planilhas Internas de Controle da Estação

40

Tabela 5 Remoção de DBO na Estação por etapa e total.

Meses EQ AVO ET Remoção DBO

Trat.Primário

Remoção DBO

Trat.Secundário

Remoção

DBO Total

jan/13 724 575 68 20,58% 88,17% 90,61%

fev/13 804 594 62 26,12% 89,56% 92,29%

mar/13 998 719 70 27,96% 90,26% 92,99%

abr/13 979 726 110 25,84% 84,85% 88,76%

mai/13 1043 511 74 51,01% 85,52% 92,91%

jun/13 1147 626 222 45,42% 64,54% 80,65%

jul/13 837 751 316 10,27% 57,92% 62,25%

ago/13 1111 939 183 15,48% 80,51% 83,53%

set/13 1265 1059 71 16,28% 93,30% 94,39%

out/13 1349 1126 144 16,53% 87,21% 89,33%

nov/13 1472 1223 109 16,92% 91,09% 92,60%

dez/13 1185 1024 189 13,59% 81,54% 84,05%

FONTE: Planilhas Internas de Controle da Estação

2.3. Materiais e Métodos

Para a realização dos testes de coagulação e sedimentação dos sólidos

suspensos no efluente, utilizando como coagulantes o Sulfato de Alumínio e o

Policloreto de Alumínio, foram utilizados os seguintes equipamentos e reagentes:

Jar Test;

Provetas;

Micropipeta;

Solução de Ácido Sulfúrico 98%;

Solução de Hidróxido de Cálcio 10%;

Solução de Sulfato de Alumínio 50%;

Solução de Policloreto de Alumínio;

Solução de Polieletrólito Aniônico.

41

A seguir serão apresentadas as especificações dosprodutos utilizadosnos

testes.

Tabela 6 Especificações do PAC

Item Especificação

Aspecto Líquido límpido

Cor Âmbar

Cl-, % 19,95

Al2O3, % 17,21

Densidade a 25ºC, g/cm3 1,36

pH a 25ºC 0,43

FONTE: Certificado de Análise do Fornecedor

Tabela 7 Especificações do Sulfato de Alumínio

Item Especificação

Aspecto Líquido,podendo conter precipitações em virtude de

variações climáticas, alterando sua solubilidade.

Cor Incolor a marrom claro

Odor Característico

pH a 25ºC 3,5 (solução a 1%)

Densidade a 25ºC, g/cm3 1,31

FONTE: Ficha de Dados de Segurança do Fornecedor

Pela análise do consumo médio mensal de Sulfato de Alumínio e a quantidade

de efluente tratada, foifixado o referencial para comparações. Em Jar Test

foramtestadas diferentes dosagens de PAC, sempre comparando os resultados

de Sólidos Suspensos Totais com os obtidos com o Sulfato de Alumínio.

A Figura 8 apresentao esquema de um Jar Test, e a Figura 9 apresenta o

próprio equipamento utilizado nos testes.

42

Figura10Jar Test. FONTE: MACHADO, 2012

Figura 11Jar Test utilizado no estudo. FONTE: Do autor.

O equipamento é composto por seis jarros que são agitados simultaneamente.

O efluente foi adicionado em volumes iguais nos seis jarros, já acidificado e

neutralizado, para não haver interferências devido a diferentes dosagens. Em

seguida foram adicionadas diferentes dosagens de PAC e a dosagem fixa de

Sulfato, simulando o processo já realizado pela Estação.Foi testada também uma

dosagem maior de Sulfato de Alumínio, para que pudesse ser analisada a

possibilidade de aumento de sua dosagem, em detrimento de sua substituição por

Policloreto de Alumínio.

43

Após a realização doJar Test,foram realizadas análises de Sólidos Suspensos

Totais e Demanda Química de Oxigênio no efluente clarificado, visando a

determinação de qual coagulante atua melhor, tecnicamente e economicamente.

44

2.4. Procedimentos de Análises Laboratoriais

2.4.1. Sólidos Suspensos Totais

Para a determinação de Sólidos Suspensos Totais, a amostra de efluente foi

homogeneizada e filtrada através de papel de filtro de fibra de vidro contido em

um cadinho de Gooch previamente pesado. O resíduo retido no filtro foi seco a

103-105ºC e pesado. O incremento de peso representa a quantidade de sólidos

suspensos totais (STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER

AND WASTEWATER, 2012).

Figura12 Ensaio de Análise de SST. FONTE: Do autor.

Segundo o Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater

(2012), para a determinação de sólidos fixos e voláteis, o resíduo seco foi

calcinado a 550ºC. O resíduo deste processo representa os sólidos fixos,

enquanto que o peso “perdido” representa os sólidos voláteis.

Figura13 Ensaio de Análise de SSV e SSF. FONTE: Do autor.

45

2.4.2. Demanda Química de Oxigênio

A Demanda Química de Oxigênio expressa a quantidade de Dicromato de

Potássio que reage com as substâncias oxidáveis presentes em 1 litro da amostra

sob condições específicas do método, que serão mostradas adiante. O Cr+6 é

convertido em Cr+3, apresentando mudança de coloração.

A amostra aquosa é oxidada com solução sulfúrica à quente de Dicromato de

Potássio, utilizando sulfato de prata como catalisador. À medida que o Dicromato

é consumido, o íon Cr3+ é liberado, conferindo uma coloração esverdeada à

solução. Quanto mais substâncias oxidáveis presentes, maior será a liberação de

íons e mais intensa será a cor verde.

A concentração de DQO é proporcional à absorbância da amostra após adição

de reagentes que lhe conferem coloração. Esta absorbância é referenciada na

curva de calibração do método, que se encontra na memória do equipamento,

inserida pelo fornecedor.

Para a realização da análise, são realizados os seguintes procedimentos:

1) A amostra de efluente é equalizada, e então 3mL são adicionados ao tubo

reagente, contendo uma quantidade conhecida de Dicromato de Potássio.

2) Imediatamente, a amostra é fechada e agitada com precaução devido a

elevada temperatura do frasco (reação de oxidação).

3) No termo reator, o tempo de reação e a temperatura são estabelecidos

(para esta análise, 148°C e 120 minutos). Após o pré-aquecimento do

aparelho, a amostra é adicionada ao aparelho.

4) Após o tempo selecionado (120 minutos), o tubo reagente é transferido

para um suporte, onde será resfriado, por aproximadamente 10 minutos.

5) Após este tempo, o tubo deve ser agitado e deve ter sua temperatura

ambiente, sem que haja o forçamento do resfriamento.

6) O Espectrofotômetro já possui o teste do branco em sua memória, e por

este motivo não é necessário realizar o ajuste do zero. O tubo é inserido na

cela de medição do aparelho e tem sua absorbância medida.

46

O cálculo da DQO é realizado da seguinte maneira, de acordo com o

procedimento interno:

onde:

C – concentração;

Abs – absorbância medida;

b – coeficiente linear da curva de calibração;

a – coeficiente angular da curva de calibração.

O aparelho calcula automaticamente a concentração utilizando a curva contida

na sua memória e mostra o resultado na tela em mg/L.O Limite de Detecção do

aparelho é de 15 mg/L, e o Limite de Quantificação é 56 mg/L.

47

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Antes de se dar início aos testes foicalculado as dosagens de Sulfato de

Alumínio e Polímero Floculante a serem adicionadas à amostra que foi utilizada

como padrão de comparações, já que apresenta as mesmas condições do

efluente tratado atualmente pela Estação.

Foram analisados os consumos médios mensais de Sulfato de Alumínio e

Polímero, além da quantidade de efluente tratada em um mês. Com esta relação,

foi possível calcular aproximadamente quanto é dosado dos produtos no efluente.

Tabela 8 Dados de consumo de Insumos e quantidade de Efluente Tratada

Dados referentes a 1 mês Valor

Quantidade de Efluente Tratado 183.768 m3

Consumo de Sulfato de Alumínio (solução) 145.731 kg

Consumo de Polímero Aniônico (sólido) 192 kg

FONTE: Planilhas Internas de Controle da Estação

Foram então relacionados os consumos de produtos com a quantidade de

efluente tratada, a fim de se encontrar as dosagens a serem utilizadas nos testes.

A seguir serão apresentados os cálculos para o Sulfato de Alumínio e para o

Polímero. As alíquotas a serem tratadas nos testes foram de 2L.

Dosagem de Sulfato de Alumínio

çã í

Considerando a densidade da solução de Sulfato de Alumínio:

48

çã í

çã í

Então:

çã í

çã í

Para 2 L de efluente são dosados 1,6 mL de solução de Sulfato de Alumínio.

Dosagem de Polímero

í ó

í ó

í ó

í ó

A solução de polímero preparada pela empresa tem concentração 0,2%m/m, o

que leva a:

í ó çã í

í çã í

çã í

Considerando a densidade da Solução aproximadamente 1g/cm3, tem-se que:

çã í

Para 2 L de efluente são dosados 1,05 mL de solução de Polímero.

49

Primeiramente, o efluente bruto, antes de passar por qualquer tratamento, foi

amostrado e encaminhado ao laboratório, onde foi acidificado até pH 4 e

neutralizado com solução de Hidróxido de Cálcio 10%, nas mesmas condições de

tratamento da planta.

Após a determinação das dosagens de Sulfato de Alumínio e Polímero para a

alíquota que foi utilizada como padrão para futuras comparações (conforme

cálculos acima), foram então estabelecidas as dosagens de PAC para as outras

alíquotas (o fornecedor sugeriu algumas dosagens).Foi analisada também a

influência de um aumento na dosagem de Sulfato de Alumínio, a fim de se

determinar se este aumento pode dispensar a substituição do coagulante. A

dosagem de Polímero foi mantida para todas as alíquotas.

O efluente foi despejado nos jarros (alíquotas de 2L), já acidificado e

neutralizado. Com todas as dosagens estabelecidas, deu-se início ao Jar Test. A

rotação das pás foi mantida alta durante a etapa de adição de Sulfato de Alumínio

e PAC em cada amostra, para que o produto pudesse interagir com os coloides

da maneira adequada. Posteriormente, a rotação das pás for diminuída e então foi

adicionado o polímero em todas as amostras, na mesma dosagem. Com isso

ocorreu o processo de decantação dos flocos formados. Os parâmetros físicos do

teste estão apresentados na Tabela 11.

Tabela 9 Parâmetros físicos do Jar Test.

Parâmetros Valor

Tempo de mistura rápida 40 segundos

Tempo de mistura lenta 10 minutos

Tempo de decantação 20 minutos

FONTE: Do autor.

A Figura 12 mostra os aspectos das amostras após adição de coagulante e

floculante, enquanto os flocos estavam em formação.

50

Figura 14 Amostras em estágio de floculação. Fonte: Do autor

51

Observou-se que os flocos formados nas amostras (b) e (c) apresentaram

dificuldades de sedimentação. As amostras (a), (d) e (e) conseguiram sedimentar

facilmente, demonstrando melhor desempenho.

É importante analisar o comportamento das amostras após sedimentação

total, já que a quantidade de lodo formada também é um aspecto importante a ser

analisado. Relacionando com o processo em grande escala: quanto maior o

volume ocupado pelo lodo, pior será a raspagem do lodo pela ponte raspadora do

decantador.

A Figura 13 apresenta os detalhes do lodo formado em cada amostra.

52

Figura 15 Amostras após decantação. Fonte: Do autor

53

Após a realização do Jar Test, amostras do efluente clarificado foram retiradas

para análises de Sólidos Suspensos Totais e Demanda Química de Oxigênio. Os

resultados das análises estão apresentados na Tabela 12.

Tabela 10 Resultados de DQO e SST.

Amostra DQO (mg/L) SST (mg/L)

Efluente Equalizado 3240 1590

(a) Sulfato de Alumínio (1,5 mL) 1392 48

(b) Policloreto de Alumínio (0,5 mL) 1388 40

(c) Policloreto de Alumínio (1,0 mL) 1404 16

(d) Policloreto de Alumínio (1,5 mL) 1388 16

(e) Sulfato de Alumínio (2,0 mL) 1364 16

FONTE: Laudo do Laboratório Interno

A Figura 14 apresenta os resultados das análises das amostras comparadas

ao efluente equalizado. A Figura 15 apresenta as taxas de remoções de DQO e

SST.

Figura 16 Resultados de DQO e SST. FONTE: Do autor.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

EQ (a) (b) (c) (d) (e)

SS

T (

mg

/L)

DQ

O (

mg

/L)

DQO e SST por Amostra

DQO (mg/L) SST (mg/L)

54

Figura 17 Remoção de DQO e SST. FONTE: Do autor.

A análise dos gráficos permite afirmar que a remoção de Demanda Química

de Oxigênio para todas as amostras foi semelhante, o que não revela grande

vantagem de um coagulante em relação ao outro. Outro aspecto que pode ser

observado pela análise da redução de DQO é a característica biodegradável do

efluente. Por via química, foi possível reduzir aproximadamente 57% da DQO, o

que significa que grande parte da matéria orgânica só pode ser reduzida

biologicamente, dando característica biodegradável ao efluente.

A remoção de Sólidos Suspensos Totais variou de 98,52% a 99,51%, o que

mostraótimo desempenho de ambos os produtos. As amostras tratadas com

Policloreto de Alumínio apresentam as melhores taxas de remoção nas amostras

(c) e (d). Já o Sulfato de alumínio apresentou a melhor remoção de todas as

análises (na amostra (e)).

A substituição do Sulfato de Alumínio por Policloreto de Alumínio é vantajosa

se trouxer benefícios operacionais/logísticos expressivos e redução/equiparação

95,0%

95,5%

96,0%

96,5%

97,0%

97,5%

98,0%

98,5%

99,0%

99,5%

100,0%

50,0%

51,0%

52,0%

53,0%

54,0%

55,0%

56,0%

57,0%

58,0%

59,0%

(a) (b) (c) (d) (e)

Rem

oção

de S

ST

(%

)

Rem

oção

de D

QO

(%

)

Taxas de Remoção de DQO e SST

DQO SST

55

de custos que justifiquem tal troca. A seguir serão apresentadas as análises de

cada aspecto a ser considerado.

3.1. Operação

Com relação à operação da Estação de Tratamento de Efluentes, a

substituição do Sulfato de Alumínio pelo Policloreto de Alumínio não traria muitas

mudanças. É possível observar, pelos resultados obtidos, que o PAC é eficiente

até em dosagens3 vezes menores que a dosagem atual de Sulfato de Alumínio,

apresentando resultados semelhantes, apesar de que, quando dosado em

maiores quantidades (amostras (c) e (d)), apresenta melhores resultados.

Se a dosagem de (b) fosse eleita para substituir a dosagem atual de Sulfato

de Alumínio, um possível impasse na operação do PAC poderia ser o ajuste da

dosagem automática, já que a vazão seria muito inferior à vazão de coagulante

atual, fazendo-se necessárias substituições de bomba e válvulas controladoras de

vazão.

Uma desvantagem observada nos testes de decantação, com relação ao

PAC, é o maior volume de lodo gerado, apesar de pouca diferença com relação

ao lodo formado pelo Sulfatode Alumínio. Os flocos formaram um lodo leve, que

poderia ocupar um grande volume nos decantadores, caso estivesse sendo

utilizado industrialmente. Isto não é interessante, já que se preza pelo lodo mais

compacto e com menor teor de umidade para as etapas de descarte.

3.2. Logística

Analisando o cenário logístico, a substituição do Sulfato de Alumínio por PAC

traria vantagens, já que o PAC é utilizado atualmente na Estação de Captação de

Águas da empresa. Desta maneira, seria possível reduzir a gestão de diferentes

contratos de fornecedores de coagulantes químicos e possivelmente haveria uma

redução no custo do insumo, devido à maior demanda.

56

Além disto, foi observado que o PAC pode ser dosado em quantidades

menores que o Sulfato de Alumínio, sem prejudicar de maneira significativa a

remoção de sólidos, o que reduziria a frequência de abastecimento de produto na

Estação. Atualmente há apenas um operador trabalhando na Estação por turno, e

a redução do descarte de produto aumentaria a disponibilidade do operador para

outras atividades.

3.3. Custos

O custo atual do Sulfato de Alumínio é de R$ 0,19/kg, enquanto o preço do

PAC gira em torno de R$ 0,95/kg. Como analisado anteriormente, a dosagem de

PAC pode ser inferior a de Sulfato de Alumínio, embora gere um maior volume de

lodo e resultados não tão eficientes de remoção de sólidos.

Se a substituição ocorresse na dosagem mínima de PAC testada (0,5mL para

2L de efluente), o preço específico do PAC por volume de efluente tratado seria

de aproximadamente R$ 0,31/m3. Atualmente, o preço específico do Sulfato de

Alumínio por volume de efluente tratado é de aproximadamente R$ 0,19/m3.

Na dosagem da amostra (c) (1,0mL de PAC para 2L de efluente), que

apresentou os melhores resultados deste coagulante, o preço do coagulante por

volume de efluente tratado subiria para R$ 0,62/m3. Em compensação, se a

dosagem de Sulfato de Alumínio fosse incrementada (na proporção da amostra

(e)), o preço do coagulante por m3 de efluente tratado seria de R$ 0,25/m3.

3.4. Considerações finais

O estudo visa o aumento da remoção de sólidos, e por este motivo sugere-se

que a empresa incremente a dosagem de Sulfato de Alumínio, já que apresentou

as melhores condições de remoção. A substituição do Sulfato de Alumínio pelo

PAC poderia trazer benefícios como menor dosagem e trato com apenas um

fornecedor, porém a remoção seria semelhante a atual, cenário o qual se deseja

57

melhorar. Se a dosagem de PAC fosse incrementada, haveria um aumento

significativo nos custos, o que provavelmente barraria a aceitação da substituição

pela gerência.

Devido à frequente mudança nas características do efluente, sugere-se

também que os operadores realizem JarTestssempre que julgarem necessário,

para que haja uma adequação das dosagens de insumos.

.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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