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HELLEN PAULA PEREIRA DE OLIVEIRA A CRIANÇA HOSPITALIZADA E SEU ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO Monografia submetida à aprovação Coordenação Curso de Pedagogia do Centro Superior do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Graduação. Orientadora: Suzanety Franco de Sá e Souza FORTALEZA Dezembro/2012

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HELLEN PAULA PEREIRA DE OLIVEIRA

A CRIANÇA HOSPITALIZADA E SEU ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO

Monografia submetida à aprovação Coordenação Curso de Pedagogia do Centro Superior do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Graduação.

Orientadora: Suzanety Franco de Sá e Souza

FORTALEZA

Dezembro/2012

O48c Oliveira, Hellen Paula Pereira de.

A criança hospitalizada e seu acompanhamento pedagógico / Hellen

Paula Pereira de Oliveira. – 2012.

37 f.

Orientador: Profª. Esp. Suzanety Franco de Sá e Souza.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Faculdade

Cearense, Curso de Pedagogia, 2012.

1. Criança hospitalizada - acompanhamento pedagógico. 2.

Educação. 3. Pedagogia hospitalar. I. Souza, Suzanety Franco de Sá e. II.

Título.

CDU 37

CDU 616-056.26

CDU 37:004

Bibliotecária Maria Albaniza de Oliveira CRB-3/867

HELLEN PAULA PEREIRA DE OLIVEIRA

A CRIANÇA HOSPITALIZADA E SEU ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO

Monografia como pré-requisito para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, outorgado pela Faculdade Cearense – FaC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores.

Data de aprovação: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________

Profª. Esp. Suzanety Franco de Sá e Souza (Orientadora)

_________________________________________________

Profª. Ms. Milena Bezerra de Sousa Falcão (Examinadora)

_________________________________________________

Profª Esp. Mônica Helena Gurgel Barroso (Examinadora)

AGRADECIMENTOS

Tenho muito a agradecer, pois são tantos e muito especiais.

Em primeiro lugar a Deus que me proporcionou tão grande presente e me ajudou a

concluir, cuidando sempre desde os grandes desafios até os imperceptíveis.

A minha família, sendo eles: pai, mãe, irmão, avós, tios, primos pela compreensão,

auxilio, carinho e confiança durante toda essa jornada, sempre motivando para que eu

estivesse em constante crescimento.

Ao meu amor Eduardo que durante este período foi bastante paciente e sempre

incentivou ir atrás daquilo que eu tenho desejo e anseio. Muito obrigada!

A Compassion, ONG que tem acompanhado e investido em mim desde a infância,

acreditou no meu sonho e colaborou com todos os custos durante o curso. Ao Wendell

e Maurício, meus especialistas no Programa de Desenvolvimento em Liderança – LDP,

que incentivaram de forma direta e constante na minha vida, meus sinceros

agradecimentos.

Aos meus grandes e eternos amigos Adriano, Deline, Kamille, Fernanda e Mayara, que

foram essenciais na minha formação. Apoio tanto em sala de aula como fora dela,

momentos de oração, de descontração que em meio aos desafios sempre havia a

colaboração mútua e sempre conquistando os nossos objetivos. Sonhamos os sonhos

uns dos outros e agradeço por vocês sonharem o meu!

Em especial à professora Suzanety Franco de Sá e Souza, pela confiança na minha

pesquisa, pelo estímulo que me fez ir à busca de mais conhecimentos, pelos momentos

tão especiais de orientação, meu muito obrigado de todo coração.

A todos os meus professores, colegas e amigos que fizeram parte do meu crescimento

que vou levar não apenas para minha atuação profissional, mas também para a vida.

A todos muito obrigada!

Aos meus pais que contribuíram para minha formação e me ensinaram a viver, tornando quem sou hoje. Serei eternamente grata. Aos meus avós que tanto confiaram e torceram pelo meu progresso, minha eterna admiração e gratidão!

“Porque o Senhor dá a sabedoria, da Sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento.”

(Provérbios 2.6)

RESUMO

Esse é o trabalho monográfico realizado a partir de estudos bibliográficos e estudo de caso. Sua problemática denota quanto ao preparo dos docentes em sala de aula hospitalar para trabalhar com crianças que estão em um longo período de tratamento, mas que estão recebendo no hospital conteúdos educativos. Tendo como objetivo principal apresentar como se dá o processo educacional no interior do hospital e sua pratica pedagógica, o segundo objetivo é perceber o comportamento dos diversos atores que fazem parte da nova realidade do aluno; o terceiro objetivo é verificar as interações nos procedimentos de recuperação, relacionando a influência mútua com os demais alunos e o seu próprio desenvolvimento educacional. A partir disso, será abordada a respeito da interferência famíliar no progresso do prognóstico do aluno, a ressocialização da criança no novo contexto e a metodologia que o professor utiliza para receber esta criança no atendimento da classe hospitalar. Serão observados e entrevistados os indivíduos participantes nesses processos, tais como criança, família e educadores. O aluno em estudo trata-se de leucemia, que é o câncer no sangue, que já realizou o transplante de medula óssea, e está em fase final de acompanhamento. O acompanhamento dar-se-à no Lar Amigos de Jesus, que é uma parceria dos Hospitais da cidade e que realiza o acompanhamento pedagógico. Dos resultados obtidos, observou a não formação especializada dos educadores que compõem a classe hospitalar e o acompanhamento familiar à criança.

Palavras Chaves: Tratamento hospitalar. Educação especial. Classe Hospitalar. Ressocialização.

ABSTRACT

This monograph is performed from bibliographic studies and case study. Denotes its problematic as the preparation of teachers in the classroom hospital to work with children who are in a long period of treatment, but they are receiving at the hospital educational content. Its main goal is to present how is the educational process within the hospital and its pedagogical practice, the second objective is to understand the behavior of various actors that are part of the new reality of the pupil and the third goal is to examine the interactions in the recovery procedures , relating to mutual influence with other students and their own educational development. From this it will be discussed about the impact of the family on the progress of the student prognosis, the rehabilitation of the child in the new context and methodology that the teacher uses to receive this child in the care of the hospital class. Will be observed and interviewed individuals involved in these processes, such as children, families and educators. Students study it is leukemia, which is cancer in the blood, which now held the bone marrow transplant, and is in final follow-up. The follow-up to give the Home Friends of Jesus, which is a partnership of hospitals in the city and conducting the educational follow. From the results, we observed no formation of specialized educators who comprise the class hospital and family monitoring of the child.

Key Words: Hospital treatment. Special education. Hospital Class. Resocialization.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9

2 A IMPORTÂNCIA FAMILIAR DURANTE A INTERNAÇÃO E SUA CONTRIBUIÇÃO NA

PRÁTICA EDUCATIVA ............................................................................................. 11

2 .1 Pedagogia hospitalar ......................................................................................... 13

3 RESSOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA NA CLASSE HOSPITALAR ......................... 16

4 METODOLOGIA DO PROFESSOR COM A CRIANÇA HOSPITALIZADA ........... 18

5 METODOLOGIA .................................................................................................... 21

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ................................................................ 23

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 29

8 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 30

9 APÊNDICES .......................................................................................................... 32

1 INTRODUÇÃO

Esse projeto refere-se como se dá o acompanhamento pedagógico com crianças em

um longo processo de tratamento no hospital. Existem diversas problemáticas a respeito

desse tema, pois preconceitos e mitos ainda estão bem presentes dificultando a

aprendizagem da criança e principalmente o seu convívio no meio social, portanto a

pesquisa será realizada para apresentar as dificuldades enfrentadas por um aluno

diagnosticado com leucemia, que está em processo de recuperação e que possui

acompanhamento educacional.

Ao compreender esse tema, torna-se essencial buscar meios que favoreçam novos

conhecimentos que auxiliem o professor diante de uma realidade comum nos nossos

dias, colaborando para um êxito na formação completa de seus alunos em meio às

dificuldades físicas e emocionais que poderão surgir durante o processo educacional.

É um tema rico, pouco estudado, mas que é tão real nos dias de hoje, pois irá tratar

não de crianças que já possuem desde o nascer necessidades especiais, mas sim de

crianças que ao longo de suas vidas adquiriram certa dificuldade que não permitem que

uma educação regular seja o bastante, porém por algum intervalo de tempo, necessitará

de cuidados e atenção especial, acrescentando assim na pedagogia estudos e recursos

na didática e metodologia que o professor necessita para um bom aproveitamento do

ensino e na recuperação desse aluno.

É necessário que haja uma remodelação na forma de como se portar e como tratar

essas crianças nessa fase de retorno à escola, pois sem isso, as crianças podem desistir

de frequentar a sala de aula por motivos que poderiam ser evitados, como transformando

esse momento de sofrimento, em constrangimento, medo em interagir, sem apoio e

socialização com os colegas e professores.

Tendo em vista que ao levar em consideração a existência de várias crianças nessa

mesma condição nas escolas e a negligência da escola ao deparar-se com a situação,

acredita-se que este estudo constitua algo novo e de grande relevância. Por essa razão

esse trabalho procurará mostrar a importância que este estudo tem para a formação do

pedagogo.

Para contemplarmos os objetivos propostos, este trabalho foi subdividido em

quatro capítulos. No primeiro, a introdução, onde é ressaltada a importância dessa

pesquisa, o motivo de interesse pelo tema como foi elaborado. No segundo, é

demonstrada a importância familiar durante o processo de internação da criança e sua

contribuição na prática educativa. No terceiro capítulo, a ressocialização da criança na

classe hospitalar, enfatizando o sócio afetivo como fator relevante para o aprendiz. No

quarto capítulo, é abordada a metodologia do professor com a criança hospitalizada, isto

é, a sua prática como facilitador na aprendizagem. Na análise e discussão dos dados,

comenta-se através das informações coletadas, o comportamento de uma criança com

necessidades de atendimento especializado e como as pessoas que lhe acompanham,

desempenham seus papéis de colaboradores nesse processo. Por último, nas

considerações finais, expressamos a nossa análise às questões ressaltadas nesse

trabalho, buscando respostas e possíveis contribuições a essas crianças em seu

crescimento e realização.

Foi feito um acompanhamento da criança no Lar Amigos de Jesus, por meio de

observações e entrevistas feitas com a criança, a mãe e as educadoras responsáveis pelo

acompanhamento pedagógico, e com base nas pesquisas bibliográficas, as discussões

serão analisadas.

2 A IMPORTÂNCIA FAMILIAR DURANTE A INTERNAÇÃO E SUA CONTRIBUIÇÃO

NA PRÁTICA EDUCATIVA

Sabe-se que a família é o primeiro contato social que a criança possui, é nela que os

conceitos e culturas que definem e formam o seu caráter começam a ser determinados.

Além de transmitir o conhecimento do mundo, laços afetivos são estreitados; a atenção e

o carinho são demonstrações do afeto proporcionado à criança desde o seu nascimento.

Segundo Dávila (2006), quando se descobre que a criança está com câncer, os pais

são os primeiros a necessitarem de ajuda, até porque a criança desconhece a doença e

os pais é que são informados sobre o que a doença pode causar. E continua afirmando

que, a criança só irá entender o que se passa com ela, quando as reações surgirem.

Segundo o INCA, Instituto Nacional de Câncer (2007), o câncer é a principal doença

causadora de morte em crianças com menos de 15 anos de idade. O que diferencia a

manifestação do câncer infantil do adulto é que a primeira geralmente afeta o sistema

sanguíneo e os tecidos de sustentação, já o segundo afeta as células do epitéleo que

recobre diferentes órgãos do corpo humano (CARDOSO, 2008).

O câncer é uma doença que traz além de riscos físicos, riscos emocionais. Atingem

não apenas a pessoa envolvida, mas causa um transtorno emocional em torno daqueles

que estão por perto. O que a criança em especial necessita nesse momento é de todo

apoio e tranquilidade de seus familiares, àqueles em que ela confia. O enfrentamento com

a doença causa dor, preocupações e medo do que poderá acontecer, a reação de cada

pessoa envolvida pode variar, uns reagem de maneira mais tranquila tentando administrar

a situação, porém, outros podem vir a perder o controle, sofrendo e muitas vezes não

conseguindo dar o suporte necessário naquele momento à criança.

O câncer é uma doença genética caracterizada pela divisão e proliferação

desordenada de células que sofreram mutação em seu material genético. Ele ocorre em

qualquer parte do organismo e é o acúmulo das células que dá origem aos tumores. Os

tumores são caracterizados pelo agrupamento de células anormais, que uma vez

formadas serão destruídas pelo organismo, permanecerão como tumores benignos ou se

transformarão em tumores malignos. Tudo dependerá do sistema imunológico do

indivíduo, que será influenciado por diversos fatores de risco (CARDOSO, 2008).

Cavicchioli (2005), afirma que o câncer infantil, quando confirmado, não é exclusivo

da criança, mas também de seus pais, já que estes também terão suas vidas

transformadas tanto na rotina doméstica quanto nos aspectos financeiro, profissional,

assim como na vida conjugal.

É um momento de muito desgaste não só para a criança como também para toda

família, muitas vezes há um acompanhamento integral da mãe no hospital com a criança

devido aos longos tratamentos, os demais integrantes da família precisam trabalhar para

poderem dar subsídios financeiros à criança durante o processo de internamento.

De acordo com Silva (2008), é em seu lar que a criança experimenta o primeiro

contato social de sua vida, convivendo com sua família e os entes queridos. As pessoas

que cuidam das crianças, em suas casas, naturalmente possuem laços afetivos e

obrigações específicas, bem como diversas das obrigações dos educadores nas escolas.

Porém, esses dois aspectos se complementam na formação do caráter e na educação de

nossas crianças.

A família necessita estar ciente da responsabilidade de permitir que seu filho

participe das atividades realizadas, que estimule na criança uma construção de saberes

mais sólido, tornar essa criança em um cidadão ativo na sociedade a partir da aquisição

de conhecimentos que a educação promove. No entanto, o hospital tem que estar

preparado para recepcionar o aluno que necessita desse atendimento especial, e que por

um determinado período de tempo, estará em um longo processo doloroso, permitindo

assim que a família confie no trabalho dos educadores, possibilitando o envolvimento

dessa criança.

Conforme Rolim (2009), o contexto escolar intensifica os obstáculos em virtude da

desatenção, condescendência e exceção ao conceder a não obrigatoriedade do estudo e

da aprendizagem. O direito a aprender é tornado um direito a não aprender. Para famílias

de baixo nível socioeconômico, esse é um prejuízo que se acrescenta ao sofrimento pela

doença, visto que geralmente atribuem uma grande importância às atividades escolares,

pela esperança de um futuro melhor para seus filhos.

Os pais devem ter bastante cuidado, pois é na família que geralmente a criança

confia, se os pais não derem forças, não apoiarem, seus filhos também não terão

confiança para permanecer no ambiente educacional. A família precisa acompanhar esse

processo de escolarização de seus filhos, sendo orientados pelo professor e pelos demais

funcionários capacitados do hospital, procurando entender que a relação entre pais e

professores é de grande importância para o desenvolvimento do aluno (BEE, 2003).

A recuperação normalmente é um trabalho lento e que requer paciência. É

necessário fazer com que a criança sinta prazer em estar em um ambiente educativo

novamente se adaptando àquilo em que ela terá que participar que é o ensino da classe

hospitalar, como afirma Durkheim (TAILLE, 1992) dizendo que o fato de aliar

obrigatoriedade a „desejabilidade‟ pode constituir-se numa contradição, já que do

desejável poderemos obter a obrigação, uma vez que o caráter específico da obrigação é,

em alguma medida, o de violentar o desejo. Toma-se isso por base na questão familiar,

que ao invés de trabalhar com a criança quanto ao fato da classe ser um bom lugar,

busca muitas vezes também obrigar aquela a um mundo ainda não tão agradável para

ela.

A família deve estar disposta a compreender que mediante ao medo e sofrimento

que se enfrentou, motivar a criança a estar em um lugar educacional novamente é um

grande passo para que esta possa continuar a desenvolver-se e integrar-se na sociedade

mais uma vez.

Para isso, vamos entender o que significa e como funciona a pedagogia hospitalar e

de que forma ela pode auxiliar no desenvolvimento da criança.

2.1 Pedagogia hospitalar

De acordo com a resolução 02 do Conselho Nacional de Educação/Ministério da

Educação/ Secretaria do Estado da Educação – Departamento de Educação Especial,

datada em 11 de setembro de 2001, determina expressamente a implantação de

hospitalização escolarizada com a afinidade de atendimento pedagógico aos alunos com

necessidades especiais transitórias. O atendimento a essas crianças é um direito de

todos os educandos, pelo tempo que estiverem afastados ou impedidos de frequentar

uma escola, seja por dificuldades físicas ou mentais.

Segundo a lei, isto é um direito assegurado. No entanto, a realidade ofertada tão

grande, apenas alguns estados do Brasil como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Ceará,

Piauí, entre outros, estão equipados e capacitados para atuarem nesta área. É possível

destacar o SAREH - Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar

promovido pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Este serviço tem como

objetivo prestar atendimento pedagógico aos alunos que se encontram com dificuldades

de comparecerem à escola por motivo de internamento hospitalar ou tratamento de

saúde, permitindo com isso o acesso destes a educação que lhe é garantido

proporcionando a continuidade dos estudos como também a inserção novamente a rede

de ensino (PARANÁ, 2012). Consoante a este serviço entende-se que a classe

educacional hospitalar é uma modalidade de ensino pedagógico oferecido a crianças

durante o internamento no hospital, favorecendo a estes a educação que lhes é devida,

não de modo muito básico e nem de maneira formal como é ofertado nas escolas

regulares, mas de forma que possa ser instigado no aluno o seu desenvolvimento

cognitivo como também o afetivo.

Salientar a responsabilidade do Estado para o favorecimento do direito da criança à

educação nos seus diferentes contextos, exige da sociedade um conhecimento sobre as

leis. Muitas famílias desconhecem os direitos e por esse motivo estão alienados de

condições que são primordiais na vida, como a educação e perdem muito na formação de

suas crianças no que diz respeito ao tempo de tratamento que a mesma pode estar

submetida sem ter o acompanhamento pedagógico.

Conforme Esteves (2011), a classe hospitalar se dirige às crianças, mas deve se

estender às famílias, sobretudo àquelas que não acham pertinente falar sobre doenças

com seus filhos, buscando recuperar a socialização da criança por um processo de

inclusão, dando continuidade a sua aprendizagem. Esta inclusão social será o resultado

do processo educativo e reeducativo.

Entende-se que a família é a instituição que a criança mais confia e é responsável

pelas atitudes e pela construção crítica que a criança possui. Levar estes a uma

consciência maior da situação que a criança se encontra, buscando transmitir uma

tranquilidade favorecerá para a recuperação da criança permitindo a ela uma capacidade

maior de conhecimento.

Cabe ao professor hospitalar dar subsídios no próprio hospital, na sua prática

pedagógica ao paciente e à família para que haja um desenvolvimento pleno diante da

gama de dados que a educação beneficia. Como afirma Fonseca (2003), o professor da

escola hospitalar é, antes de tudo, um mediador das interações da criança e do ambiente

hospitalar. Por isso não lhe devem faltar noções sobre as técnicas e terapêuticas (...)

sobre as doenças que acometem seus alunos e os problemas até mesmo emocionais

delas decorrentes para as crianças e também para seus familiares e ainda para as

perspectivas fora do hospital.

3 RESSOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA NA CLASSE HOSPITALAR

Enquanto a criança está recebendo apenas os procedimentos para o tratamento em

relação à doença, a adequação é difícil. No hospital, ao se deparar com crianças com as

mesmas dificuldades é facilitado a convivência. Durante o tratamento para o câncer, a

criança perde os cabelos por causa do tratamento, tem diferença de peso, usa máscara,

causando vergonha dos demais alunos.

Segundo Mantoan (2004), ao se referir aos alunos, afirma que estes são pessoas

que proveem de contextos culturais os mais variados; representam diferentes segmentos

sociais; produzem e ampliam conhecimentos e têm desejos, aspirações, valores,

sentimentos e costumes com os quais se identificam. A cultura e saberes que cada aluno

possui, favorece a construção do conhecimento social. Enfatizando, que a criança precisa

se desenvolver-se no ambiente educacional, cultural e social. Esta precisa atuar no meio,

sendo construtora do próprio saber, construindo sua subjetividade, formando seu caráter

e sua identidade conforme está se adequando ao meio em que vive. Espaço esse que já

é do conhecimento da criança, agora surgindo através de uma nova percepção mediante

a dificuldade que está vivendo.

Segundo Oliveira (1992), na teoria interacionista de Vygotsky, as postulações sobre

o fundamento biológico do funcionamento psicológico evidenciam a forte ligação entre os

processos psicológicos humanos e a inserção do individuo num contexto sócio-histórico

específico, nos levando à compreensão de que a criança necessita estar inserida e

participar de maneira ativa da sociedade que ela está, e a classe hospitalar é parte desse

ambiente, em que há a presença de outras crianças, assim como ela capazes de

compartilhar aprendizagens e experiências, tornando possível a permanência desta

“nova” criança no contexto social. E continua afirmando que, um pensamento central para

a compreensão de Vigotsky sobre o desenvolvimento humano como processo sócio-

histórico é a ideia de mediação. A partir disso, percebemos a importância do professor em

sala, não como detentor do conhecimento, mas sendo capaz de perceber os

relacionamentos dentro de classe fomentando nos alunos a interação, o trabalho em

grupo, o auxílio mútuo, permitindo a construção social e individual de todos.

A intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente. A importância da intervenção deliberada de um indivíduo

sobre outros como forma de promover desenvolvimento articula-se com um postulado básico de Vygotsky: a aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento desde o nascimento da criança. A aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que só podem ocorrer quando o indivíduo interage com outras pessoas. (OLIVEIRA, 1992 p.86).

.

A construção do ser social tem seu início desde a infância, daí a importância de que

embora a criança tenha vivido experiências desagradáveis, a superação quanto aos

desafios do dia-a-dia, é conquistado e ampliado à medida que esta busca estar

convivendo e participando dos momentos de aprendizagem, seja ele fora ou dentro da

sala de aula. As relações interpessoais ajudam na construção da subjetividade.

Oliveira (1992) afirma de forma objetiva:

Ao tomar posse do material cultural, o indivíduo o torna seu, passando a utilizá-lo como instrumento pessoal de pensamento e ação no mundo. Neste sentido, o processo de internalização, que corresponde, como vimos, à própria formação da consciência, é também um processo de constituição da subjetividade a partir das situações de intersubjetividade. (p. 92).

Fator importante na ressocialização da criança é a emoção, fatores afetivos que

pode fazer com que a criança tenha dificuldades ou não em seu desenvolvimento. Dantas

(1992), afirma que segundo Wallon, a emoção traz consigo a tendência para reduzir a

eficácia do funcionamento cognitivo; neste sentido ela é regressiva, mas a qualidade final

do comportamento do qual ela está na origem dependerá da capacidade cortical para

retomar o controle da situação. Se ele for bem sucedido, soluções inteligentes serão mais

facilmente encontradas, e neste caso a emoção, embora, sem dúvida, não desapareça

completamente, se reduzirá.

É fundamental a interação da criança com os demais alunos em sala, vale ressaltar

que o professor é o mediador de todo esse processo, buscando levar os alunos à

integração e construção do conhecimento, ao mesmo tempo em que considera a

subjetividade de cada um.

4 METODOLOGIA DO PROFESSOR COM A CRIANÇA HOSPITALIZADA

O professor exerce papel fundamental na integração da criança ao novo contexto.

Ele é a ponte que facilita a aprendizagem e o convívio com os demais alunos em sala de

aula. Este professor necessita estar capacitado para receber e trabalhar de forma que

haja a participação do aluno. É possível que a assistência dada à criança no período

hospitalar não tenha sido regular, mas à medida das condições, foi proporcionada e o

déficit de conhecimentos curriculares comparado ao ensino regular, é bastante inferior.

Como afirma Silva (2000), a educação pode ser entendida como um processo, isto

é, um constante vir-a-ser, construído primeiramente na família depois por meios de

grupos e/ou instituições da sociedade e na escola, pelo coletivo de educadores, através

de um sem número de ações planejadas, concretizadas e avaliadas no cotidiano escolar.

“É por meio de suas ações no cotidiano escolar, que os educadores entram em contato com a realidade escolar e podem participar do processo de transformação da sociedade humana elaborando o saber. Na produção desse saber (conhecimento), o sujeito, o objeto, o pensamento e a ação são elementos fundamentais, e questões de ordens prática e teórica estão permanentemente em interação. Mediando essa interação é que aparecem as representações. (p. 72).”

A dinâmica de estratégias e metodologias que o professor terá que utilizar para que

alcance essa criança, é o grande desafio que os docentes terão que enfrentar, pois o

ritmo de aprendizagem são diferenciados, tendo em vista que nem todos possuem a

mesma faixa etária. Devido às experiências de vida, a criança pode a vir desencadear

diversas dificuldades, entre eles é o contexto psicológico que está bastante afetado,

causando insegurança, medo, podendo tornar uma criança com aspectos mais passivos

no que diz respeito à aprendizagem em sala de aula. O educador precisa aproximar-se e

conhecer esta criança para que seja cultivada uma confiança da criança com o docente e

a partir disso, buscar da melhor maneira o desenvolvimento da mesma, utilizando as

habilidades que esta possui, integrando-a a nova realidade.

De acordo com Coll (2004), o professor guia, direta ou indiretamente, mas de

maneira reflexiva, a prática do aluno; trata-se de favorecer que o aluno tome decisões,

planeje, regule e avalie sua situação em atividades de aprendizagem, primeiro mais

parecidos com a situação previamente analisada, e, depois, em situações cada vez mais

variadas quanto a conteúdos e demanda. Tendo como objetivo principal que o aluno, de

forma gradual, interiorize um trabalho reflexivo e estratégico, que lhe permita analisar em

cada caso as condições relevantes para resolver as diferentes atividades enfrentadas.

O professor deve procurar socializar a turma, todos são dotados de conhecimento e

compartilhando entre si, favorece a uma aprendizagem mais significativa. Além disso, o

currículo deve ser manuseado com a finalidade de promover o conhecimento do aluno. É

necessário um trabalho mais especializado que favoreça que os alunos apreendam e

entre si consigam compartilhar o que adquiriram. Como no dizer de Coll (2004),

“Também no caso das estratégias de aprendizagem os professores partem de pressupostos e de crenças que se deve levar em conta, se o objetivo for à eficácia da função assessora. Em geral, tais pressupostos fazem parte das teorias mais amplas que se relacionam com a conceituação geral dos processos de aprendizagem e ensino e de seu papel nesses processos. Por outro lado, deve-se levar em conta o próprio desenvolvimento dos professores como aprendizes, as estratégias de que dispõem para aprender e o grau ou o nível de reflexão que já tenham desenvolvido a respeito. (p.175 ).”

O educador precisa ser um constante pesquisador em suas práticas, conhecendo o

aluno e buscando meios que o auxiliem, está aumentando assim, a sua gama de

conhecimento que contribuirá para a formação da criança em sua complexidade. É

necessário não apenas o conhecimento empírico, embora nele seja possível aproveitar

vários conceitos já existentes, porém, é importante estar norteado em pesquisas e

estudos que servem de base mais sólida quanto à metodologia e práticas em sala. Sabe-

se, portanto, na escassez de recursos didáticos sobe essa temática e por esse motivo, é

comum o uso de métodos próprios que seguem a sua linha de pensamento, aquilo que já

foi concebido anteriormente, o que este pensa a respeito e isso pode em alguns

momentos contribuir, mas em outros, atrapalha no processo de readaptação e na

construção do conhecimento da criança.

Segundo Coll (2004), para que essa sequência de ensino, baseada na cessão ou na

transferência das decisões estratégicas do professor (especialista ou tutor) aos alunos,

seja efetivamente posta em prática, é imprescindível que haja condições mínimas quanto

ao nível de conhecimento sobre o tema, as atitudes e as concepções existentes, e à

forma de organizar as matérias.

Com relação às concepções dos professores sobre as estratégias de aprendizagem, a literatura ainda não é muito abundante (...). Alguns dados recentes, porém, mostram que em muitos casos a forma como o professor concebe as estratégias de aprendizagem está fortemente relacionada com o formato organizacional escolhido para seu ensino e com seu nível de conhecimento e de reflexão a respeito (CASTELLÓ E MONEREO, 2000 p.170).

Segundo Gislene de Campos Oliveira (2007), é necessário organizar condições

facilitadoras para a aquisição das habilidades e conhecimentos, favorecendo o

desempenho educacional. Uma educação global, em que devem ser respeitados os

potenciais intelectuais, sociais, motores e psicomotores.

Nesse momento o professor precisa estar adequando o seu planejamento à nova

realidade de sua sala de aula sem fugir da sua maior responsabilidade que é o ensino.

Outro problema que pode ocorrer é a criança “especial” sentir-se rejeitada. Se não houver

todo um planejamento, toda uma capacitação para esses professores. Estes, ao

conversarem com os alunos, devem enfatizar a importância das diferenças entre as

pessoas e fazerem com que eles ao invés de evitar, se aproximem e ajudem mutuamente.

Uma problemática que se encontra mediante este contexto, é como avaliar essa

criança, além de como contemplar o currículo de maneira que todos os alunos tenham

suas necessidades educacionais supridas. Não é uma tarefa simples, mas torna-se

necessária para que haja formação integral destes alunos como um todo, e integração

real desta criança que está em acompanhamento na classe hospitalar.

Mittler (2003) afirma que há poucas oportunidades para os professores aprenderem

algo sobre a ampla gama de ferramentas de avaliação que estão sendo disponibilizadas

agora, assim como aprender a usá-las. Não há muitos recursos sobre esse tema e os que

têm muitas vezes os professores não conseguem obter acesso, por falta de tempo, por

exemplo, os professores estão tão envolvidos com a prática que não resta muito tempo

para estar se especializando no conhecimento de novos estudos, e se delimitam a apenas

“administrar a situação”, utilizando de meios próprios ou experiências trocadas com os

demais docentes.

5 METODOLOGIA

A metodologia utilizada constituiu primeiramente pesquisas bibliográficas em livros,

em artigos disponíveis na internet sobre o assunto, após isso, foi visitado um lar que

atende crianças em tratamento, para a realização da pesquisa do estudo de caso. O

desenvolvimento dessa pesquisa compôs uma abordagem qualitativa, pois os dados

coletados visaram análise e discussão dos mesmos, embasados em referenciais teóricos,

pois é a partir deles que foram identificadas o que a pesquisa se propõe, ou seja, foi

revelado como se encontra a criança no período de readaptação e o seu

acompanhamento pedagógico. Ao realizar entrevistas com a família, com o educador

responsável e com o próprio paciente, no caso a criança, caracterizou-se por ser

estruturada, pois seguiu com perguntas preestabelecidas, feitas anteriormente pelo

entrevistador, com observação sistemática sem envolvimento do pesquisador. Durante a

mesma serão investigados quais são as dificuldades existentes, quais foram às mudanças

ocorridas durante o processo de acompanhamento educacional com a atuação do

educador hospitalar. Foi acompanhada uma criança que já estava concluindo o período

de internamento e observado o comportamento da mesma, dos pais e professores dentro

desse ambiente.

Analisou-se a metodologia que o professor estava utilizando, observando se tais

atividades foram adequadas para o aluno e se houve participação do mesmo; observou-

se também o comportamento dos colegas, se o integraram e observado o comportamento

dos pais ou cuidador, como eles reagem nessa nova fase de readaptação da criança no

aspecto pedagógico.

O local observado foi o Lar Amigos de Jesus, que atende a crianças e adolescentes

de a zero a dezessete anos de idade que estejam realizando algum tratamento médico

prolongado como câncer entre outras enfermidades fora de seu domicilio. São atendidas

em média, trinta a quarenta crianças acompanhadas por um responsável. O Lar oferece

hospedagem, alimentação, cuidados médicos como odontológico, psicológico, apoio

sociopedagógico e sócio familiar, interação social, cultural e religiosa, bem como

atividades de lazer e programações diversificadas apoiadas por diversos voluntários.

Estas crianças são oriundas das cidades do interior do Estado do Ceará e dos demais

estados e se dá por encaminhamentos dos Hospitais e Secretarias de Saúde dos

municípios e de todo o Brasil, que necessitam de acompanhamento médico. Os pacientes

são levados diariamente ou conforme a necessidade aos hospitais para acompanhamento

clínico e o Lar torna-se um espaço de refúgio e de uma “casa”, como geralmente é

chamado. É um espaço que busca interferir no processo de recuperação da criança em

que são proporcionados momentos de descontrações, atividades lúdicas com o objetivo

de motivá-las. O Lar Amigos de

Jesus é uma extensão do hospital, as crianças recebem o acompanhamento pedagógico

no próprio lar.

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Foram realizadas quatro entrevistas, as duas primeiras entrevistas com as

educadoras. A educadora A é a responsável pelo setor pedagógico e tem sua formação

em Gestão de Recursos Humanos, com experiência na Associação Pestalozzi do Ceará

durante alguns anos. A educadora B possui mestrado em Direito e é voluntária há alguns

meses na casa.

A questão 1 (um) refere-se ao interesse em atuar na pedagogia hospitalar. Ambas

responderam que o interesse surgiu pelo prazer de repassar as experiências que já

possuíam de educação.

Ressalta-se, portanto, que a educação pode diferenciar, já que ambas não possuem

experiências em classe hospitalar, o publico do ensino neste caso, são crianças especiais

podendo então necessitar de uma abordagem diferenciada que alcance este aluno. De

acordo com Comin (2009),

O saber do professor está relacionado com a sua pessoa e sua identidade, com a sua experiência de vida, com sua história profissional, suas relações com os alunos e demais atores escolares” na escola. É um saber social que depende do professor, mas não só dele; depende também dos demais professores, do sistema escolar (universidade, escola, secretarias da educação e saúde, e ministérios), dos alunos e de todos os sujeitos envolvidos no processo de ensino. p.23

A questão 2 (dois) indaga sobre a exigência para atuar como pedagogo na classe

hospitalar. A educadora A disse que precisava “mais ou menos”, que era preciso ter

interesse e carinho com as crianças; já a educadora B acha que não há exigências.

De acordo com Esteves (2011), para atuar em Classes Hospitalares, o professor

deverá estar habilitado para trabalhar com diversidade humana e diferentes experiências

culturais, identificando as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos

de frequentar a escola, decidindo e inserindo modificações e adaptações curriculares em

um processo flexibilizador de ensino/aprendizagem. O professor deverá ter a formação

pedagógica, preferencialmente em Educação Especial ou em curso de Pedagogia.

A questão 3 (três) interroga a experiência do educador em alguma sala de aula

regular e se havia alguma diferença na atuação. A educadora A não tem experiência em

sala de aula, a educadora B sim, como professora de Direito na Faculdade, citando que a

diferença está no público diferenciado, com crianças que necessitam de tratamentos

especiais e a questão 4 (quatro) é sobre como os outros profissionais veem o pedagogo

hospitalar. A educadora A colocou que a percebe como um cumprimento de uma missão,

enquanto a educadora B diz que enquanto voluntária, acredita que é vista como uma

pessoa que está por opção, num espírito de amor e doação.

Pelas respostas obtidas nas questões três e quatro, podemos verificar que não

houve uma especialização no preparo desse profissional e a instituição por sua vez, não

exigiu uma competência para esse trabalho, veem essa profissão como uma “missão” a

ser desempenhada, não necessitando de uma qualificação profissional, tendo somente

amor e doação.

De acordo com o Ministério da Educação,

O professor dever ter a formação pedagógica preferencialmente em educação especial ou em cursos de pedagogia ou licenciaturas, ter noções sobre as doenças e condições psicossociais vivenciadas pelos educandos e as características delas decorrentes, sejam do ponto de vista clínico, sejam do ponto de vista afetivo. (BRASIL, 2002, p. 22).

Como podemos perceber, veem essa profissão como uma “missão” a ser

desempenhada, não necessitando de uma qualificação profissional, tendo somente amor

e doação.

A questão 5 (cinco) é sobre o que é classe hospitalar. Nenhuma educadora

respondeu.

Entender o que é e como funciona uma classe hospitalar é importante para que se

possa atuar nela, de maneira que haja uma preparação, um planejamento, havendo assim

uma compreensão com o aluno em suas limitações e mesmo diante disso relacionar as

aprendizagens.

Quanto à classe hospitalar,

[...] deve objetivar atender as necessidades pedagógico educacionais da criança hospitalizada, operando com os conhecimentos do desenvolvimento psíquico e cognitivo representados pelo adoecimento e pelo referenciamento hospitalar na produção de aprendizados. (CECCIM, p.43)

A questão 6 (seis) interroga sobre como é feita a avaliação educacional no ambiente

hospitalar. A educadora B não soube responder, a educadora A respondeu que existe um

acompanhamento com psicólogos, com o serviço social e pedagogos voluntários que

algumas vezes vão ao lar.

De acordo com a Secretaria de Educação do Estado do Paraná, é necessário

especificar os critérios de avaliação, que deverão estar relacionados aos objetivos.

Considera-se que todas as atividades realizadas pelo educando são formas de avaliação

do processo de aprendizagem. Não é atribuição de nota, mas prática de avaliação do

processo de ensino e aprendizagem.

A pergunta 7 (sete) refere-se à importância e perfil do pedagogo hospitalar. As

respostas das mesmas foram a respeito de direcionar o aprendizado e preencher o tempo

livre das crianças com atividades lúdicas, com perfil de pessoa disponível, flexível e com

capacidade de doação.

Observa-se que as entrevistadas não souberam responder a pergunta, pois na

maneira de caracterizar o perfil desse profissional não está de acordo com Barros (2011),

que afirma sobre uma das funções do pedagogo hospitalar que é de ser um mediador

entre o aluno e à escola, diante também da própria família, permitindo que haja a

construção da aprendizagem em meio aos conflitos enfrentados pela doença.

Um olhar mais flexível e fraterno é essencial para a aproximação do pedagogo com

a criança, com habilidades desenvolvidas para criar elos de confiança que permitem ao

aluno um trabalho mais eficaz do pedagogo em sua prática pedagógica.

A terceira e quarta entrevista foi realizada com a criança e com a mãe

A. C. tem sete anos de idade, acometido de Leucemia, desde os dois anos. Há um

ano passou pelo transplante de medula, no qual seu irmão de dois anos quem doou. A

cirurgia foi realizada em São Paulo. A mãe e a criança moravam no Piauí, mas com a

doença precisavam permanecer em Fortaleza. Após dois anos de transição entre Ceará e

Piauí, a família decidiu vir morar na capital cearense e já fazem três anos desde a

mudança.

A questão 1(um) refere-se há quanto tempo a criança permaneceu em hospitais e

qual deles ficou internada. A mãe responde que faz cinco anos que vem sendo

acompanhado no Hospital Albert Sabin e no Instituto Peter Pan.

Um dos problemas que interfere no desenvolvimento da criança é a mudança

repentina de sua rotina. Ao deslocar-se para outro estado, a situação provavelmente

dificulta, pois há a ausência da família, como também dos amigos que a criança possui.

A questão 2 (dois) é sobre como foi a reação ao saber que existia uma classe dentro

do lar. E A.C. sorrindo responde: “Eu gostei muito, a tia é legal e brinca com a gente!”

Nesta resposta observa-se que o brincar faz parte da vivência da criança e que

responde o que para ela se faz necessário. Segundo Santos (2000), a brinquedoteca em

diferentes contextos, dentre os quais, encontra-se a hospitalar, cujo real objetivo é

atender a criança hospitalizada através da terapia, com atividades lúdicas e de

estimulação psicomotora, visando atenuar as sequelas emocionais decorrentes da

hospitalização

A questão 3 (três) pergunta como são realizadas as atividades e se são

significativas. As atividades que a professora da escola regular envia são tarefas de

pintura, colagem, escrever o próprio nome, números, contas simples. Para tornar

significativas, as educadoras promovem, por exemplo, na matemática, um mercadinho

com dinheiro falso e eles aprende a comprar, a receber o troco; pra conhecer os números

usam o bingo e assim tentando tornar a aula mais prazerosa.

Há uma grande preocupação na educação, que busca o significado do ensino, se

este vai ajudar no dia-a-dia da criança. Embora não sejam aulas dadas por profissionais

capacitados e formados para o exercício especializado da educação hospitalar, é muito

importante trabalhar no aluno a capacidade de relacionar-se em seu ambiente social,

buscando que este atue sobre a sociedade de forma consciente.

A questão 4 (quatro) indaga sobre a diferença do acolhimento ou perfil dos

profissionais da escola regular e dos profissionais do lar. A mãe informou que o filho é

matriculado na escola, conhece a professora, mas não há um vínculo mais forte como

acontece no lar, segundo ela, no lar o atendimento é mais afetivo e faz com que A. C. se

sinta bem.

Conclui-se que a relação entre professor e aluno interfere na aprendizagem, pois ela

acontece de maneira significativa, ou seja, esse vínculo favorece o interesse do aprendiz

em dar significados aos novos conteúdos apreendidos.

Sobre essa interferência, escreve Piaget (1978) apud Lajonquière (1992, p.128): “[...]

pode-se dizer que a afetividade intervém nas operações da inteligência; que ela estimula

ou perturba; que ela é a causa de acelerações ou de atrasos no desenvolvimento

intelectual [...]”.

A questão 5 (cinco) pergunta de que maneira os pais ou responsáveis participam da

educação no ambiente escolar do Lar. A mãe relata que os pais podem ficar na sala

ajudando os voluntários. Também são oferecidas aulas para os pais que não sabem ler

ou deixaram de estudar, como também há oficinas de costura que ajudam a fazer roupas

que são vendidas no próprio Lar como ajuda de custo para a instituição e para as

mãezinhas.

O envolvimento da família nesse processo promove não só no aluno uma motivação

para crescer e conhecer, mas produz naqueles que estão à sua volta, momentos de

descontração e aproximação junto ao filho, não apenas pelo motivo da doença, mas

agora pela troca de carinho, brincadeiras e aprendizagens mútuas.

A questão 6 (seis) encerra a entrevista perguntando sobre uma experiência

marcante durante esse processo. A mãe respondeu que marcou muito o acolhimento e a

estrutura do Lar, que a ajudou bastante tanto na adaptação de estar longe de casa,

quanto no tratamento oferecido ao seu filho.

Percebemos durante a entrevista, no relato da mãe, a importância da afetividade, o

acolhimento dedicado à criança e a família nesse momento em que a doença os deixa

vulneráveis, sensíveis, muitas vezes frágeis perante aos acontecimentos da vida.

De acordo com Wallon (1975), as primeiras relações utilitárias da criança não são as

suas relações com o meio físico, que, quando aparecem, começam por ser lúdicas; são

relações humanas, relações de compreensão, que tem como instrumento necessário

meios de expressão, e é por isso que a criança, se não é naturalmente um membro

consciente da sociedade, também não é um ser primitivo e totalmente orientado para a

sociedade.

A criança tem seu primeiro contato no mundo com outras pessoas e é a partir desse

convívio é que ela vai crescer e ao interagir com as pessoas e os objetos a sua volta,

começa a idealizar seus próprios conceitos e desejos acerca do seu desejo, da maneira

que mais lhe satisfará.

Wallon (1975) continua afirmando que, a escola é também um meio funcional. As

crianças vão lá para se instruir e elas devem familiarizar-se com uma disciplina e relações

interindividuais dum novo tipo. Mas a escola é ao mesmo tempo um meio local onde se

encontram crianças que podem pertencer a meios sociais diferentes.

Também se pode falar do meio familiar como um meio funcional, onde a criança

começa por encontrar meios de satisfazer todas as suas necessidades sob formas que

podem ser próprias à sua família e onde a criança conquista as suas primeiras condutas

sociais.

Como afirma Almeida (2005),

A sala de aula é um ambiente onde as emoções se expressam, e a infância é a fase emocional por excelência. Como em qualquer outro meio social, existem diferenças, conflitos e situações que provocam os mais variados tipos de emoção. O professor deve procurar utilizar as emoções como fonte de energia e, quando possível, as expressões emocionais dos alunos como facilitadores do conhecimento. É necessário encarar o afetivo como parte do processo de conhecimento, já que ambos são inseparáveis. (p.103)

Aprender e ensinar devem ser processos prazerosos. O ponto de partida é o aluno,

considerando suas necessidades, seus desejos, seus sentimentos, suas expectativas,

desenvolvendo a partir disso, a criança no seu desempenho como ser influente e

participativo na sociedade mediante seu conhecimento adquirido, mesmo durante o

processo de internamento.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os desafios diante do educador hospitalar são muitos. Percebe-se que durante o

processo de tratamento, é fundamental que haja profissionais capacitados para mediar e

contribuir para o desenvolvimento do aluno em suas diversas áreas, sejam elas:

psíquicas, sociais, culturais, educacionais, comportamentais, sempre aliadas com o fator

fundamental que é a participação da família, sobretudo com apoio e incentivo, tornando

ainda mais eficaz o trabalho dos educadores.

A formação do ser cidadão como um ser ativo da sociedade faz com que desde a

infância, este seja o construtor de seus próprios conceitos e tenha uma percepção de

mundo a partir daquilo que ele concebe desde o que está pronto e que está

armazenando, fazendo assim um equilíbrio do seu próprio ponto de vista.

A partir das pesquisas realizadas, foi possível observar o despreparo e a falta de

qualificação profissional dos que atuam junto a criança. Suas experiências anteriores são

a principal fonte de recursos pedagógicos que endossam a prática.

A proposta pedagógica apresentada em sua maioria são brincadeiras lúdicas, com o

intuito de motivá-las, transformando a ansiedade da doença que está sendo enfrentada,

em momentos divertidos e de interação social com as demais crianças, estendendo esse

momento também para os pais ou cuidador.

A participação da família como incentivadora é importante para que o educando

permaneça na sala de aula e encontre prazer em estudar. Não é um processo fácil, mas

progressivo, na medida em que o tempo vai passando incentivos devem ser

indispensáveis ao aluno tanto por parte da família como também por parte da comunidade

hospitalar que precisa estar adequada para receber os mesmos, que necessitam de um

acompanhamento mais especial. Com isso, a segurança que o aluno vai ter será bem

maior e consequentemente seu desenvolvimento ocorrerá.

A falta de participação do aluno durante as atividades na classe hospitalar, mediante

ao seu internamento é bem comum, mas o professor nesse momento precisa utilizar seus

conhecimentos e usá-los para socializar e adaptar seus alunos a essa nova realidade,

buscando sensibilizá-los e conscientizá-los quanto à convivência perante as diferenças

apresentadas em sala de aula e essa integração proporcionará um maior crescimento em

sua formação.

8 REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. 5. ed. Campinas, SP:

Papirus, 2005.

ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. 3. ed. Rio de Janeiro, RJ: Wak, 2007.

BARROS, Feitosa Daniel (2011). Práticas educativas em ambientes não escolares: a pedagogia no hospital. Disponível em: http://educacaojuventudes.blogspot.com.br/ . Acesso em 25/05/2012.

BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. 9.ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.

BRASIL, Ministério da Educação (2001). Diretrizes Nacionais para a educação especial na educação básica/ Secretaria de educação especial. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf. Acesso em 28/05/2012. Acesso em: 25/05/2012.

______. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e

orientações. Brasília: MEC; SEESP, 2002. Disponível em:

http://portal.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/06_12_2011_11.10.49.6700c6a3988

63e1c1eb03a43b687f2fe.pdf Acesso em: 26/05/2012.

_______. CARDOSO, Fernando Henrique. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: www.ufrpe.br/download.php?endArquivo=noticias/4248_LDB.pdf. Acesso em 28/05/2012.

CARDOSO, Flávia Tanes (2008). Câncer infantil: aspectos emocionais e atuação do psicólogo. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/5473/cancer-infantil-aspectos-emocionais-e-atuacao-do-psicologo/pagina-3. Acesso em: 14/05/2012.

CECCIM, RB. Classe Hospitalar: Encontros de Educação e da Saúde no Ambiente Hospitalar. Revista Pátio, Porto Alegre, ano 3,nº 10pp.41-44,Ago/Out 1999.

COLL, Cesar, MARCHESI, Álvaro, PALACIOS, Jesús; tradução Fátima Murad. Desenvolvimento psicológico e educação. 2. ed. Porto Alegre, RS :Artmed, 2004.

ESTEVES, Cláudia R. (2011). Pedagogia um Breve Histórico. Disponível em: http://www.smec.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-educacao-saude/classes-hospitalares/WEBARTIGOS/pedagogia%20hospitalar....pdf. Acesso em: 28/05/2012.

FONSECA, Eneida S. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo: MEMMON, 2003.

LAJONQUIÈRE, Leandro. De Piaget a Freud para Repensar as Aprendizagens – A (psico) pedagogia entre o conhecimento e o saber. Petrópolis,Rio e Janeiro: Vozes, 1992.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér (2004). O direito de ser, sendo diferente, na escola. Disponível em: http://www2.cjf.jus.br/ojs2/index.php/cej/article/viewFile/622/802. Acesso em 17/05/2012.

MITTLER, Peter; tradução Windyz Brazão Ferreira. Educação Inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre, RS: Artmed, 2003.

OLIVEIRA, Gislene. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. 12.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Diretoria de Políticas e Programas Educacionais. Núcleo de Apoio ao Sareh. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/cadernos_tematicos/tematico_sareh.pdf. Acesso em 28/05/2012.

PATERLINI, Ana Carolina Carvalho Rocha, BOEMER, Magali Roseira (2008). A reinserção escolar na área de oncologia infantil – avanços & perspectivas. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n4/pdf/v10n4a28.pdf. Acesso em 17/05/2012.

ROLIM, Carmem Lúcia Artioli, GÓES, Maria Cecília Rafael de (2009). Crianças com câncer e o atendimento educacional nos ambientes hospitalar e escolar. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ep/v35n3/07.pdf. Acesso em 17/05/2012.

SANTOS, S. M. P. dos (Org.). Brinquedoteca: A criança, o adulto e o

lúdico. Petrópolis-RJ: Vozes, 2000.

SILVA, Jair Militão da. Os educadores e o cotidiano escolar. Campinas, SP: Papirus, 2000.

SILVA, Sonia das Graças Oliveira (2008). Educação, escola e família. Disponível em: http://www.artigonal.com/ciencia-artigos/educacao-escola-e-familia-481124.html. Acesso em 14/05/2012.

TAILLE, Yves de La; OLIVEIRA, Marta Kohl, DANTAS, Heloysa. PIAGET, VYGOTSKY, WALLON: teorias psicogenéticas em construção. 19.ed. São Paulo, SP: Summus, 1992.

WALLON, Henri. Psicologia e Educação da Infância. Lisboa: Editorial Estampa, 1975.

APÊNDICE

Apêndice A – Roteiro de entrevista

Faculdade Cearense - FaC

Curso: Pedagogia - 7º Semestre- 2012.1

Disciplina: TCC II

Docente: Suzanety Sá

Discente: Hellen Paula Pereira de Oliveira

QUESTIONÁRIO/ ENTREVISTA DE PESQUISA – EDUCADOR

Eu, Hellen Paula Pereira de Oliveira, aluna da Faculdade Cearense - FaC, estou realizando a pesquisa sobre A criança hospitalizada e sua readaptação à escola, para conclusão do Curso de Pedagogia.

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome (opcional)_____________________________________________

1. Sexo:

1. Masculino ( )

2. Feminino ( )

2. Idade:

1. ( )De 20 a 25 anos

2. ( ) De 26 a 30 anos

3. ( )De 31 a 35 anos

4. ( )De 36 a 40 anos

5. ( )Outros ..............

3. Qual a sua formação?

1. ( ) Graduação

2. ( ) Especialização

3. ( ) Mestrado

4. ( ) Doutorado

5. ( ) Outros

4. Há quanto tempo atua na área?

1.( ) De 1 a 5 anos

2.( ) De 6 a 10 anos

3.( ) De 11 a 15 anos

4.( ) De 16 a 20 anos

5.( ) Outros ...............

2. INTERESSE

1. Por que você se interessou pela Pedagogia Hospitalar?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________

2. Existe alguma exigência para atuar como pedagogo na classe hospitalar?

1. ( ) sim

2. ( ) não

Quais?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________

3. Já atuou como docente em escola regular? Se sim, qual a diferença entre atuar numa

classe regular e numa classe hospitalar?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________

4. Para você, como os outros profissionais veem o pedagogo hospitalar?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________

5. O que é “Classe Hospitalar”?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________

6. Como/de que forma acontece a avaliação neste ambiente educacional hospitalar?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________

7. Qual a importância e perfil do pedagogo no ambiente hospitalar?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________

Apêndice B – Roteiro de entrevista

Faculdade Cearense - FaC

Curso: Pedagogia - 7º Semestre- 2012.1

Disciplina: TCC II

Docente: Suzanety Sá

Discente: Hellen Paula Pereira de Oliveira

QUESTIONÁRIO/ ENTREVISTA DE PESQUISA – ALUNO E MÃE

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome (opcional)_____________________________________________

1. Sexo:

1. Masculino ( )

2. Feminino ( )

2. Idade: _________

2. VIVÊNCIA NA CLASSE HOSPITALAR / HOSPITAL

1. Quanto tempo permaneceu no hospital? Qual?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________

2. Como foi a reação ao saber que existia uma classe dentro do lar?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________

3. Conseguia relacionar a classe hospitalar com a escola regular? (considerando o

ensino, professor e colegas).

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________

4. Como eram realizadas as atividades? Eram significativas?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________

5. De que maneira os pais ou responsável participam da educação nesse ambiente

escolar do lar?

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________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________

6. Se possível relate uma experiência marcante dessa vivência durante esse processo.

________________________________________________________________________

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________________________________________________________________________

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