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Hermenutica
PROFESSOR: PR. FELIPE PRESTES
HermenuticaPROFESSOR: PR. FELIPE PRESTES
A transposio do abismo culturalAULA 8
Introduo
comum as pessoas usarem uma palavra, frase ou pargrafo de forma isolada e interpretarem incorretamente.
No usar o contexto um dos maiores erros na interpretao da Bblia.
Precisamos nos transportar para o contexto histrico dos autores bblicos e nos desvincularmos de nossa prpria cultura.
Interpretao histrica, gramatical e literria (retrica)
Contexto:
versculo(s) imediatamente anterior(es) e posterior(es)
pargrafo e livro em que o versculo se encontra
o testamento em que foi escrito
a mensagem de toda a Bblia
o ambiente histrico-cultural da poca em que foi escrito
Autores influenciados por sua prpria cultura
O que era desde o princpio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos prprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (1Jo 1:1 ARA)
A Bblia e a cultura de sua
poca A no ser que acreditemos que a
Bblia tenha cado do cu de
paraquedas, escrita com uma pena
celestial numa lngua celestial curiosa,
exclusivamente adequada como
instrumento de revelao divina, ou
ento que foi ditada por Deus direta
e imediatamente, sem referncia a
nenhum costume regional, estilo ou
perspectiva, seremos obrigados a
encarar os abismos culturais. Isto , a
Bblia retrata a cultura de sua poca.
(R. C. Sproul)
Cultura
Envolve o que as pessoas pensam, creem, dizem, fazem e
produzem.
Choques culturais
Ex: Missionrios
Abrir a Escritura como entrar em um pas estranho.
Quanto mais informaes sobre a cultura, mais probabilidade
da compreenso do significado do texto.
Exegese eisegese
A variedade de costumes culturais e
sua influncia na interpretao
Poltica (nacional, internacional, civil)
Filipenses 3:20 ptria celestial
Cidados receberam privilgios romanos
Religio
10 pragas ataque incapacidade e falsidade dos deuses egpcios
Rio Nilo em sangue; morte no gado; chuva de pedras; morte das crianas
Economia
Credor incompassivo Mateus 18:21-35
1 Denrio salrio de um dia R$ 26,26
6000 Denrios = 1 Talento = R$ 157.560,00
10.000 Talentos = R$ 1.575.600.000,00
100 Denrios = R$ 2626,00
Leis
Jesus como primognito (Cl 1:15)
A variedade de costumes culturais e
sua influncia na interpretao
Agricultura
os mpios (...) so como a palha que o vento dispersa (Sl 1:4)
Arquitetura
A descida do paraltica (Mc 2:1-12) telhados planos
Vestimentas
cingir os lombos (J 38.3; 1Pe 1.13)
Vida domstica
Permite-me ir primeiro sepultar meu pai. (Lc 9:59)
Geografia
atravessar a provncia de Samaria (Jo 4:4)
Organizao militar
em Cristo sempre nos conduz em triunfo (2 Co 2:14)
Estrutura social
a ningum saudeis pelo caminho (Lc 10:4)
At que ponto os textos bblicos so
limitados pelos fatores culturais?
O que vale s para os tempos bblicos e o que vale para hoje?
Permanente ou temporrio?
Cumprimentar uns aos outros com sculo santo (Rm 16:16)
Abster-se de carnes oferecidas a dolos (At 15:29)
Ser batizado (At 2:38)
Abster-se de ingerir sangue (At 15:29)
Proibir as mulheres de ensinar aos homens (1 Tm 2:12)
1. Certas situaes, mandamentos ou princpios so aplicveis, contnuos ou irrevogveis e/ou dizem respeito a temas morais e teolgicos e/ou so repetidos em outra parte das Escrituras, sendo, portanto, permanentes e transferveis para ns.
Se algum derramar o sangue do homem, pelo homem se derramar o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem. (Gn 9:6)
Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mo de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, (1Pe 5:6)
A Bblia autoregulamentadora.
2. Certas situaes, mandamentos ou princpios dizem respeito s circunstncias especficas de um indivduo e/ou a temas que no possuem carter moral ou teolgico e/ou foram revogados, sendo portanto inaplicveis na atualidade
Timteo levar a capa e os manuscritos de Paulo (2 Tm 4:11-13)
Os sacrifcios segundo a ordem e Aro foram abolidos (Hb 7:12; 10:1)
No AT, incesto era punido com apedrejamento. No NT, houve excomunho para o mesmo caso (1 Co 5:1-5)
3. Determinadas situaes ou mandamentos dizem respeito a contextos culturais que se assemelham apenas parcialmente ao nosso e nos quais s os princpios so aplicveis.
sculo santo (princpio de demonstrar delicadeza e amor para com os irmos.
4. Certas situaes ou mandamentos dizem respeito a contextos culturais totalmente diferentes, mas em que os princpios se aplicam.
Derramar perfume nos ps de Jesus (Mt 26:7,8)
Moiss tirar as sandlias (Ex 3:5)
Um caso debatido: o uso do vu pelas mulheres (1 Co 11:2-16)
At que pontos os textos bblicos so
limitados pelos fatores culturais?
1. Veja se o costume naquela cultura tem um significado diferente
em nossa cultura.
2. Se o costume tem significado diferente para ns, descubra o
princpio permanente que o norteia.
3. Verifique como esse princpio pode ser expressado num
equivalente cultural.
Orar pelos reis (1 Tm 2:1-2)
Ceder lugar a um rico (Tg 2:1-4)
Usar vu na igreja
Princpios para descobrir se os costumes
bblicos esto restritos a certas culturas ou
se as transcendem
Hermenutica
PROFESSOR: PR. FELIPE PRESTES
A transposio do abismo gramaticalAULA 9
Reforma: retorno ao mtodo histrico-gramatical
Deus transmitiu sua verdade por escrito
Palavras e frases com sentido normal e evidente
O homem deve ser capaz de compreender
Mais conhecimento histrico e gramtica do texto bblico
Maior a compreenso da verdade de Deus na Sua Palavra.
Pais da igreja e herdeiros da escola antioquiana
Introduo
A natureza da inspirao
A Bblia foi verbalmente inspirada cada palavra importante
O objetivo da exegese
Descobrir o que o texto quer dizer, e no atribuir-lhe outro
significado.
Para descobrir os pensamentos de Deus, precisamos estudar suas
palavras e como elas so combinadas nas frases
O problema da comunicao
Conhecer pouco a lngua utilizada traz problemas
Mesmo sem ter as lnguas originais, pode-se ter uma
compreenso clara do que o texto quer dizer.
Por que a interpretao gramatical
importante?
Tentar descobrir o significado da Bblia a partir de 4 aspectos
1. O significado das palavras (lexicologia)
2. A forma das palavras (morfologia)
3. A funo das palavras (partes do discurso)
4. A relao entre as palavras
Que vem a ser interpretao gramatical?
Examinar a etimologia das palavras
Palavras com somas de razes
hipoptamo
- makrothymia longo sentimento pacincia
Cuidado
pedagogo paidagogos
Etimologia diz respeito histria da palavra, e no ao seu significado
dynamis poder dinamite
Como descobrir o significado das
palavras
Examinar o emprego das palavras
O sentido mais comum da palavra quando o autor a utilizou
Palavras com vrios significados Ex: manga
Analisar vrias situaes em que o termo utilizado
Como o mesmo autor emprega a palavra em questo em um
mesmo livro. (Ef 2:20 Profetas do AT ou do NT? cf. 3:5 e 4:11.)
Como o mesmo autor usa a palavra em questo em outros livros
que escreveu. (Luz e trevas em 1 Joo, Joo e Apocalipse)
Como outros autores usam o termo stoicheia
Elementos em 2 Pe 3:10; verdades bsicas em Hb 5:12; Cl 2:8
Como a palavra usada fora da Bblia
hapax legomena palavras que aparecem somente uma vez
Como descobrir o significado das
palavras
Examinar o emprego das palavras
O sentido mais comum da palavra quando o autor a utilizou
Palavras com vrios significados Ex: manga
Analisar vrias situaes em que o termo utilizado
Como o mesmo autor emprega a palavra em questo em um
mesmo livro. (Ef 2:20 Profetas do AT ou do NT? cf. 3:5 e 4:11.)
Como o mesmo autor usa a palavra em questo em outros livros
que escreveu. (Luz e trevas em 1 Joo, Joo e Apocalipse)
Como outros autores usam o termo stoicheia
Elementos em 2 Pe 3:10; verdades bsicas em Hb 5:12; Cl 2:8
Como a palavra usada fora da Bblia
hapax legomena palavras que aparecem somente uma vez
Como descobrir o significado das
palavras
Como descobrir o significado das
palavras
Descobrir os significados de palavras semelhantes e opostas
4 a fim de que o preceito da lei se cumprisse em ns, que no
andamos segundo a carne, mas segundo o Esprito.
5 Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas
da carne; mas os que se inclinam para o Esprito, das coisas do
Esprito. (Rom 8:4-5 ARA)
Examinar o contexto
1. As palavras, locues e frases podem assumir vrios
significados
2. Os pensamentos normalmente so expressos numa sequncia
de palavras. Elementos associados, e no isolados.
3. Desconsiderar o contexto leva a interpretaes falsas.
tudo posso naquele que me fortalece. (Phi 4:13 ARA)
Examinar o contexto (cont.)
Contexto inicial a frase em que a palavra foi usada esclarece seu sentido
kosmos () Universo criado; Sistema de pensamento e influncia contra Deus
No ameis o mundo nem as coisas que h no mundo. Se algum amar o mundo, o amor do Pai no est nele; (1Jo 2:15 ARA)
e, agora, glorifica-me, Pai, contigo mesmo, com a glria que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo. (Jo 17:5 ARA)
Contexto do pargrafo ou do captulo
11 Eu vos batizo com gua, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim mais poderoso do que eu, cujas sandlias no sou digno de levar. Ele vos batizar com o Esprito Santo e com fogo. (Mat 3:11 ARA)
10 J est posto o machado raiz das rvores; toda rvore, pois, que no produz bom fruto cortada e lanada ao fogo.
12 A sua p, ele a tem na mo e limpar completamente a sua eira; recolher o seu trigo no celeiro, mas queimar a palha em fogo inextinguvel.
Como descobrir o significado das
palavras
Examinar o contexto (cont.)
Contexto do livro
Qualquer que nascido de Deus no comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e no pode pecar, porque nascido de Deus. (1Jo 3:9 ARC)
Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que no pequeis; e, se algum pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo. (1Jo 2:1 ARC)
Passagens paralelas
1 e 2 Reis; 1 e 2 Crnicas; Evangelhos; Efsios e Colossenses; Daniel e Apocalipse
E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ao, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graas a Deus Pai. (Cl 3:17 ARA)
dando sempre graas por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, (Ef 5:20 ARA)
A Bblia como um todo
Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, no s na minha presena, porm, muito mais agora, na minha ausncia, desenvolvei a vossa salvao com temor e tremor; (Fp 2:12 ARA)
Como descobrir o significado das
palavras
Examinar o contexto (cont.)
Observaes
Textos obscuros devem ser interpretados por textos mais claros
Sempre deve-se dar preferncia interpretao menos complexa,
elaborada ou obscura. Portanto, deve-se buscar a mais simples e
natural.
Sobre as palavras:
Os significados de nossas palavras no podem ser transportados para
o texto bblico (Dicionrio Bblico x Dicionrio de Portugus)
Uma mesma palavra pode ter vrios significados na Bblia.
Cada palavra ou expresso, em seu contexto, tem apenas um
significado.
No atribua a uma palavra todos os significados possveis.
Como descobrir o significado das
palavras
Substantivo d nome a algo
Pronome substitui um substantivo e faz referncia a
elementos citados ou subentendidos (eu, meu, este, que...)
Adjetivo modifica (caracteriza de alguma forma) um
substantivo ou pronome
Preposio palavra que acompanha outras para formar
locues prepositivas (pelo seu sangue; com Jesus; etc.)
Verbo designa ao ou estado de um substantivo ou
pronome
Advrbios modifica o adjetivo ou outro advrbio (ele falou
rispidamente)
Conjunes elementos que ligam palavras, locues ou
oraes (e, mas, ou, etc.)
Conhea o Portugus
Locues
Nominais sem verbo (para com todos os santos)
Verbais verbo auxiliar mais infinitivo (mas procurai compreender)
Oraes unidade gramatical composta de sujeito e predicado
Independentes ou coordenadas (Cristo morreu.)
Dependentes ou sobordinadas
Damos sempre graas a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vs, (Cl 1:3 ARA)
Perodos
Simples 1 orao
Compostos 2 ou mais oraes
Subordinao
Coordenao
Declarao, interrogao, ordem, pedido ou desejo.
Ordem e repetio das palavras.
Conhea o Portugus
Hermenutica
PROFESSOR: PR. FELIPE PRESTES
A transposio do abismo literrioAULA 10
Introduo
Interpretao retrica:
Estudo de como o estilo (vocbulos ou formas de expresso particulares) e a forma (estrutura sinttica) influenciam o modo como o texto deve ser entendido.
Qualidade literria de um documento
Gnero (tipo de composio
Estrutura (disposio dos elementos)
Figuras de linguagem (expresses que adicionam colorido e fora ao texto)
Os tipos de mveis indicam o tipo de cmodo.
Mas nem todos os cmodos so iguais, pois a disposio e a quantidade de mveis varia.
O brilho literrio da Bblia
Como literatura:
Emoes e conflitos; vitrias e derrotas; alegrias e tristezas; defeitos
e pecados; prejuzos e benefcios espirituais
Intrigas, suspense, emoes, fraquezas, desiluses, contratempos,
entre tantas outras experincias.
Autores capazes
Os autores bblicos obedeceram a convenes literrias claras e
tinham domnio dos princpios literrios. Eles sabiam contar histrias
com um enredo bem elaborado. Sabiam contar histrias que
tinham em comum a tragdia ou a stira. [...] Os poetas bblicos
sabiam criar boas metforas e fazer afirmaes paralelas. [...] Em
sua maioria, eram mestres de estilo. (Leland Ryken)
Alemanha 7 x 1 Brasil
Foram 64 anos de espera. Durante cinco
jogos, a seleo brasileira fez seu papel -
com futebol bonito ou no, alcanou as
semifinais. Perdeu seu craque nas quartas
de final, Neymar. E entrou com a camisa
dele em campo, como se mostrasse que
jogaria pelo atacante, que a usaria como
motivao. Mas o Brasil conseguiu
permanecer no gramado do Mineiro,
nesta tera-feira (8), por exatos 9 minutos
sem levar um gol. A partir daquele
instante, se iniciou o maior vexame da
histria do futebol brasileiro.
Esse nosso time esta bem armado,
mesmo com o Neymar
machucado,
foi bem razovel a nossa
campanha,
j, j, no demora, vamos
comemorar
a vitria, com champanha e
picanha!
Epa!!!! Gol da Alemanha
1 x 0
Referncias:
http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/08/brasil-x-alemanha.htm
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=274223.htm
http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/08/brasil-x-alemanha.htmhttp://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=274223.htm
Os gneros literrios da Bblia
Gnero / estilo
Categoria ou tipo de escrito caracterizado por determinada(s) forma(s) e contedo ou um dos dois.
Jurdico: Boa parte de Deuteronmio
Se encontrares desgarrado o boi do teu inimigo ou o seu jumento, lho reconduzirs. (Ex 23:4 ARA)
No ters outros deuses diante de mim. (Ex 20:3 ARA)
Narrativa:
Histria relatada com o intuito de transmitir uma mensagem por meio das pessoas e de seus problemas e circunstncias
Seletivas e ilustrativas: no so biografias completas e detalhadas.
Ex: 2 Samuel e 1 e 2 Crnicas Vida de Davi
Exemplos: Tragdia, pico, Romance, Heroico, Stira, Polmica
Os gneros literrios da Bblia
Poesia
Principais livros: J, Salmos, Provrbios, Eclesiastes e Cantares
Paralelismos
A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. (Pv 15:1)
Salmos: Lamento, aes de graas, hinos de louvor
SENHOR, Senhor nosso, quo magnfico em toda a terra o teu nome! Pois expuseste nos cus a tua majestade. (Sl 8:1 ARA)
Literatura sapiencial
Principais livros: J, Provrbios, Eclesiastes e Cantares
Princpios e diretrizes, e no promessas ou garantias
Ensina a criana no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, no se desviar dele. (Pv 22:6 ARA)
Evangelhos
No so biografias
Doutrina e narrativa
Estes, porm, foram registrados para que creiais que Jesus o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome. (Jo 20:31 ARA)
Os gneros literrios da Bblia
Discurso lgico (epistolar)
Romanos Judas
Expositivo apresenta doutrinas e verdades quase sempre apoiado na lgica
E da? Havemos de pecar porque no estamos debaixo da lei, e sim da graa? De modo nenhum! No sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obedincia, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obedincia para a justia? Mas graas a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de corao forma de doutrina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justia. (Rm 6:15-18 ARA)
Exortativo exorta a seguir determinados comportamentos ou a busca de caractersticas diante das verdades do texto.
Maridos, amai vossa mulher, como tambm Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de gua pela palavra, (Ef 5:25-26 ARA)
Literatura proftica
Predies e determinaes vindas da parte de Deus
Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exrcitos: Considerai o vosso passado. Tendes semeado muito e recolhido pouco; comeis, mas no chega para fartar-vos; bebeis, mas no d para saciar-vos; vestis-vos, mas ningum se aquece; e o que recebe salrio, recebe-o para p-lo num saquitel furado. (Ag 1:5-6 ARA)
Anlise estrutural
Modelos estruturais mais amplos
Apocalipse: Escreve, pois, as coisas que viste, e as que so, e as que ho de acontecer depois destas. (Ap 1:19 ARA)
Captulo 1 As coisas que vistes (passado)
Captulos 2 e 3 As coisas que so (presente)
Captulos 4-22 As coisas que ho de acontecer (futuro)
Atos: mas recebereis poder, ao descer sobre vs o Esprito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalm como em toda a Judia e Samaria e at aos confins da terra. (At 1:8 ARA)
Atos 13-28
Atos 8-12
Atos 1-7
Anlise estrutural
Modelos estruturais menores
Paralelismo (comparao, contraste, complementar, entre outros)
Ex: Comparao
Por isso, os perversos no prevalecero no juzo, nem os pecadores, na congregao dos justos. (Sl 1:5 ARA)
Quiasmo
No deis aos ces o que santo, nem lanceis ante os porcos as vossas prolas, para que no as pisem com os ps e, voltando-se, vos dilacerem. (Mt 7:6 ARA)
Acrstico
Bem-aventurados os irrepreensveis no seu caminho, que andam na lei do
SENHOR. (Sl 119:1 ARA)
De que maneira poder o jovem guardar puro o seu caminho?
Observando-o segundo a tua palavra. (Sl119:9 ARA)
S generoso para com o teu servo, para que eu viva e observe a tua
palavra. (Psa 119:17 ARA)
Anlise estrutural
Modelos estruturais menores (cont.)
Repetio:
Quem na concha de sua mo mediu as guas e tomou a medida
dos cus a palmos? Quem recolheu na tera parte de um efa o p
da terra e pesou os montes em romana e os outeiros em balana de
preciso?
(Is 40:12 ARA)
Quem guiou o Esprito do SENHOR? Ou, como seu conselheiro, o
ensinou? (Is 40:13 ARA)
Com quem tomou ele conselho, para que lhe desse compreenso?
Quem o instruiu na vereda do juzo, e lhe ensinou sabedoria, e lhe
mostrou o caminho de entendimento? (Is 40:14 ARA)
Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? Aquele
que faz sair o seu exrcito de estrelas, todas bem contadas, as quais
ele chama pelo nome; por ser ele grande em fora e forte em poder,
nem uma s vem a faltar. (Is 40:26 ARA)
Hermenutica
PROFESSOR: PR. FELIPE PRESTES
As figuras de linguagemAULA 11
Figuras de linguagem
Se me perguntassem qual foi a maior
fora utilizada na formao da
histria (...) eu responderia (...) a
linguagem figurada. Os homens vivem pela imaginao; a
imaginao governa nossas vidas. A
mente humana no um foro de
debates, como querem os filsofos,
mas sim uma galeria de arte. (...)
Elimine as metforas da Bblia e seu
esprito vivo se dissipar. (...) Os profetas, os poetas, os lderes so
todos mestres da metfora, e com ela
cativam a alma humana.
(W. MacNeile Dixon Professor de Literatura)
Introduo
Definio:
Uma figura meramente uma palavra ou frase colocada de forma diferente de seu emprego ou sentido original e simples. (E. W. Bullinger)
Exemplos:
Est chovendo forte. Est chovendo canivetes.
No consigo engolir essa ideia.
Eis o cordeiro de Deus (Jo 1:29)
Motivos para o uso:
Acrescentam cor e vida: "O SENHOR a minha rocha(Sl 18:2)
Chamam a ateno: Acautelai-vos dos ces... (Fp 3:2)
Tornam os conceitos abstratos mais concretos:
por baixo de ti estende os braos eternos (Dt 33:27)
Facilitam a memorizao:
...sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora se mostram belos, mas interiormente esto cheios de ossos de mortos, e de toda imundcia (Mt 23:27)
Sintetizam uma ideia: o SENHOR o meu pastor (Sl 23:1)
Incentivam a reflexo:
Ele como rvore plantada junto a corrente de guas, que, no devido tempo, d o seu fruto, e cuja folhagem no murcha; e tudo quanto ele faz ser bem sucedido. (Sl 1:3)
Tipos de figura -
comparao Smile
Comparao em que uma coisa relacionada a outra
explicitamente (usa-se como, assim como, tal qual, tal como)
"Ele como arvore plantada junto a corrente de aguas" (Sl 1:3)
...toda carne como a erva... (1Pe 1:24)
Metfora
Comparao em que um elemento representa o outro
implicitamente. (usa-se o verbo "ser" e "estar")
"Eu sou a porta." (Jo 17:9)
Toda a carne erva (Is 40:6)
Tipos de figura - substituio
Metonmia: substituio de uma palavra por outra.
Ex: O congresso tomou uma deciso.
A causa pelo efeito
"A lngua dos sbios medicina." (Pv 12.8)
O efeito pela causa
"Eu te amo, SENHOR, fora minha" (Sl 18:1)
Um objeto representa outro ao qual est relacionado
"No podeis beber o clice do Senhor" (1Co 10:21)
"O caminho do insensato aos seus prprios olhos parece reto" (Pv 12:5)
A parte pelo todo.
...os seus ps correm para o mal... (Pv 1:16)
Merisma: o todo substitudo por duas partes contrastantes ou opostas.
Sabes quando me assento e quando me levanto... (Sl 139:2)
Tipos de figura - substituio
Hendade: substituio de um nico conceito por dois termos coordenados (ligados por e) em que um elemento define o outro.
guardem-me sempre a tua graa e a tua verdade. (Sl 40:11)
Personificao: atribuio de caractersticas ou aes humanas a objetos inanimados, a conceitos ou a animais.
O deserto e a terra se alegraro... (Is 35:1)
a morte j no tem domnio sobre ele. (Rom 6:9)
Antropomorfismo: atribuio de qualidades ou aes humanas a Deus.
Assim diz o SENHOR: O cu o meu trono, e a terra, o estrado dos meus ps; que casa me edificareis vs? E qual o lugar do meu repouso? (Isa 66:1)
ento, se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no corao. (Gen 6:6)
Zoomorfismo: atribuio de caractersticas de animais a Deus
Cobrir-te- com as suas penas, e, sob suas asas, estars seguro(...)(Sl 91:4)
Eufemismo: substituio de uma expresso desagradvel por outra mais suave
Eis a razo por que h entre vs muitos fracos e doentes e no poucos que dormem. (1Co 11:30)
Tipos de figura omisso ou
supresso
Elipse: omisso de uma palavra ou palavras cuja falta deixa
incompleta a estrutura gramatical.
E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. (1Co 15:5)
Pergunta retrica: no exige resposta e tem o objetivo de
forar o leitor a respond-la mentalmente e avaliar suas
implicaes.
Acaso, para o SENHOR h coisa demasiadamente difcil?
(Gn 18:14)
Qual dentre vs o pai que, se o filho lhe pedir po, lhe dar
uma pedra? Ou se pedir um peixe, lhe dar em lugar de peixe
uma cobra? Ou, se lhe pedir um ovo lhe dar um escorpio?
(Lc 11:11-12)
Tipos de figura exageros ou
atenuaes
Hiprbole: afirmao exagerada em que se diz mais do que o significado literal com o objetivo de nfase
...as cidades so grandes e fortificadas at aos cus... (Dt 1:28)
...todas as noites fao nadar o meu leito, de minhas lgrimas o alago (Sl 6:6)
Guias cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo! (Mt 23:24)
Ironias: forma de ridicularizar indiretamente sob a forma de elogio
Voltando Davi para abenoar a sua casa, Mical, filha de Saul, saiu a encontrar-se com ele e lhe disse: Que bela figura fez o rei de Israel(...) (2Sm 6:20)
Ao meio-dia, Elias zombava deles, dizendo: Clamai em altas vozes, porque ele deus; pode ser que esteja meditando, ou atendendo a necessidades, ou de viagem, ou a dormir e despertar. (1Rs 18:27)
Ironia dramtica: Eli, o mais jovem dos amigos de J
Pleonasmo: repetio de palavras ou no acrscimo de palavras semelhantes
Quem tem ouvidos para ouvir, oua. (Mt 11:15)
Tipos de figura incoerncias Oxmoro: combinao de termos opostos ou contraditrios
que apresenteis o vosso corpo por sacrifcio vivo, santo e
agradvel a Deus, que o vosso culto racional. (Rm 12:1)
Paradoxo: afirmao aparentemente absurda ou contrria ao
bom senso.
...quem perder a vida por causa de mim e do evangelho, salv-
la- (Mc 8:35)
Tipos de figura sonoridade
Paronomsia: emprego das mesmas palavras ou de palavras de sons semelhantes para produzir sentidos diferentes.
Vai e dize a meu servo Davi: Assim diz o SENHOR: Edificar-me-s tu casa para minha habitao? (2Sm 7:5)
Dar-te-ei, porm, descanso de todos os teus inimigos; tambm o SENHOR te faz saber que ele, o SENHOR, te far casa. (2Sm 7:11)
Como interpretar as figuras de
linguagem
Descobrir se existe alguma figura de linguagem
Se o teu olho direito te faz tropear, arranca-o e lana-o de ti; pois te convm que se perca um dos teus membros, e no seja todo o teu corpo lanado no inferno. (Mt 5:29)
Descobrir a imagem e o objeto na figura de linguagem
A busca do referente
Jesus lhes respondeu: Destru este santurio, e em trs dias o reconstruirei. Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santurio, e tu, em trs dias, o levantars? Ele, porm, se referia ao santurio do seu corpo. (Jo 2:19-21)
Especificar o elemento de comparao
s guas dos carros de Fara te comparo, querida minha. (Ct 1:9)
No presumir que uma figura sempre signifique a mesma coisa
Estrela da manh Is 14:12; Ap 22:16
Sujeitar as figuras a limites ou controles legtimos por meio da lgica ou da comunicao
...virei como ladro... (Ap 3:3)
Hermenutica
PROFESSOR: PR. FELIPE PRESTES
Interpretao da narrativaAULA 12
Introduo
Narrativa bblica:
Gnero mais comum: mais de um tero de toda a Bblia.
Permeia praticamente todo o AT e domina os Evangelhos e Atos.
A principal estrutura de sustentao da Bblia.
Propsito: mostrar Deus operando na Sua criao e entre Seu povo.
Definio:
Relato de acontecimentos especficos no tempo e no espao com participantes cujas histrias so registradas com um comeo, meio e fim. (Walter Kaiser Jr.)
Caractersticas gerais:
Argumentao indireta
Estilo
Seleo (dentre um vasto nmero de detalhes possveis)
Disposio (no necessariamente estritamente sequencial ou cronolgico)
Recursos retricos (declaraes-chave das figuras centrais da narrativa)
Introduo
Duas tendncias opostas:
Muito envolvimento com os personagens e com a trama a ponto de esquecer a mensagem de Deus para a igreja contempornea.
A histria torna-se um fim em si mesma.
Projetar alguma verdade moral ou espiritual sobre o personagem ou acontecimento bblico, prestando mais ateno lio moral do que histria propriamente dita.
Extrai-se exemplos para cada passagem da narrativa.
Destri-se a unidade da mensagem bblica.
Corta-se cada narrativa daquilo que a histria redentora de Cristo.
Enfatizam-se detalhes selecionados a gosto do intrprete de modo que a histria pode dizer o que o intrprete quiser que ela diga.
Processo arbitrrio, subjetivo e geralmente no relacionado ao contexto total da narrativa, muito menos mensagem total da Bblia.
Exemplo: O capito do navio e Jonas.
Recursos literrios da
narrativa A cena
A ao da histria dividida em um sequncia de cenas.
Cada uma apresenta o que aconteceu em determinado tempo e
lugar.
O autor usa as cenas para concentrar ateno em um conjunto de aes ou palavras que ele quer que examinemos.
Cada cena normalmente no tem mais do que dois personagens.
Quando h grupos, eles funcionam como um nico personagem.
Deus geralmente um personagem nas cenas:
Deus e Ado (Gn 3); Deus e Caim (Gn 4); Deus e No (Gn 6); Deus e
Abrao (Gn 12)
A presena de Deus geralmente o ponto de vista do narrador bblico.
Desse pano de fundo, surgem promessas, ordenanas, providncia ou poder de
Deus das narrativas.
Deve-se identificar as cenas em proposies para identificarmos que
caminho o autor da narrativa tem seguido para provar seu ponto.
Recursos literrios da
narrativa Ponto de vista
Quando o autor traz ao clmax toda a srie de episdios das vrias cenas mostrando seu ponto de vista, isto , sua perspectiva sobre a histria.
Ex: 1 Reis 17
Elias no palcio perante Acabe, o rei israelita (v. 1)
Elias sendo alimentado pelos corvos junto torrente de Querite (vv. 2-7)
Elias pedindo viva de Sarepta para aliment-lo, seguido pelo milagre da multiplicao do azeite e da farinha (vv. 8-16)
A morte do filho da viva na casa da prpria viva e Elias restaurando-o vida com a ajuda de Deus (vv. 17-24)
Qual o ponto de vista?
A expresso palavra do Senhor aparece nos versos 2, 8, 16 e 24.
A palavra de Deus digna de confiana.
Trata-se, portanto, do que nos permite discernir que verdade o autor pretendia transmitir ao escolher registrar esses episdios.
Evita-se lies superficiais e vagas bnos na leitura da narrativa.
Recursos literrios da
narrativa Dilogo
Carrega grande parte da narrativa
Observaes teis:
O lugar em que o dilogo primeiramente introduzido.
Onde o autor escolheu introduzir dilogo em vez da narrativa.
Analisar o fluxo dos dilogos mostrar como o autor deseja caracterizar os personagens, bem como trar pistas sobre o ponto de vista do prprio autor.
Recursos retricos
Repetio: reincidncia de palavras ou expresses curtas, bem como de aes, imagens, motivos, temas e ideias.
Ex: Deus pergunta: Que fazes aqui, Elias? (1Rs 19:9, 13) aqui a caverna do monte Horebe, centenas de quilmetros do lugar onde Deus o havia ordenado ir.
Incluso: repetio que marca o incio e o fim de uma seo.
Quiasmo: cruzamento ou inverso dos elementos relacionados em construes paralelas
Efraim no invejar Jude Jud no oprimir Efraim (Is 11:13)
Nveis estruturais da
narrativa Nvel verbal:
Concentra-se em palavras ou frases repetidas.
Houve tarde e manh o (primeiro, segundo, etc) dia (Gn 1:5,8,13,19,23,31)
Nvel da tcnica narrativa
1. Dilogo x descrio do autor
2. Narrao x descrio
3. Comentrio ou at mesmo explicao e apresentao de cenas x resumo da ao
Nvel do mundo da narrativa
O mbito em que a histria acontece: personagens e acontecimentos.
Deve-se buscar o vnculo entre vrios personagens enquanto aparecem no texto. (Ex: mensageiros para J)
A relao entre os acontecimentos compe a trama.
Anlise das referncias locais e temporais na narrativa.
Nveis estruturais da
narrativa Nvel conceitual
Focalizado em temas (expresses curtas) ou ideias (sentenas completas).
Temas: apresentam as questes centrais da narrativa.
Ideias: apontam para a lio, a mensagem ou o ensinamento encontrado na narrativa.
Geralmente no so apresentados explicitamente, o que demanda do intrprete muito cuidado e bom senso.
Ex: NeemiasIdeias:- Caps. 1-7: Princpios da liderana eficaz- Caps. 8-10: Princpios da renovao espiritual- Caps. 11-13: Princpios de excelncia consagradaTemas dos caps. 4-6:- Cap. 4: A oposio reconstruo- Cap. 5: A opresso do pobre- Cap. 6: O drama e o lderIdeias dos caps. 4-6:- Cap. 4: Obstruindo a obra de Deus por intermdio de violncia explcita- Cap. 5: Obstruindo a obra de Deus por intermdio da presso interna- Cap. 6: Obstruindo a obra de Deus por intermdio de lderes ardilosos
Nveis de apresentao da
narrativa Nvel superior:
Plano universal inteiro de Deus, elaborado atravs da sua criao.
Aspectos-chaves: criao, queda, o poder e a universalidade do pecado; a necessidade da redeno, a encarnao e o sacrifcio de Cristo; a volta de Jesus.
Nvel intermedirio:
No AT, centralizada em Israel.
Chamada de Abrao; estabelecimento da linhagem de Abrao atravs dos patriarcas; a escravido de Israel no Egito etc.
Nvel inferior:
Onde se encontram as centenas de narrativas individuais que formam os dois outros nveis.
Como os irmos de Jos o vendem a mercadores de escravos; adultrio de Davi com Bate-Seba.
Importante: No se pode dar o valor real s narrativas individuais sem reconhecer seu papel dentro das outras.
elas mesmas [as Escrituras] testificam de mim (Jo 5:39)
Ex: Jos do Egito (um candidato improvvel ao sucesso)
A graa e a providncia de Deus, o que nos leva a respeitar Seus caminhos e confiar na Sua proviso.
O que as narrativas no so
No so histrias sobre como as pessoas viviam nos tempos
bblicos, mas sobre o que Deus fez com elas e atravs delas.
No so alegorias: histrias cheias de significados ocultos.
Mas elas no respondem a todas as nossas perguntas
Ex: apario de Samuel a Saul
Nem sempre ensinam de modo direto.
O que implcito deve ser visto atravs do explcito.
Vida de Davi e as consequncias do pecado.
Cada narrativa ou episdio individual no possui
necessariamente uma lio moral individual.
No se deve analisar a narrativa atomisticamente.
Princpios para a interpretao
das narrativas
1. Geralmente no ensinam diretamente uma doutrina.
2. Ilustram uma doutrina ou doutrinas ensinadas de modo proposicional em outros lugares.
3. Registram o que aconteceu, e no o que deve sempre acontecer nem o que deveria ter acontecido.
4. Nem tudo o que feito nas narrativas necessariamente um bom exemplo. Geralmente o contrrio.
5. A maior parte dos personagens est longe de ser perfeita.
6. Nem sempre somos informados se o que aconteceu foi bom ou mal. Temos o restante das Escrituras para julgar.
7. Todas elas so seletivas e incompletas. Nem sempre todos os pormenores relevantes so dados. (Jo 21:25)
8. Elas no so escritas para responderem a todas as nossas perguntas teolgicas.
9. Podem ensinar explcita ou implicitamente.
10. Em ltima anlise, Deus o heri de todas as narrativas bblicas.
Hermenutica
PROFESSOR: PR. FELIPE PRESTES
O sentido da poesia e sabedoriaAULA 13
Introduo
Aproximadamente um tero do Antigo Testamento foi escrito em
poesia
Se fosse impresso em sequncia, em extenso, seria maior que o NT!
Caractersticas gerais:
Paralelismo de pensamentos
Forma concisa
Maior uso de recursos retricos
Figuras de linguagem
Literatura de sabedoria
Provrbios, enigmas, admoestaes, dilogos etc.
Cada subgnero requer uma estratgia diferente de interpretao.
J, Provrbios, Eclesiastes e, para alguns, Cntico dos cnticos
Sabedoria adquirida pela experincia e reflexo nos caminhos de Deus
Poesia
Mais conhecida em Salmos, mas tambm em Provrbios.
Presena:
No AT: Somente 7 livros no tm poesia alguma (Levtico, Rute,
Esdras, Neemias, Ester, Ageu e Malaquias)
No NT:
Citaes de poetas antigos (At 17:28)
Possveis hinos cristos (Fp 2:5-11)
Passagens nos moldes da poesia do AT (Magnificat Lc 1:46-55)
Canes e imagens de Apocalipse (ex: 4:8)
Poesia - Caractersticas
Paralelismos:
Definio: correspondncia de um verso ou linha com outro, chamo de paralelismo. Quando uma proposio emitida, e uma segunda associada a ela, ou extrada sob ela, equivalente ou contrastante com ela em sentido, ou semelhante a ela na forma de construo gramatical, a estas chamo de linhas paralelas; e s palavras ou expresses, respondendo uma a outra nas linhas correspondentes, termos paralelos. (Robert Lowth)
Paralelismo sinnimo: A segunda linha da forma potica repete a ideia da primeira linha sem fazer qualquer adio ou subtrao significativa a ela.
Grita na rua a Sabedoria,nas praas levanta a voz (Pv 1:20)
A minha alma engrandece ao Senhor,e o meu esprito se alegou em Deus, meu salvador (Lc 1:46b-47a)
Paralelismo antittico: A segunda linha da poesia contrasta ou nega o pensamento e sentido da primeira linha
O filho sbio alegra a seu pai,mas o filho insensato a tristeza de sua me (Pv 10:1)
Leais so as feridas feitas pelo que ama,porm os beijos de quem odeia so enganosos. (Pv 27:6)
Poesia - Caractersticas
Conciso ou laconismo de forma:
Em contraste com a prosa, que organizada em pargrafos, a
poesia dividida em estrofes.
Refres so utilizados para demarcar o de da estrofe.
Por que ests abatida, minha alma?Por que te perturbas dentro em mim?Espera em Deus, pois ainda o louvarei,a ele, auxlio meu e Deus meu. (Sl 42:5, 11; 43:5)
Natureza elptica
as suas palavras eram mais brandas que o azeite;
contudo, eram espadas desembainhadas. (Sl 55:21)
Escrita geralmente sem conjunes (e, mas, ou), com poucos
indicadores temporais (quando, ento, depois) ou conectores lgicos
(desse modo, portanto)
Poesia - Caractersticas
Recursos retricos:
Simbolismo emblemtico: uma linha toma a forma de um enunciado factual bastante claro e simples, enquanto a(s) linha(s) de equilbrio forma(m) a forma de uma smile ou de uma metfora como ilustrao figurativa do mesmo enunciado.
Como joia de ouro em focinho de porco,assim a mulher formosa que no tem discrio (Pv 11:22)
Como gua fria para o sedento,tais so as boas-novas vindas de um pas remoto. (Pv 25:25)
Como suspira a cora pelas correntes das guas,assim, por ti, Deus, suspira a minha alma. (Sl 42:1)
Paralelismo climtico (paralelismo de escadaria): o poeta repete um grupo de duas ou trs palavras em duas s vezes em trs ou quatro linhas sucessivas.
Eis que os teus inimigos, SENHOR, eis que os teus inimigos perecero; sero dispersos todos os que praticam a iniquidade. (Sl 92:9)
Levantam os rios, SENHOR, levantam os rios o seu bramido; levantam os rios o seu fragor. (Sl 93:3)
Cantai ao SENHOR um cntico novo, cantai ao SENHOR, todas as terras. Cantai ao SENHOR, bendizei o seu nome; (Sl 96:1-2)
Figuras de linguagem
Literatura de sabedoria
Livros de sabedoria
Preocupao dos escritores de que organizemos nossa vida de
acordo com a prpria ordem de Deus no mundo.
Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto o dever
de todo homem. (Ec 12:13)
J, Provrbios, Eclesiastes e Cantares e alguns salmos
Algumas caractersticas:
- acrsticos;
- ditados numricos (seis coisas o Senhor aborrece; sim, sete...;
- dizeres com bendito;
- comparaes e advertncias.
Alguns salmos (1, 19b, 32, 34, 37, 49, 78, 111, 112, 119, 127, 128 e 133)
Literatura de sabedoria -
subgneros O provrbio
Dizeres breves e memorveis que incorporam a sabedoria de muitos.
Possuem plenitude de sentido com aplicabilidade ampla e tm um certo vigor que garante sua utilidade contnua.
Declaraes generalizadas que cobrem o mais vasto nmero de casos.
Nenhum deles deve ser considerado como um conjunto de regras inflexveis a serem aplicadas a todos os casos sem exceo.
necessrio saber interpret-los:
No respondas ao insensato segundo a sua estultcia, para que no te faas semelhante a ele. Ao insensato responde segundo a sua estultcia, para que no seja ele sbio aos seus prprios olhos. (Pv 26:4-5)
Ensina a criana no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, no se desviar dele. (Pv 22:6)
O ditado
Declaraes que relatam o que acontece ou deixa de acontecer.
No so regras fixas.
Exemplos:
O que oprime ao pobre insulta aquele que o criou, mas a este honra o que se compadece do necessitado. (Pv 14:31)
At o estulto, quando se cala, tido por sbio, e o que cerra os lbios, por sbio. (Pro 17:28)
Literatura de sabedoria -
subgneros O enigma
Criado como um quebra-cabea para o ouvinte ou leitor, deixando-o perplexo a fim de inicialmente obscurecer e esconder algumas partes de seu significado, testando a habilidade daqueles que tentam solucion-lo.
Enigma de Sanso:
Do comedor saiu comida, e do forte saiu doura. (Jz 14:14)
Que coisa h mais doce do que o mel e mais forte do que o leo?
A alegoria
Metfora estendida, que contm sua interpretao dentro de si mesma.
Eclesiastes 12:1-7
cessarem os teus moedores da boca, por j serem poucos (v. 3c, a perda dos dentes diminui a habilidade de mastigar comida)
cessar o som dos moedores (v. 4b, o desdentado somente pode mastigar comidas macias)
Admoestao
Positivas (ordens) e negativas (proibies)
No cobices os seus [do governante] delicados manjares, porque so comidas enganadoras. (Pv 23:3)
Literatura de sabedoria -
subgneros O dilogo
J
com os trs amigos Elifaz, Bildade e Zofar
com Eli e com Deus
Concluso
O intrprete deve identificar a que subgnero o texto pertence.
Cada subgnero ir requerer uma adaptao na estratgia de
interpretao.
Usar o contexto quando este se mostra til.
Bom senso e discernimento.
Hermenutica
PROFESSOR: PR. FELIPE PRESTES
Interpretao dos Evangelhos
e das CartasAULA 14
Introduo
Parbolas: caracterstica mais distintiva do ensino de Jesus
Possveis razes:
Parbolas so simples e interessantes
O pblico geral podia seguir a histria facilmente.
Tratam diretamente das realidades da vida diria.
Identificao e compreenso.
Parbolas desarmam os que poderiam se sentir ofendidos com a
mensagem.
Dificuldades:
At os discpulos, algumas vezes, no as entendiam (Mc 4:13)
Jesus elogia um administrador infiel (Lc 16:1-15)
No injusto um empregador pagar a mesma quantia a todos os
trabalhadores desconsiderando quantas horas cada um
trabalhou? (Mt 20:1-16)
Significado teolgico das parbolas
Ele lhes respondeu: A vs outros
vos dado conhecer o mistrio
do reino de Deus; mas, aos de
fora, tudo se ensina por meio de
parbolas, para que, vendo,
vejam e no percebam; e,
ouvindo, ouam e no
entendam; para que no
venham a converter-se, e haja
perdo para eles.
(Mc 4:11-12)
Significado teolgico das
parbolas Marcos 4:11-12 uma citao de Isaas 6:9-10
Jesus parece estar dizendo que seu propsito em usar parbolas com aqueles que no pertenciam ao grupo de discpulos era o mesmo propsito (punio) por detrs do chamado de Isaas: endurecer os ouvintes em sua descrena.
Obviamente essa no era a razo exclusiva da mensagem de Jesus nem de Isaas.
Jesus Cristo, o grande diferencial:
Simeo declarou que aquela criana causaria tanto a runa quanto o levantamento de muitos em Israel (Lc 2:34)
Pedra angular (Mt 21:42-44) e pedra de tropeo (Rm 9:32-33)
Fragrncia de vida para os que creem e cheiro de morte para os que o rejeitam (2Co 2:14-16)
Quando Jesus proferiu o que est em Marcos 4:11-12 as pessoas j haviam se posicionado em relao a Cristo
Propsito das parbolas:
Discriminar entre os que ouvem o ensino de Jesus. Salvao ou juzo.
Cumprimento da profecia (Mt 13:35 cf. Sl 78:2)
Significado histrico das
parbolas Identificao das situaes especficas em que elas foram
utilizadas.
Parbola do filho prdigo:
Ensinada normalmente para enfatizar a converso das pessoas.
Contudo...
Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir. E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles. (Lc 15:1-2)
O papel do filho mais velho
O propsito era repreender os fariseus e escribas, que pareciam no se alegrar pela salvao dos pecadores.
Sensibilidade com o pano de fundo cultural
D-me a parte dos bens que me cabe
Desejo de morte e grande ruptura entre o filho e a famlia (e at a cidade).
Ruptura muito maior do que haveria hoje com as mesmas palavras.
O pai corre para receber o filho
Ele os ensinou com
autoridade Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como
quem tem autoridade e no como os escribas. (Mc 1:22)
Estilo:
Escribas ensinavam mostrando vrias opinies sem apresentarem necessariamente uma resoluo evidente.
Substncia
Fariseus:
Duas tors
Tornam as leis do AT realizveis
Jesus:
Acusa os fariseus de anularem os mandamentos de Deus pelas tradies humanas (Mc 7:6-9,13)
Eu, porm, vos digo (Mc 5:21ss)
Porque vos digo que, se a vossa justia no exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos cus. (Mt 5:20)
Interpretao das cartasAULA 14
Introduo
Infelizmente, a maioria de ns no l 1 Corntios ou Romanos
como se fosse uma carta.
As cartas no devem ser lidas como grandes obras literrias.
Contudo, tambm no eram meras cartas pessoais.
Foram escritas com uma nota de autoridade apostlica.
No foram escritas como livros modernos cujos autores escrevem para uma maioria que ele nunca conhecer
pessoalmente.
Lendo as cartas do NT em
sua totalidade Quando recebemos uma carta, ns a lemos por completo.
As cartas devem ser lidas contextualmente.
impossvel, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e
provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Esprito
Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do
mundo vindouro, e caram, sim, impossvel outra vez renov-los
para arrependimento, visto que, de novo, esto crucificando
para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o ignomnia. (Hb 6:4-
6)
Outras passagens de advertncia com contedo cumulativo e
pessoal.
Lendo as cartas do NT
historicamente Todo documento deve ser lido historicamente:
Autor: um determinado indivduo (ou grupo de indivduos)
Tempo: em uma determinada poca na histria
Ocasio: alguma situao particular
Cartas do NT:
Escritos ocasionais: necessidades histricas especficas (normalmente de igrejas com problemas que precisavam ser resolvidos)
Quanto ao que me escrevestes, bom que o homem no toque em mulher; (1Co 7:1)
Celibato ou libertinagem?
Contexto histrico:
Livro de Atos, literatura histrica extra-bblica, evidncia interna
As inferncias no podem ser mirabolantes, mas tiradas do texto.
Filipenses:
Igreja modelo, sem graves problemas, Epstola da alegria
Problemas financeiros, diviso na Igreja (com citao de nomes); orgulho no tratar uns com os outros.
Lendo as cartas do NT como
documentos literrios
Termo epstola: mais formais do que uma mera
comunicao pessoal.
Conhecimento de Paulo de recursos da retrica.
Glatas:
- Comea com saudao e termina com uma bno (6.18)
- Introduo (1:1-10) e Concluso (6:11-18)- Corpo da carta: 1 parte (1:11-2:21) Defesa da autoridade de Paulo; 2 parte (3:1-4:31) mais argumentativa e
doutrinria; 3 parte (5:1-6:10) primeiramente exortatria.
Reconhecer a estrutura nos ajuda a compreender,
principalmente em textos mais longos.
Lendo as cartas do NT
teologicamente
Compromisso com a unidade divina das Escrituras.
Interpretao a partir do contexto teolgico total da Bblia
Sensibilidade para com o carter humano e histrico
Reconhecer e enfatizar a peculiaridade de cada poro
Algumas perguntas-chave:
Por que Deus incluiu este livro no cnon?
Qual a sua contribuio para o ensino total das Escrituras?
Qual o seu lugar na histria da revelao?
A perspectiva do j e ainda no
Uma abordagem escatolgica
Exemplo: - o conflito entre a carne e o Esprito (Gl 5:16-26) reflete no precisamente uma luta entre duas partes de cada indivduo, mas sim, entre duas foras de propores csmicas.- o pecado no ter mais domnio sobre ns (Rm 6:14)
Lendo as cartas do NT como
documentos autoritativos
Outra razo ainda temos ns para, incessantemente, dar
graas a Deus: que, tendo vs recebido a palavra que de
ns ouvistes, que de Deus, acolhestes no como palavra de
homens, e sim como, em verdade , a palavra de Deus, a qual, com efeito, est operando eficazmente em vs, os que
credes. (1Ts 2:13)
O perigo de dizer que as cartas foram relevantes somente
para a sua poca.
Havia, sim, algumas particularidades para aquele tempo.
Todavia...
Toda a Escritura inspirada por Deus e til para o ensino, para a
repreenso, para a correo, para a educao na justia, a fim
de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente
habilitado para toda boa obra. (2Tm 3:16-17)
Hermenutica
PROFESSOR: PR. FELIPE PRESTES
Interpretao das profeciasAULA 15
Introduo
O amanh nos desperta a curiosidade e nos fascina mais que
o passado.
Predies, horscopos, bolas de cristal, linhas do fgado de animais, tendncias da bolsa de valores etc.
S uma voz fala com certeza sobre o futuro!
Quem fez ouvir isto desde a antiguidade? Quem desde aquele
tempo o anunciou? Porventura, no o fiz eu, o SENHOR? Pois no
h outro Deus, seno eu, Deus justo e Salvador no h alm de
mim.
(Is 45:21)
Profecia: falar da parte de Deus
Passado, presente e futuro
sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da
Escritura provm de particular elucidao; (2Pe 1:20)
Por que estudar as
profecias? A profecia consola:
Consolai-vos uns aos outros com essas palavras (1Ts 4:18)
A profecia acalma:
Em dias marcados por imoralidade, violncia, insegurana, dio e frieza espiritual, a 2 vinda de Cristo nossa bendita esperana (Tt 2:13)
A profecia converte:
Depois de ter pregado sobre como Jesus cumpriu as profecias do AT (At 3:12-26), muitos ouviram a palavra e a aceitaram... (At 4:4)
A profecia purifica:
Ao esperar novos cus e nova terra, os cristos devem se empenhar por ser achados por ele em paz, sem mcula e irrepreensveis (2Pe 3:14)
A profecia nos move:
Como cada cristo comparecer no tribunal de Cristo (2Co 5:10), devemos tentar levar os homens a buscarem a salvao em Cristo (v. 11)
A profecia esclarece:
Fornecem um quadro harmnico dos planos futuros de Deus para a igreja, para o mundo, para os incrdulos, para as naes e para Satans.
Diferenas entre concepes acerca do milnio
Pr-milenarismo (pr-milenismo)
Pr (antes); milenarismo (milnio)
O milnio durar mil anos e ser precedido pela volta de Cristo.
Cristo volta durante o arrebatamento no final desta era e reinar na terra com os santos por mil anos.
No milnio, Israel desfrutar as bnos que Deus prometeu a Abrao e a Davi relativas terra, nacionalidade (semente) e ao rei (trono) da nao.
A igreja atual no est sendo o cumprimento das prometas feitas a Israel como nao.
Razovel nmero de lderes nos primeiros sculos da igreja primitiva era nitidamente pr-milenista.
Clemente de Roma (c 30-95); Didaqu (c. 105); Policarpo (70-155); Papias(80-163) etc.
7 anos de tribulao na terraReinado de mil anos seguido da eternidade
Diferenas entre concepes acerca do
milnio Amilenarismo (amilenismo)
A (no ou nenhum)
Cristo no reinar de fato na terra durante mil anos.
O reino existe hoje, neste perodo, entre as duas vindas de Cristo. Ele j governa atualmente dos cus e no reinar na terra durante mil anos. Estamos vivendo o milnio agora.
O reino consiste ou na igreja na terra ou nos santos nos cus. Portanto, no haver nenhum reinado futuro de Cristo na terra. O nmero mil meramente simblico indica um longo perodo.
As promessas feitas a Israel a respeito de uma terra, da nacionalidade e do trono esto se cumprindo agora num sentido espiritual entre os cristos da igreja.
As promessas de Deus a Israel eram condicionais e foram transferidas igreja pelo fato de Israel no ter satisfeito a condio de obedecer a Deus.
Cristo reina hoje nos cus, sentado no trono de Davi, e Satans est preso entre as duas vindas de Cristo.
A Igreja o Reino na terra e o Israel espiritual
Diferenas entre concepes acerca do
milnio Amilenarismo (amilenismo)
Comeou com Clemente de Alexandria (155-216 d. C.) e
Orgenes (c. 185-254), os quais espiritualizavam o sentido de
1000 anos.
A Igreja Catlica Romana era o Reino de Deus na terra. Ento,
negava-se o reinado futuro de Cristo na terra.
Vrios reformadores eram amilenistas:
Joo Wycliffe; Martinho Lutero; Philip Melanchton, Joo Calvino e
Ulrich Zunglio
Diferenas entre concepes acerca do
milnio
Ps-milenarismo (ps-milenismo)
Ps - depois
A vinda de Cristo ocorrer depois do milnio
A Igreja no o Reino, mas trar o Reino atravs da pregao do Evangelho.
Cristo no estar na terra durante o perodo do Reino. Ele governar no corao das pessoas e voltar terra aps o milnio.
O milnio no durar mil anos no sentido literal.
A igreja, no Israel, desfrutar o cumprimento das promessas feitas a Abrao e Davi em sentido espiritual.
Pregado inicialmente por Daniel Whitby (1638-1725) e defendido por Jonathan Edwards; Charles Wesley, Charles Hodge.
Perdeu muita fora depois das duas grandes guerras devido sua viso otimista.
Teologia do domnio: a igreja deve instaurar o Reino, dominando todos os aspectos da sociedade, inclusive o governo
A Igreja estabelecer o Reino na terra antes do retorno de Cristo
Fundamentos hermenuticos do
amilenismo
O reino na igreja:
Pressuposto de que o Reino de Deus tem sua manifestao hoje na igreja.
A unidade do povo de Deus:
Deus tem um nico plano genrico que engloba todas as eras.
Programa de Deus se resume em trs alianas
Obras: Deus e Ado vida (obedincia); morte (desobedincia)
Redeno: Pessoas da Trindade decidiram providenciar a redeno
Graa: Deus e os pecadores eleitos Deus prov graa para estes serem salvos
Israel e a Igreja:
Ambos desfrutam do mesmo programa divino, do mesmo plano eterno.
As promessas feitas a Israel cumprem-se na Igreja
Espiritualizao das profecias:
Aspecto espiritual de passagens que falam sobre a terra, a nao e o rei
Isaas 11:6-9 feras que se tornaro mansas fala sobre transformao espiritual
Prximo alegorizao.
Fundamentos hermenuticos do
pr-milenismo
A interpretao normal, gramatical das Escrituras
As promessas sobre o retorno de Cristo para estabelecer um reino milenar devem ser interpretadas literalmente.
Cristo j reina nos cus (At 28:31; Rm 14:17; Cl 1:13), mas tambm reinar na terra na sua segunda vinda.
Os crentes fazem parte do reino (Jo 3:3,5)
Israel com uma terra e um rei
Promessas incondicionais a Israel e ainda no cumpridas: constituio de uma nao, reajuntamento, posse da terra e governo do Rei e Messias.
Israel e a Igreja
Como ainda falta a Israel possuir a terra sob o governo de seu Rei e Messias, as promessas nao no foram transferidas para a igreja.
Interpretao coerente
Sentido normal para passagens profticas e no profticas
Princpios a serem seguidos na
interpretao das profecias
Seguir a interpretao histrica
Considerar o contexto cultural e as circunstncias dos profetas.
Apocalipse foi escrito para cristos em um momento de perseguio sob o reinado do imperador Domiciano (51-96 d.C.)
Considerar o sentido normal, gramatical das palavras profticas
O texto proftico no anula a necessidade do sentido normal das palavras e frases.
Is 65:20 fala de pessoas que vivero mais de cem anos e no verso 21 diz: Eles edificaro casas e nelas habitaro; plantaro vinhas e comero o seu fruto.
No h, portanto, necessidade de entender esse texto figuradamente.
Examinar o aspecto literrio, que prev o emprego de linguagem figurada e simblica
Textos apocalpticos: apocalypsis revelao, descortinamento
e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, altura do peito, com uma cinta de ouro. (Ap 1:13)
Vises detalhadas; muitos smbolos; anjos; mensagens que falavam de um futuro distante.
Mas nem tudo deve ser interpretado figuradamente, a no ser que o texto d margem para isso. (Ex: nmeros em Apocalipse)
Princpios a serem seguidos na
interpretao das profecias
Perceber a nfase das profecias no Messias e no estabelecimento de seu reino
A Bblia um livro divino e tem sua nfase principal em Cristo.
(...)Pois o testemunho de Jesus o esprito da profecia. (Ap 19:10)
O objetivo das profecias: testemunhar Jesus Cristo e glorific-lo.
nfase maior do que na alma de uma pessoa.
Entender o princpio da perspectiva
Duas montanhas e um vale
O Esprito do SENHOR Deus est sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de corao, a proclamar libertao aos cativos e a pr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitvel do SENHOR e o dia da vingana do nosso Deus; (Is 61:1-2) cf. Lc 4:16-21
Na maior parte do tempo, os profetas no tinham conscincia de que no mesmo quadro existia uma infinidade de detalhes que estavam apenas comeando a vislumbrar. Devido perspectiva proftica, os profetas podem ter visto apenas os acontecimentos A, B e Z, sem sequer perceber os fatos intermedirios. (Walter Kaiser Jr.)
Princpios a serem seguidos na
interpretao das profecias
Procurar a interpretao divinamente embutida no texto
Daniel 2: A cabea de ouro da esttua era o prprio Nabucodonosor; os braos e o peito simbolizavam o reino medo-persa, que veio depois do imprio babilnico; o reino de bronze significava o reino posterior, isto , a Grcia e a pedra cortada simbolizava o Reino de Deus.
Comparar passagens paralelas
Harmonia no registro das profecias
Daniel e Apocalipse
Reino Milenar (Isaas 9; Joel 2; Zacarias 14) e Apocalipse 20:1-10)
Procurar profecias que j se cumpriram e as que ainda vo se cumprir
Se a maioria das profecias j se cumpriram literalmente, confiamos que as outras havero de se cumprir literalmente.
J agora a coroa da justia me est guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dar naquele Dia; e no somente a mim, mas tambm a todos quantos amam a sua vinda. (2 Tm 4:8)
Chaves hermenuticas: Aliancismo x
Dispensacionalismo
Definio:
Teologia da Aliana, ou Teologia do Pacto, um sistema de teologia que v o plano eterno de salvao de Deus atravs da histria desenvolvendo-se por meio de alianas a Aliana das Obras, a Aliana da Graa e a Aliana da Redeno. Esta ltima no aceita com unanimidade.
Prioridade do Novo Testamento sobre o Antigo Testamento.
Relacionamento de tipo-anttipo, ou sombra-realidade entre o NovoTestamento e o Antigo Testamento.
A Igreja existe desde Abrao e igual a Israel. Esta era a posio deCalvino e a posio mais defendida entre aliancistas.
Por implicao, a maioria aceita o batismo infantil. Assim como acircunciso era o rito de iniciao no Pacto, o batismo agora este rito.Portanto, crianas precisam passar pelo batismo para ingressarem nopacto.
A Lei Mosaica como expressa nos Dez Mandamentos ainda vlida paraos nossos dias, pois ela traz a lei moral divina. Aliancistas geralmentecreem na tripartio da Lei em lei moral, civil e cerimonial.
Geralmente aliancistas so amilenistas, costumeiramente ps-milenistas eraramente pr-milenistas.
Chaves hermenuticas: Aliancismo x
Dispensacionalismo
Definio:
Teologia da Aliana, ou Teologia do Pacto, um sistema de teologia que v o plano eterno de salvao de Deus atravs da histria desenvolvendo-se por meio de alianas a Aliana das Obras, a Aliana da Graa e a Aliana da Redeno. Esta ltima no aceita com unanimidade.
Prioridade do Novo Testamento sobre o Antigo Testamento.
Relacionamento de tipo-anttipo, ou sombra-realidade entre o NovoTestamento e o Antigo Testamento.
A Igreja existe desde Abrao e igual a Israel. Esta era a posio deCalvino e a posio mais defendida entre aliancistas.
Por implicao, a maioria aceita o batismo infantil. Assim como acircunciso era o rito de iniciao no Pacto, o batismo agora este rito.Portanto, crianas precisam passar pelo batismo para ingressarem nopacto.
A Lei Mosaica como expressa nos Dez Mandamentos ainda vlida paraos nossos dias, pois ela traz a lei moral divina. Aliancistas geralmentecreem na tripartio da Lei em lei moral, civil e cerimonial.
Geralmente aliancistas so amilenistas, costumeiramente ps-milenistas eraramente pr-milenistas.
Chaves hermenuticas: Aliancismo x
Dispensacionalismo
Definio:
O termo dispensacionalismo vem da palavra dispensao, que se refere a ummeio distinto pelo qual Deus se relaciona com a humanidade.
O reconhecimento de que o plano de Deus marcado por dispensaesdistintas feito pelos principais telogos na histria da Igreja.
Autoridade das Escrituras
Dispensaes
Interpretar as pores da Escritura luz da dispensao s quais elaspertencem
Exemplos:
Podemos falar de uma dispensao passada com a nao de Israel se relacionandocom Deus debaixo da lei mosaica.
Tambm podemos falar da dispensao referente igreja, constituda por Cristo nodia de Pentecostes. Essa uma dispensao presente.
Assim, quando um crente da atual dispensao l o AT, ele sabe que estlendo sobre um relacionamento distinto, com caractersticas distintas em umadispensao distinta. .Porm, por Deus ser o mesmo, o crente atual podeaprender lies quanto a antiga dispensao. Mas o NT nos revela uma novaforma de Deus relacionar-se com os homens. Deus agora lida com judeus egentios igualmente.
Chaves hermenuticas: Aliancismo x
Dispensacionalismo
Mltiplos sentidos de termos como judeu ou semente de Abrao
Hermenutica
Relao do progresso da revelao como prioridade entre os testamentos
Para no-dispensacionalistas, o Novo Testamento possui a prioridadeinterpretativa. Visto que o AT marcado por sombras, e que muito foideixado de lado com a vinda de Cristo, o NT quem deve ser a base dateologia.
Dispensacionalismo responde de duas maneiras:
Se uma promessa feita a algum no AT de forma incondicional e continua semcumprimento no NT, ento essa promessa ainda dever ser cumprida.
Uma promessa no precisa ser repetida no NT para permanecer em vigor.Afirmar que uma profecia precisa ser repetida no NT para permanecer vlidaconduz ao clssico erro do argumento do silencio.
Portanto, as promessas incondicionais feitas a Israel no AT nos garante queo NT no precisa mencion-las para permanecerem em vigor.
Alianas feitas com Israel incondicionais
Deus cumprir as promessas feitas a Israel
Chaves hermenuticas: Aliancismo x
Dispensacionalismo
Futuro para o Israel tico
A Igreja
Nova e distinta dispensao na histria bblica
A Igreja originou-se no Evento de Cristo, ou seja, depois de sua
morte-ressurreio-ascenso-batismo com o Esprito Santo, como
descrito em Atos 2.
Assim, para a teologia dispensacional, a Igreja um organismo
comeado no Pentecostes e, em nenhum sentido, j existia antes
disso.
Hermenutica
PROFESSOR: PR. FELIPE PRESTES
A aplicao da Palavra de
Deus em nossos diasAULA 16
Introduo
Dois erros na aplicao
Preocupao de menos
Achar que o estudo da Bblia est completo depois de uma passagem ser interpretada
Mero exerccio acadmico
As Escrituras no so uma mera fonte de informao para aumentar nosso conhecimento.
Preocupao demais
Tendncia de passar logo aplicao antes de uma interpretao completa e precisa do texto analisado.
Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e no somente ouvintes, enganando-vos a vs mesmos. (Tg 1:22)
Toda a Escritura inspirada por Deus e til para o ensino, para a repreenso, para a correo, para a educao na justia, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (2 Tm 3:16-17)
Problemas da aplicao
da Bblia Abismo histrico
Qual a relao entre as palavras ditas a Abrao h 4000 anos e a
nossa realidade do sculo XXI?
Qual a importncia da Lei para hoje?
Abismo contextual
Se Paulo escreveu especificamente aos colossenses, qual a
relao dessa carta com a nossa vida? Ser que devemos
aplic-la da mesma forma como deveria ser aplicada
originalmente?
Relevncia do AT para hoje
Ora, estas coisas se tornaram exemplos para ns, a fim de que
no cobicemos as coisas ms, como eles cobiaram. (1Co 10:6)
Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas
para advertncia nossa, de ns outros sobre quem os fins dos
sculos tm chegado. (1Co 10:11)
Princpios relativos
aplicao Fundamentar a aplicao na interpretao
Aplicaes aliceradas no significado e na importncia do texto para o pblico original, luz do propsito do livro.
M interpretao leva a uma m aplicao.
Perguntas:
O que quer dizer esta passagem?
O que significa essa passagem para mim?
Descobrir a atitude que se esperava do pblico original
Mandamentos, proibies, exortaes, desejos, narrativas, parbolas
Basear as aplicaes em elementos que sejam comuns entre os
leitores de hoje e o pblico original.
Igreja de Colossos e Igreja atual semelhanas
pensai nas coisas do alto (Cl 3:2); no mintais uns aos outros (3:9)
Construir uma arca
Princpios relativos
aplicao Entender que a atuao divina varia ao longo das eras
Amar ao prximo (AT e NT)
9 dos 10 mandamentos (AT e NT)
Proibio de alimentos (Lv 11)
No tem mais validade do NT (At 10:9-16; 1 Tm 4:4)
Descobrir o que se aplica aos dias de hoje
O fato de Deus ter feito algo por algum no passado no significa
que podemos esperar que faa o mesmo conosco.
Necessidade de verificar se o princpio ensinado em outro texto
Ex: Poligamia de Abrao, Jac e Davi
Monogamia em Gnesis 2:24
Deus no os condenou especificamente por essa prtica, pelo menos
no registro bblico.
Princpios relativos
aplicao Identificar o princpio contido no texto.
Eu, porm, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmo ser ru de juzo, e qualquer que chamar a seu irmo de raca ser ru do Sindrio; e qualquer que lhe chamar de louco ser ru do fogo do inferno. (Mt 5:22 ARC)
O princpio deve ser expresso em outro texto bblico.
O princpio deve estar de acordo com o restante da Escritura.
Abrao ter tomado Hagar no quer dizer que casais estreis estejam liberados para o adultrio.
Princpio: no devemos dar o nosso jeito para ajudar Deus a cumprir seu propsito.
Pensar no princpio como consequncia do texto e uma ponte par a aplicao
Os cristos de Antioquia tirarem uma oferta para os fiis pobres da Judeia (At 11:27-30)
Princpio: Os cristos de determinada regio devem ajudar a atender as necessidades dos cristos de outras regies.
Princpios relativos
aplicao Anotar as atitudes especficas que se precisa tomar
Perguntas A passagem fala de...- algum pecado que devo deixar?- alguma promessa a ser lembrada?-algum exemplo a seguir?
- de algum mandamento?- de alguma armadilha a evitar?
Relaes:- com Deus- com Satans- com os outros (em casa, na igreja, no trabalho, na escola)- com o mundo- consigo mesmo
Faa aplicaes em nvel pessoal:
Use eu, mim, meu ao invs de ns e nosso
Seja especfico:
Vou tentar no me irritar no trnsito pela manh melhor do que vou buscar ser mais paciente ou vou ser mais como Jesus.
Tente ser seletivo
Algumas vezes ser necessrio um nico gesto, como devolver o livro que tomou
emprestado meses atrs ou pedir desculpas a algum por alguma injustia que cometeu.
Outras vezes, a aplicao demandar tempo. Pode tratar-se de um vcio que Deus queira que voc abandone, ou uma srie de etapas que ter que percorrer, como pagar
as prestaes de uma conta atrasada. Haver tambm ocasies em que o Esprito Santo lhe passar projetos de longo prazo,
como modificar determinada forma de pensar ou desenvolver certa virtude.
Walter A. Henrichsen
Princpios relativos
aplicao Conte com o Esprito Santo
Tome uma deciso firme de levar a aplicao at o fim.
Pea ao Senhor o desejo e a determinao de cumpri-la.
Pea a capacitao que vem do Senhor.
Pea ao Esprito Santo que lhe mostre as reas da sua vida que
precisam ser trabalhadas.
Pea sensibilidade quanto ao que espiritual.
Aplica-te integralmente ao texto e aplica o texto
integralmente a ti (Johann Bengel)