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Hierarquia Digital Síncrona, Tópicos Fundamentais. 1 Generalidades Durante vários anos, as redes digitais de transmissão de dados, explorada telecomunicações, multiplexaram os dados com o intuito de obter elevadas velocidad informação, de acordo com padrões estabelecidos pela UIT , sendo este sistema designado por Hierarquia Digital Plesiócrona (em português PDH ). Deste modo, os sinais digitais foram dividi "níveis" hierárquicos bem conhecidos, de acordo com a velocidade de transporte dos dados. N Europa, a hierarquia desses sinais é os que a seguir se indicam na Tabela 1: Tabela 1: Hierarquia Digital Plesiócrona EUROPA ESTADOS UNIDOS Nível Velocidade (Mbps) Número de canais de 64 Kbps Nível Velocidade (Mbps) Número de canais de 64 Kbps E1 2,048 30 DS 0 64 kbps 1 E2 8,448 120 T1,DS1 1,544 24 E3 34,368 480 T2,DS2 6,312 96 E4 139,264 1.920 T3,DS3 44,736 672 E5 564,992 7.680 T4, DS4 274,176 4.032 A este número elevado de sinais, com características diferenciadas, aind sinais, com outras velocidades de transmissão, além das acima indicadas, multiplexagem japonês. No Brasil, o sistema padrão adotado em PDH é o Europeu. No seu conjunto, a Hierarquia Digital Plesiócrona deixou de satisfazer as sistema moderno e eficiente de transmissão de dados numa sociedade cada vez mais g nomeadamente dos seguintes males: Difícil (e cara) compatibilização entre diferentes Hierarquias de Transmissão. Torna-se necessário dispor de equipamentos para converter entre si s de transmissão diferentes (na Europa, por exemplo, não estão normali 1,5 Mbps nem de 6 Mbps); mesmo dentro do mesmo país, equipamentos co diferentes fabricantes, não comunicam freqüentemente entre si, devido ao modo proprietário que utilizam para a multiplexagem; Necessidade de demultiplexar um sinal de nível superior, a fim de poder retirar canal de nível inferior. Neste sistema, para retirar um canal de voz de 64 k sinal de 140 megabits/s, por exemplo, é primeiro necessário demultip 34 Mbps, depois de 34 para 8 Mbps, de 8 para 2 Mbps, e finalmente de 64 kbps pretendidos. Esta tarefa, além de implicar atrasos, é também o uso que tem de fazer dos multiplexers citados (Time is money!). proceder deste modo deve-se por um lado, ao fato de serem introduzid justificação quando da multiplexagem dos canais, e por outro, a mul bit a bit , nos níveis hierárquicos superiores a um (8 Mbps para cima no sis exemplo), o que torna praticamente impossível identificar a existênc kbits depois de multiplexado. A Figura 1 mostra as operações necessá retirar um tributário de 2 Mbps de um sinal de 140 Mbps a fim de pod deste, um canal de voz de 64 kbps, e a colocação novamente na linha Mbps agora modificado; 1

Hierarquia Digital Síncrona

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1Hierarquia Digital Sncrona, Tpicos Fundamentais. 1 Generalidades Durante vrios anos, as redes digitais de transmisso de dados, exploradas pelos operadores de telecomunicaes, multiplexaram os dados com o intuito de obter elevadas velocidades de transporte da informao, de acordo com padres estabelecidos pela UIT, sendo este sistema designado por Hierarquia Digital Plesicrona (em portugus PDH). Deste modo, os sinais digitais foram divididos por "nveis" hierrquicos bem conhecidos, de acordo com a velocidade de transporte dos dados. Nos Estados Unidos e na Europa, a hierarquia desses sinais os que a seguir se indicam na Tabela 1: Tabela 1: Hierarquia Digital Plesicrona EUROPA Velocidade Nmero de canais de Nvel (Mbps) 64 Kbps E1 E2 E3 E4 E5 2,048 8,448 34,368 139,264 564,992 30 120 480 1.920 7.680 ESTADOS UNIDOS Velocidade Nmero de (Mbps) canais de 64 Nvel Kbps DS 0 T1, DS1 T2,DS2 T3,DS3 T4, DS4 64 kbps 1,544 6,312 44,736 274,176 1 24 96 672 4.032

A este nmero elevado de sinais, com caractersticas diferenciadas, ainda se juntaram outros sinais, com outras velocidades de transmisso, alm das acima indicadas, utilizados pelo sistema de multiplexagem japons. No Brasil, o sistema padro adotado em PDH o Europeu. No seu conjunto, a Hierarquia Digital Plesicrona deixou de satisfazer as necessidades de um sistema moderno e eficiente de transmisso de dados numa sociedade cada vez mais global, padecendo nomeadamente dos seguintes males: Difcil (e cara) compatibilizao entre diferentes Hierarquias de Transmisso. Torna-se necessrio dispor de equipamentos para converter entre si sinais de sistemas de transmisso diferentes (na Europa, por exemplo, no esto normalizados sinais de 1,5 Mbps nem de 6 Mbps); mesmo dentro do mesmo pas, equipamentos construdos por diferentes fabricantes, no comunicam freqentemente entre si, devido ao modo proprietrio que utilizam para a multiplexagem; Necessidade de demultiplexar um sinal de nvel superior, a fim de poder retirar um canal de nvel inferior. Neste sistema, para retirar um canal de voz de 64 kbps de um sinal de 140 megabits/s, por exemplo, primeiro necessrio demultiplexar de 140 para 34 Mbps, depois de 34 para 8 Mbps, de 8 para 2 Mbps, e finalmente de 2 Mbps para os 64 kbps pretendidos. Esta tarefa, alm de implicar atrasos, tambm dispendiosa, dado o uso que tem de fazer dos multiplexers citados (Time is money!). A necessidade de proceder deste modo deve-se por um lado, ao fato de serem introduzidos bits de justificao quando da multiplexagem dos canais, e por outro, a multiplexagem feita bit a bit, nos nveis hierrquicos superiores a um (8 Mbps para cima no sistema europeu, por exemplo), o que torna praticamente impossvel identificar a existncia de um canal de 64 kbits depois de multiplexado. A Figura 1 mostra as operaes necessrias em PDH para retirar um tributrio de 2 Mbps de um sinal de 140 Mbps a fim de poder isolar, a partir deste, um canal de voz de 64 kbps, e a colocao novamente na linha do canal de 2 Mbps agora modificado;

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Figura 1: Demultiplexao em PDH

Espao insuficiente para transportar informao de gesto, manuteno e monitorao do estado da rede. Os quadros PDH no prevem em nenhum dos seus nveis, nmero suficiente de bits de reserva, sendo necessrio criar para a funo uma rede parte (fora da banda passante) e com equipamento prprio, logo de dispendiosa manuteno, para transmitir estas informaes; No h normas definidas para transmisso ptica dos sinais. Os padres existentes so apenas para interfaces eltricas. Deste modo um equipamento de fibra ptica de um fabricante pode vir a no comunicar com outro de fabricante diferente, devido a inexistncia de normas comuns para a sua construo;

2 Hierarquia Digital Sncrona Com o aparecimento de novos servios de telecomunicaes, e dada incapacidade da estrutura existente para fazer face s exigncias do novo mercado, a ITU-T (International Telecommunication Union - Telecommunication Sector) publicou em 1988, com base nas especificaes da rede digital sncrona norte americana "Synchronous Optical Digital Network" (SONET), um novo padro internacional, designado por "Hierarquia Digital Sncrona" - SDH. Tratam-se de uma nova forma de multiplexar e transportar os sinais ao longo da linha de transmisso, que alm de permitir tambm o transporte de sinais oriundos do PDH, vem resolver os diversos problemas evidenciados por aquele sistema de transmisso digital de dados. Em particular, agora possvel extrair sinais (tambm designados por tributrios) de baixo nvel, (ou ordem hierrquica) diretamente a partir de sinais de ordem superior, sem necessidade de efetuar todo o ciclo de demultiplexagem descrito para a hierarquia PDH. Atualmente encontram-se normalizadas as seguintes velocidades de transmisso: Hierarquia Digital Sncrona Nveis Velocidade (Mbps) STM-1 155,52 STM-4 622,08 STM-16 2488,32 STM-64 9953,28 Uma das diferenas fundamentais entre o PDH e o SDH, que neste novo sistema, todos os quadros tm igual durao, de 125 s, qualquer que seja a velocidade selecionada para a sua transmisso. Esta durao de quadro corresponde ao seu envio para a linha de transmisso, ao ritmo de 8000 quadros por segundo. O quadro bsico do SDH, designado por STM-1 ("Synchronous Transport Module" nvel 1), encontra-se organizado em 9 conjuntos de 270 bytes , que se seguem uns aos outros, sendo conforme foi dito, o tempo total para a sua transmisso de 125 s. Cada um destes blocos de 270 bytes por sua vez constitudo por 9 bytes de cabealho (section overhead) e de 261 outros destinados a transportar informao, ou carga til (payload). Por uma questo de comodidade, costume fazer uma representao bidimensional do quadro, tal como se mostra na Figura 2, sendo os blocos referidos colocados empilhados uns em cima dos outros, dando assim origem a 9 linhas, cada uma das quais com 270 bytes.

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Figura 2 Representao Bidimensional do quadro STM-1 2.1 O Quadro STM - 1 em SDH Este quadro o que corresponde menor velocidade de transmisso possvel em SDH, ou seja, cerca de 155 Mbps. Para este bit rate ainda possvel transmiti-lo utilizando sinais eltricos. , contudo freqente a sua transmisso utilizando fibras pticas, tal como se torna obrigatrio proceder para os quadros de ordem superior de 620 Mbps, 2,4 Gbps e 10 Gbps. Ele formado por 2430 bytes que para efeitos de fcil representao grfica, se dispem na Figura 3 em 9 linhas de 270 bytes cada. Devemos reparar que na sua constituio existe uma seo de cabealho ("Section Overhead") composta por (9 x 9) = 81 bytes e uma seo destinada a transportar a informao til, espao de carga (ou "Payload").

Figura 3: Estrutura do Quadro STM-1 No cabealho podemos identificar 3 regies distintas, tendo em conta as 3 diferentes misses desempenhadas pelos bytes que as integram. De igual modo, no espao de carga, existe uma regio com o tamanho de 9 bytes (na figura evidenciada em amarelo), que para efeitos prticos funciona como se fosse um "rtulo", com informaes sobre a carga transportada e o caminho por ela seguido. Os 6 primeiros bytes do quadro, designados por A1 (11110110) e A2 (00101000), e que so tambm os primeiros a ser transmitidos, so de 2 tipos diferentes, repetindo-se 3 vezes cada um. Permitem, tal como em PDH, efetuar o que se designa por "alinhamento de quadro". Esta operao consiste na deteco por parte do equipamento receptor, da seqncia de 48 bits referida, permitindo-lhe assim saber quando comea cada quadro STM-1, e identificando-o deste modo no meio da "corrente de bits" que se encontra a receber. Os quadros repetem-se tal como j foi referido, ao ritmo de 8000 por segundo. Assim e fazendo umas contas simples, teremos: 9x270 = 2430 bytes por quadro, 2430 x 8 = 19.440 bits enviados em 125 us, ou seja, um bit rate de 19440 : (125 x10 -6)=155 520 000 bps, cerca de 155 Mbps em nmeros redondos. Podemos tambm notar que cada byte (o evidenciado a preto na Figura 4, por exemplo) corresponde a um canal de 64 Kbps, podendo corresponder a um canal de voz. Na verdade, teremos, fazendo agora as contas de modo diferente, mas equivalente:

41 byte (a preto na Figura 4)= 8 bits enviado em cada quadro, uma vez que so enviadas 8000 quadros por segundo, isto significa 8000 bytes "pretos" por segundo, ou seja 64 000 bps. A importncia deste fato est em que, conforme acabamos de ver, podemos retirar diretamente um canal de voz de 64 Kbps deste quadro sem ter de proceder a demoradas (e caras) operaes de demultiplexagem, bastando-nos para tal saber a sua localizao dentro do quadro STM-1.

Figura 4: Freqncia de amostragem no STM-1 2.2 Elementos bsicos de uma Rede SDH Uma Rede SDH em geral formada pelos equipamentos (em geral designados por "Elementos de Rede"), mostrados na Figura 5 e que a seguir se descriminam:

Figura 5: Elementos de Rede SDH

Multiplexers Terminais de Linha (SDH TMUX) - A funo destes Elementos de Rede ("Network Elements NEs") a de combinarem sinais, tanto plesicronos como sncronos (tributrios SDH, por exemplo), dando origem formao de sinais STM de ordem superior. So em geral equipamentos "de acesso" rede SDH. Como exemplo, podemos indicar a multiplexagem de sinais provenientes do PDH de 2, 34 e 140 Mbps com outros do tipo STM - 1, numa portadora ptica de transporte do tipo STM - 4 . As interfaces pticas mais comuns so os de 1310 e de 1550 nm. Regeneradores SDH (REG) - Estes Elementos de Rede atuam como repetidores, extraindo o seu sinal de relgio, bem como a energia necessria ao seu funcionamento, do fluxo de dados que recebem. Regeneram tambm o sinal, tanto no que se refere amplitude, como ao "desvio de fase", ou alterao do perodo do clock devido disperso de sinal nas fibras pticas, e correspondente distoro. O espaamento entre si dos regeneradores, tipicamente na ordem dos 50 Km, depende, sobretudo, do comprimento de onda utilizado (as fibras pticas para 1550 nm, sendo mais caras, so, contudo mais transparentes), da potncia do sinal na emisso, e da sensibilidade do receptor. Para longas distncias, torna-se compensador utilizar as fibras que utilizam o comprimento de onda de 1550 nm, dado serem necessrios menos regeneradores, e isto apesar do custo mais elevado dos lasers utilizados.

5 "Add and Drop" Multiplexers (SDH ADD MUX) - So multiplexers que permitem, estando, por exemplo, inseridos num anel SDH, retirar (Drop) ou inserir (Add) tributrios de ordem inferior, sem serem necessrios a "cascata" de desmultiplexers e multiplexers que o PDH exigia para o mesmo efeito final. "Cross Connectors Digitais Sncronos (SDH SDXC) - Conhecidos em lngua inglesa por "Synchronous Digital Cross Connectors" so sem sombra de dvida a unidade mais complexa e evoluda de entre todos os elementos duma Rede SDH. Tm funes algo semelhantes aos dos comutadores digitais, podendo nomeadamente passar tributrios sncronos ou plesicronos, dos mais diversos nveis hierrquicos (at mesmo canais de 64 kbps), de um anel para outro, sob a ao de comando remoto centralizado. Mais importante ainda, podem ser rapidamente configurveis por software, para o estabelecimento de linhas dedicadas digitais de largura de banda varivel, eliminando a quantidade, por vezes infernal, de ligaes ponto a ponto estabelecidas para o efeito em repartidores adequados (DDFs), e existentes nas redes PDH. Deste modo so eliminados muitos dos problemas que resultavam de trocas de ligaes fsicas entre linhas nos ditos "repartidores". A Figura 5 apresenta aplicaes tpicas dos "Elementos de Rede (NE) citados.

2.3 Arquiteturas de Rede SDH A Figura 6 apresenta uma configurao tpica de uma Rede SDH. Em primeiro lugar poderemos ver na "Rede de Acesso", que designamos aqui por "Rede Local", tributrios (sinais, ou "portadoras" de mais baixo dbito) no sncronos, provenientes por exemplo, de uma Rede PDH. Os "ADD & Drop Multiplexers" que fazem a ligao entre a rede regional e a rede local desempenham funes de "Gateway" entre as 2 redes, ou seja, garantem a conectividade entre elas. A mistura de tributrios de diversos tipos (sncronos e plesicronos) usual em redes SDH. Um sinal de 2 Mbps, que viajasse de A at B, por exemplo, teria de percorrer toda a estrutura de multiplexers da rede de acesso (normalmente plesicrona), sendo depois incorporado num anel SDH sncrono, do tipo STM-1, por exemplo, por meio de um "ADD & DROP Multiplexer". Passaria depois da rede local para uma rede regional de dbito superior (eventualmente STM-4), e desta, atravs de SDXC, ou "comutadores sncronos cruzados" (Syncronous Digital Cross Conectors) para a rede "Backbone" que seria o "esqueleto dorsal" de toda a rede. de notar que os ADD MUX incorporam e permitem a sada de sinais das 2 hierarquias (PDH e SDH) e com dbitos diferentes, a partir dos anis em que esto incorporados. comum existirem 2 anis, para garantirem a continuidade de servio, mesmo no caso de avaria de funcionamento de um deles (anel de reserva ou de backup). A estrutura de rede em anel muito freqente em SDH, sendo os mesmos em geral de fibra ptica, podendo eventualmente comportar "Regeneradores" de sinal (no assinalados na Figura 6). No mais alto nvel, contudo, a rede apresenta uma tipologia tipo "malha" (mesh) em que cada "n" da rede tem ligaes com diversos outros (ver rede "esqueleto dorsal" ou "backbone"). Assim se garante uma confiabilidade elevada no seu funcionamento, visto existir sempre mais do que um caminho possvel para o sinal atingir o seu destino.

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Figura 6: Arquitetura Tpica de Rede SDH 2.4 Os "Contineres" na Rede SDH Ao incluir a informao no "espao de carga" (payload) de um quadro STM-N, os dados tm de ser "arrumados" na zona disponvel para tal. Assim foram definidos para a funo, diversos tipos de "contineres" com lugar para acomodar as vrias cargas sncronas ou plesicronas normalizadas. O tamanho do continer medido em bytes representa a capacidade que ele tem para transportar informao til no intervalo de tempo do quadro que de 125 s. As capacidades estabelecidas e normalizadas correspondem aos sinais tributrios plesicronos mais usuais, recebendo assim os contineres distintas designaes, que se referem: Contineres em SDH Designao C-11 C-12 C-2 C-3 C-4 Sinal PDH a transportar 1544 kbps 2048 Kbps 6312 Kbps 44736 Kbps ou 34368 Kbps 139264 kbps Capacidade do "continer 1600 Kbps 2176 Kbps 6784 Kbps 48384 Kbps 149760 Kbps

Conforme podemos verificar, no se encontra definido nenhum continer para o sinal plesicrono de 8 Mbps existente nas redes europias, razo pela qual este ter de ser multiplexado na rede plesicrona, em conjunto com outros, numa portadora de maior ordem (34 Mbps, por exemplo) antes de poder ser "arrumado" no espao de carga de um continer adequado (C-3 ou C-4). Para determinarmos a capacidade possvel de carga de um continer C-4 (Figura 7), por exemplo, basta-nos verificar que ele cabe exatamente no espao de carga (payload) de um quadro STM-1, sendo por isso constitudo por 260 x 9 bytes, ou seja, 18720 bits. Dado que estes bits tm de ser transmitidos em 125 s (durao do quadro STM-1), teremos uma capacidade de carga de: 18720 : (125 x 10 - 6 ) = 149 760 000 bps, ou seja, 149 760 Kbps para este continer.

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Figura 7: Continer C-4 em STM-1 Para acomodar a informao dos sinais plesicronos referidos, dentro do continer, este ter assim, de ser completado com bytes de enchimento de natureza fixa ("stuffing bits"), que permitam o seu "alinhamento" ou seja, adaptao do ritmo de transporte plesicrono ao dbito mais elevado correspondente a cada tipo de continer. Para "acerto final" e como "regulao fina", haver ainda lugar a bits de justificao, que podem ser de 2 tipos: Bits de Oportunidade de Justificao. Designa-se deste modo os bits de justificao propriamente ditos, que podem (ou no) transportar consigo informao (data). Neste ltimo caso, no so lidos pelo receptor, e comportam-se como simples bits de enchimento. Bits de Controle de Justificao. Estes bits indicam se os bits de "Oportunidade de Justificao" transportam ou no consigo informao vlida no espao de carga do continer. operao descrita de "arrumao" de uma carga plesicrona em lugares bem definidos dentro de um continer SDH d-se o nome de "Mapeamento" (ou "Mapping" em lngua inglesa). 2.5 O Continer Virtual "VC" A cada "Continer" acrescentado um cabealho (regio indicada em amarelo na Figura 8), que se designa em lngua inglesa por "POH", ou "Path Overhead", e que contm informao sobre o percurso do continer (PATH) e outros dados relativos ao seu contedo. importante notar que este cabealho acompanha sempre o continer at ao seu destino final, momento em que ele desmembrado e a sua carga abandona a rede SDH. O conjunto "Continer + POH" recebe agora a designao de "Continer Virtual". A ttulo de exemplo, apresenta-se na Figura 8 o Continer Virtual VC4. Todos os outros contineres normalizados pela ITU-T, tm uma estrutura semelhante, ou seja, uma regio para transporte de informao, com os respectivos dados ocupando posies fixas bem definidas no espao de carga ("Continer" propriamente dito), e outra de cabealho (POH). Se quisermos proceder a uma analogia, podemos pensar no Continer SDH como um continer real (ou uma encomenda). O contedo da encomenda ser no nosso caso a informao que pretendemos transportar at ao destino, e o POH uma etiqueta ou "guia de encomenda" com indicaes diversas sobre o caminho percorrido e o seu contedo.

8Figura 8: Continer Virtual VC-4 Se considerarmos a Hierarquia de Multiplexagem SDH europia (da ETSI), podemos classificar os contineres virtuais em 2 famlias distintas: Contineres Virtuais de ordem baixa (low order) - Encontra-se neste caso os contineres VC-12 , VC-2 e VC-3; Contineres Virtuais de ordem elevada (high order) - Caso do continer VC-4. 2.6 Estrutura de Multiplexagem da Rede SDH A recomendao da Unio Internacional de Telecomunicaes ( ITU-T ) G-707 prope um mapeamento (distribuio e arrumao) dos sinais para efeitos de transporte atravs da rede, conforme definido na Figura 9. Podemos notar que atribudo um continer de formato bem definido a cada tipo de carga plessicrona, a partir do qual um Continer Virtual construdo, por meio da juno de um cabealho (POH). Este continer transmitido, conforme j foi referido, sem quaisquer alteraes atravs de toda a rede SDH, num caminho definido (PATH), at ao seu destino final. Para localizar corretamente o continer virtual de baixa ordem dentro do espao de carga do continer virtual de ordem mais elevada que o transporta, necessrio criar um "ponteiro". Este ponteiro (na verdade uma indicao de posio de memria), e inserido numa unidade tributria ou administrativa (em verde na Figura 9), vai ocupar uma posio fixa dentro do espao de carga do continer virtual de ordem mais elevada em que se aloja, e indicar em princpio, a distncia que o separa do incio do continer virtual de ordem mais baixa.

Figura 9: Estrutura ITU-T de Multiplexagem SDH Ao conjunto "Continer Virtual de baixa ordem + Ponteiro" d-se o nome de "Unidade Tributria" (TU). operao descrita de atribuio de uma "fase" ou deslocao relativa de posio de um continer em relao ao outro por meio de um ponteiro d-se o nome de "alinhamento". 2.7 Grupos de Unidades Tributrias e Unidades Administrativas As Unidades Tributrias (TUs) viajam sempre em conjunto, pois tero de ser agrupadas para cumprir sua funo. A uma ou mais "TUs", ocupando posies fixas e bem definidas no espao de carga de um VC de ordem superior, d-se o nome de Grupo de Unidades Tributrias (TUG). Numa TUG s so permitidas unidades tributrias do mesmo tipo. Assim, por exemplo, 3 TU-12 multiplexadas, do origem a uma "TUG-2". Do mesmo modo, se estivermos a lidar com contineres de "ordem superior", teremos de os localizar devidamente no espao de carga que ocupam, necessitando tambm de ponteiros. Tratando-se de contineres de ordem superior, ao conjunto "VC + Ponteiro" d-se a designao de Unidade Administrativa (AU).

9A ETSI, European Telecommunication Standardization Institute, estabeleceu para a Europa uma estrutura mais leve do que a definida pela ITU-T, mas inteiramente compatvel com esta, que se representa na figura anexa. Conforme se pode ver, alm do transporte de cargas sncronas SDH, apenas se encontra prevista a incorporao e transporte de tributrios em uso na rede PDH europia, embora sejam tambm suportadas cargas "ATM". Nota-se que o continer VC-3, quando transporta uma carga de 34 Mbps da hierarquia PDH europia, no considerado de "ordem superior", pois origina, em conjunto com o seu ponteiro, uma Unidade Tributria, em vez de uma Unidade Administrativa. Na Figura 10 apresenta-se um exemplo conceitual do transporte de sinais PDH de 2 Mbps num quadro STM-1 da rede SDH Europia. Poderemos notar, entre outros detalhes: 1. O agrupamento de 3 TU-12 (VC-12 + Ponteiros) numa TUG-2 2. O agrupamento de 7 TUG-2 numa TUG-3 3. O agrupamento de 3 TUG-3 num Continer VC-4 4. Os ponteiros das TU-12 apontando para os VC-12 (quadradinhos vermelhos no topo) 5. O ponteiro da Unidade Administrativa AU-4 apontando para o incio do continer VC-4.

Figura 10: Estrutura ETSI de Multiplexagem SDH As unidades tributrias TU-12 no se representam nesta figura a fim de no a sobrecarregarmos excessivamente. Elas so constitudas, como sabemos, pelos contineres VC-12 e pelos seus ponteiros. Assim elas esto presentes em cada um dos TUG-2, sendo estes formados como resultado da multiplexagem byte a byte de cada um dos 3 VC-12, que os constituem, depois de adicionados os respectivos ponteiros. No caso dos VC-12, e como veremos posteriormente, os ponteiros so constitudos por um nico byte, assim se justificando a presena no desenho dos 3 ponteiros (3 bytes) em cada uma das TUG-2. 2.8 Ainda sobre as Estruturas de Multiplexagem em SDH Quando uma ou mais Unidades Administrativas ocupam posies fixas e bem definidas no interior de um quadro STM-N dizemos que estamos em presena de um "Grupo de Unidades Administrativas (AUG)". No caso de um quadro STM-1, de acordo com a estrutura de multiplexagem europia da ETSI, a AUG corresponde, logicamente, a uma nica Unidade Administrativa. No caso da estrutura de multiplexagem tal como definida pela UIT, e utilizada na rede americana, por exemplo, a AUG pode resultar das multiplexagem de 3 AU-3. Em SDH, e em resumo, podemos considerar a existncia das seguintes operaes: Mapeamento Alinhamento Multiplexagem Concatenao Processamento de Ponteiros

10As trs primeiras j so nossas conhecidas, passaremos a descrever em que consiste cada uma das restantes operaes: Concatenao Consiste na associao de vrios contineres virtuais de ordem superior ( VC4s, por exemplo ), de modo a que se portem na rede SDH como um nico continer virtual, s podendo ser separados aps a sua chegada ao destino final. frequentementemente utilizada sempre que existem grandes quantidades de dados a transmitir como que formando um nico bloco, caso do trfego de sinais de televiso, por exemplo. Processamento de Ponteiros Esta operao permite o "realinhamento" do trfego SDH, isto atualiza o valor dos ponteiros dos diversos tributrios, de modo a "alinhar" no seu comeo as "seqncias de alinhamento de quadro" (bytes A1 e A2 anteriormente estudados). So assim sincronizados entre si os diversos sinais, antes de se proceder sua multiplexagem. Convm notar, que mesmo em SDH, pode haver defasagem entre diversos tributrios devido s suas diferentes origens, atrasos de propagao esses muitas vezes motivados por variaes de temperatura ambiente durante o percurso anteriormente seguido pelo sinal. Os sinais STM-1 de cerca de 155 Mbps so por vezes do tipo eltrico, e conseqentemente sujeitos s alteraes referidas. Tambm nos sinais pticos aparecem perturbaes semelhantes devido a fenmenos de disperso no interior das fibras. A Figura 11 pretende dar uma idia da operao a efetuar. Devemos ter presente que os primeiros dados a sair so os bytes de alinhamento de quadro (designados por "A"). No devemos ser induzidos em erro pelo desenho. Podemos notar que os ponteiros (em amarelo no desenho) tm agora outro valor (diferente "offset" da informao em relao ao incio do quadro). , contudo claro que a posio relativa da informao de cada tributrio STM-1 se mantm constante. Dada a "sincronizao" efetuada, a multiplexagem que se segue destes 4 tributrios STM-1 num sinal STM-4, vai permitir ter juntado, em posies bem definidas, os cabealhos dos referidos quadros.

Figura 11: Sincronizao e Ajuste de Ponteiro Formao STM-4 2.9 Estrutura de um quadro STM-4 Aps alinhamento (ou sincronizao) dos 4 sinais STM-1, 0s quadros do entrada num multiplexer sncrono, sendo a mutiplexagem efetuada byte a byte. A velocidade de transmisso agora rigorosamente 4 vezes superior de cada quadro STM-1, ou seja, 4 x 155 520 = 622 080 Kbps, cerca de 622 Mbps. Na verdade o espao de carga de um quadro STM-4 resulta da multiplexagem byte a byte de 4 contineres VC4, devendo, portanto comportar 4 x 261 = 1044 colunas por 9 linhas de altura, em representao bidimensional, ou seja, 9396 bytes. O cabealho "de seo", (como se designam em STM) ter 4 x 9 = 36 colunas e 9 linhas de extenso, o que perfaz 324 bytes. No total o quadro , pois composto por 9720 bytes, ou seja, 77 760 bits. Se considerarmos que estes bits so enviados em 125 s, podemos facilmente achar a velocidade de transmisso de um sinal STM-4, achando o mesmo valor acima indicado. Repare que o cabealho reconstrudo pelo multiplexer, sendo por isso novo na sua formao. Como havemos de ver posteriormente, muitos dos seus bytes tm funes especficas, podendo mudar de valor durante o percurso (PATH) a efetuar pelo quadro.

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Figura 12: Formao do Quadro STM-4 No de mais recordar, com respeito aos contineres virtuais, que estes permanecem unos e indivisveis, s sendo desmantelados chegada, ou seja, ao deixarem a rede SDH. Do mesmo modo, ainda possvel, apesar da velocidade elevada de transporte, retirar um canal de 64 kbps, ou seja, acessar a um dos seus bytes, sem haver necessidade de submeter o quadro STM-4 cascata de (de)multiplexers que seria necessrio utilizar numa rede PDH. Isto possvel fundamentalmente por 2 razes: 1. Multiplexagem sncrona byte a byte dos quadros STM-1 (sem haver lugar ao acrescento de bits de justificao); 2. Acomodao perfeita das cargas no quadro STM-1, tendo presente: O uso de contineres virtuais para o transporte das cargas em posies bem definidas no seu interior; A utilizao de Unidades Tributrias (TUs e TUGs), que funcionando como verdadeiros miniquadros dentro do quadro STM-1, ocupam uma posio fixa dentro do continer de ordem mais elevada; O uso de ponteiros de valor ajustvel de modo a compensar qualquer "deslize" dos contineres de baixa ordem em relao a TU ou TUG; O uso de um ponteiro ajustvel de Unidade Administrativa para referenciar a posio do continer de ordem superior na estrutura do quadro STM-1. A formao de quadros de ordem "STM-N , como os quadros STM-16 e STM-64, faz-se de modo semelhante ao indicado para o STM-4, por multiplexagem sncrona de 4 quadros STM-4 ou STM-16, respectivamente. O tempo de transmisso de cada quadro sempre para todos eles de 125 s. 2.10 A Rede SDH vista de diversos nveis. semelhana de outras tecnologias, existe interesse em considerar a repartio de responsabilidades por uma transmisso correta dos dados na rede SDH, tendo em conta as diversas fases e operaes envolvidas. Criaram-se para isso, um modelo em camadas ou nveis, cada um deles com as suas funes especficas, desempenhadas por um mesmo tipo de equipamento de rede. A camada mais baixa a camada fsica, representada pelo meio de transmisso utilizado, em geral um link em fibra ptica. Os tributrios de 155 Mbps de ordem mais baixa na hierarquia SDH podem tambm ser transportados em cabo de cobre, sendo ento utilizado um sinal eltrico. Ao longo deste meio de transmisso, vrios equipamentos desempenham um papel preponderante, tendo presente o objetivo comum de fazer chegar o sinal ao destino em boas condies. Assim, cada equipamento, ou elemento de rede (Network Element - NE), responsvel pela criao do seu prprio "cabealho de seo" (Section Overhead), dialogando com o prximo elemento de rede do mesmo nvel existente no percurso a percorrer pelo sinal. Dentre os vrios equipamentos de rede que estudamos, encontramos os Regeneradores, que geram o seu prprio cabealho, transportado pela quadro STM-1 em local prprio. Este cabealho designa-se por "RSOH" (Regenerator Section OverHead), e formado por 27 bytes. (Ver formato geral do quadro STM1). O percurso percorrido pelo sinal entre 2 regeneradores consecutivos (ou entre um regenerador e outro elemento de rede que tambm regenere o sinal) designado por "Seo de Regenerao". Assim, na Figura 13, podemos notar que se encontram tambm definidas como "Sees de Regenerao" os percursos compreendidos entre regeneradores e multiplexers, ou ainda entre regeneradores e SDXCs, visto estes equipamentos procederem tambm localmente regenerao dos sinais.

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Figura 13: Componentes de uma Rede Sncrona SDH A parte compreendida entre 2 multiplexers, ou equipamentos que desempenhem tambm essa funo (SDXC , por exemplo), designa-se por "Seo de Multiplexers". Estes equipamentos tambm trocam diretamente informaes entre si, usando para a funo o "Cabealho de Seo de Multiplexers - MSOH", ou "Multiplexer Section OverHead" (Ver localizao deste cabealho no quadro STM-1). Finalmente, o percurso compreendido entre os multiplexers da ponta, ou seja, entre o elemento de rede onde se forma o quadro SDH e o elemento em que este abandona esta rede, designa-se por "Caminho" ou "PATH". Dados relativos ao "Path" so apenas lidos ou modificados nos equipamentos anteriormente indicados e constam da zona reservada para a funo em cada continer designada por "Path OverHead - POH" (Ver localizao deste cabealho no quadro STM-1). Dentro de cada nvel, ou camada referida, (Regeneradores, Multiplexer e Path) os equipamentos de rede (NEs) trocam informaes entre si, relativas a erros detectados ou a alarmes de funcionamento, permitindo assim monitorar remotamente o estado geral da rede SDH, e tomar as medidas necessrias para a mant-la em bom funcionamento. 2.11 Deteco de Erros, Alarmes e Gesto da rede SDH A Figura 14 representa a quadro STM-1. Nela podemos observar alm do espao de carga ocupado por um continer C 4, e o seu POH, mais 3 zonas distintas: O Cabealho da Seo de Regeneradores (RSOH), composto por 27 bytes, dispostos em 3 linhas e 9 colunas. O Cabealho da Seo de Multiplexers (MSOH), composto por 45 bytes, dispostos em 5 linhas e 9 colunas. O Ponteiro da AU, constitudo por 9 bytes, dispostos em linha, entre os 2 cabealhos de seo. De certa forma o Ponteiro da AU faz parte da seo de Multiplexers, como por vezes tambm considerado, visto que so equipamentos deste tipo que so responsveis pela sua criao e pelas alteraes que lhe so introduzidas. O conjunto "Continer C4 + POH" forma como sabemos o Continer Virtual VC4. A colocao deste continer em posio definida dentro do quadro STM-1 d origem, ao adicionar-se o ponteiro necessrio para o localizar, Unidade Administrativa AU-4. O ponteiro da AU-4 indica o "alinhamento de fase" ou por outras palavras a posio relativa da carga em relao ao incio da seo de multiplexagem (Ver alinhamento de contineres virtuais). Vejamos o papel desempenhado por cada byte dos vrios cabealhos referidos, tendo presente que eles correspondem na figura aos quadrados assinalados, e na transmisso do quadro, a um canal de 64 Kbps.

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Figura 14: SOH1 Quadro STM-1 Comecemos pela "Seo dos Regeneradores": Os bytes A1 e A2, tm o significado j anteriormente referido, servindo para alinhamento do quadro STM-1. Notar que este quadro o nico que precisa de sincronizao ou alinhamento, pois os sinais SDH de ordem superior (STM-4 e STM-16, por exemplo), no o necessitam, em virtude de resultarem de multiplexagem inteiramente sncrona de tributrios de ordem inferior. O byte J0 (Section Access Point Identifier), transporta durante 16 quadros consecutivos, uma "string" ASCII que identifica univocamente a presente ligao entre emissor e receptor. Esta identificao revela-se conveniente, visto que o receptor pode estar a receber quadros de diversas provenincias (s quais correspondero seqncias identificadoras de 16 bytes diferentes umas das outras). Em verses anteriores do SDH este byte, designado por C1, era um identificador que referia o tipo de quadro STM em causa, ou seja, se estvamos em presena de uma STM-1, STM-4 ou STM-16. O byte B1 permite aferir a qualidade da transmisso, pois se trata de um clculo do tipo "bit de paridade par", que permite em certa medida, detectar a existncia de erros de transmisso motivada por troca de bits. Tambm pode ser determinado por meio de uma "soma sem transporte" ou checksum, calculada sobre todos os bits do quadro anterior, depois destes terem sido baralhados de um modo pseudo-aleatrio num "scrambler". Nota: A ao do scrambler (existente em todas as transmisses de quadros STM-4 e de ordem superior), tem como sabemos, por finalidade baralhar os bits de modo a evitar longas seqncias de "0s" ou de "1s", que tornariam difcil a extrao do sinal de relgio do sinal que chega por parte do regenerador. Os bits so assim todos embaralhados antes de serem enviados, com exceo dos relativos aos da linha do cabealho em que se encontram os bytes A1 e A2, a fim de permitir o alinhamento de quadro chegada. A soma sem transporte feita longitudinalmente, ou seja, os bits 1 so somados com os bits 1, os bits 2 com os bits 2... e os bits 8 com os bits 8 de todos os bytes do quadro, dando finalmente origem ao byte B1 que colocado no local assinalado na seo de regeneradores do quadro em questo. Este procedimento designado por "Bit Interleaved Parity check (BIP-8)". No NE (elemento de rede) seguinte, aps ser efetuado o alinhamento de quadro (deteco dos bytes A1 e A2), novamente calculado o BIP-8, o qual comparado com o indicado no RSOH, para verificao de erros de transmisso, sendo ento o quadro desembaralhado. No devemos esquecer que estando este byte na seo dos regeneradores, isto significa que este controle de erros efetuado em todos os regeneradores por onde o sinal passa. O byte E1 constitui um canal telefnico de servio entre regeneradores, ou seja, um canal de voz destinado a permitir a troca de impresses entre operadores relacionados com o servio de gesto ou de administrao da rede. O byte F1 constitui um canal telefnico para comunicao entre utilizadores, ou seja, um canal de voz reservado a utilizadores especficos como o administrador da rede, por exemplo. para todos os efeitos um canal telefnico de manuteno. Os bytes D1, D2 e D3 constituem um canal de transmisso de dados de 3 x 64 = 192 Kbps. Podem ser utilizados, por exemplo, para controlar e monitorar o funcionamento de diversos equipamentos de rede sncronos existentes.

A "Seo de Multiplexers" nos quadros STM N:

14O byte E2, conforme Figura 15, representa o canal de servio MSOH e desempenha um papel semelhante ao desempenhado pelo byte E1 na seo de regeneradores. Este canal de voz s est disponvel para transmisses entre sees de Multiplexers.

Figura 15: Detalhamento das Sees de Regenerao e Multiplex Os bytes D4 a D12, em nmero de 9, so um canal de transmisso de dados a 576 Kbps (9 x 64 kbps) entre sees de multiplexers, permitindo o comando remoto, controle e monitorao de equipamentos de rede nestes locais. Os bytes B2, em nmero de 3, permitem um controle de erros de transmisso, efetuado de modo semelhante ao utilizado na seo de regeneradores. A soma de controle (ou checksum) agora calculada sobre 3 bytes de cada vez, longitudinalmente, (bit 1 com bit 1, bit 2 com bit 2, .... bit 24 com bit 24) dando origem a 3 bytes (BIP-24) que ocupam a quinta linha da seo de multiplexers do cabealho (MSOH). O clculo sempre feito sobre os bits do quadro STM-1 anterior, sendo, contudo excludos da soma de controle os bits da sua seo de regeneradores. Os bytes K1 e K2 so usados para "comutao automtica de proteo" tambm designada por APS (Automatic Protection Switching). Em geral em SDH, h sempre um link de recurso disponvel para o caso de falha de funcionamento do link principal. Este fato constitui de resto um dos trunfos do SDH, que o faz bastante procurado como sistema para transporte de dados, visto que atualmente os clientes exigem, no s rpidas ligaes, como ligaes fiveis, trabalhando sem quebras ou interrupes 24 horas por dia. No caso de falha do link em uso, o receptor envia uma mensagem ao n anterior da mesma seo de multiplexers, usando para a funo os bytes k1 e k2 referidos, convidando-o deste modo a restabelecer o link por outro caminho alternativo, conforme mostra a Figura 16.

Figura 16: Proteo em Rede SDH O byte S1, nomeadamente por meio dos bits 5 a 8, serve para trocas de mensagens sobre o estado de sincronizao dos elementos de rede, melhor dizendo, especificando o nvel de qualidade atingido para o sincronismo.

15O byte M1 utilizado como "Indicao Remota de Erro" (Remote Error Indication - REI), conforme indicado na Figura 17. No caso de quadros do tipo STM-1 ou STM-4, este byte utilizado pelo n receptor para indicar ao n emissor anterior o nmero (de 0 a 24) de bits da soma de controle que recebeu com erros detectado pelo BIP-24. Para quadros STM-16 esta operao no realizada, sendo este valor ento colocado em "FF" (255).

Figura 17: Indicao de Erro REI No demais relembrar que os bytes acima indicados se encontram na seo de multiplexers do cabealho de seo, as mensagens referidas so sempre trocadas com elementos de rede da "seo de multiplexers". H ainda a considerar 6 bytes designados por "X" que so para utilizao ao nvel nacional, no tendo sido definida a sua funo e finalmente os restantes bytes das seces RSOH e MSOH cuja misso aguarda tambm definio futura. 2.12 O cabealho "POH" nos Contineres de Ordem Elevada A Figura 18 representa um quadro STM-1 evidenciando neste o continer virtual VC4 com o seu cabealho "POH". Conforme j dissemos este cabealho formado no NE (normalmente um multiplexer) de acesso rede SDH, e s desfeito quando o continer deixa a rede SDH. Os bytes que o formam so assim trocados "ponta a ponta" entre estes 2 ns extremos e so os que a seguir se referem:

Figura 18: Quadro STM-1 com carga VC-4 Byte J1 - Tem no continer virtual um papel semelhante ao desempenhado pelo byte J0 na seo de Regeneradores do Cabealho de Seo. Permite ao receptor validar o caminho seguido pelos quadros que recebe. Durante um nmero mximo de 16 quadros consecutivos, enviada uma "string" ou conjunto de caracteres ASCII (terminado pelo caractere correspondente tecla "enter") , que comparada pelo receptor com as seqncias anteriormente recebidas, permitindo-lhe assim confirmar que continua a receber quadros com a mesma provenincia, identificando-as como vlidas. Byte B3 - Trata-se de um BIP-8 , semelhana do existente na seo de regeneradores (byte B1), e calculado sobre todos os bits do VC4 anterior. Este byte B3 um modo de detectar erros de transmisso por "checksum" (soma de controle), e colocado no seu lugar no POH antes dos bits serem baralhados.

16Byte C2 - Indica a composio (tipo de carga) do continer VC transportado. A ttulo de exemplo, poder indicar o transporte de dados ATM (C2 =13H), TUG - Grupo de Unidades Tributrias (C2 = 02H), dados procedentes de uma MAN (C2=14H), FDDI (C2 =15H), carga assncrona a 140 Mbps, etc. Byte G1 - Tambm designado por "path status", ele informa, em sentido contrrio ao da progresso do quadro, mais propriamente ao n de origem, onde o continer foi construdo, sobre a qualidade ou performance do caminho seguido pelo continer. Os bits 1 a 4 constituem o chamado REI (Remote Error Indication), e referem por meio dum nmero entre 0 e 8, a quantidade de bits trocados detectados no BIP-8" B3. Outro tipo de problemas detectado na ligao, como por exemplo uma falha do sinal, transmitida ao "n de origem" ativando o bit 5 deste mesmo byte. Esta indicao designada por RDI (Remote Defect Indication). Os bits 6 e 7 so reservados para uso opcional e o bit 8 no tem ainda utilizao definida. Bytes F2 e F3 - A sua utilizao idntica descrita para o byte F1 do RSOH. Byte H4 - Indicador de Multiquadro. Conforme se explica em outro local, os quadros SDH quando transportam tributrios de 2 Mbps (tambm 1,5 Mbps, na verso UIT-T) fazem-no sempre por meio de conjuntos de 4 contineres VC-12 (ou VC-11 no caso de cargas de 1,5 Mbps). Estes contineres viajam em grupo, alojados em "verdadeiros mini-quadros" (TUs) , aos quais por sua vez so agrupados (TUGs) e arrumados por meio de multiplexagem no continer virtual de ordem elevada (VC4 neste caso). O byte H4 d conta desta situao, atribuindo um nmero (de 0 a 3), a cada um dos 4 quadros que formam a multiquadro. Byte K3 - Destina-se a sinalizao do tipo APS (Comutao Automtica de Proteo), para caminho de ordem elevada. Byte N1 - Byte de Operador de Rede (Network Operator). utilizado com funes de gesto e monitorao da rede. 2.13 A funo dos Ponteiros em SDH Os contineres (VC4 por exemplo), podem comear em qualquer posio do espao de carga do quadro STM-1. A primeira Figura 19 mostra-nos um incio do continer coincidente com o incio do quadro, mas nem sempre assim acontece.

Figura 19: Indicao de Ponteiro Incio Coincidente Na zona ocupada pelo ponteiro da AU-4 (constituda nos desenhos pelos 9 bytes assinalados em vermelho na quarta linha dos quadros), os bytes H1, H2 desempenham um papel ativo na localizao precisa do continer dentro do espao de carga previsto para a funo. Assim, os bytes H1 e H2 atuam como ponteiros, indicando o "offset" do byte J1, primeiro byte do continer virtual VC4. Este offset no mais do que a distncia, medida em conjuntos de 3 bytes, do byte J1 (incio do continer VC4), ao fim da rea de ponteiros (ltimo byte H3 da rea de ponteiros). No caso do desenho da Figura 19, por exemplo, os bytes H1 e H2, teriam de referir, em valor binrio, "o numero 522", visto que a contagem se faz de 3 em 3 bytes e o offset de 1566 bytes (6 linhas de continer virtual de 261 bytes cada). O valor mximo possvel para o "offset", indicado pelo ponteiro, deveria ser assim de 783. Este valor corresponde a 3 x 783 = 2349 bytes, ou seja, ao tamanho do continer virtual VC4 (9 linhas de 261 bytes cada) . Devemos, contudo, lembrarmo-nos que a contagem se inicia em zero (para o continer que comece logo em frente do ponteiro da AU), assim teremos de subtrair 1 unidade a este nmero, ou seja poderemos ter offsets entre 0 e 782. Tal como se pode constatar pelo exposto na Figura 20 , os contineres podem comear em qualquer posio, estendendo-se inclusivamente por 2 quadros, e iniciando-se em qualquer byte do espao de carga.

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Figura 20: Indicao de Ponteiro Incio no Coincidente O uso de ponteiros elimina praticamente o uso de buffers nos ns da rede, visto que qualquer deslize da carga (no tempo), pode ser retificado por meio de um reajuste do valor do ponteiro que a localiza dentro do espao de carga do quadro (payload). Devemos notar que para que isto fosse possvel, os contineres foram criados com espao interior superior ao realmente exigido pelas cargas PDH para cujo transporte eles foram criados. Embora o SDH seja uma rede sncrona, temos sempre de considerar defasamentos ou "escorregamentos no tempo" no funcionamento dos relgios, devidos fundamentalmente a duas ordens de razes: 1. Um mesmo clock distribudo na rede SDH, mas tendo de percorrer distncias longas e diferentes. 2. freqente a existncia de um clock mestre distribudo para um determinado nmero de ns, formando aquilo a que normalmente se designa uma "Ilha SDH". O fato de na sua distribuio, o sinal ter de percorrer distncias diferentes, origina ainda assim, diversos valores relativos de fase e de freqncia, originados por atrasos de propagao diferentes nos referidos percursos.

1. Diferentes freqncias de relgio de sinais procedentes do PDHConforme sabemos, os sinais em PDH apresentam freqentemente diferentes valores de freqncia de relgio, embora nominalmente o seu valor seja o mesmo. Para estas diferenas contribuem as diversas provenincias do sinal, diferentes condies de propagao, e ainda as tolerncias de fabrico dos respectivos dispositivos de relgio. Estas alteraes traduzem-se na prtica por "escorregamentos da carga" dentro do continer que a aloja, sendo necessrio reajustar o valor do ponteiro que a localiza, tal como se evidencia na Figura 21.

Figura 21: Ajuste de Ponteiro para Carga PDH Se quisermos fazer uma analogia, podemos pensar em 2 carruagens de um comboio que se desloquem mesma velocidade e que transportem cada uma no espao de carga que possuem o seu continer. Ao iniciar-se o movimento do conjunto, pode ocorrer duas possibilidades:

181. Os contineres movem-se mesma velocidade que as carruagens; 2. Os contineres movem-se com velocidade diferente das carruagens, neste caso, eles movem-se mais depressa do que estas, deslizando dentro das carruagens, o que no caso presente, faz com que o ltimo continer passe a ocupar mesmo mais do que uma carruagem. Se pensarmos em termos de quadros SDH (carruagens) e em contineres virtuais VC4 por exemplo (contineres) , teremos uma idia do que pode suceder quando a freqncia do clock responsvel pelos contineres virtuais, superior freqncia do clock responsvel pela transmisso dos quadros SDH. 2.14 Compensao de Escorregamentos e Ajuste de Ponteiros em SDH Quando existem diferenas de relgios entre os sinais tributrios, 2 situaes distintas podem ocorrer: Situao 1 A soma das velocidades ou "bit rates" dos sinais de entrada superior velocidade de funcionamento do relgio que controla a sada do Multiplexer: Neste caso, a quantidade de bits que entra no multiplexer, sendo superior que o abandona, tem tendncia a acumular-se. A soluo ser o multiplexer, de quando em quando, enviar para o exterior mais bits do que o que seria possvel enviar utilizando apenas o espao interior do continer, evitando-se desta forma, a perda de dados. Assim, encontra-se disponvel (por estar reservada para esta funo) a regio ocupada pelos 3 bytes H3, ou "bytes de ao" como so designados em SDH. Logo que a diferena entre a quantidade de bits que chega e a que abandona o Multiplexer atinja os 24 bits (3 bytes), estes so colocados no lugar dos bytes H3, impedindo a acumulao de bits na entrada. Esta operao designada por justificao negativa, acompanhada de um ajustamento do ponteiro, sendo o seu novo valor (offset) escrito nos bytes H1 e H2, reduzido em 1 unidade (3 bytes). Na Figura 22 d-se conta da operao realizada, sendo bem visvel que a posio do byte "J1" (e conseqentemente todo o continer), desliza para uma posio final 3 bytes atrs da anteriormente ocupada.

Figura 22: Justificao Negativa Como evidente, sempre que se realiza uma justificao de ponteiros como a descrita, o receptor avisado do fato, a fim de "no se esquecer" de ler tambm os 3 bytes H3 de informao extra. Durante os quadros anteriores e os que seguem a esta operao, os bytes H3 transportam bits de enchimento, ignorados pelo sistema.

Situao 2 Justificao Positiva e Ajuste de Ponteiros em SDH

19De modo semelhante ao anteriormente descrito, pode dar-se o caso de o ritmo a que chegam os dados ao multiplexer de um determinado n de rede ser inferior velocidade do clock responsvel pela sua sada. Para corrigir esta situao, este elemento de rede ter, periodicamente, de enviar bits suplementares (de enchimento ou justificao) colocando-os no espao de carga do continer, em local reservado para esta funo, imediatamente frente dos bytes de ao H3 do "Ponteiro da AU", conforme se evidencia na Figura 23.

Figura 23: Justificao Positiva O ponteiro que indica o incio do VC4 agora aumentado de 1 unidade (3 bytes) e o elemento de rede receptor informado da operao realizada atravs de uma operao (que se encontra normalizada) de inverso de determinados bits que constituem os bytes H1 e H2. chegada ao n seguinte, os bytes de justificao (em cinza na Figura 23) sero ignorados, por no transportarem informao. Para informar o receptor de que deve ler os bytes H3 (justificao negativa) ou ignorar os 3 bytes de enchimento (justificao positiva) utilizado o seguinte processo: No caso de uma justificao negativa, so invertidos os bits 8, 10, 12, 14 e 16 (bits "D") do conjunto de 16 bits que constituem os bytes H1 e H2, no quadro em que esta justificao tem lugar, sendo levado a efeito no quadro seguinte um Decrscimo de 1 unidade no valor do ponteiro. No caso de uma justificao positiva, so invertidos os bits 7, 9,11,13 e 15 dos bytes H1 e H2. A inverso destes bits, designados por bits "I" seguida no quadro seguinte por uma operao de Incremento do ponteiro em 1 unidade. Durante pelo menos os 3 quadros seguintes no permitida qualquer atualizao de ponteiros. Tanto a operao de justificao positiva agora descrita, como a de justificao negativa, anteriormente referida, tem de ser realizadas por um equipamento com funes do tipo multiplexer, j que as operaes com ponteiros exigem a leitura e escrita na rea do MSOH. 2.15 Transporte de uma carga "assncrona" de 140 Mbps num quadro STM-1 A adaptao de cargas de 140 Mbps (ditas assncronas) provenientes do PDH, ao ritmo de transporte dos quadros SDH e sua estrutura, comea por uma operao designada por "mapeamento". Esta operao, que "arruma" o sinal E4 referido, no interior do continer C4, corresponde na prtica a um aumento da freqncia do sinal oriundo do PDH, o qual conseguido do seguinte modo: Atravs da incluso de bits de enchimento de justificao fixa, eleva-se o bit rate at um valor mais prximo do ritmo de transporte correspondente ao quadro STM-1, que de 155,52 Mbps (alinhamento aproximado dos relgios); Adicionando ao espao de carga bits de "controle de justificao" e de "oportunidade de justificao (alinhamento rigoroso com o sinal de relgio do SDH). Os bits de "controle de justificao" indicam se os "bits de oportunidade de justificao" transportam com eles (ou no) informao til. Este ajuste da carga ao espao disponvel do continer por justificao positiva, permite por assim dizer, uma "regulao fina" do alinhamento do relgio. Junta-se seguidamente ao continer C4 descrito, um cabealho (POH), que caracteriza de modo inequvoco o caminho (path) que o continer vai percorrer, bem como o seu contedo, dando origem ao continer virtual VC4 (ver Figura 24).

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Figura 24: Formao do Continer Virtual VC-4 com Justificao A operao seguinte consiste na juno de um ponteiro que indique o incio do continer (byte J1, ou primeiro byte do POH), no espao de carga do quadro, dando assim origem Unidade Administrativa AU4, operao esta designada por "alinhamento". Para esta funo so utilizados, conforme j sabemos, os bytes H1 e H2 do ponteiro. (vide a funo dos ponteiros em SDH). Finalmente so-lhe acrescentados os cabealhos de seo RSOH e MSOH que compem o sinal STM-1. 2.16 Transporte de uma carga "assncrona" de 34 Mbps num quadro STM-1 A transmisso de cargas "assncronas" de 34 Mbps em SDH, faz-se recorrendo ao continer C3, cuja capacidade de 9 X 84 = 756 bytes, ou seja de 6048 bits. Dado que o seu envio se faz em 125 s, isto corresponde a um dbito de 48,384 Mbps, o que permite transportar neste continer, no s a carga de 34 Mbps do PDH europeu, como (em alternativa) a carga de 45 Mbps do mesmo nvel hierrquico, usada por exemplo nos Estados Unidos. Se quisermos fazer as contas de outro modo, podemos verificar que aos 34,368 Mbps do sinal PDH de nvel 3 (E3), enviados em 8000 quadros, correspondem 34 368 000 / 8000 = 4296 bits por quadro, quantidade esta bastante inferior ao tamanho do continer, que como j vimos de 6048 bits. Assim, a operao de acomodao deste sinal dentro do continer (mapeamento) faz-se, por um processo anlogo ao referido para o sinal de 140 Mbps e o continer C4, recorrendo a bits de enchimento (justificao fixa), e bits de justificao. A norma prev para esta funo a diviso do continer em 3 partes (referenciadas por T1 na Figura 25). Existem assim, repartidos por cada uma das 3 partes, 1431 bits de informao, 2 bits de oportunidade de justificao, 2 conjuntos de 5 bits de controle de justificao, e ainda bits de overhead e de enchimento num total de 2016 bits. Cada conjunto de 5 bits de controle de justificao (C) responsvel por um dos bits (num total de 2) de oportunidade de justificao (bits S). Assim, se os 5 bits "C" tiverem o valor "00000" o bit "S" correspondente contm informao; se tiverem o valor "11111" o bit "S" apenas de enchimento. No caso de alguns bits destas seqncias apresentarem valores diferentes do esperado, a deciso sobre o significado do bit S tomada por maioria.

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Figura 25: Transporte de Carga Assncrona de 34 Mbps Para a criao do continer virtual VC3, acrescentado ao continer C3 assim formado, um cabealho POH, que acompanhar o continer durante todo o seu percurso at abandonar a rede SDH, e que tem uma constituio igual referida para o continer virtual VC4. O transporte de 3 destes contineres virtuais de "baixa ordem" VC3, no espao de carga do quadro STM-1 faz-se de acordo com a estrutura de multiplexagem definida pela ETSI, por meio da adio de um ponteiro de 3 bytes a cada um, dando assim origem ao que se designa por Unidade Tributria TU-3. A estes 3 bytes do ponteiro so acrescentados 6 bytes de justificao fixa, formando-se ento uma TUG-3 ou Grupo de Unidades Tributrias de 3 nvel. A designao de "Grupo" deve-se ao fato da TUG-3 poder em alternativa juntar, ao invs do caso presente, em que temos uma nica unidade tributria (logo um s continer e um s sinal), diversas unidades tributrias de dimenso inferior (e diversos sinais), como havemos de ver posteriormente. No caso presente, e conforme referenciado na Figura 26, teremos TU-3 = TUG-3.

Figura 26: Formao do quadro STM-1 a partir de C-3 assim permitido ao continer VC3 "deslizar" dentro do espao de carga da TU-3, como poder por exemplo suceder no caso de variao de fase ou de perodo do relgio do sinal PDH de 34 Mbps que transporta. De igual modo poder espraiar-se por mais do que um quadro STM -1. Conforme podemos observar na Figura 26, o continer virtual VC-3 comporta 9 linhas de 85 bytes cada, sendo que os 3 contineres somam 255 colunas de 9 bytes. Dado que o espao de carga do continer virtual VC4 de 260 bytes, e que os ponteiros da TU-3 ocupam 3 colunas, foi necessrio prever mais 2 colunas de justificao fixa, localizadas como se pode ver no desenho, logo a seguir ao POH do VC4.

22Os ponteiros H1 e H2 pertencentes s unidades tributrias TU-3 definidas, ocupam uma posio fixa dentro do continer VC4, e indicam dentro de cada TUG-3 a posio exata do incio dos respectivos contineres VC3 (bytes J1 dos mesmos) Deste modo eles podero indicar um offset entre 0 e 764, ou seja 765 valores possveis para a posio dos bytes J1. Na verdade a rea (a cinzento na Figura 26) reservada para os VC3s de 255 x 9 = 2295 bytes, sendo um tero dessa rea (765 bytes), reservada a ser preenchida por cada um dos 3 contineres virtuais referidos. No espao de carga do continer VC4 (a cinzento na figura 26), podero ser transportadas: 3 TUG-3 multiplexadas byte a byte, logo 3 unidades tributrias TU-3 e conseqentemente 3 sinais de 34 Mbps; Um ou 2 sinais de 34 Mbps, encaixados numa ou em duas TU-3/TUG-3 (respectivamente), e outros sinais de ordem inferior devidamente acomodados, dentro da (s) restante(s) TUG-3; Sinais tributrios de ordem inferior, com bit rates iguais ou diferentes, desde que devidamente mapeados em mini-contineres e alinhados em mini-quadros (unidades tributrias TU-2, TU-12 ou TU-11). Do exposto, podemos concluir que as unidades tributrias se comportam como verdadeiros "miniquadros", dentro do continer de ordem elevada que as transporta (neste caso um VC4), podendo no seu interior, deslizarem os contineres de baixa ordem devido a flutuaes de fase e de perodo dos sinais que transportam. 2.17 Transporte de cargas "assncronas" de 2 Mbps em Quadro STM-1 Como sabemos, os sinais PDH de 2 Mbps so transportados em quadros com a durao de 125 s e com 32 bytes de extenso, dos quais 30 bytes correspondem a tributrios de 64 Kbps (30 canais de voz por exemplo), um byte a um canal de alinhamento e sincronismo, e o restante ao canal de sinalizao. Para efetuar o seu transporte em SDH, foi criado um continer designado por C-12, com o tamanho de 34 bytes, ou seja, 272 bits, conseqentemente com capacidade para transportar os 256 bits (32 bytes) que correspondem a quadro E1 de 2 Mbps citado. Informao suplementar identificadora do caminho a percorrer pelo continer e a sua carga, fornecida por meio de um cabealho (POH) constitudo por 1 byte, dando assim origem formao do continer virtual VC-12. A acomodao do sinal de 2 Mbps dentro deste continer (mapeamento) introduz, a exemplo de situaes anteriormente descritas, bits suplementares de justificao, fixa e varivel (positiva, negativa ou nula). Estes bits permitem, como sabemos, elevar o bit rate relativo ao transporte do sinal e compensar pequenas imprecises do relgio. Para efetuar o transporte de acordo com a estrutura SDH, foi estabelecido um "espao" dentro do qual o continer pode deslizar, compensando-se assim atrasos de propagao de sinais na rede, com os conseqentes desalinhamentos. Para identificar de modo preciso a posio do continer virtual VC12 neste espao, e semelhana do anteriormente descrito para outras cargas, criado um ponteiro (com o tamanho de 1 byte), que em conjunto com o VC12, d origem a uma espcie de mini-quadro designado por Unidade Tributria TU-12. A Figura 27 mostra-nos, em representao bidimensional, o quadro E1 de 2 Mbps, os contineres C12 e VC12, e a Unidade Tributria TU-12.

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Figura 27: Formao da Unidade Tributria TU-12 a partir de E1 Conforme se pode ver pela estrutura de multiplexagem definida pelo ETI, possvel transportar 63 sinais PDH de 2 Mbps num continer C4, situao que se evidencia em "desenho apenas de princpio" apresentado na Figura 28.

Figura 28: Transporte de Sinais E1 em Quadro STM-1 Notar que o quadro STM-1 s tem capacidade para transportar 63 tributrios de 2 Mbps, quando a sua homloga E4 de 140 Mbps do PDH transportava 64 sinais deste tipo. Tal fato deve-se necessidade de transportar, conjuntamente com cada sinal, outras informaes preciosas, como por exemplo sobre o caminho seguido at ao destino e a "qualidade" dessa ligao, ponteiros para a sua localizao exata dentro do espao de carga, e at sinais de erro e de alarme de funcionamento. 2.18 Grupos de Unidades Tributrias TUG-2 e TUG-3 Conforme se pode ver analisando a Estrutura de Multiplexagem SDH, normalizada pela Recomendao G. 709 da UIT -T, e tambm referida no modelo do Instituto de Normalizao Europia de Telecomunicaes ETSI, transcrita pela Figura 29, o transporte de cargas de 2 Mbps, ditas assncronas (como freqentemente so designadas) em SDH, passa nomeadamente pelas seguintes operaes:

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Figura 29: Estrutura de Multiplexagem SDH da ETSI

1. Constituio de Contineres Virtuais VC-12 adequados, e acomodao do sinal no interior destes(operao de Mapeamento);

2. Formao de Unidades Tributrias TU-12, verdadeiros mini-quadros de transporte para os 3.contineres de baixa ordem (operao de alinhamento do relgio do sinal PDH com o relgio da seo de multiplexers do SDH); Reunio de 3 TU-12 (e, portanto 3 sinais diferentes de 2 Mbps) e sua Multiplexagem "byte a byte", originando uma estrutura de transporte em posio fixa dentro do espao de carga do continer VC-4, designada por Grupo de Unidades Tributrias - TUG-2. Na Figura 29 podemos ver, de modo simblico, os 3 ponteiros das TU-12 j localizados nas TUG-2 e apontando para o POH dos VC-12 (bytes V5). Na Figura 30 encontra-se exemplificada a operao de multiplexagem referida.

Figura 30: Multiplexagem de TU-12 em TUG-2 Nova Multiplexagem "byte a byte" de 7 TUG-2 numa TUG-3, teremos agora 21 sinais E1 de 2 Mbps em condies de serem acomodados num continer VC4 para transporte em quadro STM-1, velocidade de 155, 520 Mbps. Na Figura 31 podemos notar que as 21 TU-12, depois de agrupadas em 7 TUG-2, e multiplexadas, mantm em conjunto na TUG-3 os 21 ponteiros que apontam para o incio dos contineres virtuais VC-12, permitindo facilmente a qualquer Elemento de Rede localizar uma determinada carga pretendida de 2 Mbps.

25Figura 31: Formao de um Grupo de Unidades Tributrias TUG-3

4. Se nos lembrarmos da constituio de uma TUG-3, tal como a conhecemos do estudo que fizemospara o transporte de cargas E3 do PDH de 34 Mbps, podemos notar que ela formada por 9 linhas e 86 colunas. Assim, e dado que a multiplexagem das 7 TUG-2 numa TUG-3 conduziu apenas a 7 x 12 = 84 colunas, agora necessrio acrescentar, no seu topo, mais 2 colunas de 9 bytes, que comportam bytes de enchimento (justificao fixa). A fim de manter uma estrutura semelhante para estes 2 tipos de TUG-3 , os 3 primeiros bytes da primeira coluna, que no caso do transporte de um continer VC-3, desempenhavam a funo de ponteiro, so agora designados por "NPI" (Null Pointer Indicator), no desempenhando todavia no caso presente, qualquer funo relevante. 5. Se dispusermos de 63 sinais PDH de 2 Mbps e os pretendermos transportar num quadro STM-1, deveremos agrup-los em 3 Grupos de Unidades Tributrias TUG-3, cada uma delas comportando 21 sinais, tal como anteriormente descrito, e entreme-las "byte a byte" (multiplexagem final) para dentro de um continer virtual VC-4. Esta operao conduz formao de 3 x 86 = 258 colunas de 9 bytes, sero no fim acrescentadas 2 colunas no topo com bytes de enchimento, um cabealho "de percurso" do VC 4-POH, de modo a completar a carga do continer VC-4. Na Figura 32, podemos notar, em cinza, as colunas com bytes de enchimento (justificao fixa) introduzidos aps multiplexagem das 3 TUG-3, os "falsos ponteiros" NPI (sem funo atribuda neste caso), e os 63 verdadeiros ponteiros das TU-12, que indicaro a localizao exata do primeiro byte (V5) do continer C12 que transporta cada um dos 63 sinais de 2 Mbps do PDH.

Figura 32: Detalhes do Payload do STM-1 ao Transportar Sinais E1 2.19 O Multi-Quadro VC12 Descrevemos em lio anterior o mtodo de multiplexagem utilizado para o transporte de sinais de 2 Mbps em SDH, faltando todavia referir alguns detalhes, por exemplo, o fato de o transporte se efetuar sempre em grupos de 4 contineres de cada vez, designando-se a estrutura assim criada por Multi-Quadro VC-12. Cada um dos 4 contineres referidos comporta 35 bytes, sendo 34 bytes de carga e 1 byte de cabealho (POH). O byte do cabealho designado por V5 no primeiro continer dos 4 que constituem o miniquadro VC12 e repete-se a cada 500 s. Estes 4 contineres viajam sempre em conjunto, formando uma estrutura nica, desde a entrada na rede SDH at o seu destino final, no faria sentido repetir o mesmo byte 4 vezes, uma vez que nos outros

263 contineres, o cabealho formado por 3 bytes com diferentes funes e designados, respectivamente, por J2, N2 e K4, conforme Figura 33.

Figura 33: Formao do Cabealho Completo de VC-12

Os restantes bytes referenciados na Figura 33 tm o seguinte significado: R- contm 8 bits de enchimento fixo cada um ; C- contm 2 bits de controle de justificao, 4 de overhead e 2 de enchimento fixo; S1- contem 2 bits de controle de justificao, 5 bits de enchimento fixo, e 1 bit de oportunidade de justificao; S2- contem 1 bit de oportunidade de justificao e 7 bits de dados.

O byte J2 tem um significado equivalente ao dos bytes J0 e J1 estudados anteriormente, identificando, de modo inequvoco, o caminho seguido pelo continer desde que entrou na rede SDH at ao seu destino final; O byte N2 designado por byte de operador de rede (Network Operator byte), tem funes de gesto de rede; O byte K4 designado por APS (Automatic Protection Switch) tem, para os contineres de baixa ordem, funes semelhantes s do byte K3 existente no POH dos contineres de ordem elevada e descrita anteriormente. O byte V5 serve para informar remotamente o elemento de rede onde o VC12 se formou, da deteco de diversos tipos de erros, alm de servir de "etiqueta" definindo o tipo de mapeamento efetuado. A tabela seguinte apresenta os 8 bits que compem este byte, e a sua designao oficial, tal como indicado na Recomendao G-783 da Unio Internacional de Telecomunicaes (UIT -T). BIP-2 (1) BIP-2 (2) REI RFI L1 L2 L3 RDI

Os 2 bits mais significativos (BIP-2) representam a somatria mdulo 2 de controle dos bits do continer anterior (incluindo o POH): BIP-2 (1) soma dos bits de ordem mpar (1, 3, 5 e 7) e BIP-2 (2) soma dos bits de ordem par (2, 4,6 e 8); O bit 3 seguinte - "Remote Error Indication", tambm designado por "REI" ativado e enviado em sentido contrrio ao da progresso do continer VC 12 em causa, para indicar um erro de paridade detectado pelo BIP-2; O bit 4 - "Remote Failure Indication" ou RFI ativado (colocado a "1") para indicar uma falha de funcionamento, e tal como no caso anterior, enviado de volta para o elemento de rede onde o continer foi formado, dando-lhe conta desta situao; considerada uma falha digna de ser assinalada por este bit aquela que persiste para alm do tempo previsto para atuao dos mecanismos normais de proteo do sistema de transmisso. Os bits 5 , 6 e 7 "Signal Label" so uma espcie de etiqueta com indicaes sobre o tipo de mapeamento de sinal efetuado; O bit menos significativo (designado pela norma como bit 8) - Remote Defect Indication ou "RDI", um bit de alarme e indica uma falha do servidor ou de ligao (ausncia de recepo de sinal, por exemplo);

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http://www.eppet.pt/data/linkserv/telecom/tm12_21.html