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FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA KALIANDRA SAMPAIO DOS SANTOS HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA EUNÁPOLIS, BA 2018

HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

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Page 1: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

KALIANDRA SAMPAIO DOS SANTOS

HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBACcedilAtildeO OROTRAQUEAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA

EUNAacutePOLIS BA

2018

KALIANDRA SAMPAIO DOS SANTOS

HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBACcedilAtildeO OROTRAQUEAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito final para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Enfermagem Orientadora Profordf Me Renata Soares Passinho

EUNAacutePOLIS BA

2018

KALIANDRA SAMPAIO DOS SANTOS

HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBACcedilAtildeO OROTRAQUEAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito final para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Enfermagem

Profordf Me Renata Soares Passinho (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

Prof EspDiego Da Rosa Leal (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia) ProfEsp Francis Celi Pinheiro Mendes (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

Profordf Esp Maria Cristina Marques

Coordenadora do Curso de Enfermagem

Eunaacutepolis - BA 10042018

AGRADECIMENTOS

O que eacute o FUTURO A depender da perspectiva pode parecer algo tatildeo distante ou somente uma palavra para definir o que eacute quase inalcanccedilaacutevel Este eacute o meu futuro Foram dias intensos que me tornaram algueacutem melhor pronta para novos desafios

planos e metas Foram cinco anos almejando que esse futuro se fizesse presente o quanto antes Hoje com laacutegrimas transcorrendo dos olhos e com um senso de

gratidatildeo imensuraacutevel trago agrave tona a melhor de minhas emoccedilotildees recordando pessoas que foram parte essencial dessa jornada Sou indescritivelmente grata agrave minha voacute Raymunda Oliveira Dias que fez de mim seu reflexo na arte de cuidar e

amar e a saber o real sentido do amor Meu muito obrigada ldquoMAtildeErdquo Donatto Sampaio Checon meu filho por abdicar de todos os prazeres de uma matildee presente

com toda compreensatildeo entendimento e amor possiacuteveis Sou grata ao pai do meu filho e hoje meu grande amigo Joseacute Donato Checon da Costa que foi o

impulsionador do meu sonho e grande responsaacutevel pela meta alcanccedilada e que independentemente das mudanccedilas da vida soube se fazer presente sendo alicerce e parceiro Jamais poderia deixar de citar minha grande amiga Giselle pelo pontapeacute

inicial o apoio nos momentos de desespero e pela alegria genuiacutena ao me ver vencer cada batalha Reconheccedilo as palavras de motivaccedilatildeo e a confianccedila no meu potencial que Carolzinha e ldquoTia Maggyrdquo me ofertaram Minha amiga Maacutercia Alves Gonccedilalves

por dedicar horas para me ajudar na produccedilatildeo deste trabalho Minha eterna gratidatildeo Maacutercia sem vocecirc eu natildeo teria conseguido Por uacuteltimo e natildeo menos importante aos professores Johan Samira Cybelle Gislaine Francis e Diego por toda paciecircncia

maestria competecircncia parceria e amizade durante todo o curso Minha eterna gratidatildeo A presidente da Faculdade Ademildes Maria Alves da Silva por diversas

vezes me ensinar na praacutetica que justiccedila compromisso disciplina e regras podem ser aplicados com coerecircncia humanismo e amor obrigada por ser exemplo de

lideranccedila levarei essas liccedilotildees pra vida agrave minha orientadora Me Renata Soares Passinho por toda paciecircncia dedicaccedilatildeo comprometimento atenccedilatildeo

disponibilidade e apoio Aos que natildeo pude citar na imensidatildeo ainda que limitada das palavras deixo minha enorme gratidatildeo e carrego comigo a certeza de que cada

obstaacuteculo vencido fez de mim a mulher e profissional que o futuro vislumbrado exige Esse meu futuro natildeo eacute ponto final e sim recomeccedilo

EPIacuteGRAFE

Um dia vocecirc tem tipo um click Vocecirc percebe o que eacute importante e o que natildeo eacute Vocecirc aprende a se incomodar menos sobre o que os outros pensam de vocecirc e mais sobre o que pensa de si

proacuteprio Vocecirc percebe o quatildeo longe vocecirc chegou e de quantas vezes pensou como as

coisas estavam tatildeo confusas e vocecirc natildeo conseguia encontrar uma saiacuteda Entatildeo ldquovocecirc sorri porque vocecirc estaacute realmente orgulhoso de si mesmo e da pessoa

na qual vocecirc lutou para se tornarrdquo Autor Desconhecido

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho ao meu filho Donatto Sampaio Checon que mesmo enquanto muito pequeno soube entender a minha

ausecircncia e renovar minhas forccedilas a cada reencontro a cada abraccedilo repleto de saudade e compreensatildeo cujas qualidades

satildeo natas de um futuro grande homem

RESUMO

A realizaccedilatildeo da higiene oral eacute uma teacutecnica que tem se mostrado eficaz para a manutenccedilatildeo da sauacutede e do conforto dos pacientes pois essa contribui para a diminuiccedilatildeo de taxa de morbimortalidade e de permanecircncia no leito O objetivo geral deste trabalho foi investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral pela equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal internados em Unidade de Terapia Intensiva e a evoluccedilatildeo destes com a praacutetica correta desse procedimento Deste modo a pergunta norteadora dessa revisatildeo foi apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene oral em pacientes assistidos em unidades de terapia intensiva e submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal as equipes de enfermagem realizam a higiene oral adequadamente A metodologia utilizada foi a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da realizaccedilatildeo de uma busca entre agosto de 2017 a outubro de 2017 nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Os resultados encontrados a partir dos artigos revisados apontaram que embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral nos pacientes intubados natildeo haacute comprovaccedilatildeo de que essa tarefa seja realizada de forma eficaz nos registros de prontuaacuterio dos pacientes Nesse sentido conclui-se que a higiene oral natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque as enfermeiras intensivistas natildeo tecircm tempo suficiente para realizar o procedimento Deste modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode trazer consequecircncias graves para a sauacutede do doente Assim ao se estabelecer um protocolo e treinamento com a equipe seraacute possiacutevel reduzir os iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica pois o esclarecimento sobre a importacircncia do procedimento contribui para a adesatildeo por parte da equipe de enfermagem Descritores Higiene Oral Unidade de Terapia Intensiva Intubaccedilatildeo Endotraqueal Enfermeiras e Enfermeiros Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados 20

Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos

incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28

LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS

COFEN - Conselho Federal de Enfermagem

HO - Higiene Oral

IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

PE - Processo de Enfermagem

SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

UTI - Unidades de Terapia Intensiva

UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo

SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 11

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL 17

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA

OREM 21

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22

3 OBJETIVOS 25

31 OBJETIVO GERAL 25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25

4 METODOLOGIA 26

5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32

7CONCLUSAO 37

REFEREcircNCIAS 38

11

1INTRODUCcedilAtildeO

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO

As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de

atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua

dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de

atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito

relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes

adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)

O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de

cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e

proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e

adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos

infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes

ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a

maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os

casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete

principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a

particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico

enredado

As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo

atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar

proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute

atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como

principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante

a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)

12

Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute

faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a

necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados

atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes

infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do

paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida

realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA

A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do

procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de

infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene

oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a

sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas

respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees

Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados

constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a

sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se

encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer

tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total

recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O

cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua

falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees

seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)

Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a

PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na

microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de

mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos

13

hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades

hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos

casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de

complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o

problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo

1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a

teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo

do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes

submetidos agrave IOT na UTI

3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute

preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho

Federal de Enfermagem (COFEN 2017)

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do

profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo

submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees

possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o

enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que

tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que

envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e

desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo

haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja

com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo

cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver

as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)

Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um

profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram

que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia

de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe

a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER

DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para

atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia

para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do

enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados

nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do

paciente (CRUZ et al 2014)

Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes

aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade

15

que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida

recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem

como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em

razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO

portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal

prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a

mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se

encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)

Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para

pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade

que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante

elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por

forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que

a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em

estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO

parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com

sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de

vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL

As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das

regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece

com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados

(ALMEIDA et al 2015)

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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39

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Page 2: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

KALIANDRA SAMPAIO DOS SANTOS

HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBACcedilAtildeO OROTRAQUEAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito final para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Enfermagem Orientadora Profordf Me Renata Soares Passinho

EUNAacutePOLIS BA

2018

KALIANDRA SAMPAIO DOS SANTOS

HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBACcedilAtildeO OROTRAQUEAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito final para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Enfermagem

Profordf Me Renata Soares Passinho (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

Prof EspDiego Da Rosa Leal (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia) ProfEsp Francis Celi Pinheiro Mendes (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

Profordf Esp Maria Cristina Marques

Coordenadora do Curso de Enfermagem

Eunaacutepolis - BA 10042018

AGRADECIMENTOS

O que eacute o FUTURO A depender da perspectiva pode parecer algo tatildeo distante ou somente uma palavra para definir o que eacute quase inalcanccedilaacutevel Este eacute o meu futuro Foram dias intensos que me tornaram algueacutem melhor pronta para novos desafios

planos e metas Foram cinco anos almejando que esse futuro se fizesse presente o quanto antes Hoje com laacutegrimas transcorrendo dos olhos e com um senso de

gratidatildeo imensuraacutevel trago agrave tona a melhor de minhas emoccedilotildees recordando pessoas que foram parte essencial dessa jornada Sou indescritivelmente grata agrave minha voacute Raymunda Oliveira Dias que fez de mim seu reflexo na arte de cuidar e

amar e a saber o real sentido do amor Meu muito obrigada ldquoMAtildeErdquo Donatto Sampaio Checon meu filho por abdicar de todos os prazeres de uma matildee presente

com toda compreensatildeo entendimento e amor possiacuteveis Sou grata ao pai do meu filho e hoje meu grande amigo Joseacute Donato Checon da Costa que foi o

impulsionador do meu sonho e grande responsaacutevel pela meta alcanccedilada e que independentemente das mudanccedilas da vida soube se fazer presente sendo alicerce e parceiro Jamais poderia deixar de citar minha grande amiga Giselle pelo pontapeacute

inicial o apoio nos momentos de desespero e pela alegria genuiacutena ao me ver vencer cada batalha Reconheccedilo as palavras de motivaccedilatildeo e a confianccedila no meu potencial que Carolzinha e ldquoTia Maggyrdquo me ofertaram Minha amiga Maacutercia Alves Gonccedilalves

por dedicar horas para me ajudar na produccedilatildeo deste trabalho Minha eterna gratidatildeo Maacutercia sem vocecirc eu natildeo teria conseguido Por uacuteltimo e natildeo menos importante aos professores Johan Samira Cybelle Gislaine Francis e Diego por toda paciecircncia

maestria competecircncia parceria e amizade durante todo o curso Minha eterna gratidatildeo A presidente da Faculdade Ademildes Maria Alves da Silva por diversas

vezes me ensinar na praacutetica que justiccedila compromisso disciplina e regras podem ser aplicados com coerecircncia humanismo e amor obrigada por ser exemplo de

lideranccedila levarei essas liccedilotildees pra vida agrave minha orientadora Me Renata Soares Passinho por toda paciecircncia dedicaccedilatildeo comprometimento atenccedilatildeo

disponibilidade e apoio Aos que natildeo pude citar na imensidatildeo ainda que limitada das palavras deixo minha enorme gratidatildeo e carrego comigo a certeza de que cada

obstaacuteculo vencido fez de mim a mulher e profissional que o futuro vislumbrado exige Esse meu futuro natildeo eacute ponto final e sim recomeccedilo

EPIacuteGRAFE

Um dia vocecirc tem tipo um click Vocecirc percebe o que eacute importante e o que natildeo eacute Vocecirc aprende a se incomodar menos sobre o que os outros pensam de vocecirc e mais sobre o que pensa de si

proacuteprio Vocecirc percebe o quatildeo longe vocecirc chegou e de quantas vezes pensou como as

coisas estavam tatildeo confusas e vocecirc natildeo conseguia encontrar uma saiacuteda Entatildeo ldquovocecirc sorri porque vocecirc estaacute realmente orgulhoso de si mesmo e da pessoa

na qual vocecirc lutou para se tornarrdquo Autor Desconhecido

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho ao meu filho Donatto Sampaio Checon que mesmo enquanto muito pequeno soube entender a minha

ausecircncia e renovar minhas forccedilas a cada reencontro a cada abraccedilo repleto de saudade e compreensatildeo cujas qualidades

satildeo natas de um futuro grande homem

RESUMO

A realizaccedilatildeo da higiene oral eacute uma teacutecnica que tem se mostrado eficaz para a manutenccedilatildeo da sauacutede e do conforto dos pacientes pois essa contribui para a diminuiccedilatildeo de taxa de morbimortalidade e de permanecircncia no leito O objetivo geral deste trabalho foi investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral pela equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal internados em Unidade de Terapia Intensiva e a evoluccedilatildeo destes com a praacutetica correta desse procedimento Deste modo a pergunta norteadora dessa revisatildeo foi apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene oral em pacientes assistidos em unidades de terapia intensiva e submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal as equipes de enfermagem realizam a higiene oral adequadamente A metodologia utilizada foi a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da realizaccedilatildeo de uma busca entre agosto de 2017 a outubro de 2017 nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Os resultados encontrados a partir dos artigos revisados apontaram que embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral nos pacientes intubados natildeo haacute comprovaccedilatildeo de que essa tarefa seja realizada de forma eficaz nos registros de prontuaacuterio dos pacientes Nesse sentido conclui-se que a higiene oral natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque as enfermeiras intensivistas natildeo tecircm tempo suficiente para realizar o procedimento Deste modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode trazer consequecircncias graves para a sauacutede do doente Assim ao se estabelecer um protocolo e treinamento com a equipe seraacute possiacutevel reduzir os iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica pois o esclarecimento sobre a importacircncia do procedimento contribui para a adesatildeo por parte da equipe de enfermagem Descritores Higiene Oral Unidade de Terapia Intensiva Intubaccedilatildeo Endotraqueal Enfermeiras e Enfermeiros Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados 20

Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos

incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28

LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS

COFEN - Conselho Federal de Enfermagem

HO - Higiene Oral

IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

PE - Processo de Enfermagem

SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

UTI - Unidades de Terapia Intensiva

UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo

SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 11

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL 17

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA

OREM 21

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22

3 OBJETIVOS 25

31 OBJETIVO GERAL 25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25

4 METODOLOGIA 26

5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32

7CONCLUSAO 37

REFEREcircNCIAS 38

11

1INTRODUCcedilAtildeO

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO

As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de

atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua

dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de

atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito

relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes

adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)

O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de

cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e

proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e

adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos

infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes

ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a

maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os

casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete

principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a

particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico

enredado

As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo

atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar

proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute

atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como

principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante

a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)

12

Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute

faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a

necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados

atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes

infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do

paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida

realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA

A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do

procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de

infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene

oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a

sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas

respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees

Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados

constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a

sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se

encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer

tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total

recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O

cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua

falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees

seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)

Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a

PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na

microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de

mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos

13

hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades

hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos

casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de

complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o

problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo

1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a

teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo

do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes

submetidos agrave IOT na UTI

3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute

preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho

Federal de Enfermagem (COFEN 2017)

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do

profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo

submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees

possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o

enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que

tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que

envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e

desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo

haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja

com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo

cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver

as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)

Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um

profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram

que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia

de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe

a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER

DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para

atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia

para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do

enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados

nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do

paciente (CRUZ et al 2014)

Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes

aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade

15

que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida

recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem

como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em

razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO

portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal

prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a

mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se

encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)

Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para

pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade

que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante

elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por

forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que

a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em

estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO

parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com

sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de

vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL

As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das

regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece

com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados

(ALMEIDA et al 2015)

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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39

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40

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KALIANDRA SAMPAIO DOS SANTOS

HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBACcedilAtildeO OROTRAQUEAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito final para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Enfermagem

Profordf Me Renata Soares Passinho (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

Prof EspDiego Da Rosa Leal (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia) ProfEsp Francis Celi Pinheiro Mendes (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

Profordf Esp Maria Cristina Marques

Coordenadora do Curso de Enfermagem

Eunaacutepolis - BA 10042018

AGRADECIMENTOS

O que eacute o FUTURO A depender da perspectiva pode parecer algo tatildeo distante ou somente uma palavra para definir o que eacute quase inalcanccedilaacutevel Este eacute o meu futuro Foram dias intensos que me tornaram algueacutem melhor pronta para novos desafios

planos e metas Foram cinco anos almejando que esse futuro se fizesse presente o quanto antes Hoje com laacutegrimas transcorrendo dos olhos e com um senso de

gratidatildeo imensuraacutevel trago agrave tona a melhor de minhas emoccedilotildees recordando pessoas que foram parte essencial dessa jornada Sou indescritivelmente grata agrave minha voacute Raymunda Oliveira Dias que fez de mim seu reflexo na arte de cuidar e

amar e a saber o real sentido do amor Meu muito obrigada ldquoMAtildeErdquo Donatto Sampaio Checon meu filho por abdicar de todos os prazeres de uma matildee presente

com toda compreensatildeo entendimento e amor possiacuteveis Sou grata ao pai do meu filho e hoje meu grande amigo Joseacute Donato Checon da Costa que foi o

impulsionador do meu sonho e grande responsaacutevel pela meta alcanccedilada e que independentemente das mudanccedilas da vida soube se fazer presente sendo alicerce e parceiro Jamais poderia deixar de citar minha grande amiga Giselle pelo pontapeacute

inicial o apoio nos momentos de desespero e pela alegria genuiacutena ao me ver vencer cada batalha Reconheccedilo as palavras de motivaccedilatildeo e a confianccedila no meu potencial que Carolzinha e ldquoTia Maggyrdquo me ofertaram Minha amiga Maacutercia Alves Gonccedilalves

por dedicar horas para me ajudar na produccedilatildeo deste trabalho Minha eterna gratidatildeo Maacutercia sem vocecirc eu natildeo teria conseguido Por uacuteltimo e natildeo menos importante aos professores Johan Samira Cybelle Gislaine Francis e Diego por toda paciecircncia

maestria competecircncia parceria e amizade durante todo o curso Minha eterna gratidatildeo A presidente da Faculdade Ademildes Maria Alves da Silva por diversas

vezes me ensinar na praacutetica que justiccedila compromisso disciplina e regras podem ser aplicados com coerecircncia humanismo e amor obrigada por ser exemplo de

lideranccedila levarei essas liccedilotildees pra vida agrave minha orientadora Me Renata Soares Passinho por toda paciecircncia dedicaccedilatildeo comprometimento atenccedilatildeo

disponibilidade e apoio Aos que natildeo pude citar na imensidatildeo ainda que limitada das palavras deixo minha enorme gratidatildeo e carrego comigo a certeza de que cada

obstaacuteculo vencido fez de mim a mulher e profissional que o futuro vislumbrado exige Esse meu futuro natildeo eacute ponto final e sim recomeccedilo

EPIacuteGRAFE

Um dia vocecirc tem tipo um click Vocecirc percebe o que eacute importante e o que natildeo eacute Vocecirc aprende a se incomodar menos sobre o que os outros pensam de vocecirc e mais sobre o que pensa de si

proacuteprio Vocecirc percebe o quatildeo longe vocecirc chegou e de quantas vezes pensou como as

coisas estavam tatildeo confusas e vocecirc natildeo conseguia encontrar uma saiacuteda Entatildeo ldquovocecirc sorri porque vocecirc estaacute realmente orgulhoso de si mesmo e da pessoa

na qual vocecirc lutou para se tornarrdquo Autor Desconhecido

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho ao meu filho Donatto Sampaio Checon que mesmo enquanto muito pequeno soube entender a minha

ausecircncia e renovar minhas forccedilas a cada reencontro a cada abraccedilo repleto de saudade e compreensatildeo cujas qualidades

satildeo natas de um futuro grande homem

RESUMO

A realizaccedilatildeo da higiene oral eacute uma teacutecnica que tem se mostrado eficaz para a manutenccedilatildeo da sauacutede e do conforto dos pacientes pois essa contribui para a diminuiccedilatildeo de taxa de morbimortalidade e de permanecircncia no leito O objetivo geral deste trabalho foi investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral pela equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal internados em Unidade de Terapia Intensiva e a evoluccedilatildeo destes com a praacutetica correta desse procedimento Deste modo a pergunta norteadora dessa revisatildeo foi apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene oral em pacientes assistidos em unidades de terapia intensiva e submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal as equipes de enfermagem realizam a higiene oral adequadamente A metodologia utilizada foi a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da realizaccedilatildeo de uma busca entre agosto de 2017 a outubro de 2017 nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Os resultados encontrados a partir dos artigos revisados apontaram que embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral nos pacientes intubados natildeo haacute comprovaccedilatildeo de que essa tarefa seja realizada de forma eficaz nos registros de prontuaacuterio dos pacientes Nesse sentido conclui-se que a higiene oral natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque as enfermeiras intensivistas natildeo tecircm tempo suficiente para realizar o procedimento Deste modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode trazer consequecircncias graves para a sauacutede do doente Assim ao se estabelecer um protocolo e treinamento com a equipe seraacute possiacutevel reduzir os iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica pois o esclarecimento sobre a importacircncia do procedimento contribui para a adesatildeo por parte da equipe de enfermagem Descritores Higiene Oral Unidade de Terapia Intensiva Intubaccedilatildeo Endotraqueal Enfermeiras e Enfermeiros Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados 20

Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos

incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28

LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS

COFEN - Conselho Federal de Enfermagem

HO - Higiene Oral

IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

PE - Processo de Enfermagem

SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

UTI - Unidades de Terapia Intensiva

UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo

SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 11

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL 17

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA

OREM 21

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22

3 OBJETIVOS 25

31 OBJETIVO GERAL 25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25

4 METODOLOGIA 26

5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32

7CONCLUSAO 37

REFEREcircNCIAS 38

11

1INTRODUCcedilAtildeO

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO

As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de

atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua

dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de

atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito

relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes

adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)

O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de

cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e

proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e

adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos

infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes

ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a

maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os

casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete

principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a

particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico

enredado

As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo

atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar

proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute

atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como

principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante

a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)

12

Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute

faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a

necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados

atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes

infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do

paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida

realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA

A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do

procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de

infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene

oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a

sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas

respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees

Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados

constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a

sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se

encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer

tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total

recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O

cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua

falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees

seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)

Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a

PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na

microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de

mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos

13

hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades

hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos

casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de

complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o

problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo

1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a

teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo

do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes

submetidos agrave IOT na UTI

3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute

preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho

Federal de Enfermagem (COFEN 2017)

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do

profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo

submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees

possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o

enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que

tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que

envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e

desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo

haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja

com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo

cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver

as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)

Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um

profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram

que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia

de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe

a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER

DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para

atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia

para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do

enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados

nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do

paciente (CRUZ et al 2014)

Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes

aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade

15

que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida

recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem

como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em

razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO

portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal

prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a

mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se

encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)

Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para

pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade

que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante

elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por

forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que

a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em

estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO

parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com

sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de

vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL

As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das

regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece

com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados

(ALMEIDA et al 2015)

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017

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39

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Page 4: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

AGRADECIMENTOS

O que eacute o FUTURO A depender da perspectiva pode parecer algo tatildeo distante ou somente uma palavra para definir o que eacute quase inalcanccedilaacutevel Este eacute o meu futuro Foram dias intensos que me tornaram algueacutem melhor pronta para novos desafios

planos e metas Foram cinco anos almejando que esse futuro se fizesse presente o quanto antes Hoje com laacutegrimas transcorrendo dos olhos e com um senso de

gratidatildeo imensuraacutevel trago agrave tona a melhor de minhas emoccedilotildees recordando pessoas que foram parte essencial dessa jornada Sou indescritivelmente grata agrave minha voacute Raymunda Oliveira Dias que fez de mim seu reflexo na arte de cuidar e

amar e a saber o real sentido do amor Meu muito obrigada ldquoMAtildeErdquo Donatto Sampaio Checon meu filho por abdicar de todos os prazeres de uma matildee presente

com toda compreensatildeo entendimento e amor possiacuteveis Sou grata ao pai do meu filho e hoje meu grande amigo Joseacute Donato Checon da Costa que foi o

impulsionador do meu sonho e grande responsaacutevel pela meta alcanccedilada e que independentemente das mudanccedilas da vida soube se fazer presente sendo alicerce e parceiro Jamais poderia deixar de citar minha grande amiga Giselle pelo pontapeacute

inicial o apoio nos momentos de desespero e pela alegria genuiacutena ao me ver vencer cada batalha Reconheccedilo as palavras de motivaccedilatildeo e a confianccedila no meu potencial que Carolzinha e ldquoTia Maggyrdquo me ofertaram Minha amiga Maacutercia Alves Gonccedilalves

por dedicar horas para me ajudar na produccedilatildeo deste trabalho Minha eterna gratidatildeo Maacutercia sem vocecirc eu natildeo teria conseguido Por uacuteltimo e natildeo menos importante aos professores Johan Samira Cybelle Gislaine Francis e Diego por toda paciecircncia

maestria competecircncia parceria e amizade durante todo o curso Minha eterna gratidatildeo A presidente da Faculdade Ademildes Maria Alves da Silva por diversas

vezes me ensinar na praacutetica que justiccedila compromisso disciplina e regras podem ser aplicados com coerecircncia humanismo e amor obrigada por ser exemplo de

lideranccedila levarei essas liccedilotildees pra vida agrave minha orientadora Me Renata Soares Passinho por toda paciecircncia dedicaccedilatildeo comprometimento atenccedilatildeo

disponibilidade e apoio Aos que natildeo pude citar na imensidatildeo ainda que limitada das palavras deixo minha enorme gratidatildeo e carrego comigo a certeza de que cada

obstaacuteculo vencido fez de mim a mulher e profissional que o futuro vislumbrado exige Esse meu futuro natildeo eacute ponto final e sim recomeccedilo

EPIacuteGRAFE

Um dia vocecirc tem tipo um click Vocecirc percebe o que eacute importante e o que natildeo eacute Vocecirc aprende a se incomodar menos sobre o que os outros pensam de vocecirc e mais sobre o que pensa de si

proacuteprio Vocecirc percebe o quatildeo longe vocecirc chegou e de quantas vezes pensou como as

coisas estavam tatildeo confusas e vocecirc natildeo conseguia encontrar uma saiacuteda Entatildeo ldquovocecirc sorri porque vocecirc estaacute realmente orgulhoso de si mesmo e da pessoa

na qual vocecirc lutou para se tornarrdquo Autor Desconhecido

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho ao meu filho Donatto Sampaio Checon que mesmo enquanto muito pequeno soube entender a minha

ausecircncia e renovar minhas forccedilas a cada reencontro a cada abraccedilo repleto de saudade e compreensatildeo cujas qualidades

satildeo natas de um futuro grande homem

RESUMO

A realizaccedilatildeo da higiene oral eacute uma teacutecnica que tem se mostrado eficaz para a manutenccedilatildeo da sauacutede e do conforto dos pacientes pois essa contribui para a diminuiccedilatildeo de taxa de morbimortalidade e de permanecircncia no leito O objetivo geral deste trabalho foi investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral pela equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal internados em Unidade de Terapia Intensiva e a evoluccedilatildeo destes com a praacutetica correta desse procedimento Deste modo a pergunta norteadora dessa revisatildeo foi apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene oral em pacientes assistidos em unidades de terapia intensiva e submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal as equipes de enfermagem realizam a higiene oral adequadamente A metodologia utilizada foi a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da realizaccedilatildeo de uma busca entre agosto de 2017 a outubro de 2017 nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Os resultados encontrados a partir dos artigos revisados apontaram que embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral nos pacientes intubados natildeo haacute comprovaccedilatildeo de que essa tarefa seja realizada de forma eficaz nos registros de prontuaacuterio dos pacientes Nesse sentido conclui-se que a higiene oral natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque as enfermeiras intensivistas natildeo tecircm tempo suficiente para realizar o procedimento Deste modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode trazer consequecircncias graves para a sauacutede do doente Assim ao se estabelecer um protocolo e treinamento com a equipe seraacute possiacutevel reduzir os iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica pois o esclarecimento sobre a importacircncia do procedimento contribui para a adesatildeo por parte da equipe de enfermagem Descritores Higiene Oral Unidade de Terapia Intensiva Intubaccedilatildeo Endotraqueal Enfermeiras e Enfermeiros Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados 20

Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos

incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28

LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS

COFEN - Conselho Federal de Enfermagem

HO - Higiene Oral

IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

PE - Processo de Enfermagem

SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

UTI - Unidades de Terapia Intensiva

UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo

SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 11

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL 17

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA

OREM 21

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22

3 OBJETIVOS 25

31 OBJETIVO GERAL 25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25

4 METODOLOGIA 26

5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32

7CONCLUSAO 37

REFEREcircNCIAS 38

11

1INTRODUCcedilAtildeO

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO

As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de

atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua

dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de

atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito

relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes

adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)

O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de

cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e

proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e

adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos

infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes

ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a

maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os

casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete

principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a

particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico

enredado

As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo

atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar

proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute

atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como

principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante

a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)

12

Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute

faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a

necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados

atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes

infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do

paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida

realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA

A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do

procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de

infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene

oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a

sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas

respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees

Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados

constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a

sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se

encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer

tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total

recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O

cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua

falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees

seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)

Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a

PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na

microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de

mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos

13

hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades

hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos

casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de

complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o

problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo

1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a

teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo

do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes

submetidos agrave IOT na UTI

3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute

preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho

Federal de Enfermagem (COFEN 2017)

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do

profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo

submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees

possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o

enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que

tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que

envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e

desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo

haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja

com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo

cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver

as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)

Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um

profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram

que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia

de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe

a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER

DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para

atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia

para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do

enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados

nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do

paciente (CRUZ et al 2014)

Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes

aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade

15

que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida

recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem

como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em

razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO

portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal

prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a

mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se

encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)

Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para

pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade

que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante

elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por

forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que

a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em

estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO

parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com

sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de

vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL

As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das

regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece

com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados

(ALMEIDA et al 2015)

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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39

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Page 5: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

EPIacuteGRAFE

Um dia vocecirc tem tipo um click Vocecirc percebe o que eacute importante e o que natildeo eacute Vocecirc aprende a se incomodar menos sobre o que os outros pensam de vocecirc e mais sobre o que pensa de si

proacuteprio Vocecirc percebe o quatildeo longe vocecirc chegou e de quantas vezes pensou como as

coisas estavam tatildeo confusas e vocecirc natildeo conseguia encontrar uma saiacuteda Entatildeo ldquovocecirc sorri porque vocecirc estaacute realmente orgulhoso de si mesmo e da pessoa

na qual vocecirc lutou para se tornarrdquo Autor Desconhecido

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho ao meu filho Donatto Sampaio Checon que mesmo enquanto muito pequeno soube entender a minha

ausecircncia e renovar minhas forccedilas a cada reencontro a cada abraccedilo repleto de saudade e compreensatildeo cujas qualidades

satildeo natas de um futuro grande homem

RESUMO

A realizaccedilatildeo da higiene oral eacute uma teacutecnica que tem se mostrado eficaz para a manutenccedilatildeo da sauacutede e do conforto dos pacientes pois essa contribui para a diminuiccedilatildeo de taxa de morbimortalidade e de permanecircncia no leito O objetivo geral deste trabalho foi investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral pela equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal internados em Unidade de Terapia Intensiva e a evoluccedilatildeo destes com a praacutetica correta desse procedimento Deste modo a pergunta norteadora dessa revisatildeo foi apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene oral em pacientes assistidos em unidades de terapia intensiva e submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal as equipes de enfermagem realizam a higiene oral adequadamente A metodologia utilizada foi a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da realizaccedilatildeo de uma busca entre agosto de 2017 a outubro de 2017 nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Os resultados encontrados a partir dos artigos revisados apontaram que embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral nos pacientes intubados natildeo haacute comprovaccedilatildeo de que essa tarefa seja realizada de forma eficaz nos registros de prontuaacuterio dos pacientes Nesse sentido conclui-se que a higiene oral natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque as enfermeiras intensivistas natildeo tecircm tempo suficiente para realizar o procedimento Deste modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode trazer consequecircncias graves para a sauacutede do doente Assim ao se estabelecer um protocolo e treinamento com a equipe seraacute possiacutevel reduzir os iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica pois o esclarecimento sobre a importacircncia do procedimento contribui para a adesatildeo por parte da equipe de enfermagem Descritores Higiene Oral Unidade de Terapia Intensiva Intubaccedilatildeo Endotraqueal Enfermeiras e Enfermeiros Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados 20

Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos

incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28

LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS

COFEN - Conselho Federal de Enfermagem

HO - Higiene Oral

IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

PE - Processo de Enfermagem

SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

UTI - Unidades de Terapia Intensiva

UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo

SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 11

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL 17

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA

OREM 21

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22

3 OBJETIVOS 25

31 OBJETIVO GERAL 25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25

4 METODOLOGIA 26

5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32

7CONCLUSAO 37

REFEREcircNCIAS 38

11

1INTRODUCcedilAtildeO

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO

As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de

atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua

dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de

atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito

relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes

adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)

O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de

cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e

proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e

adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos

infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes

ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a

maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os

casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete

principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a

particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico

enredado

As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo

atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar

proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute

atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como

principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante

a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)

12

Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute

faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a

necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados

atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes

infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do

paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida

realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA

A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do

procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de

infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene

oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a

sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas

respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees

Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados

constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a

sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se

encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer

tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total

recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O

cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua

falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees

seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)

Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a

PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na

microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de

mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos

13

hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades

hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos

casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de

complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o

problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo

1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a

teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo

do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes

submetidos agrave IOT na UTI

3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute

preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho

Federal de Enfermagem (COFEN 2017)

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do

profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo

submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees

possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o

enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que

tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que

envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e

desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo

haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja

com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo

cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver

as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)

Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um

profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram

que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia

de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe

a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER

DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para

atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia

para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do

enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados

nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do

paciente (CRUZ et al 2014)

Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes

aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade

15

que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida

recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem

como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em

razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO

portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal

prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a

mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se

encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)

Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para

pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade

que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante

elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por

forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que

a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em

estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO

parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com

sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de

vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL

As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das

regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece

com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados

(ALMEIDA et al 2015)

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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39

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Page 6: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho ao meu filho Donatto Sampaio Checon que mesmo enquanto muito pequeno soube entender a minha

ausecircncia e renovar minhas forccedilas a cada reencontro a cada abraccedilo repleto de saudade e compreensatildeo cujas qualidades

satildeo natas de um futuro grande homem

RESUMO

A realizaccedilatildeo da higiene oral eacute uma teacutecnica que tem se mostrado eficaz para a manutenccedilatildeo da sauacutede e do conforto dos pacientes pois essa contribui para a diminuiccedilatildeo de taxa de morbimortalidade e de permanecircncia no leito O objetivo geral deste trabalho foi investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral pela equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal internados em Unidade de Terapia Intensiva e a evoluccedilatildeo destes com a praacutetica correta desse procedimento Deste modo a pergunta norteadora dessa revisatildeo foi apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene oral em pacientes assistidos em unidades de terapia intensiva e submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal as equipes de enfermagem realizam a higiene oral adequadamente A metodologia utilizada foi a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da realizaccedilatildeo de uma busca entre agosto de 2017 a outubro de 2017 nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Os resultados encontrados a partir dos artigos revisados apontaram que embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral nos pacientes intubados natildeo haacute comprovaccedilatildeo de que essa tarefa seja realizada de forma eficaz nos registros de prontuaacuterio dos pacientes Nesse sentido conclui-se que a higiene oral natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque as enfermeiras intensivistas natildeo tecircm tempo suficiente para realizar o procedimento Deste modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode trazer consequecircncias graves para a sauacutede do doente Assim ao se estabelecer um protocolo e treinamento com a equipe seraacute possiacutevel reduzir os iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica pois o esclarecimento sobre a importacircncia do procedimento contribui para a adesatildeo por parte da equipe de enfermagem Descritores Higiene Oral Unidade de Terapia Intensiva Intubaccedilatildeo Endotraqueal Enfermeiras e Enfermeiros Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados 20

Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos

incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28

LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS

COFEN - Conselho Federal de Enfermagem

HO - Higiene Oral

IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

PE - Processo de Enfermagem

SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

UTI - Unidades de Terapia Intensiva

UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo

SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 11

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL 17

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA

OREM 21

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22

3 OBJETIVOS 25

31 OBJETIVO GERAL 25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25

4 METODOLOGIA 26

5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32

7CONCLUSAO 37

REFEREcircNCIAS 38

11

1INTRODUCcedilAtildeO

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO

As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de

atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua

dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de

atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito

relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes

adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)

O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de

cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e

proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e

adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos

infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes

ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a

maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os

casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete

principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a

particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico

enredado

As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo

atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar

proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute

atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como

principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante

a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)

12

Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute

faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a

necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados

atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes

infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do

paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida

realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA

A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do

procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de

infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene

oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a

sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas

respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees

Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados

constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a

sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se

encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer

tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total

recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O

cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua

falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees

seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)

Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a

PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na

microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de

mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos

13

hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades

hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos

casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de

complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o

problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo

1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a

teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo

do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes

submetidos agrave IOT na UTI

3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute

preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho

Federal de Enfermagem (COFEN 2017)

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do

profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo

submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees

possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o

enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que

tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que

envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e

desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo

haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja

com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo

cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver

as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)

Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um

profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram

que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia

de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe

a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER

DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para

atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia

para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do

enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados

nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do

paciente (CRUZ et al 2014)

Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes

aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade

15

que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida

recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem

como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em

razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO

portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal

prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a

mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se

encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)

Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para

pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade

que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante

elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por

forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que

a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em

estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO

parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com

sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de

vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL

As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das

regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece

com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados

(ALMEIDA et al 2015)

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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40

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Page 7: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

RESUMO

A realizaccedilatildeo da higiene oral eacute uma teacutecnica que tem se mostrado eficaz para a manutenccedilatildeo da sauacutede e do conforto dos pacientes pois essa contribui para a diminuiccedilatildeo de taxa de morbimortalidade e de permanecircncia no leito O objetivo geral deste trabalho foi investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral pela equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal internados em Unidade de Terapia Intensiva e a evoluccedilatildeo destes com a praacutetica correta desse procedimento Deste modo a pergunta norteadora dessa revisatildeo foi apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene oral em pacientes assistidos em unidades de terapia intensiva e submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal as equipes de enfermagem realizam a higiene oral adequadamente A metodologia utilizada foi a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da realizaccedilatildeo de uma busca entre agosto de 2017 a outubro de 2017 nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Os resultados encontrados a partir dos artigos revisados apontaram que embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral nos pacientes intubados natildeo haacute comprovaccedilatildeo de que essa tarefa seja realizada de forma eficaz nos registros de prontuaacuterio dos pacientes Nesse sentido conclui-se que a higiene oral natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque as enfermeiras intensivistas natildeo tecircm tempo suficiente para realizar o procedimento Deste modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode trazer consequecircncias graves para a sauacutede do doente Assim ao se estabelecer um protocolo e treinamento com a equipe seraacute possiacutevel reduzir os iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica pois o esclarecimento sobre a importacircncia do procedimento contribui para a adesatildeo por parte da equipe de enfermagem Descritores Higiene Oral Unidade de Terapia Intensiva Intubaccedilatildeo Endotraqueal Enfermeiras e Enfermeiros Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados 20

Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos

incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28

LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS

COFEN - Conselho Federal de Enfermagem

HO - Higiene Oral

IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

PE - Processo de Enfermagem

SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

UTI - Unidades de Terapia Intensiva

UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo

SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 11

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL 17

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA

OREM 21

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22

3 OBJETIVOS 25

31 OBJETIVO GERAL 25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25

4 METODOLOGIA 26

5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32

7CONCLUSAO 37

REFEREcircNCIAS 38

11

1INTRODUCcedilAtildeO

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO

As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de

atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua

dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de

atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito

relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes

adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)

O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de

cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e

proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e

adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos

infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes

ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a

maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os

casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete

principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a

particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico

enredado

As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo

atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar

proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute

atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como

principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante

a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)

12

Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute

faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a

necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados

atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes

infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do

paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida

realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA

A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do

procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de

infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene

oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a

sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas

respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees

Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados

constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a

sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se

encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer

tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total

recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O

cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua

falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees

seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)

Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a

PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na

microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de

mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos

13

hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades

hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos

casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de

complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o

problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo

1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a

teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo

do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes

submetidos agrave IOT na UTI

3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute

preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho

Federal de Enfermagem (COFEN 2017)

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do

profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo

submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees

possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o

enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que

tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que

envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e

desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo

haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja

com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo

cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver

as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)

Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um

profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram

que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia

de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe

a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER

DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para

atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia

para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do

enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados

nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do

paciente (CRUZ et al 2014)

Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes

aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade

15

que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida

recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem

como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em

razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO

portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal

prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a

mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se

encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)

Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para

pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade

que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante

elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por

forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que

a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em

estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO

parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com

sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de

vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL

As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das

regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece

com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados

(ALMEIDA et al 2015)

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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39

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Page 8: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados 20

Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos

incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28

LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS

COFEN - Conselho Federal de Enfermagem

HO - Higiene Oral

IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

PE - Processo de Enfermagem

SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

UTI - Unidades de Terapia Intensiva

UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo

SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 11

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL 17

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA

OREM 21

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22

3 OBJETIVOS 25

31 OBJETIVO GERAL 25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25

4 METODOLOGIA 26

5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32

7CONCLUSAO 37

REFEREcircNCIAS 38

11

1INTRODUCcedilAtildeO

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO

As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de

atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua

dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de

atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito

relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes

adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)

O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de

cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e

proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e

adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos

infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes

ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a

maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os

casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete

principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a

particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico

enredado

As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo

atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar

proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute

atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como

principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante

a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)

12

Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute

faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a

necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados

atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes

infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do

paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida

realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA

A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do

procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de

infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene

oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a

sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas

respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees

Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados

constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a

sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se

encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer

tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total

recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O

cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua

falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees

seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)

Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a

PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na

microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de

mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos

13

hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades

hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos

casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de

complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o

problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo

1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a

teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo

do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes

submetidos agrave IOT na UTI

3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute

preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho

Federal de Enfermagem (COFEN 2017)

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do

profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo

submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees

possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o

enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que

tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que

envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e

desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo

haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja

com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo

cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver

as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)

Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um

profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram

que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia

de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe

a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER

DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para

atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia

para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do

enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados

nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do

paciente (CRUZ et al 2014)

Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes

aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade

15

que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida

recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem

como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em

razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO

portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal

prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a

mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se

encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)

Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para

pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade

que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante

elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por

forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que

a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em

estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO

parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com

sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de

vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL

As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das

regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece

com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados

(ALMEIDA et al 2015)

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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Page 9: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS

COFEN - Conselho Federal de Enfermagem

HO - Higiene Oral

IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

PE - Processo de Enfermagem

SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

UTI - Unidades de Terapia Intensiva

UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo

SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 11

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL 17

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA

OREM 21

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22

3 OBJETIVOS 25

31 OBJETIVO GERAL 25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25

4 METODOLOGIA 26

5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32

7CONCLUSAO 37

REFEREcircNCIAS 38

11

1INTRODUCcedilAtildeO

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO

As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de

atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua

dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de

atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito

relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes

adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)

O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de

cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e

proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e

adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos

infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes

ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a

maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os

casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete

principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a

particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico

enredado

As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo

atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar

proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute

atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como

principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante

a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)

12

Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute

faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a

necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados

atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes

infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do

paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida

realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA

A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do

procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de

infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene

oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a

sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas

respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees

Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados

constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a

sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se

encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer

tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total

recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O

cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua

falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees

seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)

Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a

PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na

microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de

mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos

13

hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades

hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos

casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de

complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o

problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo

1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a

teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo

do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes

submetidos agrave IOT na UTI

3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute

preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho

Federal de Enfermagem (COFEN 2017)

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do

profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo

submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees

possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o

enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que

tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que

envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e

desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo

haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja

com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo

cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver

as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)

Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um

profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram

que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia

de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe

a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER

DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para

atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia

para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do

enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados

nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do

paciente (CRUZ et al 2014)

Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes

aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade

15

que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida

recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem

como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em

razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO

portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal

prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a

mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se

encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)

Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para

pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade

que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante

elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por

forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que

a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em

estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO

parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com

sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de

vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL

As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das

regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece

com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados

(ALMEIDA et al 2015)

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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Page 10: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 11

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL 17

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA

OREM 21

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22

3 OBJETIVOS 25

31 OBJETIVO GERAL 25

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25

4 METODOLOGIA 26

5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32

7CONCLUSAO 37

REFEREcircNCIAS 38

11

1INTRODUCcedilAtildeO

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO

As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de

atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua

dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de

atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito

relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes

adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)

O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de

cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e

proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e

adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos

infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes

ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a

maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os

casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete

principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a

particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico

enredado

As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo

atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar

proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute

atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como

principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante

a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)

12

Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute

faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a

necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados

atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes

infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do

paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida

realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA

A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do

procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de

infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene

oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a

sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas

respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees

Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados

constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a

sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se

encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer

tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total

recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O

cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua

falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees

seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)

Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a

PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na

microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de

mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos

13

hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades

hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos

casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de

complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o

problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo

1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a

teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo

do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes

submetidos agrave IOT na UTI

3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute

preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho

Federal de Enfermagem (COFEN 2017)

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do

profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo

submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees

possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o

enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que

tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que

envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e

desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo

haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja

com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo

cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver

as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)

Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um

profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram

que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia

de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe

a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER

DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para

atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia

para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do

enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados

nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do

paciente (CRUZ et al 2014)

Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes

aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade

15

que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida

recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem

como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em

razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO

portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal

prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a

mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se

encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)

Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para

pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade

que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante

elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por

forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que

a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em

estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO

parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com

sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de

vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL

As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das

regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece

com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados

(ALMEIDA et al 2015)

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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39

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Page 11: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

11

1INTRODUCcedilAtildeO

11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO

As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de

atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua

dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de

atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito

relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes

adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)

O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de

cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e

proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e

adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos

infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes

ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a

maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os

casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete

principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a

particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico

enredado

As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo

atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar

proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute

atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como

principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante

a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)

12

Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute

faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a

necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados

atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes

infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do

paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida

realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA

A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do

procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de

infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene

oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a

sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas

respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees

Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados

constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a

sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se

encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer

tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total

recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O

cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua

falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees

seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)

Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a

PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na

microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de

mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos

13

hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades

hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos

casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de

complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o

problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo

1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a

teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo

do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes

submetidos agrave IOT na UTI

3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute

preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho

Federal de Enfermagem (COFEN 2017)

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do

profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo

submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees

possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o

enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que

tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que

envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e

desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo

haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja

com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo

cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver

as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)

Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um

profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram

que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia

de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe

a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER

DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para

atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia

para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do

enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados

nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do

paciente (CRUZ et al 2014)

Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes

aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade

15

que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida

recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem

como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em

razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO

portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal

prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a

mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se

encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)

Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para

pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade

que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante

elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por

forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que

a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em

estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO

parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com

sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de

vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL

As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das

regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece

com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados

(ALMEIDA et al 2015)

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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40

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Page 12: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

12

Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute

faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a

necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados

atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes

infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do

paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida

realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)

12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA

A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do

procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de

infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene

oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a

sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas

respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees

Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados

constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a

sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se

encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer

tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total

recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O

cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua

falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees

seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)

Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a

PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na

microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de

mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos

13

hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades

hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos

casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de

complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o

problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo

1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a

teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo

do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes

submetidos agrave IOT na UTI

3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute

preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho

Federal de Enfermagem (COFEN 2017)

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do

profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo

submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees

possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o

enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que

tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que

envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e

desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo

haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja

com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo

cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver

as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)

Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um

profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram

que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia

de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe

a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER

DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para

atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia

para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do

enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados

nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do

paciente (CRUZ et al 2014)

Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes

aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade

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que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida

recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem

como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em

razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO

portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal

prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a

mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se

encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)

Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para

pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade

que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante

elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por

forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que

a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em

estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO

parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com

sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de

vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL

As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das

regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece

com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados

(ALMEIDA et al 2015)

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

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No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

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Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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Page 13: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

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hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades

hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos

casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de

complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o

problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo

1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a

teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo

do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes

submetidos agrave IOT na UTI

3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute

preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho

Federal de Enfermagem (COFEN 2017)

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do

profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo

submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees

possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o

enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que

tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que

envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e

desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo

haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja

com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo

cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver

as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)

Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um

profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram

que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia

de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe

a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER

DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para

atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia

para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do

enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados

nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do

paciente (CRUZ et al 2014)

Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes

aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade

15

que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida

recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem

como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em

razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO

portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal

prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a

mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se

encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)

Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para

pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade

que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante

elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por

forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que

a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em

estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO

parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com

sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de

vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL

As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das

regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece

com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados

(ALMEIDA et al 2015)

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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Page 14: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

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2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do

profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo

submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees

possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o

enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que

tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que

envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e

desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo

haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja

com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo

cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver

as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)

Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um

profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram

que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia

de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe

a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER

DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para

atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia

para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do

enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados

nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do

paciente (CRUZ et al 2014)

Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes

aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade

15

que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida

recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem

como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em

razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO

portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal

prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a

mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se

encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)

Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para

pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade

que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante

elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por

forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que

a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em

estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO

parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com

sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de

vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL

As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das

regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece

com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados

(ALMEIDA et al 2015)

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

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Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida

recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem

como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em

razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO

portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal

prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a

mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se

encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)

Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para

pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade

que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante

elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por

forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que

a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)

Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em

estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO

parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com

sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de

vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL

As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das

regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece

com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados

(ALMEIDA et al 2015)

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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Page 16: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

16

Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave

quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica

visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala

de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da

mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees

respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada

como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA

2013)

A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode

ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento

certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo

com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a

utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute

submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a

serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila

de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo

respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES

NASCIMENTO 2014)

A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo

principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos

Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI

em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a

pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido

verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada

pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI

submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por

complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada

corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)

Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total

responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute

evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros

e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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VITOR A F LOPES M V O ARAUacuteJO T L Teoria do deacuteficit de autocuidado anaacutelise da sua importacircncia e aplicabilidade na praacutetica de enfermagem 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeanv14n3v14n3a25gt Acesso em 13 de setembro de 2017 ZANEI S S V et al Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva REME rev min enferm v 20 2016 Disponiacutevel em lthttppesquisabvsaludorgportalresourceptbiblio-835273gt Acesso em 01 de agosto de 2017 ZANDOMENIGHI R C et al Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de Emergecircncia desafios para os enfermeiros Revista Mineira de Enfermagem v 18 n 2 p 404-425 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwremeorgbrartigodetalhes936gt Acesso em 15 de novembro de 2017

Page 17: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

17

importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro

lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como

procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a

ocorrecircncia de PAVM no Brasil

23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO

OROTRAQUEAL

A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e

submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de

grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de

igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa

oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI

LAZZARI 2012)

O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da

Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas

que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do

diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica

das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)

Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel

para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute

naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima

diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO

eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)

Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo

da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente

internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo

do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a

gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo

18

Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via

oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o

paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face

da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)

Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser

concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente

macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem

deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar

totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo

dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento

(GONCcedilALVES et al 2012)

Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum

tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo

mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e

Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de

antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa

dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente

naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT

Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex

tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a

higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a

formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar

melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute

importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos

procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute

ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado

pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma

complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento

(MOREIRA et al 2011)

Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro

deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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Page 19: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

19

No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os

pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que

jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a

teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada

nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)

Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de

bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem

de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em

protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da

doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte

odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de

conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode

levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal

(AMARAL PIRES CORTES 2012)

De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute

para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos

primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a

integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para

dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)

Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os

enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e

respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo

rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do

paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito

(SILVA et al 2015)

Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista

primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de

dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos

fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar

as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo

orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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39

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40

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Page 20: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

20

Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o

cuidado com a higiene oral em pacientes intubados

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em

pacientes intubados

Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral

Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento

Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura

Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg

Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)

Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze

Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo

Continuaccedilatildeo (Figura 1)

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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Page 21: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

21

Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo

Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado

Retirar as luvas e lavar as matildeos

Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo

Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo

Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)

24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM

Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma

disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem

publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do

autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado

As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e

sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados

que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos

explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis

implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)

A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo

elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado

(BERARDINELLI et al 2013)

22

Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

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paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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Page 22: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

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Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do

Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e

cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das

atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como

exemplo de se alimentar

Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem

como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o

autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio

benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)

Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de

desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida

e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o

autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute

contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)

25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM

Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no

mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as

organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas

para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem

tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)

Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada

vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as

aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as

empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas

que as compotildeem (RIBEIRO 2012)

Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o

maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de

todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar

este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e

empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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Page 23: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

23

O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de

funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o

intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela

(ARAUacuteJO et al 2016)

Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de

sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de

enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma

intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um

subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a

instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem

para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de

maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de

responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do

paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)

Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado

principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que

os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia

requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)

Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o

quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de

sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo

I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas

1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo

2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio

3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia

4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo

5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo

O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a

falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em

UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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Page 24: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

24

Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN 2017)

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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39

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Page 25: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

25

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela

equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos

pacientes internados com IOT na UTI

Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com

IOT na UTI

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017

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39

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Page 26: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

26

4 METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um

meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada

Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra

definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise

apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo

(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi

apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes

assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo

prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI

O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO

adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados

apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos

interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a

conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa

Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios

de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre

os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais

vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o

levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos

originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam

de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e

submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de

dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam

o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de

exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua

pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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Page 27: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

27

Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene

Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por

duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua

orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise

minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram

encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2

foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram

selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por

serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem

aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por

fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo

12 com quantitativo) (Figura 2)

Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Registros identificados atraveacutes da

pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)

TOTAL= 110

Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo

(n = 88) Registros

excluiacutedos por natildeo atenderem aos

criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)

Artigos com texto

completo avaliados para

elegibilidade

(n = 15)

Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa

(n = 03)

Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa

(n = 12)

Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)

Artigos repetidos (n= 20)

Iden

tifi

caccedil

atildeo

T

riag

em

E

leg

ibil

idad

e

Inclu

satildeo

28

5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

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Page 28: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

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5 RESULTADOS

Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo

apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi

publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos

publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados

em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado

Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema

entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses

monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores

brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das

possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS

SILVA 2015)

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017

CAVALCANTE NJF et al Unidade de terapia intensa In FERNANDES AT Infecccedilatildeo hospitalar e suas interfaces na aacuterea da sauacutede Satildeo Paulo Atheneu 2000 p749-770

39

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40

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Page 29: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

29

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal

2012

Esc Anna Nery Rev Enferm

Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo

07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

III

LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira

2017

Periodontia

Estudo quantitativo de natureza transversal

20 pacientes

Brasil

III

LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos

2015

J Health Sci Inst

Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal

01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais

2014

Rev bras ter Intensiva

Estudo quantitativo de natureza transversal

35 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017

CAVALCANTE NJF et al Unidade de terapia intensa In FERNANDES AT Infecccedilatildeo hospitalar e suas interfaces na aacuterea da sauacutede Satildeo Paulo Atheneu 2000 p749-770

39

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM RESOLUCcedilAtildeO COFEN 5432017 Disponiacutevel em lthttpwwwcofengovbrresolucao-cofen-5432017_51440htmlgt Acesso em 14 de setembro de 2017 CARPENITO-MOYET L J Diagnoacutesticos de Enfermagem Aplicaccedilatildeo agrave Praacutetica Cliacutenica 13ordf ed Porto Alegre Artmed 2012 GUIMARAtildeES G R QUEIROZ A P G FERREIRA A C R Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Braz J Periodontol-March v 27 n 01 2017 Disponiacutevel em lthttpwwwrevistasobrapecombrarquivos2017marcoREVPERIO_MARC387O_2017_PUBL_SITE_PAG-07_A_1020-2027-03-2017pdfgt Acesso em 30 de junho de 2017 FOSTER B A M DOROTHEA Orem In George JB Teorias de enfermagem os fundamentos agrave pratica profissional [traduccedilatildeo de Ana Maria Vasconcellos Thorell] 4a ed Porto Alegre (RS) ARTMED 2000375 p p 83-101 GONCcedilALVES F A F et al Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Escola Anna Nery Revista de Enfermagem v 16 n 4 p 802-808 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorgpdf1277127728365023pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 GEORGE JB Teorias de Enfermagem os Fundamentos agrave Praacutetica Profissional Porto Alegre Ed Artmed 2000 MENDES K D S SILVEIRA R C C P GALVAtildeO C M Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Texto amp contexto enfermagem v 17 n 4 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml71471411240017gt Acesso em 29 de agosto de 2017 MOREIRA B S G et al Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Revista Baiana de Enfermagem v 25 n 2 2011 Disponiacutevel em lthttpsportalseerufbabrindexphpenfermagemarticleview57894463gt Acesso em 29 de agosto de 2017 MARRAS J P Administraccedilatildeo de Recursos Humanos do operacional ao estrateacutegico 14ed Satildeo Paulo Futura 2011 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE (OMS) Administraccedilatildeo da OMS Disponiacutevel em lthttpwwwwhointeportuguesepublicationsptgt Acesso em 13 de setembro de 2017 ORLANDINI G M LAZZARI C M Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Revista gauacutecha de enfermagem Porto Alegre Vol 33 n 3 (set 2012) p 34-41 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle10183108706000872009pdfsequence=1 Acesso em 02 de agosto de 2017

40

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41

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VITOR A F LOPES M V O ARAUacuteJO T L Teoria do deacuteficit de autocuidado anaacutelise da sua importacircncia e aplicabilidade na praacutetica de enfermagem 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeanv14n3v14n3a25gt Acesso em 13 de setembro de 2017 ZANEI S S V et al Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva REME rev min enferm v 20 2016 Disponiacutevel em lthttppesquisabvsaludorgportalresourceptbiblio-835273gt Acesso em 01 de agosto de 2017 ZANDOMENIGHI R C et al Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de Emergecircncia desafios para os enfermeiros Revista Mineira de Enfermagem v 18 n 2 p 404-425 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwremeorgbrartigodetalhes936gt Acesso em 15 de novembro de 2017

Page 30: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

30

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva

2015

J Health Sci Inst

Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal

12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari

2012

Rev Gaucha Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al

2014

Rev baiana enferm

Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin

07 enfermeiros assistenciais

Brasil

VI

LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al

2016

REME Rev Min Enferm

Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal

47 enfermeiros e assistenciais

Brasil

VI

LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al

2015

BDENF ndash Enfermagem

Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

31

BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

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REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017

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VITOR A F LOPES M V O ARAUacuteJO T L Teoria do deacuteficit de autocuidado anaacutelise da sua importacircncia e aplicabilidade na praacutetica de enfermagem 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeanv14n3v14n3a25gt Acesso em 13 de setembro de 2017 ZANEI S S V et al Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva REME rev min enferm v 20 2016 Disponiacutevel em lthttppesquisabvsaludorgportalresourceptbiblio-835273gt Acesso em 01 de agosto de 2017 ZANDOMENIGHI R C et al Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de Emergecircncia desafios para os enfermeiros Revista Mineira de Enfermagem v 18 n 2 p 404-425 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwremeorgbrartigodetalhes936gt Acesso em 15 de novembro de 2017

Page 31: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

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BASE DE

DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli

2013

Rev enferm UERJ

Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo

15 pacientes

Brasil

VI

LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al

2014

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal

10 enfermeiros

Brasil

VI

LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal

2016

Rev enferm Cent-Oeste Min

Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal

812 pacientes

Brasil

VI

LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda

2011

Online braz j nurs

Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal

130 pacientes

Brasil

VI

Continuaccedilatildeo (Quadro 01)

32

BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

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7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

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REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017

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VILELA M C N et al Cuidados bucais e pneumonia nosocomial revisatildeo sistemaacutetica Einstein (16794508) v 13 n 2 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeins2015naheadpt_1679-4508-eins-1679-45082015RW2980pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017

VITOR A F LOPES M V O ARAUacuteJO T L Teoria do deacuteficit de autocuidado anaacutelise da sua importacircncia e aplicabilidade na praacutetica de enfermagem 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeanv14n3v14n3a25gt Acesso em 13 de setembro de 2017 ZANEI S S V et al Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva REME rev min enferm v 20 2016 Disponiacutevel em lthttppesquisabvsaludorgportalresourceptbiblio-835273gt Acesso em 01 de agosto de 2017 ZANDOMENIGHI R C et al Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de Emergecircncia desafios para os enfermeiros Revista Mineira de Enfermagem v 18 n 2 p 404-425 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwremeorgbrartigodetalhes936gt Acesso em 15 de novembro de 2017

Page 32: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

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BASE DE DADOS

TIacuteTULO AUTOR

ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO

AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA

LILACS Avaliaccedilatildeo da

implementaccedilatilde

o de novo

protocolo de

higiene bucal

em um centro

de terapia

intensiva para

prevenccedilatildeo de

pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

Souza

Guiumaratildees

Ferreira

2013

REME rev min enferm

Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

Brasil

VI

LILACS Pneumonia

associada agrave

ventilaccedilatildeo

mecacircnica

discursos de

profissionais

acerca da

prevenccedilatildeo

Silva Salles

Nascimento

2014

Esc Anna Nery Rev Enferm

Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo

25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas

Brasil

VI

Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)

33

6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

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REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017

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41

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Page 33: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

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6 DISCUSSAtildeO

A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais

de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios

para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado

qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo

(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)

Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no

cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir

doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados

(CAVALCANTE MATOS 2015)

Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada

como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o

conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os

autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais

suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo

Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo

realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o

dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a

realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para

que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)

Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI

elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo

riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria

reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro

ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos

pacientes submetidos agrave IOT

A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes

criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de

futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do

34

paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

37

7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

38

REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017

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39

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM RESOLUCcedilAtildeO COFEN 5432017 Disponiacutevel em lthttpwwwcofengovbrresolucao-cofen-5432017_51440htmlgt Acesso em 14 de setembro de 2017 CARPENITO-MOYET L J Diagnoacutesticos de Enfermagem Aplicaccedilatildeo agrave Praacutetica Cliacutenica 13ordf ed Porto Alegre Artmed 2012 GUIMARAtildeES G R QUEIROZ A P G FERREIRA A C R Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Braz J Periodontol-March v 27 n 01 2017 Disponiacutevel em lthttpwwwrevistasobrapecombrarquivos2017marcoREVPERIO_MARC387O_2017_PUBL_SITE_PAG-07_A_1020-2027-03-2017pdfgt Acesso em 30 de junho de 2017 FOSTER B A M DOROTHEA Orem In George JB Teorias de enfermagem os fundamentos agrave pratica profissional [traduccedilatildeo de Ana Maria Vasconcellos Thorell] 4a ed Porto Alegre (RS) ARTMED 2000375 p p 83-101 GONCcedilALVES F A F et al Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Escola Anna Nery Revista de Enfermagem v 16 n 4 p 802-808 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorgpdf1277127728365023pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 GEORGE JB Teorias de Enfermagem os Fundamentos agrave Praacutetica Profissional Porto Alegre Ed Artmed 2000 MENDES K D S SILVEIRA R C C P GALVAtildeO C M Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Texto amp contexto enfermagem v 17 n 4 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml71471411240017gt Acesso em 29 de agosto de 2017 MOREIRA B S G et al Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Revista Baiana de Enfermagem v 25 n 2 2011 Disponiacutevel em lthttpsportalseerufbabrindexphpenfermagemarticleview57894463gt Acesso em 29 de agosto de 2017 MARRAS J P Administraccedilatildeo de Recursos Humanos do operacional ao estrateacutegico 14ed Satildeo Paulo Futura 2011 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE (OMS) Administraccedilatildeo da OMS Disponiacutevel em lthttpwwwwhointeportuguesepublicationsptgt Acesso em 13 de setembro de 2017 ORLANDINI G M LAZZARI C M Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Revista gauacutecha de enfermagem Porto Alegre Vol 33 n 3 (set 2012) p 34-41 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle10183108706000872009pdfsequence=1 Acesso em 02 de agosto de 2017

40

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paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser

anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os

profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o

procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)

Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre

o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados

Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual

ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO

seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e

principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos

seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que

as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees

governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo

processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas

Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais

entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada

para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente

eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada

para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos

sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma

preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees

formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do

cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes

Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica

de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados

identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da

cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem

relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e

prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram

encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios

havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros

apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)

35

Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

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A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

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7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

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REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017

CAVALCANTE NJF et al Unidade de terapia intensa In FERNANDES AT Infecccedilatildeo hospitalar e suas interfaces na aacuterea da sauacutede Satildeo Paulo Atheneu 2000 p749-770

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CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM RESOLUCcedilAtildeO COFEN 5432017 Disponiacutevel em lthttpwwwcofengovbrresolucao-cofen-5432017_51440htmlgt Acesso em 14 de setembro de 2017 CARPENITO-MOYET L J Diagnoacutesticos de Enfermagem Aplicaccedilatildeo agrave Praacutetica Cliacutenica 13ordf ed Porto Alegre Artmed 2012 GUIMARAtildeES G R QUEIROZ A P G FERREIRA A C R Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Braz J Periodontol-March v 27 n 01 2017 Disponiacutevel em lthttpwwwrevistasobrapecombrarquivos2017marcoREVPERIO_MARC387O_2017_PUBL_SITE_PAG-07_A_1020-2027-03-2017pdfgt Acesso em 30 de junho de 2017 FOSTER B A M DOROTHEA Orem In George JB Teorias de enfermagem os fundamentos agrave pratica profissional [traduccedilatildeo de Ana Maria Vasconcellos Thorell] 4a ed Porto Alegre (RS) ARTMED 2000375 p p 83-101 GONCcedilALVES F A F et al Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Escola Anna Nery Revista de Enfermagem v 16 n 4 p 802-808 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorgpdf1277127728365023pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 GEORGE JB Teorias de Enfermagem os Fundamentos agrave Praacutetica Profissional Porto Alegre Ed Artmed 2000 MENDES K D S SILVEIRA R C C P GALVAtildeO C M Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Texto amp contexto enfermagem v 17 n 4 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml71471411240017gt Acesso em 29 de agosto de 2017 MOREIRA B S G et al Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Revista Baiana de Enfermagem v 25 n 2 2011 Disponiacutevel em lthttpsportalseerufbabrindexphpenfermagemarticleview57894463gt Acesso em 29 de agosto de 2017 MARRAS J P Administraccedilatildeo de Recursos Humanos do operacional ao estrateacutegico 14ed Satildeo Paulo Futura 2011 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE (OMS) Administraccedilatildeo da OMS Disponiacutevel em lthttpwwwwhointeportuguesepublicationsptgt Acesso em 13 de setembro de 2017 ORLANDINI G M LAZZARI C M Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Revista gauacutecha de enfermagem Porto Alegre Vol 33 n 3 (set 2012) p 34-41 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle10183108706000872009pdfsequence=1 Acesso em 02 de agosto de 2017

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OREM D E Nursing Concepts of practice 4 ed Saint Louis Mosby 1991 OLIVEIRA A C GARCIA P C NOGUEIRA L S Carga de trabalho de enfermagem e ocorrecircncia de eventos adversos na terapia intensiva revisatildeo sistemaacutetica Rev Esc Enferm USP p 683-694 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextampnrm=isoamplng=ptamptlng=ptamppid=S0080-62342016000400683gt Acesso em 13 de setembro de 2017 PICININI M C S et al Interferecircncias do uso de soluccedilotildees enzimaacuteticas nos patoacutegenos da cavidade oral em pacientes com pneumonia nosocomial Perionews v 7 n 4 p 369-374 2013 Disponiacutevel em lthttppesquisabvsaludorgportalresourceptlil-689017 Acesso em 14 de setembro de 2017 ROURKE A M Self-care chore or challenge J Adv Nursv16 n2 p233-41 1991 RIBEIRO A de L Gestatildeo de pessoas 2 ed Satildeo Paulo Saraiva 2012 SOUZA A F GUIMARAtildeES A C FERREIRA E F Avaliaccedilatildeo da implementaccedilatildeo de novo protocolo de higiene bucal em um centro de terapia intensiva para prevenccedilatildeo de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista Mineira de Enfermagem v 17 n 1 p 178-192 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwremeorgbrartigodetalhes588gt Acesso em 03 de agosto de 2017 SILVEIRA I R GNATTA J R LACERDA R A Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Online braz j nurs(Online) v 10 n 1 2011 Disponiacutevel em lthttpswwwobjnursinguffbrindexphpnursingarticleview3207html_1gt Acesso em 01 de agosto de 2017 SILVA S G NASCIMENTO E R P SALLES R K Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica discursos de profissionais acerca da prevenccedilatildeo Escola Anna Nery Revista de Enfermagem v 18 n 2 p 290-295 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeanv18n21414-8145-ean-18-02-0290pdfgt Acesso em 22 de agosto de 2017 SILVA A P et al Protocolo bucal para prevenccedilatildeo de pneumonia em UTI-estudo piloto do HUSF de Vassouras RJ Periodontia p 57-62 2015 Disponiacutevel em lthttppesquisabvsaludorgportalresourceptlil-728211gt Acesso em 03 de agosto de 2017 SCHLESENER V R F DALLA ROSA U RAUPP S M M O cuidado com a sauacutede bucal de pacientes em UTI Cinergis v 13 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpsonlineuniscbrseerindexphpcinergisarticleview31642232gt Acesso em 07 de setembro de 2017 TRETTENE A S et al Carga de trabalho de enfermagem em unidade de terapia semi-intensiva especializada criteacuterios para dimensionamento de pessoal Rev Esc Enferm USP v 49 n 6 p 960-6 2015 Disponiacutevel em

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lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextampnrm=isoamplng=ptamptlng=ptamppid=S0080-62342015000600958gt Acesso em 11 de novembro de 2017

VILELA M C N et al Cuidados bucais e pneumonia nosocomial revisatildeo sistemaacutetica Einstein (16794508) v 13 n 2 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeins2015naheadpt_1679-4508-eins-1679-45082015RW2980pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017

VITOR A F LOPES M V O ARAUacuteJO T L Teoria do deacuteficit de autocuidado anaacutelise da sua importacircncia e aplicabilidade na praacutetica de enfermagem 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeanv14n3v14n3a25gt Acesso em 13 de setembro de 2017 ZANEI S S V et al Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva REME rev min enferm v 20 2016 Disponiacutevel em lthttppesquisabvsaludorgportalresourceptbiblio-835273gt Acesso em 01 de agosto de 2017 ZANDOMENIGHI R C et al Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de Emergecircncia desafios para os enfermeiros Revista Mineira de Enfermagem v 18 n 2 p 404-425 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwremeorgbrartigodetalhes936gt Acesso em 15 de novembro de 2017

Page 35: HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBAÇÃO … filehigiene oral dos pacientes com intubaÇÃo orotraqueal na unidade de terapia intensiva: revisÃo integrativa da literatura ... enfermagem

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Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre

algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de

realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de

placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma

manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da

placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de

realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram

realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas

vezes ao dia

Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece

subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees

em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao

tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro

A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave

ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees

educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)

Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no

qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de

contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes

de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e

utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia

para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a

Resoluccedilatildeo COFEN 2932004

Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o

gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da

qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge

como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e

pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da

assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para

uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda

36

A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

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7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

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REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017

CAVALCANTE NJF et al Unidade de terapia intensa In FERNANDES AT Infecccedilatildeo hospitalar e suas interfaces na aacuterea da sauacutede Satildeo Paulo Atheneu 2000 p749-770

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lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextampnrm=isoamplng=ptamptlng=ptamppid=S0080-62342015000600958gt Acesso em 11 de novembro de 2017

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VITOR A F LOPES M V O ARAUacuteJO T L Teoria do deacuteficit de autocuidado anaacutelise da sua importacircncia e aplicabilidade na praacutetica de enfermagem 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeanv14n3v14n3a25gt Acesso em 13 de setembro de 2017 ZANEI S S V et al Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva REME rev min enferm v 20 2016 Disponiacutevel em lthttppesquisabvsaludorgportalresourceptbiblio-835273gt Acesso em 01 de agosto de 2017 ZANDOMENIGHI R C et al Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de Emergecircncia desafios para os enfermeiros Revista Mineira de Enfermagem v 18 n 2 p 404-425 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwremeorgbrartigodetalhes936gt Acesso em 15 de novembro de 2017

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A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o

desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de

higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de

pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante

impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA

(2013)

Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal

eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores

afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave

assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral

dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de

enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as

taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba

gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem

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7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

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REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017

CAVALCANTE NJF et al Unidade de terapia intensa In FERNANDES AT Infecccedilatildeo hospitalar e suas interfaces na aacuterea da sauacutede Satildeo Paulo Atheneu 2000 p749-770

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CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM RESOLUCcedilAtildeO COFEN 5432017 Disponiacutevel em lthttpwwwcofengovbrresolucao-cofen-5432017_51440htmlgt Acesso em 14 de setembro de 2017 CARPENITO-MOYET L J Diagnoacutesticos de Enfermagem Aplicaccedilatildeo agrave Praacutetica Cliacutenica 13ordf ed Porto Alegre Artmed 2012 GUIMARAtildeES G R QUEIROZ A P G FERREIRA A C R Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Braz J Periodontol-March v 27 n 01 2017 Disponiacutevel em lthttpwwwrevistasobrapecombrarquivos2017marcoREVPERIO_MARC387O_2017_PUBL_SITE_PAG-07_A_1020-2027-03-2017pdfgt Acesso em 30 de junho de 2017 FOSTER B A M DOROTHEA Orem In George JB Teorias de enfermagem os fundamentos agrave pratica profissional [traduccedilatildeo de Ana Maria Vasconcellos Thorell] 4a ed Porto Alegre (RS) ARTMED 2000375 p p 83-101 GONCcedilALVES F A F et al Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Escola Anna Nery Revista de Enfermagem v 16 n 4 p 802-808 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorgpdf1277127728365023pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 GEORGE JB Teorias de Enfermagem os Fundamentos agrave Praacutetica Profissional Porto Alegre Ed Artmed 2000 MENDES K D S SILVEIRA R C C P GALVAtildeO C M Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Texto amp contexto enfermagem v 17 n 4 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml71471411240017gt Acesso em 29 de agosto de 2017 MOREIRA B S G et al Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Revista Baiana de Enfermagem v 25 n 2 2011 Disponiacutevel em lthttpsportalseerufbabrindexphpenfermagemarticleview57894463gt Acesso em 29 de agosto de 2017 MARRAS J P Administraccedilatildeo de Recursos Humanos do operacional ao estrateacutegico 14ed Satildeo Paulo Futura 2011 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE (OMS) Administraccedilatildeo da OMS Disponiacutevel em lthttpwwwwhointeportuguesepublicationsptgt Acesso em 13 de setembro de 2017 ORLANDINI G M LAZZARI C M Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Revista gauacutecha de enfermagem Porto Alegre Vol 33 n 3 (set 2012) p 34-41 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle10183108706000872009pdfsequence=1 Acesso em 02 de agosto de 2017

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OREM D E Nursing Concepts of practice 4 ed Saint Louis Mosby 1991 OLIVEIRA A C GARCIA P C NOGUEIRA L S Carga de trabalho de enfermagem e ocorrecircncia de eventos adversos na terapia intensiva revisatildeo sistemaacutetica Rev Esc Enferm USP p 683-694 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextampnrm=isoamplng=ptamptlng=ptamppid=S0080-62342016000400683gt Acesso em 13 de setembro de 2017 PICININI M C S et al Interferecircncias do uso de soluccedilotildees enzimaacuteticas nos patoacutegenos da cavidade oral em pacientes com pneumonia nosocomial Perionews v 7 n 4 p 369-374 2013 Disponiacutevel em lthttppesquisabvsaludorgportalresourceptlil-689017 Acesso em 14 de setembro de 2017 ROURKE A M Self-care chore or challenge J Adv Nursv16 n2 p233-41 1991 RIBEIRO A de L Gestatildeo de pessoas 2 ed Satildeo Paulo Saraiva 2012 SOUZA A F GUIMARAtildeES A C FERREIRA E F Avaliaccedilatildeo da implementaccedilatildeo de novo protocolo de higiene bucal em um centro de terapia intensiva para prevenccedilatildeo de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista Mineira de Enfermagem v 17 n 1 p 178-192 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwremeorgbrartigodetalhes588gt Acesso em 03 de agosto de 2017 SILVEIRA I R GNATTA J R LACERDA R A Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Online braz j nurs(Online) v 10 n 1 2011 Disponiacutevel em lthttpswwwobjnursinguffbrindexphpnursingarticleview3207html_1gt Acesso em 01 de agosto de 2017 SILVA S G NASCIMENTO E R P SALLES R K Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica discursos de profissionais acerca da prevenccedilatildeo Escola Anna Nery Revista de Enfermagem v 18 n 2 p 290-295 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeanv18n21414-8145-ean-18-02-0290pdfgt Acesso em 22 de agosto de 2017 SILVA A P et al Protocolo bucal para prevenccedilatildeo de pneumonia em UTI-estudo piloto do HUSF de Vassouras RJ Periodontia p 57-62 2015 Disponiacutevel em lthttppesquisabvsaludorgportalresourceptlil-728211gt Acesso em 03 de agosto de 2017 SCHLESENER V R F DALLA ROSA U RAUPP S M M O cuidado com a sauacutede bucal de pacientes em UTI Cinergis v 13 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpsonlineuniscbrseerindexphpcinergisarticleview31642232gt Acesso em 07 de setembro de 2017 TRETTENE A S et al Carga de trabalho de enfermagem em unidade de terapia semi-intensiva especializada criteacuterios para dimensionamento de pessoal Rev Esc Enferm USP v 49 n 6 p 960-6 2015 Disponiacutevel em

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lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextampnrm=isoamplng=ptamptlng=ptamppid=S0080-62342015000600958gt Acesso em 11 de novembro de 2017

VILELA M C N et al Cuidados bucais e pneumonia nosocomial revisatildeo sistemaacutetica Einstein (16794508) v 13 n 2 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeins2015naheadpt_1679-4508-eins-1679-45082015RW2980pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017

VITOR A F LOPES M V O ARAUacuteJO T L Teoria do deacuteficit de autocuidado anaacutelise da sua importacircncia e aplicabilidade na praacutetica de enfermagem 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeanv14n3v14n3a25gt Acesso em 13 de setembro de 2017 ZANEI S S V et al Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva REME rev min enferm v 20 2016 Disponiacutevel em lthttppesquisabvsaludorgportalresourceptbiblio-835273gt Acesso em 01 de agosto de 2017 ZANDOMENIGHI R C et al Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de Emergecircncia desafios para os enfermeiros Revista Mineira de Enfermagem v 18 n 2 p 404-425 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwremeorgbrartigodetalhes936gt Acesso em 15 de novembro de 2017

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7 CONCLUSAtildeO

Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura

sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a

importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a

literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os

iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica

De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da

necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos

encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de

forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do

paciente

Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO

adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se

fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o

profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas

Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro

Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um

protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de

treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral

natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de

enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste

modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode

trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica

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REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017

CAVALCANTE NJF et al Unidade de terapia intensa In FERNANDES AT Infecccedilatildeo hospitalar e suas interfaces na aacuterea da sauacutede Satildeo Paulo Atheneu 2000 p749-770

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CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM RESOLUCcedilAtildeO COFEN 5432017 Disponiacutevel em lthttpwwwcofengovbrresolucao-cofen-5432017_51440htmlgt Acesso em 14 de setembro de 2017 CARPENITO-MOYET L J Diagnoacutesticos de Enfermagem Aplicaccedilatildeo agrave Praacutetica Cliacutenica 13ordf ed Porto Alegre Artmed 2012 GUIMARAtildeES G R QUEIROZ A P G FERREIRA A C R Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Braz J Periodontol-March v 27 n 01 2017 Disponiacutevel em lthttpwwwrevistasobrapecombrarquivos2017marcoREVPERIO_MARC387O_2017_PUBL_SITE_PAG-07_A_1020-2027-03-2017pdfgt Acesso em 30 de junho de 2017 FOSTER B A M DOROTHEA Orem In George JB Teorias de enfermagem os fundamentos agrave pratica profissional [traduccedilatildeo de Ana Maria Vasconcellos Thorell] 4a ed Porto Alegre (RS) ARTMED 2000375 p p 83-101 GONCcedilALVES F A F et al Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Escola Anna Nery Revista de Enfermagem v 16 n 4 p 802-808 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorgpdf1277127728365023pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 GEORGE JB Teorias de Enfermagem os Fundamentos agrave Praacutetica Profissional Porto Alegre Ed Artmed 2000 MENDES K D S SILVEIRA R C C P GALVAtildeO C M Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Texto amp contexto enfermagem v 17 n 4 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml71471411240017gt Acesso em 29 de agosto de 2017 MOREIRA B S G et al Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Revista Baiana de Enfermagem v 25 n 2 2011 Disponiacutevel em lthttpsportalseerufbabrindexphpenfermagemarticleview57894463gt Acesso em 29 de agosto de 2017 MARRAS J P Administraccedilatildeo de Recursos Humanos do operacional ao estrateacutegico 14ed Satildeo Paulo Futura 2011 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE (OMS) Administraccedilatildeo da OMS Disponiacutevel em lthttpwwwwhointeportuguesepublicationsptgt Acesso em 13 de setembro de 2017 ORLANDINI G M LAZZARI C M Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Revista gauacutecha de enfermagem Porto Alegre Vol 33 n 3 (set 2012) p 34-41 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwlumeufrgsbrbitstreamhandle10183108706000872009pdfsequence=1 Acesso em 02 de agosto de 2017

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VILELA M C N et al Cuidados bucais e pneumonia nosocomial revisatildeo sistemaacutetica Einstein (16794508) v 13 n 2 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeins2015naheadpt_1679-4508-eins-1679-45082015RW2980pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017

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