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Centro Hospitalar Lisboa Central Maternidade Dr. Alfredo da Costa Serviço de Ginecologia Director: Dr. Carlos Marques HISTERECTOMIA VAGINAL Sílvia Sales Vieira 5.3.2014

HISTERECTOMIA VAGINAL+ - files.macgineco.webnode.ptfiles.macgineco.webnode.pt/200000015-81c3282bbe/HV.pdf · ÍNDICE • Considerações’gerais’ • Indicações’ • Avaliação’préKoperatória

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Centro  Hospitalar    Lisboa  Central  

Maternidade  Dr.  Alfredo  da  Costa  

 

 Serviço  de  Ginecologia    Director:  Dr.  Carlos  Marques  

 

HISTERECTOMIA  VAGINAL  

Sílvia  Sales  Vieira    

5.3.2014  

ÍNDICE  •  Considerações  gerais  •  Indicações  •  Avaliação  pré-­‐operatória  •  Preparação  pré-­‐operatória  •  Considerações  cirúrgicas  •  Técnica  cirúrgica  •  Complicações  intra-­‐operatórias  

CONSIDERAÇÕES  GERAIS  •  A  escolha  da  via  deve  ser  individualizada.  

•  Sempre  que  a  técnica  é  exequível.  

•  Condições  da  doente.  

•  Condições  do  cirurgião:    -­‐  treino,  experiência  e  preferência.  

 •  Estudo  de  revisão  Crochrane:    -­‐  ↓  complicações;    -­‐  ↓  tempo  de  internamento;    -­‐  recuperação  mais  rápida.  

Sugestão  de  guidelines:    

CONSIDERAÇÕES  GERAIS  

Figura 1 – Guidelines para determinar a via da cirurgia. (Rock, J. and Jones, H. Te Linde´s – Operative Gynecology, 10th Ed. Lippincott Williams and Wilkins, 2008.)

•  POP  •  Patologia  benigna  do  útero  (com  e  sem  POP)  

INDICAÇÕES  

Avaliação  da  sustentação  pélvica  •  Mobilidade  uterina:      -­‐  manobras  de  Valsalva;    -­‐  tracção  uterina  com  pinça  de  Pozzi.  

 Avaliação  da  pelve  óssea  •  Ângulo  do  arco  púbico  ≥  90o;  •  Canal  vaginal  amplo;  •  Fórnix  posterior  da  vagina  amplo  e  profundo.  

AVALIAÇÃO  PRÉ-­‐OPERATÓRIA  

Preparação  intesMnal  –  solução  electrolíbca  laxante:  •  ↓risco  de  lesão  rectal;  •  ↓  incidência  de  íleus  pós-­‐operatório.    Profilaxia  anMbióMca:  •  Cefalosporina  1G  (Cecriaxona  1g  EV  8/8h);  •  Metronidazol  oral  (500  mg  PO  8/8h)  e  vaginal  (1  cp  500  mg).  

PREPARAÇÃO  PRÉ-­‐OPERATÓRIA  

Posicionamento  da  utente  •  Litofmia  dorsal  (nádegas  logo  acima  do  bordo  da  marquesa);  •  Posição  de  Trendelenburg  (10-­‐15o)  facilita  visualização  

intravaginal;  •  Estribos  com  alcochoamento  adequado  evitam  lesão  nervosa.  

Preparação  vaginal  •  Desinfecção  vaginal  com  solução  de  iodo-­‐povidona;  •  Esvaziamento  vesical/algaliação;  •  Campo  cirúrgico  único  ou  campos  individuais.  

CONSIDERAÇÕES  CIRÚRGICAS  

Instrumentos    

CONSIDERAÇÕES  CIRÚRGICAS  

Instrumentos    

CONSIDERAÇÕES  CIRÚRGICAS  

Iluminação    Material  de  sutura  

CONSIDERAÇÕES  CIRÚRGICAS  

Exame  vaginal  sob  anestesia  •  Melhor   acessibilidade   às   estruturas  

anatómicas.  

Preensão   do   colo   uterino   (tenáculo   de  dente  simples  ou  duplo)  •  Tracção  uterina   e  massagem  vigorosa  

dos  ligamentos  utero-­‐sagrados  (30´´);  •  Hidrossecção   da   mucosa   cervico-­‐

vaginal  com  SF  gelado;  •  Tracção  descendente  do  colo  e  incisão  

circunferencial   no   epitélio   vaginal   na  junção  do  colo.  

 

TÉCNICA  CIRÚRGICA  

Dissecção  romba  da  mucosa  vaginal  •  Importância  do  plano  de  clivagem.      Abertura  do  FS  Posterior  •  Idenbficação  da  reflexão  peritoneal  do  

FS  Posterior  –  FS  Douglas;  •  Distensão   da   mucosa   vaginal   e   tecido  

conjunbvo  subjacente  com  pinça;    •  Abertura   do   peritoneu   parietal   com  

tesoura  de  Mayo;  •  Colocação   de   valva   com   peso   no   FS  

Posterior;  •  Inspecção   da   cavidade   pélvica  

posterior  (útero,  aderências).    

TÉCNICA  CIRÚRGICA  

Corte  e  laqueação  dos  ligamentos  útero-­‐sagrados  •  Posicionamento  do  clampe  na  perpendicular  ao  eixo  do  útero;  •  Corte  do  pedículo  junto  ao  clampe  (~  0,5  cm)  e  sutura;  •  Fixação  dos  ligamentos  à  mucosa  vaginal  póstero-­‐lateral  –  referência  da  sutura.  

   

TÉCNICA  CIRÚRGICA  

Corte  e  laqueação  dos  ligamentos  cardinais  •  Posicionamento  do  clampe  na  perpendicular  ao  eixo  do  útero;  •  Corte  do  pedículo  junto  ao  clampe  (~  0,5  cm)  e  sutura;  •  Fixação  dos  ligamentos  à  mucosa  vaginal  lateral  –  referência  da  sutura.  

 

TÉCNICA  CIRÚRGICA  

Abertura  do  FS  Anterior  (espaço  vesico-­‐vaginal)  •  Afastamento  da  bexiga  (tesoura  de  Mayo  ou  compressa  húmida);  

•  Aperfeiçoamento  da  posição  da  valva  anterior  na  linha  média  por  forma  a  manter  a  bexiga  fora  do  campo  operatório;  

•  Preensão  do  peritoneu  com  pinça  e  sua  abertura  com  tesoura  de  Mayo;  •  IdenMficação   do   conteúdo   peritoneal   após   colocação   da   valva   anterior   nesse  

espaço.      

TÉCNICA  CIRÚRGICA  

   

TÉCNICA  CIRÚRGICA  

Corte  e  laqueação  das  artérias  uterinas  •  Posicionamento   do   clampe   paralelamente   ao   eixo   do   útero,   incorporando   os  

folhetos  anterior  e  posterior  do  peritoneu  visceral;  •  Clampe  e  sutura  únicos:  ↓  risco  de  lesão  do  ureter;  •  2º  corte  e  laqueação  se  útero  grande.      

Corte  e  laqueação  dos  ligamentos  útero-­‐ováricos  e  redondos  •  Laqueação  dupla:  ponto  de  sutura  (“8”)  +  ponto  de  mão  

TÉCNICA  CIRÚRGICA  

Exteriorização  do  útero  •  Hemissecção   ou   bivalvulação:   biseccção   uterina   na   linha   média,   no   senbdo  

antero-­‐posterior,  até  ao  fundo.      

TÉCNICA  CIRÚRGICA  

Exteriorização  do  útero  •  Incisão  em  cunha  (“V”):  remoção  de  porções  cuneiformes  do  miométrio  –  vérbce  

na  linha  média  –  da  parede  uterina  anterior  ou  posterior.    

TÉCNICA  CIRÚRGICA  

Exteriorização  do  útero  •  Enucleação   (coring):   incisão  circunferencial  ~  5  mm  ao  nível  do   istmo,  acima  das  

laqueações  das  artérias  uterinas.  

TÉCNICA  CIRÚRGICA  

Anexectomia    •  Tracção,  corte  e  laqueação  dos  pedículos  útero-­‐ováricos;  •  Tracção,  corte  e  laqueação  dos  ligamentos  redondos.    

TÉCNICA  CIRÚRGICA  

Revisão  da  hemostase  •  Inspecção  e  revisão  da  hemostase  dos  pedículos.    Encerramento  ou  não  encerramento  do  peritoneu  •  Não   há   indicações   absolutas   para   necessidade   de   encerramento   do   peritoneu  

pélvico.  

TÉCNICA  CIRÚRGICA  

Encerramento  da  mucosa  vaginal  •  Encerramento   com   orientação   verMcal   ou   horizontal;   pontos   simples   ou  

conbnuos;  •  A   sutura   deve   compreender   toda   a   espessura   do   epitélio   vaginal   (atenção   à  

bexiga  na  porção  anterior).  

TÉCNICA  CIRÚRGICA  

Lesão  vesical  •  Abertura  da  bexiga:  reparação  deve  ser  feita  logo  após  descoberta  da  lesão;  •  Não  esquecer:  inspecção  do  trígono;  •  Sutura  em  1  ou  2  planos  com  fio  absorvível  de  pequeno  calibre;  •  Insblação  de  azul  de  mebleno  estéril.  

Lesão  intesMnal  •  Abertura  do  recto:  sutura  em  1  ou  2  planos  com  fio  absorvível  de  pequeno  calibre,  

seguida  de  irrigação  abundante;  •  Pós-­‐operatório:  laxantes  e  dieta  pobre  em  resíduos.  

Hemorragia    •  Falha  ou  deslizamento  de  uma   laqueação,  avulsão  de  tecido  antes  da   laqueação,  

hemorragia  da  cúpula;  •  Importante:  evitar  clampar  às  “cegas”.  

 

COMPLICAÇÕES  INTRA-­‐OPERATÓRIAS