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1 HISTÓRIA CULTURA I - ORIGENS Península Ibérica Mescla Étnica Sobreposição de inúmeras civilizações correspondentes a povos cujo movimento migratório era interrompido pelo mar. Vestígios antropológicos: Paleolítico Superior (c. 5000.000 a.C.) Sucessivos trabalhos em pedra até aos períodos dos metais Riqueza mineira como o cobre e o estanho atrai exploradores, temos o exemplo do mais antigo vestígio de exploração económica vindo do oriente, em Torres Vedras, no Castro do Zambujal Culturas mais típicas do ocidente da Peninsular com traços e influencias Orientais. Cultura Megalítica Construção de grandes pedras (antas, menires, etc.) Cultura Campiforme Especialmente na região do Tejo Vasos de cerâmica em forma de campanha Invasão de povos do Centro da Europa (1º Milénio) Celtas Artesãos Instrumentos de ferro e ouro Misturam-se com povos já instalados no Território, dando origem a: o Celtiberos (tribos celtibéricas) Lusitanos Celtiberos que vivem entre o Douro e o Tejo Galaicos Celtiberos que vivem a norte do Tejo (Origem Celta - Galiza) II DOMINIO ROMANO Em 209 A.C. desembarcam as primeiras tropas romanas na Península (Catalunha - Ampúrias) - Entraram e ameaçaram colonizar 200 Anos depois - Península Romanizada (Excepto Pais Basco)

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HISTÓRIA CULTURA

I - ORIGENS

Península Ibérica – Mescla Étnica

Sobreposição de inúmeras civilizações correspondentes a povos cujo

movimento migratório era interrompido pelo mar.

Vestígios antropológicos:

Paleolítico Superior (c. 5000.000 a.C.)

Sucessivos trabalhos em pedra até aos períodos dos metais

Riqueza mineira como o cobre e o estanho atrai exploradores, temos

o exemplo do mais antigo vestígio de exploração económica vindo

do oriente, em Torres Vedras, no Castro do Zambujal

Culturas mais típicas do ocidente da Peninsular com traços e

influencias Orientais.

Cultura Megalítica

Construção de grandes pedras (antas, menires, etc.)

Cultura Campiforme

Especialmente na região do Tejo

Vasos de cerâmica em forma de campanha

Invasão de povos do Centro da Europa (1º Milénio)

Celtas

Artesãos

Instrumentos de ferro e ouro

Misturam-se com povos já instalados no Território, dando origem

a:

o Celtiberos (tribos celtibéricas)

Lusitanos – Celtiberos que vivem entre o Douro e o Tejo

Galaicos – Celtiberos que vivem a norte do Tejo (Origem Celta -

Galiza)

II – DOMINIO ROMANO

Em 209 A.C. desembarcam as primeiras tropas romanas na Península

(Catalunha - Ampúrias) - Entraram e ameaçaram colonizar

200 Anos depois - Península Romanizada (Excepto Pais Basco)

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Acção colonizadora Romana

Elimina quase completamente as diferenças culturais e linguísticas

Conduz à formação de uma população homogénea, denominada

população hispano romana

Organização colonial Romana (anterior organização económica –

tribos, propriedades colectivas, economia de substancia)

Eramos povos bárbaros pois não dominávamos a língua latina.

a) Exploração dos recursos locais

Agricultura (ex.: vinha) → Exportava-mos para Roma

Exploração Mineira (ex.: volfrâneo)

Pesca (exportação de peixe conservado com sal)

b) Emprego da moeda

Instrumento de troca

Cunhagem de moeda

c) Unidade agrícola predominante - VILLA

Núcleo de terras férteis que o proprietário explorava

directamente com os escravos ou parcelas dispersas,

cultivadas por colonos semi-livres que entregavam uma

parte da produção ao proprietário.

(com a decadência económica do Sec.III, a situação dos

colonos aproximou-os dos

escravos)

d) Unidade Social das províncias

Romanas

Rede de estradas

Construção de pontes

Acção administrativa

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e) Províncias Romanas – Capitais

Galécios – Brácara

Lusitânia – Mérides

Resistência Lusitânia

Viriato (147 a.C. – 139 a.C.)

III – INVASÕES BARBARAS

SÉC. V 409/420 A.C.

Povoações Peninsulares quase não opuseram resistência as invasões

Bárbaras.

Suevos

Fundam um reino que dominava, aproximadamente, o actual

território português, com sede em Braga

Actividades maioritariamente agrícolas

Visigodos

Unificam toda a península sobre domínio político

Instala-se a organização de dioceses e paróquias

Clero

Representante da antiga cultura peninsular

Classe socialmente dominante

Todos os trabalhadores da “villa” eram considerados filhos da

igreja. ( , ecclesiae » filigrês » fregues » Junta de

Freguesia)

Sobre a VILLA, unidade de exploração agrícula, surge a Freguesia,

unidade moral nascida do culto e da vizinhança.

IV – OCUPAÇÃO MUCULMANA

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711 D.C.

Invasão árabe destrói a monarquia visigótica e a organização

senhorial baseada na posse de villas, mas não elimina a organização

moral das paróquias.

Os proprietários nobres eram obrigados ao serviço militar, contudo os

nobres resistem.

LEI:

Igualdade de direitos para quem aceitasse a nova religião

Tributação e liberdade de culto para quem conservasse a antiga fé

Morte ou venda como escravo para quem resistisse pela força

Os servos, ou semi-livres, ficam nas villas:

Destruindo assim a organização senhorial

Reúnem-se para resolver problemas da vida colectiva, tomando

decisões acerca de moagens, águas, pastagem, justiça, defesa,

etc.

Nascimento dos conselhos: Forma de organização social assente na

autoridade da vizinhança

Contributos Muçulmanos:

Introdução de novas plantas, árvores e produtos hortícolas

Técnicas de aproveitamento de água

Moagem hidráulica

Introdução da roda vertical da azenha

Aumento da produtividade da terra

Dispensam o trabalho escravo

Facilitam a propriedade individual

Nascimento da horta: pequena exploração agrícola, relacionada

com o abastecimento urbano da pequena classe média rural

V – RECONQUISTA

Os nobres proprietários visigodos, a quando da ocupação muçulmana,

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refugiaram-se nas montanhas do norte da Península, nas Astúrias.

Séc. IX e X

Inicio da Reconquista (Lenda de Pelàgio)

O Rei das Astúrias

o seu reino com refugiados visigodos

alcançou a primeira vitória sobre os muçulmanos na

reconquista, em Covadonga, Astúrias, em 718 D.C.

Galiza

Região onde a luta entre cristãos e Árabes foi mais renhida.

Modelou alguns traços sociais da população e foi o local de

origem da sociedade medieval Portuguesa.

Consequências da Reconquista:

As populações revoltaram-se diversas vezes contra os

reconquistadores (nobres):

a) Porque estes não aceitavam as organizações dos vizinhos:

b) Estes só tinham um objectivo – apoderarem-se das terras e

de tudo aquilo que ai havia, incluindo pessoas

(habitantes,servos).

As revoltas não eram de carácter religioso, pois não existem

indícios de adesão ao credo islâmico.

A ideia de cruzada só surge em 1096 – data da 1º cruzada

As populações voltaram à sua primitiva servidão

1) Norte do Douro: A população é constituída por senhores e

servos, ( Norte senhorial, Nobreza e Clero);

2) Sul do Douro: As instituições espontâneas de governo popular

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e a muçarabização dos populares duraram mais tempo

(Conquista definitiva de Coimbra – 1064);

3) Entre Douro e Minho: Terra dos Senhores e Mosteiros

(Topónimos: vila,paço - casa de propietarios);

4) Entre o Tejo e Douro: Terra de Concelhos e do Rei;

5) Alentejo: Terra de Ordens Militares e de trabalhadores por

conta alheia.

a) As condições sociais anteriores a fundação da nacionalidade geram

uma tensão entre as zonas de servidão e as zonas de liberdade

b) Coutos: a importância dos coutos resulta deste desnível social

→ Gozavam de privilégios quanto à justiça e impostos, etc. Em

1082 passou a ser a designação de uma extensão de terras onde

era proibida a entrada a estranhos.

Reconquista(Ritual): a ocupação das terras conquistadas fazia-se com o toque de

trombetas e a bandeira da realeza desfraldada.

a) Este RITUAL era, simbolicamente, a exteriorização da

implantação:

Domínio religioso, político e social

Domínio do evangelho contra o Corão (novo estado cristão

contra o sarraceno)

Domínio dos senhores contra os “servos”, ou seja, da

sociedade senhorial contra a sociedade foral.

“Norte Atlântico”: País senhorial e feudal, origem da nobreza

medieval e da nobreza portuguesa em todas as épocas.

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a) Forneceu ao país o modelo de representação social que

predominam em toda a sua história até ao fim do sec. XIX.

“Norte Interior”: Local onde se forma o espírito municipalista, a

partir do Concelhos do tempo da reconquista.

Oferece ao país o modelo de organização municipal, que se

estenderá ao resto do país com a ajuda do estado.

“Sul Mediterrâneo”: Área onde sempre se manteve a tradição de uma

economia urbana, que sempre predominou sobre a economia real.

a) Oferece ao país um modelo urbano do qual se desenvolveu uma

política nacional, com a ajuda do estado.

b) Sempre se fortaleceu mais na utilização de recursos materiais e de

processos de dominação de tipo urbano do que dos

correspondentes recursos agrícolas.

Condados:

a) O Governo e a defesa dos territórios eram entregues a ricos

homens, nobres que os governavam com o título de condes.

b) Portugal (Portuscale) – nome de uma povoação próxima da foz do

Douro.

c) O Condado de Portugal foi durante mais de um século governado

por ricos homens da mesma família, os Mendes.

d) O governo de Coimbra fundou também um condado desde a sua

primeira conquista (em 878) até ser novamente conquistado pelos

Mouros.

e) Após a segunda metade da conquista cristã (em 1064) o governo

foi exercido não por um nobre hereditário mas por Sesmando,

moçárabe descendente de judeus de Tentúgal, que tinha sido

governado em Sevilha e vai exercer uma importante acção

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administrativa.

f) Em 1111 a população burguesa de Coimbra e Sesmando revoltam-

se contra o Conde D. Henrique, impondo-lhe a concessão de

garantias e a proibição de entrada na cidade dos seus funcionários.

A conquista da independência

a) Os factores da independência

O feudalismo – tendência da alta nobreza para fugir à

vassalagem

Existência de uma comunidade etnicamente diferenciada

Antagonismo de interesses entre o norte senhorial e o sul

municipal – existência de forças populares que apoiaram o

Rei

Rivalidade dos nobres portugueses em relação aos da Galiza

Luta do clero (Bispos) no sentido da independência das suas

dioceses em relação às sés de Compostela e Toledo (acção de

D. João Peculiar, Bispo de Braga)

b) Fundação da monarquia (a unificação politica do Norte e do

Sul dará origem ao reino de Portugal)

1. Em 1096 Afonso VI, Rei de Leão e Castela reuniu num só

condado os territórios de Portucal e Coimbra

2. Os territórios foram concedidos a um cavaleiro francês,

Henrique de Borgonha, que casou com D. Teresa, filha do

Rei (D. Henrique morre em 1112?/1114?)

(1120 – condessa D. Teresa doa o burgo do Porto ao Bispo D.

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Hugo)

(1123 – o Bispo D. Hugo concede foral aos burgueses do

Porto)

3. Em 1127 D. Afonso Henriques enfrenta a mãe na batalha de

S. Mamede, ajudado pelos burgueses de Guimarães, apodera-

se do Governos do Condado; Recusa autoridade ao Rei de

Leão.

(1139 – Batalha de Ourique)

4. Tratado de Zamora – (1143) – é concedido a D. Afonso

Henriques o título de Rei (que já usa desde 1139). Só em

1179 o título é reconhecido pelo Papa.

c) Conquista do sul (conquista de Lisboa, Alcácer do Sal,

Silves – auxilio dos cruzados estrangeiros, que passavam nos

portos portugueses a caminho do oriente – Terra Santa

1. Conquistas de Santarém e Lisboa – 1147 – colocam a

fronteira na linha do Tejo.

2. Em 1158 conquista de Alcácer do Sal – tenta-se a

ocupação do Alentejo (Beja e Évora – 1159)

3. Entre 1165/6 – 1167/9 – Geraldo, o Sem-Pavor,

apoderou-se de grande parte do Alentejo, dos dois lados

do Guadiana

(1167 – Afonso Henriques prisioneiro do Rei de Leão,

aliado dos Mouros de Badajoz)

4. 1189 – Conquista de Silves e de todo o ocidente algarvio

(Almorávidas – confraria de monges e nobres berberes,

que reinou no Magreb e na Andaluzia – Al-Andaluz – nos

séculos XI e XII – capital Marraquexe, os Almorávidas

refizeram a unidade da Espanha cultural Andaluza. Foram

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derrubadas pelos Almoádas – tomada de Marraquexe em

1147)

(1160 – ofensiva almoáda na P. Ibérica – dinastia

Berbere que destronou os Almorávidas e reinou no norte

de África e Andaluzia de 1147 a 1269. Invadiram e

dominaram o sul da P. Ibérica pondo em causa a

segurança dos reinos Cristãos)

(Anos 80/90 – perda dos territórios cristãos a sul do Tejo)

(Almoádas foram derrotados em Espanha, na batalha

Novas de Tolosa – 1212 – entraram em decadência na

África do Norte, acabando por ser derrotados pelos

merinidas.

d) A Política Real: Proteção aos Concelhos

Não se conhece nenhuma nomeação de condes nos reinados

dos primeiros Reis (centralização do poder na figura do Rei);

Não há notícias de Governos locais, além dos concelhos e das

ordens monástico-militares;

Os ricos homens exerciam a sua autoridade em nome do Rei;

Só o Rei tinha o direito de cunhar moeda;

A orientação política predominante é a de apoio aos

concelhos, que asseguram a administração e o pagamento dos

impostos, e fornecem as tropas aos Reis;

As terras dos nobres e da igreja estavam isentas do

pagamento de imposto, ao contrário do que acontecia com a

propriedade popular;

A administração através dos municípios representava uma

vantagem económica para a coroa;

D. Sancho I começa a confiscar os bens dos nobres que o não

CULTURA PORTUGUESA DOS SEC. XII E XIII

A. TRÊS MATRIZES CULTURAIS

As três culturas estão ligadas territorialmente, apesar dos credos

religiosos serem “incompatíveis”. A contradição cultural e o

triunfo da cultura menos avançada, deixarão marcas na maneira de

ser nacional, como a intolerância religiosa, subestimação da

cultura, aprendizagem, etc.

1. Cristã: Difundida pelo culto religioso e pela pregação

1.1. Cultura cristã – Grupo portador da cultura literária e

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quiseram servir e doa esses bens a concelhos recentemente

criados, para a construção de muralhas.

VI – PORTUGAL NOS SÉC. XII E XIII

D. Afonso Henriques:

Entre 1127 e 1184 – concessão de 44 forais

Entre 1170 e 1185 – cunhagem das primeiras moedas portuguesas

de ouro – “Morabitinos”

Entre 1130 e 1140 – construção de igrejas românicas e das Sés do

Porto e de Coimbra – Ordem de Santa Cruz

Em 1153 – fundação da abadia de Alcobaça – Ordem de Cister

São Bernardo: Ordem do Templo

Em 1160 – construção do Castelo de Tomar e início da construção

da Sé de Lisboa

D. Sancho I (1185/1211):

Foral da Covilhã (+57 forais)

Revolta da Nobreza

1199 – Fundação da Guarda

Guerras com Leão

Conflitos entre o Rei e os Bispos de Coimbra e do Porto

Revolta dos Burgueses contra os Bispos

D. Afonso II (1211/1223)

1211 – Cortes de Coimbra – primeiras Leis Gerais

Revolta da Nobreza

Franciscanos e Dominicanos em Portugal

Conquista definitiva de Alcácer do Sal

técnicas mais atrasadas, levará à destruição de tudo o que

pudesse recordar as culturas vencidas: monumentos,

documentos, ideias, etc. A inquisição em 1136 será a

ultima fase dessa destruição.

2. Árabe: Irradiada dos centros urbanos e absorvida por

importantes sectores da população. Alto nível literário e

técnico.

2.1. Nível Literário: Poesia “Carjas” – Cavadores de Silves

2.2. Nível Técnico: Ourivesaria, Metalurgia, Astrologia,

Advocacia, Arquitectura

3. Judaica: Ministrada nas escolas das comunidades judaicas

existentes em todas as povoações importantes

3.1. Judeus: Afirmam-se a nível das profissões que assumem

maior preparação cultural, medicina, farmácia, finanças,

etc.

(Sinagoga mais importante do País é em Tomar)

Talmude o "Toda a cidade onde as crianças não foram à escola,

está destinada a perecer"

o Vasta compilação de comentários sobre a lei religiosa

do TORA (lei escrita)

o Constitui a obra mais importante do Judaísmo pós-

bíblico. Está escrito em hebraico e em aramaico. Foi

elaborado nas escolas da Palestina, no Séc. IV, e nas

da Babilónia, nos Séc. VI-VII, tem duas redacções

distintas:

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D. Sancho II (1223/1245)

1226 – Revolta da Nobreza contra o Rei

Cortes de Coimbra

Morte de Santo António de Lisboa (1231), canonizado em 1232

Campanhas militares no Alentejo e Algarve

Manifesto dos Burgueses do Porto contra o Bispo

Clero e concelhos queixam-se ao Papa do estado do Reino

O Papa depõe Sancho II (1245)

1245 – 1247 – Guerra civil

D. Afonso III (1248/1279)

1249 – conquista definitiva do Algarve

Guerra com Castela pela posse do Algarve

Lisboa, sede do Governo

Cortes de Coimbra (1261)

Tratado de Badajoz sobre a posse do Algarve (1267)

Construção do convento de S. Domingos (Elvas), 1º edifício

Gótico

Cortes de Santarém apoiam o Rei contra o clero

O Papa lança um interdito sobre Portugal, mas D. Afonso III não

cede

O “Talmude Palestino” – chamado

impropriamente de “Jerusalém”.

O “ Talmude Babilónico” – mais

aprofundado e importante.

A contradição cultural e o triunfo da cultura menos avançada,

deixarão marcas na maneira de ser nacional: intolerância religiosa,

subestimação da cultura / aprendizagem …

B. CULTURA LITERÁRIA E TRADIÇÃO ORAL

1. São do sec. XII os mais antigos documentos escritos em Português,

( Testamento de Afonso II)

2. Nas catedrais e em alguns mosteiros o clero é ensinado. Em 1192,

Sancho I doa 400 morabitinos a St. Cruz de Coimbra, para os

monges irem estudar para França. No sec. XII, Alcobaça torna-se

um dos mais importantes centros culturais de Portugal.

Bibliotecas com códices de quase todas as regiões da Europa, estes

códices (obras religiosas) serão traduzidas pelos monges de Cister

(Teocêntrismo a nível do clero, nobreza, povo, etc)

3. O mais antigo trovador, que vem da tradição celta (bardo), é João

Soares de Paiva ( 1141– pertence a geração de D. Sancho I. C →

Escárnio) O mais recente é o Conde de Barcelos (M.1354)

4. CANCIONEIRO: contêm a fixação escrita (em cantigas) de uma

antiga tradição oral

4.1. Cancioneiro da Ajuda, dos finais do séc. XIII

4.2. Cancioneiro da Biblioteca Nacional, do séc. XVI

4.3. Cancioneiro do Vaticano, dos sécs. XIV XVI

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5. CANTIGAS:

5.1. Cantigas de Amigo: Têm origem na tradição folclórica do

nordeste peninsular, que se combinam com as “Carjas”,

poesias de origem árabe e com a tradição Lírica judaica.

Barcarolas ou Marinhas

Bailias ou Bailadas

Cantigas de Romaria

Albas

Etc.

5.2. Cantigas de Amor: Influências provençais

Canções ou cantigas de mestria

Tenções

Etc

5.3. Cantigas de Escárnio e Maldizer: Sátira, directa ou velada, a

certos aspectos da vida da corte, em especial recaindo sobre os

jograis.

6. ROMANCES ou RIMANCES: Géneros de composição transmitida

oralmente em que, pela primeira vez, a língua falada ganha forma

literária, género poético-narrativo foram o ponto de partida para o

actual romance.

6.1. Romanço:

Fase linguística

Conjunto de falares da Românica

Linguística

Domínio do latim como língua da civilização do

Império Romano do ocidente, que se fragmenta com as

invasões do sec. V

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6.2. Rimances: contados por jograis / segréis e menestréis »

Narram lendas de heróis e santos,

6.3. Trovadores / nobres portugueses:

Sancho I

D. Dinis

Filho de Dinis, O conde de Barcelos

6.4. Trovadores / nobres espanhóis:

Afonso X, O Sábio, compõe em galaico-português as

“Cantigas de Santa Maria”

1. ARQUITETURA / ESCULTURA – As Catedrais Românicas

1. São de estilo românico e de inspiração francesa as grandes

construções religiosas: Alcobaça, Sés de Braga, Coimbra,

Lisboa, Porto, Lamego, Viseu, Guarda…

2. Influencia francesa na arquitectura religiosa reflecte uma

forte acção cultural europeia em luta contra o

moçarabismo peninsular (paróquias: igrejas românicas de

uma só nave e cobertura de telha – trabalho de artistas

portugueses)

3. Tomar – Igreja dos Templários (Charola de Tomar) –

influências Bizantinas trazidas pelos cavaleiros dos

lugares santos (cruzados) – esta influência é uma

excepção na época. (os templários têm como santo S. João

Baptista)

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VII – PORTUGAL NOS SÉCS. XIII E XIV

D. Dinis (1279/1325):

Guerra com o Infante D. Afonso, futuro Afonso IV

Inicio das negociações para a concordata com o Clero

Escultura – baixos relevos dos capitéis – animais fantásticos,

figuras humanas, temas vegetalistas estilizadas – trabalho

ingénuo (“Naif”) e primitivo

Lei que obriga o Clero a vender todos os bens adquiridos a partir

de 1279

1288 - Fundação do Estudo Geral

1293 – Aprovação da Bolsa de Mercadores

1295 – Inicio das construções do Mosteiro de Odivelas (D.Dinis

é sepultado)

GUERRA COM CASTELA

1279 - Tratado de Alcanizes, fixação da fronteira com Castela

1307 – Termina a construção da Sinagoga da Comunidade

Judaica de Lisboa

O Rei de França tenta apoderar-se da riqueza dos Templários

(pessoas riquissímas)

1315 – Fundação da Ordem de Cristo

1317 – O Genovês Pesagno é nomeado almirante da frota real

Portuguesa

1318 – Inicio da construção do claustro de D. Dinis em Alcobaça

1321/1324 – Revolta de D. Afonso e guerra civil

1318 – Inicio da construção do claustro de D. Dinis, em

Alcobaça

Inicio da construção de Santa Clara de Vila do Conde e da Igreja

de Leça do Bailio

1323 – Claustro da Sé de Évora

CULTURA PORTUGUESA DOS SEC. XIII E XIV

1211/1325: Literatura, universidade, transição para o Gótico

1. Literatura de Corte e Literatura do Povo: Durante todo o séc. XII, a

Poesia escrita foi abundante.

A 1ª fase é de origem popular, nas cantigas de Amigo e etc.

Com Afonso III, que viveu em França de 1227 a 1245, vem o

gosto provençal de amor cortês

Galanteria Palaciana

Anteriormente a influência provençal chegou com a

Ordem de Clunny no sec. XI. Guerreiros e colonos

franceses ajudaram, na reconquista, e no comércio com

França, principalmente na compra de tecidos

Chegaram assim, até hoje, cerca de 2000 cantigas de

amigo, de amor e de escárnio e maldizer, geralmente em

cancioneiros.

TROVADORES: Termina o ciclo de lirismo trovadoresco

(1325/1352)

Viveram, em geral, na corte de Afonso III, de D. Dinis, e do

Conde de Barcelos. Em Castela nas cortes de Fernando III e

Afonso X.

Nacionalidade dos Trovadores (Costa Pimpão):

Portugueses - 52

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D. Afonso IV (1325/1352)

Termina o ciclo do lirismo trovadoresco (devido à peste negra)

Galegos - 22

De fora - 13

Não se sabe a origem - 47

Poesia associada ao Canto:

Cantores

Instrumentos Musicais

Bailarinos

ARTISTAS:

a) Trovadores: Era o poeta, quase sempre fidalgo, que compunha

a letra e música das canções amorosas e satíricas. Se tinha boa

voz, cantava.

b) Jogral: Era um cantor e tangedor ambulante que ia de corte em

corte, executando canções quase sempre alheias.

c) Segrel: Era um trovador de baixa estirpe, que ia de terra em

terra, acompanhado do seu Jogral. Viajava a cavalo.

(Exclusivo na literatura galaico-portuguesa)

d) Menestrel: O mesmo que o Jogral, no sec. XIII, começa a

designar um musico-poeta.

e) Soldadeira: Mulher, quase sempre de moral duvidosa, que com

uma criada, acompanhava os Jograis e Menestréis.

POVO: Cultiva a poesia oral dos Jograis

Há indícios de uma épica popular em torno dos feitos de

Afonso Henriques, posteriormente fixada na “Crónica Breve

de Santa Cruz de Coimbra”.

Uma parte da Literatura oral é de origem religiosa.

Afonso X, O Sábio, regista, nas suas cantigas um Romance,

que refere na região de Santarém

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2. O ENSINO: Fundação da Universidade

Com o desenvolvimento da burguesia, a cultura tende a

laicizar-se, mandando os filhos estudar no estrangeiro.

A procura do ensino leva à criação do ESTUDO GERAL, em

Lisboa.

1288: Apresentação do pedido

1290: Primeira carta régia que refere o estudo geral

1308: Transferido posteriormente para Coimbra

Dois grandes vultos representam a cultura monástica e

burguesa

Santo António de Lisboa: Estudou em Santa Cruz de

Coimbra, ensinou teologia aos Franciscanos em Itália. Foi

canonizado em 1232, um ano após a sua morte.

Pedro Hispano: Filho de um médico de Lisboa, professor

de medicina lógica em várias universidades, conhecedor

da ciência árabe. É ele o único Papa Português, conhecido

como João XXI, em 1277.

TRANSIÇÃO DO ROMANÍCO PARA O GÓTICO

A vinda das Ordens Mendicantes para Portugal:

1216: Devotos de S. Francisco → Franciscanos

1217: Dominicanos / Dominicanas

Coincide com a construção dos primeiros monumentos Góticos

Monumentos iniciados no séc. XII (ex. Alcobaça e Sé de

Évora) rematam com abóbadas ogivais.

Com o triunfo de Afonso III dá-se um Renascimento artístico,

marcado pela construção dos primeiros monumentos góticos

o Santarém → Convento de S. Francisco, S. João do

Alporão e Santa clara;

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VIII – PORTUGAL NOS SÉCS. XIV E XV

Séc: XIV (1325-1398) / Séc. XV (1401-1500)

1325/1398 – 1401/1500

Reinado de D. Afonso IV (1325/1357):

1325: Termina o ciclo do lirismo trovadoresco

Guerra com Castela

1340: Guerra do Salado

1344: Conde D. Pedro redige a “Crónica Geral de Espanha”

Expedições portuguesas as Canárias (alargar fronteiras alem

mar)

Lei do trabalhador rural obrigatório (cultivar terra, ocupar

terra de mar)

o Coimbra → Convento de St. Clara-a-velha

o Beja e Estremoz → Convento de S. Francisco

o Elvas → Convento de S. Domingos

Reinado de D. Dinis

o Odivelas → Mosteiro de Odivelas

o Alcobaça → “Claustro do Silêncio”

Túmulos no interior das igrejas

Arquitetura Civil / Militar / Religiosa

Sé do Porto (Estilo Românico e Gótico)

1355: Execução de D. Inês de Castro

D. Pedro I (1357/1367):

1357:

Aliança com Castela

Auxílio naval na luta contra de Aragão

Inicio da construção dos túmulos de D. Pedro e D. Inês de

Castro no Mosteiro de Alcobaça

Cortes em Elvas

D. Fernando I (1367/1383):

1ª Guerra com Castela (Atoleiros)

Casamento com D. Leonor de Teles

Oposição popular e repressão

2ª Guerra com Castela (Valverde)

Construção da muralha Fernandina por trabalhadores obrigatórios

CULTURA PORTUGUESA DOS SEC. XIV E XV

A “Matéria da Bretanha” chega a inspirar uma obra original, o

“Romance de Amadis”, cujo êxito vai durar até ao séc. XVI.

O livro de linhagem do Conde D. Pedro, Filho de D. Dinis, é a

primeira dessas obras com cunha literária. Deve-se também a

ele a compilação da primeira grande crónica portuguesa, a

“Crónica geral de Espanha” em 1344.

Aparecem os primeiros livros de História, com objectivo

Práticos:

Como a definição de parentesco

Justificação de direitos de património

Políticos:

Mostrar que foram quem foram os Nobres a ajudar o Rei na

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Lei das Sesmarias (lei dos trabalhos obrigatórios

Companhia das Naus

1381/1382: 3ª Guerra com Castela (Aljubarrota)

Cerco de Lisboa → Sem mantimentos

1383: Morte do Rei

Crise Dinástica de 1383 / 1385

o Revolta de Lisboa

Sublevação dos Camponeses

1835

o Cortes em Coimbra

o Mestre de Avis é aclamado Rei (Dr. João das

Regras)

o Batalha de Aljubarrota (Vencida pelos

portugueses através do uso da tecnica do

quadrado)

D. João I (1385/1433):

1385: Corte em Viseu

Reposição das leis do trabalho obrigatório e do tabelamento

de preços

Cortes em Coimbra

1391: 1ª fase da Construção do Mosteiro da Batalha

1401: Casa de Bragança

Casamento de D. Afonso, Conde Barcelos, com única filha

do St. Contestável Nuno Alvares Pereira, D. Brites

Regulamento de paz com Castela

Os burgueses do Porto formam uma câmara de comércio

1415: Início da Expansão Portuguesa (Conquista de Ceuta)

1418: Descoberta de Porto Santo

fundação da Monarquia

Escultura Gótica, Ascética e Burguesa

As primeiras construções arquitectónicas são conventos e igrejas,

de Franciscanos e Dominicanos, simples e austeros.

É notável a escultura dramaticamente religiosa:

“Cristo no Tumulo” no Museu Machado de Castro

Capitéis do Convento de Celas

Simultaneamente, os Burgueses, perpetuam a sua memória através

de estátuas jacentes sobre ricos túmulos.

O túmulo e capela de Bartolomeu Joanes, na Sé de Lisboa, são

um monumento à memória deste mercador.

A obra máxima, iniciada nos finais do sec. XIV (1388), é o

Mosteiro da Batalha, concepção original de um arquitecto

português, Afonso Domingues, foi continuada por um mestre

estrangeiro, Huguet.

Século XV - Crónicas, Imprensa, e o Manuelino

Reanimação Cultural

Com o triunfo da Revolução de 1383 / 1385 dá-se uma renovação

cultural na corte. O Rei João I e os Infantes D. Duarte e D. Pedro

foram eles próprios o impulso dessa renovação, sendo hábeis

escritores.

No “Leal Conselheiro”, D. Duarte recomenda que os jovens nobres

aprendam a ler e a escrever latim, que leiam bons livros de

literatura moral e romances de cavalaria.

A universidade não acompanha este progresso

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1425:

Início da Colonização da Madeira

Exploração da Costa Africana

1427:

Descoberta do Açores

Fernão Lopes inicia a redacção das Crónicas dos Reis

D. Duarte (1433/1448):

1434:

Passagem do Cabo Bojador

Expedição a Tânger

Oposição dos Burgueses ao poder dos Nobres

Regência de D. Pedro

1441: Chegam a Portugal os primeiros escravos negros

Infante D. Henrique obtém o monopólio do comércio do

Bojador. (Filho do Mestre de Avis / Grão Mestre da Ordem

de Cristo)

Príncipe D. Pedro era o Príncipe das Sete Partidas

D. Afonso V (Filho do Mestre de Avis) (1448/1487):

Combate de Alfarrobeira

Feitoria de Arguim

Conquista de Alcácer Ceguer

1460: Descoberta das ilhas de Cabo Verde

Morte de Infante D. Henrique

1462: Povoamento de Santiago em Cabo Verde

1464: Expedição a Marrocos

Batalha do Toro

Exportação de açúcar da Madeira para o Norte da Europa

Rota açucareira, das especiarias e do Ouro

Os juristas de maior nomeada são formados no estrangeiro

Em 1427, a sociedade queixa-se que os Corregedores nomeados

pelo Rei são “simples escudeiros sem ciência”, o Rei contesta,

afirmando que não há letrados em números suficiente.

História Fernão Lopes (1380?/1460?)

Na cultura não religiosa, o ramo mais cultivado é a história, que

encontra o seu mais lato expoente em Fernão Lopes

De origem popular, nasce cerca de 1380. Não se sabe onde estudou

Foi nomeado guardador-mor das escrituras da Torre do Tombo

(1418) e aposentou-se em 1454

A sua obra, de surpreendente calor estilístico e aguda compreensão

do povo, no curso da história, é a mais alta expressão atingida pela

cultura medieval portuguesa

Seguem-se-lhe, na função de cronistas oficiais. Gomes Eanes de

Zurara, Rui de Pina e Garcia de Resende, mas houve muitos outros

cronistas cujas obras desapareceram por motivos de censura

política, depois da batalha de Alfarrobeira.

Progressos técnicos: ciência náutica e imprensa

A experiência do mar levou a aperfeiçoamentos na construção

naval: caravela de casco largo, pequeno calado, muito velame,

permite navegar mais depressa e transportar mais provisões

Cosmógrafos judeus, baseados na ciência náutica dos árabes,

aperfeiçoam os processos de navegação astronómica

(determinação da posição do navio pela estrela polar e pela

altura do sol)

A imprensa, nascida na Alemanha (1440 – Gutemberg), só chega a

Portugal nos finais do século

Há várias impressões judaicas até 1496, data em que as

sinagogas são encerradas

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D. João II (1487/1495):

1487:

Construção do Castelo da Mina

Execução do Duque de Bragança

Passagem do Cabo da Boa Esperança

1494: Tratado de Tordesilhas

Arquitectura e Pintura

O mais importante monumento é a Batalha, cuja construção

prossegue ao longo de todo o século

O Gótico flamejante desliza para o Manuelino, que enriquece

as estruturas do Gótico com um aabundante decoração

naturalista

Na pintura, quase inexistente nos séculos anteriores, surge uma

surpreendente obra-prima: o políptico de S. Vicente ou das

Janelas Verdes (1460-1480), retrato de uma sociedade nos

seus vários estratos

É o ponto de partida para a formação de uma escola de pintura

nacional

Literatura (Séc. XV – XVI)

Entre 1350 e 1450 – interregno nas produções fonéticas

nacionais

Após D. Dinis – reis deixaram de ser poetas

Nova nobreza sem grande cultura

Possíveis causas: comércio, enriquecimento da burguesia,

descobertas e conquistas, custo de vida, lavaram os fidalgos e

restantes portugueses a entregarem-se a actividades de maior

proveito económico

Séc. XV – mudança na poesia palaciana

Os reis tornam-se mecenas (à semalhança do que se

fazia no estrangeiro – inicio renascimento)

D. Afonso V – politica de vasto intercâmbio com a

Espanha (a vida na corte espanhola é deslumbrante

(“Reis Católicos”) – contagia portugueses – poesia com

papel importante)

A nobreza embora não goste de D. João II (1481/1495),

vem para a corte. Cortesãos e damas ociosas, entregam-

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se a torneios poéticos, a bailes, a “donear” …

D. João II vê com gosto a nobreza entretida

Dá-lhe prestigio

Não conspira contra ele nem contra o seu

“absolutismo”

Literatura – “Cancioneiro Geral de Garcia de Resende”

(1516) G. Resende (1470?/1536)

Abrange a produção poética (286 poetas/1000 poesias,

15% em castelhano) que teve lugar nos reinados de D.

Afonso V, D. João II e D. Manuel (dedicado a D. Joºao

II)

IX – PORTUGAL NOS SÉCS. XVI

D. Manuel I (1495/1521):

1498: Vasco da Gama chega a Índia

1500: Descoberta oficial do Brasil

1502:

Construção do Mosteiro dos Jerónimos

1ª Representação de Gil Vicente

1506: Massacre de Cristão Novos

1510: Conquista de Goa

1511:

Conquista de Malaca

Ordenações Manuelinas

1514:

Construção da Torre de Belém

Reforma de Forais

D. João III (1521/1557):

1527: 1º censo populacional

CULTURA PORTUGUESA DOS SEC. XVI

Os grandes escritores – a densidade e valor da produção literária

faz do século XVI um dos momentos mais altos da cultura

portuguesa

Gil Vicente (1465?/1537) – Teatro (1502/1536 – mais de 40

peças de teatro e algumas obras menores) – penetrante

observação das transformações sociais da época

Sá de Miranda (1481/1558) – poesia – soneto/teatro

Luís de Camões (1524/1580) – obra lírica notável. Epopeia “Os

Lusíadas” (1ª ed. 1572) – modelo clássico cujo tema é a

história nacional → Criador da epopeia e da redondilha maior

Cronistas → Denunciam a corrupção

João de Barros (1496/1570) – “Crónica do Imperador

Clarimundo” (1522) / “Ásia” (“Décadas” de 1552 a 1615)

Diogo de Couto (1542/1616) – “Diálogo do Soldado

Prático” / “Décadas”

Monólogo do Vaqueiro (oferecido a D.

Leonor pelo nascimento de D. João III

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1529:

Tratado de Saragoça

Posse das Molucas

1533/1535: Processo e condenação de Gil Vicente

1536: Inquisição

1537: Fundação da Companhia de Jesus

1538/1539: Roteiros de D. João de Castro

1542: Abandono de Safim e Azamor

1º Índex de Livros proibidos

Fundação do Colégio de Artes em Coimbra

Imprensa Universitária em Coimbra

Fundação de Piratininga, que deu origem a S. Paulo

1555: Franceses instalam-se em Guanabara

D. Sebastião (1557/1578)

1562: Regência

1º D. Catarina

2º Cardeal D. Henrique

o 1565: Fundação do Rio de Janeiro

1568: Governo de D. Sebastião

Pragmáticas contra o luxo e os ociosos

Publicação do 1º mapa de Portugal

1572: 1º edição de “Os Lusíadas”

1575: Fundação de Luanda

1578: Batalha de Alcácer Quibir

1580:

Regência de Cardeal D. Henrique

Cortes em Almeirim para decisão de herdeiro ao trono

Invasão Espanhola

Damião de Góis (1502/1574) – Cronista oficial de D.

Manuel – “Crónica do Rei Dom Manuel”

1. Literatura de Viagens (“Narrativa”)

(livro de Marco Polo (Séc. XIII) – traduxido em 1502 por

Valentim Fernandes)

Frei Pantaleão de Aveiro – “Itinerário da Terra Santa” (1523)

Fernão Mendes Pinto (1510 – 1583) – “Peregrinação” – relata

as viagens pelo oriente

Nasce em Montemor-o-Velho (perto de Coimbra) e em

1537 embarca para a Índia. Percorre Diu, Meca, Ormuz,

Goa, Malaca, Nanquim, Conchichina, Japão, Sião, Samatra,

etc.

Foi criado de servir e soldado, comerciante e embaixcador,

escravo, corsário e até Jesuíta

“Histórias Trágico-Marítimas” e “Relações” (vários autores)

de naufrágios ocorridos ao longo de meio século, entre 1552 e

1602, publicados depois dos naufrágios, geralmente por um

sobrevivente.

As “Relações” foram compiladas por Bernardo Gomes de

Brito, bibliografo, em 1735/1736, durante o reinado de D.

João V

Estas têm três aspectos de grande relevância:

Documentos Históricos

Documentos Humanos

Obras Literárias

2. Humanismo e experimentalismo Antropocentrismo

Humanismo:

Influencias renascimento Italiano e Francês

Estudo de autores gregos e latinos levam alguns autores a

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escreverem algumas das suas obras em latim.

Em 1541 foi recrutado um grupo de humanistas notáveis, para

ensinarem no Colégio das Artes em Coimbra, criado nessa

altura, contudo a suspeita de heresia faz com que fechasse

pouco tempo depois.

A observação de novas realidades descobertas e a contradição

entre essas experiências e a ciência antiga, levaram alguns

intelectuais a uma posição crítica e indagada.

“Aprendesse mais com os Portugueses num dia, do que

com os Romanos em cem anos” Garcia da Horta

Essa atitude científica é sincrónica com a que levou, na Europa,

aos progressos da ciência moderna, não chega a penetrar na

Universidade nem a ter continuadores em Portugal, devido a

inquisição e ao ensino religioso que na Europa da reforma

protestante, que gerava o capitalismo, o protestantismo, a

ciência, esteve afastada de Portugal

1545/1563:

Concilio de Trento

Contra reforma

3. Na acção missionaria

Sec. XV E XVI:

Saíram para o Oriente cerca de 2.000 padres e leigos

A Companhia de Jesus exerce a mais notável acção cultural

Portuguesa no Oriente, difundindo a língua portuguesa e a

imprensa.

A língua portuguesa chega a ser a língua franca, seguindo-

lhe os “crioulos” de base Portuguesa.

Os Jesuítas estudaram e deram a conhecer à Europa, línguas e

costumes dos locais.

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O Colégio de S. Paulo em Goa, frequentado por alunos de

muitos países da Ásia, foi um activo centro de aproximação

dos povos.

No Brasil, acção igualmente notável

Em 1554, o padre Manuel da Nobrega funda, no interior

do Sertão, um colégio destinado à catequisação de

indígenas – surge a cidade de S. Paulo, à sua volta

4. Do Manuelino ao Classicismo (maneirismo)

Expressão arquitectónica dos descobrimentos – Mosteiro dos

Jerónimos / Torre de Belém

Janela do Convento de Cristo (Tomar) / Capleas Imperfeitas

(Batalha)

O renascimento italiano quase não se encontra eco em Portugal

Em Coimbra há um centro de escultura, mas de mestres franceses

Primeira grande obra clássica – S. Vicente de Fora (Fim do

Século – Filipe Terzio)

X – PORTUGAL NOS SÉCULOS XVI – XVII

1581 – As cortes de Tomar proclamam rei Filipe II de Espanha (I de

Portugal)

Derrota da Invencivel Armada (1588)

Ataque inglês a Lisboa (1589)

Ataque Anglo-Francês ao Recife

Publicação da 1ª parte da Monarquia Lusitana

Ataques Holandeses aos portos brasileiros

1598/1621 – Reinado de Filipe II

Ordenações Filipinas (1602)

Teatro popular: Edições de Chiado e Afonso Alvares

Os Holandeses cercam Malaca (1606)

Reforma dos estatutos da Universidade

CULTURA PORTUGUESA DOS SEC. XVI - XVII

Contra-reforma católica

Resistência ao movimento da reforma (movimento

predominantemente religioso – principio do séc. XVI –

dissidente da Igreja católica – preparado pela decomposição

dos princípios fundamentais, que tinham servido de base a

idade média

Causas:

Desprestígio do papado e secularização do clero

Desenvolvimento da mística de st. Agostinho, que leva

à salvação apenas pela fé

Decadência da teologia eclesiástica, face ao apogeu das

correntes críticas renascentistas da Bíblia (1º Erasmo de

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Perseguição aos lentes (professores universitários) que são

cristãos-novos

Até 1700 - apogeu do azulejo português

Rodrigues Lobo (Leiria, 1580-1622): Corte na Aldeia (1619);

“Condestável de Portugal, D. Nuno Álvares Pereira” (Poesia

épica, 1609)

1621/1640 – Reinado de Filipe III

Ataques holandeses e Ingleses ao Brasil, Índia, África e Macau

(1622-1630)

Reconquista da Baía pelos Portugueses

Motins no Porto contra o agravamento dos impostos (1628)

O Padre António Vieira (1608/1697) prega o 1º sermão a uma

confraria de escravos negros

Motins populares no Alentejo (o Manuelinho de Évora – 1637 –

revolta reprimida de modo sangrento

1640 – Restauração da Independência

1640/1655 – Reinado de D. João IV

Inicio da Guerra da Independência (1641)

Publicação do 1º jornal português (1641)

Batalha de Guararapes contra os Holandeses, no Brasil (no séc.

XVI os holandeses levaram o protestantismo para o Brasil)

Reconquista de Luanda com uma expedição organizada no Brasil

1655/1668 – Reinado de D. Afonso VI

Regência de D. Luísa de Gusmão

Paz com Holanda (1661)

Golpe de Estado, inicio do governo do Conde de Castelo Melhor

abdicação de D. Afonso VI (1667)

Paz com Espanha (1668) (Ceuta não é recuperada)

Francisco Manuel de Melo (1606/1666) – O Fidalgo Aprendiz

(1665) (Le Bourgeois Gentil Homme, Moliére)

Roterdão e depois Lutero)

Objectivo da Reforma

Retorno ao espírito evangélico

Reforma dos costumes eclesiásticos

Recusa do negócio das indulgências

Contacto mais directo com os ensinamentos da Bíblia

Lutero – um dos promotores mais prestigiados – 1517 – publica

95 teses sobre as indulgências – excomungado por Leão X e

desterrado por Carlos V

Contra-reforma – instrumentos – inquisição; companhia de

Jesus; Índex dos livros proibidos

Funcionam em Portugal desde meados do século XVI e

dominam completamente a cultura do século XVII,

caracterizada pela ausência de pensamento laico e da

atitude científica de tipo moderno, já então dominante na

Europa

A Inquisição exerceu uma violenta acção de extermínio

sobre ideias e pessoas

A “Companhia de Jesus” orientou a sua acção no sentido de

conquistar as elites e o sentimento popular. Com esse fim,

fundou colégios em todas as cidades e povoações

importantes

Um grupo de mestres de Coimbra (os Conimbricenses)

preparou uma obra didáctica, o Curso Conimbricense, que

compendiava a ciência que a Companhia de Jesus

considerava certa, constituída pela filosofia de Aristóteles,

tal como a entendiam os teólogos do séc. XVI

Aristóteles – filosofa grego, segue os cursos de Platão,

em Atenas

É preceptor de Alexandre, o Grande, na Macedónia

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1668/1683 – D. Pedro Regente (Maria Francisca de Sabóia)

Lei da Protecção à Industria Nacional – acção do Conde da

Ericeira (1667)

Intensificação da exportação do Vinho do Porto para Inglaterra

(1680)

Morte de D. Afonso VI (1683)

O Padre António Vieira, afastado de Lisboa, chega ao Maranhão

Expulsão definitiva dos Holandeses do Brasil (1654)

1683/1706 – Reinado de D. Pedro II

Proibição do uso de tecidos estrangeiros (1686)

Padre Manuel Bernardes (1644/1710) Luz e Calor (1696 – Prosa

poética – tratados da vida espiritual – perfeição das almas – de

António Vieira – problemas sociais e humanos)

Descoberta do ouro do Brasil (1697)

Última reunião das cortes (1703)

Tratado de Methwen (1703) – os ingleses compravam o Vinho do

Porto e os Portugueses os tecidos ingleses

Intervenção na Guerra de Sucessão de Espanha (1704)

A sua metafísica abarca questões de fundo, como o

poder do espírito e os seus limites. A liberdade do

Homem e o seu sentido. A transcendência da

divindade e os seus mistérios

Para além da metafísica, estudou a física, a lógica, a

linguagem e a História natural

O Curso Conimbricense teve grande repercussão dentro

e fora de Portugal, tendo sido a base do ensino até

meados do séc. XVIII

Teve igualmente um papel decisivo na

impermeabilização da cultura portuguesa as correntes

renovadoras, que levavam a formação da ciência e da

filosofia modernas

Literatura

Características da produção literária

Nacionalismo e bilinguismo

Culto da forma (cultismo) e da ideia (conceptismo)

Tom apologético

Uso do milagre como método explicativo (Sermão de Santo

António aos Peixes)

Predilecção pela história/messianismo/sebastianismo

Padre António Vieira (1608/1697) – maior vulto

literário do séc. de origem muito humilde, nasce em

Lisboa, mas é educado no ambiente mais livre da Baía –

Brasil

1635 – António Vieira sacerdote Jesuíta

Dedicou-se à evangelização das aldeias Baianas

Prega contra os invasores holandeses e huguenotes

(Franceses calvinistas) – ambos protestantes

Tenta defender aborígenes contra a escravatura

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1640 – Enviado para a Europa (Paris, Ruão, Haia,

Amesterdão), por D. João IV, para várias missões

diplomáticas

1650 – Imbuído de ideias mercantilistas, parte para

Itália, para negociar a entrada de Judeus em Portugal,

esperando que com eles entrassem as suas fortunas –

simultaneamente ataca o Santo Oficio

1653 – Volta ao Brasil (Maranhão). Hostilizado

pelos colonos, defende os índios escravizados do

Maranhão e advoga a favor deles, junto de D. João

IV

Funda a Junta das Missões, ajudado pelo Governo a

favor da libertação dos índios

1661 – Volta a Lisboa para dar conta da resistência

dos colonos às medidas de protecção dos índios

D. João IV já tinha morrido e o Conde de Castelo

Melhor, seu inimigo, deixa que a inquisição o prenda

(1665/1668)

1668/9 – Livre da prisão, vai até Roma, onde

Cristina da Suécia o nomeia seu pregador

1681 – Desiludido, apesar do amor à pátria, volta ao

Brasil e aos indígenas (aí morre em 1697)

Obras mais conhecidas: Sermões e Cartas

Conventos – cultiva-se a História

Frei Bernardo de Brito (1586/1617) (Historiador de

Alcobaça) – 1ª e 2ª parte (1597 e 1609) da Monarquia

Lusitana (acontecimentos –

verdadeiros/inventados/lendários – desde Adão até ao

Conde D. Henrique – História da Pátria lusa)

Frei António Brandão (1584/1637) (Historia dos de

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Alcobaça) 3ª e 4ª parte (1632) da Monarquia Lusitana

(desde o Conde D. Henrique a D. Afonso III)

Frei Luis de Sousa (1555/1632) – Vida de Frei

Bartolomeu dos Mártires

Cultura Popular

Intensa produção de folhetos de cordel

Edita-se várias vezes o Pranto de Maria Parda (G.

Vicente)

O povo reúne-se nos pátios, onde se representa um

teatro (comédias) de origem popular, em grande parte

espanhol

Intelectuais juntam-se nos salões e/ou academias

As artes – Maneirismo – Barroco

A arquitectura exprime a contra-reforma

A liberdade (opulenta) do classicismo é contida pelas formas

correctas e frias dos templos Jesuítas

Exemplos:

Sé nova de Coimbra

Seminário de Santarém

Igreja de S. Roque

Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, é uma excepção, embora

incompleta, é o mais audacioso monumento do séc. XVIII

português

Dentro dos edifícios, contudo – formas de arte de raiz popular

A talha dourada, os revestimentos de azulejo, as imagens de

barro (Barristas de Alcobaça) e de madeira, os móveis de gosto

português

Primeiros tapetes de Arraiolos

Colchas de Castelo Branco

Em parte estas formas de arte substituem a arte importada do

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oriente e da flandres: os tapetes da Pérsia ou as tapeçarias de

Arras

Artistas do povo (emigração) levam estas técnicas a Goa e ao

Brasil, onde a talha e o azulejo atingem grande esplendor (o

mesmo acontecerá com a calçada portuguesa – Brasil)

Academias (surgem após a Restauração

Século XVII

Academia dos singulares

Academia dos generosos

Século XVIII

Academia real da história

Academia das ciências

Acádia lusitana