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Apontamentos de Patrícia Vitorino 11024911 1 Aula 1 Origens e Nascimento do País A configuração geográfica de Portugal foi um processo de reconquista. Tudo começou com a existência do Homem à 1 milhão de anos atrás, em que os principais locais de relevo eram o Minho, a Estremadura e os Trás-os- Montes. Assim sendo, a Península Ibérica foi desde cedo palco de invasões e de colonizações que originaram: nos Pré-Celtas ou Celtas, de seguida nas invasões Fenícias, nas invasões Gregas, nos Cartagineses (por volta do anos 237/238 a.C), nos Romanos (em 218 a.C), nos Bárbaros (que se dividiram por Visigodos, Alanos, Povos Germânicos, vandâlos) que invadiram a Peninsula Ibérica por volta do ano de 409/416 d.C, e por último as invasões dos Muçulmanos (por volta do ano 711 a.C). Relativamente à origem da língua na Peninsula Ibérica, falava-se Indo-Europeu, que depois veio ser substituída pelo Latim, que foi e actualmente continua a ser, a marca de Portugal que nos foi deixada pelos Romanos não só na Península Ibérica como também na Península Itálica (Sul da Itália) pelos colonos e os militares em 218 a.C. Assim, o Latim divide- se em duas partes. A primeira que é falada de uma maneira erudita, ou seja é escrita, utilizada pela Alta Administração. A segunda forma de Latim, designa-se por ser um latim Popular ou seja é somente falado, é vulgar. Assim, em Portugal poder-se-à verificar uma diferenciação na língua. No Douro era falado o Galaico-Português, já no Sul do Douro era o Lusitano- Moçárabe. Isto deve-se à invasão/colonização dos Muçulamnos em Portugal, pois a colonização árabe foi permanente no território Português. Esta foi feita de norte (Rio Mondego) para o sul de Portugal. O que resultou numa miscelanização, pois teve não só influência gótica como também visigota. A Divisão Judicial e também a Divisão Admnistrativa do país resultou numa irradicalização do Cristianismo aos Muçulmanos, devido à reconquista de D.Afonso Henriques por causa das adopções de duas divisões admnistrativas. Acerca da Colonização Romana, esta foi importante sobretudo no desenvolvimento da comunicação, devido à construção de estradas, pontes, etc., o que posteriormente levou a uma maior interacção entre o Norte e o Sul. A isto deu origem a Atlantização do Povoamento, isto é, a ligação da faixa costeira ocidental. A conquista do território Português depressa se tornou numa Reconquista, isto porque antes dos Muçuçamanos a religião praticada era o Cristianismo, depois da invasão dos Muçulmanos a religião Cristã foi

História da cultura portuguesa

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Aula 1 Origens e Nascimento do País

A configuração geográfica de Portugal foi um processo de reconquista. Tudo começou com a existência do Homem à 1 milhão de anos atrás, em que os principais locais de relevo eram o Minho, a Estremadura e os Trás-os-Montes. Assim sendo, a Península Ibérica foi desde cedo palco de invasões e de colonizações que originaram: nos Pré-Celtas ou Celtas, de seguida nas invasões Fenícias, nas invasões Gregas, nos Cartagineses (por volta do anos 237/238 a.C), nos Romanos (em 218 a.C), nos Bárbaros (que se dividiram por Visigodos, Alanos, Povos Germânicos, vandâlos) que invadiram a Peninsula Ibérica por volta do ano de 409/416 d.C, e por último as invasões dos Muçulmanos (por volta do ano 711 a.C). Relativamente à origem da língua na Peninsula Ibérica, falava-se Indo-Europeu, que depois veio ser substituída pelo Latim, que foi e actualmente continua a ser, a marca de Portugal que nos foi deixada pelos Romanos não só na Península Ibérica como também na Península Itálica (Sul da Itália) pelos colonos e os militares em 218 a.C. Assim, o Latim divide-se em duas partes. A primeira que é falada de uma maneira erudita, ou seja é escrita, utilizada pela Alta Administração. A segunda forma de Latim, designa-se por ser um latim Popular ou seja é somente falado, é vulgar. Assim, em Portugal poder-se-à verificar uma diferenciação na língua. No Douro era falado o Galaico-Português, já no Sul do Douro era o Lusitano-Moçárabe. Isto deve-se à invasão/colonização dos Muçulamnos em Portugal, pois a colonização árabe foi permanente no território Português. Esta foi feita de norte (Rio Mondego) para o sul de Portugal. O que resultou numa miscelanização, pois teve não só influência gótica como também visigota. A Divisão Judicial e também a Divisão Admnistrativa do país resultou numa irradicalização do Cristianismo aos Muçulmanos, devido à reconquista de D.Afonso Henriques por causa das adopções de duas divisões admnistrativas. Acerca da Colonização Romana, esta foi importante sobretudo no desenvolvimento da comunicação, devido à construção de estradas, pontes, etc., o que posteriormente levou a uma maior interacção entre o Norte e o Sul. A isto deu origem a Atlantização do Povoamento, isto é, a ligação da faixa costeira ocidental. A conquista do território Português depressa se tornou numa Reconquista, isto porque antes dos Muçuçamanos a religião praticada era o Cristianismo, depois da invasão dos Muçulmanos a religião Cristã foi

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islamizada, o que depois levou à reposição da civilização Cristã. Isto aconteceu na Dinastia Asturiana (das Astúrias) de Leão a Castela. De seguida, a invasão dos Franceses (nomeadamente de Borgonha) , onde ajudaram na reconquista Cristã da Península, o filho Raimundo de Borgonha foi o quarto filho de Guilherme I, Conde de Borgonha. Veio pela primeira vez à Península Ibérica (1086 ou 1087) acompanhando o duque Eudo I de Borgonha, e, pela segunda vez (1090) para casar com D.Urraca, única filha legítima e herdeira de Afonso VI de Castela, imperador de Leão e Castela e D.Constança de Borgonha. Vinha acompanhado por seu primo D.Henrique, que recebeu como mulher a outra filha de Afonso VI, D.Teresa. Pelo seu casamento D. Raimundo recebeu vários privilégios: o Condado da Galiza Portucale (entre os Rios Minho e Douro) e o Condado de Coimbra, os dois últimos passando ao senhorio de D.Henrique (1096). As Cruzadas do Oriente, que na sua maioria eram constituídos por Nobres Franceses, que procuravam terras, glória e riqueza, também ajudaram na origem da formação de Portugal. A origem do nome Portugal, deriva de Portus e Calem o nome latino de duas localidades nomeadamente do Porto e de Vila Nova de Gaia, que dariam também o nome ao Condado Portucalense. Outra origem do nome procede do latim “Portus”, “porto” e o nome do porto romano de Cale (hoje a cidade do Porto), situado no local da antiga colónia grega de “Calle” (“lindo” em grego). O nome composto “Portugal” deriva do nome do “Portus Cale”. Somente no séc. IX, se deu a primeira referência num documento escrito do nome Portucale. Relativamente ao Condado de Coimbra, este foi alvo da colonização romana, com o aumento da sua importância substituiu a cidade romana de Conímbriga, de onde derivou o seu novo nome, Coimbra. Em 871 torna-se o Condado de Coimbra, mas apenas em 1064 a cidade é definitivamente reconquistada por Fernando Magno de Leão. O Conde D.Henrique (de Coimbra) foi uma figura importante para a formação do Condado Portucalense, pois defendeu a autonomia das lutas políticas entre Galiza e o Reino de Leão, que mais tarde se une. A mãe de D.Afonso Henriques, D.Teresa envolve-se nas questões territoriais entre a Galiza e D.Afonso VII (que era de origem Galega), confronta-se com Afonso VII em Guimarães. Sendo assim, D.Afonso Henriques está contra a política de sua mãe, D.Teresa, que deu início em 1128 à Batalha de S. Mamede que originou a Independência do Reino de Portugal.

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Já Fernão de Guedes foi o responsável pela renegocião da autonomia de Portugal. E no ano de 1127/28, aconteceu uma guerra entre D.Afonso Henriques (que já era vassalo) e seu primo. De seguida, foi na Batalha de Zamora, no ano de 1143 que se solidou a formação de Portugal.

Aula 2 O Reinado de D. Afonso Henriques

O reinado de D.Afonso Henriques durou cerca de 60 anos, foi caracterizado como um reinado contínuo. Este teve três vertentes: a Política Externa, a Reconquista e o Início da Administração (que teve o concentimento do Papa, que por sua vez, este representava a autoridade máxima). Assim formou-se a República Cristã, ou seja, o conjunto dos países que se encontravam na Europa. A figura do Papa era importante para o reconhecimento dos Reis de Portugal, neste caso, o reconhecimento de D.Afonso Henriques como Rei. No entanto, o desejo de D.Afonso se tornar Rei foi por causa da Santa Sé que não favorecia o nascimento de pequenos Reinos, embora Portugal fosse independente. No ano de 1179, o Papa reconhece a realeza de D.Afonso Henriques e o Reino da Independência de Portugal, segundo um documento a Bula Manifestis Probatum. Sendo que o tempo de espera de D.Afonso tenha sido entre 1043 e 1059. Relativamente à internacionalização da Dinastia de Portugal, os meios utilizados para tal objectivo eram os casamentos, nomeadamente de D.Afonso Henriques, que casa na família do pai, Rei de Borgonha e Saboja. A isto se deu o Eixo Renano (inc.) mas também os casamentos dos seus filhos nos Reinos Peninsulares (Reino de Leão e de Castela). Os Reinos Muçulamanos uniam-se com os Reinos Islâmicos para combater Aragão, o que nunca se viu acontecer com o Reino de Portugal. O território do sul do Mondego foi ocupado pelo Islão. D.Afonso Henriques vai edificar um Castelo em Leiria, posteriormente chamado de Castelo de Leiria, que vai marcar a progressão para sul, em que a sua missão é abençoada na Batalha de Ourique. Em 1135, Leiria é conquistada e em 1147 Santarém foi fundamental na progressão para o sul. Posteriormente D.Afonso Henriques vai pedir ajuda aos Cruzados qe vão para a Palestina, para Santarém com o intuito de consolidarem posições adquiridas.

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Assim foram conquistadas as cidades: • Alcácer do Sal (1158) • Beja (1162) • Serpa (1165) • Ataque a Badajoz (1168)

No entanto, estas conquistas não são definitivas. Relativamente ao Algarve, foi conquistada por D.Afonso Henriques no sul de Portugal que se vai unir ao Reino dos Muçulamanos. No ano de 1168/70, o herdeiro do trono português, D. Sancho irá passar a comandar as expedições militares. Relativamente à administração da fixação do território, houve uma distribuição dos vários territórios existentes para a Actividade Régia, ou seja, a Igreja, para a Nobreza e para a Coroa. Aqui a Igreja teve um papel fundamental devido à grande valorização que esta atribuiu aos territórios conquistados até então. Igreja, Nobreza e Coroa, foram então as bases do Reinado do território Português. Os Bispados foram um dos aliados de D.Afonso Henriques (Toledo e Braga). Em Inglaterra, as igrejas tornaram-se independentes do Reino, o que levou a confusões entre as mesmas. Após a morte de D. Afonso Henriques, no ano de 1185, seguiram-se os herdeiros:

• D.Sancho I • D.Afonso II • D.Sancho II

O tempo destes reinados tem o mesmo tempo de D.Afonso Henriques. Política Externa à D.Sancho I

• O Fortalecimento do Estado Português (1179) • A consolidação internacional • Uma relação mais estreita com Aragão, para evitar uma aproximação

de Leão e Castela • E uma diversificação das relações

à Afonso II

• Descentralização do poder régio (Santa Sé) • Racionalidade na Administração

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à Sancho II

• Conflito com a Igreja

Aula 3 Reinado Portucalense após morte de D.Afonso Henriques

Reinado de D.Sancho I

à D. Sancho I Política Externa:

• Fortalecimento do Estado Português com casamentos com o Reinado de Aragão, o que deu origem a uma contenção da política expansionista de Leão e Castela

• Diversificação da expansão peninsular, nomeadamente de Flandres na Europa, o que levou à consolidação do Estado Português.

• As relações com o Papado relativamente à política Interna de D.Afonso II, levou à centralização do poder da Coroa.

A Reconquista, depois do acidente de D.Afonso Henriques em Badajoz, foi conduzida por D.Sancho I. D.Afonso encontrava-se em Badajoz para efectuar campanhas militares para ocupar territórios que são importantes até à linha do Tejo. Na governação de D.Sancho, este vai ter uma ajuda das ordens militares que entraram em Portugal no século XII. Estas ordens militares eram constiuídas por monges Militares e Cruzados, os mais importantes os Templários e Hospitalares, as ordens militares nacionais de Catalavra (Avis) e de Santiago, que pretendiam defender o territorio ate entao conquistado em 1170. Os territórios conquistados eram valorizados pelas ordens religiosas economicamente, um desses exemplos era o Mosteiro de Alcobaça. Relativamente ao 3º Monarca, D.Afonso II fez com que houvesse uma inversão das políticas anteriores, ou seja, uma política de centralização do poder régio. De seguida, as várias ordens vão ser constituídas pelos vários territórios:

• Templários (Beira Baixa) • Hospitalares (Alto Alentejo)

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• Avis (Alto Alentejo) • Santiago (Península de Setúbal e no Algarve) • Nobreza (Estremadura: maioritariamente o sul do Rio Tejo)

Política Interna: à D. Sancho I O Reinado de D.Sancho I, foi uma política de continuidade. Ele teve uma preocupação de povoamento do território que estava a ser conquistado. à Afonso II Já Afonso II, preocupou-se numa centralização do poder régio , que vai deplorar uma guerra entre a Nobreza e a Igreja. Em 1(inc.) as normas legislativas vão iniciar um processo de contenção. Em 1216, houve uma política de confirmações e de Inquisições. Neste mesmo ano surgiu uma nova legitimidade da posse dos novos fundiários. Assim, a Nobreza e a Igreja tendem a alargar os territórios, é preciso conformar ou não a posse dos territórios que foram atribuídos pela Coroa. Os Sistema Feudal, sistema implementado em toda a Europa excepto Portugal, pois não existia o poder feudal. Por exemplo, em França. A ordem Religiosa tinha mais poder do que a Coroa. Assim, D.Afonso II teve de gerir as resistências, nomeadamnete a D.Mafalda e Teresa, até ocasionou uma intenção do Rei de Leão. A ex-comungação de um Papa, colocava o Rei na posição de ex-comungado, e daí não havia festas e o povo era temente a Deus. O que levava ao descontentamento dos povos, o que poderia dar origem a problemas no Reino. D.Afonso II, vai obter a confirmação da Bula manifestis Probatum, o que significava a legislação de todo o território. Com o reinado de D.Sancho II, as coisas entram em degradação. No entanto, este trouxe aspectos positivos para o Reino tais como:

• A Finalização da Reconquista (até 1245) • Consolidação do Território e sua Expansão • No ano de 1149, juntou-se ao Reino de Portugal o Algarve

Na Administração Interna:

• Não se consegue resolver as questões com o Clero

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• Liderança Fraca Que vai levar a uma anarquia Interna. Em 1248, assiste-se a uma Pacificação do Reino e à morte do irmão e em 1249 D.Sancho II, intitula-se Rei. Afonso II

• Inicia uma nova era em Portugal • Ele vai edificar o estado • Os seus objectivos perante o seu reinado eram: • A Pacificação da Coroa com a Nobreza e o Clero • A consolidação da Reconquista, devido à Pirataria Muçulmana nas

Costas Portuguesas e do Algarve (1249) • Consolidação da Dinastia tanto Peninsular como Internacionalmente

Em 1245, dá-se a regência de Afonso III. Em que na actualidade se encontravam 3 nações, resultantes da Reconquista:

• Cristã • Moçárabe (Reconquistas e investidas dos Muçulmanos) • Muçulmana (A sul conquistada pela Reconquista)

O que se leva a uma homogeneização da população portuguesa. Então no Reinado de D.Afonso II encontra-se:

• Uma linha de continuidade • Centralização do poder régio • Subordinação da Nobreza (Inquisições em 1258) • Levantamento da Posse Fundiária (Entre Douro e Minho, Trás-os-

Montes e Beira) Assiste-se a uma inovação no Reino, que se procede num aumento de Cartas de Foral (muitas localidades):

• Fortalecem os Concelhos • Promovem a presença nas Cortes de Leiria (1254) • Procura de um Parceiro que o ajude a conter o poder da Nobreza e da

Igreja Houve então uma linha de continuidade, o que levou à sedentarização (Criação de um Estado e Administração Pública) da Corte de Lisboa, que mais tarde se transformou na Capital do Reino. Os funcionários desse Estado passam a ser técnico-administrativos: A Nobreza Palatina, ou seja, altos funcionários do Palácio da Coroa. A seguir, assistiu-se a uma produção de legislação para todo o país e toda a Nação. As seguintes medidas foram:

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• Estabilidade Governativa • Transitaram no Reinado D.Sancho III (Nova Fase)

Já no século XIV, Portugal foi posto à prova com uma grande crise. GLOSSÁRIO: Sistema Feudal Forma de organização económica, social e política com base na terra. Na economia feudal, a produção agrícola e artesanal tinha que atender somente ao consumo local. Não eram produzidos bens para a venda. O proprietário da terra era o senhor feudal. Ele exercia também um controlo muito grande sobre os homens que trabalhavam em sua propriedade: os servos. Os senhores feudais dependiam do trabalho de seus servos. Sem eles não haveria comida para o senhor e para sua família. Os servos não eram considerados escravos, pois não poderiam ser vendidos ou expulsos da propriedade, no entanto não podiam deixar as terras do senhor. Cartas de Foral A carta foral era um documento jurídico, autêntico, outorgado por uma identidade legítima e que tinha por fim regular a vida colectiva de uma povoação formada por homens livres. Funcionando ao mesmo tempo como lei escrita e lei orgânica, orientava e regulava a sociedade. Por outro lado, servia também para demarcar os limites territoriais ao mesmo tempo que estabelecia relações económicas e sociais entre as entidades outorgadas e outorgantes, definindo os tributos a pagar pelos primeiros.

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Aula 4 Reinados de D.Dinis e de D.Afonso IV

à Reinado de D.Dinis Foi no ano de 1279 que D.Dinis chegou ao trono português. O Monarca teve de enfrentar alguns problemas, entre os quais a continuidade da política de centralização do poder régio; teve de enfrentar problemas com os seus irmãos, nomeadamente D.Afonso IV que tinha a ver com a sua saída do reino devido à não criação de uma união feudal. Para além disso, teve de enfrentar problemas com o Clero, pois estes perderam privilégios que lhes foram concedidos. Já a nível internacional, ele teve de negociar com a Santa Sé, ou seja o Papado, para encontrar o modus operandis vivendis medidas para impôr ao país. No ano de 1049, D.Dinis obteve a Concordata entre a Santa Sé e Portugal por acordo diplomático após a qual os litígios passaram a ser resolvidos pelo rei a os seus prelados. Política Externa A política externa de D.Dinis foi uma acção importante para a definição do território. D.Dinis vai casar com a princesa de Aragão, a Rainha D.Isabel, o que de facto foi uma união útil, pois dessa forma estava dada a união com Castela. Desta forma, sendo este casamento frutuoso, o envolvimento entre Castela e Leão deu origem no Tratado de Alcanizes no ano de 1297, que definia a fronteira portuguesa na Beira Baixa e Alta e na longa faixa do território para além do rio Côa até à Fronteira. As fronteiras terrestres entre Portugal e Espanha são as mais antigas da Europa. Administração

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D.Dinis começou pela fomentação do comércio interno, através das Feiras Francas. Depois, relativamente à educação fundou-se a Universidade de Lisboa com o apoio do Papa no ano de 1309 (deu-se origem ao Movimento Geral das Universidades e aos Quadros Superiores para uma maior complexidade da Admnistração Portuguesa). De seguida, incrementou a adopção da Língua Portuguesa como língua oficial na Corte, o que de facto foi importante para uma maior coesão linguística da nacionalidade. Defesa e Segurança do Reino Promoveu a construção dos Castelos, a edificação de muralhas que precisavam de ser restauradas, construiu a Marinha de Guerra, que visava a segurança dos portos do Algarve e a protecção das relações marinhas comerciais. Para isso contratava capitães Genoveses, nomeadamente o Almirante Peçanha. D.Dinis irá obter do Papa a Nacionalização da Ordem de Santiago inteiramente Portuguesa. De seguida, ele irá criar a Ordem de Cristo , no ano de 1317, onde irá transferir os bens dos Templários, que terá sido extinta à cinco anos atrás. O Monarca será uma figura importante nos Descobrimentos. No ano de 1325, dá-se o final do seu Reinado, por causa de uma guerra civil desencadeada pelo seu sucessor. Nesse mesmo ano, D.Dinis morre e D.Afonso vai sucedê-lo. O seu reinado não vai ser liberal, pois vai retomar a política de seu pai. D.Afonso declarava-se mais à Literatura do que à política. Este deixou o Livro de Linhagens de D.pedro de Barcelos , uma grande compilação da sua família nos meados do séculos XV, que demonstra a Literatura Portuguesa. à Reinado de D.Afonso IV Política Externa Relativamente à política de D.Afonso IV, este juntou-se ao Clero, pois daí viriam as Inquirições entre o Douro e Minho. Política Internacional D.Afonso mantinha relações com Castela e Leão, e que posteriormente se vai envolver nas suas questões políticas. Também houve os casamentos cruzados com D.Pedro e a filha de D.Afonso IV.

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A Batalha do Salado foi a vitória da Cristandade face aos Mouros. Administração D.Afonso IV deita mãos à regulamentação pelas áreas da sociedade. Relativamente à Justiça, o Monarca institui os Juízes de fora, os Corregedores e da Admnistração Principal. Em 1340 (…) a pragmática de 1240. A Peste Negra de 1348/49 expande-se pela Europa, principalmente conhecida pela Pesta Bubónica, que se transmitia através das relações marítimas o que vai afectar a população portuguesa fazendo com que esta não só demograficamente diminuisse drasticamente como também a nível social e económico (a Agricultura) permaneçam prejudicadas. D.Afonso IV vai promolgar (inc…) Ele vai afixar os salários, o emprego, e afixar a pontualidade do recebimento dos salários. D.Afonso irá também criar o primeiro esboço de Expansão Marítima, isto é, a protecção dos Descobrimentos autonómicos da Marinha Comercial (Privado) e o aumento das relações comerciais Britânicas, da Flandres e da Alemanha. No entanto as principais negociações com Portugal pertenciam à Grã-Bretanha e a França. Os governos portugueses vão obter mercês pelos Monarca Inglês e Francês. Afonso IV vai financiar exportações portuguesas às Canárias em 1336 e em 1340, procurando que o Papa reconhecesse a soberania portuguesa. As Canárias foram um assunto pendente até ao século XV. História entre D.Inês de Castro e D.Pedro I.

Aula 5 O Reinado de D. Pedro I e de D. Fernando

à Reinado de D. Pedro D. Pedro I de Portugal (Coimbra, 8 de Abril de 1320 - Estremoz, 18 de Janeiro de 1367) foi o oitavo Rei de Portugal, pela afeição que dedicou à Dama Galega. Era filho do rei Afonso IV e sua mulher, a princesa Beatriz de Castela. Pedro I sucedeu a seu pai em 1357. Relativamente ao seu reinado, este encontrava-se numa era de crise na Europa que teve influência no seu reinado.

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O Reinado de D.Pedro durou cerca de dez anos, caracterizado por uma governação de estabilidade interna. No ano de 1361, instituiu-se o Beneplácito Régio, ou seja, as normas papais, entre outras. O Beneplácito Régio, constituía-se por duas questões: a primeira devido à autenticidade da documentação divulgada e a segunda pela norma do Papado.

• Administração: Esta era uma administração populista, ou seja, D. Pedro era adorado pelo povo, era caracerizado por fazer justiça pelas suas próprias mãos . à Reinado de D. Fernando Este foi um Reinado longo entre os anos de 1387-1393, ou seja, um reinado que durou 16 anos. Este envolve-se em guerras com Castela e envolve-se nas questões europeias. As medidas de grande importância que tomou foram:

• Administração: o Grande produção legislativa para fazer face à crise na

Agricultura portuguesa (Lei das Sesmarias, ou seja, o aproveitamento das terrras da população)

o Preocupação na defesa do país, e por isso, construíram-se muralhas e castelos

• Política Externa:

o Deixa de se envolver nas questões Castelhanas e

Continentais o Faixa da Beira que D. Fernando obteve o Alargaram-se as relações mercantis com os estrangeiro

A Política Externa de D. Fernando foi marcada por três Guerras Fernandinas. Estas caracterizaram-se pela disputa do trono de Castela entre Fernando I de Portugal e Henrique II de Castela (e depois, com o filho deste, João I de Castela), na sequência do assassinato de Pedro I de Castela por Henrique, seu meio-irmão.

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• 1ª Guerra: Entre 1369-1370 Acabou com o Tratado de Alcoutim (1371) O início do reinado de D. Fernando I ficou marcado pelo conflito. Quando, em 1369, morreu o rei de Castela D. Pedro I sem deixar herdeiros directos, D.Fernando, autoproclama-se herdeiro do trono de Castela. A questão sucessória conduziu os contendentes a duas campanhas militares com resultados pouco claros até que, finalmente, foi o Papa Gregório XI quem mediou a sucessão, colocando em acordo todas as partes. As condições do Tratado de 1371, pelo qual se restabeleceu a questão sucessória de D. Pedro I, incluíram o matrimónio entre Fernando e Leonor de Castela (Filha de Henrique); Porém, antes da celebração se consumar, D.Fernando enamorou-se apaixonadamente por Leonor Teles de Menezes.

• 2ª Guerra: 1372-1373 Acabou com o Tratado de Santarém (1373) A paz acordada seria rapidamente colocada em perigo devido às intrigas do Duque de Lancaster, que convenceu D. Fernando para que participasse num acordo secreto em que ambos alinhavam na expulsão de Henrique do trono de Castela. A guerra que se seguiu a este acordo tão pouco teria êxito e, de novo, a paz entre Castela e Portugal restabelecer-se-ia em 1373.

• 3ª Guerra: 1381-1382 Acabou com o Tratado de Elvas (Agosto de 1382) Com a morte de Henrique, em 1379, o duque de Lancaster reclama novamente os seus direitos e, de novo, encontra em D. Fernando um aliado. Porém, segundo alguns historiadores, o inglês mostrou-se tão ofensivo com Fernando como com os seus inimigos e, finalmente, D. Fernando acordou a paz para Portugal com o Tratado de Elvas, em 1382, onde ficara estipulado que Beatriz, a herdeira de Fernando, casaria com o filho do rei João I de Castela — embora, na verdade, tenha sido casada com o próprio rei D. João I. Esta união traduzia-se, de facto, na anexação de Portugal pela coroa de Castela não sendo, portanto, bem recebida pela nobreza portuguesa. Respondendo aos apelos de grande parte dos portugueses de manter um reino independente de Castela, o Grão-Mestre da Ordem de Avis, D. João, meio-irmão de D. Fernando, seria chamado a reclamar o trono, rompendo o que estava estipulado no Tratado de 1382, e conduzindo Portugal a um novo período de guerra e caos político-social que ficaria conhecido como a Crise de 1383-1385, que culminaria finalmente na coroação de D. João, dando início à dinastia de Avis.

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à Guerra dos 100 Anos A Guerra dos 100 anos envolveu países como a Grã-Bretanha e a França além dos Reinos Peninsulares. O Tratado de paz, assinado em Salvaterra de Magos, tem como objectivo contratar um casamento com D. João de Castela e sua filha, o que poderia levar a uma ameaça do país. Também consagra a hipótese de uma longa regência casada com D.Beatriz, que teve como obrigação a existência de um Papa em Roma e logo a seguir um papa em Avignon. Com a morte de D.Fernando em 1383, Portugal enfrenta uma crise nacional. Assim, sucede-lhe o filho primogénito varão, no entanto é a filha que o sucede, por estar casada com o Rei de Castela, que automaticamente fica Rei de Portugal e por isso, diz-se que nesta momento Portugal perdeu a sua Independência. Com isto enfrenta-se vários problemas: o conceito de legislação legitimista e a Identidade Nacional, ou seja, a sua independência. O que fará levar Portugal a uma outra crise. A crise de 1333-1335. Relativamente, a esta Crise Nacional, a sucessora do trono, a filha de D.Fernando, D.Beatriz, com o problema do casamento, terá de ficar como filha regente a sua filha, D.Leonor de Teles. O que levanta uma grande oposição por parte do povo, pois o país ficava dividido entre a condução dinástica e a independência e o problema sobre a Rainha Leonor Teles, devido ao facto de não ser bem amada pelo povo e do seu comportamento pouco aceitável para a época. Depois do assassinato do Conde de Rainha de Teles, sucede-lhe D.João d’Avis. à Reinado de D.João d’Avis D’Avis era meio-irmão de D.Fernando que tinha 3 filhos de Inês de Castro, era por isso considerado bastardo. Este, como dizem, não foi completamente abandonado à nascença, pois D.Pedro entregou-o ao mestre da Ordem de Santiago, da ordem militar. Ele também foi o responsável pela nacionalização das ordens militares: A Ordem de Cristo (Coroa) e a Ordem de Santiago. Foi com d’Avis que Portugal entrou em Guerra com Castela.

• Em Dezembro de 1333 a Outubro de 1334 (com a entrada na Beira Alta) sendo o comandante D.Nuno Álvares Pereira das Ordens Portuguesas. Nesta época a Peste Negra atacou as tropas Castelhanas.

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• De Outubro a Maio: Castela invade Portugal através da entrada na Beira Alta, que travam a primeira batalha e Troncoso, no entanto vão para o Sul para perder a decisiva Batalha de Aljubarrota no ano de 1375. Aqui D.Nunes Álvares Pereira, em Mérida consegue expulsar os Espanhóis.

• De Julho de 1376 a Novembro de 1377: Os espanhóis estão fora do Território Nacional.

Após este ser proclamado Mestre d’Avis, este tem o objectivo de lutar pela independência, ou seja, pela Legitimidade Dinástica. Assim, as medidas a que este vai ocorrer, são:

o Defender o conceito de independência Nacional e a o Legitimação, pois ele vai decidir-se pela Convocação das

Cortes em 1375

Aula 6 Aspectos Culturais do Séc. XIII e XIV

à Origem da Língua Portuguesa O Português veio do latim, mais propriamente do latim vulgar, que deu origem a dois tipos de falas: o Galaico-Português e o Galaico-Lusitano. Aquando da Colonização árabe perto do rio douro, deu origem ao Moçárabe. No século XII, com a Reconquista verificou-se uma mistura entre o rio Douro e a sul do Douro, o que deu na origem do Português Medieval. Com D.Dinis no século XIII, a língua Portuguesa tornou-se a língua oficial de Portugal. Assim, no final do século XIII, passa-se a utilizar o português. Os documentos não literários que o comprovam, são:

• Testamento de D.Afonso II (1114); • Notícia de Torto (1214-1216)

A Língua Portuguesa tinha como objectivo fundamental, formar uma coesão nacional. Era portanto um instrumento da centralização do poder régio, uma forma de Identidade Nacional.

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à Literatura A primeira poesia do tipo Provencial (Poesia Trovadoresca) tem influência francesa. Onde se designam três cancioneiros (canções) importantes:

• Da Ajuda; • Da Vaticana; • Da Biblioteca Nacional.

Relativamente às canções existem três tipos de Cantigas:

• Amor • Amigo • Escárnio e Mal Dizer

Os Trovadores mais importantes situam-se na Biblioteca do Vaticano, especialmente mais de 100 autores diferentes. No entanto, em Portugal o cancioneiro mais importante foi identificado como o Monarca D.Dinis, que foi promotor da cultura literária portuguesa. A prosa do século XII, XIII e XIV, caracterizava-se como sendo rude e incipiente. Existem 4 tipos de Literatura:

• Literatura Religiosa (Traduções em latim) • Literatura Historiográfica (Crónicas) • Mobiliários (Livros de Linhagens) • Romances de Cavalaria

Literatura Historiográfica:

• Crónica do Mouro Rasis • Crónica Geral de Espanha de Afonso X • Crónica Geral de Espanha de 1344

Mobiliários:

• Livro de Linhagens do Conde de Barcelos, elaborado em 1380-1354 Romances de Cavalaria:

• Amadis de Gaula, de João de Loubeiro à Instituições promotoras de Ensino e de Cultura O ensino só era ministrado nas escolas eclesiásticas, por isso o Clero era a classe mais culta e alfabetizada da Idade Média. Escolas Eclesiásticas:

• Catedrais, que funcionavam na Sé ou eram edifícios adjuntos, onde se formavam Sacerdotes;

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• Monásticas, ou seja, os Mosteiros (Ex: Mosteiro de Alcobaça, que foi fundado em 1269)

• Colegiada, de Guimarães, fundada no ano de 1228 • Colégios particulares (de Lisboa, fundado em 1291 à Colégio dos

Santos Eloi e Clemente) • Escolas Paroquiais (Paróqueas, Localidades populosas, que obtinham

um ensino rudimentar) Conjunto de Matérias:

• Trivium: Gramática, Retórica, Dialéctica; • Quadrivium: Aritmética, Geometria, Música e Astronomia; • Teologia: Escolas Eclesiásticas.

Com o objectivo de cultura nacional, D.Dinis fundou a Universidade Portuguesa do Estudo Geral de Lisboa. Onde teve de pedir autorização à Santa Sé pela Bula Direcção Estudo Geral dada pelo Papa Nicolau IV. à Artes Em artes inseriam-se o Direito e a Medicina e o estudo da Teologia, no entanto a Teologia só era estudada pela Classes Eclesiásticas, nos Mosteiros Dominicanos, alojados em Portugal principalmente nas cidades de Lisboa e Leiria. No século XVIII, foi fundada a primeira Universidade Portuguesa devido ao Movimento Geral do Século XIII. Esta Universidade Portuguesa foi a 18º da Europa a ser fundada. A primeira Universidade fundada foi em Bolonha, onde depois se seguiram outras Universidades em Inglaterra, França, Itália, etc. A Universidade Portuguesa mudou sete vezes de lugar entre Lisboa e Coimbra: 1º- Coimbra (1308) 2º- Lisboa (1338) 3º- Coimbra (1354) 4º- Lisboa (1377), com D.Fernando 5º- Coimbra (1537), com D.João III 6º- 7º- A Universidade Portuguesa é encerrada (1577) Bibliotecas Na sua maioria eram bibliotecas Régias e Monásticas. Local em que os Copistas (aqueles que copiavam os livros à mão) demoravam longos anos a fazê-lo e que acompanham nos seus livros desenhos que se chamavam de Iluminaduras consideradas como obras de arte. Podem-se ver exemplos destas Iluminadoras na Livraria do Mosteiro do

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Marvão, na Santa Cruz de Coimbra, mas principalmente na Livraria do Mosteiro de Alcobaça. Livrarias Régias As livrarias Régias foram construídas a mando de D.Dinis. Estas encontram-se na Biblioteca da Ajuda, na Torre do Tombo, no Convento de Mafra e ainda na Bblioteca da Economia das Ciências. Nas Livrarias mencionadas em cima podemos encontrar autores portugueses de renome internacional.

• Santo António de Lisboa (século XIII e XIV)- “ Os sermões de Santo António”

• Pedro Julião – ” Pedro Españo Portucalense” • João XXI (no mundo Ocidental teve fama) • Frei Álvaro Pais (nasceu na Galiza e foi Bispo de Silves, desde 1333

até à sua morte em 1349)- “De statu et planctu Ecclesiæ (Do estado e do pranto da Igreja)

à Arquitectura No século XII e XIV, na Arquitectura, Portugal sofreu um enorme impacto social. A arquitectura portuguesa caracterizava-se por ter um estilo românico, que veio para a Península por influência francesa. Características da Arquitectura Românica:

• Coberturas de Templos em Abóboda; • Arcos inteiros de volta redonda; • Estruturas pesadas, no entanto estas convidam à oração.

Exemplos desses Templos Religiosos, podem-se identificar:

• Sé Velha de Coimbra • Sé de Lisboa

Estes Templos religiosos caracterizam-se como sendo templos maciços e robustos do século XII. Relativamente às Características da Arquitectura Militar, didtinguem-se:

• Torres • Muralhas • Castelo de Almorol

Cultura Românica Civil

• Domus Monicipalis de Bragança

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Localiza-se na cidade de Bragança. Destaca-se por ser o único exemplar de arquitetura civil em estilo Românico na península Ibérica. Foi construído no século XII. A designação porque é hoje conhecida (em latim "Domus Municipalis", em língua portuguesa "Casa Municipal") deve-se a que foi utilizado como Paços do Concelho pela Administração Municipal de Bragança.

Aula 7 Reinados de D.João I e de D.Duarte & Início da Expansão

Marítima Portuguesa

Breve Biografia de D.João I D.João I de Portugal nasceu em Lisboa a 11 de Abril de 1357 e faleceu a 14 de Agosto de 1433. Foi o décimo Rei de Portugal e o primeiro da Dinastia de Avis, cognominado O de Boa Memória pelo legado que deixou. Filho ilegítimo do rei D. Pedro I e 3º Mestre da Ordem de Avis (com sede em Avis), foi aclamado rei na sequência da crise de 1383-1385 que ameaçava a independência de Portugal. Com o apoio do condestável do reino Nuno Álvares Pereira e aliados ingleses travou a batalha de Aljubarrota contra o Reino de Castela, que invadira o país. A vitória foi decisiva: Castela retirou-se, acabando bastantes anos mais tarde por o reconhecer oficialmente como rei. Para selar a aliança Luso-Britânica casou com D. Filipa de Lencastre, filha de João de Gaunt, dedicando-se desde então ao desenvolvimento do reino. Em 1415 conquistou Ceuta, praça estratégica para a navegação no norte de África, o que iniciaria a expansão portuguesa. Aí foram armados cavaleiros os seus filhos D. Duarte, D. Pedro e o Infante D. Henrique, irmãos da chamada ínclita geração. Breve Biografia de D.Duarte D. Duarte I de Portugal nasceu em Viseu a 31 de Outubro de 1391 e faleceu em Tomar a 9 de Setembro de 1438. Foi o décimo-primeiro Rei de Portugal, cognominado o Eloquente ou o Rei-Filósofo pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu.

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Filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre, desde cedo foi preparado para reinar como primogénito da ínclita geração. Em 1433 sucedeu a seu pai. Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste. à Reinado de D.João I D.João I começa o reinado no mito de um determinado número de pressupostos fundamentais:

• A Aliança com a Inglaterra, que terá sido assinada no Tratado de 1336 e que depois foi reforçada pelo próprio casamento do Rei com a D.Filipa de Lencastre em 1337;

• D.João havia também por parte do Papa o seu próprio reconhecimento como Rei e ainda mais do que isso esse reconhecimento tinha inclusivamente apagado aquela Bastardia que D.João tinha pelo seu próprio nascimento o reconhecimento feito pelo Papa da Realeza apagava essa situação que poderia ser ultrapassada.

Para o início do seu Reinado D.João tem duas medidas fundamentais:

• A Consolidação da Dinastia • Encontrar um novo desígnio Nacional, um novo projecto político para a

Nação que acabava por sair de uma crise. Para alcançar tal objectivo D.João vai ter de governar dentro de novas Realidades Sociais (Medidas):

1. Vai rodear-se de uma série de Legistas Experimentados 2. Vai recrutar quem era absolutamente necessário: Burocratas

competentes para dar azo a uma nova Arquitectura Político-Administrativa que a Nação necessitava.

3. Vai promover um determinado número de Nobres a cargos importantes, sobretudo porque agora D.João tem uma nova Nobreza (Aquela que não acompanhou a vinculação Dinástica e que optou por apoiá-lo dentro daquela perspectiva que foi a Identidade Nacional da Independência de Portugal.

Esta nova Nobreza que é constituída fundamentalmente por filhos de segundos e terceiros que é a Nobreza que não é (...) precisamente porque a Alta nobreza seguiu o Rei de Castela e por lá ficou.

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Uma outra questão importante é o de dar voz às vilas e as cidades. Dar voz aos homens bons e aos Concelhos e dar a voz à Burguesia e nesse sentido D.João vai convocar Cortes com uma grande assiduidade. D.João convocou 26 vezes as cortes entre 1335 e 1418. Ou seja, quase uma vez por ano. Depois em 1418 e 1433 continuou a convocar Cortes mas com uma assiduidade menor. No início do seu Reinado existe uma responsabilização da participação da vilas, das cidades, ou seja dos concelhos e da Burguesia na gestão do país. Isto reflectia um novo peso desta parte da sociedade portuguesa e nesse sentido seria um grande aliado de D.joão relativamente à nobreza e também do Clero e portanto a Convocação de cortes é a expressão de uma nova realidade social, pois é o peso destas classes emergentes que ajudam na condução e na gestão do País. Esta participação foi um aliado bastante grande na contenção da Nobreza. Esta Nobreza que era uma Nobreza emergente, ela própria tinha como cabeça a sua identidade mais importante: o próprio contestável do reino D.Nuno Álvares Pereira que obviamente, precisamente pelos serviços prestados à Coroa e pelo pelo apoio que lhe tinha dado com a consolidação do seu poder e na Guerra com Castela, D.João tinha-lhe dado imensos títulos e imensas propriedades. Esta Nobreza que tinha combatido na Guerra com Castela, foi uma Nobreza recompensada. No entanto, estas compensações criam um problema: o poder que detêm face aos territórios que possuem e aos rendimentos que esses territórios possuem. Nesse aspecto, houve uma alteração entre D.João e o contestável, D.Nuno Álvares Pereira, mas ambos acabam por solucionar esta tensão através de uma solução que é vantajosa para ambos, ou seja, o casamento entre uma filha de D.João I e um filho de D.Álvares Pereira. Nesse sentido D.Nuno Álvares Pereira vai atribuir em dote à filha uma série de propriedades e também de títulos que obviamente vão acabar por ficar na posse de um dos filhos de D.João I, embora um filho bastardo, o Infante D.Afonso. Deste casamento vai dar origem à Casa de Bragança, ou seja o regresso à Coroa por via de um filho de D.João I e uma série de propriedades que a Coroa tinha dado a D.Nunes Álvares Pereira. Quando a paz ficou assente com Castela, já fora do território Nacional (3º Fase da Guerra), assinaram-se tréguas já em 1402 e assinou-se uma paz definitiva em 1411, abriu-se a possibilidade de encontrar a solução para o outro objectivo fundamental com que D.João I se vai empenhar que é: a de encontrar um desígnio novo para a Nação, para Portugal e assim a necessidade desse objectivo resultava desta crise 1333/1335.

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à Início da Expansão Portuguesa Marítima: Portugal era um pequeno país, estava confinado a uma faixa costeira Ocidental da Península Ibérica e portanto era preciso encontrar uma alternativa que deriva deste facto, ou seja, de que na Península não havia possibilidades de Expansão e D.Fernando tinha ensaiado essa situação, envolvendo-se numa Guerra com Castela, para posteriormente se servir como candidato ao trono de Castela, mas ao envolver-se nos assuntos Continentais, nos assuntos Castelhanos nao tinha sido muito feliz e portanto era preciso procurar uma nova alternativa precisamente a este confinamento à faixa costeira continental de que Portugal é. Na procura desse desígnio fundamental, a alternativa só é uma: a Expansão Marítima. A retoma do espírito de cruzada vai servir para esta expansão, pois tem desde o início duas componentes: a Reconquista, ou seja o espírito de Cruzada, ou seja, o combate ao Islão e portanto uma cruzada contra os Mouros que agora se encontram não no território nacional mas ainda na Península Ibérica e no Norte de África e a hipótese de dar início a uma fase de Reconquista na Península Ibérica pode ser concretizada, mas isso significa novamente um risco e esse risco é de entrar em conflito com Castela. Naturalmente que na Penísula ainda há uma presença árabe significativa, designadamente o Reino Mouro de Granada, mas o que é de facto é que este se encontra na linha de expansão de Castela e portanto procura uma Cruzada contra Granada, o que significa que se poderá comprar uma Guerra com Castela e portanto a Reconquista vai dar-se relativamente no Norte de África. Mas para além da componente Reconquista tem outro componente, desigando por Descobrimento do Mar Oceano, ou seja, daquilo que não se conhece, de que se pressente mas nao se conhece. Portanto na expansão marítima há sempre duas componentes. A Reconquista em Marrocos e um Descobrimento no Mar Oceano. A procura deste desígnio nacional, tem uma vertente de cruzada, não podemos esquecer que este nome de desígnio nacional tem desígnios que estão para além do mero espírito de cruzada, para procurar mercados de matérias-primas, de consumidores. Esta questão prosaica, ou seja a busca pela riqueza, está como uma das causas fundamentais da expansão. E nesse sentido, a busca por novos territórios tem muito a ver com este espírito de Cruzada e de uma busca de matérias-primas. Expedição a Ceuta:

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Nesse sentido, e escolhida a alternativa, começa-se a preparar uma expedição a Marrocos que se vai dirigir a Ceuta. Ceuta é escolhida e a partir de 1412 começa-se a preparar a expedição para Ceuta. E porque Ceuta? Ceuta era naquela altura um terminus de uma série de correntes de comércio, era o terminus de rotas de caravanas que vinham quer do Leste quer do Sul de Marrocos, e em relação ao Sul de Marrocos é aquele que se extende até aonde o Islão penetrou e que efectivamente vai regressar ao reino de Tombucto e nesse sentido quase em direcção ao Golfo da Guiné. Como era uma cidade rica, uma cidade terminus dessas correntes marítimas, foi definida como um objectivo. Essa expedição começa a ser preparada em 1412 e em finais de Julho de 1415 parte do Tejo, uma poderosa armada com mais de 200 navios transporta 20 000 combatentes. Esta expedição é comandada pelo próprio Monarca e nele seguem uma série de filhos do Monarca: D.Duarte (o herdeiro do Trono), o Infante D.Pedro e depois D.Henrique assim como o Contestável D.Nuno Álvares Pereira e uma parte significativa da grande Nobreza, que tinha sido criada pelo D.João I. A cidade foi conquistada sem grandes dificuldades, em Agosto de 1415, dada a dimensão da expedição foi praticamente uma conquista sem grande resistência, imediatamente no dia à chegada a Ceuta e portanto depois de alcançados os despojos e as riquezas dessa cidade trazidos para Portugal, a expedição deixa apenas uma guarnição e portanto Ceuta está conquistada. De facto, Ceuta tinha sido escolhida sob um ponto de vista da riqueza e os despojos trazidos para Portugal levaram o acerto dessa escolha. Todavia, cedo se vai chegar à conclusão que a conquista de Ceuta, só por si não é para além dos resultados imediatos não é propriamente uma solução definitiva, uma vez que é fácil de perceber que a partir do momento em que Ceuta é conquistada pelos Portugueses, Ceuta deixa de ser terminus de quaisquer rotas comerciais, pois obviamente elas vão dirigir-se para outras cidades Marroquinas e deixam de ir para Ceuta, portanto Ceuta passa a ser um encargo grande para aquilo que são as finanças nacionais, pois Ceuta só por si não garante mais rendimentos para além dos que deu com a sua conquista. Nesse sentido, começa-se a gerar na Corte uma discussão acerca de Ceuta, ou seja, dado que a sua manutenção é extraordinariamente cara e também a sua defesa, ou se abandona Ceuta ou se promove uma série de outras expedições pendentes a conquistar outras cidades e outros territórios, criando um espaço significativo de Portugal que possa controlar o comércio em Marrocos. D.João devido à idade que tinha, às dificuldades de promover outras expedições e à dimensão do que seria conquistar uma parte significativa de Marrocos, ele não promove mais nenhuma expedição. É claro que todos aqueles que na Corte defendiam a expansão marítima ficam de certo modo frustrados. Um deles grande defensor da expansão é

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D.Infante Henrique, contrariamente ao seu irmão D.Pedro que acha que a expansão traz muitos riscos,. Então é nesse sentido que a expansão marítima vai ficar a conhecer a outra vertente, a vertente da Descoberta e é aqui que o Infante D.Henrique vai ter um papel muito importante no desenvolvimento e na implementação da expansão que vai ser a outra vertente, o Descobrimento. Para esse efeito D.Henrique conta com os rendimentos e o financiamento que está disponível na Ordem de Cristo, de quem ele é Mestre, e é com esses fundos da Ordem de Cristo que ele vai financiar o Descobrimento do Mar Oceano, ou seja, do mar desconhecido. E assim em 1419/1420 foram descobertas as Ilhas da Madeira e do Porto Santo, designadamente por João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo promovendo-se a partir de 1425 o seu povoamento. Logo imediatamente a seguir, em 1424/25, há novas expedições às Canárias, tentando-se obter o reconhecimento da soberania portuguesa não é a primeira que os portugueses vão às Canárias, relembrando que as expedições que foram denunciadas por D.João IV foi uma expressão precoce, sendo que a expedição às Ilhas do Arquipélago das Canárias, é um arquipélago que vai ser disputado vários anos por Castela. Em 1427, descobrem-se as Ilhas dos Açores designadamente as Ilhas do grupo Oriental (São Miguel e Santa Maria) e do grupo Central (São Jorge, Pico, Faial, Graciosa e Terceira) e o grupo Ocidental (Flores e Corvo). Estas ilhas foram descobertas, designadamente as do grupo Oriental e Central foram descobertas por Diogo Silves e quatro anos depois começa o seu povoamento. Em 1434, também um escudeiro da casa do Infante vai dobrar o célebre Cabo Bojador, na Costa Ocidental Africana, e o Cabo Bojador representa um momento importante na medida em que representa fundamentalmente a passagem da fronteira do medo pelo desconhecido, pois não se conhecia nada para além do Cabo Bojador. Nos dois anos seguintes este Gil Eanes e um outro descobridor Afonso Gonçalves Baldaia chega a Angras dos Reis (Brasil) em 1435 e depois ultrapassa o rio do Ouro (Costa Ocidental do Sara) em 1436. No entanto, D.João tinha falecido em 1433 e naturalmente quem sobe ao trono é D.Duarte vai abrir uma nova possibilidade para os defensores da Cruzada, para voltarem em insistir em conquistas em Marrocos e é nesse sentido que vai ter um papel muito importante D.Henrique que vai insistir com o irmão D.Duarte para organizar uma expedição a Marrocos. Esta expedição a Marrocos é controversa, não vai ter o mesmo apoio da generalidade, das forças vivas da nação, não obstante ter haver uma opinião maioritária neste sentido. O que é de facto é que D.Duarte teve de aceitar, depois de muita

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pressão com esta nova expedição que se vai dirigir para Tânger. A expedição não vai ter a mesma composição de que Ceuta, no entanto ela vai ser votada em Cortes, as Cortes votam no seu financiamento e em 1437 a expedição parte em Julho de 1437 para conquistar Tânger que é comandada por D.Infante Henrique e que é acompanhado pelo seu irmão mais novo D.Infante Fernando. São sobretudo estes Infantes os mais entusiastas por esta expedição. Contrariamente ao que tinha acontecido em Ceuta, esta expedição vai-se notar pelo seu enorme fracasso, de tal modo que os portugueses ficam cercados em Tânger e só conseguem romper a necessidade de voltar a Portugal, com o compromisso da devolução da cidade de Ceuta e o Infante D.Henrique compromete-se como garantia para o cumprimento dessa promessa, fica em Marrocos com o Infante D.Fernando. É evidente que quando D.Henrique regressa a Portugal tem um problema, pois a questão é de devolver Ceuta para reaver D.Infante Fernando ou manter Ceuta perdendo o Infante D.Fernando. D.Duarte chega a convocar as Cortes para decidir esta questão, as Cortes não tomam uma decisão, remetem essa decisão para o próprio Monarca e como D.Duarte vai morrer nesse ano, a questão está decidida. No entanto, D.Fernando morre em Marrocos, Ceuta permaneceu na posse dos portugueses. Todavia esta questão de Marrocos, apesar do desastre de Tânger, não acaba aqui. Relativamente à segunda questão, ou seja, a estabilização da Dinastia, para estabilizar a Dinastia era absolutamente necessário também tomar um determinado número de medidas de reconhecimeto externo da Dinastia. E por isso D.João contava à partida com a aliança da Grã-Bretanha, com o Tratado de Winston de 1336 mas não chega, e portanto é necessário tomar medidas tanto externas como internas para a consolidação desta mesma Dinastia. Medidas Internas:

• Dimiuir os Bens Fundiários desta Nobreza emergente; • Criar novos títulos (de duque) que vai conferir aos seus filhos e

portanto colocá-los no topo dessa nobreza; • Nacionalizar os bens das Ordens Militares- (Ordem de Cristoà

D.Henrique, mas há outras ordens onde vai pôr à frente os seus filhos D.Fernando- ou seja os dois potenciados económicos que estão na Coroa através dos Infantes)

Medidas Externas:

• Casamento externos de D.Duarte que casa com a Infanta D.Leonor de Aragão em 1428 e em 1429 o Infante D.Pedro vai casar na mesma casa de Aragão;

• Em 1430 a filha de D.João, a Infanta de D.Isabel vai casar com Filipe O Bom- Duque da Flandres e da Borgonha, ou seja, D.João casa os

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filhos com ‘tratados internacionais’ e inimigos de Castela e amiga da Grã-Bretanha, porque também inimigos da França, que normalmente tinham uma ligação com Castela, pois isto era fundamental, estas ligações patrimoniais que não tem nada a ver com gestão de afectos mas com política internacional.

Estas medidas foram continuadas por D.Duarte a partir de 1433 e neste sentido D.Duarte vai promulgar no sentido da centralização do poder régio e também da diminuição do peso desta nobreza, vai promulgar uma lei muito importante: a Lei Mental (Conjunto de legislações que vai fazer regressar à Coroa o património fundiário que tivesse sido dado pelo rei D.João e que só poderia continuar nos descendesntes daqueles que D.João tivessse dado esses patrimónios fundiários através de filhos varões legítimos. Porque o nome de Lei mental? Diz-se que já andava na ideia de D.João, que já fazia parte da sua mente. Esra era uma lei fundamental para fazer regressar à Coroa os bens que lhe pertenciam, confinando esta Nobreza emergente a diminuir os bens que lhes foram dados. D.Durte vai proceder a uma Ordem de Legislação que virá a ser tratada nas ordenações Afonsinas, porque foram ordenadas por D.Duarte foram publicadas e promulgadas no reinado do seu filho e por isso ficaram com esse nome.

Aula 8 Reinado de D.Afonso V

O Reinado de D.Afonso V foi um reinado de transição de tempos. Este rei tem o cognome de “O Africano”. Este reinado caracteriza-se por ser um reinado com carácter feudal, que durou cerca de 40 anos. O tio do Rei, apoiado pelos irmãos, contestam essa regência. D.Pedro obtém da convocação das Cortes, a nomeação como Rei de Portugal. O Rei liderava por um irmão que morreu que era um filho bastardo de Isto, fez com que a sociedade se dividisse entreo que é moderno e aquilo que apoia D.Afonso. Ora, assim surgiu uma disputa entre duas casas feudais importantes tal como o Condado de Barcelos. O que origina uma disputa entre casas, entre os filhos de D.Pedro. Posteriormente, D.Pedro consegue o apoio das Cortes. D.Afonso V quando atinge a maioridade, dispensa D.Afonso e consegue que se deixe de. Assim, trava-se a Batalha da Alfarroeira.

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Este reino está apoiado em duas questões: A primeira é da regência do reino entre irmãos e o desígnio nacional. A segunda rege-se pela Conquista de Tânger e os Descobrimentos Atlânticos. No reino de D.Afonso V não há conquistas em Marrocos. Mas assiste-se assim a um impulso na corrente dos Descobrimentos. Aqui também está presente uma segunda fase da expansão, ou seja, no período de 1439-1460. Relativamente aos Descobrimentos Marítimos, D.Afonso V tem como medidas principais o povoamento das Ilhas. Aqui se seguem as características dos povoamentos e suas datas: à Povoamento das Ilhas dos Açores:

• Santa Maria • 1440- Ilhas do Arquipélago das Canárias, numa expedição

à Povoamento das Ilhas da Madeira:

• 1441- Aparecimento de um novo tipo de Navio (Caravela) •

Sendo assim possível assistir-se a novas navegações atlânticas a Cabo Branco (Gonçalo Dinis) que conquistou Sintra

• 1442- Rio Douro • 1443- Arguim • 1444/45- Cabo Verde, Senegal (Diogo Afonso e Dinis Dias) • 1446- Fôz do Rio Gâmbia (Nuno Tristão)

Guiné-Bissau (Álvaro Fernandes) Capitania de Monsanto (Bartolomeu Perestrelo) Relativamente ao povoamento da Ilha da Madeira, quando D.Afonso V atinge a maioridade o aumento da expansão marítima não vai acontecer, ainda que a tentativa da posse do Arquipélago das Canárias continuam nos Descobrimentos.

• Em 1452, as Ilhas Flores e Corvo, era a viagem que ele fazia à Terra Nova por Diogo

• 1459- Capitania do Funchal (João Gonçalves Zarco) • 1460- Santa Maria dos Açores (Gonçalo velho Cabral)

A Torre de Infante D.Henrique, quando se terminaram as descobertas das Ilhas de Cabo Verde por Diogo Homem, Alcize Cabo Mosto e António de Anólio (Genoveses). Quando D.Afonso V assume o poder na sua maioritariedade, não houve uma mudança de política. Ligados à Ordem de Cristo, nos Descobrimentos:

• A Caravela à bolina, ou seja, contra o vento

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• A partir de uma barreira de alízios, mobilidade dos Neste reinado D.Afonso V retoma as expedições a Marrocos. No ano de 1453, os Turcos auto-manos tomam Constantinopla, o que vai causar um enorme impacto político e religioso, sendo assim uma nova ameaça do Islão. Constantinopla que situa-se geograficamente na actual Istambul, foi ameaçada pelos islâmicos nos Balcãs. Assim, esta situação vai dar alento a novas hipóteses de Cruzada, que originará o avanço na Europa. à Projecto de Cruzada/ Combate ao Islão D.Afonso V vai necessitar de Bulas Papais com privilégios, para retomar a conquista a Marrocos, nos Balcãs e no Leste Europeu. D.Afonso V também se lança no Norte de África , nomeadamente na cidade de Tânger. O Rei organiza expedições a Tânger, no entanto não consegue alcançar esse objectivo em 1464 de conquistar esta cidade. No ano de 1471, preparada a expedição foi vitória de Alzila e assim foi possível conquistaram Tânger (Norte de Marrocos). Passa a existir um conjunto de localidades e dão um ar territorial aos Portugueses. à Modernidades de Portugal/ Europeia Estas modernidades portuguesas relacionam-se com a deslocação dos Portugueses, ou seja, da Expansão Marítima. Pois Portugal deu um enorme contributo para a Modernidade da Europa. D.Afonso vai-se deixar tentar pelas tentações continentais (que se envolvem nas questões de Castela) daqueles que se envolveram. O Rei tem uma filha do Rei de Castela que era proclamada herdeira de Espanha, a herdeira do Reino era a Infanta D.Isabel, no entanto aparaeceu uma criança cujo desígnio parental se desconhecia. Essa criança chamada D.Joana conhecida como a Deltraneja. D.João V assim defende a honra da irmã e casa com a sobrinha. De seguida, D.Joana candidata-se ao trono e obtém apoios em Castela. Esta candidatura ao reino, vai ter uma solução através da via militar: D.Afonso V perde as hipóteses de perder o reino. Esta tentativa foi uma “antiguidade” de se envolver nas questões de Castela, o que provocou alguns atrasos nos Descobrimentos Marítimos.

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Com a morte de D.Henrique de Castela, D.Isabel de Castela e Fernando de Aragão de Espanha, reis Católicos quando conquistam o Rei Mouro de Castela, dão origem à Espanha, sendo estes os primeiros Reis de Espanha. à “Antiguidades”/ Liberdades Nobiliárquicas de Fernando V

• Atribuição de títulos, rendimentos e territórios Causas:

• Premeia os Nobres que o apoiaram contra o tio (Títulos) • Premeia os que o apoiaram no Condado de Castela (Títulos)

Esta atribuição de títulos, que correspondia a uma política antiquada, vai contrariar a centralização do poder régio, pois neste caso está-se a perder poder. Então, ele vai assim atribuir 27 títulos, que se vai originar numa alianação do património régio. No final do seu reinado, concentrava cerca de 180% das suas riquezas.

Aula 9 Reinado de D. Manuel

Breve Biografia D. Manuel I ascendeu inesperadamente ao trono em 1495, em circunstâncias excepcionais, sucedendo ao seu primo direito João II de Portugal, de quem se tornara protegido. Prosseguiu as explorações portuguesas iniciadas pelos seus antecessores, o que levou à descoberta do caminho marítimo para a Índia, do Brasil e das ambicionadas "ilhas das especiarias", as Molucas, determinantes para a expansão do império português. Foi o primeiro rei a assumir o título de Senhor do Comércio, da Conquista e da Navegação da Arábia, Pérsia e Índia. Em 1521, promulgou uma revisão da legislação conhecida como Ordenações Manuelinas, que divulgou com ajuda da recente imprensa. No seu reinado, apesar da sua resistência inicial, cumprindo as cláusulas do seu casamento com Dona Maria de Aragão, viria a autorizar a instalação da inquisição em Portugal. Com a prosperidade resultante do comércio, em particular o de especiarias, realizou numerosas obras cujo estilo arquitectónico ficou conhecido como manuelino. Relativamente à Administração do Reinado de D.Manuel designava-se uma sociedade pacificada. O seu filho legítimo morreu. No seu reinado tomou as seguintes medidas:

• Foi ele que introduziu reformas importantes:

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ü Forais ü Tribunais Superiores ü Casas dos Condes e da Índia (Chamadas de Ultramar ou

Fazenda) • Restaurou as Casas de Bragança (Que são um acto pacificador da

Nobreza e não de Censura) • Deu continuidade à legislação do anterior sucessor • No ano de 1521 instaurou as Ordens Manuelinas que por acaso foi a

última medida que tomou no último ano do seu reinado. Problemas Sociais:

• Judaísmo D.Manuel recebe a elite espanhola Judaica que participam nos Descobrimentos e para isso recorre a um pedido importante para financiar os Descobrimentos. Foram recebidos em Portugal cerca de 50 000 Judeus em Portugal, o que a nível social se criou um sentimento de xenofobia. D.Manuel resolve esta questão, no entanto não da melhor maneira. No ano de 1496 casa-se com D.Isabel de Espanha, pois este foi o motivo pelo qual os Judeus foram expulsos de Portugal. Desta maneira, perde o tal contributo intelectual e para os Descobrimentos a médio e a longo prazo. Expansão/ Descobrimentos Marítimos A expansão Marítima foi uma acção determinante no seu reinado. Durante o seu reinado em 1488 D.João tinha dobrado o Cabo da Boa Esperança. Com estes 10 anos de intervalo, as razões para não seguirem o mesmo objectivo foram:

• 1ª Razão: No ano de 1492/93 foi a viagem de Cristóvão Colombo. Viagem esta que acaba na Descoberta da América, de um Novo Mundo, porém Cristóvão Colombo pensava que tinha descoberto o caminho para a índia, daí o nome das Caraíbas de chamarem Índias Ocidentais. Entre elas: Cuba, Haiti, Norte Litoral locais da América Latina que se julgava ser a índia.

• 2ª Razão: A expedição enviada por D.João III, encarregues de

descobrir (?)Marrocos(?) situado no Noroeste de África. Também ponderou um atraso na concretização da chegada à Índia para fazer uma aliança Cristã ao Islão.

• 3ª Razão: No Ocidente vitimou o filho herdeiro, D.Afonso que

influenciou a pausa de 10 anos.

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• 4ª Razão: As expedições ocorrem no Atlântico Sul Ocidental. Pachuco

Pereira conhecido por Esmeraldo do Tecito Orbis que foi um importante testemunho das expedições ao Norte Ocidental. Orbis foi o responsável pelo Brasil.

Caminho para a índia:

• No ano de 1495 D.João morre e o seu sucessor é D.Manuel. • Em 1494 é assinado o Tratado de Tordesilhas. • No ano de 1948 Vasco da Gama chega à índia. • Em Dezembro de 1498 Vasco da Gama dobra o Sul de África na

época do Natal, daí uma cidade se chamar Natal. • Em 1498 chegam ao actual Quénia, ou seja, a Mombaça e Melinde. • Em Maio de 1498 chegam a Calecute.

Sendo assim foi descoberto o caminho para a Índia. A chegada à índia teve como objectivos religiosos, comerciais e políticos. Quando Vasco da Gama chegou à índia, os portugueses chegaram lá mas ninguém lhes tinha pedido esse objectivo, os portugueses eram os arautos (mensageiros) de uma civilização Cristã. Os Portugueses depararam-se com um choque entre culturas, pois obviamente a civilização ocidental era diferente da cultura oriental. Foi então que eles se depararam com uma questão importante: Na Índia a cultura era Islâmica, a religião era o Islamismo onde dominava o comércio das especiarias através do Mar Índico e do Mar Vermelho. Os venezianos tinham uma aliança com o Islão em relação às especiarias devido à sua localização geográfica perto da água. Vasco da Gama não é bem recebido na Índia. Onde posteriormente regressará em Agosto de 1498 e no ano seguinte, em 1499 com navios carregados de especiarias. Porém segue-se um programa de fixação à índia, onde estabelecem pontos de fixação. Em Março no ano de 1500 seguem para Lisboa. Seguem a rota de Vasco da Gama e acham o Brasil a 22 de Abril de 1500. Está escrito numa Carta de Pêro Vaz de Caminha na medida em que os Portugueses poderiam considerar o Paraíso. E do Brasil prosseguem a viagem e chegam à índia em 1500. Condições para as Feitorias:

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D.Manuel no ano de 1502 mandou uma expedição à Índia por Vasco da Gama com uma esquadra, onde vai estabelecer as primeiras feitorias. No ano de 1505 D.Manuel envia o vice-rei e é D.Francisco de Almeida e vai concretizar o estado da Índia. D.Francisco de Almeida vai dominar o Índico e tem batalhas navais e decisivas para o Monopólio islâmico dirigido pelos Turcos Automanos. No ano de 1453 chegam ao Sudoeste da europa em Viena, Áustria. A ameaça do Sudoeste compensada na empresa portuguesa pela Índia, o que significava uma parte significativa do império curto Oriente. Em 1509 D.Manuel é substituído por D.Albuquerque. Neste mesmo ano ele vai criar um Sistema Comercial tendo como objectivo liquidar o comércio. Além disso vai também construir fortes tendo em vista a polítiva naval que era Goa, o centro do Império do Oriente. No índico Oriental tinham em vista conquistar Malaca no ano de 1511, ou seja a Península da Malásia. Os Navegadores Portugueses prosseguem assim para a Indonésia ou possivelmente a Austrália. Em 1513 os Portugueses chegam à China por Jorge Alves. O que dá na fixação de Macau desde 1557 até à sua independência em 1999.

Aula 10 Manutenção do Império Português

O império Português é um vasto império que se expande em três continentes: A América, África do Sul e a Ásia. As questões fundamentais acerca deste império são as seguintes:

• Marrocos (Início da expansão em 1415) A presença de Portugal em Marrocos não era vantajosa. Apesar das resistências, D.João III cede e em 1441 abandona várias localidades de Marrocos, tais como Tânger, Maçagão, etc. Isto foi uma medida financeira/económica e Humana. O Império começava-se a dilatar e em 1441 chegam ao Japão através de Fernão Mendes Pinto, autor da tão conhecida obra Peregrinação.

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A expedição de um português ao serviço do Monarca Espanhol, o Fernão Magalhães. Fernão Magalhães vai ser assim o responsável a protagonizar a junção do atlântico e do Índico, o chamado de “Estreito de Magalhães”. Os espanhóis atingem o pacífico e estabelecem--- Com esta coesão do Atlântico cria-se o Tratado de Tordesilhas que consistia na divisão do Meridiano para as descobertas entre os Portugueses e os Espanhóis. Fernão Magalhães não termina a viagem, que era uma viagem de círculo---, vai ser vítima de uma pequena refrega com os autótedes das Filipinas por Sebastião del Cana. Relativamente às Ilhas das Especiarias, era suposto estarem num teritório português mas estavam situados em solo espanhol que eles não reconheciam. Assim, estabelecem-se negociações. Nasce assim o Tratado de Saragoça no ano de 1529, mediante pagamento de D.João III.

• O Brasil O Brasil achado em 1525, com o estabelecimento permanente dos Portugueses na Índia, pode ser comprovado com o célebre relato de Pedro Álvares Caminha. Desde 1500, o Brasil não tinha tido atenção por parte do Império Português. Em 1530, é enviado a D.João III uma expedição ao Brasil com o objectivo de se fazer uma expedição exploratória, tendo em vista o povoamento do Brasil. Este Sistema de Povoamento, também chamado de “Sistema de Capitanias”, relacionava-se com o facto de se dividirem as praias, que eram territórios dados a indivíduos. Sendo por um isso como um sistema de ensaio de povoamento por doze capitanias. Porém, este ensaio de povoamento não tem vantagens, pois existem umas capitanias qe se desenvolvem e outras não. Sendo assim, o sistema vai ser alterado , ou seja, o Modelo. Em 1549, D.joão decide-se por enviar---, acabar com as capitanias e introduzir— O novo Modelo Económico vai ser São Salvador- Baía. Para dar início este sistema de povoamento, 1000 colonos vão fazer parte deste objectivo, que serão os primeiros jesuítas, chefiados pelo Padre tendo como principal acção a envagelização do Brasil. No ano de 1557-1572, o governador Mançá, vai continuar a obra de povoamento e aniquila a presença francesa no governo. Assim, conseguiram fazer uma colónia.

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• Inquisição A inquisição foi instituída em Portugal presidida pela Igreja. Ao contrário do que é referido, a Inquisição foi um instrumento de combate à reforma e não de indivíduos anti-Cristo. Nasce assim no seio da igreja Católica. Nos princípios do século XVI carece de reformas, pois o Papa envolveu-se em poderes temporais em assuntos militares, afirmando assim os seus poderes. Foi criado assim um Movimento. Uma contestação por Martinho de Lutero, que converte a igreja e abre uma divisão ao---, dando origem à criação Luterana- Calvina ou Jesuíta- que levou a várias seitas protestantes a divisões da Igreja. O Calvinismo alastra em território Europeu o que posteriormente irá diminuir a presença dos Cristãos. A Inquisição em Portugal está relacionada com as pretensões de D.João III em controlar a sociedade. A Inquisição, ou seja os Tribunais do Ofício, denotam-se espalhados pelo território Português, nomeadamente nas cidades de Évora, Goa, Coimbra e Lisboa. A Inquisição vai permanecer até ao Reinado de D.José. Além de que esteve ligada a casos verdadeiros de práticas Judaicas. No tempo em que vigorou a Inquisição sob a sociedade portuguesa, esta teve um impacto nefástico que não foi um instrumento da Igreja, mas sim da Coroa. Ela favoreceu muito no que há de mais baixo na sociedade. Sem qualquer sustentação real. Os julgados pela inquisição a maior parte deles foram inocentes das práticas de que eram acusados. Isto tudo levou ao medo e a uma repressão, eram portanto como uma polícia “pacífica”.

• Reinado de D.João III = Nascimento em Portugal No reinado de D.João III houve uma importação do rejuvenescimento do carácter artístico ou seja o Renascimento. O problema na sucessão de D.João foi um produto em agente designado de suícidio genético de Beja por questões de sanguinidade. D.Manuel casou em Espanha e portanto D.João III vai casar com Catarina de Áuatria, Infanta de Espanha que teve nove filhos, no entanto, estes faleceram todos.

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Em 1578 um dos seus filhos, D.Sebastião que morre e não há ninguém para sucede-lo que seja português. Vai ser assim a entrada da Dinastia Filipina no reinado português, isto é, o Rei de Espanha Filipe IV vai ser o novo Monarca de Portugal.

Aula 11

Ciência, Cultura e Artes do Século XVI

A ciência, a Cultura e as Artes foram um agente primordial para Portugal na descoberta de novos mundos, nomeadamente na Cultura Europeia. Assim, a Participação Portuguesa está ligada a vários campos, entre os quais:

Ø A Ciência Náutica Contexto Histórico: Quando os Árabes invadiram a Península Ibérica no século XVIII estes deixaram-nos legados importantes para o desenvolvimento da ciência náutica. Eles cultivaram as ciências geográficas e astronómicas dos autores gregos, que introduziram estas técnicas de navegação. Assim, a cidade de Toledo transforma-se como no principal centro da Península e traduzem-se os textos árabes e divulgam-se as obras gregas e de Aristóteles, depois de Ptolomeu que forneceu conhecimentos geográficos. Obras de Toledo:

• Livro de Saber de Astronomia, de Afonso X (“O Sábio”) no século XIII • Reino da Catalunha: Barcelona e Maiorca- Aqui desenvolvem-se os

conhecimentos trazidos pelos Árabes, desta maneira transformam-se principais focos do saber navegar, de Jaime de Maiorca (1º Mestre da Junta de Cartógrafos)

• Abrãao Zamento, Judeu, Peninsular, que virá para Portugal e integrará a Junta de Cartógrafos.

A Ciência Náutica teve como raízes a cultura Astronómica e Geográfica pelos Árabes, desenvolve-se a Escola de Sagres, que não era uma escola física como actualmente. Aqui na Escola de Sagres desenvolvem-se saberes que constituem o grupo que presta assessoria a D.Afonso Henriques. Existiu um sorvedor de Abrantes que eram conhecedores das capacidades náuticas.

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Foi assim a Escola Sagres a primeira escola dos Descobrimentos e a Junta dos Cartógrafos. A primeira construção naval tem origem nos já existentes navios, isto é, a Barca ou também chamado de Barinel, que possuiam velas quadrangulares que se desenvolveu com o alargamento da viagem a sul do Bojador. Posteriormente foi criada a Caravela que possuia dois a três mastros com velas triangulares, isto devido às condições náuticas que tinham de enfrentar. O que originou uma navegação à bolina, ou seja, contra o vento. Com a viagem de Bartolomeu Dias ao Cabo das Tormentas que mais tarde se chamou Cabo da Boa Esperança, os navios utilizados tinham-se desenvolvido e estes eram mais robustos que podiam enfrentar mares mais bravos. O que deu origem às Naus, que são alteradas tanto nas popa como na coroa, para enfrentar mares tenebrosos e também para transportar mercadorias.

Ø A Navegação Astronómica Para a navegação astronómica é usado o processo mediterrânico de navegação e para calcular a distância percorrida. A navegação caractarizava-se por ser uma navegação de estimativa. Porém este tipo de navegação não era utilizada para navegar no mar largo. Foi então necessário recorrer à navegação astronómica, ou seja, localizar o navio com a latitude geográfica pela Estrela Polar. No entanto este processo era limitado. Por um lado só era possível usar quando fosse de noite e por outro só era visível até ao Equador. É preciso então criar outra técnica: a Altura Meridiana do Sol. Era preciso criar uma tábua de declinações para a altura do sol. Esta técnica era o centro de toda a navegação astronómica, pode-se dizer que foi utilizada até recentemente. Somente a partir do século XX, aquando da utilização da tecnologia é que esta técnica se tornou obsoleta. Os portugueses foram os primeiros a utilizar estes instrumentos:

• Balestilha • Quadrante Náutico • Astrolábio

Obras relativas à Astronomia: Esmeraldo Vesitu Orvis (Terra), de Duarte Pacheco Pereira

• Livro de Marinharia, de João de Lisboa • Tratado da Esfera • Outros Tratados, de Pedro Nunes • Roteiros, de João de Castro (Século XVI)

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Ø A Meteorologia/ Hidrografia

• Regime dos ventos • O curso das correntes Marítimas • Sonda dos Mares

Os estudos meteorológicos tornaram-se úteis para o conhecimento das rotas marítimas. Um roteiro importante que deu um enorme desenvolvimento foi o de João de Castro.

Ø Cartografia As Cartas utilizadas nos Descobrimentos aperfeiçoaram este domínio. As Cartas Portuguesas (Meridiano Graduado, por Pacheiro) revelavam aproximação matemática. Muitas destas Cartas representavam miniaturas de animais e de construções de navios. Entre os principais Cartógrafos Portugueses, destacam-se:

• Pedro Reinel • Jorge Reinel • Lapo Homem • Diogo Ribeiro e • Fernão Vaz Dourado.

O desenvolvimento destas ciências estiveram relacionadas com os Descobrimentos, pois tiveram um grande impacto na Civilização Europeia, como à pouco referido, na Civilização Mundial. Fez com que estes domínios fossem universais. Com a descoberta de mares e de oceanos novas realidades foram desvendadas, arruinando a ciência medieval (Ciência de factos em que o saber feito e a observação eram característicos), estas novas realidades vão destruir mitos que se referiam na existência de criaturas marinhas que devoravam homens e de falsas dimensões geográficas, entre outras.

Ø Geografia e Ciências Naturais Na Geografia e nas Ciências Naturais houve impulsos naturais e animais, i.e, terras exóticas que contribuíram para o desenvolvimento da Biologia e da Botânica. A Medicina também foi um domíno bastante desenvolvido através da descoberta de novos produtos terapêuticos devido ao contacto com outras civilizações, a Antropologia, a Etnografia e Linguística, isto desde o primeiro contacto com os Portugueses.

Ø Literatura

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Destacam-se obras de Historiografia e Livro de Viagens e Poesia Ética, relacionadas com o entusiasmo de novas descobertas.

Ø Artes

• Arquitectura • Ourivesaria • Tapeçaria e • Cerâmica.

Ø Literatura do século XVI Em princípios do século XVI, a Literatura alarga-se por influência da Corte de Paris (?) e pelo impulso que lhe é dado com o seu leal concelheiro e conhecido D.Pedro da virtuosa confeitoria. A Prosa atinge a sua maioridade com Fernão Lopes, Guarda Mole da Torre do Tombo. Obras

• Crónica de D.Pedro I, D.Fernando e II partes de D.João I, atribuída de uma outra obra ao Contestável de Portugal.

• Cronistas Bonzeanos de Zurara, que deixaram a Crónica tomada de Costa (...)

• Compilados, de Garcia de Resende (Cancioneiro geral em 1516).

Ø Artes No século XV, relativamente à Arquitectura o seu estilo era o Gótico, que se sucede ao estilo Românico, i.e, um novo tipo de abóboda: a abóbada ogival (arcos em ogiva ou também chamado arco quebrado). Passam a ter um novo tipo de monumento mais largo e com mais iluminação, inventando-se paredes exteriores que aguentam o peso dessas construções, surgem então os Arcos Botantes, que se utilizavam em edifícios mais leves e mais abertos por exemplo as igrejas, edificios estes identificados com uma nova visão. Um exemplo de um Mosteiro Gótico é o Mosteiro da Batalha também chamado Santa Maria de Vitória, para comemorar a Batalha de Aljusbarrota por D.João I, sendo o seu arquitecto Afonso Domingues. Com o seu estilo próprio capelas imperfeitas/ inacabadas sendo um acrescento de D.Duarte.

Ø Escultura Na escultura destacam-se os túmulos de D. Pedro I e de Inês de Castro, no Mosteiro de Alcobaça (séc XIV), os túmulos reais do Mosteiro da Batalha (século XV), os túmulos da Sé de Lisboa, e das Sés de Braga e Évora (sécs XIV-XV) e muitos outros.

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Monumentos Góticos • Mosteiro da Batalha • Igraja da Graça em Santarém (Gótico Flamejante) • Mosteiro da Alcobaça: Escultura Gótico Primitiva (Escultura Tumular

de D.Inês de Castro e de D.Pedro).

Ø Pintura Distinguiu-se a Pintura a Painéis de S. Vicente (cerca de 1450), que tem sido objecto de estudos intensivos. É um conjunto de Nuno Gonçalves que representa uma determinada linguagem.

• 1º Painel: Painel dos Frades • 2º Painel: Painel do Pescador • 3º Painel: Painel do Infante • 4º Painel: Painel do Arcepispo • 5º Painel: Painel do Cavaleiro • 6º Painel: Painel da Relíquia

Esta pintura pode ser encontrada no Museu Nacional de Arte Antiga também chamado de museu das Janelas Verdes. Mundo Renascentista Relativamente ao Mundo Renascentista houve uma completa inovação, pois por toda a cultura europeia sofreu uma profunda transformação. O mundo renascentista teve duas formas: a primeira foi uma incorporação da ciência, da arte e da cultura Clássica e a segunda foi o alargamento de horizonte conhecidos. O primeiro elemento importante do Renascimento foi Itália que possuia os tais valores da cultura clássica, cujo o principal autor de incorporação foi Portugal através dos Descobrimentos e contribuições científicas. Com o Renascimento outras correntes filosoficas surgiram, uma delas foi o Humanismo que foi o criador do Movimento de Literatura Clássica e de Estudos Greco-Roamanos. No século XVI, eram intensas as relações de Portugal. A partir de D.João II foram importantes bolseiros portugueses ao centros do Renascimento, tais como: Florença (Itália), Paris e Oxford, entre muitos outros centros importantes.

Aula 12

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Reinado de D.João V O Reinado de D.João V caracterizou-se pela sua actividade política. A intervenção de Portugal nas guerras europeias no século XVII e XVIII foram a favor de Inglaterra, sendo assim recebidos em Portugal 50 anos de paz. Porém, com uma excepção, D.João V intervém em duas expedições para o Meditterâneo, a pedido da Santa Sé. Com uma vitória dos Turcos em 1517 ao lado da Costa Grega. Estas expedições devem-se simplesmente aos interesses de segurança de Portugal, não é que tenha havido ameaça pela parte dos Turcos mas foi uma questão de prestígio e afirmação da política e do Estado Português que pretendiam afirmar-se na Europa. No ano de 1640 e de 1668, foi travada uma guerra com Espanha. O Rei D.João era capaz de intervir numa ameaça de Portugal para a Europa. O objectivo era demonstrar que Portugal recuperou a sua independência e que se poderia equiparar às outras potências eurpeias importantes. Assim, D.João V vai ter um cuidado especial nas relações europeias, com os seguintes países:

Ø Império Românico-Germânico:

• D.João V aproveita a oportunidade em estabelecer relações importantes com o Império para contrariar o Império Austríaco.

Ø França:

• As relações de Portugal com França sempre foram conhecidas por

serem problemáticas. • França constituía uma alternativa de mudança, para além de que não

tinha vantagens com a Grã-Bretanha- Embora esta seja uma das duas potências que se vão afirmar, a Grã-Bretanha vai ter uma influência maior em Portugal.

• A Grã-Bretanha tem uma hegemonia marítima e naval que de facto se tornavam dados importantes para Portugal.

• Resultou o Tratado de Aliança em 1661. • D.João V tentou estabelecer ligações com a França, para que

pudesse resolver problemas de carácter político.

Ø Inglaterra:

• Com a existência de guerras na Europa, sobretudo nos séculos XVII e XVIII, Potugal desde sempre foi um seguidor da Grã-Bretanha.

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• Entre Portugal e Iglaterra celebraram-se os tratados de Mitween. Este tratado visava a venda exclusiva dos vinhos portugueses para a Ingleterra, substituindo assim automativcamente os vinhos Franceses.

Ø Espanha:

• Espanha sempre foi um vizinho terrestre para Portugal. • Desde a independência que ou Portugal está em paz ou em guerra

com Espanha. • Com a Espanha conseguiu-se fazer ligações através dos casamentos

que serviam como alianças entre países, sendo o casamento mais importante o de D.José I e de Mariana de Espanha. Assegurando um clima que consagra um título de Espanha.

Ø Santa Sé:

• D.João V deu muita importância às relações com a Santa Sé como

também a França e a Inglaterra. • Aconteceram uma série de concessões simbólicas que permitiram dar

uma grande importância ao prestígio de Portugal na Europa. • Dos vários títulos que eram doados a outros Monarcas Europeus,

D.João não podia ficar excluído, sendo então lhe atribuído o título de Majestade Honorífica, que colocou Portugal num patamar de equivalência das outras potências. Desta maneira, a Europa reconhece Portugal.

O Brasil e o ouro no reinado de D.João V O Brasil foi achado por volta de 1500 por Álvaro Cabral, num desvio de propósito para encontra-lo. No tempo de reinado de D.João V foi encontrado ouro nas reservas mineiras do Brasil que enriqueceram o reinado de D.João V e também desenvolveu o Brasil de certa forma. Em meados do século XVII a população do Brasil chegou aos 150 000 habitantes, enquanto que por volta de 1777, ou seja, cento e trinta anos depois, o Brasil tinha uma população de 1 000 000 de habitantes! Mais tarde, mas na América também foi encontrado ouro. O ouro do Brasil foi em direcção aos cofres no ano de 1699. No ano de 1701, foram descobertos 2 000 kilos de ouro que duraram vinte anos. A entrada do ouro anda nos 25 kilos por ano. No próximo já foram vinte mil kilos.

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Bibliotecas Portuguesas Relativamente às Bibliotecas Portuguesas, a maioria dos livros foram adquiridos na Europa.

Aula 13 A Dinastia de Bragança

Com 60 anos de união podemos dizer que os primeiros anos foram benéficos para Portugal. Já os terceiros anos foram desastrosos por razões que se prendem com as regras europeias. Os inimigos de Espanha passam a ser os inimigos de Portugal. O Império Português e Espanhol foi atacado. Portugal no seu conjunto vê uma série de ataques, mais concretamente dos Holandeses e do Atlântico sul. Os últimos anos são problemáticos para Portugal. O golpe de Estado vai ter lugar neste dia. Vai ter um ataque por uma série de vasconcelos e sua benefrustação, ou seja, depois de morto ele é atirado pela janela fora. D.João IV- A Restauração da Independência Com D.João IV conseguiu-se manter a independência proclamada de 1640 a 1668, ou seja, 38 anos de guerra. Esta manutenção na Independência trouxe:

• Uma intensa actividade diplomática • Que a independência seja apoiada por dependências militares.

Nestes 38 anos de de guerra, estiveram duas actividades ligadas para a Manutenção da Conquista recém-conquistada. Tentou-se e conseguiu-se a restauração da aliança com a Grã-Bretanha, com o Tratado de Windson de 1372 e de 1386. União Real D.João IV irá negociar um tratado que renove uma aliança com Inglaterra que implicava o casamento com D.Catarina de Bragança e Carlos II. Este casamento fixava a renovação de aliança constituída em 1671, mas vai ter consequências negativas, pois não basta a celebração do casamento mas dá-lhe uma aliança com Portugal. Será uma enorme quantia de dinheiro e Tânger de Marrocos, cedidas em Inglaterra. Este processo é longo.

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A segunda questão esta directamente ligada com o processo de independência. Na medida em que a Espanha não deixará de tentar o território português. D.João IV morreu em 1646. Com Afonso VI verificam-se as batalhas:

• Ameixal (1663) • Montes Claros (1665)

Estas batalhas ganhas por portugueses, depois de uma profunda organização das forças portuguesas. Proclamação da Independência Profunda organização política da Europa. Tudo depende da conjuntura e da renovação de Grã-Bretanha. Os inimigos de Espanha, se se tornassem inimigos de Portugal- independência Portuguesa (?) D.Afonso VI, o partido francês , todos os que defendem a França, assiste-se a uma tentativa de aliança com a França. D.Afonso VI- A proposta de Casamento O casamento vem a concretizar-se em 1667. D.Afonso VI vai casar-se com D.Maria Francisca de Sabóia. Este casamento foi um completo desastre. Foi atingido por uma doença que não o possibilitaram de governar. D.João VI não era apto para procriar. Sabóia não vai ter um casamento que vai ser consumado. A única solução possível é o monarca ser nomeado regente. Sendo assim o seu irmão, D.Pedro vai assumir o cargo de regente de Portugal. As Cortes de Janeiro de 1628, vão ter como função definir a capacidade para governar e assegurar o reino. D.Ana Francisca de Sabóia tem o casamento anulado com D.Afonso VI. D.Pedro II- O Regente O Monarca faz regressar o irmão em Lisboa, onde em Sintra virá a falecer. No ano de 1683 morre D.Afonso VI vai assumir o cargo D.Afonso II que governa até 1706.

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Com a morte de 1683, D.Pedro sucede como Rei de Portugal. Nesse ano a Rainha D.Maria Francisca de Sabóia, havia também de falecer e falecendo, D.Pedro II decide-se por vir a casar novamente, nesta conjuntura em que a Europa se encontra em conflito de modo a que vão (...) Em 1687 realizou-se o casamento de Maria de Noiburgo. Este casamento gerou oito filhos que vão assegurar a Dinastia de Bragança que começou com D.João IV . Agora é necessário que se consolide a sua posição. D.João V- A Dinastia de Bragança aumenta O envolvimento de Portugal nos conflitos europeus e naquilo que vai ser a Guerra de Sucessão de Espanha. Suicídio genético através da consanguinidade, verificar-se-à uma identificação idêntica. Quando se enfraquece pelas mesmas razões, o trono de Espanha vai ficar vago e assim existem duas candidaturas para a sua ocupação:

• Francesa: Louis XIV de Bourbon • Austríacos: Onde Portugal vai ser envolvido

Vamos assistir ao envolvimento e uma guerra que se vai prolongar, que acaba por triunfar a candidatura francesa, fazendo com que se determine uma paz na Europa. Portugal vai assinar o Tratado de Mitween em 1703 da Grã-Bretanha:

• Aliança militar à Grã-Bretanha • Tratado comercial que é significativo para a economia portuguesa

Este Tratado possui somente dois artigos:

• 1º Artigo: Portugal compromete-se a comprar a Inglaterra lanifícios a Inglaterra;

• 2º Artigo: Inglaterra compromete-se a comprar os vinhos de Portugal. Desvantagens:

• Portugal sendo obrigado a comprar os lanifícios a Inglaterra vai ficar dependente e por sua vez irá destruir a indústria lanificadora de Portugal

Vantagens:

• Portugal é o único vendedor de vinhos a Portugal, substituindo o vendedor Francês

• Assiste-se ao desenvolvimento da Viticultura Portuguesa Este tratado caracteriza-se como custo-benefício. Com este tratado vai-se criar o tão famoso Vinho do Porto.

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Aula 14 Reinado de Marquês de Pombal

Jesuítas em Portugal As aldeias índias protegidas pelos jesuítas, ficam marcadas por Marquês de Pombal. O Terramoto de 1755 O terramoto de 1755 em Lisboa teve um grande impacto não só em Portugal, como também na Europa. Voltaire terá feito um poema alusivo a este terramoto. Este deu-se a 1 de Novembro de 1755, que teve a conjugação de dois fenómenos devastadores. Lisboa com 200 mil habitantes foi uma das maiores cidades do mundo, sendo esta a 8º cidade maior do mundo. Esta perdeu 5% da população, 2/3 da população ficou sem habitação, ficaram desalojados e causou caos nas actividades urbanas. 2/3 dos Mosteiros e igrejas ficaram destruídas , mais de 30 palácios destruídos, peças de mobiliário, livrarias, bibliotecas, pintura, ourivesaria, entre outras. Perderam-se também mercadorias, globalmente 75% do PIB perdeu-se nesta catástrofe. Após esta catástrofe, contou-se com a acção decisiva de Sebastião de José Carvalho e Melo à Marquês de Pombal. Ele mostrou ter capacidades de liderança e de decisão. Neste momento consegue obter um poder político enorme: “Enterrar os mortos e cuidar dos vivos”. Cerca de um mês depois, apresentava projectos de construção urbanística afectada pelo terramoto. Um desses projectos era a Baixa Pombalina. A Baixa Pombalina A Baixa Pombalina apresentava traços de D.Manuel de Maia, foi uma arquitectura revolucionária para a época. Caracteriza-se por possuir um traçado rectilínio com uma arquitectura característica pombalina e ruas largas. A Baixa Pombalina está sob estacas de madeira para criar um solo permeável, que permite o facto de serem mais resistentes a futuros terramotos. Poder Político de Marquês de Pombal

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Sendo Ministro de D.José, Marquês de Pombal teve uma centralização do poder régio. Esta era uma época de disputismo esclarecido, baseadas na razão, tendo surgido o Iluminismo com influênica Francesa. O poder régio é o poder absoluto do Rei Sol (Louis XIV de Bourbon). Marquês de Pombal recupera reformas:

• Criação da Companhia Geral dos Vinhos de Agricultura do Alto Douro (1566/67), majestática.

O envolvimento de Jesuítas contestam a autoridade de Marquês de Pombal e por isso Marquês de Pombal irá ser vítima de assassinato, mas não morre. Um exemplo dessa memória foi a construção da Igreja das Memória na Ajuda. Marqueses de Távora- Indivíduos das casas Nobres provocou uma injustiça implacável e cruel. Em Setembro de 1758, devido ao atentado, houve uma sentença de execução a Janeiro de 1759. Este atentado teve o envolvimento dos Jesuítas que apareceram a contestar o poder régio. A criação da Companhia Geral do Grau do Comércio, os Jesuítas opõem-se nesta companhia majestática. Sendo como consequência a expulsão de Jesuítas de Portugal em 1579. Guerra dos 70 anos A Guerra dos 70 anos envolve Portugal nesta guerra europeia (França, Aústria, Inglaterra, etc.) que está relacionada com questões de sucessões dinásticas. Em 1776, D.José morre sucedendo assim a sua filha (1777-1816). Sendo esta a primeira vez que há uma Rainha em Portugal que reinou, D.Maria I e D.Maria II. D.Maria I casada com o Infante Português, D.Pedro à Alteração da política nacional. Sucedeu D.José.

• Reformas no ensino na Universidade de Coimbra, continuadas por D.Maria I

• Reformas Económicas 1750- Revolução Industrial Apopção do início da Industrialização Portugal é dos primeiros países a adoptar esta revolução industrial

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Período D.Maria • Acede ao trono a 1789 (Ano da Revolução Francesa) • Sistema Napoleónico à Invasões Francesas

Aula 15 Invasões Francesas em Portugal

RESUMO:

Nos finais do séc. XVII, houve em França uma grande revolução que pôs fim à monarquia absoluta (absolutismo),que acabava com os direitos do clero e da nobreza, o que os fazia igual a qualquer cidadão. O seu lema era: «Liberdade, Igualdade e Fraternidade». Os manifestantes eram principalmente: o povo e a burguesia.

à Ideias da Revolução

• Fim do absolutismo do rei • Liberdade de escolher as leis • Lei de igualdade para todos os grupos sociais.

à O Bloqueio Continental

Napoleão Bonaparte, comandante das tropas francesas, conseguiu dominar uma grande parte da Europa. Porem, a Inglaterra demonstrou ser um inimigo muito difícil de vencer, e em 21 de Novembro 1806, Napoleão ordenou aos outros países da Europa que fechassem os seus portos aos navios ingleses. A essa ordem chamou-se Bloqueio continental. Mas, no entanto, Portugal ainda mantinha relações comerciais com Inglaterra e não aderiu ao Bloqueio. Em resposta a esta atitude portuguesa, Napoleão ordenou a invasão de Portugal.

à A Partida da Corte para o Brasil

Quando, em Lisboa, se soube que um exercito francês vinha a caminho, a família real portuguesa e a corte, retiram-se para o Brasil, porque se a rainha D. Maria I ou o príncipe D. João fossem presos ou mortos Portugal corria o risco de perder a independência.

à A 1º Invasão

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Na primeira invasão, as tropas francesas, comandadas pelo general Junot, entraram em Portugal e atingiram rapidamente Lisboa, em 1807. Junot tomou medidas que desagradaram aos portugueses:

• Acabou com a “Junta de Regência” e passou ele próprio a governar Portugal, em nome de Napoleão.

• Mandou substituir a bandeira portuguesa pela francesa. • Junot mandou os seus soldados destruir povoações, culturas, matar quem

resistisse e roubar todos os objectos de valor. Perante esta situação de violência , houve a necessidade de pedir apoio às tropas inglesas. Sob o comando destas, as tropas de Napoleão foram derrotadas nas batalhas de Roliça e do Vimeiro.

à A 2º Invasão

Não se conformando, Napoleão ordena a segunda invasão em 1809. Desta vez, com novo exército, comandado pelo General Soult. Entrando pelo norte, e dirigindo-se para o Porto, onde encontraram uma forte resistência, que os obrigou a retirar-se.

à A 3º Invasão Ainda assim, Napoleão não desiste de submeter Portugal ao seu domínio e em 1810 ordena a terceira invasão , desta vez comandada pelo o general Massena, que tinha a fama de nunca ter sido derrotado. As tropas francesas dirigiram-se para Coimbra. Foram derrotados na batalha de Buçaco. Mas, não desistiram, e continuaram até Torres Vedras. Onde encontraram fortificações construídas em linha para defesa da capital. O exército português e inglês que as defendia fez recuar os Franceses.

à Cronologia

1789 - revolução francesa. 1806 - Napoleão ordena o bloqueio continental. 1807 - 1º invasão francesa. Fuga da família Real e da corte para o Brasil. 1809 - 2º invasão francesa. 1810 - 3º invasão francesa. 1816 - morte de D. Maria I. Inicio do reinado de D. João VI.

Aula 16 Liberalismo em Portugal no Reinado de D.João VI

D.João VI, terá sido o anterior regente do Brasil, após a morte de sua mãe.

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No seu reinado assiste-se à paz concluída na Europa e a ssiste-se também a uma insatisfação do povo português, devido à presença de D.João no Brasil. O Brasil estava numa situação de colónia em Portugal. Quem estava em Portugal eram os Britânicos para combater os Franceses, que de certa maneira, visava reorganizar o exército português sendo o General Beresford ao comando. As ideias da Revolução Francesa, estiveram de certa forma influenciado o Liberalismo em Portugal no ano de 1820, pois Portugal encontrava-se numa Monarquia Absoluta. Os ideias Franceses regem-se por “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Com estas ideologias, o regime encontra-se dividido pois está numa assembleia, sendo assim, encontram-se vários poderes dos quais são dados aos respectivos responsáveis, a chamada de Triologia dos Poderes criada por Montesquieu, entre os quais: Poder Legislativo:

• Sempre convocado pelo executivo; • Formado por o “corpo dos comuns” à Pessoas da própria sociedade

(pessoas do povo); • Formada por o “corpo dos nobres”à Nobres, intelectuais e pessoas

influentes que tinham herança hereditária de influência ou poder; • Assembleias independentes que propunham propostas de leis e

estatutos que iriam reger a monarquia e o estado, tendo de passar pela aprovação do rei.

Poder Executivo:

• Regido pelo rei, com o poder de veto sobre as decisões do legislativo que era formado pelo parlamento (ou legislativo).

Poder Judicial:

• Não deveria ser único; • Os nobres deveriam ser julgados por outros nobres • Para diferentes particularidades de cada caso, existissem diferentes

tribunais, todos eles refletindo segundo a constituição do país, a sentença de acordo com o caso.

Assiste-se assim a uma divisão do poder, deixando de haver poder absoluto. Após o regresso de D.joão VI a Portugal no ano de 1821, este vai jurar as bases da Constituição e vai promulgá-la. Originado uma divisão de ideias dentro do Liberalismo, então dividem-se entre Liberais e Absolutistas. Influenciado D.João VI vai proporcionar duas tentativas de regresso ao Absolutismo.

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No ano de 1823, coberto pelo Rei, não regressa ao Absolutismo. Na segunda tentativa, D.Miguel vai mandá-lo para o exílio em Viana de Aústria. No ano de 1824, não existe Constituição, o que não altera o poder do regime. D.João morre em 1826, sem a Constituição implementada. Com a sua morte, sucede-lhe no trono dois filhos: D.pedro e D.Miguel. D.Pedro encontrava-se no Brasil a proclamar a sua independência o que é considerado crime, pois irá ser considerado traidor à Patria e por isso não deverá suceder o trono. Resta assim D.Miguel. D.Miguel encontra-se exilado. Esta situação vai a Conselho de Regência, que por fim, vai caber à Infanta D.Isabel Maria, filha de D.João VI, decidir quem irá suceder no trono. Sendo assim, será D.Pedro o seu legítimo sucessor. D.Pedro irá ter de tomar uma decisão. Este como não que deixar o Brasil, vai abdicar o trono português a uma filha, a Infanta D.Maria da Glória. Vai propor que a sua filha casa com o seu irmão, D.Miguel para reunir os Liberais e os Absolutistas. D.Miguel vai autorgar a Carta em 1826, tenta agradar aos dois lados. à D.Miguel e D.Maria da Glória D.Miguel aceita casar com a sobrinha e jura a Carta Constitucional. D.Miguel vem para Portugal em 1828. D.Miguel entusiasma-se com a recepção e 4 meses depois está a cpnquistar as Cortes à rebelia dos direitos e restaura o Absolutismo. Já D.Pedro toma uma atitude radical e vai abdicar do trono pela segunda vez e vem para a Europa defender o seu filho. Ele vai assim estabelecer uma regência nos Açores. Mais tarde, irá assitir-se a uma Guerra Civil entre Liberais (D.Pedro) e Absolutistas (D.Miguel) que data de 1822 a 1824. Os vencedores são os Liberalistas. Após esta guerra civil, assinam uma convenção e D.Miguel volta o exílio, de onde não volta. à Revolução Liberalista em Portugal No ano de 1834 assiste-se à Revolução do Liberalismo, a chamada de “Convenção de Évora Monte”. Numa 1º Fase, pretende-se restaurar a Carta Constitucional. Posteriormente, D.Pedro falece e em Setembro de 1834, D.Maria é proclamada Rainha de Portugal, que vai ser directamente responsabilizada pelo Reino. No seu governo ela reflete as ideias políticas francesas e o regime vai ser bicameral.

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Com os Absolutistas derrotados, o Liberalismo vai se dividir em Liberalistas Radicais e Liberalistas moderados, a lutar pela Constituição de 1820. Relativamente aos Radicais, dois anos mais tarde, dá origem em 1836 a uma Revolução de Setembro em 1836, onde se opõem aos poderes e reconstituem a Constituição de 1828. Os Setembristas negoceiam um compromisso: concedem a capacidade de dissolução da Assembleia do veto. No ano de 1838 nasce assim o 3º texto constitucional português. Tal situação causa uma situação política agitada causando pressões que eram exercidas por Portugal. No ano de 1815(?), Portugal vai ser alvo de subordinação dos países Ibéricos. A França assume uma influência em Espanha à Países Ibéricos. As potências Europeias (Aústria, Rússia e Prússia) governam o sistema internacional. A Corte é restaurada em 1842, o que faz com que abrandem as expressões internas em Portugal. Em 1845, determina que os enterros sejam feitos em cemitérios e não nos interiores da Igreja, como até então se tinham feito, devido a cuidados de saúde pública. Dá oriegm a uma revolução social, a chamada “Revolução da Maria da Fonte”. Para além de ser uma revoluçao social, também terá sido uma Revolução Política, a “Patoleia”, pois vai se assistir a uma intervenção externa que apoia o governo português. No ano de 1847-51, Cabral volta ao poder. Os Liberais promulgam a Revolução politica de 1851 a 1890. Este período foi de paz em Portugal. O regime mudou e com isso vieram as suas alterações:

• Governos de quatro anos; • Alternancia de poderes políticos; • Liberalismo Económico, i.e, o Capitalismo; • Construção de Estradas

Estas mudanças fizeram com que houvesse um crescimento económico português, o que por sua vez, levou aos benefícios da Industrialização multinacional. O responsável destas mudanças na sociedade foi Fontes Pereira de Melo. Ele foi aquele que mais influenciou a circulação de mercadoria em Portugal, pois sem meios de circulação, era impossível a realização do mercado nacional.

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Sendo assim, os Liberalistas vão proporcionar a criação de um terceiro Império Português. Nos finais do século 50, deu-se a expansão dos povos europeus, nomeadamente em África e no Extremo Oriente, em que por acaso, Portugal possuía territórios em África, entre os quais Angola e Moçambique. Nesta época assistiu-se a uma corrida a África. No ano de 1884-85 ocorreu uma Conferência de Berlim, que deu origem no Mapa Cor-de-Rosa. No ano de 1890, Portugal recebeu um ultimato de Inglaterra, chamado de o “Terramoto político e social”. A 31 de Janeiro de 1891, ocorreu a Revolução Radical Liberal. A 1908, D.Carlos é assassinado tal como a Monarquia. A 1910, deu-se a Proclamação da República, nascendo assim a Monarquia Constitucional. Em 1917, Portugal entrou para a 1ª Guerra Mundial No ano de 1826, em Portugal estava instalada a Ditadura.