Upload
internet
View
124
Download
4
Embed Size (px)
Citation preview
Universidade Federal do Pará - UFPAInstituto de Ciências Sociais Aplicadas - ICSA
Faculdade de Serviço Social - FASSPrograma Infância e Adolescência - PIA
HISTÓRIA DA INFÂNCIA NO BRASIL COLÔNIA ( 1500-
1808)
CRIANÇAS INDÍGENAS E ÓRFÃS PORTUGUESAS
CRIANÇAS INDÍGENAS E ÓRFÃS PORTUGUESAS
Retiradas do convívio dos seus e levada a morar com os jesuítas
Sedução para romper com a cultura indígena
Tinham vida de adultosEnquanto pequenos se submetiam, maiores
rompiam com os ensinamentos e fugiamPagensÓrfãs do rei
REPRESENTAÇÃO INFANTIL
Criança “papel blanco”Criança cheia de graça, inocência, beleza
(olhar piedoso)Forte disciplina da Companhia de JesusNa mentalidade coletiva a Infância era
um tempo sem maior personalidade, um momento de transição.
As palavras que definiam crianças nos primeiros séculos da colonização eram: “miúdos”, “ingênuos”, “infantes”.
REPRESENTAÇÃO INFANTIL
Nos documentos oficiais , a criança
é mencionada apenas marginalmente, e somente quando se torna coadjuvante ou partícipe em uma ação.
A família colonial ignorava a criança e subestimava e privou-a de toda expressão de afeição
REPRESENTAÇÃO INFANTIL
Do ponto de vista da propriedade, a criança era um acessório supérfluo, por isso o fenômeno de adultização precoce.
A mentalidade religiosa colonial colocou em segundo plano a vida concreta e material das crianças, enquanto a vida sobrenatural era valorizada: criança morta e anjo.
JESUÍTAS E AS CRIANÇAS
Educação fundamentada no princípio religioso
Autos- sacramentais alegóricos“Gosto pelo sangue”Aprendizado se baseava
principalmente na memorização
MORTALIDADE INFANTILImprudência dos adultosEscravas cuidavam das criançasAs mães eram assistidas por parteiras
inábeisVestiam-se mal e se alimentavam piorFalta de cuidados com a higieneMisticismo Afrouxamento dos laços afetivos entre
pais e filhos.
CASA DOS ENJEITADOS, RODA DOS EXPOSTOS
Criada em 1738 por Romão Mattos Duarte
Objetivo caritativo-assistencial de recolher as crianças e transformar a população pobre em classe trabalhadora e afastá-la da perigosa camada envolvida na prostituição e na vadiagem.
Fundada para proteger a honra da família colonial e a vida da criança.
CASA DOS ENJEITADOS, RODA DOS EXPOSTOS
Índice de mortalidade de 50% a 70%.As crianças permaneciam de um a
dois meses até serem enviadas a “criadeiras” pagas pela Santa Casa
Ficavam com as “criadeiras” até o7 anos
Eram encaminhadas para instituições onde ficavam até 14 anos
A Roda sobreviveu até 1948.
História da Infância no Brasil Império (1808-1889
HISTÓRIA DA CRIANÇA NEGRA NO BRASIL
Testemunha silenciosa de seu tempo:
Quando escravo: falava pela rebelião, fuga, suicídio e crime.
As crianças eram consideradas como um pouco mais que animais, cujo força de trabalho deveria ser aproveitada ao máximo enquanto durassem suas curtas vidas (RAMOS, 2004).
HISTÓRIA DA CRIANÇA NEGRA NO BRASIL
No Brasil entre os cativos predominava a população adulta. Na media as crianças representavam apenas dois entre cada dez cativos (GÓES, 2004).Poucas crianças chegavam a se tornar adultas. Os escravos com menos de dez anos correspondiam a um terço dos cativos falecidos; dentre estes, dois terço morriam antes de completar 1ano de idade e 80% até 5 anos.
HISTÓRIA DA CRIANÇA NEGRA NO BRASIL
HISTÓRIA DA CRIANÇA NEGRA NO BRASIL
Os filhos dos escravos são criados com os senhores, tornando-se companheiros e amigos até o dia que será abolida na idade em que um deve dar as ordens e viver a vontade enquanto o outro terá de trabalhar e obedecer. Pois, acedita-se que a união na infância do escravo e do dono assegurem sua fidelidade.
HISTÓRIA DA CRIANÇA NEGRA NO BRASIL
Entre os quatro e onze anos, a criança ia tendo o tempo paulatinamente ocupado pelo trabalho que levava o melhor e o maior tempo. Aprendia um ofício e a ser escravo.
A vida das crianças que viviam mais próximo à família do senhor era muito difícil. E a vida daqueles que viviam mais afastados, não tinha destino diferente.
CRIANÇAS LIVRES NO BRASILOs primeiros cuidados com o recém-nascido eram ancilares. Seu corpo era banhado em líquido espirituoso, como vinho ou cachaça, limpo com manteiga e outras substâncias oleaginosas e firmemente enfaixado. A cabeça era modelada e o umbigo recebia óleo de rícino misturado a pimenta para cicatrização.Era fundamental o uso da estopa (mistura de ovo e vinho).
CRIANÇAS LIVRES NO BRASILAs mães, cuidavam para preservar a função simbólica da sujeira do corpo infantil como forma de proteção contra o mal olhado e a bruxaria. A urina e as fezes eram considerados santos remédios. As doenças infantis mais comum eram: mal de sete dias, tinha, sarna, impingem, sarampo, bexiga, lombriga, erisipela.
CRIANÇAS LIVRES NO BRASILNo século XVIII: o abuso de comidas fortes, o vestuário impróprio, o aleitamento mercenário com amas-de-leite atingidas por sífilis, boubas e escrófulas, a falta de tratamento medico, os vermes, a “umidade das casas”, o mau trato do cordão umbilical entre outros eram os maiores responsáveis pela mortalidade infantil. haviam os que morriam e se tornavam “anjinhos”, honravam a Deus no céu, e havia aqueles que partiam direto para “o limbo”.
CRIANÇAS LIVRES NO BRASIL
A ama negra, para enternecer as relações entre o mundo adulto e o infantil. Criou uma nova linguagem: doidói, cacá, pipi, bumbum, dindinho, tentem.“Os mimos em torno da criança pequena estendiam-se aos negrinhos escravos”. Brincava-se com as crianças pequenas como animalzinho de estimação.
CRIANÇAS LIVRES NO BRASILOs mimos eram vistos por moralistas setecentistas como causa para “perder os filhos”. A boa educação, implicava em castigos físicos e nas tradicionais palmadas. O castigo físico em crianças não era nenhuma novidade no cotidiano colonial. Introduzido, no século XVI, pelos Jesuítas.
CRIANÇAS LIVRES NO BRASIL
A partir da segunda metade do século VXIII, com o estabelecimento das chamadas Aulas Régias, a palmatória era o instrumento de correção por excelência.
Entre os séculos XVI e XVIII, com a percepção da criança como algo diferente do adulto, surge uma preocupação educativa que traduzia-se em sensíveis cuidados.
HISTÓRIA DA INFÂNCIA NO BRASIL REPÚBLICA
Novos discursos e novas direções seriam trilhadas
Médicos e juristas colocaram-se à frente das batalhas em prol da infância pobre
Um longo processo de transformação das crianças desvalidas e abandonadas em menores abandonados e delinqüentes, iniciando nos anos finais do império.
HISTÓRIA DA INFÂNCIA NO BRASIL REPÚBLICA
Trabalho infanto- juvenilTermo MenorA expressão “menor” já fazia parte
do vocabulário judicial do Império e também da mídia.
CRIANÇAS BRASILEIRAS
Há mais de quinhentos anos, a formação social da criança passa mais pela violência explícita ou implícita do que pelo livro, pelo aprendizado e pela educação. Triste realidade num Brasil, onde a formação moral e intelectual, bem como os códigos de sociabilidade, raramente aproximam as crianças de conceitos como civilidade e cidadania.
REFERÊNCIASPRIORE, Mary Del (Org.). História das crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2004).PRIORE, Mary Del. O cotidiano da criança livre no Brasil entre a colônia e o império. In. História das crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2004).FREITAS, Marcos Cesar de (Org). História Social da Infância no Brasil. São Paulo: Cortez, 2003.