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História da luta pela terra no Brasil
PELO DIREITO A TERRA E À SOBERANIA ALIMENTAR
Sérgio SauerFaculdade da UnB de Planaltina
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Processo histórico no Brasil
Movimentos messiânicos (localizados)
Ligas camponesas
Movimento sindical rural (CONTAG)
Golpe militar: Revolução Verde (modernização) e expansão das fronteiras (projetos de colonização)
Até 1940
De 1940 a 1964
A partir de 1963
Em 1975 Criação da Comissão Pastoral da Terra (CPT)
1964
Criação do MST (trabalhador sem terra)Em 1984
Expansão das lutas pela terra e criação de outros movimentos e entidades (Depto. Rural da CUT, MPA, Fetraf, etc).
Anos 1980 e 1990
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Processo histórico no Brasil
Movimentos messiânicos (mobilizações, resistências e lutas localizadas; líderes carismáticos)
Até 1940
- Imigrantes europeus (colonos) – Sul/Sudeste
- Assalariados (bóias-frias) nas lavouras de café (SP), cana (PE), etc.- Comunidades (populações) rurais: caiçara, caipira, caboclo, silvícola
- posseiro, meeiro, parceiro, morador, arrendatário, safreiro, agregado
Exemplos de movimentos: Canudos (NE), Constestado (Sul), Muckers (RS), Santa Dica (GO), etc.
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- luta política
- dimensão nacionalVisibilidade ao conceito de camponês
surgimento e expansão das Ligas Camponesas (começam no Nordeste)
A partir de 1940
- orientação (centralizada) do Partido Comunista Brasileiro (PCB)
- base social: camponeses (posseiros, arrendatários, moradores) do Nordeste (mas não assalariados da cana) na busca de uma aliança operário-camponesa
- Liderança: Francisco Julião (advogado/PCB)
Ligas camponesas
Ligas camponesas (1940-1964)
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Ligas camponesas (1940-1964)
1954-1964:
- as Ligas ganham nova força e proliferam por todo o País.
- grande efervescência no campo: mobilizações e lutas pela terra (bandeira da reforma agrária)
- Governo João Goulart = inclui a reforma agrária entre as ações da reformas de base
- as mobilizações passam a demandar reforma agrária (de reivindicações pontuais para a luta pela terra)
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Movimento sindical (1963)
- período de grande efervescência no campo e de debates teóricos sobre o campesinato (lugar deste na revolução?)
- março de 1963: aprovação do Estatuto do Trabalhador Rural
- 1963: congresso nacional da União de Lavradores e Trabalha-dores Agrícolas do Brasil – ULTAB (Belo Horizonte)
- 1963: criação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG)
- Tese vencedora no congresso (bandeira das Ligas): luta pela reforma agrária
- Direitos trabalhistas para o campo (CLT), inclusive de sindicalização; uso do conceito de trabalhadores na agricultura (não só os assalariados)
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- Modernização (implantação da Revolução Verde) da produção agropecuária: produção e produtividade
- Projetos de colonização: acesso à terra em regiões “desabitadas”
Objetivos:
- expansão das fronteiras agrícolas (Centro Oeste e Amazônia)
- produção para exportação (mercado externo para a geração de divisas)
- expansão da indústria de máquinas e insumos (química).
- liberar mão de obra (para manter os salários urbanos baixos) = êxodo rural
Regime Militar (1964)
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Regime Militar: questão agrária
- 1964: criação do Estatuto da Terra
Pressão social pela terra, especialmente nas Regiões Sul e Nordeste
- partidos de esquerda foram declarados ilegais; perseguição de lideranças (prisão, ameaças, torturas etc.).
- modernização das empresas agrícolas (Revolução Verde)
- incentivo aos projetos de colonização: Centro Oeste e Amazônia
- ações de repressão:
- perseguição e destruição das Ligas e seus líderes (vários foram para a clandestinidade e/ou fugiram do País)
- uso de conceitos: “pequena propriedade” e “pequena produção”
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Regime Militar: questão agrária
- intervenção na CONTAG com a indicação de um interventor militar (de 1964 a 1968)
- transformação dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais (STRs) em órgãos assistenciais (prestação de serviços aos agricultores)
- ações de repressão:
Resistência liderada por STRs (locais) devido à ampliação dos conflitos por terra, especialmente nas novas áreas de colonização (conflito entre posseiros e novos “proprietários”.
- Ação militar e massacre do levante no Araguaia (destruição total da Guerrilha do Araguaia, em 1973, vista uma “guerrilha rural”)
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Incentivos à modernização conservadora:- Crédito subsidiado (e farto)
- Incentivos fiscais (isenção de impostos para investir na Amazônia)
- Construção de infra-estrutura (armazéns, estradas, etc)
- Desenvolvimento de pesquisas (criação da EMBRAPA)
- Fornecimento de assistência técnica e extensão rural (EMATERs)
- Formação: criação de cursos universitários (agronomia, veterinária)
Regime Militar: questão agrária
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Objetivos dos projetos de colonização:
- Favorecer o acesso à terra = desafogar/diminuir a pressão por terra no Sul e Nordeste
- Ideologia da Segurança Nacional: povoar o Norte para garantir as fronteiras
- Expansão das fronteiras agrícolas: aumentar a produção com a conquista do Cerrado
Regime Militar: questão agrária
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Regime Militar: questão agrária
- resistência de grupos em diversas localidades (destaque para o Pará e Bico do Papagaio), especialmente de posseiros antigos
Em 1975 Criação da Comissão Pastoral da Terra (CPT)
- Denúncias das violações de direitos humanos (assassinatos, perseguições, ameaças de lideranças, etc.)
- Resistência e conflitos na Amazônia Legal: conflitos por terra (despejo de posseiros antigos, invasão de terras indígenas, práticas de trabalho escravo, etc.).
- Luta pelo direito de posse (diferente de propriedade)
- Argumento: posse da terra garante o direito ao trabalho
Luta de resistência dos posseiros (Amazônia – fronteiras agrícolas)
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Fim do Regime Militar e a luta pela terra
- 1979: retomada dos partidos e criação do Partido dos Trabalhadores (PT) = pauta política: reforma agrária
- 1978: Lei da Anistia (retorno de lideranças partidárias do exílio)
- Anos 1980: redemocratização política e mobilização (massa nas ruas) exigindo eleições diretas para presidente
- Organizações (CUT, PT, CPT, CONTAG, etc.): democracia só com reforma agrária (incorporação da democratização da terra)
- 1994: criação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
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O MST e a luta pela terra no Brasil
- CPT: discussão sobre a necessidade dos trabalhadores e trabalhadores terem seu próprio movimento (entidade)
- 1984: primeiro encontro de trabalhadores sem terra em Cascavel (Paraná) – criação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
MST
- Novo sujeito político: trabalhador sem terra
- Nova (ou ampliação de uma) forma de luta = ocupações de terras (organizadas e com muita gente)
- Ocupação de terra: principal forma de luta pela terra no Brasil
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Tabela 263 - Número de estabelecimentos e Área dos estabelecimentos agropecuários por grupos de área total
Grupos de área total
Variável
Número de estabelecime
ntos (unidades)
%
Área dos estabelecim
entos (hectares)
%
Menos de 10 hectares 2.477.071 47,86 7.798.607 2,36
10 a menos de 100 hectares 1.971.577 38,09 62.893.091 19,06
Menos de 100 hectares 4.448.648 85,96 70.691.698 21,43
100 a menos de 1000 ha 424.906 8,21 112.696.478 34,16
1000 ha e mais 46.911 0,91 146.553.218 44,42
Total 5.175.489 100,00 329.941.393 100,00
Estrutura fundiária atual (2006)
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OFonte: IBGE – Censo Agropecuário de 2006
Categoria Número de estabelecimentos
% Área ocupada (ha)
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Agricultura familiar
4.367.902 84,4 80.250.453 24,3
Não familiar 807.587 15,6 249.690.940 75,7
Totais 5.175.489 329.941.393
Estrutura fundiária atual (2006)
Distribuição da terra no Brasil
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OFonte: IBGE – Censo Agropecuário de 2006
Categoria Número de estabelecimentos
% Área ocupada (ha)
%
Agricultura familiar
1.824 46,11 10.867 4,32
Não familiar 2.131 53,89 240.453 95,68
Totais 3.955 251.320
Estrutura fundiária atual (2006)
Distribuição da terra no DF
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