97
História de Goiás 1 - Bandeiras Descobridoras e Povoamento de Goiás I. As primeiras Bandeiras ALIMENTOS Quant. Qualidade Preço Arroz Feijão Milho Açúcar Já no primeiro século da colonização do Brasil, diversas expedições, percorreram parte do território do atual Estado de Goiás. Estas expedições, organizadas principalmente na Bahia, centro então da colonização, eram umas de caráter oficial destinadas a explorar o interior e buscar riquezas minerais, e outras empresas comerciais de particulares organizadas para a captura de índios. São Paulo saiam as bandeiras que buscando índios, cada vez mais escassos, chegavam com freqüência até ao extremo norte de Goiás, região do Estreito. A primeira bandeira, que partindo de São Paulo, possivelmente chegou até os sertões de Goiás no leste do Tocantins, foi a de Antônio Macedo e Domingos Luís Grau (1590-1593). Depois seguiram-se a de Domingos Rodrigues (1596-1600), que desceu até

Historia de Goias

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Historia de goias

Citation preview

Histria de Gois 1 - Bandeiras Descobridoras e Povoamento de Gois I. As primeiras Bandeiras ALIMENT! "#ant$ "#a%idadePre&o Arro' (ei)*o Mi%+o A&,car J no primeiro sculo da colonizao do Brasil, diversas expedies, percorreram parte do territrio do atual Estado de Gois. Estas expedies, oranizadas principalmente na Ba!ia, centro ento da colonizao, eram umas de carter o"icial destinadas a explorar o interior e #uscar ri$uezas minerais, e outras empresas comerciais de particulares oranizadas para a captura de %ndios.&o 'aulo saiam as #andeiras $ue #uscando %ndios, cada vez mais escassos, c!eavam com "re$()ncia at ao extremo norte de Gois, reio do Estreito.A primeira bandeira, que partindo de So Paulo, possivelmente chegou at os sertes de Gois no leste do Tocantins, foi a de Antnio !acedo e "omingos #u$s Grau %&'()*&'(+,- "epois seguiram*se a de "omingos .odrigues %&'(/*&/)),, que desceu at a conflu0ncia do Tocantins com o Araguaia1 a de Afonso Sardinha %&'(2*3, a de 4elchior 5arneiro %&/)6*&/)(,, que passou ainda mais para o norte1 a de !artins .odrigues %&/)2*&/&+,1 a de Andr7ernandes %&/&+*&/&',1 a de Pedroso de Alvarenga %&/&'*&/&2,1 a de 7rancisco #opes 4uenavides %&//'*&///,1 a de #u$s 5astanho de Almeida e a e8pedi9o familiarde Antnio Paes %&/6&,1 a de Sebastio Paes de 4arros %&/6+,- :sta bandeira, a maior das sa$das de So Paulo para Gois, contava com uns 2)) membros e se fi8ou naregio da conflu0ncia do Tocantins e o Araguaia, dedicada preferencialmente ; minera9o-*utro tipo de expedies eram +descidas+ dos ,esu%tas do 'ar. *s ,esu%tas tin!am criado na -maz.nia um sistema #em estruturado de +aldeias+ de alcuturao ind%ena. Buscando %ndios para estas aldeias, os ,esu%tas oranizaram diversas expedies "luviais, $ue su#indo o /ocantins c!earama Gois.0as nem #andeirantes nem ,esu%tas vin!am para "ixar1se em Gois. II$ Descobrimento de Gois* desco#ridor de Gois "oi -n!an(era. Isto no sini"ica $ue ele "osse o primeiro a c!ear a Gois, mas sim $ue ele "oi o primeiro em vir a Gois com inteno de se "ixar a$ui, 23456 37389. 4artolomeu 4ueno da Silva, pai, e8periente sertanista, era cego de um olho- Talve< destedefeito f$sico venha o apelido =Anhang>era=, de origem e significado discutidos- ?uase todos os sertanistas eram apelidados pelos $ndios- ?uanto ao fato de haver ateado fogo num prato de aguardentepara amedrontar os $ndios a fim de que lhesmostrassem as minas, no se tratava de fatooriginal- :ra um ardil comum pr@prio dos e8ploradores- Segundo Pedro Tanques, linhagista paulistanos, o primeiro bandeirante que usou este mtodo foi 7rancisco Pires .ibeiro, sobrinho do 5a9ador das :smeraldas-- #andeira era uma expedio oranizada militarmente, e tam#m uma espcie de sociedade comercial. :ada um dos participantes entrava com umaparcela de capital, $ue consistia, ordinariamente, em certo n;mero de escravos. *s principais "inanciadores da #andeira "oram Joo 6.666 L. &endo, portanto, a produo declarada de 366.666 L.0ais rave era a decad)ncia da produtividade, isto , da produo de ouro por !omem dedicado J mineraoH a diminuio da produtividade iniciou1se , nos primeiros anos, mas comeou a tornar1se um pro#lema rave depois de 37C6H nos dez primeiros anos, um escravo podia produzir at perto de M66ramas de ouro por anoH nos 3C anos seuintes 237=4137C69 , produzia menos de =66H a partir de 37C6 no c!eava a >66, e mais tarde, em plena decad)ncia, a produo era semel!ante J dos arimpeiros de !o,e? pouco mais de 366 ramas.Esta curva da produtividade nos explica $ue a minerao "oi um necio prspero at 37C6, um empreendimento arriscado, mas ainda rendoso entre 37C6 e 3776, um necio ruinoso depois desta data. -$ A ri1#e'a do o#ro em Gois @o podemos comparar a produo das pocas antias com a de !o,e, pois atcnica tem multiplicado muitas vezes a produo e a produtividade.Gois "oi o seundo produtor de ouro do Brasil, #astante in"erior a 0inas -proximadamente 3N4 e um pouco superior a 0ato Grosso talvez 36N7.- produo e a renda 2per capita2 no "oram muito elevadas durante o per%odo da minerao.* ouro parecia uma rande ri$ueza $ue enanou aos contemporOneos, mas tendo em conta a populao e os capitais empreados, os rendimentos no eram randes.'ouco deste ouro "icou no Brasil, nada "icou em Gois. Em virtude do +pacto colonial+, como antes explicamos, os produtos do Brasil iam para 'ortual $ue os vendia para o exteriorH 'ortual, em troca, enviava para o Brasil !omens, administradores, exrcitos, produtos comerciais, so#retudo produtos manu"aturados.Em Gois, em 3866, alm dos antios %ndios, !avia mais de C6.666 !a#., !avia cidades constru%das, estradas e camin!os, "azendas em produo. * capital $ue paou tudo isto "oi o couro, e isto o $ue "icou para Gois da poca do ouro. 3 - A !ociedade Goiana da 4poca do #ro I$ "#adro administrativo5 a 6apitania de Gois Gois "ora desco#erto por paulistas e era um terreno teoricamente pertencente J :apitania de &o 'aulo. 'or isso, de in%cio, "oi considerado umterritrio de minas dentro da :apitania de &o 'aulo.Iepois de vinte anos, Gois tin!a crescido tanto, em populao e em importOncia, $ue no podia continuar sendo overnado J distOncia por &o 'aulo. - :orte portuuesa decidiu tornar Gois independente de &o 'aulo, elevando1o J cateoria de :apitania. * territrio oiano passou ento a ser denominado :apitania de Gois, t%tulo $ue conservaria at a independ)ncia, $uando se tornou 'rov%ncia.II$ A pop#%a&*o de Gois- primeira in"ormao so#re a populao de Gois so os dados da capitao de 37=4. Iez anos, portanto, depois do in%cio da minerao, !avia em Gois mais de 36.666 escravos adultos. * total da populaoK 0enos de >6.666, pois os escravos deviam constituir mais da metade da populao. *sdez primeiros anos de minerao instalaram em Gois $uase >6.666 pessoas $ue, a#riram camin!os, cidades, colocando em atividade rande parte do territrio.Em 37C6, ao tornar1se Gois capitania, os !a#itantes deviam ser pouco menos de M6.666. - populao continuou aumentando, em#ora , um r%tmicoin"erior? em 378= !avia em Gois $uase 46.666 !a#itantesH um aumento de mais de C6P.Entre esta data e 386M, parece $ue a decad)ncia da minerao se traduziu numa diminuio da populao. @o se importavam mais escravos para suprir as mortes, #astantes #rancos e livres emiravam para outros territrios. * censo de 386M deu C6.666 !a#itantes para Gois. Qma diminuio de $uase >6P. III A sociedade em Gois d#rante a co%7nia$ - $ue se devia esta tend)ncia J diminuio do n;mero relativo de escravos nos territrios de mineraoK - vrias causas, decorrentes todas da prpria decad)ncia da minerao. 'odemos analisar como mais importantes. 8 A dimin#i&*o o# estancamento na importa&*o de escravos$ Em Gois deixaram de importar1se escravos a partir de 377C, pois a decad)ncia em produo e produtividade das minas "azia com $ue os mineiros tivessem perdido todo crdito ,unto Js compan!ias importadoras deescravos.@o entretanto novos escravos, e sendo a taxa de natalidade entre eles #astante in"erior J do resto da populao, lico $ue a lono prazo a proporo da populao escrava tendia a diminuir.8 A dimin#i&*o da prod#tividade do traba%+o escravo5-o diminuir a produtividade, c!eava um momento em $ue o tra#al!o escravo $uase no paava os prprios custos e, resultava mais #arato, e so#retudo mais seuro, o tra#al!o assalariado ou semi1assalariado.8 A compra da %iberdade5* reime de tra#al!o do escravo nas minas era realmente duro e desumano, mas tin!a alumas compensaes com o respeito ao escravo destinado a outras ocupaes. * escravo podia tra#al!ar para si em dias "eriados e em !oras extras.8 A misci.ena&*o5'elos reistros dos #atizados, podemos constatar como esta situao era parecida em Gois. Estes "il!os de escrava com #ranco Js vezes rece#iam a li#erdade no momento do #atizado, outros "icavam escravos toda a vida.8tipo de traba%+o5* controle rioroso do tra#al!o escravo, prprio J minerao e J lavoura de monocultura, era praticamente imposs%vel na pecuria extensiva.I- A vida do escravo5- vida do escravo nas minas era extraordinariamente dura. Em primeiro luar todos os males do arimpo? tra#al!o esotador, m alimentao, as raves doenas. - isto ! $ue acrescentar os males da "alta de li#erdade? ar#itrariedades, castios. Eram considerados mais como cousas $ue como pessoas. :m conseq>0ncia do rduo trabalho e da escasse< de vantagens que habitualmente lhes cabiam por sorte E escreve 4o8er *, a vida de um escravo trabalhador era, quase sempre, s@rdida, brutal e curta- Fm missionrio capuchinho, italiano, que visitou a 4ahia em &/2G, ouviu contar que =o trabalho deles to pesado e seu sustento to pequeno que se pode dientam sete anos=- !artinho de !endon9a, depois de faC6 escravos ou mais. @o "altaram mineiros $ue em Gois possu%am este n;mero de escravos. :om a decad)ncia, tornaram1se raros os $ue tin!am 3> escravos.0esmo entre os #rancos a po#reza era eral, mas ser #ranco continuava sendo uma !onra e um privilio. +* #ranco, mesmo $uando po#re, escreviaEsc!Ree na poca da independ)ncia, no move uma pal!a, pois at na vadiaem encontra com $ue viver. -II 1 s 9ndios -o tempo de desco#erta, eram numerosas as tri#os de %ndios em Gois, co#rindo todo o seu territrio. 'odemos citar entre as mais importantes? :aiap, Gavante, Goi, :rix, -rasH Gerente, :ara,, -croa...Iurante a poca da minerao as relaes entre %ndios e mineiros "oram exclusivamente uerreiras e de m;tuo exterm%nio. Aldear os $ndios consistia em reuni*los em povoa9es fi8as, chamadas aldeias, onde, sob superviso da umaautoridade leiga ou religiosa, deviamcultivar o solo e aprender a religio crist- :m &6'H, deu "- !arcos regimento a estas aldeias, submetendo os $ndios a um rigoroso regime militar, que gerou os piores resultados- :$ Transi&*o da !ociedade Mineradora ; !ociedade Pastori% Ao se evidenciar a decadncia do ouro, vrias medidas administrativas foram tomadas por parte do governo, sem alcanar, no entanto, resultados satisfatrios. A economia do ouro, sinnimo de lucro fcil, no encontrou, de imediato, um produto que a substitusse em nvel de vantagem econmica.A decadncia do ouro afetou a sociedade goiana, sobretudo na forma de ruralizao e regresso a uma economia de subsistncia. I - Tentativas .overnamentais para o pro.resso de Gois :om a decad)ncia ou desaparecimento do ouro, o overno portuu)s, $ue antes procurava canalizar toda a mo de o#ra da :apitOnia para as minas, passou atravs das suas autoridades a incentivar e promover a aricultura emGois.Brios "oram, porm, os o#stculos $ue impediram seu desenvolvimento?3S leislao "iscal os d%zimos, temidos pelos aricultores, tanto na "orma de avaliao, como na "orma de paamentoH>S desprezo dos mineiros pelo tra#al!o ar%cola, muito pouco rentvelH=S aus)ncia de mercado consumidorHMS di"iculdade de exportao, pelo alto custo do transporte e aus)ncia de sistema virio.:om a decad)ncia, a populao no s diminuiu como se dispersou pelos sertes.@este sentido, vrias resolues "oram tomadas, em#ora, muitas delas permanecessem letra morta?3S Doi concedido iseno dos d%zimos por espao de tempo dez anos aos lavradores $ue nas marens dos rios /ocantins, -rauaia e 0aran!o "undassem esta#elecimentos ar%colasH>S Ieu1se especial )n"ase J cate$uese e civilizao do entio com interesse em aproveitar a mo de o#ra dos %ndios na ariculturaH=S :riao de pres%dios J marem dos rios com os seuintes o#,etivos? proteer o comrcio, auxiliar a naveao e aproveitar dos naturais para o cultivo da terraHMS Incrementou1se a naveao do -rauaia e /ocantins.CS /entou1se desenvolver a naveao dos rios do sul de Gois como 'arana%#a e aluns de seus a"luentes, a "im de se comunicar com o litoral, com mais "acilidade.4S Aevoou1se o alvar de C de ,aneiro de 378C $ue proi#ia e extinuia "#ricas e manu"aturas em toda a :ol.nia. II - Novos aspectos administrativos 'or causa da enorme rea eor"ica de Gois, vrios capites enerais !aviam a diviso da capitania em duas :omarcas, a "im de "acilitar a administrao. @o entanto, somente no ano de 3865, $uando o Brasil , viviao processo de sua emancipao pol%tica, "oi o nosso territrio dividido em duas comarcas? - do sul compreendendo os ,ulados de? Gois, 2ca#ea ou sede9 de 0eia 'onte, de &anta :ruz, de &anta >, esta no trouxe trans"ormaes, $uer sociais, $uer econ.micas para Gois. *perou1se teoricamente a descolonizao. @o dia 34 de dezem#ro, "ez1se ,uramento solene J aclamao do Imperador :onstitucional do Brasil I. 'edro I* primeiro 'residente de Gois, nomeado por I. 'edro, "oi Ir. :aetano 0aria M. I- - Movimento !eparatista do Norte de Gois * movimento separatista do @orte representou uma continuao do movimento revolucionrio da capitania de Gois so# a liderana do mesmo 'adre aiscar*o. @asceram novas cidades e outras , existentes tomaram novos impulsos so# o >%#?o da pecuria? Imperatriz, 'almas, &o Jos do Iuro, &o Iominos, :arolina, -rraias. II - 6rono%o.ia do povoamento'elo exposto, viu se $ue a economia minerada deu in%cio ao processo de colonizao de Gois. :ou#e J pecuria desenvolver e aumentar sua populao.- partir dos anos =6 do sculo GIG "oi a populao aumentando, so# os ausp%cios da pecuria ? 38M5 W 75.666 !a#itantesH38C4 W 3>>.666 !a#itantesH3843 W 3==.666 !a#itantesH387> W 3M5.666 !a#itantesH3856 W >>7.666 !a#itantesH3566 W >CC.666 !a#itantes. III - Pop#%a&*o Ind9.ena @ecessrio se "az mencionar os a#or%ines, $ue contri#u%ram so#remaneira para a "ormao do rupo oiano, principalmente no @orte do Estado. Saint*Jilaire afirma que por ocasio de sua viagem, Gois era a Prov$ncia que mais $ndios possu$a =--- a popula9o portuguesa derrama nesta capitania no fora nunca suficientemente intensa para aniquil*los todos- 5om muitos custo conseguira*se reunir certo nDmero em aldeias1 os outros viviam inteiramente selvagens nas matas e nos lugares mais desertos=-In"elizmente, nunca "oi poss%vel precisar o n;mero exato dos silv%colas oianos, como de todo o Brasil. :om o passar dos anos a colonizao trouxeo desaparecimento parcial dos naturais e a extino total de muitos tri#os. I- - Imi.ra&*o estran.eira @o podemos deixar de mostrar a pro#lemtica da imirao europia.-ps a li#erao do nero, rupos locais, identi"icados com interesse arrio, lutaram pela vida do imirante europeu. * overno 0ontandom 238849 ad$uiriu do Bice1 'residente da 'rov%ncia, Jos -nt.nio :aiado, uma"azenda destinada a iniciar este tipo de colonizao. 0as as terras eram muito ruins, e os imirantes italianos no c!earam nem a vir para o territrio oiano.Em 3854, o overno repu#licano de Gois tentou mais uma vez impulsionar a imirao. /am#m sem )xito.&omente nas primeiras dcadas do sculo GG se iniciou a imirao europia em Gois, em moldes muito modestos. :m &(G), tr0s nDcleos coloniais mais importantes desenvolveram*se em GoisK um de italianos em Cnhumas1 outro tambm de italianos no munic$pio de Anpolis % Lova Bene, em decorr)ncia do partido = de novem#ro de 38539 o cenrio pol%tico oiano se trans"orma. Boltam ao poder os Bul!es. -II - Grande crise da 6onstit#i&*o .oiana Qma das primeiras preocupaes de Junta Governativa, aclamada a 3.S de Iezem#ro, "oi a escol!a dos representantes oiano J :onstituinte @acional.Doram nossos representantes? &enadores? Jos Joa$uim da &ousa e -nt.nio -maro da &ilva :anedo.Ieputados? Jos %#7P da populao, en$uanto o 0ato Grosso Goiano, dcima reio, concentra mais de um teroda populao do Estado com >8,45!a#.NLm>./am#m apresentam uma "orte concentrao populacional as tr)s reies do extremo sul? 0eia 'onte 27,8!a#NLm>, &udoeste Goiano 24,M9 e 'arana%#a 28,759.-s vias de comunicao e a proximidade maior ou menor dos randes centros econ.micos tem determinado uma distri#uio da populao totalmente di"erente J causada pela minerao no sculo GBIII, e pela pecuria no sculo GIG.III - Crbani'a&*o * processo de ur#anizao "oi acelerado com a revoluo industrial. - concentrao de mo1de1o#ra para as ind;strias determina o crescimento rpido das cidades.Em Gois o censo de 35M6, $ue "oi o primeiro em "azer a distino entre populao ur#ana e rural, dava para o Estado 3M,4P de populao ur#ana e rural, dava para o Estado 3M,4P de populao ur#ana 8C,MP rural. Ievemos notar, contudo, $ue o %ndice de ruralidade era ainda #astante mais elevado, pois o critrio adotado pelo IBGE de considerar populao ur#ana a residente na sede dos munic%pios computa como ur#ana a populao de pe$uenas cidades e vilas. -pesar disto, !avia munic%pios, como Goiatu#a, onde o %ndice de ruralidade su#ia at 57,3>P. & $uatro cidades passavam dos 7 mil !a#itantes 2GoiOnia, 3C mil, -npolis, 5.C66, Gois, 8 mil e Ipameri 7 mil9 e outros $uatro 2Aio Berde, &ilvOnia, :atalo e 'iracan,u#a9 excediam em poucos os tr)s mil. I- - Economia5 Predom9nio do !etor K#ra% +Ia populao economicamente ativa, 8=,45P estavam ocupados em 35C6 no +setor primrio+, em sistema de tra#al!o rudimentar? M,37P no +setor secundrio+, e ainda incipiente? e 3>,3MP no +setor tercirio+.- ind;stria continua sendo de pouca expresso em Gois para a "ormao deri$ueza e o"erecimento de empreos? sua participao na renda estadual $uatro vezes menor $ue a mdia nacional.- aricultura e a pecuria, representam, C7P e M6P respectivamente do setor primrio. - aro1pecuria concentra 45P da mo1de1o#ra total.- aricultura do Estado se #aseia em tr)s produtos principais? arroz, mil!o e "ei,o. - - Governo5 Administra&*o - "alta de capitais e de uma tradio empresarial tornavam a ao do overno insu#stitu%vel para por em marc!a e ativar os mais variados aspectos do desenvolvimento.* envolvimento do overno do Estado "oi dando1se radualmente, a partir da construo de GoiOniaH mais intensamente na dcada de C6, com a criaodo Banco do Estado e a :EM soldadosH os reistros para controle das entradas, 4H nas intend)ncias e comissrias da capitao, 8H =5 soldados, portanto, "ixos $ue no podiam ser removidos, e ainda necessitavam1se soldados para a uarda da intend)ncia com seu co"re de ouro W > W, para a uarda do overnador W > W, para a conduo dos $uintos W 4 W 2C69./o rande era a car)ncia de tropa, $ue o ouvidor no podia /er uarda pessoal.*s draes constitu%am um corpo verdadeiramente exemplar. Disicamente per"eitos, intelientes, educados, de uma !onestidade sem exceo no correr de muitos anos./endo em conta, seuramente, o princ%pio de $ue o meio mais rpido de aliviar uma pro"isso empo#rec)1la, o overnador recompensava laramente os draes.-o lado dos draes existia tam#m, como corpo pao, a compan!ia dos pedestres, corpo auxiliar, armado somente de espada, $ue desempen!ava misses de enlace, viilOncia e proteo.0enos de cem soldados constitu%am, pois, toda a "ora militar e policial paa de uma capitania extensa como uma nao, e em permanente p de uerra. &e em relao J populao, e em permanente p de uerra. &e em relao J populao seu n;mero podia no ser realmente pe$ueno, com respeito Js "unes $ue devia cumprir era reduzid%ssimo. Esta de"ici)ncia tratava de compensar1se com o en$uadramento militar da populao civil? asordenanas.@os primeiros anos da :apitania as ordenanas rece#eram variadas incum#)ncias? com#ater os contra#andistas entrinc!eirados nas terras diamant%"eras, $uando a tropa se demonstrou insu"icienteH montar uarda na cadeia para evitar a "ua dos presosH "azer a ronda nas populaes, onde nos dias de "esta proli"eravam as #rias e as mortesH acompan!ar, como uarda pessoal, o ouvidor na visita de correio./anta atividade pareceria ser ind%cio de uma slida oranizao estrutural, atualizada pelo exerc%cio constante. - realidade, porm, parece ter1se encontrado sempre #astante distante deste ideal.- partir do overno de I. Joo 0anuel !ouve uma preocupao constante do overno central, urindo aos overnadores re"orar a oranizao militar das capitanias, dada a tenso #lica na -mrica do &ul. I. 0anuel criou, em 374=, o reimento de cavalaria auxiliar com dez compan!iasH no encontrando em Gois ninum capaz de oranizar este corpo, seus dois c!e"es, sarento1mor e a,udante, "oram enviados de 0inas./odos os overnadores seuintes, so# a presso constante de C anos deca% de um tero a arrecadao do $uinto. 0as decad)ncia psicolica e social antecipava1se ao esotamento do ouro. Existem em Gois estudos dos contemporOneos so#re as causa da decad)ncia , em#ora nos diversos escritos aparea a tentativas de explicao , mas sempre de uma "orma "ramentria e isolada.Em Gois por sua menor ri$ueza mineral , e por no /er se c!eado a$ui, a sua constituio de uma sociedade esta#ilizada como em 0inas , a decad)ncia "oi muito mais rpida e mais de"initiva. - cOmara de 0ariana destacava em 3785 como motivos "undamentais da decad)ncia? a m educao dos colonos, $ue no casavam $uando casados e com "il!os procuravam dedica1los mil%cia ou ire,a, o prprio overno $ue nunca sou#e diriir a minerao com uma leislao ade$uada . + - "alta de experi)ncia a am#io do overno , em parte o descon!ecimento do pa%s , mal oranizadas , e $uase despovoado, deram luar a muitas leis inade$uadas., $ue provocavam ru%na rpida desse notvel ramo de atividade, importante "onte de renda para o estado.0odi"icavam1se os vel!os processos rotineiros de explorao , entendiam $ue nada !aviam de mel!orar , em#ora a produo do ouro se tornasse menor de ano para ano. - causa do decl%nio da minerao estava nos processos irreulares de extrao o soeruimento da minerao W no poderia ser realizado por meios simples incentivos aos particulares. @ecessitavam1se randes investimentos in"ra1estruturais e uma proramaoa lono prazo, em Gois, "azia , tempo $ue se sentia a necessidade da associao dos mineiros como ;nico meio poss%vel de reunir o capital indispensvel para a explorao das ,azidas ricas, encontrava1se no carter individualista do mineiro, na sua inclinao para a suspeita, e, no ;ltimo rau, no imediatismo de suas de suas aspiraes. 0aior importOncia teve a sociedade de minerao de -nicuns . - desco#erta em 3865 em -nicuns, luar prximo capital, da pedreira mais rica de ouro at ento explorada na capitOnia, os rendimentos dos primeiros meses "oram espetaculares. I - 6om#nica&Aes * ouro possi#ilitou esta antecipao !istrica, correndo com os astos de instalao de populaes inteiras e mantendo depois alta a tenso econ.micapara $ue ocorresse nos dois sentidos o "luxo do comercio.* camin!o de 0inas para Gois "ora a#erto em 37==. - estrada nova de &o 'aulo em 37=4. 'ermitiam a passaem das tropas de animais carreados, ;nico meio de transporte.Iadas uias individualmente a cada um dos via,antes, $ue devia declarar nelas a $uantidade de ouro em p $ue levava, e entrea1las no luar de c!eada. -s uias se distri#u%ram assim pelas comissrias? /ocantins e &o Jos 766, @atividade e :armo, 766, &. Dlix e :avalcante, >66, -rraias, 366./odas estas uias eram para apresentar1se em &alvador, donde podemos deduzir $ue os mineiros do norte s comerciavam com esta cidade, e $ue as viaens eram #astante "re$(entes, dado o elevado n;mero de uias. * prazo de entrea marcado W aproximadamente o tempo calculado da viaem W era de tr)s meses para o tempo de seca e $uatro para as c!uvas.:rixs e 'ilar rece#eram M66 uias para o Aio de Janeiro e &alvador, e os arraias do sul unicamente para o Aio? 0eia 'onte M66, &anta para su#vencionar as escolas.Bieram para Gois os primeiros pro"essores? tr)s de primeiras letras para Bila Boa, 0eia 'onte e 'ilar, dois de latinidade e um de retrica. Doram criadas novas cadeiras at completar oito pro"essores de primeiras letras e latim.- nova con"iurao $ue ad$uire a :apitania com a decad)ncia a ruralizao da vida? de uma populao radicada, $uase exclusivamente, em centros ur#anos W por pe$uenas $ue estas povoaes "ossem W passa1se a uma disperso autorizada da populao pelos campos. Aealizada a transmutao, por toda a eora"ia de Gois na &eunda dcada do sculo GIG, encontram1se carcaas de antias povoaes mineiras. :asas a#andonadas por seus !a#itantes se desmanc!am e at as Ire,as, a comear por suas torres, vo caindo aos pedaos? *uro Dino, totalmente a#andonada, como cidade atacada pela pesteH :rixs, onde os animais podem pastar nas ruasH at com certos re$uintes. Iurante vrias dcadas no !ouve -nta... e tantas outras. * norte, so#retudo, "oi o mais de sculo em recuperar1se.@o sul, alumas cidades, se,a pelo "uncionalismo, como a :apital, ou por ozar de uma posio privileiada no entroncamento das vias de comunicao, como 0eia 'onte, e em todo caso pela maior densidade populacional. 1F - Ed#ca&*o e 6#%t#ra - criao da :arta da Ae"orma do Ensino, em 357>, apresentou o mais importante passo para o desenvolvimento educacional, no Estado de Gois. 'reconizada pela N73, $ue trouxe para o Brasil um novo conceito em educao W apoiado nos princ%pios de interao, descentralizao, atualizao, e pro"issionalizao W a :arta Escolar do Estado de Gois "oi reivindicada pelo 0inistrio de Educao e :ultura e serviu de modelo na re"orma do ensino $ue est sendo implantado no 'a%s.- &ecretria de Educao e :ultura do Estado de Gois aparel!ou1se para acompan!ar as pro"undas modi"icaes do ensino, e criou novos meios para atender aos desa"ios do alto %ndice de "lexi#ilidade da capacidade !umana, no campo da educao. 0ontou moderna estrutura de tra#al!o e adotou solues $ue acionaram o &istema de Educacional do Estado. @a pol%tica interada de educao1 ci)ncia1 tecnolica, o Estado de Gois tem #aseado sua ao, no campo educacional, na #usca de meios capazes de promover o desenvolvimento e o #em estar social do povo oiano. I - Ensino de 1M Gra# @os anos de 357C e 3577, a matr%cula "oi aumentada em >4 por cento no 3S rau. Ie acordo com o conv)nio 'AE0E@NEstado de Gois, a Escola 'olivalente 0odelo de GoiOnia, constituiu um 'ro,eto espec%"ico, tendo iniciado seu "uncionamento em 357=.Interando recursos "%sicos, seurana e desenvolvimento, a rede escolar de 3S rau expandiu1se a ritmo ideal de atendimento da demanda escolar, na "aixa de escolarizao o#riatria. II - Ensino de 0M Gra# - matr%cula no >S rau, nos anos de 357C a 3577 "oi aumentada em C3 por cento.- partir de 357M, o#riatoriamente, todos os esta#elecimentos o"iciais ou convencionados com o Estado adotaram a "iloso"ia eral da Ae"orma do Ensino.'romovendo a $uali"icao pro"issional do estudante, para maior produtividade do Estado, aps sua interao !arm.nica no complexo educao1consumo, educao1produo, a rede de ensino de >S Grau tam#m se expandiu nos ;ltimos $uatro anos. III - Ensino !#p%etivo - educao no "ormal tem merecido uma toda especial. &o utilizadas novas tcnicas $ue permitiram alcanar o maior n;mero de adolescentes e adultos e otimizar os resultados da educao supletiva, a partir de suas $uatro "unes #sicas? supl)ncia, suprimento, aprendizado e $uali"icao.- partir de 357=, o Iepartamento de Ensino &upletivo, criado pela Ae"orma,responsa#ilizou1se pelo plane,amento, coordenao e avaliao do ensino supletivo em todo o Estado. I- - Aprendi'a.em e "#a%i>ica&*o Docaliza a necessidade de o"erecerem cursos de aprendizaem ou $uali"icao pro"issional a alunos de mais de 3M anos.@o sentido de o"erecer mais aprendizaem e mel!ores condies de vida J$ueles $ue no possuem $uali"icao especial pro"issional, realizou1se em 357=, um tra#al!o intenso de pes$uisa, nas reas de atividades pro"issionais, para $ue os setores prioritrios a serem atendidos, de acordo com o mercado de tra#al!o reional e local, "ossem identi"icados. Ie anlise, selecionaremos pro,etos de cursos pro"issionalizantes $ue "oram desenvolvidos, mediante conv)nios com o &E@-I, 'I'0*, por cento dos mdicos e 4> por cento dos dentistas exerciam a pro"isso em GoiOnia. 'ortanto, 46 por cento dos munic%pios no contavam com mdicos, en$uanto$ue somente M> por cento deles possuem dentistas.* overno estadual, num es"oro total, concentrou1se na produo de medicamentos atravs da IFQEG* e na prtica da medicina preventiva com campan!as de vacinao das populaes, realizadas pela *&EG*.-s condies sanitrias ainda no atiniram, nesse Estado, um padro satis"atrio e dese,vel. &o o#servadas altas taxas de mortalidade por doenas transmiss%veis e por causas pr1natais. - mortalidade in"antil, por exemplo, muito elevada, notando1se $ue, de cada rupo de mil nascidos vivos, 36= morreram antes de completar um ano. -s doenas transmiss%veis representa a primeira causa de !ospitalizao e de morte.- situao preocupa pela precariedade da in"ra1estrutura existente no setor.@os $uatro ;ltimos anos, o overno procurou o mximo de ateno ao pro#lema da sa;de p;#lica, visando proteer o !omem.Doram criadas *ranizaes como a *&EG* e I'-&G*, $ue desempen!am um importante papel.&o executados proramas de vacinao contra a "e#re amarela, a !epatite, a tu#erculose e a 0eninite, poliomielite, var%ola, ttano, di"teria, co$ueluc!e,"e#re ti"ide, raiva, sarampo, ripe, etc.* DQ@AQA-