Historia de Roma Desde Os Primordios

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HISTRIA ROMANA DESDE OS PRIMRIDIOS POVO ROMANO FOMAO DAS TRIBOSSegundo a lenda, o povo romano se originou atravs de um grupo de famlias (gens) que, lideradas por Rmulo, fixaram-se margem esquerda do rio Tibre, no monte Palatino, enquanto seu irmo gmeo Remo, com outro grupo habitava o Aventino. Com o assassinato do irmo, teria ele reunido todos (em torno de cem famlias) sob seu governo. Aps aliaram-se com os sabinos, que habitavam nas proximidades, (mais cem famlias), como se ver mais adiante. Juntaram outras cem famlias de elementos diversos, e formaram, desse modo, a populao da cidade primitiva de Roma. Quando se fala em famlia, no se entende apenas um casal, mas sim um grupo de casais unidos pelo mesmo sobrenome. Assim a gens Iulia era a famlia a que pertenciam Jlio Csar e seu sobrinho, o imperador Augusto. A menor unidade coletiva da organizao dos cidados da antiga Roma era a gens que era comandada pelo paterfamilias, espcie de chefe de cl, que tinha na domus (casa) plenos poderes. Segundo a Lex Duodecim Tabularum (Lei das Doze Tbuas) ele tinha poder de vida e morte sobre seus sbditos. Desses trs grupos primitivos, os seguidores de Rmulo, os sabinos e o terceiro formado por elementos dispersos, formaram-se os patrcios romanos e essa a origem das trs tribos primitivas que constituam a cidade. As tribos tinham laos internos de consanginidade, portanto eram resultado de uma formao natural. As tribos estavam divididas em crias de dez gens. Havia, portanto, trs tribos e trinta crias. Segundo uma antiga tradio Rmulo fundou Roma em 21 de abril de 753 a. C.. Os

romanos empregavam a abreviatura a. U. c. que significa ab Urbe c ondita (desde a fundao de cidade). Quando os romanos usavam o termo Urbs (cidade), com inicial maiscula, referiam-se a Roma. origem da cidade de Roma pode situar-se espacialmente perto do monte Palatino, junto ao rio Tibre, em um ponto no qual existia um vau natural que permitia seu cruzamento, sendo alm navegvel desde o mar (localizado a 25 quilmetros rio abaixo) unicamente at essa posio. Neste ponto o rio transcorria entre vrias colinas escavadas por seu curso (leito), isoladas entre si por vales que o Tibre inundava em suas cheias, o que convertia a zona em pantanosa, e pelo qual sua populao de agricultores e pecuaristas foi em sua origem muito reduzida. monte Palatino uma das sete colinas de Roma. Tem 70 m de altura e nas suas encostas foram construdos, de um lado, o Frum Romano, e do outro, o Circo Mximo. O local hoje um grande museu ao ar livre, visitado durante o dia. A bilheteira localizase perto do Arco de Tito, no Frum. Onome deriva de Pale, o deus dos pastores. Segundo a lenda da fundao de Roma, sobre o Palatino foi edificada a cidade quadrada de Rmulo(Roma quadrata). J stio habitado na idade do Ferro (como provam vestgios arqueolgicos), acolhe tambm as runas mais antigas de Roma, como restos de muralha (sculos VIIV a.C.) e uma cisterna. No sculo III a.C. foram construdos os templos de Jpiter, de Vitria e da Magna Mater (Deusa-me, a Grande Me), enquanto que no ltimo perodo Republicano foram construdas muitas habitaes patrcias. nesta colina que se encontravam outrora, agora em runas, os palcios de Csar Augusto, Tibrio e Domiciano. O termo palcio provm de Palatium.

Runas dos palcios imperiais do Palatino, perspectiva do lado do Circo Mximo.

Este ponto estratgico apresentava uma localizao fcil de defender em relao ampla plancie frtil que rodeava o lugar, protegido como estava pelo Palatino e as outras colinas que o rodeavam, sendo alm de um cruzamento destacado nas rotas comerciais do Lcio central, e entre Etrria e Campania. Todos estes fatores muito contriburam ao xito e a fortaleza da cidade. A origem tnica da cidade provm da fuso das tribos latinas e da aldeia de Germal (Roma quadrata) com os sabinos de Viminal e o Quirinal, criando assim a Liga do Septimontium ou Septimoncial (Liga dos sete montes), uma confederao religiosa pr-urbana de clara influncia etrusca, o poder hegemnico na pennsula nesta poca. O nome da cidade poderia remontar-se at a gens etrusca Ruma, apesar de existirem outras teorias a respeito. Segundo Suetnio, o nome Roma provm do nome de seu fundador Rmulo. As crnicas tradicionais da histria romana, que chegaram at a atualidade atravs de autores clssicos como Tito Lvio, Plutarco, Dionsio de Halicarnaso entre outros, contam que nos primeiros sculos da vida de Roma houve uma sucesso de sete reis. A cronologia tradicional, narrada por Marco Terncio Varro, mostra que foram 243 anos de durao total para estes reinados, isto , uma que a mdia era de 35 anos por reinado (muito maior que a de qualquer dinastia documentada), ainda que est sendo desestimada atualmente, desde o trabalho de Barthold Georg Niebuhr. As crnicas tradicionais tambm se vem inconsistentes ao analisar-se as evidncias arqueolgicas dos incios de Roma. Em algum momento desconhecido da etapa monrquica de sua histria, Roma caiu sobre o controle dos reis etruscos. Os reinados dos primeiros monarcas so bastante suspeitos, devido a grande durao mdia dos mesmos e ao feito acrescentado de que alguns parecem estar arredondados em torno dos 40 anos de durao. Este curioso dado, que inclusive se destaca mais comparado com os reinados da atualidade em que a esperana de vida maior, ficou explicado nas tradies romanas devido a que a maioria dos reis haviam sido cunhados de seu predecessor. No obstante, mais provvel que somente os ltimos reis desta etapa podem haver existido realmente, enquanto no ainda no temos evidncias histricas referentes aos primeiros reis de Roma. INSTITUIES ROMANAS OS TRBUNOS DA PLEBE Na Roma antiga, o Tribunato da Plebe era a magistratura plebia, no admitindo patrcios, que a ela nem deveriam querer ascender. O tribuno (do latim tribunus) era o magistrado que atuava junto ao Senado em defesa dos direitos e interesses da plebe. Essa magistratura foi criada aps o movimento plebeu de 494 a.C. (Revolta do Monte Sagrado). A plebe no tinha acesso magistraturas e, revoltada com o arbtrio dos magistrados patrcios, sai de Roma, e se dirige ao monte Sagrado, com o objetivo de fundar ali uma nova cidade. Os patrcios, em face disso, resolvem transigir, e a plebe retorna, aps obter a criao de duas magistraturas plebias: o tribunato e a edilidade da plebe. Os tribunos (a princpio dois; mais tarde passaram a quatro, cinco e dez em 471 a.C.) eram os representantes da plebe, extremamente poderosos, eleitos pelos Conselhos da Plebe (Consilia Plebis). Convocavam os conclios desta e os comcios-tributos e,

diante dessas assemblias populares, apresentavam proposies de carter poltico, administrativo e militar. Com os tribunos, os plebeus ficavam garantidos contra a arbitrariedade dos magistrados patrcios, pois os tribunos - cuja inviolabilidade pessoal lhes era conferida por lei sagrada - detinham o poder de intercessio, ou seja, podiam vetar, exceto durante guerras, ordens ou decises dos magistrados patrcios (como o cnsul e os senadores), alm de poderem interferir nas eleies, convocaes dos Comcios e outros atos de interesse pblico; podiam impedi-los, por exemplo. S contra o ditador no podiam exercer o poder de veto. Esse veto, entretanto, podia ser neutralizado pela ao de outro tribuno mais dcil ao patriciado. Tambm os exrcitos romanos tinham a figura do tribuno dos soldados, que era a figura do representante dos soldados e infantes perante os generais, lugares tenentes e alto comando do exrcito. Podiam fazer pedidos em nome dos soldados e tinham alguns poderes especiais, como um salvo conduto quando houvessem motins. No possuam o ius imperii, nem atribuies administrativas, no podiam convocar o Senado e os Comcios, no possuam nem insgnias nem honrarias, tais como lictores. No se assentavam na cadeira curul (cadeira de marfim e ouro, smbolo das altas magistraturas, como consulado, pretura, edilidade curul, ditadura). Os tribunos podiam ser procurados por qualquer pessoa que se julgasse injustiada, da suas casas ficarem abertas dia e noite. Aos tribunos se deve a iniciativa da Lei das XII Tbuas, a permisso de casamento entre patrcios e plebeus (Lex Canuleia, de 445 a.C., proposta pelo tribuno Canuleius). No obstante tenha perdurado por todo o principado, as funes dessa magistratura, que vinham da repblica, se transferem para o imperador. Suas novas atribuies so de ordem administrativas, como, por exemplo, a vigilncia das sepulturas. AS CRIAS TRIBAIS A menor unidade social era, pois, a gens. Um certo nmero de gentes formava uma cria, e dez crias formavam uma tribo. H portanto nessa organizao certo paralelismo com a da Grcia: Grcia: genos - fratria tribo Roma: gens - cria - tribo Cada gens era chefiada por um paterfamilias. Os membros das crias reuniam-se em assemblias denominadas comcios curiatos, que votavam as leis. Os chefes das gentes, os patresfamilias (plural de pater e palavra da qual se origina patrcio), formavam o Senado, ou seja, o conselho superior que atuava com o rei na poca da Monarquia e que se converteu, durante a Repblica, no rgo dirigente supremo. A palavra senado deriva do latim senex, que significa velho. O Senado era, pois, um conselho de ancios, uma instituio muito comum na antiguidade. Seu equivalente, na Grcia, era a Gersia, em Esparta. Inicialmente composto de cem membros, o Senado passou a ter depois trezentos e, mais tarde, seiscentos membros. O termo patrcio, segundo outra tradio, deriva-se de patres patriae, ou seja, pais da ptria, pois os primeiros patrcios originavam-se das trezentas famlias das trs tribos primitivas dos fundadores da cidade. Os que no pertenciam a nenhuma gens eram plebeus e, por esse motivo, estavam excludos da vida poltica. Sem direitos polticos, eram considerados cidados de segunda classe. Mas, ateno, ser plebeu no significava ter uma condio econmica inferior ou de pobreza.

LOBA RMULO E REMO MUSEU DOS CONSERVADORES ROMA REIS DA ROMA ANTIGA O rei em Roma, durante o periodo real (monrquico), era o magistrado nico e vitalcio. Discute-se se o poder do rei era, ou no, total e de natureza absoluta. Sua sucesso no se fazia pelo prncpio da hereditariedade ou da eleio, mas, pelo interrex (senador que, por designao do Senado, governava, na vacncia do cargo real, pelo prazo de cinco dias, passando o poder nas mesmas condies, a outro senador, e assim por diante at que fosse escolhido o rei). Essa escolha, portanto, era feita por um desses interreges (no, porm, o primeiro), quando as condies polticas o permitissem. O rei, como chefe de Estado, tinha o comando do exrcito, o poder de polcia, as funes de juiz (criava e executava leis) e sacerdote, e amplos poderes administrativos (dispunha do tesouro e das terras pblicas). Alm disso, declarava guerra e celebrava a paz. Eram seus auxiliares: a) nas funes polticas: o tribunus celerum (comandante da cavalaria); o tribunus militum (comandante da infantaria) o praefectus urbis (encarregado da custdia da cidade na ausncia do rei). b) nas funes judicirias: os duouiri perduellionis (juizes nos casos de crime de traio ao Estado); as quaestores parricidii (juzes nas hipteses de assassnio voluntrio de um pater, isto , do chefe de uma famlia). c) nas funes religiosas os membros do colgio dos pontfices; os membros do colgio dos ugures; os membros do colgio dos feciais. Durante a Realeza (ou monarquia), segundo a tradio, Roma teria sido governada por sete reis, quatro latinos e sabinos e os trs ltimos de origem etrusca (pois esse povo acabou por dominar Roma). Esses reis no foram personagens histricos, mas, em toda lenda, h sempre um fundo de verdade. Lista de reis Reis latinos e sabinos Rmulo (753 a.C. - 716 a.C.) Numa Pomplio ou Panflio (716 a.C. - 673 a.C.) Tlio Hostlio (673 a.C. - 641 a.C.) Anco Mrcio (641 a.C. - 616 a.C.) Reis de origem etrusca (Tarqunios)

Tarqunio Prisco (616 a.C. - 578 a.C.) Srvio Tlio (Mastarna em etrusco) (578 a.C. - 534 a.C.) Tarqunio o Soberbo (534 a.C. - 509 a.C.)

RMULO HISTRIA E MITO "Silvio Procas, duodcimo rei de Alba Longa, ao morrer, deixou dois filhos. O mais moo, Amlio, apoderou-se do trono em prejuzo de Nmitor, seu irmo mais velho. Para garantir o reinado de seus descendentes, matou Lauso, filho de Nmitor, numa caada, e obrigou sua sobrinha, Rea Slvia, a fazer um voto de castidade Contudo, o deus Marte tornou Rea Slvia me de dois gmeos, Rmulo e Remo. Quando Amlio soube disso, prendeu a vestal e mandou colocar os dois recm-nascidos numa cesta para que fossem lanados no rio Tibre. As guas do rio secaram imediatamente e as crianas ficaram abandonadas num local selvagem. Uma loba que acabara de perder seus filhos ouviu os vagidos de Rmulo e Remo e lhes deu de mamar com todo cuidado de me. Um pastor da vizinhana chamado Fustolo, ao perceber as idas e vindas da loba, seguiu-a e descobriu as crianas, levando-as para sua cabana, onde sua mulher os criou. Os dois irmos cresceram entre os pastores, percorrendo bosques e montanhas, entregando-se caa e lutando com ladres de gado. Ora, um dia Remo foi capturado e levado presena do rei Amlio, acusado de devastar os rebanhos de Nmitor. Amlio mandou o prisioneiro para Nmitor, que hesitou em mat-lo por ach-lo muito parecido com sua filha Rea Slvia. Diante disso, Fustolo resolveu contar a Rmulo a histria de sua origem. Rmulo se dirigiu a Alba, libertou o irmo, matou o rei Amlio e restabeleceu o trono a seu av Nmitor. Pouco tempo depois, Rmulo e Remo fundaram uma cidade no local em que haviam sido descobertos pelo pastor, traando sulcos que marcavam seus limites. Rmulo proibiu solenemente a transposio dessas muralhas. Remo zombou da proibio e saltou por cima do fosso. Rmulo, furioso, matou-o imediatamente. Assassino de seu irmo, mas ambicioso em seus projetos, Rmulo comeou a povoar a cidade com pastores, bandidos, escravos fugitivos e aventureiros. Como no havia mulheres, Rmulo fez anunciar uma grande festa com jogos extraordinrios. Os sabinos dirigiram-se para l com suas mulheres e filhos. Durante a festa, os companheiros de Rmulo raptaram as sabinas. Depois de muita luta, as sabinas concordaram em viver em paz com os romanos. Tcio, rei dos sabinos, dividiu o trono com Rmulo."

OUTRA VERSO DO MITO Diz a lenda que quando Tria caiu(sculo XII a.C.), Enias, prncipe troiano filho de Vnus e Anquises (Anchises), conseguiu salvar-se da cidade que ardia carregando o pai nas costas e o filho, Ascnio, pela mo. Aps longa peregrinao, chegou ao Lcio. Enias ter-se-ia fixado junto ao rio Tibre, onde se casou com uma filha do rei Latino (dando-se o nome de Latinos ao seu povo). O filho de Enias fundou a cidade de Alba Longa.

O Tempo passou e os descendentes de Enias reinavam em Alba. Um deles, Numitor, trs sculos mais tarde, foi deposto e aprisionado por Amlio, seu irmo. Amlio matou um sobrinho e, para que no houvesse descendncia, colocou sua sobrinha, Ria Silvia, num colgio de Vestais, transformando-a em Vestal (sacerdotisa virgem, consagrada deusa Vesta). Um dia, segundo a verso mais corrente da lenda, a velha vestal teria ido buscar gua para um sacrifcio em um bosque sagrado, junto ao rio Tibre, quando foi seduzida (para outros, apenas assediada) por Marte, deus romano da guerra, que a engravidou, tendo nascido desta unio proibida dois gmeos: Rmulo e Remo.

Charge retratando o achamento dos gmeos Rmulo e Remo pelo pastor Fustulo. Como desejava o trono, o rei Amlio mandou encarcerar Ra Slvia e, temeroso que estas crianas viessem futuramente a destron-lo, mandou abandonar os meninos no Tibre numa cesta. A correnteza do Tibre, em vez de as levar para o mar, milagrosamente, depositou-as junto ao Ficus ruminalis, uma figueira sagrada do monte Palatino. Rmulo e Remo foram salvos por uma loba enviada por Marte quando chegaram ao local de fundao da cidade de Roma. A loba, animal sagrado para os romanos, as criou, amamentou e protegeu juntamente com as suas crias, na sua gruta, no Lupercal, o que garantiu sua sobrevivncia. Depois, foram encontrados pelo pastor do rei Amlio, Fustulo, que os levou para criar e educar com sua esposa, Larncia. Quando o Fustulo os encontrou, eram amamentados pela loba, como mostram tantas gravuras, quadros e esculturas famosas. O pastor deu os nomes de Rmulo e Remo s crianas e confiou-os a sua esposa. H uma verso que diz que Larncia era uma prostituta {lupa - loba, na gria latina), da a lenda da loba. Crescidos os meninos, durante um festival, Remo foi aprisionado pelo rei Nmitor, que o acusou, a ele, Rmulo e seus companheiros de furtarem gado em suas terras. Rmulo, no sendo apanhado, retornou casa, quando ficou sabendo por Fustulo das circunstncias do seu nascimento e toda sua histria. Apresentou-se, ento, ao rei Nmitor, j como seu neto, narrando-lhe os fatos. Sensibilizado, o rei festejou o evento, organizando, posteriormente, com a ajuda de seu neto, uma invaso ao palcio de Amlio. Rmulo libertou o irmo e, a seguir, matou Amlio, colocando, em seu lugar, Numitor, seu av, novo rei de Alba (a sede deste reino era no monte Aventino). Numitor, agradecido, deu-lhes ordem para fundar uma cidade s margens do Tibre, que foi Roma (ano de 753 a.C.).

Charge mostrando Rmulo interrogando os pressgios. Para saberem o local onde seria mais propcia a sua edificao, interrogaram os pressgios. Remo instalou-se no monte Aventino, e Rmulo no Palatino, onde cada um dos gmeos consultou os deuses para saber onde se fundaria a nova cidade. A Remo foilhe enviado como pressgio seis abutres a voarem sobre o Aventino, enquanto a Rmulo, favorecido pela Fortuna, lhe surgiram doze aves.

Charge de Remo transpondo s muralhas de Roma com um salto. Favorecido pelos augrios, Rmulo, para demarcar o territrio da cidade, logo traou, em torno de Palatino, um grande sulco circular, demarcando o pomerium (recinto sagrado da nova cidade), com uma charrua (arado) guiada por dois bois brancos; a terra remexida simbolizava uma muralha e o sulco simbolizava o fosso. Esse sulco circular no era completamente fechado, apresentando interrupes onde seriam os portes da cidade. Enciumado por no ter sido escolhido pelos pressgios, Remo escarneceu do irmo, afirmando que o local era mal protegido. Para mostrar ao irmo que aquelas muralhas no valiam de nada, transp-la de um salto, ridicularizando a obra do irmo. Este, furioso, matou-o a golpes de espada depois de descobrir que esteve com outro na cama, o sacrifcio sangrento necessrio para fundao de Roma, deixando claro que quem infrigisse as leis romanas, sofreria as consequncias. Rmulo enterrou Remo sob o Aventino e, posteriormente, arrependeu-se do assassinato, chorando a morte do irmo, mas o destino estava traado. A rivalidade que sempre existiu entre os bairros da Roma antiga, Aventino e Palatino, explicada pela divergncia havida entre os dois irmos, Rmulo e Remo.

O Rapto das sabinas, de Jacques-Louis David (1748-1825).

Charge do rapto das mulheres sabinas. Rmulo deu seu nome a nova cidade, Roma. Aps a fundao da cidade em 753 a.C., Rmulo preocupou-se em povo-la. Como os recursos locais eram insuficientes, criou no Capitlio um refgio para todos os banidos, refugiados, exilados, devedores insolentes, assassinos e escravos fugidos da redondeza. Como faltavam mulheres, durante uma festa, os novos habitantes raptaram todas as jovens do povo vizinho, os poderosos sabinos. Estes, reunidos sob o comando de Tito Tcio, atacaram Roma. Com a ajuda de Tarpia, conseguiram penetrar no Capitlio. Entretanto, graas interveno pacificadora das mulheres, romanos e sabinos assinaram um tratado de paz. Tito Tcio e Rmulo passaram a governar em conjunto. A segunda gerao romana era, deste modo, uma mistura entre habitantes das colinas romanas, latinos e sabinos, fuso que estar na origem da formao tnica do povo de Roma (os Quirites). Depois da morte de Tito Tcio, Rmulo reinou sozinho durante 33 anos. Instituiu o Senado, criou a primeira legio, dividiu os cidados em patrcios e plebeus. Foi chamado Pai da Ptria. Aos 54 anos, enquanto passava em revista as tropas, irrompeu terrvel tempestade, acompanhada de um eclipse solar. Passada a tormenta, o rei tinha desaparecido. Em sonho, revelou a Prculo que tinha sido raptado pelos deuses e se havia transformado no deus Quirino. Esta lenda, originada possivelmente em princpios do sculo IV a.C. e consolidada em sua forma definitiva cerca de duzentos anos depois, est narrada no poema pico Eneida, do poeta romano Virglio, que aproxima a histria romana da troiana, j que Enias, pai de Ria Silvia1, era um dos heris de Troia, que, depois de sua destruio, fugiu para a Itlia. A histria tinha o objetivo fundamental de associar a fundao de Roma com uma divindade, no caso Marte, deus da guerra e protetor das legies romanas. Parece provvel, entretanto, que nela se encontrem representados miticamente fatos reais sobre a fundao da cidade, como as lutas entre povos rivais. Relatos semelhantes so freqentes na mitologia grega e constituram o modelo da lenda de Rmulo e Remo. As pesquisas arqueolgicas tm confirmado alguns dados tradicionais, como a data de fundao da cidade. Ocorre que Virglio era amigo pessoal do primeiro imperador romano Caius Octavianus, que veio a assumir o governo de Roma, aps as lutas internas que sucederam o assassinato de Jlio Csar, em 44 a. C.. Octavianus muda o sistema de governo, passando de governo republicano para governo imperial, em que o mandante tem mandato vitalcio. evidente que nem todos aprovavam essa mudana. Lvia, esposs do novo governante, faz uma grande campanha religiosa em que fazia proselitismo da divindade de Augusto. Mandou confeccionar imagens de Otvio, que assumira o nome de Augusto, as eram includas na galeria dos deuses protetores do lar. Nesse mesmo intuito de legitimao do governo do usurpador, Augusto encomenda uma obra ao amigo e ilustre escritor e protegido Virglio. Surge, ento, a Eneida, obra potica de inegvel valor literrio, que sutilmente, esconde uma genealogia do novo imperador, ligano-o s divindades. Os ascendentes do imperador1

Enias no pode ter sido pai de Ria Slvia, pois Tria foi destruda pelos gregos no sculo XII a. C. e Roma foi fundada, segundo a tradio, no sculo VIII a. C. (753 a. C.).

ligam-se genealogicamente s divindades primitivas: Vnus, me de Enias, e Marte, pai de Rmulo e Remo, assumindo toda a simbologia que essas divindades tinham no imaginrio do povo romano. Esta antecipao histrica aqui inserida para explicar algumas narrativas que apresentam Enias como av de Rmulo, o que facilitaria o estabelecimento de laos consangneos entre o imperador e as divindades aqui citadas. Alba Longa uma cidade lendria que teria sido fundada por Ascnio, o filho de Enias. rvore Genealgica dos Reis de Alba Longa Anquises Cresa Enias Slvio Enias Slvio Latino Slvio Alba Atys Capys Capetus Tiberinus Silvius Agrippa Romulus Silvius Aventinus Procas Nmitor Rhea Slvia Herslia Rmulo Amulius Marte Remo Vnus Latinus Lavnia

Ascnio, ou Iulo Slvio Bruto da Bretanha

Reis de Roma Enias ou Eneias (do latim neas, do grego ) foi um chefe troiano, filho de Anquises e de Afrodite (a romana Vnus). Na Guerra de Tria lutou valorosamente, e tornou-se o mais importante chefe Troiano aps a morte de Heitor. Era casado com Cresa, filha do rei Pramo. Tinha um filho, Iulo (na literatura romana Ascnio). MITO DE ENIAS Na tomada de Tria, a me (a deusa Vnus) aconselha-o a deixar a sua ptria juntamente com o seu pai e o seu filho, Iulo/Ascnio, pois estava-lhe reservado um destino mais glorioso: Tria reviveria na sua descendncia. Levou o velho pai s costas, o filho Ascnio pela mo e a mulher Cresa ia atrs dele. A sua me divina ajudou-os a sair da cidade em segurana. Mas algures pelo caminho Cresa desapareceu. Mais tarde apareceu a Enias e disse-lhe que tinha sido raptada por Cibele. Levou ainda os Penates troianos, divindades que protegiam o Estado, os governos e as instituies que regem um e o outro para assim fundar uma nova cidade. Foge ento de Tria Eterna, que ardia em chamas, e vagueia pelo Mar Mediterrneo em busca de uma nova ptria. Os Troianos pedem ento conselho a Apolo, que os manda ir para a terra de onde era originrio o seu primeiro antepassado. Anquises, douto nessa matria, afirmava que em dias muito remotos, antes do Rei Trs fundar a cidade de Tria, vivia na Frgia um rei chamado Teucro, cuja filha, Btia, se casara com Drdano, pai de Trs. Acreditavam que Teucro viera da ilha de Creta. Puseram-se ento a caminho. Ao terceiro dia aportaram em Creta, onde comearam imediatamente a construir uma cidade a que Enias chamou Prgamo. Lavraram a terra e semearam-na, e parecia que tudo ia correr bem, mas, inesperadamente, todo o seu trabalho foi destrudo. Uma terrvel seca arruinou as colheitas e desencadeou uma epidemia que se alastrou entre os troianos. Anquises interpretou isto como um sinal evidente da desaprovao divina, e aconselhou Enias a voltar ao templo de Apolo, na Ilha de Delos, para receber novas instrues do orculo. Na vspera da partida, os numes tutelares apareceram a Enias e disseram-lhe que ele deveria ir para o local de origem de Drdano, antes chamado Hespria, agora Itlia. Contando isto ao pai, Anquises lembrou-se que Cassandra profetizara que uma nova Tria erguer-se-a na Hespria. Mas, claro, todos acharam que ela estava louca. Puseram-se de novo a caminho. Os Troianos encontraram-se com a Harpias, mas, ao contrrio dos Argonautas, fugiram delas. Chegaram a piro, terras onde se tinham estabelecido Heleno e Andrmaca. Heleno disse-lhe o que ia acontecer e o que ele deveria fazer. A seguir estiveram na ilha do ciclope Polifemo, e salvaram um homem, Aquemnides, que fora deixado para trs pelos Argonautas. Anquises, j velho, morreu antes de deixarem a Siclia. Depois de muito tempo, aporta em Cartago e, por artimanhas de Vnus e Cupido, torna-se amante de Dido, rainha e fundadora da cidade africana. Primeiro tinha sido Hera quem queria isto, para Enias ficar com Dido e no chegar a Itlia, mas Afrodite (Vnus para os romanos) viu que o amor da rainha podia ser proveitoso para Enias. Porm no era ainda esse o seu destino final. Hermes (Mercrio para os romanos), enviado por Zeus (Jpiter para os romanos), pergunta-lhe por que estava ele construindo uma cidade que no seria do seu filho, para a sua descendncia. Enias fugira de Tria para no se submeter aos gregos e estava agora a submeter-se a Dido e seus conterrneos. Adverte-o, ento, para que deixe Cartago e funde uma cidade e um

reino para os seus. Ao deixar a cidade, mesmo a contragosto, v Dido, extremamente apaixonada, suicidar-se numa pira funerria que tinha mandado fazer na sua fortaleza. Origens de Roma Aps esse episdio, Enias aporta em Itlia. Em Cumas, Eneias vai ao Submundo. Esse Submundo era chamado pelos gregos de Hades e era a morada dos mortos. A falou com o pai, que lhe falou das geraes futuras. Tambm viu Dido, mas esta recusou-se a falar com ele. Cumas foi um antiga colnia grega fundada em cerca de 750 a.C. na Campnia, a cerca de vinte quilmetros de Npoles. Foi a primeira colnia grega fundada na Pennsula Itlica, segundo relato de Estrabo. Os seus colonos eram oriundos da Calcdia, na Grcia, mas j se tinham fixado alguns anos antes na ilha de Pitecussas (moderna squia), situada frente a Cumas. A cidade viria a fundar as suas prprias colnias, Zancle (moderna Messina, fundada em 725 a.C.) e Npoles (fundada em 600 a.C. e cujo nome significa "nova plis" = nova = cidade). A cidade estabeleceu relaes comerciais com os Etruscos, aos quais fornecia produtos como vasos de cermica de Corinto, assim como bens provenientes da Sria e Fencia. Com os Etruscos Cumas viria tambm a envolver-se em conflitos. Os Etruscos conquistaro Roma com Tarqnio Prisco e mudaro o sitema de governo romano. Em 524 a.C. Aristodemo derrota os Etruscos, tendo se tornado tirano da cidade. Em 474 a.C., aliada a Siracusa governada por Hiero I, Cumas conseguiu derrotar os Etruscos numa batalha naval. Contudo, os Samnitas, um povo da Itlia, tomaram a cidade em 428 a.C. (ou 421 a.C.). A cultura grega desapareceu ento da localidade. Cumas foi conquistada por Roma em 338 a.C., tendo se tornado uma cidade pouco relevante durante a fase do imprio. Sobreviveu at 1205, ano em que foi destruda. Enias, depois de ter visitado a manso dos mortos, foi para o Lcio. Latino, o rei do Lcio e neto de Saturno, ofereceu-lhe terras e a mo da sua bela filha Lavnia, antiga noiva de Turno, rei dos rtulos, em casamento. Tal facto deve-se a uma profecia que dizia que Lavnia se devia casar com um estrangeiro para dar origem a uma poderosssima raa que governaria o mundo. Lavnia e Eneias apaixonaram-se, mas a rainha Amada, me de Lavnia, queria que a filha casasse com Turno. Turno, vendo que perderia o reino do Lcio e Lavnia, declarou guerra a Latino. Outros pases juntaram-se, a um lado e a outro. A guerra foi to acesa que Latino, com medo que o seu pas fosse arruinado e destrudo, sugeriu um combate singular entre Enias e Turno, sendo Lavnia o prmio. Ambos aceitaram, e Eneias ganhou. Podendo escolher entre matar ou poupar o adversrio, mais jovem, Enias escolheu a segunda, pois lembrou-se que Turno matara um amigo seu, Palas. Amada preferiu suicidar-se a ver Enias no trono. A j aparece o conflito entre sogra e genro. Diz-se que Enias abdicou do trono a favor do filho, e voltou para a ptria, para reconstruir Tria. Aps a sua morte, seu filho Iulo funda Alba Longa, da qual os seus descendentes sero reis por mais de 400 anos, visto ter a Guerra de Tria acontecido por volta de 1182 a.C. e a fundao de Roma ser cerca de 753 a. C.. Rmulo e Remo, descendentes de Marte e de uma princesa de Alba, fundaro a cidade de Roma, a segunda Tria. Essa verso da fundao da Cidade Eterna, ou melhor, da ascendncia de Rmulo remontar a Enias, tida por pesquisadores modernos como mera recordao de contatos entre o mundo egeio e a Itlia.

Tal verso foi tomando forma a partir do sculo III a.C.. Apareceu em Q. Fbio Pictor (200 a.C.) a primeira verso, sendo a definitiva dada por Virglio na sua obra Eneida, Ovdio e Tito Lvio. Calendrio de Rmulo Era o calendrio utilizado nesse perodo e atribudo ao monarca. Esta primeira tentativa de contabilizar e controlar os dias na antiga Roma dividiu o ano em dez meses, baseada no cmputo lunar, que, nessa poca, contava dez lunaes, que somavam 304 dias. Este processo, ao longo do tempo em que esta medida esteve em vigor, ocasionou que as estaes comearam a cair em datas distintas das que lhes correspondiam no princpio. A denominao dos meses, por ordem, era: Martivs: em honra de Marte, pai dos fundadores de Roma, Rmulo e Remo, ao qual, portanto, dedicou-se o primeiro ms do ano; Aprilis: possivelmente consagrado a Vnus, Apru em etrusco, era a me de Enias, heri troiano, ascendente de Rmulo; Maivs: titularidade discutida, j que alguns afirmam que era dedicado me de Mercrio, da deusa Maia, que se encarregava do desenvolvimento dos vegetais, enquanto outros acreditam que se destinava a venerar os antepassados, os maiores; Ivnivs: consagrado a Ivno (Juno). Tambm existe outra possvel dedicao aos descendentes, os Ivniores ; Qvintilis; Sextilis; September; October; November; December. (Esses eram, respectivamente , o quinto, sexto, stimo, oitavo, nono e dcimo ms do ano). ANO NUMA POMPLIO (715-673 a. C.) Cerca de 715 a.C., Numa Pomplio sucede a Rmulo, tornando-se no segundo rei de Roma (at 673 a.C.). Calendrio de Numa Ao analisar o calendrio, Numa apercebe-se que aquele estava atrasado relativamente ao ano trpico. Novos clculos demonstraram, ento, que o ano conteria realmente cerca de 12 lunaes mais duas do que anteriormente admitido correspondente a 354 dias. Mantendo a nomenclatura dos meses, por esta apresentar um aspecto muito prtico, Numa Pomplio defendeu o acrscimo de mais dois meses ao calendrio em vigor. Dois novos meses: Como era extremamente religioso, todas as regras decretadas por Numa Pomplio tinham uma forte subjetividade de ndole religiosa, com relevncia especial ao deus Ianus (este timo deriva de ianua que significa porta, entrada ou passagem). O deus Jano era considerado o protetor de qualquer "abertura", fosse ela concreta ou abstrata. Ele representado com duas caras opostas, uma frente e outra atrs. Assim, decretou que o ano se iniciaria com o ms ianuarius (Janeiro; colocado antes de Maro), e finalizaria com februarius (fevereiro; colocado aps dezembro)ianuarius, que deriva do deus Iano. Februarius deriva de Februo, deus dos

mortos (divindade protetora do ms de fevereiro)2.Outros historiadores indicam, porm, a derivao de februare, purificar. Febrvarivs, dedicado a Februo (mais conhecido pelo nome de Pluto), deus das cerimnias de purificao que aconteciam nesse ms, para expiar as culpas e faltas cometidas durante o ano que acabava, e para comear o novo com bons augrios. A durao dos meses era diferente de um para outro, sendo Febrvarivs o mais curto, contando com 28 dias. Ianvarivs, Aprilis, Ivnivs, Sextilis, September, November et December tinham 29 dias, enquanto Martivs, Maivs, Qvintilis et October tinham 31, somando no total 355 dias. Como pela reforma de Numa Pomplio as coisas no se acertaram, j que seguia o calendrio lunar oficial defasado com o curso das estaes, outras reformas foram feitas at surgirem o calendrio juliano e o gregoriano. Facilmente se entende a idia que ambos os meses indiciam: o ano velho morre no ltimo ms, tempo em que cada um ter de se purificar (Fevereiro), a fim de poder entrar pela passagem (janeiro) do novo ano. Numa Pomplio alterou tambm a durao de cada ms. Aparentemente, os nmeros pares eram fatdicos e apresentavam uma simbologia mortal. Em oposio, os nmeros mpares agradavam consideravelmente aos deuses. Assim, Janeiro passou a ter 29 dias, e os restantes passariam a ter 29 ou 31 dias - os de 30 dias passavam a ter menos um. Os nmeros mpares, segundo um conceito ligado numerologia, ligavamse imortalidade, por serem indivisveis; por seu lado, os pares estavam ligados perecibilidade e morte, por serem divisveis. Curiosamente, a fevereiro foram atribudos apenas 23 dias. Esta deciso toma sentido, ao analisarmos um pouco os valores em questo: os clculos podero ter mesmo sido os seguintes: 354 dias em 12 meses = "6 meses" x "31 dias/ms" + "5 meses" x "29 dias/ms" + "1 ms com os restantes dias", o que d 23 dias. Em sucessivos anos, a extenso deste ano civil foi sendo alterada, conforme os caprichos da populao, por esta se aperceber de algum assincronismo com o ano trpico. Tambm se relatam "interesses obscuros" em prolongar o ano civil. Sempre que havia necessidade de o alterar, faziam-no, tradicionalmente, aps o 23 de Fevereiro (ou seja, no fim do ano). Tanto eram introduzidos apenas alguns dias, como meses inteiros, os denominados meses intercalares. Esse dia, 23 de Fevereiro, adquiriu tal importncia que se manteve at aos dias atuais repare-se no caso do ano bissexto. Tlio Hostlio (673-641 a. C.) (em latim Tullus Hostilius), terceiro rei de Roma. Era sabino e um homem de idade avanada quando ascendeu ao trono. Sucedeu a Numa Pomplio, depois do interregno de um ano, como era de costume. Depois de um ano sem rei, o povo elegeu Tlio como rei de Roma.O av de Tlio, Tcio, havia dividido o poder com Rmulo depois da discrdia gerada pelo rapto das sabinas. Foi uma personagem meio obscura na histria de Roma. Sabe-se que tinha esprito guerreiro e restabeleceu as guerras que Numa tinha interrompido, seguindo a poltica de Rmulo. Estendeu a cidade at a quarta colina, o monte Clio Os cleres2

februs, -orum (plural neutro)festa religiosa de purificao, com oferenda de sal quente, celebrada no dia 15 de fevereiro.

A histria conta que Rmulo tinha uma guarda pessoal composta de jovens etruscos que chegou a somar 300 soldados. Numa havia abolido este corpo de seguranas. Tlio reintroduziu-a, dando-lhe um soldo e dotando-os de cavalos, formando uma guarda pessoal montada. Esta guarda foi crescendo em importncia e nmero, vindo a tornar-se a fora principal do exrcito do monarca. O chefe dos cleres foi crescendo em importncia at tornar-se o chefe de todas as tropas do exrcito romano: os pedites (soldados a p) e os equitates (soldados a cavalo ou cavalaria). Alba Longa Era, Segundo a lenda, a antiga cidade fundada por Ascnio, filho de Enias. Desta cidade se originaram Rea Slvia, Rmulo e Remo, os prceres da cidade. Situavase no monte Albo, s margens do Tibre. Sabe-se que o rei Tlio Hostlio foi muito belicoso. Fez guerra contra a cidade de Alba Longa, cujo rei, segundo Tito Lvio, era Caio Clulio, sem que houvesse algum motivo srio para faz-lo. A guerra no foi feita em forma de luta de um exrcito contra outro porque ambos consideravam pouco tica la disputa entre duas cidades unidas por tantos laos. Foi proposto um duelo que teve duas fases. Desse duelo, participaram trs irmos romanos, os Horcios (Horatii), contra trs irmos albanos, os Curiceos (Curiatii). No primeiro enfrentamento, morreram dois Horcios, no entanto, os trs Curiceos resultaram seriamente feridos. A segunda etapa constitui-se da luta dos sobreviventes. Cada um dos Curiceos deveria perseguir o Horcio sobrevivente, que ficara ileso. Cada um deles, muito ferido, ao perseguir o Horcio so, foi morrendo pelo caminho. Saiu, desse modo, vencedor o Horcio, submetendo-se os albanos, desde ento, ao domnio romano. Depois disso, duas cidades etruscas, Fidenas e Veies, levantaram armas contra Roma. Tlio Hostlio convocou os albanos para juntar-se aos romanos nessa guerra. O general chefe dos albanos, Mcio Fufcio, apresentou-se com seu exrcito, mas ficou margem dos combates. O exrcito romano saiu vencedor sem a participao efetiva dos albanos.Tlio Hostlio mandou esquartejar Mcio, acusado de traio e, ato contnuo, destruiu Alba Longa. Antes disso, porm, acolheu em Roma todos os habitantes albanos que desejassem estabelecer-se na cidade, dando-lhes o direito de cidados romanos, nomeando tambm senadores os homens albanos mais ilustres. Segundo a lenda, as aes belicosas de Tlio Hostlio acabaram com a pacincia de Jpiter, que, encolerizado, matou-o com seu raio. Pero el historiador Tito Lvio conta que Tlio foi morto pela mo dos nobres que no estvam muito sstisfeitos com seu governo. ANCO MRCIO (640-616 a.C.) Anco Mrcio (Ancus Martius) pertenceu srie de reis lendrios que governaram Roma at 509 a.C. Sobrinho de Numa Pomplio, sucessor de Rmulo, governou Roma aps Tlio Hostlio, rei sabino. Fez um bom governo. Protegeu a agricultura e a religio. Durante seu reinado, estenderam-se as fronteiras de Roma: vrias cidades foram conquistadas e o territrio romano avanou at o mar. Deixou vrias construes importantes como a ponte de madeira denominada Sublicius, construda sobre o rio Tibre, contruiu tambm a famosa Via pia, e o aqueduto de Acqua Martia. Fundou o porto de stia, de grande importncia na poca.

Auxiliado pelos etruscos lutou contra diversos povos a quem derrotou, aumentando com eles a populao de Roma a quem deu o direito de cidadania. Desde ento passa Roma a ser a cidade das sete colinas com a incorporao dos montes Aventino, Capitolino, Clio, Esquilino, Palatino, Quirinal e Viminal. Assim Roma chegava ao mar. Segundo alguns historiadores, ele havia intentado restabelecer em Roma o esquecido culto aos deuses. Estabeleceu a classe plebia entre os seus prisioneiros latinos, tendo fixado as residncias desses estrangeiros no monte Aventino. Os quatro primeiros reis romanos provinham dos patrcios cuja riqueza e poder provinham dos latifndios. Pertenciam a uma oligarquia rural que se dedicava, primeiramente, pecuria e depois agricultura. REIS DE ORIGEM ETRUSCA Os Etruscos eram um aglomerado de povos que viveram na atual Itlia na regio a sul do rio Arno e a norte do Tibre, ento denominada Etrria e mais ou menos equivalente atual Toscana, com partes no Lcio e a mbria. Desconhece-se ao certo quando os Etruscos se instalaram a, mas foi provavelmente entre os anos 1200 e 700 a.C.. Nos tempos antigos, o historiador Herdoto acreditava que os Etruscos eram originrios da sia Menor, mas outros escritores posteriores consideram-nos italianos. A sua lngua, que utilizava um alfabeto semelhante ao grego, era diferente de todas as outras e ainda no foi decifrada, e a religio era diferente tanto da grega como da romana. A Etrria era composta por uma dzia de cidades-estados (Volterra, Fiesole, Arezzo, Cortona, Perugia, Chiusi, Todi, Orvieto, Veio, Tarquinia, etc.), cidades altamente civilizadas que tiveram grande influncia sobre os Romanos. Os ltimos trs reis de Roma, antes da criao da repblica em 509 a.C., eram etruscos. Verificaram-se prolongadas lutas entre a Etrria e Roma, terminando com a vitria desta ltima nos anos 200 a.C.. Em torno de 850 a.C. os etruscos j estavam estabelecidos na regio da Etrria, entre os rios Arno e Tibre, a oeste e sul da cadeia dos Apeninos. Nos trs sculos posteriores difundiram seus domnios submetendo os povos locais, ocupando vastas reas da plancie do rio e fundaram cidades que existem at hoje. Em direo ao sul, tomaram Roma - ento uma aglomerado de aldeias - e transformaram-na em uma cidade cercada de muros. Acredita-se que os Tarqunios - uma dinastia de reis etruscos governaram Roma em torno de 616 a.C. a 509 a.C. Durante o processo de expanso, os etruscos atingiram at a regio da Campnia, onde fundaram Cpua que, desde o incio do sculo VI a.C., representou um centro comercial capaz de rivalizar com as colnias vizinhas gregas: Cuma e Nepolis (Npoles). Por volta de 540 a.C., aliados aos cartagineses, derrotam os Fcios da Crsega. Essa vitria assegurou-lhes o controle da ilha e marcou o apogeu da expanso territorial. Entretanto, os estrucos foram expulsos de Roma pelos latinos em 509 a.C.; tiveram sua fronteira destruda pelos gregos de Siracusa e Cuma em 476 a.C.; em 424 a.C. perderam a Campnia para os samnitas e, logo a seguir, o vale do rio P foi ocupado pelos celtas. Em 396 a.C., com a tomada de Veios, os romanos incorporaram ao seu territrio o que restava da Etrria. Depois da morte de Anco Mrcio, foi eleito rei de Roma, o sabino Tarquinio Prisco ou Tarqunio, o Antigo, que veio de Tarquinia. Possuia grande riqueza, oriunda de suas atividades comerciais. Seu verdadeiro nome era Lcio Tarqunio, que foi substituido quando foi para Roma.

Em seu governo,introduziu em Roma divindades e tradies etruscas. Continuou as guerras de conquista contra as tribos vizinhas, instituiu jogos pblicos e fez secar as reas de pntanos da cidade. Reformou as instituies, a administrao pblica, bem como o exrcito. Urbanizou Roma, com construes como, a do Capitlio, do Circo Mximo, da praa pblica chamada de foro e da Cloaca Mxima (esgoto principal), que existe at hoje. Foi assassinado pelos filhos de Anco Mrcio, mas sua esposa, Tanaquila e seu filho, Srvio Tlio ficaram no trono, continuando com o reinado dos Tarqunios. Com a conquista etrusca de Roma e ao longo do governo dos trs ltimos reis etruscos, a desigualdade entre patrcios e plebeus se aprofundou. Os patrcios no cessavam de ampliar o seu poder com o recrutamento de clientes. Essa palavra, para ns sinnimo de fregus, designava, para os romanos, um conjunto de dependentes que, em troca de lealdade e servios, recebia favores das famlias patrcias. A clientela formava uma categoria social especial de agregados dessas famlias, cuja origem parece no ser a mesma dos plebeus. Primitivamente, clientes e plebeus eram duas categorias diferentes que acabaram, com o tempo, fundindo-se numa s, como veremos adiante. Toda grande famlia patrcia tinha a sua clientela. Em 479 a.C., a gens Fbia, por exemplo, era constituda por 306 membros e tinha de 4 a 5 mil clientes. Porm, por volta do ano 100 a.C., era freqente plebeus se dizerem clientes de uma famlia rica para receber dela algum amparo. Como categoria social, os plebeus continuaram sendo os que no pertenciam a nenhuma gens. TARQNIO PRISCO Sob o reinado de Anco Mrcio, estabelece-se em Roma Lucumone, homem de grande atividade e riqueza, poderoso e movido por um grande desejo de honra, que no conseguiu obter em Taqunia, porque era de origem estrangeira. Era filho de Demarato de Corinto, que fugira da ptria por envolvimentos polticos. Tarqnio casa-se com Tanaquila,senhora de alta linhagem etrusca, porm os etruscos rejeitam o marido por ser estrangeiro de origem pouco conhe cida. Encontra lugar em Roma, que recebe bem pessoas de seu tipo, ambicioso e rico. J tinha escolhido reis estrangeiros como Numa e Anco. Tomou sua fortuna e migrou para Roma. Conta-se que ao chegar cidade, uma guia toma seu chapu e o recoloca novamente na cabea, o que a esposa toma como um bom pressgio e uma menssgem divina. Ele toma ento o nome de Lcio Tarqnio Prisco. Ele, com um falar educado e doce e com generosas contribuies vai construindo sua imagem. Chamou, assim, aeno do rei, a quem passou a dar assistncia, sem cobrana de honorrios. Era consultado em assuntos de guerra e de paz. Por fim, foi nomeado em testamento como tutor dos bens dos filhos do rei e adotado como filho do prprio Anco. Quando Anco Mrcio morreu, seus filhos estavam prximos da maioridade. Com o pretexto de mand-los para a caa, afasta os filhos mais velhos para longe da cidade. Comea, ento, a lutar pelo poder, afirmando que conhecia todo o ritual do poder, que havia aprendido com o prprio rei falecido. Como argumento supremo, apresenta-se como filho adotivo de Anco. Assim, de consenso, eldeito rei. Chegado ao trono, promoveu os jogos mais faustosos e mais ricos do que todos os snteriores. Elegeu-se o lugar onde foi construdo o que se chamou de Circo Mximo, no qual assegurava-se a todos os senadores e homens importsntes um csamarote do qual podiam-se ver os jogos de cima a doze ps de altura. Os espetculos eram de cavalaria e pugilato e os contendores eram, em sua maioria, vindos da Etrria.

Criou-se ento a continuidade dos jogos que se repetiam todos os anos. Num ano chamavam-se Jogos Romanos, no ano seguinte, Grandes Jogos. Tambm privatizou alguns espaos junto ao forum para comerciantes particulares. Em seguida, moveu guerras vitoriosas contra povos vizinhos. Aumentou o exrcito e concluiu as muralhas da cidade. Comeou as fundaes do templo de jpiter no Capitlio. No 38 ano de seu governo, foi assassinado por dois pastores a mando dos filhos de Anco Mrcio que tentavam recuperar o poder, crendo que Tarqnio seria um rei usurpador. Tanaquila chama Srvio Tlio, modesto jovem a quem Tarqnio adotara como filho e dera em casamento a prpria filha, d-lhe a mo do rei agonizante e ped-lhe que jure no deixar o crime sem vingana, prometendo-lhe, em troca, o trono. A esposa disse ao povo, da janela do segundo piso do templo de Jpiter Stator, onde moravam, que o marido estava apenas aturdido por um golpe inesperado. O povo deveria ficar tranqilo porque o marido j estava bem. Nesse meio tempo, que obedecesse a Srvio Tlio, que aplicaria a justia e exerceria as demais funes do rei. Srvio saiu ao pblico com os litores e sentou-se no trono real e a mesmo resolveu algumas questes. Assim, j morto Tarqnio, omitiu-se a notcia ao povo por alguns dias, enquanto o novo rei consolidava seu poder. Assim, Srvio assumiu o poder sem que fosse eleito pelo povo nem que o senado lhe conferisse a comenda. Os filhos de Anco, crendo que Tarqnio sobrevivera, e que o Srvio tivesse grande poder, exilaram-se em Suessa Pomcia. Para que os filhos de Tarqnio Lcio e Arunte no se levantassem contra ele, Srvio casou-os com suas filhas. SRVIO TLIO Srvio era de origem muito humilde. Sua me era uma prisioneira de guerra (que, segundo a tradio, era de famlia nobre em sua terra) e servia de criada cuidando do fogo do palcio de Tarqnio. Deve sua sorte esposa de Tarqno que acreditou nele e deu-lhe em casamento a prpria filha. Instituiu o recenseamento, reforou o culto religioso e conquistou diversas cidades etruscas. Organizou o exrcito e realizou uma importante reforma social no sculo V a.C. Dividiu o povo romano em tribos, segundo o domiclio. Dividiu tambm a populao em cinco classes, de acordo com a renda de cada indivduo. Cada Classe deveria contribuir com um certo nmero de soldados para o exrcito. As questes militares passaram a ser decididas nas assemblias das centrias - divises do exrcito romano com cem homens, comandados por um centurio. As centrias patrcias conseguiam impor sua vontade porque eram em maior nmero. A Reforma implementada por Srvio Tlio concedeu alguns direitos aos plebeus, entre eles o direito ao servio militar. Criou o censo, que deveria ser realizado de cinco em cinco anos, e melhorou as defesas da cidade. Extinguiu as tribos antigas e dividiu a cidade em quatro tribos urbanas (Suburana, Palatina, Esquilina e Colina). Srvio Tlio casou suas duas filhas com membros da famlia etrusca dos Tarqunios. Foi um desses genros que decidiu, estimulado pela esposa, tomar o poder, degolando seu sogro e transformando-se no stimo rei de Roma.Servio, come attestato anche dal nome, era di umili origini; nacque infatti da una prigioniera di guerra (che si racconta fosse stata nobile nella sua citt) ridotta a servire il focolare domestico del re Tarquinio Prisco.

Deve la sua fortuna a Tanaquil, moglie del re, che ne indovin la futura grandezza e per questo gli diede in sposa la figlia ed alla morte del marito fece in modo che Servio gli succedesse come re di Roma. Infatti, quando Tarquinio fu ucciso in una congiura, Tanaquil ne inform il popolo romano nascondendo la morte del re, dicendo invece che egli era rimasto ferito e che nel frattempo Servio Tullio ne sarebbe stato il reggente. Diede quindi modo a quest'ultimo di presentarsi come il naturale successore quando, solo in seguito al ristabilirsi della calma, venne comunicata la morte del re. Fu l'autore della pi importante modifica dell'esercito dell'epoca prerepubblicana. Si rese conto infatti che per assicurare a Roma una forza militare sufficiente a mantenere le proprie conquiste era necessario un esercito pi numeroso di quello che possedeva (un'unica legione di circa 3000 uomini, detto esercito romuleo). Si impegn quindi a favorire il reclutamento degli strati inferiori della societ, fino ad allora esclusi dal servizio militare, segnando cos il primo passo verso il riconoscimento politico di quella che solo grazie a questa riforma prender a chiamarsi plebe. L'inclusione della plebe nell'esercito port ovviamente i re etruschi ad un primo contrasto con lo strato superiore della societ romana, i patrizi, che vedevano minacciati i propri privilegi. Roma continu comunque la sua politica di espansione territoriale, questa volta a danno delle citt etrusche di Veio, Cere e Tarquinia; dopo alterne vicende i romani ebbero la meglio su queste citt e ingrandirono il loro territorio verso nord. Servio Tullio modific la tradizionale ripartizione in trib del popolo romano, che non tenne pi conto dell'origine delle genti, ma che considerava come criterio di appartenenza il luogo di residenza. Vennero cos create quattro trib urbane (Suburana, Palatina, Esquilina, Collina) e diciassette trib rustiche (extra-urbane); in questo modo, oltre a omogenizzare i cittadini romani, si poteva anche valutare il patrimonio dei singoli cittadini e quindi fissarne il tributo che questi dovevano versare alle casse dello stato, oltre che il censo, che ne determinava i diritti ed i doveri. Servio Tullio fece costruire sull'Aventino il tempio a Diana, che corrisponde alla dea greca Artemide, il cui tempio si trovava ad Efeso, trasferendo da Ariccia il culto latino di Diana Nemorensis. Come per i greci, per i quali il tempio di Artedimide rappresentava una federazione di citt, con il tempio di Diana, costruito intorno al 540 a.C., i romani miravano a porsi come centro politico e religioso delle popolazioni del Lazio e forse anche dell'Etruria meridionale. A Servio si ascrive anche la decisione di costruire il Tempio di Mater Matuta ed il Tempio della Dea Fortuna, entrambi al Foro Boario. Servio Tullio fu ucciso da Tarquinio il Superbo che ebbe come complice la seconda moglie Tullia Minore, figlia minore di Servio; si tramanda infatti che Tarquinio, dopo aver provocato il re, gettasse questo gi dalle scale della Regia; il sovrano, ferito ma non ancora morto, fu quindi finito dalla figlia che gli pass sopra con un carro trainato da cavalli, mentre cercava di scappare dal foro.

Secondo un'antica tradizione la figura di Servio Tullio si identifica con quella di Mastarna, alleato di Celio Vibenna (o Vivenna), entrambi condottieri etruschi impegnati in spedizioni di conquista in Etruria e nei territori circostanti, e rifugiatisi, al termine di alterne vicende belliche, sul Monte Celio a Roma. Mastarna avrebbe poi ottenuto il regno e cambiato il nome, assumendo quello di Servio Tullio. Questa versione dei fatti fu oggetto anche di un famoso discorso al Senato dell'imperatore etruscologo Claudio (riportato nelle tavole di bronzo di Lione). Gli storici, al di l degli aspetti leggendari del racconto, non escludono che possa avere qualche fondamento di verit, e portano a sostegno di questa ipotesi anche i famosi affreschi della Tomba Franois di Vulci che rappresentano in modo sorprendentemente realistico questo ciclo di racconti epici. Si pu tuttavia giungere anche alla conclusione che il nome Mastarna (Macstrna) fosse soltanto il titolo con il quale Servio Tullio veniva chiamato in battaglia: non sarebbe impossibile infatti intravedere nella parola mastarna la radice di magister ("maestro"), cio, in questo caso, magister maximus della legione romana. Secondo Massimo Pallottino (Origini e storia primitiva di Roma) Mastarna sarebbe il "servitore" di Celio Vibenna (Caile Vipinas), perch il suffisso -na indica appartenenza; quindi Macstrna sarebbe "appartenente al magister" (macstr = magister). Dopo la conquista di Roma e la morte di Celio Vibenna, Mastarna entr in contrasto con Aulo Vibenna, fratello di Celio, e infine lo uccise, restando unico padrone della citt.

TARQNIO SOBERBO Tarqunio, o Soberbo foi o ltimo rei de Roma e o terceiro dos reis Tarqunios. Era casado com uma das filhas de seu antecessor Srvio Tlio, resolveu, estimulado pela esposa, matar o sogro, tornando-se o stimo rei de Roma. Era filho de Tarqunio Prisco, o quinto rei de Roma. Para muitos historiadores, Tarqunio, o Soberbo se confunde com o primeiro Tarqunio e com Srvio Tlio. De acordo com a arqueologia, dotou Roma de grandes obras infraestruturais. Terminou o Capitlio e a Cloaca Mxima. Tentou conquistar as colnias gregas do sul da peninsula, mas foi derrotado. Conta o historiador romano Tito Lvio que, no governo, sob um despotismo indisfarsvel, o orgulhoso Tarqunio eliminou ou desterrou todos os que eram partidrios de Srvio Tlio e confiscou os bens de famlias poderosas, recebendo o ttulo pelo qual ficou conhecido na histria: "o Soberbo", isto , o Orgulhoso, que equivalia em grego a "tirano". Foi deposto por uma revolta patrcia em 509 a.C. (contra a dominao etrusca e a tirania do rei Tarqunio). Segundo a lenda, porm, Tarqunio, muito odiado entre os romanos, era ainda copiado pelo filho Sexto Tarqunio, que se apaixonou pela bela e casta Lucrcia, filha de um influente aristocrata e j casada com um notvel patrcio, obrigando-a ao adultrio. Lucrcia, em resposta suicidou-se, levando seus familiares e, em seguida, a populao de Roma, depois de se inteirarem dos fatos, rebelio, destronando Tarqinio e instalando a Repblica. Com Tarqnio soberbo, continuava em Roma a interveno etrusca. Embora tivesse feito importantes obras pblicas, o povo estava cansado de sua tirania. A causa imediata de sua deposio foi o estupro de Lucrcia, honesta esposa de Colatino, cometido por sesi jovem filho Sexto Tarqnio. Por isso, foi banido com toda a famlia da cidade de Roma.

Desde esse momento, foi abolida a monarquia e fundada a repblica. Era o ano 509m a. C. (508, segundo outros). Tarqnio refugiu-se na Etrria e tentou retomar o poder em Roma REPBLICA ROMANA A substituio da Monarquia pela Repblica foi um ato reacionrio dos patrcios, que afastaram a realeza, cada vez mais comprometida com as classes empobrecidas. O monoplio do poder voltou s mos dos patrcios, com as instituies romanas assegurando a manuteno do poder Plebeus e escravos continuaram sem direitos polticos, mas alguns plebeus enriquecidos com o comrcio, chegaram a ter certos privilgios resultantes de sua condio de clientes. Entretanto, dependiam inteiramente dos benefcios concedidos pelos patrcios. A base da Repblica Romana era o Senado, formado por trezentos patrcios, com a responsabilidade de propor leis. Os cargos eram vitalcios, abrigando outras funes: garantir a integridade da tradio e da religio, supervisionar as finanas pblicas, conduzir a poltica externa e administrar as provncias. A presidncia do senado era exercida pelo magistrado, que o convocava, podendo ser um cnsul, um pretor ou um tribuno. Existiam duas assemblias encarregadas de votar as leis sugeridas pelo senado. A Assemblia Curiata, que perdeu quase toda a sua importncia durante a Repblica, e a Assemblia Centuriata, formada pelas centrias (divises polticas e militares compostas por cem cidados), a quem cabia de fato discutir e votar as propostas. O poder executivo era exercido pelos magistrados, pertencentes, na maioria das vezes, classe dos patrcios. Com exceo do censor, todos os magistrados eram eleitos pela Assemblia Centuriata para um mandato de um ano. Coletivas, as magistraturas exigiam a presena de dois ou mais magistrados para cada cargo.

Os magistrados eram os seguintes:Cnsules: Detinham o maior poder, equivalente ao dos antigos reis. Eram dois, eleitos para um perodo de um ano. Tinham como atribuies comandar o exrcito, convocar o Senado e presidir os cultos. Nos perodos de crise, indicavam um ditador, que exercia o poder de forma absoluta durante o perodo mximo de seis meses. Pretores: Ministravam a justia, existindo dois: um para as cidades, chamado de urbano, e outro para o campo e para estrangeiros, chamado de peregrino. Censores: Sua funo era fazer o recenseamento dos cidados. Calculavam o nvel de riqueza de cada um e vigiavam a conduta moral do povo. Questores: Encarregados de administrar as finanas pblicas. Tribunos da plebe: Surgiram em decorrncia das lutas da plebe por seus direitos. Os tribunos podiam vetar todas as leis contrrias aos interesses da plebe, menos em pocas de guerras, ou de graves perturbaes sociais, quando todas as leis ficavam sob o controle exclusivo do ditador. Os tribunos da plebe eram considerados inviolveis e quem os agredisse era condenado morte. AS LUTAS DE CLASSE NA REPBLICA

Embora os plebeus constitussem a maioria da populao, eram marginalizados desde os tempos da Monarquia, continuando at na Repblica. Como conseqncia, os plebeus sofriam srias discriminaes. Nas guerras ficavam com os piores despojos; quando se endividavam e no podiam pagar suas dvidas, tornavam-se escravos. Nessa poca, as leis no eram escritas, mas orais, baseadas na tradio, o que concedia grandes privilgios aos patrcios devido sua complexa interpretao. Os plebeus no tinham direito de participar das decises polticas. Tinham deveres a cumprir: lutar no exrcito, pagar impostos, etc. A segurana de Roma dependia de um exrcito forte e numeroso. Os plebeus eram indispensveis na formao do exrcito, uma vez que constituam a maior parte da populao. Conscientes disso e cansados de tanta explorao, os plebeus recusaram-se a servir ao exrcito, o que representou um duro golpe na estrutura militar de Roma. Iniciaram um longa luta poltica contra os patrcios, que perdurou por mais de um sculo. Lutaram para conquistar direitos, como o de participar das decises polticas, exercer cargos da magistratura ou casar-se com os patrcios. Para retornar ao servio militar, os plebeus fizeram vrias exigncias aos patrcios e conquistaram direitos. Entre eles encontrava-se a criao de um comcio da plebe, presidido por um tribuno da plebe. O tribuno podia vetar todas as leis contrrias aos interesses da plebe, menos em pocas de guerras, ou de graves perturbaes sociais, quando todas as leis ficavam sob o controle exclusivo do ditador. Ele era considerado inviolvel e quem o agredisse era condenado morte.

Outras importantes conquistas obtidas pela plebe foram:Leis das Doze Tbuas (450 a.C.) juzes especiais (decnviros) decretariam leis escritas vlidos para patrcios e plebeus. Embora o contedo dessas leis fosse favorvel aos patrcios, o cdigo escrito serviu para dar clareza s normas, evitando arbitrariedades. Lei Canulia (445 a.C.) autorizava o casamento entre patrcios e plebeus. Mas na prtica s os plebeus ricos conseguiam casar-se com os patrcios. Lei Licnia Aboliu a escravido por dvidas e ainda concedeu aos plebeus a participao no consulado. Lei Oglnia (300 a.C.) Com essa lei os plebeus adquiriram o direito de exercer a Magistratura de Pontfice Mximo. Lei Ortnsia Os plebeus conseguiram que as leis aprovadas pela Assemblia da Plebe (Comitia Plebis) tivessem validade para todo o Estado. Essas decises foram chamadas de plebiscito, o que significa "a plebe aceita". Embora os progressos alcanado pelas conquistas da plebe tivessem sido grandes, essas leis, na prtica, continuaram a beneficiar apenas os plebeus ricos, principalmente os comerciantes, que, por casamento, podiam almejar os melhores cargos da repblica. A explorao dos pobres, no entanto, continuou, no havendo a mnima condio de alcanarem o poder Apesar disso, por volta do sculo III a.C., a Repblica Romana se caracterizava pelo equilbrio de poder entre a classes, o que no fundo, escondia o fato de que havia um Estado Patrcio e um Estado Plebeu.