Historia Do Clarinete

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  • 8/17/2019 Historia Do Clarinete

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    História do Clarinete

     A história do clarinete na primeira metade do séc. XVII traduz-se numa verdadeira luta pelasobrevivência da flauta doce e pela sua integraço plena na paleta sonora da or!uestra.""Inventado"" # volta de $%&& por 'ohann (hristoph )enner* e seu filho 'acob* fabricante deinstrumentos de sopro em +uremberg partindo da idéia de aperfeiçoar a flauta doce.

     A flauta doce é um instrumento praticamente sem din,mica* ou sea* no consegue tocar fortenem com pouco volume. )enner pensava !ue se ele resolvesse esse problema* as pessoasiriam continuar a gostar da flauta doce. fabricante pegou uma palheta de bambu* cortou aparte da frente do /bico/ de uma flauta doce e colocou a palheta sobre o corte. Assim erainventado o chalumeau* !ue fornecia a din,mica !ue )enner !ueria e 0 apresentava um sommuito semelhante ao do clarinete. p1blico impressionou-se com o novo instrumento e* parafrustraço de )enner* a flauta doce decaiu ainda mais por causa do chalumeau* sua própriainvenço* pois era considerado um instrumento completamente diferente* conhecido comochalumeau ou charamela.

     As imperfeiç2es sonoras dos primeiros clarinetes demasiadas estridentes no registromédio3agudo e sem vigor ou clareza de afinaço no registro grave 4!ue tem precisamente o

    nome de chalumeau5* comprometeram de in6cio a sua aceitaço por parte dos m1sicos. 7radeclaradamente inferior ao oboé e # flauta seus contempor,neos no !ue concerne ao timbre*afinaço e agilidade. 8omente em meados do século XVIII* no seio da reputada or!uestra de9annheim* o clarinete ir0 ver concretizadas as suas possibilidades como instrumento degrande e:pressividade - ainda assim* o seu uso era inicialmente especificado apenas comoalternativo ao oboé ou # flauta. +o espaço de algumas décadas* as transformaç2es efetuadasno clarinete 4entre as !uais o alongamento da camp,nula e a adiço de três chaves as duaspré-e:istentes5 fizeram dele o instrumento !ue servia idealmente o tipo de sonoridadeprocurada pela or!uestra de 9annheim* cua fama decorre da e:ploraço das gradaç2est6mbricas e e:pressivas de maneira inaudita. (onstru6do com diversas afinaç2es* e escolhidoem funço das resultantes diferenças de timbre e da tonalidade da obra a e:ecutar* por raz2esde facilidade de dedilhaço* o clarinete começa a ser usado pelas suas capacidades l6ricas 4deassinalar a sua utilizaço nos andamentos lentos das sinfonias5 e no apenas pelo car0terbrilhante do seu registro médio 4registro de clarinete* !ue também 0 recebeu a designaçode clarino5. A sua principal virtude reside no controle da din,mica !ue lhe permite a obtenço*mais do !ue !ual!uer outro instrumento de sopro* de uma suavidade sonora* de !ualidadeeminentemente vocal* capaz das nuances mais subtis. ;er0 sido o !ue impressionou 9ozart navisita !ue efetuou a 9annheim em $%%

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    significante* é associado a sentimentos espec6ficos de car0ter amoroso ou pastoral.)e resto*!uando se mencionam as !ualidades vocais inerentes # e:ecuço e #s particularidadessonoras do instrumento* ontem como hoe* as referências abundam. Vea-se o caso de =indsaBCillman* instrumentista inglês muito aclamado na primeira metade do séc. XIX* sobretudo nae:ecuço de partes obbligati inclu6das no acompanhamento de 0rias vocais* !ue colaboravafre!uentemente com cantoras como Angelica (atalani* Denriette 8ontag* 9aria 9alibran e 7liza8almon. )esta 1ltima* diz-se !ue Ea sua voz era harmoniosa e sonora como o clarinete* e!uando Cillman a acompanhava tornava-se dif6cil distinguir a voz do instrumentoF. e:emploé paradigm0tico da influência m1tua operada nos dois intérpretes* pode fazer-nos compreender por!ue se faz referência ao bel canto !uando se fala da escola inglesa de clarinete e*sobretudo* permite-nos confirmar a ri!ueza em constituintes harmGnicos do clarinete* sem par unto dos outros instrumentos de sopro* !ue lhe confere vantagem na tessitura 4três oitavas euma se:ta5 e na obtenço de uma sonoridade compacta. Ao longo do séc. XIX* o talento de v0rios virtuosos foi decisivo para o desenvolvimento técnicodo clarinete e para o aprofundamento por parte dos compositores de uma escrita idiom0ticaprópria !ue* pelas suas particularidades e:pressivas* ficou associada ao movimentorom,ntico.7ntre $ chaves de tal modo !ue uma delas 4chamada Lchave de registroL5 possibilitou o aumento da tessitura do clarinete para apro:imadamente @oitavas.

    7m $%$&* 'acob )enner* filho de 'ohannn* efetuou v0rias e:periências na colocaço daschaves descobrindo posiç2es !ue permitiam atingir registros mais agudos e uma melhorafinaço.

    ?or volta de $%& foi introduzida a terceira chave e em $%%< o clarinete standard tinha 0 Ochaves. +o obstante* nesta altura o clarinete era* sobretudo tocado por obo6stas !ue tocavamambos os instrumentos 4oboé e clarinete5 no havendo a tradiço de um instrumentista sededicar em e:clusivo ao clarinete.

    P curioso notar !ue foi para o clarinete de O chaves !ue 9ozart escreveu o seu (oncerto euinteto. P e:traordin0rio imaginar a agilidade e virtuosismo do instrumentista a !uem na alturacoube a misso de e:ecutar tais obras* considerando a comple:idade din,mica* t6mbrica ecrom0tica das mesmas* por um lado* e as limitaç2es técnicas de um instrumento com apenas Ochaves.

    clarinete de O chaves manteve-se como standard até princ6pios do séc. $H* altura em !ueIvan 9uller introduziu-lhe importantes modificaç2es* de tal sorte !ue é por muitos consideradoscomo o verdadeiro pai do clarinete moderno.

    Ivan 9uller* nascido na Q1ssia* fi:ou-se por volta de $

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    9uller apresentou o seu in!ento 4um clarinete com $@ chaves5 ao (onservatório de 91sica de?aris em $> chaves e é usado* sobretudo na Alemanha.