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Matheus Gomes Coelho HISTÓRIA EM QUADRINHOS COMBINADO COM PROSA: APLICADO AO PRÓLOGO DE PROJECT DOCH’ Projeto de Conclusão de Curso submetido ao Curso de Design da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do Grau de Bacharel em Design. Orientador: Mário Cesar Coelho Florianópolis 2018

HISTÓRIA EM QUADRINHOS COMBINADO COM PROSA ......Evangelion, Star Wars, Pacific Rim, entre tantas outras, formando um amálgama de todas elas. O trecho que será adaptado nesse projeto

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  • Matheus Gomes Coelho

    HISTÓRIA EM QUADRINHOS COMBINADO COM PROSA:

    APLICADO AO PRÓLOGO DE PROJECT DOCH’

    Projeto de Conclusão de Curso submetido ao Curso

    de Design da Universidade Federal de Santa Catarina para a

    obtenção do Grau de Bacharel em Design. Orientador: Mário

    Cesar Coelho

    Florianópolis

    2018

  • Matheus Gomes Coelho

    HISTÓRIA EM QUADRINHOS COMBINADO COM PROSA:

    APLICADO AO PRÓLOGO DE PROJECT DOCH’

    Este Projeto de Conclusão de Curso foi julgado adequado para

    obtenção do Título de Bacharel em Design, e aprovado em sua forma final

    pelo Curso de Design da Universidade Federal de Santa Catarina.

    Florianópolis, 23 de novembro de 2018.

    _______________________________________

    Prof.ª Marília Matos Gonçalves, Dr.ª Coordenadora do Curso

    Banca Examinadora:

    _______________________________________

    Prof. Mario Cesar Coelho,

    Dr. Orientador

    Universidade Federal de Santa Catarina

    ________________________________________

    Prof.ª Monica Stein, Dr.ª

    Universidade Federal de Santa Catarina

    ________________________________________

    Prof. Paulo Henrique Wolf, Me.

    Universidade Federal de Santa Catarina

  • Este projeto é dedicado aos meus

    chefes do trabalho, aos meus pais, mas

    principalmente a minha namorada por

    me ajudar tanto a não surtar enquanto

    fazia ele.

  • AGRADECIMENTOS

    Gostaria de agradecer aos meus pais por me apoiarem durante todos

    esses anos de estudo. Aos meus amigos fora e dentro do curso que me

    ajudaram a amadurecer tanto nesses anos de graduação. Ao meu professor

    orientador por ser paciente e compreensivo comigo, devido o prolongamento

    do projeto, me auxiliar e incentivar minha criatividade. À minha namorada

    por me ajudar tanto na otimização de tempo, planejamento e manter o meu

    foco, te amo. Agradeço à banca examinadora por aceitar avaliar esse

    trabalho e ter sido convocada tão em última hora. Ao Departamento de

    Design e à UFSC pela estrutura oferecida.

  • RESUMO

    Este projeto descreve o processo de adaptação de uma história autoral

    em um universo cyberpunk para um formato que une história em quadrinhos

    e prosa. Desenvolvida a partir de pesquisa histórica, de mercado e

    experimentações auxiliada pela adaptação da metodologia Design Thinking,

    o produto final visa adaptar o prólogo de Project Doch’ no formato sugerido,

    em versão colorida e outra em preto e branco. Project Doch’ é uma história

    de minha autoria, sendo desenvolvida desde 2013. Se passa em futuro pós

    apocalíptico onde a maioria dos humanos vivem em uma gigantesca cidade,

    lá eles são oprimidos por um governo corrupto e rebeldes tentam libertá-los,

    nesse cenário o robô IG-9000 recebe a missão de criar a pequena Victoria.

    Com o passar do tempo a história foi crescendo e ficando complexa demais

    então fui obrigado a pensar em outra maneira de contá-la, primeiro virou um

    livro depois tive a ideia de unir história em quadrinhos e prosa pois amo

    desenhar e certas coisas em Project Doch’ são muito visuais em minha

    mente, por isso nesse projeto pretendo fazer um estudo e unir esses formatos

    de maneira que fique agradável ao leitor.

    Palavras-chave: 1. Quadrinhos 2. Ilustração 3. Cyberpunk 4. Distopia

  • SUMÁRIO

    1. INTRODUÇÃO................................................................................... 7

    1.1. OBJETIVO GERAL........................................................................ 7

    1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................... 8 1.2. JUSTIFICATIVA............................................................................. 8

    1.3. DELIMITAÇÃO DO PROJETO.................................................... 8

    1.4. METODOLOGIA............................................................................. 8

    FASE 1 - ANALÍTICA – ENTENDO O FORMATO

    2. BRIEFING.......................................................................................... 10

    2.1. CYBERPUNK.................................................................................. 11

    2.2. HISTÓRIA DOS QUADRINHOS.................................................. 12

    2.3. ANÁLISE DE MERCADO E PÚBLICO ALVO......................... 12

    2.4. CROWDFUNDING......................................................................... 13

    2.5. ANÁLISE DE SIMILARES............................................................ 14

    2.5.1. Gemma Bovery.......................................................................... 15

    2.5.2. Protocolo Bluehand Alienígenas.............................................. 19

    2.5.3. Diário de um Banana............................................................... 22

    2.5.4. Ozob Protocolo Molotov.......................................................... 25

    2.6. PESQUISA VISUAL........................................................................ 27

    2.6.1. Painéis de Referências Visuais Para Project Doch’ .............. 29

    2.6.2. Referências de Ilustração........................................................ 31

    Artemii Myasnikov................................................................... 31

    Josan Gonzales.......................................................................... 32

    FASE 2 – PRODUÇÃO – ADAPTAÇÕES E ARTE

    3. ADAPTAÇÃO DE ROTEIRO........................................................ 33

    3.1. Roteiro em História em Quadrinhos do Prólogo.................. 33

    3.2. Roteiro em Prosa do Prólogo.................................................. 36

    3.3. Roteiro Combinado com História em Quadrinhos e Prosa do

    Prólogo.............................................................................. ........ 39

    4. THUMBNAIL................................................................................... 43

    4.1. TESTES DE THUMBNAIL......................................................... 43

    5. ILUSTRAÇÕES............................................................................... 46

    6. FORMATO....................................................................................... 71

    6.1. TIPOGRAFIA............................................................................... 71

    6.2. ENCADERNAÇÃO...................................................................... 72

    6.3. CONCLUSÃO............................................................................... 72

    7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................... 73

    8. REFERÊNCIAS.............................................................................. 74

  • 7

    1. INTRODUÇÃO

    Quadrinhos contam histórias através da imagem e livros através

    da imaginação. Project Doch’ inicialmente fora idealizado para ser

    uma história em quadrinhos, como autor, fui percebendo os rumos

    complexos que ela ia tomando, acabei mudando de ideia e resolvi

    transforma-la em um livro. Contudo, não quis abrir mão da minha

    paixão por desenhar, e como ela possui muita ação, cenas de combate

    (algo que ainda tenho dificuldades em escrever), decidi que alguns

    trechos do livro seriam contados em quadrinhos.

    Dentro desse contexto, o projeto em questão visa elaborar um

    formato de quadrinhos combinado com prosa, com ilustrações em

    versões colorida e preto e branco, para concretizar a visão que quero

    à obra. O produto final será o prólogo impresso, um colorido e um

    em preto e branco, que servirão como uma amostra de como seria o

    livro inteiro, e posteriormente, através de crowdfunding, iniciar um

    financiamento pelo Catarse utilizando esse material.

    Este trabalho se divide em duas partes, “Fase 1 – Analítica –

    Entendendo o Formato” e “Fase 2 – Produção – Adaptação e Arte”.

    Na fase 1, foram feitas as pesquisas e analises sobre elas, briefing,

    estudo sobre cyberpunk, histórias dos quadrinhos, análise de

    mercado, público alvo, estudo sobre crowdfunding, análise de

    similares e pesquisa visual, com finalidade de entender melhor o

    formato de história em quadrinhos e prosa e como aplicá-lo. Na fase

    2, temos a produção, aqui o que foi pesquisado na fase 1 é colocado

    em prática, adaptações de roteiro, thumbnails, ilustrações, formato,

    tipografia, encadernação. Com isso ao final, pretendo ter em mãos

    um protótipo de como Project Doch’ ficaria, sua viabilidade e

    possibilidades que este formato pode oferecer.

    1.1. OBJETIVO GERAL

    Desenvolver um formato de história em quadrinhos combinado

    com prosa para o prólogo da história chamada Project Doch’, com

    artes em versões colorida e preto e branco e ter em mãos esse material

    impresso.

  • 8

    1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

    Com os objetivos específicos defini possibilidades que vão

    aparecer no desenrolar da pesquisa e desenvolvimento, essenciais para

    concluir o projeto.

    Analisar os similares e entender a melhor forma de inserir desenhos em quadrinhos em um texto corrido;

    Compreender o que pode ser transformado em desenho para poupar descrições em prosa em alguns trechos;

    Adaptar roteiro de quadrinhos para prosa e de prosa para o formato de Prosa combinado com quadrinhos;

    Identificar a melhor forma de ilustrar e diagramar as páginas;

    Adaptar desenhos coloridos para preto e branco;

    1.3. JUSTIFICATIVA

    O objetivo deste projeto de conclusão de curso é aplicar os co-

    nhecimentos teóricos e práticos aprendidos durante o decorrer do curso de

    Design de Animação e Gráfico em um produto que, além de ter como

    temática um assunto de interesse pessoal, visa um formato pouco

    convencional no mercado de quadrinhos e demanda desenvolvimento em

    áreas do design de animação e gráfico, como roteiro, concept art e

    composição de cenas. E, sendo um produto comercialmente viável e

    diferente, possibilita a aplicação prática do trabalho visando

    oportunidades futuras. O projeto também servirá como auxiliador a quem

    tiver interesse em quadrinhos e quem sabe utilizar este trabalho como

    guia para criação dos próprios projetos.

    1.4. DELIMITAÇÃO DO PROJETO

    O escopo desse projeto limita-se a criação de um formato de

    história em quadrinhos combinado com prosa, com uma versão em

    colorido e outra em preto e branco para o prólogo de Project Doch'.

    1.5. METODOLOGIA

    Nesse projeto eu utilizei algumas etapas do Design Thinking, que é

    uma metodologia utilizada para fomentar a inovação na solução de

  • 9

    problemas, não me aprofundei muito nela pois como já venho trabalhando

    há anos em Project Doch’, já tenho uma ideia de qual caminho seguir e

    minha própria metodologia de trabalho. Sendo assim o Design Thinking

    serviu como um guia, para estabelecer os problemas, pesquisar sobre o

    formato pouco convencional de prosa e quadrinhos, e se haveria mercado

    para isso, então utilizai as macroetapas (Definição do problema, Geração

    de ideias e Criação de formas) da autora Ellen Lupton (2013). Sendo

    assim estabeleci as seguintes etapas.

    Transformar o roteiro de quadrinhos do prólogo em um

    formato de livro;

    Analisar esse trecho em formato de livro e escolher quais cenas poderão ser transformadas em quadrinhos;

    Avaliar as temáticas e os objetivos da história em questão;

    Determinar conceitos da história e estabelecer uma linguagem que reflita isso no formato em questão;

    Aplicar esse formato ao prólogo da história.

    Para a etapa definição de problemas foram escolhidos o briefing,

    para que houvesse a apropriação dos conceitos e como imagino o formato

    a ser aplicado, a análise de mercado, para verificar a relevância do projeto

    e a possibilidade de comercialização; e a análise de 4 similares e uma pesquisa visual que possa embasar as escolhas de design e estilos de

    ilustrações a serem utilizados. Na etapa de geração de ideias serão desenvolvidas alternativas das

    páginas em thumbnails, miniaturas das páginas, e assim ter uma noção da

    disposição dos quadros e dos trechos em prosa.

    Após esta etapa se inicia a fase de criação, com o desenvolvimento

    da alternativa escolhida e as ilustrações.

    A escolha do Design Thinking deu-se devido à flexibilidade dessa

    metodologia, que é generalista e permite a liberdade da inserção das ferramentas que correspondem as necessidades de cada projeto, mas

    atendendo as etapas de entender o problema, definir o curso de ação,

    idealizar soluções, prototipar a solução escolhida e testar para avaliá-la.

  • 10

    FASE 1 - ANALÍTICA – ENTENDO O FORMATO

    2. BRIEFING

    Este briefing foi aplicado para explicar melhor sobre Project

    Doch’ e o formato que desejo aplicar, minhas influências e as

    expectativas quanto as questões gráficas.

    Project Doch’ é uma história que se passa em um futuro pós

    apocalíptico distópico cyberpunk, onde a humanidade após quase ser

    extinta conseguiu se reestabelecer na gigantesca Alpha City, uma

    cidade que cresce para cima, dividida em níveis, cercada por uma

    muralha. Nesse local existe um sociedade não muito diferente da que

    vivemos hoje, opressora e violenta onde os mais poderosos

    manipulam os mais fracos em prol de seus benefícios, ludibriando-os

    alegando que a vida fora da cidade é inviável por conta da poluição e

    da radiação deixadas pelos homens do passado. Nesse cenário vive

    IG9000 um robô que possui cerca de 1000 anos e é o único ser que

    tem conhecimento sobre a cultura dos homens do passado, e por viver

    vagando pelo mundo todo esse tempo é um dos poucos que sabem

    sobre as mentiras ditas pelo governo de Alpha City para seu povo. A

    ele é dada a missão de criar a menina Victoria, e ensiná-la tudo o que

    aprendeu sobre a humanidade. A história começa quando a vida dos

    dois se depara com um grupo rebelde que luta contra o governo. A

    ideia inicial quando pensei em Project Doch’, foi que ela tivesse

    reflexões filosóficas sobre a vida, humanidade, relações humanas,

    preconceitos, etc, enquanto intercalava com cenas de ação

    mirabolantes, guerras futurísticas, combates e robôs gigantes, tudo

    isso com base em referências visuais de Blade Runner, Ghost in the

    Shell, Akira, Jaspion, Super Sentais da década de 80, Gundam,

    Evangelion, Star Wars, Pacific Rim, entre tantas outras, formando um

    amálgama de todas elas. O trecho que será adaptado nesse projeto é o

    prólogo, aqui a história já começa com Victoria arrumando confusão

    em uma festa para defender alguém, a intenção é prender o leitor e

    deixá-lo curioso com o que vai acontecer e como esses personagens

    foram parar ali, aqui já conhecemos a personalidade explosiva e

    inconsequente de Victoria, a serenidade a paciência de IG9000, e do

    autoritarismo das corporações.

  • 11

    2.1. CYBERPUNK

    É um subgênero de ficção científica, conhecido por seu

    enfoque em futuros distópicos e alta tecnologia. De acordo com

    Lawrence Person, editor do fanzine Nova Express: "Os personagens

    do cyberpunk clássico são seres marginalizados, distanciados,

    solitários, que vivem à margem da sociedade, geralmente em futuros distópicos onde a vida diária é impactada pela rápida mudança

    tecnológica, uma atmosfera de informação computadorizada ambígua e a modificação invasiva do corpo humano." (Lawrence Person.

    Cyberpunk. Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cyberpunk).

    O mundo cyberpunk é um lugar sinistro, sombrio, com

    computadores ligados em rede que dominam todos os aspectos da

    vida cotidiana. Uma extrapolação da tecnologia relacionada a

    problemas sociais que vivemos na vida real. Um mundo comandado

    por empresas multinacionais gigantes que substituíram o Estado como

    centros de poder. Um lugar onde os mais fracos são oprimidos pelo

    poder totalitário das corporações que comandam a sociedade a seu bel

    prazer. O processo argumentativo do cyberpunk se centra em

    conflitos entre hackers, inteligências artificiais, e megacorporações, as

    vezes podendo abordar histórias que se expandem para além da terra,

    trabalhando temas referentes ao contato com raças alienígenas e como

    isso afetaria nossa cultura. Romances mais conhecidos

    como Fundação de Isaac Asimov ou Duna de Frank Herbert.

    Carregam uma forte temática do gênero. Entre os primeiros expoentes

    do gênero cyberpunk se encontram Bruce Sterling, Pat Cadigan, Rudy

    Rucker, John Shirley e William Gibson, sendo esse último o mais

    importante deles com a trilogia Sprawl (Neuromancer, Count Zero e

    Mona Lisa Overdrive), esses livros praticamente moldaram o

    cyberpunk servindo de referência para inúmeros artistas no futuro,

    como as irmãs Wachowski, dentre tantos outros.

    No começo dos anos 80 o gênero ingressou em Hollywood

    com Blade Runner que na época foi um fracasso de bilheteria e

    crítica, porque o estúdio interferiu muito na visão que o diretor Ridley

    Scott tinha para o filme, mas com o tempo se tornou cult, e conforme

    foi ganhando suas versões corrigindo os erros e se adequando a visão

    que o diretor queria passar, virou um clássico da ficção cientifica

    influenciando muitos filmes tais como a trilogia de Matrix, Ghost in

    the Shell, Akira, Cowboy Bebop, etc.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnero_liter%C3%A1riohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Fic%C3%A7%C3%A3o_cient%C3%ADficahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Cyberpunkhttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rie_da_Funda%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Isaac_Asimovhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universo_de_Dunahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Frank_Herberthttps://pt.wikipedia.org/wiki/Bruce_Sterlinghttps://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pat_Cadigan&action=edit&redlink=1https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Rudy_Rucker&action=edit&redlink=1https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Rudy_Rucker&action=edit&redlink=1https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=John_Shirley&action=edit&redlink=1https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Gibsonhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Matrix

  • 12

    2.2. HISTÓRIA DOS QUADRINHOS

    A História em Quadrinhos nasceu como gênero em 1895, com

    a publicação da primeira tirinha, chamada de The Yellow Kid, que trouxe a linguagem das HQs da forma que conhecemos hoje, pelas

    mãos do artista Richard Outcault. Contudo ele não teve a ideia ao

    acaso, pois o formato em si existe, de certa forma, desde a idade das

    cavernas com as pinturas rupestres feitas pelos humanos primitivos

    contando sua rotina, se expressando através de imagem e arte.

    Quadrinhos surgiram na mesma época do cinema, partindo do

    conceito de contar uma história através de imagens, sendo assim o

    projeto em questão pretende ir um pouco mais além se utilizando de

    um formato pouco convencional no mercado, já que não se trata de

    um livro ilustrado ou de uma história em quadrinhos em si.

    Utilizando-se de prosa e quadrinhos, Project Doch’ ainda vai contar

    sua história de forma visual valorizando a imagem para prender o

    leitor.

    2.3. ANÁLISE DE MERCADO E PÚBLICO ALVO

    O carro chefe das HQs no Brasil sempre foi A Turma da

    Mônica de Maurício de Souza, com suas histórias, que marcaram para

    muitos fãs de quadrinhos nacionais, o primeiro contato gênero. Mas o

    mercado de quadrinhos no Brasil traz outros nomes de destaque,

    alguns conhecidos internacionalmente, como Gabriel Bá, Fabio

    Moon, Rafael Grampá, Danilo Beiruth, Fábio Yabu e tantos outros

    que possuem obras que fogem das narrativas convencionais mais

    famosas por aqui, que também são super heróis americanos. Por mais

    que existisse um consumidor brasileiro que sempre esteve disposto a

    conhecer os trabalhos nacionais, até pouco anos atrás era visto com

    certo preconceito pelo grande público, justamente pelas histórias

    fugirem do que estavam acostumados. Com ajuda da internet, o

    amadurecimento do público e a popularização dos quadrinhos, o

    reconhecimento de artistas nacionais cresceu ainda mais, e

    atualmente com as plataformas de financiamento coletivo como

    kickante, Kickstater, Catarse, entre outras, muitos quadrinistas brasileiros, desconhecidos do grande público, tem conseguido

    desenvolver seus projetos, com retornos muito promissores, trazendo

    mais credibilidade e motivação ao mercado.

    Com o mercado de quadrinhos nacionais em mente é preciso

    analisar outro segmento importante, as distopias futuristas, que

  • 13

    possuem conceitos Cyberpunk. O público alvo focado por Project

    Doch’ é de adolescentes a partir de 16 anos e adultos, que são fãs de

    quadrinhos, mangás, filmes, séries, games e cultura pop em geral. O

    autor por fazer parte desse nicho, criou uma história repleta de

    referências familiares a esse grupo. Isso torna tudo mais atrativo e de

    fácil identificação para o público alvo. No momento vivemos o fim

    de uma onda de futuros distópicos focados para um público

    adolescente, que se iniciou com a adaptação para cinema do primeiro

    livro de Jogos Vorazes, logo seguindo o sucesso do filme vieram as

    adaptações de Maze Runner e Divergente, todos eles renderam

    continuações e iniciaram franquias. Algo que é muito criticado nessas

    adaptações é justamente ser tão focado para um público mais jovem,

    tirando o foco de temas que nos livros possuem maior relevância, que

    nestes são mais detalhados e aprofundados. Nos filmes esses temas

    acabam servindo como plano de fundo para contar um romance, o que

    acaba por se tornar um empecilho para atingir um grupo maior.

    Project Doch’ se diferencia disso, pois pretende contar a história de

    forma visual como os filmes, mantendo a profundidade de

    complexidade de temas mais sérios, como relações fraternais

    complicadas, preconceitos, desigualdade social, governos autoritários,

    guerra e personagens femininas abordadas de maneira não

    convencional. Outros pontos interessantes que são abordados, são

    questões de representatividade. O núcleo dos rebeldes e dos

    oprimidos pelo governo é repleto de personagens de diferentes etnias,

    gêneros e orientações sexuais, com dramas complexos que vão

    desconstruir alguns conceitos há muito explorados pela cultura pop.

    2.4. CROWDFUNDING

    O crowdfunding, ou financiamento coletivo, é algo que existe

    há muito tempo, porém com outros nomes, se popularizou graças à

    internet e ajuda pessoas a financiarem diretamente projetos que lhes

    interessam, mas que acabam não tendo o interesse da grande indústria.

    Kevin Lawton, autor do livro A Revolução do Crowdfunding, em

    entrevista à Revista Época disse que os sites de financiamento coletivo

    também podem se tornar um instrumento para a democratização do

    investimento. “No financiamento coletivo, a internet corta o intermediário e põe o dono do projeto em contato com dois bilhões de

    apoiadores em potencial. Qualquer um pode participar. A multidão é

  • 14

    o mercado.” (Kevin Lawton. Entrevista à revista Época. Site Revista

    Época: http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2012/04/vaquinha-digital.html - 04/04/2012)

    No ano de 2006, Sellaband, um site europeu, foi a primeira

    plataforma a usar este modelo, criado para fãs ajudarem artistas a

    gravarem discos, recebendo recompensas pelas doações, coisas como

    CDs, camisetas e downloads. Em 2009, nos EUA o Kickstarter surgiu

    dando para todas as manifestações artísticas, culturais e tecnológicas

    possíveis um meio para concretizar suas idéias. É uma espécie de

    “pré-venda”, onde o consumidor doa o dinheiro, para cada valor

    doado existe uma recompensa diferente, quanto mais doar, mais

    generosas elas são, geralmente o próprio produto que está sendo

    financiado e alguns prêmios extras. Caso o financiamento não atinja o

    valor solicitado, o dinheiro retorna ao doador.

    No Brasil, o site de financiamento coletivo de maior sucesso é

    o Catarse, criado em 2011. Felipe Parucci, ex-estudante do Design

    UFSC, é um exemplo de usuário da plataforma, ele financiou dois

    projetos pelo site, Apocalipse, Por Favor e Já Era ambos ultrapassando o valor inicial estipulado. Motivado pelo colega, o autor

    de Project Doch’ pretende se utilizar do mesmo método para a

    realização de seu projeto.

    2.5. ANÁLISE DE SIMILARES

    Para análise de similares, eu pesquisei produtos que se

    assemelhavam ao que quero fazer, ver pontos positivos e negativos

    sobre cada um deles e o que poderia se aplicar ao meu projeto.

    Quadrinhos e livros, um deles ambientados no cyberpunk, que

    servirão de referência no processo de criação.

    http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2012/04/vaquinha-digital.htmlhttp://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2012/04/vaquinha-digital.html

  • 15

    Figura 1

    Capa de

    Gemma Bovery

    de Possy Simmonds

    Fonte:

    Amazon

    2.5.1. Gemma Bovery

    Autora: Posy Simmonds

    Gemma Bovery é uma obra que homenageia o clássico "Madame

    Bovary", de Gustave Flaubert. Lançado em 1857, o romance de Flaubert,

    apresenta a história de Emma Bovary, da infelicidade em seu casamento

    com Charles Bovary e de seus relacionamentos extraconjugais. Em

    “Gemma Bovery”, a inglesa autora Posy Simmonds, começa a história com a protagonista, personagem título, já morta. Seu vizinho Raymond,

    abalado com a perda de Gemma, descobre seus diários e os rouba na

    curiosidade de talvez saber o que poderia ser a causa da morte. No decorrer da história

    Raymond vai trançando similaridades da vida de Gemma e da

    personagem central de Madame Bovery.

  • 16

    O ponto positivo é que Possy Simonds faz exatamente um misto de

    prosa de quadrinhos em sua obra, não se sabe ao certo se é um livro ou

    quadrinho, não é livro ilustrado, pois para se entender a história é

    necessário ler os trechos em quadrinhos. O ponto negativo é que a

    fórmula utilizada por ela é um tanto bagunçada, está em um formato

    18x30cm, que também não é muito convencional, a diagramação pode

    parecer um tanto desordenada, mas reflete o tom da história e de como a

    vida de Gemma é conturbada.

    Algumas páginas são completamente em quadrinhos, mas todas

    elas possuem algum seguimento do tipo complementando história. É algo

    muito similar ao que quero em Project Doch’ no trecho que será abordado

    nesse projeto.

  • 17

    Figura 2:

    Página 32 de

    Gemma Bovery de

    Possy Simmonds

    Fonte:

    Escaneado da

    versão que

    eu possuo.

  • 18

    Figura 3: Página 37 de

    Gemma Bovery de

    Possy Simmonds

    Fonte:

    Escaneado da

    versão que eu

    possuo.

  • 19

    2.5.2. Protocolo Bluehand: Alienígenas

    Autor: grupo Jovem Nerd

    Figura 4:

    Capa do livro

    Protocolo Bluehand:

    Aliernígenas

    Fonte: PDF gratuito de

    amostra do livro.

    Os livros do Protocolo Bluehand do grupo Jovem Nerd são guias de

    sobrevivência fictícios, ilustrados onde cada volume aborda um tema

    diferente, já foram lançados até agora sobre zumbis e alienígenas. O livro

    funciona como um diário, explicando as origens dessas criaturas baseadas na

    cultura pop, de onde vem, do que se alimentam e como se defender delas.

    Está em um formato 15x18 cm, além das ilustrações, também possui uma

    arte gráfica que simula como se o livro tivesse passado por muitos donos, existem páginas sujas, manchadas de café, com anotações e observações nos

    cantos com fontes que parecem escritas a mão. Ponto positivo, os tipos de

    ilustração utilizados em tons de cinza, preto e branco, a diagramação que

    representa algo velho e usado por muitas pessoas, e a fonte utilizada como

  • 20

    referência para os textos e prosa, são coisas interessantes a serem

    incorporadas no projeto.

    O ponto negativo é que não possui nada em quadrinhos, e mesmo o

    aspecto de usado que a diagramação trás, por mais que seja interessante, aqui

    possui um contexto, em Project Doch’ talvez não seja o caso do será feito no

    prólogo, já que é um trecho da história que não cabe esse tipo de coisa.

    Figura 5:

    Página 9 do

    Protocolo

    Bluehand:

    Aliernígenas

    Fonte:

    PDF gratuito de

    amostra do livro.

  • 21

    Figura 6:

    Página12 do

    Protocolo

    Bluehand:

    Aliernígenas

    Fonte:

    PDF gratuito de

    amostra do livro.

  • 22

    2.5.3. Diário de um Banana Autor: Jeff Kinney

    O livro conta a história de Greg Heffley, um garoto que está entrando

    no ensino fundamental e os problemas que uma criança enfrenta nesse

    período. Em formato 14,5x21 cm, simulando um diário, com linhas e

    fontes que parecem escritas a mão, Diário de Um Banana também traz

    quadrinhos em sua narrativa. Por se tratar de uma obra infanto-juvenil

    mais voltada ao público infantil, essa mistura de prosa e quadrinhos é

    mais simples, são ilustrações simples, as vezes com balões de diálogos

    representando visualmente alguma situação que o protagonista enfrentou.

    Ponto positivo, a parte ilustrada são quadrinhos, trazem referências de

    balões de diálogos e fontes que podem ser utilizadas nos trechos em

    Figura 7:

    Capa do livro O

    Diário de Um

    Banana de Jeff

    Kinney

    Fonte:

    Versão digital do

    livro.

  • 23

    história em quadrinhos de Porject Doch’. O ponto negativo é que, por

    mais que se assemelhe ao formato que quero criar, ele se limita ao uso do

    quadrinho para contar a história e não trabalha com sequências inteiras

    nesse formato.

    Figura 8:

    Página 20 de

    Diário de Um

    Banana de

    Jeff Kinney

    Fonte: Versão

    digital do

    livro

  • 24

    Figura 9:

    Página 16 de

    Diário de

    Um Banana

    de Jeff

    Kinney

    Fonte:

    Versão

    digital do

    livro

  • 25

    2.5.4. Ozob Protocolo Molotov

    Autor: Leonel Calde, Deive Pazos

    Ozob Protocolo Molotov é um livro, sem ilustrações. Ele entrou

    para análise por se tratar de algo no tema cyberpunk. Foram

    analisadas principalmente as fontes usadas para os textos em prosa e

    títulos de capítulos de Project Doch’. Em um formato de 16,3x23,3

    cm, aqui são utilizadas fontes sem serifa, algo não muito comum em

    livros, já que muitos estudos sobre o tema dizem que fontes serifadas

    são mais agradáveis aos olhos para a leitura, segundo o professor

    Paulo Heitlinger do site Tipografos.net “todos os fatores que ajudem

    o olho humano a perceber uma palavra como um bloco óptico,

    Figura 10:

    Capa de Ozob

    Protocolo

    Molotov de

    Leonel Caldela

    e Deive Pazos

    Fonte:

    PDF

    gratuito de

    amostra do

    livro.

  • 26

    melhoram a legibilidade. De maneira geral, as serifas facilitam a leitura,

    pois fazem o texto parecer contínuo aos olhos do leitor; as palavras

    aparecem melhor ‘aglutinadas’” (Profº Paulo Heitlinger. Sobre Tipos Para Leitura. Site Design Culture: https://designculture.com.br/sobre-

    tipos-para-leitura. 26/08/2015).

    O ponto positivo aqui é que o livro em questão se passa

    também em um universo cyberpunk, serviu como referência visual

    para os textos em prosa por esse motivo. Os pontos negativos é que

    mesmo assim foram poucas as coisas que tirei daqui, a fonte sem

    serifa é algo que não em agradou muito e pro estilo de texto em prosa

    que quero fazer acho mais interessante manter o conceito mais

    tradicional.

    Figura 11:

    Página 21

    de Ozob

    Protocolo

    Molotov de

    Leonel

    Caldela e

    Deive

    Pazos

    Fonte:

    PDF

    gratuito de

    amostra do

    livro.

    https://designculture.com.br/sobre-tipos-para-leiturahttps://designculture.com.br/sobre-tipos-para-leitura

  • 27

    Os similares analisados me ajudaram a dar um norte ao que quero

    fazer. Utilizando o melhor que cada um oferece e adaptando da forma que

    melhor represente Project Doch’.

    Gemma Bovery foi o que mais chamou a atenção, por se tratar

    exatamente do que quero fazer, contudo sua diagramação e disposição de

    quadros e textos são muito mais particulares, perfeitos para a história que

    esta sendo contada, mas não combinam com o que Project Doch’ propõe,

    com ilustrações em preto e branco, sequencia de cenas interias em

    história em quadrinhos, fontes de texto de prosa e fontes de textos em

    quadrinhos, e voltado a um público mais adulto, Gemma Bovery foi o

    similar mais completo analisado. Protocolo Bluehand: Alienígenas, é um

    livro ilustrado, que simula um diário de sobrevivência que passou pelas

    mãos de muitas pessoas, existem textos com fontes que parecem escritas

    a mão que ajudam a complementar informações, um conceito

    interessante, mas que pro trecho a ser adaptado nesse projeto não

    funcionaria tanto no prólogo que pretendo adaptar, deste similar o que

    chamou a atenção e que pode ser aplicado ao projeto, foram as fontes, que

    servirão de referencia para os textos em prosa e as ilustrações, estas feitas

    digitalmente em tons de cinza. Diário de Um Banana, também tem um

    proposta muito parecida com a minha, contar um história se utilizando de

    prosa e história em quadrinhos, contudo por mais que ele se utilize de

    história em quadrinhos, nãos e arrisca a ponto de fazer sequencias inteiras

    dessa maneira, ao contrário de Gemma Bovery, as artes e as fontes

    utilizadas refletem bem o público alvo do produto, foram analisados

    principalmente fontes para balões de diálogo. Ozob Protocolo Molotov

    entrou na lista de analisados por também se passar em um universo

    cyberpunk, nele foram principalmente analisados a diagramação e fontes

    para o texto em prosa e o que um livro no mesmo gênero pode trazer de

    referencias para o projeto, possui fontes diferenciadas para os títulos e

    fontes sem serifa para o texto corrido, o que não me agradou muito.

    De maneira geral os similares apontaram desafios e trouxeram

    visões e caminhos diferentes que podem ser seguidos ao longo da

    produção do projeto.

    2.6. PESQUISA VISUAL

    A pesquisa visual é necessária para que o formato diferenciado da

    obra seja atrativo ao leitor, proporcionando algo diferente do que ele está

    acostumado. A ideia é incorporar na arte gráfica e diagramação elementos

    da cultura cyberpunk. Para isso foram criados painéis que representam as

    referências citadas do briefing.

  • 28

    Uma das escolhas foi a de fazer duas versões para as ilustrações,

    uma em preto e branco e uma colorida, isso se deu por conta do

    crowdfunding, as ilustrações mais simples em preto e branco seriam para

    quem contribuiu com um determinado valor. Se utilizando de mangás

    como referência, o autor quer incluir no início de cada capítulo uma

    ilustração com o título, que será aplicado nesse projeto no início do

    prólogo, como pode ser visto na figura 12 abaixo.

    Figura 11:

    Capa do

    capítulo 838

    do Volume 83

    de One Piece

    Fonte:

    escaneado da

    minha coleção

  • 29

    2.6.1. Painéis de Referências Visuais Para Project Doch’

    Esses painéis representam as referências que me ajudaram a criar o

    ambiente cyberpunk para a história e que também servem como

    referência visual do que quero seguir nas ilustrações. Foram feitos dois

    painéis, um para cenários e um para personagens.

    Figura 12: Painel visual para a megalópole Alpha City feito por mim Fonte: Pinterest

  • 30

    Figura 13: Painel Visual de personagens feito por mim Fonte: Pinterest

  • 31

    2.6.2. Referências de Ilustração

    Artemii Myasnikov

    É um ilustrador focado em “garotas, criaturas estranhas e coisas

    tecnológicas”, como ele mesmo descreve em seu Instagram. Sigo o trabalho de Artemii há bastante tempo, ele tem um traço bem único e um

    ótimo jogo de cores em suas ilustrações, sempre desenhando a mão e

    utilizando marcadores e nanquim para colorir.

    Figura 14: ilustrações de Artemii Myasnikov Fonte:

    https://www.instagram.com/art_veider

    https://www.instagram.com/art_veider

  • 32

    Josan Gonzales

    Josan se especializou especificamente em ilustrações cyberpunk,

    suas artes retratam sociedades onde homens e maquinas dividem espaço,

    é mundialmente conhecido por isso e já desenhou várias capas de revistas

    e livros sobre o tema, inclusive as artes dele foram utilizadas nas capas da

    edição brasileira mais recente da trilogia Sprawl de William Gibson,

    citada anteriormente. Ele possui um traço delicado e detalhado e gosta de

    brincar com tons monocromáticos.

    Figura 15: Ilustrações de Josan Gonzales Fonte:

    https://www.instagram.com/deathburger/ e https://www.artstation.com/josan

    https://www.instagram.com/deathburger/https://www.artstation.com/josan

  • 33

    FASE 2 – PRODUÇÃO – ADAPTAÇÕES E ARTE

    3. ADAPTAÇÃO DE ROTEIRO

    3.1. Roteiro em História em Quadrinhos do Prólogo.

    Página 01

    Quadro 001: Vick dançando e bebendo cerveja, com um grupo de

    pessoas.

    Quadro 002: Uma das meninas desse grupo dando uma cotovelada

    sem querer na cara de um policial, que está junto com seu parceiro.

    Quadro 003: O policial com a mão no rosto.

    Policial 1: “Sua vadia!”

    Menina: “Desculpe, senhor, eu não vi!”

    Quadro 004: Policial com o nariz sangrando segurando a menina pela

    camisa.

    Policial: “Não viu a puta que te pariu!”

    Menina: “Eu sinto muito, senhor, foi sem querer!”

    Quadro 005: O policial dando um soco na cara da menina.

    Policial: “Agora você vai aprender!”

    Página 02

    Quadro 006: A menina no chão, policial apontando a arma pra ela,

    pessoas em volta olhando.

    Menina: “Por favor, senhor, não...”

    Policial: “Sua merdinha!”

    Quadro 007: Vick olhando assustada.

    Vick: “Não!”

    Quadro 008: Policial.

  • 34

    Quadro 009: Arma apontada pra menina.

    Quadro 010: IG e o amigo, um do lado do outro, olhando a confusão.

    Amigo do IG “Essa não... é a filha do meu amigo...”

    Quadro 011: Close em IG. “Por favor, Victoria.... Não faça...”

    Página 03

    Quadro 012: Victoria dando um chute na cara do policial, IG narrando.

    “...Nada estúpido...”

    Quadro 013: Policial caindo no chão.

    Quadro 014: Menina assustada.

    Quadro 015: Victoria irritada.

    Página 04

    Quadro 016: Outro policial apontando a arma pra Victoria. “SUA

    MALUCA, VOCÊ JÁ ERA!”

    Quadro 017: Vick em posição de combate, pessoas correndo.

    Vick: “Vamos ver então, seu filho da puta!”

    Quadro 018: IG e o Amigo.

    IG: ”TOMA CUIDADO!!”

    Amigo do IG “Ela realmente sabe dar porrada…”

    Quadro 019: Policial atirando.

    Quadro 020: Vick abaixando.

    Quadro 021: O tiro acertando alguém.

    Quadro 022: Vick acertando um gancho no outro policial.

  • 35

    Página 05

    Quadro 023: O policial agarrando a peruca de Vick enquanto cai.

    Quadro 024: Vick pegando uma faca/Lâmina/qualquer arma

    perfurante, no cinto.

    Quadro 025: Vick enfiando a faca na cara do policial no chão.

    Quadro 026: IG segurando Vick pelo ombro, seu amigo atrás dele, a

    menina ao lado.

    IG: “VICTORIA!” “OLHA O QUE VOCÊ FEZ!”

    Quadro 027: Vick olhando o corpo do inocente no chão.

    Quadro 028: Close em Vick. “Essa não...”

  • 36

    3.2. Roteiro em Prosa do Prólogo.

    As luzes em neon piscavam em muitas cores, as pessoas, em sua

    maioria jovens, dançavam ao som de uma alta música com ritmos

    eletrônicos. Na frente da pista de dança ficava o bar, onde haviam dois

    homens sentados conversando, e dois policiais debruçados, bebendo,

    fumando, completamente paramentados, com seus coletes, armas, e

    cassetetes. Atrás do balcão, na parede de modo com que todos no bar

    pudessem ver, estavam dois cartazes de procurado, um de um robô, com

    os dizeres, “IG 9000, Procurado por sequestro, recompensa de 20

    bilhões de créditos, não comprometer seu banco de dados, caso o

    contrário a recompensa não será paga” o outro de uma menina ruiva

    com um sorriso debochado, “Victoria Beauvoir, vítima de sequestro,

    sofre de síndrome de Estocolmo, é extremamente violenta e perigosa, trazer viva e ilesa, recompensa 50 bilhões de créditos”. Na pista de

    dança, dentre os jovens, uma mulher se destacava, tinha cabelos azuis,

    olhos verdes, pele branca e um largo sorriso no rosto, aproveitando a

    música, vestia um casaco jeans, e uma camiseta preta, com desenhos que

    ela mesmo parecia ter feito, com os dizeres “Gigante Guerreiro” e uma

    estampa de um robô prateado, calças pretas e um coturno marrom escuro,

    segurava uma cerveja na mão e dançava como se fosse o último dia de

    sua vida.

    Até que chegou uma menina dançando próxima a ela, negra, cabelos

    pretos, compridos e com várias trancinhas presas em um coque.

    - Você é linda, menina. Qual é o seu nome? - Perguntou ela para moça de cabelos azuis.

    - Meu nome é Rei. E você que é linda - Respondeu com um sorriso - Qual o seu nome?

    - É Zoe. Você veio sozinha? - Não, vim com o meu pai - Disse Rei apontando a mão com a

    cerveja para um dos homens sentados no bar. O pai dela,

    debruçado sobre o balcão, vestia um sobretudo preto, cachecol e

    capuz da mesma cor, conversava com o homem sentado ao lado

    dele.

    - Nossa, ele tá conversando com o meu amigo. Esse primeiro andar da cidade é um ovo! - Disse Zoe - Você gosta de meninas?

    - Hahaha desculpa, você é linda, mas eu tenho um namorado. Não vejo ele faz um tempo, problemas da vida.

    - Que pena, ele é um cara de sorte.

  • 37

    - Mas nada impede a gente de ser amigas. Essa noite tem que ser especial pra mim, eu não vou ir em uma festa de novo

    em um bom tempo!

    As duas continuaram dançando juntas, e jogando conversa fora

    enquanto bebiam.

    Os dois policiais deixaram o balcão, um deles levava uma

    cerveja, começaram a passar pela multidão, empurrando e xingando

    quem estivesse em seu caminho. As meninas dançavam, em sua

    euforia e diversão, quando Zoe sem querer acertou uma cotovelada

    no rosto de um dos policiais derrubando sua cerveja no chão. O

    homem fechou a cara e a segurou pelo casaco, puxando próximo ao

    seu rosto violentamente.

    - Sua vadia. Olha o que você fez! - Gritou na cara de Zoe, que sentiu o bafo de bebida e cigarro da autoridade.

    - Desculpa, foi sem querer, sério. Eu pago outra cerveja pro senhor - Disse Zoe com a voz tremida.

    - Hey, cara! Relaxa, foi sem querer, a gente não quer confusão! - Disse Rei tentando afastar o policial de sua nova

    amiga.

    Então, sem a menor hesitação, ele deu uma cabeçada no rosto de

    Zoe, que caiu no chão com o nariz sangrando.

    - Agora você vai se arrepender - Disse ele tirando sua pistola do coldre e apontando para a menina indefesa no chão.

    - Por favor, senhor… não - Disse Zoe morrendo de medo. Rei olhou para a cena sem acreditar, em seu coração disparou e

    um turbilhão de emoções explodiu, sentiu um arrepio gelado subir

    pela sua espinha e se espalhar todo o seu corpo. No balcão o pai de

    Rei e o amigo de Zoe olhavam apreensivos para a situação.

    - Essa não… é a filha do meu amigo… - Disse o amigo de Zoe, era um homem velho, beirando os 50 anos, barba por

    fazer, cabelos compridos até o pescoço, lambido para trás,

    usava um óculos de mecânico redondo, preto na testa.

    - Por favor… não faça nada... - Disse o pai de Rei, por trás do capuz, do sobretudo e do cachecol, estava um rosto

    extremamente pálido escondido por um óculos escuro

    grande e vermelho. Antes de terminar a frase, Rei, em um

    rápido movimento, acertou um chute na cara do policial,

    que nem se quer conseguiu ver de onde veio - … estúpido…

    - Concluiu ele fechando os olhos desapontado, esperando a

    merda que iria acontecer.

  • 38

    Era como se o tempo estivesse parando, o policial caia lentamente no

    chão, enquanto sangue espirrava de seu nariz e sua boca em meio a

    alguns dentes. As pessoas se afastavam, algumas fugiam do

    estabelecimento. O homem caiu no chão desacordado, Rei não sabia se

    ele estava vivo ou não, na realidade não se importava com isso, se pôs

    à frente de Zoe e olhou ameaçadoramente para o outro policial.

    - Sua, maluca! Você já era! - Gritou o outro policial, dessa vez apontando a arma para Rei.

    - Vamos ver quem já era então. Seu filho da puta! - Disse Rei assumindo uma posição de combate.

    - Cuidado! - Gritou o pai de Rei. - Ela realmente aprendeu a dar porrada - Disse o amigo de Zoe

    boquiaberto.

    O policial atirou, Rei em outro rápido movimento se abaixou

    desviando da bala e se aproximando de seu atacante antes mesmo de

    ele conseguir puxar o gatilho de novo. Desferiu um gancho tão forte

    no rosto do homem, que este chegou a subir alguns centímetros no ar

    antes de começar a cair. Igual ao seu parceiro, alguns dentes saíram de

    sua boca junto com sangue em um espetáculo de violência. Enquanto

    ele caia conseguiu agarrar os cabelos de Rei, que escorregaram de sua

    cabeça com facilidade conforme ele ia para o chão, se revelando uma

    peruca, deixando a mostra as verdadeiras madeixas vermelhas de Rei.

    O policial caiu no chão agonizando, empapado de sangue e ainda

    cuspindo alguns dentes enquanto falava.

    - Você… - Disse ele. A garota pegou uma faca de seu cinto, escondida na parte de trás,

    se agachou e a enfiou bem no meio do peito do policial.

    - Sim, eu… - Disse enquanto empurrava a faca lentamente no coração do policial, assistindo com prazer a vida deixar os olhos

    dele aos poucos.

    - VICTORIA! - Gritou o pai de Rei, a menina olhou pra ele - Olha o que você fez!

    Ela se levantou e olhou para trás, Zoe olhava pra ela chocada,

    com um sorriso fascinado no rosto, a poucos metros dela, caído de

    bruços, morto, em cima de uma poça de sangue que crescia, estava um

    rapaz que havia levado o tiro que o policial disparou, na cabeça.

    - Não… - Disse Rei não acreditando no que via, seus olhos ficaram vermelhos e marejaram lágrimas - Não…

    - Rei? - Disse Zoe para ela. - Desculpa, Zoe. Mas meu nome é Victoria.

  • 39

    3.3. Roteiro Combinado com História em Quadrinhos e Prosa do

    Prólogo

    Página 01

    Quadro 01: Victoria dançando.

    Quadro 02: Na frente da pista de dança ficava o bar, onde haviam

    dois homens sentados conversando, e dois policiais debruçados.

    Quadro 03: Cartaz de Victoria e IG atrás do balcão em close,

    com os dizeres, “IG 9000, Procurado por sequestro, recompensa de

    20 bilhões de créditos, não comprometer seu banco de dados, caso o

    contrário a recompensa não será paga” o outro de uma menina ruiva com um sorriso debochado, “Victoria Beauvoir, vítima de

    sequestro, sofre de síndrome de Estocolmo, é extremamente violenta e perigosa, trazer viva e ilesa, recompensa 50 bilhões de créditos”.

    Página 02

    Prosa: Em meio à multidão de jovens na pista de dança, uma

    menina se aproximou interessada na bela moça de cabelos azuis que

    dançava sozinha como se fosse o último dia de sua vida envolvida

    pelo ritmo da música e das luzes de neon.

    Quadro 01: Zoe ao lado de Vick dançando

    “Você é linda, menina. Qual é o seu nome? “

    Prosa:

    - Meu nome é Rei. E você que é linda - Respondeu com um sorriso -

    Qual o seu nome?

    - É Zoe. Você veio sozinha?

    - Não, vim com o meu pai - Disse Rei apontando a mão com a

    cerveja para um dos homens sentados no bar. O pai dela,

    debruçado sobre o balcão, vestia um sobretudo preto, cachecol e

    capuz da mesma cor, conversava com o homem sentado ao lado

    dele.

    - Nossa, ele tá conversando com o meu amigo. Esse primeiro andar

    da

  • 40

    cidade é um ovo! - Disse Zoe - Você gosta de meninas?

    - Hahaha desculpa, você é linda, mas eu tenho um namorado. E

    acho que sou pouquinho velha pra você também.

    - Que pena, ele é um cara de sorte.

    - Mas nada impede a gente de curtir um pouco. Essa noite tem que

    ser especial pra mim, eu não vou ir em uma festa de novo em um

    bom tempo!

    As duas continuaram dançando juntas, e jogando conversa fora

    enquanto bebiam.

    Os dois policiais deixaram o balcão, um deles levava uma

    cerveja, começaram a passar pela multidão, empurrando e xingando

    quem estivesse em seu caminho. As meninas dançavam, em sua

    euforia e diversão, quando Zoe sem querer acertou uma cotovelada

    no rosto de um dos policiais derrubando sua cerveja no chão. O

    homem fechou a cara e a segurou pelo casaco, puxando próximo ao

    seu rosto violentamente.

    - Sua vadia. Olha o que você fez! - Gritou na cara de Zoe, que

    sentiu o bafo de bebida e cigarro da autoridade.

    - Desculpa, foi sem querer, sério. Eu pago outra cerveja pro senhor

    - Zoe disse com a voz tremida.

    - Hey, cara! Relaxa, foi sem querer, a gente não quer confusão! - Disse Rei tentando afastar o policial de sua nova amiga.

    Então, sem a menor hesitação, ele deu uma cabeçada no rosto de

    Zoe, que caiu no chão com o nariz sangrando.

    - Agora você vai se arrepender - Disse ele tirando sua pistola do coldre e apontando para a menina indefesa no chão.

    - Por favor, senhor… não - Disse Zoe morrendo de medo. Rei olhou para a cena sem acreditar, em seu coração disparou e

    um turbilhão de emoções explodiu, sentiu um arrepio gelado subir

    pela sua espinha e se espalhar todo o seu corpo. No balcão o pai de

    Rei e o amigo de Zoe olhavam apreensivos para a situação.

    Quadro 01: Os dois homens no balcão olhando o tumulto

    Quadro 02: Homem ao lado de IG

    “Essa não… é a filha do meu amigo…”

    Quadro 03: Close em IG

  • 41

    “Por favor… não faça nada... “

    Página 03 e 04

    Página Splash

    Quadro 01: Victoria dando um chute na cara do policial

    Quadro 02: Close em IG

    “ … nada estúpido… “

    Página 05

    Quadro 01: Policial caindo Victoria e Zoe ao fundo.

    Prosa: As pessoas se afastavam, algumas fugiam do estabelecimento.

    O homem caiu no chão desacordado, Rei não sabia se ele estava

    vivo ou não, na realidade não se importava com isso, se pôs a frente

    de Zoe e olhou ameaçadoramente para o outro policial.

    - Sua, maluca! Você já era! - Gritou o outro policial, dessa vez apontando a arma para Rei.

    - Vamos ver quem já era então. Seu filho da puta! - Disse Rei assumindo uma posição de combate.

    - Cuidado! - Gritou o pai de Rei. - Ela realmente aprendeu a dar porrada - Disse o amigo de

    Zoe boquiaberto.

    Quadro 02: O policial atirando

    Quadro 03: Victoria se abaixando desviando da bala.

    Quadro 04: Victoria se aproximando de seu atacante

    (Mesmo enquadramento do “Quadro 03”)

    Página 06

    Quadro 01: Victoria acertando um soco no outro policial.

  • 42

    Quadro 02: Mão do policial segurando a peruca de Victoria.

    Quadro 03: Policial caindo com a peruca na mão revelando parte do

    cabelo original de Victoria.

    Quadro 04: Policial caído no chão, Victoria em destaque.

    Página 07

    Prosa:

    - Você… - Disse ele. A garota pegou uma faca de seu cinto, escondida na parte de trás,

    se agachou e a enfiou bem no meio do peito do policial.

    - Sim, eu… - Disse enquanto empurrava a faca lentamente no coração do policial, assistindo com prazer a vida deixar os olhos

    dele aos poucos.

    - VICTORIA! - Gritou o pai de Rei, a menina olhou pra ele - Olha o que você fez!

    Ela se levantou e olhou para trás, Zoe olhava pra ela chocada,

    com um sorriso fascinado no rosto, a poucos metros dela, caído de

    bruços, morto, em cima de uma poça de sangue que crescia, estava um

    rapaz que havia levado o tiro que o policial disparou, na cabeça.

    - Não… - Disse Rei não acreditando no que via, seus olhos ficaram vermelhos e marejaram lágrimas - Não…

    Quadro 01: Victoria parada, Zoe atrás dela

    Zoe:“Rei?”

    Victoria: “Desculpa, Zoe. Mas meu nome é Victoria.”.

  • 43

    4. THUMBNAIL

    Após a adaptação do roteiro o passo seguinte foi criação das

    thumbnails. Thumbnails são miniaturas das páginas que servem como

    guia para a versão final. Nelas foram testados posicionamentos de

    planos para cenas em quadrinhos e a divisão dos quadrinhos nas

    páginas junto com os textos. Ao todo serão 7 páginas do prólogo em

    si, não contando a página de capitulo ou a capa, dentre essas páginas

    uma “splash page”, termo usado nos EUA quando uma única arte ocupa duas páginas.

    4.1. TESTES DE THUMBNAIL

    Antes de criar as thumbnails, foi necessário estabelecer a posição

    dos textos no layout das páginas. Por preferência, seguindo a regra dos

    terços e zonas de visualização, foi estabelecido que, quando forem

    necessários textos e ilustrações nas mesmas páginas, as artes não

    apareceriam do lado direito e os textos seriam alinhados à esquerda

    para manter um tom despojado.

    Thumbnail 1

    Figura 17: Thumbnail 1

  • 44

    Thumbnail 2

    Figura 18: Tumbnail 2

    Thumbnail 3

    Figura 19: Thumbnail 3

  • 45

    Três Thumbnails foram testadas, a versão final escolhida foi

    um misto da Thumbnail 1 com a 3. Segue abaixo (Figura 20) como

    ficou a disposição final das páginas.

    Figura 20: Thumbnail escolhida

    A thumbnail em questão foi escolhida por deixar mais

    dinâmica as disposição dos quadros nas páginas, com linhas diagonais

    que ajudam no movimento das cenas.

  • 46

    5. ILUSTRAÇÕES

    Com base nos ilustradores usados como referência, foram

    feitas as artes. O processo tem início com desenhos a mão e line art.

    Feito o line art, eles são escaneados, com esse material digitalizado

    será feita a arte final colorida e em preto e branco. As artes finais em

    preto e branco seguirão o estilo de mangá, com bastante hachura,

    retículas e tons de cinza em alguns sombreados.

    Por escolha própria os desenhos serão feitos separados e só

    depois de arte finalizados, vão ser colocados na página junto com os

    quadros, textos em prosa e os balões. Decidi fazer dessa maneira,

    pois como os desenhos serão feitos a mão inicialmente, queria ter

    mais espaço para fazer detalhes, que poderiam se perder se fizesse

    eles de maneira reduzida me limitando ao tamanho dos quadros.

    Como referência para as artes em preto e branco, foram utilizados

    mangás como referências, mais especificamente Akira. Então serão

    usadas retículas para fazer diferentes tons de cinza. Segue as

    ilustrações, line art, finalizadas coloridas e em preto e branco.

  • 47

    Figura 21: Página 67 do primeiro volume de Akira

    Fonte: Escaneado da minha coleção

  • 48

    Figura 22: Imagem Para o cartaz de “Procurada” de Victoria Fonte: Matheus Gomes Coelho (2018)

  • 49

    Figura 23: Imagem para o cartaz de procurado de IG-9000

    Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 50

    Figura 24: Victoria dançando e Zoe

    Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 51

    Figura 25: IG-900 disfarçado e o amigo de Zoe no bar

    Fonte: Arte de minha autoria (2018)

    Figura 26: IG-9000 e o amigo de Zoe olhando a confusão

    Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 52

    Figura 27: IG-9000 disfarçado

    Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 53

    Figura 28: Página Slpash, Victoria dando um

    soco em um dos policiais.

    Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 54

    Figura 29: Victoria atacando o outro policial Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 55

    Figura 30: Victoria dando um soco em outro policial e sequências dessa cena

    Fonte: Matheus Gomes Coelho (2018)

  • 56

    Figura 31: Policial caído no chão e Victoria re velando sua verdadeira identidade para Zoe

    Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 57

    Figura 32: Capa e contra capa

    Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 58

    Figura 33: Capa de capítulo Fonte: Arte de minha autoria (2017)

  • 59

    Figura 34: Página 01 colorida Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 60

    Figura 35: Página 01 preto e branco Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 61

    Figura 36: Página 02 colorido Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 62

    Figura 37: Página 02 preto e branco Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 63

    Figura 38: Página 03 e 04 colorido Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 64

    Figura 39: Página 03 e 04 preto e branco Fonte: Arte de minha autoria

    (2018)

  • 65

    Figura 40: Página 05 colorida Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 66

    Figura 41: Página 05 preta e branco Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 67

    Figura 42: Página 06 colorido Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 68

    Figura 43: Página 06 preto e branco Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 69

    Figura 44: Página 07 colorido Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 70

    Figura 45: Página 07 colorido Fonte: Arte de minha autoria (2018)

  • 71

    6. FORMATO

    O formato escolhido foi o de 16 x 23 centímetros, alguns

    milímetros a menos do utilizado em Ozob Protocolo Molotov. É um

    formato mais convencional de livros, além de ser mais econômico

    pois aproveita mais a lâmina usada nas impressoras industriais

    6.1 TIPOGRAFIA

    Serão necessários três tipos de tipografia, uma para os títulos de

    capítulos, uma para os trechos em prosa e uma para os textos dentro

    dos balões de diálogo dos quadrinhos. Sendo assim foram levantadas

    critérios para escolha.

    Fonte para o texto - mais sóbria, com serifa para facilitar o ritmo da leitura, ao contrário do que foi feito Ozob Protocolo

    Molotov, preferi manter mais convencional desse quesito;

    Fonte para os quadrinhos - mais descontraída mas, sem ser muito irregular, sem serifa;

    Display - para títulos, essa em especial deve remeter a letreiros em neon;

    Figura 31:

    Exemplo do

    tamanho

    feito por

    mim

  • 72

    Com isso em mente, para os textos em prosa foi escolhida a

    fonte roboto slab em formato regular.

    Project Doch’

    Para os textos dentro dos balões de diálogos será usado Komika

    text.

    PROJECT DOCH’

    Para os títulos a fonte a ser usada será a Nunito.

    Analisando os similares e a fontes utilizadas neles, escolhi as

    três em questão por representarem mais os aspectos do que desejo

    transmitir. Elas trazem sobriedade, uma descontração moderada e

    uma diferenciada para os títulos que fazem referência a letreiros em

    neon.

    6.2. ENCADERNAÇÃO

    São dois tipos de ilustração, colorido e em preto e branco. Será

    usado o mesmo papel para ambas as versões, offset 90g, já a capa

    será um papel couché gramatura 120g. Como serão somente 7

    páginas, o ideal é fazer com lombada canoa.

    6.3. CONCLUSÃO

    Com essas etapas completas o projeto chegou ao fim e

    desenvolve-lo se tornou um verdadeiro desafio, o que parecia algo

    simples se estendeu por muito tempo conforme sua complexidade ia

    aumentando. Venho lapidando Project Doch’ desde 2013, é uma

    história complexa e longa que acabou crescendo ainda mais

    conforme o projeto avançava e via as possibilidades que esse

    formato pode trazer para a narrativa. HISTÓRIA EM

    QUADRINHOS COMBINADO COM PROSA proporciona uma

  • 73

    experiência de leitura diferente e pouco convencional, que o consumidor

    não está muito acostumado a ver. Creio que ir por esse caminho e fugir do

    padrão são fatores que podem ajudar Project Doch’ a ser mais único.

    Aplicar o formato e finalizar essas páginas no projeto, me deixam a

    sensação de primeiro passo dado depois dos anos que venho dedicando

    meu tempo livre a criar esse universo. O objetivo do projeto em questão foi

    sem dúvidas alcançado, o produto final me deu orgulho e não vai parar por

    aqui.

    Project Doch’ é um sonho, com esse primeiro protótipo eu finalmente

    vi uma versão física dele e de como pode ficar, essa não vai ser uma versão

    final, pretendo aprimorar ainda mais, lapidar mais as artes e explorar as

    possibilidades que esse formato proporciona. É uma história forte, com

    personagens marcantes, visualmente impactante, com muitas lições a serem

    transmitidas e História em Quadrinhos Combinado Com Prosa foi só o

    ponta pé inicial para concretização desse sonho.

    7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Em todo o processo de pesquisa e criação fui aprendendo e

    aprimorando ainda mais minhas habilidades, de escrita e principalmente de

    desenho. Escrever um roteiro de quadrinhos, destrinchar ele e transformar

    em uma prosa, depois readaptá-lo para o formato sugerido me ajudou a

    amadurecer a escrita, eu nunca fiz algo tão complexo como os métodos que

    usei para colorir e depois adaptar isso pra uma versão em preto e branco.

    Eu sempre soube o que queria fazer, mas esse projeto proporcionou uma

    visão que não havia imaginado sobre a minha própria história e como esse

    formato pode me ajudar a enriquece-la ainda mais. As referencias, os

    similares analisados, eu só tive noção da riqueza e da complexidade do que

    estou desenvolvendo quando tive que compilar tudo aqui. Eu sempre fui

    inseguro com relação ao meu trabalho, a cada desenho que eu faço sinto

    que poderia ser melhor e fico me cobrando isso mentalmente depois, nunca

    dei o devido valor as coisas que crio, somente com o trabalho que deu fazer

    esse projeto pude ver com outros olhos minha arte. Como já mencionei

    anteriormente a ideia inicial Project Doch’ surgiu em 2013 e de lá pra cá fiz

    muitos projetos e trabalhos baseados nele, olhando para trás vejo o quanto

    algo que criei marcou tanto minha vida acadêmica e terminar o curso

    fazendo algo focado nisso é motivo de muita felicidade.

  • 74

    8. REFERÊNCIAS

    Wikipédia, Cyberpunk. Disponível em:

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Cyberpunk/> Acesso em: 04 de

    dezembro de 2018.

    BENFICA, Lucas, Sobre Tipos Para leitura. Disponível

    em: https://designculture.com.br/sobre-tipos-para-leitura/>

    Acesso em: 04 de dezembro de 2018.

    http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2012/04/vaquin

    ha-digital.html

    LUPTON, Ellen; Graphic Design Thinking. São Paulo,

    Editora G. Gilli, 2013.

    SIMMONDS, Posy; Gemma Bovery. São Paulo, Editora

    Conrad, 2006.

    KINNEY, Jeff, O Diário de Um Banana. São Paulo,

    Editora Vergana & Riba 2008.

    SPOHR, Eduardo; OTTONI, Alexandre; PAZOS, Deive, Protocolo

    Bluehand Alienígenas. Curitiba, Editora Nerd Books 2011.

    CALDELA, Leonel/PAZOS, Deive, Ozob Protocolo

    Molotov. Curitiba, Editora Nerd Books 2016.

    CIRNE, Pedro, “Gemma Bovery” Une Quadrinhos a Prosa.

    Disponível em:

    https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0910200615.htm/>

    Acesso em: 04 de dezembro de 2018.

    CASTRO, Luana , História das Histórias em Quadrinhos,

    Disponível em:

    https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/historia-

    historia-quadrinhos.htm/> Acesso em: 04 de dezembro de

    2018.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Cyberpunkhttps://designculture.com.br/sobre-tipos-para-leitura/https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0910200615.htm/https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/historia-historia-quadrinhos.htmhttps://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/historia-historia-quadrinhos.htm

  • 75

    GONZALES, Josan, https://www.artstation.com/josan,

    https://www.instagram.com/deathburger/> Acesso em:

    Acesso em: 04 de dezembro de 2018.

    MYASNIKOV, Artemii,

    https://www.instagram.com/art_veider/> Acesso em: 04 de

    dezembro de 2018.

    https://www.artstation.com/josanhttps://www.instagram.com/deathburger/https://www.instagram.com/art_veider/