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Höganäs Press Publicação Höganäs Brasil Setembro de 2008 Maior e mais ágil Nova planta da Höganäs Brasil, em Mogi das Cruzes, duplica produção de pó de ferro atomizado Aposta internacional Matriz sueca destaca importância da Höganäs na América do Sul. Pág. 3 Sinterização em alta Cresce o uso da metalurgia do pó aplicada à sinterização. Pág. 6 Nutrindo o mundo Adição de pó de ferro em farinhas diminui incidência de anemias. Pág. 11

Höganäs Nova Planta

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  • Hgans Press

    Publicao Hgans BrasilSetembro de 2008Maior e mais gil

    Nova planta da Hgans Brasil, em Mogi das Cruzes, duplica produo de p de ferro atomizado

    Aposta internacional

    Matriz sueca destaca importncia da Hgans na Amrica do Sul. Pg. 3

    Sinterizao em alta

    Cresce o uso da metalurgia do p aplicada sinterizao. Pg. 6

    Nutrindo o mundo

    Adio de p de ferro em farinhas diminui incidncia de anemias. Pg. 11

  • Poucas indstrias no mundo es-to dedicadas hoje ao que ns da Hgans fazemos: a produo de p de ferro, uma matria-prima utilizada em milhares de linhas de produo nos cinco continentes e nos mais diversos setores, entre eles o automotivo, o de alimen-tos e de eletrodomsticos. Este verstil e mgico p de ferro, que veio revolucionar diferentes pro-cessos industriais, contribuindo para o aumento da qualidade e produtividade, tem 211 anos de histria na Hgans. A em-presa, de origem sueca, acumula conhecimento profundo e sem parmetros no mercado mundial nesta rea e se concentra essen-cialmente na pesquisa, desenvol-vimento e projetos de aplicao do p de ferro e metais de alta liga. Isso significa que no ape-nas fornecemos a matria-prima como tambm damos suporte to-tal na aplicao do nosso produto, operando lado-a-lado com nosso cliente e cada vez mais nos su-perando e apresentando novas solues e tecnologias.

    No Brasil, onde a Hgans est desde 1998, quando adquiriu as operaes da Belgo Brasileira, experimentamos um crescimento de 56% nos ltimos trs anos, e um crescimento de participao nos negcios do grupo, de 5% em 2005 para 10% em 2008. Este resultado, fruto do trabalho dedi-cado de estudo de aplicao do p de ferro no mercado brasileiro, nos permitiu alar vos maiores. Como voc poder ler no decorrer

    deste nosso informativo especial, inauguramos uma nova planta em Mogi das Cruzes, na Grande So Paulo, que neste momento nos permite dobrar nossa capacidade de produo de p de ferro ato-mizado. Ela vem atender cres-cente demanda e, sobretudo, dar respaldo aos cerca de 50 projetos de aplicao do p de ferro em curso junto a novos clientes e em diferentes etapas de desenvolvi-mento.

    Todo esse investimento, no qual foram demandados cerca de US$ 20 milhes, justifica-se pelo fato de que sabemos muito bem o que fazemos e por que fazemos. Nosso foco permitir que a in-dstria brasileira e as dos demais pases da Amrica Latina possam migrar suas linhas de produo de componentes metlicos, hoje com uma tecnologia de baixo valor agregado e alto custo, para a tecnologia da sinterizao com o uso do p, capaz de oferecer pelos menos trs grandes vanta-gens: custos at 30% inferiores, produtividade at 100% maior e um reduzido impacto ambiental. Dentre esses projetos, grande parte concentra-se no setor au-tomotivo, que vem apresentando alta adeso em componentes de motores, sistemas de exausto (flanges) e cubos para sistemas de embreagem. Espera-se que a adoo da tecnologia do p em componentes automotivos cresa dos atuais 5 kg de peas/au-tomvel passageiro para 8 kg nos prximos trs anos.

    Nossa previso que encerremos o ano de 2008 com 47 mil tonela-das de p de ferro comercializa-das, atendendo no apenas ao mercado latino-americano, mas tambm exportando uma parte para a sia e frica do Sul.

    Queremos assim partilhar este novo empreendimento com voc, leitor usurio, cliente, parceiro, funcionrio e amigo da Hgans que tem contribudo ativamente para esta mudana.

    Claudinei Reche, presidente da Hgans na Amrica do Sul

    [email protected]

    Mensagem do Presidente

    Verstil e mgico

    p de ferro

    Hgans Press um informe especial sobre a inaugurao da nova fbrica da Hgans Bra-sil, em Mogi das Cruzes. Av. Ricieri Jos Marcatto, 110 - CEP 08810-020 - Mogi das Cruzes - SP Tel (11) 4736-7744 - www.hoganas.com.brProduo e Edio: Agncia Thrust Marketing Solutions - Tel.: (11) 5073-5852 [email protected] / Jornalista Responsvel - Diva de Moura Borges - Coordenao Editorial - Anthony Gladek e Fabio Castro.

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  • A Hgans a maior fabricante de p de ferro do mundo, com liderana de mercado nos cinco con-tinentes. Com origem na cidade de Hgans, na Sucia, a companhia guarda 211 anos de histria na pesquisa, desenvolvimento e aplicao de ps metlicos em suas vrias vertentes. Isto significa um acmulo de conhecimento sem similar deste produto usado em diferentes linhas de fabricao de componentes metlicos. Em 2007, o grupo sueco vendeu 440 mil toneladas de p de ferro e sua participao na Amrica do Sul vem crescendo de forma consistente. Os resultados positivos tm tor-nado este mercado parte significativa dos negcios da Hgans Mundial.

    Alrik Danielson, CEO da Hgans, traduz com n-fase a expectativa da companhia em relao ao Brasil. Decidimos investir aqui em Mogi das Cruzes porque cremos no futuro do Pas e porque temos um profundo respeito pelo profissionalismo e pela ha-bilidade de criar resultados de nossa equipe brasilei-ra. A boa infra-estrutura e um apoio a longo prazo das autoridades locais tm sido fatores importantes tambm, afirma o presidente mundial da compa-

    nhia. Ele destaca ainda que, com a ampliao da unidade fabril, a Hgans Brasil tornou-se agora uns dos centros de produo e desenvolvimento mais importantes do Grupo.

    Os diferentes ps metlicos Os ps metlicos produzidos pela Hganas Mundial so aplicados como matria-prima em dife-rentes processos industriais:

    Hgans Mundial

    aposta no Brasil

    Alrik Danielson, CEO da Hgans

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  • Setembro marca uma nova etapa na histria da H-gans Brasil, subsidiria da companhia sueca con-siderada a maior fabricante de p de ferro no mun-do. A inaugurao de sua nova planta fabril, com dois prdios de cerca de 2.500 mil m2 cada em uma rea de 50 mil m2 no bairro de Cesar de Souza, em Mogi das Cruzes, na Grande So Paulo, estabelece um ritmo duplicado de produo para a companhia, que hoje supre os mercados da Amrica do Sul e ainda exporta para sia e frica do Sul. A indstria investiu R$ 31 milhes para ampliar sua capacidade de produo de 30 mil toneladas/ano de p de ferro atomizado para 60 mil toneladas/ano.

    A Hgans Brasil tem hoje cerca de 50 projetos dis-tintos, em diferentes etapas de estudo e implemen-tao, que visam introduzir a tecnologia da sinteriza-o com o uso do p de ferro nas diversas indstrias que utilizam componentes metlicos. Cerca de 80% desses esto concentrados no setor automotivo. Dentre eles, projetos que envolvem componentes de motores, sistemas de exausto (flanges) e cubos para sistemas de embreagem, esclarece o diretor de Marketing, Marcio Carvalho.

    O projeto de expanso da Hgans Brasil envolveu a aquisio de rea vizinha unidade antiga da em-presa. A nova planta incorpora as duas grandes ope-raes que resultam na produo do p de ferro ato-mizado: a aciaria e a reduo. At julho, a etapa de reduo era feita na unidade de Jacare, a 44 km de

    Mogi das Cruzes. Com o novo prdio, a unidade de Jacare foi desativada e transferida para Mogi. O ali-nhamento veio conferir mais agilidade ao processo industrial e mais controle sobre a produo, facili-tando tambm a logstica do produto final e maior acesso matria-prima utilizada pela Hgans Bra-sil: a sucata de estamparia automotiva.

    Aciaria e reduoO forno da aciaria, que faz a fuso para a atomi-zao e a secagem do metal na seqncia, com-portava at 6 toneladas de matria-prima e tinha uma capacidade produtiva de 2.400 toneladas/ms. A nova aciaria dotada de forno eltrico a arco que comporta at 15 toneladas e uma capacidade de produo de 6.000 toneladas/ms, com um sistema controlado por CLP (Controle Lgico Programado), o que significa um processo de grande automatizao. A nova planta de aciaria duplica sua produo com a mesma equipe de colaboradores. As 45 pessoas que operavam no antigo prdio de Mogi continuam a operar na nova planta. Ali, a sucata derretida em forno, cujo projeto de engenharia foi desenvolvi-do pela Hgans e montado com tecnologia 100% brasileira. Nosso processo produtivo atende Ce-tesb tanto em termos de poluio ambiental como de emisso de rudos, conta Eduardo Peres, diretor industrial da Hgans e que h 8 anos acompanha toda a operao da empresa sueca no Brasil.

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    Produo duas vezes

    maior e mais gilNova planta da Hgans Brasil, em Mogi das Cruzes, duplica produo de p de ferro atomizado e coloca o processo em linha nas operaes de aciaria e de reduo. O modelo indito de funcionamento da empresa sueca incrementa agilidade e produtividade planta brasileira, que detm a grande parte do mercado sul-americano. Tudo para atender a uma demanda que vem crescendo ao ritmo de 8% ao ano

  • Na etapa de reduo, utilizado o hidrognio para diminuir o nvel de oxignio do p de ferro com o objetivo de oferecer maior maleabilidade ao produto final. A nova planta beneficiou 80% dos 25 colabo-radores da unidade Jacare, que tm residncia em Mogi das Cruzes e se deslocavam diariamente para aquela cidade. Nesta nova instalao, podero ser reduzidas 2.000 toneladas de p de ferro/ms e, ainda, preparadas 1.500 toneladas de misturas es-pecficas para diferentes tipos de aplicao do p de ferro. Esta etapa de acabamento do processo indus-trial do p de ferro tem monitoramento on-line pela matriz sueca. Isso significa que qualquer problema que ocorra e tambm o controle do que est sendo produzido nesta unidade acompanhado pelos tc-nicos em nossa matriz, na Sucia, explica o diretor industrial.

    Obras continuamO novo parque industrial da Hgans do Brasil con-tinuar com novas obras at dezembro. A principal delas, um prdio de 500 m2, dar lugar ao novo Tech Center, um laboratrio que operar em parceria com clientes, desenvolvendo novas aplicaes para o p de ferro e oferecendo servios correlatos ao mer-cado em geral. Por meio do Tech Center, traremos novos equipamentos e solues, alm de controlar a qualidade do processo e dos produtos de nossa linha de produo, esclarece Marcio Carvalho, diretor de Marketing.

    Caber ao Tech Center elaborar estudos especficos de aplicao do p de ferro com foco em segurana, qualidade, custo benefcio, produtividade e o bom funcionamento da aplicao. Nossa proposta fa-zer o cliente migrar sua linha de produo de com-ponentes metlicos, hoje com tecnologia de baixo valor agregado e alto custo, para a tecnologia da sinterizao com uso do p de ferro atomizado, de altssimo valor agregado, com custos at 30%

    inferiores, maior produtividade, reduzido impacto am-biental e qualidade ideal para cada tipo de apli-cao, destaca o diretor de Marketing.

    Outra obra importante a ser entregue at o final de 2008 o novo restaurante e vestirio da planta, com 400m2 de rea e dentro dos mais modernos padres industriais. Tambm ser concluda a construo de uma segunda portaria da planta, com acesso pela futura Avenida Perimetral da cidade, e a reforma do antigo prdio da aciaria, que passar a ser utilizado como rea de estoque de produtos acabados da H-gans. Nosso espao passa a ser maior; quase uma cidade, que trar, com certeza, mais segurana e melhor fluxo de trabalho para a equipe, relata com empolgao o lder de Manuteno da Hgans, Jos Francisco Corra de Jesus, 47 anos de idade, 26 deles dedicados a esta planta (iniciou como aju-dante de fundio, ocupando vrios cargos na linha de produo da Belgo), adquirida h 10 anos pela Hgans. Para o colaborador, muita coisa mudou de l para c. Houve uma valorizao do funcionrio, principalmente para a questo da segurana na li-nha de produo, analisa.

    Marcio Carvalho - Diretor de Marketing

    Eduardo Peres - Diretor Industrial

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  • A adeso metalurgia do p no Brasil e no mundo vem crescendo de forma consistente, sustentada por inmeras vantagens. A lista de benefcios nos processos industriais de sinterizao grande e, no raro, surpreende os coordenadores de produo que ainda no experimentaram a tecnologia e as-sistem s exposies de especialistas na rea.

    A primeira das vantagens a reduo de custos. A tecnologia gera at 30% de economia, por exem-plo, na produo de componentes metlicos auto-mobilsticos de larga escala. A sinterizao consome muito menos energia (cerca de 29 megajoules por quilo de pea processada, contra 65-82 megajoules da usinagem) e ainda permite uma maior produtivi-dade na produo de determinadas peas.

    Outro grande diferencial o aproveitamento da ma-tria-prima. Enquanto a usinagem gera resduos de at 50%, a sinterizao aproveita acima de 95% do p metlico que aplica na fabricao da pea. uma vantagem econmica enorme se considerarmos que a indstria gastar bem menos com matria-prima, avalia Lopes.

    Preciso e resistncia calculadaA preciso no desenho das peas metlicas tambm outro fator que vem agregar valor ao processo de sinterizao. Processos como fundio, usinagem, extruso e forjamento produzem muitas aparas e rebarbas; j o p compactado e sinterizado pratica-mente elimina as etapas de acabamento e ajustes nas peas. A resistncia dos componentes metlicos, segundo especialistas, tambm pode ser calculada na me-dida de cada necessidade. O p de ferro, mistu-rado a diferentes ps metlicos e aditivos, conse-gue oferecer a resistncia mecnica tailor made, preservando todas as caractersticas e qualidades necessrias aplicao em foco. Para se ter uma idia da versatilidade, o ao sinterizado oferece limi-te de resistncia superior ao do ferro fundido nodu-lar. Em limites mximos de resistncia trao, o ao sinterizado atinge 1.400 MPa, segundo a Metal Powder Industries Federation, estando abaixo

    O novo mundo

    da sinterizaoMetalurgia do p aplicada sinterizao vem substituindo cada vez mais os tradicionais processos industriais de fabricao de componentes metlicos. Tecnologia oferece novos horizontes de produtividade, racionalidade e economia para os provedores do setor automotivo e de fabricantes de eletrodomsticos

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  • apenas do ao usinado e do ao sinterizado e forjado (veja quadro ao lado). Mas no h sentido em aplicar essas duas modali-dades quando a pea envolvida no requer tudo isso de resistncia, observa Henrique Lopes.

    Vantagens ambientais

    Um detalhe no menos importante do uso do p de ferro usado nos componentes au-tomotivos, eletrodomsticos (como man-cais autolubrificantes) e peas estruturais sua origem na sucata. O p de ferro ato-mizado fabricado pela Hgans do Brasil utiliza os resduos nobres derivados de in-dstrias de metalurgia. Considerando a realidade global, onde a postura de cada indstria far a diferena para o futuro do planeta, a Hgans tem orgulho em ofere-cer um produto que vem 100% de um pro-cesso de reciclagem. algo que transcende qualquer valor econmico que pudssemos comparar, analisa Claudinei Reche, presi-dente da Hgans Brasil. O processo de sinterizao tambm faz uso de elementos de liga menos agressivos, apresentando baixos ndices de poluio, segundo Lcio Salgado, doutor em Materiais e especialista em Metalurgia do P, em recente apresen-tao na Associao Brasileira de Metalur-gia e Materiais.

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    Projetos em parceria com a Metalp

    A Hgans do Brasil, por meio de seu Tech Cen-ter, vem oferecendo estudos de aplicao do p de ferro com empresas parceiras em diversas linhas de produo. Entre elas est a Metalp, empresa do Grupo Combustol que, alm fabricar peas sinte-rizadas base de p de ferro atomizado, produz vrios tipos de ps metlicos no-ferrosos. Cerca de 85% de nossas vendas concentram-se em peas produzidas a partir de ps ferrosos e a Hgans o nosso principal fornecedor, afirma Paulo Maluf, en-

    genheiro metalurgista de 55 anos, gerente de Ope-raes da empresa que tem no mercado automotivo um dos seus principais focos. O diferencial da H-gans frente aos demais fornecedores, segundo ele, tem sido o suporte tcnico para o desenvolvimento de aplicaes. Ela nos oferece treinamentos, recur-sos de pesquisa e suporte ao nosso pessoal, de-clara Maluf, que h 20 anos est na Metalp e vem acompanhando a evoluo da Metalurgia do P no Brasil e no mundo.

    Existem muitos projetos de desenvolvimento de peas sinterizadas em parceria com a Hgans. Algumas j se sagraram sucesso e outras esto em fase de estudo e aplicao, conta o engenheiro da

  • Metalp, que considera a atuao da fabricante sueca na prospeco de mercado muito significa-tiva. A tecnologia tem crescido mais que a mdia e a expectativa de um crescimento maior ainda. A produo de peas por metalurgia do p veio substituir com vantagens as demais tecnologias e vemos grandes oportunidades no mercado, avalia Maluf, salientando que h um esforo solidrio en-tre as duas empresas por atuarem em mercados similares, possibilitando um trabalho de parceria em vrios projetos. A Metalp fornece componentes sinterizados para empresas como Fiat, Arno, Bosch, Philips, Electrolux, TRW e Yamaha. Segundo a em-presa possvel afirmar que hoje qualquer veculo ou eletrodomstico produzido no Brasil tem pelo menos um componente produzido pela Metalp. A empresa supre ainda o mercado de motores eltri-cos em geral, computadores, copiadoras e equipa-mentos diversos.

    Paulo Maluf, Gerente de Operaes

    Magneti Marelli Cofap: difusora da tecnologia do p

    A Cofap foi a grande incentivadora no Brasil da produo de p de ferro, uma importante e estra-tgica matria-prima para a empresa. Os amortece-dores, seu core business, contm pelo menos qua-tro peas sinterizadas a partir do p de ferro, explica Amauri Loberto, engenheiro mecnico de 55 anos, e que h 31 anos est na Cofap. Ele ocupa hoje o cargo de Gerente Geral da Unidade Sinterizados da companhia, adquirida em 1997 pela gigante Magneti Marelli, empresa do Grupo Fiat. Loberto, que considerado um dos grandes conhecedores brasileiros da Metalurgia do P, viu na chegada da Hgans ao Brasil uma oportunidade de agregar mais tecnologia e pesquisa unidade de sinteriza-dos da Marelli Cofap.

    A Hgans trouxe a soluo pronta para ns e veio ampliar os horizontes dessa tecnologia no Pas, diz Loberto, enfatizando que a metalurgia do p vem se disseminando muito rpido. A vantagem para ns, aqui no Brasil, que a Hgans nos traz novidades que j foram experimentadas no exterior, relata o engenheiro, salientando que a nova fbrica da em-presa sueca no Brasil modelo na parte de fluxo de materiais e de processo produtivo. Hoje, os es-toques da Marelli Cofap so baixssimos por causa da logstica bem-feita e organizada da Hgans. Ela tem nos atendido de forma inteligente e racional e com um padro de qualidade excelente e linear: no h variao entre os lotes entregues, afirma. Outro destaque seria o forte apelo comercial da Hgans. Conquistamos um preo muito bom no produto por atuarmos em parceria: tanto somos consumidores de p de ferro, como geradores da sucata, que a matria-prima da Hgans, esclarece.A Marelli Cofap produz mais de 30 milhes de

    amor-tecedores/ano para atender ao mercado mun-dial. No Brasil ela tem duas unidades de produo: em Mau, na Grande So Paulo, e em Lavras, ao sul de Minas Gerais. Cerca de 70% da produo (em tonelagem) da unidade de sinterizados brasileira vai para a produo de seus amortecedores. O res-tante de peas para montadoras e sistemistas tais como Eaton, GM, VW, PSA International, INA, ZF, Scorpios, Gates e Schadek. Em 2008, a projeo da Cofap fabricar perto de 5.700 toneladas de peas sinterizadas.

    Grupo de estudosO engenheiro Amauri Loberto divide seu tem-po hoje entre as atividades na Marelli Cofap e no Sindipeas , onde atua como coordenador do Grupo Setorial de Sinterizados. Alm disso, ele membro atuante do Grupo de Estudos sobre Metalurgia do P, criado com nove operadores do mercado brasileiro de sinterizao. A proposta incentivar o uso da tec-nologia nas linhas de produo nacionais e, ainda, o estudo e a pesquisa do tema junto s universidades. Defendemos a incluso da disciplina Metalurgia do P nos cursos de Engenharia Mecnica, afirma Lo-berto. Um dos frutos desse trabalho ser a edio de um livro sobre a sinterizao de peas e que j se encontra em fase adiantada de produo e que dever suprir escassez de literatura tcnica nessa rea. Ele destaca ainda o apoio e a participao da Hgans nesse trabalho: A empresa tem exercido um papel fundamental na difuso da metalurgia do p no Brasil, com uma atuao firme e entusias-mada de seu presidente, Claudinei Reche, diz.

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  • em curso dois grandes projetos de desenvolvimento de peas destinadas ao setor automotivo. Ressalta ainda a evoluo da Metalurgia do P no Brasil, com grande expectativa de expanso. Esta tecnologia ir substituir ainda muitos componentes hoje pro-duzidos por outros processos, prev. A Mahle hoje gera produtos em ao de geometrias complexas e alta preciso dimensional, eliminando operaes de usinagem exigidas em produtos fundidos e forjados. Ela oferece ainda diversos tratamentos trmicos e superficiais aos componentes, dando caractersticas especiais aos produtos.

    A nossa expectativa agora com a ampliao das atividades da Hgans no Brasil que ela passe a produzir outros tipos de p de ferro, hoje oferecidos somente em outras unidades da companhia, almeja o diretor industrial, tambm um dos incentivadores da Metalurgia do P no Brasil. Nisto, a literatura tcnica oferecida pela Hgans tem sido primordial, pois ela a maior especialista no mundo neste tema pois tem produtos de ltima gerao, afirma Paulo Motta.

    A Mahle fornece produtos para as mais conceituadas montadoras, como Volkswagen, Audi, BMW, John Deere, Porsche, Opel, Toyota, Ford, General Mo-tors, DaimlerChrysler, Fiat, Renault, Peugeot, MWM, Cummins, Scania, Volvo, International, Caterpillar e Perkins, entre outras, bem como para os princi-pais fabricantes de compressores hermticos, como Embraco e Tecumseh, alm de exportar para vrios pases.

    Produto final da Mahle Miba, produzido com a utilizao do p de ferro da Hgans.

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    Mahle Metal Leve Miba: Uma parceria internacional com a Hgans

    Paulo Motta Diretor Industrial

    A Mahle Metal Leve Miba Sinterizados tem a Hgans como principal fornecedora de p de ferro na fabri-cao de componentes metlicos em sua unidade de Indaiatuba, interior de So Paulo. A empresa lder no Mercosul na produo de peas para motores, transmisses e outros sistemas automotivos, e uma das grandes fornecedoras mundiais de componen-tes para compressores hermticos de refrigerao. Cerca de 55% do p de ferro consumido por ela no Brasil fornecido pela Hgans, tanto na modali-dade atomizado, produzida em solo nacional, como em outras variedades, vindas de unidades interna-cionais da companhia sueca.

    Esse fornecimento de longa data, segundo o en-genheiro mecnico Paulo Sergio Pompeo Motta, 53 anos, 31 anos de Mahle e hoje diretor industrial da unidade de sinterizados em Indaiatuba. Fomos um dos principais incentivadores da entrada da Hgans no Brasil, h cerca de 10 anos. A empresa nossa fornecedora h pelo menos 25 anos e a produo nacionalizada do p de ferro nos trouxe vantagens enormes. As duas principais so o apoio tcnico na aplicao do produto e a pronta-entrega, que nos permite mais eficincia no gerenciamento de es-toque. Uma coisa importar, outra voc ter o for-necedor aqui do lado, para nos atender na medida de nossa necessidade, analisa Motta. Ele destaca a postura proativa da companhia no aspecto comer-cial principalmente nos ltimos trs anos. Com um simples telefonema, conseguimos resolver muitas das nossas demandas junto Hgans. Isso muito bom., diz.

    A parceria no desenvolvimento de produtos sinte-rizados tambm forte diferencial da Hgans no mercado de p de ferro, na opinio do diretor indus-trial. No uma parceria de faz-de-conta, apenas de discurso. uma parceria de fato, afirma. Ele conta que, neste momento, as duas companhias tm

    Unidade da Mahle Miba, em Indaiatuba - SP

  • A Hgans Brasil vem contribuindo, por meio de seus produtos e expertise, com a maior produtora de nibio no mundo, a Companhia Brasileira de Meta-lurgia e Minerao CBMM. A indstria, localizada em Arax-MG, tem a Hgans como sua principal fornecedora de p de ferro, elemento que compe entre 28% e 29% de seu mais importante produto final: a liga de ferro-nibio. Produzida normalmente em forma de britas, a liga de nibio gera aos espe-ciais de alta resistncia mecnica empregados em gasodutos, turbinas de avio, tomgrafos, compo-nentes estruturais, automotivos e at pticos. Somente esta liga responde por 90% do faturamen-to da companhia, que em 2007 ficou em torno de U$ 1 bilho.

    Para o engenheiro metalurgista Clvis Antnio Faria de Sousa, 48 anos, superintendente de produo da CBMM, a escolha da Hgans como principal fornecedora est relacionada tradio no mer-cado de p de ferro, com diferencial de qualidade e disponibilidade para desenvolvimento de estudos de aplicao da matria-prima. A Hgans Bra-sil tem uma linha de produo de p de ferro no desoxidado somente para nos atender aqui na CBMM. Para ns muito importante poder contar com essa matria-prima no Brasil, assim como ter assistncia para sua aplicao, afirma o engenheiro, que h 22 anos trabalha na fabricante de nibio.

    Com produto comercializado em 50 pases, a CBMM alcanou em 2007 a marca de 90 mil toneladas de ferro-nibio produzidas. Para atender s diferentes demandas da companhia, a Hgans Brasil tambm

    tem trazido de suas demais unidades no mundo produtos especiais, como o p de ferro eletroltico. Trata-se de um p de ferro muito puro, aplicado em componentes do setor aeronutico, e a Hgans In-ternacional tambm trabalhou para a customizao e ganhos para o nosso produto final, narra Sousa. Ele destaca ainda a postura proativa dos lderes da Hgans na busca de solues para o cliente. So pessoas acessveis. Por meio de um telefonema con-seguimos resolver nossos problemas, relata.

    As valiosas britas

    de ferro-nibioHgans supre a grande parte da demanda de p de ferro no desoxidado da Companhia Brasileira de Metalurgia e Minerao - CBMM, maior produtora de nibio no mundo

    A histria do nibio

    O nibio, o mais leve dos metais refratrios, foi descoberto em 1801. Em 1925, substitua o tungstnio na produo de ferramentas de ao. Na dcada de 1930, passou a ser utilizado na preven-o de corroso intergranular em aos inoxidveis. O elemento ganhou notoriedade, entretanto, a partir de 1950, quando foram desenvolvidas ligas de nibio para utilizao nas indstrias espacial e nuclear, e uso em supercondutividade. Hoje, os aos microli-gados respondem por 75% do consumo de nibio. Ele melhora as propriedades do ao, especialmente os de alta resistncia e baixa liga usados na fabri-cao de automveis e de tubulaes para trans-misso de gs sob alta presso. Seu emprego em superligas que operam a altas temperaturas servem s turbinas das aeronaves a jato. Adicionado ao ao inoxidvel, o nibio tambm usado em escapa-mentos de automveis. A liga supercondutora de nibio-titnio, por sua vez, aplicada nos magnetos de tomgrafos de ressonncia magntica. O nibio encontra aplicao ainda em cermicas eletrni-cas e em lentes para cmeras. Um dos exemplos mais recentes do uso do nibio em ao estrutural a Ponte JK, em Braslia, que tornou-se referncia mundial no uso do ao sobrepondo o concreto, com vantagens de reduo de peso e no tempo de exe-cuo da obra.

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    Clvis Antnio Faria de Sousa, superintendente de produo da Companhia Brasileira de Minerao - CBMM

  • Uma das modalidades de p de ferro produzidas pela Hgans Mundial a elementar, aplicada nutrio humana. O produto, que tem no Nutrafine sua mais inovadora forma, representa hoje um dos impor-tantes mercados para a Hgans e ao mesmo tem-po um desafio social e de sade pblica abraado pela companhia h mais de 50 anos. Ela dedica-se a produzir o p de ferro em sua maneira mais pura, inodora e insensvel ao paladar, para que possa ser acrescentado s farinhas, enriquecendo-as de forma a no interferir no sabor, na cor e cheiro e na quali-dade de preparo dos alimentos finais.

    Cerca de um tero da populao mundial algo prximo a 2 bilhes de pessoas, segundo a OMS, sofre de anemia. Os estudos, baseados nos nveis de hemoglobina da populao, indicam que entre os anmicos, 75% apresentam deficincia de ferro2. Ou seja, a falta de nenhum outro micronutriente to generalizada.

    O ferro considerado um elemento essencial, sem o qual nenhum de ns pode viver. Ele desempenha um papel vital no transporte de oxignio pelo corpo e tambm na regulao do nosso metabolismo. Sua deficincia no organismo gera muitos problemas, entre eles o retardamento do crescimento, dificul-dade no desenvolvimento do QI, o cansao e a di-minuio da resistncia a infeces.

    A adio de ferro farinha de trigo um meio sim-ples, mas muito eficaz na eliminao da anemia. O po, por ser um alimento bsico em muitos pa-ses, tornou-se um meio extremamente eficiente de proporcionar a quantidade diria de ferro de que todos os seres humanos precisam. As crianas desenvolvem corpos e mentes mais saudveis, as mulheres grvidas diminuem riscos de mortalidade e aborto e os adultos em geral desenvolvem maior capacidade para o trabalho, sem o cansao asso-ciado anemia.

    Desafios tecnolgicosA eliminao da AFP (anemia ferropriva), no entan-to, no significa apenas adicionar ferro farinha de trigo. Trata-se de adicionar o tipo certo de ferro e em doses certas. Isso implica o desenvolvimento de produtos especialmente adequados e adaptados a esse fim. O ferro dever ser facilmente absorvido pelo organismo e apresentar um efeito neutro na farinha em termos de armazenamento, qualidade, colorao e paladar.

    Nesse aspecto, a Hgans lder mundial no desen-volvimento de ferro elementar para a AFP. Ao longo dos anos, ela desenvolveu uma competncia exclu-siva na fortificao de alimentos com uso de ferro, numa verso pura e simples. Pura, porque outros elementos qumicos devem ser eliminados por um processo de refinamento, atingindo o valor mnimo absoluto e dentro das exigncias regulamentares. Simples, porque a as molculas de ferro so reduzi-das at atingir sua menor e mais simples estrutura possvel para facilitar sua absoro pelo organismo. Para atingir esses dois resultados, a Hgans uti-liza sofisticada tecnologia em sua unidade matriz, na Sucia, e supre o mercado mundial de p de ferro aplicado nutrio por meio de sua unidade de produo especfica para este fim, nos Estados Unidos.

    Nossa tecnologia especializada e nossas tcnicas sofisticadas de fabricao nos permitiram produ-zir um produto de qualidade superior a um custo consideravelmente menor do que qualquer outra soluo concorrente, afirma Marcio Carvalho, dire-tor de Marketing da Hgans Brasil, mercado que absorve hoje 20 toneladas de p de ferro elemen-tar/ms para enriquecimento de farinhas.

    Saiba mais em www.hoganas.com.br

    Nutrafine:O ferro nutrindo pessoas

    no mundo todoP de ferro elementar da Hgans ajuda a enriquecer farinhas e diminuir a incidncia de anemia, mal que atinge hoje 2 bilhes de pessoas em nosso planeta

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    Fontes:

    Artigo de Elizabeth M.Ross (Anemia por deficincia de ferro: riscos, sintomas e tratamentos) Organizao Mundial da Sade

    Institute of Food Technologies IFT The American Society for Nutritional Sciences Federation of American Societies for Experimental Biology Conference