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Demissão de secretários É MAIS FÁCIL UM PANDA PASSAR PELO BURACO DA AGULHA • PÁGINA 4 Pinto Fernandes LIVRO PARA ETERNIZAR CRÓNICAS • PÁGINA 11 Sacos plásticos EDUCAÇÃO FUNCIONA MELHOR QUE PUNIÇÃO • CENTRAIS Casa de Portugal AMÉLIA ANTÓNIO ENTRA NO 3. 0 MANDATO • PÁGINA 7 hoje AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 macau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEGUNDA-FEIRA 13 DE JUNHO DE 2011 ANO X Nº 2387 Vitória para Orieta Lau TUI dá razão à ex-directora das Finanças TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 31 HUMIDADE 60-95% CÂMBIOS EURO 11.6 BAHT 0.26 YUAN 1.2 PUB Depois de o Tribunal de Segunda Instância ter dado razão a Orieta Lau, ex-directora dos Serviços de Finanças, no caso das senhas, foi agora a vez da Última Instância validar a decisão contra um recurso do Executivo. > PÁGINA 6

Hoje Macau 13 JUN 2011 #2386

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Edição do Hoje Macau de 13 de Junho de 2011 • Ano X • N.º 2386

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Demissãode secretários

É MAIS FÁCILUM PANDA PASSAR

PELO BURACODA AGULHA

• PÁGINA 4

Pinto Fernandes

LIVROPARA ETERNIZAR

CRÓNICAS• PÁGINA 11

Sacos plásticos

EDUCAÇÃO FUNCIONAMELHOR

QUE PUNIÇÃO• CENTRAIS

Casa de Portugal

AMÉLIA ANTÓNIO ENTRA NO 3.0

MANDATO• PÁGINA 7

hoje

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10macau

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 13 DE JUNHO DE 2011 • ANO X • Nº 2387

Vitória para Orieta Lau TUI dá razão à ex-directora das Finanças

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 31 HUMIDADE 60-95% • CÂMBIOS EURO 11.6 BAHT 0.26 YUAN 1.2

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Depois de o Tribunal de Segunda Instância ter dado razão a Orieta Lau, ex-directora dos Serviços de Finanças, no caso das senhas, foi agora a vez da Última Instância validar a decisão contra um recurso do Executivo. > PÁGINA 6

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SEGUNDA-FEIRA 13.6.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

CHUVAS JÁ SE CONTAM94 MORTOSPelo menos 94 pessoas morreram e 78 estão desaparecidas nas regiões centro e sul da China, fortemente afectadas pelas chuvas na última semana. O departamento estatal chinês de controlo de inundações anunciou ontem na sua página electrónica que as chuvas torrenciais têm afectado na última semana 13 províncias, 8,48 milhões de pessoas e já destruíram 465 mil hectares de plantações.

ECONOMIA SUPERÁVITDE MILHÕESO superávit da balança comercial chinesa ascendeu a 13.100 milhões de dólares em Maio, segundo dados da Administração Geral da Alfândega chinesa. Comparativamente ao mês de Abril e de acordo com os dados da alfândega chinesa, o saldo positivo da balança comercial aumentou 1.700 milhões de dólares. Em Maio, as exportações chinesas aumentaram 19,4% contra o mesmo mês de 2010 para 157.160 milhões de dólares contra importações de 144.110 milhões de dólares, valor que representa um crescimento de 28,4%. Nos primeiros cinco meses de 2011, o superávit da balança comercial da China caiu, no entanto, 35,1% comparativamente ao mesmo período de 2010, ou 22.970 milhões de dólares.

GUANGDONG CONFRONTO ENTRE VENDEDORES E POLÍCIAA polícia chinesa deteve 25 pessoas na localidade de Xintang, perto de Cantão, em sequência de confrontos entre vendedores ambulantes e forças de segurança. As detenções ocorreram na noite de sábado depois de uma disputa entre um casal de vendedores ambulantes e forças de segurança, que, segundo as autoridades chinesas, bloqueou o trânsito e causou danos em veículos, obrigando a polícia a “adoptar medidas para prevenir que o incidente tomasse proporções mais graves”. A polícia não adiantou, porém, a razão que despoletou o incidente numa região onde se concentram várias fábricas e trabalhadores migrantes.

O marido foi considera-do culpado de incitar à subversão do poder chinês e está a acabar

agora de cumprir os três anos e meio de prisão. A mulher, Zeng Jinyan, passou os últimos tempos refugiada em casa sempre com a polícia à porta e a sua vida vai piorar ainda mais a partir do dia 26 deste mês, quando Hu Jia deixará a cadeia de Pequim.

A “blogger” já foi alertada pela própria polícia que passará a estar ainda mais debaixo de olho e terá a sua movimentação controlada. A pensar que não conseguirá edu-car a filha de três anos em prisão domiciliar, Zeng está a ponderar

O Global Management Challen-ge chegou há cerca de 15 anos

à China e desde essa altura que este país é dos mais temidos nas finais internacionais. No entanto e com a vitória nos últimos três anos de equipas oriundas do Leste Europeu, a China está a perder protagonismo nesta competição criada há mais de 30 anos pelo Expresso e a SDG.

A sua primeira vitória numa final internacional do Global Mana-gement Challenge deu-se em 1999, quatro anos depois da chegada da competição a estas paragens. Vol-taria a vencer em 2000, 2002 e 2003. Ao fim de dois anos seguidos a dar cartas, foi a vez da Polónia vencer internacionalmente em 2004, para logo a seguir, em 2005 ser a vez da China chegar novamente ao pódio. Mas esta seria a sua última vitória nos anos mais próximos. É que em 2006 a República Checa sagrou-se campeã internacional, seguida de Macau em 2007, da Rússia em 2008, da Ucrânia em 2009 e da Eslováquia no ano passado.

Apesar de não ter nos últi-mos anos atingido o pódio, a China continua a ser temida. Por norma ultrapassa sempre a semifinal e por isso figura entre as oito equipas que disputam a final. As equipas chinesas são extremamente motivadas e em-penhadas em chegar ao topo da tabela classificativa. Uma vitória internacional pode significar mesmo uma viragem na carreira dos elementos da equipa que conseguir esse feito.

Na China a competição é ex-tremamente popular, sendo este o país com a maior edição no que diz respeito ao número de equipas inscritas. David Shi, organizador do Global Management Challenge na China conta que “a competição tem boa reputação no país e as universi-dades utilizam-na como ferramenta de formação e uma oportunidade para experimentar metodologias de negócios”. Só no último ano, inscreveram-se 1400 equipas, o que prova a popularidade deste desafio em terras chinesas.

Mulher de activista chinês conta o inferno em que vive

Uma vida de limitações

CHINA PERDE LIDERANÇANO GLOBAL MANAGEMENT CHALLENGE

Deixada para trás

VESTIDA PARA COMER A actriz chinesa Gao Yuanyuan entrou na onda da luta dos direitos dos animais e vestiu-se de couve, enfeitando-se com um colar de pimentos. O vestido faz parte de um esforço do grupo PETA para encorajar os consumidores chineses a tornarem-se vegetarianos, já que o consumo de carne na China continua a crescer. “Depois que passei a ser vegetariana, sinto-me mais leve. Quando comecei, não estava muito acostumada a ficar sem carne e acabei por comer mais. Engordei um bocado no início e agora sinto-me com mais energia”, disse Yuanyuan.

entregar a criança à família ou amigos próximos.

A chinesa mudou-se de Pe-quim para Shenzhen há poucos meses, numa tentativa de escapar as pressões políticas sobre a famí-lia, que começaram muitos anos antes da condenação do marido por incitar à subversão do poder do Estado. As suas esperanças de um retorno pacífico à capital estão a ser desfeitas por agentes de segurança pública, que força-ram a sua senhoria a despejá-la, puseram pressão sobre emprega-dores para que não a deixassem trabalhar e têm as suas contas de correio electrónico controladas.

“A polícia já me informou que

vou ter de viver como vivia antes do meu marido ser preso – com medo. Ele esteve em prisão domi-ciliária por quatro anos antes de ser levado. Tenho de tentar encontrar um outro futuro para a minha filha, porque assim ela não será uma prisioneira dentro da sua própria casa”, escreveu Zeng, segundo o jornal britânico “The Guardian”.

O facto de conseguirem ver a luz do dia sem ser por detrás das grades não significa liberdade que para os activistas que são libertados após cumprirem pena. Na verdade, uma nova e permanente pena começa. No ano passado, por exemplo, o activista cego Chen Guangcheng, o advogado Zheng Enchong e o dissidente mon-gol Hada fora, libertados, mas ainda assim não podiam comunicar-se com ninguém.

Huang Qi, o activista que denunciou os problemas de cons-trução nas escolas que cederam durante o sismo de Sichuan, foi li-

bertado na sexta-feira após cumprir três anos numa cela. Desde então, a polícia está à porta da sua casa.

Uma série de advogados estão desaparecidos desde o início deste ano, ou foram detidos e torturados, em acções que se intensificaram desde o massacre de Tiananmen, em 1989. Governos ocidentais e grupos de direitos humanos fazem pressão na forma como a China está a tratar os activistas e dissidentes, mas Pequim reitera que cada nação deve lidar com os seus próprios problemas.

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3www.hojemacau.com.mo

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A China acusou o Vietname de invadir ilegalmente as

suas águas e colocar as vidas dos pescadores chineses em risco na disputa territorial do Mar do Sul, motivada pelas

MAIS de 600 chineses que trabalham numa

fábrica de processamento de lâminas metálicas, incluindo crianças, sofreram uma intoxicação por chumbo no sangue na província oriental de Zhejiang.

Os trabalhadores da fábrica de metais Yangxun-qiao, incluindo os seus filhos, mostraram em análises níveis perigosos de chumbo no sangue, segundo autori-dades sanitárias locais. Vinte e seis adultos e 103 crianças sofreram um envenenamen-to grave de chumbo, com mais de 600 microgramas por litro de sangue, indicou um porta-voz da autoridade sanitária da localidade de Yangxunqiao.

Este grupo de afectados

DEPOIS dos violentos confrontos entre a polícia e as minorias étnicas da Mongólia

Interior, as autoridades da província chinesa anunciaram a condenação do homem que atropelou um pastor mongol e desencadeou a revolta. Li Lindong foi sentenciado à pena de morte.

A sentença de Li foi lida na semana passada, numa sessão que levou seis horas. O pastor foi mortalmente atropelado pelo camião do chinês, que não prestou socorro e fugiu do local. Outras duas pessoas - Wu Xiaowei e Li Minggang, de origem Han – também foram condenados a três anos de prisão por obstrução da Justiça, por bloquear a passagem da polícia no lugar do crime, permitindo assim que Li escapasse

O julgamento aconteceu em tempo recorde, sob pressões dos mongóis de uma severa pu-nição pelo que consideram ser mais um crime étnico na região. Durante a sessão no tribunal, mais de 160 pessoas estiveram presentes – in-cluindo as famílias da vítima e dos réus - e foi transmitido em directo na televisão, como uma forma de evitar futuros problemas do género.

O pastor, chamado Mergen (os mongóis têm apenas um nome), foi morto no dia 10 de Maio, quando protestava pela forte afluência de camiões a transportar carvão no meio da pas-tagem onde tinha os seus animais. O homem, assim como outros aldeãos, estavam contra o

MAIS DE 600 CHINESES INTOXICADOS EM METALÚRGICAS

Chumbo letal

CHINA ACUSA O VIETNAME DE INVADIR ÁGUAS TERRITORIAIS

Mais uma disputa da ilha que todos querem

CAMIONISTA CHINÊS QUE MATOU MONGOL CONHECE SENTENÇA

Condenado à mortepara evitar motim

reservas de petróleo e gás natural. O Vietname já tinha indicado que um pesqueiro chinês tinha danificado um cabo de exploração petrolí-fera lançado por um navio

da empresa PetroVietnam. O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei, disse quinta-feira que a tripulação do barco chinês estava ape-nas a proteger-se depois de ter sido arrastado durante mais de uma hora pelo navio vietnamita.

O porta-voz do ministro chinês disse que o Vietname tem explorado petróleo e gás ilegalmente em território chinês e pediu o fim de todas “as actividades invasivas”. O Vietname e a China têm tido grandes disputas territoriais no Mar do Sul, nomeadamen-te nas ilhas Spratly, disputa-das também pela Malásia, Taiwan, Filipinas e Brunei por conterem grandes reser-vas de petróleo e gás natural.

ruído e a forte poluição deixados pelo veículo. Segundo a investigação da polícia, Li atropelou Mergen e arrastou o seu corpo por 145 metros até que o pastor estivesse morto.

A morte do pastor desencadeou protestos nas principais cidades da Mongólia Interior, com agricultores e estudantes a saírem às ruas e a exigir o fim dos atentados contra a sua minoria étnica. A migração em massa para a região por membros da maioria Han e uma próspera indústria da mineração colocaram formas tradicionais de vida sob grande pressão.

Os manifestantes teriam sido detidos pelas forças de segurança, mas não houve nenhuma palavra oficial sobre as detenções. Poucas informações oficiais foram divulgadas, tendo apenas uma organização de direitos humanos revelado ao mundo imagens de confrontos de estudantes com a polícia.

graves está a ser analisado uma segunda vez e 12 deles estão a receber tratamento num hospital local. Outros 494 afectados apresentaram níveis “moderados” de intoxicação, entre 400 a 600 microgramas de chumbo por litro de sangue, acres-centou o porta-voz.

Nos últimos anos, tem-se registado na China dezenas de milhares de casos de intoxicação por chumbo, muitos deles em menores, mais sensíveis aos efeitos nocivos do metal, cujo con-

tacto causa danos cerebrais, hepáticos, renais, nervosos e estomacais, anemia, coma, convulsões e incluindo a morte.

As famílias que traba-lham e residem nestas fá-bricas sofrem exposições permanentes de chumbo e, em Yangxunqiao, mais de 2500 empregados estão a trabalhar em 200 compa-nhias de processamento de metais, das quais 25 foram obrigadas a suspender suas operações depois desta nova intoxicação.

A qualidade dos espaços dos novos aterros vai-se definir no desenho urbano e na regulamentação que for feita para as construções que se vierem a realizar. Até agora, parece-me, está-se a conferir-lhes uma aceitação social, logo, política. Gonçalo Alvim, P.15

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4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

EXISTE uma tendência para que o desen-volvimento tenha um crescente interesse

pelo conceito de protecção do meio ambiente, afirmou o deputado da Assembleia Legislativa (AL) Tommy Lau. Numa realidade como Ma-cau, em que os terrenos são um bem escasso, essa realidade aparece como uma necessidade obrigatória.

A transição para um desenvolvimento urbano sustentável irá implicar certamente ganhos e perdas, admitiu Tommy Lau. No entanto, as atitudes não podem ser muito extremadas quando se lida com os problemas e, uma vez que se há coisa que falta em Macau é terra, é necessário utilizar todos os recursos tendo em conta a protecção ambiental. Só assim se pode ter um desenvolvimento equilibrado, defende.

No desenvolvimento urbano, considera Tommy Lau, é importante considerar pri-meiro a direcção em que se quer progredir

DEPUTADO DEFENDE EQUILÍBRIO ENTRE DESENVOLVIMENTO E PROTECÇÃO AMBIENTAL

Usar a terra com cuidado

Virginia [email protected]

ALGUNS deputados pro-puseram recentemente que o secretário para os Transportes e Obras

Públicas e a secretária para a Admi-nistração e Justiça fossem destitu-ídos dos seus cargos. Ouvido pelo Hoje Macau, Larry So Man Yum, professor-assistente do Instituto Po-litécnico de Macau (IPM), explicou que só muito dificilmente é que Lau Si Io e Florinda Chan poderão cair por pressões vindas da Assembleia Legislativa (AL).

Em Macau, parece ser mais fácil passar um panda pelo buraco de uma agulha do que demitir um alto-responsável do Governo. Lar-ry So observou que era obrigatório passar primeiro por uma “audiên-cia pública” e reunir provas de que os funcionários em causa tivessem cometido erros muito graves, que pudessem eventualmente ameaçar os interesses dos residentes e da sociedade.

O especialista apontou por isso que a possibilidade de depor Lau Si Io e Florinda Chan não seria significativa, até por haver com-parativamente mais deputados lealistas ao Governo na AL. De qualquer das formas, assinalou o professor, o facto de alguns depu-tados terem requerido ao Governo que destituísse os dois secretários pelo menos serve como um aviso ao Executivo: “Estamos de olho no que vocês estão a fazer!”

É remota a possibilidade de secretários caírem, diz académico

Lau e Florinda podem respirarNa comunidade, defende Larry

So, a população também tem a responsabilidade de pensar por-que é que essas coisas se passam em Macau e porque é que alguns deputados da AL estão a levantar a sua voz. “Por exemplo, no caso da Taipa Pequena, os residentes não estavam satisfeitos com a alteração no uso dos terrenos e o Governo aprovou a proposta dos promotores num período muito curto, o que levantou ainda mais dúvidas entre o público”, lembra o professor, explicando como surge a ideia de que os sistemas da Justiça têm problemas.

POUCO TEMPOPara Larry So, 15 dias de consultas públicas é um período insuficiente para os habitantes expressarem as suas opiniões. O académico explica que as pessoas não têm um amplo entendimento das políticas do Governo e dos sues procedimentos, e que o Executivo também tem culpa de que não haja esse esclarecimento, criando as condições para o surgimento de conflitos e de interpelações a pedirem a destituição de secretá-rios. Se as políticas e procedimentos do Governo, considera, não forem suficientemente transparentes, a população terá dúvidas sobre se o Executivo ter-se-á esforçado por fazer o seu papel correctamente ou passado por cima da justiça de forma leviana.

Para resolver de forma ade-quada o problema, sugere Larry So, o Governo deve pensar não se será mesmo necessário destituir os dois secretários, mas sim: “Porque é que a sociedade está a levantar a sua voz e a falar de destituição?”

Para Larry So, o tempo legis-lativo deve variar consoante a natureza da questão e o grau de influência. Algumas políticas de-vem ser aprovadas e legisladas tão cedo quanto possível porque têm um elevado potencial de afectar a sociedade, tais como a do imposto de selo para a venda de habitação, defende o professor.

No entanto, não é aconselhável acelerar todos os tempos legislati-vos porque algumas políticas não podem ter a sua implementação precipitada. O Governo deve, por isso, definir cuidadosamente a na-tureza e o grau de influência antes de que as políticas sejam legisladas.

e realizar uma análise objectiva dos pro-blemas. Discursos demasiado extremados apenas levam a que os problemas se agra-vem. Macau deve ter um uso adequado dos recursos de forma a beneficiar do desenvol-vimento sustentável no futuro.

A adopção da protecção ambiental é uma tendência mundial e, conforme assinalou o deputado, muitos países em desenvolvi-mento já implementaram o conceito nos seus processos de desenvolvimento. Em Macau, haverá uma certa dificuldade em equilibrar desenvolvimento e protecção ambiental, devido à escassez de recursos. Seja como for, o Governo tem de acelerar os trabalhos de investigação sobre como aumentar os ele-mentos de protecção ambiental ao proceder à concessão de terrenos, e impor legislação relevante para mais bem apresentar o conceito e proteger a cidade.

Tommy Lau também assinalou que, na

aprovação de grandes projectos, era obriga-tório organizar as consultas e, dessa forma, reduzir as dúvidas da população e esclarecer a direcção do desenvolvimento. O deputado indicou ainda que, nos cinco aterros futuros, era necessário considerar a implementação de mais elementos de protecção ambiental, de forma a alcançar os propósitos de equilibrar o desenvolvimento urbano com a protecção ambiental. - V.L.

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UGAMM PREOCUPADA COM POLÍTICAS DE HABITAÇÃO PARA OS MAIS NOVOS

Jovens querem maior transparência

PORTUGAL VAI DAR MAIS IMPORTÂNCIA À CHINA E A MACAU, DIZ CÔNSUL“Portugal mudou: é um país muito diferente da imagem do passado que por vezes perdura no exterior. Em Lisboa estamos neste momento a formar um novo Governo, mandatado para responder aos desafios presentes; mas estou seguro de que em qualquer caso a importância atribuída à China – e a Macau – irá crescer”, sublinhou Manuel Carvalho, cônsul-geral de Portugal em Macau. No Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, o cônsul lembrou “os milhares de portugueses” que vivem em Macau e “têm beneficiado da estabilidade assegurada pelas autoridades da RAEM, com apoio ao nível central da República Popular da China”, ao observar o papel da comunidade no crescimento da região.

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Virginia [email protected]

PERANTE os gran-des obstáculos que se apresentam aos jovens de Macau

para aquisição de moradia própria, o grupo de políticas juvenis da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) mos-trou-se favorável à transpo-sição da habitação económica para o mercado privado. E apresentou uma série de sugestões para que isso se processe dentro do desejável, entre elas a divulgação de in-formação mais transparente.

Após uma reunião reali-zada na sexta-feira, centrada nas questões da habitação, o grupo declarou que estava de acordo com a tendência da política do Executivo, considerando que as unida-des de habitação económica permanecerem como “habi-tação pública” para sempre poderia agravar as despesas

do Governo. Ho Ion Sang, deputado da Assembleia Legislativa (AL) pela União Promotora para o Progres-so (UPP), esteve presente no encontro e defendeu o ponto de vista dos jovens, que alegadamente estariam a favor de que as unidades de habitação económica passassem para o mercado privado, podendo ter um efeito de ajustamento nos preços do mercado imobili-ário. O Governo deverá por isso incentivar a AL a aprovar essas políticas para reforçar a confiança da população.

O grupo de políticas juve-nis alinhavou assim três su-gestões para o Executivo ter em conta ao lidar com estas matérias. Em primeiro lugar, a informação habitacional tem de ser transparente. No

a custos controlados, ou implementar medidas di-reccionadas ao investimento estrangeiro, de forma a obter um efeito ajustador a longo prazo e, assim, proteger o direito dos residentes locais a possuir uma casa.

Por último, a habitação económica deve ir ao en-contro das necessidades dos residentes. Tendo em conta a capacidade económica dos residentes locais, a habitação deve dividir-se em quatro categorias: habitação social alugada a baixos preços para o grupo de menores rendi-mentos, habitação económica para o grupo de rendimentos médios, habitação de custos controlados para a “classe sanduíche” e habitação de luxo para os ricos. Tais medi-das seriam de grande ajuda para os residentes poderem aceder à habitação de acor-do com a sua capacidade e, assim, alcançar-se um equi-líbrio entre os interesses de todas as partes.

passado, as baixas taxas de juro e as expectativas do imo-biliário elevaram os preços da habitação injustificadamente até ao nível da exorbitância. Por isso, a informação sobre a habitação económica deve ser pautada pela transparên-cia, por exemplo no que diz respeito ao número de habi-tações, o estado processual, a

situação no mercado privado e a transacção de pré-venda de forma a permitir que os moradores tenham consci-ência sobre as tendências do mercado tendo em vista a sua casa de sonho.

Em segundo, as políticas têm de ser implementadas de forma adequada. Havendo escassos recursos de terras

em Macau, o Governo tem de implementar um planea-mento de como desenvolver os terrenos com um processo ideal de habitação económi-ca, de forma a ajustar o merca-do imobiliário de volta ao seu estado normal. O Governo tem assim de considerar a construção de mais habitação económica ou de habitação

AUTORIDADE MONETÁRIA DE MACAU

ANÚNCIO

ASSUNTO: LIQUIDAÇÃO DO BANK OF CREDIT AND COMMERCE INTERNATIONAL (OVERSEAS) LIMITED – SUCURSAL DE MACAU

Em cumprimento do despacho do Exmº. Senhor Secretário para a Economia, exarado no uso dos poderes delegados pela Ordem Executiva n.º 121/2009, em 15 de Abril de 2011, na delibe-ração n.º 233/CA, adoptada na sessão de 8 de Abril de 2011 do Conselho de Administração da AMCM, convocam-se todos os actuais credores do Bank of Credit and Commerce Internatio-nal (Overseas) Limited – Sucursal de Macau para solicitarem o pagamento total ou adicional, consoante o caso, dos créditos reconhecidos no âmbito desta liquidação, no período compreendido entre o dia 1 de Junho de 2011 e o dia 29 de Julho de 2011, no R/C do Edifício-Sede da AMCM, sito na Calçada do Gaio números 24-26, em Macau, durante o horário normal de expediente (de segunda a sexta feira, no período da manhã, das 9:30 às 12:30 horas e, no período da tarde, das 14:30 às 17:15 horas).

Para esse efeito, devem os interessados apresentar os documentos que comprovem a existência e reconhecimento dos respectivos créditos (original e 1 cópia de cada documento apresentado) e preencher o modelo de requerimento disponibilizado pelos serviços da AMCM.

Findo o prazo supra fixado todos os créditos não exigidos e prescritos revertem a favor da RAEM.

Autoridade Monetária de Macau, aos 27 de Maio de 2011.

Pel’O Conselho de Administração da AMCM:

O Presidente do Conselho de Administração, Anselmo Teng.

O Administrador, António José Félix Pontes.

O Liquidatário Local, Rui José Cunha.

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6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

Vanessa [email protected]

A bactéria E. coli, que já causou 32 pessoas na

Europa e deixou mais de 3000 doentes, já não está tão longe de Macau. Nem na distância, nem na preocu-pação. No fim-de-semana, as autoridades tailandesas confirmaram a existência da bactéria da em couves-flor importadas da Europa, mas ainda tinham de averiguar se é a mesma estirpe que pôs os europeus em alerta.

O Serviços de Saúde de Macau garantiram ontem que estão atentos ao desenro-lar do problema e não afasta a possibilidade do território também poder vir a estar sob ataque. Por agora, contudo, não há nenhuma indicação clara que contaminação por cá. “O surto eclodiu nos países industrializados

BACTÉRIA LEVANTA ALERTAS EM HK E CHINA E PODE ESTAR NA TAILÂNDIA

E. coli a caminho

Gonçalo Lobo [email protected]

NÃO haverá mais apelos. O Tribunal de Última Instância (TUI) deu ra-zão a Orieta Lau no pro-

cesso que esta vinha mantendo com o Executivo da RAEM, julgando improcedente o recurso interposto pelo Governo depois de conhecida a anterior decisão do Tribunal de Segunda Instância (TSI).

De acordo com fonte conhece-dora do processo, a antiga directora dos Serviços de Finanças (DSF) viu anulada assim, e uma vez mais, a pena de suspensão de 90 dias que lhe tinha sido aplicada pelo alegado envolvimento em ilegalidades decor-ridas, no período entre 2006 a 2008, no âmbito da Comissão de Avaliação de Veículos Motorizados.

No entanto, nem acórdão, nem sentença, estão disponíveis na página da Internet dos Tribunais da RAEM. “Estranhamente o acór-dão não foi tornado público como deveria e como acontece noutras situações”, apontou a fonte ao Hoje Macau.

O caso remonta a 2009 quan-do, alegadamente, Orieta Lau, juntamente com Carlos Ávila e o jurista João Janela da Silva, se viram envolvidos em processos discipli-nares por ilegalidades decorridas naquilo que ficou conhecido como o “caso das senhas”.

Do relatório do Comissariado de Auditoria revelado na altura conclui-se que a comissão, que

com boas condições de saúde. Macau não escapa à possibilidade de ter casos deste tipo de E. coli, mas, por enquanto, ainda não recebeu nenhum relatório de tais casos, como os de STEC ou de colite hemorrágica e sín-drome hemolítica-urêmica”, explicou em comunicado.

Ao contrário de ou-tros países e regiões, no entanto, Macau ainda não intensificou a inspecção dos legumes importados. O foco por agora está nas unidades de saúde. “Já exigimos aos hospitais para acompanharem de perto os casos, de modo que logo que os mesmos sejam detectados devem de imediato adoptar

medidas médicas adequadas e notificar as autoridades sanitárias”, esclarecem na nota.

Tanto na China como em Hong Kong, não há ainda nenhum caso registado. No entanto, a inspecção sanitária foi reforçada para evitar efeitos colaterais. O secretário para a Saúde da região vizinha, York Chow, admite que Hong Kong pode ser alvo de um surto, pelo que já estão em andamento planos de contingência. “Um surto de infecção pela mesma estirpe O104:H4 do E. coli é bastante provável, já que é de fácil proliferação”, apontou. Ao primeiro sinal

de doença, o paciente será isolado para tratamento enquanto se averigua se a bactéria foi contraída no território ou no estrangeiro.

No sábado, Pequim confirmou a ausência de casos com Escherichia coli enterohemorrágica (ECEH) no país, mas ainda assim exigiu as autoridades perti-nentes a reforçar as medidas de prevenção contra essa bactéria e a realizar uma minuciosa vigilância. As possibilidades de que se produza um surto dessa perigosa variante na China são “relativamente baixas”, indicou Deng Haihua, porta--voz do Governo Central, ao detalhar que o país compra

uma quantidade limitada de verduras frescas.

No entanto, não des-cartou que apareçam casos importados devido aos frequentes trânsitos de pes-soas entre China e as nações europeias.

REBENTOS NA ORIGEMAutoridades sanitárias ale-mãs confirmaram oficial-mente que as análises de laboratório comprovam que o surto da bactéria E. coli foi provocado por rebentos vegetais contaminados, com origem numa quinta bioló-gica na Alemanha.

A estirpe bacteriana 0104:H4 de E.coli hemorrági-ca (EHEC), rara e altamente virulenta, foi detectada num pacote de rebentos vegetais proveniente de uma explo-ração em Gärtnerhof, em Bienenbüttel, no norte da Alemanha, agora fechada.

TUI dá razão à antiga directora dos Serviços de Finanças

Orieta vencedora

integrava ainda outros funcioná-rios públicos e representantes do sector privado, elaborava mais do que uma acta por cada reunião realizada, chegando num caso a elaborar oito actas num só dia, com os seus membros a receberem a remuneração correspondente ao número de actas feitas.

Por isso, diz o Comissariado de Auditoria, “com o funcionamento das reuniões da comissão dentro da legalidade e razoabilidade, o

resultado seria uma economia de cerca de 80 por cento das despesas efectivamente incorridas, ou seja, uma poupança de 3.421.270,00 patacas no erário público”.

Além dos pagamentos excessi-vos derivados do desdobramento das actas das reuniões, o Comis-sariado identificou também paga-mentos excessivos aos membros da comissão que eram funcionários públicos, ou seja, recebiam anual-mente em remuneração de trabalho

e de comissões oficiais mais do que a lei permite a qualquer trabalha-dor da administração – cerca de um milhão de patacas, tendo em conta a tabela de pagamentos actual.

A defesa de Carlos Ávila tam-bém interpôs um recurso no Tribu-nal de Segunda Instância mas este ainda não de pronunciou.

UMA JANELA FECHADAO outro arguido deste triângulo, o jurista João Janela da Silva, é

que não teve a mesma sorte. O coordenador do Núcleo de Apoio Jurídico dos Serviços de Finanças, até ser despedido em Outubro de 2009, viu o seu recurso contra o secretário para a Economia e Fi-nanças ser negado no TUI, num acórdão divulgado a 27 de Abril deste ano.

A piorar viu, durante o mês de Maio, o mesmo tribunal dizer-lhe não mais uma vez. Neste acórdão, o colectivo de juízes julgou impro-cedente a nulidade da sentença proferida em Abril, que condenou o jurista a reembolsar os cofres públicos pelos montantes indevi-damente recebidos em reuniões da Comissão de Avaliação de Veículos Motorizados.

João Janela Silva argumentou que havia oposição entre os fun-damentos e a decisão constantes no acórdão de Abril. Por haver essa “contradição lógica”, o juris-ta voltou a bater à porta do TUI para que a sentença fosse anu-lada. Mas os juízes não viram a questão do mesmo ângulo. “Não se verifica qualquer contradição lógica entre os fundamentos e a decisão do acórdão ora em cau-sa”, decidiram Chu Kin, Sam Hou Fai e Lai Kin Hong.

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CASA DE PORTUGAL | AMÉLIA ANTÓNIO REELEITA PARA TERCEIRO MANDATO

Afinal, quem e quantos somos?Gonçalo Lobo [email protected]

A advogada Amélia António, que sem-pre defendeu uma alternância na lide-

rança, foi reeleita presidente da Casa de Portugal de Macau (CPM) para cumprir o seu terceiro mandato. “Cá estou eu outra vez. Era importante haver rotação, pelas ideias e pelo cansaço. E o cansaço não é só de quem está cá dentro mas também de quem está fora. Mas estou pronta”, afirmou.a

Apesar da fraca afluência, algo que deixa triste Amélia, os 58 votos foram suficientes para a conduzir a si e à sua equipa para mais um périplo à frente dos desígnios da CPM. “Numa altura em que temos cerca de 700 sócios e 400 estão em condições de votar por te-rem as quotas em dia, 58 votos é muito curto. Fico chateada”, revelou a advogada ao Hoje Macau.

E para a jurista nada tem

ENTEROVÍRUS FAZ MAIS VÍTIMAS EM ESCOLASOs Serviços de Saúde confirmaram o aparecimento de mais dois casos de infecção colectiva pelo enterovírus, nas turmas A1 e C3 da creche Caritas, e nas turmas Cheong B e Siu A da Creche Ton Sin Tong I. As crianças infectadas foram submetidas a tratamentos médicos. O número de infecção colectiva pelo enterovírus EV71 desde o início deste ano já chegam a cinco. As autoridades pedem o reforço de medidas de controlo da infecção nas creches, enquanto que as turmas infectadas já foram suspensas provisoriamente para a limpeza e desinfecção geral do ambiente.

começou a ser remodelado no anterior biénio, mas Amélia António refere que o mais tardar em Julho a CPM terá a nova casa virtual online. “Queremos que seja cons-truído o mais rapidamente possível, já que está a fazer muita falta à divulgação das nossas actividades.”

A lista encabeçada por Amélia António que saiu vencedora vai trazer o ar-quitecto Carlos Couto para a vice-presidência em substi-tuição de André Ritchie que passou para o Conselho Fiscal. Pedro Lobo e Isa Manhão continuam com assento na direcção, que passa a integrar Olga Tavares, Tânia Xavier e Ana Cardoso. Joana Bucho e Ricardo Igreja continuam com os cargos de secretário e tesoureiro, respectivamente. A Assembleia-Geral continu-ará a ser liderada por Costa Antunes, ladeado por Maria Antónia Espadinha e pela “novata” secretária Filomena Maria McGuire.

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a ver com haver só uma lista. “Este desinteresse não se explica apenas porque existe uma lista. Isto do não é preci-so não é verdade. O voto em branco também é uma mani-festação de desaprovação que tem expressão”, refere.

Ainda lhe pediram que as eleições se realizassem ao sábado para que houvesse um aumento de participação, ao que acedeu, até “para provar que estava certa”. Resultado: menos votantes do que nou-tros anos.

A CPM está a passos largos de ter mil associados mas na verdade esse número será sempre uma falácia, por diversas razões. “Uma das coisas que quero fazer neste mandato é perceber quantos somos, de facto. Temos de verificar quantos e que sócios

existem na Casa de Portugal. Pois há gente que já saiu do ter-ritório entre outras situações. Precisamos apurar quantos somos ao certo e fazer uma renovação dos números de associado.”

O biénio 2011/2013 apre-senta-se, como outros, de grande trabalho. “Esta ree-leição não me traz sensações especiais. É a continuação de um trabalho que vem sendo feito. Só tenho pena que as pessoas não se manifestem como deve ser na altura das eleições.”

Projectos há sempre mui-tos mas os próximos anos serão de estabilização e de in-vestimento nos ateliês. “Essa é a nossa aposta e há muito por fazer. Temos uma aposta muito forte e muito difícil no fado e na guitarra portuguesa.

Mas é absolutamente necessá-rio fazê-la”, constatou Amélia António.

Numa altura em que a CPM cresce em número de associados e “os Amigos da Cultura ajudaram muito nisso”, “todas as actividades que se relacionam com a ju-ventude têm-se mostrado ex-tremamente necessária e têm tido uma procura enorme”.

A jurista admite que há

problemas que ainda não foram resolvidos e, aparen-temente, não o serão nos próximos tempos. “Precisa-mos de espaços, pois o nosso drama dos espaços sempre foi grande. Estamos sempre de-pendentes do que se consegue arranjar e há calendarizações onde já não cabemos.”

Outra novidade para este mandato será a cara lavada da página oficial da CPM. O site

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NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 193/2011(Solicitação de Comparência do Trabalhador)

Nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 6.º do Regulamento da Inspecção do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de 18 de Setembro, conjugado com o artigo 58.º e n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se o não-residente Sr. SILVERA RAMOS RUBEN DARIO, ex-trabalhador autorizado a prestar trabalho para a sociedade “COMPANHIA DE CORRIDAS DE CAVALOS DE MACAU, S.A.R.L.”, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do primeiro dia útil seguinte à da publicação do presente édito, comparecer no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.os 221 a 279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, em Macau, a fim de prestar declarações no processo n.º 7265/2009, proveniente do acidente de trabalho em que o notificado foi vítima.

Mais se comunica que nos termos da alínea a), n.º 2 do artigo 103.º do aludido Código, o procedimento é extinto quando por causa imputável ao notificado este esteja parado por mais de seis meses.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Tra-balho, aos 3 de Junho de 2011.

O Chefe do Departamento

Raimundo Vizeu Bento

NOTIFICAÇÃO EDITAL(Reparação coerciva)

Raimundo Vizeu Bento, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho, manda que se proceda, nos termos do n.º 3 do artigo 9.º e do artigo 11.º do Regulamento Administrativo n.º 26/2008 – Normas de funcionamento das acções inspectivas do trabalho, conjugados com os artigos 58.º, 72.º n.º 2 e 136.º n.º 2 do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, à notificação do transgressor do auto n.º 152/0708/2011, de 13 de Maio de 2011, senhor Nuno Miguel Matos Duque, proprietário da “Tecnologia Look Easy”, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do 1.º dia útil seguinte à da publicação dos presentes éditos, proceder ao pagamento da multa aplicada no aludido auto, no valor de Mop$20.000,00 (vinte mil patacas), por prática da transgressão laboral prevista no n.º 2 do artigo 62.º e punida na alínea 6) do n.º 1 do artigo 85.º da Lei n.º 7/2008 – Lei das relações de trabalho, de 18 de Agosto, bem como, no mesmo prazo, proceder ao pagamento da quantia em dívida ao trabalhador Chen Jinbei no valor de Mop$20.600,00 (vinte mil e seiscentas patacas), devendo ainda, nos 5 (cinco) dias subsequentes ao do termo do atrás citado prazo, fazer prova do pagamento efectuado.

A cópia do auto, a notificação, o mapa de apuramento da quantia em dívida ao referido tra-balhador e as guias de depósito deverão ser levantados, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.os

221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, sendo facultada a consulta do processo em causa, instruído por este Serviços.

Decorridos os prazos, sem que tenha sido dado cumprimento à presente notificação, seguir-se-á a tramitação judicial, com a remessa do auto ao Juízo.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 7 de Junho de 2011.

O Chefe do D.I.T. Raimundo Vizeu Bento

N.º 194/11

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8www.hojemacau.com.mo vida

Clickecológico

Excesso de sacos de plástico em Macau sem fim à vista

Nem lei, nem mudançaPatrícia [email protected]

A China criou uma lei para proibir uma série de estabelecimentos comerciais de darem

sacos plásticos. Em Hong Kong, quem quiser um a seguir as compras, paga. Em Macau, a única iniciativa que está a ser tomada para lidar com o excesso foi a implementação do “Dia sem sacos de plástico” – na ver-dade são dias, todos os 18 e 28 de cada mês os supermercados e estabelecimentos aderentes não dão sacos.

Questionado pelo Hoje Macau sobre o problema – e sobre a falta de acção -, o Con-selho de Consumidores diz que, embora não tenha havido muitos progressos desde 2008, o “Dia sem sacos de plástico” irá manter-se, sem que estejam pensadas mais acções.

Resta a educação. E é nessa ponto que o Conselho de Con-sumidores quer insistir, apesar de não ter, para já, nenhum plano concreto. “A enorme quantidade de sacos plásticos deverá ser ponderada ao nível de educação dos residentes”, informou o organismo, acres-centando que esse é o caminho para que os cidadãos criem o hábito de não pedir sacos nas suas compras.

conseguido. “Através da edu-cação, os residentes aceitam e suportam este evento [o dia sem sacos] com facilidade”, explica.

O Conselho de Consumi-dores quer divulgar mais os dias 18 e 28, mas não só para os compradores. Falta ainda ampliar a rede de estabele-cimentos aderentes – uma vontade de cada um e nunca imposta. “No ano passado, realizamos um inquérito sobre a eficácia do ‘Dia sem sacos de plástico’, obtivemos uma resposta positiva, por isso, em Abril desde ano, aumentamos para dois dias por cada mês o evento. Também fortalecemos as actividades de divulgação e cooperação com a Direcção dos Serviços da Protecção Ambiental.”

Nos últimos três anos, o consumo de sacos plásticos na China foi reduzido em 24mil milhões – o que também resulta numa redução de 10 milhões de toneladas de CO2 emitidas.

Segundo a Comissão Na-

cional de Desenvolvimento e Reforma chinês, o consumo de sacos plásticos em super-mercados e centros comerciais chineses diminuiu em dois terços, o que equivale a uma economia de 3,6 milhões de toneladas de petróleo.

DEBATE NA EUROPAQuando o assunto é uso de sacos plásticos, o comissá-rio europeu para o Meio Ambiente, Janez Potocnik, é taxativo: “Avaliaremos todas as possibilidades, inclusive a proibição na União Europeia”, garante. A maioria dos cerca de 500 sacos consumidos anu-almente por cada cidadão do bloco europeu é usada uma única vez – um prejuízo incal-culável para a natureza. Tanto o Departamento Federal do Meio Ambiente da Alemanha como o Ministério alemão do Meio Ambiente mostram-se, todavia, um pouco cépticos quanto à possibilidade de uma proibição geral dos sacos na União Europeia (UE), já que os países-membros possuem

Planetaem números

70milhões de toneladas de peixe foram deitadas ao lixo primeira década deste século, segundo dados da organização Oceana. Se não forem tomadas acções decisivas a curto prazo, “os danos serão irreversíveis”, alerta a Oceana, organização internacional para a conservação da vida marinha, em comunicado.

O ministro do Comércio Exterior americano, Ron

Kirk, anunciou que a China renunciou a um programa de subsídios de sua indústria eó-lica denunciado por Washing-

CHINA DEIXA DE SUBSIDIAR ENERGIA EÓLICA APÓS PRESSÃO DOS EUA

Eólica assim, nãoton diante da Organização Mundial do Comércio (OMC).

“A China colocou fim a alguns subsídios para tec-nologia eólica”, indicou o secretário de Comércio Exte-

rior americano Ron Kirk, em comunicado.

“Os Estados Unidos estão contentes com o facto de a Chi-na ter encerrado esse programa de subsídios”, completou Kirk.

Washington apresentou uma demanda diante da OMC contra esse programa em Dezembro, argumentando que a China o usava para dar subsídios “proibidos pelas regulações da OMC”, já que as empresas beneficiárias devem “utilizar peças e componentes fabricados na China, antes dos estrangeiros”.

Washington afirma que o montante da ajuda contem-plada no programa varia de 6,7 milhões a 22,5 milhões de dólares por empresa, e que o total “pode alcançar várias cen-tenas de milhões desde 2008”.

características muito hetero-géneas. Em cada um deles, o uso dos sacos acontece de maneira distinta.

Na Alemanha, por exemplo, calcula-se que sejam gastos cerca de 65 sacos por pessoa por ano – número bem abaixo da média da União Europeia. O sistema de reciclagem alemão também é considerado bastante eficiente.

“A enorme quantidade de sacos plásticos deverá ser ponderada ao nível de educação dos residentes”, informou o organismo, acrescentando que esse é o caminho para que os cidadãos criem o hábito de não pedir sacos nas suas compras

Wefers quer mais taxas para desincentivar uso de sacos. Heribert Wefers, asses-sor técnico da Liga do Meio Ambiente e Proteção à Natu-reza na Alemanha (Bund), vê diferentes caminhos, que não passam necessariamente pela proibição. “Talvez outras coisas influenciem mais a consciência do consumidor. Precisamos sair dessa cultura de jogar fora. É possível introduzir taxas sobre os sacos sob forma de impos-tos”, sugere. Importante é que as taxações incidam sobre sacos de uso único e sobre as biode-

Copiar o modelo chinês ou mesmo de Hong Kong, está fora de questão. O Conselho aponta que “não se pode se-

guir completamente a forma adoptada pela China”. O que acreditam por cá é que não será com a punição que o efeito será

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MULTA DE 24,6 MILHÕES DE EUROS POR GRANDE HAMSTER DA ALSÁCIA

• Ameaça de extinção do Grande Hamster da Alsácia, última espécie de hamster selvagem da Europa, pode render multa de 24,6 milhões de euros ao país. Para o Tribunal Europeu de Justiça, o tribunal mais importante do bloco, a França tem sido hostil ao Grande Hamster da Alsácia. O argumento da corte é que a França não adoptou políticas suficientes para proteger o animal, originário da região da Alsácia, que fica no leste do país, junto às fronteiras com a Alemanha e a Suíça. Menos de 200 indivíduos da espécie, última espécie viva de hamster selvagem da Europa, permanecem nos campos da França oriental.

BILL GATES EM PEQUIM PARA DEFENDER AMBIENTE LIVRE DE FUMO DO TABACO

Magnatas em missão anti-fumo

AVIÃO MOVIDO A ENERGIA SOLAR NÃO CONSEGUE COMPLETAR VOOO avião suíço Solar Impulse, movido a energia solar, deu meia volta neste sábado de volta a Bruxelas, devido a dificuldades durante o voo. Com isso, o objectivo de alcançar o aeroporto de Le Bourget, perto de Paris, não foi atingido. O avião tentará de novo na semana que vem alcançar Le Bourget, quando a meteorologia permitir. O Solar Impulse (“Impulso Solar”, em inglês) é o convidado de honra do Salão Internacional da Aeronáutica e do Espaço de Le Bourget, que abrirá em 20 de Junho.

ESTE sábado Bill Gates participou numa conferência de imprensa em

Pequim acompanhado pelo executivo chinês ligado à Internet Robin Li, e pelo vice-ministro chinês da Saúde, Huang Jiefu. Gates encorajou os não fumadores da China a defenderem os seus direitos a um ambiente livre de fumo e alertou para os perigos a que estão sujeitos os fumadores passivos.

Segundo dados oficiais, o consumo de tabaco está relacionado com a morte de cerca de um milhão de pessoas todos os anos na China, onde 30% dos adultos fumam, ou seja, cerca de 300 milhões de pessoas - o equivalente à população dos Estados Unidos. Focada nos efeitos nocivos da exposição ao fumo dos outros, a iniciativa do fundador da Microsoft e do director executivo do Baidu (espécie de versão chinesa do motor de busca online Google) visou não só ajudar os fumadores a deixar de fumar, como incentivar os não fumadores a não se inibirem de pedir aos fumadores para não fumarem em seu redor.

Numa entrevista colectiva em Pe-quim, os dois bilionários envergaram uma t-shirt verde a dizer, em chinês: “Diga não ao fumo involuntário”.

CARIDADE EM ALTAAo mesmo tempo que aumentam as fortunas pessoais na China, aumenta também o fenómeno das acções de cari-dade. Gates e o colega bilionário Warren Buffett têm levado a cabo uma campanha mundial para incentivar os ultra-ricos a

abraçarem a filantropia. Ainda em Se-tembro passado o fundador da Microsof reuniu com 50 magnatas chineses em Pequim com esse mesmo objectivo.

“Não há dúvida de que a filantropia na China está numa fase mais atrasada, mas acho que em algum momento nos próximos anos os filantropos chineses poderão vir a decidir juntar-se e começar a canalizar a sua riqueza para este tipo de causas”, disse Gates à comunicação social depois da apresentação de sábado.

Li disse que tanto ele, a título pessoal, como a Fundação de Caridade Baidu Pe-quim, que o motor de busca chinês lançou recentemente com um financiamento de 20 milhões de yuans, farão uma doação à iniciativa anti-tabágica. O empresário recusou-se a revelar o montante a doar, tal como Gates que disse que a China “será um grande foco” do trabalho de prevenção tabágica da Fundação Bill & Melinda Gates, recusando-se no entanto a avançar qualquer valor. Robin Li está a trabalhar na criação de sua própria fundação de caridade, embora questões burocráticas tenham tornado o processo “mais longo do que esperava”, fazendo com que o patrão da Baidu nem sequer arriscasse uma data para o lançamento do organismo.

LEI VAGAO Ministério da Saúde da China lançou uma proibição nacional do fumo em lugares fechados no mês passado, ape-sar de estarem ainda em falta algumas orientações mais específicas ao nível das

penalizações, levantando a crítica da população e atiçando a revolta de muitos restaurantes e hotéis do país.

O Centro Chinês para o Controle e Prevenção já apelou à substituição da proibição imposta de forma “vaga” por uma lei. “Foi muito corajoso o anúncio da proibição em Maio”, disse Gates. “Com o tempo, o Governo devia aumentar os impostos e tornar a regulamentação mais agressiva, mas já foi um bom começo. O mais importante”, continuou, “seria aumentar a consciência de que as pes-soas não querem ser obrigadas a fumar passivamente”.

A China lidera tanto a produção mundial de cigarros como o número de fumadores: quase um quarto do país fuma, ou seja, 1,34 bilhões de pessoas. O grupo “Controlo do Tabaco e o Futuro da China”, constituído por 60 especialistas em saúde pública do país, divulgou um relatório no início do ano onde se lê que cerca de um milhão de chineses morre a todos os anos de causas relacionadas com o tabaco. O mesmo estudo coloca as despesas de saúde relacionadas com o tabagismo a rondar os 62 biliões de yuans só no ano passado.

Bill Gates frisou que a parceria entre a Fundação Gates e a Fundação Baidu não se vai ficar por aqui. Os empresá-rios assinaram um acordo para formar uma aliança entre as suas fundações de caridade chamada “Aliança para a China Saudável “, por isso outras iniciativas relacionadas com a saúde poderão vir a ser realizadas no futuro.

gradáveis e as de papel, que também possuem materiais nocivos ao meio ambiente.

Austrália, Índia e alguns países africanos proibiram já o uso dos sacos. Já alguns estados dos EUA, Bélgica e Irlanda so-bretaxam-os. Segundo Wefers, a maioria obteve sucesso com a medida. Para se ter uma ideia, entre os irlandeses constatou--se que a imposição reduziu o

há uma grande quantidade de pequenas partículas plásticas. Segundo o comissário europeu, actualmente cerca de 250 biliões de partículas plásticas bóiam apenas sobre o Mediterrâneo. A decomposição desses pedaci-nhos pode durar até cem anos.

“Estas pequenas partículas de plástico preocupam-nos especialmente porque nestes trechos do oceano a concentra-ção deste material acaba por ser maior do que a de plânctones. Os peixes comem estas partí-culas e ficam com o estômago mais cheio de plástico do que de plâncton. E aí está o perigo de morrerem de inanição com o estômago cheio”, explica Wefers.

A situação também é com-plicada para pássaros mari-nhos. Alguns correm o risco de ficarem presos no material e, com isso, sufocam. Outros ingerem as partículas auto-maticamente ao comerem os peixes que já têm plástico no seu organismo.

Além da poluição na terra e no mar, os sacos plásticos têm outra grande desvantagem. “São produzidos a partir de petróleo, uma matéria-prima que daqui a um tempo pode não mais existir. Quanto menos usarmos os sacos, mais vamos ajudar a poupar este recurso”, explica Haufe.

“A enorme quantidade de sacos plásticos deverá ser ponderada ao nível de educação dos residentes”, informou o organismo, acrescentando que esse é o caminho para que os cidadãos criem o hábito de não pedir sacos nas suas compras

volume de sacos em 90%.Na China, por exemplo, elas

não podem mais ser oferecidas gratuitamente. “Com a medida, o número de sacolas de plástico que vão parar no meio ambien-te foi reduzido em dois terços”, afirmou Wefers, confirmando os números oficiais.

PROBLEMAS Partículas plásticas no mar oferecem risco para peixes, que podem morrer com o estômago cheio de plástico. Além do gran-de tapete de lixo formado por plástico descartado, também

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10www.hojemacau.com.mo CULTURA

“A discussão sobre a definição da lite-ratura de Macau, se os poetas por-

tugueses que por aqui passaram devem ou não ser considerados poetas locais é polémica, mas, para mim, Camões, como Bocage e Camilo Pessanha, não podem ser excluídos dessa literatura”, disse Yao Jing Ming à agência Lusa.

Para o poeta natural de Pe-quim, radicado em Macau des-de 1993 e tradutor da obra de Fernando Pessoa e Eugénio de Andrade, “era bom que Camões fosse olhado como poeta de Ma-cau”, como os restantes que citou, ao salientar que todos “viveram e deixaram aqui os seus poemas e deram o seu contributo para a literatura de Macau”.

Eduardo Ribeiro, português residente em Macau que investiga a vida de Luís Vaz de Camões, também considera que se poderia fazer mais pelo poeta universal. “Se Camões é um humanista, acho que poderia ser consagrado poeta de Macau”. “Camões está hoje pouco presente em Macau” - apesar de dar nome a um jardim, uma praça e um restaurante -, continua o investigador que sa-lienta que “Camões não é só dos portugueses, é universal, por ter cantado o humanismo do ser, independentemente de raças e credos”. É pelo menos essa ideia marcada na lápide de homenagem

Autor chinês defende Camões

Poeta de MacauYao Jing Ming, poeta chinês e tradutor de autores portugueses, defende que Luís de Camões deveria ser consagrado “poeta de Macau” por ter escrito na região parte da sua epopeia

BOLA DE NEVE CAMONIANAO jurista Eduardo Ribeiro, que se tem dedicado à investigação sobre a vida de Camões, considera que “não há dúvidas” de que o poeta esteve em Macau durante o século XVI, e que escreveu parte de “Os Lusíadas” na região. O trabalho “Camões em Macau, um mito historiográfico” do professor Rui Manuel Loureiro, que defende que a passagem de Camões por Macau “é uma questão de opinião”, desafiou Ribeiro, radicado na região desde 1985, a “lançar mãos à obra” e averiguar os factos para “também proferir um juízo”. “Nunca me passou pela cabeça que houvesse alguém que duvidasse que Camões tinha estado em Macau”, disse à agência Lusa. Eduardo Ribeiro publicou “Camões em Macau – Uma Certeza Histórica” em 2007. Na obra, afirma não ter dúvidas de que Camões tenha estado na região “porque os sinais são tantos que é impossível defender o contrário”. A “Década 8.ª da Ásia” de Diogo de Couto, “amigo pessoal de Camões”, é, para este investigador, o “documento decisivo” que prova a estada do poeta no território. Na obra lê-se que o mesmo veio à China como provedor de defuntos, cargo atribuído pelo governador de Goa de então (anos 60 do século XVI), vice-rei D. Francisco Coutinho. “Diogo de Couto sabia tudo sobre a vida de Camões, que lhe contou tudo o que se passou por aqui”, observou o investigador. Ribeiro defende que a dúvida de alguns historiadores se deve-se ao facto de aquele documento ter “só aparecido

no século XX” e de se “duvidar de tudo o que não esteja documentado pelas chancelarias régias”. Mas “Camões quando esteve em Macau era um Zé-ninguém, ninguém o conhecia, não tinha nada publicado”, sustentou. A biografia de Camões (1613) de Pedro Mariz também ajudou a criar a dúvida por afirmar que o poeta “saiu do Oriente (acusado de peculato pela perda de bens dos órfãos e viúvas) e que foi o governador de Goa, Francisco Barreto (anos 50 do século XVI), que o prendeu”, acrescentou. “Mas Camões esteve em Macau só nos anos 60 (do século XVI), como José Hermano Saraiva já o afirmou em 1977, mas não se tem dado a devida atenção” a isto, salientou Ribeiro. Para o investigador, Camões esteve em Macau entre 1562 e 1564, quando tinha cerca de 40 anos, tendo-se “acoitado no outeiro de Patane – chamado depois pelos jesuítas “Penedos de Camões” e hoje conhecido como Gruta de Camões -, já que na altura havia poucos alojamentos” e “não há dúvidas nenhumas” de que escreveu ali uma parte da sua epopeia. “O episódio do Adamastor foi escrito em Macau, é claríssimo, porque o Adamastor é um rochedo, um penedo, a que Camões se equipara. Esse Adamastor, esse mostrengo é ele (Camões) ali no outeiro de Patane”, afirmou. Eduardo Ribeiro prevê lançar o seu livro “este ano ou no próximo” em Portugal. Também deverá ser publicado nos próximos meses, em inglês, o seu roteiro cronológico de Camões no Oriente, “transformando aquilo que é uma nota de rodapé para os grandes historiadores no tema central de uma investigação” que descreve como uma “bola de neve que continua a rodar”.

ao poeta na gruta de Camões que foi descerrada em 1999 pelo então presidente português, Jorge Sam-paio: “A Luís de Camões, Grande Poeta da Humanidade e Símbolo do Universalismo Português”, pode-se ler, em português e chinês.

O poeta “defendia um mundo melhor, queria um mundo de gente que não usasse só a espada, mas também a pena”, sustentou Ribeiro, ao considerar que Macau teve “muita importância” para a obra de Camões e que o seu hu-manismo é uma “lição que levou da China” numa altura em que a “Europa estava centrada em si mesma”.

Para Yao Jing Ming, o poeta português tinha uma visão muito vanguardista ainda hoje partilha-da por muitos, mas admite que “os chineses ainda não o conhecem bem”. “O jardim Camões é co-nhecido em chinês como Ninho de Pombos Brancos”, exemplifica. “Acho que os chineses conhecem o nome Camões, mas não sabem muito bem quem foi”, disse, jus-tificando que provavelmente isso se deve ao facto de se tratar de um

muito remoto e por “faltar pesqui-sa e divulgação em chinês”. Yao Jing Ming constata que “poucos escritores chineses se interessam pela presença portuguesa no Oriente e, apesar de haver cada vez mais chineses a aprenderem português, são poucos os que se dedicam à pesquisa literária”, estando mais motivados pelas perspectivas económicas e comer-ciais da aprendizagem da língua. “Os chineses precisam de escrever e pesquisar mais sobre Camões e Portugal precisa de divulgar me-lhor este poeta”, apontou.

“Poemas Líricos de Camões” foi a primeira obra do poeta a ser traduzida para chinês, na década de 80, pelo Instituto de Estudos Li-terários de Pequim, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. Só depois disso é que surgiu a tradução de “Os Lusíadas”.

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Crónicas de Pinto Fernandes em livro

Homenagem a uma “voz rara” de Macau

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CINZAS DE SARAMAGO SERÃO DEPOSITADAS JUNTO À CASA DOS BICOS As cinzas do escritor português José Saramago serão depositadas no dia 18 junto à Casa dos Bicos, em Lisboa, precisamente um ano depois da morte do Nobel da Literatura. A cerimónia - “que não será de despedida, porque há pessoas a quem não se pode dizer adeus”, refere a Fundação Saramago - contará com a intervenção de Jorge Vaz e Carvalho, que lerá “Palavras para uma cidade”, da escritora Lídia Jorge e do grupo de percussão Tocá Rufar. Um ano após a morte de José Saramago, as cinzas serão depositadas no Campo das Cebolas junto a uma oliveira de Azinhaga do Ribatejo (onde o autor nasceu), a banco de jardim e a uma placa com a frase “Mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia”, retirada do romance “Memorial do Convento”.

A editora COD lança na sexta-feira “Penso eu de que...”, uma colectânea de textos publicados semanalmente durante seis anos no Hoje Macau e assinadas pelo cronista falecido há cerca de um ano

Filipa [email protected]

“É fácil chegar a Macau com um bloco e um lápis na mão e

começar a apontar defeitos, dizer que a qualidade de vida não é boa, que os preços dos géneros alimentícios são elevados e os mercados são uma javardice, que os transportes deixam muito a desejar, que os velhos vivem sozinhos, que a mão-de-obra existente é de má qualidade e que é praticamente impos-sível (para alguns) importar trabalhadores capazes, e por aí fora. Sim, e depois? Estas questões dizem-nos respeito, é a população de Macau que deve fazer a diferença e, se julgar que tem direito a uma vida melhor, ela e só ela é que poderá reivindicar melhores condições, escolher o seu futu-ro e o que quer efectivamente. Quanto aos ingerentes, que passem muito bem!”

As palavras fazem parte da crónica “A Ingerência”, a última escrita por Pinto Fernandes e publicada em Março de 2010 neste jornal. Uma semana depois a vida do seu autor, Humberto Pinto Fernandes Abreu, era inespe-radamente interrompida pela doença, deixando não só um lugar vazio na sociedade de Macau que tanto o parecia

estimar, tais foram as mani-festações de lamento pelo seu desaparecimento, como um importante espaço em branco às quintas-feiras nas páginas do Hoje Macau.

Durante seis anos Pinto Fernandes, como preferia assinar, escreveu de tudo um pouco sobre a realidade do território na secção “Penso eu de que...”, sempre no tom humorístico e mordaz que o caracterizavam. A editora COD agarrou nesses textos e transformou-os numa co-lectânea homónima que vai ser lançada na sexta-feira na Livraria Portuguesa, às 18h, com o apoio dos três diários locais em língua portuguesa - Hoje Macau, Ponto Final e Tribuna de Macau.

“Um ano depois da sua morte penso que é uma boa altura para lançar este livro e lembrar a memória

do Humberto”, diz Carlos Morais José, proprietário da editora COD. O também director e proprietário do Hoje Macau recorda o cro-nista e amigo de longa data como “uma pessoa que tinha um belo sentido de humor e um olhar bastante analítico, crítico e aos mesmo tem-po afectuoso da realidade de Macau”. Personalidade sobejamente conhecida no território, nomeadamente no universo jornalístico, Humberto Abreu “era uma voz rara em Macau”, clas-sifica Morais José. “Além de ter a coragem de criticar, tinha alguma lucidez e uma perspectiva de análise única. Dava grande brilho ao jornal às quintas-feiras”, remata.

A partir de sexta-feira ficam imortalizados em livro os textos do homem que durante seis anos (d)escre-veu Macau nas suas mais variadas temáticas, desde a política à sociedade, pas-sando pela cultura. Sempre com “a coragem de exercer o seu direito à indignação perante coisas que chocavam a sua consciência”. Uma visão que, vinca Morais José, “faz falta” no território. “Ninguém em Macau neste momento escreve como ele escrevia, ou pelo menos

numa linha parecida com a dele.”

Humberto Abreu viveu metade da sua vida em Ma-cau, onde trabalhou ligado à impressão de jornais locais e fotografia ‘off-set’. Passou pela Imprensa Oficial, onde trabalhou até às vésperas da transferência, altura em que rumou a Portugal e por lá se fixou durante quatro anos. De volta à RAEM em 2002, demorou dois anos para se transformar no cronista Pinto Fernandes dando início à cró-nica semanal do Hoje Macau “Penso eu de que...”, com título inspirado num outro Pinto. O último capítulo foi publicado na semana anterior à sua inesperada morte, vítima de leucemia. Tinha 61 anos.

Durante seis anos Pinto Fernandes escreveu de tudo um pouco na secção “Penso eu de que...”, sempre no tom humorístico e mordaz que o caracterizavam

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SEGUNDA-FEIRA 13.6.2011

12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

Futebol | Monte Carlo vence e aproxima-se da liderança

Dragões baralham contas do CampeonatoMarco [email protected]

A formação da Casa do Futebol Clube do Porto de Macau assinou na última quinta-feira uma

das maiores surpresas da edição de estreia da Liga de Elite, ao golear sem apelo nem agravo o campeão Windsor Arch Ka I por cinco bolas a duas, em partida a contar para a décima sexta ronda do principal campeonato de futebol de Macau.

A derrota da formação orien-tada por Rui Cardoso é apenas a segunda na presente temporada, mas o desaire bastou para relançar a discussão pelo título, quando faltam apenas duas jornadas para o fim da prova. Noutro encontro entre titãs, o Monte Carlo vingou o percalço sofrido nos quartos-de--final da Taça da Associação de Futebol de Macau e goleou o Lam Pak por 5-1, encurtando a distância para o líder para apenas um ponto.

Afastado já da discussão pelo título de campeão, o Futebol Clube do Porto acabou por chamar a si o papel de grande protagonista da recta final da edição de 2010-2011 da Liga de Elite, ao baralhar as contas na corrida pelo primeiro lugar, num encontro em que tudo correu de feição aos dragões do território. Os ainda vice-campeões de Macau conseguiram sacudir à pressão inicial do Ka I e não só re-sistiram ao assédio dos adversários como também foram capazes de colocar os líderes da classificação em maus lençóis. Aos 39 minutos, o sul-africano Samuel Ramoseau assinou um primeiro aviso do que esperava o Ka I, ao inaugurar de forma oportuna o marcador.

O grupo de trabalho orientado pelo português Rui Cardoso reco-lheu ao balneário em desvantagem e aos 51 minutos viu a aritmética do encontro complicar-se, depois do estreante Pedro Lopes ter dilatado a vantagem azul e branca, numa boa iniciativa do ataque do Porto.

A perder por duas bolas a zero, o Ka I ainda esboçou uma reacção e aos 66 minutos, o brasileiro William Carlos Gomes reduziu, relançando a discussão da partida. Os dragões do território estavam, no entanto, endiabrados e aos 75 minutos voltaram a colocar-se em vantagem, numa jogada em que Iek Kim Pang fintou a meia-defesa

adversária, antes de rematar para o fundo das redes de Tam HengWa.

Inconformado, William Carlos Gomes voltou a colocar o Ka I na senda da recuperação, ao apontar o seu segundo golo do encontro aos 77 minutos, mas o esforço do avançado brasileiro acabou por se revelar insuficiente para travar a inspirada máquina do Futebol Clube do Porto. A formação orien-tada por Daniel Pinto estendeu de novo a vantagem aos 84 minutos, com o brasileiro Marquinhos a deixar também o seu nome ligado à história do encontro.

O desafio parecia decidido a favor dos dragões do território, mas o onze azul e branco teve ainda oportunidade para celebrar um novo golo nos segundos finais do desafio. O tento – por sinal o melhor conseguido – foi apontado por Pedro Lopes, que surpreendeu tudo e todos com um remate colo-

cado, desferido a mais de quarenta metros do último reduto do Ka I.

GOLEADAPerante a surpreendente vitória do Futebol Clube do Porto, o Clube Desportivo Monte Carlo só tinha que cumprir com o que lhe era exigido e no embate com o todo poderoso Lam Pak não se atemorizou, goleando a formação orientada pelo veterano Chan Man Kin por cinco bolas a uma. Kamilo Oliveira da Silva, jogador que chama a si o estatuto de “artilheiro--mor” do Campeonato voltou a ter uma influência providencial no resultado, ao inaugurar o marcador logo à passagem do oitavo minuto. O avançado brasileiro bisou quatro minutos depois, encaminhando o conjunto “canarinho” para o que viria a ser uma confortável goleada.

O terceiro golo do Monte Carlo surgiu apenas na segunda metade,

com Chao Wai Hou a marcar nove minutos após o reinício da parti-da. Sem argumentos para refutar o maior ascendente do Monte Carlo, o Lam Pak sofre o quarto golo quatro minutos depois, numa jogada que voltou a ter a chancela de Kamilo Oliveira da Silva.

A reacção do Lam Pak só aos 74 minutos se materializa, com Iong Kin Chong a apontar o golo de hon-ra do conjunto azul e branco, numa altura em que o triunfo do onze adversário se afirmava já como indiscutível. A vantagem do Monte Carlo era segura, mas o macaense Alfredo Almeida acabou com toda e qualquer dúvida a cinco minutos do fim da partida, ao apontar o quinto e último tento do conjunto orientado por Mário Ramos.

SITUAÇÃO DIFÍCILCom a derrota sofrida perante o Monte Carlo, o Lam Pak afunda-se

na tabela, entregando de bandeja ao Futebol Clube do Porto a quarta po-sição no Campeonato. Os dragões têm, de resto, no fim de semana, a oportunidade de ascender à tercei-ra posição da classificação e para tal só têm que vencer a Selecção de Sub-23. Os atletas da formação da Associação de Futebol de Macau não foram além de um empate sem golos com o Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública e têm agora apenas um ponto de vanta-gem sobre a formação orientada por Daniel Pinto.

Para além de Futebol Clube do Porto e Monte Carlo, o outro gran-de vencedor no âmbito da décima sexta ronda da Liga de Elite foi o Hong Ngai. A formação orientada por Ka Li Man derrotou o Hoi Fan por duas bolas a uma e assegurou a manutenção no principal escalão do futebol do território. Num desa-fio em que o Hong Ngai foi sempre a formação mais perigosa, coube ao Hoi Fan inaugurar o marcador aos vinte minutos, numa jogada com a assinatura de Zhu Wei Lin.

A reacção do onze adversário não se fez tardar e na jogada ime-diata Cheang Chon Man repôs o equilíbrio no placard, antes de Chan Hou Wan fazer respirar de alívio Ka Li Man e companhia, com um golo providencial nos derradei-ros segundos da primeira metade.

Condenado à descida ao segun-do escalão está já o Grupo Desporti-vo Artilheiros. A formação também conhecida pela designação de Pau Peng foi copiosamente derrotada pelo Lam Ieng por cinco bolas a duas. O clube satélite do Lam Pak respondeu bem a um melhor início de partida do adversário e conseguiu dar a volta a uma des-vantagem de dois golos (Tam Wai Meng marcou por duas ocasiões, aos dez e aos 20 minutos), assinado uma das melhores exibições da temporada.

A resposta do Lam Ieng co-meçou a desenhar-se aos 28, com Yuan Jun Hui a reduzir, antes de Lei Ka Kei operar a reviravolta no marcador com dois golos em ape-nas dois minutos, na recta inicial da segunda parte. O quarto golo do Lam Ieng materializa-se aos 81 minutos, numa iniciativa com a assinatura de Li Jia Sheng e a três minutos do final do encontro, Yuan Jun Hui encerra a goleada com o segundo golo da conta pessoal.

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[Tele]visão23:00 World of Gymnastics 2011 23:30 Stance Kite Magazine

STAR SPORTS 3110:30 FIA F1 World Championship Raceday 2011 Grand Prix du Canada 11:15 FIA F1 World Championship 2011 - Main Race Grand Prix du Canada 13:15 FIA F1 World Championship Chequered Flag 2011 Grand Prix du Canada 14:00 FEI Equestrian World 14:30 WTA - Aegon Classic Final 16:00 FIA F1 World Championship Raceday 2011 Grand Prix du Canada 16:45 FIA F1 World Championship 2011 - Main Race Grand Prix du Canada 18:45 FIA F1 World Championship Chequered Flag 2011 Grand Prix du Canada 19:30 Sbk Superbike World Championship 2011 - Races21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 Game 22:30 Engine Block 2011 23:00 FIA F1 World Championship Highlights 2011 Grand Prix du Canada

STAR MOVIES 4012:20 Avatar15:05 Bad Boys17:10 The Marine 218:50 In The Line Of Fire21:00 Over The Top22:40 Damage00:30 Snake Eyes

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MGM 4311:45 Stardust Memories13:15 New Year’s Evil14:45 Bridge to Silence16:15 It Runs in the Family17:45 Rockula19:15 The House on Carroll Street21:00 Fight for Life22:45 Until September00:30 Rocky Marciano

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ESPN 3012:00 IAAF World Challenge League 14:30 Stance Kite Magazine15:00 World of Gymnastics 201115:30 MLB Regular Season 2011 Cleveland Indians vs. New York Yankees18:30 (Delay) Baseball Tonight International 2011 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 World of Gymnastics 2011 20:30 Stance Kite Magazine 21:00 US Open Championship Official Film 200922:00 Sportscenter Asia 22:30 Bupa Great Edinburgh Cross Country

22:00 Beyond Survival With Les Stroud - San Bushmen23:00 Gold Rush: Alaska - The Pain Barrier00:00 Man Vs. Wild 5 - Bear’s Top 25 Moments

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SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1-OLHARAPO. LR. 2-FAUCE. AUREO. 3-UR. AJUNTAR. 4-S. APUAR. DIS. 5-CINOR. INICO. 6-AP. TAO. OCAR. 7-RALA. SONO. I. 8-NAROSCA. AM. 9-CEM. LAIVOSO. 10-IMANO. MORTE. 11-AA. BRIO. AOS.VERTICAIS: 1-OFUSCAR. CIA. 2-LAR. IPANEMA. 3-HU. AN. LAMA. 4-ACAPOTAR. NB. 5-REJURA. OLOR. 6-A. AU. OSSA. I. 7-PANRI. OCIMO. 8-OUT. NONAVO. 9-RADICO. ORA. 10-LERICA. ASTO. 11-RO. SORIMOES.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Papão. Laurêncio. 2-Garganta. Antiga moeda de oiro portuguesa. 3-Ant. cid. da caldeia. Aproximar. 4-Exnofre. Cravar com puas. Prefixo, dois. 5-Instrumento músico dos Hebreus. Iníquo. 6- Aprovado. Variedade de pedra preciosa, hoje desconhecida. Tornar oco. 7-Rolão. Completo adormecimento dos sentidos. Em numeração romana, significa um. 8-Marosca. Assembleia Municipal. 9-Medida linear, equivalente a 200 braças. Que tem laiva. 10-Muito grande. Termo, fim. 11-Duas vezes a. Elemento de origem grega que significa musgo. Contracção da preposição a com o artigo os.

VERTICAIS: 1-Tornar menos intenso. Companhia de inteligência americana. 2-Lugar em que se acende fogo, na cozinha. Cidade de M. Gerais. 3-Adv. ant., onde. Prefixo de origem grega que designa privaçaõ ou negação. Sacerdote budista, na Mongólia e no Tibete. 4-Encapotar. Nióbio. 5-Nova jura. Arama. 6-Ampere. Uma Serra de Portugal. Terceira vogal. 7-Árvore indiana. Manjericão. 8-Fora, em inglês. Um dos carbonetos do grupo forménico. 9-Relativo ao rádio. Designativa de dúvida ou menosprezo. 10-Planta que nasce nas searas e produz umas sementinhas pretas. Astuto. 11-Nome de uma letra do alfabeto grego. Uma tribo.

SALA 1SUPER 8 [C] Um filme de: J. J. AbramsCom: Elle Fanning, Kyle Chandler, Ron Eldard14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 2X-MEN FIRST CLASS [B] Um filme de: Matthew VaughnCom: Michael Fassbender, James McAvoy14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 3PIRATES OF THE CARIBBEAN - ON STRANGER TIDES [B] Um filme de: Rob MarshallCom: Johnny Depp, Penelope Cruz, Geoffrey Rush14.15, 16.45, 19.15, 21.45

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Filipa Queiroz; Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Patrícia Ferreira, Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel Barros, Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Luís Sá Cunha, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

OPINIÃO

Gonçalo Alvim*[email protected]

A ASSOCIAÇÃO de Arquitectos de Ma-cau acolheu no passado dia 7 de Junho um seminário sobre os novos aterros urbanos, apresentado pelo Chefe do Departamento de Planeamento Urbanístico da DSSOPT, o Sr. Lao Iong. Este seminário insere-se numa série de consultas públicas que têm sido promovidas pelo Governo com a intenção de auscultar as opiniões da população e dos vários organismos que queiram ter voz activa no processo, de forma a poderem melhorar--se as propostas.

A apresentação foi o mais desenvolvida possível para o tempo disponível, a abertura e sinceridade do Sr. Lao Iong pareceram-me indiscutíveis, percebeu-se haver um grande estudo por trás de todo o processo e, facto importante nas sociedades que se pretendem democráticas e participadas, terá havido de facto a preocupação de perceber as opiniões da população e organismos de Macau re-lativamente às novas áreas, procurando a DSSOPT incorporar alterações ao Plano em conformidade com essas opiniões.

Foi pedido aos presentes no seminário, na generalidade arquitectos, que contribuíssem com mais opiniões que permitissem melhorar as propostas, mas deve ser esclarecido em abono da verdade que, ao contrário do que à primeira vista parece, os técnicos terão mais dificuldades em dar opiniões sobre matérias da sua área que o cidadão comum. Porque a opinião de um técnico deve ser fundamentada numa base de conhecimentos que enquadrem o que diz, enquanto o cidadão comum pode dizer o que entende sem grandes preocupa-ções de viabilidade ou de enquadramento numa base experimental e científica.

De uma forma resumida vou procurar transmitir a ideia geral das propostas e o tra-balho realizado, para então responder ao de-safio e dar a minha opinião, necessariamente limitada pelo considerável desconhecimento que tenho sobre tudo o que foi desenvolvido para trás e sobre as opiniões dos técnicos envolvidos e dos cidadãos de Macau.

Os aterros consistem em cinco áreas prin-cipais com um total de 350 hectares. Como referências, um campo de futebol tem cerca de um hectare e o Reservatório de Macau tem 35 hectares.

O maior aterro de todos, com cerca de

Folha Solta

Os nOvOs aterrOs urbanOs138 hectares, situa-se a nascente de Macau e vai fazer a ligação com a ilha artificial da mega ponte de ligação Zhuhai – Hong Kong – Macau. As outras quatro áreas de aterros situam-se entre Macau e a Taipa – uma delas junto a Macau (em parte já construída), as outras três junto à Taipa.

Não vou discutir a implantação e áreas destes aterros, desde logo porque desconheço a fundamenta-ção técnica da sua realização, seja ao nível das necessidades futuras de Macau, seja ao nível da sua sustenta-bilidade. Mas acredito que a matéria esteja devidamente estudada, desde logo porque Macau tem uma boa tradição na realização de aterros.

Uma nova ponte vai ser construí-da entre o maior dos aterros e a Taipa, nomeadamente junto ao terminal marítimo de Pac On. Esta ponte vai permitir desviar tráfego do centro urbano, nomeadamente aquele que virá de Zhuhai e Hong Kong, o que me pareceria bem se não fossem as minhas dúvidas relativamente à mega ponte.

Com efeito, esta ponte de dimensões gi-gantescas terá apenas utilização rodoviária, não contemplando um meio de transporte eficiente, bastante mais ecológico e que evita-ria o tráfego futuro que se prevê: o comboio.

Apesar de todos os desvios de automóveis e camionetas que se possam fazer, tenho dúvidas que Macau aguente a afluência de tráfego de Hong Kong e Zhuhai que prevejo. Mas, não sendo este um dos pontos que está em discussão na consulta pública, tenho a dizer que me parece bem a construção dessa quarta ponte Macau-Taipa, necessariamente ultrapassado o facto de não ter nas mãos os estudos que se requeriam para uma opinião mais abalizada.

Assim, de uma forma geral, parece-me à primeira vista que todo o estudo que foi desenvolvido tem fundamentação, o que é um princípio muito bom. Tenho muitas dúvidas relativamente ao zonamento que foi proposto, mas a minha maior discordância, ao contrário do que seria de esperar de uma pessoa que sempre viveu em Democracia e respirou todas as liberdades possíveis das sociedades ocidentais, é a veneração que se percebe no Governo pela consulta pública e

a forma como foi feita. Politicamente poderá a proposta parecer assim mais sustentável, mas a sustentabilidade política não significa necessariamente sustentabilidade técnica. E a minha opinião é simplesmente a de um técnico, mais vocacionado para as áreas de paisagismo e urbanismo.

Comecemos pela forma como a consulta foi feita. Embora eu acredite que tenha ha-vido um estudo de opiniões mais alargado, foi-nos dito no Seminário que, para cada

Eu faço a distinção entre as opiniões avulsas, pouco fundamentadas e de certa forma dirigidas, e os estudos de carácter mais técnico. Porque sei que as pessoas têm uma opinião antes de estudarem um assunto e podem ter outra completamente diferente depois de se debruçarem profundamente sobre ele. E não é justo ficaram com o ónus de opções erradas que lhes foram postas à macroescala numa fase embrionária dos seus conhecimentos sobre a matéria

um dos aterros, foi proposto aos cidadãos uma espécie de voto sobre três opções de zonamento, que inclu-íam diferentes áreas de habitação/comércio, espaços verdes, escritórios e equipamento. E os cidadãos vota-ram, optando a DSSOPT, em cada aterro, pela hipótese mais votada. E assim foi feita a escolha democrática!

Relativamente à consideração da DSSOPT pelas escolhas feitas pelos organismos representativos em Macau, o pouco que sei é que foi pedido à Associação de Arquitectos que elaborasse um estudo sobre as tipologias urbanas características de Macau, para levar em consideração nas tipologias a desenvolver nos novos aterros. Confesso que não sei bem como será isso possível, dado que o reticulado da cidade antiga, a

altura dos seus edifícios, a reduzida largura das suas ruas, não se coaduna com as neces-sidades dos novos meios urbanos nem com a resposta que se pretende ao aumento po-pulacional de cerca de 40% previsto para os próximos dez anos. Claro que o essencial do zonamento já foi “decidido” pelos cidadãos, mas os arquitectos mostraram-se bastante interessados em dar o seu contributo para esse estudo da tipologia pretendido.

Devo no entanto acrescentar que não é por desrespeitar a população ou os entrevis-tados que ponho em dúvida as suas opiniões, ainda que neste caso se tenham limitado a um voto entre três hipóteses possíveis para cada aterro. O que acontece é que eu faço a distinção entre as opiniões avulsas, pouco fundamentadas e de certa forma dirigidas, e os estudos de carácter mais técnico. Porque sei que as pessoas têm uma opinião antes de estudarem um assunto e podem ter outra completamente diferente depois de se de-bruçarem profundamente sobre ele. E não é justo ficaram com o ónus de opções erradas que lhes foram postas à macroescala numa fase embrionária dos seus conhecimentos sobre a matéria. A meu ver, é aos técnicos que cabe toda a responsabilidade e devem ter presente que as opiniões que recolhem devem ser filtradas por si. Nem a população espera outra coisa, parece-me a mim.

*Arquitecto Paisagista, Mestre em Engenharia Urbana

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VENEZUELA HUGO CHÁVEZ OPERADO DE URGÊNCIAO presidente da Venezuela, Hugo Chavez, foi operado ontem de urgência a um abcesso na zona pélvica, durante uma visita oficial a Cuba. Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Nicolás Maduro, que acompanhou Chávez na visita a Cuba, o presidente deslocou-se a um hospital local, queixando-se de forte incómodo. Os médicos descobriram um abcesso infectado na região pélvica e decidiram extraí-lo de imediato. Chavez vai permanecer na ilha até estar em condições de regressar em segurança à Venezuela, o que se prevê seja daqui a poucos dias.

CLONAGEM VACAPRODUZ LEITE MATERNOUm laboratório argentino anunciou o nascimento da primeira vaca clonada no mundo com dois genes humanos, para produzir um equivalente do leite materno que pode proteger os bebés contra doenças e promover o seu desenvolvimento. Rosita ISA é o primeiro bovino nascido no mundo com dois genes humanos que contêm as proteínas presentes no leite materno, produzindo leite que protegerá os bebés humanos e melhorará a sua absorção de ferro.

EUA MORTE PARA HOMEM QUE DESMEMBROU MULHERUm júri condenou à morte no sábado, no estado norte-americano do Tennessee, um homem, de 33 anos, por ter morto e desmembrado a sua mulher e mãe dos seus três filhos. A filha de 15 anos do autor do crime, James Hawkins, testemunhou em tribunal ter sido vítima de abuso sexual por parte do pai desde os 12 anos. A jovem disse ter visto o pai esfaquear e estrangular a sua mãe de 28 anos a 9 de Fevereiro de 2008.

GUINNESS 18 ANOSE 61,5 CENTÍMETROSO filipino Junrey Balawing tornou-se ontem, quando completou 18 anos, o homem mais pequeno do mundo. Mede apenas 61,6 centímetros. O jovem foi medido no fim-de-semana por uma equipa dos Recordes do Guinness, que comprovou que Junray Balawing é mais pequeno que o actual detentor do recorde, o nepalês Khagendra Thapa Magar, com 66 centímetros. Segundo o Guinness, Junrey pode ser considerado também o homem vivo mais pequeno de sempre.

Mega-operação policial devido a burlas telefónicas

Ponte de repatriados

O jornal “The China Post” deu ontem conta de uma mega-operação de repatriamento de

suspeitos de fraude telefónica, fruto de uma operação conjunta inédita levada a cabo pelas au-toridades policiais de Taiwan, China e alguns países do Sudeste Asiático, informou o Gabinete de Investigação Criminal.

Já foi detido um total de 598 suspeitos nesta operação, 410 deles cidadãos de Taiwan. Os 122 taiwaneses que aterraram em Ma-cau na manhã de sábado tinham sido detectados no Camboja e enviados para o território, onde

oficiais de Taiwan os apanharam e levaram de volta à ilha Formosa num voo fretado da companhia EVA Airways.

De acordo com as autoridades, os suspeitos foram transportados para Taichung para serem inter-rogados, revelando ainda que mais uma centena de cidadãos de Taiwan vindos da Indonésia seria repatriada nos próximos dias.

A rede de burlas telefónicas operava sobretudo no Estreito de Taiwan, mas estava a alargar o seu raio de acção para outros países do Sudeste Asiático, depois de Taiwan e a China terem inten-sificado a cooperação de forma a

reprimir este tipo de crimes. As autoridades de ambos os lados do Estreito também chegaram a um consenso sobre as repatriações. Num caso recente, as autoridades Filipinas capturaram suspeitos de Taiwan mas enviaram-nos para o território chinês para serem deti-dos, segundo informou a Agência Central de Notícias (CAN).

A técnica agora é cada país apanhar os seus residentes na-cionais no território de um país terceiro e repatria-los ao país de origem. A mais recente operação conjunta envolveu a polícia de Taiwan, autoridades das cidades e províncias chinesas de Pequim, Xangai, Chongqing, Fujian, Jian-gsu e Guangdong, Shanxi, bem como Indonésia, Camboja, Ma-lásia e Tailândia, disseram os funcionários.

A maioria dos suspeitos é originária de Taiwan, enquanto 188 são provenientes da China, três da Tailândia, dois da Coreia do Sul, um do Vietname e outro do Camboja.

O Gabinete de Investigação Criminal decidiu repatriar os suspeitos em voos fretados por motivos de segurança. Estima-se que os dois voos tenham custado cerca de 200 mil patacas, um preço que teria sido muito mais elevado se a EVA Airways não tivesse oferecido um desconto. Nem a polícia nem a companhia revelarem o montante.

A rede operava um esquema bastante elaborado de burlas por telefone, que levaram a fraudes de milhões e milhões de patacas em todo o Sudeste Asiático.

car toonpor Steff

FMI ATAQUE INFORMÁTICO REBUSCADOUm prolongado e sofisticado ataque informático tomou por alvo no início deste ano o Fundo Monetário Internacional (FMI), o grupo intergovernamental que tutela o sistema financeiro de 187 países membros, aparentemente com o propósito de “dar vantagens” a um país, foi revelado pelo diário norte-americano “The New York Times”, citando responsáveis daquela instituição financeira global. “Trata-se de uma brecha enorme e que durou vários meses”, avaliou uma dessas fontes, sob anonimato, segundo a qual o ataque informático ocorreu ainda antes do estalar do escândalo sexual, em meados de Maio, envolvendo o entretanto afastado director da instituição, Dominique Strauss-Kahn, que é acusado de agressão sexual por uma empregada de um hotel de Manhattan.

CHILE VULCÃOATRAPALHA AUSTRÁLIAE NOVA ZELÂNDIAAs companhias australianas Qantas e Jetsar cancelaram ontem os voos internos e várias ligações com a Nova Zelândia, afectando mais de 1500 passageiros, devido à aproximação da nuvem de cinzas do vulcão chileno Puyehue. Os ventos transportaram as cinzas do vulcão até à região da Nova Zelândia e Austrália, a 9400 quilómetros de distância do Chile.

EUA NENHUMA BOMBA SOBRE SARAH PALINDezenas de jornalistas aterraram no Alasca para escrutinar milhares de e-mails escritos por Palin enquanto governadora daquele estado. Até ontem, não tinham encontrado nenhuma “bomba”. A imprensa agiu como se fosse a segunda vinda da WikiLeaks: jornais como o “New York Times”, o “Washington Post” e o britânico “The Guardian” reproduziram as mais de 24 mil páginas de e-mails nos seus sites e apelaram ao voluntarismo dos leitores, pedindo-lhes alertas e comentários sempre que encontrassem algo digno de nota. “Isto não é uma caça às bruxas”, disse o subchefe de redacção do “New York Times”, Jim Roberts, apesar do contraste visível entre o destaque que a imprensa pró-democrata está a dar ao assunto e o tratamento discreto da imprensa de direita.

ELEIÇÕES NA TURQUIA

Autoridades deram ontem início a uma operação massiva de repatriamento de mais de uma centena de suspeitos do crime de burla telefónica para Taiwan num voo fretado a partir de Macau