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MUITO NUBLADO MIN 15 MAX 20 HUM 60-95% EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUINTA-FEIRA 24 DE JANEIRO DE 2013 ANO XII Nº 2779 PUB PUB PUB Ter para ler EMPREENDEDORISMO Governo empresta dinheiro sem juros aos mais novos PÁGINA 2 TÁXIS Licenças dos amarelos foi prolongada PÁGINA 5 FUNÇÃO PÚBLICA Inflação nos 6,11% preocupa trabalhadores PÁGINA 2 Governo pode obter lucros com a quebra dos juros da dívida portuguesa para 6% Pela primeira vez em dois anos, os juros da dívida portuguesa tiveram uma quebra para os 6%. Se o Governo da RAEM decidir vender o que comprou em leilão, em 2011, pode obter um confortável lucro. Quem o afirma é o director-geral do Millennium BCP em Macau, José Pãosinho. Ao Hoje Macau, o bancário explicou tratar-se de uma “excelente notícia” que pode trazer ganhos de capital na ordem dos 50% à RAEM, comprovando a evolução dos bancos portugueses e o facto destes começarem a poder ir ao mercado financiar-se. Todos podem ficar a ganhar: Macau e Portugal. PÁGINA 3 VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) SEGURANÇA RODOVIÁRIA CENTRO DE INFORMAÇÃO AINDA PODE IR PARA PERTO DO MANGAL ÚLTIMA POLÍCIA JUDICIÁRIA MAIORIA DOS CRIMES EXECUTADOS POR PESSOAS DE FORA PÁGINA 4 Lusos ao fundo do túnel

Hoje Macau 24 JAN 2013 #2779

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Edição do Hoje Macau de 24 de Janeiro de 2013 • Ano X • N.º 2779

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Page 1: Hoje Macau 24 JAN 2013 #2779

MUITO NUBLADO MIN 15 MAX 20 HUM 60-95% • EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUINTA-FEIRA 24 DE JANEIRO DE 2013 • ANO XII • Nº 2779

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Ter para ler

EMPREENDEDORISMO

Governo empresta dinheiro sem juros aos mais novos

PÁGINA 2

TÁXIS

Licençasdos amarelosfoi prolongada

PÁGINA 5

FUNÇÃO PÚBLICA

Inflação nos 6,11% preocupa trabalhadores

PÁGINA 2

Governo pode obter lucros com a quebra dos juros da dívida portuguesa para 6%

Pela primeira vez em dois anos, os juros da dívida portuguesa tiveram uma quebra para os 6%. Se o Governo da RAEM decidir vender o que comprou em leilão, em 2011, pode obter um confortável lucro. Quem o afirma é o director-geral do Millennium BCP em Macau, José Pãosinho. Ao Hoje Macau, o bancário explicou tratar-se de uma “excelente notícia” que pode trazer ganhos de capital na ordem dos 50% à RAEM, comprovando a evolução dos bancos portugueses e o facto destes começarem a poder ir ao mercado financiar-se. Todos podem ficar a ganhar: Macau e Portugal. PÁGINA 3

VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS)

SEGURANÇA RODOVIÁRIA

CENTRODE INFORMAÇÃO

AINDA PODE IR PARA PERTO DO MANGAL

ÚLTIMA

POLÍCIA JUDICIÁRIA

MAIORIADOS CRIMES

EXECUTADOS POR PESSOAS DE FORA

PÁGINA 4

Lusos ao fundo do túnel

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quinta-feira 24.1.2013política2 www.hojemacau.com.mo

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Restaurante-bar

COMIDA ÀPORTUGUESA

Tel 28594643

Travessada Praia, 17 r/c

Joana [email protected]

A Comissão de Ava-liação das Remu-nerações dos Traba-lhadores da Função

Pública voltou ontem a reunir com o Governo para discutir os aumentos dos trabalhadores da função pública.

José Pereira Coutinho, deputado e presidente da Associação dos Trabalha-dores da Função Pública (ATFPM), foi um dos mem-bros que instou o Governo a repensar no aumento de 4,5 patacas a cada índice salarial dos trabalhadores da Administração. Esta foi a segunda proposta entregue a Florinda Chan. “A comissão recebeu mais dados estatís-ticos que demonstram que a inflação está nos 6,11%”, frisou Pereira Coutinho ao Hoje Macau. “Isto reflecte a situação geral da carestia de

vida em Macau e mostra que os bens essenciais estão mais caros. Por isso, alguns mem-bros, incluindo eu, pedimos a José Chu para que o Governo apreciasse a proposta de 4,5 patacas de aumento, ao invés da de 4 patacas.”

De acordo com o que explicou o presidente da ATFPM, José Chu, director dos Serviços de Adminis-tração e Função Pública (SAFP), disse que iria fazer o possível para fazer chegar a opinião dos membros da comissão ao Conselho Exe-cutivo. As propostas estão na mão da secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan.

A discussão do aumento dos salários públicos tem sido longa em Macau, sendo que os deputados chegaram mesmo a pedir um mecanis-mo fixo. Apesar de já terem sido apresentadas o ano passado, as propostas ainda

não tiveram qualquer decisão do Executivo. Recorde-se que no ano passado, os fun-cionários públicos só foram aumentados em Março, sem direito a retroactivos.

Este ano, o Executivo já prometeu aumentos, mas não disse quando. José Pereira Coutinho explica o porquê dos atrasos. “Convém lem-brar que o Conselho Execu-tivo tem muitos empresários de Macau que ficam muito reticentes com as actuali-zações no sector público, porque isso reflecte-se no sector privado.”

As propostas estão para-das, bem como a implemen-tação de um mecanismo fixo, apesar de ontem ter estado presente “um especialista em economia” para ajudar na decisão deste sistema. “Não houve tempo suficiente para ele falar, portanto foi adiado para a próxima reunião”, explicou Coutinho.

Cecília [email protected]

A Direcção dos Serviços de Economia (DSE) esclareceu ontem que o programa

de empréstimo sem juros ao empreendedo-rismo juvenil pode ser utilizado por jovens entre os 21 e os 35 anos, ao contrário do que tinha sido anunciado anteriormente de que seria até aos 31. A DSE respondeu a uma interpelação do deputado Chan Meng Kam, que questionou o Governo sobre o problema da falta de apoios ao empreendedorismo, depois de saírem notícias indicando que os jovens de Macau eram os menos empreende-dores da região do Delta do Rio das Pérolas.

Na carta de resposta, o organismo tam-bém mencionou outras informações sobre as políticas para os apoios.

O Governo está a planear cria r o progra-ma de empreendedorismo juvenil no Fundo de Desenvolvimento Comercial e Industrial neste ano, para dar apoio financeiro aos jo-vens que têm o sonho de construir empresas, mas lhes falta os recursos. O limite máximo deste empréstimo é de 300 mil patacas, com o período de reembolso máximo de oito anos. “Além da idade, o requerente tem ainda que ser pioneiro no empreendedorismo e na carta de aplicação tem que explicar bem o plano do que pretende fazer, bem como oferecer o número de fiadores em resposta ao montante do empréstimo.”

Um comité de revisão independente organizado por um grupo de profissionais com experiência vai analisar as aplicações, frisa a DSE. “Os membros vão analisar os planos do empreendedorismo, incluindo a viabilidade e a perspectiva do sector, bem como o CV dos requerentes, por exemplo, o nível da educação, a experiência do trabalho, o reconhecimento da carreira do empreen-dedorismo, etc..”

Além do apoio financeiro, o Governo da RAEM também vai oferecer uma série de outras medidas para auxiliar os jovens. “Os serviços de economia vão estudar e fortalecer a cooperação como o Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau, para dar alguma formação ou aconselhamento de negócio, por exemplo dar cursos de preparação para empresas.”

Comissão das Remunerações da Função Pública pede atenção à inflação

Aumentos de 4,5 patacas por cada índice

Governo apoia empreendedorismo juvenil

Empréstimos sem juros

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3políticaquinta-feira 24.1.2013 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

DOIS anos depois de ter adquirido títulos de dívida pública portu-

guesa, Macau poderá co-meçar a ver o retorno do investimento que fez, graças à quebra dos juros para 6% no inicio da semana.

“Neste momento Macau está a ganhar, e se vender nesta altura, faz lucro. A grande valorização da divi-da ocorreu entre Janeiro de 2012 e Janeiro deste ano. Estamos a falar de ganhos de capital na ordem dos 50%”, explicou ao Hoje Macau José Pãosinho, director-ge-ral da sucursal do Millenium BCP em Macau.

Quanto à quebra dos juros, trata-se de uma “notícia excelente”. “Pode ser visto pela evolução dos bancos portugueses, o facto destes começarem a poder ir ao mercado financiar-se. Digamos que há um alívio significativo na pressão financeira sobre as enti-dades portuguesas.” Para José Pãosinho, “depende no essencial da reacção dos mercados financeiros internacionais aos países do sul da Europa, porque há uma mudança que se processa, e que resultou da mudança de atitude do Banco Central Europeu (BCE) no ano passado”.

Portugal regressou esta terça-feira aos mercados depois de um período de paragem de 21 meses. O

A sucursal do Millenium BCP em Macau pretende atingir a fasquia

das 120 milhões de patacas em lucros em 2013, cujos valores estão muito próximos dos que foram atingidos no ano passado. A garantia foi dada ao Hoje Macau por José Pãosinho, director-geral da entidade bancária na RAEM, que espera continuar com o destino traçado há quatro anos. “É

a continuação da estratégia que foi definida em 2010, no sentido de de-senvolver operações com empresas, com clientes do segmento fluente e com clientes institucionais. E depois a grande linha de força que é estar como plataforma nas relações da China com os países de expressão portuguesa.”

Questionado sobre se um dos grandes projectos para 2013 poderá

ser a licença para operar no mer-cado do continente, José Pãosinho prefere não fazer comentários, dado tratar-se de um processo “que está em curso”, sendo que no ano pas-sado chegou a dizer que o mesmo poderia ser concluído no prazo de 12 a 24 meses. Contudo, tem uma certeza. “A abertura no Continente seria o culminar da estratégia”.

Com os resultados de 2012 a serem publicados dentro de dias em Boletim Oficial, José Pãosi-nho afirma de que os lucros terão sido “acima do dobro” das 60 a 65 milhões de patacas previstas inicialmente pelo banco. Em 2011, a sucursal do Millenium BCP teve lucros de 67 milhões de patacas. – A.S.S.

Juros da dívida portuguesa a 6% é “excelente notícia”, diz José Pãosinho

“Macau está a ganhar”Portugal regressou esta terça-feira aos mercados depois de um interregno de 21 meses. Segundo José Pãosinho, director-geral da sucursal do Millenium BCP na RAEM, a quebra dos juros é uma boa notícia para Macau, que em 2011 comprou divida pública portuguesa em leilão. Caso venda o que comprou, o Governo obtém lucros

objectivo foi colocar à venda dois mil milhões de títulos de divida em obrigações de tesouro, no prazo de cinco anos. O objectivo é obter juros abaixo dos 5%.

Segundo dados do Eu-rostat publicados pela Lusa, a dívida pública portuguesa aumentou para 120% do Produto Interno Bruto (PIB)

José Pãosinho não avança datas para banco entrar na China

Millenium BCP quer ter lucrosde 120 milhões este ano

no segundo para o terceiro trimestre de 2012, sendo neste momento a terceira dí-vida mais elevada da União Europeia.

AMCM PODE VIRA COMPRAR MAISMacau comprou dívida pública portuguesa em duas fases no ano de 2011. Em

Fevereiro o jornal Público noticiava o investimento de Macau na ordem dos dois a três mil milhões de patacas (200 a 300 milhões de eu-ros). Em Março, Anselmo Teng, presidente da Autori-dade Monetária e Cambial de Macau (AMCM), afir-mou à Lusa que não excluía a hipótese de voltar a ir aos

leilões da divida. “Adquiri-mos este ano alguns [títulos da dívida portuguesa] em diferentes parcelas e atra-vés de leilões públicos. A última aquisição ocorreu muito recentemente, antes da demissão do primeiro--ministro [na altura, José Sócrates]. [Se] a oportuni-dade for boa, o organismo

voltará a ponderar comprar mais”.

“Temos estado a acom-panhar de perto a evolução do mercado internacional, incluindo o mercado euro-peu. Quando encontrarmos boas oportunidades, vamos analisá-las para decidirmos avançar ou não”, acrescen-tou Anselmo Teng.

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quinta-feira 24.1.2013sociedade4 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

SÃO provenientes das Fili-pinas os estrangeiros que mais cometeram crimes em Macau ao longo dos

últimos três anos. Dados estatís-ticos da Polícia Judiciária (PJ) mostram que Filipinas, Vietname e Indonésia são, por esta ordem, os países originários dos estrangeiros que são apresentados ao Ministério Público (MP) com mais frequência no território.

Desde 2010 até ao ano passado, 110 cidadãos filipinos foram deti-dos pelas autoridades e presentes ao MP – 44 só em 2010. Também nos últimos três anos, 110 vietna-mitas e 55 indonésios chegaram à presença do mesmo organismo.

Os dados da PJ não especificam os crimes que cada uma destas pessoas cometeu, mas indicam que os crimes mais usuais cometidos pelos estrangeiros em Macau pas-sam por ofensa qualificada à inte-gridade física, ameaça, resistência e coação, permanência para além do prazo autorizado, imigração e reentrada ilegal e tráfico de drogas.

Na lista dos crimes cometidos por 316 estrangeiros, aparecem ainda, em maior número, cidadãos da Coreia (46), da Malásia (40) e da Tailândia (10).

CONTINENTAIS NO CRIMEMas não são apenas os estrangeiros que se vêem presentes às autorida-

Cecília [email protected]

DE acordo com o vice-reitor da Universidade de Macau (UMAC),

Haydn Chen, o campus da Ilha da Montanha deverá ter entre oito a nove edifícios para residências de estudantes na abertura do próximo ano lectivo, sendo que cada edifício deverá ter capa-cidade para cerca de 500 estudantes. No máximo, cerca de 4500 alunos poderão morar na Ilha da Montanha.

Ao canal chinês da Rádio Macau, o Ou Mun Tin Toi, o vice-reitor da UMAC frisou que, por enquanto, os alunos ainda podem escolher se querem morar na Ilha da Montanha ou não, mas que a partir do ano lectivo de 2014/2015 já será obri-gatório para os alunos do primeiro ano de licenciatura habitar junto ao novo campus. Quanto ao preço do alojamento, não será superior a 13 mil patacas, incluindo 15 refeições

gratuitas por semana. Os estudantes serão ainda agrupados por sexo e pelo curso que frequentam.

Quanto à questão das deslocações entre Macau e a Ilha da Montanha, Haydn Chen considera que muitos estudantes que trabalham a tempo par-cial poderão continuar a fazê-lo, dada a proximidade que diz existir entre os dois locais. Contudo, muitos estudantes queixaram-se à Rádio Macau que não será bem assim. “Vou entrar no último ano e queria sentir ainda o ambiente académico. Acho que vou desistir do part-time, não me irá influenciar muito”, disse um estudante do terceiro ano, en-quanto outro estudante, do segundo ano da licenciatura, diz que vai optar pela residência, por demorar muito tempo na deslocação entre Macau e a China. Mas para o vice-reitor, tudo se trata de escolhas. “Espero que os estudantes queiram passar mais tempo a estudar na universidade e não a usar o tempo para trabalhar.”

O valor dos novos emprés-timos hipotecários para

habitação em Macau caiu 15,7 % de Outubro para Novembro de 2012 para o equivalente a 3.570 milhões de patacas, uma quebra coincidente com medi-das governativas para travar a escalada de preços.

Em meados de Outubro, o Executivo, através do Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Lau Si Io, anunciava um agravamento fiscal e tetos mais baixos para empréstimos à habitação a conceder pela ban-ca, medidas para tentar travar o aumento dos preços das casas e, por consequência, do arren-damento num mercado livre e sem regulação de aumentos máximos.

Dados da Autoridade Mo-netária de Macau (AMCM), ontem divulgados, indicam que os novos empréstimos hipote-cários para habitação contraídos em Novembro caíram, face a

Dados da PJ mostram que continentais e estrangeiros são constantemente presentes às autoridades

Crimes que vêm de fora

Residências da UMAC em Hengqinterão capacidade para 4500 alunos

Morar em Macau ou na Ilha da Montanha?

Novos empréstimos hipotecáriospara habitação em Macau caíram 15,7%

Menos casas vendidas?

Outubro, 15,7% para 3.570 milhões de patacas, naquele que foi o primeiro mês completo das novas medidas governativas.

Já os empréstimos contraí-dos pelos residentes caíram 11,9 % face a Outubro para um total de 3.418,3 milhões de patacas enquanto que aqueles que foram assinados por não residentes ca-íram 57,5 % para 152,1 milhões de patacas.

Apesar da queda mensal, o saldo bruto dos empréstimos no final do período ainda subiu ligeiramente entre Outubro e Novembro do ano passado para

95.891,4 milhões de patacas, um aumento de 2,1 %.

O sector imobiliário em Ma-cau tem registado nos últimos anos, nomeadamente desde 2004, altura em que os primei-ros casinos fora do universo de empresas de Stanley Ho abriram portas, um forte aumento do preço, quer na venda quer no arrendamento, situação que tem sido um tema recorrente de discussão na Assembleia Legislativa e nas interpelações escritas e orais ao Governo local liderado por Fernando Chui Sai On. - Lusa

des da RAEM por crimes cometi-dos no território. As situações em que os cidadãos da China continen-tal são os autores aumentaram no

ano passado, atingindo um total de 1212 pessoas tidas como arguidas ou suspeitas.

Os dados da PJ mostram uma

subida de 17% em crimes come-tidos por chineses do continente – sendo que a maioria, 72%, eram homens. Além destes, também oito cidadãos de Taiwan foram presentes ao MP.

A ocorrência de crimes come-tidos por estrangeiros já tem sido alvo de discussão tanto pela parte das autoridades, como pela parte de deputados. Numa opinião escrita por Chan Wun Man, membro da PJ, em 2010, frisava-se a perma-nência em excesso de turistas, o que os tornava imigrantes ilegais. A liberalização do jogo é um dos motivos apontados por Chan Wun Man para acontecimentos deste tipo. “Quando se concretizou a liberalização da

exploração do jogo em Macau, em 2002, e com a implementação da política de emissão de vistos individuais para os cidadãos da China continental, resultou um impulsionamento da diversifica-ção económica e recebeu-se um grande volume de turistas prove-nientes da China continental que vêm a Macau para visitar a cidade e jogar. Pessoas menos honestas

aproveitaram também desta opor-tunidade de acesso fácil à RAEM para praticar as suas actividades criminosas.”

Além deste visto, há ainda o facto de cada vez mais repatriados chegarem a Macau para trabalhar e o facto de cidadãos de mais de 64 países poderem visitar a RAEM com isenção de visto. “Embora a Polícia tenha adoptado vários estratagemas para regularizar a entrada em Macau, incluindo exigir a exibição do bilhete do regresso ao local de origem, bem como di-nheiro suficiente para permanecer em Macau no período previsto, muitos potenciais imigrantes ilegais já estavam preparados para enfrentar essas medidas de controlo no momento da entrada em Macau, vindos da China conti-nental, incluindo a apresentação de bilhetes electrónicos de voo falsos e dinheiro emprestado por outrem, tudo isto para evitar suspeitas na fronteira e conseguir permanecer em Macau para além do prazo normal”, pode ler-se na opinião do agente.

Também os três deputados da bancada democrata – Au Kam San, Ng Kuok Cheong e Paul Chan Wai Chi – levaram o assunto à Assembleia Legislativa, em 2011. Segundo explicaram, os crimes geralmente não são considerados graves, mas a ineficiência do siste-ma judicial da RAEM faz com que o julgamento só comece passados três anos do acto criminoso.

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5sociedadequinta-feira 24.1.2013 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

O Governo tenciona pro-longar o contrato especial com os táxis amarelos “por um curto-prazo” e

promete estudar a viabilidade de emi-tir novas licenças de táxis especiais.

Depois de a Companhia de Rádio Táxis Vang Iek ter perdido um recurso contra o Chefe do Executivo, no Tribunal de Segunda Instância (TSI), na semana pas-sada, o Executivo vem a público aplaudir a decisão e assegurar que o contrato com os táxis amarelos

Cecília [email protected]

DIAS depois da Compa-nhia de Electricidade de

Macau (CEM) ter entregue os diplomas a seis estagiários com deficiência mental, eis que o coordenador do centro de formação profissional e de estimulação do desen-volvimento para deficientes mentais afirma que o Governo precisa de fazer mais.

Ao Hoje Macau, Hetzer Siu, também presidente da Macau Special Olympics, considera que o esforço tem que ser feito por parte da Di-recção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). “Tem que fazer mais cursos de formação. Não existem mui-tos sítios onde os portadores de deficiência possam fazer o seu estágio, e como eles precisam

Governo decide prolongar contrato das licenças especiais dos táxis amarelos

A curto-prazo e com condições se mantém mas com condições. O contrato com a empresa deveria acabar em Fevereiro.

A Vang Iek perdeu em tribu-nal contra o Chefe do Executivo, uma vez que decidiu interpor uma acção judicial onde contestava os termos de renovação do contrato entre empresa e Governo. O contrato da Vang Iek expirou em Agosto de 2011 e o Governo terá imposto condições diferentes das do contrato inicial para que hou-vesse renovação: aumento da taxa de resposta a chamadas telefóni-cas, a tomada de passageiros nos bairros antigos e adaptação dos

carros para o transporte de por-tadores de deficiência. Segundo o jornal Ponto Final, a companhia não aceitou as condições do Go-verno e a falta de consenso levou a DSAT a anunciar a extensão do contrato da operadora por mais 18 meses, até Fevereiro deste ano, ao contrário do que era pedido pela companhia, que queria manter por mais dez anos as cem licenças especiais que permitem a operação dos táxis amarelos.

Ontem, o Executivo tomou a decisão do TSI como bem-vinda, mas admite que a Vang Iek tem dez dias para interpor recurso

contra a decisão. Ainda assim, o contrato que actualmente permite que mais cem táxis circulem em Macau vai expirar e, conhecidas as dificuldades de acesso a este transporte no território, o Governo compromete-se a tentar amenizar as consequências, prolongando o prazo do contrato. Por quanto tempo, o Governo não diz. “Con-siderando a procura ansiosa da sociedade para com os serviços dos táxis e para evitar a redução imediata da oferta global dos tá-xis, o que afecta directamente a utilização dos táxis por parte do público para suas deslocações,

Hetzer Siu diz que cooperação com IAS não é suficiente

“DSAL deve fazer mais cursosde formação para deficientes”

de ter uma formação antes de terem emprego, espero que a DSAL possa abrir mais cursos e fortalecer o seu trabalho de acompanhamento, por for-ma a apoiar as pessoas com deficiência. Neste momento apenas as organizações não governamentais fazem isso, mas está longe de ser suficien-te”, apontou.

Hetzer Siu explicou que o programa de estágios conta com o apoio do Instituto de Acção Social (IAS), mas o responsável garante que

mais entidades governamen-tais devem fazer projectos nesta área, porque “o em-prego diz respeito à DSAL”.

CEM E CASINOSEMPREGAMSegundo Hetzer Siu, o centro que lidera sofre actualmente de problemas de logística e são poucas as empresas do território que empregam estas pessoas. Da parte da CEM, 20 esta-giários já concluíram a sua formação, num programa

que dura há três anos. “É a única empresa que coopera connosco, mais o Venetian, a Macao Water, o MGM, Galaxy e L’Arc Macau que costumam recrutar portado-res de deficiência através da nossa organização. Os tra-balhos são em restaurantes, hotéis ou exposições. As grandes empresas oferecem salários quase iguais aos dos trabalhadores normais, mas tudo depende da capacidade de trabalho.”

“Quando recebemos os

pedidos das empresas, pri-meiro comunicamos com os responsáveis para saber como são os cargos, ao mes-mo tempo que fazemos uma verificação para saber se o trabalho se adequa à pessoa. Durante um ano fazemos o acompanhamento da situa-ção, no que diz respeito à relação entre o trabalhador e os seus colegas, bem como sobre a sua capacidade de trabalho. Se a sua situação está estável, deixamos de estar tão presentes”, explica.

a DSAT tenciona, mediante o equilíbrio do respectivo interesse, prorrogar por um curto prazo as cem licenças especiais de táxis com a Vang Iek”, pode ler-se num comunicado da DSAT.

O organismo assegura que vão ser exigidas à Vang Iek mais condi-ções de exploração e optimização dos serviços dos táxis, “incluindo o aumento dos táxis para transporte de deficientes e o reforço dos tra-balhos e horário no que respeita à prestação dos serviços dos táxis nos bairros antigos”. Se não con-seguir satisfizer as exigências do Governo, as licenças especiais de táxis não serão renovadas depois do termo da renovação provisória, afirma o Executivo.

Além desta solução, a DSAT diz ainda que vai estudar a via-bilidade de emitir novas licenças especiais de táxis e de ter uma ou mais empresas a operar.

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quinta-feira 24.1.2013nacional6 www.hojemacau.com.mo

CERCA de mil ope-rários revoltados se-questraram durante dia e meio os admi-

nistradores de uma fábrica em Xangai em protesto contra as severas regras que lhes foram impostas para usar a casa de banho, entre outras imposições.

Os trabalhadores da Shinmei

A China, o maior produtor de aço do mundo, tem como objectivo fazer

com que 60 por cento de sua capacidade siderúrgica total esteja sob controle das 10 maiores fábricas do país até 2015, como parte de um amplo plano para reestruturar as suas indústrias.

O Ministério da Indústria e da Tecno-logia da Informação (MIIT) anunciou esta terça-feira que vai encorajar as grandes companhias estatais a comprarem rivais menores numa série de sectores indus-triais, incluindo o sector automóvel e de máquinas de manufactura, bem como na agricultura, metais e cimento.

O ministério informou que vai tam-bém procurar elevar para 90 por cento a produção de automóveis sob controle

de suas 10 maiores fabricantes até 2015, bem como 90 por cento da capacidade de produção de alumínio.

O governo também planeia reduzir o número de empresas envolvidas na exploração, fusão e separação de mine-rais conhecidos como “terras raras” nos próximos três anos.

Cerca de metade da capacidade siderúrgica da China é controlada ac-tualmente pelas 10 maiores fábricas do país depois da aplicação de programas de reestruturação, mas Pequim tem enfrentado dificuldades para ultrapas-sar a burocracia local e para alterar os incentivos económicos que permitem a continuação da operação de fábricas privadas mais pequenas.

Noruega apoia China paraser observador permanentedo Conselho do ÁrcticoA Noruega apoia a solicitação apresentada pela China para ser observador permanente do Conselho do Árctico. A afirmação foi feita esta segunda-feira pelo ministro norueguês dos Negócios Estrangeiros, Espen Barth Eide, em Tromso, cidade do norte do país. Segundo Eide, o governo norueguês é favorável ao aumento dos assentos de observadores permanentes no Conselho do Árctico e está a esforçar-se para concretizar este objectivo. Até ao momento, a China, Índia, Coreia do Sul e Singapura já apresentaram solicitações oficiais à entidade para serem observadores permanentes. O Conselho do Ártico, fundado em Setembro de 1996 no Canadá, visa proteger o ambiente natural da zona árctica. Os actuais membros desta entidade são a Finlândia, Suécia, Noruega, Islândia, Canadá, Estados Unidos e Rússia.

Diálogo é o melhor caminho para a tensão nuclearna península coreanaAs conversações são a melhor maneira de resolver a tensão nuclear na península coreana, referiu ontem a imprensa oficial chinesa depois da Coreia do Norte ter rejeitado o diálogo sobre o seu programa nuclear após as últimas sanções das Nações Unidas. “A melhor forma de restaurar a paz e a estabilidade duradouras na península coreana é construir a confiança entre as partes pelo diálogo e pela consulta”, refere a agência Xinhua num comentário político.

Casal homossexualem Taiwan retiraqueixa na JustiçaUm casal homossexual taiwanês revelou ontem ter decidido retirar uma queixa contra um departamento do Governo por este ter recusado registar o seu casamento. Chen Ching-hsueh e o seu companheiro Kao Chih-wei tinham apresentado uma queixa no Tribunal Administrativo de Taipé em 2011 contra um departamento governamental que os mandou embora quando estes tentaram registar o casamento. Ao explicar a decisão, Chen Ching-hsueh disse que tinha “perdido a confiança na justiça” depois do tribunal não ter assumido uma posição nem transferido o caso para uma instância superior. “Queremos manter a nossa dignidade e esta é a nossa decisão. Podemos ser pequenos e incapazes de mudar o sistema judicial, mas pelo menos mostramos coragem em sermos nós próprios”, acrescentou em declarações à agência AFP.

Operários chineses sequestraram administração que lhes impôs dois minutos para ir à casa de banho

Reféns durante um dia e meio

China quer maior consolidação de sector siderúrgico até 2015

Grandes estatais a controlar

Electric Company mantiveram reféns dez administradores ja-poneses e oito chineses dentro das instalações da fábrica no fim de semana passado e só os liber-taram depois da intervenção de trezentos polícias, anunciou esta terça-feira a empresa, citada pela Associated Press.

Um segurança da fábrica de

produtos electrónicos afirmou ontem que os trabalhadores fize-ram greve para protestar contra as novas regras de trabalho, incluindo limite de tempo para ir à casa de banho e multas por atrasos. “Os trabalhadores exi-giram o fim de regras ridículas que davam apenas dois minutos para ir à casa de banho, com

multas para quem se atrasasse uma vez e despedimento para quem se atrasasse duas vezes”, referiu o homem, identificado apenas pelo apelido Feng.

O homem acrescentou que “os administradores foram liber-tados quando a polícia interveio e concordaram mudar as regras”.

A fábrica esteve fechada terça-feira, mas os operários voltaram ao trabalho na quarta--feira, adiantou um outro guar-da, que não quis ser identificado.

As greves na China são cada vez mais frequentes, um reflexo do ambiente altamente competitivo em que as fábricas laboram e, simultaneamente, da consciência cada vez maior que os trabalhadores têm dos seus direitos, para o que contribui a Internet e os telemóveis, que os põem em contacto.

A Shinmei não referiu a que se deveu o protesto dos trabalhadores, mas relacionou--o com as mudanças nas regras de trabalho, acrescentando que administração e trabalhadores estavam em diálogo e que a polícia estava a fazer interro-gatórios.

Page 7: Hoje Macau 24 JAN 2013 #2779

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7quinta-feira 24.1.2013 www.hojemacau.com.mo região

A Coreia do Norte rejeitou ontem a possibilidade de retomar as nego-

ciações sobre o seu progra-ma nuclear, depois de o Con-selho de Segurança da ONU ter aprovado novas sanções na sequência do foguete lançado em Dezembro.

O Ministério dos Ne-gócios Estrangeiros norte--coreano refere em comu-nicado, citado pela agência oficial do país, KCNA, que “não haverá mais conversa-ções sobre a desnucleariza-ção da península coreana no futuro”. “Devido ao agrava-mento da política hostil dos Estados Unidos em relação à Coreia do Norte, tanto as conversações a seis como a declaração conjunta de 19 de Setembro são declaradas nulas e a desnuclearização da península chegou ao fim”, acrescenta a nota.

As conversações a seis sobre o fim do programa

A União Europeia está “profundamente preo-

cupada” pela condenação a 11 anos de prisão aplicada a um proeminente activista político acusado de insultar a monarquia. “O veredicto diminuiu os direitos da livre liberdade de expressão e da liberdade de imprensa. Ao mesmo tempo prejudica a imagem da Tailândia como uma sociedade livre e democrática”, refere uma nota da delegação da União Europeia em Banguecoque.

Um proeminente activis-ta político tailandês acusado de insultar a monarquia foi ontem condenado a 11 anos de cadeia no último caso de aplicação da controversa lei de lesa-majestade.

O Tribunal Criminal de Banguecoque considerou o antigo editor Somyot Pruek-sakasemsuk responsável

por dois artigos altamente ofensivos para a família real tailandesa. “Aceitamos a de-cisão, mas vamos recorrer”, disse Karom Polpornklang, advogado do jornalista após o final da audiência e ao sa-lientar que o seu cliente não pretendeu violar a legislação que protege a família real e que apenas estava a fazer o seu trabalho como jornalista.

Para Brad Adams, direc-tor asiático da Human Rights Watch, o tribunal parece ter adoptado a lei de protecção da monarquia à custa dos direitos de livre expressão.

Somyot Prueksakase-msukfoi detido em Abril de 2011, é um apoiante dos denominados ‘camisas vermelhas’, grupo afecto ao actual Executivo tailan-dês suportado pelo antigo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra.

O exército da Tailândia criou uma comissão de

investigação para apurar se vários dos seus militares es-tão implicados no tráfico de pessoas depois do resgate de 949 birmaneses da minoria étnica rohingya.

O comandante da quarta divisão do Exército no sul do país, Udomchai Tham-masaroraj, assegurou que se militares forem consi-derados culpados, terão de enfrentar as responsabili-dades penais, explicou a imprensa local.

Mais de 700 rohingya, uma minoria muçulmana considerada apátrida pela ONU, foram resgatados há duas semanas de um navio e de uma plantação de borracha na província de Songkla, no sul do país, onde eram vigiados pelas redes de tráfico de pessoas antes de serem enviados para a Malásia.

Os restantes refugiados foram interceptados mais

Tailândia UE preocupada

Sem direito a livre expressão

Coreia do Norte recusa retomar negociações nucleares

Não há mais conversa

Tailândia Exército criou comissão para apurar alegado envolvimento militar no tráfico de pessoas

Minoria apátrida

nuclear norte-coreano, em que participavam as duas Coreias, os Estados Unidos, a China, o Japão e a Rússia, estão suspensas desde que, em 2008, Pyongyang deci-diu retirar-se na sequência das sanções aplicadas pela ONU por ter realizado tes-tes com mísseis de longo alcance.

Depois de conhecer ontem as novas sanções,

Pyongyang alertou que “levará a cabo acções para fortalecer a capacidade de defesa militar, incluindo a dissuasão nuclear”, refere o comunicado do regime liderado por Kim Jong-un.

Analistas sul-coreanos, citados pela agência Yo-nhap, consideram que este comentário poderá indiciar que a Coreia do Norte estará a preparar-se para levar a

cabo novos testes nucleares depois dos que realizou em 2006 e 2009.

O Conselho de Segu-rança da ONU aprovou o congelamento dos activos do Comité Coreano de Tec-nologia Espacial e de outros organismos norte-coreanos e restrições a viagens fora do país contra vários funcioná-rios norte-coreanos.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reiterou a necessidade de se recorrer ao diálogo considerado como a única via para a desnucleari-zação da península coreana e a paz na região.

As novas sanções sur-gem depois de, a 12 de De-zembro, a Coreia do Norte ter colocado em órbita um satélite através de um fogue-te de longo alcance, situação condenada pela comunidade internacional, que conside-rou a medida como um teste de míssil encoberto.

tarde quando as suas em-barcações chegaram à costa tailandesa depois de uma perigosa travessia no Mar de Andaman para fugir à perseguição na Birmânia.

As autoridades tailan-desas criaram campos de refugiados para os rohin-gyas que já foram inter-rogados por funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

Recusados na Birmâ-nia, que os considera ben-

galis e nega a nacionalida-de, e pelo Bangladesh, os rohingyas pagam milhares de dólares às redes de traficantes para irem para a Malásia através da Tai-lândia.

Apesar das autoridades tailandesas não terem as-sinado as convenções da ONU para os refugiados, comprometeram-se a zelar pelos direitos e bem-estar do grupo que inclui mais de uma centena de mulheres e crianças.

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quinta-feira 24.1.2013www.hojemacau.com.mo8 fotografia

Uma cidade com recantos portugueses a 12 mil quilómetros de distância. E outras oito horas de fuso horário para Portugal que podem ser transpostos se o interesse falar mais alto e a curiosidade for grande. “Mapping” traça Macau - uma cidade global mas também com características tradicionais, que se distingue pela dicotomia entre Ocidente e Oriente - através de fotografias que podem ser vistas na Delegação Económica e Comercial de Macau, em Lisboa, até ao fim de Janeiro, antes de percorrer outros pontos do país

Exposição de artistas locais “Mapping” vai estar itinerante por Portugal

Traçar Macau

Rita Marques [email protected]

OITO fotógrafos macaen-ses, portugueses e chi-neses foram escolhidos a dedo pelo Instituto

Cultural (IC) para mostrar diferentes ângulos e olhares sobre uma cidade em acelerado crescimento, a partir da sua malha urbana. “É obsceno, é qua-se uma barbaridade”, anuncia Lúcia Lemos sobre a mudança brusca que a cidade conheceu na última década sob o desígnio de prosperidade. Os “monstros” que a fotógrafa retrata são os icónicos casinos de Macau. Estruturas tão grandes e poderosas neste “espaço tão pequeno” que tinha de engrandece-los quase à escala humana para dar a conhecer uma pre-sença que se impôs subitamente em Macau e que, hoje em dia, é imagem

de marca, tendo conseguido colocá-la no mapa. “Tratam-se de fotografias tiradas com uma Reflex 6x6, tendo depois ampliado os negativos, de forma a mostrar a sua tridimensiona-lidade, não sendo a fotografia digital mas de película”, indica a fotógrafa portuguesa, actual residente em Macau desde 1982. E, no espaço de 30 anos, nenhum outro momento de transformação e crescimento foi tão sentido como nos últimos dez anos, desde que a liberalização dos casinos foi tornada uma realidade. “Como os casinos tiveram grande impacto - económico, social, topográfico - quis mostrar esse espaço tão pequeno e achei muita piada porque as pessoas diziam que nunca tinham visto nada assim. É de uma monumentalidade! Quando se caminha parece que se vai de encontro à fotografia e se caminha nessa estrada”, revela.

“As sombras de uma velha rua e o Palácio do Governador”, de Carmo Correia, captada em 2009 “Tou Fa Gong” era lugar de comércio em Macau, captado por Frank Lei em 2000, hoje já extinto

A construção do “Galaxy”, em 2006, é o olhar de Lúcia Lemos sobre o desenvolvimento feroz de Macau na última década

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9quinta-feira 24.1.2013 www.hojemacau.com.mo fotografia

Exposição de artistas locais “Mapping” vai estar itinerante por Portugal

Traçar MacauA estrada de que fala dá pelo

nome de Baía de Nossa Senhora da Esperança, uma das mais largas que atravessa a Taipa mas que, hoje, é mais movimentada do que nunca, ou não passasse ao lado do Galaxy, casino que estava a ser erguido em 2006, ano em que a também directora do Creative Macau tirou a fotografia. Ainda no lugar onde tudo se idealizou uma passadeira de casinos - o Cotai Strip - outro casino, também do grupo Galaxy Macau S.A, foi captado pela sua Reflex: o Grand Waldo.

Outra das jóias da cidade - pelo valor de transacções que no seu in-terior apresenta - é o Grand Lisboa, a estrela-guia da península, que veio tirar destaque ao seu irmão mais velho “Lisboa”, da Sociedade de Jogos de Macau.

MACAU “CIDADE GLOBAL”Um retrato oposto traça João Ó. O ar-quitecto macaense, que representou Macau na 53.ª Bienal de Veneza em 2009, revela esta Região Adminis-trativa Especial como um “espaço transitório”, em nada diferente de tantas outras cidades espalhadas pelo mundo. “Retrata a relação da pessoa na cidade como um ambiente transi-tório, descrevendo a intensidade com que vivemos hoje em dia”, explica o fotógrafo. Os lugares comuns são uma escada de passageiros do aero-porto, o ‘backstage’ do anfiteatro no Centro Cultural de Macau e o túnel da Avenida Rodrigo Rodrigues, ima-gens de 2011 e 2012. Todos eles espa-

ços de passagem do dia-a-dia, fáceis de identificar por visitantes ou não fossem de “uma cidade global”, que viram até “espaços de permanência e convívio de todos nós”. “Em Macau, cada vez se torna mais importante a presença de infra-estruturas no dia--a-dia”, diz João Ó. Ou não fosse uma cidade também de turistas, de grande movimentação humana e em desenvolvimento urbano constante.

Frank Lei opta por uma abor-dagem mais adormecida. Com três fotografias da sua serie “Cidade Ador-mecida II”, de 2000, o artista chinês usou uma “estratégia particular”, com uma “câmara de horizonte”. “Tentei engrandecer Macau, não me cingindo apenas à Macau bonita mas a algu-mas imagens ainda não descobertas, porque não me interessa retratar o que está a descoberto. Quero revelar algo”, explicou ao Hoje Macau. E o que Lei, que conta com trabalhos de Cuba na exposição permanente do Museu Francês de Fotografia, mostra é a vida do comércio. Uma cidade a amanhecer, em espaços tão distintos como o Porto Interior, o Iao Hon e o Tou Fao Gong - um espaço de comerciantes hoje extinto por ter sido adquirido por uma construtora.

Palcos distintos para retratar uma cidade de vários palcos. De construção habitacional, de antiga vila piscatória e de um comércio mais tradicional.

OCIDENTE E ORIENTEUma imagem, dividida em duas palavras. “Ocidente e Oriente”,

lado a lado. Pólos opostos que se encontram numa mesma cidade. Esta foi a mensagem transmitida pela fotógrafa Carmo Correia.

Das fotógrafas mais viajadas em Macau, ou não estivessem as suas imagens a bordo dos aviões de com-panhias aéreas como a Cathay Pacific, Thai Airways e Air Macau, Carmo Correia preferiu representar Macau no seu estilo mais exótico e irreve-rente, contrastando com o continente. “Centrei-me mais nos contrastes entre a arquitectura portuguesa conservada em Macau e os expoentes máximos da chinesa, por meio do Templo de Na Tcha, por exemplo”, expressa a fotógrafa, colaboradora de revistas e jornais tão distintos como a TIME e o

South China Morning Post. “Não são mais do que imagens que jogam uma com a outra, com pequenos padrões e tonalidades que as fazem interligar--se”, ilustra. As fotografias surgiram de uma colecção exposta em 2009, na qual lançou também uma publica-ção, que revela espaços de presença portuguesa emblemáticos em Macau - Seminário de São José, Palácio do Governador e Jardim Camões.

A exposição vai rumar este ano para outros pontos de Portugal, dando a conhecer Macau em várias cidades que, para já, não são conhe-cidas. No entanto, a Delegação Eco-nómica e Comercial de Macau, onde a exposição se encontra patente até final do mês, indica que o “Instituto

Cultural ainda não tem uma ideia concreta sobre as câmaras munici-pais com as quais vai contactar mas tem boas intenções, não tendo ainda confirmado as datas e locais”. Ainda assim, vai ser a própria Delegação que irá “dar todo o apoio à itinerância da exposição”, indica fonte da insti-tuição. Uma exposição que causou um “bom impacto” junto do público português, embora não haja registos do número de visitantes que por lá passaram até ao momento, que se dá a conhecer todos os dias úteis entre as 9 e as 20h de Lisboa, na Avenida 5 de Outubro. Ganha o Macau antigo e moderno. Fica Portugal a ganhar por conhecer os novos e os já con-sagrados artistas locais.

“Tou Fa Gong” era lugar de comércio em Macau, captado por Frank Lei em 2000, hoje já extinto “Limiares: Palco de proscénio” retrata Macau como cidade global e vivências transitórias, segundo João Ó

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11quinta-feira 24.1.2013 www.hojemacau.com.mo cultura

www. iacm.gov.mo

ANÚNCIO

“Prestação de Serviços de Gestão, Manutenção, Limpeza, Vigilância e Segurança da Piscina de Hac Sá e Estação Elevatória,

durante a época balnear de 2013”

Concurso Público n° 01/SCR/2013 Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração do IACM, tomada em sessão de 1 de Novembro de 2012, se acha aberto concurso público para a “Prestação de Serviços de Gestão, Manutenção, Limpeza, Vigilância e Segurança da Piscina de Hac Sá e Estação Elevatória, durante a época balnear de 2013”. O programa de concurso e o caderno de encargos podem ser obtidos, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais ( IACM ), sito na Avenida de Almeida Ribeiro nº 163, r/c, Macau. O prazo para a entrega das propostas termina às 17:00 horas do dia 6 de Fevereiro de 2013. Os concorrentes ou seus representantes devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM e prestar uma caução provisória no valor de MOP 80.000,00 (oitenta mil patacas). A caução provisória pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros do IACM, sita na Avenida de Almeida Ribeiro nº 163, r/c, Macau, por depósito em dinheiro, cheque ou garantia bancária, em nome do “Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais” ou ainda por seguro-caução a favor do mesmo Instituto. A sessão de esclarecimento deste Concurso Público será realizada no Centro de For-mação do IACM, sita na Avenida da Praia Grande, n.os 762-804, Edf. China Plaza, 6.° andar, pelas 10:00 horas do dia 28 de Janeiro de 2013. O acto público de abertura das propostas realizar-se-á no mesmo local, pelas 10:00 horas do dia 7 de Fevereiro de 2013.

Macau, aos 17 de Janeiro de 2013.

O Presidente do Conselho de AdministraçãoTam Vai Man

UMA exaustiva história da anti-ga comunidade portuguesa de

Xangai, uma das maiores da cidade, na primeira metade do século XX, está guardada em casa de um académico local, à espera de editor.

No conjunto são cerca de 300 páginas, que incluem uma lista das famílias portu-guesas residentes outrora na grande metrópole chinesa e das “68 empresas que eram propriedade de portugueses ou geridas por portugueses”, contou à agência Lusa Wang Zhicheng, investigador da Academia de Ciências So-ciais de Xangai.

De acordo com o Censo de 1930, entre os 48.806 estrangeiros residentes então em Xangai contavam-se 1.599 portugueses, mais 193 que os

José [email protected]

A Fundação oriente inaugura hoje, pelas 18h30, a exposição do pintor portu-

guês Guilherme Parente intitulada “Viagem ao Império do Meio”. Nascido em Lisboa em 1940, Guilherme Parente iniciou o seu percurso artístico na Sociedade Nacional de Belas-Artes nos anos 60, onde estudou com Roberto de Araújo. Depois de uma passagem por Londres na Slade School, o pintor foi galardoado em 1975 com o Prémio Malhoa e posteriormente em 1989 com o Prémio de Pintura da Sociedade Nacional de belas Artes. A sua longa lista de exposições individuais e colectivas in-clui passagens por países como a Bélgica, Alemanha, França, Inglaterra, Japão, Índia ou Estados Unidos entre muitos outros. Em 1995 o pintor expôs também em Macau, território como qual tem laços familiares por via de um seu tio macaense, o também

pintor e um dos fundadores da Sociedade Nacional de Belas Artes, Pedro Guedes. “Muita gente diz que a minha pintura traz alegria, gostam das cores, etc, mas não sou eu que devo dizer bem da minha pintura. As pessoas depois de verem é que dizem se gostam ou não. Cada pessoa tem a sua interpretação. Não é preciso perceber de pintura para se gostar, é preciso é que a pintura chegue até às pessoas, que podem gostar sem perceber,” disse o pintor à rádio Macau.

Para a coordenadora da Delegação de Macau da Fundação Oriente, Ana Paula Cleto esta é “ uma exposição muito bonita. A cor e a luz são muito importantes na pin-tura do Guilherme Parente. Estas pinturas contêm muitos objectos do imaginário ligado às viagens dos portugueses”, disse à rádio Macau.

A exposição que hoje inaugura na Casa Garden vai estar patente ao público até ao próximo dia 24 de Fevereiro.

Mark Kitto hoje na Livraria PortuguesaAté há uns anos detentor do maior império media em inglês na China, Mark Kitto vai estar esta quinta-feira, na Livraria Portuguesa, a partir das 18h30. Depois de ter construído, durante sete anos um império de media na China, Mark Kitto assistiu, em 2004, ao Estado chinês a ficar-lhe com tudo. “Vivi na zona cinzenta que é o negócio da imprensa na China, e apesar do meu compromisso com o país, acabei por pagar um preço elevado”. Kitto é desde há seis anos um colaborador regular da revista Prospect.

História está feita, são cerca de 300 páginas e só falta um editor

Os portugueses em Xangaipróprios franceses, que gover-navam uma parte da cidade, conhecida ainda hoje como “antiga concessão francesa”.

A lista era encabeçada pelos japoneses (18.796), se-guidos dos ingleses (8.449), russos, norte-americanos e indianos. “Entre os eu-ropeus, os portugueses es-tavam em terceiro lugar”, realça Wang Zhicheng.

Xangai era uma das ci-dades mais cosmopolitas do mundo: “Paris do Oriente” e “Paraíso dos Aventurei-ros, assinalavam os guias turísticos.

Quase todos oriundos de Macau, filhos de casa-mentos entre portugueses e chineses, os portugueses de Xangai constituíam também uma das mais antigas comu-nidades estrangeiras esta-belecidas na cidade, após a Guerra do Ópio (1839-42).

Em 1850 havia já seis portugueses a viver em Xangai e quinze anos mais tarde o número ultrapassava a centena.

No século XX, a comu-nidade estava organizada em dezenas de associações recreativas e teve vários jor-

nais, quase todos de reduzida tiragem e curta duração. “Os portugueses tiveram sempre uma posição influente na comunidade estrangeira de Xangai, mas o seu peso po-lítico, económico e cultural era bastante pequeno”, afir-ma Wang Zhicheng.

Director do Centro de Estudos Eslavos da Acade-mia de Ciências Sociais de Xangai, nascido em 1940, Wang Zhicheng começou por estudar os emigrantes russos que se refugiaram na-quela cidade após o triunfo da revolução comunista na Rússia, em 1917. “Era um tema por que ninguém se interessava”, diz

Em 1993, após dez anos de pesquisa, Wang Zhicheng publicou “História da Emi-gração Russa em Xangai”, que seria depois traduzida e editada na Rússia, e que chamaria a atenção da Fun-dação Macau: “Eles entra-

ram em contacto comigo e propuseram-me que fizesse uma história idêntica acerca dos portugueses”.

Parte da investigação teve “uma edição electróni-ca”, há cerca de uma década, mas nos últimos quatro anos, Wang Zhicheng escreveu mais um capítulo, que con-tinua inédito.

O investigador descobriu também que, muito antes da “Guerra do Ópio”, cujo desfecho obrigou a China a abrir cinco dos seus portos ao comércio internacional, um missionário chamado José Semedo construiu uma igreja em Xangai: “Foi o primeiro português a viver em Xangai, em 1622”.

Situada na costa leste chinesa, no estuário do rio Yangtze, Xangai é hoje a “capital económica” da Chi-na e a maior cidade do país, com cerca de 23 milhões de habitantes. - Lusa

Guilherme Parente na Casa Gardenpara uma “Viagem ao Império do Meio”

A alegria da luz e da cor

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quinta-feira 24.1.2013desporto12 www.hojemacau.com.mo

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Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 4 de Janeiro de 2013, se encontra aberto o Concurso Público para “Fornecimento e Instalação de Um Sistema Telefónico ao Centro Hospitalar Conde de São Januário”, cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 23 de Janeiro de 2013, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.º andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de $41,00 (quarenta e uma patacas), a título de custo das respectivas fotocópias ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo).

Os concorrentes deverão comparecer na Cave 1 da Secção de Património situada no Centro Hospitalar Conde de São Januário no dia 28 de Janeiro de 2013 às 15,00 horas para visita às instalações a remodelar a que se destina o objecto deste concurso.

As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 20 de Fevereiro de 2013.

O acto público deste concurso terá lugar no dia 21 de Fevereiro de 2013, pelas 10,00 horas, na sala do “Auditório” situada junto ao C.H.C.S.J.

A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de $ 520 000,00 (quinhentas e vinte mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Serviços de Saúde, aos 15 de Janeiro de 2013.

O Director dos Serviços,

Lei Chin Ion

AVISOCONCURSO PÚBLICO N.º 2/P/2013

AVISOda Direcção dos Serviços de Identificação

A Direcção dos Serviços de Identificação chama a atenção para o seguinte:

Devem cuidar do seu documento de viagem. Nos termos do Regulamento Administrativo n.º 20/2009 da RAEM, a substituição do documento de viagem por extravio ou destruição implica a cobrança de taxa adicional, para além disso, é prorrogado o prazo de entrega e poderá ser reduzido o prazo de validade do novo documento concedido. O uso ilícito do documento de viagem extraviado por parte dos malfeitores, pode afectar o titular do documento na entrada nos países estrangeiros.

Devem recorrer a agências de viagem e pessoas de confiança para tratar da emissão de visto e da compra de bilhetes de avião, a fim de evitar o aproveitamento ilícito por parte dos malfeitores.

Marco [email protected]

A selecção de futebol de Macau desloca-se em meados do próximo mês à vizinha Região Admi-

nistrativa Especial de Hong Kong para disputar um encontro amigável com a congénere da antiga colónia britânica. A partida, agendada para 17 de Fevereiro, deve servir para que o grupo de trabalho orientado por Leung Sui Wing prepare a deslocação em Março ao Quirguistão, pais que acolhe os encontros do grupo B de apuramento para a fase final da edição de 2014 da Taça Challenge.

Na Ásia Central – e para além de

O piloto português António Félix da Costa disse, em entrevista à

agência Lusa, que espera entrar na Fórmula 1 em 2014, admitindo que a Toro Rosso, equipa secundária da Red Bull, possa ser o seu destino inicial. “Eu espero que esta seja a minha última época sem ser na Fórmula 1. Espero que esta longa caminhada de 12 anos acabe aqui e comece o cami-nho para ser campeão do Mundo de Fórmula 1, porque as condições estão lá e, por isso, está tudo nas minhas mãos. Depende dos resultados deste ano, mas estou muito confiante de que o ano vai correr bem”, admitiu.

Integrando os quadros da Red Bull Junior Team, o jovem luso, de

Selecção de futebol de Macau desloca-se em Março à Ásia Central

Taça Challenge com Hong Kong

António Félix da Costa espera que 2013 seja último ano fora da Fórmula 1

“A porta para entrar na Fórmula 1 são os resultados e esses vão ter de continuar a aparecer”

ter de defrontar a selecção anfitriã – a formação do Lótus vai ainda esgri-mir argumentos com o Paquistão e o Tadjiquistão, formações com créditos firmados na competição. O desafio amigável com a selecção de Hong Kong é o único encontro de preparação que Macau deve disputar antes de pisar a 17 de Março o relvado do estádio Spartak, em Bishkek, para enfrentar o anfitrião Quirguistão. Dois dias depois, a 19, a selecção do território mede forças com o Tadjiquistão, antes de encerrar a 21 de Março o périplo pela Ásia Central.

Os vencedores de cada um dos cinco grupos pelos quais estão divi-didas as equipas que participam na fase preliminar da Taça Challenge

garantem o apuramento para a fase decisiva da competição e juntam-se à selecção anfitriã do certame no leque das formações que vão lutar pela vitória no torneio. O grupo de oito equipas que disputam a Taça Challenge propriamente dita fica completo com as formações que conseguirem garantir os dois me-lhores segundos lugares durante a etapa inicial da prova, agendada para o início da Primavera.

A equipa que vencer a com-petição reserva um lugar por direito próprio na fase final do Campeonato Asiático de futebol. Organizada de dois em dois anos, a Taça Challenge foi criada em 2006 com o intuito de providenciar

a nações e territórios emergentes uma plataforma para o desen-volvimento do desporto-rei, pela aposta num calendário competitivo mais preenchido. O Tadjiquistão, adversário de Macau em Março próximo, foi o primeiro vencedor da Taça Challenge, ao derrotar o Sri Lanka por 4-0 no encontro decisivo da edição inaugural do certame. Na deslocação à Ásia Central, a selecção do território deve contar com o contributo de Nicholas e de Ricardo Torrão. Os dois atletas, que representam o campeão Windsor Arch Ka I, foram titulares nos dois últimos encontros disputados pela Selecção do Lótus, ambos contra uma selecção da vizinha província de Cantão. Curiosamente, Cantão foi também o último adversário de Hong Kong. A formação da antiga colónia britânica conquistou no início do mês a trigésima quinta edição da Taça Hong Kong-Can-tão, mercê de uma vitória caseira por duas bolas a uma.

22 anos, admite que a sua entrada no “grande circo” poderá ser pela Toro Rosso, pois todos os pilotos juniores têm passado pela escudaria secundária, incluindo Sebastian Vet-tel, tricampeão mundial. “À partida, será esse o caminho para mim, o que é normal. Quando nos perguntam se estou pronto para a Fórmula 1, digo que estou pronto para dar o salto para a Fórmula 1, mas não estou preparado para a Fórmula 1. Por isso, há esses um ou dois anos numa equipa menos boa, onde aprendemos tudo sobre a Fórmula 1, para depois dar o salto para uma equipa em que possamos ser campeões do Mundo quando já estamos preparados para o ser”, disse.

De acordo com o piloto, “a porta para entrar na Fórmula 1 são os re-sultados e esses vão ter de continuar a aparecer”, garantindo que o grande objectivo para 2013, imposto pela Red Bull e por si próprio, é ganhar as World Series by Renault (WSR). “Não vejo porque não [lutar pelo títu-lo]. Vou ter uma abordagem diferente esta temporada. Vou conseguir fazer seis dias de testes de pré-época, que para mim é óptimo e que no passado não consegui fazer antes de nenhuma corrida. Por isso, acho que as coisas só podem melhorar. Vou ter tempo para melhorar o carro, vou ter tempo para estar com a equipa num ambiente mais relaxado, de treinos”, referiu.

A morar em Inglaterra, perto da fábrica da escudaria, Félix da Costa tem estado a preparar, no simula-dor, o novo carro da Red Bull, que começará a ser testado, em pista, no final de Janeiro, pelo alemão Sebastian Vettel e pelo australiano Mark Webber.

O facto de estar nas WSR vai permitir a Félix da Costa continuar a trabalhar no simulador nos fins de semana em que há Fórmula 1, iniciando a preparação para cada Grande Prémio, antes do início dos treinos livres.

Sobre 2012, ano em que ganhou várias provas no GP3 e nas WSR, além de ter ganho o Grande Prémio

de Macau, Félix da Costa diz que “foi um dos melhores anos”, porque não ganhou nenhum título, à excepção de Macau. “Obviamente foi uma boa época, tendo em conta tudo o que aconteceu, entrando para a Red Bull Junior Team e também pelo salto dado a meio da época para a World Series by Renault, em que, mesmo aterrando assim meio de pára-quedas, consegui ser o piloto com mais vitórias no campeonato. Foi um ano em que dei um grande passo em frente na carreira. Estamos cada vez mais próximos da fórmula 1 e era um ano muito importante para isso e 2013 ainda mais importante vai ser”, referiu. - Lusa

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SALA 1THE GRAND MASTER [B](FALADO EM CANTONÊS E MANDARIM LEGENDADO EM CHINÊS)Um filme de: Kar Wai WongCom: Tony Leung Chiu Wai, Ziyi Zhang, Chen Chang14.30

THE IMPOSSIBLE [C]Um filme de: Issara Nadee, Patchanon Thumjira, Kirati NakintanonCom: Apinya Sakuljaroensuk, Peter Knight, Ray Macdonald16.45, 21:30

LES MISÉRABLES [B]Um filme de: Tom HooperCom: Hugh Jackman, Anne Hathaway, Russel Crowe, Amanda Seyfried, Eddie Redmayne, Aaron Tveit, Samantha Barks, Helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen18.45

SALA 2THE TOWER [C](FALADO EM COREANO LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)14.30, 16.45, 19:15, 21:30

SALA 3THE LAST STAND [C]Um filme de: Kim Jee-WoonCom: Arnold Schwarzenegger, Zach Gilford, Forest Whitaker14.15, 16.05, 17:55, 19.50

THE GRAND MASTER [B](FALADO EM CANTONÊS E MANDARIM LEGENDADO EM CHINÊS)Um filme de: Kar Wai WongCom: Tony Leung Chiu Wai, Ziyi Zhang, Chen Chang21:45

quinta-feira 24.1.2013 13www.hojemacau.com.mo futilidades

[Tele]visão

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h RTPi14:45 RTPi DIRECTO19:00 Montra do Lilau (Repetição)19:30 Resistirei20:30 Telejornal21:00 TDM Talk Show21:30 Perdidos Sr.622:10 Escrito nas Estrelas23:00 TDM News23:30 Herman 201300:30 Telejornal (Repetição)01:00 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

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SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Contexto completo. Comando (abrev.). 2-Camareira. Outo (s.q.). Árvore da antiga India Portuguesa. 3-Camas de lona. Desgastai cortando. 4-Género da família das Caprifoliáceas (Bot.). 5-Transmitir sífilis. 6-Regimento de Artilharia (abrev.). Pesar 499 (Rom.). Nesta terra. 7-Apertar com perguntas, atrapalhar. 8-Qualidade do que é límpido. 9-Bom estado do invidíduo, cujas funções orgâncias, físicas e mentais se acham em situação normal. Entrelaçam. 10-O m. q. eido. Bário (s.q.). Flanco. 11-Corroi. Queimar.

VERTICAIS: 1-Andavam. Espalhar-se. 2-Ninho (Prov.). Átomo (abrev.). Precepctor nas casas nobres. 3-Bocados, buchas. Referi-me indirecta ou vagamente. 4-Que não contém água. 5-O m. q. gaseiforme. 6-Ruténio (s.q.). 101-(Rom.). Apartamento (abrev.). Consoantes iguais. 7-Licitar de novo. 8-Analogia. 9-Que tem competência. O m. q. porcas (Prov.). 10-Sem miolo, vã. Antes-de-Cirsto (abrev.). Trata com zelo. 11-Chefe de aldeia em Ceilão. Grande extensão de água salgada.

HORIZONTAIS: 1-INTEGRA. COM. 2-AIA. AU. PACA. 3-MACAS. RAPAI. 4-LONICERA.O. 5-G. SIFILIZAR. 6-RA. DO. ID. CA. 7-ATARRACAR. L. 8-S. LIMPIDEZ. SAUDE. TECEM. 10-AIDO. BA. ALA. 11-ROI. ABRASAR.VERTICAIS: 1-IAM. GRASSAR. 2-NIAL. AT. AIO. 3-TACOS. ALUDI. 4-E. ANIDRIDO. 5-GASIFORME. A. 6-RU. CI. AP. BB. 7-A. RELICITAR. 8-PARIDADE. A. 9-CAPAZ. RECAS. 10-OCA. AC. ZELA. 11-MAIORAL. MAR.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

Aqui há gato“OUVI DIZER”QUE O MANGAL QUASE NÃO EXISTEEm Macau temos de aprender a viver e a lidar com declarações ou situações que, na maioria das vezes, não fazem muito sentido ou que nos deixam a pensar durante uns largos minutos. Desta vez, fiquei estupefacto com tudo o que já se disse ou fez sobre a questão do mangal da Taipa, junto às tradicionais casas-museu. Leong Kun Fong, administrador do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) deu ontem uma entrevista onde frisou que, graças a diversas obras, o que hoje existe ali já não é bem um mangal. O Governo lançou entretanto o projecto de construção de cinco lagoas artificiais para, segundo dizem, “salvar o ecossistema”, permitindo filtrar a poluição da água. Contudo, muitos membros da DSPA já vieram a público dizer que não tiveram conhecimento de um projecto que arrancou, mas que a maioria não percebeu como. Mais, não houve discussão e muitas alternativas, apresentadas pela Sociedade Ecológica de Macau, não foram sequer ouvidas. Mas depois há que olhar para tudo o que se está a fazer a uma zona onde a água já deve ter muito pouca qualidade, apesar dos estudos que são feitos e que dizem “sim senhor, está tudo bem”. A mim parece-me que tudo o que os senhores do IACM pedem é que aquele terreno um dia acabe por secar e ali se construa alguma coisa mais proveitosa do que um espaço para as garças. Isto apesar de Leong Kun Fong ter dito que lhe dão “mais atenção do que a qualquer outra pessoa”. Mas mais grave do que isso é a falta de coordenação e diálogo que parece existir entre os vários departamentos do Executivo com responsabilidades muito próximas, nomeadamente os serviços de tráfego, o IACM, os serviços de protecção ambiental ou até as Obras Públicas. A construção do centro de informação de segurança rodoviária naquele local já deu muita polémica, mas parece que Leong Kun Fong pouco sabe sobre o assunto. “É um empreendimento que não está sob gestão do IACM. Ouvimos dizer que há uma iniciativa por parte dos serviços de tráfego”. Esta expressão, “ouvi dizer” explica tudo o que precisamos de saber sobre muitos dos órgãos do Governo. Termino aqui a minha crónica, com vontade de ir sentir a natureza perto das casas museu. Mas com tanta mexida, vou ficar aqui pela redacção.

GLÓRIA • Vasco Pulido ValenteUm fresco notável da segunda metade do nosso século XIX. Através de uma personagem histórica menor (Vieira de Castro), Pulido Valente retrata todos os aspectos da elite oitocentista: o caos circense da Universidade de Coimbra, os bastidores da política da monarquia constitucional, o marialvismo dos jovens e velhos bacharéis de Lisboa. Haverá quem diga que Glória não é uma biografia, mas sim um romance. Sobre isso, há que dizer uma coisa: os grandes historiadores são escritores. Um grande livro de História não passa à condição de romance só porque é muito bom. Vasco Pulido Valente é tão escritor como Lobo Antunes ou Saramago. E a biografia não é um género inferior ao romance.

ARTE PORTUGUESA - HISTÓRIA ESSENCIAL • Paulo PereiraDa pré-história aos nossos dias, o essencial de mais de dois mil anos de História da Arte em Portugal. Nesta obra procura-se o que é essencial. Não porque exista a pretensão de penetrar na essência da arte, ou de procurar qualquer invariante absolutamente portuguesa - porque até é provável que não exista - mas sim porque o que aqui se encontra resulta de um trabalho de actualização de conhe-cimentos essenciais, incontornáveis, fundamentais: é esse o sentido do título. O permanente diálogo entre as diversas épocas e as diversas geografias da Europa e do Mundo, o peso umas vezes inerte de tradições de “longa duração”, outras vezes dinâmico e leve de vanguardas súbitas e torrenciais, é o pano de fundo de um percurso pela arte produzida em (e para) Portugal. Pu Yi

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quinta-feira 24.1.2013opinião14 www.hojemacau.com.mo

da estre laCarlos M. Cordeiro

ERNARDO, um jovem médico do Hospital de São João do Porto, apaixonou-se por Luísa, finalista do curso de medicina. Com a maior das naturalidades passaram a encontrar-se assiduamente e a con-

viver como dois enamorados. As conversas entre ambos constituíam uma simbiose de temas ligados à medicina e à vida. Uma vida que os encaminhou para o casamento e para a natalidade de Luísa. Um casal feliz, uma história de vida ainda mais feliz e uma família a crescer. Com dois filhos saudáveis, traquinas e vivaços, o seu destino foi o infan-tário à semelhança de milhares de crianças. Simplesmente, os dois jovens médicos que se cansaram de estudar e de se especializar em determinadas matérias, nunca imaginariam que os problemas respiratórios dos filhos, que entretanto lhes detectaram, nada teria a ver com falta de saúde, mas com a sua vivência no infantário. Os exames clínicos nada concluíam a não ser que algo não estava bem no aparelho respiratório das crianças.

A resposta para o dilema sobre o diag-nóstico dos filhos de Bernardo e Luísa viria a ser-lhes dada por uma conclusão tecnológica. Aconteceu que um projecto de investigação sobre o ambiente e saúde em creches e infantários concluiu que a deficiente renovação do ar está associada a problemas respiratórios nas crianças.

A investigação avaliou 125 salas de 19 creches e infantários em Lisboa e no Porto e encontrou uma qualidade do ar inadequada, com elevadas concentrações de bactérias e dióxido de carbono, que está associada a problemas respiratórios nas crianças.

No que se refere às bactérias – indicador de uma má renovação do ar e que não são necessariamente patogénicas – o máximo detectado foi superior a 26 mil UFC (uni-dades formadoras de colónias) por metro cúbico quando o valor de referência em Portugal é de 500 ufc/m3. No capítulo dos contaminantes químicos, o valor máximo de dióxido de carbono (CO2) – outro indicador da renovação do ar – o máximo detectado

Este nosso alerta vai ao encontro de todos quantos possam ter familiares em creches, infantários e lares, no sentido de nos sensibilizar para uma tomada de posição junto dos responsáveis dos estabelecimentos e para que as bactérias existentes não venham a transformar-se num caso de surpresa clínica e de desgosto pelo que de mal pode acontecer às nossas crianças e idosos

As bactérias do desgosto

foi 5647 mg/m3 quando a referência se fica pelos 1800. Os resultados preliminares da segunda fase do projecto Ambiente e Saúde em Creches e Infantários (ENVIRH) foram apresentados na semana passada. Nuno Neu-parth, investigador principal do projecto e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, sublinha, que os dados obtidos mostram uma “relação estatística e evidente deste indicador com a presença de problemas respiratórios, como a sibilância, nas crianças”. Os resultados preliminares do ENVIRH revelam que em mais de 50% dos estabelecimentos ana-lisados os limites de CO2 estavam acima do recomendado (1800 mg/m3). Entre as 73 salas avaliadas em Lisboa, a média de dióxido de carbono encontrada foi de 1850 mg/m3 e o valor máximo foi 5630. Nas 52 salas do Porto, o máximo foi 5647 mg/m3 e a média foi de 2541 mg/m3.

No entanto, no caso dos dados sobre a concentração das bactérias, os especialistas fazem questão de colocar um travão no alarmismo. “Nem todas as bactérias são más e patogénicas. Neste caso, são apenas indi-cativas de uma má renovação do ar”, alerta Manuela Campos, outra das investigadoras

envolvidas no ENVIRH. Ainda assim, este “indicador” está claramente muito acima do recomendado (500 UFC/m3) em Portugal nas regras sobre a qualidade do ar no inte-rior dos edifícios. Depois de uma primeira abordagem geral em 45 estabelecimentos de Lisboa e Porto, os investigadores recolheram dados mais pormenorizados com medições sobre a qualidade do ar e avaliações sobre a saúde das crianças em 19 creches e infantá-rios das duas cidades.

Os resultados agora divulgados referem--se à avaliação feita durante a Primavera (os dados recolhidos no Inverno ainda não foram analisados). Entre muitas outras variáveis, foi analisada a influência que o tipo de jane-las ou pavimentos podem ter na qualidade do ar das salas. Aparentemente, as janelas basculantes serão as mais recomendáveis e os pavimentos de madeira e cortiça os menos aconselháveis.

Numa terceira fase do projecto, será ainda usada a importante ferramenta de simula-dores para obter conclusões mais sólidas sobre este tipo de influências e o seu efeito no ambiente e na saúde das crianças. Pos-sivelmente, admite Nuno Neuparth, bastará algo tão simples como abrir uma janela, de vez em quando, para renovar o ar da sala da creche ou infantário e assim prevenir alguns problemas respiratórios das crianças.

Enquanto o projecto ENVIRH avança para conclusões nas creches e infantários, a equipa de investigadores começou já a visitar alguns lares de idosos com o mesmo objec-tivo de avaliar a relação entre o ambiente e a saúde. As medições e questionários já avançaram em mais de 60 lares de idosos do Porto e Lisboa.

Este nosso alerta vai ao encontro de todos quantos possam ter familiares em creches, infantários e lares, no sentido de nos sen-sibilizar para uma tomada de posição junto dos responsáveis dos estabelecimentos e para que as bactérias existentes não venham a transformar-se num caso de surpresa clínica e de desgosto pelo que de mal pode acontecer às nossas crianças e idosos.

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15opiniãoquinta-feira 24.1.2013 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

bairro do or ienteLeocardo

ISão os pobres, os idosos, os toxicodependen-tes e os deficientes, os elos mais fracos que sempre quebram nesta RAEM dos muitos milhares de milhões de patacas. A dificul-dade no acesso ao emprego e à habitação juntamente com a subsídio-dependência levam-nos a uma espiral de exclusão de onde é quase impossível sair, num território onde cada um defende o seu pedacinho de céu da forma mais agressiva que sabe, ro-çando tantas vezes o egoísmo e o desprezo pelos seus iguais menos afortunados. Há alguns anos em Hong Kong realizou-se uma conferência internacional onde um orador norte-americano sugeriu que uma forma de combater a pobreza e a exclusão e incluir os mais pobres na sociedade seria legislar no sentido de tornar obrigatório que estes não vivessem longe do seu local de trabalho, permitindo que se pudessem deslocar a pé para diariamente ganhar o seu pão. A ideia teve imediatamente uma reacção negativa forte dos participantes honconguenses, pois ter os pobres a morar ao lado “desvalorizaria a sua propriedade”. Na RAEHK as pessoas com menos posses e os trabalhadores mi-grantes que auferem salários mais baixos optam muitas vezes por alugar uma cama semelhante a uma gaiola, conhecidas por “camas-caixão”, onde vêem a sua privacida-de confinada a um espaço mais pequeno que uma mera banheira, e mesmo assim pagam pelo menos 3000 dólares de Hong Kong mensais por este alojamento pouco digno. É bem conhecido o caso dos moradores de um conhecido complexo habitacional em Hac-Sá, Coloane, que se manifestaram há alguns anos contra a abertura de um lar de idosos no espaço comercial desse complexo, e apesar de terem alegado razões diversas, a motivação principal é óbvia: não seria bom para o seu investimento ter ali um asilo, onde paira a todo o momento o espectro da morte. É uma mentalidade que por aqui vigora; quem não tem os milhões que fazem as delícias de especuladores e restantes tubarões do imobiliário é atirado borda fora, e arrisca-se a ir morar para uma ilha qualquer longe daqui, onde não atrapalhe a economia. Não é muito diferente do que se fazia com os leprosos do passado, só que agora a doença é outra, de natureza social. Com a diferença que mesmo para a lepra existe hoje uma cura…

IIA grande procura que se tem verificado nas farmácias pelas fórmulas de leite em pó para bebés é um problema que preocupa os residentes de Macau. É bizarro que isto

Se a habitação, um direito que devia estar acessível a todos os residentes de Macau já se encontra na mão de especuladores, qualquer dia acontece o mesmo com os produtos alimentares. Isso sim, seria o fim da prosperidade e da “harmonia” que tanto se apregoa

Parentes pobres

aconteça num território rico e onde a falta de géneros de qualquer espécie é coisa de um passado distante, dos tempos da II Guerra Mundial, onde chegou a existir fome no enclave então administrado por Portugal, e que apesar de gozar da neutralidade con-seguida pelo Estado Novo, estava situado numa região ocupada pelo invasor japonês, e os escassos alimentos estavam longe de satisfazer as necessidades mais básicas. Tempos difíceis, que tivemos a sorte de não testemunhar. Mas esta actual corrida ao leite

em pó não se deve a nenhuma guerra, crise ou sequer a um aumento súbito da natalidade, o que seria uma justificação aceitável. Quem procura as fórmulas são turistas da China, que não confiam na qualidade do produto no continente. Além dos pais legitimamente preocupados com a saúde dos seus filhos lactentes, não falta ainda quem aproveite para obter algum lucro, levando caixas de leite em pó para o interior da China com o propósito de o revender. O mesmo acontece com outros bens alimentares, muito requi-sitados por turistas do continente receosos das inúmeras falsificações e adulterações que infelizmente ainda existem na China em grande quantidade. Estas situações que envolvem bens de primeira necessidade e por isso interferem com a qualidade de vida da população merecem uma atenção redobrada por parte do Governo. Se a habitação, um direito que devia estar acessível a todos os residentes de Macau já se encontra na mão de especuladores, qualquer dia acontece o mesmo com os produtos alimentares. Isso sim, seria o fim da prosperidade e da “har-monia” que tanto se apregoa.

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quinta-feira 24.1.2013www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

ANTES do projecto das lagoas artificiais ter suscitado polémica, levando a que fosse

entregue uma petição ao Gover-no esta semana, já o Centro de Informação e Segurança Rodo-viária (CISR) tinha feito correr muita tinta. O possível impacto ambiental na zona do mangal, junto às Casas-Museu da Taipa, fez com que se tentasse colocar um travão sobre a deslocação do Centro para a zona de nidificação de aves selvagens.

Por essa razão, e depois de protestos vários desde o inicio do ano passado que culminaram numa primeira petição entregue ao Governo, este decidiu pedir um estudo ambiental a uma enti-dade independente em Junho pas-sado, do qual ainda hoje nada se sabe. “Quanto à criação do novo CISR, o Governo está a estudar o assunto; ainda não há decisão final do local, nem planeamento concreto do Centro”, esclarece ao Hoje Macau Lau Si Wut, da

Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). Se a zona do Mangal ainda é uma opção para a construção do centro, a mesma preferiu não dar uma resposta.

Porém, fonte interna adian-tou que “ainda está a ser con-siderada esta área e que apenas se aguarda que seja finalizado o estudo encomendado pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), única entidade que poderá dar resposta sobre quan-do se espera concluído”, indica.

Contactada pelo Hoje Ma-cau, a direcção, tal como ante-riormente, remeteu quaisquer esclarecimentos para a DSAT, num jogo entre o que se apelida de um planeamento a várias mãos governamentais. Em Novembro último, a DSPA em resposta ao Hoje Macau também preferiu remeter o “plano do novo centro e o conteúdo do progresso da avaliação de impacto ambiental do Centro” para o “grupo de trabalho interdepartamental”, recomen-dando “consultar” o próprio.

Ontem, Lau Si Io, o secretá-

rio da pasta das Obras Públicas e Transportes, comentou, a partir de Pequim, a transferência do Centro. “Eu sei que dissemos anteriormente que iríamos trans-ferir o CIRS para lá mas ainda não temos um plano definido. vamos fazer mais estudos sobre esta questão”, em declarações reproduzidas pela TDM.

No entanto, o estudo de impacto ambiental sobre o pro-jecto das lagoas artificiais já foi anunciado como concluído pelo IACM - que dá conta de que irá melhorar a qualidade de água do mangal -, ao passo que o estudo encomendado anteriormente ainda não tem desenvolvimen-tos. A esta dúvida, a DSAL responde que os dois estudos são da responsabilidade de dois departamentos diferentes. “São dois estudos distintos, sobre duas áreas distintas, sendo que o IACM só se concentrou na sua e não na nossa”, disse fonte bem informada da DSAL. “As-sim que disserem se o impacto é positivo constrói-se, se não for há-de ser encontrada outra solução ajustada”, avança.

Netanyahu reeleito primeiro-ministro“Agradeço ao povo de Israel por me ter reeleito”. É assim que Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, agradeceu aos eleitores a recondução no cargo, na sua página no Facebook. A coligação dos partidos Likud, de Netanyahu, e Beiteinu foi a que mais votos conseguiu nas eleições legislativas em Israel. As sondagens revelam que a coligação perdeu força, face ao ganho registado pelo partido centrista Yesh Atid, a segunda força política mais votada. O Canal 2 israelita avançou, quando as urnas encerraram, que o Likud tinha conseguido eleger 31 deputados de um total de 120 do parlamento israelita, o Knesset. O Yesh Atid terá conseguido 19 deputados, enquanto o Partido Trabalhista, que se previa ser o segundo na intenção de voto, amealhou 17 deputados com assento parlamentar. Seguem-se com 12 representantes o partido Shas e os Hatnua e Meretz, com sete deputados. Já o United Torah-Judaism tem seis eleitos no Knesset.

UE Cameron admite referendar permanênciaA manutenção de Inglaterra na União Europeia é um tema sobre o qual o primeiro-ministro britânico admite vir a submeter a referendo. Segundo um discurso que David Cameron se prepara para divulgar esta quarta-feira, citado pelo The Guardian, o referendo pode ser uma das opções em cima da mesa caso o atual primeiro-ministro vença as eleições em 2015. Cameron já fez saber que é vontade do país continuar na UE, desde que sejam promovidas determinadas alterações, como a limitação da livre circulação de cidadãos europeus no país. Recorde-se que na quarta-feira passada Cameron abordou o tema, citado pela Reuters, mostrando-se receoso sobre a realizaçãp de um referendo: “Eu não acho que seria certo para a Grã-Bretanha fazer um referendo sobre a saída ou não da UE porque acho que estaríamos a dar ao povo britânico uma opção falsa.”

Mourinho agastado com polémicasEm entrevista à rádio francesa RMC, o treinador do Real Madrid, José Mourinho, disse sentir-se perseguido pela imprensa espanhola, que procura criar casos onde, muitas vezes, não existem. O treinador garantiu, assim, que muita da animosidade a si dirigida é injustificada. “Toda a gente tenta arranjar polémicas comigo, contra mim. Quando não existem. A única coisa que quero é fazer o meu trabalho em paz”, referiu o português, numa entrevista que será transmitida na totalidade na sexta-feira.

car toon REFERENDO PARA SAIR DA UEpor Steff

Britânica será fuzilada por ordem judicialUma britânica de 56 anos que foi condenada a pena de morte por traficar cocaína para o Bali, na Indonésia, será fuzilada. A acusação indonésia pedia 15 anos de prisão para Lindsay, mas o tribunal sentenciou-a a pena de morte, por fuzilamento. Um porta-voz do Governo britânico confirmou a pena, citado pelo jornal The Sun: “Podemos confirmar que uma cidadã britânica foi condenada a pena de morte na Indonésia. O Reino Unido opõe-se à pena de morte em quaisquer circunstâncias.” Lindsay Sandiford foi detida em Maio depois de uma leitura de raio-X ter detectado 4,8 quilogramas de cocaína na sua mala. A mulher explicou em tribunal que foi forçada a fazer de correio de droga depois de um gang a ter ameaçado de que faria mal à sua família. O colectivo de juízes liderado por Amser Simanjuntak concluiu que a imagem do Bali está em causa e que o caso prejudicou o turismo na região e o programa governamental no combate ao tráfico de droga. O valor estimado da droga apreendida é de 19 milhões de patacas.

Paramilitares femininos criados por AssadO regime do presidente Bashar Al Assad ordenou a constituição de força paramilitar integralmente composta por elementos femininos. Apelidadas de “amazonas” e de fedaïyate, que significa “aquelas que se sacrificam”, as mulheres colaboram no combate do Exército da Síria no combate aos grupos que se rebelaram contra o regime de Assad. Entre as funções desempenhadas está a guarda de locais como os estádios na cidade de Ohms. A nova brigada foi apresentada esta terça-feira à imprensa. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, este grupo de “amazonas” tem cerca de 450 membros.

“Playback” na tomada de posse de Obama?A Marinha dos Estados Unidos confirmou que o hino norte-americano tocado na cerimónia de posse do presidente Barack Obama foi interpretado em “playback”, mas não esclarece se a cantora Beyoncé fez o mesmo. No entanto, em comunicado, a Marinha disse não ter conseguido ensaiar com a cantora, tendo decidido “que uma apresentação ao vivo não era um risco para ser assumido num evento tão importante”. De resto, ressalva, as músicas para serem interpretadas em exteriores e com más condições climatéricas, como o frio, são sempre pré-gravadas. Os músicos tocaram ao vivo durante a maior parte da cerimónia, mas antes de qualquer grande evento grava as músicas como medida de precaução.

A deslocalização do Centro de Informação e Segurança Rodoviária (CISR) para a zona do mangal ainda pode ser uma realidade. A decisão final “ainda está em aberto”, comunicou uma responsável da DSAT, Lau Si Wut, ao Hoje Macau. Informações internas da DSAT ao Hoje Macau explicam ainda que “o estudo de impacto ambiental”, encomendado pela DSSOPT em Junho, ainda não está concluído passados sete meses

CISR ainda espera resultado sobre o estudode impacto ambiental, indica DSAT

“Não há decisão final”