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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB JOGO VERAO QUENTE DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 SEGUNDA-FEIRA 25 DE AGOSTO DE 2014 ANO XIII Nº 3160 hojemacau RÉGUA E ESQUADRA “REFERENDO” ACTIVISTAS DETIDOS Jason Chao, Scott Chiang e outros promotores do “referendo” foram ontem convidados a uma viagem até à esquadra acusados de desrespeito à Lei de Protecção de Dados Pessoais. Jason Chao saiu por volta das 20 horas mas tem novo encontro marcado para hoje. Ao fim do dia tinham sido comtabilizados 3335 votos. Ho Iat Seng faz o balanço da sessão legislativa do hemiciclo. Deputados pedem resultados das consultas públicas. P. 5 REPORTAGEM PÁGINAS 2-3 Os funcionários do Jogo voltam hoje a sair à rua numa manifestação inédita contra todas as operadoras. O retrato de um sector que vive dias agitados. PÁGINAS 4-5 PUB POLÍTICA PÁGINAS 6-7 Fim-de-semana com promessas para todos CAMPANHA CE2014 AL EM JEITO DE BALANÇO ˜

Hoje Macau 25 AGO 2014 #3160

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Hoje Macau N.º3160 de 25 de Agosto de 2014

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Page 1: Hoje Macau 25 AGO 2014 #3160

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

JOGO

VERAO QUENTE

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 S E G U N DA - F E I R A 2 5 D E A G O S T O D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 1 6 0

hojemacau

RÉGUA E ESQUADRA

“REFERENDO” ACTIVISTAS DETIDOS

Jason Chao, Scott Chiang e outros promotoresdo “referendo” foram ontem convidados a uma viagem

até à esquadra acusados de desrespeito à Lei de Protecçãode Dados Pessoais. Jason Chao saiu por volta das 20 horasmas tem novo encontro marcado para hoje. Ao fim do dia

tinham sido comtabilizados 3335 votos.

Ho Iat Seng faz o balanço da sessão legislativa do hemiciclo. Deputados pedem resultadosdas consultas públicas. P. 5

REPORTAGEM PÁGINAS 2-3

Os funcionários do Jogo voltam

hoje a sair à rua numa manifestação inédita contra todas

as operadoras. O retrato de um

sector que vive dias agitados.

PÁGINAS 4-5

PUB

POLÍTICA PÁGINAS 6-7

Fim-de-semana com promessas para todos

CAMPANHA CE2014AL EM JEITO DE BALANÇO

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2 hoje macau segunda-feira 25.8.2014REPORTAGEM

N O tempo em que Stan-ley Ho era rei e senhor do sector do jogo em Macau, os seus funcio-

nários apenas tinham a Associação da União de Amizade dos Traba-lhadores da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM). Doze anos depois da liberalização do jogo, não foi apenas a economia que sofreu um boom, mas também o lado associativo ligado ao sector registou uma revolução. Hoje são cerca de uma dezena as associações que lutam por mais direitos de quem põe a máquina a trabalhar todos os dias, sem descanso.

Graças à Forefront of Macau Gaming (FMG), hoje vai acon-tecer o que nunca antes se viu: um protesto geral contra todas as operadoras. Mas mais do que lutar por melhores salários, re-galias e condições de trabalho, Ieong Man Teng, presidente da FMG, diz ao HM que o protesto é uma resposta às medidas apre-sentadas por Chui Sai On no seu programa político.

Apesar dos recentes protes-tos da FMG terem tido grande adesão, não há um consenso entre as associações no que diz respeito à forma de acção que deve ser feita. Mais: os líderes das associações têm diferentes historiais políticos e ligações. Se Ieong Man Teng é membro da Associação Novo Macau, João Bosco Cheang, presidente da Associação dos Trabalhadores da Indústria de Jogos de Fortuna e Azar (ATIJFA), tem ligações à Federação dos Operários de Macau (FAOM).

Ao HM, João Bosco Cheang afirmou claramente que não concorda com o protesto de hoje. “A nossa associação, e mesmo a FAOM, não quer ser tão radical. Se querem aumentar as suas con-dições, os funcionários podem ir ao departamento de recursos humanos

No dia em que os trabalhadores do sector do jogo participam num protesto geral contra todas as operadoras, o HM traça o retrato das figuras ligadas ao movimento associativo e quais as forças que o movem

JOGO PROTESTOS COMO NUNCA POR CÁ SE VIU

AS VOZES DAANDREIA SOFIA [email protected]

CECIL IA L [email protected]

LUTA

ou pedir apoio às associações. Hoje os jovens estão a aprender com o que se passa em Hong Kong, onde se realizam manifestações sem se falar com a outra parte”, aponta. Em declarações recentes ao HM, o vice-presidente da ATIJFA, Leong Sun Iok, e também membro da FAOM, disse “respeitar” os pro-testos de hoje.

O deputado Ng Kuok Cheong, membro da direcção da Associação Novo Macau (ANM), garante que as acções da FMG não pretendem roubar eleitores da lista de Angela Leong para os democratas, uma vez que a deputada e administradora da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) é tida como a grande representante dos trabalhadores do jogo.

“Ieong Man Teng é membro da ANM mas o que ele faz não é para obter mais votos para as elei-ções da Assembleia Legislativa (AL), quer apenas lutar pelo direito dos funcionários”, garantiu Ng Kuok Cheong.

O homem que foi pioneiro nos movimentos sociais em Macau diz compreender porque é que Bosco Cheang não concorda que os croupiers vão para a rua. “Bosco Cheang não apoia a manifestação porque uma pessoa da sua idade não aceita muito bem. Mas, no meu caso, desde 2000 que comecei a ajudar os trabalhadores das obras dos casinos, e depois também dei ajuda aos funcionários do jogo a lutar pelos seis direitos. Desde 2009 que começaram a surgir mais associações do jogo e sem-pre sugeri que nós, a ANM, desse mais apoio a estas associações”, explicou ao HM.

Benny Sio, vice-presidente da Associação dos Direitos dos Trabalhadores do Jogo (ADTJ) e funcionário da Wynn, garantiu que “na manifestação desta segunda-

“Hoje os jovens estão a aprender com o que se passa em Hong Kong, onde se realizam manifestações sem se falar com a outra parte”JOÃO BOSCO CHEANG Presidente da ATIJFA

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3 reportagemhoje macau segunda-feira 25.8.2014

“Em 2016, quando os novos casinos forem inaugurados, os conflitos podem ficar mais radicais e pode surgir uma verdadeira lutade classes”NG KUOK CHEONG Membro da direcção da Associação Novo Macau

-feira (hoje) não vamos participar em nome da associação, mas defendemos os funcionários do jogo”, disse ao HM.

CONCORRÊNCIA ROUBOU DIREITOSTidos como a classe profissional onde se ganham os salários mais elevados, a seguir aos funcionários públicos, os croupiers e superviso-res de salas de jogo continuam a não estar satisfeitos, mesmo com o desenvolvimento económico. Mais do que exigirem salários indexados

à inflação, os trabalhadores quei-xam-se que não estão devidamente protegidos nem pela lei nem pela empresa onde trabalham.

“Antes da liberalização do jogo os funcionários quase que não tinham uma posição na indústria, mas os salários eram mais altos do que noutros sectores. Mas a economia está melhor agora e não temos vantagens. Hoje em dia as empresas de jogo defendem mais os direitos dos clientes, e quando estes não respeitam os funcionários a empresa vai sempre ajudá-los”, contou Benny Sio, que fala de casos concretos.

“Muitos funcionários já foram para o hospital devido a agressões mas a empresa de jogo nunca quis enfrentar o problema. Quando só havia a STDM, a empresa defendia os direitos dos funcionários. Como hoje há mais empresas de jogo,

estas não defendem os direitos dos funcionários por causa da concor-rência”, aponta.

Bosco Cheang, que há muito está ligado ao lado associativo do jogo, considera a situação normal. “É normal que quando haja um conflito entre empregados e clientes a empresa defenda os direitos dos clientes, porque quer mantê-los. Se o empregado chamar a polícia, a empresa vai negociar com este funcionário e dá algum tipo de com-pensação para silenciar o problema.

A actual lei laboral já traz um am-biente seguro para os empregados. Se o empregado insistir em chamar a polícia, a empresa não pode fazer nada. É aceitável se os funcionários e a empresa obtiverem um acordo para a compensação em casos de abusos de clientes”, frisou ao HM, apontando que hoje, com a entrada das operadoras norte-americanas, há mais regalias.

“Antes da liberalização do jogo quase não existiam benefícios para os funcionários do jogo. Os salários agora são mais altos e algumas empresas distribuem parte dos

lucros cotados em Bolsa pelos seus empregados. Antes o salário diário de um croupier era de 15 patacas por dia, agora o salário mínimo já subiu muito, mais de dez mil patacas por mês”, considerou.

“FALSA DEMOCRACIA”Se João Bosco Cheang prefere o diálogo pacífico com as operadoras antes da realização dos protestos, o mesmo não pede Benny Sio. “Existe um mecanismo de co-municação entre a empresa e os seus funcionários, mas é sempre uma falsa democracia: aceitam--se as opiniões mas depois fica tudo igual. Se nós apresentarmos as nossas opiniões apenas para a empresa nunca nos vai dar atenção. Só quando entregamos uma carta ou reunimos com o Governo, ou quando saem notícias na imprensa, é que a empresa dá atenção aos nossos problemas”, referiu.

Grant Govertesen, ligado à em-presa Union Gaming Group, que trabalha na área do jogo em termos de investimento e consultoria, com escritórios em Las Vegas e Macau, acredita que as operadoras já fize-ram a sua quota parte.

“O que posso dizer é que muitos operadores de jogo já reagiram aos protestos aumentando as regalias salariais. Acredito que ainda exis-tem algumas operadoras a ser alvo de ataque e penso que recentemente começaram a oferecer regalias se-melhantes aos seus funcionários”, disse Grant Govertsen ao HM.

“Quando só havia a STDM, a empresa defendia os direitos dos funcionários. Como hoje há mais empresas de jogo, estas não defendem os direitos dos funcionários por causa da concorrência”BENNY SIO Vice-presidente da Associação dos Direitos dos Trabalhadores do Jogo

“Imagine-se o que os croupiers poderiam conseguir se avançassem para uma greve, paralisando os casinos de Macau!”ANTÓNIO KATCHI Jurista

João Bosco Cheang fala da necessidade de negociação entre as empresas de jogo, outra concor-rência da liberalização. “Há sempre falta de croupiers nos casinos, e todos eles querem manter os seus croupiers, para que eles não mudem para outros casinos. Se querem aumentar as suas condições de trabalho, têm sempre de falar com as outras operadoras. Mas as empresas têm medo que os seus funcionários se despeçam sem comunicar primeiro”, apontou.

António Katchi, jurista, encara

como normal este aumento de protestos na indústria do jogo. “A crescente proletarização da população de Macau e a crescente concentração do proletariado em grandes empresas e num grande sector económico é desde logo um factor que potencia uma maior organização e mobilização das massas trabalhadoras. Depois, o desenvolvimento das lutas sociais e laborais que se têm vindo a verificar nos últimos anos, e que teve picos importantes em 2007, com a mani-festação do 1º de Maio, e este ano, com as manifestações de 25 e 27 de Maio, cria um ambiente propício a mais manifestações e outras formas de luta, inclusivamente a greve. Neste processo integra-se também a criação de novas associações. Estranho seria se isto não se esten-desse, mais dia menos dia, ao sector mais numeroso, mais concentrado

e potencialmente mais poderoso: os trabalhadores dos casinos e os croupiers”.

GREVE À VISTA?Ng Kuok Cheong não tem dú-vidas em afirmar que “em 2016, quando os novos casinos forem inaugurados, os conflitos podem ficar mais radicais e pode surgir uma verdadeira luta de classes. Estas manifestações são apenas o ponto de partida, e pode haver uma greve se no futuro os problemas continuarem a não ser resolvidos.”

Já António Katchi coloca tam-bém a hipótese de uma greve. “É certo que esta (manifestações) não é a maneira mais adequada de garantir a médio e longo prazo a melhoria das condições de trabalho dos croupiers, mas por enquanto é o expediente mais eficaz do qual eles se têm conseguido socorrer. Quanto melhor os croupiers aproveitarem essa vantagem conjuntural para imporem melhorias estruturais em benefício dessa e de outras categorias de trabalhadores, mais preparados estarão para se de-fenderem quando essa vantagem deixar de existir. Imagine-se o que os croupiers poderiam conseguir se avançassem para uma greve, parali-sando os casinos de Macau! Talvez conseguissem mesmo a proeza de obrigar o poder político a aprovar uma lei que regulamente as rendas de casa!”, resumiu o jurista.

OU MUN TIN TOI

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GONÇ

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OS NÚMEROS

4 hoje macau segunda-feira 25.8.2014POLÍTICA

LEONOR SÁ [email protected]

A PARENTEMENTE, Jason Chao estava a realizar as actividades do “referendo” sem violar

as normas estabelecidas pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Muni-cipais (IACM) e pelo Tribunal de Última Instância. No entanto, tanto Chao como Scott Chiang e outros

A INDA que de for-ma subtil, o actual candidato a Chefe

do Executivo expressou a sua opinião sobre o “re-ferendo”, referindo que a actividade “não vai ao en-contro da Lei Básica nem da legislação da eleição do Chefe do Executivo”. Chui Sai On preferiu não comentar os incidentes de ontem, nos quais foram detidos voluntários da iniciativa, incluindo o pró-prio representante, Jason Chao. Questionado sobre a atitude das autoridades e de que forma poderá afectar a candidatura e campanha, o actual líder máximo da RAEM referiu apenas que tanto a PSP como a PJ já esclareceram o assunto. “O processo

VOZES SONANTES FAZEM-SE OUVIR

O parecer do líderjudicial é independente e tem que obedecer e cumprir a lei. Desta vez, não tenho mais nada para comentar”, sublinhou.

UMA “AFRONTA”Já Leonel Alves, deputado da Assembleia Legislativa e membro do colégio elei-toral do Chefe do Executi-vo, discorda totalmente da realização do “referendo”, caracterizando o acto uma “afronta” e causa para uma possível situação de desordem social. “Isto [realização da actividade] não está previsto na Lei

Básica e é uma afronta ao Governo Central. É nessa perspectiva que devemos encarar o facto de que em Macau devemos ter, futuramente, estabilidade política e social. Vamos desenvolver a reforma política gradualmente, tendo em conta os inte-resses de todas as partes”, disse à TDM. O também advogado sublinhou ain-da que uma das conse-quências da continuação da sondagem das três associações – Sociedade Aberta de Macau, Juven-tude Dinâmica de Macau

e Macau Consciência – é a “desordem social”.

DETENÇÕES “VIOLENTAS”O presidente da associação Juventude Dinâmica de Macau, Lei Kuok Keong, fazia parte das actividades no bairro Iao Hon e consi-dera que a atitude da PSP para com os voluntários foi violenta. “Não sei se foi propositadamente ou só coincidência, mas acho que o acto da PSP foi muito violento. Referiram violação de determinadas leis, mas mesmo assim não conseguiram que pa-

rássemos e acusaram-nos de desobediência qualifi-cada”, disse o activista ao HM. Lei acrescentou ainda que “é inaceitável controlar os direitos de um residente” e discorda da detenção de vários membros da orga-nização. De acordo com o presidente da associação, foi apenas alguns minutos depois do início da acti-vidade que 10 agentes da PSP apareceram no local, acusando Lei e outros membros de violarem o ar-tigo 5º da Lei de Protecção de Dados Pessoais. “Creio que a presença da PSP e PJ se tratou de uma manobra e ataque político. Claramen-te, não querem acusar-nos de nenhum crime, mas sim destruir o referendo”, explicou. - L.S.M.

Embora alegadamente o “referendo” tenha acontecido sem violar as regras estabelecidas pelo IACM e pelo tribunal, vários foram os voluntários detidos ontem pela polícia, incluindo Jason Chao e Scott Chiang. A PJ agiu depois de receber uma carta do Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais que referia ilegalidades. O caso deverá seguir agora para o Ministério Público

REFERENDO ACTIVIDADE MARCADA POR DETENÇÃO DE VOLUNTÁRIOS

A fogueira das votações

voluntários foram detidos pela Po-lícia Judiciária (PJ) e PSP. Ao HM, o presidente da Sociedade Aberta de Macau afirmou que o interrogatório apenas passou por apurar qual a ligação do activista com a sonda-gem. “Quiseram saber qual a minha ligação com o website de votações, mas eu mantive o silêncio sobre este assunto”, disse Jason Chao.

O incidente ocorreu perto das 14 horas de ontem, na Rua do Cam-

po, de onde o activista e presidente da Sociedade Aberta de Macau foi levado para o posto da PJ do Cotai. De acordo com as autoridades, parte dos voluntários foi detida em “flagrante delito” e Jason Chao foi apenas considerado suspeito. De acordo com declarações de Scott Chiang – também detido – à TDM, a PJ convidou o activista a uma viagem até à esquadra para prestar depoimento sobre a alegada queixa

do Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais (GPDP). Segundo o organismo, a Lei de Protecção de Dados Pessoais foi desrespeitada e alguns voluntários da sondagem foram acusados de desobediência qualificada. De acordo com as au-toridades e o comité organizador do “referendo”, o caso deverá agora ser investigado pelo Ministério Público.

HOJE HÁ MAIS Jason Chao permaneceu na es-quadra do Cotai até depois das 20 horas de ontem. O activista disse ao HM que foi notificado para comparecer novamente na PJ, às 9 horas de hoje. Referiu ainda que as acusações de ontem represen-tam “pressões” governamentais para impedir a continuação das actividades.

Para o membro da Associação Novo Macau (ANM) e ex-pro-fessor da Universidade de Macau (UM), Bill Chou, a detenção de Scott Chiang, Jason Chao e res-tantes voluntários é “ultrajante”. O activista – recentemente despedido da UM, depois de ter sido alvo de um processo disciplinar pela mesma instituição – confirmou

• 3335 votos entre a meia-noite e as 20 horas de ontem

• 600 votos a cada duas horas desde o início do “referendo”

• 7 ameaças de ataques cibernéticos desdea madrugada de domingo, provenientes da China

VOTAÇÃO CONTINUAMesmo depois dos incidentes de ontem, o comité organizador do “referendo” pretende continuar com as votações online vão continuar até dia 31 deste mês, dia da eleição do Chefe do Executivo. O próximo passo do comité organizador do “referendo” deverá passar por processar as autoridades pelas detenções entendidas como ilegais.

“Quiseram saber qual a minha ligação com o website de votações, mas eu mantive o silêncio sobre este assunto”JASON CHAO

“Estou convicto de que o Governo e as autoridades abusaram do seu poder, de forma a cessar o ‘referendo’BILL CHOU

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OS NÚMEROS

5 políticahoje macau segunda-feira 25.8.2014

HOJE

MAC

AU

GCS

ANDREIA SOFIA [email protected]

O protesto ocorrido fora de portas da Assembleia Legislativa (AL)

no dia da votação do regime de garantias lançou o alerta. O diploma, que acabaria por ser retirado pelo Executivo, fez com que os deputados tenham ficado mais atentos.

“Retirámos uma grande lição dessa proposta de lei porque nunca houve uma concentração tão elevada de residentes junto da AL. Pedimos que sejam também apresentados os textos de con-sulta e as opiniões recolhidas junto da sociedade. Porque no passado, quando o Governo apresentava a proposta de lei, dizia sempre que já tinha sido feita uma auscultação, só que os dados não eram entregues. Sem esses dados podemos apenas pedir que não seja agendada a proposta de lei na generalidade”, garantiu o presidente da AL, Ho Iat Seng, na conferência de imprensa de balanço da primeira sessão legislativa da V Legislatura.

Ho Iat Seng acabou por

AL PASSA A EXIGIR RESULTADOS DE CONSULTAS PÚBLICAS

Aprender a lição

afirmar que mais propostas de lei poderiam ter sido aprovadas na especialidade, se o Governo não tivesse atrasado a entrega dos textos finais.

“Como o texto final não nos foi entregue, mesmo depois de muito tempo, al-gumas propostas de lei não foram aprovadas”, frisou o presidente da AL.

Sobre a produção de leis, Ho Iat Seng deixou a sua opinião para o próximo Governo. “Creio que a pro-dução de leis pelos próprios serviços competentes é viá-

REVISÃO DO REGIMENTO DA AL SEM DATA Questionado sobre os avanços da revisão do Regimento da AL, Ho Iat Seng garantiu não ter ainda um calendário, uma vez que os deputados não chegaram a consenso. Depois da polémica com a dupla apresentação da proposta de lei dos animais, da parte do Executivo e do deputado José Pereira Coutinho, Ho Iat Seng lembrou que é importante olhar para o artigo 109, já que “situações semelhantes podem vir a acontecer no futuro”, tendo garantido que o diploma que protege os direitos dos animais deverá ser admitido na AL em Outubro.

“Retirámos uma grande liçãodessa proposta de lei (Regimede Garantias) porque nunca houve uma concentração tão elevadade residentes junto da AL”HO IAT SENG Presidente da AL

que as detenções foram feitas com base na aparente violação da Lei de Protecção de Dados Pessoais. “Contudo, a lei é semi-pública e ninguém, dos voluntários ou votantes, fez queixa e por isso a polícia não tem direito de intervir [nas actividades] ou prender quem quer que seja”, explicou Bill Chou, ontem à tarde.

Andrew Cheong – membro da Sociedade Aberta de Macau – e Sulu Sou, presidente da ANM, expressaram desagrado perante a atitude das autoridades e afirmam que o próximo passo é a apre-sentação de um processo contra a própria Polícia Judiciária. É

que, de acordo com os apoian-tes da iniciativa, as autoridades cometeram “abuso de poder”. A votação através do website é para

continuar até final da semana, mesmo depois das sete ameaças de ataques cibernéticos provenientes da China. Segundo Jason Chao,

GPDP AVISA COMITÉO Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais já havia publicado um aviso – no website oficial do organismo – relativamente à organização do “referendo civil”. O comunicado afirmava que o tribunal havia decidido que os residentes da RAEM não tinham direito à participação nas actividades. “Segundo o acórdão do Tribunal de Última Instância relativamente ao assunto acima referido, no regime jurídico vigente de Macau, os residentes de Macau não têm o direito à realização de “referendo civil” nem qualquer instituição tem esse direito. Avisamos os organizadores da actividade em causa que não possam tratar os dados pessoais para a finalidade de “referendo civil”, caso contrário, podem assumir as respectivas responsabilidades jurídicas pela violação da Lei da Protecção de Dados Pessoais”, lê-se no documento da entidade governamental.

os cidadãos do continente já não têm a possibilidade de votar, para evitar mais incidentes.

QUEM TEM MEDO, PRENDEPara os representantes da ANM e da Sociedade Aberta de Macau, a atitude da PJ e da PSP não passou de uma tentativa de travar as vo-tações, com receio que estas mi-nassem o actual sistema eleitoral. “Estou convicto de que o Governo e as autoridades abusaram do seu poder, de forma a cessar o ‘refe-rendo’, actividade considerada inaceitável pelo Governo”, atirou Chou. O activista considera que o Governo tem receio dos resultados

da sondagem. Contavam-se mais de 3300 votos até às 20 horas de ontem. “Acreditamos que as acções de hoje por parte do Go-verno apenas revelam receio de um resultado embaraçoso para si mesmo”, rematou o activista. Andrew Cheong foi mais longe e referiu mesmo que os inciden-tes de ontem não fazem sentido. “Tendo em conta que a iniciativa vai ao encontro da lei, os pedidos da polícia [de abandono do local] não fazem sentido. Ou seja, tudo isto é irracional”, explicou An-drew Cheong à TDM, enquanto esperava por novidades à porta da esquadra.

No balanço da sessão legislativa do hemiciclo, Ho Iat Seng referiu que os deputados já começaram a pedir os resultados das consultas públicas aquando da apresentação das propostas de lei. O presidente da AL disse que atrasos do Governo levaram à não aprovação de propostas

vel, porque compreendem as suas necessidades. Mas o que falta é um mecanismo de coordenação. Em Hong Kong, por exemplo, há um grupo de assessores respon-sável por essa coordenação. Por isso é que se verificou um certo desperdício de tempo. Espero que o novo Governo possa corrigir essa situação”, adiantou.

FISCALIZAÇÃODA AL MELHOROUO ano que agora findou teve 47 plenários, “o maior número de reuniões ao longo dos tempos”

e um total de 114 reuniões de comissão, não apenas para analisar as propostas de lei como para analisar assuntos públicos.

Em relação às comis-sões de acompanhamento (existem três), Ho Iat Seng traçou um balanço positivo. “Depois do Ano Novo Lunar as comissões começaram a trabalhar com maior di-namismo. Estava ansioso e apelei a que houvesse mais trabalho, e isso aconteceu. Os presidentes estão a tra-balhar intensamente. Com o tempo espero que possam acompanhar mais de perto os assuntos, e a nível legislativo fizeram sugestões. A nível de fiscalização a população está a pedir muito e a AL tem de enfrentar a população”, disse Ho Iat Seng.

O presidente da AL lem-brou que as comissões de acompanhamento deixaram de ser presididas pelos mes-mos deputados das comis-sões permanentes (que anali-sam as leis), o que melhorou o fluxo de trabalho.

“No ano passado, devido ao volume de trabalho, não houve uma actividade muito intensa. Nesta legislatura adoptaram-se soluções di-ferentes. O número de reu-

niões aumentou”, garantiu Ho Iat Seng.

O presidente da AL dei-xou ainda um pedido ao pró-ximo Executivo. “O Chefe do Executivo deve encaminhar o relatório (das comissões) aos serviços competentes para ver se merece resposta. Só assim pode haver uma fis-calização eficaz. Espero que isso possa ser concretizado, para uma colaboração mais estreita”, apontou.

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HOEJ

MAC

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LIMITAÇÕES DESPORTIVAS

hoje macau segunda-feira 25.8.2014

• O encontro como as associações de jovens ficaria ainda marcado pela preocupação demonstrada pelo candidato em relação à prática do desporto em Macau e à carreira desportiva. Chui Sai On disse que os

atletas locais são, na sua maioria, amadores, e que no futuro é necessário dar atenção ao planeamento da sua carreira. “A carreira dos atletas é limitada. Temos de garantir que eles tenham uma

licenciatura para além da prática do desporto, pois só assim poderão ter uma formação completa”, disse o candidato, que prometeu dar mais apoio aos atletas que participam em competições. Chui Sai On disse ainda que são

necessárias mais associações ligadas ao desporto e uma maior oferta de iniciativas nesta área. O candidato disse que são necessários mais espaços para a prática desportiva, bem como recursos humanos especializados.

LEONEL ALVES ACHA QUE CHUI SAI ON É “O CANDIDATO CERTO”

Macaenses dizem de sua justiça

6 política

FLORA [email protected]

D IVERSAS associações de matriz macaense es-tiveram ontem reunidas com Chui Sai On em

mais um dia de campanha políti-ca do candidato, que contou com entidades como a Associação dos Macaenses (ADM), a Associação Promotora da Instrução dos Ma-caenses (APIM) ou o Clube Militar de Macau, entre outras.

Em declarações à imprensa, o deputado indirecto e membro do Conselho Executivo Leonel Alves garantiu que Chui Sai On é o “candidato certo”. “Acho que com as experiências acumuladas como Secretário em áreas importan-tes da sociedade, como é o caso da cultura ou edu-cação, e também como Chefe do Executivo, não há quem seja mais capaz do que ele para resolver os problemas de Ma-cau nos próximos cinco anos”, disse Leonel Alves.

Em relação à necessidade de mudança dos Se-cretários, o depu-tado referiu que “se fala muito neste assunto, mas é uma questão que só o próprio Chefe do Executivo poderá respon-

O candidato a mais um mandato como Chefe do Executivo

esteve ontem presente numa sessão pública na escola Keang Peng, onde Chui Sai On já foi director. De um total de 460 pessoas, 17 consegui-ram expressar as suas opiniões, tendo as políticas para a classe média sido um dos temas fortes.

Chui Sai On acabaria por ad-mitir que não foram tomadas as medidas suficientes. “Devemos dar mais atenção à classe média, estabelecendo um mecanismo de longo prazo que permita oportunidades justas na área da educação, serviços de saúde e segurança na reforma”, frisou.

Leong, uma das residentes

participantes, falou do problema da compra da habitação. “Antiga-mente as pessoas que pertenciam à classe média podiam comprar uma casa, tinham melhores condições de vida. Actualmente pertencer a esta classe já não é significa que se possa comprar uma casa. Espero que o Governo continue a não ignorar as necessidades da classe média”, lembrou.

Um dos presentes indicou ainda que muitos jovens, apesar de terem o desejo de adquirirem um imóvel, não conseguem devi-do aos altos preços da habitação. “Os salários dos jovens são em geral entre dez a 14 mil patacas, e assim torna-se difícil comprar um

habitação. Será que o candidato vai tomar medidas para que o processo seja mais fácil para os jovens?”, questionou o participante.

Para Chui Sai On, os jovens não devem ter pressa para adquirir imóveis na fase em que encontram o seu primeiro trabalho. “O Governo, seja no presente ou no futuro, vai esforçar-se para construir habitação pública e aumentar a oferta de frac-ções privadas, fazendo diminuir os preços”, disse, admitindo, contudo, que o Executivo “não tem nenhuma varinha mágica para resolver estes problemas”. “Espero que os jovens tenham esperança no Governo e também na habitação de Macau”, disse ainda Chui Sai On. - F.F.

der. De uma forma geral, não vejo necessidade de alteração”, disse.

Leonel Alves referiu ainda que os objectivos da comunidade ma-caense são iguais aos dos restantes residentes. “Espero que no prazo de cinco anos os problemas da ha-bitação, trânsito, saúde e educação possam estar resolvidos, especial-mente na área da saúde. Todos os dias as comunidades portuguesa e macaense falam desses assuntos. Espero que o nível dos Serviços de Saúde possa ser internacional e que possam ser oferecidos servi-ços deste nível no novo hospital”, defendeu o deputado.

MUDANÇAS PRECISAM-SEJá o arquitecto Carlos Marreiros defendeu que Macau deve mu-

dar de sistema. “Depois da trans-ferência de sobe-rania já se forma-ram em Macau muitos talentos, mas a eficácia administrativa ainda é critica-da. O importante para o próximo mandato do Che-fe do Executivo é alterar um pouco a filosofia do Go-verno. Tem que se mudar um pouco de mentalidade.

Deve-se apostar mais na inteligên-cia local, quer individualmente quer através das empresas que

existem, em todas as áreas”, re-feriu o arquitecto.

O macaense comentou ainda as consultas públicas, as quais devem ser “mais efectivas”. “Depois de recolhidas as opiniões da popula-ção estas devem ser trabalhadas cientificamente por peritos, porque as pessoas têm aspirações. Deve--se partir de uma aspiração para uma vontade que se concretize em termos do Governo”, frisou Carlos Marreiros.

Em relação à sociedade local, Carlos Marreiros encontra mais “tensões”. “É natural que os jovens queiram ver outras ideias imple-

Num cocktail, ontem levado a cabo, com diversas associações de matriz macaense, o deputado e membro do Conselho Executivo disse que Chui Sai On é o “candidato certo” para um próximo mandato. Já Carlos Marreiros pediu “nova mentalidade” no Governo

Classe média Falta de políticas assumida

mentadas, e a população quer que os seus problemas sejam resolvidos. O Governo não pode ser tão extrater-restre como são algumas direcções de serviço. Tem de estar perto do povo e há soluções simples”, disse, dando o exemplo do trânsito.

“A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) mostrou claramente não ter capa-cidade para resolver o problema. Então faça-se um concurso interna-cional e obriguem as empresas de Macau, através de um caderno de encargos, a contactar os melhores do mundo”, referiu o arquitecto macaense.

“Espero que no prazo de cinco anos os problemas da habitação, trânsito, saúde e educação possam estar resolvidos, especialmente na área da saúde”LEONEL ALVES Deputado

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HOEJ

MAC

AU

7 políticahoje macau segunda-feira 25.8.2014

PROMESSAS DO FIM-DE-SEMANA

• Edifício para albergar associações juvenis

• Criação de um mecanismo de certificação profissional jovem

• Mais estudo e diálogo com os trabalhadores da Administração

• Mais atenção à classe média

• Mais apoio aos atletas que participam em competições

• Mais espaços para a prática desportiva

O Candidato teve um fim-de-semana preenchido reunindo com vários sectores da sociedade. Se na sexta-feira as acções de campanha começaram por se virar para os mais novos, num encontro com associações juvenis, a quem foi prometido a construção de um edifício para albergar os grupos ligados ao jovens, já no sábado, Chui Sai On teve de ouvir os pedidos de aumentos dos funcionários públicos. O domingo ficou marcado por um encontro com associações de matriz macaense, depois ter visitado a escola onde em tempos foi director

Em mais uma acção de campanha política, o único candidato ao cargo de Chefe do Executivo considerou “uma boa ideia” a criação de um edifício para albergar as associações ligadas aos jovens. Chui Sai On defendeu ainda um mecanismo de certificação profissional juvenil

SÁBADO foi dia de Chui Sai On, candidato a mais um mandato como

Chefe do Executivo, protagonizar mais um dia de campanha eleitoral, desta vez com um encontro que juntou 28 associa-ção ligadas à Função Pública. Segundo a agência Lusa, foram apresentadas muitas reivindicações, mas o candidato apenas prometeu mais estudo e diálogo com os trabalhadores da Administração.

Aumentos salariais logo em Janei-ro - em vez de Maio -, construção de habitações para funcionários do Go-verno, subsídios excepcionais para os trabalhadores de menores rendimentos ou até aumentos diferenciados para benefício das carreiras mais baixas foram alguns dos apelos lançados a Fernando Chui Sai On.

Ao longo de uma hora, represen-tantes das associações apresentaram ao candidato uma série de pontos que incluíram também benefícios para o período de aposentação como a cons-trução de lares que, para a maioria e devido à falta de terrenos em Macau, poderiam ser construídos na ilha da Montanha, já em território continen-tal chinês e onde está, por exemplo,

implantado o novo campus da Uni-versidade de Macau.

Entre os pedidos, uma associação chinesa acabou mesmo também por recordar uma antiga necessidade: “uma sede para a associação” que nunca re-cebeu do Governo. Às reivindicações e sugestões, Chui Sai On prometeu “estudos” e acompanhamento da si-tuação, nomeadamente no que toca aos problemas de habitação, recursos hu-manos e idosos, mas não deixou qual-quer promessa além da avaliação dos pedidos e da manutenção do diálogo que garante querer “permanente” com os trabalhadores da Função Pública.

Antes de ouvir as reivindicações, Chui Sai On lembrou ainda que o desenvolvimento de Macau “também se deve ao empenho dos trabalhadores da Administração” e recordou que há problema como a “habitação e recursos humanos” que urge resolver de forma a cumprir o objectivo de “construir Macau com prosperidade e em estabilidade”. “Sabemos que há desafios e temos de os enfrentar e desenvolver todos os es-forços para ultrapassar as dificuldades”, disse ainda o candidato. - Lusa

NOVOS ATERROS EDIFÍCIO PARA ASSOCIAÇÕES JUVENIS

Um lar para os mais novos

“Não posso negar que nesta situação Macau ainda está atrasada. As certificações profissionais para as profissões de médico e arquitecto estão em processo legislativo. O próximo Governo tem de reforçar o trabalho neste aspecto” CHUI SAI ON

Funcionários públicos pedem aumentos

jovens actualmente enfrentam “vários desafios”, como a difi-culdade na compra de casa ou a falta de saídas profissionais para além do jogo.

O CAMINHO PARA A CERTIFICAÇÃOFrederico Ma lembrou ain-da que as falhas actuais no sistema de certificação pro-fissional “trazem incómodos na promoção dos jovens no emprego”. Chui Sai On admitiu esses problemas e prometeu soluções, como a criação de um mecanismo de certificação profissional jovem, algo “a estudar”.

“Não posso negar que nesta situação Macau ainda está atrasada. As certificações profissionais para as profissões de médico e arquitecto estão em processo legislativo. O próximo Governo tem de refor-çar o trabalho neste aspecto”, disse Chui Sai On, lembrando que essa medida pode ajudar aqueles que estudaram no estrangeiro e pretendem tra-balhar no território.

CECÍLIA L [email protected]

D O encontro de sexta--feira de Chui Sai On com 250 associações

juvenis, ficou a promessa de vir a construir um edifício que consiga reunir a maior parte destas instituições, que se deparam com o problema das rendas elevadas.

O candidato a mais um mandato do Chefe do Exe-cutivo considerou que “(a criação) de um edifício só para jovens é uma boa ideia”, tendo prometido estudar a sua loca-lização caso seja eleito, algo que poderá ser feito nos novos aterros, garantiu ainda. Chui Sai On lembrou que as rendas elevadas não é o único proble-ma que estas associações têm de enfrentar, mas também a recusa de arrendamento de espaços para entidades ligadas à juventude.

Frederico Ma, presidente da Federação da Juventude de Macau, lembrou ainda que os

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8 hoje macau segunda-feira 25.8.2014SOCIEDADE

O académico Larry So defende que as recen-tes manifestações dos trabalhadores do jogo

em Macau nasceram da semente lançada em Maio, com o protesto contra uma lei que previa regalias para titulares dos principais cargos, considerado o maior desde 1999.

O diploma, intitulado “Regime de garantia dos titulares do cargo de chefe do Executivo e dos prin-cipais cargos a aguardar posse, em efectividade e após cessação de funções”, acabou por ser retirado pelo próprio Governo.

A decisão do Governo seguiu-se a uma manifestação, a 25 de Maio, com entre 10 mil e 15 mil pessoas segundo a organização e oito mil na versão da polícia, e de uma concentração junto à Assembleia Legislativa (AL), dois dias depois, quando a proposta ia ser discutida e votada na especialidade.

“De certa forma, estes movi-mentos laborais surpreenderam--me, mas também fazem parte do

A manifestação, de ontem à tarde con-tra a construção do

Metro Ligeiro na Areia Preta, reuniu mais de mil pessoas – no seu período mais intenso – segundo a organizadora do protesto, Sam Seak Moi. Dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública (PSP) contradizem o número apresentado pela organi-zação, defendendo que apenas 270 pessoas mar-caram presença.

Uma das manifestan-tes, entrevistada pelo HM, defendeu que a construção

METRO MANIFESTANTES NÃO QUEREM PERDER JARDIM

O traçado da discórdia

270participantes,

segundo a PSP

LARRY SO MANIFESTAÇÕES SÃO SEMENTE DO PROTESTO DE MAIO

Movimento irreversívelque chamamos desenvolvimento social, porque o movimento actual é uma extensão do 25/27 de Maio, quando um grupo de jovens cercou a AL”, observou o professor do Ins-tituto Politécnico de Macau (IPM), em declarações à agência Lusa.

MOMENTO DE MUDANÇAPara Larry So, a concentração junto ao hemiciclo “foi o ponto de viragem” porque “muitos dos jovens que lá estavam trabalham nos casinos”. O tema “era bastante diferente, mas eles saíram do tra-balho e começaram a juntar-se, so-bretudo ao início da noite, e a falar em grupo, de uma maneira muito informal. Muitos dos organizado-

res dos recentes protestos laborais viram nesta movimentação uma oportunidade para começarem a falar com as pessoas”.

“De certa forma, estes movimentos laborais surpreenderam-me, mas fazem parte do que chamamos desenvolvimento social”LARRY SO Professor do Instituto Politécnico de Macau

Por outro lado, a rápida resposta do Governo de retirar o diploma e prometer submeter nova versão a consulta pública teve, segundo Larry So, “um efeito de demons-tração para outros sectores muito interessante”, uma vez que “deu alguma confiança às pessoas que lá estavam, as quais sentiram que se pressionassem obtinham algo”.

A contestação “morreu” no período de cerca de mês e meio que se seguiu ao cerco à AL, “por causa das férias e de outros factores, mas, na verdade, estas pessoas foram para as suas próprias unidades e co-meçaram a organizar-se”, analisa.

Além disso, aponta, a vaga de manifestações registada no

território vizinho de Hong Kong pelos mais diversos motivos - mas em que se destaca a reforma política - também “desempenhou uma espécie de voz positiva para os residentes de Macau”.

“As pessoas olham para Hong Kong e todas as semanas vêem protestos. Este tipo de exposição na comunicação social acaba por funcionar como o que designamos ‘normalização dos movimentos sociais’, no sentido em que trans-mitem o sentimento de que não há nada de mal em manifestarem-se”, remata.

NASCIDO NA INTERNETJá a investigadora Esther Castillo, natural de Macau e há mais de uma década radicada nos Estados Uni-dos, onde está a fazer doutoramento sobre o impacto dos casinos na vida quotidiana dos residentes de Macau, destaca a forma informal e orgânica como nasceu a promo-tora dos protestos: a associação Forefront of The Macau Gaming (FMG).

“É muito interessante, porque era apenas um fórum ‘online’ par-ticipado por umas cinco pessoas no máximo. Inicialmente não havia um líder, nem grupo, nem plano, nem sequer a ideia de que algo iria nascer dali”, comenta.

O núcleo, nasceu e vive da in-ternet, salienta a docente, ao realçar que os elementos na FMG não têm reuniões formais: “Eles expressam o que ouvem dos trabalhadores, eles não se sentam para decidir o que fazer. É tudo feito ‘online’, pelo Facebook e Wechat”.

Por outro lado, “são orientados por objectivos”, acrescenta, ao ex-plicar que a primeira reivindicação que os fez sair à rua “foi a proibição de fumar dentro dos casinos”.

A FMG iniciou em Julho uma série de protestos por melhores po-líticas salariais e de progressão nas carreiras em três das operadoras de jogo do território - Sands China, Galaxy e Sociedade de Jogos de Macau (SJM) - e hoje, (ver repor-tagem páginas 2 e 3), vai estender as reivindicações às restantes três empresas com casinos na Região (Wynn Resorts, Melco Crown e MGM). - LUSA

“irá influenciar a popula-ção, principalmente se este for construído tal como pla-neado, passando por cima do jardim”. A activista e residente da Areia Preta,

adiantou ainda que “se a proposta do traçado eleva-do da Avenida 1 de Maio for decidida, o Metro Li-geiro estará muito próximo das casas dos residentes e isso vai afectar a paisagens que agora temos”.

Além da construção do Metro Ligeiro, “estão também previstas outras obras, como por exemplo o parque de estaciona-

mento, isso faz-me ficar preocupada. Pergunto-me se a base do terrenos não ficará afectada”, explicou.

Outro manifestante, defendeu que a construção

“pode ser perigosa para to-dos os residentes”. A “cons-trução do Traçado Elevado Marginal é a melhor opção por ficar um pouco mais longe da residência”, afir-mou. Questionando sobre a oferta de transportes, o manifestante defendeu que “o número de autocarros que passa junto ao jardim já é suficiente para os resi-dentes”.

“Fique onde ficar o metro, este meio não vai ser muito utilizado pelos residentes do bairro da Areia Preta, porque os autocarros já nos bastam”, frisou. - F.F.

1000participantes, segundo

a organização

“É muito interessante, ( a Forefront of The Macau Gaming) porque era apenas um fórum ‘online’ participado por umas cinco pessoas no máximo”ESTHER CASTILLO Investigadora

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GCS

9 sociedadehoje macau segunda-feira 25.8.2014

O simulacrodo plano de contingência rea-lizado na passada sexta-feira “foi con-

siderado um sucesso”, conforme indicaram os Serviços de Saúde (SS). Num trabalho conjunto entre SS, Bombeiros, Polícia de Segurança Pública (PSP), Servi-ços de Alfândega, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) e o Gabinete de Comunicação Social foi reali-zado um simulacro para perceber a capacidade de resposta de Macau em caso de detecção do vírus Ébola no território.

“Este simulacro serviu para confirmar a capacidade dos serviços competentes nas áreas de despistagem, transporte de doentes suspeitos e medidas de isolamento previstas para evitar a propagação de uma epidemia de Ébola em caso de um eventual aparecimento de um caso impor-tado em Macau”, explicaram os SS em comunicado.

O simulacro demorou cerca de uma hora e contou com a participa-ção de 68 trabalhadores, conforme indicaram as autoridades. Numa conferência de imprensa realizada após o exercício o director do Cen-tro Hospital Conde São Januário (CHCSJ), Chan Wai Sin, garantiu “que o Governo tem estado perma-nentemente atento à evolução da epidemia do vírus Ébola, realizan-do da melhor forma os trabalhos de contingência, estabelecidos

“P RECISAMOS de agir, por isso vamos entregar uma carta

dirigida ao Chefe do Exe-cutivo para que nos ouça e faça alguma coisa”, explica Albert Cheong, presidente da Associação de Pro-moção dos Direitos aos Portadores de Deficiência Visual (APDPDV).

Inconformado com a situação que os “invisuais e pessoas com cegueira parcial” vivem em Macau, Albert não desiste da sua luta. “Não podemos desis-tir, precisamos de nos fazer ouvir. É preciso que todos percebam que nós [pessoas com problemas de visão] também temos direitos”, defendeu.

O presidente irá então

Homem assalta casa de Chan Meng KamUma das casas do deputado Chan Meng Kam, em Coloane, foi assaltada por um homem na noite da passada sexta-feira, pelas 22 horas. De acordo com notícia avançada pela TDM, o indivíduo continua em fuga, depois de ter recebido 5000 patacas de familiares do deputado, numa altura em que Chan Meng Kam não se encontrava em casa. A polícia, que assegura ter já encontrado uma faca perto do local – alegada propriedade do assaltante – acredita que o suspeito entrou pela janela da lavandaria.

Ilha Verde Moradores contra aberturade fronteiraCerca de dez moradores da zona da Ilha Verde reuniram-se este fim de semana mostrando-se contra a abertura da nova fronteira junto ao Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau. Segundo a imprensa chinesa, um dos moradores referiu que Macau já tem mais de 150 mil não residentes e que esse número ainda poderá subir com a nova fronteira, temendo as consequências ao nível do trânsito, segurança e ambiente. Os moradores pedem, por isso, que o Governo faça primeiro o plano da nova fronteira entre Guangdong e Macau, e trace um calendário da elaboração de um plano geral para a Ilha Verde. Durante a campanha, Chui Sai On anunciou que irá estudar a abertura da fronteira junto ao parque industrial para os trabalhadores não residentes.

Turistas em confrontos na praça Flor de LótusNo passado sábado de manhã, dois grupos de turistas da China continental envolveram-se em confrontos físicos e sete deles precisaram mesmo de cuidados médicos, tendo sido transportados para o hospital. O confronto deu-se quando ambos os grupos quiseram tirar uma fotografia no mesmo local.

O exercício de prevenção do vírus Ébola contou com a participação de mais de meia centena de trabalhadores

ÉBOLA SIMULACRO REALIZADO COM SUCESSO

Tudo em ordemde acordo com as orientações do Chefe do Executivo”.

SÃO JANUÁRIO EQUIPADOChan Wai Sin reforçou que o CHCSJ “possuí instalações ade-quadas para receber doentes com doenças infecto-contagiosas, nomeadamente através do con-sultório de urgência especial, que está bem equiparado para avaliação dos doentes de doença infecciosa e ainda a sala de isolamento com uma capacidade de 25 camas equipadas com pressão negativa, podendo ser

adicionadas, caso seja necessário, ainda mais 17 camas de isolamento num curto período”.

“Actualmente, o CHCSJ possui cinco médicos de Infecciologia, e em caso de necessidade, os médi-cos de outras especialidades podem também participar no tratamento de doenças”, garantiu.

Durante o fim-de-semana, os SS registaram, em colaboração com a PSP a entrada no território da RAEM de cinco indivíduos provenientes da Guiné Conacri, da Libéria, de Serra Leoa e da

Nigéria. “Depois da avaliação de saúde efectuada a estes indivíduos, verificou-se que quatro indivíduos não apresentavam sintomas relacio-nados com contaminação do vírus Ébola, mas um destes indivíduos apresentou sintomas de febre. No entanto porque todos eles perma-neceram na China por um período superior a 21 dias (período máximo de incubação do vírus Ébola) não necessitaram de ser submetidos a vigilância sanitária”, explicaram.

Desde a implementação das medidas, até 17:00 horas do dia 22 de Agosto, entraram em Macau 142 indivíduos provenientes dos quatro países mais afectados. “Ex-cepto um indivíduo que teve de ser vigiado telefonicamente, nenhum dos outros teve necessidade de ser acompanhado pelo Serviços de Saúde”, informaram. - Hoje Macau

INVISUAIS PRESIDENTE ENTREGA CARTA A CHUI SAI ON

Contra a discriminaçãoentregar uma carta hoje, pelas 14 horas na sede de Candidatura, exigindo novas medidas e activi-dades para os cegos no próximo mandato de Chui Sai On.

“Queremos pedir aqui-lo a que temos direito. É necessário apostar na educação, criar cursos, formações, material adap-

tado. O acesso aos serviços de saúde também está mencionado nesta carta, sem esquecer o direito ao trabalho. Nós, pessoas com problemas visuais, somos altamente discriminados. É muito difícil, quase impos-sível diria, conseguirmos arranjar trabalho, isto tem

que mudar”, afirmou Albert Cheong.

Recorde-se que na entrevista dada ao HM no mês passado, Albert Cheong afirmou que o “Governo não tem postura de inclusão, esconde os deficientes”.

“Nós podemos cozi-nhar, ir à escola, andar de autocarro, ir às compras, trabalhar, ou seja, conse-guimos fazer tudo, desde que sejamos preparados para isso. O apoio que o Governo oferece às pessoas com este tipo de problemas

é o chamado “caminho fácil”: oferece dinheiro e bens alimentares aos invi-suais e às suas famílias e pensa que o problema fica resolvido Mas não fica. É preciso preparar a comu-nidade de Macau para dar formação, para ensinar os deficientes a viver com a sua condição. É necessário prestar apoio a nível emo-cional para que os próprios percam a vergonha do seu problema e tenham vontade de lutar e aprender. Sem desistir”, defendeu, subli-nhando que é obrigatório “criar condições para que as pessoas com deficiência, os seus familiares e toda a comunidade percebam que os cegos – ou quase cegos – são pessoas normais”.

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10 hoje macau segunda-feira 25.8.2014EVENTOS

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

ORAÇÕES PARA TODAS AS OCASIÕES • Thereza Ameal, Raquel PinheiroEste livro, totalmente ilustrado, reúne orações muito simples, mas profundas para diversas situações ao longo do ano, como festas populares, Natal, Páscoa, estações do ano, férias. É uma forma dinâmica e divertida de ensinar as crianças a rezar e principalmente para pais e filhos rezarem juntos todos os dias. Complementa as orações do primeiro livro da autora.

Margarida

Paula BichoNaturopata e Fitoterapeuta • [email protected]

HOJE NA CHÁVENA

ANDREIA SOFIA [email protected]

A sala de refeições do restaurante Feast, no hotel Sheraton, vai passar a ser um

lugar de memórias para todos aqueles que têm saudades do tradicional Chá Gordo, ou um espaço de descoberta para quem não o conhece. Todos os sábados e domingos, entre as 15h30 e as 17h30, o público poderá experimentar os tra-dicionais apabicos, lacassa, o minchi servido em taças ou a serradura, entre tantos outros pratos salgados e doces que tradicionalmente fazem parte

Nome botânico: Bellis perennis L.Família: Asteraceae (Compositae).Nomes populares: Bem-me-quer; Bonina; Boninas; Margaridas; Margarita.

Originária do centro e norte da Europa, a Margarida é uma planta de cerca de 15 a 20 cm de altura, bastante comum em prados, bosques e bermas dos caminhos, marcando ainda presença nos relvados das cidades. Apresenta vistosos capítulos florais com pétalas brancas ou rosadas em redor de um centro amarelo e as folhas formam uma roseta basal.Apesar de ser referida por Plínio, natu-ralista romano do séc. I, é sobretudo na Idade Média e Renascimento que lhe são atribuídas várias propriedades medicinais, algumas das quais ainda hoje lhe são re-conhecidas. As flores e as folhas, usadas em fitoterapia, são igualmente comestíveis.

COMPOSIÇÃOSaponinas triterpénicas, taninos, ácidos orgânicos, glicósidos de flavonoides, um princípio amargo, hidratos de carbono, proteínas, gorduras, fibras (mucilagem, inulina), elevado teor em vitamina C (es-pecialmente as folhas), sais minerais, óleo essencial, resina e um corante amarelo.As flores são mais ricas em princípios activos do que as folhas.

ACÇÃO TERAPÊUTICATradicionalmente usada nos estados fe-bris e infecciosos, a Margarida estimula a sudação e é ligeiramente diurética, aumentando a eliminação das toxinas produzidas pela infecção e exercendo uma acção depurativa; auxilia ainda a combater a febre e tonifica o organismo favorecendo a recuperação. Tem indicação em qualquer afecção febril, sendo especialmente útil nas que afectam as crianças e jovens, como o sarampo, escarlatina ou parotidite (papeira); na constipação, gripe, catarro, tosse e bronquite, esta planta suaviza e desinflama as mucosas das vias respira-tórias, desfaz as mucosidades, facilita a expectoração e acalma a tosse.Considerada um tónico amargo, a Marga-rida estimula os sucos digestivos abrindo o apetite e favorecendo a digestão, sendo utilizada na anorexia e considerada par-ticularmente benéfica para as crianças débeis. Pelo conteúdo e qualidade das suas fibras, que retêm água e aumentam o

volume das fezes, apresenta propriedades reguladoras do trânsito intestinal (laxante e antidiarreica) e suavizantes das muco-sas do trato digestivo. É ainda empregue em caso de cólicas pela actividade anti--espasmódica.

OUTRAS PROPRIEDADESEm uso externo, a Margarida adquiriu grande reputação no tratamento de fe-ridas, pelas propriedades adstringentes, cicatrizantes e anti-hemorrágicas, anti--inflamatórias e suavizantes da pele, sendo igualmente usada nas chagas, úlceras cutâneas, frieiras, queimaduras, cortes e amigdalites. Nos hematomas, abcessos e furúnculos resolve inchaços e inflamações acelerando a cura. Nas contusões e entor-ses emprega-se para aliviar a dor.

COMO TOMARUSO INTERNO• Infusão: 1 colher de sobremesa de flores e/ou folhas por chávena de água fervente, 10 minutos de infusão. Tomar 2 ou 3 chá-venas por dia.• Com as folhas tenras, de sabor adocica-do, podem preparar-se deliciosas saladas silvestres: combinam bem com Alface ou Agrião, Dente-de-leão e Azedas. • Podem ainda ser usadas em sanduiches ou picadas e adicionadas a queijo fresco.• Os botões florais, de agradável sabor semelhante à Noz, podem ser consumidos em saladas, sanduiches e sopas.USO EXTERNO• Decocção: 50 a 60 gramas de flores e/ou folhas por litro de água, 2 minutos de fervura seguidos de 15 minutos de infusão. • Em lavagens, compressas e gargarejos.• Contusões e entorses: Aplicar as flores e/ou folhas frescas esmagadas em cataplasmas, ou o suco das folhas frescas em compressas.• Integra fórmulas, para uso interno e externo, para as dores musculares e articulares.

PRECAUÇÕESEm pessoas sensíveis, a planta fresca pode ocasionar dermatites de contacto. Contra-indicada na gravidez, lactação e pessoas alérgicas às plantas da família das Compostas (Asteráceas). Como alimento deve ser ingerida com moderação pelo conteúdo em saponinas e oxalatos. Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde.

SHERATON CHÁ GORDO AO FIM-DE-SEMANA

Em nome da tradiçãoO hotel Sheraton, no Sands Cotai Central, irá promover o tradicional Chá Gordo todos os sábados e domingos à tarde, para que um dos elementos mais importantes da cultura macaense não se percacom o passardos tempos.A ideia é que o evento tenha continuidade

deste evento que, em tempos, servia para reunir a família em tardes de conversa.

Por detrás do evento estão os macaenses Filipe Ramos, director da área de comida e bebidas do Sheraton, e Mi-guel João de Souza, chefe de cozinha da mesma unidade hoteleira.

“O principal objectivo do Chá Gordo é relembrar todos estes elementos que foram um pouco esquecidos. Existe uma cultura, em Macau e Hong Kong, de tomar o chá à tarde, mas não há muitos lugares onde se faça isso com buffet incluído. Pensámos que seria apropriado juntar

esses elementos e introdu-zir a comida macaense”, explicou Filipe Ramos ao HM. “Como macaenses que trabalham em Macau na área hoteleira, sentimos que temos a obrigação de promover a gastronomia”, disse ainda.

Com “70% dos pratos tradicionais”, como explicou Miguel João de Souza, o balanço até agora é positi-vo. “Já vi muitas pessoas locais, e também da China, que estavam muito curiosas em relação aos pratos e que gostaram muito. Gostaría-mos também de convidar os macaenses, para que a nova

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hoje macau segunda-feira 25.8.2014

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

A MINHA BÍBLIA EM HISTÓRIAS • Renita Boyle, Melanie FlorianA Minha Bíblia em Histórias dá a conhecer aos mais no-vos os episódios mais importantes da Bíblia. Perfeita para a hora do conto ou para ler antes de deitar em pequenas histórias onde ficamos a conhecer Adão e Eva, David e Golias, Moisés, Isaías, Maria, José, Jesus e seus amigos e muitos outros.

11 eventos

I NFLUXUS é o título de um projecto de intercâmbio internacional, concebido

pela BABEL – Organização Cultural, que decorre anual-mente entre Pequim, Macau, Hong Kong, Lisboa e Porto. Este ano, o InFLUXUS teve início no dia 20 de Agosto e engloba uma série de activi-dades que se vão estender até Novembro, envolvendo es-tudantes, professores, artis-tas, curadores, e realizadores de cinema, num processo de aprendizagem intercultural e criativa comum.

A grande novidade deste ano é a vinda a Macau de curadores dos mais rele-vantes museus de arte con-temporânea portugueses,

Coreia do Sul Retrospectiva de Edgar Pêra A edição deste ano do Festival de Cinema e Video Experimental de Seul, de 29 Agosto a 04 de Setembro, inclui uma retrospectiva dedicada ao realizador português Edgar Pêra, disse fonte diplomática à agência Lusa na sexta-feira. Durante o certame serão exibidos onze filmes de Edgar Pêra em duas salas da capital sul-coreana, entre as quais uma curta metragem rodada em 2012 em Busan com um actor coreano, intitulada “One way or another (reflections of a psykokiller)”. A programação “responde ao interesse suscitado pelas participações do cineasta português no Festival Internacional de Cinema de Busan”, disse a mesma fonte acerca de um dos mais prestigiados certames asiáticos do sector. Treze filmes de seis realizadores portugueses, entre os quais Edgar Pêra, foram exibidos em Busan em 2011. Egdar Pêra, de 53 anos, iniciou a carreira de realizador no final da década de 1980.

SHERATON CHÁ GORDO AO FIM-DE-SEMANA

Em nome da tradiçãoINFLUXUS INTERCÂMBIO CULTURAL

Visões criativas“Como macaenses que trabalham em Macau na área hoteleira, sentimos que temos a obrigação de promover a gastronomia”MIGUEL JOÃO DE SOUZA Chef de cozinha

geração compreenda o que é o Chá Gordo”, disse o Chef ao HM. Para já não há uma data para o fim do evento, sendo que o objectivo é que este tenha continuidade.

ASSOCIAÇÕES MACAENSES CONTACTADASFilipe Ramos e Miguel João de Souza garantem estar ainda no “inicio” em termos de promo-ção do evento, mas as asso-ciações de matriz macaense já foram contactadas para dar uma

ajuda, tal como a Associação dos Macaenses (ADM).

“Fizemos contactos com algumas associações, há pes-soas que mostraram interesse e que gostariam de participar. O Miguel (João de Souza) queria promover a gastrono-mia macaense, e com o apoio das associações poderemos fazer com que mais pessoas da comunidade saibam”, disse Filipe Ramos.

O responsável pela área de comida e bebidas quer ensinar às pessoas o que é verdadei-ramente um Chá Gordo, mas também o que é a gastronomia macaense. “Muitas pessoas não fazem a distinção entre comida portuguesa e macaen-se. É importante explicar a diferença”, apontou.

Miguel João de Souza, cujo gosto pela culinária começou quando os pais eram donos do “Restaurante Português”, nos idos anos 80, acredita que ainda há espaço de improvisação para a gas-tronomia macaense e sair das receitas que já foram criadas.

Contudo, defende que “o Governo deveria promover mais este elemento da cultura macaense”, pedindo, por exemplo, cursos específicos de gastronomia macaense no Instituto de Formação Turís-tica (IFT).

Penso que o Governo deveria promover mais este elemento da cultura macaen-se. Estão a promover, mas apenas ensinam as coisas básicas (IFT). Não é o facto de não investir, mas nos cur-sos de cozinha a gastronomia macaense representa apenas uma pequena parte, como a cozinha chinesa.

Já Filipe Ramos acredita que o “Governo está a fazer muito”, lembrando os subsí-dios que são dados aos hotéis por colocarem uma percenta-gem de pratos portugueses e macaenses nos menus.

“É importante para Ma-cau manter a sua identidade, enquanto destino turístico, e por isso devem ser feitas estas acções”, defende.

nomeadamente o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu da Colecção Berardo e o Museu de Arte Contem-porânea de Serralves.

Os curadores convidados lançam, a partir das colecções dos respectivos museus, uma visão sobre o tema do InFLUXUS 2014, “Memória e Arquivo”. As apresentações tiveram lugar no auditório do Museu do Transferência, no fim-de-semana.

Ruth Rosengarten, em representação do Museu da Colecção Berardo, traz a dis-cussão obras de artistas como Marcel Duchamp, Boltanski, Vivan Sundaram, Daniel Blaufukks, entre outros.

Patrícia Rosas, curadora do CAM – Fundação Ca-louste Gulbenkian, apresenta uma selecção de artistas con-temporâneos portugueses, entre os quais Rui Calçada Bastos, Noé Sendas, Ana Hatherly, Fernando José Pereira e Rui Valério. Uma visão sobre o tema através da arte contemporânea Chinesa e de Macau será apresentada pela directora artística da BABEL, Margarida Saraiva.

Outra das novidades deste ano é o convite dirigi-do a artistas de Macau para a criação de obras inéditas sobre o tema do InFLUXUS. Em residência artística em Portugal estarão os artistas de Macau Ieong Man Pan e Peng Yun.

Em Portugal, os parti-cipantes visitarão todos os Museus parceiros e deslocar--se-ão até ao Porto, onde na Escola das Artes da Univer-sidade Católica Portuguesa, participarão em workshops de produção e edição, con-cluindo os trabalhos inicia-dos em Macau.

As obras realizadas pelos estudantes e artistas entre Macau e Portugal serão apresentadas em Pequim, Macau Lisboa e no Porto, durante os meses de Outubro e Novembro.

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12 CHINA hoje macau segunda-feira 25.8.2014

O presidente dos EUA, Barack Obama, acu-sou uma aeronave militar chinesa de

conduzir uma “intercepção perigo-sa” contra um avião de monitoriza-ção e reconhecimento da marinha norte-americana em espaço aéreo internacional, na Costa da China. O secretário de Comunicação do Pentágono, contra-almirante John Kirby, informou que Washington enviou um protesto formal ao Exército chinês por meio de ca-nais diplomáticos, chamando as acções do piloto de “inseguras e não profissionais”.

Numa conferência de imprensa realizada em “Martha’s Vineyard”, no Massachusetts, onde Obama passa férias com a família, o vice-conselheiro de Segurança Nacional, Ben Rhodes, considerou a intercepção uma “provocação muito preocupante” e sugeriu que o incidente poderia atrasar os esforços de melhoria das relações entre os dois países. “O que nós temos encorajado são laços cons-

O quartel do Exército de Libertação Popular (ELP) da província chinesa de

Hebei (norte do país) adicionou um novo controlo ao seu processo de selecção de novos recrutas para determinar se estes são viciados na internet ou em jogos de com-putador.

O jornal “South China Morning Post” publicou na sexta-feira que esta prova inédita inscreve-se na “avaliação política” dos can-didatos, que em geral examina a afiliação política, origem das famílias e antecedentes criminais, entre outros.

“A dependência da internet pode afectar gravemente o estudo e o trabalho de um soldado. As pessoas que têm este problema não podem ser nomeadas para cargos politicamente importantes no exército”, explicou um oficial en-carregado do processo de selecção.

O alto cargo, no entanto, não especificou como será a prova para determinar se o candidato sofre deste tipo de dependência. De acor-

Festival de cinema encerradoAs autoridades chinesas encerraram um festival de cinema independente no sábado, dia da abertura, anunciaram os organizadores, que denunciaram um novo exemplo das restrições à liberdade de expressão no país. A polícia impediu que os trabalhadores da indústria cinematográfica e o público acompanhassem a abertura da 11ª edição do Festival de Cinema Independente de Pequim, afirmou o organizador Wang Shu à AFP. “É muito triste ter nascido em um país como este”, disse. Várias fontes afirmaram à AFP que as autoridades haviam pressionado recentemente os organizadores para que cancelassem a edição de 2014. De acordo com as mesmas fontes, os temas dos filmes incluídos na programação do festival não poderiam ser considerados antigovernamentais. A polícia afirmou à AFP que não estava a par do evento, que já foi alvo das autoridades em edições passadas.

Ébola Pequimaperta o controlo As autoridades sanitárias chinesas informaram no sábado que iam adoptar mais medidas para evitar a entrada do vírus Ébola no país, entre elas um protocolo distribuído em províncias e regiões sobre o diagnóstico, tratamento e resposta rápida à doença. A Comissão Nacional de Planeamento Familiar e Saúde redigiu este documento, em que detalha os sintomas da doença e dá instruções aos trabalhadores do sector sobre como tratar os casos suspeitos ou confirmados. Estas instruções juntam-se a outras dirigidas a aeroportos, postos fronteiriços e agências de controle em todos as fronteiras do país relativas ao transporte de casos suspeitos e a quem deve ser posto sob observação médica. Outras acções adoptadas pelas autoridades foram as de proibir experiências relacionados com o vírus na China sem aprovação governamental e pôr fim às provas que se realizavam em animais em vários laboratórios de bio-segurança.

“O que nós temos encorajado são laços construtivos de exército para exército com a China e esse tipo de acção claramente viola o espírito deste compromisso”BEN RHODES Vice-conselheiro americano de Segurança Nacional

EXÉRCITO CHINÊS COM NOVOS TESTES PARA RECRUTAS

Contra “viciados na internet”

CAÇA CHINÊS INTERCEPTA AVIÃO DOS EUA

Perigo iminente

O incidente perto da costa da ilha Hainão provocou um protesto formal dos norte-americanos. Os dois aviões chegaram a estar separados por menos de 30 metrosde distância

trutivos de exército para exército com a China e esse tipo de acção claramente viola o espírito deste compromisso”, disse Rhodes aos repórteres.

Kirby afirmou que a manobra

do avião chinês, que ocorreu no dia 19 de Agosto, representou um risco para a segurança dos tripulantes norte-americanos e era “inconsistente com a lei interna-cional habitual”. Segundo este, a

acção complica os esforços para melhorar as relações entre as forças militares da China e dos EUA, que são muitas vezes tensas.

O secretário do Pentágono infor-mou que a aeronave chinesa realizou uma série de aproximações ao avião P-8 Poseidon da Marinha, chegando a ficar a menos de 30 metros de dis-tância, e que o jacto da China “rolou” por cima do Poseidon, passando ainda por debaixo do nariz do avião norte-americano.

Kirby disse que o incidente ocor-reu a 217 quilómetros da costa da ilha Hainão, na China. Em 2001, um jacto chinês colidiu com uma aeronave de patrulha norte-americana nas proxi-midades da mesma ilha, matando o piloto chinês e obrigando o avião dos EUA a realizar uma aterragem de emergência. Após este episódio, Washington cortou as suas relações militares com os chineses.

do com a Lei do Serviço Militar da China, todos os homens residentes no país entre 18 e 22 anos podem alistar-se no exército, mas as auto-ridades costumam realizar exames físicos e psicológicos - entre eles a “avaliação política”, antes de os candidatos serem formalmente inscritos no ELP.

A dependência da internet é considerada uma doença no país, onde existem centros de reabili-tação para este problema (alguns deles suscitaram polémicas no passado pelo uso de técnicas como os choques eléctricos e a violência física).

Alguns estudos no país concluí-ram que o uso excessivo da internet pode causar danos cerebrais graves a um adolescente, comparáveis aos produzidos pelo consumo de cocaína ou de álcool.

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13 chinahoje macau segunda-feira 25.8.2014

O ITO pessoas foram exe-cutadas na China por “atentados terroristas” relacionados com o

conflito na região do Xinjiang (no-roeste), incluindo o atentado suicida na Praça de Tiananmen, em Pequim, informa ontem a Xinhua.

Os crimes dizem respeito a cinco casos relacionados com Xinjiang, incluindo o “atentado terrorista” na Praça de Tiananmen, de acordo com um despacho da agência oficial chinesa, que cita o departamento de comunicação da Região Autónoma Uigur do Xinjiang. A Xinhua não indica, porém, quando foram levadas a cabo as execuções.

Entre os executados figuram Huseyin Guxur, Yusup Wherniyaz e Yusup Ehmet, três cidadãos do Xinjiang condenados à morte a 16 de Junho por “organizar e dirigir um grupo terrorista e colocar em perigo a segurança pública” com o atentado no coração de Pequim, a 28 de Outubro de 2013.

Segundo a polícia chinesa, três uigures do Xinjiang conduziram um veículo carregado com botijas de gás contra a entrada da Cidade Proibida, num ataque que causou a morte a duas pessoas, bem como aos três ocupantes do veículo, e 40 feridos.

Os restantes cinco executados estiveram envolvidos em vários ataques em Xinjiang, segundo a Xinhua, como o assalto a uma esquadra na localidade de Aksu ou o assassínio de funcionários governamentais em Hotan.

Para além disto, o Supremo Tribunal daquela região de maioria muçulmana do noroeste do país declarou-os culpados designa-damente do fabrico, transporte e armazenamento de explosivos e de organizarem e dirigirem uma organização terrorista.

A actual “campanha anti-terrorista” foi desencadeada na sequência do atentado suicida de 22 de Maio num mercado de Urumqi, capital do Xinjiang, que fez 43 mortos.

U M chinês, condenado à mor- te há seis anos por duplo homicídio, foi sexta-feira

declarado inocente por um tribunal que reexaminou o caso, uma deci-são muito rara na China, anunciou o tribunal.

“Nenhuma das provas apre-sentadas neste caso pode ser verificada de forma adequada”, explicou o tribunal de Fujian (leste), que ordenou a libertação de Nian Bin, actualmente com 38 anos.

Nian Bin, proprietário de uma barraca de rua, de venda de alimentos, foi acusado de ter envenenado duas crianças da vi-zinhança, que morreram de uma intoxicação com veneno de ratos. Em 2008, foi condenado à pena capital e aguardava a execução na prisão.

Os advogados interpuseram vários recursos, sempre rejeita-dos, em que alegaram a ausência de provas e afirmaram que a polícia torturou Nian Bin para conseguir uma confissão.

Este tipo de decisão é extre-mamente rara na China, onde a justiça continua a ser controlada pelo Partido Comunista. Mais de 99.9% dos suspeitos, apresenta-dos no ano passado aos tribunais, foram dados como culpados, de acordo com estatísticas oficiais.

A organização não-governa-mental (ONG) Amnistia Inter-nacional saudou a libertação de Nian Bin, que considerou tratar--se de “uma nova advertência, bem como a necessidade de pôr fim a todas as execuções e abolir a pena de morte no país”.

Os ‘media’ chineses noti-ciam casos de condenados re-conhecidos inocentes depois da execução, muitas vezes porque a vítima, alegadamente assassi-nada, foi encontrada viva.

Taiwan Caso de espionagem investigadoAlguns procuradores de Taiwan decidiram na sexta-feira investigar o caso de um alto funcionário do Governo acusado de passar segredos de Estado à China, anunciou o “South China Morning Post”. O porta-voz do Ministério Público de Taipei, Huang Mou-hsin, disse numa conferência de imprensa que o caso de Chang Hsien-yao, ex-vice-ministro do Conselho de Assuntos da China ia ser investigado pelos seus procuradores. Contudo, ainda não é certo se Chiang, que negou todas as acusações, vai ser formalmente acusado do crime.

Sete morrem em túnel alagadoSete pessoas, incluindo duas crianças, foram encontradas mortas numa viatura, que se encontrava dentro de um túnel que estava inundado há pelo menos dois dias em Cantão, revelou o “South China Morning Post”. O Departamento de Segurança Pública emitiu uma declaração na sua conta do Weibo revelando que as análises forenses indicavam que todas as vítimas tinham morrido devido a afogamento. As autoridades disseram ainda que o carro foi encontrado quando o túnel foi esvaziado por trabalhadores.

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DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE FINANÇASEDITAL

FIXAÇÃO DO RENDIMENTO COLECTÁVEL DO IMPOSTO PROFISSIONALRESPEITANTE AO EXERCÍCIO DE 2013

Faz-se saber que, o apuramento do rendimento colectá-vel dos contribuintes do 1.º grupo (assalariados e emprega-dos por conta de outrem) e do 2.º grupo (profissões liberais e técnicas) do imposto profissional, respeitante ao exercício de 2013, já se encontra concluído. De harmonia com o disposto no artigo 23.º, n.º 1, do Regu-lamento do Imposto Profissional, que no Núcleo do Imposto Profissional destes Serviços, de 16 a 30 de Agosto e durante as horas do expediente, o rendimento colectável apurado es-tará patente ao exame dos respectivos contribuintes, poden-do os contribuintes inscritos como utilizadores do “Serviço Electrónico” destes Serviços examiná-lo através da página electrónica da DSF (www.dsf.gov.mo).

Caso não se conformem com o rendimento fixado, os contribuintes podem reclamar, por forma escrita, para a Co-missão de Revisão até 30 de Agosto, não terminado, porém, o prazo, sem que hajam decorridos vinte dias sobre a data do registo dos avisos postais enviados aos contribuintes, nos termos do artigo 79.º, n.º 2 do mesmo Regulamento.

Aos 18 de Julho de 2014.

A Directora dos Serviços

Vitória da Conceição

CONDENADO À MORTE DECLARADO INOCENTE

A vida por um fio

Uma reforma da legislação, introduzida em 2007, exige que o Supremo Tribunal chinês con-firme todas as sentenças de pena de morte.

O número de execuções prati-cadas na China, por ano, é secreto, mas algumas estimativas indepen-dentes indicam que perto de três mil condenados foram executados em 2012, ou seja, mais do que em todos os outros países do mundo em conjunto. - Lusa

Os uigures condenados eram acusadosde serem responsáveis por uma sériede ataques “terroristas” dos quais resultaram vários mortos

XINJIANG OITO PESSOAS EXECUTADOS

Sem perdão

Xinjiang é um território qua-se 17 vezes maior que Portugal e com apenas 23.5 milhões de habitantes, muito rico em recur-sos minerais, que confina com o Afeganistão, Paquistão e várias ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central.

Os uigures, etnia de religião muçulmana e cultura turcófona,

constituem 46% da população de Xinjiang, mas há cerca de meio sé-culo ultrapassavam os dois terços.

Entretanto, milhares de fa-mílias han, a principal etnia da China, começaram a radicar-se em Xinjiang, e hoje constituem já cerca de 40% da sua população. Na capital, Urumqi, ultrapassaram mesmo os uigures. - Lusa

Chang Hsien-yao

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14 hoje macau segunda-feira 25.8.2014

hARTE

S, L

ETRA

S E

IDEI

AS

D E Espinosa a Saussure, da Grécia Antiga à linguagem urbana da União Soviética nos anos 20, dos missio-

nários na Ásia à linguagem gauchesca ao sul do Brasil. O programa é varia-do e passa vários séculos, continentes e influências, com uma tónica comum – o estudo científico das línguas, ou Linguística. De que formas evoluíram determinadas línguas, quais eram as línguas missionárias, que influências, semelhanças e diferenças entre Por-tugal e o Brasil, assim como a análise das metodologias de estudo desde Luís António Verney, autor de O Verdadeiro Método de Estudar, no século XVIII, até à obra de Ferdinand de Saussure, são apenas alguns dos muitos temas no va-riado programa de palestras que serão apresentadas na Universidade de Trás--os-Montes e Alto Douro (UTAD) de 25 a 29 de Agosto.

Co-organizado pelo Centro de Es-tudos Em Letras da UTAD, o encontro é parte da Conferência Internacional chamada ICHoLS (International Con-ference on the History of the Language Sciences), que se realiza, desde 1978, a cada três anos. A ter lugar pela pri-meira vez em Portugal, com o apoio da UTAD, reúne alguns dos grandes no-mes do estudo académico da Linguística que falarão sobre as suas respectivas áreas de estudo. À semelhan-ça das conferências anteriores, não existe apenas um assunto ou tema e o estudo das Línguas vai desde a investigação sobre o trabalho sobre a língua Tupi no século XIX pelo político e inte-lectual brasileiro, Couto de Ma-galhães, até ao estudo do Guarani (do Paraguai), ao Sânscrito ou ao Hebreu bíblico.

LÍNGUAS MISSIONÁRIAS

Inegavelmente ligadas à presença missionária, muitas vezes o pri-meiro contacto com o Ocidente, muitas das línguas em análise são hoje dadas como “línguas mortas”. No entanto, tal como muitas pala-vras Tupi continuam presentes no dia a dia de certas regiões do Brasil, outras línguas na América do Sul ti-veram um papel mais importante que o castelhano enquanto lingua franca na

Maria João Belchior

TRÁS-OS-MONTESTODOS OS LINGUISTAS E MAIS ALGUNS

era colonial. É o caso da língua Que-chua que era a primeira fonte para a tradução dos textos religiosos para, por exemplo, Jebero, uma língua indígena norte-peruana, ainda falada por alguns dos mais velhos no Norte do Perú, e que está a ser agora objecto de uma recuperação e levantamento feito por uma universidade nos Estados Unidos.

Os padres de várias Ordens foram pioneiros no contacto e no estudo da lin-guística por vezes de línguas de regiões isoladas. Evitar que esse conhecimento histórico, lexical e semântico se perca, é o que leva muitos dos professores e investigadores a dedicar muitos anos ao estudo desse passado longínquo.

Autores das primeiras gramáticas e dicionários de muitas destas línguas, os missionários, com especial destaque para os jesuítas, deixavam esses livros como legado para os próximos que os seguiam nas missões. Muitos desses docu-

mentos nunca foram impressos e estão guardados e dividos em vários volumes espalhados em bibliotecas de todo o mundo. Os jesuítas, os franciscanos e os frades capuchinhos foram dos pri-meiros a transcrever e traduzir várias línguas indígenas, que até então apenas existiam oralmente, a uma forma escri-ta que lhes permitisse estudá-las. Este

é considerado o início da História da linguística hispano-americana.

No total, serão cinco dias de manhã até ao final do dia com dezenas de pa-lestras em cada dia. A presença de in-vestigadores estrangeiros é claramente maioritária tratando-se de uma confe-rência internacional que vai ser apre-sentada (e traduzida) em várias línguas oficiais, uma das quais o Português.

Seguindo a rota dos primeiros mis-sionários, vai-se inevitavelmente até à Ásia onde várias outras “primeiras” gra-máticas do mundo foram elaboradas pelos eclesiásticos.

ÁSIA COMO PANO DE FUNDO

Um das investigadoras portuguesas, Anabela Leal de Barros, da Universida-de do Minho, apresentará um trabalho focado sobre a obra Arte China, um ma-nual elaborado pelo padre da Ordem de S. Vicente de Paulo, que é um ex-tenso manual de aprendizagem do mandarim e também do cantonense.

Ainda sobre a Ásia, será também feita uma apresentação sobre o Dic-tionarium sinico-latinum elaborado pelo missionário italiano Basilio Brollo no século XVII, considera-do um dos primeiros dicionários a traduzir o chinês para línguas europeias e que registou cerca de 9500 caracteres chineses.

Do Japão, Emi Kishimoto fará uma comunicação sobre a obra Nanshi-shukai, um manuscrito de um dicionário de japonês-por-tuguês que está hoje guardado no Museu de História e Cultura

em Nagasáqui. Esta obra tem a particu-laridade de não utilizar o alfabeto latino na tradução, sendo o texto principal em caracteres chineses com leitura japonesa e com a tradução para português escrita em japonês. Copiado no século XVIII do Vocabulario da lingoa de Iapan, elaborado pelos jesuítas no início do século XVII e o mais estudado entre todos, a obra Nanshi-shukai levanta várias questões uma vez que, até hoje, foi pouco estudada e que apresenta várias diferenças em rela-ção ao primeiro dicionário.

LUSOFONIA

Outro dos temas em destaque durante a semana, passa pela Lusofonia e o caso do Museu de Língua Portuguesa, inau-gurado em São Paulo no ano 2006. José Simão da Silva Sobrinho apresenta no dia 27 de Agosto uma comunicação intitulada “História da Língua e Políti-ca: a Invenção da Lusofonia” onde de-verá analisar o que o museu “mostra, e não mostra”, como sendo a língua dos brasileiros. Segundo o investigador, o painel da História da Língua Portugue-sa – Linha do Tempo, em exposição permanente, “apaga no sentido discur-sivo as línguas africanas, indígenas e de imigração como práticas significantes”. Um facto que, segundo o académico da Universidade Federal da Fronteira Sul, “reduz os contactos entre línguas a factos de empréstimos linguísticos”.

Analisado sob diferentes perspecti-vas, o sentido do Museu da Língua Por-tuguesa será apresentado também por outros investigadores.

A Lusofonia, mais um tema em destaque a juntar especialistas estran-geiros, vai igualmente animar os de-bates na UTAD. A investigadora bra-sileira Luiza Katia Andrade Castello Branco terá uma apresentação com o tema “Sujeito, Língua, Espaço: A(s) Língua(s) Portuguesa e a CPLP”. Uma forma de, segundo a académica, saber o que distingue esse espaço comum da CPLP onde, com a sua análise, preten-de estudar a designação língua portugue-sa nas Constituições dos países mem-bros da CPLP.

Diferentes línguas numa Babel que se encontra esta semana em Vila Real de Trás-os-Montes para entender aqui-lo que mais os distingue e os une: as di-ferentes origens e histórias das línguas.

“DIFERENTES LÍNGUAS NUMA BABEL QUE SE ENCONTRA ESTA SEMANA EM VILA REAL DE TRÁS-OS-MONTES PARA ENTENDER AQUILO QUE MAIS OS DISTINGUE E OS UNE: AS DIFERENTES ORIGENS E HISTÓRIAS DAS LÍNGUAS”

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15 artes, letras e ideiashoje macau segunda-feira 25.8.2014

M ARCO Giovenale nasceu em Fevereiro de 1969, em Roma. Formou-se em Artes, com uma tese

sobre a poesia de Roberto Roversi. Ao longo dos anos, manteve inúmeras ac-tividades, inclusive a de curador de ex-posições, e de Novembro de 2000 até 2010 trabalhou em uma livraria romana que lida com livros antigos e modernos (de literatura, da poesia do século XX italiana e estrangeira, de filosofia, histó-ria). Publicou vários volumes de poesia. Mantém o blog slowforward.

Lê poesia?Sim. Posso até dizer que talvez leia mais poesia e ensaística (e prosa breve) do que narrativa. De narrativa leio con-tos, quase nunca romances.

Que poesia lê?Não amo a poesia lírica, realística, nar-rativa, confessional. Não amo o epigo-nismo hiperlinguístico ou “oulipo-sty-le” de alguns intérpretes das recentes estações da neovanguarda. Em lugar disso, acompanho e pratico uma escri-tura de pesquisa entendida como littéra-lité  e prosa em prosa, para citar Jean--Marie Gleize.

Acha que a leitura de poesia tem al-gum efeito?A leitura de resíduos líricos, confessio-nais, retóricos, épicos, sublimes, asser-tivos, bonnefoyeurs, rilkeanos, monta-lianos e serenianos, oulipianos, laborín-ticos, narrativos, egocentrados, perfor-mativo-espetaculares consegue um efeito liberatório central: o efeito cómico. É divertido ler ou ouvir (esta) poesia.

O que espera ao escrever poesia?Que não fale “poetês” e que o leitor não espere encontrar ali o autor, mas o texto em si e os seus objectos. Eventos, coisas, matéria, relações, dúvidas. Não ego.

Qual o melhor efeito que você imagi-na para a prática da poesia?Os efeitos são muitos. Se a poesia é “old style” receio que o único efeito seja o que já citei, o hilariante (a não ser que os leitores se deixem levar um pouco pela ingenuidade). Se, ao con-trário, se trata de escrituras avisadas, conscientes da situação actual, um bom efeito é o de permitir às pessoas

Marco GiovenalePOESIA CONTRA O POETÊS

não se mensurar apenas com a (má) literatura, mas com algo de diferente. De diferente também (e sobretudo) da figura autoral.

Acha que a sua poesia tem interesse público?No sentido acenado acima, talvez sim. Mesmo se a que faço pode ser definida, provavelmente, pós-poesia. Não poe-sia, portanto.

Qual o melhor suporte para a sua poesia?Rede e papel, áudio e livro, vídeo e lei-tura live têm estatutos diferentes e tran-çados, e efeitos igualmente diferentes e trançados. Em sinergia, mas também um obstaculizando o outro, às vezes, reciprocamente. Não existe um su-porte que seja o “melhor”. Quem sabe, cada novo texto, se for um texto que procura, irá caçar seu próprio veículo, querendo que seja adequado, ou menos inadequado.

IN SIBILA

QUAL O MELHOR LEITOR DE SEU LIVRO DE POESIA?QUEM ME ESQUECE, MAS SE LEMBRA DO TEXTO

Qual o melhor resultado que espera da publicação da sua poesia?Encontrar um tipo de leitura que apai-xone o leitor e não o obrigue a centrar o foco de sua atenção sobre uma espé-cie de “espelho do autor”, mas sobre a própria página, sobre os objectos que ela contém, e sobre as aberturas da imaginação que ela veicula.

Qual o melhor leitor de seu livro de poesia?Quem me esquece, mas se lembra do texto. E a partir daí (ouso dizer), cria seus próprios textos, sua própria vida.

O que você mais gostaria que acon-tecesse após a publicação da sua poesia?Aquilo que acabo de dizer. Que o leitor fizesse, de minha poesia, matéria para sua própria indagação sobre o mundo, sobre suas viagens e suas imaginações.

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16 publicidade hoje macau segunda-feira 25.8.2014

NOTIFICAÇÃO EDITAL Nº : 62/14(Trabalho ilegal – Exercício do direito de defesa)

Considerando que se revela ser impossível notificar, nos termos dosartigos 10.º e 58.º do Código do ProcedimentoAdministrativo, aprovado peloDecreto-Lein.º57/99/M,de11deOutubro,osindivíduosabaixomencionados,pessoalmente,porofício,telefone,ououtraforma,sobreamatériaacusadapelaeventual infração ao Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobreaProibiçãodoTrabalhoIlegal,de14deJunhoeàLein.º21/2009–Leida Contratação de Trabalhadores Não Residentes, João Paulo Sou, Chefe doDepartamentode InspecçãodoTrabalho (DIT)Substº.,mandaque seproceda,nostermosdon.º2doartigo11.ºdoDecreto-Lein.º52/99/M,de4deOutubro,conjugadocomoartigo94.ºdomesmocódigo,ànotificaçãodosindivíduosabaixomencionados,paranoprazode15(quinze)dias,acontardo1.ºdiaútilseguinteaodapublicaçãodopresenteédito,exerceremporescritooseudireitodedefesa,emvirtude de terem eventualmente cometido infracção ao disposto no Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal e àLein.º21/2009–LeidaContrataçãodeTrabalhadoresNãoResidentes.

Os eventuais infractores abaixomencionados poderão levantar, dentrodashorasdeexpediente,arespectivanotadeculpanoDIT,sitanaAvenidadoDr.FranciscoVieiraMachado,n.ºs221-279,edifício“AdvancePlaza”,1.ºandar,emMacau,sendotambémfacultadaaconsultadosrespectivosprocessos.Findooprazoacimareferido,osprocessosseguirãoasrespectivastramitaçõesnostermosdo Código do Procedimento Administrativo.

1. Relativamente ao processo n.º 8189/2012;Asociedade“COMPANHIAWAIWAITAIHANG(MACAU)LIMITADA”

e o Sr. Ho Veng Kong na qualidade de gerente, suspeitos de utilização detrabalhadores não residentes em actividade profissional alheia à autorizada,cometendo eventualmente infracção ao disposto na alínea 7) do n.º 2 do artigo 32.º da Lei n.º 21/2009 – Lei da Contratação de Trabalhadores não Residentes.

2. Relativamente ao processo n.º 6340/2013;JU NU (titular do passaporte da República Popular da China), suspeita

de ter exercido actividade em proveito próprio, sem a competente autorizaçãoadministrativa para esse efeito, cometendo eventualmente infração ao dispostonaalínea4)doartigo2.º,conjugadocomon.º1doartigo3.ºdoRegulamentoAdministrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal.

3. Relativamente ao processo n.º 1255/2014; COMETA,MARVIN(titulardobilhetedeidentidadederesidentepermanente

deHongKong),suspeitodeterexercidoactividadeemproveitopróprio,semacompetenteautorizaçãoadministrativaparaesseefeito,cometendoeventualmenteinfracçãoaodispostonaalínea4)doartigo2.º,conjugadocomon.º1doartigo3.º do Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento deInspecçãodoTrabalho,aos19deAgostode2014.

OChefedoDITSubst.º

JoãoPauloSou

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17DESPORTOhoje macau segunda-feira 25.8.2014

COMISSÃO DE REGISTO DOS AUDITORES E DOS CONTABILISTASAVISO

Faz-se público, em conformidade com deliberação da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, de 31 de Julho de 2014, e nos termos do disposto no nº 1 do artigo 18º do Estatuto dos Auditores de Contas, aprovado pelo Decreto-Lei nº 71/99/M, de 1 de Novembro, no nº 1 do artigo 13º do Estatuto dos Contabilistas Registados, aprovado pelo Decreto-Lei nº 72/99/M, de 1 de Novembro, bem como do disposto no ponto 3) do artigo 1º do Regulamento da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 2/2005, de 17 de Janeiro, que nos dias 22, 23, 29, 30 de Novembro e 6 de Dezembro do corrente ano, irá realizar-se a prestação de provas para inscrição inicial e revalidação de registo como auditor de contas, contabilista registado e técnico de contas.

1. Prazo, local e horário de inscrição > Prazo de inscrição: De 18 de Agosto a 29 de Agosto de 2014 > Local de inscrição: Instalações da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, no 1º andar do “Centro de Recursos da Direcção dos Serviços de Finanças”, sito na Rua da Sé, nº 30, em Macau > Horário de inscrição: De 2ª a 5ª feira: das 09h00 às 13h00; das 14h30 às 17h45 6ª feira: das 09h00 às 13h00; das 14h30 às 17h30

2. Condições de candidaturaAuditores de contas:Podem candidatar-se todas as pessoas maiores, residentes ou portadoras de qualquer título válido de permanência na Região Administrativa Especial de Macau, que reúnam os requisitos gerais para registo como Auditores de Contas nos termos do artigo 4º do Estatuto dos Auditores de Contas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 71/99/M, de 1 de Novembro, e que, no caso de revalidação de registo, tenham cumprido o disposto no artigo 10º do mesmo Estatuto.

Contabilista registado e técnico de contas:Podem candidatar-se todas as pessoas maiores, residentes ou portadoras de qualquer título válido de permanência na Região Administrativa Especial de Macau, que reúnam os requisitos gerais para registo como contabilistas registados ou técnicos de contas nos termos do artigo 4º do Estatuto dos Contabilistas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 72/99/M, de 1 de Novembro, e que, no caso de revalidação de registo, tenham cumprido com o disposto no artigo 10º do mesmo Estatuto.

3. Local de levantamento do boletim de inscriçãoO boletim de inscrição, os esclarecimentos relativos à prestação de provas, o regulamento das provas e as regras da prestação de provas relativas aos candidatos e conteúdo das provas podem ser obtidos no sítio da internet da Direcção dos Serviços de Finanças, no local relativo à CRAC (www.dsf.gov.mo) ou levantados nos seguintes locais:1) Instalações da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, no 1º andar do “Centro de Recursos da Direcção dos Serviços de Finanças”, sito na Rua da Sé, n.º 30, em Macau;2) Rés-do-chão do Edifício da Direcção dos Serviços de Finanças, sito na Avenida da Praia Grande, nºs 575, 579 e 585;3) Centro de Serviços da RAEM, Rua Nova de Areia Preta, nº52;4) Centro de Atendimento Taipa, Rua de Bragança, nº 500, R/C, Taipa.

Em caso de dúvidas, agradecemos o contacto com a CRAC, durante as horas de expediente, através do telefone número 85995343 ou 85995344, ou através do e-mail [email protected]

Direcção dos Serviços de Finanças, aos 05 de Agosto de 2014.

O Presidente da CRACIong Kong Leong

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PEDRO JUSTINO ALVESDiário Digital

O Sporting sofreu para derrotar o Arouca em casa. No re-

gresso de Nani ao emblema que o consagrou, os leões marcaram por Carlos Mané, aos 90+3 minutos. De referir que a figura da noite falhou uma grande penalidade...

Minuto 62. Num jogo tenso, com o guarda-redes do Arouca a defender as poucas reais ocasiões de golo criadas pelo Sporting, uma real esperança, com o árbitro do encontro a mar-car uma grande penalidade. Festejou-se em Alvalade. Adrien aproximou-se para bater o penalty, mas Nani, que fez o seu primeiro jogo após o regresso ao “seio familiar”, pegou na bola e “colocou para canto” o cobrador oficial

R ODOLFO Pires con-quistou ontem a ter-ceira medalha para

Portugal nos Jogos Olím-picos da Juventude, que decorrem em Nanquim, na China, ao ganhar a “prata” na classe Byte CII em vela masculina.

O velejador português terminou em sétimo a última regata, prestação que lhe permitiu subiu um lugar na classificação geral e terminar no segundo degrau do pódio.

“Correu muito bem. Ainda tenho a medalha ao peito, atrás da acreditação. Foi uma experiência única e só quem consegue par-ticipar nuns Jogos pode descrever a sensação”, afirmou Rodolfo Pires, citado pela assessoria de imprensa da Federação Portuguesa de Vela.

Entretanto, na sexta--feira, o ginasta português Pedro Ferreira conquistou a medalha de bronze na prova de trampolins dos Jogos Olímpicos da Ju-ventude.

Na final, Pedro Ferreira terminou com 56,040 pon-tos, atrás do neozelandês Dylan Schmidr e do chinês Changxin Liu, medalhas de ouro e prata, respecti-vamente.

Di Maríano United por70 milhõesDi María vai mesmo ser jogador do Manchester United, avança a Sky Sports. De acordo com a publicação, o negócio ronda os 70 milhões de euros. A saída do extremo argentino do Real Madrid tornou-se evidente depois da ausência do jogador na lista de convocados dos merengues para a segunda mão da Supertaça de Espanha. Desde então, os rumores intensificaram-se e, neste momento, a imprensa inglesa avança que o negócio está fechado. O negócio, diz a Sky Sports, obrigará o Manchester United a pagar a pronto 60 milhões de euros, podendo chegar aos 70, dependendo do cumprimento de objectivos.

Chelsea soma segunda vitória A equipa orientada por José Mourinho recebeu e bateu o Leicester, por 2-0, com golos de Diego Costa e Hazard. Com este resultado a equipa londrina mantém-se no lote dos primeiros classificados. Diego Costa voltou a ser decisivo. Depois do arranque do campeonato, com uma vitória por 3-1 no terreno do Burnley, o Chelsea de José Mourinho voltou a encontra uma equipa recém promovida à Premier League. Os “blues” tiveram algumas dificuldades em furar a defesa contrária e quando o conseguiam, encontravam pela frente o guarda-redes Kasper Schmeichel, filho da antiga glória de Manchester United e Sporting, Peter Schmeichel. Foi através de Diego Costa, aos 63’, que a equipa londrina finalmente chegou ao golo, depois de um bom trabalho de Ivanovic, já dentro da área do Leicester. De recordar que o agora internacional espanhol havia marcado na primeira jornada, numa altura em que o Chelsea se encontrava a perder. Aos 77’, o belga Hazard resolveu a partida com um remate à entrada da área.

SPORTING VENCE COM GOLO AOS 90+3 MINUTOS

Triunfo suadode Alvalade. Tudo seria perfeito se o avançado marcasse, mas a verdade é que Goicochea, como

fizera no primeiro tempo com remates de Montero, defendeu. A alegria tornou--se em tristeza e temeu-se o pior na casa do leão, já que o triunfo, após o empate na primeira jornada, era obrigatório, ainda mais quando o Sporting visitará na próxima jornada, no dia 31 de Agosto, o Benfica, na Luz.

Apesar de não desani-mar, os leões nunca mais se reencontraram, apesar da entrada de Nakata e Ca-pel. A grande penalidade falhada causou marcas nos jogadores leoninos, que fizeram de tudo para ven-cer a partida, mas sempre esbarraram no sistema do Arouca, que, ciente da sua inferioridade, se remeteu

JO JUVENTUDE BRONZEE PRATA PARA PORTUGAL

Dias felizes“É uma compensação

por todo o meu sacrifício. Apesar de ter o sonho de conquistar a medalha, não estava à espera de o conseguir pois é uma com-petição muito difícil, com grandes atletas”, afirmou o atleta, citado pelo Comité Olímpico de Portugal.

Pedro Ferreira, de 17 anos, junta a medalha conquistada sexta-feira a outra, também de bronze, conseguida no Europeu de Juniores.

Na quinta-feira, a por-tuguesa Maria Siderot foi uma das sete judocas da formação que venceu pro-va de equipas, garantindo assim a primeira medalha para a Missão Olímpica portuguesa em Nanquim.

Esta prova de judo reuniu treze equipas de sete elementos (um por cada categoria de peso, quer masculino quer fe-minino) e contou com a participação dos judocas Maria Siderot na Team Rouge e Anri Egutidze na Team Berghmans.

Portugal, que está re-presentado por 21 atletas, entre os 14 e os 18 anos, soma assim duas medalhas nos Jogos Olímpicos da Juventude, que decorrem até 28 de Agosto.

ao jogo defensivo, procu-rando os espaços deixados pelo Sporting, espaços que surgiram, mas que Rui Patrício defendeu.

Ou seja, o segundo tem-po estava a ser idêntico ao primeiro, embora os pri-meiros 45 minutos tenham havido mais oportunidades de golo criadas pelos locais, com Montero a não conse-guir terminar de vez com o seu jejum. Seja por erros ofensivos, mérito do Arouca ou pelo até então intranspo-nível Goicochea, a verdade é que o Sporting caminhava com angústia para o segundo empate na Liga.

Até que surgiu um lan-ce fortuito, em mais um cruzamento para a área (e foram inúmeros ao longo do jogo). Aos 90+3, e após o japonês Tanaka ter rema-tado ao poste, Carlos Mané, que entrou no segundo tem-po, conseguiu finalmente ultrapassar as mãos e os pés de Goicochea. Um golo de certo modo justo para o Sporting, que, embora não tenha deslumbrado, criou pelo menos cinco boas ocasiões para vencer o jogo.

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ACONTECEU HOJE 25 DE AGOSTO

João Corvofonte da inveja

Pu Yi

LÍNGUADE gATO

18 hoje macau segunda-feira 25.8.2014

U M D I S C O H O J E

(F)UTILIDADES

Se chamassem os bois pelos nomes certos nada disto acontecia.

ApostasSem perder todo o respeito que o ‘referendo civil’ nos requer, a semana passada conversávamos entre gatos e decidimos fazer uma pequena aposta entre amigos. Sou novo e não acompanhei momentos marcantes da vida e história de Macau, mas sempre achei e defendi que há um caminho muito longo a percorrer no que respeita à liberdade, direitos civis, políticos e principalmente humanos. Admito, apostei que menos de 150 pessoas iriam votar. Já perdi. Ontem na hora do meu leitinho matinal e do biscoito depois de ronronar um bocadinho, ouvi que apenas na votação online entre a meia noite ao meio dia já se contavam 288 votos.Sem me lembrar da aposta que fiz com os outros gatos, miei de contentamento. E fiquei ansioso para conhecer os números da votação presencial. Às três da tarde os números avançados ultrapassavam os 750 e já eram noticiadas detenções dos activistas! Macau Macau Macau! Começo a perceber alguma vontade de mudança, algum desejo dos mais atentos para mudar aquilo que consideram estar errado, para se fazerem ouvir. E fico com os meus bigodes bem no ar de tão feliz que me sinto.E agora que me lembro da aposta penso... Onde haverá um peixinho saboroso para pagar ao gang das quatro patas?

NINA SIMONE

Se lhe falarmos de Eunice Waymon talvez seja um pouco mais difícil fazer a associação a um dos maiores ícones femininos do jazz. Para começar a contar em cabarés sem que os pais soubessem que dela se tratava, Eunice criou um nome artístico: Nina Simone. Activista desde pequena, Nina usou a música como arma de guerra em prol dos direi-tos civis. Torna-se inexequível seleccionar apenas um álbum naquela que é das biografias mais extraordinárias das últimas décadas. “Wild Is The Wind”, “I Put a Spell on You”, “Broadway-Blues-Ballads”, “Silk & Soul”, “Baltimore” são apenas alguns que o HM aconselha ao leitor. - Hoje Macau

Galileu Galilei apresenta ao mundo o telescópio• O filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1900) e o escritor português Eduardo Prado Coelho (2007) nasceram neste dia, em que se recorda Galileu Galilei, que apresentou a 25 de Agosto um equipamento ao qual poucos deram importância…Corria o ano de 1609 quando, a 25 de Agosto, o astróno-mo italiano Galileu Galilei exibia ao mundo o telescópio, sua mais recente invenção. Poucos deram relevância ao instrumento que era, afinal, um dos mais importantes avanços tecnológicos da história.Galileu Galilei foi a primeira pessoa a observar a Lua através de um telescópio, equipamento que, mais de quatro séculos depois, continua actual.Outros factos ficam marcados na história do dia 25 de Agosto. No ano de 1580, na Batalha de Alcântara, Espa-nha vence Portugal. E em 1911, Manuel Arriaga é eleito Presidente da República.Já em 1940, durante a II Guerra Mundial, aviões britânicos bombardeiam Berlim, pela primeira vez. Lisboa recorda com amargura este dia, já que em 1988 um grande incêndio destrói o centro histórico da capital portuguesa.Nasceram a 25 de Agosto Hans Adolf Krebs, bioquímico e médico alemão (1900), Leonard Bernstein, maestro e compositor norte-americano (1918), Sean Connery, actor britânico (1930), Tony Ramos, actor brasileiro (1948), Gene Simmons, baixista e vocalista dos Kiss (1949), Elvis Costello, músico britânico (1954), Tim Burton, realizador norte-americano (1958), Billy Ray Cyrus, actor e cantor norte-americano (1961), e Claudia Schiffer, modelo alemã (1970).

C I N E M ACineteatro

SALA 1TEMPORARY FAMILY [B]FALADO EM CANTONÊS, LEGENDADOEM CHINÊS E INGLÊSUm filme de: Cheuk Wan ChiCom: Nick Cheung, Sammi Cheng, Angelababy, Oho14.15, 16.05, 18.00, 21.30

LUCY [C]Um filme de: Luc BessonCom: Scarlett Johansson, Morgan Freeman19.50

SALA 2CAFE • WAITING • LOVE [B]FALADO EM MANDARIM E LEGENDADO EM CHINÊSUm filme de: Chiang Chin LinCom: Vivian Chow, Megan Lai, Pauline Lan, Lee Luo14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 3LUCY [C]Um filme de: Luc BessonCom: Scarlett Johansson, Morgan Freeman14.15

DORAEMON THE MOVIE: NOBITA IN THE NEWHAUNTS OF EVIL-PEKO AND THE FIVE EXPLORERS [A]FALADO EM CANTONÊS E LEGENDADO EM CHINÊSUm filme de: Yakuwa Shinnosuke16.00

INTO THE STORM [B]Um filme de: Steven QualeCom: Richard Armitage, Alycia Debnam-Carey, Matt Walsh18.00, 19.45, 21.30

TEMPORARY FAMILY

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hoje macau segunda-feira 25.8.2014

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Cecília Lin; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado; Ricardo Borges (estagiário) Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

19OPINIÃO

Aspirantes a modelo

DESAFIO DO BALDE DE GELO DE FERGUSONcartoonpor Stephff

N O dia 21 de Agosto, o website “yahoo.com.hk” publicou uma notícia re-lativa a três aspirantes a modelo, que frequentam o ensino secundário. As jovens foram convidadas por editores para produ-zir álbuns de fotografias. Sem entrar em grandes

descrições, é de referir que todas as fotos produzidas eram extremamente provo-cadoras, sem serem contudo obscenas.

As fotografias foram realizadas em salas de aula. Os editores convidaram as aspirantes a modelo a vestir os seus uniformes escolares para a sessão, procedendo estas de seguida a trocar de roupa diante da câmara, sem qual-quer pudor. Os fotógrafos concentraram-se então nos seios e nos soutiens das jovens, chegando mesmo a separar as pernas das mesmas para fotografar as suas cuecas. O método utilizado pelos fotógrafos foi muito inteligente, pois dava a aparência de as fotos terem sido tiradas de uma forma oculta.

Depois da sessão fotográfica, as jovens disseram que “usar os uniformes escolares faz as imagens mais atraentes”.

Quando esta declaração foi publicada na internet, os comentários surgiram imedia-tamente. A maior parte dos intervenientes tentou identificar os uniformes usados pelas jovens. Quando um jornalista conseguiu finalmente saber as escolas que as jovens frequentavam, telefonou para as mesmas a pedir uma entrevista, mas foi informado que “este assunto é muito sensível, não é conveniente nós acedermos ao seu pedido”.

Mas alguns dos directores das escolas visadas responderam que “é muito difícil impedir-mos os editores de revistas de comprar uniformes escolares para as suas sessões fotográficas”.

Para confirmar estes depoimentos, o jornalista deslocou-se então a vários es-tabelecimentos para comprar uniformes femininos de escolas secundárias. Aí, os retalhistas apenas lhe perguntaram que ta-manhos pretendia antes de lhe venderem os uniformes em questão, não tendo o jornalista encontrado qualquer dificuldade.

“Lang Mo” é outro nome dado a aspirantes de modelo. Este neologismo, derivado do calão cantonense, descreve modelos adolescentes do sexo feminino que são novas e imaturas. Estas jovens não recebem treino formal para uma carreira de modelo, não sabendo sequer caminhar num desfile de moda. O único reque-rimento para as jovens é a sua altura, que tem de ser no mínimo 1.80 metros. As declarações da jornalista Jacqueline Pang, do jornal de Hong Kong “The Standard”, oferecem talvez a melhor descrição deste fenómeno.

macau v is to de hong kongDAVID CHAN*[email protected] • http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog

“Não importa se estas jovens têm experiência como modelo. A única coisa que precisam de fazer é estarem dispostas a mostrar o corpo – e não só o seu decote. Quando uma ‘Lang Mo’ se debruça para a frente, não necessita de usar as mãos para tapar os seios”, disse a mesma.

As “Lang Mo” trabalham geralmente como modelos promocionais em feiras e em exposições, atraindo publicidade e fo-tografias devido aos trajes reveladores que envergam, como biquínis. Este fenómeno tornou-se famoso em Hong Kong no final da década passada.

Há muitos temas a considerar em relação a esta notícia. Como as fotos eram provo-cadoras mas não obscenas, a lei não foi infringida. Porém, a natureza das imagens poderiam facilmente induzir indivíduos do sexo masculino a ter pensamentos inde-centes. A polícia e outros departamentos governamentais não se costumam envolver neste tipo de casos. Até mesmo as escolas secundárias têm dificuldade em se envolver, mesmo quando são as suas próprias alunas que trabalham como modelos.

O objectivo dos editores também deve ser tomado em conta. Recrutam jovens alunas do ensino secundário para tirar fotografias provocadoras de modo a estimular um pú-blico masculino, o que lhes permite fazer

dinheiro no processo. As modelos querem lucrar da mesma maneira que os editores. Será que estas iniciativas são beneficiais para a sociedade? A moralidade destas estudantes é questionável.

Aqueles que produzem e publicam este tipo de fotografias devem obter apoio jurídico antes de o fazerem, de modo a não quebrarem a lei. Se assim for, o Governo de Hong Kong não os pode acusar de nada.

Mas quebrar a lei é uma coisa, e quebrar os valores morais é outra, especialmente se acreditarmos que estas jovens, menores de idade, devem ser protegidas. A realização deste tipo de fotografias é mau para a sua moralidade e para o seu desenvolvimento futuro, por isso não devíamos permitir que tal acontecesse. Para isso seria melhor mudar as leis para que estes acontecimentos não se repetissem.

Há uma grande diferença entre lei e mo-ralidade. No caso das aspirantes a modelo, apesar de nenhuma lei ter sido infringida, podemos afirmar que estes casos carecem de moralidade. As leis poderiam ser mu-dadas para tornar estes casos ilegais, mas isso implicaria uma demorada discussão na sociedade. Ou devemos chegar a uma conclusão antes de proceder a uma dis-cussão? De momento, esta pergunta não tem resposta. A única coisa que pode ser feita nestas situações é fortalecer os nossos valores morais através da educação. A mo-ralidade não é uma lei, mas é algo em que a maioria da sociedade acredita, devendo por isso ser reforçada. Assim, estas jovens deviam ser informadas que o seu comporta-mento vai contra as normas sociais. É vital que, a longo prazo, estas estudantes saibam identificar o que está correcto e o que está errado. Este discernimento beneficiaria toda a sociedade.

A experiência de Hong Kong também é válida para Macau, visto sermos todos chineses, e as normas sociais de uma cidade serem praticamente idênticas às da outra. Seria melhor para todos nós prestarmos mais atenção aos nossos jovens.

*Professor Associadono Instituto Politécnico de Macau

“Não importa se estas jovens têm experiência como modelo. A única coisa que precisam de fazer é estarem dispostas a mostrar o corpo”

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hoje macau segunda-feira 25.8.2014

M AIS de 24 anos de trabalho foram necessários para completar a biogra-

fia do falecido imperador japonês Hirohito, obra apresentada esta semana e que será publicada em 2015, com 12 mil páginas divi-didas em 61 volumes.

O livro, a cargo da Agência da Casa Imperial, relata o rei-nado de Hirohito (1901-1989), conhecido postumamente como o imperador Showa, que inclui sensíveis episódios históricos como a entrada do país na II Guerra Mundial ou o pós-guerra sob ocupação norte-americana.

Os actuais imperadores japoneses – Akihito e Michi-ko – participaram na revisão da obra e completaram os últimos capítulos, informou o responsável da agência, No-

FUNDO SOBERANO

Cuidado com as patacas

Vendas do comércioa retalho subiram 9% O valor das vendas do comércio a retalho de Macau atingiu 34,74 mil milhões de patacas (3,2 mil milhões de euros) no primeiro semestre, aumentando 9% face ao período homólogo do ano passado, indicam dados oficiais ontem divulgados. De acordo com a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), nos primeiros seis meses do ano o volume de vendas cresceu 11%. No segundo trimestre do ano, os estabelecimentos do comércio a retalho facturaram 16,37 mil milhões de patacas, mais 3% em termos anuais, mas menos 11% relativamente ao valor revisto dos primeiros três meses do ano. Entre Abril e Junho, o volume de vendas subiu 4% face ao período homólogo de 2013, após eliminados os factores que influenciam os preços. Segundo a DSEC, no segundo trimestre, 25% dos estabelecimentos desceram os preços das suas mercadorias, por oposição a 9% que aumentaram. Os restantes dois terços mantiveram.

Hiroshima 50 mortos em deslizamentosde terras As autoridades japonesas elevaram ontem para 50 o número de mortos nos devastadores deslizamentos de terras, em Hiroshima, no sudoeste do país. As operações de busca têm avançado lentamente devido aos receios de que novas chuvas torrenciais desencadeiem novos desmoronamentos em contra-relógio para encontrar 38 pessoas que continuam desaparecidas quatro dias depois de fortes deslizamentos, informou a polícia da cidade de Hiroshima. Cerca de 3.000 bombeiros, polícias e soldados estavam envolvidos nas operações de resgate, suspensas esta madrugada precisamente devido às chuvas, informou a televisão pública NHK. Aproximadamente 1.700 pessoas permaneciam abrigadas em 13 instalações públicas, após o governo de Hiroshima ter emitido ordens de evacuação e avisos para as áreas mais afetadas pelo desastre envolvendo um universo de 164 mil moradores.

A revisão da obra teve a colaboração dos actuais imperadores japoneses

JAPÃO CONCLUÍDA AO FIM DE 24 ANOS BIOGRAFIA DO IMPERADOR HIROHITO

Doze mil páginas imperiais

112funcionários trabalharam

na compilação de informação

e na redacção da obra

riyuki Kazaoka, em declarações reproduzidas pelos órgãos de comunicação nipónicos.

A recolha de informação para a biografia foi iniciada em 1990. Inicialmente, estava previsto que fosse dada à estampa em 16 anos, mas o prazo foi prorrogado por duas vezes até ao corrente ano.

A obra baseia-se no princípio da “transparência”, segundo realça a Agência da Casa Imperial, que quis assim “colocar para trás das costas” as críticas que recebeu a biografia do antecessor de Hirohito – o imperador Taisho (1879-1926)

O presidente da As-sembleia Legisla-

tiva (AL) tem receios quanto à possível criação de um fundo soberano, algo que Chui Sai On anunciou no seu pro-grama político e que o Fundo Monetário Inter-nacional (FMI) sugeriu no seu último relatório sobre Macau.

“Nunca pedi que fosse criado este tipo de fundo, mas não sou con-tra. O fundo soberano é uma matéria que deve ser estudada, mas com muita prudência”, disse Ho Iat Seng na sessão de balanço da primeira sessão legislativa.

“O Governo pode lançar os planos mas pode correr o risco, perante as oscilações do mercado. Um banco de Portugal (caso Banco Espírito Santo) sofreu um grande impacto e a crise na Europa con-tinua. Se obrigamos o Governo a praticar actos com elevado risco é muito difícil”, lembrou.

“Temos de adoptar

planos mais seguros perante essas oscila-ções, talvez negociar com os bancos para uma taxa de juro mais elevada. Não acho que os investimentos de alto risco sejam perti-nentes, apenas quando se regista a estabilidade financeira”, defendeu o presidente da AL.

Em relação à criação de uma lei para contro-lar a despesa pública e o orçamento, Ho Iat Seng defendeu “uma lei completa sobre o orçamento”. “Não quero uma lei de bases ou de enquadramento. É essa a sugestão que deixo”, explicou. “Espero que nesta legislatura (nos próximos três anos) seja possível concluir a lei do orçamento, tenho con-fiança sobre isso”, disse ainda Ho Iat Seng. - A.S.S.

–, de que alguns trechos foram censurados.

Apesar disso, a agência decidiu deixar de fora os registos académicos de Hirohito e o seu historial médico, de acordo com a agência Efe.

A biografia tem por base a informação complicada junto de cerca de 3.000 fontes diferentes, incluindo diários dos ajudantes do imperador, registos das suas visitas a outros países e entrevistas com meia centena de funcionários do Palácio Imperial.

Um universo de 112 funcioná-rios trabalhou na compilação da informação e na redação da obra, cuja realização custou 200 milhões de ienes, sem contar com os gastos com o pessoal.

A Agência da Casa Imperial planeia publicar o primeiro volume do livro em Março do próximo ano e editar os restantes tomos nos cinco anos seguintes.