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PUB José Chui Sai Peng está contente com o traba- lho do primo Fernando Chui Sai On. Para o deputado, o Chefe do Executivo tem feito um bom trabalho, principalmente em áreas como a economia, saúde e educação. Assim sendo, defende, relembrando um provérbio chinês, “ninguém precisa de ultrapassar um parente se ele tem capacidade”. A ideia surgiu durante um debate na Universidade de Macau e pretende ser a saída para a formação de talentos que possam, um dia, assumir cargos de relevo na esfera governativa e na Função Pública. O ABC da gestão ACADÉMICOS DEFENDEM CRIAÇÃO DE ESCOLA SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB DEPUTADOS CRITICAM ACTUAÇÃO DOS MORADORES 62% DAS ESCOLAS PRIMÁRIAS ENSINAM A MINI-CONSTITUIÇÃO José apoia Fernando PÁGINAS 2 E 3 ENTREVISTA hojemacau NEGÓCIOS VERDES Portugal com maior delegação de sempre MIECF 2014 PÁGINA 6 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUARTA-FEIRA 26 DE MARÇO DE 2014 ANO XIII Nº 3058 PUB Ter para ler SIN FONG GARDEN PÁGINA 4 21 ANOS DE LEI BÁSICA ÚLTIMA PÁGINA 7

Hoje Macau 26 MAR 2014 #3058

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Hoje Macau N.º3058 de 26 de Março de 2014

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Page 1: Hoje Macau 26 MAR 2014 #3058

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José Chui Sai Peng está contente com o traba-lho do primo Fernando Chui Sai On. Para o deputado, o Chefe do Executivo tem feito um bom trabalho, principalmente em áreas como a economia, saúde e educação. Assim sendo, defende, relembrando um provérbio chinês, “ninguém precisa de ultrapassar um parente se ele tem capacidade”.

A ideia surgiu durante um debate na Universidade de Macau e

pretende ser a saída para a formação de talentos que possam, um dia,

assumir cargos de relevo na esfera governativa e na Função Pública.

O ABCda gestão

ACADÉMICOS DEFENDEM CRIAÇÃODE ESCOLA SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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DEPUTADOS CRITICAM ACTUAÇÃO DOS MORADORES

62% DAS ESCOLAS PRIMÁRIAS ENSINAM A MINI-CONSTITUIÇÃO

José apoia Fernando

PÁGINAS 2 E 3

ENTREVISTA

hojemacau

NEGÓCIOS VERDES

Portugal com maior delegação

de sempre MIECF 2014 PÁGINA 6

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 Q UA R TA - F E I R A 2 6 D E M A R Ç O D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 0 5 8

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Ter para ler

SIN FONG GARDEN PÁGINA 4 21 ANOS DE LEI BÁSICA ÚLTIMA

PÁGINA 7

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HOJE

MAC

AU

2 hoje macau quarta-feira 26.3.2014ENTREVISTA

CECÍLIA L [email protected]

Sendo primo do ainda Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, qual a sua opinião em relação à sua possível reeleição?Certamente que dou as bo-as-vindas a essa decisão. Recordo-me de um provérbio chinês, que diz que “ninguém precisa de ultrapassar um pa-rente se ele tem capacidade”. Olhando para o seu mandato, e principalmente para os últimos anos, a economia, o sistema de saúde, a segurança social e o investimento na edu-cação são áreas sólidas. A taxa de desemprego é inigualável no mundo. O facto de ser meu familiar torna-se irrelevante.

É formado em engenharia civil e tem um doutora-

Engenheiro, deputado e delegado de Macau à Assembleia Popular Nacional, José Chui Sai Peng acredita que o Chefe do Executivo e também seu primo, Fernando Chui Sai On, tem feito um bom trabalho. Contudo, considera que Macau precisa de ter mais competitividade

JOSÉ CHUI SAI PENG AFIRMA HAVER ESTABILIDADE NA ECONOMIA, SAÚDE E EDUCAÇÃO EM MACAU

“Dou as boas-vindas” à reeleição de Chui Sai On

mento em planeamento urbanístico na Universida-de de Tsinghua. Como vê o panorama da construção em Macau?O recente progresso na construção aconteceu devi-do às infra-estruturas e ao investimento privado, o que permitiu o sector respirar melhor. Existe uma nova energia. Como a nova lei do planeamento urbanístico entrou em vigor, há novas exigências, em que se pre-tende que sejam elevados os padrões do planeamento

urbanístico. A participação do público será uma parte de todo o processo, o que faz com que todos fiquem interessados no desenvolvi-mento da cidade. Ninguém poderá dizer “eu não sabia e não fui informado”.

Como é que a sua experi-ência de trabalho nos Es-tados Unidos pode trazer benefícios para Macau? Tenho vindo a apreciar o desenvolvimento recente da legislação sobre a acre-ditação profissional. Esta

profissão não pode ser ape-nas reconhecida com uma licenciatura, mas deve ter uma combinação de teoria e prática. O registo de todo o tipo de profissionais para obterem esta licença irá ajudar a melhorar a estima para com a nossa profissão e atrair as próximas gerações a interessarem-se em fazer uma carreira com trabalhos profissionais na área da engenharia.

Como avalia os protestos que os moradores do edi-

fício Sin Fong Garden têm levado a cabo nos últimos dias, tendo em conta que é vice-presidente da As-sociação de Beneficência Tung Sin Tong, proprie-tária de 30 apartamentos?A Tung Sin Tong dá muita atenção ao desenvolvimento da situação. Compreende-mos as preocupações dos moradores e ficaremos feli-zes se a situação se resolver de forma pacífica. Pelo que podemos ver das notícias, o segundo relatório vai estar disponível no próximo mês,

e espero poder compreender melhor toda a situação.

Mudando de assunto e fa-lando de caridade. Como analisa o trabalho de cari-dade em Macau? Muitos consideram que o Governo deveria fazer mais. O trabalho de caridade é muito bem feito por várias associações de Macau. Este não é um trabalho obrigatório por lei, são benfeitores e filantropos que estão a agir segundo o seu coração. Independen-temente do papel que o Go-verno assume no sistema de segurança social, penso que há sempre necessida-des que não podem ser totalmente resolvidas pelo Executivo. É nestas áreas que as organizações podem arregaçar as mangas.

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3 entrevistahoje macau quarta-feira 26.3.2014

Independentemente do papel que o Governo assume no sistema de segurança social, penso que há sempre necessidades que não podem ser totalmente resolvidas pelo Executivo

JOSÉ CHUI SAI PENG AFIRMA HAVER ESTABILIDADE NA ECONOMIA, SAÚDE E EDUCAÇÃO EM MACAU

“Dou as boas-vindas” à reeleição de Chui Sai On

É ainda presidente da direcção da Associação de Intercâmbio da Cultura Chinesa (AICC) e da As-sociação Promotora das Ciências e Tecnologias de Macau (APCTM). Que comentários faz ao desen-volvimento nestas áreas e o futuro destas direcções?São áreas demasiado gran-des para comentar. Acho que não devo falar sobre tudo. Do lado da AICC, somos um

grupo de pessoas que tem a preocupação em relação ao desenvolvimento da pro-moção da cultura na ligação entre os locais e chineses do exterior. A este respeito temos vindo a elaborar mui-tas coisas nos últimos nove anos e temos testemunhado progressos. Construímos muita amizade dos dois la-dos do estreito e temos vindo a promover Macau de forma criativa, para que possa ser uma plataforma de troca. Em relação ao APCTM, somos um grupo de educadores e profissionais interessados em aumentar o intercâmbio com locais. Queremos fami-liarizar o público em geral para o desenvolvimento da ciência e tecnologia, e queremos aumentar o nosso conhecimento com encon-tros com o estrangeiro.

E há projectos no curto prazo?Sobre isso, a APCTM está a pensar organizar o en-contro anual para 2015, e o Governo está totalmente a favor da iniciativa. Ainda estamos a tratar do processo e em principio poderemos trazer a Macau um dos mais brilhantes cérebros da China, nesta área, para Macau. Isso está em linha com as intenções da RAEM para o desenvolvimento dos nossos talentos locais e dos jovens, para que enfrentem os desafios do futuro.

O que ganhou enquanto deputado?Adquiri uma melhor cons-ciência da contribuição e de tudo o que envolve o processo de produção de leis. Como cidadão, só conheço o que é publicado nos meios de comunicação social. Como participante do processo, descobri que nem sempre o que aparece à fren-

te das câmaras é o que, de facto, está por detrás. Muitas vezes as vozes que surgem em frente às câmaras são muito diferentes das vozes que estão atrás.

Quais as grandes áreas que precisam de ser me-lhoradas?Acredito que o progresso feito atrás das câmaras pode ir de encontro às pessoas de forma mais efectiva. Penso que há algumas áre-as que necessitam de ser melhoradas ou clarificadas na Assembleia Legislativa (AL): o tempo disponível para as intervenções antes da ordem do dia, o processo de audições, a utilização do debate e a elaboração de planos legislativos anuais vão merecer a nossa consi-deração.

Como também deputado à Assembleia Popular Nacional (APN) tem opor-tunidade de se familiarizar com muitas das políticas do continente. O que seria melhor para o desenvolvi-mento de Macau?Na recente reunião da APN a mensagem para Macau e Hong Kong foi clara: o Governo Central está dis-posto a ajudar a sermos mais competitivos através da co-operação. Seja uma coope-ração regional ou através da designação de Macau como plataforma com os países de língua portuguesa, e precisa-mos de ter infra-estruturas. Aproveitei essa oportuni-dade para apresentar o meu ponto de vista sobre a forma como devemos reforçar essa competitividade a longo prazo ao presidente da APN, Cheung Kong Tak, quando visitou Macau a 7 de Março.

E fez algum pedido em especial?Pedi para o Governo Cen-tral incentivar a realização de mais reuniões anuais profissionais, de carácter nacional, a serem realizadas em Macau, nas áreas da cultura, desporto, educação e comércio. Isso vai ajudar as pessoas de Macau e especialmente os jovens, que terão oportunidade de vivenciar em primeira mão

e interagir com as figuras principais dessas áreas. Isso pode trazer oportunidades a muitos que querem levar os seus sonhos a uma nova dimensão. Se motivarmos as pessoas a terem uma atenção focada para além do jogo, teremos mais oportunidades de atrair investimentos e talentos para Macau.

Recentemente surgiu um artigo no jornal Ou Mun, onde fala de uma história. Quer explicar melhor?Esse artigo foi o resultado de

A Tung Sin Tong dá muita atenção ao desenvolvimento da situação [caso Sin Fong Garden]. Compreendemos as preocupações dos moradores e ficaremos felizes se a situação se resolver de forma pacífica.

uma entrevista feita por um repórter, na área da cultura. Então falei de uma história do meu interesse. O meu pai começou a ler-me histórias desde criança, e isso mudou a minha visão do mundo. Há muitas pessoas que dizem que não há almoços grátis, mas defendo que as histórias são, de facto, almoços grátis. Há um best-seller na China, na categoria de não ficção, publicado há alguns anos, sobre o período da Dinastia Ming, que já serviu de ins-piração a muitas pessoas.

Penso que já foi traduzido para inglês, japonês e ou-tras línguas, e até podem verificar se há uma tradução em português. Recomendo vivamente. Mas gostaria de falar de outro artigo que li em inglês. Um discurso de formatura de um senhor nos Estados Unidos, que dizia “você não é especial”. A ideia do discurso era que, nos dias de hoje, as pessoas querem ser especiais. Mas há três milhões de formandos no ensino médio nos Esta-dos Unidos, e há centenas deles que são os melhores. Ninguém pode ser exclu-sivamente especial. Mas segundo a visão humanista, todas as pessoas são, de certa forma, especiais. Sob essa perspectiva, deveríamos considerar que alguém não é especial, só porque todo o mundo já é. Talvez esteja a ser um pouco filósofo, mas decerto é edificante.

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NOVAS DROGAS PROIBIDAS NA RAEM

4 hoje macau quarta-feira 26.3.2014POLÍTICAJOANA [email protected]

H O Ion Sang não tem dúvidas: o caso do Sin Fong Garden – o edifício evacuado em 2012 por

risco de ruína – está relacionado com a falta de fiscalização aos prédios de Macau e à desactualiza-ção das leis ligadas ao urbanismo. O deputado apresentou uma das seis interpelações orais dedicadas ao Sin Fong Garden ontem lidas em plenário e instou o Governo a actualizar a legislação. “Têm surgido, uns a seguir aos outros, casos semelhantes relacionados com problemas de estrutura dos edifícios, em alguns casos devido aos anos de construção e a falta de manutenção e reparação, noutros devido às obras em curso nas re-dondezas. Isto demonstra bem que o processo de desenvolvimento tem, inevitavelmente, que incluir o reordenamento dos bairros antigos e que, em matéria de administração de condomínios, a legislação está muito desactualizada.”

Ho Ion Sang, que representa os moradores na AL, considera que os residentes não têm ainda noção sobre a importância da conserva-ção e a manutenção dos edifícios, mas a culpa não é só deles. “A lei não obriga a que estes sejam sujeitos a inspecção. Acresce a tudo isto a falta de um regime de fiscalização eficaz e directa sobre as empresas de administração de condomínios.” O deputado pede que o Governo não só fiscalize os prédios que poderão estar nestas condições, como sugere que seja revista “o quanto antes” a legis-lação.

O incidente – que originou, recentemente, um acampamento em frente ao prédio, na Rua da Ribeira do Patane – levou ainda outros deputados a levar o tema ao plenário de ontem. Se alguns atiram críticas ao Governo, nem

C HEONG Kuok Vá, secre-tário para a Segurança, diz que a alteração das sanções

aplicadas em caso de tráfico e consumo de estupefacientes não pode passar por si. Em resposta aos deputados – que ontem aprovaram a integração de cinco novas drogas à tabela de Macau -, o responsável explicou que o assunto se divide entre muitos departamentos. “Cabe aos Serviços de Administração da Justiça (DSAJ) fazer esses traba-lhos. A nossa Comissão de Luta contra a Droga ajuda o Governo a combater os casos relacionados com a droga, se a comissão entender que há necessidade de aumentar as penas, tem de ouvir as opiniões e depois levá-las à DSAJ. Só estou cá hoje, porque esta matéria [de adicionar novas drogas] é da minha competência e não se conseguia

DROGA CHEONG KUOK VÁ DESCARTA MUDANÇA NAS PENAS PORQUE NÃO É DA SUA COMPETÊNCIA

Um longo caminho a percorrer

• DerivadosdePiperazinas (substânciassintéticas)

• Canabinóidessintéticos

• DerivadosdeCatinona (anfetaminas)

• SalviaDivinorum (alucinogéneo)

• SalvinorinA (alucinogéneo)

actuar, mas para haver grandes alterações tem de ser a Comissão, depois ouvir as opiniões da popu-lação e submeter à DSAJ.”

A elevação das penas é algo

que todos os deputados têm vindo a pedir e ontem, não foi excepção. “As penas leves não atingem os objectivos e afectam os residen-tes”, atirou Ng Kuok Cheong. “A

moldura penal na China chega até à pena de morte, em Hong Kong pode ser a prisão perpétua e, aqui, temos um máximo de 15 anos. Espero que Macau possa elevar as penas, porque comparativamente às regiões vizinhas é muito bran-do”, acusou Melinda Chan.

A proposta de inclusão das novas drogas foi aprovada por todos, mas nem por isso foram deixadas de lado críticas ao Governo. Isto, porque as novas substâncias proibidas já não são tão novas quanto isso. Desde 2011, que já foram detectados ca-sos envolvendo estes novos tipos

de drogas, sendo que as pessoas detidas com estes estupefacientes não foram punidas por os terem consigo, uma vez que a lei não previa ainda a sua ilegalidade. Mas não só. “Em Hong Kong, estas substâncias estavam na lista já desde 2005. Porque é que demorou tanto tempo à RAEM inclui-las?”, questionou Kwan Tsui Hang. Cheong Kuok Vá admitiu esta situação, mas asse-gurou que “daqui para a frente, vai tentar que, assim que for de-tectada alguma nova substância, sejam feitos os trabalhos de forma mais imediata”. –J.F.

O caso do Sin Fong Garden levou ontem mais de meia dúzia de deputados a levar o assunto à Assembleia Legislativa, onde pediram aos moradores que ajam de forma racional enquanto esperam pela solução do problema

SIN FONG GARDEN CRITICADA FORMA DE ACTUAÇÃO DOS MORADORES.HO ION SANG ATRIBUI CASO A DESACTUALIZAÇÃO DAS LEIS

Desconhecimento sobre a manutenção de edifícios

todos concordam que a forma de protesto dos moradores seja a mais correcta. “Compreender [as suas reivindicações] é uma coisa, mas, se por causa disso, os proprietários actuarem de forma a violar a lei, então isso não é aceitável”, atirou Tsui Wai Kwan. “As tendas instaladas naquela avenida por esses moradores ocupam o espaço público e isto, para além de ser ilegal, é também um acto perigoso.” Os moradores, recorde-se, dormiram no local de domingo para segunda-feira,

tendo, contudo, saído na terça--feira, depois da visita de Alexis Tam, chefe de Gabinete do Chefe do Executivo, ao local. Alguns deputados não consideram que o comportamento dos condóminos tenha tido algum efeito em ar-ranjar uma solução. “São acções inaceitáveis”, continuou Tsui Wai Kwan, acompanhado por Gabriel Tong e Vong Hin Fai, que dizem que “a forma de protesto (…) constitui um grande incómodo para os outros cidadãos”. “Este tipo de comportamento agressivo

deve ser evitado em qualquer estado de Direito.”

CONSENSO,MEUSSENHORESA maioria dos deputados que dedicou o período antes da ordem do dia ao caso do Sin Fong pede o mesmo: que a solução seja encontrada através de um consenso, algo que os moradores não conseguiram ainda atingir. Em causa, a decisão de reconstruir ou demolir o edifício. Para Lau Veng Seng, por exemplo, as autoridades já fizeram o possível pelos moradores e, por agora, resta apenas esperar

pelo relatório final sobre o incidente, que deverá estar concluído em Abril. “Espero que os proprietários com-preendam a dificuldade do processo e que aguardem, racionalmente, pelo relatório.” Da mesma opinião partilham Kou Hoi In, Cheang Chi Keong, José Chui Sai Peng e Chui Sai Cheong. Os deputados, que apre-sentaram uma interpelação conjunta, dizem que a atribuição de alojamento aos moradores pelo Governo ajudou na resolução das suas necessidades, mas apontam que o facto de não haver consenso entre as vítimas não ajuda em nada. “Só dificultam as tarefas de investigação. Desejamos que cheguem a um consenso o mais cedo possível.”

Apesar de admitir que o Gover-no não pode “pagar a conta” do Sin Fong Garden com o erário publico, Chan Meng Kam pede que o Exe-cutivo disponibilize apoio judiciário aos residentes, na eventualidade do caso seguir para tribunal. Também Vong Hin Fai e Gabriel Tong pedem que o Executivo abra os cordões à bolsa para ajudar os moradores, no caso de se decidir a reconstrução do edifício. “Esperamos que o Go-verno conceda benefícios fiscais ou subsídios de reconstrução.”

Se Chan Meng Kam acusa o Executivo de ter mostrado alguma passividade no caso, José Pereira Coutinho vai mesmo mais longe e compara a busca pelo responsável da ruína do prédio – até agora não se sabe se a culpa recai na construtora ou nas obras vizinhas – à busca pelos responsáveis do acidente sofrido pelo avião da Malaysia Airlines, que caiu no Oceano Índico. O deputado apelou ao Chefe do Executivo que fale directamente com os moradores do Sin Fong, algo que não foi possível por “questões de segurança”, con-forme explicou aos média Lau Si Io, secretário para os Transportes e Obras Públicas. Pereira Coutinho diz que, neste caso, também está em causa a imagem da RAEM.

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5 políticahoje macau quarta-feira 26.3.2014

DROGA CHEONG KUOK VÁ DESCARTA MUDANÇA NAS PENAS PORQUE NÃO É DA SUA COMPETÊNCIA

Um longo caminho a percorrer

JOANA [email protected]

O Governo vai ter de ir à As-sembleia Legislativa (AL) dar explicações aos deputados e à população sobre os táxis amare-

los, o metro ligeiro e o fumo nos casinos. Os membros do hemiciclo aprovaram ontem três propostas de debate de José Pereira Coutinho, Ng Kuok Cheong e Ella Lei – que vão fazer com que representantes de cada sector envol-vido tenham de responder a muitas perguntas.

Com apenas quatro abstenções – de Leonel Alves, Cheang Chi Keong, Chui Sai Cheong e Gabriel Tong – a proposta de debate sobre os táxis amarelos e a renovação do contrato entre a empresa Vang Iek e o Governo foi aprovada como sendo um assunto de interesse público. O tema, levado ao plenário por Pereira Cou-tinho e o seu número dois, Leong Veng Chai, querem perceber porque é que o Executivo voltou a permitir que a empresa continuasse a operar sem cumprir totalmente a sua função de rádio-táxi sem que a população fosse ouvida. O assunto mereceu apoio da maioria. “Sabemos que há problemas com os táxis e o Governo renovou o contrato sem ter atenção que estes devem responder às chamadas”, frisou Kwan Tsui Hang. Também Si Ka Lon quis falar, para

Z HENG Anting e Leong Veng Chai querem os tribunais, o Comissariado

contra a Corrupção e o Ministé-rio Público (MP) fora dos edifí-cios comerciais “o mais rápido possível”. O pedido foi dirigido ontem ao Governo pelos dois deputados, que utilizaram o período antes da ordem do dia na Assembleia Legislativa para levantar a questão.

O recente caso da fuga de um suspeito a três agentes da Polícia Judiciária à entrada do MP e os apagões ocorridos no Macau Square – onde ficam os tribunais de primeira instância – deram o mote para as interpelações. Zheng Anting relembra, por exemplo, que há perigos em manter depar-tamentos de justiça e segurança, como são estes, em edifícios co-

merciais, especialmente quando estes têm salas de detenção. “Esta questão é uma ‘bomba-relógio’, que pode afectar a segurança dos cidadãos. Se houvesse uma falha repentina no abastecimento de energia eléctrica no momento em que os arguidos que tivessem co-metido crimes graves estivessem a ser conduzidos aos juízos, havia a possibilidade desses arguidos aproveitarem o caos criado para atacarem os guardas prisionais e fugirem”, começou por dizer. “E, se os agentes policiais acossassem os indivíduos, poderia haver a pro-babilidade de causar ferimentos acidentais aos cidadãos.”

A mesma opinião tem Leong Veng Chai, que indica que é frequente encontrar residentes e reclusos juntos no mesmo eleva-dor, algo que, inevitavelmente,

causa inquietação nas pessoas. “Se por acaso vier a acontecer algum sequestro, as consequên-cias são inimagináveis.”

Ambos os deputados dizem que o motivo de apreensão dos residentes se comprovou quan-do, recentemente, um indivíduo do interior da China fugiu a três agentes da PJ quando estava a ser conduzido ao MP. A situação exigiu que fossem atirados tiros para o ar e o suspeito nunca mais foi apanhado. “Os centros comerciais não foram desenha-dos para a instalação de órgãos judiciários e apresentam defici-ências ao nível da segurança e a sua credibilidade enquanto locais para detenção preventiva, sendo fácil verificarem-se lacunas nas medidas de segurança”, apontou Leong Veng Chai.

O deputado, que foi já fun-cionário do Estabelecimento Prisional de Macau, considera ainda injusto que as culpas em caso de falhas na segurança sejam apenas atribuídas aos agentes da polícia. “Os três agentes da PJ transformaram-se em bode expiatório do Governo. É injusto que toda a responsabilidade seja atribuída ao pessoal da linha da frente, quando o Governo também tem de se responsabilizar pelas de-ficiências das instalações físicas.”

Zheng Anting e Leong Veng Chai pedem que o Governo construa edifícios independentes – algo já prometido pela Adminis-tração -, até porque a falta destes “afecta a imagem da RAEM e a seriedade da justiça”. – J.F.

Função pública Sim a aumentos com pedido de sistema especial Os deputados aprovaram ontem o aumento de 5,71% aos salários dos trabalhadores da função pública. Ainda que sem votos contra, a proposta de aumento – apresentada por Florinda Chan – foi criticada por José Pereira Coutinho e Si Ka Lon, que indicam que a subida é bastante benéfica para os cargos mais altos, mas não ajuda muito os funcionários da camada de base da Administração. “Para [estes], o aumento é insignificante. Claro que para os lugares superiores é bom, mas para os outros não”, atirou Si Ka Lon. O deputado sugeriu que fosse feito um mecanismo de escalonamento, de forma a que “seja alargada a percentagem de aumento dos vencimentos da camada de base”, algo que Pereira Coutinho também apoia. “Já apresentei opiniões sobre este escalonamento quando estive na Comissão [de Avaliação da Remuneração dos Trabalhadores da Função Pública]. Quais são os obstáculos para a criação deste regime?” Esta Comissão, recorde-se, foi recentemente reestruturada, mas o também presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Publica de Macau ficou de fora. Em resposta à sugestão dos deputados, a secretária para a Administração e Justiça, disse apenas que não tinha ainda nada concreto para dizer e que esse sistema iria ser alvo de “estudos científicos”. Pereira Coutinho queixou-se ainda que, segundo economistas, a taxa de aumento deste ano não cobre a taxa de inflação acumulada desde a implementação da RAEM, mas Florinda Chan assegura que isso não é bem assim. “Este é o sétimo aumento desde a RAEM e a taxa de inflação acumulada desde 2000 a 2013 foi de 44,73%. O sete aumentos dos funcionários foram de um total de 48%, superior à taxa de inflação.” Seja como for, para os deputados, este aumento – que é de apenas “400 e tal patacas” para os trabalhadores da camada de base - não faz com que os funcionários públicos ganhem de volta o poder de compra, que foram perdendo ao longo dos anos. – J.F.

Oficinas Deputada pede elaboração de regulamentoA deputada Chan Hong criticou ontem o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) por não ter dado ainda novidades sobre um regulamento para as oficinas de reparação automóvel, prometido há dez anos. A deputada pediu, através de uma intervenção na Assembleia Legislativa, que o Governo elabore o mais rápido possível o Regulamento das Oficinas de Reparação Automóvel. “Existem cerca de 500 oficinas, cuja maioria está situada em zonas residenciais onde vivem muitos moradores, como o Fai Chi Kei e Toi San. Passados mais de dez anos, o Governo continua a atrasar o andamento deste processo legislativo, tendo como resultado que os profissionais não tenham leis para cumprir e os residentes não tenham meios para se queixar desta questão.” Chan Hong recorda que, já em 2010, o IACM tinha confirmado que a proposta de lei estava concluída e que só faltava apenas a consulta pública. Até agora, contudo, nada. “Esse compromisso do IACM nunca foi concretizado. Como é que o Governo justifica que, passados mais de dez anos, nem um estatuto conseguiu definir? Isto comprova a inacção dos serviços públicos.” A deputada assegura que tem vindo a receber queixas de cidadãos e aponta que as oficinas não só provocam poluição ambiental, como ocupam espaços públicos. Apesar de admitir que o Regulamento Geral dos Espaços Públicos poderia ajudar na regulamentação destes problemas, a deputada aponta que a lei é aplicada de forma pouco rigorosa e apela, por isso, ao Governo para que indique em que ponto está a situação da criação desta lei. – J.F.

GOVERNO VAI TER DE DAR EXPLICAÇÕES SOBRE METRO, TÁXIS E LEI DO TABACO

Vamos lá prestar continhas

TRIBUNAIS NECESSIDADE DE CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS INDEPENDENTES

“Uma questão bomba-relógio”

criticar o Executivo. “Esta proposta [sobre a renovação do contrato] nem sequer foi levada ao Conselho para os Assuntos de Tráfego. O essencial é que os taxistas consigam fazer dinheiro e as pessoas consigam apanhar táxi. Não podemos aguardar pelo fim do contrato e só depois resolver o problema.”

SEM FUMOO debate proposto por Ella Lei teve apenas a abstenção de Cheang Chi Keong. A deputada quer falar sobre a proibição total de fumar nos casinos, porque responsabiliza o Governo pelo atraso na implementação do regime e pela fraca execução da lei. A deputada con-sidera que as autoridades não são rigorosas, que os funcionários do jogo sofrem mais do que no passado e que as operadoras de jogo não só não garantem a qualidade do ar dos casinos segundo os padrões devidos, como não entregam os relatórios que deviam. Os colegas do hemiciclo não só concordam, como pedem a revisão da lei do tabaco o mais rápido possível. “As áreas para fumadores nos casinos não contribui para resolver o problema, bem pelo contrário. O Governo não tem executado com rigor a lei. E seria interessante debatermos o tema até para falarmos sobre o seguro de saúde”, disse Si Ka Lon. Também Ng Kuok Cheong diz que este debate é “uma oportunidade preciosa para implementar a proibição plena do fumo nos casinos” e Wong Kit Cheng recorda que os funcionários dos casinos que não gostam de trabalhar nas salas de fumo “não podem recusar” o trabalho.

METRO RENHIDO Só a proposta de debate de Ng Kuok Che-ong foi quase não aprovada. O deputado

– que quer levar o metro nos NAPE a dis-cussão – levou nega de 13 deputados, mas recebeu 13 votos a favor e duas abstenções que lhe valeram a aprovação da proposta. O democrata acusa o Governo de “parecer um tolo com muito dinheiro” no que diz respeito ao orçamento do metro ligeiro e pede que os membros do Executivo falem para que se perceba, afinal, qual o problema com a Rua de Londres e a passagem do metro pela zona. Acusa ainda o Governo de não ter ouvido a população e de ter decidido o traçado da primeira fase do metro em Macau sem ter em conta os novos aterros que vão surgir no local.

Tsui Wai Kwan, por exemplo, foi um dos que não concordou com esta declaração. Para o deputado indirecto, a reunião entre o Governo e a Comissão de Acompanhamento de Terras – à porta fechada – bastou para que “se chegasse a um consenso” sobre o assunto. “A cons-trução do metro é urgente, não devemos atrasar ainda mais o projecto.” A ideia foi, contudo, contrariada por Kwan Tsui Hang, Si Ka Lon e Ho Ion Sang, que dizem que é preciso que o Governo se explique na AL. “Deve ser aprovado, porque os resultados dessas reuniões nunca são divulgados e, desta forma, pode-se satisfazer as dúvidas da população”, disse a primeira. “Estas são questões que precisam de consenso social e o Governo deve explicar-se”, referiu Si Ka Lon, acompanhado por Ho Ion Sang, que defende que se o Governo tivesse apresentado uma solução, então não seria preciso a apresentação desta proposta.

Agora, resta esperar a marcação das datas para os debates pela AL.

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O HOJEMACAUERROU

6 hoje macau quarta-feira 26.3.2014SOCIEDADE

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AvisoPara a comemoração do Dia Internacional do Enfermeiro 2014, a Comissão Organizadora dos Serviços de Saúde da RAEM, tem a honra de convidar todos os enfermeiros, alunos de enfermagem e enfermeiros reformados do território para o jantar de comemoração que se realizará no dia 9 de Maio, pelas 19:00H, no Restaurante “Plaza”.Contamos com a vossa presença.

Local: Restaurante “Plaza”Data: 09/05/2014 (6a Feira)Hora: 19:00 (a partir das 15 horas a sala estará disponível para convívio).Programa: Jantar, sorteio, espectáculo de variedades, atribuição de

prémio para os enfermeiros com 20 e 30 anos de serviço em prol do território

Prazo de inscrição: até o dia 25/04/2014 (A validade da inscrição esgota-se com o preenchimento dos lugares disponíveis)

Contactos e Inscrição: Centro de Saúde (Taipa) Tel: 28813089, Fax No: 28813093Enfermeira de S.S. reformada Cristina Boyol Tel: 66893054

Serviços de SaúdeComissão Organizadora do Dia Internacional do Enfermeiro

Macau, 25 de Março de 2014

ANÚNCIOTorna-se público que se encontra afixada, a partir da data da publicação do presente anúncio, no Centro de

Atendimento e Informação do Estabelecimento Prisional de Macau, sito na Avenida da Praia Grande, China Plaza, 8º andar “A”, Macau, e também no website deste Estabelecimento Prisional www.epm.gov.mo, a lista definitiva dos candidatos admitidos e o anúncio do exame médico (1ªFase), ao concurso comum, de ingresso externo, de prestação de provas, com destino à frequência do curso de formação e estágio, para a admissão de 55 candidatos do sexo masculino e 20 candidatos do sexo feminino considerados aptos e melhores classificados. Após a conclusão do curso, os candidatos com aproveitamento preencherão, segundo a ordenação classificativa, os 75 lugares (55 lugares do sexo masculino e 20 lugares do sexo feminino) de guarda, 1.o escalão, do quadro de pessoal da carreira do Corpo de Guardas Prisionais do Estabelecimento Prisional de Macau, e também ao provimento de lugares que venham a vagar, aberto por aviso publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 48, II Série, de 27 de Novembro de 2013, nos termos do n.º 2 do artigo 19.º do Regulamento Administrativo n.º 23/2011 - “Recrutamento, selecção e formação para efeitos de acesso dos trabalhadores dos serviços públicos”.

Estabelecimento Prisional de Macau, aos 14 de Março de 2014.

O Presidente do júri,Lam Kam Sau

JOSÉ C. [email protected]

O programa do Fórum e Expo-sição Interna-cional de Coo-

peração Ambiental (MIECF 2014) foi ontem apresentado à imprensa no World Trade Center, sob o lema de “Cresci-mento Verde em Dinamismo”. No discurso de apresentação do evento que decorre entre 27 e 29 de Março no Venetian, o

“BYE bye real estate agencies” é o nome do mais recente grupo na rede

social Facebook criado para publicitar casas que estão para arrendar, mas cujo contrato é directamente selado com o proprietário, sem acesso a uma agência imobiliária.

Pedro Santos, um dos gestores da página, disse ao HM que o objectivo da iniciativa é de “terminar com aquilo a que designamos especulação com vista a aumentar a comis-são”. “O que está a acontecer em Macau é

que os agentes imobiliários, no momento das renovações, e para ganharem uma maior comissão, aumentam estupidamente o valor das rendas que, em alguns casos, chega a ser em 70%. Esta é a principal ou, talvez mesmo, a única razão pela qual os preços das rendas aumentam.”

Contudo, o grupo assume que “nada te-mos contra os agentes imobiliários”, uma vez que “desempenham a função deles, a troco de uma comissão”. “O que não queremos é que todo o mercado seja regulado pelos preços que estes ditam. A nossa missão é criar uma plataforma de encontro entre senhorios e arrendatários, para que estes tenham a alternativa de fazerem as coisas sem intermediação, aliás, tal como acontece por todo o mundo. Os agentes imobiliários não podem postar no nosso grupo.”

Para já, o “bye bye real estate agencies” conta com mais de 1000 membros, sendo que, em apenas seis horas, 600 pessoas aderiram à iniciativa. “Compreendemos que num mercado livre o Governo não queira intervir. De qualquer forma, se os preços continuarem a aumentar desproporcio-nadamente, julgamos que não resta outra alternativa ao governo senão tabelar estes aumentos.” - A.S.S.

Jogo Ministério Público identificadois suspeitos de burla

O Ministério Público (MP) decidiu aplicar medidas de coacção a dois indivíduos suspeitos de burla,

que terão de se apresentar “às autoridades competen-tes” de 15 em 15 dias. Em comunicado, o MP explica que os dois suspeitos têm o apelido Wong e têm 22 e 25 anos, sendo residentes locais e agentes de rela-ções públicas de um casino. “A 12 e 13 de Fevereiro deste ano, um dos suspeitos conseguiu, no processo de trabalho, obter o código secreto da conta de jogo de um cliente VIP e mudou o número de telefone de contacto registado na sala VIP. Sem autorização do cliente, transferiu quatro milhões de dólares de Hong Kong dessa conta para a conta do outro suspeito. O dinheiro foi levantado de imediato pelos dois suspeitos que perderam quase tudo no jogo.”

Na notícia publicada na edição de ontem deste jornal, com o título “Governo aumenta subsídios”, houve uma imprecisão nos valores dos apoios financeiros que serão dados a cursos de formação e escolas. Assim, deve ler-se que: “O subsídio para a escolaridade gratuita, se situa entre as 810 mil e 1.240 mil (um milhão e duzentas e quarenta mil) patacas; que o subsídio para optimização dos rácios turma/professor ou professor/alunos...” será entre as 197.400 e as 317.600 mop; quanto ao subsídio para manuais escolares para os alunos do ensino secundário ele é de 2.800 patacas, enquanto que o subsídio para materiais escolares é de 2.500 mop, também, para o ensino secundário e de 2.000 mop para os ensinos infantil e primário; o aumento de vagas 60 para 100 alunos, do Plano de Financiamento para a frequência de cursos de educação por alunos excelentes, refere-se aos alunos que vão frequentar cursos dos ensinos infantil, primário, ensino especial e língua portuguesa em Portugal, entre outros, e não apenas para os que vão para Portugal. Quanto ao subsídio para o Curso Preparatório de Língua e Cultura Portuguesas ele é de 105 mil patacas enquanto que para a Licenciatura em Português e Espanhol/Mestrado em Educação/Licenciatura ou Mestrado em Língua Estrangeira Aplicada será de 200mil patacas. O montante máximo das bolsas especiais irá variar entre as 2.820 e as 6.360 patacas. Finalmente o rendimento, médio, mensal, de uma família de quatro elementos para receber subsídio terá de ser de 14.160 patacas.” Aos visados e leitores as nossas desculpas.

AMBIENTE MIECF 2014 ARRANCA AMANHÃ NO VENETIAN

Uma questão de negócios verdespresidente do Instituto de Pro-moção do Comércio e do In-vestimento de Macau (IPIM), Jackson Chang, salientou a importância do certame no território. “Após seis edições, este evento já se tornou numa importante plataforma para o intercâmbio e cooperação no domínio ambiental entre as empresas internacionais e as suas congéneres do interior da China, promovendo a eleva-ção da indústria ambiental em todos os seus aspectos e dando

um contributo positivo para acelerar a diversificação ade-quada do tecido económico de Macau”, disse o presidente do IPIM.

Para além de Jackson Chang, também o director dos Serviços de Protecção Ambiental, (DSPA), Cheong Sio Kei, reforçou a ideia da importância do evento. “Sendo uma cidade com um suporte económico no turis-mo, é importante que Macau se esforce para se articular

com o seu posicionamento regional de desenvolvimento como um “Centro de turismo e lazer mundial” , construir uma cidade de baixo nível de carbono e de desenvolvi-mento sustentável, afirmou o presidente da DSPA.

PORTUGAL COM FULGORPortugal traz até ao Fórum a maior representação de sempre, com 24 empresas do sector ambiental a mar-carem lugar no certame

que contará também com a presença do secretário de Estado do Ambiente, Pau-lo Lemos. A delegada da AICEP em Macau, Maria João Bonifácio indicou que a presença do secretário de estado em Macau tem como objectivo o reforço da coo-peração na área ambiental. “Os objectivos desta visita visam aprofundar e reforçar as relações de cooperação na área do ambiente com a RAEM, bem como interna-

cionalizar a área da econo-mia verde, em particular dar a conhecer a experiência e o conhecimento obtido pelas empresas portuguesas no processo da rápida infra--estruturação do país nas áreas do aparecimento de água, saneamento básico, resíduos e energia”, salien-tou Maria João Bonifácio.

Ao longo dos três dias do Fórum vão ser realizadas nove conferências e dois seminá-rios, para além das 490 bolsas de contactos já agendadas. De salientar a presença do Nobel da Economia Joseph Stiglitz como um dos oradores parti-cipantes do evento, que conta este ano com um orçamente semelhante ao do ano passado, de 25 milhões de patacas.

Imobiliário No Facebook para acabar com especulação

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O HOJEMACAUERROU

7 sociedadehoje macau quarta-feira 26.3.2014

CECÍLIA L [email protected]

C OMO formar os talen-tos que podem, um dia, assumir cargos de topo no Governo e na Função

Pública? Como apostar na for-mação dos talentos tão desejados pelo Chefe do Executivo, aos quais dedicou grande parte do seu programa para as Linhas de Acção Governativa (LAG)? Essas e outras questões foram ontem abordadas no seminário que decorreu na Universidade de Macau (UMAC).

Liu Bolong, professor do departamento de Administração Pública da UMAC, defendeu a criação de uma escola vocaciona-da para a formação de funcionários públicos a um nível mais elevado,

Os funcionários públicos, especialmente os dirigentes, foram a Pequim e a Xangai estudar as sucessivas experiências nesta área, mas há especialidades dentro da Administração Pública. Cada território tem as suas questões, e a experiência de um não é necessariamente adequada a MacauLIU BOLONG Professor do departamento de AdministraçãoPública da UMAC

A criação de uma escola superior para os assuntos da Função Pública e trabalho governativo foi uma ideia defendida por muitos dos onze docentes que ontem estiveram no debate da Universidade de Macau

SEMINÁRIO ACADÉMICOS DEBATERAM IDEIA NA UMAC

Escola de Administração Pública para talentospara além dos cursos superiores já existentes. “Os funcionários públicos, especialmente os diri-gentes, foram a Pequim e a Xangai estudar as sucessivas experiências nesta área, mas há especialidades dentro da Administração Pública. Cada território tem as suas ques-tões, e a experiência de um não é necessariamente adequada a Macau”, disse sobre o mecanismo de longo prazo para a formação de talentos.

O docente fez mesmo uma com-paração com a Escola Superior de Forças de Segurança, que depois da transferência de soberania formou muitos “talentos”, o que melhorou a segurança de Macau. “A UMAC dá apoio à formação das forças de segurança e, na Função Pública, acho que isso também será possí-vel, e é também necessário.”

Liu Bolong disse ainda que, para além da criação de uma escola superior para a Função Pública, é necessário criar um mercado justo e eficiente para os talentos já existentes. “Temos de fazer com que os talentos locais contribuam para a sociedade, mas não podemos adoptar uma política discrimina-tória e recusar os talentos de fora que chegam a Macau. Temos de ter um ambiente de concorrência,

em que qualquer pessoa pode ser promovida.”

“GOVERNO TEM DE COMEÇAR JÁ”Zhu Shoutong, docente do depar-tamento de chinês, concordou com o colega, tendo citado dados de 2012, que mostram que 41% dos trabalhadores da Função Pública têm o nível de escolaridade igual ou inferior ao da escola secundária. “Esta situação é impossível de acontecer em qualquer cidade ou província da China. Isso mostra que o problema de talentos tornou--se numa questão urgente para a sociedade de Macau, mesmo ao nível da Função Pública.”

Zhu Shoutong sublinhou que, quando o Governo diz que neces-

sita de um longo prazo para fazer uma politica, significa que não a quer implementar já. “Mas a questão é urgente para a sociedade e o Governo tem de começar já.”

Fan Xitao, director da Faculdade de Educação da UMAC, disse que é muito fácil encontrar emprego em Macau apenas com a licenciatura. Contudo, “teria confiança num professor de 20 anos para ensinar o seu filho? Num médico licenciado para curar a sua doença? Temos de fazer um plano a dez anos para que as pessoas tenham tempo de avançar nos seus estudos”.

Liu Ting Chi, professor da Facul-dade de Gestão de Empresas, con-corda também com Liu Bolong, de-fendendo a criação de um “ambiente

de concorrência”. “Macau precisa de criar condições de competitividade para que os talentos regressem a Macau, oferecendo um ambiente de vida com qualidade. Muitos talentos não querem voltar a Macau porque não terão uma carreira a progredir a longo prazo.”

BAIXO NÍVEL DE FORMAÇÃO Iau Teng Pio, professor da Faculda-de de Direito, disse que os actuais residentes com 40 ou 50 anos não estudaram além do ensino secun-dário. “Temos de dar mais atenção para os residentes locais com licen-ciatura, mestrado e doutoramento e formarmos mais talentos a nível mundial. O Governo da RAEM tem essa responsabilidade de formar os residentes que já têm emprego.”

Li Tao, docente na área da Administração Pública, disse que como existe uma única indústria na economia, os talentos ficam de fora ou vêem-se “deslocados” no empre-go. “Uma cidade só com indústria mineira todos vão ser mineiros, mesmo que tenham licenciatura. Em Macau a maioria dos residen-tes trabalha no jogo e outros, com licenciatura, lutam por um emprego no Governo. Aqui uma licenciatura em outra área nada vale no mercado. Dizemos que temos de aprender com as experiências de Hong Kong e Singapura, mas estas regiões têm uma economia diversificada. Macau deve aprender com a Arábia Saudita: ambos têm recursos, mas apenas uma indústria.”

Teresa Vong, docente da Facul-dade de Educação, defendeu uma formação desde o ensino infantil. “Os talentos não podem surgir de repente, no ensino superior. Po-demos começar por ter um ensino excelente no pré-escolar.”

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8 hoje macau quarta-feira 26.3.2014CHINA

O S familiares das vítimas chine-sas do avião da Malaysia Air-

lines que se despenhou no Oceano Índico protestaram ontem em frente da embai-xada da Malásia em Pequim.

Com 239 passageiros a bordo do avião, 153 dos quais chineses, os familiares acusam a Malásia de ser “assassina” e continuam desconfiados que a verdade não está a ser revelada na totalidade. “Exigimos o regresso dos nossos” ou “eu não posso imaginar viver sem ti” eram frases que po-diam ler-se em t-shirts que os manifestantes vestiam, o que deixa também perceber que o protesto terá sido pre-parado e não foi espontâneo como se quis fazer crer.

A polícia chinesa colo-cou cerca de 30 efectivos junto às instalações da embaixada da Malásia e fechou o trânsito na rua da representação diplomática, impedindo as pessoas de se aproximarem.

O protesto partiu do hotel onde há cerca de duas semanas estão alojados os familiares dos passageiros chineses do voo da compa-nhia malaia e que tem sido o centro das reuniões mantidas entre esses familiares e os responsáveis da Malaysia Airlines.

As autoridades malaias

O ministério do Comércio da China anunciou ontem o fim de investigações sobre alega-

da concorrência desleal contra vinhos importados da União Europeia (UE), depois de um acordo alcançado entre os produtores chineses e europeus na semana passada.

A Associação de Bebidas Alcoó-licas da China (CADA, na sigla em inglês), que solicitou em meados do ano passado estas investigações, pediu o seu levantamento em 19 de Março, informou o ministério num comunicado publicado na sua página oficial na Internet.

A CADA e o seu equivalente euro-peu, o Comité Europeu de Empresas de Vinho (CEEV), assinaram na semana

passada um acordo que põe fim a meses de tensões comerciais.

Muitos observadores consideraram que a investigação sobre os vinhos europeus foi uma represália contra as investigações abertas na UE sobre as exportações chinesas de painéis solares.

Bruxelas sempre defendeu que as acusações chinesas contra o vinho europeu eram infundadas e que os subsídios ao sector vitivinícola da UE (considerados ilegais pelos produtores chineses) eram compatíveis com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC).

De acordo com os últimos dados completos (de 2012), cerca de 70 por cento das exportações europeias de vinho para a China procediam de Fran-

ça, com Espanha na segunda posição, com 11,7 por cento da quota, e Itália em terceiro lugar, com 10 por cento.

O fim do contencioso do vinho euro-peu, um dos mais intensos que se viveu nas relações comerciais entre a China e a UE nos últimos anos, coincide com a visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a quatro países da União Europeia (França, Alemanha, Holanda e Bélgica).

VINHOS FIM DO CONTENCIOSO SOBRE ALEGADA CONCORRÊNCIA DESLEAL DA UE

Amigos como sempre

VOO MH370 FAMILIARES DOS PASSAGEIROS CHINESES EM PROTESTO

Descartada possibilidade de sobreviventes

descartaram ontem a pos-sibilidade de encontrar sobreviventes do avião da Malaysia Airlines que, ale-gadamente, se despenhou no sul do Oceano Índico. “Depois de 17 dias e tendo como base as evidências, temos que aceitar a dolorosa realidade de ter perdido o voo MH370 e que não há sobreviventes”, afirmou Nor

Yusof, director da compa-nhia aérea numa conferên-cia de imprensa em Kuala Lumpur.

Já Ahmad Jauhari Yahya, conselheiro delegado da Malaysia Airlines reafirmou que as “evidências” apontam para que o avião desapareci-do se tenha despenhado no sul do Oceano Índico, ainda que até agora não tenham sido encontrados quaisquer destroços da aeronave.

O Boeing 777 da Ma-laysia Airlines descolou de Kuala Lumpur na madru-gada de 8 de Março rumo a Pequim com 239 passagei-ros a bordo e nunca chegou ao destino.

Poucos minutos depois da descolagem, o aparelho desapareceu dos radares numa acção, alegadamente, propositada de quem estava aos comandos do aparelho dado que, sabe-se agora, este voou várias horas sem que tenha sido emitido qualquer aviso de emergência ou dada a conhecer a sua localização.

QUEBRA-GELO XUELONGVAI CONTINUAR AS BUSCASAs autoridades chinesas anunciaram também ontem que o navio quebra-gelo Xuelong vai continuar as buscas por destroços do

Boeing 777 da Malaysia Airlines na região sul do Oceano Índico.

Um despacho da agência Xinhua dá conta que o navio está agora a 130 milhas náutica das coordenadas for-necidas segunda-feira pelo avião chinês que identificou objectos a flutuar nas águas que podem estar relacionados com o avião desaparecido.

A Xinhua refere também que devido ao mau tempo que se faz sentir na zona de buscas, o navio diminuiu a velocidade, mas está a cami-nho da zona alvo de buscas.

Na segunda-feira o go-verno chinês pediu à Malá-sia que entregasse “toda a informação e provas” que levaram a concluir que o avião da Malaysia Airlines caiu no Oceano Índico.

A posição de Pequim foi comunicada pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei, numa breve nota divulgada depois da conferência de imprensa em que o primeiro--ministro da Malásia, Najib Razak, informou que os no-vos dados de satélites tinham confirmado que a última po-sição do avião desaparecido tinha sido no sul do Oceano Índico, a sudoeste de Perth (Austrália).

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9 chinahoje macau quarta-feira 26.3.2014

PUB

ANÚNCIOHM-2ªvez 26-3-14

Proc. Execução Ordinária nº. CV3-13-0065-CEO 3º Juízo Cível

EXEQUENTE: MGM GRAND PARADISE S.A., com sede em Macau, na Avenida Dr. Sun Yat Sen, s/nº - Edifício MGM Grand Macau, Macau. ----------------------------------EXECUTADO: ZHANG KAIXIN, ausente em parte incerta, com última residência conhecida em Macau na Rua de Coimbra, nº 568 – Complexo Nova City, Torre 5, 35º andar D, Taipa, ou Rua de Chiu Chau, nº 185, Edifício Happy Valley Mansion 19 – AC (Bloco 3), Taipa ou Rua de Fat San, nº 7 – 61, Edifício Happy Valley Mansion, Bloco 2, 19º andar AD, Taipa. ---------------------------------------------

*** FAZ-SE SABER que, pelo Tribunal, Juízo e processo acima referidos, correm ÉDITOS DE TRINTA (30) DIAS, a contar da data da segunda e última publicação dos respectivos anúncios, citando, o executado acima identificado, para no prazo de VINTE (20) DIAS, decorridos que sejam os dos éditos, pagar ao exequente a quantia de MOP$4,227,380.57 (Quatro Milhões, Duzentas e Vinte e Sete Mil, Trezentas e Oitenta Patacas e Cinquenta e Sete Avos), e demais acréscimos legais, ou no mesmo prazo, deduzir oposição por embargos ou nomear bens à penhora, sob pena de não o fazer ser devolvido ao exequente o direito de nomeação de bens à penhora e seguindo o processo os ulteriores termos até final à sua revelia, com a advertência de que é obrigatória a constituição de advogado, do citado diploma, caso sejam opostos embargos ou tenha lugar a qualquer outro procedimento que siga os termos do processo declarativo. ----------------------------- Tudo conforme melhor consta do duplicado da petição inicial que neste 3º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta Secretaria Judicial nas horas normais de expediente. ------------------------------------

Macau, 19 de Março de 2014***

VOO MH370 FAMILIARES DOS PASSAGEIROS CHINESES EM PROTESTO

Descartada possibilidade de sobreviventes A China quer uma explicação clara de Washington sobre as repor-

tagens que denunciaram que a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos infiltrou servido-res na sede da gigante das telecomunicações chinesa Huawei Technologies Co HWT.UL, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país esta segunda-feira.

O presidente chinês, Xi Jinping, levantou a questão num encontro com o pre-sidente dos EUA, Barack Obama, à margem de uma reunião da cimeira sobre segurança nuclear em Haia, e ouviu como resposta que os Estados Unidos não espiam com a intenção de ganhar vantagens comerciais, afir-mou o vice-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes. “Não partilhamos informações com as nossas empresas”, declarou Rhodes aos jorna-listas em Washington.

O porta-voz da chancela-ria chinesa, Hong Lei, disse que a China está “extrema-mente preocupada” com as

O Presidente taiwa-nês, Ma Ying-jeou, convidou repre-

sentantes dos estudantes que protestam contra um acordo de serviços com a China para um diálogo no palácio presidencial que deve acontecer “sem condi-ções prévias”, disse ontem o porta-voz do líder da ilha.

Ma Ying-jeou espera, assim, contribuir para o fim da ocupação do parlamento que os manifestantes ocu-pam há uma semana. “O

Presidente espera um diá-logo democrático e racional com os líderes dos protes-tos”, disse o porta-voz.

Na resposta ao desafio de Ma Ying-jeou, um dos líderes dos protestos, Lin Fei-fan, aceitou o encontro “sem condições prévias”, desde que se fale de um estabelecimento de um mecanismo que supervisio-ne os pactos com a China, antes de começar a revisão do acordo de serviços.

Por outro lado, o pre-

sidente do parlamento, Wang Jin-pyng, convocou reuniões entre deputados de diferentes partidos para tentar um consenso sobre a forma de continuar o processo legislativo do acordo.

Apesar dos esforços, não existe ainda acordo dado que o Partido Democrático Progressista, na oposição, exige a renegociação do pacto com a China, ao passo que o ‘governante’ Kuomintang é favorável à

revisão, artigo por artigo, do texto do acordo.

Os protestos contra o acordo de serviços com a China selado a 29 de Ju-nho de 2013 em Xangai e entregue no parlamento a 17 de Setembro do mesmo ano, desencadeou também a ocupação de gabinetes do Governo e a consequente acção policial para de-salojar os manifestantes que acabaria por provocar 174 feridos e dezenas de detidos.

HUAWEI PEQUIM EXIGE EXPLICAÇÕES DE WASHINGTON SOBRE ESPIONAGEM

Mostrar o cartão amareloacusações de espionagem. “Recentemente, a impren-sa internacional publicou uma grande quantidade de reportagens sobre espio-nagem, vigilância e roubo de segredos por parte dos Estados Unidos a outros países, incluindo a China”, disse Lei em conferência de imprensa.

“A China já apresentou muitas queixas aos Estados Unidos sobre este assunto. Exigimos que os Estados Unidos apresentem uma explicação clara e acabem com estes actos.”

As questões sobre ciber--espionagem abalaram as relações entre a China e os EUA, com ambos os lados a acusarem-se mutuamente de espionagem.

No sábado, o New York Times e a revista alemã Der Spiegel publicaram artigos com informações sobre a Huawei contidas em

documentos sigilosos for-necidos aos jornalistas pelo ex-prestador de serviços da NSA Edward Snowden.

A Der Spiegel informou também que a NSA tinha como alvo a liderança política da China, incluin-do o ex-presidente Hu Jintao e os ministérios do Comércio e dos Negócios Estrangeiros.

A porta-voz do Depar-tamento de Estado dos EUA Marie Harf disse que não poderia comentar so-bre operações específicas em países específicos, mas afirmou que, de acordo a lei do país, toda a actividade de inteligência é focada “nas necessidades de se-gurança nacional do nosso país”. “Nós colectamos in-formações de sinais exclu-sivamente onde existe uma inteligência estrangeira ou com objectivo de (estabe-lecer uma actividade de) contra-inteligência”, disse Marie Harf em conferência de imprensa.

“Por outras palavras, não recolhemos estas informa-ções para dar às empresas norte-americanas vantagens económicas.”

TAIWAN PRESIDENTE CONVOCA ENCONTRO COM MANIFESTANTES

A falar nos entendemos

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10 EVENTOS

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GUIA DAS ESPECIARIAS • vários autoresTudo o que precisa de saber sobre especiarias; História e origem das especiarias; Informações botânicas sobre as especiarias: características, localização e cultivo; Componentes e propriedades; Aplicação das especiarias na cozinha e na medicina; Misturas de especiarias mais importantes.

hoje macau quarta-feira 26.3.2014

A sua invenção pre-ferida é o lápis, pensou seriamen-te em ingressar

na universidade para jogar râguebi e acabou por ficar conhecido como “o arquitecto do papel” pela sua pulsão por uma arquitectura soluciona-dora de problemas urgentes. Influenciado tanto pelo ícone finlandês Alvar Aalto quanto pelo trabalho dos carpinteiros na sua infância, Shigeru Ban recebeu o Pritzker e a crítica mundial vê a sua distinção como um sintoma da mudança de foco na arquitectura mun-dial - afinal, ele é o primeiro a falar da sua desilusão com o facto de a arquitectura se fazer sobretudo para o poder e para os privilegiados.

A sua escolha pela Fun-dação Hyatt, que atribui o Pritzker, “é tanto inesperada quanto boa”, escreve o Fi-nancial Times, e o veterano da crítica de arquitectura do Chicago Tribune, o vencedor do Pulitzer de crítica Blair Ka-min descreve os seus edifícios como “simples, mas elevado-res do espírito”, abrigos e fon-tes de dignidade para vítimas da guerra civil, genocídio, sismos e tsunamis. “É o arqui-tecto com maior consciência social que alguma vez ganhou o Pritzker”, escreve Kamin, “e o primeiro a vencer baseado largamente em estruturas que são temporárias”.

Para Julie V. Iovine, espe-cialista de arquitectura do Wall

Street Journal, “seria difícil imaginar outro arquitecto que personificasse com maior perfeição a actual disposição da arquitectura, que favorece a relevância social ampla em vez de formas icónicas, ao mesmo tempo que consegue distinguir-se em desenhos que são refinadamente belos”. Io-vine destaca ainda que Shigeru Ban tem “basicamente a mes-ma abordagem” quando traba-lha com os mais importantes museus do mundo ou quando faz “abrigos de emergência, usando materiais económicos com um sentido de perícia e de efeitos generosos de luz natural”.

O ARQUITECTO DA MUDANÇAO crítico do New York Times Michael Kimmerman, descre-ve o filho de um funcionário da Toyota e de uma designer de moda como “arquitecto da mudança social” e contextu-aliza – a sua distinção com o Pritzker, o mais importante prémio mundial atribuído a um arquitecto (e, em toda a sua história, a apenas duas arquitectas), representa um processo de lenta mudança na profissão. E que vem de dentro e da juventude – “os jovens arquitectos parecem mais e mais interessados no que estou a fazer”, diz Shigeru Ban, que nunca fala de sustentabilidade mas cujo trabalho, como resume o El País, se trata de fazer o má-ximo com o mínimo. “Toda

a gente costumava querer ser um arquitecto-estrela. Já não é o caso”, disse Ban ao crítico do diário nova-iorquino na se-mana passada, antes de saber que iria ser o Pritzker 2014. “Já chamaram ao prémio um concurso de beleza. Agora é um sinal de que o bom design e as boas obras podem ambos ser recompensados”, elogia Kimmerman, que não esque-ce aquilo que um olhar atento ao portfólio do arquitecto japonês evidencia: Shigeru Ban tanto faz as grandes obras que o poderiam conotar com o estrelato, os grandes museus e as sedes ou pavilhões para marcas multinacionais, quan-to os projectos de emergência nas zonas mais necessitadas do globo. No fundo, é um pioneiro, responsável por pro-longar e alargar “a definição da arquitectura temporária e a utilização de materiais re-ciclados, pré-feitos e amigos do ambiente antes de muitos outros estarem a pensar” nisso, diz o crítico do Times.

Do outro lado dos Esta-dos Unidos, o crítico do Los Angeles Times Christopher Hawthorne acrescenta que o japonês “não só está a criar habitação” em áreas neces-sitadas, mas também “a criar igrejas ou centros comunitá-rios onde as pessoas se podem juntar – e juntar-se num local que está bem desenhado, que lhes dá uma certa sensação de dignidade entre todo o caos que as rodeia”.

U MA empresa braca-rense decidiu criar uma plataforma para

divulgação de artistas, onde os mesmos vão poder expor as suas obras numa “galeria online”, mas também “fí-sica e tradicional”. O novo espaço destina-se a artistas de “todos os quadrantes” e vai estar disponível a partir do próximo dia 5 de Abril.

Pelo nome ‘SHAIR’, a plataforma nasceu do “de-safio” lançado pela empresa de construção bracarense aos trabalhadores do grupo para “encontrarem uma ideia de negócio” que dinamizasse a Galeria Emergentes dst.

A mesma tem por base a “oportunidade” de os artis-

tas exporem as suas obras, sujeitando-as à votação do público e de um especialista convidado pela galeria. As mais votadas são, depois, expostas no espaço físico da instituição. “Todos os meses, as setenta obras mais votadas vêm fisicamente para galeria e entram no processo de leilão electrónico, acessível a todo o mundo”, explica José Teixeira, presidente do conselho administrativo da construtora, à Lusa.

Para isso, será criada uma “dinâmica de rotatividade no espaço da galeria, dando oportunidade aos artistas, de exporem os seus trabalhos”. As obras seleccionadas ficam em exposição no espaço físico

durante um mês, para que sejam apreciadas e vendidas. Caso isso não aconteça, as mesmas “ficam em perma-nência na plataforma SHAIR, continuando, desta forma, acessíveis ao público”.

O preço base de cada cria-ção é decidido pelo artista, fi-cando a plataforma com 30% do valor de venda. “Trata-se de uma alternativa às galerias tradicionais que só fazem 2 ou 3 exposições por ano e apenas com determinados artistas ou correntes, refere o responsável. “Aqui, temos um leque muito mais aberto e possibilitamos, de forma muito mais próxima e com-petente, a internacionaliza-ção dos artistas”.

Vinho português no IPOR

O IPOR acolhe esta quinta-feira, no Café Oriente, uma mostra de vinhos portugueses na qual estarão repre-

sentadas oito regiões vinícolas e mais de 10 produtores (Alorna, Joaquim Arnaud, Ravasqueira, José Maria da Fonseca, Bacalhôa, Casa Horácio Simões, Sivipa, Quinta dos Plátanos, Quinta do Pessegueiro, Herdade do Cebolal, Herdade de Portocarro, Adega Cooperativa de Ponte de Lima, Lavradores de Feitoria, Niepoort) que aderiram à iniciativa organizada pela Força Motriz, informa o comu-nicado de imprensa da organização. O evento no IPOR, que decorre entre as 16 e as 20h, integra um conjunto de acções que a Força motriz está a realizar nas regiões Administrativas Especiais de Macau e Hong Kong que contaram com a cobertura institucional do Consulado Geral de Portugal em Macau, da AICEP e do IPOR e com o apoio do IFT - Instituto de Formação Turística de Macau, Fundação Rui Cunha, Associação de Sommeliers de Hong Kong e de Pedro Lobo, responsável da Palatium Wines, acrescenta a nota de imprensa.

ARTE NOVA PLATAFORMA LUSA SERVE DE REDE SOCIAL

Galeria para expor online

PRITZKER SHIGERU BAN COMO SINTOMADA FORÇA DA ARQUITECTURA “DA MUDANÇA SOCIAL”

O arquitecto humanitário

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eventos 11hoje macau quarta-feira 26.3.2014

C ÂMARA Municipal do Porto quer traçar uma rota de arte pública que

se estenda desde a Avenida dos Aliados até ao rio Douro. O anúncio foi feito esta segunda--feira pelo vereador da Cultura portuense, Paulo Cunha e Silva, que adiantou que a autarquia vai contar com apoios mecenáticos. “[Queremos] dotar a cidade de uma rota de arte pública através de um conjunto de intervenções num espaço que, desejavelmen-te, se situará entre a Avenida dos Aliados, passará pela Estação de S. Bento, descerá pela Rua das Flores, fará uma pequena para-gem no largo de S. Domingos, passará pelo espaço em frente à Alfândega, descerá pela Casa

do Infante e acabará no rio”, explicou Paulo Cunha e Silva à agência Lusa.

Esta terça-feira arrancou a primeira mostra inserida no âmbito desta rota de arte pública, o trabalho “Kneaded Memory”, de Dalila Gonçal-ves, no centro dos aliados. Segundo o vereador da Cul-tura, o plano da autarquia é contar com o apoio de privados que “queiram ver o seu nome inscrito no solo da própria cidade”. Isto porque, quem ajudar a financiar o projecto, terá direito a uma placa no chão “em que se dirá que o trabalho do autor em causa foi feito graças ao apoio mecená-tico de determinada empresa”.

De acordo com Paulo Cunha e Silva, a Câmara do Porto pretende que seja colo-cada na Estação de S. Bento, no coração da cidade, “uma obra que de certa forma [con-voque] os artistas para outras obras”, ambicionando-se que seja possível que, a partir de um ponto da rota, se veja tanto a peça seguinte como a anterior.

O governante disse ainda que as obras em questão se-riam “obras em permanência” e salientou que gostaria de poder assistir à colocação de uma ‘árvore’ do artista por-tuguês Alberto Carneiro no Largo de S. Domingos, “um largo sem árvores”.

Universidade de Oxford em concertos à capellaA universidade de Oxford em colaboração com várias entidades locais, como a Associação de Mútuo Auxilio do Bairro e a Associação Vocal de Macau, promovem nos próximos dias 31 de Março e 1 de Abril uma série de concertos à capella. Os eventos terão lugar no Colégio Anglicano de Macau, na Taipa, na escola Hou Kong e no Teatro Dom Pedro V.

Viúva de Errol Flynn morre aos 87 anosA actriz Patrice Wymore, mulher de um dos galãs do cinema de Hollywood, o actor Errol Flynn, morreu aos 87 anos devido a doença pulmonar, disse um porta-voz da família esta segunda-feira. A actriz Patrice Wymore morreu na sua propriedade em Portland, na Jamaica, no sábado, disse Robb Callahan, um representante da família Flynn. A loira nascida no Kansas iniciou a sua carreira nos palcos da Broadway, mas encontrou Flynn, famosos por interpretar o protagonista romântico do filme ‘Rocky Mountain’ - em português ‘Abnegação Heróica’, de 1950. Casaram no final de 1950 em Nice, França, e tiveram uma filha, Arnella. Flynn morreu em 1959. Patrice nunca mais voltou a casar. Patrice abandonou a carreira de actriz em 1970. Deixa um neto, o actor Luke Flynn, o único filho de sua falecida filha Arnella.

Indonésia proíbe exibição do filme ‘Noé’A Indonésia proibiu a exibição do filme “Noé” por receios de que este atente contra os valores islâmicos. Os responsáveis pela concessão de autorizações aos filmes no país proibiram a sua exibição, cujo lançamento estava previsto para sexta-feira, dado a lei islâmica proibir a representação de profetas. É que, dizem, além de ser uma figura bíblica Noé é também um profeta para os muçulmanos. A Indonésia é o país muçulmano mais populoso do mundo.

AUTARQUIA DO PORTO QUER CRIAR “ROTA DE ARTE PÚBLICA”

Dos Aliados até ao Douro

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12 hoje macau quarta-feira 26.3.2014

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P ORQUÊ visitar o não muito conhecido por estrangeiros lugar de Shapotou, semi-per-dido nas margens do alto rio

Amarelo, algures em Ningxia?Teve a ver com uma sedutora, so-

berba descrição da paisagem destes es-paços suspensos no meio do nada, lida num folheto turístico no hotelzinho de Yinchuan, capital de Ningxia. Falava em cinco maravilhas: o ar, a leveza, o deli-near dos contornos, a grandiosidade e o vazio. E, na minha libérrima tradução:

“Shapotou envolta nos fascínios da cor, suspensa no esvoaçar do silêncio, presa ao delinear dos contornos dos montes, prados e rios, esmagada pela magnificência do todo, envolta pelo esplendor do vazio.”

Aí vou a caminho de Shapotou 沙坡头 que significa “dunas de areia”. Chego no início de uma límpida ma-nhã nos fins de Maio de 2013, abso-lutamente sozinho. Desço pelo cami-nho largo sobranceiro ao rio Amarelo. Não há quase ninguém. Deixo cair os meus passos pela alameda da margem,

EM SHAPUTOU沙坡头

RIO AMARELO,COM O POETAWANG WEI 王維

António GrAçA de Abreu

verdejante, ajardinada, com flores de todas as cores bordejando águas bar-rentas, ocres, amarelas do rio que por aqui corre para norte, impetuoso, lar-go, também pacífico, com remoinhos e borbotões de lama.

Uma ponte suspensa, pedonal, con-duz à outra margem. Atravesso-a em passo lento, uns trezentos metros sobre o rio Amarelo. Embebedo os olhos no brilho baço do castanho do rio, diluo o sentir no todo circundante.

Turistas chineses – abençoadamen-te não muitos, – descem o rio em jan-

gadas feitas com peles de porco e de carneiro, insufladas e estanques para poderem flutuar, tendo por cima pe-quenas estruturas de bambu. Lanchas rápidas cruzam as águas. O rio Ama-relo, assoreado, enlameado, não é pra-ticamente navegável. Transporta tanta quantidade de loess, o pó castanho claro que dá o nome ao rio que, se encher-mos um copo com esta água e a dei-xarmos a descansar, ao fim de alguns minutos comprovaremos que temos um depósito de lama assente em quase meio copo.

Após uma caminhada de cerca de três quilómetros pelo jardim da mar-gem tenho, à direita, uma enorme duna de areia que sobe pela encosta. Há um teleférico no vai e vem com cadeiras suspensas. Há também um slide para os chineses deslizarem suspensos, e atra-vessarem o rio. Cá em baixo, os depó-sitos de lama e terra, mais a humidade das águas do rio possibilitaram solos acastanhados e férteis, tudo é verde-jante e fresco, pinheiros, chorões, ar-bustos, bosques de bambus, canteiros de flores. Subindo cinquenta metros, a areia é omnipresente. Deixo-me en-ganchar na cadeira do mini teleférico, faço a entusiasmente mas breve via-gem e saio no alto da enorme duna. Um panorama de espantar, horizontes de delumbramento e magia. Entendo melhor a poética descrição do folheto turístico. Cá em cima existem camelos para alugar e para dar um passeio pelos montes de areia. Alugam-se também uma espécie de trenós que servem para descer pelas dunas, a grande velocida-de. Um casal jovem - uma mulher boni-

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13 artes, letras e ideiashoje macau quarta-feira 26.3.2014

EM SHAPUTOU沙坡头

RIO AMARELO,COM O POETAWANG WEI 王維

ta e um rapaz simpático - preparam-se para a descida e precisam de quem os empurre no início da aventura. Vêm de Huhot, a capital da Mongólia Interior, acabaram de casar, estão em miyue蜜月, ou seja em lua-de-mel e pedem-me ajuda para dar o balanço inicial aos tre-nós. Desejo-lhes boa sorte, felicidade, empurro e aí vão eles pelo mar de areia, a caminho de bosques luxuriantes, de selvas citadinas de betão, por desertos de areia e pó.

A uns trezentos metros dos trenós levanta-se uma grande estátua. Adivi-nho um dos excelentes mandarins do passado. Aproximo-me, é um letrado da dinastia Tang (618-907), acho que o homem não me é estranho. Muita gente tira fotografias diante da figura apoiada num pedestal no alto da duna. É o meu poeta Wang Wei. Conheço--lhe bem a poesia, os cento e sessenta poemas que traduzi durante dois anos e publiquei em livro, em Macau em 1993, mas jamais o encontrara, assim majestoso e sóbrio, em qualquer outro lugar da China. Foi preciso vir a Shapo-tou, aos confins do império... Oh, uma lágrima cheia no canto do olho… Es-tes poetas, estes homens são um pouco do melhor que existe em mim, e aqui encontro Wang Wei, de corpo inteiro, com três metros de altura, avançando decidido em direcção ao deserto, na mão direita o pincel com que pintava e escrevia poesia. Gravado na pedra, ao lado da estátua, estão dois versos que logo identifico de um conhecido poe-ma de Wang Wei.

大汉孤 烟 直长 河 落日园

ou seja

Na vastidão do deserto, elevam-se rolos de fumo, na imensidão do rio, o sol desce como uma bola de fogo.

Eu sabia que no ano de 737, Wang Wei havia sido enviado como “censor e inspector das tropas deslocadas para as fronteiras do noroeste da China, na actual província de Gansu. Devia ela-borar relatórios, a enviar à corte, sobre a situação e desempenho dos militares

que zelavam pela defesa do império nas importantíssimas rotas comerciais da Ásia Central. (…) O poeta conhecia agora as regiões semi-desérticas para onde se estendia a Rota da Seda.”1

Wang Wei permaneceu durante dois anos junto dos militares que se deslocavam para estas terras ainda não sob o controlo total do império Tang. Compôs na altura dezenas dos cha-mados “poemas de fronteira.” Diante de mim, tenho dois versos gravados a estilete, do mais famoso poema de fronteira de Wang Wei que, acabei de saber, foi exactamente escrito em Sha-potou. Que alegria encontrar aqui o meu velho amigo das lides fantásticas da tradução, entendimentos poéticos e descoberta de nós!…

Dediquei-lhe as seguintes palavras logo no início do meu prefácio à tradu-ção da sua obra: “Grande poeta da Na-tureza, mandarim de condição, pintor, calígrafo, músico, eremita por gosto, pela quietude após o vagabundear do coração, Wang Wei 王维 (701-761) é uma das vozes mais sábias no imenso caudal de poesia que há trinta séculos, inunda o mundo chinês de inteligência e serenidade.”2

Em Shapotou, o deserto de Tang-

ger, uma parte do grande deserto do Gobi, desce ao encontro das águas do rio Amarelo. Daí os dez mil fascínioss do lugar. Até um pequeno troço da Grande Muralha da China passa pró-ximo. Eram as velhas fronteiras Ming que necessitavam de soldados e de muros altos para defender o império. Mas quem conhece a grandiosidade da Muralha noutros lugares da China não abana, nem um pouco, diante destes restos de Muralha na orla do deserto, com todo o aspecto de terem sido re-feitos há pouco tempo para entreter e cativar o turista de recentes jornadas.

Subindo seis quilómetros para nor-te, desde o rio Amarelo, acaba a re-gião autónoma de Ningxia e começa a Mongólia Interior, tudo bem delimita-do, com placas a indicar que estamos em terras mongóis e com uma estrada a sério, uma verdadeira pista de asfalto a partir do momento em que avançamos pela Mongólia chinesa. É outro pólo turístico. O deserto de Tengger que aqui começa é mais do que autêntico, com mongóis de verdade, mas também chineses a fingir de mongóis. Deixo-me conduzir para um destes aglomerados turísticos no meio de montes carecas, de areia e pedra fina. Tudo preparado

par receber milhares de viajantes. De-zenas de iurtas mongóis, de feltro, para abrigar as gentes, um restaurante e dis-coteca numa grande construção toda em madeira a imitar aqueles saloons que conhecemos dos filmes do farwest americano, carrinhas para transportar o turista de lugar para lugar. Camelos e cavalos descansam dentro das cercas de madeira, na areia cálida de Maio, à espera dos turistas que quase não há. Os guias do lugar, jovens com chapéus, echarpes e máscaras de gaze para os proteger do pó e das areias do deserto, desfazem-se em gestos e palavras sim-páticas ao acolher quem quer que seja. Mas onde estão os turistas, por onde pairam aquelas multidões de chineses que polulam por quase tudo quanto é China? Entro no aglomerado das iur-tas. Um grupo de estudantes da Uni-versidade de Yinchuan veio passar uns dias no deserto e ocupam duas iurtas. Tão raro verem um estrangeiro por es-tas bandas! Vêm ao meu encontro, saú-dam-me, oferecem-me um copo. Sen-tado no interior das suas iurtas (que de-sarrumação, cobertores, cuecas, roupa suja por todo o lado!) fazem-me as per-guntas do costume: Nǐ shì nǎ ge guó jiā de你是哪个国家的? “De que país é que tu és?” E depois, outra questão também tipo “chapa cinco”, mais ou menos as-sim”: Zài Zhōngguó nǐ qù guò shènme dìfāng在中国你去过什么地方, “Em que lu-gares é que já estiveste na China?” E eu a explicar-lhes, a dar a usual resposta, que sou português, um país pequeno ao lado da Espanha, da França, da Itá-lia, no sul da Europa, e quanto a terras chinesas, conheço alguma coisa, tenho andado por aí, já dei umas voltas pelo vossa Zhōngguó, a China.

Selamos a breve amizade com uns copos de aguardente de sorgo, com 47 graus de álcool, de graduação. Despe-ço-me e continuo viagem.

1 - Meu texto no prefácio à tradução Poemas de Wang Wei, Macau, Instituto Cultural de Macau, 1993, pag. 13. Ver a tradução completa deste poema na pag.104.

2 - idem, ibidem, pag. 7.

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14 publicidade hoje macau quarta-feira 26.3.2014

ANÚNCIO

Faz-se saber que, em relação ao concurso público para «EMPREITADA DE CONSTRUÇÃO DO CENTRO DE SERVIÇOS DA ADMINISTRAÇÃO DO EDIFÍCIO DO LAGO DA TAIPA», publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 11, II Série, de 12 de Março de 2014, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 2.2 do programa do concurso, e foi feita aclaração complementar conforme necessidades, pela entidade que realiza o concurso e juntos ao processo do concurso.

Os referidos esclarecimentos e aclaração complementar encontram-se disponíveis para consulta, durante o horário de expediente, no Instituto de Habitação, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau.

Instituto de Habitação, aos 19 de Março de 2014.

A Presidente, Substituta

Kuoc Vai Han

Aviso de recrutamento(N.º de recrutamento: 01/IH/2014)

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Transportes e Obras Públicas, de 16 de Dezembro de 2013, se encontra aberto o concurso comum, de ingresso externo, de prestação de provas, para o preenchimento de cinco lugares de auxiliar, 1.º escalão, área de servente, da carreira de auxiliar, em regime de contrato de assalariamento do Instituto de Habitação.

Para mais informações, queiram consultar o aviso de abertura do concurso publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.o 13, II Série, de 26 de Março de 2014, ou dirigir-se durante os dias úteis à recepção deste Instituto, sito na Travessa Norte do Patane, n.o 102, r/c, Ilha Verde, ou visitar a página electrónica deste Instituto: www.ihm.gov.mo.

Instituto de Habitação, aos 21 de Março de 2014.

A Presidente, Subst.a,

Kuoc Vai Han

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15 publicidadehoje macau quarta-feira 26.3.2014

AnúncioConcurso público para

«Empreitada de Construção de Habitação Pública no Seac Pai Van Lote CN6d – Equipamentosde Saúde e Cuidado a Idosos»

1. Entidade que põe a obra a concurso: Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas.2. Modalidade de concurso: concurso público.3. Local de execução da obra: Seac Pan Van, Lote CN6d4. Objecto da Empreitada: Construção de equipamentos de saúde e cuidado a idosos.5. Prazo máximo de execução: 850 (oitocentos e cinquenta) dias.6. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do acto público

do concurso, prorrogável, nos termos previstos no programa do concurso.7. Tipo de empreitada: a empreitada é por série de preços.8. Caução provisória: $ 7 500 000,00 (sete milhões e quinhentas mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro,

garantia bancária ou seguro-caução aprovados nos termos legais.9. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber em cada um

dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar).10. Preço base: não há.11. Condições de admissão: serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução

de obras, bem como as que à data do concurso tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição.

12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas:Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar;Dia e hora limite: dia 7 de Maio de 2014, quarta-feira, até às 17,00 horas.

13. Local, dia e hora do acto público:Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, sala de reunião;Dia e hora: dia 8 de Maio de 2014, quinta-feira, pelas 9,30 horas.Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

14. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo:Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar;Hora: horário de expediente;Preço: $ 4 000,00 (quatro mil patacas).

15. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:- Preço razoável: 60%;- Plano de trabalhos: 10%;- Experiência e qualidade em obras: 18%;- Integridade e honestidade: 12%;

16. Junção de esclarecimentos:Os concorrentes poderão comparecer na sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, a partir de 23 de Abril de 2014, inclusive, e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 19 de Março de 2014.

O Coordenador do GabineteChan Hon Kit

ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO N.º 3/P/14

- Obra de Beneficiação e Ampliação do Posto de Saúde de Coloane

1. Entidade que põe a obra a concurso: Serviços de Saúde.2. Modalidade de concurso: Concurso Público.3. Local de execução da obra: Largo do Presidente António Ramalho Eanes, em Coloane.4. Objecto da Empreitada: Para a Obra de Beneficiação e Ampliação do Posto de Saúde de Coloane.5. Prazo máximo de execução: 180 dias.6. Prazo de validade das proposta: o prazo de validade da proposta é de noventa dias, a contar da data do Acto Público do Concurso,

prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso.7. Tipo de empreitada: a empreitada é por Série de Preços.8. Caução provisória: MOP 288 000,00 (Duzentas e oitenta e oito mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária

ou seguro-caução aprovado nos termos legais.9. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos

parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar).10. Preço Base: não há.11. Condições de Admissão: Serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as

que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição.

12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: Secção de Expediente Geral dos Serviços de Saúde, que se situa no r/c do Edifício do Centro Hospitalar Conde de São Januário; Dia e hora limite: dia 5 de Maio de 2014 (segunda-feira), até às 17:45 horas. Em caso de encerramento dos Serviços Públicos da Região Administrativa Especial de Macau, em virtude de tempestade ou motivo de

força maior, a data e a hora estabelecidas para a entrega de propostas, serão adiadas para o primeiro dia útil seguinte, à mesma hora. 13. Local, dia e hora do acto público: Local: sala do «Auditório» situada junto ao Centro Hospitalar Conde de São Januário; Dia e hora: dia 7 de Maio de 2014 (quarta-feira), pelas 10:00 horas. Em caso de encerramento dos Serviços Públicos da Região Administrativa Especial de Macau, em virtude de tempestade ou motivo de

força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas do concurso público, serão adiadas para a mesma hora do dia útil seguinte.

Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

14. Visita às instalações : Largo do Presidente António Ramalho Eanes, em Coloane, no dia 2 de Abril de 2014 às 15:30 horas, para visita ao local da obra a que

se destina o objecto deste concurso.15. Local, hora e preço para consulta do processo e obtenção da cópia: Local : Divisão de Aprovisionamento e Economato dos Serviços de Saúde, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício Administração dos

Serviços de Saúde, 1.o andar. Hora: horário de expediente (Das 9:00 às 13:00 horas e das 14:30 às 17:30 horas). Preço: $514.60 (Quinhentas e catorze patacas e sessenta avos), local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde.16. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:

Preço razoável 50%

Plano de trabalhos 18%

Andamento da obra e prazo para execução da obra 18%

Experiência em construção 10%

Integridade e honestidade 4%

17. Junção de esclarecimentos: Os concorrentes poderão comparecer na Divisão de Aprovisionamento e Economato dos Serviços de Saúde, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, a partir de 26 de Março de 2014 (quarta-feira) até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Serviços de Saúde, aos 20 de Março de 2014Director

Lei Chin Ion

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16 DESPORTO hoje macau quarta-feira 26.3.2014

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ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO Nº. 2/P/14

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 3 de Março de 2014, se encontra aberto o Concurso Público para “Fornecimento de Produtos de Limpeza Específicos para Máquinas Industriais de Lavar Roupa para a Secção de Tratamento de Roupas e de Limpeza dos Serviços de Saúde”, cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 26 de Março de 2014, todos os dias úteis , das 9,00 ás 13,00 e das 14,30 ás 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, nº. 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1º andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos a pagamento de $ 49,00 (quarenta e nove patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo).

As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 22 de Abril de 2014.

O acto público deste concurso terá lugar no dia 23 de Abril de 2014, pelas 10,00 horas, na sala do “Auditório” situada junto ao C.H.C.S.J.

A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de $ 42.200,00 (quarenta e duas mil e duzentas patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária / Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 17 de Março de 2014

O Director dos Serviços,Lei Chin Ion

Liga convida Boavista a apresentar candidaturaA Liga de Clube informou, esta segunda-feira, as datas em que se vão realizar os jogos relativos ao ‘play-off’ para a vaga relativa à 18.ª equipa que vai competir no principal campeonato do futebol português, embora as mesmas estejam pendentes de uma candidatura do Boavista, que por direito próprio pode regressar à primeira liga desde que cumpra os pressupostos para tal. Nesse sentido, a Liga de Clubes, além de ter divulgado as datas dos jogos que vão acontecer entre o penúltimo classificado da Liga Zon Sagres e o terceiro da Liga 2 Cabovisão, convidou os axadrezados a apresentarem a sua candidatura ao campeonato da próxima época. No comunicado publicado no site oficial, a Liga informa que se o Boavista não apresentar uma candidatura, o alargamento de 16 para 18 equipas não irá acontecer.

Berdych elimina Sousa em MiamiTerminou a aventura de João Sousa em Miami. Depois de ter sido o primeiro português a atingir a terceira ronda de um Masters 1000, o tenista vimaranense não conseguiu apurar-se para os oitavos-de-final ao cair diante o checo Tomas Berdych. O número um português não teve argumentos para contrariar o 7.º tenista da hierarquia mundial e perdeu em dois sets de 2-6 e 4-6, ao fim de uma hora e 21 minutos. Ainda assim, com a presença na terceira ronda em Miami, João Sousa figura no 38.º lugar do ranking provisório, nova marca para o ténis nacional quando já era o melhor português de sempre (42.º). Berdych marcou encontro com o anfitrião John Isner na próxima ronda do torneio.

N UMA Europa sedentária, os portugueses es-tão entre os que

praticam menos actividades desportivas, segundo as con-clusões de uma sondagem do Eurobarómetro publicada nesta segunda-feira.

De forma geral, a maioria dos europeus (59%) afirma nunca ou raramente fazer desporto e apenas 8% dizem praticar desporto com regu-laridade, mas há diferenças a nível regional.

Os habitantes dos países do Sul da Europa são gene-ricamente os menos activos em termos desportivos, apesar de a Bulgária ser o país que apresenta o número mais alto de sedentarismo, com 78%, seguido de Malta (75%) e de Portugal, onde 64% dos inquiridos afirma-ram nunca fazer desporto.

É nos países do Norte que as pessoas praticam des-porto mais regularmente. Na Suécia, 70% dos inquiridos afirmaram participar em al-guma actividade desportiva pelo menos uma vez por semana, seguidos de perto pelos dinamarqueses (68%) e pelos finlandeses (66%).

O desfasamento entre os dois grupos de países

Lionel Messi pode vira ser o jogador mais bempago do mundoJosep Maria Bartomeu, presidente do Barcelona, anunciou esta terça-feira que Lionel Messi vai passar a ser o jogador mais bem pago do mundo depois de concluídas as negociações para renovação de contrato do craque argentino. Segundo avançou o dirigente, “[Messi] é o número um, como já afirmámos várias vezes, ele merece ser o mais bem pago do mundo” e o novo contrato está já a ser negociado com o pai e o agente de Messi. “Estamos a meio da época, não é o momento de negociar com o jogador, mas é altura de falar com o pai e com o agente”, defendeu Bartomeu. O actual vínculo é válido até Junho de 2018 e a vontade do presidente Catalão é estender a duração do contrato, uma vez que “Messi tem sido decisivo nos sucessos do clube”. “Teremos Messi no Barça por muitos anos”, acrescentou, afastando todo e qualquer possível cenário de saída do astro argentino. Para este objectivo, os números do novo contrato de Messi terão de suplantar os que constam no contrato que Cristiano Ronaldo assinou com o Real Madrid em Setembro passado.

EUROBARÓMETRO PIOR QUE PORTUGAL, APENAS A BULGÁRIA E MALTA

Portugueses fazem pouco desportopode estar relacionado com a própria metodologia do questionário, observa a investigadora da Faculdade de Motricidade Humana (FMH), Diana Santos. “No Sul não se associam as ac-tividades como caminhar, correr ou andar de bicicleta ao desporto, por não ser algo estruturado”, diz ao jornal Público a especialista, que refere ser necessária uma “medida objectiva” daquilo que é a prática desportiva.

Cerca de dois terços dos europeus estão sentados du-rante um período entre duas horas e meia e oito horas e meia num dia normal e há mesmo 11% dos inquiridos que afirmam passar mais de oito horas e meia por dia sentados.

Face aos dados do último inquérito europeu sobre este tema, de 2009, Portugal re-gista um aumento do número de pessoas sem hábitos de prática desportiva. Há cin-co anos, eram 55% os que respondiam não ter qualquer actividade física, contra os 64% actuais.

Para a comissária eu-ropeia para o Desporto, Androulla Vassiliou, “os resultados da sondagem Eurobarómetro confirmam

a necessidade de medidas para incentivar mais pessoas a fazer desporto e a praticar actividade física”.

SEM TEMPO PARA DESPORTOEntre as razões que impedem os europeus de realizar des-

porto, a falta de tempo (42%) e o desinteresse (20%) são as mais apontadas.

Para combater a falta de tempo para a prática despor-tiva, Diana Santos nota que “se uma pessoa entra [no tra-balho] às 9 horas e sai às 17h,

não vai ter tempo” para fazer desporto. A investigadora sugere “uma mistura entre a flexibilização do horário de trabalho e a proximidade [dos locais de trabalho] a sítios onde se possa praticar desporto”. “A flexibilidade [dos horários] pode ajudar a quem faz pouco desporto a não deixar de o fazer e até passar a fazer mais”, sublinha Diana Santos. Em termos gerais, a investiga-dora da FMH realça que no que respeita ao número de pessoas que diz prati-car desporto regularmente, “Portugal está em linha com a média europeia”, de 8%.

Para a investigadora a forma de aumentar o núme-ro de pessoas que praticam desporto em Portugal deve ser a educação. O gosto pela actividade física “tem que vir da educação da própria pessoa, que tem que valo-rizar a prática desportiva”. “Apenas campanhas, sem haver trabalho de base, não terão impacto”, afirma Diana Santos, que dá o exemplo do efeito reduzido que teve a promoção do exercício físico no Reino Unido durante os Jogos Olímpicos de Londres para os hábitos dos britânicos.

Entre 2009 e 2013, o Reino Unido registou um aumento do número de pessoas que dizem nunca praticar actividade física.

O estudo inquiriu qua-se 28 mil pessoas nos 28 Estados-membros durante a última semana de Novembro de 2013. Em Portugal houve 1055 respostas.

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hoje macau quarta-feira 26.3.2014 FUTILIDADES 17

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 18 MAX 26 HUM 65-95% • EURO 11.0 BAHT 0 .2 YUAN 1.3

Americana de 27 anosleiloa virgindade• Uma mulher que diz ser estudante de medicina e se identifica como Elizabeth Raine, de 27 anos, está a “oferecer” a sua virgindade a quem pagar mais num leilão online. Elizabeth espera arrecadar pelo menos 400 mil dólares no leilão. Para isso, está a usar um agente australiano a fim de não violar as leis americanas contra a prostituição. A dona da virgindade leiloada, que diz ser loura de olhos verdes e ter 1,78m de altura, divulgou fotos no seu site, sem exibir o rosto. Ela acrescenta que pretende doar 35% do valor arrecadado no leilão para uma instituição de caridade. O vencedor terá direito a passar 12 horas com Elizabeth, que garante ter o apoio dos pais.

Idosa recomenda espermapara tratamento de pele• Uma sugestão polémica tornou uma idosa numa das novas celebridades da Internet. Stella Ralfini, de Londres, recomendou uma ‘receita caseira’ para os tratamentos de pele. É o esperma, garantiu, que lhe deixa a pele da cara “macia” aos 67 anos. “Você vai precisar de um parceiro”, explicou, em inglês, no vídeo que está a tornar-se viral nas redes sociais: “a cada dez dias ou duas semanas, tenham um bom tempo juntos e, quando a incrível sessão de amor acabar, espalhe a máscara de esperma nos dedos, coloque no rosto e deixe ficar por 15 minutos, para depois lavar”.

Pu YiPOR MIM FALO

PAMELA SOSA GARANTE CIRURGIAS PLÁSTICAS DE BORLA

Pamela Sosa transforma-se de ano para ano. De uma das mais sexy’s modelos argentinas, com várias produções de enorme sucesso, esta manequim apaixonou--se por um dos mais famosos cirurgiões plásticos da Argentina: Aníbal Lotocki. A manequim, sem receio, confessou e diz-se orgulhosa por ter feito qualquer coisa como 30 mil dólares em cirurgias para retocar várias partes do corpo. Será que os resultados são os melhores? Ela acredita que sim e o mediatismo continua a dar-lhe várias propostas de trabalhos no mundo da moda...

João Corvofonte da inveja

Uma questão pertinente Enquanto que em Hong Kong começam a surgir novamente vozes a pedir a necessidade da implementação do sufrágio universal, em Macau continuam a fazer-se jogos e feiras promocionais da Lei Básica. Contam-se pelos dedos das mãos as associações que falam, de facto, do assunto, mas e os cidadãos? Continuam fechados nos seus buracos. Macau não pode continuar a ser este território onde as pessoas parecem não ter opinião, ou, pior, parece que não estão preocupados em demonstrá-lo. Ontem, foram publicadas notícias sobre o mais recente estudo da Associação Nova Visão, onde se revela que a popularidade de Lau Si Io e Florinda Chan caiu bastante desde o último inquérito, mas que a popularidade de Chui Sai On mantém-se em bom plano. Contudo, também mostrou que mais de metade dos inquiridos disse não ter uma opinião formada. Há que acordar para o século XXI, ler, ter opinião e saber movimentar-se num meio competitivo. Se, em Fevereiro, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, William Hague, disse que o sufrágio universal na região vizinha deve ir de encontro às “aspirações” da população, é sinal de que o caso tem de começar a ser discutido e debatido. Se possível, nas ruas. Macau não pode estar imune a isso.

C I N E M ACineteatro

SALA 1DIVERGENT [C]Um filme de: Neil BurgerCom: Woodley, Kate Winslet, Maggie Q, Zoe Kravitz14.15, 16.45, 19.15, 21.45

SALA 2 NON-STOP [B]Um filme de: Jaume Collet-SerraCom: Liam Neeson, Julianne Moore14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 3NEED FOR SPEED [B]Um filme de: Scott WaughCom: Aaron Paul, Dominic Cooper, Imogen Poots14.30, 16.45, 21.30

300: RISE OF AN EMPIRE [C]Um filme de: Noam MurroCom: Sullivan Stapleton, Eva Green, Lena Headey19.30

DIVERGENT

Na Revolução Cultural, o problema das células estudantise operárias foram as metástases do poder.

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18 publicidade hoje macau quarta-feira 26.3.2014

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hoje macau quarta-feira 26.3.2014 19OPINIÃO

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

cartoonpor Stephff

José Goulão

E STENDEU-SE por um quarto de século o período de unipo-laridade – e impunidade – na cena mundial proporcionado pela queda do Muro de Berlim e a implosão da União Sovi-ética. Muros conservaram-se, outros reforçaram-se, alguns nasceram e crescem desde que, violando a Carta das Nações

Unidas, os Estados Unidos cometeram a primeira invasão do Iraque, em 1990, à frente de um rebanho de nações submis-sas. Mas esta semana a situação alterou-se qualitativamente.

Pela primeira vez nos últimos 25 alguém disse “basta!” ao império e seus servidores, sendo que estes não sabem o que fazer entre ameaçar grosso e sancionar fininho – é ar-riscado apertar muito a economia dos outros porque no estado em que está a própria o efeito de boomerang pode ser devastador.

Durante as últimas duas décadas e meia o império inventou e cultivou inimigos de que se foi servindo e com os quais foi co-laborando à medida da estratégia que tem como único fim fazer guerras para dividir e ocupar – directamente ou por interpostos gendarmes – de modo a reinar e explorar à vontade. Da cartola dos inimigos, alguns dos quais também às vezes bons amigos, foram saindo Bin Laden, os talibãs, Saddam Hussein, o terrorismo islâmico em geral, as mil e uma caras da Al Qaida, os ayatollahs do Irão, Bachar Assad, Muammar Khaddafi, Milosevic... a lista podia ser alongada mas não vale a pena.

Agora a coisa fia mais fino. Da sepultura da União Soviética, restaurados que estão os ademanes czaristas num sistema bem mais monárquico do que muitas monarquias que dizem sê-lo, surge o primeiro inimigo que efectivamente o é. Não aquele que se usa na propaganda para justificar o expansionismo aqui ou ali, conforme as conveniências de recursos e riquezas naturais, mas o que re-solveu dizer “parem aí, porque daí para cá mandamos nós”. E o império unipolar esta-cou perante uma alteração de fronteiras feita por outrem que não ele. Que atrevimento!

Aumentaram os riscos de as guerras regionalizadas se irem fundindo numa única de vastidões imprevisíveis? Provavelmen-te. Mas apesar de os que se definem como faróis da democracia terem proporcionado o regresso de nazis ao governo de um país europeu, reflictamos de modo a que os pa-ralelismos não se fiquem na década de trinta do século passado.

A situação económica mundial já o vinha indiciando, mas as crises síria e ucraniana

Não estamos perante um conflito ideológico entre sistemas sociais que se opõem. O capitalismo reina com poder absoluto no mundo mas os interesses cada vez mais antagónicos, letais até, corroem-no por dentro

Unipolaridade (1989 – 2014)

revelam que a alteração da relação de forças entre as facções mundiais de poder entrou pelos campos geoestratégico e militar. A existência de um regime económico domi-

nante planetário, num estado supremo de arbitrariedade, não esbate as contradições, pelo contrário agudiza-as num mundo onde a bolha especulativa asfixia a produção de

ÀS ESCONDIDAS

verdadeira riqueza, onde os espaços de recursos naturais, de fontes de energia e alimentares, de mão de obra barata ou mesmo escrava não coincidem com os de grande consumo, tradição exportadora e poderio político imperial - colonial ou neo-colonial.

Não estamos perante um conflito ideo-lógico entre sistemas sociais que se opõem. O capitalismo reina com poder absoluto no mundo mas os interesses cada vez mais antagónicos, letais até, corroem-no por dentro. O monstro já não tem apenas uma cabeça. Há exactamente um século, numa fase bem mais recuada do capitalismo, a Primeira Guerra Mundial foi travada entre impérios que transformaram as suas disputas de interesses na chacina de milhões de seres humanos, já derrotados à partida porque entre eles não existiam motivos de conflito, antes razões de convergência contra os que, um de um lado e de outro, os mandavam matar-se. Lembrem-se disto.

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hoje macau quarta-feira 26.3.2014

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ANDREIA SOFIA [email protected]

A maioria (62%) dos currículos das escolas primárias já contém informações sobre a

Lei Básica de Macau, sendo que no ensino secundário a percenta-gem ronda os 53% e 44%, se for o ensino geral ou complementar, respectivamente.

Os dados foram avançados ontem por Cheong Kuai San, director do centro de educação permanente dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). “É uma iniciativa nossa, mas há mais escolas que estão a introduzir material de apoio na divulgação da Lei Básica”, disse aos jornalistas durante a conferência de imprensa de apresentação das actividades de celebração dos 21 anos de promul-gação do documento.

“A DSEJ dá muita importância à divulgação da Lei Básica junto das escolas, e mesmo quando fazemos a concepção dos cursos solicitamos às escolas que incluam matérias sobre a lei básica, que tem de fazer parte do currículo da escola”, disse ainda.

LEI BÁSICA ANIVERSÁRIO COMEMORADO COM DIVERSAS ACTIVIDADES

60% das escolas com currículos sobre a mini-constituiçãoLo Cheng Peng, chefe de depar-

tamento de divulgação jurídica dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ), frisou que “a promoção da Lei Básica é um trabalho ao qual o Governo dá muita importância. Te-mos cursos para crianças e jovens e pessoas de diversas classes sociais. Não temos um número preciso de quantas escolas participam neste programa, mas temos vários pro-gramas para diversas pessoas. O orçamento consoante o número de actividades”.

CURSOS E SEMINÁRIOSCOMEÇAM ESTA SEMANAEste ano diversos departamentos do Governo, em conjunto com a Associação de Divulgação da Lei

Básica, vão organizar uma séria de actividades promocionais sobre a mini-constituição da RAEM. Esta quinta-feira arranca o seminário

“15 anos após o retorno de Macau à pátria: o desenvolvimento e a reforma”, a decorrer no Centro de Ciência de Macau. Sexta-feira a

Universidade de Macau (UMAC) acolhe um seminário na faculdade de Direito, onde vão participar especialistas da Lei Básica vin-dos do continente. Vão ainda ser organizados jogos, concursos e um evento na praça do Tap Seac.

Ho Sio Kam, ex-deputada no-meada e secretária-geral da direcção da associação, disse que a eficácia da promulgação da Lei Básica tem vindo a ser concretizada “passo a passo”. “Continuamos a promover a lei básica através de diferentes formas, como a promoção de jogos. Penso que a promoção da lei básica pode ser feita desde a infância e pode ser promovida de uma forma mais activa para promover a atenção da juventude.”