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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Enfermagem Hemilaine Mendonça do Nascimento Janaína Suellen Alves Luana Alves Dias de Mattos HUMANIZAÇÃO NO ACOLHIMENTO DA FAMÍLIA DOS PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA LINS - SP 2014

HUMANIZAÇÃO NO ACOLHIMENTO DA FAMÍLIA … · 2 Nascimento, Hemilaine Mendonça do; Alves, Janaína Sullen; Mattos, Luana Alves Dias; Humanização no acolhimento da família dos

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Enfermagem

Hemilaine Mendonça do Nascimento

Janaína Suellen Alves

Luana Alves Dias de Mattos

HUMANIZAÇÃO NO ACOLHIMENTO DA FAMÍLIA DOS

PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE

TERAPIA INTENSIVA

LINS - SP

2014

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Hemilaine Mendonça do Nascimento

Janaína Suellen Alves

Luana Alves Dias de Mattos

HUMANIZAÇÃO NO ACOLHIMENTO DA FAMÍLIA DOS PACIENTES

INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

LINS - SP

2014

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Auxilium, curso de Enfermagem, sob orientação da Profª Ma. Ludmila Janaina dos Santos de Assis Balancieri e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni.

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Nascimento, Hemilaine Mendonça do; Alves, Janaína Sullen; Mattos, Luana

Alves Dias;

Humanização no acolhimento da família dos pacientes internados em

Unidade de Terapia Intensiva / Hemilaine Mendonça do Nascimento;

Janaína Suellen Alves; Luana Alves Dias de Mattos. – – Lins, 2014.

71 p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Enfermagem,

2014.

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Ludmila Janaína Assis

Humanização e acolhimento. 2. Unidades de Terapia Intensiva. 3. Família. I Título.

CDU 616-083

N195h

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Hemilaine Mendonça do Nascimento

Janaína Suellen Alves

Luana Alves Dias de Mattos

HUMANIZAÇÃO NO ACOLHIMENTO DA FAMÍLIA DOS PACIENTES

INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para

obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.

Aprovada em: ___/___/___

Banca Examinadora:

Prof. (a) Orientador (a): Ludmila Janaina dos Santos de Assis Balancieri

Titulação: Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade do Sagrado Coração – USC

de Bauru.

Assinatura:_____________________

1º Prof(a): Fabiana Aparecida Monção Fidelis

Titulação: Enfermeira Especialista em Administração dos Serviços de Saúde pela

Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP.

Assinatura:_____________________

2º Prof(a): Paulo Fernando Barcelos Borges

Titulação: Enfermeiro Especialista em UTI pela Faculdade de Medicina de São José

do Rio Preto – FAMERP.

Assinatura:_____________________

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“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.

Antoine de Saint-Exupéry

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DEDICATÓRIA

Meus pais Hélio e Hilarina e meus irmãos Rosilaine e Sávio. Este trabalho é dedicado às pessoas que sempre estiveram ao meu lado pelos caminhos da

vida, me acompanhando, apoiando e principalmente acreditando em mim: Meus pais Hélio e Hilarina e meus irmãos Rosilaine e Sávio.

Amo muito vocês!

Hemilaine

A Deus Dedico este trabalho a Deus que me deu o dom da vida, que esteve comigo em todos os

momentos, me ouvindo, ajudando, mostrando sempre o melhor caminho a seguir. Obrigada por este dia Senhor, obrigado por este ano de vida, pela minha saúde, por me

iluminar, proteger, por ter me sustentado até aqui, obrigada por estar me dando a chance de poder compartilhar com todos essa vitória.

Amém!

O coração do homem planeja o seu caminho, mas o SENHOR lhe dirige os passos. (Provérbios 16:9)

Aos meus pais Solange e Francisco Pai e mãe dedico essa conquista a vocês, que são a razão da minha vida e da minha alegria,

obrigada por terem depositado em mim a confiança de fazer uma faculdade, por todos os esforços que fizeram para me manter estudando, pois eu sei de todas as dificuldades que nós

passamos, pela minha educação, pela força, paciência, amor e dedicação, e por tudo que fizeram por mim. Agradeço a Deus por ter vocês ao meu lado com saúde, por serem pessoas

honestas, trabalhadoras, que Deus permita que eu possa retribuir com todo meu coração tudo a vocês, hoje estamos colhendo os frutos do nosso esforço obrigado pelo amor de sempre.

Amo vocês infinitamente.

Janaína

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A Deus...

Sempre presente em todos os momentos de minha vida, principalmente nos mais difíceis.

Agradeço a ti por sempre me mostrar o melhor caminho a ser seguido e a iluminar meus

passos... pela fé que me fez persistir mostrando minha capacidade e meu valor, pois somente

Deus sabe realmente quem sou. A ti Senhor, entrego minha vida e profissão!

“Aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias. Correm e

não ficam exaustos, andam e não se cansam”. (Isaías 40:31).

Aos meus pais Rosana e João Carlos...

Que me ensinaram todos os princípios éticos e morais para reger uma vida com simplicidade e

humildade. Paizinho: Obrigada por toda a confiança que depositou em mim para cursar uma

faculdade, e por sempre lutar para que eu tivesse um futuro melhor! Mãezinha: Obrigada por

todo o orgulho que sempre demonstrou sentir de mim e por todas as súplicas feitas para que

eu conseguisse chegar até o fim!! A vocês, dedico essa vitória!!

Amo vocês incondicionalmente!

Luana

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AGRADECIMENTOS

A DEUS...

Agradeço primeiramente a Deus, pelo fim de mais essa etapa, pelos sonhos que se concretizam. Porque dEle,

por meio dEle e para Ele são todas as coisas. Agradeço-te por nunca me deixar esquecer que, mesmo em meio

ás dificuldades, o Senhor estará comigo.

“Ainda que a minha mente e meu corpo, enfraqueçam, Deus é a minha força, Ele é tudo o que sempre

preciso”. (Salmos 73:26)

Aos meus Pais...

A minha formação como profissional não poderia ter sido concretizada sem a ajuda de meus amáveis e

eternos pais Hélio e Hilarina, que, no decorrer da minha vida, proporcionaram-me, além de extenso carinho e

amor, os conhecimentos da integridade, da perseverança e de procurar sempre em Deus à força maior para o

meu desenvolvimento como ser humano. Por essa razão, gostaria de dedicar e reconhecer a vocês, minha

imensa gratidão e sempre amor.

Irmãos...

Aos meus irmãos Rosilaine e Sávio. Nem mesmo consigo expressar o quanto sou grata. Vocês são o presente

que DEUS me deu. Posso dizer que caminhei de mãos dadas com vocês e que cada ganho meu, são seus

também.

Amigos...

Аоs meus amigos Diego e Denise pelas alegrias, tristezas е dores compartilhadas. Que viram meu

crescimento enquanto pessoa, enquanto amiga, enquanto estudante preocupada com minha formação

acadêmica, em busca de novas conquistas, novos sonhos.

Aos Professores...

Agradeço a todos os professores por me proporcionar o conhecimento não apenas racional, mas a

manifestação do caráter e afetividade da educação no processo de formação profissional, pelo tanto que se

dedicaram a mim, não somente por terem me ensinado, mas por terem me feito aprender. A palavra mestre,

nunca fará justiça aos professores dedicados aos quais sem nominar terão os meus eternos agradecimentos.

Turma de graduação...

À minha turma de graduação, pela diversão, pelo aprendizado, pela convivência que tanto auxiliou no meu

amadurecimento. Amigas que durante esses anos de faculdade foram minha segunda família, dividindo

sonhos, sorrisos e lágrimas. Em especial a Maria Helena, Janaína Alves, Luana Dias e Mirelle.

Companheiras de TCC, Jana e Luh...

Agradeço a vocês pela confiança, paciência e compreensão, por termos sentido juntas todas as angústias e

felicidades, pelo afeto, amizade, e apoio depositados umas com as outras, além da confiança em todos os

momentos!!!

A todos vocês, meu muito obrigado.

Hemilaine

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AGRADECIMENTOS

A Deus

Agradeço por me mostrar que sou protegida, guiada e iluminada pela sua presença divina no mais íntimo do meu ser. Agradeço Senhor, por me dar abrigo na tempestade, por endireitar o que esta torto, por criar saídas onde parece não haver escapatória. Agradeço Senhor por me perdoar, pela sua compaixão, pela sua graça,

pela sua bondade, que estão sempre presentes, sustentando-me nos momentos mais difíceis. Agradeço Senhor, por não me deixar esquecer que você me habita e é a força que dá vida a minha alma. Agradeço Senhor, pela

pessoa que sou, por tudo que tenho, e pelas bênçãos recebidas. Amém!

Ao meu irmão Junior Obrigada por me incentivar na faculdade e pelos seus questionamentos em relação a minha formação que me

fizeram buscar mais conhecimentos, obrigada por tudo. Amo você!

As minhas companheiras de TCC Mila e Luh Sem vocês, seria impossível chegar ao fim desse trabalho, só nos sabemos as dificuldades que enfrentamos medos, angústias, os choros, e pelos momentos bons que passamos juntas, quero agradecer pela paciência,

pelos esforços e pelo companheirismo, que Deus abençoe cada uma de vocês, jamais irei esquecê-las... Obrigada por tudo!

Melhor é ser dois do que um... Porque se um cair o outro levanta o seu companheiro... E o cordão de três dobras não se quebra tão depressa. (Eclesiastes 4:9-12)

Aos meus amigos Agradeço aos poucos e bons amigos que tenho, que apesar da distância se fazem presentes me dando forças,

me animando, apoiando, dividindo as angustias e multiplicando as alegrias, levo vocês no meu coração.

A uma pessoa especial João Manoel quando eu menos esperava ter alguém ao meu lado você apareceu de repente na minha vida,

você vivenciou comigo toda essa correria de estágios, tcc e foi essencial, pois me ouviu quando eu mais precisei me deu atenção, carinho, me animou quando parecia que nada daria certo, teve paciência e me deu o

seu amor que é o mais importante, obrigada por tudo!

Aos meus familiares Família agradeço por sempre me incentivarem nos estudos, pelos conselhos, por estarem felizes pela minha

conquista. Amo vocês!

Aos professores Agradeço por fazerem do aprendizado não um trabalho, mas um contentamento. Por fazerem com que nos sentíssemos pessoas de valor. Por nos ajudarem a descobrir o que fazer de melhor e, assim, fazê-lo cada vez

melhor. Obrigado por afastarem o medo das coisas que pudéssemos não compreender, levando-nos, por fim, a

compreendê-las… Por ajudar-nos a resolver o que achávamos complicado… Obrigado por nos convencerem de que éramos melhores do que suspeitávamos.

O meu muito obrigado a todos os professores que contribuirão para a minha formação e realização deste trabalho, vocês foram essenciais!

Enfim, agradeço a todos que, direta e indiretamente, contribuíram para a obtenção deste título. O meu muito obrigado!

Janaína

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AGRADECIMENTOS

Aos meus familiares

Obrigado por participarem direta ou indiretamente na construção e realização deste tão desejado sonho!! Em

especial quero agradecer as minhas primas Isabela e karla Dias, que mesmo distantes se fizeram presentes,

obrigada por todo o apoio! Amo vocês!!

A alguém especial...

Thiago Bizzi: Namorado, companheiro, amigo de todas as horas! Não tenho palavras pra expressar toda a

minha gratidão, pois você foi quem mais se empenhou nesse trabalho conosco! Perdoe-me as falhas e

ausências, pois sei que meu cansaço, stress e preocupações foram compartilhados com vc. Obrigada por todas

as vezes que se desdobrou para solucionar nossos problemas, por tantas madrugadas em claro me ajudando,

sempre com muita calma e paciência e sem nunca pedir nada em troca...Obrigada ainda pelo amor,

compreensão, apoio e incentivo dedicados durante todo esse percurso que permitiu a realização de um sonho.

Meus eternos agradecimentos, que Deus lhe retribua em dobro! Te amo!

A amiga...

Josi Zavan: Dedico essa conquista a você guerreira, conselheira, por toda a força que tens me dado,

principalmente nesse ano tão decisivo em minha vida... Agradeço a Deus por tê-la colocado em meu caminho,

ajudando a fortalecer a minha fé e acalentar meu coração e ainda por me aguentar...rsrs por ter presenciado

as minhas angústias, medos, inseguranças, e sempre ter uma palavra doce para oferecer. E por tantas vezes

dizer: A vitória é sua minha amiga! Não tenho palavras pra agradecer o quanto foi importante sua presença

para minha formação! Te amo amiga!

As amigas de faculdade

Aline Achilles e Camila Souza: Pessoas que tive a excelente oportunidade de conhecer durante essa jornada e

de compartilhar momentos inesquecíveis. Vocês foram verdadeiros anjos em minha vida, que me acolheram

nos momentos de solidão. No início caminhamos juntas, pena termos seguido rumos diferentes e termos nos

separado. Mas continuo torcendo por vocês mesmo de longe! Acredito na capacidade de vocês! Boa sorte

nessa última etapa! Assim como eu, em breve vocês também irão olhar para trás e ver que tudo valeu a

pena!!

As minhas parceiras de monografia

Jana e Mila: Meninas, quantos momentos de alegrias, tristezas, loucuras, medos, incertezas, inseguranças e

correria enfrentamos...Obrigada por acreditarem no meu potencial e pelos momentos de descontração, alegria

e emoção vivenciados neste último ano tão importante para nós! Saber que a partir de agora seguiremos

caminhos diferentes, é triste e ao mesmo tempo gratificante! Vocês estarão guardadas em meu coração, pra

sempre! Minhas eternas nurses nota dez!

“E que seja permanente essa vontade de ir além de tudo que me espera”...

Luana

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AGRADECIMENTOS

A Deus

Agradecemos primeiramente a Deus por termos chegamos onde estamos. Ao Senhor que sempre esteve

conosco, mesmo em silêncio, presenciando os nossos medos, fortalecendo os nossos sonhos, vigiando os nossos

passos e dando-nos oportunidades para subirmos os degraus de cada momento que precisávamos de sua

presença em nosso interior. Deus, que nos deu esse imenso presente de uma batalha que hoje se tornou

vitoriosa. O senhor nos conhece como ninguém, sabe de cada lágrima escorrida, por preocupações, desesperos

e hoje sorrisos, que se tornaram lágrimas de felicidades e são para ti, nosso muito obrigado, Deus!

Aos nossos professores de estágio Ludmila, Viviane e Paulo

Obrigado por ter nos acompanhado nesse período de nossa formação, pela paciência, dedicação, incentivo e

sabedoria que muito nos auxiliou.

A Professora Ludmila

A nossa orientadora Ludmila, nosso muito obrigado.

A Professora Jovira

Pela sua competência e pela oportunidade de crescimento pessoal e profissional que nos proporcionou com a

sua presença durante este período, que mesmo em meio a tanta tensão e correria, sempre esteve disposta a nos

acolher com calmaria e compreensão.

Ao professor Paulo Fernando Barcelos Borges

Agradecemos por toda a dedicação que teve para conosco. Obrigada por todo o apoio, paciência,

intelectualidade, humor e compreensão; suas ideias são sempre validas, possíveis, aplicáveis e inspiradoras.

Vamos carregar sempre conosco as lembranças das nossas conversas como um amuleto, para nunca perdermos

as esperanças e nem desistirmos de nossos objetivos.

A você, nosso muito obrigado!!!

Ao professor, Francisco de Assis Andrade

Nosso querido “Chico”, mesmo indiretamente, foi parte fundamental dessa conquista. Obrigada pela

disponibilidade e carisma!

Ao Hospital onde a pesquisa foi realizada e á seus funcionários

Obrigada por acreditaram que, de alguma forma, nossa pesquisa trará benefícios á vocês. Mais do que colher

dados, ganhamos experiência.

Hemilaine, Janaína e Luana

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RESUMO

Objetivou-se, neste estudo, compreender o significado da importância da humanização no acolhimento da família de pacientes sob a ótica de quinze elementos da família de pacientes internados na UTI em um hospital filantrópico situado em uma cidade do interior do estado de São Paulo – SP, Brasil. Para a coleta de dados, utilizou-se um instrumento contendo onze perguntas relacionadas ao acolhimento, humanização e as vivencias da família durante a internação do paciente, cuja análise revela a melhoria da assistência nos avanços da tecnologia, mas não em valores pessoais, esquecendo-se da prática humanística. Conclui-se que para tornar o cuidado humanizado não basta investir somente na eficiência técnico-científica, é preciso estar atento a princípios e valores como a solidariedade e a ética na relação entre a equipe, a família e o próprio paciente, acolhendo-os, respeitando-os e aceitando os limites de cada situação, sempre respeitando o próximo. Palavras-chave: Humanização e acolhimento. Unidades de Terapia Intensiva.

Família.

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ABSTRACT

The objective of this study is to understand the meaning and importance of humanisation, together with the initial welcoming of a patient’s family, in the overall experience of the family member during their time in a hospital environment. Data was collected from fifteen participating family members at the Intensive Care Unit, Free hospital, Lins-Sao Paulo, Brazil. The method of data extraction involved a questionnaire containing a series of eleven questions relating to their welcome/greeting by the health care professional, general experience and overall sense of humanisation throughout their visit. The analysis of the results reveals that in order to become more humanistic in your approach, investment should not solely be focussed on scientific technology but also in developing the practice of patient and family care. The need to be attentive to both principles and values is paramount in relation to the healthcare team, family and patient, this includes solidarity and ethical considerations. Ultimately, being respectful of the limitations to each individual situation, always being respectful and welcoming have shown to be of utmost importance to families already dealing with a difficult time in their lives. Keywords: Humanisation and greeting. Intensive Care Unit. Family

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LISTA DE QUADRO

Quadro 1 - Categorias.................................................................................. 47

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AVC: Acidente Vascular Cerebral

CCIH: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

COFEN: Conselho Federal de Enfermagem

CREMESP: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo

IAMSP: Instituto de Assistência Médica ao Servidos Público

IST: Índice de Segurança Técnica

PNHAH: Programa Nacional de Humanização Hospitalar

SAE: Sistematização da Assistência de Enfermagem

SUS: Sistema Único de Saúde

UTI – A: Unidade de Terapia Intensiva – Adulto

UTI: Unidade de Terapia Intensiva

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................... 16

CAPÍTULO I – UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA........................................ 19

1 CONTEXTO HISTÓRICO....................................................................... 19

1.1 Categorização da clientela atendida...................................................... 23

1.2 Função do enfermeiro em UTI................................................................ 24

1.3 Dimensionamento do pessoal de Enfermagem..................................... 27

1.4 Procedimentos realizados em UTI......................................................... 28

CAPÍTULO II – HUMANIZAÇÃO E ACOLHIMENTO DA FAMÍLIA.................. 30

2 INTERAÇÃO ENTRE A FAMÍLIA E O PACIENTE DA UTI.................. 30

2.1 Comunicação entre equipe de Enfermagem, paciente e família............ 31

2.2 Humanização em Enfermagem na UTI.................................................. 36

2.3 Benefício da humanização e finalidade do acolhimento........................ 39

CAPÍTULO III – A PESQUISA........................................................................... 42

3 INTRODUÇÃO....................................................................................... 42

3.1 Tipo de pesquisa.................................................................................... 43

3.2 Procedimentos éticos............................................................................. 44

3.3 Contexto institucional............................................................................. 44

3.4 A Unidade de Terapia Intensiva - Adulto (UTI – A)................................ 44

3.5 Procedimentos de coleta dos dados...................................................... 45

3.5.1 Entrevista............................................................................................... 45

3.6 Identificação dos sujeitos....................................................................... 46

3.7 Procedimentos de análise dos dados.................................................... 46

3.8 Apresentação por categorias ................................................................ 46

3.8.1 Categoria I: a UTI na visão dos familiares.............................................. 47

3.8.2 Categoria II: percepção dos familiares referente à humanização e ao

acolhimento na UTI e identificação do profissional por quem ele foi

acolhido..................................................................................................

48

3.8.3 Categoria III: comunicação entre Enfermeiro e família.......................... 50

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3.8.4 Categoria IV: concepção por parte da família em relação aos

resultados do acolhimento prestado pelo Enfermeiro e suas

sugestões atribuídas para melhorar o acolhimento na UTI....................

51

3.9 Considerações finais............................................................................. 53

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO...................................................................... 55

CONCLUSÃO..................................................................................................... 56

REFERÊNCIAS.................................................................................................. 57

APÊNDICES....................................................................................................... 63

ANEXOS............................................................................................................. 65

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INTRODUÇÃO

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um ambiente onde se encontram

pacientes em estado crítico que necessitam de uma assistência de Enfermagem

qualificada e especializada, com monitoração tecnológica 24 horas por dia capaz de

tornar o cuidado eficiente. A hospitalização em UTI pode acarretar alterações

psicológicas e sociais ao paciente e à família. Portanto, o cuidado holístico deve

incluir também o cuidado acolhedor com a família, resgatando o conceito de bem

estar biossociopsicoespiritual, o que aumenta o campo de atuação do enfermeiro

intensivista.

A importância e o significado da internação em UTI, segundo Andrade (2002,

p.12), é que a “permanência de um indivíduo em uma unidade de cuidados

intensivos pode ser, para ele e para a sua família, a experiência mais importante da

sua vida”. Se esta internação ocorre na UTI, o sentimento de medo, melancolia e

desconforto resulta em dúvidas para os pacientes e seus familiares, pois para eles a

UTI é um local de risco e morte. Desta forma, percebe-se a necessidade de

esclarecer que este é um local de grande importância para a recuperação da

doença.

Sabendo-se que humanizar é cuidar do paciente como um todo, envolvendo o

contexto familiar e social, respeitando os seus valores, esperanças, aspectos

culturais e preocupações de cada um, humanizar também implica em estabelecer

uma comunicação clara que ofereça segurança e que conforte os familiares de

pacientes internados em UTI (KNOBEL, 2006).

Os profissionais de Enfermagem devem estar preparados para atuar junto ao

paciente e à família no sentido de minimizar os efeitos e transtornos decorrentes da

hospitalização na UTI. É necessário considerar que os familiares são afetados de

várias maneiras, como: alterações do papel social, incerteza da condição futura do

paciente e da família, perda de controle emocional, permanência em ambiente

desconhecido, constrangimentos e medo da perda.

Segundo Felisbino (1994), a família é de suma importância na assistência do

cuidado em UTI, pois é através dela que o maior número de problemas do paciente

pode ser identificado.

O horário de visita na UTI é essencial para a família e para o paciente, pois é

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o momento de doação, de carinho, de afeto e de atenção. Ao mesmo tempo, os

motivos que levam a família a acompanhar o tratamento do seu familiar que está

internado são: interesse em saber o que se passa com o paciente, os procedimentos

realizados, oportunidade de ajudar de alguma forma, respeito, insegurança e,

simplesmente, para estar presente no momento em que seu ente familiar mais

precisa.

Para Pena e Diogo (2005), quando a família entende a doença do paciente, o

porquê dele estar na UTI, à importância do cuidado para a melhora da doença e os

agravos que podem ocorrer, os familiares podem responder de forma positiva às

mudanças causadas pela internação, diminuindo os efeitos prejudiciais da doença e

passando a colaborar com o indivíduo doente, auxiliando-o nessas mudanças.

Desta forma, percebe-se o quanto é indispensável o acolhimento da família

pelos profissionais da UTI, visto que a família pode contribuir de forma positiva no

cuidado. Estas colocações sobre os familiares mostram a importância de se

conhecer com mais profundidade as necessidades dos familiares buscando uma

assistência que humanize o atendimento a fim de minimizar as angústias e medos

dos mesmos. Manter uma comunicação de fácil entendimento e esclarecer as

dúvidas quanto à internação do paciente, torna o ambiente da UTI mais familiar,

amigável, estabelecendo empatia, a fim de estruturar o cuidado humanizando a

assistência prestada neste setor (KNOBEL, 2006).

A pesquisa se deu pelas experiências durante os estágios supervisionados de

Enfermagem em UTI, onde os familiares questionam e buscam estabelecer diálogos,

visando à aproximação com a equipe multidisciplinar, tentando superar seus medos

e receios em relação à situação dos pacientes.

Para os acadêmicos de Enfermagem e futuros enfermeiros profissionais, faz-

se necessário compreender as expectativas e necessidades dos familiares quanto

ao acolhimento da UTI e, desta forma, buscar um modo melhor de acolhê-los. Assim

surgiu o interesse em desenvolver um estudo com o objetivo de identificar a

percepção dos familiares acerca do acolhimento em uma UTI. Pressupostos do

estudo em questão consideraram se estes familiares sentiram ou não insegurança,

medo e ansiedade. Também, se eles se sentiram acolhidos ou não em relação ao

ambiente da UTI e à equipe multiprofissional.

Nesse contexto, surge como pergunta de pesquisa: o atendimento prestado

pelo enfermeiro da UTI aos familiares responde as perspectivas do acolhimento e da

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humanização?

Temos como hipótese deste questionamento que diante das dificuldades

enfrentadas pelas famílias durante a permanência do paciente internado na UTI,

percebe-se que o enfermeiro está voltado para realização do cuidado ao paciente,

esquecendo-se da importância do acolhimento do familiar repercutindo em

ansiedade, angústias e sofrimento, não atendendo as expectativas esperadas por

estes sujeitos.

A pesquisa de campo foi desenvolvida na UTI da Associação Hospitalar Santa

Casa de Lins.

O trabalho encontra-se estruturado em três capítulos sendo: CAPÍTULO I -

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA; CAPÍTULO II - HUMANIZAÇÃO E

ACOLHIMENTO DA FAMÍLIA; CAPÍTULO III – PESQUISA, onde são apresentados

os resultados encontrados. Na sequência a proposta de intervenção baseada nos

resultados obtidos e encerra-se o trabalho com a conclusão.

Portanto, o presente estudo tem sua justificativa na relevância do tema e na

necessidade de estudar a percepção dos familiares sobre a humanização no

acolhimento na UTI para diminuir suas angústias, medos e inseguranças e, assim,

favorecer a efetiva prática assistencial humanizada e voltada para o ser humano

holístico.

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CAPÍTULO I

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

1 CONTEXTO HISTÓRICO

Segundo Jeronimo e Cheregatti (2011), a Resolução nº170, de 6 de

novembro de 2007, Anexo I, do Conselho Regional de Medicina do Estado de São

Paulo (CREMESP), cita que uma UTI é o local destinado para prestação de

atendimento a pacientes graves ou de risco, com alta chance de recuperação, que

necessitam de assistência médica ininterrupta, com o apoio de uma equipe de saúde

multiprofissional, além de equipamentos e recursos humanos especializados.

Em 1854, durante a Guerra da Criméia, a Enfermeira britânica Florence

Nightingale, conseguiu reduzir de 40% para 2% a taxa de mortalidade porque

sugeriu a separação dos pacientes estáveis, dos demais que estavam em estado

grave e necessitavam de cuidados especiais para manutenção da vida e

recuperação da saúde. Surge, portanto, o conceito de prestação de cuidados

intensivos (JERONIMO; CHEREGATTI, 2011).

Segundo Moreira e Castro (2006), nos anos 70, no Brasil, com o avanço das

novas técnicas de atendimento e tratamento aos pacientes agudamente doentes,

houve necessidades de criar um local, reservado e único, nos hospitais, destinado à

prestação de uma assistência constante, qualificada e humanizada, com monitoria e

vigilância 24 horas por dia, local denominado de UTI.

De acordo com Antunes (1999), os aspectos psicológicos, afetivos ou

emocionais na assistência ao paciente, no adoecer, são questão da saúde, que

passa a exigir uma proposta de assistência que inclua rotinas que permitam a

demonstração de afeto, sendo esta mais uma responsabilidade do enfermeiro.

Segundo Knobel (2006), quando se pensa em construir uma UTI, o projeto

deve ser conduzido pela equipe dos profissionais que trabalharam nesta unidade,

porque deve ser definida a partir de sua organização.

No Brasil, os leitos de UTI são limitados pela demanda de pacientes, são

ocupados com indicação criteriosa de pacientes com probabilidades de recuperação,

definindo as reais necessidades e benefícios com o tratamento que esta unidade

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pode oferecer (GUIMARÃES, 2008).

De acordo com o Ministério da Saúde (2009), a UTI é um local de grande

especialização e tecnologia, identificado como espaço destinado a profissionais da

saúde, principalmente médicos e enfermeiros, possuidores de grande aporte de

conhecimento, habilidades e destreza para a realização de procedimentos.

A UTI atende pacientes agudamente doentes que possuem chances de

sobreviver, em situação de emergência, devendo ser completa com sistema de

monitoração contínua, que atenda pacientes em estado potencialmente grave ou

com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos e que com um tratamento

intensivo tenham a capacidade de se recuperar (MOREIRA; CASTRO, 2006).

As UTI’s se expandiram rapidamente, havendo necessidade de profissionais

qualificados e especializados, denominados de intensivistas, formando uma equipe,

composta por diversas profissões: médicos, enfermeiros, técnicos de Enfermagem,

farmacêuticos, terapeuta ocupacional, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e

assistentes sociais (MARTINS; NASCIMENTO, 2005).

O acesso nas UTI’s deve ser controlado, com localização de fácil acesso aos

elevadores de serviço de emergência, centro cirúrgico, sala de recuperação pós-

anestésica, unidades intermediárias, serviço de laboratório e radiologia (KNOBEL,

2006).

Segundo Jeronimo e Cheregatti (2011), estão contidas na resolução RDC nº

50 as exigências arquitetônicas para construção e reformas de estabelecimentos de

saúde e, nos casos de UTI, a unidade do paciente pode ser individualizada ou em

boxes, e o leito não poderá estar encostado em paredes laterais. No caso de boxes,

a distância entre dois leitos deverá ser de 2 metros, com divisória ou cortina móvel

separando os leitos. Há necessidade de ter, no mínimo, um local para posto de

Enfermagem e pelo menos um desses postos deve ter área mínima de 6 m²; com

localização que permita a observação visual direta ou eletrônica dos leitos. Cada

leito de UTI deverá ter, no mínimo, 2 postos de utilização de oxigênio (saída de

oxigênio), 1 de vácuo clínico e 2 de utilização de ar comprimido.

Ainda segundo o autor, outro fator importante que deve ser controlado na UTI

é a climatização, a temperatura ambiente indicada é entre 21ºC e 24ºC, nas

unidades dos pacientes (individual ou por boxes) deve-se manter pressão

atmosférica positiva e nos quartos de isolamento a pressão atmosférica deve ser

negativa, a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e o setor de

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engenharia da instituição são responsáveis pelo controle e a manutenção da

qualidade do ar proveniente de aparelhos de ar condicionado.

Os autores acima mencionados descrevem que as luminárias instaladas

devem favorecer o ambiente, porém sem incomodar o paciente que estiver deitado

no leito; cada leito deve possuir luminárias posicionadas na cabeceira (arandelas); e

as lâmpadas devem ser fluorescentes no teto e na cabeceira, deverão ter 8 tomadas

para equipamentos por leito, considerando-se uma divisão entre as voltagens de 110

e 220, dependendo da região do País e tipo de equipamentos que serão utilizados,

além dessas tomadas, deverão ter tomadas extras que poderão ser utilizadas em

equipamentos móveis, como aparelho de raios-X, ultrassonografia, entre outros.

Segundo Knobel (2006), a UTI deve ser muito bem definida, desde o

planejamento da área, sua localização, número de leitos, tipo de unidade, posto de

Enfermagem, sala de utensílios limpos e sujos, banheiro de pacientes, copa de

pacientes, sala de serviços gerais, sala de procedimentos especiais,

armazenamento de equipamentos, laboratório, sala de reuniões, áreas destinadas a

funcionários, conforto médico, sala e serviço, secretaria administrativa, de estudos,

recepção da UTI, sala de espera de visitantes, rota de transporte de pacientes,

corredores de suprimento e outros.

Jeronimo e Cheregatti (2011) mencionam que a Resolução da Diretoria

Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, RDC nº 50, de 21 de

fevereiro de 2002, dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento,

programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos de

assistências de saúde e descreve algumas exigências para a construção e

funcionamento de UTI.

Os autores acima citam algumas condições que devem ser seguidas ao

internar um paciente em uma UTI: internar pacientes críticos em unidades

individualizadas ou coletivas, conforme grau de risco ou gravidade, exceto neonatos;

executar e registrar assistência médica intensiva; executar e registrar assistência de

Enfermagem intensiva; que o paciente receba durante seu tratamento, apoio

diagnóstico laboratorial e de imagens em regime de 24h/dia, inclusive à beira do

leito; monitoramento e assistência respiratória 24h/dia; assistência nutricional,

permitindo servir alimentos aos pacientes, quando indicado; terapia que utilize

hemocomponentes 24h/dia; terapia dialítica 24h/dia; avaliações eletrocardiográficas

24h/dia; manutenção de pacientes com morte cerebral enquanto aguardam a

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retirada de órgãos, em casos de transplantes autorizados; manter familiares e

acompanhantes informados sobre o diagnóstico, proposta de cuidados e prognóstico

dos pacientes e assistência da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do

hospital, conforme Lei nº 9.431, de 6 de janeiro de 1997.

As doenças apresentadas em pacientes de uma UTI são inúmeras, tornando

difícil a compreensão de todas elas, fazendo com que o tratamento efetuado seja

complexo e de difícil resolução.

A UTI com proposta de estabelecer monitoração completa e vigilância 24

horas, buscou aperfeiçoar os seus recursos materiais e humanos, para garantir uma

assistência contínua aos pacientes com instabilidade clínica e que necessitam de

cuidados de alta complexidade (GUIMARÃES, 2008).

Ainda segundo o autor, a UTI além de ser um ambiente de tecnologia

avançada, com recursos humanos extremamente especializados destinados à

prestação de uma assistência especializada e humanizada à pacientes com quadro

gravemente enfermo, é também um excelente campo de aprimoramento e

conhecimento.

Utilizar recursos humanos e tecnológicos para encontrar caminhos para tornar

a vida possível, enquanto ela ainda pode se manifestar, é a principal missão dos

intensivistas, que vive em constante desafio para salvar vidas, pois reduzir a

mortalidade e proporcionar qualidade de vida futura é o maior desafio destes

profissionais.

Os recursos são aqueles que permitem o bem estar e o controle clínico do

paciente nas situações do dia a dia, de urgência e de emergência e devem ser

usados com toda a segurança e garantia de qualidade.

Para Martins e Nascimento (2005), os recursos são: a planta física e

instalações (e o local da UTI no hospital, com suas dependências assistenciais, local

este que permite a observação direta do paciente, com economia de tempo nas

atividades assistenciais) as dependências complementares (são as diversas salas

para distribuição e guarda de materiais, sala de espera, recepção e outros), os

materiais (são os aparelhos, material clínico e farmacológico), a equipe

multiprofissional, ou seja, os recursos humanos (são todos os profissionais: médicos,

enfermeiros, técnicos de Enfermagem, farmacêuticos, terapeuta ocupacional,

fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais, serviços gerais e

outros).

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Segundo Jeronimo e Cheregatti (2011), há muitas exigências com relação ao

funcionamento de uma UTI, como: quantidade de leitos em hospitais terciários e em

secundários acima de 100 leitos, hospitais que atendam pacientes graves e de alto

risco, leitos destinados a pacientes que necessitam de isolamento, maternidades

que atendam gestantes de alto risco que devem manter leitos para adultos e

neonatos, diversas áreas como: sala de utilidades; sala de espera para visitantes e

acompanhantes; quarto para repouso de plantonista; secretaria; rouparia; depósito

de material de limpeza, copa e vestiário, masculino e feminino, com sanitário para

funcionários.

Segundo Guimarães (2008), a admissão de um paciente na UTI normalmente

requer uma rápida intervenção, já que o paciente apresenta alto risco de

instabilidade de um ou mais sistemas fisiológicos, com possíveis riscos à saúde, cuja

vida pode encontrar-se no limite com a morte, porém com condições potencialmente

recuperáveis podendo se beneficiar de uma monitoração mais rigorosa ou

necessitando de um tratamento mais agressivo.

Concordando com Guimarães (2008), no Brasil, os leitos de UTI são limitados

pela demanda de pacientes, e os disponíveis são ocupados com indicação criteriosa

de pacientes com probabilidades de recuperação, definindo o real benefício com o

tratamento que esta unidade pode oferecer.

1.1 Categorização da clientela atendida

Existem diversas doenças e casos que podem levar um paciente para UTI, os

casos mais comuns são: cardiopatias, como infarto, doenças respiratórias,

complicações cerebrais, como um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou então uma

hipotensão arterial e outras.

A UTI é um local ideal para o atendimento de pacientes agudos, graves e

recuperáveis, que reflete à equipe de saúde e aos pacientes como um ambiente

invasivo, tenso e traumatizante do hospital (KOIZUMI; KAMIYAMA; FREITAS, 1979).

Os autores acima mencionados relatam que esse ambiente pode proporcionar

sintomas diversos nos profissionais da equipe, tais como tensão física e psicológica,

ansiedade, apatia, desânimo, prejuízo nas relações pessoais, perda da autoestima,

labilidade emocional, reação depressiva e irritação, acarretando prejuízos em seu

desempenho no trabalho e no cuidar do paciente.

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Segundo Leopardi (1999), quando uma pessoa está com um grave problema

de saúde, que precisa se submeter a uma grande cirurgia, ou que se apresenta com

algum tipo de doença que coloca em risco as condições de garantir sua própria vida,

é indicado sua internação em UTI, unidade esta que dispõem de assistência médica

e de Enfermagem ininterrupta, com equipamentos específicos próprios, profissionais

especializados e acesso a outras tecnologias destinadas aos diagnósticos e à cura.

Os profissionais devem estar próximos e sempre alertas para qualquer

necessidade que o paciente possa precisar, e a quantidade de profissionais devem

ser suficientes para que o paciente seja atendido adequadamente.

A clientela atendida na UTI permanece internada por períodos variáveis,

principalmente devido a doenças crônicas relacionadas ao aparelho cardiovascular e

respiratório, pois o estado geral dos mesmos pode ser considerado como

extremamente grave, visto que a maioria depende de ventilação artificial, muitos são

colonizados por microorganismos altamente patogênicos, possuem deterioração de

funções metabólicas e de múltiplos sistemas orgânicos (MOREIRA; CASTRO, 2006).

Por ser um ambiente onde se encontram vários pacientes portadores de

doenças distintas, em condições também distintas, alguns desenvolvem quadro

satisfatório condizente com sua saída da unidade, enquanto que outros

permanecem ou têm prognóstico indefinido.

Em UTI quase sempre há elevada carga de trabalho para a equipe de

enfermagem, pois os pacientes se encontram em risco de morte, são altamente

dependentes e demandam cuidados complexos. Sendo assim os profissionais que

atuam nessas unidades necessitam de muito preparo, pois podem se defrontar com

situações cujas decisões definem o limite entre a vida ou a morte das pessoas

(MARTINS; NASCIMENTO, 2005).

1.2 Função do enfermeiro em UTI

O Decreto-Lei nº 94.406, de 8 de junho de 1987, regulamenta a Lei nº 7.498,

de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício legal da Enfermagem. De

acordo com esta lei, o enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem,

cabendo-lhe privativamente, dentre outras atividades: o planejamento, organização,

coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem

(JERONIMO; CHEREGATTI, 2011).

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Para o enfermeiro assistencial da UTI, é possível observar os familiares, suas

expressões de angústia, seus questionamentos e suas maneiras de como se

aproximam e se comportam diante da equipe.

O enfermeiro na UTI é responsável pelo acompanhamento e cuidados

constantes do paciente, possui o compromisso, dentre outros, de manter o equilíbrio

do paciente e o bom andamento da unidade, tanto nos casos de emergência quanto

no apoio à vida.

De acordo com Freitas e Oguisso (2007), a tecnologia pode ser copiada;

assim, o grande diferencial no mercado competitivo são as pessoas, desta forma o

preparo adequado do profissional constitui um importante instrumento para o

sucesso e a qualidade do cuidado prestado na UTI.

A integração de conhecimento e das habilidades de um enfermeiro para

cuidar de um paciente em particular, deve ser evidente não só por meio de

observação escritas, como também, através dos cuidados clínicos prestados e da

habilidade demonstrada na alteração das prioridades indicadas pelas necessidades

dos pacientes.

A atividade na UTI inclui quatro (4) funções principais: planejamento,

organização, direção e controle, e o enfermeiro desta unidade espera que estas

funções supram as necessidades ali encontradas, de modo que possam atender as

necessidades do paciente, pois a meta final é a de proporcionar cuidados seguros e

eficazes (SILVA, 2000).

O autor acima mencionado refere que o enfermeiro é um instrumento

fundamental na UTI, pois além de observar as atividades cotidianas, exemplo:

consulta de enfermagem, provisão de materiais e medicamentos, dimensionamento

de funcionário, acolhimento dos familiares e outros, ele torna-se um modelo de

humanização, cativando assim, a participação dos familiares.

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é privativa do

profissional enfermeiro e sua aplicação está prevista na Resolução do COFEN nº

272/2002, que dispõe sobre a SAE nas instituições de saúde brasileiras. O processo

de enfermagem é um método sistemático e organizado de coordenar as atividades

prescritas ao paciente em um plano compreensivo de tratamento.

Segundo Jeronimo e Cheregatti (2011), a SAE é uma ferramenta muito

importante para o enfermeiro e a mesma é composta pelo: histórico, exame físico,

diagnóstico de Enfermagem, prescrição de Enfermagem e evolução de

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Enfermagem.

De acordo com as exigências das UTI’s, os enfermeiros precisam integrar

suas habilidades técnicas e intelectual a pratica diária. Isso significa que eles

precisam dispor de habilidades e competência que os permitam desenvolver suas

funções de forma eficiente e eficaz, alinhando o conhecimento técnico científico ao

domínio da tecnologia, a humanização e individualização do cuidado (SILVA, 2003).

Ainda segundo este autor, o papel do enfermeiro na UTI consiste em obter a história

do paciente, fazer exame físico, executar tratamento, aconselhando e ensinando a

manutenção da saúde e orientando os pacientes para uma continuidade do

tratamento e medidas, devendo cuidar do paciente nas diferentes situações críticas

dentro da UTI, de forma integrada e contínua com os membros da equipe de saúde.

O conhecimento necessário para um enfermeiro de UTI vai desde a

administração e efeito das drogas até o funcionamento e adequação de aparelhos,

pois estes cuidados estão integrados em suas atividades rotineiras e devem ser por

ele dominados, junto a um atendimento humanizado.

O enfermeiro da UTI passa a maior parte do seu tempo dedicado à

monitoração do estado do paciente, sendo capaz de identificar os diagnósticos de

enfermagem, conseguindo identificar sinais e sintomas precoces de potenciais

complicações.

O plano de tratamento médico enfoca o tratamento da doença, enquanto o

processo de enfermagem gira em torno de nortear os cuidados, avaliar as respostas

do paciente quanto à sua doença e ao tratamento a ele destinado, pois o enfermeiro

deve ir de encontro com as necessidades do paciente que está lutando por

sobrevivência (SOUSA; PADILHA, 2000).

Apesar de existirem vários profissionais que atuam na UTI, o enfermeiro é o

maior responsável pelo acompanhamento constante desta unidade, pois deve ter o

compromisso de manter e preservar o bom funcionamento; a ele compete ainda

avaliar, sistematizar e decidir sobre o uso apropriado de recursos humanos, físicos,

materiais e de informação no cuidado ao paciente de terapia intensiva.

Além das atividades e responsabilidades acima citadas, cabe ao enfermeiro o

importante papel de desempenhar e pensar criticamente, analisando os problemas e

encontrar soluções para os mesmos, assegurando sempre sua prática dentro dos

princípios éticos da profissão.

Segundo Silva (2003), o trabalho em UTI é complexo e intenso, onde o

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enfermeiro deve estar preparado e capacitado a exercer atividades de maior

complexidade, necessitando de autoconfiança para conduzir o atendimento do

paciente com segurança, as quais requerem conhecimento específico e a grande

habilidade para tomar decisões e implementá-las em tempo hábil, buscando a

excelência no atendimento para melhorar a qualidade de vida do paciente internado.

O exercício da profissão de Enfermagem é um compromisso com o paciente;

em estar sempre que possível presente, atendendo às suas indagações e

inquietações.

Acredita-se que se faz necessário o preparo e o desenvolvimento contínuo

dos profissionais para que eles possam atuar com propriedade perante o paciente e

a família, deixar emergir sua sensibilidade, estabelecendo a empatia, que ao exercer

o cuidado que possa satisfazer as necessidades físicas, emocionais, espirituais e

sociais do paciente e de seus familiares.

Somente quando todos os profissionais conseguirem enxergar o paciente

como um ser único e completo poderá prestar uma melhor assistência e um cuidado

mais humanizado.

1.3 Dimensionamento do pessoal de Enfermagem

A Resolução COFEN nº 293/2004 fixa e estabelece parâmetros para o

dimensionamento do quadro de profissionais de Enfermagem nas Unidades

Assistenciais das Instituições de Saúde e Assemelhados (JERONIMO;

CHEREGATTI, 2011).

O art. 4º dispõe que para efeito de cálculo, devem ser consideradas como

horas de Enfermagem, por leito, nas 24h: 3,8 horas de Enfermagem, por cliente, na

assistência mínima ou auto- cuidado; 5,6 horas de Enfermagem, por cliente, na

assistência intermediária; 9,4 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência

semi- intensiva; 17,9 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência intensiva e

no parágrafo 2º determina que o quantitativo de profissionais estabelecido deverá

ser acrescido de um índice de segurança técnica (IST) não inferior a 15% do total

(JERONIMO; CHEREGATTI, 2011).

Ainda segundo o autor mencionado acima o art. 5º estabelece que a

distribuição percentual do total de profissionais de Enfermagem deve observar as

seguintes proporções: para assistência mínima e intermediaria: de 33% a 37% são

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enfermeiros (mínimo de 6) e os demais, auxiliares e técnicos de Enfermagem; para

assistência semi- intensiva: de 42% a 46% são enfermeiros e o restante, auxiliares e

técnicos de Enfermagem; para assistência intensiva: de 52% a 56% são enfermeiros

e os demais, técnicos de Enfermagem.

1.4 Procedimentos realizados em UTI

As UTI’s são locais destinados à prestação de assistência especializada, a

pacientes em estado crítico, para receber cuidados qualificados, exercidos por uma

equipe também qualificada, por meio de controle rigoroso dos parâmetros vitais e

assistência contínua.

Os eventos adversos que podem ocorrer em UTI merecem análise particular,

levando em consideração que o paciente grave apresenta características que o

tornam mais susceptível a erros. Sendo assim eles devem ser analisados para

identificar problemas estruturais, recursos humanos, materiais, equipamentos e

processo de trabalho para subsidiar medidas preventivas de falhas no ambiente

hospitalar (SILVA, 2003).

Segundo Knobel (2006), ao ser admitido em uma instituição de saúde, o

paciente tem como objetivo seu tratamento e, para isso, deseja profissionais

capacitados, recursos tecnológicos, materiais adequados, medicamentos,

acomodações confortáveis, e, principalmente, um tratamento digno, respeitoso,

atencioso e, por que não dizer, amoroso.

Ainda segundo o autor acima mencionado, todos os profissionais envolvidos

no acolhimento e ou internação de pacientes em uma UTI, devem estar

preocupados com a segurança e o bem estar do mesmo, porque o modo como ele é

recebido ficará registrado e determinará a criação de vínculo entre paciente e

equipe.

A realização de uma entrevista inicial (anamnese) pode ser o diferencial

nesse processo de hospitalização, pois tanto paciente como acompanhante sentirão

acolhidos e respeitados, tornar-se-ão mais confiantes nos profissionais e,

consequentemente, na instituição de saúde (SILVA, 2003).

A compreensão das informações que o paciente e seus familiares recebem da

equipe é um fator importante no tratamento, pois quando ambos não compreendem

estas orientações poderão ter dificuldades em seguir os procedimentos necessários

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para garantir sua segurança e participação no tratamento (STEFANELLI, 1993).

O registro correto de todos os procedimentos realizados com o paciente e sua

resposta são de importância fundamental, e a leitura das informações por todos os

profissionais da equipe de saúde é imprescindível (SILVA, 2003).

Segundo Jeronimo e Cheregatti (2011) a UTI pode ser destinada a pacientes

clínicos, cirúrgicos, pediátricos e em tratamento de especialidades complexas como

cardíacas, neurológicas, ortopédicas, entre outras.

Ainda segundo os autores acima mencionados, vários são os procedimentos

realizados em UTI, sendo eles: admissão do paciente e registros de Enfermagem,

monitoração da pressão intracraniana, intubação traqueal, ventilação mecânica ou

suporte ventilatório, drenagem torácica, pressão intra-abdominal, tratamento

dialítico, balanço hídrico, monitoração cardíaca e dosimetria de pulso, transdutores

de pressão invasiva, pressão arterial não invasiva e invasiva, cateter venoso

periférico e central, monitoração hemodinâmica invasiva a beira do leito, balão intra-

aórtico, marca-passo cardíaco, cardioversão elétrica, atendimento a parada

cardiorrespiratória, distúrbio eletrolítico e outros.

Os autores acima mencionados relatam que a admissão de um paciente em

UTI deve seguir um protocolo para que seja realizada de forma segura e rápida,

onde deve constar: solicitação de vaga ou leito disponível pela equipe de origem

para o médico responsável pelo plantão, o enfermeiro da unidade de origem faz o

contato com o enfermeiro da UTI passando todos os dados necessários e o

enfermeiro da UTI determina qual funcionário que receberá o paciente, este

funcionário junto com o enfermeiro e o médico receberão o paciente, que será

identificado com pulseira e orientado sobre todos os procedimentos que serão

realizados.

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CAPÍTULO II

HUMANIZAÇÃO E ACOLHIMENTO DA FAMÍLIA

2 INTERAÇÃO ENTRE A FAMÍLIA E O PACIENTE DA UTI

Na UTI, segundo Comassetto (2006), o tratamento é intensivo e é muito

comum o uso das expressões ou das palavras como: viver, morrer, risco, sentir

medo, arriscar, dor, esperança e mudança; onde o dia é parecido com a noite,

fazendo com que o período que o paciente permanece nesta unidade crie

preocupação e tensão.

Observa-se, que toda internação hospitalar é causadora de um desequilíbrio

emocional para o paciente e principalmente para a família, que vivencia uma

situação não planejada, a qual não pode controlar.

Para Morin (2001), a UTI é um local de atendimento considerado agressivo,

frio e invasivo, sendo necessária uma vigilância cuidadosa para que a assistência

seja realizada de forma humanizada, diminuindo assim o sofrimento do paciente e

da família durante sua permanência neste ambiente.

Segundo Mezzomo (2001), quando há necessidade de uma internação em

UTI, ocorre um elevado nível do estresse, provocando insegurança, devido à visão

errônea que o paciente e seus familiares têm desta unidade, por falta de

conhecimento e do próprio acolhimento dispensado, pois associam esta unidade

com uma situação desesperadora de isolamento da família e de amigos com

provável morte.

Acredita-se na importância de incentivar a família no acompanhamento do

tratamento, identificando os efeitos positivos adquiridos pelo paciente quando

submetido ao tratamento na UTI.

Outro aspecto importante é a interação da família com a equipe, apoiando e

participando das decisões, buscando amenizar os momentos vivenciados,

estabelecendo um cuidado humanizado.

Se a relação entre o enfermeiro e os familiares for prévia, melhor será para a

família e também para o paciente (PAULI; BOUSSO, 2003).

Nos últimos tempos, muito esforço tem sido enfocado em relação à resposta

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do paciente, da família e da equipe de profissionais na UTI, pois o paciente e seus

familiares são afetados pelo temor do prognóstico, ou por falta de informações ou

por informações conflitantes (SILVA, 2003).

A internação de um ente querido na UTI é uma experiência difícil para a

família, pois, o medo, a dor, a preocupação e a insegurança estão diretamente

ligados com a melhora ou a piora do mesmo, devido à instabilidade emocional que

os invade nesta situação, pois se encontram sensivelmente abalados (SILVA, 2000).

É muito importante tanto para o paciente como para família compreender que

a UTI é uma etapa fundamental para superação da doença, porém é importante

amenizar o sofrimento e proporcionar conforto independente do prognóstico, pois

esta é a função de todos os profissionais desta unidade.

A UTI é, sem dúvida, muito importante para o avanço terapêutico, porém

impõe nova rotina ao paciente onde há separação do convívio familiar e dos amigos,

que pode ser amenizada através das visitas diárias.

Segundo Comassetto (2006), é importante permitir a presença dos familiares

e dos amigos diariamente na vida do paciente, para que ele não seja somente o

paciente, mas que seja auxiliado no desejo de agir e recuperar-se o mais breve

possível, pois o apoio é indispensável neste momento difícil, principalmente, porque

seus entes queridos são vistos como sujeitos aliados ao tratamento, contribuindo

para que o paciente se sinta protegido, seguro, amado e sendo estimulado a lutar

pela vida.

É de suma importância que haja uma interação da família com o paciente,

pois a vivência de ambos é caracterizada principalmente por ações diárias em favor

do bem estar dos envolvidos.

Para Leite e Vila (2005), a família têm a necessidade e o desejo de saber

sobre o estado de saúde do paciente, pois são as informações que lhe proporcionam

mais alívio, mesmo que não entendam muita coisa, e assim, a qualidade do

relacionamento estabelecido com a equipe torna a internação menos sofrida e a

família com a certeza de que o melhor será realizado para o sucesso do tratamento.

2.1 Comunicação entre equipe de Enfermagem, paciente e família

A comunicação é a base do relacionamento entre seres humanos, exigindo da

equipe de enfermagem um bom preparo nesta área, especialmente nas situações de

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emergência, pois pode ficar abalada por conta da própria condição preocupante para

os lados envolvidos: a equipe de enfermagem, o paciente e a família.

Por esta razão, para além de desenvolver o seu saber e o seu saber-fazer, a

equipe deve também desenvolver o seu saber-ser, tanto consigo próprio como com

o paciente hospitalizado, isso significa que deve haver uma auto reflexão por parte

de quem presta o cuidado(SILVA, 2001).

A comunicação é descrita por Furegato (1999) como útil para ajudar o

paciente a recuperar-se e a desenvolver a sua autonomia no cuidado para consigo

mesmo e só é possível na medida em que a equipe de enfermagem coloca-se numa

relação de pessoa a pessoa com o paciente, aceitando-o como ser único.

Rodrigues (1996), em relação à assistência de enfermagem, observa que, ao

se direcionar para o paciente enquanto indivíduo, o profissional deve valorizar a

saúde, e possibilitar, ainda, uma compreensão holística dessa pessoa, permitindo

um trabalho com inúmeras atividades que atendam às necessidades do paciente.

Para o autor acima mencionado, isso veio fortalecer o entendimento de que

novos conceitos, novas abordagens e novas formas de tratamento e prevenção são

viáveis, uma vez que o hospital não é mais foco exclusivo de atendimento.

A equipe de enfermagem precisa da empatia como requisito importante no

atendimento da família e do paciente internado, devendo afastar suas preocupações

pessoais, colocando as de lado e mergulhando nas do paciente e sua família, pois a

empatia exige que a equipe de enfermagem se centre totalmente neles com a

finalidade de identificar e de compreender bem o conteúdo das suas mensagens,

sendo que sua eficiência só será possível quando compartilhada com ambos

(RODRIGUES, 1996).

Concordando com o autor acima mencionado a empatia não é por si só, uma

virtude que cure; não faz milagres e não soluciona problemas por magia, mas pode,

no entanto, fazer com que o paciente saia da solidão que sente em face de um

problema, pois quando existe um alto grau de empatia, é provocado na família e no

paciente hospitalizado resultados positivos porque o contrário somente contribui

para atrasar a sua evolução.

O bem estar e o conforto que a família e o paciente sentem com o apoio que

recebem da equipe de enfermagem, podem ser entendidos como possibilidades que

todos: equipe, paciente e família encontram para canalizar energias para a solução

dos conflitos e problemas que podem ocorrer durante o período de internação.

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33

Os valores e atitudes não se verificam senão através dos nossos

comportamentos e um dos princípios fundamentais da relação de ajuda é acreditar

que o paciente hospitalizado tem em si próprio todos os recursos para chegar a ser

aquilo que ele pode ser e para melhor oportunidade para avaliar e solucionar, por si

próprio, o seu problema, da forma que lhe for mais conveniente (SILVA, 2001).

Segundo Ferraz et al. (1998), o homem apenas existe como tal em face de

outro homem e para que ele seja humano e que possa desenvolver-se como

pessoa, é necessário que conviva com outros humanos, efetuando trocas com os

seus semelhantes.

Concordando com o autor acima mencionado, se o homem aceitasse sempre

o mundo como ele é, e se, por outro lado, aceitasse sempre a si mesmo em seu

estado atual, não sentiria a necessidade de transformar o mundo nem de

transformar-se, portanto, o relacionamento equipe de enfermagem e paciente

hospitalizado se realiza em situações variadas, ou seja, executando uma técnica,

interagindo informalmente com o paciente.

Para Silva (2001) a equipe de enfermagem é o elemento da equipe que

melhor e mais vezes se comunicam com os pacientes; e a reciprocidade é

verdadeira, pois cada vez mais os pacientes também parecem ter mais facilidade de

comunicação com eles.

Acredita-se que pensar, criar e agir é uma atitude relevante no

relacionamento diário da equipe de enfermagem com o paciente porque a maior

dificuldade no relacionamento com os pacientes hospitalizados encontra-se no

comportamento do próprio profissional.

Quando duas pessoas conversam, o natural é olhar nos olhos e o período em

que o indivíduo fixa o outro parece ser a atração interpessoal que determina o fato

de gostar do outro ou não, entretanto a distância que uma pessoa mantém com

relação à outra, também é um fator importante, de modo geral, parece que ficamos

mais próximos das pessoas de que gostamos do que daquelas de que não

gostamos, portanto se realmente gostamos de alguém, gostamos de ver essa

pessoa feliz e não gostamos de vê-la sofrer (FUREGATO, 1999).

O paciente hospitalizado e seus familiares em muitos momentos da vida

manifestam corporalmente expressões de alegria, tristeza, felicidade, amargura,

dores e angústias, podendo estas expressões, em dado momento, serem

registradas como amostra das experiências por eles vivenciadas. Observa-se que de

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uma maneira ou outra, todos nós já tivemos necessidades de sermos ajudados;

pensando em uma relação de ajuda como efeito de diminuir a ansiedade e elevar o

nível de energia, é importante estabelecer uma comunicação clara e objetiva entre a

equipe de enfermagem, paciente e família, fazendo com que sintam que são aceitos.

É grande o esforço que a equipe de enfermagem faz para beneficiar os

pacientes quando internados em uma UTI, pois quanto mais a equipe se esforça

para melhorar a assistência prestada, mais benefícios todos conquistam.

Segundo Furegato (1999), é natural que todo o indivíduo tem necessidade de

ser escutado porque necessita de comunicar-se. Negar a necessidade que os

familiares e os pacientes hospitalizados têm de serem escutados, é o mesmo que

negar a essência da prática de enfermagem, porque a comunicação é a base para a

ajuda.

Silva (2001) diz que a primeira finalidade da comunicação humana é entender

o mundo, pois o pensamento só é possível através de códigos que tenham um

significado para todos, porque a comunicação é à base do relacionamento entre

seres humanos, exigindo da equipe de enfermagem um bom preparo nesta área,

especialmente nas situações de emergência, onde a comunicação fica abalada por

conta da própria condição preocupante para os lados envolvidos: a equipe de

enfermagem, o paciente e a família.

Para Rodrigues (1990), a equipe de Enfermagem precisa ter conhecimento

das emoções, sentimentos e motivações do ser humano, tanto no que refere ao

comportamento do paciente como também de seus familiares, pois, a

intercomunicação ocorre entre dois seres que agem, reagem e influenciam-se

mutuamente.

A família do paciente não deve ficar excluída dos fatos e acontecimentos que

ocorrem durante a internação de seus entes queridos em uma UTI. Eles merecem

toda atenção e respeito da equipe de enfermagem, a quem eles reportam seus

medos, angústias e conflitos, pois a enfermagem é o elo entre o paciente e sua

família.

Segundo Tigulini e Melo (2002), o relacionamento entre equipe de saúde,

paciente e família deve ter como objetivo ajudar o paciente, de forma estruturada

através de interações planejadas, utilizando os conhecimentos da comunicação

terapêutica, possibilitando a comunicação eficiente. Assim grande importância é

atribuída à comunicação.

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Acredita-se que a comunicação usada entre a equipe de enfermagem, o

paciente e seus familiares, faz com que haja o afastamento da solidão, de modo que

as barreiras existentes sejam ultrapassadas criando um elo entre ambos. Portanto a

equipe deve estar preparada para ouvi-los, aceitá-los e compreendê-los, procurando

entender sua realidade, pois cada família tem o seu jeito de ser e de reagir de

acordo com as situações esperadas e inesperadas.

Um dos aspectos fundamentais frente à necessidade de internação em UTI é

o significado desta situação para o paciente, para seus familiares e para a própria

equipe de enfermagem, pois este momento é representado por uma grande

ansiedade tanto para o próprio paciente como para seus familiares.

Para Furegato (1999), as orientações realizadas à família de pacientes

internados na UTI, no momento da internação, significam um elemento importante

para o cuidado prestado, pois estabelece uma relação interpessoal entre a equipe

de enfermagem e a família, possibilitando uma comunicação mais efetiva diante da

situação estressante de ter um familiar nesta unidade.

A equipe de enfermagem deve estar sempre atenta aos acontecimentos que

estão ocorrendo com os familiares do paciente internado na UTI, porque na maioria

dos casos a família encontra-se fragilizada e angustiada com medo da não melhora

do seu ente querido.

Segundo Mezzomo (2001), é importante que cada membro da equipe de

enfermagem reconheça suas próprias necessidades e limitações para compreender

o outro, pois o cuidar de pessoas implica antes de tudo compreender e perceber os

próprios sentimentos, levando ao enfrentamento das próprias dificuldades como

pessoas e profissionais que cuidam, facilitando assim a construção de uma relação

que promove o interesse pelo sofrimento.

A família pode contribuir muito para a recuperação do paciente. Para tanto,

ela precisa ser orientada sobre as rotinas da UTI e sobre o que está acontecendo

com o seu familiar, necessitando sentir-se acolhida, respeitada e, também, cuidada,

permitindo sua presença, assegurar-lhe que a equipe de enfermagem está ali para

lhe ajudar a enfrentar esse momento difícil (LEITE; VILA, 2005).

O ambiente da UTI se tornará menos impessoal para o doente e seus

familiares quando o diálogo estiver aberto para ambos, quando ocorrer uma relação

entre os doentes e seus familiares, entre eles e o ser cuidador de enfermagem, e

entre os cuidadores de enfermagem da UTI (BOLELA; JERICÓ 2006).

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2.2 Humanização em Enfermagem na UTI

A humanização da assistência hospitalar vem sendo gradativamente

implantada e tem como objetivo principal proporcionar melhorias na qualidade do

serviço e do atendimento prestado, devendo ser realizada por todos os profissionais

da saúde (BRASIL, 2002).

Nos últimos tempos, a humanização em UTI tem sido um assunto bastante

abordado, em decorrência da constante preocupação dos profissionais da saúde em

oferecer uma assistência de qualidade, onde o paciente é atendido dentro de suas

necessidades individuais e o contato com os familiares é fortalecido através da

aproximação de ambos.

Para Oliveira (2001, p.104):

Humanizar caracteriza-se em colocar a cabeça e o coração na tarefa a ser desenvolvida, entregar-se de maneira sincera e leal ao outro e saber ouvir com ciência e paciência as palavras e os silêncios. O relacionamento e o contato direto fazem crescer, e é neste momento de troca, que humanizo, porque assim posso me reconhecer e me identificar como gente, como ser humano.

Oferecer atendimento humanizado não requer somente dedicar um tempo

maior ao paciente, mas sim, prestar uma assistência de forma holística, sabendo

que cada paciente é uma nova realidade (LIMA, 2013).

Acredita-se que somente é possível humanizar o atendimento em uma UTI,

mediante nossa própria humanização, portanto, a equipe de enfermagem não pode

humanizar a assistência prestada ao paciente crítico antes de aprender a serem

íntegros consigo mesmo (WALDOW, 2004).

Segundo Martins e Nascimento (2005), os profissionais de Enfermagem ao

adquirir a formação, têm priorizado a especialização em busca de melhorar seus

conhecimentos, tornando-se capacitados e habilitados, para cada vez mais oferecer

o melhor tratamento e consequentemente recuperação e cura do paciente.

A equipe de enfermagem em UTI tem deixado em segundo plano alguns

aspectos ligados ao ser humano tais como: seus valores, crenças, sentimentos e

emoções (MARTINS; NASCIMENTO, 2005).

O Código de Ética dos profissionais de Enfermagem, por meio da Resolução

n. º240/2000, p.35, capítulo I (COFEN, 2000), estabelece que:

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O profissional da Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos da pessoa humana, em todo seu ciclo vital, a discriminação de qualquer natureza, assegura ao cliente uma assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência, cumpre e faz cumprir os preceitos éticos e legais da profissão, exercendo a Enfermagem com justiça, competência, responsabilidade e honestidade.

Para atender à rotina diária e complexa que envolve a UTI, a equipe de

enfermagem acaba por desenvolver uma assistência mecanizada e não

humanizando o cuidado prestado; o cuidado humanizado está ligado ao profissional

que o executa, envolvendo seu estado físico, psicológico e mental (FREITAS;

OGUISSO, 2007).

Os autores acima citam que os profissionais de enfermagem muitas vezes

trabalham em número e remuneração inadequados, gerando uma sobrecarga de

trabalho, levando os ao cansaço, stress que também contribui para uma pratica do

cuidado desumanizado.

Observa-se que o excesso de trabalho, pouco profissional por plantão, baixa

remuneração pelos serviços, falta de motivação e de conhecimento na área são

fatores que podem dificultar a humanização do serviço de enfermagem.

Para Gomes (1998), humanizar não é técnica ou artifício, mas, sim, um

processo vivencial a permear toda atividade dos profissionais no intuito de realizar e

oferecer o melhor tratamento ao ser humano, dentro das circunstâncias peculiares

vividas em cada momento do hospital.

“Levando em conta a ética profissional da enfermagem, a esses profissionais

não competem apenas às ações técnicas e especializadas, mas a atenção às

pessoas doentes da melhor maneira possível respeitando sua individualidade”

(GUIDO, 1995, p.103).

Quando o paciente e seus familiares participam do esquema terapêutico

proposto, é indiscutível o resultado da melhora e cura esperada, o calor humano, a

privacidade e a individualidade, o respeito ao pudor das pessoas, a preservação do

conforto e do bem-estar físico e mental. A proximidade entre o paciente e familiar,

são alguns dos elementos mais importantes para amenizar a angustia e o

sofrimento, tornando o ambiente da UTI menos frio.

Para Carraro (2000, p.42):

Precisamos despir-nos da ideia que humanização e tecnologia compreendem apenas ações atuais e equipamentos de última geração. Não

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desconsidero estas ideias, apenas quero chamar a atenção para possibilidades de humanizar a aplicação de tecnologias simples, antigas e corriqueiras na Enfermagem, lembrando que muitas vezes estão à nossa disposição e não as valorizamos em detrimento da sofisticação.

Concordando com a citação acima, há uma grande necessidade dos

profissionais de enfermagem colocar em pratica as ações humanizadas, onde o

diálogo e a comunicação são ferramentas importantes para que a palavra humanizar

seja usado com dignidade ética, pois o ser humano precisa ser cuidado em sua

globalidade, com profissionais competentes, que realmente o trate com dignidade

que merece.

“O cuidado humano, não pode ser prescrito, não existem receitas para tal,

pois o cuidado humano é sentido, vivido, exercitado” (WALDOW, 1999, p.55).

Ainda, Vila e Rossi (2002, p.17) “referem que a humanização deve fazer parte

da filosofia de enfermagem, que o ambiente físico, os recursos materiais e

tecnológicos não são mais significativos do que a essência humana, pois esta sim

irá conduzir o pensamento e as ações da equipe de enfermagem, tornando-o capaz

de criticar e construir uma realidade mais humana”.

Para Pessini e Bertachini (2004), humanizar o cuidar é dar qualidade a

relação profissional da saúde-paciente, acolhendo as angústias do ser humano

diante da fragilidade do corpo, da mente e do espírito, pois o cuidado humanístico

não corresponde somente ao ato de garantir assistência ao paciente, mas com uma

visão mais holística da situação, pode-se relatar que um cuidar deve ser embasado

na afetividade, no respeito, no conhecimento de valores e necessidades do paciente.

Resgatar a humanização na UTI é refletir o que é o ser humano nesta

unidade, utilizar-se dos recursos tecnológicos cada vez mais avançados, mas os

profissionais de enfermagem não devem esquecer que a máquina não substituirá a

essência humana.

A proposta de humanização é, portanto, base para se conquistar melhor

qualidade no atendimento aos usuários e condições de trabalho dos profissionais,

ficando claro que o cuidado e humanização não podem ser dissociados, pois cuidar

é “uma ação que, além de procedimentos técnicos e conhecimento, envolve atitudes

e comportamentos” (WALDOW, 2004, p.12).

A equipe de enfermagem para cuidar tem que compartilhar conhecimento,

tem que amar e conhecer, só assim poderá garantir a credibilidade através da

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confiança, pois a equipe de enfermagem é relacionamento humano, portanto é a

interação de um ser humano com outro ser humano (SILVA, 2001).

Cada pessoa é diferente em sua própria maneira de ser e de agir, as

experiências de vida da pessoa e o modo de perceber ou reagir é que determina

esta diferença.

Segundo Bolela e Jericó (2006), o conceito de humanização é uma busca

constante do conforto físico, psíquico e espiritual do paciente, da família e da equipe,

esclarecendo assim a importância da mesma durante o período da internação,

visando tornar efetiva a assistência ao indivíduo.

Para Barbosa e Silva (2007), a equipe de enfermagem deve refletir sobre os

princípios da sua pratica profissional, pois a ética profissional envolve motivação,

ações, ideais, valores, princípios e objetivos, além de ser um mecanismo que regula

as relações sociais do homem e garante a coesão social, pois harmoniza os

interesses tanto individuais como coletivos.

Entende-se então que é necessário reconhecer a importância da

humanização; humanizar o cuidado é uma forma de relacionamento com o próximo,

não somente focado nas atividades que lhe proporcionam a sobrevivência, mas de

respeito aos sentimentos do outro, expressando interesse, ao tocar, ouvir ou, falar.

Para Leite e Vila (2005), o profissional deve se identificar como ser humano,

agir de forma ética, humanizada, entender o que o outro passa, se colocando no

lugar do próximo e tendo capacidade de avaliar e escolher como ele gostaria de ser

tratado naquele momento.

2.3 Benefício da humanização e finalidade do acolhimento

Para melhorar a eficácia do atendimento à saúde o Ministério da Saúde,

através da portaria nº. 881, de 19 /06/ 2001, estabeleceu o Programa Nacional de

Humanização Hospitalar - PNHAH, para fazer parte de um processo de políticas e

implementação de ações de humanização da assistência, direta ou indiretamente

aos clientes que necessitam de cuidados no processo de saúde e doença. A

proposta do programa é de melhorar a qualidade e a eficiência dos serviços

prestados, priorizando as relações entre profissional da saúde, usuário e familiares

(BRASIL, 2002).

Segundo Morin (2001), humanizar é assegurar o respeito e garantir a ética

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nas relações interpessoais, pois a atenção e a melhoria nos atendimentos é

condição indispensável para haver assistência humanizada.

Para ter um conceito bem claro do que significa assistência humanizada é

necessário: saber em que se deve fundamentar a humanização; identificar o que

impede a humanização; descobrir o que favorece; definir a visão de futuro do

Programa; escolher e assumir a missão; buscar os valores de suporte cultural;

conhecer os princípios norteadores do agir; estabelecer as metas a serem

alcançadas; selecionar os meios, recursos e métodos a serem utilizados (MARTINS,

2003).

A humanização em UTI surge na tentativa de melhorar a assistência prestada

a pacientes críticos e seus familiares e favorecer as condições de trabalho da equipe

multidisciplinar que atuam na UTI (SANTOS; TOLEDO; SILVA, 1999).

Acredita-se que a participação e o envolvimento do paciente e seus familiares

é um pré-requisito para humanizar a assistência de enfermagem durante o

tratamento na UTI, pois o ambiente é estressante para ambos.

A família deve ser vista como um aliado importante da equipe, podendo atuar

como um recurso por meio do qual o paciente pode reafirmar e recuperar sua

importância no tratamento, de forma a investir na sua possibilidade de recuperação

(BOLELA; JERICÓ, 2006).

Quando a família chega para a visita dentro da UTI é de suma importância

que a equipe de enfermagem faça o acolhimento, preparando, acompanhando,

comunicando, identificando e esclarecendo todas as dúvidas que possam surgir,

tendo a sensibilidade de observar as reações e compreender seus sentimentos.

Para Silva (2003), a desconfiança e a sensação de que a equipe está

escondendo informações pode ser aliviada, quando um profissional da saúde dedica

alguns minutos do seu tempo para cumprimentar os familiares e transmitir-lhes um

breve relato sobre o paciente, pois manter a família confortada alivia o estresse e

diminui a ansiedade.

Os familiares expressam expectativas positivas em relação à internação do

paciente, pois, através do acolhimento e das informações recebidas sobre a saúde

do mesmo, poderão definir melhor seus sentimentos, direcionando seus objetivos

para aguardar a recuperação do seu ente querido (COMASSETTO, 2006).

A família tem expectativas de encontrar um profissional da equipe de

enfermagem que lhe ajude a compreender os momentos difíceis, que demandam

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ações, sentimentos e pensamentos, nem sempre positivos.

Para que a equipe de enfermagem atinja o objetivo de humanizar e a

finalidade do acolhimento dentro da UTI, a família e o paciente têm que ser parte

indispensável deste processo de assistência, pois é através dela que os

profissionais vão poder identificar a necessidade e a importância de se ter um

melhor acolhimento dentro do setor.

Para Bolela e Jericó (2006), uma intervenção junto aos familiares se faz

necessária, pois dá oportunidade para expor suas dúvidas, medos e sentimentos em

relação à internação do paciente na UTI, ajudando-os a compreenderem a real

situação do doente e da necessidade de tratamento na UTI, é preciso garantir que

as famílias sintam-se apoiadas, úteis e participativas no tratamento do paciente e

tenham suas dúvidas esclarecidas.

Os familiares sentem a necessidade de informações, orientações e suporte

psicológico dentro da UTI. Quando há um suporte do profissional para com a família

e os medos, anseios e duvidas são sanadas o enfermeiro consegue diminuir o

estresse que causa ter um familiar na UTI.

A humanização representa um conjunto de iniciativas que visa à produção de

cuidados em saúde, capaz de conciliar a melhor tecnologia disponível, com

promoção de acolhimento, respeito ético e cultural ao paciente e seus familiares.

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CAPÍTULO III

A PESQUISA

3 INTRODUÇÃO

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2009), a UTI é um local de

grande especialização e tecnologia, onde médico e enfermeiro são possuidores de

grande aporte de conhecimento, habilidades e destreza para a realização de

procedimentos.

Após pesquisa em livros, artigos, monografias e outros, observou-se que o

atendimento ao paciente internado em uma UTI e o acolhimento da família, depende

de um conjunto de atributos como: condição de trabalho, competência e habilidade

técnica, compromisso, envolvimento, acolhimento do enfermeiro durante a admissão

para a prestação de uma assistência de enfermagem humanizada, pois a

humanização no cuidar em enfermagem é indispensável para estabelecer a

interação e o relacionamento entre todos (JERONIMO; CHEREGATTI, 2011;

KNOBEL, 2006).

Diante do exposto, observa-se a importância do tema em questão, pois,

segundo Guimarães (2008), a UTI além de ser um ambiente de grande aporte de

tecnologia e com recursos humanos destinados à prestação de uma assistência

especializada e humanizada à pacientes com quadro gravemente enfermo, é

também um excelente campo de aprimoramento e conhecimento.

Para os profissionais de enfermagem, faz-se necessário compreender as

expectativas e necessidades dos familiares quanto ao acolhimento da UTI e, desta

forma, buscar um modo melhor de acolhê-los. Assim surgiu o interesse em

desenvolver um estudo com o objetivo de identificar a percepção dos familiares

acerca do acolhimento em uma UTI.

Portanto, a decisão de se realizar esta pesquisa parte da observação e

importância do acolhimento humanizado dos enfermeiros para com as famílias,

tendo em vista a necessidade que a humanização necessita ser sentida e percebida

pela equipe de enfermagem.

Nesse contexto, surge como pergunta de pesquisa: o atendimento prestado

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pelo enfermeiro da UTI aos familiares responde as perspectivas do acolhimento e da

humanização?

Temos como hipótese deste questionamento que diante das dificuldades

enfrentadas pelas famílias durante a permanência do paciente internado na UTI,

percebe-se que o enfermeiro está voltado para realização do cuidado ao paciente,

esquecendo-se da importância do acolhimento do familiar repercutindo em

ansiedade, angústias e sofrimento, não atendendo as expectativas esperadas por

estes sujeitos.

Para demonstrar a veracidade da hipótese foi realizada a pesquisa com os

familiares dos pacientes internados em UTI, cujos métodos e técnicas estão

descritas e analisadas, através dos depoimentos colhidos, encerrando o trabalho

com as considerações finais, proposta de intervenção e conclusão.

3.1 Tipo de pesquisa

Para a realização desta pesquisa, optou-se por uma abordagem qualitativa,

com utilização da técnica de entrevista semiestruturada, objetivando analisar a

importância da humanização no acolhimento da família dos pacientes internados em

Unidade de Terapia Intensiva.

Para Minayo (2010, p. 57), a pesquisa qualitativa é aquela que:

(...) se aplica ao estudo da história, das relações, das representações, das

crenças, das percepções e das opiniões, produtos das interpretações que

os humanos fazem a respeito de como vivem, constroem seus artefatos e a

si mesmos, sentem e pensam. Embora já tenham sido usadas para estudos

de aglomerados de grandes dimensões (IBGE, 1976; Parga Nina et. al

1985), as abordagens qualitativas se conformam melhor a investigações de

grupos e seguimentos delimitados e focalizados, de histórias sociais sob a

ótica dos atores, de relações e para analises de discursos e de documentos.

(MINAYO, 2010, p. 57)

Segundo Becker (1994), a investigação qualitativa possui características e

exigências próprias, onde o ambiente natural é fonte direta dos dados e o

investigador, o principal instrumento. O caráter de uma pesquisa dessa natureza é

descritivo e o investigador preocupa-se com o processo de pesquisa e não somente

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com os resultados dela, pois o significado tem uma importância fundamental neste

tipo de estudo.

3.2 Procedimentos éticos

O primeiro contato na Santa Casa de Lins foi com a Enfermeira, com o

objetivo de expor o projeto e obter o consentimento do mesmo para a sua

realização. Foram também procurados os familiares dos pacientes internados na

Unidade de terapia Intensiva os quais foram solicitados à colaboração.

De acordo com a Resolução 466 de 12/12/12 do Ministério da Saúde, o

projeto foi submetido à Plataforma Brasil e aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de

Enfermagem, número 846.570 em 27 de outubro de 2014.

3.3 Contexto institucional

A instituição, denominada Associação Hospitalar Santa Casa de Lins, é uma

empresa filantrópica, do ramo hospitalar, localizada no centro da cidade, composta

pelos setores de pronto socorro, centro cirúrgico, clínica médica e cirúrgica,

pediatria, maternidade, UTIs Adulto e Neonatal, setor radiológico, banco de sangue

e ambulatório.

É provida de materiais e equipamentos específicos ao suporte hospitalar

básico e avançado, urgência e emergência, e tratamento intensivo. Conta com a

presença contínua da equipe de saúde composta por enfermeiros, médicos, técnicos

de enfermagem e suporte multiprofissional.

Atende aos convênios, Sistema Único de Saúde (SUS), Instituto de

Assistência Médica ao Servidos Público (IAMSP) e particulares, abrangendo Lins e

região através de central de vagas e atendimento emergencial, com grande

demanda de pacientes.

3.4 A Unidade de Terapia Intensiva - Adulto (UTI – A)

A Unidade está situada no 1º andar do prédio hospitalar, acesso por escadas

e elevadores, sendo local provisório por motivos de reforma. No momento, composta

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por 05 leitos mistos, cada leito devidamente equipados para o suporte intensivo,

banheiro para pacientes, lavatórios, sala para preparo de materiais, expurgo,

rouparia, depósito de materiais de limpeza, sala para preparo de medicação, quarto

para repouso médico e quarto para repouso de enfermagem com copa acoplada,

copa para pacientes, posto de enfermagem e recepção.

A equipe é composta por 01 enfermeira, 08 horas diárias, e 02 enfermeiras

alternadas, 12 horas noturnas, 04 técnicos de enfermagem a cada plantão de 12

horas, totalizando 16 técnicos de enfermagem em escala fixa nos períodos diurno e

noturno; frequentemente 01 está de folga e 03 no plantão, 01 médico plantonista e

eventualmente o médico intensivista responsável pela unidade. Multidisciplinarmente

encontram-se os estagiários de enfermagem, fisioterapia e terapia ocupacional e

seus respectivos supervisores, além dos profissionais de suporte como técnico em

radiologia, farmacêutico, nutricionista, assistente social, administrativo e serviços

gerais.

O número de internações varia mensalmente, mas a unidade encontra-se

sempre em lotação devido a grande demanda de pacientes em estado crítico.

3.5 Procedimentos de coleta dos dados

3.5.1 Entrevista

Para apreensão do objeto em estudo e, tendo em vista os objetivos desta

investigação, foram realizadas entrevistas no período de 30 dias na Unidade de

Terapia Intensiva, durante o horário da visita, no turno da tarde.

A entrevista é uma técnica que privilegia a fala, a expressão dos sujeitos de

um determinado contexto. Ela é:

(...) reveladora de condições estruturais, de sistemas de valores, normas e símbolos (sendo, ela mesma, um deles) e ao mesmo tempo ter a magia de transmitir, através de um porta-voz, as representações de grupos determinados, em condições históricas, socioeconômicas e culturais específicas (MINAYO, 1999 a, p. 109-110)

Segundo Romanelli (1998, p.145):

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A entrevista semiestruturada exige que se componha um roteiro de tópicos selecionados. As questões seguem uma formulação flexível e a sequência e minuciosidade ficam por conta do discurso dos sujeitos e da dinâmica que acontece naturalmente. As questões nesse caso são abertas e devem “evocar” ou “suscitar” uma verbalização que o expresse o modo de pensar ou de agir das pessoas face aos temas focalizados; frequentemente elas dizem respeito a uma avaliação de crenças, sentimentos, valores, atitude, razões e motivos acompanhados de fatos e comportamentos.

3.6 Identificação dos Sujeitos

Foram entrevistados 15 sujeitos das famílias de pacientes internados em

Unidade de Terapia Intensiva, durante o período de 27 de outubro a 27 de novembro

de 2014, tendo como critério de inclusão todos os familiares, em todos os graus de

parentesco incluindo genros, noras e cunhados (as) maiores de 18 anos e o critério

de exclusão serão os familiares menores de 18 anos e amigos. As entrevistas foram

realizadas na própria unidade, de modo que ele pudesse falar sem ser interrompido.

Antes de cada entrevista, eram apresentados os objetivos e procedimentos

técnicos do trabalho. Os entrevistados assinaram o Termo de Consentimento,

contendo informações sucintas da pesquisa, que deveria ser lido pelo entrevistado

(Anexo 1).

Os depoimentos foram registrados em impresso próprio, com a permissão dos

informantes, sendo-lhes assegurado o anonimato e o sigilo das informações.

Alguns dos depoentes apresentaram-se preocupados e inibidos no momento

da entrevista.

O tempo da entrevista variou de 15 a 30 minutos e, ao término das mesmas,

os sujeitos tiveram oportunidade para reler as respostas de cada questão, podendo,

em caso de dúvida, sugerir mudanças ou complementar as informações.

3.7 Procedimentos de análise dos dados

Todas as entrevistas foram enumeradas na ordem de sua aplicação (1 a 15).

Neste estudo, elas estão identificadas pelas letras FF acompanhadas de um

número de ordem, preservando a identidade dos sujeitos.

A análise do material coletado teve como referência os objetivos do estudo, a

abordagem metodológica e os temas que emergiram nas falas no período da

pesquisa de campo.

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O conteúdo das onze questões propostas para os sujeitos foi objeto de uma

categorização, onde os eixos foram confrontados com os dados da literatura.

3.8 Apresentação por Categorias

Cada entrevista foi lida atentamente para que pudesse apreender o sentido

no seu todo. Foram elaboradas após identificação dos conceitos expressos nas

falas, categorias, através da análise dos dados coletados minuciosamente,

buscando conteúdos e conceitos em comum para construção das mesmas. Sendo

assim, será apresentada cada categoria:

Quadro 1 - Categorias

CATEGORIA I: A UTI na visão dos familiares

CATEGORIA II: Percepção dos familiares referente à humanização e ao

acolhimento na UTI e identificação do profissional por quem ele foi acolhido

CATEGORIA III: Comunicação entre Enfermeiro e Família

CATEGORIA IV: Concepção por parte da família em relação aos resultados do

acolhimento prestado pelo Enfermeiro e suas sugestões atribuídas para melhorar

o acolhimento na UTI

Fonte: ALVES; MATTOS; NASCIMENTO, 2014.

3.8.1 Categoria I: a UTI na visão dos familiares

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destina-se a internação de pacientes

com instabilidade clínica e com potencial de gravidade. Como ambiente de alta

complexidade, é um local reservado e único no ambiente hospitalar, já que se

propõe estabelecer monitorização completa e vigilância 24 horas por dia.

As UTI surgiram da necessidade de aperfeiçoamento tecnológico e humano

para a assistência de pacientes potencialmente graves e são consideradas como um

dos locais mais agressivos e tensos do hospital, pois é um local onde a morte é uma

constante (SILVA; SANCHES; CARVALHO, 2007).

“Imaginava que seria um lugar de risco de vida, mas sabia que era um lugar bom para ela” (1FF).

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“Um lugar de risco que a pessoa está ali precisando de um médico 24 horas” (3FF). “Um lugar, vendo um monte de aparelho assim, um lugar vazio, de tristeza, fiquei muito triste de ver ela daquele jeito” (13FF). “Um lugar de risco, a pessoa está entre a vida e a morte, está em uma situação complicada” (15FF).

Diante dessa experiência desconhecida da UTI, os familiares compreendem

este local como frio, tenso e hostil, de acordo com suas particularidades referentes à

área física e restrita. Caracterizam esta área hospitalar onde se concentram recursos

e materiais especializados visando à recuperação do paciente grave e de alto risco.

Sabe-se que a UTI é um local com recursos de alta complexidade, capaz de

possibilitar rapidez e eficiência na assistência prestada.

Para outros familiares, a UTI emerge como um lugar totalmente

desconhecido, discorrendo em medo e angústias:

“Não tinha ideia de como fosse uma UTI” (4FF). “Pelo que me contaram eu imaginava uma coisa muito feia, tinha até medo de entrar, via na TV e pensava: “Ai meu DEUS”!” (7FF). “Não sabia, mas imaginava que era um lugar de risco, cheio de aparelhos” (12FF).

Segundo Rocha, Santos e Almeida (2012), a UTI é culturalmente idealizada

como um local de sofrimento. Neste sentido, a mistificação deste ambiente ocasiona

dor e medo aos familiares que acompanham seus entes durante a internação.

3.8.2 Categoria II: percepção dos familiares referente à humanização e ao

acolhimento na UTI e identificação do profissional por quem ele foi acolhido

Segundo Vila e Rossi (2002, p 137):

A “humanização deve fazer parte da filosofia de enfermagem. O ambiente físico, os recursos materiais e tecnológicos não são mais significativos do que a essência humana. Esta sim irá conduzir pensamento e as ações da equipe de enfermagem, principalmente do enfermeiro, tornando-o capaz de criticar e construir uma realidade mais humana. (VILA; ROSSI ,2002, p 137)

Acolher significa receber, recepcionar e, também aceitar o outro como sujeito

de direitos e desejos, e como corresponsável pela produção da saúde, tanto na

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perspectiva individual como do ponto de vista coletivo (HENNINGTON, 2005).

“Humanização: é ser humano com o outro, porque hoje em dia tem muita desumanização. Acolhimento: é ser tratado bem” (4FF). “Humanização: ter respeito em todos os aspectos. Acolhimento: ser bem recebido em qualquer lugar, ocasião e situação” (10FF). “Humanização: seria o respeito. Acolhimento: acolher a pessoa com paciência e atenção” (13FF).

De acordo com Santos e seus colaboradores (1999), a humanização em

Terapia Intensiva surge na tentativa de melhorar a assistência prestada a pacientes

críticos e seus familiares e, também as condições de trabalho da equipe

multidisciplinar atuante em UTI.

Para ter um conceito bem claro do que significa assistência humanizada é

necessário: saber em que se deve fundamentar a humanização; identificar o que

impede a humanização; descobrir o que favorece; definir a visão de futuro do

Programa; escolher e assumir a missão; buscar os valores de suporte cultural;

conhecer os princípios norteadores do agir; estabelecer as metas a serem

alcançadas; selecionar os meios, recursos e métodos a serem utilizados (MARTINS,

2003).

Neste sentido, ao serem questionados sobre o processo de acolhimento, as

respostas ilustraram a falha do acolhimento realizado pelo enfermeiro.

“Não fui acolhida pelo enfermeiro, somente pelo médico” (1FF). “Não fui acolhida” (2FF). “Não teve acolhimento pelo enfermeiro” (11FF). “Minha cunhada que foi até a técnica para fazer as perguntas sobre o estado da minha sogra” (4FF).

Frente ao exposto a relação entre familiares e o enfermeiro se dá de forma

tênue, considerando pouco os sentimentos e as reais necessidades dos familiares.

Durante as visitas o enfermeiro encontrava-se ausente.

Para suportar a difícil situação vivenciada o familiar necessita de orientações

e a visita é o momento que o enfermeiro entra em contato com a família do doente,

fornecendo informações e identificando às condições emocionais dos familiares

(NASCIMENTO; TRENTINI. 2004).

O acolhimento é uma relação humanizadora, de trocas, de respeito às

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diferenças, sendo imprescindível para a formação do vínculo, e deve ser realizada

pelo enfermeiro para com os familiares.

A humanização do cuidado ainda consiste em um desafio para enfermagem,

que precisa se adequar às demandas tecnológicas, econômicas e sociais que

agregam uma forte tendência à desumanização (MATSUDA; SILVA; TISOLIN. 2003).

Portanto a conscientização depende de quem presta o cuidado de enfermagem.

3.8.3 Categoria III: comunicação entre Enfermeiro e família

A comunicação é um instrumento imprescindível para o cuidado em

enfermagem, devendo estar presente em todas as suas ações para elaborar um

processo de assistência de enfermagem que não inclua apenas o paciente, mas que

possibilite também a extensão do cuidado à família buscando a excelência do

cuidado de enfermagem (CIANCIARULLO, 2003).

Partindo deste ponto de vista, ao serem questionados frente às formas de

comunicação usadas pelo enfermeiro na informação do estado de saúde do

paciente, as respostas trouxeram a insatisfação dos familiares e até mesmo

destacaram a ausência da comunicação no processo terapêutico:

“Não houve comunicação” (1FF). “Não teve contato” (3FF). “Com relação ao enfermeiro não teve” (10FF). “Alguns atenciosos num dia e outros mal humorados em outro dia” (14FF).

Conforme evidenciado, os familiares demonstram plena insatisfação com o

processo de comunicação do profissional enfermeiro.

A comunicação entre família e equipe de enfermagem é de extrema

importância para que se consiga prestar uma assistência de enfermagem

humanizada. Se a comunicação ocorrer de forma eficiente, será possível

estabelecer um melhor plano de cuidado e consequentemente uma assistência de

melhor qualidade. Neste sentido, a família deve ser vista como indivíduos que

também precisam de cuidados de enfermagem (NASCIMENTO; MARTINS, 2000).

Em alguns relatos, ficou evidente a participação ineficaz do profissional

enfermeiro na comunicação com os familiares, conforme apresentado abaixo:

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“Ela (enfermeira) me deixou lá e ficou no canto dela, não fez nada não. O médico sim foi bastante atencioso” (8FF). “Não teve comunicação com o enfermeiro” (4FF). “Com relação ao enfermeiro não teve" (10FF).

Para Tigulini e Melo (2002) o relacionamento entre equipe de saúde, paciente

e família deve ter como objetivo ajudar o paciente, de forma estruturada através de

interações planejadas, utilizando os conhecimentos da comunicação terapêutica,

possibilitando a comunicação eficiente.

3.8.4 Categoria IV: concepção por parte da família em relação aos resultados do

acolhimento prestado pelo Enfermeiro e suas sugestões atribuídas para melhorar o

acolhimento na UTI

A família têm a necessidade e o desejo de saber sobre o estado de saúde do

paciente, pois são essas informações que lhe proporcionam alívio, tornando a

internação menos sofrida e ao mesmo tempo fortalecendo o vínculo terapêutico

entre paciente e enfermeiro (LEITE; VILA, 2005).

Durante a pesquisa, procurou-se compreender a concepção dos familiares em

relação aos resultados do acolhimento prestados pelo enfermeiro e as suas

sugestões para melhorar o acolhimento na UTI. Os relatos emergiram trazendo

mais uma vez o descontentamento dos familiares frente os resultados obtidos:

“Não, pois não falei com o enfermeiro” (1FF). “Não tive resultado satisfatório. Pois quando perguntava sobre o que estava acontecendo não obtive respostas” (2FF). “Não. Foram desumanos” (3FF). “Não, porque quando perguntei para o enfermeiro ele pediu que eu falasse com o médico” (14FF). “Se tivesse uma sala para o enfermeiro explicar o quadro do paciente antes da gente entrar, a gente chegaria lá ciente do quadro dela” (1FF). “Mais comunicação” (6FF). “Falta um pouco desse acolhimento pelo enfermeiro, porque a gente já chega assustada, os achei um pouco frios” (8FF).

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“Gostaria que eles fizessem um treinamento para melhor atender a família em geral” (11FF). “Precisa ter mais paciência com a gente, ter mais tempo de visita” (13FF).

Conforme evidenciado nas respostas acima, os familiares não foram

acolhidos pelo enfermeiro, buscam se comunicar com a equipe de enfermagem para

sanar suas duvidas e anseios, mas não tem uma resposta satisfatória.

Portanto pode-se observar que a percepção dos familiares quanto ao

acolhimento prestado pelo enfermeiro e pela equipe de enfermagem se dá de forma

negativa, a família sente a necessidade de um melhor acolhimento, suas

expectativas em relação a equipe é que sejam solidários, que tenham paciência, que

se comuniquem mais e sejam mais humanos.

Acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização (PNH), que

não tem local nem hora certa para acontecer, nem um profissional específico para

fazê-lo: faz parte de todos os encontros do serviço de saúde. O acolhimento é uma

postura ética que implica na escuta do usuário em suas queixas, no

reconhecimento do seu protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e na

responsabilização pela resolução, com ativação de redes de compartilhamento de

saberes. Acolher é um compromisso de resposta às necessidades dos usuários que

procuram os serviços de saúde (BRASIL, 2002).

Para Bolela e Jericó (2006) uma intervenção junto aos familiares se faz

necessária, pois dá a família oportunidade para expor suas dúvidas, medos e

sentimentos em relação à internação do paciente na UTI, ajudando-os a

compreenderem a real situação do doente e da necessidade de tratamento na UTI.

Para tanto é preciso garantir que as famílias sintam-se apoiadas, úteis e

participativas no tratamento do paciente e tenham suas dúvidas esclarecidas.

3.9 Considerações Finais

Mediante apresentado, ficou notório que os familiares visualizam a UTI como

um lugar frio, que utiliza de muitos equipamentos, porém totalmente desconhecido

no âmbito de suas finalidades. Neste sentido, o ambiente muitas vezes se torna

mistificado, ocasionando medo, dor, ansiedade e sofrimento.

Os termos humanização e acolhimento são entendidos pelos familiares de

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forma superficial, transcorrendo como algo simbólico e sem prática. Nesta

perspectiva, o acolhimento realizado pelo enfermeiro da UTI foi ilustrado pelos

familiares com insatisfação, demonstrando a ineficácia da abordagem e a falta de

humanização no envolvimento familiar no processo terapêutico. Durante os relatos,

ficou evidente a identificação errônea do profissional enfermeiro, onde os

participantes não conseguiam diferenciar o profissional dos demais profissionais da

equipe de enfermagem.

A comunicação foi apontada em vários estudos como um instrumento

essencial para eficácia da humanização dos familiares na UTI. Neste estudo, a

comunicação realizada pelo enfermeiro se demonstrou inadequada, onde os anseios

e questionamentos dos familiares são sempre sanados por outros profissionais da

equipe.

Ao ouvir os familiares, as necessidades de intervenções e incentivo ao

processo de acolhimento floresceram de forma nítida, demonstrando as angústias

que permeiam os sujeitos pela falta de informação, comunicação e espaço para

sanarem suas dúvidas.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Diante dos resultados obtidos pela pesquisa, verificou-se a importância do

acolhimento humanizado pelo enfermeiro junto à família do paciente internado em

UTI.

Assim, sugere-se a intensificação da educação continuada com os

profissionais, com o objetivo de que não haja falhas no acolhimento da família e do

paciente em UTI. Deste modo, será possível prestar uma assistência humanizada de

forma holística aos familiares, eliminando dúvidas e sofrimento diante das

circunstâncias.

Outro ponto indicado é a realização de palestras, para os profissionais de

Enfermagem da UTI, sobre a importância da humanização, comunicação e o

acolhimento da família.

Estabelecer um local apropriado para a recepção dos familiares, onde serão

pautados os cenários dos pacientes da UTI, preparando os mesmos para a

realidade que o paciente vivência naquele momento sanando as dúvidas da família,

fortalecendo a comunicação e o vinculo do binômio família/enfermagem.

Sugere-se também que no processo de enfermagem, a anamnese envolva o

familiar com o objetivo de introduzi-lo no processo terapêutico e auxiliar/ nortear o

processo de enfermagem.

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CONCLUSÃO

Após a realização desta pesquisa, foi possível compreender o significado da

importância da humanização no acolhimento da família de paciente internado em

UTI.

Para que a equipe de Enfermagem atinja o objetivo de humanizar em uma

UTI, o acolhimento da família e do paciente tem de ser parte indispensável do

processo da humanização da assistência e do acolhimento.

Considerando todas as dificuldades enfrentadas pelas famílias durante a

permanência do paciente internado na UTI demonstradas neste estudo, percebe-se

que o profissional Enfermeiro, está voltado na realização das ações de forma mais

técnica, esquecendo-se da importância do acolhimento à família.

É grande o esforço que a equipe faz para beneficiar os pacientes e seus

familiares quando internados em uma UTI, porém, o estudo não mostra a equipe de

Enfermagem, que passa a maior parte do tempo nesta unidade, como elemento

fundamental.

Diante de todas estas evidências, conclui-se que, para tornar o cuidado

humanizado, não basta investir somente na eficiência técnico-científica. É preciso,

também, atentar-se a princípios e valores como a solidariedade e a ética na relação

entre a equipe, a família e o próprio paciente, acolhendo-os, respeitando e aceitando

os limites de cada situação, sempre respeitando o próximo.

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RODRIGUES, A. R. F. A comunicação intrapessoal e a Enfermagem. In: Simpósio Brasileiro de Comunicação Em Enfermagem, 2º, Anais, Ribeirão Preto, 1990. p. 73-85 RODRIGUES, A. R. F. Enfermagem psiquiátrica: saúde mental: prevenção e intervenção. Antonia Regina Furegato Rodrigues. São Paulo: EPU, 1996. ROMANELLI, G. Diálogos Metodológicos sobre prática de pesquisa. Ribeirão Preto: Levis Summa, 1998. SANTOS, C. R; TOLEDO, N, N; SILVA, S. C. Humanização em unidade de terapia intensiva: paciente-equipe de enfermagem-família. Nursing 1999 SILVA G. F, SANCHES P. G, CARVALHO M. D. B. Refletindo sobre o cuidado de enfermagem em unidade de terapia intensiva. REME - Rev Min Enferm. 2007; 11(1):94-8. Disponível em: <http://www.portalbvsenf.eerp.usp.br/pdf/reme/v11n1/v11n1a17.pdf.>. Acesso em: 26 nov. 2014.

SILVA, L.. D. Cuidados ao paciente crítico: fundamentos para a Enfermagem. 2. ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2003. SILVA, M. J. P. Humanização em UTI. In: Cintra EA, Nushide VM, Nunes WA. Assistência de Enfermagem ao paciente crítico. São Paulo (SP): Atheneu; 2000. p. 1-11. SILVA, M. J. P. Humanização em UTI: Assistência de Enfermagem ao paciente crítico. São Paulo: Atheneu, 2000. SILVA, S. C. Ocorrências iatrogênicas em unidades de terapia intensiva: impacto na gravidade do paciente e na carga de trabalho de Enfermagem.[tese]. São Paulo: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo; 2003 SILVA, M. J. P. Percebendo o Ser Humano Além da Doença. O não verbal detectado pelo enfermeiro. Nursing Revista Técnica de Enfermagem, Edição Brasileira, n41, outubro 2001, ano 4, Ferreira&Bento. STEFANELLI, M.C. Comunicação com paciente – teoria e ensino. 2ª ed. São Paulo (SP): Robe Editorial, 1993.

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SOUSA, L. N. A.; PADILHA, M. I. C. S. A humanização na UTI: um caminho em construção. Texto & Contexto Enferm. 2000 mai-ago: 9(2): 324-35. TIGULINI, R.S.; MELO, M.R.A.C. A comunicação entre enfermeiro, família e paciente crítico. Simp. Bras. Comum. Enferm., v. 12, n. 2, 2002. VILA, V. da S. C.; ROSSI, L. A. O significado cultural do cuidado humanizado em unidade de terapia intensiva: “muito falado e pouco vivido”. Rev. Latino americana de Enfermagem. v. 10, n.º 02, p. 137 – 144, 2002. WALDOW, V.R. Cuidado Humano: O resgate Necessário. 2. ed. Porto Alegre: Editora Alegre, 1999. 202p. WALDOW, V.R. O cuidado na saúde: as relações entre o eu, o outro e o cosmos. Petrópolis: Vozes; 2004.

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APÊNDICES

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APENDICE A

QUESTIONÁRIO

1. O senhor (a) sabe o significado da palavra Humanização e do Acolhimento?

2. Como o senhor (a) imaginava uma UTI?

3. Por quem o senhor (a) foi recebido na UTI? Saberia identificar qual

profissional da equipe de enfermagem?

4. No horário das visitas como você foi acolhido pelo Enfermeiro?

5. Houve esclarecimento relacionado ao quadro do paciente pelo Enfermeiro?

Justifique sua resposta.

6. Quais foram as formas de comunicação usadas pelo Enfermeiro na

informação do estado de saúde do paciente?

7. Qual foi a sua maior dificuldade durante a internação do seu familiar na UTI?

8. O senhor (a) teve resultado satisfatório quando precisou sanar suas dúvidas

com o Enfermeiro? Justifique sua resposta.

9. O senhor (a) foi informado de todos os procedimentos que foram realizados

com seu familiar?

10. No acolhimento realizado pelo Enfermeiro a família dos pacientes internados

em UTI existe várias maneiras de reduzir o medo e a ansiedade. Cite uma que você

presenciou durante esse período.

11. Quais sugestões você daria para um acolhimento mais humanizado?

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ANEXOS

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ANEXO A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UniSALESIANO

(Resolução nº 466 de 12/12/2012 – CNS)

I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL

1. Nome do Paciente:

Documento de Identidade nº

Sexo:

Data de Nascimento:

Endereço:

Cidade: U.F.

Telefone:

CEP:

1. Responsável Legal:

Documento de Identidade nº

Sexo: Data de Nascimento:

Endereço:

Cidade: U.F.

Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.):

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II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA

1. Título do protocolo de pesquisa: “Humanização no Acolhimento da Família dos Pacientes Internados em Unidade Terapia Intensiva”.

2. Pesquisador responsável: Ludmila Janaina dos Santos de Assis Balancieri

Cargo/função:

Enfermeira

Inscr.Cons.Regional:

165356

Unidade ou Departamento do Solicitante:

Unisalesiano Lins

3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como

conseqüência imediata ou tardia do estudo).

SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO RISCO MAIOR

3. Justificativa e os objetivos da pesquisa:

O cuidado está presente na vida de todos nós, é necessário que haja interação entre

quem cuida e quem é cuidado, para haver troca de informações. É através da

comunicação que podemos compreender o próximo, seu modo de sentir, pensar e agir.

Um importante requisito para humanização do cuidado é manter a família informada e

prepará-la para a visita na UTI, oferecendo informações adequadas, com palavras

simples e condizentes com o nível sociocultural dos familiares, sendo que a participação

do enfermeiro é fundamental neste momento.

Portanto a pesquisa tem como objetivo identificar a percepção da família em relação á

importância do acolhimento da equipe de Enfermagem; contribuir para o vínculo e

comunicação entre família e equipe; identificar e sanar dúvidas e anseios da família;

proporcionar segurança e confiança á família do paciente, que se sentirá melhor acolhido.

5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais:

Será realizada uma entrevista com os familiares dos pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva, utilizando um instrumento que será o questionário, com questões sobre o tema da pesquisa. Será uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa. 6. Desconfortos e riscos esperados:

Constrangimento para responder as questões por motivos de desconhecer a real

situação do paciente e também por estar abalado emocionalmente, por ter um ente

querido internado na UTI; e constrangimento por não conhecer o pesquisador.

7. Benefícios que poderão ser obtidos:

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Beneficiar a família, pois com o acolhimento humanizado por parte do enfermeiro

amenizará angústias, medo e insegurança da família dos pacientes internados em UTI.

8. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo:

Não se aplica.

9. Duração da pesquisa:

Será de 30 dias a partir da aprovação do Comitê de Ética.

10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise de projetos de

pesquisa em / /

III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU

REPRESENTANTE LEGAL

1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o tratamento do indivíduo.

2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e

deixar de participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu tratamento.

3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se manterá confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade.

4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber informações obtidas

durante o estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar minha vontade de continuar

participando da pesquisa.

5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de complicações e danos

decorrentes da pesquisa.

Observações complementares.

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IV – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido (a) pelo

pesquisador responsável e assistentes, conforme registro nos itens 1 a 6 do inciso

III, consinto em participar, na qualidade de paciente, do Projeto de Pesquisa referido

no inciso II.

________________________________ Local, / / .

Assinatura

____________________________________

Testemunha

Nome .....:

Endereço.:

Telefone .:

R.G. .......:

____________________________________

Testemunha

Nome .....:

Endereço.:

Telefone .:

R.G. .......:

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ANEXO B

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: Humanização no Acolhimento da Família dos Pacientes

Internados em Unidade de Terapia Intensiva

Pesquisador: Ludmila Janaina dos Santos de Assis

Área Temática:

Versão: 1

CAAE: 36299514.6.0000.5379

Instituição Proponente: MISSAO SALESIANA DE MATO GROSSO

Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 846.570

Data da Relatoria: 26/10/2014

Apresentação do Projeto:

A proposta de pesquisa vem colaborar para a ampliação de valores da sociedade do

Ser em momento crucial que passa a sociedade mundial, devido a crise de valores

baseada na indiferença e no individualismo. Nesse sentido, o ato de humanizar a dor

pelo acolhimento é bem vindo, principalmente no ambiente hospitalar.

Objetivo da Pesquisa:

O objetivo geral e os objetivos específicos estão coerentes com as hipóteses, os

métodos e o levantamento proposto na pesquisa.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Os riscos e benefícios foram avaliados e considerados aceitáveis para a realização

da pesquisa

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Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

No item metodologia houve melhoras na elucidação das questões levantadas, não

permanecendo dúvidas

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

Os termos do projeto estão redigidos corretamente

Recomendações:

As recomendações sugeridas foram acatadas.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

Sem pendências

Situação do Parecer:

Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP:

Não

Considerações Finais a critério do CEP:

ARACATUBA, 27 de Outubro de 2014

________________________________

Assinado por:

CLAUDIA LOPES FERREIRA

(Coordenador)

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ANEXO C

DECLARAÇÃO- TERMO DE RESPONSABILIDADE DA

INSTITUIÇÃO - INFRAESTRUTURA