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Coordenadoria de Educação I CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO 2010 ARTES CÊNICAS - PROFESSOR (A) 1º ao 5º Ano

I CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO 2010 - Rio de Janeiro

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Page 1: I CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO 2010 - Rio de Janeiro

Coordenadoria de Educação

I CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO

2010

ARTES CÊNICAS - PROFESSOR (A)

1º ao 5º Ano

Page 2: I CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO 2010 - Rio de Janeiro

Coordenadoria de Educação

I Caderno

Eduardo PaesPrefeito da Cidade do Rio de Janeiro

Profª Claudia CostinSecretária Municipal de Educação

Profª Regina Helena Diniz BomenySubsecretária de Ensino

Profª Maria de Nazareth Machado de Barros VasconcellosCoordenadora de Educação

Profª Maria Socorro Ramos de SouzaProfª Maria de Fátima Cunha

Coordenação

Profª Lêda AristidesEquipe de Artes Cênicas

Prof. Marcio SarettaProfª Elisabete PinheiroProfª Fátima Malheiros

Colaboradores

Profª Leila Cunha de OliveiraProfª Simone Cardozo Vital da Silva

Revisão

Profª Leticia Carvalho Monteiro Prof. Maurício Mendes Pinto

Diagramação

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Sme

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Caro professor (a),

Na Rede Pública do Município do Rio

de Janeiro, a área de Artes Cênicas se

configura pelo ensino de Teatro. E o

Teatro, enquanto componente

curricular, é uma área de

conhecimento com estrutura e

conteúdos próprios. Por este motivo,

antes de sugerirmos atividades para o

desenvolvimento de um trabalho

pedagógico em sala de aula,

refletiremos sobre alguns aspectos

que caracterizam o Teatro enquanto

manifestação cultural e enquanto

disciplina curricular.

O Teatro é um encontro com o coletivo: é a presença sensível do ser frente a sua

platéia!

http://www.oficinadeatores.com.br/oficina/teatroiniciante.gif

Coordenadoria de Educação

Junho - 2010

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Por que ensinar Teatro?

Porque o Teatro, enquanto linguagem

da Arte, proporciona:

� a experiência estética;

� a experiência artística;

� a fruição do sensível;

� a percepção do coletivo;

� o ver, o ouvir e o apreciar;

� o desenvolvimento do indivíduo crítico;

� o entendimento da linguagem corporal;

� o entendimento da relação espaço/tempo;

� a compreensão do pensamento lógico-dedutivo e do pensamento metafórico.

Porque o Teatro na Educação desenvolve:

� o processo criativo, expressivo e cognitivo;

� o autoconhecimento e o respeito pelo coletivo;

� a integração, a cooperação, o diálogo e a reflexão;

�a capacidade de leitura estética do mundo;

� a consciência corporal;

� as relações com o espaço, com o tempo, com os conflitos e com os objetos;

� a experimentação, a leitura e a fruição da obra teatral;

� a apropriação dos códigos da linguagem teatral.

Coordenadoria de Educação

Junho - 2010

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O letramento em Teatro significa, professores e professoras, que

vocês irão trabalhar com:

� A prática da participação, da solidariedade e da responsabilidade.

� O desenvolvimento dos sentidos, da percepção e da memória.

� A possibilidade de transformação do indivíduo.

� A experimentação de relações como espaço/tempo.

�A utilização do gesto, da voz.

�A utilização de objetos diversos.

� A utilização da linguagem cênica como um recurso para a interação e a negociação com o outro.

� A transformação da realidade, através da experimentação e da criação de diferentes situações dramáticas em espaços cênicos.

(Baseado nos Textos do livro Multieducação em Debate/Ensino Fundamental/Artes Cênicas)

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Concluindo:

O conceito pedagógico do Teatro é:

O jogo teatral e seus elementos constitutivos –

ação/espaço/personagem.Ensinar Teatro não é formar atores.

Ensinar Teatro é a experiência

lúdica

de jogar o jogo teatral.

http://www.glorinha.g12.br/site/images/fotos/aconteceu/teatro1.JPG

Junho - 2010

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Atividades Pedagógicas1º ano

Habilidade:

Estimular a imaginação e a criatividade

“A situação dramática se caracteriza exatamente por

ser imaginária; ela pode ser a representação do que já

existiu ou uma combinação nova de várias situações que

já existiram.”

(Hilton Carlos Araújo)

A partir da expressão Era uma vez, iniciar uma história coletiva com o grupo.

•Era uma vez um (a) menino(a) que gostava muito de...

•Era uma vez um cachorrinho muito pequenininho e que sempre que acordava....

Usar expressões como: Um dia..., Então ..., Naquele

exato momento..., Aconteceu que.., Finalmente...

Pode-se explorar a história: escrevendo-a, ilustrando-a com gravuras ou desenhos, criando os personagens que foram inventados (a menina, o menino, o cachorrinho...e outros).

Os personagens criados podem ser: bonecos gigantes feitos com o grupo (usando papel/papelão) ou as próprias crianças, caracterizadas com roupas e adereços.

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1º ano - Junho - 2010

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Habilidade:

Estimular a imaginação e a criatividade.

Conteúdo:

Histórias diversas.

Cenas Guiadas

O professor vai narrando em voz alta uma determinada história, enquanto a turma ou uma parte dela executa a cena, criando e improvisando falas e movimentos pertinentes à história que está sendo narrada.

O grupo que não estiver atuando deve participar como platéia observadora para depois tecer comentários diversos na rodinha de avaliação.

Obs.: Este exercício também éinteressante para ser realizado com as demais fases do ciclo, desde que o tema das histórias seja pertinente à faixa etária do grupo trabalhado.

1º ano - Junho - 2010

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Habilidade:

Identificar o espaço do Teatro como um espaço do imaginário e de

representação do real.

Depoimento:

“Com esta atividade trabalho a concentração, a observação e a

relação palco/platéia, visto que os que estão sentados na platéia funcionam como os fiscais que observam. Eles

pedem essa atividade sempre!”(Marcio Leandro Saretta -

Prof. de Artes Cênicas - 4º e 5º Ano)

Anão e Gigante (Variável de Morto e Vivo)

Um grupo de alunos fica num espaço cênico determinado (frente da sala/o palco).

A outra parte da turma fica sentada em frente, em silêncio e observando, formando uma platéia.

Ao comando do professor, que diz: “Anão” ou “Gigante”, os alunos se abaixarão ou permanecerão de pé, dependendo da ordem dada.

O grupo da platéia aponta os “atores”que não cumpriram a ordem. Estes, por sua vez, saem do jogo e se sentam na platéia.

E, assim, o jogo vai-se revezando entre grupos de atores e grupos da platéia.

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1º ano - Junho - 2010

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Atividades Pedagógicas2º ano

Habilidade:

Perceber as possibilidades corporais, o equilíbrio e a

lateralidade.

Conteúdos:

• Jogos com regras e brincadeiras infantis que você conhece.

• Jogos sugeridos nas Orientações Curriculares.

Quem é o mestre?

Pede-se a um aluno que saia da sala e espere do lado de fora.

Escolhe-se então um aluno do grupo que fará o papel de mestre. Ele criará alguns movimentos corporais que serão imitados pelo restante da turma.

Num combinado tácito, o grupo não deverá revelar quem é o mestre.

O aluno que estava do lado de fora da sala retorna e, num exercício de observação, tentará descobrir quem é o mestre.

Obs: Mestres e aluno observador deverão ser trocados a cada rodada, para que todos possam experimentar a observação e a exploração das possibilidades corporais.

2º ano - Junho - 2010

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Habilidade:Perceber as possibilidades corporais, o equilíbrio e a

lateralidade.

Relacionamento Espacial:

“Ao ator não basta a sensação de movimentos de seu corpo. É preciso que também esteja consciente do relacionamento do seu corpo com os espaços em que ele atua. (...)

Teatro é integração e, muito raramente, o ator atua em espaço somente ocupado por ele; de modo geral, outros corpos ocupam e modificam o espaço em que ele atua. Daí, no seu treinamento, torna-se muito importante a programação de exercícios, em que todos os aspectos sejam observados.”

Hilton Carlos de Araújo

Obs: As palavras atuar e ator devem ser entendidas como jogar e jogador.

Inventando diferentes andaresO grupo deverá caminhar pela sala, obedecendo ao comando do professor, que mudará a ordem toda vez que bater uma palma ou que marcar o tempo com o uso de um pandeiro ou tambor:

• andar em linha reta;

• andar fazendo curva;

• andar na diagonal da sala;

• andar para trás;

• andar para frente;

• andar para a direita;

• andar para a esquerda;

• andar numa perna só, como saci;

• andar arrastando um pé etc.

Regra: Os participantes não poderão se esbarrar.

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2º ano - Junho - 2010

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Habilidade:

Reconhecer o espaço, o tempo e a ação cênica.

Conteúdo:

Jogos introdutórios da linguagem teatral, onde se trabalhem

personagens, espaços e situações cênicas.

1º momento: Trabalhando o corpo nos 3 planos do espaço: Ao comando do professor, os alunos deverão ocupar o espaço.

• Alto: voando como pássaros, como borboletas, como avião, andando como gigantes, na ponta dos pés etc.

•Médio: andando como gatos, zebras, tigres e outros animais de quatro patas.

•Baixo: arrastando-se como cobras, jacarés, minhocas e outros animais rasteiros.

2º momento: Floresta / Jogo dramático:

Dividir a turma em 3 grupos e encenar improvisos de histórias acontecidas na floresta, nos seguintes tempos cênicos: ao amanhecer, ao entardecer e ao anoitecer.

Utilize os personagens trabalhados no 1ºmomento. Neste jogo não há falas, apenas sons e ruídos diversos.

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Atividades Pedagógicas3º ano

Habilidade:

Reconhecer, numa produção artística, as características de uma manifestação cênica,

como ação, espaço e personagens.

Conteúdo: Jogos dramáticos

“O termo “jogo dramático” é amplamente usado, talvez pela tradução de jeux dramatiques, do francês ou dramatic play, do inglês. Geralmente adota-se a definição de jogo dramático (...) como sendo brincadeiras que possibilitam às crianças meios de se expressarem pela voz e pelo movimento corporal, encerrando uma grande gama de atividades. Por ser “dramático”, o jogo requer um rudimento de técnicas teatrais (...).”

(Luiza Barreto Leite)

Para esta fase do ciclo, vamos sugerir atividades baseadas em 3 exercícios clássicos da

Pedagogia do Teatro. Esses exercícios também são chamados de Jogos de Sensibilização, Concentração e

Imaginação. São eles:

� 1º momento: A semente:

O professor deverá distribuir os alunos pelo espaço, no plano baixo. A partir da ordem do professor, os alunos deverão assumir a posição fetal ou ficarem bem encolhidos, de olhos fechados, já que eles se transformarão em “sementes plantadas no solo”.

Com a orientação do professor, “as sementes’passarão pela fase de germinação, broto e crescimento, até se tornarem grandes árvores que sentirão o sol, a chuva fina, o vento forte e a brisa leve. Passarão, também, ao longo de suas vidas de vegetal, pelas diferentes estações do ano e, conforme a estação, suas folhas serão verdes e viçosas, darão flores e frutos e, finalmente, verão suas folhas amarelarem e caírem. Como árvores, os alunos chegarão à velhice e irão murchando, até voltarem àposição inicial.

www.consciencia.net/.../asemente-clarissa.html

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3º ano - Junho - 2010

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“A dramatização espontânea é uma brincadeira ou jogo e, como tal, subordinada a certas regras – as do brinquedo ou aquelas que a criança impõe no momento de brincar. Nisso ela se confunde com outras brincadeiras: pique, amarelinha, quatro-cantos e outras. A dramatização difere dessas, porém, porque vive situações dramáticas (no sentido teatral do termo), situações que constituem parte de uma história. Dessa forma, diríamos que dramatização espontânea é uma brincadeira em que a criança representa ou improvisa uma história ou situações de uma história (cenas que ela própria inventou ou que lhe contaram), com suas próprias palavras (linguagem), gesto (mímica) e movimentação (marcação) (...).

O professor escolhe ou sugere o tema, narrando-o ou lendo-o à classe, e prepara o clima em que os alunos vão trabalhar.”

(Maria Clara Machado e Marta Rosman)

� 2º momento: Jogo teatral / dramatização espontânea

O professor irá orientar a criação de uma história coletiva com começo, meio e fim, que acontecerá num bosque, num

parque ou num pomar com muitas árvores. A história deveráter um conflito (acontecimento importante) que ocasionará um desfecho. Os personagens serão árvores, sol, vento, chuva e

outros criados pela nova história.

Dicas Pedagógicas

• No 1º momento, o professor poderá respingar água nos alunos, criando a chuva fina, ou soprar levemente no rosto de cada um ou mesmo apresentar para o grupo a sonoplastia de um vento forte movimentando folhas de papel pardo, fazendo o som dos ventos e trovões.

• Os alunos, nesta fase, deverão ir-se levantando aos poucos e abrindo os braços até ficarem de pé. Os olhos, porém, deverão permanecer fechados, para não “quebrar a magia do teatro.”

• No 2º momento, a turma deverá ser dividida em dois grupos (atores/jogadores e platéia), que depois se revezarão nas duas funções, para que todos possam atuar e observar.

Conversar, ao final, sobre os sentimentos e os ciclos da vida.

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“O papel do (a) professor (a)”

“O papel da professora ao orientar é importante porque, sugerindo o tema, deve fazê-lo de maneira a não anular a espontaneidade. Seu papel não écriar e sim escolher, preparar e encaminhar o assunto como um roteiro a ser seguido pela criança no caminho do conhecimento, ainda que este, muitas vezes, se deturpe para que a espontaneidade sobressaia. Deve orientar o desenvolvimento da história dentro daquilo que a criança imagina ou deseja fazer, solucionando as dúvidas que ocorram e dando sugestões posteriores, sem interromper o jogo. Finalmente, a professora deve orientar a pesquisa e outras atividades que possam ter relação com o tema (... confecção de objetos...)”

(Maria Clara Machado e Marta Rosman)

1º momento

A turma deverá se colocada num semi-círculo, para ser formada uma platéia em anfiteatro.

Estabelecer, à frente da platéia, o espaço cênico, onde os atores/jogadores atuarão.

Chamar 5 voluntários por vez. Deixar, por alguns segundos, que cada jogador imagine o bicho que quer ser (tigres, formigas, gatos, dinossauros e outros), relembrando suas características e hábitos (ataque, defesa, postura, alimentos, esconderijos).

A uma palma do professor, esses alunos deverão tomar a posição, em estátua, do bicho imaginado.

A estátua só poderá ser desfeita com a identificação de cada bicho pela platéia ou após uma nova palma do professor.

Repetir o jogo, revezando os grupos.

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“Da maneira de encaminhar e orientar o assunto é que se vai ver o grau de maior ou menor espontaneidade demonstrada pela criança na dramatização (...).”

“A dramatização é mais espontânea quanto maior for a contribuição trazida pela criança, quanto mais criador for o seu jogo, não só quanto à linguagem (palavras suas), mímica ( gestos seus) e marcação, e também (...) quanto àiniciativa de pesquisa e outras atividades. (Ex: criação de objetos de cena, escolha de figurinos, pesquisa de sons e outros).

*****“A espontaneidade não diminui com a repetição. Qualquer

brinquedo que a criança repita não perde a espontaneidade.”

(Maria Clara Machado e Marta Rosman)

2º momento

A turma deverá formar dois grupos. Um grupo será de animais empalhados, em exposição num museu. O outro será um grupo de turistas com seu guia. O guia deverá falar dos bichos, relatando a vida e os hábitos, os inimigos e outros detalhes que poderão ser verdadeiros ou imaginários.

Cada vez que o grupo se dirige à observação de um outro animal, o animal anterior, sem sair do lugar, muda de posição e o grupo de turistas fica desconfiado. A situação se repete com a observação de mais dois ou três bichos. O guia então sugere ao grupo terminar a visita, pois acha que o Museu é mal assombrado. Todos saem do espaço cênico do museu e os alunos se revezam nos personagens. O jogo recomeça.

*****Avaliar ao final. Falar dos medos, da função dos

museus, das características dos bichos escolhidos e da função de representação do teatro.

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Dicas Pedagógicas� As atividades de Teatro devem ser realizadas num espaço limpo e livre de móveis.

� Se a sua sala é ampla e sobra espaço lá trás, utilize-o como espaço de Teatro.

� Planeje a aula, veja os objetivos, as habilidades que estão inseridas; programe-se; organize o material e o espaço antes, afastando as mesas, no dia da aula.

� Utilize espaços alternativos, nos horários ociosos, em sua escola, como sala de leitura, laboratórios, pátio coberto, auditório.

� Faça um baú ou um cabideiro com roupas e adereços para figurinos, como óculos de papel, bolsas, chapéus, xales e objetos para cenas como telefones, jarro com flores e outros.

� Ouse e invente, adaptando as atividades de acordo com as possibilidades.

� O mais importante é que você possa oferecer aos seus alunos momentos de pura magia no fazer.

Os alunos deverão ficar espalhados pelo espaço da sala, com os braços abertos e os pés ligeiramente afastados, para manterem o equilíbrio, porém, sem se esbarrarem uns nos outros.

De olhos fechados, devem imaginar-se como espantalhos de um milharal, que estão ali para espantar pássaros e evitar que comam o milho. O professor deverá fazer um trabalho de imaginação e de sensibilização, propondo “reações” à chuva, calor, frio, vento, solo enlameado, solo muito quente, solo úmido; sensação de pássaros pousando no braço esquerdo (a princípio, apenas um pássaro, depois dois, três...); a sensação agora passa para o outro braço, depois para os dois braços ao mesmo tempo; pássaros ciscando nos dedos dos pés, sensação do pé de milho encostando nas pernas, ao balançar quando bate a brisa...

Ao final do exercício, pedir aos alunos que abram os olhos lentamente, localizem-se na sala de aula e desfaçam a posição. Relaxar os membros e fazer a rodinha para a avaliação.

OBS: Antes do jogo construa, para os espantalhos, chapéus de jornal com seus alunos. Mostre-lhes fotos de um milharal.

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3º ano - Junho - 2010

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Atividades Pedagógicas4º ANO

Depoimento:

“Eu gosto muito de trabalhar usando música. A música é realmente um grande recurso, ajuda na parte de concentração, envolve e abstrai.”

(...)

“O grupo executa movimentos dentro de um determinado ritmo que de repente éinterrompido. Os desconcentrados sempre continuam o movimento sem a música, sozinhos; passando a partir daí a prestarem mais atenção.”

( Fátima Malheiros - Profª de Artes Cênicas -4º e 5º Ano)

� Cada participante da dupla coloca-se frente a frente, como imagens num espelho.

� A turma se divide em duplas.

� Pernas ligeiramente afastadas, uma à frente da outra (como se fosse um passo congelado) para manter o equilíbrio.

� Mãos espalmadas, ligeiramente à frente do corpo. Esta posição deverá ser espelhada pelo parceiro da dupla.

� O professor designa ou a própria dupla escolhe quem será o comandante e quem será o comandado.

� Ao som de uma música o comandante cria os movimentos e o comandado o segue como uma imagem no espelho.

� Invertem-se as funções.

� No final faz-se a avaliação das dificuldades encontradas.

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Habilidade:

Relacionar movimentos

e imagens expressivas.

Conteúdo:

Jogos e exercícios corporais.

O professor deverá chamar cinco alunos ao palco. Cada um desses cinco alunos deverá escolher um papel, de dentro de

uma sacola, que terá uma palavra ou uma pequena expressão escrita. Os alunos terão alguns segundos para se concentrar e imaginar como seria a estátua que poderia representar esta

palavra ou expressão. Ao sinal do professor, cada um dos cinco deverá fazer, no palco (que pode ser no centro de uma

platéia em círculo) a sua estátua.

� Depois de alguns minutos, o professor pede que cada aluno fale o nome da sua estátua. Desfaz-se a posição e outro grupo recomeça o jogo.

� As palavras podem ser repetidas ou não.

� Algumas sugestões: alegria, dor, saudade, tristeza, felicidade, fome, vento, árvore, gato, tigre caçando, formiga morta, folha de árvore caindo e outras que a sua imaginação criar.

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4º ano - Junho - 2010

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Habilidade:

Perceber e observar códigos gestuais.

Conteúdo:

Jogos e exercícios corporais.

� Cada aluno deverá pensar numa profissão e quais as atividades que ela contém na sua realização e quais os códigos gestuais que a caracterizam.

� A turma deverá ser dividida em palco e platéia.

� O professor chama um aluno por vez e este aluno, no palco, deverá representar a profissão escolhida, apenas com a linguagem gestual. Pode-se animar o jogo pedindo à platéia, depois de alguns segundos de representação, que tente adivinhar qual é a profissão.

� O jogo recomeça até que todos tenham ido ao palco.

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Habilidade:

Desenvolver a autoconsciência corporal.

Conteúdo:

Jogos e exercícios corporais.

Obs.:

Qualquer regra em qualquer jogo deve ficar bem clara para o

grupo antes do início da cena.

� Dividir a turma em grupos de 8 a 10 alunos e a sala em dois espaços cênicos: platéia/palco.

� A cada repetição do jogo um grupo sai da platéia e sobe ao palco.

� No palco, o professor determina onde será o ponto do ônibus. No ponto do ônibus, uma fila aguarda o ônibus chegar. Enquanto esperam o ônibus, os alunos deverão assumir a postura e o comportamento da idade do seu personagem.

� Repetir o jogo com outro grupo de alunos.

Dicas pedagógicas:

� O professor deverá convencionar, ao início de cada cena, que os jogadores / atores ficarão em silêncio, com a postura congelada até ouvir o sinal de “ação”, que no teatro pode ser acompanhado das três batidinhas no chão. Só então o jogo se inicia e o grupo começa a atuar. A um novo sinal de “corta”, acompanhado das três batidinhas, o jogo se encerra e os alunos voltam à posição de silêncio e de congelamento.

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4º ano - Junho - 2010

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Habilidade:

Identificar diferentes elementos da

dramaturgia cênica –espaço, personagem,

ação/situação.

Conteúdo:

Jogos dramatizados com ou sem regras.

Obs.:

Vide bibliografia sugerida nas Orientações

Curriculares.

Selecionar trechos de diálogos adequados à faixa etária, que poderão ser criados pelos próprios alunos, a partir de um tema dado, retirados de crônicas diárias

sobre temas atuais e interessantes, adaptados de textos diversos ou retirados de romances e de textos dramatúrgicos.

� Os diálogos devem ser representados, pelos grupos, para a turma. Devem ter, inicialmente, de dois a três personagens, a fim de que os alunos se acostumem a contracenar.

� Se retirados de um texto maior e for apenas uma cena, por exemplo, os alunos devem tomar conhecimento, através do professor, do contexto geral da história.

�Os personagens que falarão o texto devem ter um elemento de caracterização para se criar um ambiente teatral. Se é um animal, por exemplo, pode ter um bico, um par de asas. Um velhinho pode usar um chapéu ou um óculos feito de papelão.

� Um personagem masculino pode ser representado por uma menina ou vice-versa.

� O professor também poderá fazer os personagens de papelão, recortado em tamanho natural com a ajuda dos alunos. Fazer um orifício vazado no rosto, pois a face do personagem, seus braços e pernas deverão ser do aluno que irá representá-lo.

� Pendurar o boneco de papelão para que fique suspenso, à altura do aluno, e possa posicionar-se atrás do boneco, trabalhando a expressão facial e movimentos de braços e pernas, enquanto diz seu texto.

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Atividades Pedagógicas5º ANO

Habilidades:

Compreender o vocabulário

técnico teatral.

Metodologia:

� Onde?

O espaço cênico.

�Quem?

Os personagens.

� O quê?

A situação/o conflito.

Onde?

Organize uma surpresa para seus alunos. Antes do início da aula ou no intervalo, prepare um cenário que pode ser numa sala própria para o trabalho ou mesmo num cantinho da sala de aula, sem mesas nem cadeiras.

Este cenário pode ser uma floresta. Alguns galhos de árvore, naturais ou artificiais; folhas secas pelo chão; esculturas de papelão ou colagens e recortes de alguns pássaros nos galhos; um pano azul imitando um rio; um CD de sons de água e canto de pássaros, tocando escondido num cantinho. Deixe que os alunos façam o reconhecimento, em ordem, deste espaço mágico. Depois divida-os em grupo e peça que eles contem e representem, no cenário, a história que se passou naquele lugar. Outras sugestões de onde : uma sala de jantar, um quarto, um escritório, entres outros.

Quem?

Coloque três cadeiras juntas como se fossem um banco. Crie um faz-de-conta : aqui é uma praça! Peça dois alunos que improvisem e representem o encontro e a conversa de dois personagens nesta praça. Dê algum tempo para o tema se desenvolver e depois, com uma palma, marque o final do jogo. Recomece com outra dupla. Cabe, de início, ao professor, determinar os personagens: um cachorro e uma criança; dois homens desconhecidos onde um deles já começa a ação na praça e lendo jornal; duas amigas que chegam juntas; um mendigo e um guarda, entre outros. Com a repetição do jogo, os próprios alunos farão sugestões.

Dicas Pedagógicas: Não é necessário esperar o desfecho da conversa, pois o objetivo é o quem? , ou seja: experimentar e representar determinados personagens.

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5º ano - Junho - 2010

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Habilidade:

Compreender o vocabulário técnico-teatral.

Metodologia:

� Onde?

O espaço cênico.

�Quem?

Os personagens.

� O quê?

A situação /o conflito.

O quê?Cenário: Uma mesa no canto com uma jarra de flores e um aparelho de telefone.

O telefone toca. Um jogador/ator entra em cena e atende o telefone: - Alô!A partir daí, inicia-se um diálogo imaginário entre o jogador e um suposto interlocutor. À medida que determinadas expressões, palavras, perguntas ou respostas vão sendo realizadas pelo jogador, éque a platéia vai descobrindo do que trata, definindo-se qual é a história, a situação.Pela conversa podemos perceber se é uma fofoca, briga de namorados, acidente, entre outros temas.

Outro jogo:Você diz com quem e onde aconteceu o fato, sem dizer qual é este fato. Ex.: Este fato aconteceu num cemitério com as pessoas que faziam o velório... O que aconteceu??? Os grupos divididos previamente criam o fato e depois o representam para a turma.Dica pedagógica: Procure estimular a imaginação dos grupos, propondo locais e personagens inusitados.

5º ano - Junho - 2010

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Professor,

Esperamos ter contribuído com o seu dia a dia no trabalho com o Fazer Teatral. Embora saibamos que as atividades propostas não esgotam o tema, procuramos colocar os holofotes no que era mais importante, dentro dos objetivos da Pedagogia do Teatro.

O Teatro, porém, por ser Arte, tem a inovação e a ousadia como características. Sugerimos, então, que você se aventure nesta magia e crie uma maior variedade de jogos.

Bem, aí é só pedir para “desligarem os celulares”, dar as três batidas no chão, abrir as cortinas e dizer:

Atenção!!! Concentração!!! Luz!!!! Som!!! AÇÃO!!!!

E ... Tenham um bom espetáculo!

Finalizando

Equipe de Artes Cênicas

“A essência é a mesma. O acontecimento – o ritual teatral – é o mesmo.”

“ Atualmente, muitos diretores de teatro adulto estão usando esses recursos formais e imaginativos, máscaras, bonecos, animação, que se aproximam

da grande tradição de teatro universal.”

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REFLEXÕES

O QUE É TEATRO PARA CRIANÇAS E JOVENS ?

Temas específicos ou formas de representar e comunicar-se com este público.

“(...) sabemos que a criança integra, no seu universo, conflitos e temas como o amor e a

liberdade e os seus opostos, o ódio e o autoritarismo, e que para expressar isso não é

necessário utilizar uma linguagem muito simplória, porque a criança é sensível à arte

que expressa sentimentos”.E isto tem que ser expresso (...) no teatro de

adulto ou de criança.”

“Quem não esqueceu sua própria criança

sabe que os adultos nem

sempre percebiam o que

realmente sentíamos ou

descobríamos nas temáticas mais

complexas.”

“Eu gosto de público que nunca assistiu teatro: de

repente eles se veem frente a frente a personagens de carne e osso, que vivem

seus conflitos e seus momentos de beleza diante

dos seus olhos. Esse momento é de revelação, de

grande magia.”

ILO KRUGLI (fragmentos)

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ARAUJO, Hilton Carlos de. Artes Cênicas: introdução à interpretação teatral. Rio de Janeiro: Agir, 1986.

ARISTIDES, Lêda e MUNDIM, Liliane Ferreira. Multieducação/Temas em debate/Ensino Fundamental/Artes Cênicas. O ensino de Teatro. Rio de Janeiro: SME/Multieducação, 2008.

COELHO, Paulo. O teatro na Educação. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1973.

KÜHNER, Maria Helena. Teatro dito infantil /org Blumenau: Cultura em Movimento, 2003.

LEITE, Luiza Barreto e outros. O teatro na Educação Artística. Rio de Janeiro: Edições Achiamé Ltda, 1980.

LOPES, Aladyr. Jogos dramáticos/ Teatro no 1º grau. Vol. I e II. RJ: Plurart Editora, 1983.

MACHADO, Maria Clara e ROSMAN, Marta. 100 jogos dramáticos/Teatro. 2ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 1996.

REVERBEL, Olga. O texto no Palco. Porto Alegre: Kuarup, 1993.

SLADE, Peter . O jogo dramático Infantil. Trad. de Tatiana Belinky; dir. de Fanny Abramovich. São Paulo: Summus, 1978.

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