16
v^bS -\i I h W'/ // W/ 7 y i i \ pl%,Q\

i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

• v^bS

-\i

I

h W'/

// W/ 7 y JÂ

i

i

\ pl%,Q\

Page 2: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

^

\'VÁ

INWC^ crp^^)^ ''i^Jxju,

4>J

POLYTHEAIWA EMPRESA J. CATEYSSON

Espectaculo todas as noites (Ttatinóes Fo^iliopes os domingos

Durante todo o anno trabalham neste theatro, altemadamente, Companhias Lyricas, Dramáticas e de Variedades

com as Grandes Celebridades Mundiaes.

M

^^^^^^^2

Page 3: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

iiPPipiiiP

If^ftepia do LEITE PHILTRADO

--:J

i^nTes Pô UWIMI UfTe PêPôIS PtTôW)^ UiTe.

Entrega a domicili idos á PUQ do VpipQngo, ê

6. PflÜLO ■ ^ í —

iiii

'■ I » ... Wl !■

-^ LA DJTTA *

djohjara che Tuiijco deposjtarjo jn S. Paulo (Brasil) dej cappellj dj fah

brjcazjone, munjtj delia marca quj rjprodotta è Ia

Chapelaria Alberto 69-Praça Dr. Antônio Prado-69

Djchjara ptfre che Ia detta marca dj sua esdusjva proprjetà

venne debjtamente deposjtada come da brevetto A. 5348.

v9L6eo6am)t,ia, \b cíettenv^xo 1905

t

Page 4: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

/}£ 190^ ^_0^

Page 5: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

ANNO II S. PAULO-BRASIL N.ja

Diroctor : AUGUSTO BARJON

SAIÜtADO, 3 DE JÂNiííRO Dl'. 10)7

EXPEDIENTE PUBI.ICA-SE AOS SABBADOS

ASSIGNATURAS : Capital, anuo, 10$000 Interior, I5$000 Nl'MERO AVULSO, 200 RÉIS—NUMERO ATRASADO, 500 RÉIS

GALERIA DE CRYSTAL (suli II.13)

A aggressão ao sr. Medeiros e Albuquerque, feita por ujn grupo de officiaes do exercito, á paisana, excitou a mais viva... a mais surda das indignações. Os jornaes cariocas referiram-se a esse indigno attentado á liberdade do pen- samento, velando, cuidadosamente, os nomes e a cathego- ria social dos aggressores, e lamentando, em phrases molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor na- cional. Quanto á imprensa de S. Paulo, do Estado que caminha na vanguarda da União, essa calou-se, emmude- ceu como um rato hypnotisado pelo olhar brilhante e aterrador de gato voraz e cruel. E, tanto mais é para admirar a pouca importância, que ao caso fingiu dar a imprensa carioca, quanto mais palreira do que ella não ha, na exploração dos baixos instinetos da bisbilhotice humana. Os dramas pássionaes mais íntimos, cujo des- enlace, trazido á publicidade, expõe toda uma família ao escarneo da massa anonyma, cobrindo-a de vergonha, enlamcando-a de deshonra, não encontram misericórdia numa parte dessa imprensa que tudo sacrifica, ímpíedo- samente, ínfamemente, á sede insaciável do reclamo. Os crimes mais repugnantes fornecem assumpto para a exploração mais vil, mais nojenta, feita pela descrípção minuciosa dos detalhes, acompimhada de bonecos mais ou menos eslapafurdios, mais ou menos suggestivos. E nessa luta estúpida de reclame, cada jornal, ca- da orgam da opinião publica, procura exceder o vivai bordando sobre o nauseabundo thema as mais ex-

traordinárias vainações, pháíí sadas dum sentimentalismo reíe? episódios para melhor armar ao efleítO" uus'lailores.

A imprensa da Paulicéa, calando-se deante do atten- tado a um jornalista em pleno uso dos seus direitos, ga- rantidos pela Constituição, também destoou um tanto ou quanto dos seus hábitos faladores. Verdade seja que ella, como imprensa de província, ainda é tímida, acanha da, caipira, em summa; e, portanto, desconfiada e com- medida em matéria de reclame. Mas, ainda assim, de vez em quando, lá põe as tnanguinhas de fora, e desata a imitar muito desageitosamente a collega carioca. Não ha muitos dias que as inoffensivas maluquices dum po- bre diabo, atacado de delirio mystico, convulsionaram os jornaes da Capital Artística, que se desentranharam em entrevistas com o demente e estamparam em diversas posições o retrato do idiota. Entrevistas pallidas o sem interesse, calungas duma arte primitiva ; mas tudo isso exprimindo a anciã de imitar a feição pseudo moderna duma parte carioca, da imprensa, feição estique mal lhe encobre os intuitos puramente mercantis dos grandes lu- cros das negociatas.

Com uma orientação destas, servindo de preferencia a corrente poütica que maior somma de interesses lhe proporciona ; elog"ando e deprimindo hoje o que aina- nhan, forçosamente, deprime e elogia; confessando com alegre cynismo a perfeita adaptação a este estado do abastardamonto rcoral a que desceu a opinião publica, se é que se pode chrmar opinião publica ao consenso do trust das orgarc! ias estaduaes, synthetisada no Bloco; a nossa imprensa não podia elevar a sua voz nem mani- festar a sua indignação contra o attentado de que foi vi- ctima o sr. Medeiros e Albuquerque.

No entanto, este jornalista escrevendo que o mais distineto official do exercito valia menos do que o mais humilde cavouqueiro, não traduziu, unicamente, a repu- gnância que lhe inspiram os exércitos, restos atávicos duma civilisação cujo principio básico é o direito da força material e bruta; não traduziu unicamente a insub- sistencia do falso axioma si vis pacem para bel-itn, so- bre que se estacam os exércitos permanentes, axioma contradictorio com a nossa Constituição que, mais libe- ral que a de todas as outras nações, prohibe a guerra do conquista e consigna a arbitragem como solução das ques- tões internacionaes.

O sr. Medeiros e Albuquerque com a sua proposi- ção justa e precisa synthetisou o ideal que essa mesma imprensa não se tem cansado, nestes últimos tempos, de proclamar: acolonisação do nosso vastíssimo solo incul- to e quasi deserto. Pois os governos dos Estados o da União, gastando annualmente rios de dinheiro em attrahir ao Brasil o excesso da população da Europa para fixal-o á terra e assimillal-o á nossa nacionalidade, não estão de- monstrando que a acquisição do braço do cavouqueiro vale bem todos esses sacrifícios ?

E demais, se a expressão do pensamento do jornalis- ta constituia uma affronta á classe armada, competia ao ministro da guerra, superior hierarchico do exercito, chamar o jornalista á responsabilidade polo mau uso, que tez da liberdade do pensamento.

E dizer-se que justamente aquèlles que, cm nome do povo, proclamaram a Republica, o regimen da egualdado de todos os cidadãos e a abolição dos preconceitos de raça, de religião e de casta, são os que se revoltam rubros de indignação, tocíi-icamente ameaçadores, porque se acham rebaixados no seu amor próprio, molindrados no seu or- gulho, feridos na sua honra, quando os comparam a ca- vouqueiros !

Como se o cavouqueiro fosse a ignomínia e a infâ- mia, o aviltamento o a deshonra, neste regimen de I ibe;-- dade, Egualdade e Fraternidade !

fid^om^os

Page 6: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

2 ARARA

EM uma cidade da Suissa foi posto em concurso o legar de primeiro regente da . orchestra do thea- tro municipal. Os candidatos deviam, para a con- quista do logar, reger, cada um por sua Vez, toda

uma opera. Um dclles, o allemão M. B., escolheu para si, o Tanhauser; e, chegando a um trecho em que a or- chestra tinha de executar um dos mais violentos fortis- simos, virou-se para o segundo ohoé e disse: «0 senhor acaba de dar um Ia natural, em vez de um sol suste- nido.»

O musico declarou que, com effeito, era verdade o que dizia o maestro,

Tal prova de competência provocou applausos; e, na occasião do julgamento todas as notas foram dadas ao grande musico allemão, com excepção do segundo re- gente da orchestra, que desconfiou de tanta delicadeza de ouvido.

Persuadido de que no meio de fortíssimo tão violen- to era quasi impossível distinguir uma nota falsa em um instrumento tão surdo como é o oboé, interrogou o mu- sico,obtendo a seguinte resposta :

«Senhor, ha vinte annos, como segundo oboé do theatro municipal sempre encontrei na minha parte do Tannhamer um soí-sustenido. Hoje, entretanto, encontro um Ia natural, escripto com tinta recente. Ora, como o regente é a única pessoa, que abre os nossos cadernos, julgo ser isso obra de M. B. Mas, por favor, que essa minha suspeita não transpire.»

O trem que nos ia levar a Pirajú largou desta capi- tal ás 7 horas dá noite.

Eu o os meus camaradas de imprensa tratámos logo de nos instaUar no vagão leito, deixando o ministro e o resto da comitiva em confabulações varias.

Noite de poucos amigos. Para além de Mayrink começou a chover torrencial-

mente. A atmosphera conspirava. Cada um de nós estava de mau humor. Não foi pois sem uma pontinha de prazer que acceitámos o chá e os biscoitos que, ás 10 horas Sorocaba nos vciu offerecer por entre cumprimen- tos de boas-vindas.

A refeição alterou levemente as intenções dos nos- sos espíritos. Houve mesmo quem do grupo fizesse pi- lhéria sadia. Blas como acontecesse vir de repente uma trovoada feroz, eu voltei a soffrer as conseqüências do mau tempo c a forrar-me naquella augusta eloqüência tão característica nos sujeitos mudos.

Plinio, o moço, a meu lado, olhava-me com interesse e tinha por mim solicitudes captivantes. Os leitos da carruagem tombavam um pouco per falta de apoio, mos- trando que para tudo podiam servir menos para nelles se repousar.

Todos concordaram alto com esta verdade, mas fo- ram adormecendo aos poucos. Só eu, parafusando vivamente no melhor modo de equilibrar a cama, busca- va nos princípios de Archimedes a summa sciencia da es- tática.

Quando nisto acordou no meu cérebro uma alta e luminosa idéa : transformar as minhas botas de campo em cunhas de resistência.

Dum pulo agarro nesses ornamentos civilisadores que o homem primitivo jamais conhereu, entalo-os entre a cama e o colchão, reconheço que umas botas não servem apenas para cobrir uns pés e ardendonuma ale- gria disparatada dou um pulo na cama na intenção de

acordar os matelotes da penna c confiar-lhes a minha descoberta.

Súbito, a portinhola abre-se o ante meus olhos es- pantados surge um sujeito de sobrecasaca còr de garra- fa, calcinha curta, botifarra amarella e anciã, chapeirão molle.

JC^

—Queira desculpar, diz-me. O Chiquinho Loureiro não está aqui ?

—Chiquinho Loureiro ? Não conhecia. Chiquinho Carvalho conhe c'a um, tocador de violão, muito sabedor de modinhas. Blas não tinha" vindo, não era da comiti- va, a menos que não tivess3 lá para os outros carros a deliciar os amigos do governo o do progresso com o Bem sei que tu me desjrrezas ou com o Seu Anastácio chegou de viagem.

O meu homem fez-me uma venia, e, por conselho meu, foi de carro em carro, quer dizer fingiu ir, á busca do Chiquinho Loureiro.

Deito-me, com o ínau humor aggravado. Lentamen- te, a luz, na carruagem, esmorece. Os homens de im- prensa, dormindo, tém uma face livida. Lá fora a chu- va grita, espancada, perseguida pelo vento.

Caio pouco e pouco num estado de inconsciencia, de insensibilidade. Comprehendo que vou adormecer :—Em- fim! Nisto, um ruido de portinhola, que se abre. Arre- galo terrivelmente os olhos e outra vez tenho dear t í de mim o homem de sobrecasaca côr de garrafa, que me olha serenamente e me diz por fim :

—Não encontrei o Chiquinho Loureiro ! Quasi que salto da cama para esbofetear o importu-

no. Mas temo que elle seja algum chefe político ou al- gum conde do tempo da império e refreio o cavallo ne- gro da minha nevrose. Resolvo atormental-o, vingar-me com dignidade.

--Não encontrou ? digo espantado. Mas não é pos- sível. Chiquinlo Loureiro vae, necessariamente no trem. Procurou no water-closet ?

Elle arregalou os olhos pequenos de gato maltez, pareceu não ter comprehendido. Pediu-me depois phos- phoros, disse-se muito agradecido e sentou-se-me na beira da cama. Oh, homem bárbaro, que me ia dando cabo do equilíbrio do meu corpo ! Pelo amor de Deus, seu casaca, tudo menos o sentar-se ahí !

Elle sorriu, e contra o que eu esperava, não se mostrou agastado. Eu também sorri e, como durante uma hora elle me atormentasse os ouvidos com a sua theoria sobre política, valorisaçãodo café e invasão de gafanhotos, á falta de um nome, passei a chamar-lhe Chiquinho Loureiro

Plinio, o moço, da sua cama, tinha ouvido tudo, de olho fechado. Mas como era meia-noite e a prosa do homem não cessasse, arregalou os olhos, comprimiu as cerradas sobrancelhas, ao centro um vinco e erguendo o busto Ifovejou :

—O' amigos, quando é que fazem conta de terminar a caceteação ?

(KL l(?o^9cg_o<&

Page 7: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

ARARA

I

Cliiquinho Loureiro ergueu-se de súbito, pediu des- culpa ao cavalheiro e rodou ua calcinha curta, batendo com estrepito a portinhola. Eu respirei, mandei a Plinio um beijo na ponta dos dedos e adormeci.

Mas ainda não eram seis horas, ainda a manhan mal começava a espreguiçar-se e entram-nos na carruagem três senhores agitados, indignados, assanhados.

Todos nós acordamos com a vozeria. —Mas quem é esse homem ? perguntavam. —Quem o sabe ? Eu tenho idéa de o ver em Soro-

caba. —Que bandido ! rugiu o terceiro, um gordo, muito

barbado. Abriu a janella do nosso carro e deixou-nos todos constipados.

A minha curiosidade refinou. Não me contive e per- guntei :

—Não é um sujeito de sobrecasaca, que já foi preta e hoje pelas leis immutaveis do tempo, se transformou em verde ?

—Exactamente. —Pois é o Chiquinho Loureiro.

. Todos oppuzeram a sua negativa. Não era tal, O Chiquinlio Loureiro era um excedente camarlsta e um excellcntissimo político de Sorocaba.

—Pois se não é o Chiquinho Loureiro ó o Chiquinho Carvalho, tocador de violão.

. —Ou o Ramalho ! acerescentou o Plinio. —Quem sabe se não é o homem da Casaca Azul ?

disse o Hilário. Os três senhores perceberam o troça. Eu estava

radiante de goso. Mas pelas horas adeante, até ao Avaré, todos os mem-

bros da comitiva ouviram e attenderam ao mysterioso companheiro, ao Chiquinho.

Falava-se em política e elle dava logo a sua opinião. Falava-se em café e elle sentenciava e rebatia a opi-

nião dos outros. Em Avaré, quando o presidente da câ- mara ia a tomar o seu carro, viu-o oecupado por Chi- quinho Loureiro e desistiu cumprimentando-o.

A' mesa do banquete, ainda o representante do gover- no não se havia sentado e já um convidado estava em frente do prato comendo azeitonas e pão com manteiga. Era Chiquinho Loureiro.

O meu olhar ia seguindo com interesse o casaca, que comia alarvemente, mal se importando com saudações nem levantando sequer a taça, que a cada instante en- chia e esvasiava.

Em Pirajú a imprensa entra na casa do secretario da câmara para fazer toilette e com grande pasmo vê um preto com um panno a tirar a lama das botinas do mys- terioso Chico.

E quando á enti-ada dó salão do banquete uma mão se estendia para recolher os convites, ao nosso lado pas- sou, magestoso e solenne, com o collarinho vermelho, da terra roxa, Chiquinho, os nossos tormentos. Então eu resolvo tomar este homem á minha conta.

No fim do banquete, na volta para o trem, convido José do Senado a gastar toda a sua eloqüência de papa- gaio novo para convencer Chiquinho Loureiro de que deve carregar a minha mala. O homem protesta. Eu re- forço os argumentos de José e intimamente convencido de que CWciuml10 é um intruso, um convidado sem con- vite, digo-lhe com uma basofia impagável:

—Ou leva a mala, ou não embarca! O mysterioso casaca mostra-se de súbito abatido ; si-

lenciosamente pega-me na mala e aos saltos, fazendo mi- lagres de equilíbrio, vae caminhando até a ponte.

José, a rir como um maluco, a cada tropecão do ho- mem, exclamava :

—Olha, olha o geitinho da casaca do Chiquinho Lou- reiro !

Mas já próximo do Avaré, de volta, desde o superin- tendente ao guarda freio, todos perguntavam quem era o Chiquinho Loureiro.

Até que um guarda foi intimal-o a exhibir o convite. Elle olhou o empregado da estrada, virou-lhe as costas deixou o vagon leito e passou uma para carruagem de pri- meira classe.

Almoço no Hotel Guarany. A sala é pequena. Náo ha mesa para tantos convi-

dados. O recurso é fazer duas turmas. A primeira aban- ca logo e, entro os convivas quem se havia de servir primeiro ? Chiquinho Loureiro !

—E' demais, grita o egoísmo do meu estômago, es- perando a segunda mesa.

Racho aquolle ladrão!

Depois mudo de intenções ; mas já no trem digo-lhe remoques, mando commissões fazer-lhe bestialogicos, cha1

mar-lhe casaca verde, Ponson do Terrail, sem vergonha e gato em pé !

Chiquinho Loureiro encara os oradores, sorri ama- rello e numa impassibilidade animal fita-os com despre- zo. Eu quasi endoideço.

Té que chega Sorocaba. —Ah, digo-me, o malandro, emfim, aqui não ousará

parar, porque é conhecido ! Mas quando vou a sentar-me á meza, para jantar,

dou de cara com Chiquinho Loureiro, tendo em frente, já esvasiado, o prato da sopa ! A' sobremeza, então, José, por convite; levanta o copo para saudar o intruso. Mas, Chiquinho Loureiro, nobre, magestoso, a trunfa em desalinho, fita o orador e diz-lhe, botando meio pal- mo de língua fora da bocea :

—Não acecito saudações, senão com champagne ! E voltou-nos as costas, a casaquinha a dar, a dar,

desappareoendo...

Prudência

—Então o partido monarchista não conorre ás elei- ções ?

—Homem, para lhe acontecer o mesmo que aos da Liga, o melhor é ficar em casa !

Osr. José Marcellino, governador da Bahia, chegou ao Rio de Janeiro para pagar a visita que o sr. Ãffonso Penna fez á Mulata Velha, quando per- lustrava os Estados da União, na sua qualidade

de presidente eleito da Republica. Para se poder avaliar do que foi a recepção, na Capital da Republica, do go- vernador bahiano, bastará lêr os seguintes períodos do telegramma que o correspondente especial ao Diário de. Noticias, da Bahia, enviou a este jornal, no dia 20 do mez passado :

«O dia de hontem foi dos bahianos, que recebiam, orgulhosos,o seu governador, dr. José Marcellino. O hon- rado governador da Bahia veiu, cm caracter otlicial, do visita ao sr. presidente da Republica, retribuindo a que delle recebera na capital do &eu Estado.

Mas, nota característica, o governador da Bahia veiu no caracter mais bahiano que era possível : náu do Es- tado, o «Commandátubá», toda a cordoalha de piassava, comitiva escolhida e bahiana da gemma, a flor da gente moça e alegre; charanga muito bahiana, flauta, violão, ca- vaquinho, um meio armário, mais cravo do que piano ; mesa bahianissima ao almoço o ao jantar, desde o pri-

$(l X^OÍ ^l Oi

Page 8: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

i :

ARARA

AlUlSoS ^§au^

nieiro almoço á (iarlida até o ultimo jantar, anto-liontom, já nas águas de Cabò-Frio, vatapás , «írigideivas», uno- queoas», < carurús , a azeite de dendê e pimenta de chei- ro na conta, vinho Figueira, leite de coco e < munguzás á : obremesa. A «hegemonia» bahiana do norte, saudan- do a grande «hegemonia» federal, de Minas...

A visita do givornador da Bahia foi, hontem, o gran- de faeto culminante do dia. O Rio do Janeiro o recebeu com satisfação e o verá com prazer e sympathia, a per- correr nos automóveis do joven sr. Calmon as suas bai- las avenidas e jardins. O dia foi dos bahianos, que, or- gulhosos, «pimpavam» radiantes. Mais radiante que to- dos, mais bahiano que nunca, bahiano como jamais fora visto, á frente do alegre rancho, era cnthusiasmo e de- lírio o nosso Gil Vidal.»

Não pimparemos tanto como os nossos irmãos do Norte; no entanto, não deixaremos de pimpar algo, porque o benemérito dos mais bahianos trazendo a bor- do da nau Commandatuba a charanga da flauta, do vio- lão, do cavaquinho e do meio armário mais cravo do que piano, reahabilitou esses prehistoricos instrumentos da prehistorica serenata, excepção feita do meio armário, mesmo mais cravo do que piano, porque, infelizmente, tanto os meios como os armários inteiros são invenção destes diabólicos tempos modernos.- PòV' isso, também, mal se espalhou no Rio a noticia da chegada da charan- ga, reuniram-se todos os trovadores das esquinas de S. Christovam, Sacco do Alfores e Catumby e decidiram uma manifestação, a choroso pinho, ao bahianissimo go- vernador.

Quanto ás pestiqueiras, se o sr. José Marccllino pen- sa que veiu épater os cariocas, perdeu o seu tempo. Aqui, na Paulicéa, sim : o munguzá, a frigideira, a mo- queca e o vatapá com o quente colorido do azeite de den- dê e da pimentinha comary mettem num chinello o pal- lido picadinho e o innoconte cuscuz estadoaos. E, se o sr. José Marcellino vier a S. Paulo, a melhor maneira, a única diremos até, de nos fazer pimpar a todos, gover- nantes e governados, é offerecer, alli no alto da Canta- reira, um pantangruélico almoço, obrigado a carurú, an gú de quitandeira, vatapá e outros pratos culinários, em que a Mulata Velha é especialista. Então, sim, todos pim- paremos ; porque, já o disse Gil Vidal, o mais pimpão dos bahianos : Pimpar éproprio do homem !

Num exame : —O que é salário ? - Não sei. —Ora diga-me : seu pae que faz durante a semana ? —Trabalha. —E quando lhe pagam V —Aos sabbados. —E o que leva para casa ? —Uma bebedeira...

úO vindo ao ícudo do sr. Jorge Tibiriçá e seus amigos da Com missão Central, uns mezes antes, quando ainda o sr. Joaquim Murtinho era unha e carne do Bloco, ha- via de ter recepção espalhafatosa, na gare da S. Paulo Railway. O capitão Coutinho lá estaria, firme e emper- tigado, para dar as boas vindas ao illustre hospede e conduzil-o, em landan do palácio, á Rôtisserie.

Uma hora depois, o tempo sufficiente para refazer a toiletto, o sr. presidente do Estado iria visital-o e, em seguida, o sr. Murtinho seria pouco para a alluvião de pessoas, todos iilustres na política e na 6uai"da Nacio- nal, que haviam de querer cumprimentar o antigo mi- nistro da fazenda do sr. Campos Salles, o Radamés das finanças nacionaes.

Nomcar-lhe-iam official ás suas ordens o mais garbo- so dos tenentes da força publica, e todos os secretários porfiariàm em mostrar-lhe os melhoramentos materiaes da Paulicéa. O sr. Carlos Botelho leval-o-ia em automó- vel á serra da Cantai'eira, ao Engordador, ao Cabuçú, admirar as obras do abastecimento de água, terminando por lhe fazer vêr a hospedaria dos immigrantes. O sr. Gustavo dexGodoy leval-o-ia ao Hospital do Isolamento, ao corpo de Bombeiros da hygiene official, levando com delicada manha mostrar o laboratório de bacteriologia para não melindrar as crenças scientificas da illusti'e ho- moepatha. O sr. Washington de Souza contentar-se-ia com fazer admirar ao nosso hospede as edições em perca- line dos Bandidos celebres,Rocambale, João Felpudo,Aven- éúras do barão de Muckausen e outras obras-primas da phantasia, onde o digno Chefe da Segurança Publica vae buscar os ensinamentos para melhor policiar a cidade, desvendando os tenebrosos processos do crime em acção e das peraltices da garotada. O sr. Albuquerque Lins, esse não tendo nada que mostrar, contentar-se-ia com pregar ao seu antigo collega de finanças uma injecção do Convênio de Taubaté e valorisação do café.

E isto e muito inais perdeu o sr. Joaquim Murtinho, não porque possa exclamar como Rolla:

Je suis né trop tord pour un siècle trop vieux ; mas sim, porque se divorciou do Bloco, desse monstruo-

so trmst político que absorve todas as energias vivas da nação, e ao qual, ainda não hasmuito e num brinde em que a commoção desculpava a mediocridade do estylo, o sr. Tíbiríçá confessava dever o Estado de S. Paulo o endosso do governo da União ao empréstimo de três milho íS esterlinos.

E, ora ahi está, por que motivo o sr. Joaquim Mur- tinho não teve recepção official na Paulicéa que perlus- trou incógnito, não se lambendo com aposentos especiaes na Rôtisserie Sportmann e, o que 6 mais duro, tendo de pagar a sua diária no modesto hotel, onde s-e hospedou !

—Quando tenciona pagar-mé a sua conta, meu caro senhor.

—Homem, você faz-me agora lembrar um sobrinho meu, que tem seis annos !

—Então, em que eu, um alfaiate, me pareço com seu sobrinho ?

—E' que elle também íne faz ás vezes perguntas a que eu não sei que responder...

Não ha nada... CQUIO um dia depois de ontro. Sobre a dura e profunda philosophía deste rifão, dove ler pen- sado amargamente o sr. Joaquim Murtinho, que andou aqui pela Paulicéa, em viagem do recreio. Se elle tives-

NÃO se falia senão no aviador de Santos Dumont, que é, mais do que nunca, o homem da moda em Paris.

Esse apparelho parece ter resolvido o proble- ma de que Júlio Verno attribuira a solução a um dos seus heróes, Robur, o Conquistador. O romancista-pro- pheta imaginara, ha trinta ín os, um machínismo «mais pesado do que o ar», cuja descripção mo pfr.oce dever ser lida com interesse.

Depois do submaiino, o aviador. A sciencia não fez senão copiar Júlio Verno.

A descripção exacta pôde dividir-so em três partes essenciaes : a plataforma, os engenhos de suspensão e de propulsão, e as machinas.

. «JHiatafôrma.—E' um estrado de trinta metros de comprimento por quatro de largura, verdadeiro convez de navio com proa om fôrma de esporão. l*or baixo, arre- donda-se um casco, fortemente construído, que contém os apparelhos destinados a produzir a energia mecâni- ca, o paiol das munições, as ferramentas, o armazém ge- ral de provisões de todas as espécies, comprehondendo as caixas de água de bordp. Em volta do estrado, ai-

^oí^os

Page 9: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

—UIIIIIJIM M.UII «11,1 LHUIIJ-H» ARARA

mmmmBmm

gims ligeiros varões de íerro, ligados por uma rede de arame, íormam parapeito. A' superfície, elevam-se três pavilhões, cujos compartimentos estão affoetos, uns ao alojamento do pessoal, outros ás inachinas.

No pavilhão central, funeciona a machina que põe em acção todos os engenhos de suspensão; no da proa, a machina do propulsor da frente ; no da ré, a machina do propulsor da retaguarda—cada uma destas três ma- ehinas é independente das outras. No primeiro pavilhão, do lado da proa, acham-se a despensa, a cozinha e o pos- to da tripulação. Do lado da ré, no ultimo pavilhão, acham-se installados muitos camarotes, entre outros o do engenheiro, uma sala de jantar, e por baixo um mi rante envidraçado, onde está o timoneiro que dirige o apparelho por meio do um leme poderoso.

Engenhos de suspensão e de propulsão.—Por cima da plataforma, erguem-se verticalmente trinta e sete eixos, quinze de cada lado e sete mais elevados, no centro. Dir- se-ia um navio com trinta e sete mastros. Unicamente esses mastros, em vez de velas, sustentam cada um duas heliees hori zontaes, de passo e de diâmetro bastante curtos, mas aos quaes se pode imprimir uma velocida- de vertiginosa.

Cada eixo tem o seu movimento independente do movimento dos outros e, além disto, de dois em dois, ca- da eixo gira em sentido inverso—disposição necessária para que o apparelho não ceda a um movimento gira- tório.

Por esta fôrma, as heliees, emquanto continuam a elevar-se sobre a columna de ar vertical, equilibram-se entre si contra a resistência horizontal. Consequente- mente, o apparelho acha-se munido de sessenta e quatro heliees suspensivas, cujas três azas se acham mantidas exteriormente por um circulo metallico que, funecionan- do como volante, economisa a força motriz.

Na proa e na ré, montados sobre eixos horizontaes, duas heliees propulsivas, de quatro azas, giram em seii' tido differente e cummunicam o movimento de propul- são. Estas heliees de um diâmetro maior que o das he- liees de suspensão podem, egualmente, girar com exces- siva rapidez.

Machinas.—Não é ao vapor- de água ou de ou- tros líquidos, nem ao ar comprimido ou outros gazes elásticos, nem ás misturas explosivas susceptíveis de pro- duzirem uma acção mecânica, que Robur pediu a ener- gia necessária para sustentar o mover o seu apparelho : foi á electridade, esse agente que ha de ser um dia a alma do mundo industrial. Aliás, nem uma só machina electro-motora para o produzir. Unicamente, pilhas e ac- cumuladores.

Em summa, resultado não contestável: pilhas de um rendimento extraordinário, ácidos de uma resistência quasi absoluta á evaporação ou á congelação; finalmente, correntes cujos ampères se cifram por números até ho- je desconhecidos. Eis ahi uma energia em cavallos electri- cos, por assim dizer, infinita.

Entretanto, Robiir approximára-se dos dois collegas. Estes affectavam não manifestar a menor surpreza pelo que estavam vendo, pelo que, máu grado seu, experi- mentavam. Debaixo do craneo dessas duas cabeças an- glo-saxonicas incrustava-se, evidentemente, uma obstina- ção que não havia de ser fácil desarraigar.

Pelo seu seu lado, Robur não quiz ter sequer de dar por tal; e comio se continuasse uma conversação que, na realidade, estava interrompida havia mais de duas horas:

—Meus senhores, disse elle, de certo estão per- guntando a si próprios se eète apparelho, maravilhosa- mente apropriado á locomoção aérea, é susceptível de desenvolver grande velocida"de. Não seria digno de con- quistar o espaço, se não fosse capaz de o devorar.

Eu quiz que o ar fosse para mim um ponto de apoio solido—e consegui o meu fim. Comprehendi que para lutar contra o vento havia unia só coisa a fazer: sér mais forte do que elle- e srêu mais forte. Não careço nem do velas para me arrastarem, nem de remos ou de rodas para me impellirem, nem de carris para me tor- narem a marcha mais rápida. Ar é tudo de quanto pre- ciso, ar que me rodeia como a água rodeia o submarino e no qual os meus propulsores se aparafusam como na água as heliees de nm «steamer». Eis o que nunca pode- rá fazer o aerostato ou qualquer outro apparelho mais leve que o ar.

Muitismo absoluto dos dois collegas—o que nem um só instante desconcertou o engenheiro. Contentou-se com esboçar um meio sorriso e continuou, sob a fôrma inter rogativa :

Talvez perguntem também se a essa faculdade, que tem de se deslocar, horizontalmente, o Albatroz, reúne, cgual capacidade de deslocamento verticar; por outras- palavras, se mesmo quando se trata de visitar as altas zonas da athmosphera, c-.lle poderá lutar como um aeros- tato.

Robur fez um signal. As heliees propulsivas para- ram logo, mas a velocidade adquirida fez com que o Al- batroz corresse ajuda mais uma milha. Depois, ficou'im- movel.

A um segundo aceno de Robur, ás heliees suspen- sivas moveram-se então com uma rapidez comparável á das sereias nas experiências de acústica. O seu /rrr su- biu perto de uma oitava na escala dos sons, diminuin- do de intensidade, comtudo, por causa da rarefação do ar, e o apparelho elevou-se verticalmente como uma co- tovia, que lança o seu grito agudo através do espaço.»

Nada mais simples como vém... no papel, E', po- rém, de crer que Robur soube cuidadosamente guardar o seu segredo, pois que só agora é que, graças a San- tos Dumont, o homem pôde conquistar uma pequenna facha do império fluido, que se debate em volta do globo.

Cão salvador

—E' verdade, minha senhora, houve uma oceasião, no meu passado, em que um cão me matou a fome.

—Conte-me isso, doutor. , . —Oh ! a historia é muito simples. Eu estava sem

vintém e não tinha nada comer. Então, vendi o cachor- ro por vinte mil réis. ■

ORA ahi vae uma noticia que, modéstia á -parte, não ha de desagradar ás senhoras.

Parece que, em França, está imininente a apre- sentação ao Parlamento de um projecto de lei que

tem por fim estabelecer um forte imposto aos celibata- rios, e será baseada em uma idêntica que jár- existe em uma pequena Republica, e a qual é, como se dizem lin- guagem jurídica, do teor seguinte :

< Desde que um cidadão chegue a edade de vinte an- nos, é considerado como susceptível de contrahir matri- mônio. Quando o não faça, pagará cinco mil réis por mez de imposto, que é elevado ao dobro durante os cin- co annos seguintes. Dos trinta e cinco annos aos cinco-

Ali ÍW ^^o^

Page 10: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

ARARA

enta, o celibatario pagará dez mil réis, o dos cincoonta aos sessenta e cinco, trinta mil róis. Nessa edade, o im posto começa a descer proporcionalmente, até que ter- mina aos oitenta annos.» - >

Mais : «O viuvo que não se recasar dentro do prazo de ires

annos, recomeça a pagar o imposto como sendo solteiro, excepção feita de toda aquelle que provar ter tentado, em vão, casar-se por três vezes.»

Rejubilem-se, pois, as senhoras que tem horror ao eelibato, porque talvez a lei cá chegue.

Em um exame de astronomia: : —Em que data o cometa, a que refere, se tornará do

novo visivel ? O alumno muito seguro : —D'aqui a 237 annos. —Em que se funda para fazer tal affirmação ? —Eu ? em nada... E' cá um palpite que tenho.

DIRIGINDO-SF, le^entemente, aos estudantes de Chicago o juiz Marcus Kavanagh mostrou a neces- sidade de se fazer respeitar a lei nas grandes cida- des, e disse que os Estados Unidos eram o paiz

mais cheio de criminosos no mundo e o seu systema de jury o mais fallivel e obsoleto. Fez a ^assombrosa declaração de que em assassinatos os Estados Unidos têm o primeiro logar, entre os paizes civilisados.

Nos últimos cinco annos, foram assassinadas nos Es- tados Unidos 45.000 pessoas. Foi maior o numero dos que morreram assassinados o anno passado do que os fallecidos de febre tiphoide. Esse medonho resultado é devido ao modo como se administra a lei. E a própria lei é má e inefficaz. E' sobrecarregada de restricções e difficuldades technicas e, na maioria dos casos, o crimi- noso tem nove probabilidades de escapar contra uma de ser condemnado.

O juiz Kavanagh poderia ter acerescentadõ, diz um jornal, que, se um indivíduo .é reconhecido como réo de assassinato, pôde adiar a sua execução, durante annos, se tiver bons advogados e dinheiro sufficiente.

. De dados estatísticos relativos aos crimes vê-se que, ao passo que na Inglaterra e no Paiz de Galles houve apenas 317 assassinatos, o annc passado, nos Estados Unidos, com mais do dobro da população da Gi-ã-Bre- tanha, deram-se 8.760 assassinatos.

«Naturalmente, escreve o jornal d'onde extrahimos esta noticia edificante sobre a justiça da America do Nor- te, o discurso do juiz Kavanagh despertou muitos com- mentarios, e a moral que se tira é que o Americano de nascimento não é ruim; mas que nos annos mais re- centes tem emigrado para os Estados Unidos grande parte da escoria da Europa. E' essa escoria, que não pôde ser absorvida e purificada em uma década, que produz os criminosos. Ultimamente, foram revistas as leis de immigração com o intuito expresso de excluir todos os indivíduos que não parecessem nos casos de fa- zer bons cidadãos; mas a procura de trabalho econômico é tamanha que é difficil, segundo parece, tornar mais ex- clusiva, a admisssão dos immigrantes.»

Os advogados que, por dinheiro sufficiente, patroci- nam as causas desses criminosos, e os juizes que se dei- xam embrulhar pela lábia e eloqüentes argumentos dos patronos, também farão parte da escoria da Europa ? E' o que o articulista não nos disse e... é pena!

Osr. W. de Souza está-se revelando duma activi- dade espantosa. Elle passou longos e largos me- zes sem fazer nada, e dessa inércia aqui o aceusa- mos por diversas vezes. Enganamo-nos e somos

os primeiros a bater no peito contrictos e humilhados por tamanha falta : o sr. W. de Souza preparava-se, no silencio do seu gabinete, para a graiK e luta que ia tra- var contra os' delapidadores da propriedade individual, conti-a os. demolidores do regimen social. E, qual Mi- nerva sahindo armada de ponto em branco do cérebro potente de Jove, o digno e arguto Chefe de Segurança Publica transpoz os humbraes do seu gabinete de traba- lho preparado para dar caça feroz e sangrenta aos mal- feitores. \ serie de medidas que, destes poucos dias para cá, elle tem posto em pratica, mostram que Vidi-

galem habemvs eum tapetem in magna quantitate ! A divisão das delegacias em raios de' alguns kilometros, convergindo para a Repartição Central, já foi um acha- do precioso. E, especialmente, sportivo ; porque obrigar um desgraça,Io, a quem lhe abrem a cabeça com uma bengalada, na Ladeira João Alfredo, a ir queixar-se ao de- legado, no posto da rua de S. Catano é sujeitar a uma prova de resistência a desgraçada victima. Ora, como todas as delegacias ficam situadas nas extremidades desses raios policiaes que partem da Central, daqui a pouco tempo toda a população, pelo sim e pelo não, começará a pra- ticar o sport da corrida a pé, para poder facilmente quei- xar-se á policia, em caso de aggressão.

A ultima medida do Chefe de Segi rança Publiiá não visa directamente sport algum conhecido ; mas o seu objectivo é o mesmo : o melhoramento da espécie huma- na. O sr. W. de Souza decretou que, de hoje em dean- te, os guardas civicos em serviço no perímetro cen- tral tenham mais de 1 m. 80 de altura. Medidas des • ta ordem revelam tal generalidade que a própria natu- reza gasta séculos para produzir cérebros, que as dêem á luz. Antes do sr. W. de Souza, somente Frederico da Prússia, o grande Frederico amigo de Voltm-e, se lem- brou de selleccionar no seu exercito os gigantes para com elles formar a guarda imperial. Mas o grande Fre- derico, previdente como era, a esta medida juntou uma outra complementar: deu a cada um dos seus granadeiros uma esposa da mesma altura. A raça, que saiu desse con- sórcio de gigantes, foi uma decepção para os que acere- ditavam na infallibilidade do provérbio : Tal pae, tal fi- lho.

Não aconselhamos, pois, ao sr. W. de Souza que decre- te o que falta á sua ultima medida, a qual, aliás, terá de cahir por falta de pessoal que satisfaça a exigência pe- dida. Salvo, se o sr. W. de Souza, não querendo deixar desguarnecido de policiamento o centro da cidade, não vá pedir aos srs. Cerqueira César, Antônio Prado, Vi- ctor Freire, Lacerda Franco, Almeida Nogueira e outros cidadãos mais ou menos agigantados, o favor duma ron- dazinha pelo districto, dando s. s. o exemplo, como ten- do a altura regulamentar.

Quem deu solennissimo cavaco com a medida foi um delegado auxiliar que, da altura de um metro e oitenta, tem apenas... os oitenta!

Na Policia Centrai

• Roubam-me o relógio no largo do Rosário e te- nho de ir a Villa Mariana queixar-me ?

— Com a nova divisão policial é isso mesmo. . E vá a pé, meu caro senhor, que lhe ha de fazer bem: perde a idéa de rehaver o relógio 1

f\fL mi^^\o

Page 11: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

ARARA.

Congrapicnto... tecongraçaílo

— Com quo então, a dissidência mais uma vez em- brulhada ? !

—E é fazer cara alegre, meu jovem e injenuo amigo !

TT MB Mi .^TT SS C> »

!SAXT'AX>A

As andorinhas não fizeram verão... Elias levantaram, hoje, o vôo e foram-se em bando, para onde ninguém sa- be. O SanfAnna não era logar para as cançonetistas e alegres dançadoras de maxixe, que tanto interesse e ap- plausos despertavam no Polytheama. Nem tampouco servia para a Esmeralda que, apesar de só cantar ro- manzas e árias de operas serias, não supportava aquel- la catadura de theatro, próprio para Darclées e para gente sisuda...

Diziam as alegres esíreWas da cançoneta que o Sanf- Anna as obrigava a coçarem-se, que as pulgas as mor- discavam e que as suas pelles. macias como arminho, não supportavam os traiçoeiros insectos. Dahi, as suas reclamações ao Cateysson, que as deixou partir em gru- po, muito alegremente, como as andorinhas...

E se ellas partiram, eis que chega um grupo de ca- nários e de cotovias, de mavioso canto, para substituir as andorinhas vagabundas...

São as artistas da companhia lyrica do tenor Miguel Tornesi, que vêm disposto a resuscitar as operas de Verdi e de Ponchiceli, de Mascagni e de Bizet, de Ros- sini c Donüzjtti...

Quando o Arara visitar o leitor, pela primeira vez neste anno, esses pássaros já" devem ter desfiado os seus cantos e os seus trinados. E talvez o publico os tenha, como é nosso desejo, acolhido com palmas e com ap- plausos. Dil-o-emos depois.

POIiYTHEAMA

Choveu no começo da semana, choveu muito mesmo, mas nem por isso uma só noite o Polytheama deixou de ter animação o concurrencia. Como também não ser as- sim, se a empreza, que explora a companhia Rays, pro- cura satisfazer as exigências do seu publico, dando-lhe sempre novidades, offerecendo-lhe bons-bons, já que os freqüentadores do Polytheama são os filhos de nossos filhos, isto é, os nossos netos ?... (Creiam que não vae mal nenhum nesta conficção da nossa edade mais que madura.)

E, cmquanto, lá estão os burricos, os cavallos e os cachorros fazendo coisas de gente sabia e de gente ale- gre, pois que elles comem como quem quer viver e dan- çam como quem se diverte, não ha a esperar senão en-

chentes sobre enchentes, neste theatro. Nós, que ja não estamos no tempo de gostar desses bichos, que lá se ex- hibem, no entanto, também apparccemos, uma vez ou outra, para nos divertir com a satisfação e o enlevo dos pequenos frequetadores do Polytheama.

JMOUMN ROlJCiE

Bem o dizíamos : a Suzanna, a nossa velha câmara- . da, fez suecesso no' Moulin, na sua passagem de co- meta pelo theatro do largo do Paysandíi... Despertou a curiosidade dos moços, desejosos de verem o que era uma antigüidade, que tinha sido a maior trocista do seu tempo e que, apesar da acção criminosa e fatal do tem- po, continua a ser uma mulher de espirito fino. Desper- tou, como era de esperar, recordações consoladoras para aquelles que, como nós, sentem um goso infindo pelas coisas do passado, que são as coisas do nosso tempo. .

E Suzanna, narrando, com a sua voz incolor e can- çada, a sua historia, provocou a hilaridade dos que não podem adivinhar o que tinha sido aquella velha, de ros- to cheio de rugas e cabellos grisalhos, e avivou sauda- des, mas que saudades ! daquelles que andam já a mar- car passo em caminho da sepultura... E S3 ella confes- sou que era a viuva de Pedr'Alvares Cabral, nós, que vivemos no seu tempo, nos irritamos com essa pilhéria, que a fez ainda mais velha deante dos nossso olhos...

Irritamo-nos. E era bem justa essa irritação, porque pensamos que não havia necessidade de mentir tãó es- candalosamente sô com o fito de causar assombro á gen- te nova e despertar-lhe a risota.

...E a Suzanna partiu, quem sabe se para nunca mais voltar, se ella está tão velha ?!...

—Como o theatro precisava de um novo attractivo, depois da Suzanna vieram os dançarinos valencianos Los Bau Malaga...

E agora, no Moulin, cantam as castanhólas nos de- dos esguios da dançarina de olhos rasgados e matado- res, e rufa o pandeiro, ao toque do dançador dengoso das jotas e dos zapateados, einquanto o publico, alegre e bizarrainente, grita de cá Salero, mi hijita! ou Oló ! Olé! panderito !...

* . ■ ■ ■

Xotícias tJheaíraes O theatro Odeon, de Paris, acaba de inaugurar uma

serie de espectaciüos do repertório clássico com a tragé- dia Polyeuefe, de Corneille, e a comedia Le Floreniin, de Racine.

A inauguração dessas representações era esperada com certa curiosidade e a espectativa não foi illudida, porque a estréa foi exccllente em todos os pontos de vista.

Os cinco actos de Polyeucte passam-se num bellis- simo scenario; um pórtico immenso de columnas, uma espécie de terraço de onde se domina lindíssima _ paiza- gem da Armênia. Segundo a regra das três unidades, a acção deve passar-se em 24 horas; por isso, o dia vae declinando durante a representação e o crepúsculo dá ao quinto acto uma grandeza trágica,

O scenario do Florentin é uma boa decoração italia- na, muito apropriada á acção.

* Gabriel D'Annunzio que, depois do insuecesso de Ro-

ma, alterou ligeiramente a sua obra Piú ehe Vamore, fa- zendo-a representar em Nápoles.

No fim do primeiro acto houve alguns applausos ; mas vindo o autor á scena para agradecer o publico rom- peu numa verdadeira manifestação de desagrado

ÍNDIA, pantomima de grande espectaculo de H. Houe- ko e Bostock, está causando enorme suecesso, no Hip- podremo de Parif.

Os três quadros, de que consta a pantomima, foram postos em scena com grande luxo.

O primeiro é um mercado himi, onde pittoresca multidão indiana num vaevem constante, vendendo, com- prando, passeando a pé, a cavallo, de carro ou no dor- so de elephantes, apresenta os mais vaiiados typos.

Nesse quadro, dois príncipes hindus reconhecendo em uma bella escrava, que o seu senhor obriga a dan- sar, uma filha do Grande Rajah, compram-n'a e vão res- tituil-a ao pr.e.

O segundo quadro representa o Durbar, festa indiana dada pelo Radjah por ter encontrado a filha. Grande baila- do em que figuram 520 pessoas e 125 animaes diversos.

M jao^ 9 $_ h i

Page 12: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

8 ARARA

^Ci 01083 ♦vi ãt

Ha nm curiosissimo combate de elepljantes, ein que os enormes pachiderues, cnfrcntando-so, prcc.iram faícr re- cuar uns aos outrce.

No ultimo quadro, unia caçada dp tigres, os mes- mos elepharites e cavallosj numa correria infernal, per- seguem dois tigres.

_Os elephantes, que trabalham no Hippodromo, não estão ainda completamente domes-ticados ; apenas eram empregados nas caçadas da índia e forjim trazido?, espe- cialmente, a Paris por Hazeubech d'Aamburg. * * *

- Arthur Nikisch, o Kapellmeister bom conhecido, pa- rece estar soffrendo de alguma perturbação cerebral.

Ha dias, regendo, perante um publico dos mais se- lectos, em Gewondhaus, de Leipzig, a nona symphonia de Bruokner, parou de repente, e voltando-se para o au- ditório, exclamou em tom colérico :

Minhas senhoras ! tenham a bondade de não asses- tar para mim os seus binóculos, porque isso me faz fi- car nervoso e assim, não posso continuar a regei",»

Imagi|ie-so o offeito causado nos ouvintes por seme- lhante apostropho de que, não havia exemplo, desde Bulow.

Manda quem pôde

—... e se algum jornalista tiver a audácia de mo pôr abaixo dos cavouquoiros, dá-lhe a valer. Canalha do paisanos !

SPORT Noticias extraiigesras

ARüETINA. —Na reunião de 23 do mez ultimo, cm Buenos Aires, foi disputado o pareô clássico «San Lo- renzo», que teve o seguinte resultado :

Clássico «San Lorenzo»—1.400 metros—6.000 pesos. Chiripa, zaina, três annos, por Noapolis o Cuchufle-

ta, do Stud Printemps, F. Liceri, 56 kilos, 1 ; Senorial 58, 2 ; Linda 53, 3 ; Richeliou, 4 ; Colombo, 0 ; Ofir, 0 ; Quequay, 0 ; Whisky, 0 ;.

Ganho por dois corpos. Tempo, 86 li5 segundos. Os demais parcos dessa reunião tiveram o resultado

seguinte : Prêmio «Salta>—1.200 metros—3.000 pesos. Hautaine, três annos, 55 kilos, por Ovacion e Hibri-

de, do Stud Macario, J. J. Chalar, em 1.» Pintora, em 2.a

e Surpresa em 3.:l. Sem collocação, Gilonc, Bohêmo, Colombienne, Dog,

Rose, Welfare, Serpia, Marbee, Saphryne, Valdivia, Jasa- na, Ruina, Sobornal, Constância, Dhorada e Tapioca.

Tempo, 73 2(5 segundos. Prêmio, «Tucumaiiv—2.000 metros—3.000 pesos. Palatino, quatro annos, 56 kilos,.por Saint Miriu e

Prow, do Stud, J. Atucha, R. Ruiz, em 1.° Tucuman em 2.° e Rushlight, em 3.».

Sem collocação. Amparo, Brumario, Arãgon, Bayard, Dejerine, Gil Blas o Mazantini.

Tempo, 129 Ij5 segundos. Prêmio, «Las Piedras»—1.600 metros—3.500 pesos.

La Favorita, três annos, 56 kilos, por Kendal e leno do Stud Don Gonçalo, Fernando Petrez, em 1.° Christí- na em 2." e Adriatica em 3.°.

Sem collocação, Altanera, Casta, Diva, Fraxinella, Pas Facile, Gcisha, Ivressc, Tarantella, Victoire, Gloria, Alex e Sincera.

Tempo, 100 Ii5 segundos. Prêmio, «Suipacha»—1.400 meti-os-3.500 pesos. Don Paço, três annos, 55 kilos, por Sargento c Abai-

se, do Stud Lowlando Boy, G. Norales, em l." El Zorri- mo, em 1-° e Kifugist, 3.°.

Sem collocação. Mosquito, Schamrok, Fiyng Boy, Po- lux. Piche, Blue Monte Cario, Floridor, Nelusco, Ses Fen- nel, Tuyuti e Ahi Viene.

Tempo, 87 segundos. Prêmio «Itazaingó»—1.600 metros—4.000 pesos. Bond'Or, cinco annos, 59 kilos, por Bolivar e Bettina,

do Stud Eivadávia, Vicente Fernandez, em 1.° Rolando, em 2.o o Olinda, cm 3.".

Som collocação. Pescador, Prcgonero, Granuja, Liver- pool, Eunice e Soa Serf.

Tempo, 98 4[5 segundos. Prêmio «Rio Bamba —2.500 metros—4.000 pesos. Quimbo, quatro annos, 51 kilos, por Coquimbo o Lio-

ness, do Stud Buenos Aires, C. Bustos, om 1." Armênio, em 2.° e Mazanarcs, om 3.".

Sem collocação, Index, Bijou d'Or o Los Molles. Tempo, 160 1(5 segundos. —O poldro argentino de treí annos Buchardo, por

Orange e Borrasca, foi vendido á Pelitc Ecuric por 31.000 pesos ou sejam cerca do 43:000$000.

—A 25 do dezembro foi realisada em Buenos Aires mais uma reunião, a qual serviu de base o prêmio clasi- co «Arenales», cujs retultado foi seguinte :

Prêmio «Arenales«—1.600 metros-6.000 pesos. Marte, zaino, quatro annos, por Kendal e Huvi, do

Stud Manoma. E. Rodriguez 60 kilos, 1 ; Rolando 56, 2; Bend'Or 61, 3; Primeira Tiple, 0; Mamburctá, 0: Simu- lacro, 0.

Ganho por 1 1|2 corpo. Tempo, 99 li2 segundos. Os demais pareôs dessa reunião foram ganhos pelos

seguintes animaes : Paquin, três annos, por Saint Mirin e Modista, do

Stud J. Atucha, R. Ruiz. Colombina, quatro annos, por Saint Anthony o Ser-

pentina, do Stud Soa King, Bonito Sanchez. Pucho, três annos, Avril o Marea, do Stud Reyma, J.

Gonçales.

Frontào Boa Vista Como era do esperar, foram onormemento concorri-

dos os espectaculos de domingo ultimo, realisados nesta assaz conhecida casa de diversões sportivas, especialmen- te, a funeção da tarde em que se realisou a repetição do partido a 20 pontos entre Aspoitia-Lino o Norgara-Agus- tin. Estes, que no domingo anterior, foram stirrados pelos primeiros, não se conformaram com a. s va e, no domingo passado, tiveram a sua forra, pregando uma tunda nos seus competidores, o que muito agradou aos partidários de Agustin.

Foi uma luta tremenda; pois bem poucos são os par- tidos jogados nesta casa em tão boas condições de egual'- dade em tudo.

O publico, que estava ancioso pela solução do confli- cío, manifestou o sou regosijo, fartou-se de applaudir e retirou-se, fiiialmento, satisfeito o convencido de que os quatro combatentes são artistas de grande valor e mere- cimento.

/^/qot 9«_i2-

Page 13: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

PAP EL ARÍ A

f/ip£i} nLsms, Çlmm5f

BlLtlETESlIE^ITA. QgJETQS l)ErH«lfrASÍA &-.A-. , S^AUÍP

/TL/A TDIREIT/\. N'Ih.

f\(L l^OÍ c)^_i3

Page 14: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

Aü iqs)¥ Q<3 ' )/.

Page 15: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

\

I ^lumattre PMNMS. GMlalras, Forras, «te.

PARK-LONDRES DEPOSITO: Roa da QuitfcJida, 4 — & PAULO

CorresfKMidends—Caixa 'Io Correio, 632

^M

Agencia ie Loterias Comint e Deaeontos

DE

Henrique do Vabo to * * *£?"•a^ ESCBíPrORlO

DE COMMfSSÔES Represcotaote *e_ diversas casas comaierciaes e

iBdnstriaes da

J. DlÀS YlHlA 1ÜASTRO Motante da diwn da C^iital FederaL êm C—irai», 3t f Mbrai«|

S. PAULO

CASA MICHEL numuma, 882 8. PAULO TBLBQB. «BSOQUI»

—•— A audi inportaate casa, e a qo* tem o melhor e

mais variado sortímeato de ' JÓIAS Dí OURO E PRATA ♦ RELOOÍOS ♦ BRILHANTES

KtATARIA E «CBTAL BRANCO PRATEADO

CSM (Ift CftsfiSIMI

fmasco U Castro Janior (^^m TEM O SEU ESCRIPTORIO A

tua úm S. Bento n-

agenda de Coterias (ANTIGA CASA DOLIVAES>

Tem Sempre á venda bilhetes de todas as loterias, quer de S. Paulo, quer Pederaes.

J. AZEVEDO

0 ir. taorte k ^ssnvfSo ADVOOA COM Q

Ir. pa^fwti Jtoies k jltadte ESOQRTORIO:

6—Praça João Mendes—6 s. PAULO

Frontão Boa-Vista Com 0 concurso de novos artistas mandados con-

tratar na Europa, pela empresa. O Frontão acha-se completamente restaurado e pin-

tado, offerecendo bellissimo aspecto.

Grandes partidos e sensaeionaes pínielas SIMPLES E DUPLAS

Pelotaris t Tolosa, Aapéltfa, Cblqolto, Garcia, Celayeto, Izidoro,

Ascanlo e outros.

Odrlosola« Barcaizteg^sl, Vgarte, Bidê-

INTENDENTE

EAMON ARNAO Ponles simples Pontas duplas

Banda de masiea Grande protusão de luz

Entrada franca ás pessoas decentemente trajadas, resei vando-se a Empresa o direito de vedal-a a quem julgar conveniente.

•t»**»'»-»

W. FALCOITB IiIVilEIBO.£I>lTOH

VÊmm de »• Beato m 65 Livros portuguezes, italianos e franeezes.

iidade em livros de Direito. Grande sortímento vros e artigos escolares.

S, PAUI^O ' " » i sgaagMBBaiiiiiii

HAT STORE ARTIGOS ESTRANGEIROS

SILVA VILLELA & C. Praça Antônio Prado, 15

Únicos depositários dos chapéus HABIG, de Vien- aa; HILMES, de Edimburgo, e PITTS, de Londres.

Especialidade em bengalas e guarda-chuvas. Orava- taa da ultima moda.

S. PAUL.O

MO ALDERIfln 84, roa Onze de Junho, 14

Telepbone, 1.321 Casa deví-odas era presta-

i çõ a de diversos artigos para homens « senhoras

ALFAUTARIA PRÓPRIA NA MESMA CASA ACHA-SE A

mmí mm —DK —

Colíetes para senhoras

Hme. Irmã

ÁíitfOl %^\

Page 16: i I - 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/... · molles e bambas, o desvario daquelles a cuja bravura o critério está entregue a defesa da honra, do pudor

/i/tnor ?g _ íG x TYPô-[ír. í3ifnsTicft-s f^uu?-