12
1 I João 4.7 5.4 Se por algum motivo João deve ser conhecido como “o discípulo do amor”, essa carta é prova cabal de que ele realmente merecia o título. Nesta breve carta, João apresenta a mais elevada e completa descrição do que é o amor, e de seus desdobramentos na vida cristã. Neste livro João aborda o tema do amor três vezes: “... Aquele que diz: Eu o conheço, mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele. Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado . Desta forma sabemos que estamos nele: aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou. Amados, não lhes escrevo um mandamento novo, mas um mandamento antigo, que vocês têm desde o princípio: a mensagem que ouviram. No entanto, o que lhes escrevo é um mandamento novo, o qual é verdadeiro nele e em vocês, pois as trevas estão se dissipando e já brilha a verdadeira luz. Quem afirma estar na luz mas odeia seu irmão, continua nas trevas. Quem ama seu irmão permanece na luz , e nele não há causa de tropeço. Mas quem odeia seu irmão está nas trevas e anda nas trevas; não sabe para onde vai, porque as trevas o cegaram” (João 2.5 – 11). Esta é a mensagem que vocês ouviram desde o princípio: que nos amemos uns aos outros . Não sejamos como Caim, que pertencia ao Maligno e matou seu irmão. E por que o matou? Porque suas obras eram más e as de seu irmão eram justas. Meus irmãos, não se admirem se o mundo os odeia. Sabemos que já passamos da morte para a vida porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte . Quem odeia seu irmão é assassino, e vocês sabem que nenhum assassino tem a vida eterna em si mesmo. Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos . Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus ? Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade. (I João 3.11 18). A cerca desta terceira passagem sobre o amor no livro afirma John R. W. Stott: O autor está interessado em relacionar o amor que deve haver em nós, não com a verdadeira luz que já está brilhando (2.8, 10), nem com a vida eterna da qual é evidência (3.14 15), mas com a própria natureza do amor de Deus e com a Sua amorosa atividade em Cristo e em nós1 . Por tanto, este texto é o ápice da descrição do amor em toda revelação, sendo o entendimento deste texto de suma importância, em todas as esferas da vida em que o amor está relacionado. 7 Ἀγαπησοί, ἀγαπψ μεν ἀλλήλοτρ, Adj. Voc. MP 1ª P Pres. Subj. At. Pron. Ac. MP Amados! que (nós) amemos uns aos outros A exclamação (vocativo) como sinal de comando, conclamando a obedecer uma ordem. O subjuntivo expressa a expectativa, desejo, de Deus e de João de que continuamente os leitores da carta amem ao seu próximo. ὅσι ἀγάπη ἐκ σοτ θεοτ ςσιν, Conj. Sub. Causal Nom. FS Prep. Gen. Gen. MS 3 a S Pres. Ind. At. porque o amor desde (procede, vem) de Deus (ele) é A conjunção aponta o motivo (causa) pelo qual devemos amar uns aos outros. 1 STOTT, John R. W. I, II e II João Introdução e Comentário. Série Cultura Cristã, nº 18. Trad. Odayr Olivetti. São Paulo: Vida Nova, 1982. p. 138.

I João 4.7 5€¦ ·  · 2011-12-20“O autor está interessado em relacionar o amor que deve haver em nós, não com a verdadeira luz que já está brilhando ... (porque Ele é

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1

I João 4.7 – 5.4

Se por algum motivo João deve ser conhecido como “o discípulo do amor”, essa carta é prova cabal de

que ele realmente merecia o título. Nesta breve carta, João apresenta a mais elevada e completa descrição do

que é o amor, e de seus desdobramentos na vida cristã.

Neste livro João aborda o tema do amor três vezes:

“... Aquele que diz: „Eu o conheço‟, mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a

verdade não está nele. Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de

Deus está aperfeiçoado. Desta forma sabemos que estamos nele: aquele que afirma que

permanece nele, deve andar como ele andou. Amados, não lhes escrevo um mandamento novo, mas

um mandamento antigo, que vocês têm desde o princípio: a mensagem que ouviram. No entanto, o

que lhes escrevo é um mandamento novo, o qual é verdadeiro nele e em vocês, pois as trevas estão

se dissipando e já brilha a verdadeira luz. Quem afirma estar na luz mas odeia seu irmão, continua

nas trevas. Quem ama seu irmão permanece na luz, e nele não há causa de tropeço. Mas quem

odeia seu irmão está nas trevas e anda nas trevas; não sabe para onde vai, porque as trevas o

cegaram” (João 2.5 – 11).

“Esta é a mensagem que vocês ouviram desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não

sejamos como Caim, que pertencia ao Maligno e matou seu irmão. E por que o matou? Porque

suas obras eram más e as de seu irmão eram justas. Meus irmãos, não se admirem se o mundo os

odeia. Sabemos que já passamos da morte para a vida porque amamos nossos irmãos. Quem não

ama permanece na morte. Quem odeia seu irmão é assassino, e vocês sabem que nenhum

assassino tem a vida eterna em si mesmo. Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a

sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos. Se alguém tiver recursos

materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer

nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em

verdade”. (I João 3.11 – 18).

A cerca desta terceira passagem sobre o amor no livro afirma John R. W. Stott:

“O autor está interessado em relacionar o amor que deve haver em nós, não com a verdadeira luz

que já está brilhando (2.8, 10), nem com a vida eterna da qual é evidência (3.14 – 15), mas com a

própria natureza do amor de Deus e com a Sua amorosa atividade em Cristo e em nós”1.

Por tanto, este texto é o ápice da descrição do amor em toda revelação, sendo o entendimento deste texto

de suma importância, em todas as esferas da vida em que o amor está relacionado.

7

Ἀγαπησοί, ἀγαπψ μεν ἀλλήλοτρ,

Adj. Voc. MP 1ª P Pres. Subj. At. Pron. Ac. MP

Amados! que (nós) amemos uns aos outros

A exclamação (vocativo) como

sinal de comando, conclamando

a obedecer uma ordem.

O subjuntivo expressa a expectativa, desejo, de

Deus e de João de que continuamente os leitores da

carta amem ao seu próximo.

ὅσιἡ ἀγάπη

ἐκσοτ θεοτ ἐςσιν,

Conj. Sub. Causal Nom. FS Prep. Gen. Gen. MS 3a S Pres. Ind. At.

porque o amor desde (procede, vem) de Deus (ele) é A conjunção aponta o motivo (causa) pelo

qual devemos amar uns aos outros.

1 STOTT, John R. W. I, II e II João Introdução e Comentário. Série Cultura Cristã, nº 18. Trad. Odayr Olivetti. São Paulo: Vida

Nova, 1982. p. 138.

2

καὶ πα ρὁ ἀγαπψ ν

ἐκσοτ θεοτ γεγέννησαι

Conj. Co. Ad. Adj. Nom. MS Pres. Ptc. At. Nom. MS Prep. Gen. Gen. MS 3a S Perf. Ind. Pass.

e todo aquele que ama desde de Deus (ele) é nascido

A Conjunção καὶ (kaí) aqui, não está dando um segundo

“porque” devemos amar uns aos outros, por isso, não está

relacionada ao ὅσι (hóti) anterior. A Conunção καὶ (kaí)

introduz uma segunda idéia, de que só é possível amar se a

pessoa for convertida, podendo ser traduzida: “não só... mas

também”.

O tempo perfeito aqui, expressa que o novo nascimento,

acontecido no passado, gera a ação presente de amar.

A voz passiva indica que o sujeito sofreu a ação de nascer por

meio de uma ação de Deus (idéia que é reforçada pela

preposição no genitivo e substantivo articulado no genitivo). A

prática da ação de amar (Ativo) é comprovação de que o sujeito

da passiva recebeu esse nascimento de Deus.

O amor neste contexto não é a causa do nascimento, mas efeito do mesmo, “todo aquele que ama” (que

tem o amor proveniente de Deus e efetivamente ama seu irmão) o faz, como efeito do novo nascimento em

Cristo. O versículo seguinte (vs. 8) está colocado em contraste com este, aqui, o Adjetivo πα ρ (pâs – todo)

especifica todo, cada um individualmente dos verdadeiros cristãos amam, porém lá, o Adjetivo πα ρ (pâs –

todo) é omitido, e isso se dá com o objetivo de generalizar, indicando que “aquele que não ama”, não

provém de Deus, nem faz parte do grupo dos crentes verdadeiros.

καὶγινώςκει σὸν θεόν.

Conj. Co. Ad. 3a S Pres. Ind. At. Ac. MS

e (ele) conhece a Deus

O autor diferentemente do verbo anterior no Perfeito, descreve o conhecimento de Deus como

algo presente, ou seja, quem ama pode dizer que conhece a Deus.

O conhecimento de Deus não está relacionado com uma prática acadêmica, ou por freqüentar

uma igreja, e ouvir mensagens, ou saber coisas a cerca de Deus, nada disso, conhecer a Deus é

atitude prática, só conhece a Deus quem ama seu irmão. O amor é fruto do novo nascimento

e de um íntimo relacionamento com Deus por meio de praticar o amor.

8

ὁ μὴἀγαπψ ν οὐκ ἔγνψ σὸν θεόν,

Art. Nom. MS Part. Neg. Pres. Ptc. At. Nom. MS Part. Neg. 3a S 2

o Aor. Ind. At. Ac. MS

(o) não aquele que ama não (ele) conhece a Deus

ὅσιὁ θεὸρ

ἀγάπηἐςσίν.

Conj. Sub. Causal Nom. MS Nom. FS 3a S Pres. Ind. At.

porque Deus amor (ele) é Do ponto de vista gramatical, esta não é uma proposta em que sujeito ( – Deus) e predicado ἀγάπη (agápe – nominativo)

são intercambiáveis (“Deus é amor” não é igual a “amor é Deus”). O substantivo ἀγάπη (agápe) usado como predicado é anartro

(sem artigo), como é em duas outras fórmulas usadas por João descrevendo a Deus, “Deus é luz” em (1 João 1.5) e “Deus é

espírito” em (João 4.24).

O predicado anartro sugere uma força qualitativa, não uma mera abstração, ou seja, a qualidade do caráter de Deus é o que está

descrito aqui. C. h. Dodd, explicou a diferença entre dizer que “Deus é amor” e simplesmente “Deus ama”: Quando dizemos que

“Deus ama”, nos referimos a uma ação específica de Deus, mas quando afirmamos que “Deus é amor”, isso implica no fato de

que absolutamente tudo o que Deus faz é amor, tudo o que Ele faz é a expressão de Sua natureza, que é amor.

Neste sentido, as implicações são profunadas, o cristão verdadeiro mostra que a sua vida (alma) está

preenchida pela divindade, por amar a seu irmão, porém a reciprocra negativa também é verdadeira, quem não

ama, revela não somente uma atitude ruim, mas que em sua alma Deus não está.

Ainda refletindo sobre a inteireza de Deus ser amor, Dodd diz:

“Toda sua atividade é uma atividade de amor. Se cria, cria em amor; se governa, governa em

amor; se julga, julga em amor. Todo o que faz é a expressão de Sua natureza, amar”.2

2 DODD, C. H. The Johanine Epistles. The Moffatt New Testament Commentary series. New York: Harper and Row, 1946. p. 110.

3

Sendo que:

“... se o Seu julgamento é com amor, o seu amor também é com justiça. Aquele que é amor é luz (I

João 1.5) e fogo consumidor também (Hebreus 12.29). Longe de fechar os olhos para o pecado, o

Seu amor achou um meio expô-lo (porque Ele é luz) e de consumi-lo (porque Ele é fogo

consumidor) sem destruir o pecador, mas ao contrário, salvando-o”.3

9

ἐνσούσῳ ἐυανεπώθη ἡ ἀγάπη σοτ θεοτ

ἐνἡμι ν,

Prep. Dat. Pron. Dem. Dat. NS 3ª S 1º Aor. Ind. Pass. Nom. FS Gen. MS Prep. Dat. Pron. 1a Dat. P

em isto (ele) foi feito visível

(conhecido) o amor de Deus (em) nós

A conjunção ὅσι (hóti) na

seqüência do texto tem valor

epxegético explicando essa

primeira frase. Ou seja, a

revelação do amor à nós, está

no envio do filho.

Genitivo Subjetivo4, ou

seja, o amor já descrito

anteriormente, que

reflete o caráter e a

essência de Deus, que é

manifesto a nós no filho.

A preposição ἐν (en) está sendo usada

com um Dativo de Esfera, ou seja, a

revelação do amor é dentro, no íntimo,

de cada crente. Sendo que apesar de

Cristo ser uma revelação histórica real,

ela só ganha real sentido na alma,

quando esse amor é interiorizado.

(phaneróô) – Tornar manifesto ou visível ou conhecido o que estava escondido ou era desconhecido,

manifestar, seja por palavras, ou ações, ou de qualquer outro modo. Tornar atual e visível, perceptível, pelo

ensino. Expor à visão, tornar manifesto, mostrar-se, aparecer, serr claramente identificado, totalmente

entendido; quem e o que alguém é.

ὅσισὸν τἱὸν αὐσοτ σὸν μονογενη ἀπέςσαλκεν

Conj. Sub. Causal Ac. MS Pron. Gen. 3ª MS Adj. Ac. MS 3ª S Perf. Ind. At.

porque ao filho Dele único do seu tipo (exclusivo) (ele) foi enviado

O Perfeito aponta para o fato

de que, Deus no passado

enviou o filho, o que gera

bênçãos no presente, para os

que crêem Nele.

ὁ θεὸρεἰρ

σὸν κόςμονἵνα

ζήςψμεν διʼ αὐσοτ .

Nom. MS Prep. Ac. Ac. MS Conj. Sub. Final 1ª P 1o Aor. Subj. At. Prep. Gen. Pron. 3

a Gen. MS

Deus ao mundo a fim de que (nós) vivamos por meio dele

A conjunção juntamente com o subjuntivo formam

uma oração adverbial de propósito, ou seja, o filho

foi enviado ao mundo com o objetivo de dar vida.

10

ἐνσούσῳ ἐςσιν ἡ ἀγάπη,

Prep. Dat. Pron. Dem. Dat. NS 3a S Pres. Ind. At. Nom. FS

em Isto (ele) é o amor

Neste versículo aparecem duas vezes a Conjunção ὅσι (hóti) usada epxegeticamente para explicar está primeira declaração. A

primeira conjunção ὅσι (hóti), que aparece, está associada a uma partícula negativa explicando o que o amor não é, ou seja, o

amor não consiste (é) no nosso amor por Deus, em contraste, o segundo uso da conjunção está associado à conjunção adversativa

(allá), explicando que o amor consiste no amor de Deus por nós.

3 STOTT, John R. W. Op. Cit. p. 139.

4 TAYLOR, William Carey. Introdução ao Estudo do Novo Testamento Grego. 9ª Ed. Rio de Janeiro, Ed. Batista Regular, 1990. p.

213, § 574.

4

Os manuscritos mais antigos e a maior variedade de

manuscritos (em especial minúsculos) de localizações

próximas ao escrito original apóiam ao texto

(1a P 1

o Aor. Ind. At.), o que em minha

opinião deve ser mantido.

(nós) amamos

1a P 1

o Aor. Ind. At.

( * – 1a S 1o Aor. Ind. At. “eu amei”) A 048vid 33

81vid 436 1067 1175 1243 1292 1409 1505 1611 1735 1844 1852

1881 2138 2344 2464 Byz [K L] Lect arm geo slav Philo-Carpasia

οὐφὅσι ἡμει ρ

B 322 323 945 1241 1739 2298 ethσὸν θεόνἠγαπήκαμεν

Part. Neg. Conj. Sub. Int. Pron. 1a Nom. P 1

a P Perf. Ind. At. Ac. MS

Não que Nós (nós) tenhamos amado a Deus

ἀλλʼὅσι αὐσὸρ

ἠγάπηςεν ἡμα ρ

Conj. Co. Adv. Conj. Sub. Int. Pron. Nom. MS 3ª S 1º Aor. Ind. At. Pron. 1a Ac. P

mas que Ele (ele) amou a nós

O texto vinha numa seqüência de Perfeitos (durativo),

a transição de Perfeito para Aoristo (efetivo) aqui,

enfatiza a manifestação final na história, tornando

visível o amor de Deus na pessoa de Seu Filho.

καὶἀπέςσειλεν σὸν τἱὸν αὐσοτ

Conj. Co. Ad. 3ª S 2º Aor. Ind. At. Ac. MS Pron. Gen. 3ª MS

e (ele) enviou ao filho dele

ἱλαςμὸνπεπὶ

σψ ν ἁμαπσιψ ν ἡμψ ν.

Ac. MS Prep. Gen. Gen. FP Pron. 1a Gen. P

para propiciação em favor de dos pecados de nós Está frase está diretamente relacionada à frase final do vs. 9: “... a fim de que vivamos por meio dele”. Sendo que esta vida

mencionada não se refere necessariamente à vida aqui na terra, mas à vida que vem por meio da propiciação, ou seja, a vida

eterna.

“Dificilmente haverá alguém que morra por um justo, embora pelo homem bom talvez alguém

tenha coragem de morrer. Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor

quando ainda éramos pecadores” (Romanos 5.7 – 8).

11

Ἀγαπησοί,εἰ οὕσψρ

ὁ θεὸρ ἠγάπηςεν ἡμα ρ,

Adj. Voc. MP Conj. Sub. Cond. Adv. Nom. MS 3ª S 1º Aor. Ind. At. Pron. 1a Ac. P

Amados! se deste modo Deus (ele) amou a nós

Oração subordinativa condicional, onde o amor

recebido de Deus condiciona e determina o nosso

amor aos outros. Ou seja, se o amor de Deus foi um

amor sacrifical, nosso amor ao próximo deve ter o

mesmo padrão.

καὶ ἡμει ρὀυείλομεν ἀλλήλοτρ ἀγαπα ν.

Adv. Pron. 1ª Nom. P 1ª P Pres. Ind. At. Pron. Ac. MP Pres. Inf. At.

também nós (nós) devemos uns aos outros amar

Indicativo condicional5, indicando que a

obrigação de amar ao próximo está condicionada

ao amor de Deus recebido em Cristo. Essa

dívida de amor deve ser retribuída em amor.

5 SCHALKWIJK, Francisco Leonardo. Coinê: Pequena Gramática do Grego Neotestamentário. 8ª Ed. Patrocínio, MG: CEIBEL,

1998. p. 167, §719b.

5

12

θεὸνοὐδεὶρ πώποσε

σεθέασαι.

Ac. MS Pron. Nom. MS Adv. 3ª S Perf. Ind. Med.

Deus ninguém a qualquer tempo (jamais) (ele) foi visto

“Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido”

(João 1.18).

“E o Pai que me enviou, ele mesmo testemunhou a meu respeito. Vocês nunca ouviram a sua voz,

nem viram a sua forma, nem a sua palavra habita em vocês, pois não crêem naquele que ele

enviou” (João 5.37 – 38).

“Está escrito nos Profetas (Isaías 54.13): „Todos serão ensinados por Deus. Todos os que ouvem o

Pai e dele aprendem vêm a mim. Ninguém viu o Pai, a não ser aquele que vem de Deus; somente

ele viu o Pai” (João 6.45 – 46).

ἐὰνἀγαπψ μεν ἀλλήλοτρ, ὁ θεὸρ

ἐνἡμι ν μένει

Conj. Sub. Cond. 1ª P Pres. Subj. At. Pron. Ac. MP Nom. MS Prep. Dat. Pron. 1a Dat. P 3a S Pres. Ind. At.

se (nós) amarmos uns aos outros Deus em nós (ele) permanece O uso da conjunção ἐὰν (eán) juntamente com o verbo no subjuntivo indica uma oração subordinada condicional (prótase),

fazendo com que a ação do verbo seja futura em relação à oração anterior à qual esta está subordinada. A oração anterior trás o

verbo principal no Aoristo com ação efetiva (passada) sendo assim o verbo aqui, indica uma ação no futuro do subjuntivo. Ou

seja, se no passado recebemos o amor de Deus, a partir daí, devemos amarmos uns aos outros, sendo que João vê que essa é uma

possibilidade real, talvez exatamente pela seqüência da frase: “... Deus permanece em nós...”.

καὶἡ ἀγάπη αὐσοτ

ἐνἡμι ν σεσελειψμένη ἐςσιν.

Conj. Co. Ad. Nom. FS Gen. MS Prep. Dat. Pron. 1a Dat. P Ptc. Perf. Pass. Nom. FS 3

a S Pres. Ind. At.

e o amor dele por (em) nós um que (é) aperfeiçoado (ele) é

Genitivo Subjetivo de αὐσοτ (autou), esse

amor que se origina em Deus (vs. 7 – 8)

vem de Deus para nós, aponta para o fato

de que; “nós”, é o alvo do amor.

Uso adjetivo do particípio, onde o amor de Deus

em nós é aperfeiçoado. Ou seja, o amor de Deus

que vem a nós, é aperfeiçoado quando nós

direcionamos esse amor para o nosso próximo.

“Em qualquer momento que nos amemos uns aos outros, fazemos possível que Deus

„permaneça‟ em comunhão íntima conosco. Por outro lado, o amor de Deus alcança uma

completude e profundidade em nós que é possível somente quando nos amamos uns aos

outros. Chega a todo seu esplendor (v. 19)”6.

O amor de Deus revelado em Cristo agora em nossos dias é revelado por aqueles que receberam o amor,

isso se eles amarem uns aos outros. Ou seja, a melhor maneira de mostrarmos ao mundo quem é nosso Deus e

como é o seu amor, é por meio do amor que nós temos uns pelos outros dentro da Igreja.

6 CONSTABLE, Thomas L. Notas Sobre Juan. Trad. Gary Son e Sonia Soto. Ed. 2003. p. 48. In:

http://www.soniclight.com/espanol/constable/notas/pdf/1juan.pdf

6

As duas frases que terminam o vs. 12: “Deus permanece em nós” e “o seu amor é em nós aperfeiçoado”

são mais bem desenvolvidas abaixo, a primeira nos versículos de 13 – 16 e a segunda nos versículos de 17 – 21.

13

Ἐνσούσῳ γινώςκομεν

Prep. Dat. Pron. Dem. Dat. NS 1ª P Pres. Ind. At.

em isto (nós) conhecemos

ὅσι ἐναὐσῳ μένομεν

καὶ αὐσὸρ ἐνἡμι ν,

Conj. Sub. Int. Prep. Dat. Pron. Nom. MS 1ª P Pres. Ind. At. Conj. Co. Ad. Pron. Nom. MS Prep. Dat. Pron. 1a Dat. P

que em ele (nós) permanecemos e ele em nós Esta primeira ocorrência da Conjunção ὅσι (hóti) é uma clausula de discurso direto relacionada ao verbo μένομεν (ménomen)

apenas apresentando a informação de que os crentes têm conhecimento de sua permanência em Deus e Deus neles.

Essa expressão: “nele permanecemos e Ele em nós” aparece três vezes neste parágrafo e cada uma

dessas vezes, é mostrada com uma evidência dessa permanência mutua (Deus X Crentes):

vs. 13

“nele permanecemos e Ele em nós”

1

a Evidência

“... o Espírito dele tem sido dado a nós”.

vs. 15

“Deus nele permanece e ele em Deus”

2

a Evidência

“... confessar que Jesus é o Filho de Deus”.

Vs. 16

“aquele que permanece no amor em Deus permanece e Deus nele permanece”

3

a Evidência

“... aquele que permanece no amor”.

Todas essas evidências não são as condições para Deus permanecer em nós e nós Nele, mas as provas de

que Ele permanece.

ὅσι ἐκσοτ πνεύμασορ αὐσοτ δέδψκεν ἡμι ν.

Conj. Sub. Int. Prep. Gen. Gen. NS Pron. Gen. MS 3ª S Perf. Ind. At. Pron. 1a Dat. P

que desde do Espírito dele (ele) tem sido dado a nós A segunda ocorrência da Conjunção ὅσι (hóti) é um uso epxegético, explicando “como” os crentes têm esse conhecimento de que

o Deus permanece neles, e eles em Deus, por meio do conhecimento dado pelo Espírito Santo. Seja pela revelação da Palavra,

seja pela presença direta.

A ação durativa do Perfeito indica que o Espírito Santo deu, e continua dando condições para que o cristão verdadeiro possa

amar continuamente o seu irmão.

Esta afirmação é muito relevante, pois, o Espírito Santo não é apena o doador da fé que nos possibilita

entender o amor de Deus por nós em Cristo e assim sermos salvos, mas é Ele também é o que nos capacita a

amar ao nosso irmão. Fica claro com isso, que o amor verdadeiro, não é derivado do sentimento humano,

mas é uma qualidade espiritual, fruto do Espírito Santo.

7

14

καὶ ἡμει ρσεθεάμεθα

καὶμαπστποτ μεν

Conj. Co. Ad. Pron. 1ª Nom. P 1ª P Perf. Ind. Med. Conj. Co. Ad. 1a P Pres. Ind. At.

e nós (nós) temos visto e (nós) testemunhamos

(theáomai) – Olhar, observar, ver atentamente, contemplar (freqüentemente usado de shows

públicos), de pessoas importantes que são consideradas com admiração. Ver, ter uma visão de ou no sentido de

visitar, encontrar com uma pessoa. Aprender pelo olhar, ver com os olhos, perceber.

(martyréô) – ser uma testemunha, dar testemunho, i.e., afirmar ter visto, ouvido ou experimentado

algo, ou recebido por revelação ou inspiração divina, dar (não reter) testemunho, proferir testemunho honroso,

dar um informe favorável, conjurar, implorar.

“nós temos visto” – Esse “nós”, se refere aos apóstolos e discípulos que testemunharam presencialmente a

presença de Cristo na terra, por isso eles nos deixaram testemunho escrito para que por ele víssemos também, e

esse testemunho já é em si mesmo a manifestação do amor, pois nós, apesar de não termos visto o amor

fisicamente, conhecemos esse amor pelo que está escrito na Palavra, e pela prática de vida de outros crentes que

obedeceram as Escrituras.

ὅσιὁ πασὴπ ἀπέςσαλκεν σὸν τἱὸν ςψση πα σοτ κόςμοτ.

Conj. Sub. Int. Nom. MS 3ª S Perf. Ind. At. Ac. MS Ac. MS Gen. MS

que o Pai (ele) enviou o Filho como salvador do mundo Obj. Dir. Complemento do Objeto

15

Ορἐὰν

ὁμολογήςῃ

Pron. Rel. Nom. MS Conj. Sub. Cond. 3ª S 1º Aor. Subj. At.

que (alguém) se (ele) confessar (concordar, consentir, não negar ou rejeitar)

O aoristo aqui deixa claro que a confissão a que João se refere, não é uma

confissão futura, nem presente (contínuo), mas a uma confissão pública de fé

pontual, única e definitiva, dirigida pelo Espírito Santo (I João 4.2).

ὅσι ηςοτ ρἐςσιν ὁ τἱὸρ σοτ θεοτ ,

Conj. Sub. Int. Nom. MS 3a S Pres. Ind. At. Nom. MS Gen. MS

que Jesus (ele) é o Filho de Deus

ὁ θεὸρἐν

αὐσῳ μένεικαὶ αὐσὸρ ἐν

σῳ θεῳ .

Nom. MS Prep. Dat. Pron. 3ª MS 3a S Pres. Ind. At. Conj. Co. Ad. Pron. Nom. MS Prep. Dat. Dat. MS

Deus em ele (ele) permanece e ele em Deus O “permanecer de Deus” em nós que possibilita nossa fé e a prática

do amor. Ou seja, a fé e o amor são os frutos dos verdadeiramente

salvos (Mateus 7.15 – 23).

“Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro

são lobos devoradores. Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um

espinheiro ou figos de ervas daninhas? Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a

árvore ruim dá frutos ruins. A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim pode dar

frutos bons. Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Assim, pelos

seus frutos vocês os reconhecerão! Nem todo aquele que me diz: „Senhor, Senhor‟, entrará no

Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me

dirão naquele dia: „Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos

demônios e não realizamos muitos milagres?‟ Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci.

Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!” (Mateus 7.15 – 23).

8

16

καὶ ἡμει ρἐγνώκαμεν

καὶπεπιςσεύκαμεν

Conj. Co. Ad. Pron. 1ª Nom. P 1ª P Perf. Ind. At. Conj. Co. Ad. 1ª P Perf. Ind. At.

e nós (nós) temos conhecido e (nós) temos crido

Os dois Perfeitos aqui indicam ação contínua, ou seja, tanto o conhecimento quanto a

crença, aconteceram em um dado momento específico, mas permanecem até o presente,

indicando firme convicção.

σὴν ἀγάπην ἣν ἔφει ὁ θεὸρἐν

ἡμι ν.

Ac. FS Pron. Rel. Ac. FS 3ª S Pres. Ind. At. Nom. MS Prep. Dat. Pron. 1a Dat. P

no amor que (ele) tem Deus por nós O acusativo σὴν (tén – “no”)

funciona nesta oração como Objeto

Direto.

Ὁ θεὸρἀγάπη

ἐςσιν,

Nom. MS Nom. FS 3a S Pres. Ind. At.

Deus amor (ele) é O sujeito (Deus) é articulado, porém o predicativo do sujeito (amor) não tem artigo, o que significa que Deus é amor, mas “o

amor” nem sempre é Deus. Ou seja, Deus é a manifestação do amor verdadeiro, mas nem tudo aquilo que nós chamamos de amor

é Deus ou sequer provém Dele7.

καὶὁ μένψν

ἐνσῃ ἀγάπῃ

ἐνσῳ θεῳ μένει

Conj. Co. Ad. Ptc. Pres. At. Nom. MS Prep. Dat. Dat. FS Prep. Dat. Dat. MS 3a S Pres. Ind. At.

e aquele que permanece em o amor em Deus (ele) permanece

καὶὁ θεὸρ

ἐναὐσῳ μένει.

Conj. Co. Ad. Nom. MS Prep. Dat. Pron. 3ª MS 3a S Pres. Ind. At.

e Deus em ele (ele) permanece

O versículo 17 – 21 inauguram uma nova secção, nos dois primeiros parágrafos a ênfase estava sobre o

amor de Deus por nós e suas conseqüências, neste parágrafo a ênfase recai sobre o nosso amor por Deus. João

expressa a necessidade de aperfeiçoarmos nosso amor por Deus.

17

Ἐνσούσῳ σεσελείψσαι ἡ ἀγάπη μεθʼ ἡμψ ν,

Prep. Dat. Pron. Dem. Dat. NS 3a S Perf. Ind. Pass. Dat. FS Prep. Gen. Pron. 1

a Gen. P

em isto (ele) tem sido aperfeiçoado o amor com (entre) de nós

conosco8

Está formação se refere ao final

do versículo anterior, sendo que o

aperfeiçoamento se dá quando o

crente permanece na prática do

amor, o que é causado pela

permanência de Deus Nele.

Taylor ainda comenta que pode ser

empregada para: “... salientar a idéia de

mudança, transformação, sendo paralela

a trans (latim).

ἵναπαππηςίαν ἔφψμεν

ἐνσῃ ἡμέπᾳ ση ρ κπίςεψρ,

Conj. Sub. Final Ac. FS 1ª P Pres. Subj. At. Prep. Dat. Dat. FS Gen. FS

a fim de que liberdade em falar que (nós) tenhamos em o dia do juízo O verbo no subjuntivo é usado ou como uma oração de propósito, ou em aposição a (nisto), ou ainda com a oração

iniciada com (por que, a fim de que), sendo que está última opção tornaria a oração subseqüente um parentes.

7 TAYLOR, William Carey. Op. Cit. p. 198, § 543.

8 Idem. p. 261 – 262.

9

(parresía) – Liberdade em falar, franqueza na fala: falar abertamente, francamente, i.e, sem

segredo, sem ambigüidade ou circunlocução, sem o uso de figuras e comparações. Confiança aberta e

destemida, coragem entusiástica, audácia, segurança, comportamento pelo qual alguém se faz conspícuo ou

assegura publicidade.

ὅσι καθὼρ ἐκει νορἐςσιν

Conj. Sub. Ca. Conj. Sub. Conf. Pron. Dem. Nom. MS 3a S Pres. Ind. At.

porque conforme aquele que (ele) é

καὶ ἡμει ρἐςμεν

ἐνσῳ κόςμῳ σούσῳ.

Adv. Pron. 1a Nom. P 1

a P Pres. Ind. At. Prep. Dat. Dat. MS Pron. Dem. Dat. MS

também nós (nós) somos em o mundo este

18

υόβοροὐκ ἐςσιν

ἐνσῃ ἀγάπῃ

Nom. MS Part. Neg. 3a S Pres. Ind. At. Prep. Dat. Dat. FS

medo não (ele) está em o amor

ἀλλʼ ἡ σελείαἀγάπη ἔξψ

βάλλει σὸν υόβον,

Conj. Co. Ad. Adj. Nom. FS Nom. FS Adv. 1a S Pres. Ind. At. Ac. MS

pelo contrário o perfeito amor fora (ele) lança (joga) ao medo

(téleios) – Levado a seu fim, finalizado, que não carece de nada necessário para estar completo:

perfeito. Integridade e virtude humana consumados, adulto, maduro, maior idade.

“Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem vive de

acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja. A mentalidade da carne é

morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz; a mentalidade da carne é inimiga de Deus

porque não se submete à Lei de Deus, nem pode fazê-lo. Quem é dominado pela carne não pode

agradar a Deus. Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o

Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a

Cristo. Mas se Cristo está em vocês, o corpo está morto por causa do pecado, mas o espírito está

vivo por causa da justiça. E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita

em vocês, aquele que ressuscitou a Cristo dentre os mortos também dará vida a seus corpos

mortais, por meio do seu Espírito, que habita em vocês. Portanto, irmãos, estamos em dívida, não

para com a carne, para vivermos sujeitos a ela. Pois se vocês viverem de acordo com a carne,

morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo, viverão, porque todos os que são

guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Pois vocês não receberam um espírito que os

escravize para novamente temerem, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio

do qual clamamos: “Aba, Pai”. O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos

de Deus. Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se

de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória”

(Romanos 8.5 – 17).

ὅσιὁ υόβορ κόλαςιν ἔφει,

Conj. Sub. Ca. Nom. MS Ac. FS 3ª S Pres. Ind. At.

porque o medo (da) punição (castigo) (ele) tem

(kólasis) – Palavra derivada de (kólos – mutilar, cortar fora), sendo que o sentido de

punição vem da idéia de cortar tudo o que mal o desordeiro fora da sociedade. Dentro do presente contexto,

o medo representa um relacionamento incorreto para com Deus, que deve ser lançado no amor. Ou seja, o

crente não deve viver no medo, esperando o castigo futuro com temor, mas deve viver no amor, recebido

pelo perdão oferecido no Filho de Deus. Por isso, aquele que é aperfeiçoado no amor não teme o dia do

10

juízo, pois terá confiança naquele dia por meio de Cristo. De certo modo podemos dizer que ele até aguarda

esse dia quando finalmente terá sua redenção final.

ὁ δὲυοβούμενορ

οὐσεσελείψσαι

ἐνσῃ ἀγάπῃ.

Artg. Nom. MS Conj. Co. Ad. Ptc. Pres. Pass. Nom. MS Part. Neg. 3a S Perf. Ind. Pass. Prep. Dat. Dat. FS

(o) mas aquele que temer não (ele) tem sido aperfeiçoado em o amor

19

ἡμει ρἀγαπψ μεν,

ὅσι αὐσὸρ ππψ σορἠγάπηςεν ἡμα ρ.

Pron. 1a Nom. P 1ª P Pres. Subj. At. Conj. Sub. Ca. Pron. Nom. MS Adj. Nom. MS 3ª S 1º Aor. Ind. At. Pron. 1a Ac. P

nós (nós) amarmos porque ele primeiro (ele) amou a nós

Subjuntivo hortativo, que expressa

exortação ou rogo.

20

ἐάνσιρ εἴπῃ

ὅσιἀγαπψ σὸν θεὸν

Conj. Sub. Cond. Pron. Ind. Nom. MS 3ª S 2º Aor. Subj. At. Conj. Sub. Int. 1a S Pres. Ind. At. Ac. MS

se alguém (ele) disser que (:) (eu) amo a Deus

Oração condicional de terceira classe (prótase), apresentando uma

condição hipotética, mas que pode se tornar real. A tradução neste caso

é Futuro do Subjuntivo.

καὶσὸν ἀδελυὸν αὐσοτ μιςῃ ,

χεύςσηρἐςσιν.

Conj. Co. Ad. Ac. MS Pron. 3a Gen. MS 3

a S Pres. Subj. At. Nom. MS 3

a S Pres. Ind. At.

mas ao irmão dele (ele) odiar mentiroso (ele) é

A segunda parte deste versículo apresenta uma estrutura quiástica:

A

ὁ γὰπ μὴἀγαπψ ν

Artg. Nom. MS Conj. Co. Exp. Part. Neg. Pres. Ptc. At. Nom. MS

(o) pois não aquele que ama

B

σὸν ἀδελυὸν αὐσοτ ὃν ἑώπακεν,

Ac. MS Pron. 3a Gen. MS Pron. Rel. Ac. MS 3

a S Perf. Ind. At.

ao irmão dele aquele que (ele) tem visto

B

σὸν θεὸν ὃν οὐφ ἑώπακεν

Ac. MS Pron. Rel. Ac. MS Part. Neg. 3a S Perf. Ind. At.

a Deus aquele não que (ele) tem visto

A οὐ

δύνασαι ἀγαπα ν.

Part. Neg. 3a S Pres. Ind. Pass Pres. Inf. At.

não (ele) pode (para si) amar

Expressão asseverativa constatando que o homem

que não ama a seu irmão, é incapaz (não tem poder

de, capacidade) de amar a Deus, como também

prova que ele não o faz.

“Obviamente é mais fácil amar e servir a um homem visível do que a um Deus invisível, e se

falhamos na tarefa mais fácil, é absurdo pretender sucesso na mais difícil. 9

9 STOTT, John R. W. Op. Cit. p. 147.

11

21

καὶσαύσην σὴν ἐνσολὴν ἔφομεν ἀπʼ αὐσοτ ,

Conj. Co. Ad. Pron. Dem. Ac. FS Ac. FS 1ª P Pres. Ind. At. Prep. Gen. Pron. 3a Gen. MS

e este mandamento (nós) temos da parte dele

ἵναὁ ἀγαπψ ν σὸν θεὸν ἀγαπᾳ

καὶσὸν ἀδελυὸν αὐσοτ .

Conj. Sub. Int. Pres. Ptc. At. Nom. MS Ac. MS 3a S Pres. Subj. At. Adv. Ac. MS Pron. 3

a Gen. MS

que aquele que ama a Deus que (ele) ame também ao irmão dele A conjunção aqui é epexegética,

explicando a expressão σαύσην σὴν ἐνσολὴν (este mandamento), indicando

que para o cristão verdadeiro, tanto amar a

Deus como amar ao próximo são uma

obrigação, sendo que um amor é

procedente do outro e demonstra o outro.

5.1

α ρὁ πιςσεύψν

ὅσιἐςσιν ὁ Χπιςσὸρ,

Adj. Nom. MS Pres. Ptc. At. Nom. MS Conj. Sub. Int. Nom. MS 3a S Pres. Ind. At. Nom. MS

todo aquele que crê que Jesus (ele) é o Cristo

ἐκσοτ θεοτ γεγέννησαι,

Prep. Gen. Gen. MS 3ª S Perf. Ind. Pass.

desde de Deus (ele) tem sido nascido

Deus ao transformar pessoas em seus filhos através da fé na obra de Cristo, nascer10

.

καὶὁ ἀγαπψ ν σὸν γεννήςανσα ἀγαπᾳ

Conj. Co. Ad. Adj. Nom. MS Pres. Ptc. At. Nom. MS Ptc. 1o Aor. At. Ac. MS 3ª S Pres. Ind. At.

e todo aquele que ama ao que gerou (ele) ama

καὶγεγεννημένον ἐξ

Conj. Co. Ad. Ptc. Perf. Pass. Ac. MS Prep. Gen Pron. 3a Gen. MS

e tem sido gerado (nascido) desde dele

2

ἐνσούσῳ γινώςκομεν

ὅσιἀγαπψ μεν, σὰ σέκνα σοτ θεοτ ,

Prep. Dat. Pron. Dem. Dat. NS 1ª P Pres. Ind. At. Conj. Sub. Int. 1ª P Pres. Subj. At. Ac. NS Gen. MS

em isto (nós) conhecemos que (nós) amarmos aos filhos de Deus

ὅσανσὸν θεὸν ἀγαπψ μεν

καὶσὰρ ἐνσολὰρ ποιψ μεν.

Conj. Sub. Temp. Ac. MS 1ª P Pres. Subj. At. Conj. Co. Ad. Ac. FP Pron. 3a Gen. MS 1a P Pres. Subj. At.

quando Deus (nós) amarmos e os mandamentos dele (nós) praticamos A Conjunção juntamente com os verbos no subjuntivo, indicam uma oração adverbial temporal indefinida.

3

αὕσηγάπ

ἐςσιν ἡ ἀγάπη σοτ θεοτ ,

Pron. Dem. Nom. FS Conj. Co. Exp. 3a S Pres. Ind. At. Nom. MS Gen. MS

este pois (ele) é o amor de Deus

10

STRONG, James. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2002. G1080.

12

ἵνασὰρ ἐνσολὰρ σηπψ μεν,

Conj. Sub. Int. Ac. FP Pron. 3a Gen. MS 1

a P Pres. Subj. At.

que os mandamentos dele (nós) atendamos cuidadosamente (guademos)

καὶαἱ ἐνσολαὶ βαπει αι οὐκ εἰςίν

Conj. Co. Ad. Ac. FP Pron. 3a Gen. MS Adj. Nom. FP Part. Neg. 3ª P Pres. Ind. At.

e os mandamentos dele pesados não (eles) são

(barýs) – Peso, pesado. Metaforicamente: muito pesado, duro de carregar; severo, rigoroso;

importante e sério; diz-se de um grande momento; violento, cruel, impiedoso.

4

ὅσι πα νγεγεννημένον

ἐκσοτ θεοτ , νικᾳ σὸν κόςμον

Conj. Sub. Ad. Adj. Nom. NS Ptc. Perf. Pass. Ac. MS Prep. Dat. Gen. MS 3a S Pres. Ind. At. Ac. MS

porque todo aquele que tem sido gerado desde de Deus (ele) vence o mundo

καὶαὕση ἐςσιν ἡ νίκη ἡ νικήςαςα σὸν κόςμον, ἡ πίςσιρ ἡμψ ν.

Conj. Co. Ad. Pron. Dem. Nom. FS 3a S Pres. Ind. At. Nom. FS Ptc. 1o Aor. At. Nom. FS Ac. MS Nom. FS Ac. MS

e esta (ela) é a vitória aquela que vence o mundo a fé nossa